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  • 1062 Dirio da Repblica, 1. srie N. 34 18 de Fevereiro de 2008

    ASSEMBLEIA DA REPBLICA

    Lei n. 8/2008de 18 de Fevereiro

    Transpe para a ordem jurdica interna a Directiva n. 2003/72/CE, do Conselho, de 22 de Julho, que completa o Estatuto da So-ciedade Cooperativa Europeia no que respeita ao envolvimento dos trabalhadores.

    A Assembleia da Repblica decreta, nos termos da alnea c) do artigo 161. da Constituio, o seguinte:

    CAPTULO I

    Disposies gerais

    Artigo 1.Objecto

    A presente lei transpe para a ordem jurdica interna a Directiva n. 2003/72/CE, do Conselho, de 22 de Julho, que completa o estatuto da sociedade cooperativa europeia no que respeita ao envolvimento dos trabalhadores.

    Artigo 2.mbito

    1 O envolvimento dos trabalhadores nas actividades da sociedade cooperativa europeia assegurado atravs da instituio de um conselho de trabalhadores, de um ou mais procedimentos de informao e consulta ou de um regime de participao dos trabalhadores, nos termos previstos na presente lei.

    2 O conselho de trabalhadores e os procedimentos de informao e consulta abrangem as filiais e estabele-cimentos da sociedade cooperativa europeia.

    Artigo 3.Empresa de dimenso comunitria

    1 A sociedade cooperativa europeia que seja uma empresa de dimenso comunitria ou uma empresa que exerce o controlo de um grupo de empresas de dimen-so comunitria, nos termos do n. 1 do artigo 472. e do artigo 473. do Cdigo do Trabalho, no est sujeita instituio de um conselho de empresa europeu ou de um procedimento de informao e consulta.

    2 O disposto no nmero anterior no se aplica se o grupo especial de negociao deliberar, nos termos previs-tos na presente lei, no iniciar as negociaes ou terminar as que estiverem em curso.

    Artigo 4.Definies

    Para efeitos do disposto na presente lei, entende -se por:a) Conselho de trabalhadores a estrutura de repre-

    sentao dos trabalhadores da sociedade cooperativa eu-ropeia, das respectivas filiais e estabelecimentos situados no espao econmico europeu, constituda nos termos da presente lei com o objectivo de informar e consultar os trabalhadores representados, bem como, se for caso disso,

    de exercer direitos de participao relacionados com a referida sociedade;

    b) Consulta o procedimento que, a partir de infor-mao prestada pela sociedade cooperativa europeia ao conselho de trabalhadores, ou aos representantes dos tra-balhadores no mbito do procedimento de informao e consulta, consiste na apreciao conjunta das matrias e da informao prestada, realizada em momento, de modo e com contedo tais que permitam aos representantes dos trabalhadores emitir parecer sobre as medidas a adoptar pelo rgo competente da sociedade que possa ser tomado em considerao na deciso;

    c) Envolvimento dos trabalhadores o procedimento, incluindo a informao, consulta e participao, atravs do qual os representantes dos trabalhadores podem influir nas decises da sociedade cooperativa europeia;

    d) Filial de uma pessoa colectiva participante ou de uma sociedade cooperativa europeia uma empresa sobre a qual essa pessoa colectiva ou a sociedade cooperativa euro-peia tm influncia dominante, na acepo do artigo 473. do Cdigo do Trabalho;

    e) Filial ou estabelecimento interessado a filial ou o estabelecimento de uma pessoa colectiva participante que, nos termos do projecto de constituio da sociedade cooperativa europeia, passe a ser uma filial ou estabele-cimento desta;

    f) Grupo especial de negociao o grupo constitudo por representantes dos trabalhadores das pessoas colec-tivas participantes, respectivas filiais e estabelecimentos interessados, nos termos da presente lei, com o objectivo de negociar com as pessoas colectivas participantes o en-volvimento dos trabalhadores na sociedade cooperativa europeia a constituir;

    g) Informao a informao prestada pela sociedade cooperativa europeia ao conselho de trabalhadores, ou aos representantes dos trabalhadores no mbito de um procedimento de informao e consulta, sobre matrias respeitantes conjuntamente sociedade e a uma ou mais filiais ou estabelecimentos situados noutro Estado membro, ou que excedam as competncias da direco de uma ou mais filiais ou estabelecimentos, realizada em momento, de modo e com contedo tais que permitam aos representantes dos trabalhadores proceder a uma anlise aprofundada das suas incidncias e, se for caso disso, preparar consultas com o rgo competente da sociedade;

    h) Participao o procedimento pelo qual os repre-sentantes dos trabalhadores designam, elegem, recomen-dam ou se opem nomeao de membros do rgo de administrao ou fiscalizao da sociedade cooperativa europeia;

    i) Pessoa colectiva participante a cooperativa ou outra pessoa colectiva de direito pblico ou privado que participe na constituio de uma sociedade cooperativa europeia;

    j) Reduo quantitativa de direitos de participao dos trabalhadores a que implique que a proporo dos membros do rgo da sociedade cooperativa europeia a que a participao se refere seja inferior proporo mais elevada de membros dos rgos das pessoas colectivas participantes a que a participao respeita;

    l) Sociedade cooperativa europeia a constituda nos termos do Regulamento (CE) n. 1435/2003, do Conselho, de 22 de Julho, relativo ao estatuto da sociedade coopera-tiva europeia, e demais legislao aplicvel.

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    CAPTULO II

    Disposies e acordos transnacionais

    SECO I

    mbito

    Artigo 5.mbito das disposies e acordos transnacionais

    1 As disposies do presente captulo so aplicveis em caso de constituio de uma sociedade cooperativa europeia cujo projecto preveja que a respectiva sede venha a situar -se em territrio nacional:

    a) s pessoas colectivas participantes na constituio;b) sociedade cooperativa europeia;c) s filiais e estabelecimentos das pessoas colectivas

    participantes e da sociedade cooperativa europeia, desde que situados no espao econmico europeu.

    2 O acordo relativo instituio de um conselho de trabalhadores ou de um procedimento de informao e consulta, celebrado nos termos da legislao de outro Estado membro em cujo territrio se situa a sede da so-ciedade cooperativa europeia, obriga as filiais e estabele-cimentos situados em territrio nacional e os respectivos trabalhadores.

    SECO II

    Sociedade cooperativa europeia constituda por pessoascolectivas, incluindo por fuso ou por transformao

    SUBSECO I

    Procedimento das negociaes

    Artigo 6.Constituio do grupo especial de negociao

    1 As pessoas colectivas participantes, aps decidirem constituir uma sociedade cooperativa europeia, adoptam as medidas necessrias para iniciar a constituio do grupo especial de negociao, prestando nomeadamente as se-guintes informaes:

    a) Identificao das pessoas colectivas participantes, respectivas filiais e estabelecimentos interessados;

    b) Nmero de trabalhadores das pessoas colectivas, filiais e estabelecimentos referidos na alnea anterior.

