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2º Ciclo do Curso Bietápico de Licenciatura em Fisioterapia
Ano Lectivo 2007-08
Seminário de Acompanhamento de Monografias
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em
sujeitos saudáveis
Dossier 1
Aluna
Joana Pedrosa do Rocio Francisco
Orientador geral
Fisioterapeuta José Esteves
Orientadores específicos
Fisioterapeuta Eva Albuquerque
Fisioterapeuta Paulo Araújo
Alcoitão
Dezembro de 2008
_____________________________________________________________________________
ii
Agradecimentos
Este trabalho não seria possível ser realizado sem o apoio de algumas pessoas que
gostaria de agradecer de uma maneira especial.
Gostaria de agradecer aos Fisioterapeutas Eva Albuquerque e Paulo Araújo, pela sempre
disponibilidade, tanto pelas vezes que me deram guarida em casa como pelo apoio das mais
variadas formas.
Ao Fisioterapeuta José Esteves pelo auxílio e orientação durante a realização deste
trabalho, tentando sempre levar-me a pensar o mais “cientificamente correcto” possível.
Ao Fisioterapeuta José Pasqualinho pela ajuda no tratamento estatístico dos dados.
À Catarina Ferrão por me ter ajudado na sessões de PNF-Chi®, tanto no momento da
planificação, como com as fotos e com os vídeos.
À Tabatha, pela presença constante ao meu lado, pela partilha de momentos bons e maus,
por me acompanhar neste percurso de realização do trabalho final de curso paralelamente com o
estudo dela
À Núria pela quebra da rotina das sessões de PNF-Chi®, nas tantas vezes que entrava pela
sala dentro.
Aos alunos da ESSA que se disponibilizaram a entrar nesta aventura comigo, tanto aos
sujeitos do grupo de controlo, mas muito especialmente à família que se formou no grupo
experimental, pela paciência para mim e para o estudo.
Sem querer deixar ninguém de parte, a toda a gente que esteve perto de mim nestes
últimos meses, às pessoas que sempre se disponibilizaram para partilhar os momentos de
trabalho que só dependiam de mim, simplesmente para que não me sentisse sozinha, momentos
esses como as horas de avaliações no laboratório de análise de marcha, as sessões de PNF-Chi®,
ou mesmo durante a escrita deste trabalho; a toda a gente pela paciência que tiveram comigo,
quando a minha para este trabalho já começava a faltar.
Aos meus amigos (sem querer referir nomes para não correr o risco de omitir alguém sem
intensão) pelas after hours, que tanto contribuíram para a minha “higiene” mental ao longo deste
período de horas de trabalho.
À ESSATuna, por ter sido o ar fresco nesta vida de estudante do Alcoitão, assumindo
mais uma vez um papel de extrema importância principalmente naquelas horas em que nada
parece bater certo.
_____________________________________________________________________________
iii
À minha família em geral, mas, particularmente, à minha mãe pelas horas ao telefone e
pelas palavras que sabem tão bem ouvir (para dar força), o meu pai pelo apoio, por vezes subtil,
mas que tanto me ajudou, à Nini por tão bem me compreender e por tantas vezes nem serem
necessário palavras, e ao Tiaguinho por ter tanto de crido como doido, e por me ajudar a sorrir
com mais uma brincadeira. A todos por serem como são comigo, e por me terem estado a meu
lado, cada um à sua maneira.
Ao Jean, por mesmo estando fisicamente longe, estar sempre ao pé de mim, mesmo
quando ele pensava que não estava a ser capaz de cá chegar.
À “família da Quinta” (por ordem alfabética: Caminha, Dani (a minha melher), Juan,
Marta Tiriri, Miguel, Monte, Paula Gralha e mais recentemente a Verónica) por me terem feito
sentir o calor de uma verdadeira segunda família em Alcoitão, pela partilha de todos os
momentos, e pela sempre disponibilidade, fazendo-me sentir com mais força para recomeçar ao
trabalho.
Muito especialmente ao Juan por tudo, pelas horas que passámos a “desanuviar” do
trabalho, pela guarida nos dias mais frios (a todos os níveis) e complicados, pela companhia, pela
partilha, pela paciência, especialmente nestes três últimos meses passados.
Por fim, a toda a gente que acreditou, de alguma forma, em mim e neste projecto. Com
eles foi mais fácil continuar a acreditar.
_____________________________________________________________________________
iv
Resumo
Objectivos: Avaliar a influência da prática do PNF-Chi®, sobre o equilíbrio, em jovens adultos
saudáveis, medido através da oscilação postural, associado ao deslocamento do centro de
pressão.
Amostra: Constituída por 36 sujeitos saudáveis, estudantes do ensino superior e distribuídos
aleatoriamente por um grupo experimental (N=18) e por um grupo de controlo (N=18). A
amostra apresentava uma média de idades de 20,5 anos e um desvio padrão de 2,16, uma altura
média de 1,64 m e um desvio padrão de 0,09 e um peso médio de 59,56 kg e um desvio padrão
de 11,49.
Metodologia: Os indivíduos do grupo experimental foram sujeitos à prática do PNF-Chi®, em
sessões de 45 minutos, duas vezes por semana, durante um período de oito semanas. No grupo de
controlo não houve qualquer intervenção. Foram realizados três momentos de avaliação para
medição do deslocamento do centro de pressão nas posições apoio bipedal e unipedal do lado
dominante e não dominante, com olhos abertos e fechados, antes do início, no final da quarta e
da oitava semana de prática do PNF-Chi® por parte do grupo experimental. O instrumento de
medida utilizado foi a plataforma de pressões Footscan® em associação com o software
Footscan® Balance.
Resultados: Os testes de estatística mostram a não existência de diferenças estatisticamente
significativas entre os dois grupos nos momentos de avaliação posteriores ao início da prática do
PNF-Chi® por parte dos sujeitos do grupo experimental em nenhuma das seis posições avaliadas
(p≤0,05). Quando comparados os valores dentro de cada grupo, os resultados mostram uma
diminuição significativa da oscilação postural nas condições apoio unipedal do lado dominante
de olhos abertos e fechados no grupo experimental após a prática do PNF-Chi®.
Conclusões: A prática do PNF-Chi® parece não influenciar o equilíbrio em adultos jovens
saudáveis. No entanto, parece existir uma tendência para a melhoria do equilíbrio estático dos
indivíduos sujeitos à prática quando analisados os resultados dentro do próprio grupo.
Palavras-Chave: PNF-Chi®, equilíbrio, oscilação postural, deslocamento do centro de pressão,
controlo postural
_____________________________________________________________________________
v
Lista de abreviaturas
BDS – Base de Suporte
CDG – Centro de Gravidade
CDM – Centro de Massa
CDP – Centro de Pressão
ESSA – Escola Superior de Saúde do Alcoitão
kg – kilogramas
kg/m2 – kilograma por metro quadrado
LAM – Laboratório de Análise de Movimento
LDE – Limite de Estabilidade
LDG – Linha de Gravidade
m – metros
mm – milímetros
OP – Oscilação Postural
PNF – Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (Proprioceptive Neuromuscular Facilitation)
SNC – Sistema Nervoso Central
SPSS – Statistical Package for the Social Sciences
Condições em avaliação:
Bp_oa – apoio bipedal com os olhos abertos
Dmn_oa – apoio unipedal dominante com os olhos abertos
NDmn_oa – apoio unipedal não dominante com os olhos abertos
Bp_of – apoio bipedal com os olhos fechados
Dmn_oa – apoio unipedal dominante com os olhos fechados
NDmn_of – apoio unipedal não dominante com os olhos fechados
_____________________________________________________________________________
vi
Índice geral
I. Introdução …………………………………………………………………………......
1
II. Revisão da Literatura …………………………………………………………………
1. Aprendizagem e controlo motor …………………………………………………..
1.1. Teorias do controlo motor …………………………………………………...
1.1.1. Teoria do reflexo ………………………………………………………..
1.1.2. Teoria da hierarquia …………………………………………………….
1.1.3. Teorias dos programas motores ………………………………………...
1.1.4. Teoria dos sistemas ……………………………………………………..
1.2. Formas de aprendizagem …………………………………………………….
1.2.1. Aprendizagem não associativa ………………………………………….
1.2.2. Aprendizagem associativa ………………………………………………
1.3. Teorias da aprendizagem motora …………………………………………….
1.3.1. Teoria dos estádios da aprendizagem motora …………………………..
1.3.2. Teoria do circuito fechado de Adams …………………………………..
1.3.3. Teoria do esquema ……………………………………………………...
1.3.4. Teoria dos sistemas de acção …………………………………………...
1.4 Factores de aprendizagem …………………………………………………….
1.5 Aprendizagem e performance motora ………………………………………...
2. O Equilíbrio ………………………………………………………………………..
2.1. Controlo motor e o equilíbrio ………………………………………………..
2.1.1. A somatossensação no equilíbrio ……………………………………….
2.1.2. Estratégias musculares no equilíbrio ……………………………………
2.1.3. Sistema de controlo fechado ……………………………………………
2.2. Avaliação do equilíbrio ………………………………………………………
3. O PNF-Chi® ……………………………………………………………………….
3.1. O PNF no PNF-Chi® …………………………………………………………
3.2. Características do PNF adaptadas para o PNF-Chi® …………………………
3.3. O Tai Chi Chuan no PNF-Chi® ………………………………………………
3.4. Características do Tai Chi Chuan adaptadas para o PNF-Chi® ………………
4
4
4
4
5
5
5
6
6
6
6
7
7
8
9
9
15
17
19
21
21
22
23
25
25
27
31
34
_____________________________________________________________________________
vii
3.5. PNF-Chi® – aprendizagem e controlo motor ………………………………...
40
III. Metodologia ………………………………………………………………………....
1. Questão orientadora ……………………………………………………………….
1.1. Objectivos do estudo …………………………………………………………
1.1.1. Objectivo geral ………………………………………………………….
1.1.2. Objectivo específico …………………………………………………….
2. Hipóteses …………………………………………………………………………..
3. Tipo de Estudo …………………………………………………………………….
3.1. Desenho da Pesquisa …………………………………………………………
4. Selecção e Caracterização da amostra ……………………………………………..
4.1. População …………………………………………………………………….
4.2. Selecção da Amostra …………………………………………………………
4.3. Caracterização da Amostra …………………………………………………..
5. Variáveis …………………………………………………………………………..
5.1. Identificação das variáveis …………………………………………………...
5.2. Definição operacional das variáveis ………………………………………….
6. Instrumento ………………………………………………………………………..
6.1. Footscan® ……….……………………………………………………………
6.1.1. Características do equipamento utilizado no estudo ……………………
6.1.2. Validade, fidedignidade e sensibilidade ………………………………...
7. Procedimentos ……………………………………………………………………..
7.1. Antes do início dos procedimentos experimentais …………………………...
7.2. Recursos materiais …………………………………………………………...
7.3. Descrição do protocolo experimental ………………………………………...
8. Tratamento estatístico dos dados ………………………………………………….
45
45
45
45
45
45
45
45
46
46
47
48
50
50
50
56
56
57
58
60
60
61
61
67
IV. Apresentação de Resultados ………………………………………………………...
1. Estatística descritiva ……………………………………………………………….
2. Estatística inferencial ……………………………………………………………...
69
69
74
V. Discussão ……………………………………………………………………………..
86
_____________________________________________________________________________
viii
VI. Conclusões ………………………………………………………………………….. 90
VII. Bibliografia ………………………………………………………………………… 92
Apêndices …………………………………………………………………………………
Apêndice 1 – Questionário para a selecção da amostra ..……………………………...
Apêndice 2 – Programa de PNF-Chi® – Sessão modelo para as 4 primeiras semanas ..
Apêndice 3 – Programa de PNF-Chi® – Sessão modelo para as 4 últimas semanas ….
Apêndice 4 – Pedido de autorização – Fisioterapia …………………………………...
Apêndice 5 – Pedido de autorização – Terapia da Fala ..……………………………...
Apêndice 6 – Pedido de autorização – Terapia Ocupacional ……..…………………...
Apêndice 7 – Cartão individual para os sujeitos do grupo experimental para
marcação do horário das sessões de PNF-Chi® ………….....…………………………….
Apêndice 8 – Folha de registo semanal das sessões de PNF-Chi® ……..……………..
Apêndice 9 – Folha de Procedimentos no laboratório da análise de movimento ...…...
Apêndice 10 – Ficha individual de recolha de dados …..……………………………...
Apêndice 11 – Quadros com a totalidade dos dados recolhidos ....................................
98
99
100
106
111
112
113
114
115
116
117
118
_____________________________________________________________________________
ix
Índice de figuras
Figura II.2.1. – Modelo conceptual expandido da performance motora (Schmidt &
Wrisberg, 2008) …………………………………………………………………......
23
Figura II.2.2. – Sistema Footscan® (RSscan INTERNATIONAL, Olen, Bélgica) ……… 24
Figura II.3.1. – Da Postura do Princípio Infinito à Postura do Tai Chi (postura wu chi) ... 40
Figura III.5.1. – Posição inicial de Sequência I do PNF-Chi …………………………….. 52
Figura III.5.2. – Posição final de Sequência I do PNF-Chi ……………………………… 52
Figura III.5.3. – Posição inicial de Sequência II do PNF-Chi …………………………… 52
Figura III.5.4. – Posição final de Sequência II do PNF-Chi ……………………………... 52
Figura III.5.5. – Posição inicial de Sequência III do PNF-Chi …………………………... 53
Figura III.5.6. – Posição final de Sequência III do PNF-Chi …………………………….. 53
Figura III.5.7. – Posição inicial de Sequência IV do PNF-Chi …………………………... 53
Figura III.5.8. – Posição final de Sequência IV do PNF-Chi …………………………….. 53
Figura III.5.9. – Posição inicial de Sequência V do PNF-Chi …………………………… 53
Figura III.5.10. – Posição final de Sequência V do PNF-Chi ……………………………. 53
Figura III.5.11. – Posição inicial de Sequência VI do PNF-Chi …………………………. 54
Figura III.5.12. – Posição final de Sequência VI do PNF-Chi …………………………… 54
Figura III.5.13. – Posição inicial de Sequência VII do PNF-Chi ………………………… 54
Figura III.5.14. – Posição final de Sequência VII do PNF-Chi ………………………...... 54
Figura III.5.15. – Posição inicial de Sequência VIII do PNF-Chi ……………………...... 55
Figura III.5.16. – Posição final de Sequência VIII do PNF-Chi ………………………… 55
Figura III.6.1. – Footscan® 3D plate 1 m – Balance ……………………………………... 57
Figura III.7.1. – Posicionamento do sujeito na plataforma Footscan®, alinhado com as
marcações existentes ………………………………………………………………..
64
Figura III.7.2. – Posicionamento do sujeito na plataforma Footscan® para avaliação de
uma condição de olhos abertos (bipedal olhos abertos) …………………………….
65
_____________________________________________________________________________
x
Índice de quadros
Quadro III.4.1. – Caracterização da amostra ……………………………………………... 49
Quadro III.4.2. – Caracterização da amostra segundo a sua distribuição no grupo
experimental e grupo de controlo …………………………………………...............
50
Quadro III.5.1. – Sequência I do PNF-Chi ………………………………………………. 52
Quadro III.5.2. – Sequência II do PNF-Chi ……………………………………………… 52
Quadro III.5.3. – Sequência III do PNF-Chi ……………………………………............... 53
Quadro III.5.4. – Sequência IV do PNF-Chi ……………………………………............... 53
Quadro III.5.5. – Sequência V do PNF-Chi ……………………………………................ 53
Quadro III.5.6. – Sequência VI do PNF-Chi ……………………………………............... 54
Quadro III.5.7. – Sequência VII do PNF-Chi ……………………………………………. 54
Quadro III.5.8. – Sequência VIII do PNF-Chi …………………………………………… 55
Quadro III.6.1. – Características da plataforma do Footscan® ……………………............ 58
Quadro IV.1.1. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em
mm) do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal de olhos abertos
nos três momentos de avaliação…………………......................................................
70
Quadro IV.1.2. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em
mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal dominante de
olhos abertos nos três momentos de avaliação……....................................................
70
Quadro IV.1.3. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em
mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal não dominante
de olhos abertos nos três momentos de avaliação .………………………………….
71
Quadro IV.1.4. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em
mm) do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal de olhos fechados
nos três momentos de avaliação …………………………………………………….
72
Quadro IV.1.5. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em
mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal dominante de
olhos fechados nos três momentos de avaliação ……………………………………
72
Quadro IV.1.6. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em
mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal não dominante
de olhos fechados nos três momentos de avaliação .………………………………..
73
_____________________________________________________________________________
xi
Quadro IV.2.1. – Teste de Shapiro-Wilk para verificação da normalidade de distribuição
do deslocamento do centro de pressão no grupo experimental ……………………..
75
Quadro IV.2.2. – Teste de Shapiro-Wilk para verificação da normalidade de distribuição
do deslocamento do centro de pressão no grupo de controlo ……………………….
76
Quadro IV.2.3. – Teste de Mann-Whitney para comparação do deslocamento do centro
de pressão entre o grupo experimental e o grupo de controlo ………………………
78
Quadro IV.2.4. – Teste T de Student para Amostras Independentes para comparação do
deslocamento do centro de pressão entre o grupo experimental e o grupo de
controlo ……………………………………………………………………………..
78
Quadro IV.2.5. – Teste de Friedman para comparação do deslocamento do centro de
pressão dentro o grupo experimental ………………………………….....................
79
Quadro IV.2.6. – Teste de Wilcoxon para comparação do deslocamento do centro de
pressão entre os vários momentos de avaliação nas condições apoio dominante de
olhos abertos e olhos fechados dentro do grupo experimental ……………………..
79
Quadro IV.2.7. – Teste de Friedman para comparação do deslocamento do centro de
pressão dentro o grupo de controlo …………………………………………………
80
Quadro IV.2.8. – Teste de Wilcoxon para comparação do deslocamento do centro de
pressão entre os vários momentos de avaliação nas condições apoio dominante de
olhos fechados dentro do grupo de controlo ………………………………………..
80
Quadro IV.2.9. – Testes multivariados da ANOVA para comparação do deslocamento
do centro de pressão na condição bipedal com os olhos abertos entre os três
momentos de avaliação dentro do grupo experimental ……………………………..
81
Quadro IV.2.10. – Teste de Esfericidade de Mauchly para o grupo experimental ……..... 81
Quadro IV.2.11. – Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para comparação do
deslocamento do centro de pressão na condição bipedal com os olhos abertos entre
os três momentos de avaliação dentro do grupo experimental………………….......
81
Quadro IV.2.12. – Teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para
comparação do deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de
avaliação na condição apoio bipedal de olhos abertos dentro do grupo
experimental ………………………………………………………………………...
82
Quadro IV.2.13. – Testes multivariados da ANOVA para comparação do deslocamento
do centro de pressão na condição unipedal não dominante com os olhos abertos
nos três momentos de avaliação dentro do grupo de controlo ……………………...
82
_____________________________________________________________________________
xii
Quadro IV.2.14. – Testes multivariados da ANOVA para comparação do deslocamento
do centro de pressão na condição bipedal de olhos fechados nos três momentos de
avaliação dentro do grupo de controlo………………………………………………
83
Quadro IV.2.15. – Teste de Esfericidade de Mauchly para o grupo de controlo ………… 83
Quadro IV.2.16. – Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para comparação do
deslocamento do centro de pressão nas condições unipedal não dominante de olhos
abertos e bipedal de olhos fechados entre os três momentos de avaliação dentro do
grupo de controlo …………………………………………………………………...
83
Quadro IV.2.17. – Teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para
comparação do deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de
avaliação na condição apoio bipedal de olhos abertos dentro do grupo de
controlo ……………………………………………………………………………..
84
Quadro V.1. – Resultados obtidos a partir da análise estatística (descritiva e inferencial)
dos resultados do deslocamento do centro de pressão dentro do grupo experimental
e grupo de controlo …………………………………………………………………
87
_____________________________________________________________________________
xiii
Índice de gráficos
Gráfico III.4.1. – Distribuição dos elementos da amostra segundo o sexo ......................... 48
Gráfico III.4.2. – Distribuição dos elementos da amostra segundo a dominância do
membro inferior …………………………………………………………………….
49
Gráfico III.4.3. – Distribuição dos elementos da amostra segundo a prática de actividade
física ou desportiva regular (duas ou mais vezes por semana) ……………………..
49
Gráfico IV.1.1. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm
na condição bipedal de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo
experimental e grupo de controlo …………………………………………………...
70
Gráfico IV.1.2. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm
na condição unipedal dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação
para o grupo experimental e grupo de controlo …………………………………….
71
Gráfico IV.1.3. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm
na condição unipedal não dominante de olhos abertos nos três momentos de
avaliação para o grupo experimental e grupo de controlo ………………………….
71
Gráfico IV.1.4. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm
na condição bipedal de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o
grupo experimental e grupo de controlo ……………………………………………
72
Gráfico IV.1.5. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm
na condição unipedal dominante de olhos fechados nos três momentos de
avaliação para o grupo experimental e grupo de controlo ………………………….
73
Gráfico IV.1.6. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm
na condição unipedal não dominante de olhos fechados nos três momentos de
avaliação para o grupo experimental e grupo de controlo ………………………….
73
I. Introdução
O equilíbrio tem grande importância na vida de cada um. Torna-se então importante a
criação de estratégias que visem a aquisição de ganhos ao nível do equilíbrio e controlo postural
em sujeitos com patologia independentemente do escalão etário.
Uma potencial estratégia a utilizar por fisioterapeutas no ganho do equilíbrio é a
utilização do PNF-Chi® com esse fim.
O PNF-Chi®, de um modo geral, é uma abordagem, relativamente recente, de
mobilização activa global que associa a lentidão dos movimentos e o controlo respiratório do Tai
Chi Chuan segundo os princípios do padrão de movimento em diagonal de Facilitação
Neuromuscular Proprioceptiva (PNF). Esta tem como objectivos principais a integração
corporal, o relaxamento, o ganho de flexibilidade, o controlo respiratório, o equilíbrio postural, o
autoconhecimento corporal e a equilíbrio e coordenação.
