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nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 1 SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO TRABALHO E EMPREGO DO RIO GRANDE DO SUL Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador - SEGUR nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO Em conformidade com as disposições legais vigentes, em especial o artigo 161 da CLT, redação pela Lei nº 6.514/77; o artigo 11 da Lei nº 10.593, de 06/12/2002; o artigo 18, incisos IX, X e Xl do Regulamento da Inspeção do Trabalho, aprovado pelo Decreto nº 4.552, de 27/12/02 e tendo em vista ainda o disposto na Portaria n° 13, de 15 de março de 2004, da Delegada Regional do Trabalho no Rio Grande do Sul, a qual delegou competência aos Auditores-Fiscais do Trabalho para atos de interdição e embargo, de irrecusável e imediato cumprimento pelo empregador, e tendo a SEARA ALIMENTOS LTDA, estabelecimento sito na RUA REINALDO NOSCHANG Nº 290, BOM RETIRO DO SUL - RS, CNPJ/MF nº 02.914.460/0221-20, CNAE 1013901, grau de risco 3, contando com aproximadamente 409 (quatrocentos e nove) empregados, sido alvo de inspeção durante a qual foi caracterizada a condição de risco grave e iminente à saúde e à integridade física dos trabalhadores, conforme laudo técnico anexo: a) Atividades de movimentação de cargas no abastecimento de matéria prima, na colocação de varas de mortadela e calabresa para fatiar nos estaleiros, na embalagem secundária, no setor de condimentos, na revisão de curados, na carimbação e na alimentação manual das caldeiras; b) Atividade de envarar a calabresa; c) Atividades de movimentação de cargas com paleteiras manuais; d) 01 quebrador de bloco; e) 01 Rotuladeira de mortadela; f) 01 esteira etiquetadora, determinamos a IMEDIATA INTERDIÇÃO DESTAS ATIVIDADES e MÁQUINAS. Atenção: Responderá por desobediência à ordem legal de funcionário público e por expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente, respectivamente tipificados nos artigos 330 e 132 do Código Penal Brasileiro, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, quem ordenar ou permitir a execução destas atividades, após a presente determinação de interdição. Recurso: De acordo com o § 3º do art. 161 da CLT, poderão os interessados recorrer ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, NO PRAZO DE 10 DIAS, visando obter o efeito suspensivo do presente processo de interdição. Correção da situação de risco: Neste caso, a empresa poderá apresentar requerimento junto à SRTE/RS, Av. Mauá, 1013, Centro, Porto Alegre/RS, ou à GRTE/Lajeado/RS, Rua Benjamin Constant, 1058, Centro, especificando e detalhando todas as medidas adotadas para o saneamento da condição de risco grave e iminente apontadas no laudo anexo, devendo ainda juntar toda a documentação probatória dessas medidas para análise e parecer pela Auditoria Fiscal do Trabalho. Bom Retiro do Sul/RS, em 18 de agosto de 2017. MAURO MARQUES MULLER Auditor-Fiscal do Trabalho CIF: 35786-3

Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador - SEGUR SEARA BOM RETIRO.pdf · condimentos, na revisão de curados, na carimbação e na alimentação manual das caldeiras. Em todos

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nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 1

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO TRABALHO E EMPREGO DO RIO GRANDE DO SUL

Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador - SEGUR

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO

Em conformidade com as disposições legais vigentes, em especial o artigo 161 da CLT, redação

pela Lei nº 6.514/77; o artigo 11 da Lei nº 10.593, de 06/12/2002; o artigo 18, incisos IX, X e Xl do

Regulamento da Inspeção do Trabalho, aprovado pelo Decreto nº 4.552, de 27/12/02 e tendo em vista

ainda o disposto na Portaria n° 13, de 15 de março de 2004, da Delegada Regional do Trabalho no Rio

Grande do Sul, a qual delegou competência aos Auditores-Fiscais do Trabalho para atos de interdição e

embargo, de irrecusável e imediato cumprimento pelo empregador, e tendo a SEARA ALIMENTOS LTDA,

estabelecimento sito na RUA REINALDO NOSCHANG Nº 290, BOM RETIRO DO SUL - RS, CNPJ/MF nº

02.914.460/0221-20, CNAE 1013901, grau de risco 3, contando com aproximadamente 409

(quatrocentos e nove) empregados, sido alvo de inspeção durante a qual foi caracterizada a condição de

risco grave e iminente à saúde e à integridade física dos trabalhadores, conforme laudo técnico anexo:

a) Atividades de movimentação de cargas no abastecimento de matéria prima, na colocação de varas de

mortadela e calabresa para fatiar nos estaleiros, na embalagem secundária, no setor de condimentos,

na revisão de curados, na carimbação e na alimentação manual das caldeiras; b) Atividade de envarar a

calabresa; c) Atividades de movimentação de cargas com paleteiras manuais; d) 01 quebrador de bloco;

e) 01 Rotuladeira de mortadela; f) 01 esteira etiquetadora, determinamos a IMEDIATA INTERDIÇÃO

DESTAS ATIVIDADES e MÁQUINAS.

Atenção: Responderá por desobediência à ordem legal de funcionário público e por

expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente, respectivamente tipificados nos artigos

330 e 132 do Código Penal Brasileiro, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, quem ordenar ou

permitir a execução destas atividades, após a presente determinação de interdição.

Recurso: De acordo com o § 3º do art. 161 da CLT, poderão os interessados recorrer ao

órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, NO PRAZO DE 10 DIAS,

visando obter o efeito suspensivo do presente processo de interdição.

Correção da situação de risco: Neste caso, a empresa poderá apresentar requerimento

junto à SRTE/RS, Av. Mauá, 1013, Centro, Porto Alegre/RS, ou à GRTE/Lajeado/RS, Rua Benjamin

Constant, 1058, Centro, especificando e detalhando todas as medidas adotadas para o saneamento da

condição de risco grave e iminente apontadas no laudo anexo, devendo ainda juntar toda a

documentação probatória dessas medidas para análise e parecer pela Auditoria Fiscal do Trabalho.

