16
projetos das REDESFITO inovação em medicamentos da biodiversidade A REVISTA nº1 - Ano 1 Código florestal AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE NIM (Azadirachta indica) NO CONTROLE PARASITÁRIO EM BOVINOS DE PRODUÇÃO LEITEIRA EM SISTEMA ORGÂNICO

Revista Ewe Nº1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Publicação RedesFito

Citation preview

Page 1: Revista Ewe Nº1

projetos das REDESFITOinovação em medicamentosda biodiversidade

A REVISTA

nº1 - Ano 1

Código florestal

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE NIM (Azadirachta indica) NO CONTROLE

PARASITÁRIO EM BOVINOS DE PRODUÇÃO LEITEIRA EM SISTEMA ORGÂNICO

Page 2: Revista Ewe Nº1

ÍNDICE

Editorial 3

O nim no controle parasitário de bovinos 4

Estudos parasitários 5

Utilização de antiparasitários no gado 8

Estudos sobre as ações antiparasitárias do nim 10

Avaliação do nim em sistema orgânico de produção de leite 11

Artigo : Avaliação do Edital 01 - Ministério da Saúde 15

2

Ano1 - nº1 - jul./ago. 2012

Revista EWE: projetos RedesFito

Conselho Editorial

Glauco Villas Bôas

Rosane Abreu

Thiago Mendes

Patrícia Teixeira

Denise Monteiro

Reportagem

Denise Monteiro

Projeto Gráfico e Diagramação

Denise Monteiro

Vinícius Antunes

Periodicidade

Bimestral

Envie sua colaboração

[email protected]

Expediente

Page 3: Revista Ewe Nº1

A revista eletrônica Ewe, que agora está sendo lançada, foi criada com o objetivo de

difundir informações e experiências dos diferentes parceiros do Sistema Nacional de

RedesFito: Redes de Inovação em Medicamentos da Biodiversidade (NGBS-

Farmanguinhos/FIOCRUZ).

Ewe quer dizer folha em Yorubá e este nome foi escolhido por seu significado incluir

duas importantes idéias presentes nesta publicação, uma que diz respeito ao conteúdo

e outra à forma. Quanto ao conteúdo, a revista refere-se à temática primordial do

trabalho da RedesFito – a biodiversidade brasileira, especialmente as plantas

medicinais e sua transformação em medicamentos. Já a forma desta publicação

pretende ter a simplicidade de uma folha, ou seja, os artigos a serem publicados

deverão ter uma linguagem clara e acessível à diversidade dos leitores. Apesar do

caráter informativo da revista Ewe, pretende-se que esta se constitua em espaço de

debates sobre temas de interesse nacional, o que permitirá ao conselho editor publicar

o contraditório a qualquer matéria apresentada no mesmo. A Ewe será publicada

bimestralmente e se destina a ser o espaço para divulgação e discussão de projetos e

atividades, propostas e ideias em andamento no âmbito dos diversos biomas

brasileiros. Conta, portanto com a participação de todos integrantes das RedesFito.

O Conselho Editorial da Ewe é composto pelos integrantes do Escritório de Gestão das

RedesFito, com a coordenação de Glauco Villas Bôas e terá como tarefa principal

estabelecer a pauta de cada edição. Participam do Conselho: Denise Monteiro, Patrícia

Teixeira, Rosane Abreu e Thiago Mendes.

Este primeiro número, em especial, relata estudo realizado por pesquisadores da

Universidade Rural Fluminense (UFRRJ) e Embrapa que comprova a eficácia na

utilização da planta Nim (Azadirachta indica) para o controle parasitário em bovinos de

produção leiteira em sistema orgânico.

Contamos com a colaboração de todos os participantes da RedesFito para a

construção dos próximos números e dinamização da revista Ewe.