A literatura existente acerca destes efeitos como consequência da prática do PNF-Chi® é
muito escassa, e os trabalhos realizados nesse sentido foram aplicados em população idosa.
Pode-se então deduzir que, os efeitos associados à prática do PNF-Chi® surgem da observação e
relato de sujeitos praticantes e da extrapulação dos efeitos associados tanto ao PNF como ao Tai
Chi Chuan.
Nesse sentido, após a revisão da literatura efectuada, foi possível perceber que todos os
estudos encontrados que associam a prática do Tai Chi Chuan ao equilíbrio são aplicados na
população idosa, e os seus resultados nesta área, apesar de por vezes serem contraditórios,
existem estudos que apoiam o aumento do equilíbrio e estabilidade postural após a prática
(Kressig, Beauchet & Tharicharu, 2003; Li, Devault & Van Oteghen, 2007; Liu & So, 2008;
Wang, Collet & Lau, 2004; Wong & Lan, 2008; Wu, 2002; Wu, Zhao, Zhou & Wei, 2002),
enquanto que outros acabam por pôr em causa esses resultados (Fong & Ng, 2006; Wong, Lin,
Chou, Tang & Wong, 2001).
Assim, pela escassez de trabalhos científicos relacionando o PNF-Chi® e o equilíbrio, e o
Tai Chi Chuan em população jovem saudável, surgiu a necessidade de verificar se um
determinado período de prática do PNF-Chi® terá algum efeito no equilíbrio. Sabe-se que este
está directamente associado à oscilação postural, e que uma das formas de aceder à oscilação,
indirectamente, à através do deslocamento do centro de pressão, tendo sido então esse o
parâmetro seleccionado com o intuito de mensurar a oscilação postural, avaliando assim ao
equilíbrio.
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
2
Para tal 36 sujeitos saudáveis foram seleccionados da população da Escola Superior de
Saúde do Alcoitão e distribuídos aleatoriamente por dois grupos – um grupo experimental e um
grupo de controlo. Ao grupo de controlo não foi realizada qualquer intervenção. O grupo
experimental foi sujeito à prática do PNF-Chi®, em sessões de 45 minutos, duas vezes por
semana, durante oito semanas. Foram realizados três momentos de avaliação, durante os quais
foi medido o deslocamento do centro de pressão na posição de pé, em apoio bipedal e unipedal,
do lado dominante e não dominante, de olhos abertos e fechados. Estes momentos decorreram
antes do início do período de prática do PNF-Chi® por parte do grupo experimental, a quatro
semanas desse início e a oito semanas do mesmo, isto é, no final do período de prática. Os
resultados das avaliações efectuadas nos três momentos obtidos pelos elementos dos dois grupos
(experimental e de controlo) foram comparados entre si, assim como, foi feita a comparação
entre os vários momentos de avaliação dentro de cada grupo para as seis condições avaliadas.
Este trabalho está dividido em vários capítulos, sendo que o segundo corresponde à
revisão da literatura sobre os temas que dizem respeito a este estudo. Assim, o capítulo inicia
com a abordagem dos conceitos aprendizagem e controlo motor e as questões relacionadas com
eles, como as suas teorias tanto do controlo motor como da aprendizagem, as formas de
aprendizagem e os factores que a condicionam, e ainda a associação da aprendizagem e a
performance motora. Segue-se um sub-capítulo acerca do tema do equilíbrio, abordando-se os
mecanismos fisiológicos envolvidos no controlo motor associado ao equilíbrio, como a
somatossensação e as estratégias musculares do equilíbrio, e o sistema de controlo fechado que
coloca estes dois pontos referidos anteriormente em interacção. Existe ainda um ponto dentro
deste sub-capítulo relacionado com a avaliação do equilíbrio. Por fim é feita um enquadramento
teórico das questões relacionadas com o PNF-Chi®, o seu envolvimento tanto com o PNF como
com o Tai Chi Chuan, acabando por expor os princípios destas duas que foram adoptadas e
adaptadas para a prática da nova abordagem. Este capítulo termina com a associação dos
conceitos abordados no sub-capítulo da aprendizagem e controlo motor e a prática do PNF-Chi®.
No terceiro capítulo é descrita a metodologia utilizada na realização deste trabalho, sendo
apresentada a questão orientadores e os objectivos do estudo, as hipóteses em estudo, tipo de
estudo, o desenho da pesquisa utilizado, a descrição operacional das variáveis, a selecção da
amostra e sua caracterização, o instrumento utilizado no estudo e os procedimentos da
experiência. Também neste capítulo é descrito como os valores do deslocamento do centro de
pressão recolhidos ao longo do estudo foram tratados estatisticamente.
O quarto capítulo é destinado à apresentação dos resultados recolhidos e tratados
inicialmente através da estatística descritiva e posteriormente são apresentados os resultados da
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
3
estatística inferencial aplicada aos mesmos, este último tipo de estatística aplicado com o
objectivo de verificar as hipóteses em teste.
No quinto capítulo são interpretados os resultados obtidos, e é feita a sua relação com
outros estudos que de alguma forma apresentam semelhanças com este trabalho, com o intuito de
levantar algumas hipóteses que expliquem os resultados obtidos.
Por fim o sexto capítulo é reservado à descrição das principais conclusões a que este
trabalho conduziu.
Pretende-se que, com este trabalho, sejam criadas perspectivas de abertura por parte dos
fisioterapeutas para novas abordagens.
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
4
II. Revisão da Literatura
1. Aprendizagem e controlo motor
O conceito de controlo motor engloba a questão do controlo do corpo no que diz respeito
à estabilidade (postura e equilíbrio), e ao facto de este se relacionar com movimento do corpo
através do espaço, sendo considerado um programa de coordenação/gestão dos diferentes graus
de liberdade, cujo responsável é todo o sistema neuro-músculo-esquelético (Lephart & Fu, 2000;
Wong & Lan, 2008).
Existe uma relação íntima entre a acção (controlo dos movimentos músculo-
esqueléticos), a percepção (informação acerca da interacção do corpo com o meio ambiente) e a
cognição (isto é, atenção, motivação, emoção) (Lephart & Fu, 2000). A aprendizagem motora,
por seu turno, implica alterações internas que determinam a capacidade do sujeito para produzir
uma tarefa motora. Esta aprendizagem dá-se através da prática e é muitas vezes inferida através
da observação dos níveis de performance motora do sujeito relativamente estáveis (Schmidt &
Wridberg, 2004).
A aprendizagem e controlo motor estão dependentes de vários factores que envolvem não
só o indivíduo em prática e as suas habilidades, mas também o meio/contexto em que está
inserido, sendo impossível separar o indivíduo da tarefa e do meio ambiente (Lephart & Fu,
2000; Wong & Lan, 2008). Pode-se então afirmar que o contexto ambiental e a tarefa do
movimento por si só podem influenciar a forma como o sistema nervoso organiza o movimento
(Trew & Everett, 2001).
1.1. Teorias do controlo motor
O estudo do controlo motor baseia-se na análise da natureza do movimento e de como ele
é controlado. É uma área bastante explorada na prática clínica e de pesquisa ao longo dos anos,
embora não exista um entendimento universal a respeito do processo de controlo do movimento.
As teorias do controlo motor descrevem pontos de vista referentes à forma como o movimento é
controlado, e são descritas como um conjunto de ideias abstractas sobre o controlo do
movimento (Shumway-Cook & Woollacott, 2003).
1.1.1. Teoria do reflexo
Os reflexos funcionam como tijolos de edifícios dos comportamentos mais complexos
(Sherington, 1947, citado por Lephart & Fu, 2000). Séries coordenadas de reflexos conduzem à
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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conquista de um fim comum. Os reflexos estão encadeados para formarem comportamentos
complexos. Esta teoria apresenta limitações, sendo elas o requerimento de estímulos sensoriais, a
incapacidade para explicar movimentos rápidos (movimentos que ocorrem demasiado rápido
para o input sensorial accionar movimentos sucessivos), e o facto de um único estímulo poder
resultar em muitas respostas (Taub & Berman, 1968, citado por Lephart & Fu, 2000).
1.1.2. Teoria da hierarquia
Nesta teoria é proposto que a maturação sequencial dos níveis ascendentes do Sistema
Nervoso Central hierarquicamente resulta na emergência de níveis mais elevados de
comportamento, que por sua vez modifica comportamentos imaturos organizados a níveis baixos
(Montgomery & Connolly, 2002). De acordo com esta teoria (em associação com a teoria dos
reflexos), o equilíbrio é a capacidade de estabelecer correctamente uma série de interacções,
reflexos organizados e reacções que suportam o corpo contra a gravidade (Martin, 1967; Bobath,
1975; Wyke, 1975, citados por Montgomery & Connolly, 2002).
1.1.3. Teorias dos programas motores
As teorias mais actuais do controlo motor consideram o sistema nervoso central como um
sistema que controla acções, e não como um sistema reactivo. Um padrão motor central é
descrito como uma resposta motora padronizada mesmo quando o estímulo aferente é removido
(Shumway-Cook & Woollacott, 2003). Este programa motor (ou gerador de padrão central) pode
ser modificado (não impulsionado) através do estímulo. Em vez disso, o conceito expande a
compreensão da complexidade do movimento, especialmente quando isolado do feedback, não
substituindo a ideia da importância do input sensorial no controlo do movimento (Bernstein,
1967; Forssberg, Grillner & Rossignol, 1975, citado por Lephart & Fu, 2000).
1.1.4. Teoria dos sistemas
Nicolai Bernstein tomou o corpo como um todo – um sistema mecânico sujeito a forças
internas e externas (Bernstein, 1967, citado por Lephart & Fu, 2000). Esta teoria defende a ideia
de que o mesmo comando central pode conduzir a movimentos diferentes (e comandos diferentes
podem resultar em movimentos similares) baseado nas forças internas e externas, pois o controlo
do movimento é o resultado de muitos sistemas em interacção. Os níveis mais elevados no
sistema nervoso simplificaram (minimizaram redundâncias) o controlo do movimento (Lephart
& Fu, 2000).
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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1.2. Formas de aprendizagem
1.2.1. Aprendizagem não associativa
Este tipo de aprendizagem é caracterizado pela recepção de um único estímulo
repetidamente resultando em aprendizagem não associativa, levando o sistema nervoso central a
aprender acerca da natureza do estímulo (Shumway-Cook & Woollacott, 2003). Se uma pessoa
estiver exposta a um estímulo repetitivo que gradualmente aumenta de intensidade, levando a
uma diminuição da sensibilidade ao estímulo, diz-se que a pessoa está habituada. Inversamente,
a sensibilização ocorre quando a intensidade do estímulo diminuir, e a pessoa apresentar
aumento da resposta (Lephart & Fu, 2000).
1.2.2. Aprendizagem associativa
Este tipo de aprendizagem ajuda à previsão de um resultado baseado num estímulo único
(condicionamento clássico) ou associando a resposta apropriada (dentre muitas) com uma
consequência particular (condicionamento operante) (Lephart & Fu, 2000).
A aprendizagem associativa é, por vezes, classificada através do tipo de aquisição do
conhecimento, podendo ser uma aprendizagem de procedimentos ou declarativa. Aprendizagem
de procedimentos refere-se à aprendizagem de respostas que são realizadas sem pensamento
consciente, não dependendo da consciência, atenção ou outro processo cognitivo superior.
Aprendizagem declarativa resulta no conhecimento que pode ser conscientemente lembrado e,
portanto, exige processos como a consciência, atenção e reflexão (Shumway-Cook &
Woollacott, 2003).
1.3. Teorias da aprendizagem motora
As teorias da aprendizagem motora são um grupo de ideias abstractas sobre a natureza e a
causa da aquisição ou da modificação do movimento. Estas devem ser baseadas no
conhecimento da estrutura e da função do sistema nervoso (Shumway-Cook & Woollacott,
2003).
Existem quatro questões que demonstram a importância do investimento científico na
área da aprendizagem motora para os Fisioterapeutas: a diferença entre o desempenho ou
performance motora e a aprendizagem motora, o uso apropriado do feedback, o impacto da
planificação a nível de horários de treino e do transfer da aprendizagem através de tarefas e
condições de prática (Montgomery & Connolly, 2002).
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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1.3.1. Teoria dos estádios da aprendizagem motora
Fitts e Posner propuseram esta teoria que associa a aprendizagem motora de um novo
skill a três estádios principais – cognitivo, associativo e autónomo, que caracterizam esta teoria
(Oliveria, 2007; Shumway-Cook & Woollacott, 2003).
Durante o estádio cognitivo o sujeito toma consciência, presta atenção, centrando-se na
fase de planeamento/ideia/imagem e execução da resposta não trabalhada, dando-se a
compreensão da tarefa. Durante esta fase as melhorias dão-se de forma muito rápida. É
considerada a introdução cognitiva à tarefa motora e aos objectivos dos skills, requerendo
elevadas exigências somatosensoriais de percepção. É neste estádio que se dá a aprendizagem
sobre a natureza e significado dos estímulos (Lephart & Fu, 2000; Oliveira, 2007).
O estádio associativo é caracterizado pelo desenrolar do processo de associação entre os
estímulos e as respostas (da selecção da resposta à selecção da execução), em que se aprende a
realizar e a refinar/aperfeiçoar os skills motores. Aumenta a eficiência do gesto e diminui o
tempo de reacção, sobretudo para os estímulos “familiares”. As melhorias são lentas e a
variabilidade no desempenho diminui (Lephart & Fu, 2000; Oliveira, 2007).
No estádio autónomo o skill torna-se bastante automático, sendo caracterizado por esses
mesmos automatismos dos gestos com pouca ou nenhuma atenção, perante condições previstas e
mais ou menos semelhantes. O êxito neste estádio está depende do sucesso nos estádios
anteriores (Lephart & Fu, 2000; Oliveira, 2007).
1.3.2. Teoria do circuito fechado de Adams
A principal característica desta teoria é o facto de conceber a existência de um modelo de
circuito fechado (closed-loop), tendo o feedback sensorial, a detecção de erro e a correcção do
mesmo como elementos-chave, permitindo uma aproximação da resposta ao objectivo
pretendido (Adams, 1971, citado por Godinho, Barreiros & Correia, 1997). Esta teoria é baseada
no facto dos aprendizados receberem tanto feedback intrínseco em curso proveniente do sistema
proprioceptivo, como feedback extrínseco gerado como consequência de uma determinada acção
(Montgomery & Connolly, 2002). A informação sensorial acerca do movimento actual é
comparada com um padrão armazenado que foi desenvolvido anteriormente. Depois do padrão
armazenado na memória ter sido activado, pode então haver modificação dos movimentos
conforme necessário (Lephart & Fu, 2000).
A teoria do circuito fechado da aprendizagem motora também propôs a existência de dois
tipos distinto de memória, importantes no processo: o traço da memória, utilizado na selecção e
na iniciação do movimento, e o traço perceptivo, construído no período de prática, tornando-se a
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referência interna da exactidão. Estas complementam-se, na medida em que, após o movimento
ser iniciado pelo traço de memória, o traço perceptivo assume e executa um movimento,
detectando também os erros (Shumway-Cook & Woollacott, 2003).
1.3.3. Teoria do esquema
Esta teoria enfatiza os processos do controlo de circuito aberto e o conceito do programa
motor generalizado (Schmidt, 1975, citado por Shumway-Cook & Woollacott, 2003),
sustentando que o os movimentos rápidos ou balísticos são controlados por circuitos abertos,
enquanto que o controlo de movimentos lentos se processa por circuito fechado (Godinho,
Mendes, Melo & Barreiros, 1999), adicionando às respostas de posicionamento linear, tarefas
que podem ter objectivos de natureza diversa como a produção de força, a velocidade ou a
precisão do movimento (Godinho, Barreiros & Correia, 1997). No centro desta teoria de
aprendizagem motora está o conceito de esquema (originalmente, se referia a uma representação
abstracta, armazenada na memória após apresentações múltiplas de uma classe de objectos e/ou
movimentos) e o Programa Motor Genérico (que se acredita possuir as normas para serem
criados padrões espaciais e temporais da actividade muscular, necessários para executar
determinado movimento) (Shumway-Cook & Woollacott, 2003). O esquema é o elemento
fundamental para que o programa motor genérico possa ser usado para assegurar a concretização
do objectivo do movimento (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).
Assim, os problemas relativos à limitada capacidade em armazenar informação e em
realizar movimentos novos foram solucionados por esta teoria ao introduzir o conceito do
processo de especificação dos parâmetros invariantes do Programa Motor Genérico (PMG)
(Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999). Neste conceito é assumida a hipótese de um
programa motor (PM) servir não só para um único movimento, mas para toda uma classe
particular de movimentos similares. O PMG é o PM que define um padrão de movimento em vez
de um movimento específico, sendo que esta flexibilidade permite aos sujeitos adaptarem o
programa para produzir variações do padrão que atendem às exigências do meio envolvente
(Schmidt & Wridberg, 2004). O PMG tem sido conceptualizado como uma estrutura abstracta de
memória, constituída por elementos invariantes que dão uma estrutura comum aos movimentos
controlados por um mesmo PM, que pode ser utilizada em diferentes segmentos e correr em
velocidades e duração variáveis, pela modulação de determinados parâmetros. Esses factores
moduláveis, que dão individualidade a cada movimento, são designados por parâmetros de
especificação da resposta (Godinho, Barreiros & Correia, 1997).
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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1.3.4. Teoria dos sistemas de acção
Durante a prática de uma actividade, o desempenho é influenciado pelo meio ambiente.
Esta teoria valoriza a periferia em oposição ao elevado peso normalmente atribuído às estruturas
centrais (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999). Os movimentos e posturas formam os
componentes das acções em todos os sistemas de acção (Reed, 1982, citado por Godinho,
Barreiros & Correia, 1997). O controlo motor é um processo de gestão de múltiplos graus de
liberdade de movimento num todo coerente, seguro, eficiente e controlável. O controlo de
movimentos é assegurado pela cooperação de vários sistemas (Sistema Nervoso Central/Sistema
Nervoso Periférico; Sistema músculo-esquelético; Sistema Perceptivo e Sistema Nervoso
Autónomo) funcionando em interligação e interdependência, num corpo sujeito às leis físicas
(força da gravidade e inércia) (Oliveira, 2007). A aprendizagem é um processo que aumenta a
coordenação entre a percepção e a acção, de maneira consistente com as restrições da tarefa e do
ambiente (Newell, 1991, citado por Shumway-Cook & Woollacott, 2003). O fundamental desta
teoria é a coordenação entre o que foi planeado e o que realmente ocorreu num do ambiente
controlado (Newell, 1991, citado por Lephart & Fu, 2000).
1.4. Factores de aprendizagem
O processo de aprendizagem por parte do indivíduo é influenciado por uma
multiplicidade de factores com características e importâncias diferentes que actuam no próprio
processo (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999). A teoria dos sistemas de acções tem em
consideração a influência do ambiente na execução de determinada actividade, mas existem
muitos outros factores relacionados com a aprendizagem motora que têm vindo a ser explorados
(Lephart & Fu, 2000).
Segundo Schmidt e Wridberg (2004), existem factores que diferem de indivíduo para
indivíduo e que podem contribuir para a existência de diferenças na aprendizagem e performance
do movimento, sendo eles: as habilidades (destreza nos dedos, resistência, força no tronco, etc.),
atitudes (abertas, neutras ou fechadas a novas experiências), morfotipo (entroncado, alto, baixo,
magro, obeso, musculado, etc.), origem cultural (etnia, religião, status socioeconómico, etc.),
estado emocional (motivação pessoal, tédio, excitação, medo, alegria, etc.), nível de condição
física (baixo, moderado, alto), estilo de aprendizagem (visual, verbal, cinestésico), nível de
maturação (imaturo, intermédio, maduro), nível de motivação (baixo, médio, alto), experiências
sociais anteriores (um para um, pequeno grupo, grande grupo), experiências de movimento
anteriores (recreativo, de instrução, competitivo) e o presente estado de aprendizagem.
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Para além das características particularidades inerentes ao próprio sujeito, também as da
prática podem contribuir de forma mais ou menos positiva para o processo de aprendizagem.
Dos vários factores que influenciam a performance e a aprendizagem, cujos efeitos são
mais ou menos conhecidos, ressalta a grande complexidade do processo de aprendizagem.
Existem duas grande preocupações, quando se falar de aprendizagem, estando essas eventual e
pontualmente interligadas: por um lado a preocupação com a instrução ou treino para a
modificação de comportamentos, e, por outro, a modificação auto-gerada da performance numa
variedade de contextos de prática e de constrangimentos. Enquanto que na primeira se valorizam
variáveis ligadas à instrução ou à intervenção ordenadora externa (o instrutor, a instrução, etc.),
na segunda trata-se de esclarecer qual o modo como os indivíduos conseguem promover uma
auto-regulação da acção ao longo do tempo, optimizando a resposta (Godinho, Barreiros &
Correia, 1997).
O nível do skill é considerado o nível possível de ser alcançado em última instância,
sendo este a capacidade de produzir uma performance com a máxima certeza, o mínimo de
energia ou o mínimo tempo desenvolvida através da prática, depende das habilidades próprias de
cada sujeito para a situação da tarefa e da quantidade e qualidade das suas experiências práticas,
portanto, as habilidades das pessoas (ou abilities, caracterizadas como estáveis, traços
duradouros que, a maior parte, são geneticamente determinadas e que estão subjacentes à
performance do skill) que influenciam o nível do skill possível de atingir para cada indivíduo
(Schmidt & Wridberg, 2004).