Bom Retiro do Sul/RS, em 18 de agosto de 2017.

MAURO MARQUES MULLER

Auditor-Fiscal do Trabalho

CIF: 35786-3

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MARCELO NAEGELE

AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO

CIF 35776-6

RAFAEL DE ANDARADE VIEIRA

AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO

CIF 35800-2

RICARDO LUIS BRAND

AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO

CIF 02902-5

LUCILENE PACINI

AUDITORA-FISCAL DO TRABALHO

CIF 35503-8

* Competência dada pela Portaria Ministerial 1719/2014, nos termos do julgado de Ação Civil

Pública 0010450-12.2013.5.14.0008.

Neste momento, tomamos ciência deste “Termo de Interdição”, parcela do processo de auditoria-

fiscal no estabelecimento, bem como recebemos cópia do “Laudo de Caracterização de Grave e

Iminente Risco nº 357766_358002/2017-1808”.

Bom Retiro do Sul, _____/_____/ 2017, às ___________ horas.

________________________________________

SEARA ALIMENTOS LTDA

Empregador ou Preposto / Função / nº identidade

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ANEXO

Laudo de Caracterização de Grave e Iminente Risco nº 357766_358002/2017-1808

Empresa: SEARA ALIMENTOS LTDA., estabelecimento sito na RUA REINALDO NOSCHANG Nº 290, BOM

RETIRO DO SUL - RS, CNPJ/MF nº 02.914.460/0221-20, CNAE 1013901, grau de risco 3, contando com

aproximadamente 409 (quatrocentos e nove) empregados.

1. Objetivo

O presente laudo técnico tem como objetivo a apresentação de subsídios para fundamentar a

decisão da SRTE/RS acerca das condições de segurança e saúde no trabalho oferecidas pela empresa em

epígrafe, especificamente quanto aos pontos adiante elencados.

2. A Auditoria Fiscal do Trabalho

As ações desta instituição estão alicerçadas na Convenção nº 81 da Organização Internacional do

Trabalho - OIT, ratificada pelo governo brasileiro. Segundo o eminente jurista e desembargador

aposentado, Dr. Sebastião Geraldo de Oliveira, esta norma ocupa, hierarquicamente, um “espaço

intermediário entre a Constituição e a lei ordinária, ou seja, tem status infraconstitucional, mas, ao

mesmo tempo, supralegal”. A Convenção nº 81 dispõe e organiza a Inspeção do Trabalho como

instituição estatal encarregada de tornar efetivas as disposições legais e regulamentares do processo de

trabalho, inclusa a proteção dos trabalhadores no exercício da sua profissão.

O ministro aposentado do TST, Dr. Mozart Victor Russomano afirma:

“Os direitos do trabalhador brasileiro estão protegidos em dois níveis distintos, mas que se

combinam: a inspeção ou fiscalização do trabalho, de natureza administrativa, e a proteção

judicial, através dos tribunais da Justiça do Trabalho”.

Cite-se também a posição do Dr. Nelson Mannrich, que assim se posiciona:

“Não se pode negar a existência de um conjunto de normas de ordem pública, impostas

coercitivamente pelo Estado, como as referentes ao registro de empregado, a duração do

trabalho, a período de descanso e a segurança e medicina do trabalho, não cabendo as partes

disporem sobre elas (...). Por serem de ordem pública, compete ao Estado vigiar seu cumprimento,

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impondo sanções quando de sua inobservância. Esta atividade estatal, como já enfatizamos,

denomina-se Inspeção do Trabalho”.

O Dr. José Alves de Paula afirma que:

“Os agentes da inspeção do trabalho são vigias da justiça social. Eles são o braço do Estado para

garantir o cumprimento das leis de proteção ao trabalhador e a construção da justiça social”.

Temos, portanto, a Inspeção do Trabalho como elemento institucional de garantia da efetividade

de leis e regulamentos de proteção ao trabalho.

3. Alguns Fundamentos Legais Referentes a Ações do Estado em Segurança e Saúde do

Trabalhador

Sem pretensão ao esgotamento do tema, citaremos fundamentos que embasam a ação do Estado

na defesa de satisfatórias condições de segurança e saúde no trabalho. O artigo 7º, inciso XXII, da

Constituição da República Federativa do Brasil afirma como inalienável o direito de trabalhadores à

redução dos riscos inerentes ao trabalho.

Especificamente o artigo 161 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, com redação dada pela

Lei nº 6.514/77, que alterou o Capítulo V do Título II, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho,

determina:

“O Delegado Regional do Trabalho, à vista de laudo técnico do serviço competente que

demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento,

setor de serviço, máquina ou equipamento ou embargar obra, indicando na decisão, tomada

com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas para a

prevenção de infortúnios de trabalho”.

O Decreto nº 4.552, de 27.12.2002, que aprova o Regulamento da Inspeção do Trabalho, em

consonância com a já referida Convenção nº 81 da OIT, em seu artigo 18° determina:

“Compete aos Auditores Fiscais do Trabalho, em todo o território nacional:

...

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IX) averiguar e analisar situações com risco potencial de gerar doenças ocupacionais e

acidentes do trabalho, determinando as medidas preventivas necessárias;

X) notificar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho para o cumprimento de obrigações

ou a correção de irregularidades e adoção de medidas que eliminem os riscos para a

saúde e segurança dos trabalhadores, nas instalações ou métodos de trabalho;

XI) quando constatado grave e iminente risco (grifo nosso) para a saúde ou segurança dos

trabalhadores, expedir a notificação a que se refere o inciso X deste artigo,

determinando a adoção de medidas de imediata aplicação (grifo nosso)...”

Visando a necessária celeridade ao processo, posteriormente foi ainda editada a Portaria n° 13, de

15 de março de 2004, da então Delegada Regional do Trabalho no Rio Grande do Sul, a qual delegou

competência aos Auditores-Fiscais do Trabalho para atos de interdição e embargo, de irrecusável e

imediato cumprimento pelo empregador. No entanto, há liminar judicial vigente tornando

desnecessária a ratificação do procedimento pelo Sr. Superintendente Regional do Trabalho e Emprego.