EDITORIAL

3

Page 4: Revista Ewe Nº1

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE NIM (Azadirachta indica) NO CONTROLE PARASITÁRIO EM BOVINOS DE PRODUÇÃO LEITEIRA EM SISTEMA

ORGÂNICO

Os parasitos podem ser considerados um os

principais fatores responsáveis pela queda da

produtividade de bovinos. Entre eles os

considerados de maior importância são os

vermes, mosca-dos-chifres, carrapatos,

bernes e bicheiras. Os prejuízos causados

somente pelos principais ectoparasitos

(organismos que habitam a pele de outro

organismo, denominado hospedeiro) em

bovinos no Brasil podem chegar a dois

bilhões de dólares por ano, e atingem de

forma negativa a produção de leite, carne e o

custo com medicamentos.

Pesquisadores apontam, o parasitismo de

ruminantes como um dos principais entraves

à produção animal em pastagens em regiões

tropicais, subtropicais e também em zonas

temperadas, ocasionando efeitos prejudiciais

como crescimento retardado, perturbações

na fertilidade dos adultos, perdas de peso e

consequente diminuição da produção de

carne e leite.

Com base em estudos e estatísticas,

buscando uma solução, para dar fim aos

parasitas que fosse mesos agressiva ao

rebanho, os pesquisadores da UFRRJ

Claudia Bezerra da Silva, Guilherme

Rodrigues Brito, Argemiro Sanavria e o

pesquisador da EMBRAPA João Paulo

Gu imarães Soares , desenvo lveram

pesquisa sobre as propriedades medicinais

do Nim como solução do problema.

Estudo realizado por pesquisadores da Universidade Rural Fluminense (UFRRJ), já

pulicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária –EMBRAPA, comprova

a eficácia na utilização da planta Nim (Azadirachta indica) para o controle

parasitário em bovinos de produção leiteira em sistema orgânico.

Fruto do Nim

Flor do Nim

4

Page 5: Revista Ewe Nº1

O nim é uma planta que pertence à família Meliaceae. De origem asiática, pode também ser

encontrada na África e nas regiões áridas do subcontinente indiano. Atualmente vem sendo

usada como inseticida, adubo e na produção de madeira.

O nim

Os pesquisadores envolvidos no projeto realizaram três experimentos avaliando a atuação

do fitoterápico Azadirachta indica (nim) no sistema de produção orgânica da Fazendinha

Agroecológica, localizada em Seropédica-RJ, implantado pela parceria da Embrapa

Agrobiologia, Embrapa Solos, Colégio Técnico em Agropecuária Orgânica da Universidade

Rural - CTUR, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a PESAGRO-RIO. O

local reúne condições climáticas favoráveis à pesquisa, com clima tropical úmido,

precipitação anual de 1.200 mm, estação seca bem definida (junho a setembro), temperatura

média anual de 24,9oC e umidade relativa do ar de 89%.

Entre os parasitos encontrados no gado da região três tipos foram avaliados para o

estudo dos efeitos do nim

1 - Haematobia irritans

A popularmente conhecida como mosca-dos-chifres é originária da Europa e foi dos Estados

Unidos que se espalhou para outros países da América. Sua expansão está relacionada com

a movimentação de bovinos e veículos de transporte provenientes das regiões infestadas.

Esta mosca é um inseto que se alimenta exclusivamente de sangue e parasita o gado dia e

noite, abandonando-o apenas para desovar. O sangue é obtido através de inúmeras picadas

que provocam intensa dor no animal. Dependendo da quantidade de insetos ,o estresse

provocado no gado é muito grande.

5

Page 6: Revista Ewe Nº1

Os prejuízos provocados pela mosca estão

relacionados à transmissão de doenças e,

principalmente, ao estresse causado aos animais

que, na tentativa de se livrarem das moscas se

debatem muito, gastando energia, diminuindo o

tempo de pastejo e ingestão de água,

consequentemente perdem peso e produzem

menos leite.

2- Dermatobia hominis

No Brasil é conhecida como mosca do berne, um dos mais importantes ectoparasitos dos

animais domésticos. Esse tipo de mosca é encontradas em maior quantidade em regiões de

clima tropical e subtropical como os da região sudeste e na Bahia.