A instrução e a demonstração são duas estratégias que podem ser utilizadas com o intuito
de facilitar no processo de aprendizagem, tendo funções complementares (Godinho, Mendes,
Melo & Barreiros, 1999). No que diz respeito à instrução, esta consiste no fornecimento de
informação ao sujeito pelo processo de comunicação verbal acerca do objectivo da tarefa e a
forma mais adequada para a concretizar. Tem como funções informar, e estimular a atenção e a
motivação e o sucesso desta estratégia depende da capacidade de atenção, das estratégias de
desempenho motor e das pistas verbais utilizadas. A demonstração tem como mecanismo base a
imitação e, sendo a representação da acção pretendida, permite mais facilmente atingir o
objectivo do educador. O grau de eficácia da demonstração é influenciada por diversas variáveis
como o estatuto do sujeito da demonstração, o nível de desempenho do modelo, as características
do observador e da habilidade motora, a forma e timing da apresentação, a frequência e o
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momento da demonstração, a utilização de materiais didácticos com os vídeos, a velocidade da
demonstração e a informação cinemática e cinética (Oliveira, 2007).
A motivação é uma variável de grande importância no processo de aprendizagem e, regra
geral, sem ela não é possível aprender, no entanto esta ser pode ser tanto do tipo positiva como
negativa (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999). Uma pessoa com grandes níveis de
motivação esforça-se mais na tarefa, está mais consciente durante as sessões de aprendizagem e
está disposta para a prática por períodos mais longos (Schmidt & Wridberg, 2004). Tem de ser
procurado um nível de motivação adequado para a prática de determinada actividade. A falta ou
excesso de motivação podem ter repercussões negativas no processo de aprendizagem. Os níveis
de motivação devem ser adequados não só à situação, mas principalmente às características dos
indivíduos, já que a repercussão emotiva se reflecte de forma diferenciada em indivíduos
distintos (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).
O placebo é um elemento indutor de motivação suplementar que permite um maior
empenho e uma maior auto-convicção das reais capacidades particulares de cada indivíduo
(Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).
Um instrumento de produção de motivação é a perspectiva de aplicação prática do
conhecimento a adquirir, assim como a definição de objectivos. Quando os objectivos são
definidos pelo próprio, verifica-se normalmente um resultado mais positivo do que quando estes
são definidos sem participação directa do sujeito em aprendizagem (Godinho, Mendes, Melo &
Barreiros, 1999).
Outra variável bastante relacionada com a motivação é a atenção, que consiste na
capacidade de dirigir o processamento informacional para determinados estímulos, potenciando a
sua discriminação, tornando-a mais adequada. O seu limite está relacionado com os próprios
limites individuais no processamento da informação (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros,
1999).
As características da tarefa são um factor a ter em conta, pois devem ser adequadas aos
sujeitos, isto é, às suas características morfológicas e fisiológicas, ao seu estado de
aprendizagem, de desenvolvimento cognitivo, ou de prontidão de maturidade. Os objectivos a
concretizar devem ser bem definidos e apresentados de forma clara para que os indivíduos que
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aprendem tomem consciência do que se pretende deles próprios. A evocação de tarefas de
características idênticas, de preferência que possibilitem a capacidade de beneficiar de transfer,
pode, de algum modo, reduzir o tempo de aquisição de um determinado skill (Godinho, Mendes,
Melo & Barreiros, 1999).
Quanto maior for o conhecimento do sujeito sobre a situação, maior é a probabilidade de
se antecipar correctamente (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999). A antecipação é
caracterizada por ser um processo, prévio à atenção, que prepara o organismo para as mudanças
previsíveis que ocorrerão no indivíduo e no seu envolvimento no decorrer da acção e permite
melhorar a performance quando acontece o que se espera acontecer. Considerando o nível de
incerteza das tarefas, pode existir a exigência de maior ou menor antecipação, pelo que, mesmo
em circunstâncias de grande experiência, é possível ser surpreendido por um acontecimento
inesperado (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).
As características da forma como a prática da actividade é organizada são determinantes
para o sucesso das aprendizagens. Para que a aprendizagem seja feita com a maior eficácia, é
necessário que esta seja apropriada, adequada ao nível do praticante e realizada nas melhores
condições (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).
Existem várias formas de organizar a prática:
Prática massiva versus prática distribuída: O que torna diferentes estes dois tipos de organização
de prática é o tipo de pausas que existe entre as diferentes repetições da tarefa. A prática
massiva caracteriza-se pela não existência de pausas entre as repetições, ou se existem
são menores do que o tempo de execução das tarefas, enquanto que a prática distribuída
considera a ocorrência de pausas consideráveis entre execuções ou séries de execuções.
Esta última tem a vantagem de prevenir a fadiga, em comparação com a prática do tipo
massiva, em que a probabilidade de ocorrência de fadiga precoce é maior (Godinho,
Mendes, Melo & Barreiros, 1999; Oliveira, 2007; Shumway-Cook & Woollacott, 2003).
Assim, a prática do tipo distribuído tem efeitos benéficos na aprendizagem,
principalmente no caso de tarefas do tipo contínuo (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros,
1999; Oliveira, 2007).
Godinho, Mendes, Melo e Barreiros (1999) afirmaram que, em condições de
privação de sono num período de 48 horas, verificou que se obtêm melhores resultados
com trabalho descontínuo, alternando períodos de trabalho com períodos de repouso.
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No que diz respeito aos aspectos quantitativos, as sessões de prática deverão ser
pequenas, espaçadas e numerosas (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).
Prática constante versus prática variada: Entende-se por prática constante o exercício da mesma
tarefa sempre em condições de realização semelhantes, enquanto que a prática variada
consiste na repetição de variantes da mesma tarefa em que os seus parâmetros são
relativamente alterados, proporcionando variações em torno da mesma habilidade. A
primeira é importante nas tarefas que necessitem de ser realizadas sempre no mesmo
contexto sem variações, enquanto que a prática variada aumenta a adaptabilidade, as
capacidades do tranfer, tendo resultados mais lentos mas melhores no tranfer (Oliveira,
2007).
A variação induzida na prática pode ter características diferentes, podendo ser
uma prática por blocos (caracterizada pela realização de um conjunto de repetições da
mesma tarefa, seguida de outra variante e assim sucessivamente), por séries (realização
de séries ordenadas de repetições, cada uma com características diferentes) e aleatória (as
variantes da tarefa são distribuídas ao acaso ao longo do conjunto de repetições
realizadas) (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).
Durante a fase do processo de aprendizagem (fase de aquisição) os indivíduos
sujeitos a uma prática do tipo aleatório tendem a apresentar piores resultados
comparativamente a uma prática organizada por blocos. No entanto, os efeitos a longo
prazo denotam vantagens evidentes em relação aos outros tipos de prática (Godinho,
Mendes, Melo & Barreiros, 1999; Montgomery & Connolly, 2002). A prática do tipo
distribuída aleatória permite assim elaborar uma melhor representação mental das acções
e maior capacidade de detectar as diferenças (Oliveira, 2007).
O conceito de transfer de aprendizagem, particularmente importante nesse processo, o
ganho ou perda de competências numa tarefa como resultado da prática anterior ou experiência
numa outra tarefa (Schmidt & Wridberg, 2004). A magnitude do transfer resulta dos efeitos que
a prática duma habilidade produz na aprendizagem de outra habilidade motora (Godinho,
Mendes, Melo & Barreiros, 1999).
Existem dois tipos distintos de transfer: de uma tarefa para a outra e de uma condição de
aprendizagem para outra (Montgomery & Connolly, 2002). Diversos tipos de transfer podem
manifestar-se positivos na generalização de movimentos diferentes dos anteriormente adquiridos.
Quanto mais elevado for o nível de performance na tarefa original, maior será a magnitude do
transfer de aprendizagem (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999). No entanto, o transfer
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entre tarefas parece estar dependente da similaridade entre elas, e essa similaridade parece
repousar sobre os elementos que definem os programas motores. Quando os programas motores
diferem, o transfer do treino de uma tarefa para a outra é muito pequeno, pois, é improvável
haver transferência de performance de um padrão motor pela prática de um padrão diferente
(Montgomery & Connolly, 2002).
A informação de retorno ou feedback é um mecanismo de retroacção, que inclui todas as
informações sensoriais disponíveis como resultado de um movimento, permitindo controlar a
acção (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999; Shumway-Cook & Woollacott, 2003).
Existem factores como a concentração subjectiva, a motivação, nível de aprendizagem e as
características dos padrões neuromotores que influenciam o processo de feedback. Os seus
efeitos reflectem-se aquando do reforço do comportamento quando positivo, e na correcção
quando é detectado o erro, evoluindo em função da capacidade de lhe atribuir significado e da
representação antecipatória (Oliveira, 2007).
O feedback pode ser de dois tipos, feedback intrínseco extrínseco, cada um com a sua
especificidade e utilidade no processo de controlo motor e aprendizagem. É considerado
feedback intrínseco se a informação corresponde ao que o indivíduo consegue percepcionar
durante a acção, informação essa que chega ao indivíduo através dos vários sistemas sensoriais,
sendo a informação recebida durante e após a execução dos movimentos. Este não se pode
dissociar da acção. O feedback extrínseco é a informação que resulta da acção que é fornecida
por qualquer agente exterior ao indivíduo, informação essa que suplementa o feedback
intrínseco, complementando-o. É centrado no conhecimento dos resultados ou na qualidade da
performance (comportamento motor), e pode existir ou não durante ou após a prática. O
feedback extrínseco pode ser dado de forma verbal ou visual, e facilita as aprendizagens
(Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999; Oliveira 2007; Shumway-Cook & Woollacott,
2003).
No que diz respeito à quantidade de feedback dado, uma frequência relativamente baixa
de feedback fornecido (extrínseco) está associado a uma melhoria na aprendizagem, assim como
uma diminuição progressiva da taxa de feedback que é dado está relacionado a uma maior
efectividade da promoção da aprendizagem. A não criação de dependência do feedback
extrínseco leva a que hajam mais oportunidade para a auto-avaliação e posteriormente à tomada
de acções correctivas, sendo estas componentes integrais do sucesso do processo de aquisição de
skills (Montgomery & Connolly, 2002).
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A aprendizagem depende da prática/repetição quase interminável de uma tarefa ou
exercício, e daí resulta, inevitavelmente, a implantação de estados de fadiga, entendida nos seus
vários aspectos (energéticos, sensoriais, psicológicos, etc.), e que, de um modo geral, está
associada a efeitos negativos tanto a curto como a longo prazo (Godinho, Mendes, Melo &
Barreiros, 1999).
Um dos elementos desencadeantes da fadiga é a privação do sono que provoca uma
redução generalizada de capacidades. No entanto, esta redução não é linear ao longo do tempo,
verificando-se, num período contínuo de 48 horas de trabalho sem dormir, um aumento de
capacidades no início do segundo dia, associado ao facto, provavelmente, do ciclo biológico do
ser humano se ter estabilizado em torno de funções com ciclos de 24 horas (Godinho, Mendes,
Melo & Barreiros, 1999).
1.5. Aprendizagem e performance motora
Cada vez que uma pessoa realiza uma tarefa motora, realiza-a num nível de performance
ou desempenho. Se a acção for representativa da performance típica da pessoa na execução da
tarefa (não influenciada por factores temporais com a fadiga, a ansiedade e tédio), é
provavelmente representativo, até certo ponto, do nível de aprendizagem da pessoa.
Existem, no entanto, algumas diferenças fundamentais entre os conceitos de performance
motora e aprendizagem motora. Desempenho ou performance motora é sempre observável e é
influenciada por muitos factores, como a motivação, o foco de atenção, a fadiga, condição física,
etc. (Schmidt & Wridberg, 2008). Aprendizagem motora, por outro lado, é um processo ou
estado interno que reflecte o nível da capacidade de desempenho de um indivíduo para produzir
um movimento particular (Schmidt & Wridberg, 2004). Essa capacidade é essencial à existência
biológica, pois permite ao organismo adaptar-se a recursos particulares do meio envolvente e ao
proveito das suas experiências.
Para uma pessoa aprender uma tarefa motora tem de praticar, isto é, realizar muitas
repetições. Como resultado dessa prática, a capacidade de produção da acção desejada (isto é,
aprendizagem motora) melhora. A melhor maneira dos praticantes acederam à aprendizagem
motora é observar o desempenho motor da pessoa, tomando atenção às alterações que ocorrem
sistematicamente com a prática adicional. É importante não esquecer que, se o nível de
competência da performance for relativamente estável ao longo de uma série de observações e
sobre várias condições, pode-se assumir que reflecte com precisão o nível de aprendizagem do
sujeito. No entanto, ainda que uma pessoa tenha aprendido uma tarefa (o que implica a tal
alteração interna referida anteriormente), vários factores podem ter influência negativa na
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performance desejada (a fadiga, por exemplo) (Schmidt & Wridberg, 2004, 2008). Portanto, o
desempenho/performance não é só uma medida da aprendizagem absoluta, pois as mudanças no
desempenho podem reflectir não só as alterações na aprendizagem mais também em outras
variais (Shumway-Cook & Woollacott, 2003).
Em geral, a fadiga conduz à observação de efeitos negativos tanto a curto como a longo
prazo. A implementação de estados de fadiga ao longo de um período de prática leva à redução
do nível de performance. Este resultado não corresponde ao nível de aprendizagem do indivíduo,
pois é apenas o estado de fadiga que impede a manifestação do que foi aprendido (Godinho,
Mendes, Melo & Barreiros, 1999).
É por isso que é bom observar o desempenho em vários momentos antes de inferir o que
quer que seja acerca da aprendizagem de uma pessoa (Schmidt & Wridberg, 2004, 2008).
Ao estudar a aprendizagem de movimentos coloca-se pois, de forma muito pertinente, o
problema de escolher e utilizar medidas adequadas, capazes de retratar com fiabilidade os
aspectos peculiares, e não apenas as grandes tendências gerais, da evolução da resposta por
efeito da prática. As comparações pré-pós prática são claramente insuficientes para o
entendimento do real efeito de uma prática. Uma crítica semelhante pode ser proferida em
relação à escolha de medidas simples de produto, incapazes de evidenciar, na maioria das vezes,
aquilo que de interessante a aprendizagem de movimentos tem: a estratégia de modificação da
resposta (Godinho, Barreiros e Correia, 1997).
Schmidt e Wridberg (2004) afirmaram existir duas questões relacionadas com a avaliação
do processo de aprendizagem que são os objectivos do aprendizado e os aspectos da
performance/desempenho, representando os melhores indicadores da acção. Para o processo de
selecção de indicadores validos dos skills, assumindo que os objectivos da aprendizagem foram
claramente determinados, tem de se decidir que aspectos da performance ou comportamentos
alvo devem ser avaliados a fim de determinar o progresso dos sujeitos em aprendizagem. Para ter
algum valor, os comportamentos alvo têm primeiramente de ser indicadores válidos da acção
desejada, sendo que, quando válido, permite fazer uma correcta inferência ou conclusão acerca
do nível do skill do praticante (Schmidt & Wridberg, 2004).
A aprendizagem pode ser inferida pela performance em testes de retenção e de transfer.
Nos testes de retenção, é solicitado ao sujeito que realize o movimento efectuado na fase de
treino, avaliando a capacidade do sujeito para reter uma determinada competência. No teste de
transfer é pedida a produção de um movimento semelhante ao anterior, mas diferente por
alterações das suas características temporais ou de intensidade. Desta forma avalia-se a
capacidade do sujeito em transferir a competência adquirida para uma situação diferente. O nível
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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de performance nesta fase corresponde ao transfer de aprendizagem entre a tarefa praticada na
fase de aquisição e a realizada no teste de retenção (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).
Geralmente, podem ser escolhidas duas categorias de medição da
performance/desempenho: medidas dos resultados (que indicam algo relacionado com os
resultados finais dos movimentos de uma pessoa, incluindo medidas do tempo, distância,
frequência e consistência) e medidas do processo (que dizem respeito a algo sobre a qualidade
das acções por si só, isto é, do processo de movimento) (Schmidt & Wridberg, 2004).
Em laboratório, podem-se utilizar instrumentos sofisticados (medição dos padrões de
activação muscular, actividade cerebral…). Assumindo que a medição do processo seleccionado
é valido, têm de ser identificados os componentes dos movimentos do aprendizado que mais
fielmente reflectem o comportamento alvo (Schmidt & Wridberg, 2004).
2. O Equilíbrio
O equilíbrio é o factor mais importante subjacente às estratégias de movimento dentro da
cadeia cinética fechada. A aquisição de estratégias de movimento efectivas e eficientes é
essencial no desempenho de atletas (Lephart & Fu, 2000).
A gravidade afecta todos os movimentos. Os movimentos voluntários são respostas
neuromusculares aos estímulos externos, incluindo a acção da gravidade (Greene & Roberts,
1999). Teoricamente, a massa é distribuída ao longo de todo o segmento e a gravidade actua a
partir de cada partícula de massa do mesmo (Lephart & Fu, 2000). O centro de gravidade (CDG)
do corpo, também conhecido como o seu “ponto de equilíbrio”, é a combinação dos centros de
gravidade dos vários segmentos e cada segmento move o CDG em proporção ao peso e posição
do mesmo (Greene & Roberts, 1999). O centro de massa (CDM) está, portanto, intimamente
associado ao CDG, que é, por vezes, explicado como o ponto onde a força da gravidade age,
podendo o CDG do corpo ser definido como um todo, pensado como um ponto sobre o qual a
massa de todos os segmentos do corpo está uniformemente distribuída (Trew & Everett, 2001).
Na posição anatómica estima-se que o CDG esteja ao nível da segunda vértebra sagrada,
dentro da pélvis, sendo que a linha de gravidade (LDG) pode ser vista como a projecção do CDG
no solo, representada por uma linha perpendicular ao solo passando através do CDG (Trew &
Everett, 2001). No entanto, logo que a configuração do corpo difere dessa posição, o CDG
desloca-se e pode mesmo ficar localizado fora do corpo (Greene & Roberts, 1999). É importante
considerar esta alteração da localização do CDG quando estão em causa as questões do
equilíbrio (balance) e do equilíbrio postural (equilibrium) e as diferentes posturas humanas, e,
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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quanto ao LOG, apesar de a sua posição ser dada relativamente às diferentes articulações, deve
ser tida em conta a existência de uma ampla variação na postura entre pessoas diferentes, sendo
que a LDG não é muito útil para cálculos biomecânicos (Trew & Everett, 2001).
A base de suporte (BDS) é conhecida como a superfície envolvida no suporte de um
objecto, inanimado ou um corpo humano. A forma e o tamanho desta depende da postura que o
corpo adopte (deitado, sentado ou de pé, por exemplo), da posição dos pés e das mãos e do uso
de suporte extra (muletas ou uma cadeira, por exemplo). Quando se adopta a posição de pé não
suportada, a BDS fica entre e por baixo dos pés (Trew & Everett, 2001).
O equilíbrio (balance) pode ser definido como o processo de manutenção do CDG ou
LDG dentro da BDS do corpo (Nashner, 1993, citado por Lephart & Fu, 2000; Trew & Everett,
2001). Em contraste, o equilíbrio postural (postural equilibrium) é um termo mais amplo que
descreve o estado de equilíbrio das forças e momentos actuando no CDM do corpo (Lephart &
Fu, 2000; Trew & Everett, 2001). Quando o equilíbrio postural é alcançado, isto é, quando a
resultante de todas das forças e momentos que actuam no corpo é igual a zero, o CDM do corpo
move-se uniforme e minimamente (oscilação postural ou postural sway) à volta do ponto de
equilíbrio do corpo. De uma perspectiva clínica, isso envolve a manutenção do CDG do corpo
dentro do limite de estabilidade (LDE) através da equalização de forças e alinhamento óptimo
dos segmentos articulares (Lephart & Fu, 2000). Para que a estabilidade postural seja mantida é
necessária, a geração e coordenação de forças efectivas no controlo do CDM relativamente aos
LDE desejados (Montgomery & Connolly, 2002).
Existe uma área limite dentro da BDS na qual uma pessoa pode mover o seu LDE (Trew
& Everett, 2001). Quando o ângulo do deslocamento do CDG excede o LDE, o indivíduo cai, a
menos que sejam feitos ajustes posturais efectivos através do uso de estratégias do tornozelo,
anca ou “ passo” (Nashner, 1989; 1993, citado por Lephart & Fu, 2000). As estratégias de
movimento postural utilizam a informação de feedback e feedforward ou a activação
antecipatória com o intuito de alcançar ou restaurar o equilíbrio nas mais variadas circunstâncias
(Montgomery & Connolly, 2002).
Se o corpo se mover com a uma velocidade linear constante diz-se que está em equilíbrio
dinâmico. Se, por outro lado, o corpo estiver estacionário quando todas as forças adicionadas
tendem para zero, então o corpo diz-se estar em equilíbrio estático (Trew & Everett, 2001). Se,
depois de um deslocamento através de uma força de curta duração, o corpo tende a voltar à sua
posição inicial original, então diz-se que está estável.
Na teoria, uma pessoa deveria ser capaz de mover a sua LDG até ao limite da BDS e
permanecer estável. No entanto, isso é muito difícil de fazer pois poderia requerer muita força
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muscular, particularmente na articulação tíbio-társica, para manter a estabilidade, daí existir o
LDE. Durante a manutenção da posição de pé o centro de pressão (CDP) está bem dentro da
BDS e do LDE.
O CDP é o ponto de aplicação da força de reacção do solo. Esta força reflecte a lei da
acção/reacção (terceira lei de Newton) que defende que a força exercida pelo corpo no solo é
devolvida no CDP. Em média, durante a posição estática de pé, a força de reacção do solo e a
gravidade (exercendo a sua acção no CDG do corpo) são forças colineares. No entanto, não é
necessariamente assim durante os movimentos. As medições do CDP são muitas vezes utilizadas
como indicadores do equilíbrio e do controlo postural (Doyle, Hsiao-Wecksler, Ragan &
Rosengren, 2007).
Quando uma pessoa permanece na posição de pé, a migração natural mostrada pelo CDM
do corpo e o ponto de aplicação da força de reacção do solo, o centro de pressão (COP), é
referida como oscilação postural (postural sway) (OP) (Danna-dos-Santos, Degani, Zatsiorsky &
Latash, 2008). Balasubramaniam e Wing (2002, citados por Gutnik, Leaver, Standen & Longley,
2008) afirmaram que durante a OP, o corpo move-se em sincronização com os movimentos do
CDG.