Em suma, estão claramente estabelecidos a competência e os limites legais do MTE para a interdição de

máquinas, equipamentos, setores, serviços ou atividades, conforme portaria 1.719, de 05/11/2014.

4. Caracterização da Condição de Risco Grave e Iminente à Integridade dos Trabalhadores

Em face de determinação superior, foi composta, no âmbito das várias unidades do MTE no

Brasil, forças-tarefa com equipes multidisciplinares de AFT, em função da alta sinistralidade e

morbidade relacionada ao trabalho no setor de abate e frigoríficos. Especificamente neste

estabelecimento, foi iniciado processo de auditoria na data de 26 de outubro de 2015, sendo as

inspeções acompanhadas por representantes da empresa e das entidades representativas de

trabalhadores. Neste, foram minuciosamente analisados documentos, imagens, cotejadas

bases de informações e normatização e ainda avaliadas: a) Atividades de movimentação de

cargas no abastecimento de matéria prima, na colocação de varas de mortadela e calabresa

para fatiar nos estaleiros, na embalagem secundária, no setor de condimentos, na revisão de

curados, na carimbação e na alimentação manual das caldeiras; b) Atividade de envarar a

calabresa; c) Atividades de movimentação de cargas com paleteiras manuais; d) 01 quebrador

de bloco; e) 01 Rotuladeira de mortadela; f) 01 esteira etiquetadora. O quadro resultante levou a

caracterização da condição de RISCO GRAVE E IMINENTE à saúde e à integridade física dos

trabalhadores expostos, na forma conceituada pelo subitem 3.1.1 da Norma Regulamentadora

nº 3 do Ministério do Trabalho e Emprego, com atualização dada pela Portaria SIT nº 199/2011:

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“Condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao

trabalho com lesão grave à integridade física do trabalhador".

É direito constitucionalmente estabelecido a garantia de boas condições de segurança e saúde aos

cidadãos que executam as referidas operações. De forma preliminar, constatamos a complexidade, a

multiplicidade e a interatividade entre as muitas variáveis envolvidas e analisadas nestas operações.

Durante este processo, COMPROVAMOS a ausência destas garantias, em especial, para a minimização

dos riscos decorrentes da inadequação de algumas atividades aos limites psicofisiológicos humanos e

também de indução de lesões de caráter imediato pela interação com máquinas e equipamentos com

insuficiente proteção, sendo estas atividades realizadas em condições deletérias à saúde. Passaremos a

tecer topicamente alguns comentários:

4.1) Atividades de movimentação de cargas no abastecimento de matéria prima, na colocação

de varas de mortadela e calabresa para fatiar nos estaleiros, na embalagem secundária, no setor de

condimentos, na revisão de curados, na carimbação e na alimentação manual das caldeiras.

Em todos os setores citados, os trabalhadores exercem atividades de movimentação manual de

cargas, movimentando caixas, varas e sacos de produtos com as mãos para executar as tarefas de

trabalho.

As caixas, varas e sacos de produtos têm pesos variados. Foram encontradas caixas de produto

com mais de 30 Kg (mortadela da turma da mônica, toras de madeira nas caldeiras) e com 29,5 Kg

(pimenta no setor de condimentos).

Constatou-se que essas atividades são realizadas com a exigência de posturas nocivas dos

empregados gerando especialmente sobrecarga nos membros superiores e na coluna. Constatou-se o

arremesso de cargas pesadas (toras de lenha, sacos de matéria prima), ações vedadas pela NR-36,

extremamente prejudiciais à saúde e segurança dos trabalhadores.

Constatou-se que o ritmo de trabalho é intenso e leva à fadiga dos trabalhadores durante a

jornada. Em muitos setores e atividades os trabalhadores estão movimentando cargas muito acima de

10.000 Kg, o máximo recomendado para cada trabalhador para uma jornada de 8h.

Riscos presentes na atividade

Nas atividades de movimentação manual de cargas, encontram-se grupos de fatores de

risco diretamente relacionados ao desenvolvimento de doenças osteomusculares relacionadas

ao trabalho (DORT), a saber:

a) inadequação de postos de trabalho e da organização do trabalho. Ambos

implicam na adoção de posturas e métodos de trabalho que causam ou

agravam as lesões osteomusculares;

b) aspectos posturais, com exigências de amplitudes articulares extremas,

posturas de torção do tronco e de flexão irregular da coluna (abaixamento),

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que ocorre na deposição das caixas ou embalagens de produtos quase na

altura do chão e no levantamento em alturas além dos limites aceitáveis (até

altura do ombro do trabalhador) e movimentação manual de cargas acima dos

limites recomendados para uma jornada de 8h;

c) pouca variabilidade das tarefas, especialmente diante da constatação da

Auditoria-Fiscal do Trabalho, conforme entrevistas realizadas com os

trabalhadores, de os rodízios aplicados não são eficazes, como pouca variação

de exigências osteomusculares;

d) os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho, decorrentes do

estabelecimento de rotinas de elevada cadência, com ritmo intenso de

trabalho.

Entre as doenças relacionadas às condições ambientais de trabalhos e às exigências

psicofisiológicas extremadas, com repercussões incapacitantes e/ou debilidades permanentes

de membros, sentidos ou funções, pode-se citar os seguintes grupos de patologias a que estão

expostos os trabalhadores:

I. Mononeuropatias dos membros superiores (G56 a G569);

G56 - Mononeuropatias dos membros superiores; G56.0 - Síndrome do túnel do

carpo; G56.1 – Outras lesões do nervo mediano; G56.2 - Lesões do nervo cubital (ulnar);

G56.3 -Lesão do nervo radial; G56.4 - Causalgia; G56.8 - Outras mononeuropatias dos

membros superiores; G56.9 - Mononeuropatia dos membros superiores, não especificada;