    2 A informao prevista no nmero anterior deve ser prestada:

    a) Aos representantes dos trabalhadores que participem na designao ou eleio dos membros do grupo especial de negociao, de acordo com a legislao dos Estados membros em cujo territrio se situem as pessoas colec-tivas participantes, respectivas filiais e estabelecimentos interessados;

    b) Aos trabalhadores das pessoas colectivas participan-tes, filiais e estabelecimentos interessados, nos casos em que, de acordo com a legislao dos Estados membros em cujo territrio os mesmos se situem, os representantes dos trabalhadores no participem na designao ou eleio dos membros do grupo especial de negociao.

    Artigo 7.Composio do grupo especial de negociao

    1 O grupo especial de negociao composto por representantes dos trabalhadores das pessoas colectivas participantes, respectivas filiais e estabelecimentos inte-ressados, empregados em cada Estado membro, correspon-dendo a cada um destes um representante por cada 10 % ou fraco do nmero total de trabalhadores empregados em todos os Estados membros.

    2 No caso de sociedade cooperativa europeia a constituir por fuso, o grupo especial de negociao tem tantos membros suplementares quantos os necessrios para assegurar, em relao a cada Estado membro, um representante dos trabalhadores de cada cooperativa parti-cipante com trabalhadores nesse Estado e que se extingue com a fuso.

    3 O disposto no nmero anterior no se aplica re-lativamente a pessoas colectivas participantes a que per-tenam outras com outros membros do grupo especial de negociao.

    4 Os membros suplementares previstos no n. 2 no podem exceder 20 % do nmero de membros resultante da aplicao do disposto no n. 1.

    5 Se as cooperativas participantes previstas no n. 2 forem em nmero superior ao total de membros suplemen-tares determinado de acordo com o nmero anterior, estes so providos, por ordem decrescente, por representantes das que empreguem mais trabalhadores.

    6 Os trabalhadores das cooperativas pelas quais se-jam indicados membros suplementares de acordo com os n.os 2 a 5 no so representados pelos membros indicados com base no n. 1.

    7 A eleio ou designao dos membros do grupo especial de negociao regulada pela legislao dos Esta-dos membros em cujo territrio trabalham os trabalhadores representados.

    Artigo 8.Negociaes

    1 As pessoas colectivas participantes devem tomar a iniciativa de negociar com os representantes dos traba-lhadores o regime de envolvimento dos trabalhadores na sociedade cooperativa europeia a constituir.

    2 A negociao tem incio logo que o grupo especial de negociao esteja constitudo.

    3 O grupo especial de negociao tem o direito de se reunir imediatamente antes de qualquer reunio de ne-gociaes.

    Artigo 9.Obrigaes da pessoa colectiva participante com sede

    em territrio nacional e maior nmero de trabalhadores

    A pessoa colectiva participante com sede em territrio nacional e maior nmero de trabalhadores deve:

    a) Determinar o nmero total de membros do grupo especial de negociao e os Estados membros em que estes devem ser eleitos ou designados, tendo em conta os nmeros de trabalhadores das pessoas colectivas partici-pantes, respectivas filiais e estabelecimentos interessados, bem como os critrios do artigo 7.;

    b) Marcar um prazo razovel, contado a partir da infor-mao prevista na alnea d), para a eleio ou designao

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    dos membros do grupo especial de negociao prove-nientes de cada Estado membro, tendo em considerao o regime aplicvel;

    c) Informar o grupo especial de negociao sobre o projecto de constituio da sociedade cooperativa europeia e a sua evoluo, at ao registo desta;

    d) Informar as outras pessoas colectivas participantes e as entidades previstas no n. 2 do artigo 6. do nmero total de membros do grupo especial de negociao e os Estados membros em que estes devem ser eleitos ou designados.

    Artigo 10.Clculo do nmero de trabalhadores

    Para efeitos da constituio e do funcionamento do grupo especial de negociao, o nmero de trabalhado-res das pessoas colectivas participantes e das respectivas filiais e estabelecimentos interessados determinado em relao data da elaborao do projecto de constituio da sociedade cooperativa europeia.

    Artigo 11.Deliberaes do grupo especial de negociao

    1 Cada membro do grupo especial de negociao dispe de um voto.

    2 As deliberaes do grupo especial de negociao so adoptadas por maioria absoluta de votos, desde que correspondam a membros que representem a maioria ab-soluta dos trabalhadores.

    3 Tratando -se de acordo que implique a reduo quantitativa de direitos de participao dos trabalhadores no rgo de administrao ou fiscalizao das pessoas colectivas participantes, a deliberao do grupo especial de negociao que o aprove deve ser adoptada por dois teros dos membros, os quais representem dois teros dos trabalhadores e representem, ainda, trabalhadores empregados em pelo menos dois Estados membros, nos seguintes casos:

    a) Constituio de uma sociedade cooperativa europeia por fuso, se houver nas cooperativas participantes cujos direitos de participao abranjam pelo menos 25 % dos respectivos trabalhadores;

    b) Constituio de uma sociedade cooperativa europeia por qualquer outro modo, se houver nas pessoas colectivas participantes direitos de participao que abranjam pelo menos 50 % dos respectivos trabalhadores.

    4 Para efeitos dos nmeros anteriores e sem prejuzo dos nmeros seguintes, cada membro do grupo especial de negociao representa os trabalhadores da pessoa colectiva participante de que seja proveniente.

    5 No caso de haver, num Estado membro, uma pessoa colectiva participante, filial ou estabelecimento de pessoa colectiva participante com sede noutro Estado, de que no seja proveniente qualquer membro do grupo especial de negociao, a representao dos respectivos trabalhadores atribuda, em partes iguais, aos membros provenientes desse Estado.

    6 No caso de haver, num Estado membro, dois ou mais membros do grupo especial de negociao provenien-tes da mesma pessoa colectiva participante, a representao dos respectivos trabalhadores atribuda, em partes iguais, a esses membros.

    7 A acta da reunio em que for adoptada qualquer posio negocial do grupo especial de negociao deve indicar, nomeadamente, os elementos que satisfaam os requisitos dos n.os 2 a 6.

    Artigo 12.Peritos

    1 O grupo especial de negociao pode ser assistido por peritos da sua escolha.

    2 Os peritos podem estar presentes nas reunies de negociao, sem direito a voto, sempre que o grupo espe-cial de negociao o delibere.