Num estudo em que foram avaliados os efeitos de um programa de treino de equilíbrio
durante quatro semanas em tarefas funcionais específicas e limites posturais em sujeitos jovens e
saudáveis, concluiu-se que o treino em causa revelou que o treino do equilíbrio melhora a
performance não só nas actividades funcionais seleccionadas como nas medições do controlo
postural, no entanto não ficou tão esclarecido que os seus efeitos sofreram transfer para o
aumento da funcionalidade no geral (Yaggie & Campbell, 2006)
2.1. Controlo motor e Equilíbrio
O sistema de controlo postural utiliza processos complexos que envolvem tanto
componentes sensoriais como motoras. Para a manutenção da postura em equilíbrio existem
estádios de processamento através dos quais a informação deve passar na direcção de input para
output. São diversas operações discretas (identificação do estímulo, selecção de resposta e
programação da mesma) desempenhadas entre o input e o output (Schmidt & Wridberg, 2004).
Este processo requer então a detecção sensorial dos movimentos do corpo, integração da
informação sensoriomotora no sistema nervoso central e execução de respostas
musculoesqueléticas apropriadas (Lephart & Fu, 2000). A posição do corpo em relação à
gravidade e o ambiente envolvente é determinada pela combinação de inputs visual, vestibular e
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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somatossensorial. O input somatosensorial fornece informação relativa à orientação dos
segmentos do corpo uns em relação aos outros e em relação à superfície de suporte. A visão
desempenha um papel importante na manutenção do equilíbrio, uma vez que fornece informação
acerca da orientação dos olhos e da cabeça em relação aos objectos circundantes. O aparelho
vestibular suprime informação que permite medir as acelerações gravitacional, linear e angular
da cabeça em relação ao espaço inerte. No entanto, não fornece informação da orientação em
relação aos objectos externos, e portanto desempenha somente um papel menor na manutenção
do equilíbrio quando os sistemas visual e somatossensorial fornecem informação precisa
(Nashner, 1993, citado por Lephart & Fu, 2000). Os movimentos em equilíbrio envolvem acções
controladas e coordenadas junto da cadeia cinemática. Todos estes processos são vitais para a
produção de movimentos fluidos relacionados com diversas áreas como o desporto (Lephart &
Fu, 2000).
O sistema de controlo postural funciona como um circuito de controlo entre as fontes
sensoriais, o sistema nervoso central (SNC), e o sistema músculo-esquelético. A informação
aferente ou sensorial para a produção de movimentos tem diversas fontes básicas, sendo que
grande quantidade vem do ambiente envolvente. Esta fonte de informação é tipicamente referida
como exterocepção (informação sensorial que vem primordialmente de fontes fora do corpo,
como a visão e a audição, apesar da audição não ser uma componente tão óbvia da performance
motora como a visão), sendo que, a segunda fonte básica de informação sensorial vem
primordialmente de dentro do corpo e é geralmente denominada introcepção (como a
propriocepção e a cinestesia, referindo-se ao conjunto de informação sensorial interna que
informa a pessoa acerca da posições relativas das articulações, da tensão nos músculos e da
orientação do corpo no espaço). Esta última fonte de informação é particularmente importante
em desportos que exijam manutenção do equilíbrio (Schmidt & Wridberg, 2004).
O envolvimento do SNC na manutenção da postura vertical pode ser dividido em duas
componentes. A primeira componente, a organização sensorial, envolve os processos que
determinam o timing, a direcção e a amplitude das acções correctivas posturais baseando-se na
informação aferente (Nashner, 1982; citado por Lephart & Fu, 2000). Apesar da disponibilidade
do input sensorial múltiplo, o SNC geralmente só depende de um sentido de cada vez para a
orientação da informação, e a deficiência ou alteração de um dos inputs sensoriais normalmente
pode ser compensada pelos restantes dois. No caso em que a informação visual é eliminada,
fechando os olhos, e os sistemas somatossensorial e vestibular compensam, registando-se apenas
um ligeiro aumento da oscilação postural em indivíduos normais, quando comparando com os
olhos abertos. (Lephart & Fu, 2000). A segunda componente, a coordenação muscular, descreve
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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a geração e execução de respostas motoras correctivas respeitando a sequência temporal e a
distribuição da actividade contráctil entre os vários músculos. Uma sequência ineficaz ou a
coordenação imprópria pode resultar em desequilíbrio (Nashner, 1993, citado por Lephart & Fu,
2000).
2.1.1. A somatossensação no equilíbrio
Os termos somatossensação, propriocepção, cinestesia e equilíbrio postural são muitas
vezes utilizados para descrever conceitos similares (Lephart & Fu, 2000). Somatossensação, um
termo mais global, é usado para descrever os mecanismos aferentes periféricos relacionados com
o controlo postural (Lephart & Fu, 2000). Propriocepção é melhor definida como a informação
sensorial introceptiva que engloba a sensação de movimento articular (cinestesia) e a posição
articular (sentido de posição da articulação) (Schmidt & Wridberg, 2004). A somatossensação e
o equilíbrio postural funcionam em estreita relação devido ao facto do sistema de controlo
postural utilizar a informação sensorial dos receptores sensoriais periféricos (isto é, musculo,
articulação e receptores cutâneos) relacionada com o movimento e a postura (Lephart & Fu,
2000).
Os órgãos do sistema somatossensorial detectam sensações de toque, pressão e vibração,
sendo que todas são geralmente referidas como sentido táctil. O sentido de posição, velocidade e
tensão, que determinam as posições relativas e taxas de movimento das diferentes partes do
corpo, são vulgarmente referidos como proprioceptivos (Guyton, 1991; Vander, Sherman &
Luciano, 1990; citado por Lephart & Fu, 2000). Estes receptores encontram-se em abundância
em todas as articulações, músculos e tecidos ligamentares.
Sujeitos com défice no sistema somatossensorial apresentam frequentemente distorções
significativas no controlo motor, mesmo em casos onde não exista deficiência motora específica
(Umphred, 2004).
2.1.2. Estratégias musculares no Equilíbrio
Os três principais sistemas articulares (tornozelo, joelho e anca) estão localizados entre a
BDS e o CDG. Isso permite uma ampla variedade de posturas que podem ser assumidas,
enquanto o CDG se mantém posicionado acima da BDS. Os movimentos numa determinada
articulação são controlados pelas acções combinadas de, pelo menos, um par de músculos a
trabalhar em oposição. O ponto de resistência e a rigidez da articulação são alterados de forma
independente através da mudança dos níveis de activação de um ou ambos os grupos musculares
(Houk, 1979; Nashner, 1993; citado por Lephart & Fu, 2000).
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Quando o equilíbrio de uma pessoa é perturbado por uma alteração externa, as estratégias
de acção envolvem o movimento coordenado das articulações dos membros inferiores trazendo o
COG de volta para a posição em equilíbrio. Em geral, a eficácia relativa das estratégias do
tornozelo, anca e do “passo” em reposicionar o CDG sobre a BDS depende da configuração da
BDS, do alinhamento do CDG em relação ao LDE, e a velocidade do movimento postural
(Montgomery & Connolly, 2002). Sobre condições normais a nível sensorial, a activação da
musculatura do tornozelo é quase exclusivamente seleccionada para a manutenção do equilíbrio
(Lephart & Fu, 2000).
2.1.3. Sistema de controlo fechado
A informação sensorial é utilizada no controlo dos movimentos, quer esteja relacionado
com movimentos mais activos, quer esteja associado à manutenção de posturas em equilíbrio
(Schmidt & Wridberg, 2004). Quando o sistema de controlo dos movimentos se encontra
“operacional”, o seu objectivo é manter a posição do corpo em equilíbrio. Os mecanismos
necessários para alcançar esse objectivo são: um comparador (comparator) que é um mecanismo
de detecção de erros através da comparação do feedback acerca do estado desejado com o
feedback do estado actual, um executivo (executive) que é a componente que determina as acções
a serem tomadas para manter o estado do objectivo desejado, e um efector (effector) que é a
componente do sistema de controlo que realiza a acção desejada (Schmidt & Wridberg, 2004).
Se o comparador não detectar diferenças no equilíbrio, não é assumida nenhuma acção, mas se
no caso do comparador encontrar alterações (um aumento significativo da oscilação postural),
este transmite um sinal de erro para o executivo, considerado o centro de comando ou controlo
do sistema. Assim que o executivo recebe o sinal, disponibiliza um comando para o mecanismo
efector, que actua no sentido de corrigir as diferenças encontradas. A acção resultante continua
até o equilíbrio ser novamente adquirido. No momento em que o comparador detecta um erro de
zero e retrasmite essa informação para o executivo, este encaminha o comando para o efector
para que este “desligue”. Este processo continua indefinidamente enquanto o sistema tentar
manter o CDG dentro dos LDE, mantendo-se em equilíbrio. Sistemas como este são chamados
de sistemas fechados pois o estado desejado e o output são ditados pelo executivo, efectuado
pelo efector, e então reencaminhado pelo comparador em forma de informação sensorial,
feedback este que fornece o sistema com a informação necessária para manter o estado desejado.
Os elementos do sistema de controlo fechado estão integrados com as estratégias de
processamento (Figura II.2.1.).
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Figura II.2.1. – Modelo conceptual expandido da performance motora (Schmidt &
Wridberg, 2008)
2.2. Avaliação do Equilíbrio
Muitos dos métodos de avaliação têm resultado de tentativas para isolar e avaliar a
função das componentes do sistema de controlo postural individual (sensorial, integração central
e motora) (Lephart & Fu, 2000). Existe uma diversidade de abordagens disponíveis no que diz
respeito à avaliação do equilíbrio, variando de avaliações da constância durante a postura estática
para a estabilidade durante a actividade funcional. Apesar das avaliações estática, dinâmica e
funcional conterem componentes posturais subjacentes comuns, cada umas delas parece medir
aspectos únicos do equilíbrio postural (Trulock, 1996; citado por Lephart & Fu, 2000).
Input
Erro
Estado desejado
Feedback proprioceptivo
Força muscular, comprimento, posição articular, posição do corpo
Visão, audição
Feedback exteroceptivo
Output
Efector
Programa motor
Medula espinal
Músculos
Comparador
Identificação do estímulo
Selecção da resposta
Executivo
Programação da resposta
Estado actual
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As medições da performance durante as várias tarefas têm uma base subjectiva e
objectiva. Os testes subjectivos envolvem um julgamento da performance do equilíbrio por parte
do examinador baseado em critérios qualitativos, enquanto que os testes objectivos englobam a
recolha e análise de dados quantitativos através de dispositivos como as plataformas de força e
equipamento de análise de movimento (Lephart & Fu, 2000).
As respostas motoras exactas são importantes na manutenção do equilíbrio e devem ser
consideradas durante a avaliação do mesmo. As respostas posturais automáticas às perturbações
podem ser mensuradas através da electromiografia ou forças compensatórias exercidas contra a
superfície de suporte (Montgomery & Connolly, 2002). A tecnologia da plataforma de forças
tem permitido avaliações quantitativas dos inputs sensoriais (visual, vestibular e
somatossensorial) (Lephart & Fu, 2000).
A oscilação postural na posição unipedal ou bipedal tem sido habitualmente medida
através do deslocamento total do CDM do corpo na posição estática e em equilíbrio, do
deslocamento do CDP, ou da amplitude do deslocamento (Gutnik, Leaver, Standen, & Longley,
2008). Para essa têm-se utilizado posturogramas, que representam graficamente a deslocação da
projecção vertical do centro de gravidade (Esteves, 2001). Actualmente, foram criados variados
instrumentos para avaliação da oscilação postural, no sentido da progressão tecnológica.
O Sistema de equilíbrio Footscan® (RSscan INTERNATIONAL, Olen, Bélgica) foi
desenvolvido para executar medições de pressão, em contexto clínico ou científico, utilizando as
plataformas de pressões Footscan® em associação com o software que cria a oportunidade de
realizar medições de diversos parâmetros associados à distribuição de pressões em relação ao
apoio do pé na posição vertical (Figura II.2.2.).
. Figura II.2.2. – Sistema Footscan® (RSscan INTERNATIONAL, Olen, Bélgica)
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Neste estudo, as medições são feitas através da plataforma de pressões Footscan® em
associação com o software Footscan® Balance, desenhado especificamente para tratamento das
questões do equilíbrio. Este sistema permite a realização de medições do deslocamento do CDP,
de entre outros parâmetros associados ao CDP. No capítulo da Metodologia descreve-se como se
medirá a oscilação postural através do deslocamento do CDP no Footscan® nos três momentos
de avaliação nas posições de pé em apoio bipedal e unipedal dominante e não dominante, de
olhos abertos e fechados.
3. O PNF-Chi®
De um modo geral, o PNF-Chi® é um conceito de mobilização activa global,
desenvolvido por Fisioterapeutas (Ft. Eva Albuquerque e Ft. Paulo Araújo), que associa a
lentidão, a graciosidade e o ritmo do movimento do Tai Chi Chuan segundo os princípios dos
movimentos em diagonal do PNF (Proprioceptive Neuromuscular Facilitation).
O PNF-Chi® rege-se por vários princípios que permitem a sua prática com alguma
fidedignidade, e que o tornam tão particular, característico e aplicável em qualquer parte do
mundo, desde que cumprindo com os mesmos. Os princípios estão então presentes em cada
exercício, sendo tidos em conta no processo de planificação de cada programa, na selecção das
componentes das respectivas sequências e na execução do mesmo.
Sendo este conceito, de algum modo, a fusão do Tai Chi Chuan com o PNF, acaba por ser
evidente a identificação de certas características das técnicas cientificamente fundamentadas
neste novo conceito ainda em exploração. São então apresentadas as técnicas tendo em vista a
clarificação da modalidade em estudo, o PNF-Chi®.
3.1. O PNF no PNF-Chi®
A Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (Proprioceptive Neuromuscular
Facilitation) (PNF), para além de uma técnica, é uma filosofia de tratamento tendo como base o
conceito de que todo o Ser humano tem um potencial ainda não explorado, considerando-o como
um todo e não só como um segmento corporal (Kabat, 1950, citado por Adler, Beckers & Buck,
1999). Este método foi desenvolvido pelas fisioterapeutas norteamericanas Margaret Knoot e
Dorothy Voss em colaboração com o Dr. Hermann Kabat (Göhler, 1995).
O objectivo das técnicas do PNF, de um modo geral, é promover o movimento funcional
(Adler, Beckers & Buck, 1999). Dado que a aplicação desta terapia despertou grande interesse
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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entre os fisioterapeutas e médicos, os conhecimentos sobre a sua efectividade adquiridos
primeiro de forma empírica puderam ser aprofundados e fundamentados cientificamente.
Actualmente, o PNF é ainda considerado um dos métodos terapêuticos mais eficazes por ser tão
integrador, desempenhando um papel definitivo na área da cirurgia, neurologia e ortopedia
essencialmente, mostrando-se útil em todos os factores fundamentais do aparelho locomotor,
tendo efeitos sobre a coluna vertebral na sua totalidade, sobre a mecânica das articulações
vizinhas, assim como de forma reflexa e vasomotora sobre o sistema vegetativo (Göhler, 1995).
O movimento funcional normal é composto por padrões de movimento em massa dos
membros e dos músculos sinérgicos do tronco, produzidos e organizados pelo córtex motor
(Kabat, 1960, citado por Adler, Beckers & Buck, 1999). Um músculo isolado só se pode tornar
activo em colaboração com outros músculos (Göhler, 1995). As combinações dos músculos
sinérgicos formam os padrões de facilitação em PNF, padrões esses que combinam movimentos
em três planos: plano sagital, plano frontal e plano transversal, e que, em função, permitem a
potencialização da actividade e possibilitam um menor gasto de energia com maior eficácia do
movimento (Adler, Beckers & Buck, 1999). Os padrões são compostos por três componentes
principais a nível proximal (flexão/extensão; abdução/adução; rotação interna/externa) e
acessórias a nível distal (flexão/extensão do cotovelo ou joelho; supinação/pronação da
articulação rádio-cubital superior e inferior; desvio radial/cubital do complexo articular do
punho; flexão/extensão do punho e dedos das mãos e pés; eversão/inversa da articulação médio-
társica; flexão dorsal/plantar da articulação tíbio-társica).
Existem estudos científicos que comprovam a efectividade da técnica na diminuição de
dor em patologias do ombro (Mahomed, Al-Obaidi & Al-Zoabi, 2008), no aumento da amplitude
do ombro (Decicco & Fisher, 2005; Mahomed, Al-Obaidi & Al-Zoabi, 2008) e da anca
(Cornelius, Jensen & Odell, 1995), no aumento da resistência dos músculos do tronco e
mobilidade do tronco em pessoal com dor lombar crónica (Kofotolis & Kellis, 2006), na
alteração da distribuição do tipo de fibra e média da área em corte seccional do músculo vasto
externo (diminuição da fibra do tipo IIB e aumento da fibra do tipo IIA) (Kofotolis, Vrabas,
Vamvakoudis, Papanikolaou & Mandroukas, 2005), no aumento do comprimento dos hamstrings
(Funk, Swank, Mikla, Fagan & Farr, 2003) apesar de nesta questão existir um outro estudo
realizado em jovens adultos esse aumento não foi considerado significativo (Davis, Ashby,
McCale, McQuain & Wine, 2005).
Num estudo em que foi aplicado um programa de reabilitação terapêutica utilizando o
método de facilitação neuromuscular porprioceptiva (PNF) em doentes com Parkinson, por um
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lado obtiveram-se resultados positivos ao nível do ritmo da marcha, mas por outro nem a força
nem a duração no suporte em apoio unipedal tiveram alterações significativas (Mirek et al.
2003).
Num estudo realizado com o objectivo de testar os efeitos do PNF na iniciação do
movimento voluntário e potenciais evocados motores nos músculos do membro superior
(Shimura & Kasai, 2002), concluiu-se que a posição de facilitação altera a descarga do músculo
em questão, reforçando a eficiência do movimento na articulação, o que leva a uma redução do
tempo de reacção, comparando com a posição neutra.
3.2. Características do PNF adaptadas para o PNF-Chi®
Existem algumas características da aplicação da técnica do PNF que fazem, de alguma
maneira, parte dos princípios que gerem o PNF-Chi®. Dos princípios existentes, foram adaptados
ao PNF-Chi®:
• A utilização do comando verbal
Durante a aplicação da técnica, devem-se utilizar palavras e tom de voz apropriados para
auxiliar o sujeito, orientando o movimento que se pretende ver executado pelo mesmo, tendo
sempre em vista o sujeito como um todo (Adler, Beckers & Buck, 1999).
Durante a prática do PNF-Chi® é, muitas vezes, necessária a repetição de comandos
verbais que façam alusão a certas componentes da posição base, assim como às que vão sendo
inseridas ao longo da progressão na sequência.
• A sincronização de movimentos
A sincronização é a sequência dos movimentos. O movimento normal requer uma
sequência suave de actividades, e o movimento coordenado depende de um sincronismo preciso
dessa sequência. É esse movimento coordenado e contínuo que é requerido durante a actividade
funcional até que o seu objectivo seja alcançado (Adler, Beckers & Buck, 1999).
• Os padrões de facilitação
Os padrões de movimento compõem o movimento funcional normal e combinam
movimentos nos três planos (plano sagital, frontal e transversal). Estes são em diagonal e espiral,
sendo que dois padrões antagonistas formam uma diagonal. O carácter em espiral e diagonal
típico dos movimentos complexos está de acordo com as condições do sistema esquelético e da
gestão dos músculos ou das sinergias musculares, os quais são estimulados através do PNF da
periferia para o centro, conseguindo desta maneira uma função óptima. Por seu turno, esta
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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função conjunta influencia positivamente o sistema nervoso central e o seu trabalho de
coordenação (Göhler, 1995). As articulações distais e proximais dos membros estão ligadas
dentro do padrão. A articulação intermédia é livre para flectir, estender ou manter a sua posição.
O tronco e os membros trabalham juntos para formarem uma sinergia completa. Conhecendo as
combinações musculares sinérgicas podem-se trabalhar os padrões (Adler, Beckers & Buck,
1999).
Para mover concentricamente na amplitude total do padrão, inicialmente o membro é
posicionado na sua “amplitude de alongamento”, em que todos os músculos associados
(agonistas) estão alongados. De seguida o membro move-se até à sua “amplitude de
encurtamento”, em que o final da amplitude de contracção dos músculos (agonistas) é alcançado
e os grupos musculares antagonistas estão alongados. Durante todo o exercício o movimento tem
de ser realizado sem dor nem stress articular, mas com esforço (Adler, Beckers & Buck, 1999).
Segundo Adler, Beckers e Buck (1999), o sincronismo normal do padrão é:
- a parte distal (a mão e punho ou o pé e o tornozelo) move-se inicialmente por
meio da sua amplitude total e mantém a sua posição;
- os outros componentes movem-se juntos, lentamente, e completam suas
amplitudes quase simultaneamente;
- a rotação é parte integrante do movimento e é resistida do início ao fim do
movimento.
Os padrões de movimento podem ser combinados de várias maneiras. Padrões de
movimento simples aumentam a capacidade de reacção dos mecanismos neuromusculares
enquanto que as intensificações específicas têm influência sobre a exactidão da reacção e da
função. A finalidade consiste em aprender a dominar movimentos anteriormente desafiantes,
adquirir coordenação, força e resistência (Göhler, 1995). Escolher como combinar os padrões
para o melhor efeito funcional está directamente associado aos objectivos da aplicação da
técnica. Este raciocínio deve ter sempre em conta o princípio da progressão, em que se espera
que haja um crescendo de dificuldade iniciando com actividades mais simples para as mais
complexas. As combinações de padrões são seleccionadas de acordo com a relação dos
movimentos dos membros (membros superiores, inferiores ou ambos) entre si.