II. Tenossinovites, sinovites e tendinites do membro superior (M65 a M659);

M65 - Sinovite e tenossinovite; M65.0 -Abscesso da bainha tendínea; M65.1-Outras

(teno) sinovites infecciosas; M65.2 - Tendinite calcificada; M65.3 Dedo em gatilho; M65.4 -

Tenossinovite estilóide radial (de Quervain); M65.8-Outras sinovites e tenossinovites;

M65.9-Sinovite e tenossinovite não especificadas;

III. Lesões nos ombros (M75 a M75.9).

M75 - Lesões do ombro; M75.0 - Capsulite adesiva do ombro; M75.1 - Síndrome do

manguito rotador; M75.2 - Tendinite bicepital; M75.3-Tendinite calcificante do ombro;

M75.4 - Síndrome de colisão do ombro; M75.5 - Bursite do ombro; M75.8 - Outras lesões

do ombro; M75.9 - Lesão não especificada do ombro;

IV. Artropatias (M00-M25)

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M00-M03 - Artropatias infecciosas, M05-M14 - Poliartropatias inflamatórias, M15-

M19 - Artroses, M20-M25 - Outros transtornos articulares;

V. Dorsopatias (M40-M54)

M40-M43 - Dorsopatias deformantes, M45-M49 - Espondilopatias, M50-M54 -

Outras dorsopatias.

Fatores críticos impeditivos da movimentação manual de cargas:

Extrai-se da Norma Regulamentadora nº 17/MTE:

17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de

cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua

saúde ou sua segurança.

(...)

17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas

deverão ser usados meios técnicos apropriados.

A NR-36 também determina:

36.4.1.6 Devem ser implementadas medidas de controle que evitem que

os trabalhadores, ao realizar suas atividades, sejam obrigados a efetuar de

forma contínua e repetitiva:

a) movimentos bruscos de impacto dos membros superiores;

b) uso excessivo de força muscular;

c) frequência de movimentos dos membros superiores que possam

comprometer a segurança e saúde do trabalhador;

d) exposição prolongada a vibrações;

e) imersão ou contato permanente das mãos com água.

(...)

36.5.1 O empregador deve adotar medidas técnicas e organizacionais

apropriadas e fornecer os meios adequados para reduzir a necessidade de

carregamento manual constante de produtos e cargas cujo peso possa

comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores.

(...)

36.5.7 No levantamento, manuseio e transporte individual de cargas

deve ser observado, além do disposto no item 17.2 da NR-17 (Ergonomia), os

seguintes requisitos:

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 9

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a) os locais para pega e depósito das cargas devem ser organizados de

modo que as cargas, acessos, espaços para movimentação, alturas de pega e

deposição não obriguem o trabalhador a efetuar flexões, extensões e rotações

excessivas do tronco e outros posicionamentos e movimentações forçadas e

nocivas aos segmentos corporais;

b) a estocagem dos materiais e produtos deve ser organizada em função

dos pesos e da frequência de manuseio, de maneira a não exigir manipulação

constante de carga com pesos que possam comprometer a segurança e saúde

do trabalhador;

c) devem ser adotadas medidas, sempre que tecnicamente possível, para

que quaisquer materiais e produtos a serem erguidos, retirados, armazenados

ou carregados de forma frequente não estejam localizados próximos ao solo

ou acima dos ombros;

d) cargas e equipamentos devem ser posicionadas o mais próximo

possível do trabalhador, resguardando espaços suficientes para os pés, de

maneira a facilitar o alcance, não atrapalhar os movimentos ou ocasionar

outros riscos.

Nos termos expostos no Manual de Aplicação da NR-17, o critério técnico utilizado

para avaliar se a manipulação de cargas está trazendo prejuízos para a saúde e segurança

do trabalhador é a equação desenvolvida pelo NIOSH (National Institute for Occupational

Safety and Health, USA), apurado com a aplicação de variáveis como a distância horizontal

da carga ao corpo do trabalhador, posição vertical, deslocamento vertical, assimetria,

frequência e qualidade da pega da carga.

Esse método técnico de avaliação também está consubstanciado na Norma Técnica

ABNT NBR ISO 11228-1:2017, utilizada para avaliação da movimentação manual de cargas

na atividade interditada.

Nessa equação, a massa máxima recomendada no manuseio de volumes é calculada

a partir de uma constante de carga, a qual é sensibilizada pela multiplicação dos fatores

acima listados, se aplicáveis. Como são fatores multiplicadores menores do que 1, sempre

o limite de peso máximo recomendado estará abaixo da constante de carga. O valor da

constante de carga corresponde ao valor para o qual uma determinada porcentagem da

população de usuários em geral está protegida. Conforme a ISO 11228-1 (movimentação

manual e transporte), para uma população ativa adulta de homens, 99% estarão protegidos

com a manipulação de no máximo 23 kg de carga, em condições ótimas, abaixo expostas.

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 10

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Conforme o Manual de Aplicação da NR-17, sobre a aplicação da equação NIOSH:

"a constante de carga (LC, load constant) é o peso máximo recomendado para

um levantamento desde que a localização-padrão e em condições ótimas, quer dizer,

em posição sagital (sem torções do dorso nem posturas assimétricas), fazendo um

levantamento ocasional, com uma boa pega da carga e levantando a carga a menos

de 25cm. O valor da constante foi fixado em 23kg. O estabelecimento do valor desta

constante levou em conta critérios biomecânicos e fisiológicos."

Todos os fatores multiplicadores da equação possuem valores críticos, ou seja,

valores que tornam o fator igual a zero. Se o fator multiplicativo é zero, então o limite

máximo recomendado também será de zero kg. De outra forma, significa que na presença

de fatores críticos é proibido o levantamento e carregamento manual de cargas, porque

certamente trará prejuízos à saúde e segurança do trabalhador.

Entre os fatores multiplicadores da equação, encontra-se a altura vertical e a

distância horizontal. A distância horizontal é a distância entre a pega do objeto e o corpo

do empregado, seja na origem ou no destino da movimentação. Quanto mais longe do

corpo o objeto, maior o esforço e pior para sua coluna. A altura vertical é altura de pega do

objeto e também de deposição do mesmo. Quanto mais distante estas alturas estivem da

zona entre a cintura e os ombros do trabalhador, pior para a saúde do trabalhador.