    Artigo 13.Boa f e informao no decurso da negociao

    1 As partes devem respeitar, no processo de nego-ciao, o princpio da boa f, nomeadamente respondendo com a mxima brevidade possvel s propostas e contra-propostas e observando, caso exista, o protocolo negocial.

    2 Cada uma das partes deve, na medida em que da no resulte prejuzo para a defesa dos seus interesses, fa-cultar outra os elementos ou informaes que ela solicitar.

    3 O grupo especial de negociao pode informar as estruturas de representao colectiva dos trabalhado-res do incio e evoluo das negociaes e do respectivo resultado.

    Artigo 14.Durao da negociao

    1 A negociao decorre durante o perodo mximo de seis meses a contar da comunicao s pessoas colec-tivas participantes da constituio do grupo especial de negociao.

    2 Por acordo entre as partes, o perodo previsto no nmero anterior pode ser prorrogado at seis meses.

    Artigo 15.Termo da negociao

    1 O grupo especial de negociao pode deliberar no iniciar a negociao ou terminar a que estiver em curso.

    2 A deliberao prevista no nmero anterior deve ser adoptada por dois teros dos membros que representem dois teros dos trabalhadores e representem, ainda, trabalhadores empregados em pelo menos dois Estados membros.

    3 O disposto no n. 1 no aplicvel no caso de sociedade cooperativa europeia constituda por transfor-mao de uma cooperativa em que exista um regime de participao dos trabalhadores.

    SUBSECO II

    Acordo sobre o envolvimento dos trabalhadores

    Artigo 16.Contedo e forma do acordo

    1 Sem prejuzo da autonomia das partes e do disposto nos artigos seguintes, o acordo sobre o envolvimento dos trabalhadores identifica a sociedade cooperativa europeia a que se aplica e regula:

    a) A data de entrada em vigor e a durao do acordo;b) A sociedade cooperativa europeia e respectivas filiais

    e estabelecimentos abrangidos pelo acordo;

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 34 18 de Fevereiro de 2008 1065

    c) O regime de envolvimento dos trabalhadores aplicvel;d) As situaes em que o acordo deve ser revisto, nome-

    adamente em caso de alterao do nmero de trabalhadores que afecte o nmero ou a distribuio dos membros do conselho de trabalhadores ou a distribuio dos membros do rgo de administrao ou fiscalizao da sociedade cooperativa europeia que os trabalhadores, ou os seus representantes, podem designar, eleger, recomendar ou a cuja nomeao se podem opor;

    e) O processo de reviso do acordo.

    2 No caso de sociedade cooperativa europeia consti-tuda por transformao de uma cooperativa em que exista um regime de participao dos trabalhadores, o acordo deve instituir um regime pelo menos idntico ao anterior.

    3 O acordo previsto no n. 1 celebrado por escrito.

    Artigo 17.Instituio de um regime de informao e consulta

    1 O acordo que institua o regime de informao e consulta atravs de um conselho de trabalhadores regula:

    a) A composio do conselho, o nmero e distribuio dos seus membros, bem como a durao dos mandatos;

    b) Os direitos de informao e consulta do conselho e os correspondentes procedimentos;

    c) A periodicidade das reunies do conselho;d) Os recursos financeiros e materiais a atribuir ao con-

    selho.

    2 O acordo que institua um ou mais procedimentos de informao e consulta regula as correspondentes regras de execuo.

    Artigo 18.Instituio de um regime de participao

    O acordo que institua um regime de participao dos trabalhadores regula os seus elementos fundamentais, no-meadamente:

    a) O nmero de membros do rgo de administrao ou fiscalizao da sociedade cooperativa europeia que os trabalhadores ou os respectivos representantes podem designar, eleger, recomendar ou a cuja nomeao se po-dem opor;

    b) O procedimento aplicvel para efeito do disposto na alnea anterior.

    Artigo 19.Comunicaes obrigatrias

    1 O rgo de direco ou administrao da sociedade cooperativa europeia deve remeter cpia do acordo ao ministrio responsvel pela rea laboral.

    2 O conselho de trabalhadores deve informar o mi-nistrio responsvel pela rea laboral da identidade dos seus membros e dos pases de origem.

    3 O disposto no nmero anterior aplicvel aos representantes dos trabalhadores no procedimento de in-formao e consulta, se os houver.

    4 O disposto nos nmeros anteriores aplicvel nos casos de reviso do acordo e de alterao dos membros do conselho de trabalhadores ou dos representantes dos trabalhadores no mbito do procedimento de informao e consulta.

    SUBSECO III

    Instituio obrigatria de um regime de envolvimentodos trabalhadores

    DIVISO I

    Disposies gerais

    Artigo 20.Instituio obrigatria

    1 institudo um regime de informao e consulta, atravs de um conselho de trabalhadores, regulado na pre-sente subseco, se no houver acordo no final do perodo de durao da negociao, sem que o grupo especial de negociao tenha deliberado no iniciar a negociao ou terminar a que estiver em curso.

    2 No caso previsto no nmero anterior, as pessoas colectivas participantes que pretendam promover o registo da sociedade cooperativa europeia devem declarar que aceitam o regime de informao e consulta atravs de um conselho de trabalhadores.

    3 Sem prejuzo do disposto nos nmeros anteriores, ainda aplicvel o disposto nos artigos 29. a 32., sobre a participao dos trabalhadores na sociedade cooperativa europeia, nos seguintes casos:

    a) Constituio de uma sociedade cooperativa europeia por transformao, se existir regime de participao na cooperativa que se transforma;

    b) Constituio de uma sociedade cooperativa europeia por fuso, se existir regime de participao em uma ou mais cooperativas que abranja pelo menos 25 % dos trabalhado-res do conjunto das cooperativas participantes, ou menos de 25 % dos trabalhadores e o grupo especial de negociao deliberar que pretende a aplicao desse regime;

    c) Constituio de uma sociedade cooperativa europeia por qualquer outro modo, se existir regime de participa-o em uma ou mais pessoas colectivas participantes que abranja pelo menos metade dos trabalhadores do conjunto das pessoas colectivas participantes, ou menos de metade dos trabalhadores e o grupo especial de negociao deli-berar que pretende a aplicao desse regime.

    4 Nos casos previstos nas alneas b) e c) do nmero anterior, se existirem diferentes modalidades de participa-o nas pessoas colectivas participantes, o grupo especial de negociao deve escolher a que se aplica sociedade cooperativa europeia.

    5 Se o grupo especial de negociao no proceder escolha prevista no nmero anterior, aplicvel socie-dade cooperativa europeia a modalidade de participao que abranja o maior nmero de trabalhadores nas pessoas colectivas participantes.

