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Esta revista é copyleft. A venda desta é proibida. Passe adiante, mas informe a fonte. Economia, como funciona? Cursos gratuitos na web! Artes: poesias, prosas, novela e mais! Entrevista: vereador Marcelo Ramos Leve essa ideia adiante! Informais REFORMA O problema do déficit habitacional POLÍTICA

Revista Informais Segunda Edição

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A Revista Informais é produzida pelo Grupo Informais, que tem como objetivo a troca, debate e divulgação de idéias e informações de forma ponderada e com responsabilidade social.

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Esta revista é copyleft. A venda desta é proibida. Passe adiante, mas informe a fonte.

Economia, como funciona?Cursos gratuitos na web!

Artes: poesias, prosas, novela e mais!Entrevista: vereador Marcelo Ramos

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REFORMA

O problema do déficit habitacional

POLÍTICA

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Revista Informais - Ano 1 -

Diagramação e edição por Jacob da Silva Reis www.twitter.com/jacobdasilvaIlustração da capa por Bruno http://bruno.saggese.comIlustração da revista por Rodrigo Chica www.rodrigoeclipse.blogspot.com

2009

Sumário

Editorial.....................................................................................................................01Informais Inside.......................................................................................................02Entrevista..................................................................................................................04Artigo - É proibido fumar.....................................................................................10Artigo - Sobreviventes do dia-a-dia....................................................................13Poesias.......................................................................................................................16Prosa..........................................................................................................................19Fotografia..................................................................................................................20Novela.......................................................................................................................21Economia: como funciona.....................................................................................27O problema do déficit habitacional....................................................................30Cultura......................................................................................................................38Novas idéias.............................................................................................................42Reforma Política......................................................................................................44Pronunciamentos....................................................................................................46Cursos Gratuitos na Internet..............................................................................49

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A Revista Informais tem o apoio e contribuição do Projeto 8, que é um grupo voltado especialmente para a arte. Vale a pena conhecer mais pelos sites: www.projeto8.com http://projeto8.wordpress.com

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Revista Informais - Ano 1 - Segunda Edição 2009

Editorial

Caros leitores, Primeiramente gostaria de agradecer a todos pelo apoio, direta e indiretamente, à Revista Informais e pelo prestígio que nos foi dado na primeira edição, o que nos incentiva a continuar com este projeto, que visa promover a informação de forma participativa e democrática. Esta segunda edição demorou um pouco para sair, isto porque conseguimos novas parcerias e tivemos problemas técnicos. Além disso tudo, quisemos esperar o Fórum Social Mundial, onde estaremos distribuindo 100 cds gratuitamente com duas edições da Revista Informais e mais alguns extras. Novas parcerias foram firmadas, tal como o Projeto 8, cujos os quais poderão conhecer aos poucos nesta e outras edições. Ou podem acessar o site:www.projeto8.com. É certamente uma grande parceria que irá contribuir para que alcancemos o objetivo desta revista. Temos também novos colaboradores escrevendo para a revista.

Infelizmente nem sempre dá para fazer do jeito que planejamos por conta de uma série de dificuldade, mas é importante continuarmos insistindo, fazermos o que der, enquanto der. E faremos isto enquanto pudermos.

A Revista Informais ainda tem muito o que crescer. Acredite nisso e leve essa idéia adiante.

Boa leitura!

Jacob da Silva Reis

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Informais Inside

Informais no Fórum Social Mundial

Seja um multiplicador “informal”

Faça parte da equipe Informais

Durante o Fórum Social Mundial que ocorrerá no Rio Grande do Sul do dia 25 até o dia 29 serão distribuidos cds contendo a Revista Informais, entre outros materiais, gratuitamente. Serão ao todo de 100 cds. Além disso, iremos fazer a cobertura do evento, incluindo entrevistas. A mesma fará parte da próxima edição da Informais.

Passe a idéia adiante fazendo cópias do cd que recebeu, se todos fizerem isto para pelo menos para 3 pessoas teremos mais 300 leitores. Então, se você gostou da idéia e quer contribuir, aí está um bom modo.

Envie um e-mail para [email protected] e nos informe como deseja contribuir. A seguir você pode visualizar os modos de como pode contribuir:

- Escrevendo matérias ou artigos. Para isto não exigimos que seja formado na área de jornalismo, apenas que não falte com a verdade e seja ponderável. - Fazendo a diagramação e design. - Fazendo as ilustrações. - Distribuindo a revista, sendo um “ multiplicador informal”. - Doando cds. Para fazer a doação, envie um e-mail para saber como proceder.

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Informais Inside

Projetos Informais

Como funcionará?

Quer contribuir?

O Grupo Informais possui uma série de projetos para serem implementados, porém, hoje, somente a Revista Informais encontra-se ativa. Para que outros projetos passem a ser postos em prática precisamos de mais membros que tenham interesse nos mesmos. A partir desta edição iremos mostrar a cada edição, com detalhes, os projetos que desejamos colocar em prática assim que for posssível.

A TV Informais funcionará como uma webtv, tal como funciona a TV UOL. É uma consequencia natural da Revista Informais, sendo que a mesma continuará a existir. Sendo assim, manteremos a mesma postura que temos na revista.

Teremos vídeos sendo enviados de vários locais do país e uma equipe de editores irá colocá-los no ar já com o simbolo da Informais nos vídeos e de comentaristas do grupo acerca do tema do vídeo. Devido à enorme dificuldade, não teremos, à priori, uma programação 24horas. Inicialmente pretendemos fazer edições mensais ou a cada bimestre. Isso dependerá do número de membro que tivermos trabalhando nisso e de suas disponibilidades.

Como disse, o projeto ainda não está no ar, precisamos de membros interessados em levar esta idéia adiante. Se você gostou da idéia e tem esse desejo, entre em contato pelo nosso email: [email protected].

Na próxima edição mostraremos a Rádio Informais e como pretendemos implementá-la.

TV Informais

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Entrevista

Vereador Marcelo Ramos

Marcelo Ramos:

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Marcelo Ramos:

Marcelo Ramos é vereador pelo município de Manaus e é um dos membros de oposição mais ativo da Câmara Municipal. Em 2010 pretende se eleger candidato estadual. Tem como destaque sua aproximação com a população de Manaus, utilizando-se de ferramentas de comunicação proporcionadas pela internet, tal como twitter e formspring. Além da entrevista, ainda fizemos sugestões. Leia abaixoo resultado da entrevista concedida a Revista Informais por meio do formspring do vereador.

o que lhe causou mais indignação na gestão do Amazonino Mendes(prefeito de Manaus) em 2009? O que fizeste a respeito?

A tentativa de licitar graciosamente um software de 17 milhões para a Semef. Ajuzei uma Ação Popular e consegui uma liminar que suspendeu a compra.

qual sua opinião sobre os "irmãos coragem"(Wallace Souza - ex deputado estadual- e Carlos Souza-vice-prefeito), sendo que um deles ainda é vice-prefeito da cidade? O que achas do TRE-AM? Como evitar que injustiças sejam feitas pelos mesmos?

Na minha opinião são bandidos piores que os que eles prendiam, mas merecem o direito ao contraditória e à ampla defesa que sempre negaram aos outros, porque, diferente deles, nós respeitamos a lei e somo movidos por sentimento de Justiça e não de vingança.

O que achas da idéia de fazer algo como o "aprovar", só que ensinando direitos básicos, cidadania, responsabilidade ambiental e outros ensinamentos básicos para nossa sociedade na TV Câmara e internet? Com Cd e apostilas nas escolas públicas.

Acho muito boa idéia. Se for para a Assembléia, farei a proposta.

Revista Informais:

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Entrevista

Vereador Marcelo Ramos

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Na sua visão, a mídia local tem desempenhado bem seu papel? Se não, o que falta? Qual se destaca e qual está devendo na sua opinião? Por que?

Acho que a imprensa local desempenha um bom papel, principalmente, movida pelo esforço de uma nova geração de jornalistas comprometidos com os bons valores que devem orientar a notícia. Claro que, muitas vezes, os interesses econômicos e a dependência da maioria dos veículos de comunicação de recursos públicos, vez por outra distorce a notícia. Não tem como não ver que o Diário do Amazonas e o Dez Minutos têm se destacado na independência.

Quanto a reforma eleitoral, o que o concorda, o que o discorda e o que acha que ficou faltando?

Não concordo com a necessidade do que chamam de Reforma Eleitoral. Nosso modelo de democracia é fruto da experiência e da formação política, econômica, social e cultural do nosso povo. Os ajustes devem ser feitos, mas não para copiar modelos estrangeiros. Para nós serve o novo modelo. Acho que devemos aperfeiçoar os mecanismos de fiscalização das eleições, acabar com a figura do senador suplente, acabar com a reeleição para cargos majoritários. Não é a mudança do modelo que vai melhorar nossa democracia. Sou contra a Reforma.

que achas do Recall? És favor? Por que? Consegue imaginar o resultado de um recall para a prefeitura de Manaus no meio desse ano? Qual?

Acho que o povo escolheu o Governante para um mandato de 4 anos e tem que esperar os 4 anos para julgar o cumprimento ou não das promessas. Cabe a oposição fiscalizar e exigir o cumprimentos do prometido na campanha. Portanto, salvo questões éticas, morais e legais, penso que o eleito deve concluir o seu mandato. Tenho dúvidas se Amazonino passaria por um Recall.

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Entrevista

Vereador Marcelo Ramos

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Revista Informais: Q

ual sua principal fonte de informação? O senhor lê alguma revista de atualidade? Qual? Algum site?