Ainda, a empresa não realizou a Análise Ergonômica do Trabalho dessas atividades

de movimentação manual de cargas. Os trabalhadores estão movimentando cargas muito

acima do recomendado para evitar lesões osteomusculares, especialmente da coluna.

Nas atividades analisadas, verificou- se a existência dos seguintes pontos críticos,

impeditivos da realização das atividades:

a) distância vertical (altura de pega ou de deposição) da carga maiores do que 1,75

metros.

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Foram medidas pela fiscalização altura de 1,86 m no envaramento de mortadela e de calabresa para fatiar.

Tanto no setor de embutimento (abastecimento) e de embalagem secundária (descarregamento).

Também o descarregamento da calabresa normal, encontrada nos estaleiro em altura de 1,86

Altura de 1,80 nas gaiolas com produtos do setor de frescais.

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Prateleiras de 1,90 m de altura, para armazenar condimentos.

b) distância vertical (altura de pega ou de deposição) da carga muito próximas do

solo;

Altura de 0,11 e 0,20 m do solo para pega e/ou deposição de produtos

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 13

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Bem como rente ao solo, no caso da lenha da caldeira.

c) distância horizontal (altura de pega ou de deposição) da carga acima de 60 cm

distantes do corpo do trabalhador:

Foram medidas pela fiscalização distâncias variadas entre 78 a 82 cm do corpo do

trabalhador, nas diversas atividades.

Foto ilustrativa abaixo:

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 14

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d) pesos dos produtos acima do limite máximo permitido para condições ideais (23

kg).

Constatou-se a movimentação de caixas e sacos de produtos e toras de madeira de

mais de 30 kg.

Fotos ilustrativas abaixo.

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Caixas de produtos de mais de 23 Kg movimentada por trabalhadoras mulheres:

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Sacos de temperos de mais de 29 Kg:

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Trabalhador faz movimento de arremesso da carga, o que é vedado pela NR-36:

d) pesos dos produtos acima do limite máximo recomendado para movimentação

por dois trabalhadores (máximo de 34 Kg).

Constatou-se a movimentação de paletes metálicos por dois trabalhadores com peso

total de 56 Kg, muito acima do limite de peso recomendado, nos termos da ISO 11.228-

1:2017.

Foto ilustrativa abaixo.

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Paletes de metal de 56 Kg, movimentados por 2 trabalhadores:

e) movimentação de cargas total na jornada acima do limite cumulativo diário de

10.000 kg para uma jornada de 8h.

Os trabalhadores de atividade de vários setores estão movimentando carga acima de

10.000 Kg. Cita-se como exemplo a movimentação no encaixotamento da calabresa normal

onde os trabalhadores movimentam 15.000 Kg por dia de trabalho. Também, na

embalagem secundária dos frescais, constatou-se trabalhador movimentando 26.000 Kg

por jornada.

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 19

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Além disso, é realizada a movimentação de cargas com pegas muitos ruins, como os

sacos de matéria prima de até 20 Kg ou sacos de condimentos, em condições inadequadas.

Os contentores são colocados muito próximos da parede, obrigando os trabalhadores a

pegas muito distantes, acima de 60 cm, descumprindo a NR-36.

Várias são as alterações da coluna lombar e cervical, decorrentes da aplicação de

forças na manipulação de cargas acima do limite de peso recomendado, que podem levar

ao adoecimento: microfraturas do disco intervertebral, alterações degenerativas dos

processos articulares, danos à estrutura dos ligamentos. Podem acarretar desde lombalgias

até graves hérnias de disco, além dos acometimentos por LER relativos aos membros

superiores.

4.2) Atividade de envarar a calabresa

Posto de trabalho não adaptado às características psicofisiológicas dos trabalhadores, favorecendo a adoção de posturas nocivas:

- São realizadas ações de adução/abdução do braço durante todo o tempo de execução da atividade, ações extremamente prejudiciais aos ombros das trabalhadoras;

A norma ABNT NBR ISO 11228-3:2014, alerta para a existência de risco de adoecimento por LER/DORT nas atividades de alta frequência de repetição:

Também considerar posturas e movimentos do ombro, certificando-

se de que braços não sejam mantidos ou movidos:

- no nível do ombro (flexão ou abdução por 80º ou mais) para

mais de 10% do tempo do ciclo e/ou por mais de 2 ações/min;

- em abdução moderada (entre 45º e 80º) por mais de 1/3 do

tempo do ciclo e/ou por mais de 10 ações/min.

Se uma dessas duas condições ocorrer, existe risco de doença no

ombro.

- Ritmo excessivo de trabalho com subdimensionamento do número de trabalhadores necessários à realização das tarefas. Constatou-se durante a inspeção a exigência de até 60 ações técnicas por minuto no braço direito da trabalhadora.

- Durante toda a execução da tarefa são exigidas posturas nocivas de trabalho, especialmente punho, cotovelo e ombro.

- Ausente sistema efetivo de rodízio de atividades. - a empresa não utilizou ferramentas metodológicas adequadas para realizar a análise

ergonômica da atividade; Fotos ilustrativas abaixo:

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4.3) Atividades de movimentação de cargas com paleteiras manuais

No setor de preparação de matérias primas, na embalagem secundária e revisão de

curados existem setores da indústria onde são movimentados paletes com cargas de 600 a

1200 Kg com o auxílio de paleteiras manuais.

Isso ocorre porque não há paleteiras elétricas suficientes para utilização simultânea

para atendimento das diversas atividades necessárias ao funcionamento da planta

industrial.

Esta atividade está expondo os trabalhadores a risco grave de adoecimento

osteomuscular e da coluna, pois as cargas estão sendo manualmente empurradas ou

puxadas pelos trabalhadores, conforme fotos ilustrativas abaixo.