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Segundo Adler, Beckers e Buck (1999) estas podem ser:
- unilateral: um membro superior ou um membro inferior
- bilateral: ambos os membros superiores, ambos os membros inferiores ou
combinações entre membros superiores e inferiores:
- simétrico: ambos movem-se no mesmo padrão;
- assimétrico: ambos movem-se em padrões opostos;
- simétrico recíproco: ambos movem-se na mesma diagonal, mas
em direcções opostas;
- assimétrico recíproco: ambos movem-se em diagonais e direcções
opostas.
No PNF-Chi®, a progressão do movimento dá-se através do envolvimento gradual de um
maior número de articulações e grupos musculares, estimulando ao máximo os sistemas
responsáveis pelo controlo motor. A progressão, nos membros superiores, dá-se iniciando com
diagonais unilaterais, seguem-se as bilaterais simétricas, posteriormente as bilaterais assimétricas
e por fim as diagonais bilaterais recíprocas. Nos membros inferiores, a progressão é feita
iniciando em apoio bipedal com carga nos dois membros distribuída de igual forma, seguindo-se
a transferência de peso de um membro inferior para o outro, a transferência de peso com
mudanças de direcção, e por fim o apoio unipedal. Os movimentos do tronco também podem ser
inseridos com o objectivo de contribuírem para esse aumento progressivo de dificuldade, sendo
que neste caso a componente de dificuldade virá através da realização de rotação do tronco.
Foram tidos em consideração todos estes parâmetros para inserção de progressão nas
sequências seleccionadas para este estudo, na ordem a que foram executadas durante as sessões,
e para cada sessão modelo, tendo em vista o ganho de equilíbrio em apoio bipedal e unipedal.
• As técnicas específicas
Existem várias técnicas específicas, a serem seleccionadas de acordo com os objectivos
da sua aplicação, tendo em conta as suas funções e acções, podendo promover o movimento
funcional por meio da facilitação, da inibição, do fortalecimento e do relaxamento de grupos
musculares (Adler, Beckers & Buck, 1999). As técnicas de PNF encorajam de forma somática a
estabilização e a percepção do corpo, e de forma psicossomática a eliminação de dores. A
sensação corrigida que se tem da postura deve ser conservada, pelo menos recordada
continuamente para actuar com a finalidade de evitar a sua deterioração. (Göhler, 1995).
A reversão de antagonistas é a classificação geral das técnicas nas quais o sujeito
inicialmente contrai os músculos agonistas e depois os antagonistas, sem pausa ou relaxamento
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(Adler, Beckers & Buck, 1999). Dentro dessa classe, a reversão dinâmica de antagonistas é a
técnica que mais se assemelha ao realizado no PNF-Chi® e é caracterizada pela realização do
movimento activo de uma direcção para a oposta, sem interrupção ou relaxamento, de modo a
que haja recrutamento dos grupos musculares relacionados, isto é, a inversão do movimento no
padrão básico é considerado o exercício principal sendo que a reversão dinâmica dos
antagonistas é a realização fluida do padrão agonista e antagonista numa determinada diagonal
do PNF, com ou sem intervalo de pausa, podendo ser repetido o movimento até se achar
necessário. Nesta técnica a cadeia muscular agonista activa trabalha de forma dinâmico-
concêntrica, e a cadeia muscular antagonista é estirada (Göhler, 1995). Esta técnica tem como
objectivos aumentar a amplitude activa do movimento, aumentar a força muscular, facilitar a
aprendizagem motora e a adaptação desenvolvendo a coordenação (reversão suava dos
movimentos) e prevenir ou reduzir a fadiga (Adler, Beckers & Buck, 1999). De uma maneira
funcional, esta técnica é praticada diariamente quando se realizam as actividades de sentar e
levantar, marcha, subir escadas, agarrar algo e largar, etc (Göhler, 1995).
No que diz respeito às repetições, no PNF-Chi®, cada movimento é repetido três vezes,
sendo que se tem de considerar as introduções de diferentes componentes de progressão na
iniciação de um novo conjunto de três repetições do movimento com a componente nova
inserida.
• A resistência
A resistência auxilia a contracção muscular e o controlo motor, e aumenta a força. Foi
mostrado que, quando uma contracção muscular é resistida, ocorre um aumento da resposta do
músculo à estimulação cortical (Gellhorn, 1949, citado por Adler, Beckers & Buck, 1999). A
tensão muscular activa, provocada pela resistência é a facilitação proprioceptiva mais eficaz. A
magnitude desta facilitação está relacionada directamente com a quantidade de resistência
(Gellhorn, 1949; Loofbourow & Gellhorn, 1948, citado por Adler, Beckers & Buck, 1999). Os
reflexos proprioceptivos dos músculos em contracção aumentam as respostas dos músculos
sinérgicos (músculos que agem em conjunto com outros para produzir um movimento
coordenado) da mesma articulação e dos sinérgicos associados às articulações proximais. Se a
actividade muscular dos agonistas se tornar intensa, o mesmo acontecerá nos antagonistas (co-
contracção) (Gellhorn, 1949; Loofbourow & Gellhorn, 1948, citado por Adler, Beckers & Buck,
1999).
No PNF-Chi®, é tido em conta o princípio da co-contracção global, em que as sequências
são realizadas em co-contracção dos músculos agonistas e antagonistas de todos os segmentos do
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corpo, sendo que se dá a execução do movimento pelo músculo agonista com o
controle/resistência ao movimento do músculo antagonista, havendo assim um trabalho global.
Sendo um exercício auto-resistido, há a possibilidade do praticante graduar por si só o nível de
dificuldade de execução do exercício através do auto-controlo do recrutamento muscular.
3.3. O Tai Chi Chuan no PNF-Chi®
O Tai Chi Chuan tem as suas origens nas artes marciais Chinesas, e sendo praticado
durante séculos como uma forma de exercício e com finalidades terapêuticas, de maneira a
melhorar a saúde, condição física e aumentar a longevidade em pessoas de todas as idades. O Tai
Chi Chuan foi criado como um sistema de disciplina mental e física baseado nos princípios do
equilíbrio e harmonia, desenvolvendo a concentração e promovendo a coordenação (Liao, 2007).
É caracterizado por uma série de movimentos contínuos e suaves, com ênfase na
transferência de peso e no controlo postural. A combinação da concentração mental (a
meditação), da respiração diafragmática e do movimento combinado promove a harmonia entre a
mente e o corpo, facilitando a fluidez do chi (uma força da vida ou energia interna) através do
corpo (Deutsch & Anderson, 2008), enraizando-se nos pés, transfere-se através das pernas e é
controlada na cintura, movendo-se eventualmente através das costas para os braços e pontas dos
dedos (Liao, 2007)
No estudo realizado por Chau e Mao (2006), os movimentos utilizados na prática do Tai
Chi Chuan mostraram estimular o equilíbrio, flexibilidade, propriocepcção e o treino funcional.
Outro benefício importante da prática é a melhoria na postura, tendo em consideração que uma
postura incorrecta resulta de uma combinação de estados emocionais negativos e da falta de
autoconsciência (Chi & Li, 1996).
Têm sido realizados variados estudos com o objectivo de avaliar os benefícios do Tai Chi
Chuan comprovando que este é promotor da saúde em geral (Liu & So, 2008; Lui, Qin & Chan,
2008; Wang, Collet & Lau, 2004), trazendo benefícios físicos, psicológicos e terapêuticos, na
saúde física e mental dos seus praticantes (Yau, 2008). No entanto, a maioria dos estudos
realizados tiveram como população alvo a população idosa.
Vários estudos têm comprovado ou posto em causa a efectividade da prática do Tai Chi
Chuan nos vários sistemas, tendo sido levadas a estudo diversas variáveis. Destes, mais
especificamente, concluiu-se que, a prática do Tai Chi Chuan trás benefícios a nível da pressão
sanguínea (Thornton, Sykes & Tang, 2004; Tsai et al., 2003; Young, Appel, Jee & Miller, 1999)
apesar de haverem autores a afirmar existir evidência limitada no que diz respeito à efectividade
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da prática nessa área (Verhagen, Immink, Van der Meulen & Bierma-Zeinstra, 2004), do fitness
cardiovascular na população idosa com condições crónicas (Wang, Collet & Lau, 2004), da
resposta imune tendo em consideração as células T (Yeh, Chuang, Lin, Hsiao & Eng, 2006), do
retardar da perda óssea (Chan et al., 2004; Lui, Qin & Chan, 2008; Qin et al., 2005) e da
flexibilidade (Liu & So, 2008) também existindo um estudo onde não foram obtidos resultados
positivos nessa variável em teste (Li, Devault & Van Oteghen, 2007).
A evidência suportada pelos artigos RCT’s consultados mostra que a prática do Tai Chi
Chuan pode reduzir o número de quedas nos adultos idosos em regime domiciliário, mas os
resultados são inconclusivos para adultos idosos residentes em instalações de cuidados a longo
termo (institucionalizados) (Deutsch & Anderson, 2008).
O Tai Chi Chuan mostra-se então efectivo na diminuição do número de quedas, do risco e
do medo de cair (Kressig, Beauchet & Tharicharu, 2003; Li et al., 2005; Taggart, 2002; Wong &
Lan, 2008; Wu, 2002), e na melhoria do equilíbrio funcional e da performance física (Li et al.,
2005; Li et al., 2001).
Segundo Wolf et al. (1996) a sua prática tem um impacto favorável nos índices
biomédicos e psicossociais definidos para a enfermidade, e efeitos favoráveis sobre a ocorrência
de quedas em idosos em regime domiciliário. Por outro lado Verhagen, Immink, Van der Meulen
e Bierma-Zeinstra (2004) no seu estudo concluíram que existe evidência limitada no que diz
respeito à efectividade do Tai Chi Chuan na redução do número de quedas em idosos.
Segundo vários estudos (Chan et al., 2004; Lui, Qin & Chan, 2008; Qin et al., 2005), a
prática do Tai Chi Chuan tem efeitos positivos na melhoria da coordenação neuromuscular em
mulheres em menopausa precoce.
Através do estudo realizado pelos autores Kressig, Beauchet e Tharicharu (2003),
concluiu-se que o Tai Chi Chuan provoca um aumento da estabilidade postural, transmitindo um
sentimento de bem-estar e confiança em idosos.
Num outro trabalho cientifico em idosos onde se estudaram os efeitos da prática da
técnica a longo prazo na força dos músculos extensores do joelho e na excursão do centro de
pressão durante a manutenção da posição de pé, observou-se um aumento da força e uma
diminuição da excursão do centro de pressão, levando a concluir que esta prática mantém a força
excêntrica dos músculos posturais dos membros inferiores, presumindo-se trazer benefícios para
a manutenção de uma boa estabilidade postural (Wu, Zhao, Zhou & Wei, 2002).
De uma maneira geral, os artigos apontam para uma melhoria no desempenho do
equilíbrio em sujeitos idosos associada a uma prática do Tai Chi Chuan a curto termo (Liu & So,
2008; Wang, Collet & Lau, 2004; Wu, 2002). Os estudos realizados nesta área tiveram como
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instrumentos de medida tanto testes computorizados, tal como o estudo de Tsang e Hui-Chan,
(2004 a, 2004 b) onde foram observadas melhorias no controlo do equilíbrio durante o teste de
posturografia dinâmica na posição de pé, e onde se observou que o seu desempenho era
semelhante à de adultos jovens apesar do declínio esperado associado à idade nas funções
sensoriomotoras específicas; e testes clínicos para avaliação desta variável, como no caso dos
estudos de Thornton, Sykes e Tang (2004) de onde se concluiu haver melhorias significativas no
equilíbrio dinâmico em mulheres de média idade, e de Taggart (2002) que registou melhorias no
equilíbrio e mobilidade funcional na população idosa do mesmo sexo. Por outro lado, Wu (2002)
concluiu que nalguns estudos em que foram analisados os efeitos da prática do Tai Chi Chuan a
curto termo, se registaram melhorias na capacidade de permanecer em apoio unipedal enquanto
que noutros essas diferenças não foram significativas.
Alguns estudos concluíram que a prática do Tai Chi Chuan influencia positivamente o
controlo do equilíbrio na população idosa (Li, Devault & Van Oteghen, 2007; Wang, Collet &
Lau, 2004).
No estudo realizado por Tsang, Wong, Fu e Hui-Chan (2004) concluiu-se que a
performance do equilíbrio dos participantes idosos de tai chi a longo termo na posição de pé
testada através da posturografia dinâmica computorizada é semelhante à mesma condição em
adultos jovens sobre condições sensoriais reduzidas ou de conflito.
Segundo os autores Wong e Lan (2008), a prática do Tai Chi Chuan mostra-se efectiva no
aumento do equilíbrio funcional, referindo que, em estudos onde foi testado, os praticantes
apresentaram um aumento da duração da manutenção da posição de pé em apoio unipedal e da
distância do alcance funcional.
Segundo um estudo (Xu, Hong, Li & Chan, 2004) realizado em idosos praticantes
regulares a longo termo do Tai Chi Chuan, estes apresentaram não só melhor propriocepção nas
articulações da tíbio-tarsica e joelho quando comparados com o grupo equivalente sedentário,
como também quando a comparação foi feita com nadadores/corredores. Também Tsang e Hui-
Chan (2003, 2004 b) concluíram que a prática da técnica a longo prazo traz benefícios a nível da
propriocepcção da articulação do joelho.
Wong, Lin, Chou, Tang e Wong (2001) notaram existir maior estabilidade postural nos
sujeitos idosos praticantes de Tai Chi a longo prazo comparando com um grupo equivalente
sedentário nas posições de teste mais desafiantes a nível de organização sensorial (como as
condições na posição do “visão” e com o input proprioceptivo alterado), no entanto nos testes de
controlo postural estático não se registaram diferenças significativas entre os dois grupos.
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Fong e Ng (2006) concluíram que sujeitos com três meses da prática de Tai Chi
melhoram o sentido de posição da articulação do joelho, mas esta situação não levou a uma
melhoria significante do equilíbrio (medida numa tábua instável).
3.4. Características do Tai Chi Chuan adaptadas para o PNF-Chi®
A prática do Tai Chi Chuan tem de ser perfeita, não permitindo qualquer defeito, e é essa
procura da perfeição que torna a técnica desafiante do ponto de vista tanto do controlo motor
como da mente (Liao, 2007).
O nível do domínio da técnica do Tai Chi Chuan depende da capacidade do praticante de
incorporar e integrar os princípios aos seus movimentos (Chi & Li, 1996). Aplicando os
princípios, promove-se o fluir dos movimentos em qualquer direcção. Na prática da técnica, o
corpo todo deve estar coordenado numa atitude de unidade completa. Uma vez iniciado o
movimento, o corpo deve mover-se todo, e não só uma parte do mesmo, devendo estar
coordenado, relaxado, confortável, pacífico e mentalmente alerto, requerendo ser realizado de
forma suave, sem desequilíbrios, e contínuo, não permitindo interrupções (Liao, 2007).
Como foi anteriormente referido, alguns dos princípios fundamentais que regem o Tai
Chi Chuan estão presentes na prática do PNF-Chi®, pela inevitável lógica de este último, de
alguma forma, ter surgido da análise e adaptação do primeiro. Assim, os princípios da técnica
Tai Chi Chuan adaptados para a criação do novo conceito PNF-Chi® são:
• O enraizamento à terra em cada movimento
No Tai Chi Chuan, a força e a estabilidade vêm do equilíbrio estrutural com o solo. A prática
da técnica integra o enraizamento físico e psíquico à terra, manifestando-se fisicamente na
estabilidade dos movimentos e emocionalmente, cultivado pela meditação, numa personalidade
estável com clareza de propósitos e pleno comando da vontade (Chi & Li, 1996).
• O centro de gravidade no tan tien inferior
È procurado manter o equilíbrio perfeito e a estabilidade em todos os movimentos, e para
conseguir essa estabilidade máxima, o centro de gravidade tem de ser mantido na parte interior
do corpo, na região entre o umbigo e o centro sexual (aproximadamente o ponto médio do
organismo) – o tan tien inferior (Chi & Li, 1996). Através do controlo da respiração e do
relaxamento do corpo, o centro de gravidade tem tendência a permanecer estável e baixo. Este
domínio da posição do centro de gravidade é adquirido, primeiramente em posições estáticas,
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seguindo-se esse mesmo controlo e manutenção da estabilidade do centro de gravidade em todos
os movimentos, permanecendo mental e fisicamente ligado ao solo (Chi & Li, 1996).
• O corpo verticalmente equilibrado
O corpo é mantido alinhado, em equilíbrio com a gravidade, animando os canais que
atravessam o cerne do organismo como um eixo central em torno do qual a pessoa pode girar
com liberdade e facilidade (Chi & Li, 1996), sentido a acção da suspensão ascendente pelo alto
da cabeça (Liao, 2007). A cervical superior é mantida em ligeira flexão sem que seja criada
tensão, activando assim os músculos estabilizadores. A força vertical em relação ao solo exercida
pela gravidade sobre a estrutura física, desce pelo alto da cabeça até ao períneo, e daí até às
plantas dos pés, sendo assim o peso igualmente distribuído pelos nove pontos das plantas dos pés
(Chi & Li, 1996). Essa linha central de gravidade é conservada em todos movimentos. Para que o
chi circule entre a cabeça e os membros, deve necessariamente passar pela coluna vertebral. O
alinhamento da coluna é, portanto, parte essencialmente da prática do Tai Chi Chuan, e sendo a
bacia, de alguma forma, a sua continuação, é importante que esta também respeite o equilíbrio
vertical. A coluna, quando correctamente alinhada, fica repleta de energia e pode aumentar
grandemente a força que flui dos membros inferiores para superiores e vice-versa (Chi & Li,
1996).
Na prática do PNF-Chi®, para que esta postura seja adquirida, é feita alusão à imagética,
indicando aos praticantes que imaginem que tem a cabeça suspensa por um fio ligado a algo que
flutua acima, sendo que no Tai Chi Chuan é a bola ou estrela de chi (Chi & Li, 1996), dando a
indicação para colocar o “queixo para dentro” e manter as costas direitas. Para a manutenção da
posição correcta da bacia, em alinhamento, na posição neutra (na posição média entre a máxima
báscula anterior e a máxima báscula posterior), durante a prática do exercício, é dada a indicação
para a contracção dos músculos da região abdomino-pélvica com o objectivo de criação de
estabilidade activa nesta região.
• O controlo respiratório
A prática do Tai Chi Chuan é sempre desenvolvida em conjunto com a respiração
diafragmática. Em geral, o sentimento o fluxo do chi no corpo é guiado pelo e resulta do
sentimento de respiração profunda (Liao, 2007), na prática, respiração diafragmática. Se a
respiração é calma, uniforme e contínua, a mente manifesta as mesmas virtudes. Com o Tai Chi
Chuan, desenvolve-se um sistema prático de controlo total da respiração (física) em movimento,
que aumenta a sensibilidade para a circulação do chi no corpo (Liao, 2007). Este tipo de
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respiração ajuda a manter o centro de gravidade baixo e está associado à tranquilidade e ao
relaxamento. (Chi & Li, 1996), sendo que, apesar de todos os benefícios envolvidos, o principal
propósito deste tipo de respiração é o de desenvolver, através de um bom controlo do processo
de respirar, uma sensação de ritmo do corpo e a harmonia da mente (Liao, 2007). Neste tipo de
respiração a inspiração é feita pelo nariz, fazendo-a longa, fina e contínua, provocando o
movimento do diafragma para baixo. Espera-se um momento, até se sentir a necessidade de
expirar, e então, lentamente, são contraídos os músculos abdominais, o diafragma move-se para
cima, e o ar é empurrado no sentido ascendente e para fora através do nariz (Liao, 2007). Este
tipo de respiração é facilitado quando o corpo é mantido verticalmente alinhado e relaxado.
Como a série de movimentos do Tai Chi Chuan é realizada devagar, é possível aprender a
regular a respiração e a acalmar a mente (Chi & Li, 1996).
No PNF-Chi®, o controlo respiratório também inclui a associação da inspiração/expiração
com padrões de movimento de flexão/extensão dos membros superiores, dependendo da intenção
de reenforço/expansão pulmonar ou alongamento muscular. No programa utilizado neste estudo,
nas primeiras sequências de cada sessão foi feito um trabalho no sentido de uma expiração total
forçada com o iniciar do movimento, partindo depois para a inspiração lenta total, isto é, em
associação com os movimentos dos membros superiores, realizou-se a expiração aquando do
movimentos de flexão dos ombros, e com extensão dos ombros, a inspiração. Utilizando
volumes totais, dá-se a possibilidade de trabalhar ao longo das sequências num volume corrente,
volumes que até então eram considerados residuais. Nas sequências seguintes na mesma sessão,
foram associados os movimentos dos membros inferiores de forma inversa à descrita
anteriormente trabalhando assim a expansão pulmonar.
Tendo em conta a associação dos movimentos com o controlo respiratório, espera-se que
cada movimento seja realizado tão lentamente como uma inspiração ou expiração lenta total,
estimando-se um tempo de 5 segundos para cada movimento. Este tempo estimado incute no
conceito a velocidade pouco elevada na realização dos movimentos, promovendo a integração
dos movimentos associado ao aumento dos tempos e volumes respiratórios.
• A distribuição uniforme do peso pela planta do pé
Sendo a base interior do Tai Chi Chuan a força vital, e a base exterior são os pés. Estes
sustentam todo o peso do corpo, e ao mesmo tempo ligam-se à energia da terra. O peso é
distribuído uniformemente pelos nove pontos da planta do pé (o calcanhar, o bordo externo, a
cabeça do quinto metatarso, a cabeça do primeiro metatarso e os cinco dedos) com o objectivo de
aquisição de estabilidade. É importante que esses nove pontos fiquem uniformemente em
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contacto com o solo em qualquer situação, em especial sempre que é dado um passo (Chi & Li,
1996).