Leio jonais e sites diariamente. Desisti das revistas como Veja, Istoé e Época porque suas linhas editoriais são vergonhosamente comprometidas com as forças do atraso.

como avalia o trabalho dos representantes amazonenses na Câmara Federal e Senado? Quem ali o senhor considera fazendo um bom trabalho e quem está devendo? by jacobdasilvarei

Acho que nossos parlamentares desenvolvem um bom trabalho, dentro das limitações de uma bancada de apenas 8 deputados em 513. Gosto da atuação do Marcelo Serafim, deputado jovem, ativo, vigilantes dos interesses da região. A deputada Rebeca Garcia tem destaque importante nas questões ambientais. Acho que o Praciano se apagou bastante na Câmara Federal, mas tem o valor de ser um bom fiscal. E, a despeito dos meus desentendimentos pessoais, reconheço o valor do mandato da Deputada Vanessa. Quanto ao Senado, apesar de ter profundas diferenças ideológicas com ele, vejo muito valor no mandato do Senador Arthur Virgílio que se tornou um amazonense importante para o Brasil.

que acha da idéia das sub-prefeituras em Manaus?

Penso que as sub-prefeituras poderiam acarretar custos desnecessários para a máquina público. Seria melhor e mais barata criar estruturas admiistrativas conjuntas das Secretarias ligadas aos serviços básicos da população (obras, educação, saúde, por exemplo), sem o estatus de sub-prefeituras, mas com estrutura e autonomia para agir nos problemas imediatos daquela comunidade.

ual sua opinião sobre aqueles "políticos" que usam da religião para obter votos e ao serem eleitos se baseiam somente em sua fé para decidirem algo em prol do coletivo, sendo que o mesmo possui ateus, agnósticos e toda uma pluralidade?

É legítimo que nas casas legislativas existam representações de segmentos reliogos porque eles são parcelas da sociedade. O que discodo é da pressão e manipulação dos fiéis e da forma como alguns desses parlamentares atuam, muitas vezes, colocando os interesses da sua Igreja acima dos insteresses da população que ele representa.

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Entrevista

Vereador Marcelo Ramos

Marcelo Ramos:

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penso que toda a população deveria ter acesso ao aprendizado dos direitos básicos, tal como direito constitucional, civil e eleitoral. Infelizmente o Governo não oferece isso. O senhor está de acordo comigo? Se sim, como dar esse acesso?

Acho que poderiam até ter noções nos itens relacionados a cidadania e direitos humanos. Mas não é só o direito que transforma a vida a e a cidania das pessoas, acima dele está conhecer a história de lutas, vitórias e sacrifícios do seu povo.

O que o senhor escreveria no cartaz da passeata do Fórum Social Mundial?

"Fora Amazonino!" e outro "Corrupção traz fome e miséria para o povo!»

na sua visão, como um cidadão deve fazer o acompanhamento e cobrança política? Como o senhor fazia na época em que não tinha de fato entrado na política? A partir de quantos anos você entrou na política?

Fiscalizando, participando de manifestações, filando a um partido, participando da associação de moradores, do grêmio do movimento estudantil, lendo para estar informado dos acontecimentos da vida do povo. Era assim que eu fazia antes de ser vereador. Comecei minha militância política em 1991, com 17 anos, quando foi Presidente do Grêmio da minha escola, mas só me filiei a um partido (PCdoB) em 1993, quando era Presidente do Centro Acadêmico de Direito da UFAM.

que você acha da idéia do Movimento Voto Consciente de mudar o horário do poder legislativo para o periodo da noite, horário este que grande parcela da população está em sua residência?

Sou a favor de tudo que dê transparência aos atos do Poder Legislativo. Enquanto isso não ocorre poderiam reprisar as sessões a noite. Mas para democratizar mais ainda as TV´s Legislativas precisam ir para canais abertos.

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Entrevista

Vereador Marcelo Ramos

Marcelo Ramos:

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temos ciência de como Manaus se encontra no quesito consciência ambiental.Considero um absurdo a situação que se passa e a falta de educação da população de Manaus, que joga lixo nas ruas, igarapés, etc. Na sua visão, como resolver isso?

O Poder Público tem que fazer a sua parte colocando mais lixeiras nas ruas, estimulando programas de coleta seletiva e reciclagem e realizando campanhas educativas. Depois, cada um de nós precisa ter consciência de que o lixo jogado nas ruas e igarapés se volta contra nós mesmos. O Poder Público precisa também estimular, por exemplo, oferecendo desconto no IPTU tem troca de lixo reciclável. Mas, infelizmentem, faz o contrário cria uma taxa por lixo produzido o que estimula as pessoas a enterrar, queimar ou jogar seu lixo pra fugir do imposto.

Outra sugestão: montar um programa Câmara Ligada em Manaus, tal como tem na TV Câmara Federal.Penso que seria uma ótima ferramenta de educação política, além de incentivar a participação. Espero que leve essa idéia adiante.

Levarei a sua sugestão.

A entrevista foi realizada por meio do formspring do vereador Marcelo Ramos, caso tenham interesse em fazer alguma pergunta ao mesmo acesse: www.formspring.me/marceloram. Se você tiver alguma sugestão de alguém para a Revista Informais entrevistar, entre em contato conosco pelo email: [email protected]. Ao indicar a pessoa, informe como podemos entrar em contato com a mesma.

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Artigos

+ É proibido fumar - Aléssio+ Sobreviventes do dia-a-dia - Robson

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Artigo

É proibido fumarpor Alessio Iannone Esteves - www.oprotagonista.com

“Fumar agora só lá fora.”- Jingle da propaganda de divulgação da lei Antifumo

“A única coisa pior que um não-fumante é um ex-fumante.”- Algum fumante anônimo

De acordo com Lei 13.541 de 07 de maio de 2009, é totalmente proibido fumar em qualquer ambiente fechado, seja ele privado ou público. Não só não se pode mais fumar em prédios, bares ou baladas, como também estão proibidos os “fumódromos”. Todos aplaudiram esta bela iniciativa do governador do estado de São Paulo José Serra (PSDB) e que contou com o apoio massivo do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEM) e outros políticos da base aliada estadual.

Na esteira do estabelecimento da nova lei choveram dados estatísticos sobre os males do fumo ativo e passivo, assim como pesquisas de opinião mostrando o grande apoio da população em geral à restrição do fumo. E não podemos esquecer também que diversas celebridades manifestaram sua opinião favorável. Tudo muito lindo e maravilhoso.

Não vou discutir aqui se o cigarro faz mal ou não. Não vou discutir aqui se essa nova lei fez o numero de ataques cardíacos diminuir ou não. Não vou discutir aqui se os bares e baladas estão amargando prejuízos com a lei ou não. Todos esses dados estão disponíveis na Internet e são facilmente acessíveis. O que vou questionar aqui é o que levou essa lei a ser criada e que essa “preocupação com a saúde da população” é motivada muito mais pela propaganda política que tudo isso gerou do que com a questão da Saúde Pública.

É preciso ter claro desde já que ano que vem é ano eleitoral. E é eleição para presidente da república, governador, senador, deputado estadual e deputado federal. A prévia dessa disputa foi feita nas eleições municipais e o PSDB saiu ganhando, em especial a ala do partido que apóia a candidatura de José Serra.

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Artigo

É proibido fumar

Vale lembrar que José Serra foi ministro da saúde durante a era FHC e não cansa de nos lembrar disso. Foi o “homem dos remédios genéricos” e “lutou” contra as grandes empresas farmacêuticas norte-americanas pela quebra de patente dos remédios que compõem o coquetel para portadores de HIV. Todas medidas muito lindas e que geram ótimas propagandas institucionais. Essas realizações foram importantes? Foram. Mas você lembra algo mais que Serra fez de lá pra cá? E esse de “lá pra cá” já faz mais de 8 anos. Complicado isso, não é? E agora nosso “homem da saúde pública” vai poder acrescentar na sua campanha o título de homem que “proibiu” o fumo em lugares públicos em São Paulo.

Essa lei vai pegar? Cinco meses depois da sua criação/implantação, está mais que claro que essa lei pegou. Mas porque subitamente todo mundo tomou consciência dos malefícios do fumo? Não. Pegou porque foi muito bem elaborada.

Ao contrário da Lei Seca, que depende de efetivo policial para a fiscalização, a Lei Antifumo terceirizou a fiscalização para os donos de estabelecimentos, que temendo as multas e sanções legais cumpriu tudo como manda o figurino. Caso um estabelecimento seja denunciado, recebe uma multa de R$750,00. Em uma segunda denúncia essa multa praticamente dobra e se houver uma terceira o estabelecimento é fechado por 30 dias. Você dono de bar ou balada vai querer arriscar? Claro que não. Então para que contratar gente do governo se os donos dos estabelecimentos fazem a fiscalização de graça?

E todo mundo aplaudiu a lei e suas propagandas, mas você sabia que o cartaz OBRIGATÓRIO da nova lei teve que ser impresso/comprado pelos próprios donos de estabelecimentos? Você também sabia que TODO estabelecimento é OBRIGADO ter o formulário de denúncia? Caso você peça esse formulário e eles não esteja disponível no local, mais multa. E claro que o modelo do formulário se encontra disponível no Portal da Lei Antifumo pra você baixar e imprimir.

Assim é fácil qualquer lei pegar. O governo obteve fiscalização e divulgação a custo zero e ainda leva o dinheiro das multas. E ainda somos obrigados e ler e ouvir por aí: “Governo de São Paulo: trabalhando por você.”. Nesse caso o slogan deveria mudar para “Governo de São Paulo: fazendo mais uma vez você trabalhar para ele.”. E antes que você me pergunte, não há dados seguros que dinheiro o arrecadado com as multas esteja sendo encaminhado para a verba da saúde pública.

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Artigo

É proibido fumar

Mas a questão mais grave nem é essa. Afinal, se o cigarro faz assim tão mal a ponto de uma lei desse tipo ser criada, por que não proibi-lo de vez? Porque 76,5% do preço do cigarro é imposto. Isso mesmo, IMPOSTO. É dito que essa taxação absurda é uma medida para desestimular o consumo. Pergunte a algum fumante se ele deixou de fumar por causa do preço e você comprovará que isso é mentira. Se nossas autoridades fossem REALMENTE preocupadas com nossa saúde, teriam proibido de vez o cigarro, mas é muito mais interessante lucrar com o vício alheio, não?