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O equipamento existente, paleteira manual, é inadequado para o manuseio dessas

cargas pesadas pelos trabalhadores. A empresa precisa providenciar paleteiras elétricas

ou outros equipamentos facilitadores para realizar a movimentação de paletes acima de

500 Kg.

Conforme manual do Health and Safety Executive (HSE), órgão responsável pelo

fomento, regulação e aplicação de normas relacionadas à saúde e segurança do trabalho

na Inglaterra, Países Baixos e Escócia, para esse tipo de atividade deve-se utilizar os

seguintes parâmetros:

Referências para empurrar e puxar

homens mulheres

Para parar ou iniciar uma carga

20 kgf (ou seja cerca de 200 Newtons)

15 kgf (ou seja cerca de 150 Newtons)

Para manter a carga em movimento

10 kgf (ou seja cerca de 100 Newtons)

7 kgf (ou seja cerca de 70 Newtons)

O referido manual encontra-se disponível no site da internet

http://www.hse.gov.uk.

Os parâmetros expostos são utilizados no presente relatório como critério técnico

de precaução e prevenção à saúde e segurança dos trabalhadores, nos termos da

Convenção nº 81 da OIT e da NR-28.

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 23

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Conforme a HSE, a quantidade de força que precisa ser aplicada para mover uma

carga ou mantê-la em movimento sobre uma superfície plana utilizando equipamentos

auxiliares é de pelo menos 2% do peso total da carga. Em condições ideais, ou seja, sem

posturas inadequadas, como flexão do tronco, superfície plana e com auxílio de

equipamentos. Ausente essas condições, como no caso da empresa em análise, a

quantidade de força necessária pode ultrapassar 10% do peso da carga.

Limitando o cálculo ao percentual mínimo, percebemos que os trabalhadores não

podem realizar a movimentação dessas baterias com as mãos. 2% de 1.200 Kg importa

numa força necessária de pelo menos 24 Kg (ou aproximadamente 240 N). Assim, acima

do limite para iniciar ação de empurrar ou puxar uma carga e muito acima do limite para

manter o movimento da carga (10 Kg).

Destaque-se ainda que as cargas são transportadas por pisos irregulares e a

existência de desníveis entre setores/áreas, com rampas, que demandam uma força

excessiva pelos trabalhadores.

Portanto, nessas condições não se pode permitir a atividade de empurrar e puxar

cargas, pois a indústria está exigindo forças acima da capacidade de trabalho dos seus

empregados.

O empregador deve cumprir o disposto nas Normas Regulamentadoras de Saúde e

Segurança do MTE, especialmente os seguintes itens da NR-17 e da NR-36:

NR-17

17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de

cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde

ou sua segurança.

(...)

17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas

deverão ser usados meios técnicos apropriados.

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 24

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NR-36

36.5.1 O empregador deve adotar medidas técnicas e organizacionais

apropriadas e fornecer os meios adequados para reduzir a necessidade de

carregamento manual constante de produtos e cargas cujo peso possa

comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores.

36.5.2 O levantamento, transporte, descarga, manipulação e

armazenamento de produtos, partes de animais e materiais devem ser executados

de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua

segurança, saúde e capacidade de força.

4.4) Quebrador de Bloco (Setor de preparo de massa – TAG: 3830QUE01)

• Ausência ou insuficiência de

sistema de segurança para a garantia

da saúde e da integridade física dos

trabalhadores, caracterizado por:

Ausência de análise de risco

e de projeto, que

comprovem a efetividade do

sistema de segurança;

Sistema de segurança, com

proteção móvel, sem

intertravamento monitorado

por interface de segurança;

Acesso à zona de perigo em

face de proteção móvel

incompleta (saída de

material);

Ausência de comprovação

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 25

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de existência de sistema de

aterramento elétrico;

• A continuidade deste quadro

submete os trabalhadores a risco de

sérios agravos à sua saúde, em

especial os decorrentes de lesões por

esmagamento, cortes e contusões

nas mãos e/ou dedos de operadores

e terceiros e de lesões ou morte por

choque elétrico.

4.5) Máquina Rotuladeira de mortadela mod. RV9000 – TAG: 3727RTL01, na embalagem

secundária

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• Ausência ou insuficiência de

sistema de segurança para a garantia

da saúde e da integridade física dos

trabalhadores, caracterizado por:

Ausência de análise de risco

e de projeto, que

comprovem a efetividade do

sistema de segurança;

Ausência de sistema de

segurança (proteção fixa ou

móvel intertravada) em

partes móveis e

transmissões de força;

Interface homem-máquina

(ligar/desligar) em tensão de

operação (220 volts);

Ausência de comprovação

de existência de sistema de

aterramento elétrico;

• A continuidade deste quadro

submete os trabalhadores a risco de

sérios agravos à sua saúde, em

especial os decorrentes de lesões por

esmagamento, cortes e contusões

nas mãos e/ou dedos de operadores

e terceiros e de lesões ou morte por

choque elétrico.

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 27

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4.6) Esteira etiquetadora – TAG: 3703EST02, no setor de carimbação.

• Ausência ou insuficiência de

sistema de segurança para a garantia

da saúde e da integridade física dos

trabalhadores, caracterizado por:

Ausência de análise de risco

e de projeto, que

comprovem a efetividade do

sistema de segurança;

Ausência de sistema de

segurança (proteção fixa ou

móvel intertravada) em

partes móveis e

transmissões de força;

Interface homem-máquina

(ligar/desligar) em tensão de

operação (220 volts);

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 28

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Ausência de comprovação

de existência de sistema de

aterramento elétrico;

Ausência de capacitação do

operador;

Parada de emergência

aciona diretamente a

máquina ao ser desacionada

(ausência de reset).

• A continuidade deste quadro submete os trabalhadores a risco de sérios agravos à sua saúde, em especial os decorrentes de lesões por esmagamento, cortes e contusões nas mãos e/ou dedos de operadores e terceiros e de lesões ou morte por choque elétrico.