Quando se instalam na pele do hospedeiro, as larvas causam uma espécie de furúnculo,

caracterizado pela formação de nódulos subcutâneos , que podem provocar infecções

bacterianas e a formação de abscesso

Os animais mestiços, com variado grau de sangue europeu, são os hospedeiros

preferenciais do berne por apresentarem pelo e pele de mais fácil penetração e proteção

contra os raios solares, fatores que propiciam a multiplicação das larvas. As moscas atacam

com maior frequência a região dorso-lombar, garupa e costelas dos animais.

A presença de 20 a 40 larvas pode ocasionar um impacto negativo no potencial de ganho de

peso de até 14% dos rebanhos. Os prejuízos econômicos causados pelo berne na América

Latina têm sido estimados em, aproximadamente, 260 milhões de dólares por ano, como

resultado da diminuição na produção de leite, carne e desvalorização das peles.

No Brasil, por ano, sete milhões de peles de bovinos são declaradas de baixa qualidade

devido ao grande número de perfurações provocadas pelas larvas da mosca do berne.

Estragos causados na pele do animal

Mosca do berne

Larva da mosca

6

Page 7: Revista Ewe Nº1

3 - Rhipicephalus (Boophilus) microplus

O carrapato microplus é um ectoparasito que se alimenta exclusivamente de sangue e também

infesta rebanhos bovinos de regiões tropicais e subtropicais.No Brasil o carrapato apresenta

alta incidência de contaminação nos rebanhos. É um parasita que pode provocar grandes

prejuízos, pois causa perdas diretas e indiretas pela transmissão de doenças e pelo custo de

seu combate.

Os prejuízos são estimados em 2 bilhões de dólares ao ano. Dependendo da gravidade a

infestação provoca inapetência alimentar, infecções e a chamada tristeza parasitária bovina

(TPB) que também vai comprometer a produção de carne, de leite e queda na qualidade da

pele do animal, que será constatadas por ocasião do beneficiamento do couro.

Além dos danos diretos existem aqueles indiretos, que são resultantes dos custos da mão-de-

obra necessária para o controle da praga e as demais despesas com construções e

manutenção de banheiros, compra de equipamentos, aquisição de carrapaticidas, entre

outras.

Para controlar a população de carrapatos e consequentemente os prejuízos causados por

eles, é importante o estudo do ecossistema em que eles vivem e dos fatores que interferem na

sua sobrevivência: condições climáticas, manejo do rebanho, manejo do pasto e tipo de

vegetação. O mau manejo, associado ao uso indevido e exagerado de acaricidas, provoca a

resistência dos carrapatos às drogas disponíveis, contribuindo para o agravamento da

infestação.

7

Page 8: Revista Ewe Nº1

Utilização de Antiparas

Como forma de minimizar os prejuízos

causados pelos parasitas que atacam o gado,

pecuaristas brasileiros fazem uso, quase

exclusivo, de produtos químicos de síntese. O

tratamento químico convencionalmente

empregado é de alto custo, poluente para o

meio ambiente e não tem apresentado

melhorias significativas da produção animal.

O uso indiscriminado de inseticidas além de

concorrer para a contaminação ambiental,

propicia a presença de níveis intoleráveis de

resíduos no leite e na carne, que podem ser

considerados como uma barreira ao comércio

entre países. Estudos apontam os efeitos

secundários dos principais antiparasitários,

empregados rotineiramente, sobre a fauna e

sobre a degradação das fezes nas pastagens,

que têm importante atuação como controles

biológicos.

tários

A criação de novos agentes cada vez mais

tóxicos não garante o controle dos insetos.

Tal medida torna-se cada vez mais agressiva

ao homem e o ambiente. A urgência e a

necessidade de métodos mais seguros vêm

estimulando a busca de novos inseticidas a

partir de extratos vegetais.