• A depressão da grelha costal e ombros
A depressão do peito faz-se expirando um pouco de ar, relaxando os músculos peitorais e
deixando o esterno “afundar”. Quando o esterno deprime, verifica-se um movimento
correspondente das omoplatas para o lado e para a frente (Chi & Li, 1996). Este movimento dos
ombros tem de ser controlado, sendo que a depressão dos ombros tem de se dar exclusivamente
no plano frontal, isto é, os ombros são levados a permanecer afastados da cabeça (no sentido
descendente) e um do outro (no sentido do afastamento da linha média). Estes movimentos das
omoplatas e a depressão do peito são factores essenciais para a descarga de energia, em
associação com a posição dos pés e dos joelhos (Chi & Li, 1996).
• O relaxamento do corpo e a calma da mente
Existe uma relação inversamente proporcional entre tensão e sensibilidade. O princípio da
economia em movimento surge de um estado de harmonia íntima. Quando a mente está em paz,
não oscila nem se perturba facilmente. Esse princípio também desempenha um papel crucial no
dia-a-dia da pessoa. O princípio básico do Tai Chi Chuan é aprender a relaxar, a ficar calmo,
com a mente límpida, seja nos movimentos da técnica, seja em qualquer outra actividade. Sendo
o Tai Chi Chuan o equilíbrio entre o Yin e o Yang, a pessoa procura soltar qualquer tensão física
e mental desnecessária, ao mesmo tempo que permanece mentalmente alerta e com a postura
correcta. Relaxar significa abandonar qualquer preocupação física e mental, para que a pessoa
entre num estado elevado de receptividade e sensibilidade (Chi & Li, 1996).
Qualquer movimento do corpo implica contrair e relaxar os músculos. É impossível
movimentar a estrutura sem contrair toda uma série de músculos. O desafio do Tai chi Chuan é
executar todos os movimentos sem contrair ou enrijecer a ponto de interferir no fluxo de energia,
e aprender a relaxar logo que o movimento cessa, para assim sentir o chi recém-adquirido. È
assim que é caracterizada a ausência de esforço, o empregar o mínimo esforço para alcançar o
máximo de resultados (Chi & Li, 1996).
• A coordenação do interior e exterior, da mente e do corpo
No Tai Chi Chuan, a coordenação é considerada um dos factores-chave na aquisição de
sensibilidade do chi, significando o envolvimento total da mente e do corpo, em função do
objectivo concreto (Liao, 2007). Um dos princípios básicos é mover-se em sequências
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coordenadas e contínuas, estando todas as partes do corpo ligadas e trabalhando
harmoniosamente em conjunto, acabando por encontrar o ritmo do próprio organismo. Para que
haja um maior envolvimento de todos os segmentos corporais, com vista a uma optimização da
prática, e para que a harmonia dos movimentos seja mantida, é importante que os movimentos
dos membros inferiores e superiores estejam coordenados. O fluxo contínuo gerado pela
coordenação e continuidade presentes nos movimentos em todo o corpo manifesta-se na
estrutura física como graciosidade e harmonia, e na estrutura mental como equilíbrio emocional
e constância de carácter. Sem equilíbrio mental e estabilidade emocional, torna-se difícil a
realização do movimento como um todo por parte do praticante, e mover o corpo como uma
unidade completa ajuda ao fluxo livre e desobstruído do chi, e portanto, praticando
constantemente desta maneira irá servir como um lembrete para os sistemas do corpo e da mente
do praticante e aumentará a coordenação natural e, consequentemente, a sensibilidade do chi no
corpo (Liao, 2007). Cada movimento transforma-se numa manifestação do movimento conjunto
de mente, corpo e espírito (Chi & Li, 1996). Quando o Tai Chi Chuan é praticado, e
especialmente quando movimentos meditativos são realizados, um total envolvimento da mente
e do corpo, funcionando segundo o objectivo, resulta numa condição coordenada total (Waysun,
2007).
Segundo Göhler (1995), uma motricidade quotidiana unilateral tem como consequência
sinais de escoliose assim como limitações isoladas da mobilidade. Assim, uma outra
característica do Tai Chi Chuan presente no PNF-Chi® é a realização do exercício tendo em vista
a simetria do movimento, o equilíbrio do corpo. Na prática do PNF-Chi®, existe então o cuidado
de realizar o mesmo exercício e o mesmo número de vezes para os dois lados.
No que diz respeito à frequência das sessões de Tai Chi, foi encontrada na literatura
(Verhagen, Immink, Van de Meulen & Bierma-Zeinstra, 2004) referência a uma frequência de
prática recomendada que varia de uma vez por dia a uma vez por semana durante um período
entre 10 semanas a um ano, para praticantes idosos.
A postural/posição considerada base no PNF-Chi® tem muito a sua origem na postura wu
chi, a primeira posição do Tai Chi Chuan (Figura II.3.1.). É caracterizada pela manutenção da
posição de pé num estado de relaxamento o máximo possível. Durante a manutenção desta
posição uma dor que venha a surgir em qualquer região do corpo é um excelente indicativo de
desequilíbrios na postura wu chi. (Chi & Li, 1996; Liao, 2007).
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Então, a postura base é caracterizada por:
� Pés – Os pés devem estar separados por uma distância correspondente à largura dos
ombros do praticante, virados para a frente, paralelos ou ligeiramente rodados para
fora. Os nove pontos das plantas dos pés devem estar firmemente em contacto com o
solo, com o peso igualmente distribuído pelos dois pés. É fundamental que os dedos
dos pés estejam relaxados, e não contraídos, em garra, como se agarrassem o chão.
� Joelhos – Os joelhos devem assumir uma posição em ligeira flexão permitindo
flexibilidade e activação dos músculos anti-gravítico, possibilitando também que a
vibração da energia interna seja transmitida dos pés através dos joelhos para a cintura.
Mantendo os joelhos nessa posição, as articulações ficam protegidas, fazendo com
que o stress nas mesmas ao longo da sessão seja minimizado/evitado. A cintura deve
funcionar como um transmissor que controla, guia e distribui a direcção e quantidade
de energia interna. Quando esta transferência de chi é realizada dos pés para a cintura,
o corpo deve actuar como se todas as partes fossem só uma, permitindo movimento
para a frente e para trás livremente, com controlo do equilíbrio e posição.
� Bacia – A bacia deve ser mantida em posição neutra, como foi anteriormente referido.
Para que a posição da mesma seja mantida durante a realização dos exercícios, os
músculos estabilizadores locais da lombar devem ser conservados numa contracção
subtil, isto é, os músculos transverso do abdómen e multifidos devem ser mantidos
em co-contracção, de baixa intensidade e de longa duração.
� Coluna vertebral e cabeça – A coluna vertebral deve ser mantida alinhada na posição
vertical em relação ao solo, certificando-se a não existência de qualquer área na
região da coluna lombar em tensão que poderia surgir devido a uma possível
hiperlordose da mesma e/ou báscula da pélvis. Quanto à região da coluna cervical até
à base do crânio, esta deve permanecer com alguma flexão da cervical superior,
activando os músculos estabilizadores, recuando ligeiramente o queixo, gerando uma
sensação de receptividade. Assim também o crânio ficará alinhado com o resto da
coluna vertebral, permitindo que a energia flua. O corpo é assim alinhado
verticalmente em equilíbrio, como se estivesse a ser suspenso pelo alto da cabeça.
Nesta posição vertical, as vibrações circulam livremente no sentido ascendente
através das costas para os ombros.
� Membros superiores – Os ombros não devem estar tensos ou elevados, mantendo em
posição de depressão, afastados da cabeça (para baixo) e um do outro (para fora).
Relaxados, os ombros permitem a transmissão do chi para os cotovelos e pontas dos
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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dedos. Deve-se manter os cotovelos em ligeira flexão e relaxados evitando a extensão
completa, sendo impreterível que estas articulações não entrem em closed packed
position, e os punhos devem estar relaxados mas fixos.
� Olhar – Os olhos devem ser conservados abertos e relaxados, fixando o horizonte, e
nunca orientados para o chão ou para o céu. No PNF-Chi®, à medida que vai sendo
criada confiança na modalidade, é permitido o cerrar dos olhos com o objectivo de
haver um aumento da consciencialização da posição do movimento e do corpo no
espaço, diminuindo assim o input visual, aumentando a representação dos inputs
somatossensorial e vestibular.
Figura II.3.1. – Da Postura do Princípio Infinito à Postura do Tai Chi (postura wu chi)
Existe um grande envolvimento físico e psicológico dos sujeitos enquanto praticantes do
PNF-Chi®, sendo que o seu desempenho na prática desta modalidade vai estar dependente de
todo um conjunto de factores, dentre eles a capacidade de aprendizagem e controlo motor do
próprio sujeito.
3.5. PNF-Chi® - aprendizagem e controlo motor
Aprender exige uma modificação estrutural interna que se observa geralmente através do
desempenho numa alteração estável (persistente no tempo) do comportamento do indivíduo
como resultado da prática e/ou experiência. É a transformação dos mecanismos de controlo ao
longo do tempo, por efeito da prática, que permitem a operacionalização (desde a fase de
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intenção e planeamento da acção, à fase de análise e interpretação dos vários estímulos,
terminando no processamento e execução das respostas mais adequadas) do controlo da postura
corporal, quer em repouso quer em movimento (Oliveira, 2007). A harmonia do movimento em
diagonal e a aprendizagem do desenvolvimento de movimentos económicos torna-se mais fáceis,
o que influencia, por seu turno, o rendimento de coordenação central (Göhler, 1995).
Na prática do PNF-Chi®, o controlo motor vai-se adquirindo e/ou aperfeiçoando através
de uma aprendizagem do tipo associativa centrada na relação causa-efeito entre os estímulos e as
respostas, sendo que o reconhecimento dessa relação entre eventos é essencial para o
comportamento adaptativo a situações novas (Lephart & Fu, 2000). Este tipo de aprendizagem
pode ser classificada em dois tipos: aprendizagem de procedimentos, que se desenvolve a partir
da repetição lenta dos movimentos característica do PNF-Chi®, criando um “esquema” que se
automatiza, e em que, se houver variação dos contextos, ocorre, à partida, transfer da
aprendizagem dos procedimentos; e a aprendizagem declarativa, em que se faz um apelo à
imagem mental do corpo em movimento – imagética – e em que, com a repetição exaustiva,
pode-se transformar numa aprendizagem de procedimentos – hábito – com o automatismo
(Shumway-Cook & Woollacott, 2003). No PNF-Chi®, a aprendizagem de procedimentos é
estimulada através da realização dos movimentos em diagonal de forma lenta e contínua, e a
aprendizagem declarativa através dos comandos verbais dados, numa fase inicial de prática, pelo
fisioterapeuta dinamizador da sessão, e em que é feita referência às várias componentes tanto da
posição base a não perder ao longo do exercício, como das componentes inseridas ao longo do
exercício para que haja progressão.
As teorias da aprendizagem motora são um grupo de ideias abstractas sobre a natureza e a
causa da aquisição ou da modificação do movimento (Shumway-Cook & Woollacott, 2003).
Tendo em consideração essas mesmas teorias, é possível ter uma visão da sua aplicação à prática
do PNF-Chi®.
Considerando a teoria dos estádios da aprendizagem motora, esta está directamente
associada ao número de repetições de cada movimento. No PNF-Chi®, número três como
quantidade de repetições de cada nova componente acaba por fazer alusão à teoria dos estádios
de Fitts referida anteriormente (Oliveria, 2007; Shumway-Cook & Woollacott, 2003). Esta teoria
sugere a existência de três estádios principais (cognitivo, associativo e autónomo), sendo assim é
associado o primeiro momento de execução do movimento à tomada de conhecimento da
posição/componente a aprender, o segundo ao aperfeiçoamento na tarefa, e o terceiro momento
ao automatismo criado na execução da actividade motora requerida para determinado momento
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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da sequência, correspondendo, de alguma forma aos três estádios da teoria. Assume-se que uma
repetição para ultrapassar a conquista dos requisitos de cada estádio seja necessária, no entanto, é
importante a tomada de consciência de que cada indivíduo é particular e que a aprendizagem
motora se dá em timings próprios para cada um, estando dependentes também do grau de
dificuldade da actividade em si e da sua representação para cada sujeito.
A teoria do circuito fechado de Adams sugere que os sujeitos, quando estão a aprender
uma nova componente de uma sequência ou quando praticam o PNF-Chi® pela primeira vez, em
que se assume, à partida, que nunca realizaram determinado movimento ou conjunto de
movimentos, desenvolvem gradualmente a aprendizagem do novo skill motor com a prática,
criando um traço perceptível para o movimento em causa, servindo de guia para movimentos
posteriores (Shumway-Cook & Woollacott, 2003). Ao longo do processo, os praticantes vão
recebendo tanto feedback intrínseco em curso proveniente do sistema proprioceptivo, como
feedback extrínseco fornecido pelo fisioterapeuta a dinamizar a sessão (Montgomery &
Connolly, 2002). No PNF-Chi® o feedback extrínseco é dado tanto de forma verbal (instrução,
através dos comandos verbais) e visual (demonstração, através da execução da sessão pelo
fisioterapeuta com o aprendizado). Quanto mais o sujeito realiza o movimento específico da
sequência em questão, mais forte se torna o traço perceptivo. Na realidade, a qualidade do
movimento é directamente proporcional à força do traço perceptivo. Portanto quanto mais tempo
se dedicar à prática do movimento em questão da forma mais precisa possível, melhor se dará o
processo de aprendizagem (Shumway-Cook & Woollacott, 2003).
De acordo com a teoria do esquema, quando os sujeitos estão a aprender ou a melhorar a
realização de determinado movimento ou posição, e neste caso quando o objectivo é a melhoria
do seu equilíbrio postural, a aprendizagem ideal ocorre se essa tarefa for praticada em diversas
condições, permitindo que se desenvolva uma série de normas para a manutenção da posição
com o mínimo de oscilação postural possível, que poderão ser aplicadas em diversos contextos,
sendo que, neste estudo, ao longo das sessões serão realizadas sequências em que a posição final
exige o apoio unipedal como o “avião” por exemplo, e espera-se que o skill seja aprendido e que
possa ser aplicado aquando da realização da avaliação em apoio unipedal dominante e não
dominante na plataforma de pressões. À medida que as estratégias para a diminuição da
oscilação postural vão sendo adquiridas/melhoradas, os sujeitos tornam-se mais capazes de
produzir estratégias adequadas, por vezes desconhecidas pelo próprio, para a manutenção do
equilíbrio da posição de pé, com menor probabilidade de ocorrência de grandes deslocamentos
do centro de pressão ou mesmo queda. Espera-se que isso aconteça pela criação de um Programa
Motor Genérico associado à posição de apoio unipedal, e sendo este um Programa Motor que
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define um padrão de movimento em vez de um movimento específico, permite aos sujeitos
flexibilidade para adaptarem o programa no sentido de produzir variações do padrão que
atendem às exigências do meio envolvente (Schmidt & Wridberg, 2004).
No que diz respeito à teoria dos sistemas de acção, tal como na teoria do esquema,
quando, para este estudo, o objectivo da prática do PNF-Chi® é a melhoria do equilíbrio, a
prática repetida de sequências que utilizem posições em apoio bipedal e unipedal em diferentes
condições (no caso do apoio unipedal, toma-se como exemplo, a recorrência às posições “avião”,
“estrela”, apoio unipedal no sentido do passo, etc.) resultou na aprendizagem da equiparação de
dinâmicas adequadas de movimento para a tarefa em questão. Além disso, esta teoria sugere que
o praticante aprende a distinguir os sinais perceptivos importantes para a organização da acção,
tais como a percepção do apoio no solo e a aderência dos pés ao mesmo, as irregularidades do
solo, se praticado na rua a influência do vento na actividade, etc. Portanto, neste processo de
aprendizagem, os sujeitos não devem apenas desenvolver estratégias motoras eficazes, mas
devem também aprender a reconhecer os tais sinais perceptivos relevantes e equipará-las com
estratégias motoras ideais (Shumway-Cook & Woollacott, 2003).
O controlo motor é um programa de coordenação/gestão dos diferentes graus de
liberdade, em cujo responsável é todo o sistema neuro-músculo-esquelético, e a aprendizagem do
controlo motor está dependente de vários factores que envolvem não só o indivíduo em prática,
como o meio/contexto em que está inserido, e as suas habilidades. Desses vários factores
referidos, existem alguns que podem ser referidos de forma particular em associação com o PNF-
Chi®.
Do ponto de vista da aprendizagem, ao processo de utilização de comandos verbais na
prática do PNF-Chi® fazendo alusão a componentes da posição base ou a novas inseridas dá-se o
nome de instrução. Através dela dá-se informação ao praticante sobre o objectivo e forma mais
adequada de realização do novo movimento e/ou da manutenção da posição de determinados
segmentos, regra geral com o objectivo da manutenção do alinhamento e do equilíbrio do corpo,
informando, chamando a atenção e motivando o praticante. A instrução, na prática da
modalidade, é associada à demonstração por parte do fisioterapeuta/instrutor ao longo de toda a
sessão (realizando a sessão ao mesmo tempo que o praticante, de frente para o mesmo,
executando os movimentos em espelho), permitindo assim ao praticante atingir mais facilmente a
adopção da postura pretendida e/ou execução dos movimentos desejados. A instrução e a
demonstração acabam por se complementar no auxilia à boa execução dos movimentos no PNF-
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Chi® por parte do praticante, sendo estes os dois tipos de feedback extrínseco dado durante a
prática (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999)
Quanto às formas de organização/condições da prática da actividade, o PNF-Chi® é
caracterizado por uma prática distribuída permitindo pausas entre execuções ou séries de
execuções, tendo como principal vantagem descrita na literatura a de prevenção da fadiga
(Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999; Oliveira, 2007; Shumway-Cook & Woollacott,
2003). No que diz respeito à variedade na prática do exercício, o PNF-Chi® na sua forma original
privilegia a prática variada em que são executados movimentos considerados variantes da mesma
tarefa cujos parâmetros são relativamente alterados, proporcionando variações em torno da
mesma habilidade. Esta, segundo a literatura, aumenta a adaptabilidade, as capacidades do
tranfer, tendo resultados mais lentos mas melhores no tranfer (Oliveira, 2007).
Analisando os princípios que regem a prática do PNF-Chi®, e fazendo um paralelismo
com os conceitos ligados à aprendizagem motora visando contribuir para esta, percebemos que,
com a prática do PNF-Chi® o praticante parece ter condições para a aquisição de um maior
controlo motor sobre o seu próprio corpo, tendo repercussões a vários níveis, sendo um deles ao
nível do equilíbrio e controlo postural. Estes ganhos associados à prática do PNF-Chi®, apesar de
não comprovados cientificamente, têm vindo a ser extrapolados da análise da literatura existente
associada às questões da aprendizagem e controlo motor, e da literatura cientifica acerca dos
ganhos de equilíbrio em indivíduos praticantes de Tai Chi Chuan (literatura já referenciada).
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III. Metodologia
1. Questão orientadora
Será que a prática do PNF-Chi® em sessões de 45 minutos, duas vezes por semana,
durante oito semanas, influencia a oscilação postural, medida através da avaliação da deslocação
do centro de pressão do pé, em sujeitos saudáveis, na posição de pé?
1.1 Objectivos do estudo
1.1.1. Objectivo geral
O objectivo do estudo foi verificar se existe alguma relação entre a prática do PNF-Chi® e
o equilíbrio numa população jovem saudável.
1.1.2. Objectivo específico
O objectivo específico do estudo foi verificar se existe alguma relação entre a prática do
PNF-Chi® e a oscilação postural, acedendo à evolução da mesma através das avaliações do
deslocamento do centro de pressão, componente medida antes do início da prática do PNF-Chi®,
a quatro semanas de prática do mesmo e no final de oito semanas.
2. Hipóteses
De acordo com o problema definido, foram delineadas as seguintes hipóteses:
Hipótese experimental: a prática de PNF-Chi®, durante um período de oito semanas, 45
minutos, duas vezes por semana, diminui a oscilação postural, na posição de pé.
Hipótese nula: a prática de PNF-Chi®, durante um período de oito semanas, 45 minutos,
duas vezes por semana, não influencia a oscilação postural, na posição de pé.
3. Tipo de Estudo
Este estudo é do tipo experimental, simples, pois a amostra foi seleccionada
aleatoriamente, e tem dois grupos de estudo – grupo de controlo e grupo experimental.
3.1. Desenho da Pesquisa
De acordo com a classificação de Bork (1993, citado por Lopes, 2004), o desenho deste
estudo é um desenho (verdadeiramente) experimental, do tipo “Pretest-posttest Control Group
design”.
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R O1 X O2 X O3
R O’1 O’2 O’3
Neste tipo de estudos pré teste – pós teste com grupo de controlo (“Pretest-posttest
Control Group design”), os sujeitos são divididos aleatoriamente pelos dois grupos. É feita uma
primeira observação a todos os sujeitos, seguindo-se a aplicação de um tratamento X num grupo.
Por fim volta a ser feita uma observação a todos os sujeitos. Considerando que toda a situação
vivida pelos dois grupos é idêntica, e que apenas varia a manipulação da variável independente
no grupo experimental, pode eventualmente concluir-se que as diferenças que venham a ser
verificadas possam ser atribuídas ao tratamento (X) em causa, neste caso, à prática do PNF-Chi®.
Assim, apresentam-se:
R – (randomized) Selecção dos sujeitos para a amostra de forma aleatória
O1 – Avaliação do grupo experimental pelo Footscan® na semana antes da primeira
sessão de PNF-Chi®
X – Prática de PNF-Chi®, 45 minutos, duas vezes por semana, durante quatro semanas
O2 – Avaliação do grupo experimental pelo Footscan® quatro semanas após a primeira
observação (O1)
O3 – Avaliação do grupo experimental pelo Footscan® oito semanas após a primeira
observação (O1)
O’1 – Avaliação do grupo de controlo pelo Footscan® na semana antes da primeira sessão
de PNF-Chi®
O’2 – Avaliação do grupo de controlo pelo Footscan® quatro semanas após a primeira
observação (O’1)
O’3 – Avaliação do grupo de controlo pelo Footscan® oito semanas após a primeira
observação (O’1)
4. Selecção e Caracterização da Amostra
4.1. População
A amostra foi seleccionada da população constituída pelos alunos da Escola Superior de
Saúde do Alcoitão dos quatros anos do curso Superior de Fisioterapia, e dos 1º, 2º e 4º anos dos
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cursos de Terapia Ocupacional e Terapia da Fala do ano lectivo de 2007/2008. O 3º ano dos
últimos cursos referidos não foi considerado por estarem em período de estágio e não ter sido
possível entrar em contacto com os sujeitos em causa durante o período de selecção da amostra.