Eu já era um fumante consciente desde antes dessa lei aparecer e no final nem a acho tão ruim assim. Grande parte da culpa de uma conjuntura que permitiu que essa lei fosse criada é dos próprios fumantes. Mas devemos ter em mente quais são os reais interesses marqueteiros e econômicos que levaram José Serra e sua trupe a criar essa lei e não só levar isso em conta na eleição presidencial, mas também em futuras medidas que ele tomará caso venha a se eleger.

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ArtigoSobreviventes do dia-a-dia

Depois de uma andança de ônibus de nossa casa para o centro da cidade – ou para qualquer outro lugar –, a pé no lugar de destino e novamente de coletivo na volta, costumo sentir que fui um sobrevivente do dia, porque não fui visado por bandidos, não tive meus objetos roubados nem minha vida ou integridade física ameaçada. É um alívio estar dentro de casa depois de um dia em que eu poderia ter sido vitimado por alguma violência. Assim é em todos os dias em que saio de casa para algum lugar aonde não posso ir a pé. Sair do lar para trabalhar, estudar, consultar um/a médico/a, divertir-se... é invariavelmente perigoso. Quando voltamos, nos sentimos aliviados/as por estarmos sã(o)s e salvos/as. Chegar em casa ileso/a e com nada roubado é visto como uma vitória em vez de como algo totalmente normal. Mesmo quem não leva bolsa e quase nada carrega no bolso fora um documento de identidade e um dinheirinho da passagem volta suspirando um ufa por não ter sofrido o traumatizante terror psicológico da ameaça armada. Estresse pós-traumático leve? Poderia até ser – embora eu duvide, uma vez que não tenho pavor de sair de casa e “desbravar” minha cidade –, mas eu e milhões de outras pessoas no Brasil não sentiríamos esse temor se não estivéssemos num país de cidades tão violentas, nas quais reina inquestionavelmente a desigualdade social extrema que condena jovens à socialização para o crime e onde a polícia existe mas é incapaz, mesmo quando numerosa, de estabelecer uma onipresença nas ruas. Aqui o trauma de “receber” um meliante que aponta uma faca, canivete ou revólver para nós querendo tudo o que carregamos de valor não se dissipa totalmente, mas perpetua-se. Mesmo se nós nos mudamos para uma outra cidade urbanamente avantajada, não há garantia alguma de ser substancialmente mais difícil sermos abordados/as por criminosos na rua, porque todas elas estão infestadas com a pobreza e a criminalidade. Estamos nos aproximando da universalização do perigo de andar até mesmo pelo próprio bairro que habitamos – o qual já domina diversos pedaços das grandes cidades brasileiras. Daqui a pouco, até ir à mercearia da esquina será motivo de nos considerarmos vitoriosos, sobreviventes, porque conseguimos atravessar a rua e fizemos nossa comprinha sem termos sido aterrorizados/as por violentos ladrões.

por Robson Fernando - www.conscienciaefervescente.blogspot.com

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Artigo

Sobreviventes do dia-a-dia

E não adianta a secretaria de segurança de nosso estado dizer que “os homicídios diminuíram 18%” ou “os assaltos caíram 8% no último mês”. Isso não basta. Para que deixemos de sentir diariamente como se estivéssemos sobrevivendo em vez de vivendo depois de um dia fora de casa, os índices de violência teriam que diminuir no mínimo dos mínimos 90%, uma vez que hoje são altíssimos. Só uma grande diminuição torna nossas cidades minimamente protegidas. Também não basta encher a rua de polícia anunciando que foram efetivados 5 mil guardas, uma vez que ela jamais terá o poder da onipresença nem atenderá instantaneamente ao 190. Precisa-se sim mudar as condições em que as pessoas são socializadas: da falta de lazer decente, emprego rentável e educação cidadã e qualificada nas comunidades pobres até a perpetuação dos valores sociais que exaltam perversões como o consumo imoderado de bebidas alcoólicas, comportamentos violentos e a competição capitalista que ofusca o valor da vida e da honestidade. E, claro, nós como povo cobrarmos essas mudanças persistentemente. Só se houver esses ajustes, tão necessários hoje, poderemos deixar de ver a saída de casa ao trabalho ou estudo como um perigo do qual podemos (ou não) sobreviver, mas sim como algo realmente corriqueiro e que não nos inspira temor nem nos é uma ameaça.

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Arte

+ Poesia+ Prosa+ Fotografia+ Novela

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PoesiasInformaisPor Renato Galdino

Não foi pelo ar que se ouviu O grito de guerra deste grupoEmbarcando numa Odisséia.Nem pelo mar o canto,Conquistando bestas marinhasPara dar certo testemunhoDe ares novosQue urgem na nova era.Nós, não fazemos parte do censoPioneirismo insurrecto, dizem.Expurgando a hipocrisiaA maneira de bestas feras,Apelando para o bom-senso.A não abster-se em estatísticas A por abaixo anaisDo falatório que enreda As manchetes policiais;Afim de propagar a boa novaQue a união fez a forçaQue comentar sobre o AmorÉ Amor ainda a multiplicar-seComo qualquer bom sentimentoUnidos em fraternidadeSutis a colaborarPor um mundo que se edifica - Regenerado -Cultivado neste presente- Informalmente -Por Informais.

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PoesiasQUANDO PADECE A MENTE…Por Taciane Sandri Anhaia. Na inquietude dos estrondosE devassos massacresUm trevo lhe serviu de auraE o fugaz de seus tremores,O serviu de vagas… Vagas, á caminhar comopreenchidas em sua mente.Que não lhes diziam nada.Nem passado, nem futuronem presente.Acumulou-se tantoQue o tanto, exprimido,virou nada. Quando o trevo carregava…Sua face era repleta deExpressões.Tal objeto, causaria a causa…De preencher-se de ilusões. Quando perdeste, o amuleto.Outro lado foi revelado.Não morreste em meioAs guerras.Mas na branquidãode um espaço…A sua mente!

O poema da MadáPor Dani/Dekha -versosdesconexos.blogspot.com Madá está preocupadaEsqueceu as crianças na salaCorre Madá, correCorre e procure um caminhopara iluminar o teu serencontre um caminhopara acabar com a inquietude dos seus diasProcure um bom remédio para acabar de vez com suas dores e feridas,mas não corra muito!Você pode tropeçarCairSe ferir maisDescanse um pouco,tome muita água,recupere seu fôlego,pois você ainda tem muito o que caminharSó não descanse muito!Você vai perder muito tempo se tiver preguiça de viverAnde Madá, não fique paradaAnde, porque há muito caminhoE para cada caminhoum tipo diferente de espinhoE não tente se desviar de todosÉ sempre bom se ferir em algumpara adquirir resistência para os próximosSó não deixe escapar do seu objetivo principalVocê esqueceu as crianças na sala!

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PoesiasO que souPor Jacob da Silva Reis

Nada mais que um sim e um nãoum pulsar no meio da multidãoum lugar onde os anjos choramonde os demônios se isolam

Eu queria ser mais um ladrãoalguém que nunca faça nada em vãocom paciência para planejare com frieza para executar

Quero fazer tudoquero descansarquero ir alémquero o meu lar....

Sonhos são planos...são passagens para eu viajaré o romance que sempre quis provaré a estrela que eu quero conquistar

Flores crescem no jardimmas meus sonhos crescem junto ao martudo que você não viueu quero te mostrar

EstranhoPor Jacob da Silva Reis

Sou um ser estranhona praça da liberdadeantes com um sonhoagora sem identidade

Graças à globalizaçãoonde tempos modernosme dizem pra esquecero que me fazia viver

E hoje, o progressosem vagabundos na praça,com nossa limitação,e a estranheza que me causa

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ProsaSinto muitopor Danielle Pedroza – 15/04/09

Não confio em quem nunca sofreu. Não falo da dor alardeada aos quatro cantos, publicada na pele, marcada na alma. Não me refiro ao sofrer com causa determinada e justificada. Não trato de morte, muito menos de falta de sorte.

Não confio em quem nunca foi acometido por moléstia desconhecida. Uma dor que começa no peito e toma todo o corpo como o veneno percorrendo silencioso as estradas rubras que deveriam transportar a vida. Um dia recebido com a mesma resistência com que a mulher malfadada gesta o fruto de um amor fracassado. Falo de uma agonia que chega sem aviso como o intruso sorrateiro que em pouco tempo de súdito se faz majestade. O vazio que não chama saudade. O abandono que não nasceu da partida. A morte que não sucede a vida.

Não confio em quem não perde o rumo, o sono, o juízo, em quem não chora sem saber o motivo. Se nunca sentiu, como pode se entregar? Há apenas migalhas de vida, retalhos de cetim, água rasa onde não se pode mergulhar.

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Fotografia

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por Luis F. Amaro

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NovelaNada novo finalpor Paulo Carvalho

Capítulo 1

Está é uma história sobre relacionamentos, como tantas que se tem por aí, e como história de relacionamento não tem nada novo, até porque tudo já foi dito sobre isso, então, por que diabos você está lendo este texto? Talvez porque você seja extremamente carente e consuma tudo que diga respeito a relacionamentos, talvez por que sua auto-estima esteja tão baixa a ponto de achar que alguém pode dizer mais sobre seus relacionamentos que você mesmo, talvez porque você seja um amigo meu e quer me agradar, enfim, seja qual for o motivo de ler estas tão mal traçadas linhas, acredito que a única coisa que isso possa lhe acrescentar seja a minha visão sobre os relacionamentos em uma época em que nós mesmos mal sabemos onde estamos, talvez porque pagar o aluguel seja mais importante do que entender qualquer coisa, mas enfim. Antes de começar devo dizer que sou um artista, isso pode lhe parecer óbvio porque este é um texto de ficção e quem escreve textos assim são artistas, mas é que eu não sou escritor, sou um ator, e digo isso porque acho que minha profissão influencia muito em minhas opiniões e impressões, não que ache que artistas são pessoas elevadas e mais um monte de merda que falam a respeito, mas porque tenho um círculo de amizade de artistas e isso, às vezes, muda a percepção que tenho da realidade. Pra que entendam o que quero dizer, vou citar o fato de que achava que a sociedade contemporânea era menos machista e mais adiantada, no sentido da emancipação feminina, então converso com um universitário e ele me diz que lavar louça é coisa de mulher, e não era o caso de apenas um cara machista, uma exceção, porque ouvi isso em um trabalho que fiz durante alguns meses em que tive contato com diversos universitários e todos me passaram a impressão de que eu estava redondamente enganado. Pobre artista inocente! Mas esta é uma história de ficção, como eu, aliás, já disse, então vamos a ela. Primeiro temos um protagonista, nosso herói, Carlos, sujeito comum, sem muita coisa especial, inteligente, sensível, um cara legal. O problema é que Carlos não consegue se firmar em um relacionamento. “E daí?”, você poderia me dizer, isso não é o fim do mundo! Ao que eu responderia que apesar de saber disso e de ter muitos outros problemas, talvez muito mais importantes, Carlos se sentia incomodado com o fato, deveras incomodado. Ele já tinha se cansado de toda a enrolação da paquera e joguinhos de sedução necessários ao começo de relacionamentos e também não queria se divertir com menininhas, queria uma companheira - não, não uma esposa, uma cúmplice, alguém com quem pudesse falar mal deste mundo todo, e de toda chateação da vida sem ter medo de ser julgado ou mal interpretado, ele queria uma namorada.