O conjunto de situações descritas anteriormente, avaliadas sob critério técnico, modela a

condição de RISCO GRAVE E IMINENTE à integridade dos trabalhadores na interação humana com as

referidas máquinas. Igualmente conflita com diversos dispositivos legais, entre os quais:

Diversas determinações da Norma Regulamentadora n° 10 do Ministério do Trabalho e Emprego (NR-10);

Diversas determinações da Norma Regulamentadora n° 12 do Ministério do Trabalho e Emprego (NR-12);

Diversas determinações da Norma Regulamentadora n° 17 do Ministério do Trabalho e Emprego (NR-17);

Diversas determinações da Norma Regulamentadora n° 36 do Ministério do Trabalho e Emprego (NR-36).

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De forma subsidiária, também constatamos o descumprimento de diversas normas da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), da Comunidade Europeia (EN) e da International Standard (ISO),

especialmente em relação à interação entre homens e máquinas, a saber:

I- NBR 12100:2013 - Segurança de máquinas — Princípios gerais de projeto — Apreciação e

redução de riscos;

II- Partes de sistemas de comando relacionadas à segurança – Princípios Gerais para Projetos

(NBR 14153);

III- Requisitos gerais para o projeto e construção de proteções (fixas e móveis) (NBRNM 272);

IV- Segurança de máquinas - Dispositivos de intertravamento associados a proteções

(NBRNM273);

V- Prevenção de partida inesperada (NBR 14154);

VI- Equipamentos de parada de emergência – Aspectos funcionais – princípios para projeto

(NBR 13759);

VII- Distâncias de segurança para impedir o acesso a zonas de perigo pelos membros superiores

(NBRNM-ISO13852);

VIII- BS EN ISO 13849-1:2006 – Safety of machinery – Safety-relared parts of control systems –

Part 1: General principles for design;

IX- EN 693: 2001 + A2:2011, Machine Tools - Safety - Hydraulic Presses.

X- ABNT NBR ISO 11228-1:2017 - Ergonomics — Manual handling — Part 1: Lifting and

carrying;

XI- ABNT NBR ISO 11.228-3:2013- Ergonomia - Movimentação manual - Parte 3:

Movimentação de cargas leves em alta frequência;

XII- ABNT NBR ISO 11.226:2013 – Ergonomia – Avaliação de posturas estáticas de trabalho;

XIII- EN 1005-2:2003 - Safety of machinery - Human physical performance - Part 2: Manual

handling of machinery and component parts of machinery

5. Medidas Destinadas ao Saneamento dos Riscos Apontados

As condições de risco apontadas podem ser saneadas mediante a adoção INTEGRAL, pela

empresa epigrafada, de um conjunto de medidas concebidas para o controle dos riscos diagnosticados

neste laudo. As medidas de saneamento propostas deverão considerar a forma de utilização e os limites

das máquinas, bem como TODAS as interações com as pessoas. Estas deverão ser apresentadas para

análise também em meio eletrônico. Poderão ainda ser analisadas outras medidas alternativas,

propostas pela Requerente, desde que com a mesma garantia, técnica e eficácia:

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 30

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5.1. Segurança na operação de máquinas e equipamentos

i. Elaboração de projeto e instalação de sistema de segurança efetivo para as

máquinas, sob a responsabilidade de profissional habilitado, com juntada de cópia

da ART pertinente, obedecendo aos princípios expressos pela norma ISO

12100:2010 – Safety of machinery – General principles for design – Risk assesment

and risk redution e ABNT NBR 12100:2013 - Segurança de máquinas — Princípios

gerais de projeto — Apreciação e redução de riscos. Este sistema deverá

contemplar o saneamento de TODOS os perigos significativos (inclusive

ambientais e de ordem ergonômica), sendo que a avaliação de risco e o respectivo

projeto para o sistema de segurança deverá ser encaminhado para a Auditoria-

Fiscal do Trabalho, em meio papel e eletrônico;

ii. Os métodos de proteção para a área de operação devem comprovadamente

atender os requisitos de segurança descritos nas ABNT NBR NM 213-1 e ABNT

NBR NM 213-2. O conjunto de componentes de segurança implantados deve

proteger todas as pessoas expostas, isto é, todas as pessoas que possam ter

acesso às áreas de risco durante a operação, ajuste, manutenção, limpeza e

atividades de inspeção;

iii. Recompor a integridade eletromecânica de componentes dos sistemas de

segurança eventualmente existentes e que se mostrem adequados à categoria de

risco e ao nível de confiabilidade necessário;

iv. Chaves de segurança que monitorem os acessos a áreas de risco devem ser

intertravadas com os sistemas de controle na categoria de segurança adequada,

na forma definida na análise de risco;

v. Instalação de dispositivos de parada de emergência, conforme especificado na

ABNT NBR 13759, monitorados por relé de segurança, sob supervisão de

profissional legalmente habilitado, com emissão de ART;

vi. Os sistemas de controle devem incluir funções de segurança de tal forma que

dispositivos devam ser novamente acionados para que a máquina inicie um novo

golpe (reset), de acordo com especificações normativas;

vii. Implantação de sistema de bloqueio e etiquetagem (lock out / tag out) para o

controle de energias, nos termos da Norma Regulamentadora nº 10 do MTE;

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 31

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viii. Apresentação de atestado de aterramento elétrico, com medição ôhmica,

conforme NBR 5410 e 5419, e, no caso máquinas acopladas, comprovar a

equipotencialização elétrica, sob responsabilidade de profissional legalmente

habilitado, com juntada de ART, em meio papel e eletrônico;

ix. Apresentação de procedimentos operacionais para as atividades de limpeza,

ajuste e manutenção das máquinas, por profissional legalmente habilitado, com

juntada de ART, em meio papel e eletrônico;

x. Apresentar comprovante de capacitação dos operadores, em conformidade com a

NR-12;

xi. Apresentação dos diagramas elétricos das máquinas e a especificação dos

dispositivos de segurança instalados nas mesmas, bem como o cálculo da

distância de segurança para o posicionamento destes dispositivos, quando

aplicável, em meio papel e eletrônico;

xii. Implantação de programa de capacitação dos usuários destes equipamentos, nos

termos da NR-12 e NR-36 do MTE, em meio papel e eletrônico, dando especial

ênfase à utilização correta do dispositivo de parada de emergência;

xiii. Eliminar as posturas nocivas de trabalho nos termos da ABNT NBR ISO

11.226:2013;

xiv. Cumprir TODOS os demais requisitos da Norma Regulamentadora nº 12 do MTE e

normas técnicas ABNT ou do sistema internacional (ISO) aplicáveis;