A demanda crescente por alimentos de

origem orgânica exige a busca alternativa

pelo controle de parasitos que não agridam a

qualidade da carne e o meio ambiente. Os

bovinocultores enfrentam os desafios de:

controlar as enfermidades e parasitoses que

causam grandes prejuízos na bovinocultura

com menor custo, possuir um rebanho mais

resistente e trabalhar com menor risco de

contaminação ambiental.

.

8

Page 9: Revista Ewe Nº1

Estudos já realizados com o nim demonstraram bons resultados no combate à mosca dos

chifres , por possuir uma substância degenerativa para a larva da mosca e que é eliminada no

estrume do gado. Em estudo realizado com ácaros, o nim causou mortalidade em adultos e

ninfas do parasita causador da sarna e quando comparado com outros inseticidas químicos

como permetrina (5%), foi o que apresentou maior tempo letal no controle desses insetos.

O composto parece afetar importantes processos relacionados à maturação reprodutiva tanto

de machos, como de fêmeas, retardando o início do acasalamento e do período de postura.

A capacidade reprodutiva de várias espécies de insetos é afetada pela azadiractina, tanto em

tratamentos no estágio larval, como na fase adulta.

9

Page 10: Revista Ewe Nº1

Muitos compostos já foram isolados da árvore do nim, dos quais se destacam: salanina,

azadiractina, 14-epoxiazadiradiona, meliantrol, melianona, gedunina, nimbina, nimbinem,

deacetilsalanina, azadiractol, azadirona, vilosina, meliacarpina. Destes, o limonóide ou

tetranotriterpenóide azadiractina é considerado o princípio ativo mais potente.

Não há registro de toxicidade da planta para humanos. Na África e no Caribe, as pessoas,

principalmente as crianças, comem frutos maduros de nim. Na Índia, extratos de folhas são

utilizados no preparo de chá há muito tempo e as folhas são consumidas como alimento pelo

homem e por animais. Informações sobre a toxicidade da planta, em especial da

azadiractina, podem ser obtidas através de estudos para registro de produtos comerciais,

que apresentaram baixa toxicidade em animais quando utilizado por via oral e dermal .

Plantas com atividade inseticida, como o nim, causam diversos efeitos sobre os insetos,

como repelência, inibição da ovoposição e da alimentação e alterações no sistema hormonal,

causando distúrbios no desenvolvimento, deformações, infertilidade e mortalidade nas

diversas fases.

A utilização de doses subletais causa redução das populações a longo prazo e necessita de

menores quantidades de produtos. As doses letais muitas vezes tornam sua utilização

inviável pela grande quantidade necessária. A azadiractina atua no modo dose-dependente,

com sensibilidade do inseto à ação antialimentar. Quanto maior for a dose empregada a

mortalidade aumenta e ocorre mais rapidamente.

Essa substância tira o sabor dos alimentos para os insetos, atuando nas células que causam

comportamento antagônico a alimentação. Prejudica também, a utilização dos alimentos

ingeridos, reduzindo a eficiência de conversão alimentar.Ainda, pode afetar diretamente, as

células dos músculos do canal alimentar, diminuindo a frequência de contrações e

aumentando a flacidez muscular.

A atividade da azadiractina como reguladora do crescimento foi

demonstrada em uma variedade de insetos, e está mais relacionada com

sua interferência no sistema neuroendócrino. Os hormônios do

crescimento e o hormônio juvenil, são alterados através da interferência na

síntese e liberação, afetando especialmente larvas e ninfas de insetos, que

Caracterização e estudos sobre a utilização de Nim (Azadirachta indica)

10

Page 11: Revista Ewe Nº1

Pesquisadores envolvidos no estudo

(UFRRJ- EMBRAPA) realizaram três

experimentos avaliando a atuação do

fitoterápico no sistema de produção orgânica

da Fazend inha Agroeco lóg i ca em

Seropédica-RJ. O clima da região é tropical

úmido ideal para as pesquisas.

No primeiro experimento foram utilizadas 35

novilhas de aptidão leiteira com grave

infestação natural de H. irritans, para o

controle desta mosca foi realizada a

aplicação tópica de Óleo de nim a 1%

(Azadirachta indica) por borrifação, efetuado

nos meses de maio e julho.