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NovelaNada novo finalpor Paulo Carvalho

Havia acabado um relacionamento fazia um mês e o sentimento de vazio havia se instalado dentro dele, quase como aquele primo chato que vem passar uns dias na sua casa, e que apesar de não fazer muito barulho e nem ser tão abusado como costumamos pintá-los, permanece ali como uma chateação constante, principalmente por sermos obrigados a disfarçar a situação, e Carlos estava assim, disfarçando pra todos e pra si mesmo essa chateação que o vazio causava.- Não se encane com isso, lhe dizia Cláudio, seu melhor amigo, amigo de longa data, é bom lembrar, Cláudio conheceu Carlos na adolescência, quando eles faziam piada pelos nomes parecidos e diziam que iam fundar uma dupla sertaneja, Cláudio do mato e Carlos da moita, apesar deles detestarem música sertaneja, mas na época todo mundo odiava este tipo de som, mesmo. No ponto atual de nossa história, eles já eram amigos há uns bons 16 anos. Cabe lembrar aqui que o primeiro beijo de Carlos foi, sem dúvida, por culpa de Cláudio, que dos dois era o mais desinibido, Carlos já tinha dezessete anos e era um dos últimos da turma a não ter “ficado” com ninguém. Foi com uma prima de Cláudio, Janete, todos já devem ter imaginado as rimas bobas que se faziam com o nome da coitada, não era nenhuma paixão secreta de Carlos, que preferia fantasiar com as meninas mais bonitas do colégio e sempre se apaixonar pela segunda mais bonita da sala, sempre a segunda, vai entender. - Cara é o seguinte, você precisa primeiro ficar com qualquer uma, pra perder o medo, mulher não gosta de cara tímido não, vai lá, que ela tá a fim, eu sei que é meio baranguinha, mas pra descabaçar serve, vai por mim! E Carlos foi, claro, super tímido, as mão suadas e a garganta meio seca. “Ok, não é o amor da minha vida, mas pelo menos ela tem uma bundinha gostosa” – bundinha que ele não ousou tocar. “Não vou desrespeitar a menina” – Tá bom usá-la para perder o medo, chamando-a de baranguinha, tudo bem, mas passar a mão na bunda nunca! Adolescente é mesmo idiota. Resultado: Carlos teve seu primeiro beijo – tudo bem que o seguinte só aconteceu uns sete meses depois e que antes disso a Janete deu uns dois foras nele, mas o que importava aqui é que ele havia dado o seu primeiro beijo. Voltando pro presente, Cláudio falava com Carlos - Não se encane com isso, cara, mulher a gente acha um monte por aí, depois, na hora certa, as coisas acontecem. Com Cláudio, Carlos conseguia se abrir e encontrar uma sinceridade que talvez ele evitasse ter sozinho, a despeito de seus conselhos raramente ajudarem, ele era um bom amigo - Eu sei, só é chato. Não sei qual o problema, mas nunca consigo me acertar com alguém, acertar de verdade sabe? Não tô falando de sexo ou ter gostos parecidos, mas de algo a mais entende? - Não, pra mim se o sexo é bom e a mina não é uma completa idiota a ponto de usar o garfo ser uma experiência perigosa, pra mim tá bom. - Ah, você me entende, para com isso.

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NovelaNada novo finalpor Paulo Carvalho

- Sério cara, você não acha que tá querendo, ou pondo defeito demais não? Na boa você fica com essa putaria e deixa passar um monte de oportunidade boa, deixa rolar. - Mas, porra, eu tento, você sabe, nem sou eu que termino a maioria dos relacionamentos. - Será que não? Tem várias formas de se terminar um relacionamento. - Sei lá, cara, acho que não. Preciso ir, tenho que terminar aquele site do restaurante, a cliente é chata pra caralho. - Vai lá cara, e sabe que qualquer coisa tô aqui. - Eu sei, valeu. Como vocês devem ter percebido Carlos fazia uns trabalhos de web designer, uma forma de ganhar dinheiro, já que o que ele queria mesmo era viver de histórias em quadrinhos, nem preciso falar da dificuldade de se ganhar a vida com quadrinhos, ainda mais quadrinhos independentes com conteúdo politizado. Então Carlos ganhava a vida fazendo sites, quer dizer, levava mais ou menos porque nem sempre aparecia serviço e ora ou outra ele pensava em arranjar uma coisa mais estável. - Mas atendente de telemarketing, nem a pau – para ele o fundo do poço era passar à tarde de sábado acordando as pessoas pra vender plano de TV por assinatura. Ele se virava como podia em uma quitinete na república, um colchão velho afundado no meio, uma televisão que apitava quando ligada, mas que ele já havia se acostumado com o som e nem percebia mais, uma cozinha minúscula com uma geladeira quase sempre vazia (tinha uma garrafa com água dentro, o que o fazia pensar repetidas vezes se o gasto com eletricidade compensava pra gelar a água, concluía que não valia à pena, mas nunca desligava a geladeira), um fogão velho de quatro bocas que ganhou da avó, cuja boca grande e o forno não funcionavam e a jóia da casa, se é que dá pra chamar isso de casa, o computador, este, se não era o último modelo, era sempre atualizado, mantendo-se sempre uma boa máquina – afinal, é instrumento de trabalho. O serviço que ele citou, o site, era pra um restaurante na Pompéia e a mulher queria uma animação com fotos de pratos na entrada e um jogo de cores horrível no fundo, cuja mulher jurava que eram perfeitas e que tinham sido sugestão de uma amiga que viu em um site que ela não lembrava o nome e tinha ficado lindo. Carlos tinha vontade de dar um tiro na própria cabeça cada vez que olhava pra esse site, vez ou outra não agüentava mais e ia pra um site de sacanagem pra relaxar, o que muitas vezes funcionava ao contrário já que se abriam intermináveis janelas e mulher que é bom, nada. Estava ele fechando o site e decidiu ligar para a mulher do restaurante para uma prova final. - Alô dona Ana Rosa, por favor. - Quem fala?

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NovelaNada novo finalpor Paulo Carvalho

- Aqui é o Carlos, do site. - Ah, finalmente menino, e aí terminou? - Tô terminando, gostaria que a senhora desse uma olhada, pra ver o que acha, se quer que eu mude alguma coisa, olha, eu mandei o arquivo pro e-mail da senhora. - Calma aí deixa eu olhar. - Espera eu ligo depois... Nada, ela já tinha ido ver, dez minutos de espera no telefone. - Ai menino, que coisa complicada, eu não entendo dessas coisas não, faça-me o favor de deixar a coisa mais simples, não dá pra fazer como aquelas coisas que a gente recebe e toca musiquinha aí a gente vira a página e vai vendo? - Um Power Point? - Não sei, não entendo dessas coisas. - Vou fazer o seguinte, eu vou por no ar em um endereço que eu uso pra testes e aí mando pra senhora o link tá bom? - Fala minha língua, por favor! - Eu vou mandar um endereço da internet pra senhora acessar o site, uma simulação do que vai ser o seu, tá bom? - Tá qual o endereço? - Eu ainda não pus no ar, vai demorar uma meia hora. - Mas por que não fez isso antes de ligar? - É que eu tinha perguntado e a senhora disse que preferia em arquivo, pra que ninguém mais pudesse ver o site antes da senhora autorizar, lembra? - Mas como assim, todo mundo vai poder ver, nada disso, eu quero ver antes, pra ter certeza que não vai ser nenhuma porcaria. - Não, dona Ana Rosa, como eu havia dito quando conversamos esse é só um endereço que eu uso pra clientes, como a senhora, verem como fica, e depois tiro do ar. Não é pra todo mundo ver. - Tá bom, então faz logo, porque esse site já demorou muito pra ficar pronto. - Ok, daqui a pouco eu ligo pra senhora. - Certo, até. Trinta minutos depois. - Alô dona Ana Rosa, já tá no ar, eu te mandei o endereço por e-mail - Peraí. Dez minutos depois.