5.2 Atividades de movimentação de cargas no abastecimento de matéria prima, na colocação de

varas de mortadela e calabresa para fatiar nos estaleiros, na embalagem secundária, no

setor de condimentos, na revisão de curados, na carimbação e na alimentação manual das

caldeiras.

i. Imediata adequação das condições de trabalho às características

psicofisiológicas dos trabalhadores, eliminando os fatores críticos elencados

neste relatório;

ii. Limitar o peso dos produtos a serem movimentados manualmente a no

máximo 23 kg para os trabalhadores homens adultos, de forma imediata.

iii. Limitar o peso dos produtos a serem movimentados manualmente a no

máximo 20 kg para as trabalhadoras mulheres adultas, de forma imediata.

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 32

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iv. Limitar o peso dos produtos a serem movimentados por dois trabalhadores ao

mesmo tempo a no máximo 34 Kg;

v. Limitar as alturas de pega e de posição dos produtos a, no mínimo, 50 cm de

altura do solo e a no máximo 1,75m do solo.

vi. Limitar a distância horizontal de pega e de deposição da carga a no máximo 60

cm do corpo do trabalhador.

vii. Realizar a avaliação das atividades de movimentação manual de cargas através

da equação do NIOSH com a atualização realizada pela ABNT NBR ISO nº

11.228-1:2017;

viii. Somente permitir a atividade de movimentação manual de carga quando o

Lifting Index (LI) apurado pela avaliação anterior for igual ou inferior a 1.

ix. Limitar a exposição individual dos trabalhadores a uma movimentação de

massa cumulativa de no máximo 10.000 kg por jornada, nas atividades

realizadas com as duas mãos;

x. Dimensionar a quantidade de pessoas suficientes para execução das atividades,

a fim de não gerar sobrecarga de trabalho na atual equipe de trabalhadores,

nos termos da NR-36;

xi. Eliminar ações de arremesso ou de atirar os produtos, caixas, sacos e toras de

madeira;

xii. Realizar o treinamento dos trabalhadores em movimentação manual de cargas;

5.3 Atividade de envarar a calabresa:

i. Imediata adequação da atividade às características psicofisiológicas dos

trabalhadores, eliminando as posturas inadequadas de trabalho, especialmente

do cotovelo, punho e ombro;

ii. Eliminar as posturas de trabalho nocivas nos termos da Norma Técnica ABNT

NBR ISO 11.226:2013;

iii. Aplicar rodízios eficazes, com atividades com outras exigências

musculoesqueléticas;

iv. Realizar análise ergonômica do trabalho das atividades do setor através de

metodologia adequada e limitar a cadência de trabalho ao número máximo de

30 ações técnicas por minuto por trabalhador, em cada membro superior,

reduzindo a produção ou mantendo número adequado de trabalhadores.

5.4 Atividades de movimentação de cargas com paleteiras manuais

i. Eliminar as paleteiras manuais na movimentação dos paletes com peso

superior a 500 Kg;

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 33

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ii. Nos paletes com peso acima de 500 Kg somente permitir a movimentação com

paleteira elétrica ou com outro equipamento adequado, com força motriz

própria (empilhadeira, por exemplo).

6. CONCLUSÃO

Diante do exposto neste laudo, entende-se que há situação de risco de acidentes e/ou doenças

ocupacionais aos trabalhadores. Tais riscos são graves pois possuem potencial de causar, no mínimo,

lesão grave conforme definição do artigo 129, parágrafo 1º, do Código Penal. São também iminentes

pois a efetiva ocorrência do risco pode ocorrer a qualquer momento, sendo ausentes medidas eficazes

e/ou legalmente previstas para evitar a ocorrência do acidente ou doença. Logo, sendo perfectibilizada

a hipótese legal de risco grave e iminente, somos pela INTERDIÇÃO das seguintes atividades, máquinas

e equipamentos: a) Atividades de movimentação de cargas no abastecimento de matéria prima, na

colocação de varas de mortadela e calabresa para fatiar nos estaleiros, na embalagem secundária, no

setor de condimentos, na revisão de curados, na carimbação e na alimentação manual das caldeiras; b)

Atividade de envarar a calabresa; c) Atividades de movimentação de cargas com paleteiras manuais; d)

01 quebrador de bloco; e) 01 Rotuladeira de mortadela; f) 01 esteira etiquetadora.

Esta determinação tem caráter cautelar e visa à preservação da integridade física dos

trabalhadores, com a paralisação imediata das referidas operações e equipamentos. O empregador

DEVE GARANTIR, enquanto perdurar o processo de interdição, que os trabalhadores recebam

integralmente seus salários (inclusas parcelas variáveis), como se estivessem em efetivo exercício, nos

termos do parágrafo 6º do artigo 161 da CLT.

A solicitação para uma eventual suspensão deste processo de interdição deverá ser encaminhada

na forma explicitada pela fl. 01 , juntando-se toda a documentação probatória de eventual cumprimento

das medidas de saneamento constantes neste laudo, para análise e parecer pela Auditoria-Fiscal do

Trabalho.

Este laudo caracteriza a condição de risco grave e iminente.

Bom Retiro do Sul/RS, em 18 de agosto de 2017.

MAURO MARQUES MULLER

Auditor-Fiscal do Trabalho

CIF: 35786-3

nº 357766_358002/2017-1808 TERMO DE INTERDIÇÃO 34

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MARCELO NAEGELE

AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO

CIF 35776-6

RAFAEL DE ANDARADE VIEIRA

AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO

CIF 35800-2

RICARDO LUIS BRAND

AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO

CIF 02902-5

LUCILENE PACINI

AUDITORA-FISCAL DO TRABALHO

CIF 35503-8