O número de moscas sobre os animais foi

registrado visualmente antes da aplicação

do produtodo.

e a intervalos semanais através do

mapeamento individual, permitindo calcular

as médias mensais.

Cada animal foi imobilizado para contagem do

número de moscas. Visando padronização,

as contagens foram realizadas durante as

manhãs, aproximadamente no mesmo

horário.

A ef icácia do produto fo i aval iada

comparando-se as populações de moscas

nos animais antes e após o tratamento. O

estudo foi conduzido em sete meses e após o

tratamento as infestações médias eram

inferiores a 46,06 moscas por animal, o que

comprova a redução do parasitismo com o

tratamento dos animais.

Avaliação do Nim em sistema orgânico de produção de leite

11

Page 12: Revista Ewe Nº1

No segundo experimento, realizado no mês de julho, os pesquisadores utilizaram 30 bovinos

girolandos de ambos os sexos e de diferentes faixas etárias. No dia anterior ao tratamento, foi

contabilizado o número total de fêmeas infestadas pelo Rhipicephalus (Boophilus) microplus.

O grau de infestação pelos estágios deste carrapato (larvas e ninfas) foi classificado e os

respectivos valores correspondentes a cada um dos graus de infestação registrados para

análise estatística. Também ficaram registrados o número médio de moscas Haematobia

irritans e larvas vivas da mosca do berne Dermatobia hominis em cada animal. Os animais

foram pulverizados individualmente com aproximadamente quatro litros da solução do óleo de

nim a 1% .

Pulverização com extrato oleoso de nim a 1% em bovinos da Fazendinha Agroecológica Km-47,

Seropédica-RJ.

No sétimo e no décimo quarto dias após o tratamento foram realizadas novas contagens

dos ectoparasitos. As contagens foram feitas durante as manhãs, aproximadamente no

mesmo horário. A eficácia do extrato oleoso de nim a 1% foi calculada para o sétimo e 14°

dias após o tratamento.

12

Page 13: Revista Ewe Nº1

No terceiro experimento foi avaliada da eficácia do controle de H. irritans no período

compreendido entre abril e junho. Com objetivos de verificar a parasitose por H.

irritans e de avaliar a eficácia do método de controle dirigido a 35 bovinos leiteiros

naturalmente infestados, as observações do número de moscas foram registradas a

cada quatorze dias, através do mapeamento individual.

Cada animal foi imobilizado para a contagem do número de moscas. No período

estudado os animais receberam dois tratamentos através de banho por borrifação de

solução emulsionável de óleo de Nim, com o objetivo de obter a dose terapêutica

necessária no controle da mosca-dos-chifres. Para o primeiro tratamento utilizou-se

nim 1% e para o segundo adotou-se a concentração de 2%. A eficácia do produto foi

avaliada comparando-se as populações de moscas nos animais antes e após o

tratamento.

Os três experimentos foram conduzidos correlacionando-se o índice parasitário com

dados climáticos da região e apresentaram resultados positivos na utilização do nim

para o controle dos parasitários e o consequente aumento da produção de leite na

Fazendinha

Page 14: Revista Ewe Nº1

ARTIGO

A participação das REDESFITO no edital 01 do MS

No dia 27 de abril de 2012 o Ministério da Saúde (MS), por intermédio da Secretaria de

Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), publicou em Diário Oficial da União o

“Edital Nº 1, de 26 de abril de 2012” intitulado “Seleção de Propostas de Arranjos

Produtivos Locais no Âmbito do SUS, conforme a Política e o Programa Nacional de

Plantas Medicinais e Fitoterápicos”. Tal publicação apresentou-se, ao menos de início,

como um grande avanço político no desenvolvimento de ações que busquem o

fortalecimento da fitoterapia no Brasil.