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NovelaNada novo finalpor Paulo Carvalho

- Mas este não é o endereço que você falou que ia ser, o que a gente combinou. - Sim, este é só pra senhora ver, o endereço vai ser aquele mesmo. - Certo, mas olha tem muita coisa estranha aqui, essa cor que você usou tá horrível. - Bom, foi a senhora que escolheu, eu disse que não ia ficar bom. - Não, não, a cor que eu disse era mais clara, essa aqui tá berrando. - Senhora, é essa a cor que você me mostrou, é um código que define a cor e estou usando o da cor que a senhora escolheu. - Não, não, não me venha com essa conversa não que eu sei que não é essa cor, para de tentar me enrolar. - Bom, se a senhora quiser eu mudo a cor, mas só clarear acho que não resolve, se a senhora deixar eu lhe faço uma sugestão de cor, que acho que fica bom. - Não isso já demorou demais, eu não quero mais, obrigado mas tá muito enrolado. - Mas, senhora, como assim, demorou um pouco por conta animação que a senhora pediu, eu só recebi as fotos há dois dias. - Já faz mais de um mês que mandei você fazer esse site não é por conta das fotos que eu demorei pra mandar que esse site não está pronto. - Como assim, senhora, eu falei já faz uma semana que tava pronto e só faltavam as fotos. - Pronto não tá, que essas cores tão todas erradas. - Mas senhora... - Olha, eu já tomei minha decisão, esquece, tá bom, passar bem. - Tchau. Uma semana depois, o site que o Carlos fez estava no ar, com algumas modificações fúteis, como um jogo de cores diferentes, mas era basicamente o mesmo site. Olha, até pode parecer que o Carlos é incompetente, por não ter previsto alguns problemas, ou mesmo feito mais de uma prova, mas a verdade é que ele já não tinha paciência nenhuma com esses tipos de clientes e fazia o mínimo esforço possível, depois ele já tinha sentido que daí só viria dor de cabeça. Claro ele poderia ter recusado o trabalho, mas precisava da grana. Tá, eu sei que o estou defendendo demais e que no fim ele podia ter sido mais esperto e evitado todo o problema, mas o fato é que ultimamente Carlos mal prestava atenção a qualquer coisa, quanto mais em um trabalho chato pra uma cliente estúpida, ele estava vivendo como um fantasma.

Continua na próxima edição da Revista InformaisGostaram? envie sua opinião para [email protected]

*As opiniões serão divulgadas na Revista Informais e direcionadas ao autor da novela.

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Economia

+ Economia: como funciona+ O problema do déficit habitacional

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Economia: como funcionapor Rafael Luiz Alfaia Carlos - www.twitter.com/rafael_alfaia

Muitas das vezes participamos da economia de um país sem ao menos nos dar conta disso. Mas, quando isso acontece? Por que acontece? Como funciona, em geral, a economia de uma nação? Essas e outras perguntas serão resumidamente respondidas nessa matéria.

ECONOMIA: PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTOS

O que significa?

A palavra “Economia” vem do grego ï é ê ï í ï ì ß á , que significa “aquele que administra o lar”. O conceito grego ainda vale nos dias de hoje, pois tudo aquilo que sustenta uma nação está ligada à economia.

Qual a origem? A Economia existe desde a Antiguidade. O homem neolítico, ao desenvolver técnicas de agricultura, já estava praticando a Economia. Desde então, a economia foi se desenvolvendo e chegando até os dias de hoje, se resumindo aos chamados “mercados”.

O que envolve a economia de uma nação? Ao contrário do que se pensa, a Economia não se resume a dinheiro. Muitos outros fatores são dados economicos, tais como comércio exterior, política cambial, política tributária, geração de emprego e renda, industrialização e muitos outros. Na economia, deve-se levar em consideração, inclusive, os recursos naturais. A grosso modo, podemos dizer que a economia é um processo pelo qual o Governo, as propriedades privadas e o povo participam e atuam sob determinado ponto geográfico, onde aspectos como mão de obra qualificada e recursos natuais são de vital importância.

Quais os principais objetivos da economia? Não basta uma nação ser apenas rica. Para que os reflexos de uma economia sejam melhor visualisadas é necessário que a renda seja a melhor distribuída possível, não podendo ela estar concentrada nas mãos de poucos. A distribuição de renda gera igualdade social.

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Economia: como funcionapor Rafael Luiz Alfaia Carlos - www.twitter.com/rafael_alfaia

Como distribuir a renda de um país?Isso é papel do Governo: Administrar a nação para que em todos os cantos do país haja

geração de empregos e mão de obra qualificada. Consequentemente a dinâmica da economia se encarrega de melhor distribuir tal renda. Se uma cidade oferece muito mais oportunidades que outras, é provável que a população tenha a tendência de querer prosperar em tal cidade das oportunidades e isso pode trazer malefícios à distribuição de renda de um país, pois quando a demanda de pessoas ultrapassa a oferta de emprego, obviamente gera desemprego, um dos maiores males à economia.

Por que uma nação não acaba com a pobreza produzindo mais dinheiro e lançando no mercado? Se um país lança muito da sua moeda no mercado, gera o que chamamos de inflação. Inflação nada mais é que a desvalorização da moeda para que se adquira um produto, ou seja, exige-se maior valor da moeda para que se adquira o bem. A alta exagerada da inflação (superinflação) gera muitos malefícios à economia, sobretudo a desigualdade social, pois com a alta dos preços só tem condições de desenvolvimento quem tem maior capital.

Por que moedas de um país acabam sendo mais valiosas que outras e vivem em ascensões e quedas? Isso depende da política cambial. Como uma nação consegue ter uma economia interna melhor que outras, as chances de que ela se destaque no mercado internacional é bem maior. É a partir de dados do mercado interno e negociações internacionais é que essa nação vai decidir se valoriza ou desvaloriza a sua moeda na política cambial. Para exemplificar o câmbio, é notável que na política cambial entre Brasil e E.U.A temos o Dólar comercial (acordo para importações e exportações), paralelo (fora dos meios comerciais, fora de supervisões governamentais) e de turismo (emissão de passagens aéreas, cartões de crédito e outras transações de turismo), onde em cada tipo de transação geralmente há valores moderadamente distintos.

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Economia: como funcionapor Rafael Luiz Alfaia Carlos - www.twitter.com/rafael_alfaia

Quais são as vantagens da queda do valor da moeda com relação a outra? Quando a moeda de um país está baixa atrai o mercado internacional para o efetuo de

compras, favorecendo a exportação. Consequentemente, a importação fica prejudicada com a alta dos preços globais. O turismo imigrante tende a impulsionar.

Quais são as vantagens da ascensão do valor da moeda com relação a outra?A importação fica favorável com a queda do preço de moedas internacionais. Já as

exportações acabam ficando desfavoráveis, pois o aumento da moeda local acaba afastando o efetuo de compras por parte do mercado externo. O turismo emigrante pode se destacar.

Por que um problema basicamente interno como o desaquecimento imobiliário nos E.U.A provocou uma crise mundial?

As economias dos países, com o que chamamos de globalização, estão totalmente interligadas. Por mais que o problema do desaquecimento imobiliário dos E.U.A seja totalmente interno, o fato provocou falência de Bancos e consequentemente provocou uma espécie de avalanche em vários envolvidos com os Bancos, bem como com quem estava interligado com os envolvidos com os Bancos e assim sucessivamente.

Por que o Brasil não sofreu tanto com a crise mundial?Até décadas atrás não, mas hoje o Brasil possui uma reserva saliente e uma economia

bastante estável e isso fez com que o Governo interviesse em determinadas ações e evitasse que consequências maiores alterassem negativamente no mercado brasileiro.

Sobre o autor

Rafael Luiz é Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade Salesiana Dom Bosco (AM) e atualmente é estudante de Ciências Contábeis na Universidade Federal do Amazonas.

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O problema do déficit habitacionalpor Fernando R. F. de Lima - www.democraciaeliberdade.com.brwww.democraciaeliberdade.blogspot.com

Falar em habitação no Brasil é praticamente um monopólio dos especialistas em assistencialismo. Uma das práticas populistas mais freqüentes nas eleições, seja municipal, estadual ou federal, é a idéia de que se deve construir casas para atender a demanda da população de baixa renda. O incêndio na favela Diogo Pires, no Jaguaré, em São Paulo, neste domingo (11/10/09), levou a novas discussões sobre o problema da habitação. O fato é que mais de 60 anos depois das primeiras intervenções modernistas nas grandes cidades, e toda a história de planejamento que esta ideologia da arquitetura e do urbanismo legaram as cidades, o problema do déficit habitacional parece maior do que quando as intervenções e os grandes planos urbanos começaram.

Para entender o problema do déficit habitacional é necessário, na minha opinião, conhecer primeiramente suas causas. Não se pode dizer que a falta de moradias, ou a demanda reprimida por elas seja causada por um único fator, como alguns autores costumam resumir, ou que apenas um tipo de agente seja capaz de determiná-lo, por motivos egoístas, como a chamada especulação imobiliária. A demanda por habitações tem razões várias, sendo que umas das principais é a mudança de comportamento das famílias em relação a moradia experimentada no último século.

No começo do século XX era comum a existência de famílias extensas morando juntas. Isto significa que o núcleo familiar tradicional, pai, mãe e filhos, era acompanhado de suas extensões, como tios, tias, primos, avôs e avós, muitas vezes morando todos juntos na mesma casa ou em casa próximas umas as outras. Isto ocorria mesmo nas grandes cidades, e era um reflexo da forma como a sociedade se organizava na época. No caso brasileiro, no começo do século XX ainda não existiam redes de proteção ao individuo, como a previdência, saúde pública, creches, escolas, tampouco o trabalho assalariado era algo generalizado. Mesmo nas cidades, as pessoas se mantinham com atividades por jornadas, no caso dos homens, ou atividades autônomas, como lavar e passar roupas no caso das mulheres.

As mulheres criavam as crianças quase que em sistema de “mutirão”, ou seja, todas tomavam conta dos filhos de todos, e os homens trabalhavam muitas vezes juntos também. As casas eram o núcleo familiar, muitas vezes propriedade dos avós, onde viviam os filhos. Como os terrenos eram grandes, era comum construírem casas nos fundos do terreno, onde se instalavam os filhos que iam casando. A demanda por moradias crescia, mas dentro das casas era comum uma quantidade de pessoas que hoje é inaceitável para a maioria de nós, sobretudo nós da classe média brasileira, acostumados com a idéia de privacidade e de família nuclear.