    6 A deliberao do grupo especial de negociao no sentido de pretender a aplicao do regime de par-ticipao, nos termos da alnea b) ou c) do n. 3, bem como, sendo caso disso, a escolha da modalidade de participao que se aplica sociedade cooperativa eu-ropeia devem ser adoptadas nos 15 dias posteriores ao termo da negociao.

    7 O grupo especial de negociao deve informar as pessoas colectivas participantes da deliberao a que se refere o nmero anterior.

  • 1066 Dirio da Repblica, 1. srie N. 34 18 de Fevereiro de 2008

    DIVISO II

    Conselho de trabalhadores

    Artigo 21.Conselho de trabalhadores

    1 O nmero de membros do conselho de trabalha-dores determinado em funo da percentagem de traba-lhadores empregados em cada Estado membro, relativa-mente ao total de trabalhadores da sociedade cooperativa europeia, suas filiais e estabelecimentos, atribuindo -se um representante por cada 10 % do total de trabalhadores ou fraco.

    2 O nmero de membros deve ser revisto no termo de cada mandato, tendo em conta eventuais alteraes, de acordo com o critrio previsto no nmero anterior.

    3 aplicvel sociedade cooperativa europeia, com as necessrias adaptaes, o disposto no artigo 9.

    Artigo 22.Membros do conselho de trabalhadores

    1 Os membros do conselho de trabalhadores devem ser trabalhadores da sociedade cooperativa europeia, das suas filiais ou estabelecimentos.

    2 A designao ou eleio dos membros do conselho de trabalhadores regulada pela legislao dos Estados membros em cujo territrio trabalham os trabalhadores representados.

    3 O conselho de trabalhadores deve comunicar a identidade dos respectivos membros ao rgo de direc-o ou administrao da sociedade cooperativa europeia.

    4 O mandato dos membros do conselho de trabalha-dores tem a durao de quatro anos.

    Artigo 23.Funcionamento

    1 O conselho de trabalhadores que tenha 12 ou mais membros deve instituir um conselho restrito composto, no mximo, por trs membros, eleitos entre si.

    2 O conselho de trabalhadores aprova o seu regula-mento interno.

    3 Antes de efectuar qualquer reunio com o rgo de direco ou administrao da sociedade cooperativa europeia, o conselho de trabalhadores ou o conselho restrito tem o direito de se reunir sem a presena daquele.

    4 Podem participar nas reunies do conselho restrito os membros do conselho de trabalhadores que representem os trabalhadores das filiais ou estabelecimentos directa-mente afectados pelas medidas.

    5 O conselho de trabalhadores e o conselho restrito podem ser assistidos por peritos da sua escolha, sempre que o julgarem necessrio ao cumprimento das suas funes.

    Artigo 24.Direitos do conselho de trabalhadores

    1 Os direitos do conselho de trabalhadores abran-gem as matrias respeitantes conjuntamente sociedade cooperativa europeia e a uma ou mais filiais ou estabeleci-mentos situados noutro Estado membro, ou que excedam as competncias da direco de uma ou mais filiais ou estabelecimentos.

    2 O conselho de trabalhadores tem o direito de ser informado por escrito e consultado pelo rgo de direc-o ou administrao da sociedade cooperativa europeia sobre a evoluo e as perspectivas das actividades desta, bem como das suas filiais e estabelecimentos previstos no nmero anterior.

    3 O rgo de direco ou administrao deve infor-mar o conselho de trabalhadores sobre a agenda das suas reunies e facultar -lhe cpias dos documentos que forem apresentados assembleia geral da sociedade cooperativa europeia.

    Artigo 25.Relatrio anual

    1 O rgo de direco ou administrao da sociedade cooperativa europeia deve apresentar ao conselho de traba-lhadores um relatrio anual pormenorizado e documentado sobre a evoluo e as perspectivas das actividades desta, bem como das suas filiais e estabelecimentos previstos no n. 1 do artigo anterior.

    2 O relatrio deve conter informao sobre a estru-tura da sociedade cooperativa europeia, filiais e estabele-cimentos, a situao econmica e financeira, a evoluo provvel das actividades, da produo e vendas, iniciativas relacionadas com a responsabilidade social das empresas, a situao e evoluo previsvel do emprego, os investimen-tos, as alteraes mais importantes relativas organizao, mtodos de trabalho ou processos de produo, as transfe-rncias de produo, as fuses, a reduo da dimenso ou encerramento da sociedade, filiais ou estabelecimentos ou partes importantes de estabelecimentos e despedimentos colectivos.

    Artigo 26.Reunies com o rgo de direco ou administrao

    1 Aps a apresentao do relatrio previsto no ar-tigo anterior, o conselho de trabalhadores tem o direito de reunir com o rgo de direco ou administrao da sociedade cooperativa europeia, para efeitos de informao e consulta.

    2 A reunio prevista no nmero anterior tem lugar um ms aps a apresentao do relatrio anual, salvo se o rgo de direco ou administrao aceitar um prazo mais curto.

    3 O rgo de direco ou administrao deve in-formar as direces das filiais ou estabelecimentos da informao e consulta do conselho de trabalhadores nos termos dos nmeros anteriores.

    Artigo 27.Informao e consulta em situaes excepcionais

    1 O conselho de trabalhadores tem o direito de ser informado por escrito sobre quaisquer questes que afec-tem consideravelmente os interesses dos trabalhadores, nomeadamente a mudana de instalaes que implique transferncias de locais de trabalho, o encerramento da sociedade cooperativa europeia, suas filiais ou estabele-cimentos e o despedimento colectivo.

    2 O conselho de trabalhadores ou, se este assim de-cidir nomeadamente por razes de urgncia, o conselho restrito, tem o direito de reunir, a seu pedido, com o rgo de direco ou administrao, ou outro nvel de direco

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    da sociedade mais apropriado com competncia para to-mar decises, a fim de ser informado e consultado sobre as medidas que afectem consideravelmente os interesses dos trabalhadores.

    3 A reunio deve efectuar -se com a maior brevidade possvel.

    4 No caso de a reunio se efectuar com o conselho restrito, tm o direito de nela participar os membros do con-selho de trabalhadores que representam os trabalhadores dos estabelecimentos ou empresas directamente afectados pelas medidas.

    5 Se o sentido provvel da deliberao do rgo de direco ou administrao for diferente do parecer do conselho de trabalhadores, este tem o direito de reunir de novo com aquele rgo com vista obteno de um acordo.

    Artigo 28.Informao dos representantes locais

    Os membros do conselho de trabalhadores devem in-formar os representantes dos trabalhadores da sociedade cooperativa europeia e das suas filiais e estabelecimentos ou, na sua falta, os trabalhadores sobre as informaes recebidas e os resultados das consultas realizadas.