4.2. Selecção da amostra
A amostra foi constituída por 36 sujeitos da população, seleccionados aleatoriamente e de
acordo com os critérios de inclusão e exclusão, e posteriormente divididos também
aleatoriamente por dois grupos de 18 sujeitos (grupos experimental e de controle). Para o
processo de selecção/divisão aleatória dos sujeitos recorreu-se a um software de tratamento
estatístico SPSS® for Windows V.16.0 (SPSS, Chicago, Illinois, E.U.A.), tendo como critério de
selecção na primeira triagem um grupo de 36 sujeitos, e na segunda aleatorização dois grupos de
18 indivíduos.
A verificação dos critérios de inclusão na amostra dos indivíduos seleccionados foi feita
através da aplicação de um questionário específico para o efeito (Apêndice 1) distribuído nos
dias 3, 4, 7, 8 e 9 de Abril de 2008 pela população escolar da ESSA.
Os indivíduos foram devidamente informados sobre o estudo, no que respeita à sua
participação, desde os objectivos até aos procedimentos, e só após o seu consentimento é que
foram considerados elementos da população de onde foi seleccionada aleatoriamente a amostra
como foi referido, cumprindo assim os requisitos necessários para o consentimento informado.
Critérios para a selecção da amostra
A selecção dos sujeitos para a amostra foi feita de acordo com os seguintes critérios de
inclusão e exclusão, verificados através da aplicação de um questionário (Apêndice 1):
Critérios de inclusão:
� Alunos dos quatro anos do curso de Fisioterapia e do 1º, 2º e 4º anos dos cursos
de Terapia Ocupacional e Terapia da Fala da Escola Superior de Saúde do
Alcoitão no ano lectivo de 2007/2008;
� Indivíduos de ambos os sexos;
� Com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos;
� Com o Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico íntegros;
� Que nunca tenham praticado PNF-Chi® ou que o tenham feito há mais de seis
meses.
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Critérios de exclusão:
� História anterior ou recente de lesões cápsulo-ligamentares ou fracturas dos
membros inferiores;
� História de lesão ou alteração neurológica;
� História de cirurgia recente dos membros inferiores ou coluna vertebral;
� História de alterações do equilíbrio;
� História de lombalgia crónica.
Após a análise dos dados recolhidos nas avaliações, foi ainda considerado critério de
exclusão a queda antes dos 10 segundos durante a avaliação no Footscan®, mais do que uma das
três vezes em cada uma das condições avaliadas em cada momento de avaliação.
4.3. Caracterização da amostra
A amostra foi constituída por 36 sujeitos, sete (19%) do sexo masculino e 29 (81%) do
sexo feminino (Gráfico III.4.1.).
Sexo
Masculino19%
Feminino81%
Gráfico III.4.1. – Distribuição dos elementos da amostra segundo o sexo
A média de idades foi de 20,50 anos, compreendidas entre os 18 anos (mínimo) e os 29
anos (máximo), sendo o desvio padrão de 2,16 e a moda de 19. A média de altura foi de 1,64
metros (m), apresentado um máximo de 1,95 m e um mínimo de 1,49 m, com um desvio padrão
de 0,09. A média de peso foi de 59,56 Kilogramas (Kg), com um máximo de 94 Kg e um
mínimo de 40 Kg, sendo o desvio padrão de 11,49. Quanto ao Índice de Massa Corporal (IMC)
este apresentou-se com uma média de 21,90 Kilogramas por metro quadrado (Kg/m2), com um
valor máximo de 31,2 Kg/m2 e um valor mínimo de 15,9 Kg/m2. A média do número do sapato
foi de 38,46, com um mínimo de 34 e um máximo de 48, sendo o desvio padrão de 2,81 (Quadro
III.4.1.).
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Quadro III.4.1. – Caracterização da amostra N=36 Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Idade (anos) 18 29 20,50 2,16 Altura (m) 1,49 1,95 1,64 0,09 Peso (Kg) 40 94 59,56 11,49 IMC (Kg/m2) 15,9 31,2 21,90 2,99 Nº de sapato 34 48 38,46 2,81
Em relação à dominância do membro inferior, 34 (94%) indivíduos apresentaram
dominância do membro inferior à direita e dois (6%) apresentaram dominância de membro
inferior esquerdo (Gráfico III.4.2.).
Dominância do membro inferior
Esquerda6%
Direita94%
Gráfico III.4.2. – Distribuição dos elementos da amostra segundo a dominância do membro inferior
15 indivíduos (42%) praticavam actividade física ou desportiva regular (considerando
prática regular uma frequência entre duas a seis vezes por semana), enquanto que 21 indivíduos
(58%) não referiram ter uma prática regular de actividade física (Gráfico III.4.3.).
Actividade física/desportiva regular
Sim42%
Não58%
Gráfico III.4.3. – Distribuição dos elementos da amostra segundo a prática de actividade física ou desportiva regular (duas ou mais vezes por semana)
No quadro seguinte (Quadro III.4.2.) são apresentados os valores de caracterização de
cada grupo separadamente.
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Quadro III.4.2. – Caracterização da amostra segundo a sua distribuição no grupo experimental e grupo de controlo
Grupo Experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18)
N = 36 N Média Desvio
padrão
N Média Desvio
padrão
Feminino 14 ----- ----- 15 ----- ----- Sexo
Masculino 4 ----- ----- 3 ----- -----
Idades (anos) 18 20,22 1,67 18 20,78 2,58 Altura (m) 18 1,64 0,07 18 1,65 0,10 Peso (kg) 18 59,56 9,12 18 59,56 13,74 IMC (kg/m2) 18 22,09 2,25 18 21,71 3,65 Nº do sapato 18 38,25 2,65 18 39,44 3,43
Direita 16 ----- ----- 18 ----- ----- Dominância do
membro inferior Esquerda 2 ----- ----- 0 ----- -----
Sim 10 ----- ----- 5 ----- ----- Prática de
actividade física ou
desportiva regular
Não 8 ----- ----- 13 ----- -----
5. Variáveis
5.1. Identificação das variáveis
Variável independente: Prática de PNF-Chi® em sessões de 45 minutos, duas vezes por
semana, durante oito semanas.
Variável dependente: Oscilação postural na posição de pé em apoio unipedal e bipedal
dominante e não dominante, de olhos abertos e fechados.
Foi dada a indicação aos sujeitos participantes no estudo para a manutenção da realização
das actividades normais da sua vida diária, sem iniciação ou término da prática de qualquer
actividade física ou desportiva durante o decorrer do estudo, tendo como objectivo a
minimização da influência das variáveis parasitas.
5.2. Definição operacional das variáveis
PNF-Chi®
O PNF-Chi apresenta-se como um conceito de mobilização activa global que associa o
controle respiratório e a lentidão, graciosidade e ritmo dos movimentos do Tai Chi Chuan, aos
princípios dos movimentos em diagonal do PNF (Proprioceptive Neuromuscular Facilitation).
Existem alguns princípios que regem a prática do PNF-Chi® que foram seguidos tanto na
planificação como na aplicação prática das sessões modelo utilizadas neste estudo. Eles são o
princípio da co-contracção (cada exercício é realizado com resistência do músculo antagonista da
diagonal em questão, permitindo a realização dos movimentos auto-resistidos ao longo de toda a
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amplitude), o princípio da progressão (ao longo da sequência é necessário que haja um número
crescente de articulações e músculos envolvidos, sendo que essa progressão se dá no sentido de
um maior compromisso dos sistemas envolvidos no controlo motor ao longo da sequência; a
nível de membros superiores essa progressão dá-se de um movimento unilateral para um bilateral
simétrico, e deste para um bilateral assimétrico, e os membros inferiores de um apoio unipedal
com transferência de peso bilateralmente uniforme, passando para a transferência de peso
unilateral parcial, deste para o apoio unipedal, e, por fim, a transferência de peso envolvendo
alteração da posição corporal. Para este estudo os programa das sequências foram planificadas de
acordo com o crescente de dificuldade, não esquecendo o objectivo do ganho de equilíbrio
estático em apoio bipedal e unipedal), o princípio da simetria (os movimentos e repetições são
distribuídos de maneira a que, no final da sequência, todos os segmentos envolvidos tenham
realizado os mesmos movimentos, o mesmo número de vezes, tendo em conta que as
componentes da posição inicial de cada sequência e cada nova componente inserida à posição
base são repetidas três vezes até que se possa inserir uma nova componente ou que se dê por
terminada a sequência, e essas três vezes têm de ser realizadas para cada lado do corpo) e o
princípio do controlo respiratório (em que o exercício é coordenado com a inspiração/expiração
diafragmática, sendo que cada movimento tem de estar associado a uma inspiração/expiração
lenta total, mostrando-se o movimento contínuo/fluido. Cada movimento demora o tempo que a
inspiração ou expiração lenta total demorar, estimando-se um período de 5 segundo para cada
movimento, incutindo o conceito de movimento lento).
A selecção das sequências e planificação das sessões, e sua progressão foi feita com base
nos princípios do conceito com o auxílio da Fisioterapeuta Eva Albuquerque.
De seguida são apresentadas as sequências utilizadas em cada programa para cada sessão
modelo, tendo em conta que foram planificadas duas sessões, sendo que a primeira foi aplicada
durante as quatro primeiras semanas constituída pelas sequências I, II, III, IV, V e VI (Apêndice
2), e a segunda nas quatro últimas semanas constituída pelas sequências VII, VIII, V e VI
(Apêndice 3) das oito de prática do PNF-Chi® por parte do grupo experimental.
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Quadro III.5.1. – Sequência I
Figura III.5.1– Posição inicial Figura III.5.2. – Posição final
Componentes: Membros superiores – unilateral na primeira diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral parcial Tronco – rotação do tronco Respiração: Expiração com os movimentos de flexão dos membros superiores
Quadro III.5.2. – Sequência II
Figura III.5.3. – Posição inicial Figura III.5.4. – Posição final
Componentes: Membros superiores – bilateral simétrica na primeira diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral e mudança de direcção Respiração: Expiração com os movimentos de flexão dos membros superiores
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Quadro III.5.3. – Sequência III
Figura III.5.5. – Posição inicial Figura III.5.6. – Posição final
Componentes: Membros superiores – unilateral na segunda diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral e mudança de direcção Respiração: Inspiração com os movimentos de flexão dos membros superiores
Quadro III.5.4. – Sequência IV
Figura III.5.7. – Posição inicial Figura III.5.8. – Posição final Componentes: Membros superiores – bilateral simétrica na segunda diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral e mudança de direcção Respiração: Inspiração com os movimentos de flexão dos membros superiores
Quadro III.5.5. – Sequência V
Figura III.5.9. – Posição inicial Figura III.5.10. – Posição final
Componentes: Membros superiores – bilateral assimétrica Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral total passando para apoio unipedal Respiração: Inspiração com os movimentos de flexão dos membros superiores
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Quadro III.5.6. – Sequência VI
Figura III.5.11. – Posição inicial Figura III.5.12. – Posição final
Componentes: Membros superiores – bilateral simétrica na segunda diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral total passando para apoio unipedal (adoptando a posição “avião”) Respiração: Inicia-se a sequência com inspiração nos movimentos de flexão dos membros superiores, realizando-se a “estrela” em expiração. Quando se passa da fase de realização da “estrela” para o “avião”, esta é realizada em inspiração, sendo que a inclinação do tronco à frente para adopção da posição de “avião” é em expiração.
Quadro III.5.7. – Sequência VII
Figura III.5.13. – Posição inicial Figura III.5.14. – Posição final
Componentes: Membros superiores – bilateral simétrica na primeira diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral, mudança de direcção e apoio bipedal para unipedal (dando um passo à frente) Respiração: Expiração com os movimentos de flexão dos membros superiores. No momento antes do “passo”, fazer uma inspiração rápida, para que o movimento que exige apoio unipedal seja realizado em expiração
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Quadro III.5.8. – Sequência VIII
Figura III.5.15. – Posição inicial Figura III.5.16. – Posição final
Componentes: Membros superiores – bilateral simétrica na segunda diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral, mudança de direcção e apoio bipedal para unipedal (adoptando a posição “avião”) Respiração: Inicia-se a sequência com inspiração nos movimentos de flexão dos membros superiores. Antes da realização do “avião” e depois da mudança de direcção faz-se uma inspiração rápida para que a posição do avião seja assumida em expiração.
Tendo em conta o referido anteriormente em relação à frequência das sessões considerada
ideal na literatura, e encarando as limitações em relação à disponibilidade de calendário/horário
dos participantes, foi tomado como o mais próximo do ideal e praticável, a frequência de duas
vezes por semana durante oito semanas, com a duração aproximada de 45 minutos cada sessão.
Oscilação postural
O equilíbrio pode ser definido como o processo de manutenção do centro de gravidade
(CDG) ou linha de gravidade (LDG) dentro da base de sustentação (BDS) do corpo (Nashner,
1993, citado por Lephart & Fu, 2000; Trew & Everett, 2001). A oscilação postural (postural
sway) (OP) é o reflexo da relação entre os movimentos do corpo e os do centro de gravidade
(CDG) (Balasubramaniam & Wing, 2002, citados por Gutnik, Leaver, Standen & Longley,
2008), ou o movimento uniforme e mínimo do centro de massa (CDM) do corpo (Lephart & Fu,
2000).
A oscilação postural (OP) também é associada ao deslocamento natural do centro de
massa (CDM) do corpo e do centro de pressão (CDP) na posição de pé (Danna-dos-Santos,
Degani, Zatsiorsky & Latash, 2008). De uma perspectiva clínica, isso envolve a manutenção do
CDG do corpo dentro do limite de estabilidade (LDE) através da equalização de forças e
alinhamento óptimo dos segmentos articulares (Lephart & Fu, 2000). Sabendo que, durante a
OP, o corpo se move em sincronização com os movimentos do CDG (Balasubramaniam &
Wing, 2002, citados por Gutnik, Leaver, Standen & Longley, 2008), então pode-se deduzir que
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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se pode aceder à OP através da medição do deslocamento do CDP (havendo essa tal relação
directa entre os movimentos do corpo e o deslocamento do CDP), e portanto a associação do
aumento ou diminuição do mesmo, ao aumento ou diminuição da OP. Se se registar um aumento
da OP em avaliações posteriores à primeira, pode-se afirmar que o sujeito em causa sofreu uma
diminuição do equilíbrio. Caso se registe uma diminuição da OP nas avaliações posteriores,
então o sujeito em causa apresenta aumento do equilíbrio respectivamente. Este raciocínio dá-se
através da associação do deslocamento do CDP à OP e esta ao equilíbrio.
A mensuração da oscilação postural, através da quantificação do deslocamento do CDP
(neste estudo, em milímetros), é um método simples e não invasivo para a avaliação do
equilíbrio na posição de pé.
Neste estudo a oscilação postural foi mensurada através do Footscan® (RSscan
INTERNATIONAL, Olen, Bélgica), que mede o deslocamento do Centro de Pressão (CDP) em
milímetros (mm) com uma frequência de amostragem de 99 Hz que permite aceder à oscilação
postural (OP) na plataforma de pressões. As medições foram feitas na posição de pé em apoio
bipedal e unipedal dominante e não dominante, de olhos abertos e fechados.
6. Instrumento
A selecção do instrumento de medida foi feita tendo em vista a natureza do estudo e o
que se pretendia medir, considerando as próprias características do instrumento no que diz
respeito às questões da validade, fidedignidade e sensibilidade, assim como a disponibilidade e
acessibilidade ao mesmo.
Atendendo aos objectivos deste estudo, em que se pretendia medir a oscilação postural
pelo acesso ao deslocamento do centro de pressão, foi seleccionado o sistema Footscan® como
instrumento para mensuração da variável por parecer ser o mais indicado, apresentando
características que indicam vir de acordo com o que se pretendia medir neste estudo. Por outro
lado, pelo facto de na Escola Superior de Saúde do Alcoitão haver a possibilidade de utilização
do mesmo, tornou-se mais fácil o preenchimento do requisito correspondente à acessibilidade ao
instrumento.
6.1. Footscan®
O Sistema de equilíbrio Footscan® (RSscan INTERNATIONAL, Olen, Bélgica) foi
desenvolvido para executar medições de pressão, em contexto clínico ou científico, utilizando as
plataformas de pressões Footscan® em associação com um software (Footscan® Balance) que cria
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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a oportunidade de recolher dados da pressão exactos e fidedignos, podendo as medições serem
executadas com o sujeito descalço ou calçado.
O Footscan® pode ser usado como um sistema de medição de pressões estáticas e
dinâmicas, fornecendo dados acerca da pressão sob o pé/pés do sujeito e do trajecto percorrido
pelo centro de pressão. Para além das pressões estáticas e dinâmicas (N/cm2) durante a avaliação
enquanto o pé está em apoio, o Footscan®, tendo a possibilidade de avaliar a marcha, fornece
informações importantes como: movimento quantitativo do pé, parâmetros temporais e espaciais
do desempenho da marcha, parâmetros esses adicionais para interpretar o padrão total da marcha
humana.
Para além de se obter dados a cerca do deslocamento do centro de gravidade durante os
testes de estabilidade, o sistema de equilíbrio do Footscan® pode fornecer um feedback funcional
importante para o paciente através da apresentação da pressão dinâmica do pé (RSscan, 2008).
6.1.1. Características do equipamento utilizado no estudo
Existem várias aplicações e combinações possíveis de hardware e software Footscan®. O
produto que foi utilizado neste estudo foi Footscan® 3D plate 1m – Balance (Figura III.6.1.).
Figura III.6.1. – Footscan® 3D plate 1 m – Balance
Este equipamento é produzido e comercializado pela RSscan INTERNATIONAL, Olen
(Bélgica), e é constituído pelos seguintes componentes:
- Software Footscan® Balance: foi apresentado em 2004 e fornece os dados acerca de
parâmetros como o máximo deslocamento do centro de pressão na direcção X, o máximo
deslocamento do centro de pressão na direcção Y, a velocidade do centro de pressão e o percurso
total percorrido pelo centro de pressão (especialmente útil neste estudo, tendo sido o parâmetro
considerado).
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- Caixa 3D Footscan®: a caixa 3D segunda geração da Footscan® é uma interface que
torna possível medir com uma frequência de amostragem de 500 Hz, e que dá a possibilidade de
sincronizar com outros equipamentos de medida (plataformas de forças, sistemas de EMG,
câmaras de alta velocidade...) através de 12 canais análogos.
- Plataforma de 1 m Footscan®: a plataforma de pressão tem uma frequência de
amostragem máxima de 500Hz para todos os movimentos possíveis. Apresenta 4 sensores/cm²
de área (Quadro III.6.1).
Quadro III.6.1. – Características da plataforma Footscan®
Dimensões
comprimento x
largura x altura
(m)
Superfície de
sensores activos
comprimento x
largura (m)
Quantidade
de sensores
(#)
Sensibilidade
(N/cm2)
Frequência
máxima
(Hz)
Footscan® 3D
1m de
plataforma
1 x 0,4 x 0,008 0,98 x 0,32 8192 0,27 - 127 500
Este equipamento pode ser utilizado em modo de treino e em modo de teste de
estabilidade. Este último permite uma duração de medição de três a 260 segundos para cada
medição.
Para este estudo, foi tida em conta a capacidade deste instrumento dar os valores do
deslocamento do centro de pressão em milímetros, indicativo da oscilação postural, reflectindo o
deslocamento do centro de gravidade em cada momento de avaliação, para cada condição (apoio
bipedal e unipedal dominante e não dominante, com olhos abertos e olhos fechados) durante o
período de 10 segundos, característico de cada prova.
6.1.2. Validade, fidedignidade e sensibilidade
Um instrumento de medida deve ser caracterizado por medir bem a realidade para a qual
foi construído, deve ter capacidade de fornecer repetidamente o mesmo resultado para o mesmo
fenómeno, dizendo-se assim fidedigno, e deve ser sensível, preciso nos dados por ele fornecidos.
Apesar de no site da RSscan INETRNATIONAL (http://www.rsscan.com) haver a
referência ao facto do instrumento seleccionado para este estudo ser considerado válido,
fidedigno e sensível na medição do deslocamento do centro de pressão, não foram encontrados
quaisquer artigos que confirmem directamente essa informação. No entanto, na literatura
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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científica existem algumas publicações, referidas no site acima mencionado, apresentando tanto
artigos científicos como apresentações utilizadas em congressos, que, de alguma maneira
suportam a adequação da utilização do instrumento em estudos, corroborando a possibilidade do
preenchimento dos requisitos acima referidos por parte do instrumento em causa, apesar de não
ser feita menção à utilização do Footscan® com o software Footscan® Balance nem à sua
utilização para fazer a medição do deslocamento do centro de pressão em posições estáticas.
Foram encontrados alguns estudos (Hallemans, D’Août, De Clercq & Aerts, 2003; Willems,
Witvrouw, Delbaere, De Cock & De Clercq, 2005) em que foi utilizado o Footscan® como
instrumento de medida e o deslocamento do centro de pressão como uma das variáveis
consideradas para avaliação do equilíbrio dinâmico. No entanto, não foi encontrado nenhum
estudo que utilizasse este equipamento especificamente na medição do equilíbrio estático através
do deslocamento do centro de pressão, provavelmente pelo facto de o software Footscan®
Balance ser relativamente recente no mercado.