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O problema do déficit habitacional

As famílias que chegavam às cidades, vindas do campo, de cidades menores, ou de outros países, eram abrigadas em quartos de aluguel, que eram fáceis de encontrar nos imóveis localizados próximos aos trabalhos que eram comumente dados aos imigrantes recém chegados. Após passar aperto e necessidade nos primeiros meses de chegada a nova cidade, e a medida que as pessoas encontravam ocupações regulares, as pessoas tratavam de comprar algum lugar próprio para morar, normalmente algum terreno onde construíam uma casa de madeira e instalavam o núcleo da família que se desenvolvia seguindo o padrão descrito acima. A primeira grande falta de moradias que ocorreu no Brasil se deu, não por acaso, ao mesmo tempo em que surgiram as primeiras leis de congelamento de preços de aluguéis na época do Getúlio Vargas, e os primeiros programas abrangentes de construção de moradias populares. Como a população das cidades cresciam a taxas aceleradas, era praticamente impossível, e ainda é, para qualquer governo, fornecer moradia para esta população crescente na quantidade necessária, mas, sobretudo, nas localizações mais convenientes. As leis de controle de aluguéis, e outras normas que visavam a extinção dos cortiços, restringiu a oferta de imóveis convenientes para os migrantes recém chegados, que passaram a encontrar outros lugares para habitar.

Ainda que seja verdadeira a origem do nome “favela” e as causas pelas quais elas se desenvolveram no Rio de Janeiro, o fato é que as favelas como as conhecemos hoje são produto da falta de moradias para aluguel em lugares convenientes para os recém chegados habitantes das metrópoles. Até os anos 1930, estes migrantes encontravam cortiços; na ausência de cortiços, passaram a encontrar espaço e a construir verdadeiros barracos (ou barracas), nas áreas devolutas próximas aos centros urbanos.

A segunda causa da grande demanda por moradias nas cidades, que vai além do crescimento da população, é a mudança nos hábitos de moradia que ocorreu ao longo do século XX. Quando eu comentei a questão das famílias, e como elas se estruturavam, eu deixei a pista para compreender a segunda pressão existente sobre o mercado de moradias. Esta pressão é causada pelo fato de que hoje as famílias são mais compactas, mas demanda, em contrapartida, mais espaço por pessoa. Uma família típica dos anos 1950 tinha aproximadamente seis filhos. Eram oito pessoas. Estou estimando esta tipicidade com base na fertilidade média da mulher brasileira. Uma casa capaz de abrigar esta família deveria ter uma cozinha, de preferência capaz de abrigar uma grande mesa, dois quartos, uma para o casal e outro para os filhos, e um banheiro, que seria compartilhado por toda a família. Um residência de 50 m² daria conta de abrigar esta família pelo prazo de 20 anos, que seria o tempo necessário para que os filhos mais velhos crescessem e fossem embora, casando e constituindo uma nova família.

por Fernando R. F. de Lima - www.democraciaeliberdade.com.brwww.democraciaeliberdade.blogspot.com

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O problema do déficit habitacional

Acontece que quando estes 20 anos se passaram, as demandas de uma família típica, agora com três filhos, era um tanto diferente; a demanda padrão era uma casa com três quartos, de uns 75 m², para abrigar cinco pessoas. Esta casa teria que ter uma sala, capaz de abrigar uma televisão, uma cozinha, uma área de serviço, e uma garagem para abrigar o carro. O imóvel que havia servido os pais desta geração já não servia esta geração. A demanda por garagens, e a existência do carro, permitia que a família morasse mais longe. Quando os filhos desta geração cresceram, eles já não passavam apenas 20 anos na casa dos pais, e as mudanças no comportamento sexual levaram a uma nova demanda, mais específica que se torna típica da classe média dos anos 1990.

Nesta nova década, um residência ideal para abrigar uma família com 2 filhos deveria ter três quartos, como a anterior, mas dois banheiros, um para o casal, outro para os filhos, cada qual abrigado em seu quarto individual. A garagem típica deveria abrigar dois carros, e a área de serviço torna-se algo indispensável, por abrigar a máquina de lavar roupas e outras facilidades da vida incorporadas nos lares brasileiros nos anos 1990. A garagem passa a necessitar de duas ou até três vagas, e a perspectiva é de que os filhos fiquem em casa até os 30 anos.

Só que neste intervalo de tempo, vários outros arranjos tornaram-se freqüentes: o divórcio teve um efeito na demanda por imóveis: a casa para os dois ou três filhos, passa abrigar somente uma parte da família; aquele que sai de casa demanda uma nova residência, normalmente com um quarto de hóspedes para os filhos que o visitam ocasionalmente. Um novo casamento de ambas as partes, pode levar a duplicação das necessidades de imóveis. Os jovens solteiros, que eram pouco comuns antes, tornam-se uma parcela importante das família, chamadas famílias unipessoais, que demandam imóveis com todas as facilidades mas para o uso de uma única pessoa.

Todas estas mudanças fizeram com que a demanda por imóveis crescesse num ritmo ainda maior que o aumento da população. O número de domicílios cresceu a ritmo quase 50% maior que o número de habitantes. Este comportamento típico de classe média se reflete na demanda que os mais pobres fazem por residência. E essa demanda, dados os padrões restritivos de construção em largas áreas da cidade e a falta de transporte barato e rápido nas grandes cidades, fez com que a pressão nas favelas continuasse a existir ao longo de todo o século passado. E esta demanda não pode ser atendida pelo mercado por vários fatores, a maior parte dos quais relacionados as regras impostas pelo governo, e as deficiências do mercado de crédito proporcionadas pelo governo.

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O problema do déficit habitacional

A terceira grande causa que faz persistir o déficit habitacional no Brasil é a falta de crédito no mercado imobiliário. O Brasil, como se sabe, é um país de crédito caro. Uma das principais razões para isso é o fato de que nosso governo gasta mais do que arrecada. Antes do plano real, esse buraco era coberto pela emissão de moeda, o que levava a uma inflação descontrolada; combatida a inflação, o governo passou a buscar crédito no mercado, e a emitir títulos, pagando taxas de juro elevadas como forma de compensar seu péssimo histórico. Como a demanda por dinheiro era grande, os bancos viam pouco motivo para arriscar seu dinheiro emprestando grandes somas a custo baixo para pequenos construtores. Mesmo as grandes construtoras tiveram dificuldade de se financiar no mercado. Com isso, a construção de imóveis, que é uma atividade demorada, custosa e relativamente arriscada, tornou-se um negócio pouco rentável ao longo da década de 1990. Poucos imóveis foram construídos nesta década por grande empresas e investidores, o que levou a uma escassez nos imóveis para aluguel, e a uma escassez de imóveis em áreas centrais. A maior parte da expansão legal, regular, excluídas as favelas, se deu nas áreas periféricas, através do parcelamento do solo na forma de lotes e a construção auto-financiada. Os pobres para se auto-financiarem recorreram a auto-construção, e com isso deu-se a expansão das áreas ilegais.

Estas três causas, o aumento da população das cidades, a mudança nos hábitos de moradia e na estrutura das famílias e a falta de crédito para a construção de imóveis, somam-se ainda às restrições a construção nas áreas mais centrais e bem servidas das cidades para compor o quadro terrível do déficit habitacional brasileiro, que culmina nas imagens chocantes de incêndios que destroem tudo que as famílias mais pobres conseguiram juntas, e nos desabamentos que matam, mutilam e destroem, e nas enchentes que levam embora as casas e deixam o barro e as doenças nas cidades brasileiras neste começo de século XXI.

Das quatro causas elencadas, as duas primeiras são tendências dadas pelo próprio movimento da sociedade, que permitem-nos imaginar como será a demanda por imóveis nos próximos anos, e nos preparar para ela. São dados, que devem ser transformados em informação capaz de permitir a mudança desse quadro. As duas últimas causas são passíveis de mudança pelo trabalho sério das autoridades federais, estaduais e municipais, e são reversíveis e passiveis de serem administradas a favor da população sem populismos.

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O problema do déficit habitacional

A solução correta iria pelo lado contrário: para aumentar a oferta de imóveis, sem afetar de modo tão imediato o preço, o crédito deveria ter sido liberado na outra ponta do mercado, no lado dos construtores. Não necessariamente dos grandes construtores, capazes de buscar financiamento nos bancos privados, mas para os pequenos construtores, para os proprietários de terrenos vagos interessados em complementar a renda através de imóveis para aluguel. Empréstimos do BNDES para este tipo de construtor fariam a oferta de imóveis aumentar de forma rápida, fazendo crescer o número de imóveis para alugar e também para a venda. Além disso, estimularia a poupança privada de muitos pequenos proprietários de imóveis urbanos, otimizaria o uso da infra-estrutura já existente, e faria tudo isso sem depender de grande negociatas como o programa “Minha casa, minha vida”.

O crédito também deveria ser disponibilizado para a reforma de imóveis antigos, que já não se enquadram no padrão demandado atualmente pelas famílias seja porque são grandes demais, seja porque não atendem os desejos de conveniência, como a existência de suítes para os casais, ou a existência de vagas de garagem para mais de um carro. Com isso, se aproveitaria melhor os imóveis já disponíveis, suprindo déficits específicos e localizados no mercado. Este tipo de demanda, por sua especificidade, jamais poderá ser atendido pelo governo, o que faz com que imóveis nesta situação enfrentem um ciclo de desvalorização acentuada que leva a degradação de grandes áreas centrais e à formação de cortiços em áreas antes vistosas nas cidades.

Obviamente, para este plano funcionar seria necessário que várias cidades adaptassem seus planos diretores a novas idéias menos rígidas de utilização do solo. E seria necessário que se superasse o histórico preconceito contra o pequeno e o médio empreendedor, especialmente os que atuam no mercado imobiliário. Com estas idéias simples, que na verdade são uma inversão das tendências atuais, entraríamos num círculo virtuoso de disponibilização de crédito, porque os empréstimos feitos ao mercado imobiliário estariam gerando renda e riqueza, e não se tornando dívidas de consumo.