    DIVISO III

    Participao dos trabalhadores

    Artigo 29.Regimes obrigatrios

    1 sociedade cooperativa europeia constituda por transformao aplicvel o regime do Estado membro que se aplicava sociedade objecto de transformao relativo participao dos trabalhadores no rgo de administrao ou fiscalizao.

    2 sociedade cooperativa europeia constituda por qualquer outro modo aplicvel, bem como s suas filiais e estabelecimentos, o regime de qualquer Estado membro que se aplica a uma pessoa colectiva participante e que permita aos representantes dos trabalhadores, ou a estes, designar, eleger, recomendar ou opor -se nomeao de membros do rgo de administrao ou fiscalizao, em proporo mais elevada.

    Artigo 30.Distribuio de lugares

    1 O conselho de trabalhadores deve deliberar, tendo em considerao a proporo dos trabalhadores da socie-dade cooperativa europeia empregados em cada Estado membro, sobre:

    a) A distribuio dos lugares do rgo de administrao ou fiscalizao pelos membros que representam os traba-lhadores dos diferentes Estados membros;

    b) O modo como os trabalhadores da sociedade coope-rativa europeia podem recomendar ou rejeitar membros do rgo de administrao ou fiscalizao.

    2 Se, de acordo com o critrio referido na alnea a) do nmero anterior, houver um ou mais Estados membros em que haja trabalhadores que no tenham representantes no rgo de administrao ou fiscalizao, o conselho de trabalhadores deve atribuir um lugar a cada um desses

    Estados, at ao limite consentido pela possibilidade de aplicao do disposto no n. 4.

    3 Se ao Estado membro em cujo territrio venha a situa -se a sede da sociedade cooperativa europeia no corresponder um lugar do rgo de administrao ou fis-calizao, de acordo com o critrio referido na alnea a) do n. 1, o conselho de trabalhadores deve atribuir priori-tariamente um lugar a esse Estado, com base no disposto no nmero anterior.

    4 O nmero de lugares atribudos de acordo com os n.os 2 e 3 deve ser subtrado aos dos Estados membros aos quais caberia mais de um lugar, procedendo -se por ordem inversa do nmero de trabalhadores empregados nesses Estados.

    Artigo 31.Designao ou eleio dos membros

    1 A designao ou eleio dos membros que re-presentam os trabalhadores empregados em cada Estado membro para os lugares do rgo de administrao ou fiscalizao da sociedade cooperativa europeia regulada pela legislao nacional de cada Estado.

    2 Na falta da legislao nacional prevista no nmero anterior, o conselho de trabalhadores deve deliberar sobre o modo de designao ou eleio do membro proveniente desse Estado.

    Artigo 32.Estatuto dos membros representantes dos trabalhadores

    Os membros do rgo de administrao ou fiscalizao que representam os trabalhadores empregados em cada Estado membro tm os mesmos direitos e deveres que os membros que representam os membros da cooperativa, incluindo o direito de voto.

    SECO III

    Sociedade cooperativa europeia constituda por pessoassingulares ou por uma pessoa colectiva e pessoas singulares

    Artigo 33.Envolvimento dos trabalhadores em sociedade

    de menor dimenso

    1 O envolvimento dos trabalhadores na sociedade cooperativa europeia constituda por pessoas singulares ou por uma pessoa colectiva e pessoas singulares, que empregue menos de 50 trabalhadores, ou 50 ou mais tra-balhadores num nico Estado membro, rege -se:

    a) Na sociedade cooperativa europeia, pela legislao do Estado membro da sede desta que seja aplicvel s entidades do mesmo tipo;

    b) Nas suas filiais e estabelecimentos, pela legislao do Estado membro em que se encontrem situados e que seja aplicvel s entidades do mesmo tipo.

    2 Em caso de mudana para outro Estado mem-bro da sede da sociedade cooperativa europeia referida no n. 1 e abrangida por um regime de participao dos trabalhadores, aplica -se um regime de participao pelo menos equivalente.

  • 1068 Dirio da Repblica, 1. srie N. 34 18 de Fevereiro de 2008

    Artigo 34.Envolvimento dos trabalhadores em sociedade

    de maior dimenso

    O envolvimento dos trabalhadores na sociedade coope-rativa europeia constituda por pessoas singulares ou por uma pessoa colectiva e pessoas singulares, que empregue pelo menos 50 trabalhadores em cada um de dois Estados membros, rege -se pelo disposto nos artigos 5. a 32.

    Artigo 35.Alterao do regime de envolvimento dos trabalhadores

    1 Aps o registo, a sociedade cooperativa europeia constituda por pessoas singulares, ou por uma pessoa colectiva e pessoas singulares, que empregue inicialmente menos de 50 trabalhadores ou 50 ou mais trabalhadores num nico Estado membro fica sujeita ao disposto nos artigos 5. a 32. nas seguintes situaes:

    a) Se, pelo menos um tero dos trabalhadores da socie-dade, das suas filiais e estabelecimentos que trabalhem em pelo menos dois Estados membros o solicitar;

    b) Se o total de trabalhadores da sociedade, suas filiais e estabelecimentos passar a ser pelo menos 50 em cada um de dois Estados membros.

    2 Para a aplicao do disposto nos artigos 5. a 32. nas situaes referidas no nmero anterior, considera -se pessoa colectiva participante a sociedade cooperativa europeia e filiais e estabelecimentos interessados as fi-liais e estabelecimentos da sociedade cooperativa europeia.

    SECO IV

    Disposies comuns

    Artigo 36.Relacionamento entre a sociedade cooperativa europeia

    e os representantes dos trabalhadores

    A sociedade cooperativa europeia, os membros do grupo especial de negociao, o conselho de trabalhadores e os representantes dos trabalhadores no mbito de um proce-dimento de informao e consulta devem cooperar e agir com boa f no exerccio dos direitos e no cumprimento dos deveres respectivos.

    Artigo 37.Dever de reserva e confidencialidade

    As informaes prestadas aos membros do grupo es-pecial de negociao, do conselho de trabalhadores, aos representantes dos trabalhadores no mbito de um pro-cedimento de informao e consulta e aos respectivos peritos, a violao do dever de sigilo, a no prestao de informaes, bem como a justificao e controlo judicial da confidencialidade ou da recusa de prestao de infor-mao so regulados pelos artigos 458. a 460. do Cdigo do Trabalho.

    Artigo 38.Recursos financeiros e materiais

    1 As pessoas colectivas participantes na constituio de uma sociedade cooperativa europeia devem:

    a) Pagar as despesas de funcionamento do grupo es-pecial de negociao, de modo que este possa exercer adequadamente as suas funes;

    b) Facultar ao grupo especial de negociao os meios materiais necessrios ao cumprimento da respectiva misso, incluindo instalaes e locais de afixao da informao;

    c) Pagar as despesas de pelo menos um perito do grupo especial de negociao.