Apesar de alguns questionamentos práticos e teóricos ao edital, as redes enxergaram no

mesmo uma oportunidade impar para dar início às ações práticas sobre aquilo que já vinha

sendo discutido ao longo dos últimos cinco anos no âmbito das REDESFITO. Nesse

sentido, o Escritório de Gestão das REDESFITO entrou em contato com diversos

membros das redes, com o objetivo de identificar aqueles arranjos que possuíam projetos

em potencial para submissão ao Edital. Inicialmente, foram contatados membros de 14

arranjos, dos quais 10 resolveram “colocar a mão na massa” a fim de articular seus

parceiros, entrar em contato com as Secretarias Estaduais e/ou Municipais de Saúde,

alinhavar os projetos, escrevê-los e, finalmente, submetê-los dentro do prazo.

Ao longo desse processo, o Escritório de Gestão das REDESFITO esteve à disposição

daqueles que nos procuravam para, dentro do possível, dar a assessoria necessária para

o desenvolvimento das discussões, elaboração dos projetos e submissão ao edital. Assim,

estivemos caminhando juntos, com toda a dedicação possível, uma vez que entendemos

que cada projeto significa uma oportunidade única em cada contexto podendo representar

o fortalecimento sócio-econômico de algumas regiões, possibilitando oportunidades para

diversas famílias, e de laboratórios que por muito tempo estiveram com suas atividades

aquém da sua capacidade. Tais projetos podem significar, ainda, a abertura de novas

possibilidades de acesso da população a medicamentos seguros que trazem consigo uma

tecnologia que pode ser desenvolvida com base na associação entre desenvolvimento

sócio-econômico e sustentabilidade ambiental.

14

Page 15: Revista Ewe Nº1

Infelizmente, devido ao pouco tempo disponível para discussões mais aprofundadas sobre os

projetos, alguns companheiros não puderam dar continuidade aos trabalhos voltados ao

Edital, sendo obrigados a parar suas ações nas mais diversas etapas dessa caminhada. Por

outro lado, juntos, conseguimos submeter propostas voltadas para 6 APLs, das quais 3 foram

aprovadas. A nosso ver, essa foi uma trajetória vitoriosa em todos os sentidos, pois, se por um

lado alguns projetos não foram submetidos ou aprovados, por outro o processo reanimou os

parceiros das Redes apresentando um novo horizonte de ações possíveis.

Além do papel relevante nas articulações entre os parceiros através das REDESFITO, o

Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde (NGBS/Farmanguinhos/Fiocruz), através da

Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos (PAF), participará de diversos projetos

aprovados, dando suporte à produção agrícola com base em modelos agroecológicos, e

realizando o georreferenciamento e as análises química, botânica e genética de espécies

selecionadas.

Assim, os membros do Escritório de Gestão das REDESFITO gostariam de agradecer a todos

aqueles que de alguma forma estiveram conosco nessa caminhada. Dentre estes,

gostaríamos destacar os parceiros do Pontal do Paranapanema (SP), de Itapeva (SP), de

Itaberá (SP), de Betim (MG), do Rio de Janeiro (RedeFito – RJ), de Pouso Alegre (MG), de

Itajubá (MG), do Profito (RJ), de Manaus (AM), do Acre, de Petrópolis (RJ) e de Volta Redonda

(RJ) pelo enorme esforço ao longo desse processo. Lembrando que a caminhada deve

continuar tanto nos APLs com propostas aprovadas, quanto nos demais, uma vez que todos

demonstraram enorme potencial de articulação e comprometimento com as ações focadas no

fortalecimento da fitoterapia no Brasil.

Agradecemos, também, ao Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos

Estratégicos (DAF/MS) pela iniciativa do edital, destacando que enorme importância da

continuidade de ações como essa por parte dos diversos Ministérios e Secretarias de governo.

Cordialmente

Thiago Monteiro Mendes

Gerente do Escritório de Gestão das REDESFITO

15

Page 16: Revista Ewe Nº1

Redes de Inovação em Medicamentos daBiodiversidade (REDESFITO)

Avenida Comandante Guaranys, 447 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - Brasil

[email protected]