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O problema do déficit habitacional

De todas as opções possíveis para solucionar o déficit habitacional, a única que está fadada ao fracasso é a construção de casas populares e apartamentos para a população de baixa renda, porque a demanda por este tipo de imóvel nunca será suficiente para atender as demandas necessárias, e sua construção sem o provimento de infra-estrutura de transporte resultará apenas no abandono destas áreas e na substituição dos moradores por outros. A questão habitacional, ao contrário do que dizem os pseudo-especialistas, não é uma falha de mercado a ser corrigida pelo governo. É uma falha de mercado, se é que dá pra chamar assim, criada pelo governo, e que só pode ser solucionada quando o governo alterar suas prioridades e passar a pensar sobre as causas do déficit e os mecanismos para sua superação. Idéias para isto não faltam, e este será o tema do próximo texto

Como vimos no texto anterior, podemos atribuir o déficit habitacional a quatro razões principais: o aumento da população nas cidades; a mudança nos hábitos de moradia; a falta de crédito para a construção de imóveis e a excessiva restrição na regulação do uso do solo urbano. As duas primeiras causas são tendências da sociedade, que permitem visualizar hoje como será a demanda imobiliária amanhã. A questão do crédito é muito mal compreendida, e por isso vou detalhar aqui o que acho que seria a solução, ou ao menos o começo da solução do problema. Quando se fala em imóveis, e em crédito para sua compra, é comum nos meios de comunicação vermos informações que comparam a disponibilidade de crédito para compra de imóveis no país com outros países. A baixa relação entre crédito e PIB é utilizada como uma prova de como estamos avançcando nesta questão. Como o crédito imobiliário tem aumentado, as pessoas associam isto automaticamente a uma solução do problema imobiliário. O problema, contudo, é em como está distribuído este crédito. Um dos feitos do governo Lula foi aumentar a oferta de crédito para a aquisição da casa própria nos últimos três anos. Também é mérito dele ter feito destes últimos três anos o paraíso dos “especuladores” do mercado imobiliário. Em cidades como Curitiba, o preço médio do m² saltou de R$ 600,00 para R$ 1800,00, ultrapassando R$ 4000,00 em algumas áreas da cidade. Isto ocorreu porque o número de pessoas capazes de comprar um imóvel financiado aumentou mais rapidamente que a oferta de imóveis financiáveis. O crédito foi dado na ponta errada; deu-se crédito ao consumidor ao invés de fornecê-lo ao produtor. Algo semelhante foi feito na indústria automobilística, mas não vou entrar em detalhes.

Possíveis soluções para o déficit habitacional

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Cultura e sociedade

+ Exposições+ Novas idéias

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Cultura

Saudações a todos os Informais, eu sou o Febrônio, também sob a persona de Cap. Corisco, e animado com o resultado da primeira revista do Grupo Informais, me ofereci pra trazer discussões referentes a temática cultural de algumas capitais do Brasil. Por trabalhar na área de museus, minhas observações podem vasculhar com mais segurança este terreno. Assim vou tentar trazer a crítica a alguma exposição interessante. E como minha geografia de ação é a cidade do Rio de Janeiro, farei o possível para trazer a luz do conhecimento de todos o que vem acontecendo no Brasil a fora.

Comecemos lembrando que ano passado foi o ano da França no Brasil, e para tanto aconteceram várias exposições sobre a temática em nosso país. Talvez a de maior relevância seja a que aconteceu na Pinacoteca do Estado de São Paulo com 80 peças referentes ao trabalho do artista Henri Matisse. A amostra despediu-se do Brasil no dia 2 de novembro de 2009.

Já no Rio de Janeiro tivemos no Museu Histórico Nacional a exposição "Tapeçarias Francesas - Patrimônio e Criação - De Eckout aos nossos dias". A princípio achei enfadonho visitar um museu para ver tapetes até que descobri que são tapetes inspirados em obras de artistas como Duchamp e Miró terminando com obras de quatro metros de altura do próprio Eckout!!! Para quem não conhece Albert Eckhout é um artista que veio para o Brasil na época da invasão holandesa com a missão de registrar suas impressões sobre estas terras. Aqui mesmo o artista produziu não mais do que 4 obras, todas as outras foram feitas na Europa apenas com a lembrança e o esboço do que tinha visto. Umas são vendidas aqui, outras ali e o povo europeu na curiosidade de saber o que existia nos trópicos pagavam uma fortuna por cada obra. O resultado é que para vender ele enfeitava a terra brasilis com a ousadia de sua imaginação. Então nesta representação de Brasil, encontramos desde elefantes a até índios meio aloirados, e assim a o artista vai criando na cabeça dos europeus uma imagem de Brasil bastante lucrativa: uma terra exótica com muitas espécimes diferentes.

por Febrônio

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Cultura

Maiores informações:

Pinacoteca do Estado de São Paulo: Praça da Luz, 2 Telefone de contato (0XX)11 3324-1000 Abertas de terça a domingo, das 10 às 18h Ingresso: R$ 6 ou 3,00. Grátis aos sábados

Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro: Rua 1º Março, 66 (0xx)21 3808-2000, entrada grátis.

Museu Histórico Nacional: Praça Mal. Âncora - Centro, Rio de Janeiro - (0xx)21 2220-2328

por Febrônio

Regina SilveiraSombra inspirada numa obra de DuchampTrata-se de um cubo e a sombra é feita de vinil ecolada no chão e parede

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Cultura

Duas amostras interessantes aconteceram no Centro Cultural Banco do Brasil –CCBB- do Rio de Janeiro. Uma das amostras são obras produzidas na Argentina contemporânea -“Argentina Hoy”-, mas o chamariz do CCBB recai sobre a obra da artista plástica brasileira Regina Silveira. A artista explora as diversas formas da sombra de objetos simples e cotidianos. São sombras que invadem o nosso espaço, por isso utiliza a própria estrutura arquitetônica em que disponibilizará suas obras e faz os arranjos com colagens de vinil que são as sombras de ilustrações provocando um efeito óptico semelhante ao que temos quando diante de uma sombra. Silveira se inspira num conceito trabalhado por Duchamp que é: se a sombra tem duas dimensões e é um reflexo de objetos de três dimensões, não seriam os objetos de três dimensões sombras de alguma coisa que possui quatro dimensões? Bem, algumas vezes a artista chega bem perto dessa “coisa de quatro dimensões.” Havia também estudos e esboços da própria Regina Silveira. É um tipo de arte moderna que aos olhos dos que não sabem aprecia-la devem admitir a tamanha originalidade que os artistas vem refletindo sobre as questões que a realidade impõe.

por Febrônio

Elefante ou O Cavalo isabelAutor do modelo: Albert Eckhout (c.1610-1665)

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Cultura

O Museu da Imagem e do Som de Goiás/Cine Cultura/Agepel realiza, de 23 de outubro a 2 de novembro, a Mostra de Cinema Goiano. A programação faz parte das comemorações do aniversário de Goiânia e traz curtas- metragens dos gêneros animação, documentário e ficção. Na abertura, no dia 23, a cineasta Rosa Berardo fará palestra seguida de debate com cineastas e o público. Mais informações no (62)3201 4658/4645. O MIS-GO fica no Centro Cultural Marieta Telles Machado, Praça Cívica, 2 , Centro, Goiânia-GO.

por Febrônio

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Novas idéias

Como incentivar as pessoas a realizarem atitudes cidadãs que contribuem com a preservação do meio ambiente ou da sociedade? Essa foi a pergunta que deu origem à The Fun Theory, em português “A teoria divertida”, que chegou a conclusão que o humor pode ser uma poderosa ferramenta de mudança nas atitudes das pessoas. The Fun Theory é uma iniciativa da Volkswagen que assim como outras empresas estão investindo em projetos de inovações que tenha como foco o meio ambiente, ganhando credibilidade junto ao seu público alvo por suas ações sociais e ambientais. Cabe um “parêntese” neste assunto para mencionar o Governo Brasileiro neste contexto. Em entrevista para o seu programa semanal de rádio, Café com o presidente, Lula afirmou que o Brasil está muito bem na área de conhecimento e inovação, infatizando o Programa de Aceleração do Crescimento(PAC) da Ciência e Tecnologia, cujo o qual prevê um investimento de R$41 bilhões até 2010. Caso a The Fun Theory fizesse parte deste pacote do PAC se encaixaria na Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Áreas Estratégicas e Ciência e Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Social.

Voltando ao The Fun Theory, um dos projetos realizados foi uma intervenção urbana cuja a qual uma equipe fez de uma coletora de reciclagem de garrafas um jogo eletrônico, onde a população tinha que colocar as garrafas onde as luzes estivessem acessas e assim acumulariam pontos. Havia também um contador de quantas garrafas foram coletadas, que durante um período foi de 1700, enquanto uma outra coletora de reciclagem em uma área próxima durante o mesmo período foi utilizada apenas duas vezes. Você pode conferir este e outros projetos no site www.thefuntheory.com - site em inglês.

O projeto busca também novas idéias, por isso resolveu realizar uma premiação, onde o interessado deve dar uma ou várias idéias que mudem o comportamento das pessoas em relação ao meio ambiente, sociedade ou algo completamente diferente. O júri é formado por ativistas que tem grandes experiências e ações ambientais e sociais. Na última premiação foi formado, por exemplo, pelo Johan Tell que é autor do livro 100 ‘ways to save the world’, em português ‘100 maneiras de salvar o mundo’ e ‘Trees can save the world’. Se você quiser saber mais sobre os jurados, acesse: www.thefuntheory.com/jury. O prêmio foi de 2500 euros e a competição se encerrou no dia 15 de Dezembro de 2009.

The Fun Theory Award

por Jacob da Silva Reis

Também gostaríamos de conhecer e publicar suas idéias na Revista Informais, casoqueira compartilhar envie-a para [email protected]

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Política

+ Reforma Política+ Pronunciamentos

Extra

+ Cursos gratuitos na internet

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Reforma Política

Nesta matéria tentarei abordar o tema de reforma política de uma forma didática, de forma a deixar claro as principais mudanças que propõe a reforma política. Caso você tenha recebido o CD da Revista Informais, na pasta vídeos há 4 produções da TV Câmara, que me serviu de base para escrever esta matéria.