    2 A sociedade cooperativa europeia deve, sem pre-juzo do disposto no acordo que institua o regime de in-formao e consulta:

    a) Dotar os membros do conselho de trabalhadores dos recursos financeiros necessrios s suas despesas de funcionamento e s do conselho restrito, se existir;

    b) Facultar ao conselho de trabalhadores os meios mate-riais necessrios ao cumprimento da respectiva misso, in-cluindo instalaes e locais de afixao da informao;

    c) Pagar as despesas de pelo menos um perito do con-selho de trabalhadores ou do conselho restrito.

    3 As despesas de funcionamento referidas nos n-meros anteriores incluem as respeitantes organizao de reunies, bem como as tradues, estadas e deslocaes e ainda a retribuio de um perito.

    4 O disposto no nmero anterior, excepto no que respeita retribuio de um perito, pode ser regulado di-ferentemente por acordo entre o conselho de trabalhadores e o rgo de direco ou administrao.

    5 As despesas de deslocao e estada podem ser pagas com base no regime de deslocaes em servio dos estabelecimentos ou empresas em que os representantes dos trabalhadores trabalham e, relativamente s despesas do perito, no regime aplicvel aos membros provenientes do mesmo Estado membro.

    6 Da aplicao do critrio previsto no nmero an-terior no pode resultar um pagamento de despesas de deslocao e estada a algum membro do grupo especial de negociao ou do conselho de empresa europeu menos favorvel que a outro.

    7 As despesas relativas a cada membro do grupo especial de negociao so pagas pela pessoa colectiva participante da qual ou de cuja filial ou estabelecimento o mesmo proveniente.

    8 As pessoas colectivas participantes pagam as des-pesas de um perito, na proporo do nmero dos respec-tivos trabalhadores.

    9 As despesas de membro do grupo especial de ne-gociao que no seja proveniente de qualquer pessoa colectiva participante, filial ou estabelecimento so pagas por essas entidades desde que os trabalhadores sejam por ele representados, na proporo do nmero destes.

    Artigo 39.Nova negociao

    1 Decorridos dois anos a contar da deliberao do grupo especial de negociao de no iniciar ou terminar a negociao em curso, deve haver nova negociao desde que seja solicitada por pelo menos 10 % dos trabalhadores da sociedade cooperativa europeia, respectivas filiais e estabelecimentos ou seus representantes.

    2 O conselho de trabalhadores, decorridos quatro anos a contar da sua instituio obrigatria, pode propor

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    negociaes sobre um regime de envolvimento dos traba-lhadores na sociedade.

    3 A negociao pode ter lugar antes do termo dos prazos previstos nos nmeros anteriores por acordo com a sociedade.

    4 O nmero de trabalhadores previsto no n. 1 de-terminado com referncia ao momento do pedido.

    5 Para efeito da negociao prevista no n. 1, cons-tituio e composio do grupo especial de negociao aplicvel o disposto nos artigos 6. e 7.

    6 Se a negociao desenvolvida nos termos do n. 1 no conduzir a acordo, no aplicvel o disposto nos artigos 20. a 32.

    7 A negociao prevista no n. 2 desenvolvida pelo conselho de trabalhadores e rege -se pelo disposto nos artigos 11. a 19.

    8 Em caso de acordo resultante da negociao pre-vista no nmero anterior, as disposies relativas ao con-selho de trabalhadores de instituio obrigatria deixam de se aplicar a partir do momento da aplicao do regime de envolvimento dos trabalhadores objecto do acordo.

    CAPTULO III

    Disposies de carcter nacional

    Artigo 40.mbito

    As disposies deste captulo so aplicveis a socieda-des cooperativas europeias, suas filiais e estabelecimentos situados em territrio nacional, bem como aos represen-tantes dos respectivos trabalhadores.

    Artigo 41.Designao ou eleio dos representantes dos trabalhadores

    1 Os membros do grupo especial de negociao, do conselho de trabalhadores, os representantes dos trabalha-dores no mbito do procedimento de informao e consulta e os membros do rgo de administrao ou fiscalizao da sociedade cooperativa europeia, que representem os traba-lhadores empregados em territrio nacional so designados ou eleitos nos termos dos artigos seguintes.

    2 As entidades que procedem designao e os proponentes de listas para a eleio dos representantes referidos no nmero anterior devem respeitar o direito igualdade e no discriminao e, nomeadamente, promover o equilbrio entre membros de ambos os sexos.

    Artigo 42.Designao ou eleio dos membros do grupo

    especial de negociao

    1 A designao ou eleio dos membros do grupo especial de negociao deve assegurar que haja um mem-bro proveniente de cada pessoa colectiva participante com sede em territrio nacional ou, se tal for impossvel, das que empreguem maior nmero de trabalhadores.

    2 Pode ser membro do grupo especial de negociao um associado de sindicato representativo de trabalhadores das pessoas colectivas participantes, filiais ou estabeleci-mentos interessados, independentemente de ser trabalhador destas.

    3 Os membros do grupo especial de negociao so designados:

    a) No caso de haver, em territrio nacional, apenas uma pes-soa colectiva participante ou filial, por acordo entre a respectiva comisso de trabalhadores e as associaes sindicais, ou pela comisso de trabalhadores se no houver associaes sindicais;

    b) No caso de haver, em territrio nacional, duas ou mais pessoas colectivas participantes ou filiais, por acordo entre as respectivas comisses de trabalhadores e as associaes sindicais, ou entre as comisses de trabalhadores se no houver associaes sindicais;

    c) No caso de haver, em territrio nacional, uma ou mais pessoas colectivas participantes ou filiais e um ou mais esta-belecimentos de outra pessoa colectiva participante ou filial, por acordo entre as respectivas comisses de trabalhadores e as associaes sindicais, devendo estas representar pelo menos os trabalhadores dos referidos estabelecimentos;

    d) Por acordo entre as associaes sindicais que, em conjunto, representem pelo menos dois teros dos tra-balhadores das pessoas colectivas participantes, filiais e estabelecimentos existentes em territrio nacional;

    e) Por acordo entre as associaes sindicais que re-presentem, cada uma, 5 % dos trabalhadores das pessoas colectivas participantes, filiais e estabelecimentos exis-tentes em territrio nacional, no caso de no se verificar o previsto na alnea anterior.

    4 S as associaes sindicais que representem pelo menos 5 % dos trabalhadores das pessoas colectivas partici-pantes, filiais e estabelecimentos existentes em territrio na-cional podem participar na designao dos representantes dos trabalhadores, sem prejuzo do disposto no nmero seguinte.

    5 As associaes sindicais que, em conjunto, represen-tem pelo menos 5 % dos trabalhadores das pessoas colectivas participantes, filiais e estabelecimentos existentes em terri-trio nacional podem mandatar uma delas para participar na designao dos representantes dos trabalhadores.

    6 Os membros do grupo especial de negociao so elei-tos por voto directo e secreto, de entre candidaturas apresentadas por, pelo menos, 100 ou 10 % dos trabalhadores das pessoas colectivas participantes, filiais e estabelecimentos interessados existentes em territrio nacional, nas seguintes situaes:

    a) Se no houver lugar respectiva designao nos termos dos nmeros anteriores;

    b) Sempre que pelo menos um tero dos trabalhadores das pessoas colectivas participantes, filiais e estabeleci-mentos o requeira.

    7 A convocao do acto eleitoral, a apresentao de candidaturas, as seces de voto, a votao, o apuramento e a publicidade do resultado da eleio, bem como o con-trolo de legalidade da mesma, so regulados pelo regime aplicvel ao conselho de empresa europeu.

    8 A designao ou eleio de membros do grupo especial de negociao deve ser acompanhada da indica-o do nmero de trabalhadores que cada um representa.

    Artigo 43.Designao ou eleio dos membros

    do conselho de trabalhadores

    1 Os membros do conselho de trabalhadores so designados:

    a) No caso de existir, em territrio nacional, apenas a sociedade cooperativa europeia, por acordo entre a res-

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    pectiva comisso de trabalhadores e as associaes sin-dicais, ou pela comisso de trabalhadores se no houver associaes sindicais;

    b) No caso de existir, em territrio nacional, a sociedade cooperativa europeia e uma ou mais filiais, por acordo entre as respectivas comisses de trabalhadores e as associaes sindicais, ou entre as comisses de trabalhadores se no houver associaes sindicais;

    c) No caso de existir, em territrio nacional, a sociedade cooperativa europeia, uma ou mais filiais e um ou mais estabelecimentos, por acordo entre as respectivas comis-ses de trabalhadores e as associaes sindicais, devendo estas representar pelo menos os trabalhadores dos referidos estabelecimentos;

    d) Por acordo entre as associaes sindicais que, em conjunto, representem pelo menos dois teros dos traba-lhadores da sociedade cooperativa europeia, suas filiais e estabelecimentos;

    e) Por acordo entre as associaes sindicais que repre-sentem, cada uma, 5 % dos trabalhadores da sociedade cooperativa europeia, suas filiais e estabelecimentos, no caso de no se verificar o acordo previsto na alnea anterior.

    2 designao dos membros do conselho de tra-balhadores aplicvel o disposto nos n.os 2 e 3 do arti-go anterior.

    3 Os membros do conselho de trabalhadores so eleitos por voto directo e secreto, de entre candidaturas apresentadas por, pelo menos, 100 ou 10 % dos traba-lhadores da sociedade cooperativa europeia, suas filiais e estabelecimentos existentes em territrio nacional se no houver lugar respectiva designao nos termos dos nmeros anteriores.

    4 A convocao do acto eleitoral, a apresentao de candidaturas, as seces de voto, a votao, o apuramento e a publicidade do resultado da eleio, bem como o con-trolo de legalidade da mesma, so regulados pelo regime aplicvel ao conselho de empresa europeu.

    Artigo 44.Designao ou eleio dos representantes dos trabalhadores

    no mbito de um procedimento de informao e consulta

    designao ou eleio dos representantes dos traba-lhadores no mbito de um procedimento de informao e consulta aplicvel o disposto no artigo anterior.

    Artigo 45.Designao ou eleio dos membros do rgo

    de administrao ou fiscalizao

    designao ou eleio dos membros que representam os trabalhadores para os lugares do rgo de administra-o ou fiscalizao da sociedade cooperativa europeia aplicvel o disposto no artigo 42., com as necessrias adaptaes.

    Artigo 46.Durao do mandato

    Salvo estipulao em contrrio, o mandato dos membros do conselho de trabalhadores e dos representantes dos tra-balhadores no mbito de um procedimento de informao e consulta tem a durao de quatro anos.

    Artigo 47.Proteco especial dos representantes dos trabalhadores

    1 Os membros do grupo especial de negociao, do conselho de trabalhadores, os representantes dos traba-lhadores no mbito de um procedimento de informao e consulta e os representantes dos trabalhadores no rgo de administrao ou fiscalizao tm, em especial, direito:

    a) A crdito de horas mensais para o exerccio das res-pectivas funes igual ao de membros de comisso de trabalhadores;

    b) A crdito de tempo retribudo necessrio para participar em reunies com a sociedade cooperativa europeia, em reuni-es do rgo de administrao ou fiscalizao e em reunies preparatrias, incluindo o tempo gasto nas deslocaes;

    c) A justificao de ausncias no desempenho das suas funes que excedam o crdito de horas, nos termos previs-tos no Cdigo do Trabalho para os membros das estruturas de representao colectiva dos trabalhadores;

    d) A proteco em caso de procedimento disciplinar, despedimento e transferncia, nos termos previstos no Cdigo do Trabalho para os membros das estruturas de representao colectiva dos trabalhadores.

    2 Os membros do grupo especial de negociao ape-nas beneficiam do regime previsto no nmero anterior se forem trabalhadores de uma entidade participante, suas filiais ou estabelecimentos interessados.

    3 No h lugar a acumulao do crdito de horas pelo facto de o trabalhador pertencer a mais de uma estrutura de representao colectiva dos trabalhadores.

    4 Os representantes dos trabalhadores que sejam membros do rgo de administrao ou fiscalizao da sociedade cooperativa europeia tm direito a retribuio dos perodos de ausncia necessrios ao exerccio das res-pectivas funes.

    Artigo 48.Clculo do nmero de trabalhadores

    Os trabalhadores a tempo parcial so considerados para efeitos do clculo do nmero de trabalhadores, indepen-dentemente da durao do seu perodo normal de trabalho.

    CAPTULO IV

    Responsabilidade contra -ordenacional

    Artigo 49.Regime geral

    1 O regime geral previsto nos artigos 614. a 640. do Cdigo do Trabalho aplica -se s infraces decorrentes da violao da presente lei.

    2 Na aplicao da presente lei s Regies Autnomas so tidas em conta as competncias legais atribudas aos respectivos rgos e servios regionais.