Reforma eleitoral é a modernização da legislação eleitoral, cujo objetivo é detectar as falhas na mesma, corrijir e, se for o caso, aprimorar. Após o Governo investir na reforma da política fatiada. A justificativa por esta opção é que assim se evita que onde foi entregue ao Congresso 6 projetos e uma proposta de ementa à constituição pelo ministro de relações institucionais . Vamos a eles:

Ampliação da punição para compra de votos e atualiza os valores das multas aplicadas. A multa passa a ser de R$10.000,00(dez mil reais) a R$100.000,00(cem mil reais) e a cassação do registro ou do diploma.

Institui o financiamento público exclusivo de campanhas. Sendo assim, passa a ser vetado o recebimento de doações. Com esta alteração é esperado que não haja mais dependência do candidato junto ao seu financiador, já que doações passam a ser proibidas, de modo que se reduza o desvio de verba pública e favorecimento ilegal por parte do candidato ao financiador de sua campanha.

Estabele o período de um mês para mudança de partido. Caso o parlamentar seja expulso pelo partido, perderá seu mandato. Porém, é dado o direito amplo de defesa antes de sua expulsão.

Introdução

Projeto de lei z

Projeto de lei 4634

Projeto de lei 4635

por Jacob da Silva Reis

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Reforma Política

Acaba com as coligações partidárias para as eleições proporcionais de vereadores e deputados. Porém, permite coligações para cargos marjoritários. Amplia as regras de inegibilidade de candidatos. Pelo Projeto, o candidato que sofreu condenação por decisão tomada por órgão colegiado ou decisão de primeira instância, podendo este ser de crime eleitoral ou delitos, torna-se inelegível.

Somente a nível de informação, a PL que determinava a lista fechada foi rejeitada no congresso.

Projeto de lei 4637

Projeto de lei complementar 446

Lista Fechada

por Jacob da Silva Reis

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Pronunciamentos

Sr. Presidente, Senhoras e Senhores Deputados

Nesta sexta-feira, terá início em meu estado a Conferência de Comunicação de São Paulo, a etapa estadual da Conferência Nacional de Comunicação, que acontece de 14 a 17 de dezembro aqui em Brasília. Trata-se de um processo que, mesmo antes de sua conclusão, já marcou a luta daqueles que há décadas reivindicam mudanças nas comunicações em nosso país. A Confecom é fruto da mobilização popular de diversos segmentos que seguem excluídos da possibilidade de participar das definições da regulamentação e das políticas públicas de comunicação no Brasil.

Historicamente, as decisões sobre a mídia em nosso país são tomadas sem a participação democrática da sociedade. Um dos resultados é um cenário de grande concentração da propriedade dos meios e pouca pluralidade e diversidade na mídia. São pouquíssimas vozes falando e milhões ouvindo. Neste cenário, nossa diversidade racial, étnica, regional, de gênero, de orientação sexual, etária... nenhuma delas está de fato representada na esfera pública midiática.

A Conferência Nacional de Comunicação tem se mostrado, então, um espaço no qual os cidadãos e cidadãs podem, pela primeira vez, apresentar suas demandas e propostas para o setor. Um momento tanto de afirmar objetivos gerais para um sistema de comunicações no país quanto de apontar diretrizes para regulação e políticas públicas, estabelecendo referências para a construção de um novo modelo institucional para a área – um desafio que não pode ficar restrito às opiniões dos especialistas e profissionais, que precisa abarcar o conjunto dos anseios do povo brasileiro.

Neste novo modelo institucional, o direito à comunicação deve ser afirmado como um dos pilares centrais de uma sociedade democrática. É urgente garantir o direito de todas as pessoas de ter acesso aos meios de produção e veiculação de informação, de possuir condições técnicas e materiais para ouvir e ser ouvidas e de ter o conhecimento necessário para estabelecer uma relação autônoma e independente frente aos meios de comunicação. E a garantia deste direito é dever do Estado, que tem a responsabilidade de assegurar sua promoção.

A Conferência é um espaço privilegiado para a afirmação desses princípios e deveres e, conseqüentemente, uma oportunidade histórica para o avanço da luta pela democratização da mídia no Brasil, sem temer conflitos com aqueles que historicamente ajudaram a consolidar o vergonhoso monopólio característico do setor.

É hora de democratizar as comunicações no paíspelo Deputado Federal Ivan Valente - PSOL/SP

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Pronunciamentos

Sr. Presidente, Senhoras e Senhores Deputados

São exatamente os chamados donos da mídia que têm atuado no processo desta Conferência para garantir que tudo siga como está. Basta olhar para a configuração prevista para a etapa nacional da Confecom – que tem se reproduzido em grande parte dos estados. Não há qualquer justificativa razoável para que os empresários do setor tenham garantidos, de antemão, 40% do universo dos delegados e delegadas da Conferência, cabendo à sociedade civil não empresarial a mesma cota e, aos entes do poder público, 20%. Nas mais de cinqüenta conferências realizadas de 2003 até hoje não existe qualquer precedente neste sentido. Tal proposta de composição torna-se ainda mais estranha ao espírito das conferências diante da constatação de que as posições das empresas de comunicação já são inegavelmente hegemônicas em toda a história da regulação do setor no Brasil.

A situação piora ao perceber a imposição dos empresários também de um quórum qualificado de 60% para aprovação de “temas sensíveis”. Somada à reserva de 40% dos delegados para o setor empresarial, o quórum qualificado, na prática, conferirá um poder de veto a toda e qualquer proposta que representar a mínima ameaça à hegemonia dos grupos dominantes na comunicação brasileira.

Por fim, a última resolução da Comissão Organizadora Nacional proibiu a votação de propostas nos estados, tudo isso porque os empresários perceberam que não dariam conta de mobilizar o segmento para participar das plenárias finais estaduais. Cedendo mais uma vez à chantagem da grande mídia, a maioria da sociedade civil com acento na CON recuou e tirou dos estados a possibilidade de fazer valer sua vontade. O resultado será uma etapa nacional com milhares de propostas, controlada pelo absolutismo dos donos da mídia e entregue à passividade do governo.

Por fim, Senhor Presidente, gostaria de deixar registrado aqui o meu repúdio ao governador José Serra e ao Prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que possuem relações harmoniosas com a mídia local e nacional. Ambos não convocaram as respectivas etapas da Conferência, preferindo boicotar a discussão da comunicação para milhões de pessoas e dificultando ao máximo sua participação no processo, em vez de se indispor com seus parceiros na mídia nas vésperas de um ano eleitoral. A demanda da sociedade civil foi remetida para a Assembléia Legislativa, que também não viabilizo a estrutura necessária para a participação da população paulista na etapa estadual.

É hora de democratizar as comunicações no paíspelo Deputado Federal Ivan Valente - PSOL/SP

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Pronunciamentos

Esta não é a primeira vez que o Governo de São Paulo desrespeita a participação da sociedade nas discussões de políticas públicas e nega o apoio para realização de conferencias. Têm sido comum as dificuldades e desrespeito do governo em relação à participação popular na definição de políticas públicas e às deliberações de conselhos, como é o caso da saúde. São Paulo concentra boa parte da produção e consumo de cultura e comunicação e também boa parte das organizações que lutam por sua democratização. Os grandes conglomerados da mídia têm sede em São Paulo: Folha/UOL, O Estado de São Paulo, Grupo Abril, Grupo Bandeirantes, Rede Record, SBT, Rede Globo.

É, portanto, Senhoras e Senhores deputados, uma grande falta de compromisso com a História não apoiar este debate. Mas São Paulo, apesar do descaso de seu governador, realizará a 1ª Conferencia Estadual de Comunicação, com mais de mil participantes, graças ao empenho de parlamentares, de prefeituras municipais, dos movimentos sociais organizados pela democratização da comunicação.

Parabenizo e deixo aqui então o meu apoio à Comissão Paulista Pró-Conferência, responsável por garantir a participação popular de São Paulo na Confecom, reafirmando nosso compromisso com a democratização da mídia e com a luta de todos os movimentos por outra comunicação em nosso país. Que a Confecom seja o início de um processo real de transformação, para dar voz ao nosso povo e força à nossa democracia.

Ivan ValenteDeputado Federal PSOL/SP

Contato com o vereador:

Escritório em São Paulo: Rua Afonso Celso, 594 - Vila Mariana - SP - Cep04119-002 Tels: (11) 5539-6204 e (11) 5081-7563 Enviar e-mail para o escritório em São Paulo: [email protected]

Gabinete em Brasília Câmara dos Deputados Gabinete 716 - Anexo IV Cep: 70160-900 Tels: (61) - 3215-2716 (fax) / 3215-3716 / 3215-1716 / 3215-5716 [email protected]

É hora de democratizar as comunicações no paíspelo Deputado Federal Ivan Valente - PSOL/SP

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Cursos gratuitos

Estão sendo oferecidos os segunites cursos gratuitos à distância:

Faixa etária: 14 a 19 anos Dividido em 5 módulos com uma prova ao final Certificado para quem atingir 7 ou mais pontos na prova final Endereço eletrônico: http://ilp.ensinar.org

A Ciee possui vários cursos gratuitos na web que vai desde administração do tempo à Flash. Vale a pena conferir. Alguns cursos que destaco: Cidadania e Meio Ambiente, Introdução a Projetos, Fundamentos de rede e Finanças.Acesse www.ciee.org.br e acesse o link "educação a distância".

O Sebrae oferece, até essa edição, 8 cursos, veja se algum te interessa:

Aprender a EmpreenderAnálise e Planejamento FinanceiroComo Vender Mais e MelhorDe Olho na Qualidade: 5Ss para os pequenos negóciosAtendimento ao ClienteGestão de Cooperativas de CréditoBoas práticas nos serviços de alimentação: gestão da segurançaEmpreendedor Individual

Para saber mais detalhes dos cursos oferecidos acesse www.ead.sebrae.com.br e confira.

Conhece outros sites que oferecem cursos gratuitos? compartilhe enviando os endereços para [email protected].

Curso de iniciação Política

Cursos da CIEE

Cursos da SEBRAE

por Jacob da Silva Reis e Rafael Luiz Alfaia Carlos

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Até a próxima edição!

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