    Artigo 50.Contra -ordenaes em especial

    1 Constitui contra -ordenao muito grave a violao do artigo 6., do artigo 9., do acordo que instituir um conselho de trabalhadores ou um ou mais procedimentos de informao e consulta na parte respeitante aos direitos de informao e consulta e de reunio, dos n.os 1 e 3 do ar-

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    tigo 20., dos artigos 24. e 25., dos n.os 1 e 2 do artigo 26., dos n.os 1 e 2 do artigo 27. e dos n.os 1 e 2 do artigo 38.

    2 Constitui contra -ordenao grave a violao dos n.os 1 e 2 do artigo 8., do n. 2 do artigo 12., do acordo que instituir um conselho de trabalhadores ou um ou mais procedimentos de informao e consulta, na parte respeitante aos recursos financeiros e materiais e dos n.os 3 a 5 do artigo 27.

    3 Constitui contra -ordenao leve a violao do n. 1 do artigo 19.

    Aprovada em 14 de Dezembro de 2007.O Presidente da Assembleia da Repblica, Jaime

    Gama.Promulgada em 1 de Fevereiro de 2008.Publique -se.O Presidente da Repblica, ANBAL CAVACO SILVA.Referendada em 1 de Fevereiro de 2008.O Primeiro -Ministro, Jos Scrates Carvalho Pinto

    de Sousa.

    PRESIDNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS

    Resoluo do Conselho de Ministros n. 29/2008Para o cumprimento das misses que legalmente lhe

    esto atribudas, a Fora Area opera diversas aeronaves, dos mais variados tipos e em diferentes configuraes, as quais devem apresentar uma elevada percentagem de operacionalidade, complementada com o grau de prontido adequado especificidade da misso a desempenhar.

    Para assegurar a operacionalidade das aeronaves que opera e o necessrio grau de prontido, a Fora Area necessita de proceder a um rigoroso planeamento dos mais variados factores, entre os quais se inclui o planeamento das aces de reparao e manuteno de tais aeronaves.

    Este planeamento no pode incidir unicamente sobre as aeronaves enquanto tal, mas tambm sobre muitos dos seus elementos e sistemas integrantes, como sejam os respectivos motores, instrumentos, componentes diversos ou os sistemas de misso.

    A actividade de manuteno de aeronaves envolve a exe-cuo das tarefas necessrias para garantir a continuidade da navegabilidade de clula, motores, rgos, acessrios e de componentes, sobre os quais recaem limites e ou controlo do tempo de operao em termos de calend-rio, horas de funcionamento, ciclos ou de forma mista ou outros sobre os quais recai um qualquer tipo de controlo especfico. Nesta actividade est ainda includa a reviso, reparao, inspeco, substituio, modificao e rectifica-o de anomalias, a realizao de modificaes e upgrades de elevada complexidade, bem como a disponibilizao de servios de apoio de engenharia e controlo de qualidade, pelo que necessita de ser contratada a terceiros.

    Acresce que a reparao e manuteno de aeronaves deve obedecer s indicaes, vinculativas, dos fabricantes das mesmas, definidas nos respectivos manuais de manu-teno e em boletins de servio. Por sua vez, de forma a garantir e salvaguardar as condies de aeronavegabilidade das aeronaves, os tcnicos envolvidos na execuo das variadas aces de manuteno esto sujeitos a qualifica-o para poderem desempenh -las, enquanto as entidades envolvidas nesta actividade esto sujeitas a certificao.

    O Decreto -Lei n. 33/99, de 5 de Fevereiro, veio estabe-lecer o regime jurdico relativo celebrao dos contratos abrangidos pela alnea b) do n. 1 do artigo 296. do Tra-tado da Unio Europeia, prevendo o n. 3 do seu artigo 4. que, independentemente do valor, poder optar -se pelo ajuste directo para a celebrao de contratos quando os interesses essenciais de segurana do Estado Portugus o exigir.

    Por despacho dos membros do Governo competentes, emitido ao abrigo do disposto no n. 4 do artigo 4. do Decreto -Lei n. 33/99, de 5 de Fevereiro, considerando a justificao nele exarada, foi determinada a opo pelo ajuste directo, a realizar OGMA Indstria Aeronutica de Portugal, S. A. (OGMA), porque possui, em territrio nacional, os recursos humanos, logsticos e tcnicos ne-cessrios para assegurar a manuteno de algumas das aeronaves da Fora Area, adquiridos ao longo de dcadas, e um agente privilegiado para garantir a proteco dos interesses essenciais de segurana do Estado Portugus salvaguardados pela alnea b) do n. 1 do artigo 296. do Tratado da Unio Europeia.

    A celebrao de contrato escrito global que regule de-talhadamente as condies, jurdicas e tcnicas, do forne-cimento de servios desta complexidade, num horizonte temporal alargado, afigura -se extremamente vantajosa, permitindo acautelar os interesses da Fora Area e do Estado Portugus.

    Nos termos dos citados normativos e na sequncia das negociaes desenvolvidas, o Comando Logstico e Ad-ministrativo da Fora Area (CLAFA) props a contrata-o, pelo perodo de trs anos, de servios de assistncia tcnica, manuteno, reparao e ou modificao de aero-naves, seus motores e respectivos rgos ou equipamen-tos, componentes, sistemas e subsistemas associados, que venha a encomendar, pelo montante mximo global de 43 000 000, a que acresce o IVA taxa legal em vigor.

    Afigura -se, por conseguinte, obter a necessria auto-rizao da despesa inerente celebrao do contrato e proceder sua adjudicao atravs de ajuste directo, ao abrigo do n. 3 do artigo 4. do Decreto -Lei n. 33/99, de 5 de Fevereiro.

    Tratando -se de despesa que d lugar a encargo oramen-tal em mais de um ano econmico, foi emitida, nos termos do n. 1 do artigo 22. do Decreto -Lei n. 197/99, de 8 de Junho, portaria de extenso de encargos pelos Ministros de Estado e das Finanas e da Defesa Nacional, assinada em 20 de Novembro de 2007.

    Assim:Nos termos da alnea g) do artigo 199. da Constituio,

    o Conselho de Ministros resolve:1 Autorizar, ao abrigo da alnea e) do n. 1 do

    artigo 17. do Decreto -Lei n. 197/99, de 8 de Junho, a realizao da despesa inerente celebrao de um contrato de aquisio de servios de assistncia tcnica, manu-teno, reparao e ou modificao de aeronaves, seus motores e respectivos rgos ou equipamentos, compo-nentes, sistemas e subsistemas associados, que a Fora Area venha a encomendar, pelo perodo de trs anos, no montante mximo global de 43 000 000, a que acresce o IVA taxa legal em vigor.

    2 Determinar que a adjudicao seja feita por ajuste directo OGMA Indstria Aeronutica de Portu-gal, S. A., ao abrigo do n. 3 do artigo 4. do Decreto -Lei n. 33/99, de 5 de Fevereiro.