Quanto ao parâmetro considerado neste estudo (deslocamento do centro de pressão),
segundo a investigação realizada por Watanatada, Polmang e Sanguangrangsirikul (2006) com o
objectivo de avaliar a fidedignidade da distância do centro de pressão e medição da área de
oscilação durante a posição de apoio unipedal em população normal, concluiu-se que a distância
de oscilação fornece maior fidedignidade do que a área de oscilação na avaliação do equilíbrio
estático. Outros estudos foram encontrados em que esta componente foi considerada com o
objectivo de mensurar o equilíbrio estático, apesar de a sua medição ter sido feita através de
outros instrumentos de medida diferentes, tais como: plataforma de forças, sistema de medida
por ultra-som e/ou outros (Berger, Klein & Commandeur, 2008; Bove, Marinelli, Avanzino,
Marchese, Abbruzzese, 2006; Broglio, Guskiewicz, Sell & Lephart., 2004; Bryan, Trew, Bruce,
Kuisma & Smith, 2005; Hagiwara, Hashimoto & Ikeda, 2004; Hatzitaki, Amiridis, Nikodelis &
Spiliopoulou, 2008; Hrysomallis, McLaughlin & Goodman, 2006; Lee, Lin & Soon, 2007;
Paillard, Bizid & Dupui, 2007).
Num estudo sobre os efeitos do Tai Chi e os exercícios de resistência na densidade de
mineralização do osso, força muscular, equilíbrio e flexibilidade na população idosa, foi
utilizado o parâmetro centro de pressão para aceder à avaliação da componente equilíbrio em
teste neste estudo (Woo, Hong, Lau & Lynn, 2007).
Quanto à posição a adoptar para avaliação do equilíbrio estático, não foi encontrada
qualquer referência que universalizasse de alguma maneira a sua avaliação através deste
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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instrumento de medida. Como tal, teve-se em conta os estudos existentes com diferentes tipos de
população (Messier e al., 2000; Meyer, Oddsson & De Luca, 2004; Tsai, Wu & Huang, 2008),
para além dos acima referidos, e considerando as características da população deste estudo,
decidiu-se a adopção das posições bipedal com olhos abertos e fechados, e unipedal dominante e
não-dominante, com olhos abertos e fechados.
Apesar de não ter sido encontrado qualquer estudo com características muito semelhantes
às deste trabalho (instrumento de medida Footscan® Balance, avaliação do deslocamento do
centro de pressão, e avaliação do equilíbrio estático nas posições de bipedal e unipedal
dominante e não-dominante, olhos abertos e olhos fechados), depreendeu-se adequada a
utilização dos procedimentos experimentais abaixo descritos pelo suporte científico dado pelos
artigos já referidos.
7. Procedimentos
A realização deste estudo implicou a avaliação dos sujeitos da amostra em três momentos
diferentes no Laboratório de Análise de Movimento (LAM) da Escola Superior de Saúde do
Alcoitão através do Footscan®, com um intervalo de quatro semanas entre cada momento de
avaliação, tendo a primeira sido feita antes do início da prática do PNF-Chi® pelo grupo
experimental, a quatro semanas e a oito semanas do início da prática. Em cada momento de
avaliação foi medida a oscilação postural através do deslocamento do centro de pressão na
posição de pé em apoio bipedal e unipedal (dominante e não-dominante), de olhos abertos e
fechados. Os sujeitos do grupo experimental, para além das avaliações, realizaram as sessões de
PNF-Chi® de 45 minutos cada, duas vezes por semana, no período entre a primeira e a última
avaliações (durante oito semanas portando).
O estudo, desde o primeiro dia da primeira avaliação ao último da terceira avaliação,
decorreu entre 16 de Abril a 19 de Junho de 2008.
7.1. Antes do início dos procedimentos experimentais do estudo
Inicialmente foi solicitada autorização dos Coordenadores dos Cursos de Fisioterapia,
Terapia da Fala e Terapia Ocupacional (Apêndices 4, 5 e 6 respectivamente) para fazer circular
os questionários para selecção da amostra (Apêndice 1). Foi também pedida a autorização para a
utilização tanto do Laboratório de Análise de Movimentos (LAM) da ESSA (laboratório de
Fisioterapia – 305) para as avaliações da amostra no período necessário, como do ginásio 301
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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para a realização das sessões de PNF-Chi® no período que se encontrassem disponíveis para a
prática da modalidade.
Após a selecção da amostra, e previamente ao início das avaliações e manipulação da
variável, foram realizadas reuniões informais e individuais com os sujeitos que integraram a
amostra, com o objectivo de esclarecimento de dúvidas existentes e calendarização das
avaliações (hora e data) de acordo com a planificação do estudo, disponibilidade dos sujeitos e
do laboratório. Para os sujeitos que fizeram parte constituinte do grupo experimental, também
foram agendadas as datas e horas para a realização das sessões de PNF-Chi® tendo em conta a
disponibilidade dos sujeitos.
As avaliações foram marcadas com 10 minutos para cada sujeito.
Uma vez estabelecidas as datas com os sujeitos, estes foram recordados da indumentária
a trazer para as avaliações e para os sessões de PNF-Chi® (calções e t-shirt), da não ingestão de
bebidas alcoólicas 24 horas antes da avaliação, assim como do local, da data e da hora da
avaliação. Quanto aos sujeitos do grupo experimental após o estabelecimento das datas e horas
das sessões, estas foram registadas num cartão individual fornecido para esse efeito (apêndice 7),
e na folha de registo semanal, onde, posteriormente à realização de cada sessão, o sujeito
confirmava a sua presença através da própria rubrica abaixo da hora estipulada (apêndice 8).
7.2. Recursos materiais
Foram utilizados os seguintes materiais:
- Laboratório da Análise de Movimento da ESSA (laboratório de Fisioterapia – 305)
- Ginásio 301 da ESSA
- Rádio para as sessões de PNF-Chi®
- CD de música para as sessões de PNF-Chi®
- Software Footscan® Balance
- Caixa 3 D Footscan®
- Plataforma de pressões de 1metro Footscan®
- Balança
- Craveira
7.3. Descrição do protocolo experimental
O protocolo experimental teve os mesmos procedimentos de base ao longo do estudo,
embora a sequência das condições a medir tivesse diferido de forma aleatória entre os indivíduos
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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e para cada um. Quanto às sessões de PNF-Chi® realizadas, as sequências utilizadas e a sua
ordem foram as mesmas dentro de cada período, tendo sido considerado um primeiro período
entre a primeira e a segunda avaliações, e um segundo período entre a segunda e a terceira
avaliações, com uma sessão modelo para cada fase.
Durante todas as avaliações e sessões de PNF-Chi® os sujeitos apresentaram-se de
calções, t-shirt e descalços. Aos sujeitos do grupo experimental foi permitida a utilização de
calças de desporto para as sessões de PNF-Chi®.
As avaliações foram realizadas nas instalações da Escola Superior de Saúde do Alcoitão,
no Laboratório de Análise de Movimento (305) onde estavam instalados a balança, a craveira e o
Footscan® Balance (softwear e hardwear).
As sessões de PNF-Chi® decorreram no ginásio 301 da Escola Superior de Saúde do
Alcoitão, tendo estado dependentes da disponibilidade do mesmo. Cada sujeito realizou duas
sessões por semana de 45 minutos cada. Os dias e horas das sessões estiveram dependentes da
disponibilidade dos sujeitos. Estas foram realizadas de acordo com os princípios do PNF-Chi®
que gerem a sua prática descritos anteriormente. Foram seleccionadas as sequências tendo em
conta o objectivo de ganho de equilíbrio na posição de pé em apoio bipedal e unipedal. Para este
processo de decisão houve o apoio directo da Fisioterapeuta Eva Albuquerque. Todas as sessões
foram dinamizadas pela Fisioterapeuta Joana Francisco (autora do estudo).
Primeiro momento de avaliação (O1 e O’1)
O primeiro momento de avaliação da amostra decorreu nos dias 16, 17, 18 e 21 de Abril,
antes do início da prática do PNF-Chi® pelo grupo experimental. Nela procedeu-se à medição da
oscilação postural através do Footscan®.
Procedimentos (apêndice 9):
1º Passo – Recepção e identificação dos sujeitos
Receberam-se e identificaram-se os sujeitos no laboratório, confirmando a sua
presença com o horário do laboratório previamente elaborado de acordo com a
disponibilidade dos sujeitos e do espaço. Foi então associada ao sujeito a ficha
individual para registo dos dados do mesmo a mensurar nos momentos de
avaliação.
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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2º Passo – Preparação dos sujeitos
Foi solicitado aos sujeitos que se descalçassem e vestissem os calções e t’shirt.
3º Passo – Recolha de dados dos sujeitos nas fichas individuais
Foram preenchidas as fichas de registo individuais para recolha de dados como o
nome do sujeito (associando-o a um código a ser utilizado no estudo), sexo, data
de nascimento, dominância do membro inferior e número do sapato (Apêndice
10). A recolha dos dados referentes ao número do sapato não foi realizada
presencialmente, mas por indicação dos sujeitos, assim como a identificação do
membro inferior dominante (perguntando aos sujeitos qual o membro utilizado
para chutar uma bola ou subir um degrau).
4º Passo – Medição da altura dos sujeitos
Com o sujeito descalço, procedeu-se à medição da altura (em metros) na craveira
vertical. Os dados foram registados na ficha individual.
5º Passo – Medição do peso dos sujeitos
Com o sujeito descalço, procedeu-se à medição do peso (em kilogramas) na
balança existente no laboratório (balança antropométrica mecânica). Os dados
foram registados na ficha individual.
6º Passo – Inserção dos dados do sujeito na base de dados do programa Footscan®
Foram introduzidos no software do Footscan® os dados de identificação do
sujeito: código do sujeito no estudo, primeiro e último nome, data de nascimento,
peso (kg) e número do sapato.
7º Passo – Posicionamento do sujeito no Footscan®
Para cada condição, o sujeito foi posicionado na plataforma de pressão Footscan®,
sendo dada a indicação de que tivesse em consideração as linhas previamente
colocadas no chão, procurando a simetria na plataforma (Figura 18).
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Figura III.7.1. – Posicionamento do sujeito na plataforma Footscan®, alinhado com as marcações existentes
8º Passo – Medição do deslocamento do centro de pressão nas diferentes condições
Cada momento de avaliação foi constituído por três medições para cada condição
das seis avaliadas, sendo que aquando da não possibilidade da permanência
durante 10 segundos na posição em teste, por desequilíbrio, considerava-se a
medição não válida. Perante tal situação, era pedido ao sujeito que repetisse a
medição até se obter mais do que uma medição por condição, mantendo sempre o
ideal de três medições válidas por condição.
Foram então avaliadas seis condições em cada momento de avaliação:
1. Apoio bipedal, com os olhos abertos – três medições, 10 segundos cada
2. Apoio sobre o pé dominante, com os olhos abertos – três medições, 10 segundos cada
3. Apoio sobre o pé não-dominante, com os olhos abertos – três medições, 10 segundos
cada
4. Apoio bipedal, com os olhos fechados – três medições, 10 segundos cada
5. Apoio sobre o pé dominante, com os olhos fechados – três medições, 10 segundos
cada
6. Apoio sobre o pé não-dominante, com os olhos fechados – três medições, 10
segundos cada
A ordem para a medição em cada condição foi definida de forma aleatória, e
previamente associada à ficha de cada sujeito, com o objectivo de controlar o efeito de
treino.
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Para as condições de olhos abertos a indicação dada ao sujeito era que se
colocasse sobre a plataforma, assumisse a posição da condição a avaliar, mantivesse os
membros superiores ao longo do tronco e olhasse para o círculo existente na parede, em
frente ao sujeito (Figura III.7.2.).
Figura III.7.2. – Posicionamento do sujeito na plataforma Footscan® para avaliação de uma
condição de olhos abertos (bipedal olhos abertos)
Para as condições com olhos fechados, a única componente do comando verbal
dado ao sujeito que diferia era o relacionado com a visão, passando a ser dada a indicação
da manutenção dos olhos fechados durante o tempo da avaliação.
Cada condição foi avaliada durante 10 segundos, com um mínimo de três
medições por condição por avaliação (estando este número dependente da capacidade do
sujeito para realizar nas três primeiras tentativas os 10 segundos de manutenção da
posição em questão).
9º Passo – Informação sobre a próxima participação no estudo
Foram fornecidas informações sobre as próximas avaliações no caso do grupo de
controlo, e relembradas as datas e horas das sessões do PNF-Chi® aos elementos
do grupo experimental.
Primeiro período de quatro semanas de prática do PNF-Chi® (X)
Após a primeira avaliação, os sujeitos do grupo experimental iniciaram a prática de
sessões de PNF-Chi, 45 minutos, duas vezes por semana, durante as quatro semanas que se
seguiram. Para estas quatro primeiras semanas de prática após o segundo momento de avaliação
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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(de 21 de Abril a 16 de Maio de 2008), a sessão modelo de PNF-Chi® foi constituída pelas
sequências I, II, III, IV, V e VI já descritas (Apêndice 2).
Segundo momento de avaliação (O2 e O’2)
Após o final da quarta semana de prática do PNF-Chi® por parte do grupo experimental, a
amostra foi novamente avaliada. Este segundo momento de avaliação decorreu a 19, 20 e 21 de
Maio de 2008 e nele procedeu-se à medição da oscilação postural (pela medição do
deslocamento do centro de pressão) através do Footscan® após quatro semanas de prática do
PNF-Chi® por parte do grupo experimental.
Procedimentos:
1º Passo – Recepção e identificação dos sujeitos
2º Passo – Preparação dos sujeitos – descalços, em calções e t’shirt
3º Passo – Pesquisa e activação do ficheiro individual da base de dados do programa
Footscan®
4º Passo – Posicionamento do sujeito no Footscan® conforme descrito no 7º passo do
primeiro momento de avaliação (O1 e O’1)
5º Passo – Medição do deslocamento do centro de pressão nas seis condições conforme
descrito no 8º passo do primeiro momento de avaliação (O1 e O’1)
6º Passo – Informação sobre a próxima participação no estudo tanto aos elementos do
grupo experimental como do grupo de controlo
Segundo período de quatro semanas de prática do PNF-Chi® (X)
Após o segundo momento de avaliação, os sujeitos do grupo experimental iniciaram o
segundo período de frequência nas sessões de PNF-Chi, 45 minutos, duas vezes por semana,
durante as quatro semanas que se seguiram. Para estas quatro últimas semanas de prática após a
segunda avaliação (de 19 de Maio a 13 de Junho de 2008), a sessão modelo de PNF-Chi® foi
constituída pelas sequências VII, VIII, V e VI já referidas (Apêndice 3).
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Terceiro momento de avaliação (O3 e O’3)
O terceiro momento de avaliação da amostra decorreu após a oitava semana de prática da
modalidade por parte dos sujeitos do grupo experimental, nos dias 16, 17 e 18 de Junho de 2008.
Nela procedeu-se à medição da oscilação postural (pela medição do deslocamento do centro de
pressão) através do Footscan®.
Procedimentos:
1º Passo – Recepção e identificação dos sujeitos
2º Passo – Preparação dos sujeitos – descalços, em calções e t’shirt
3º Passo – Pesquisa e activação do ficheiro individual da base de dados do programa
Footscan®
4º Passo – Posicionamento do sujeito no Footscan® conforme descrito no 7º passo do
primeiro momento de avaliação (O1 e O’1)
5º Passo – Medição do deslocamento do centro de pressão nas diferentes condições
conforme descrito no 8º passo do primeiro momento de avaliação (O1 e O’1).
8. Tratamento estatístico dos dados
Após a recolha e processamento dos dados foi realizado o tratamento estatístico dos
mesmos usando para o efeito o software de tratamento estatístico SPSS® for Windows V.16.0
(SPSS Worldwide Headquarters, Chicago, Illinois, E. U. A.).
Tendo em vista o objectivo do estudo e os dados para análise estatística, foi realizada:
- Estatística descritiva: determinação da média, desvio padrão, e valores
máximos e mínimos, dos valores recolhidos nas avaliações;
- Estatística inferencial: comparação entre os dois grupos em estudo e entre os
três momento de avaliação dentro de cada grupo, verificando se as diferenças encontradas
eram significativas.
Sendo os dados de grandeza escalar com um nível de medida de razão, e com o objectivo
de comparar os dois grupos entre si, utilizaram-se testes não paramétricos e paramétricos para
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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duas amostras independentes: Teste de Mann-Whitney e Teste T de Student para Amostras
Independentes (2 Independent Samples T-Test), respectivamente.
Com o objectivo de comparar os resultados do deslocamento do centro de pressão entre
os três momentos de avaliação dentro de cada grupo (grupo experimental e grupo de controlo)
utilizaram-se testes não paramétricos e paramétricos para amostras emparelhadas: Teste de
Friedman e Análise de Variância das Medidas Repetidas (Teste ANOVA para Amostras
Emparelhadas), respectivamente. No caso destes testes revelarem haver diferenças significativas
entre os momentos de avaliação, a para verificar entre que momentos existiam as diferenças,
recorreu-se ao Teste de Wilcoxon (teste não paramétrico para amostras emparelhadas) após o
Teste de Friedman, e a um teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas
(Pairwise Comparisons) após o a realização do segundo teste referido (teste paramétrico para
amostras emparelhadas).
A decisão para a utilização de testes não paramétricos e paramétricos, tendo em conta a
dimensão da amostra do estudo (n=36), esteve dependente da normalidade ou não apresentada
nas diferentes condições no Teste Shapiro-Wilk, havendo indicação para a sua utilização (em
detrimento da utilização do Teste de Kolmogorov-Smirnov) visto a amostra ser inferior a 50
sujeitos (Pestana & Gageiro, 2000)
Foi utilizado para todos os testes um nível de significância de 95% (p ≤ 0,05).
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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_____________________________________________________________________________
69
IV. Apresentação de resultados
Tal como foi referido anteriormente, neste estudo cada um dos 36 sujeitos (pertencentes
ao grupo de controlo e experimental) foi avaliado em três momentos com um intervalo de quatro
semanas entre cada avaliação, em que foi medido o deslocamento do centro de pressão na
posição de pé nas condições apoio bipedal de olhos abertos (Bp_oa), unipedal dominante de
olhos abertos (Dmn_oa), unipedal não dominante de olhos abertos (NDmn_oa), bipedal de olhos
fechados (Bp_of), unipedal dominante de olhos fechados (Dmn_of) e unipedal não dominante de
olhos fechados (NDmn_of). Foram então avaliadas, para cada sujeito, seis condições, três vezes
cada uma durante 10 segundos cada vez, de cada vez que o sujeito se submeteu á avaliação.
Os valores relativos ao deslocamento do centro de pressão são expressos em milímetros
(mm).
Dos três valores obtidos por cada indivíduo em cada momento de avaliação para cada
condição, calculou-se a média, sendo este valor representativo do deslocamento do centro de
pressão em mm na respectiva condição para cada sujeito (Apêndice 11).
Para as condições em que o sujeito repetiu a medição várias vezes para essa condição e
não conseguiu obter as três medições, foram considerados os dois valores obtidos para o cálculo
da média.
Portanto, os valores utilizados para análise correspondem às médias das três medições
condições (podendo ser consideradas duas medições) para cada indivíduo, em cada uma das seis
condições, em cada momento de avaliação.
O tratamento estatístico dos dados foi realizado através do software de tratamento
estatístico SPSS® for Windows V.16.0 (SPSS Worldwide Headquarters, Chicago, Illinois, E. U.
A.).
1. Estatística descritiva
Depois de realizadas as avaliações com todos os indivíduos e calculadas as médias para
cada condição de cada avaliação, obtiveram-se 648 valores, correspondentes aos 36 sujeitos
(N=36) nos três momentos de avaliação para seis condições estudadas, valores esses
apresentados em apêndice (apêndice 11).
Para a caracterização dos valores do deslocamento do centro de pressão obtidos nos três
momentos de avaliação da amostra optou-se pela apresentação da média, desvio padrão, mínimo
e máximo num quadro e a representação gráfica dos valores de média e desvio padrão obtidos.
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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70
Os valores obtidos para os sujeitos do grupo experimental e grupo de controlo são apresentados
no Quadro e Gráfico IV.1.1. para a condição Bp_oa, no Quadro e Gráfico IV.1.2. para a
condição Dmn_oa, no Quadro e Gráfico IV.1.3. para a condição “NDmn_oa”, no Quadro e
Gráfico IV.1.4. para a condição Bp_of, no Quadro e Gráfico IV.1.5. para a condição Dmn_of e
no Quadro e Gráfico IV.1.6. para a condição NDmn_of. A representação gráfica dos valores
obtidos é apresentada a seguir aos Quadros da respectiva condição.
Quadro IV.1.1. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em mm) do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal de olhos abertos nos três momentos de avaliação N=36 Deslocamento do centro de pressão na condição Bp_oa (mm)
Grupo experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18) Momento
de
avaliação
Média
Desvio
padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Média
Desvio
padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Primeiro 71,63 7,72 71,50 60,00 85,67 78,52 16,54 75,33 56,00 130,00 Segundo 79,74 12,59 77,67 62,33 107,33 80,35 11,12 82,17 61,67 95,00 Terceiro 79,87 10,23 79,00 63,00 98,67 84,15 14,38 79,67 65,00 122,00
Variação do deslocamento do centro de pressão na condição
apoio bipedal de olhos abertos
0
20
40
60
80
100
120
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Grupo Experimental Grupo de controlo
Deslocamento do centro de pressão
(mm)
Gráfico IV.1.1. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na
condição bipedal de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e grupo de controlo
Quadro IV.1.2. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação N=36 Deslocamento do centro de pressão na condição Dmn_oa (mm)
Grupo experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18) Momento
de
avaliação
Média
Desvio
padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Média
Desvio
padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Primeiro 212,43 67,48 205,50 122,00 372,33 183,02 69,40 165,67 112,33 407,67 Segundo 187,04 50,88 168,00 135,33 345,67 180,07 39,61 188,50 113,33 241,00 Terceiro 173,50 34,46 164,00 132,67 248,00 195,48 52,51 196,83 129,00 312,67
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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71
Variação do deslocamento do centro de pressão na condição
apoio unipedal dominante de olhos abertos
0
50
100
150
200
250
300
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Grupo Experimental Grupo de controlo
Deslocamento do centro de pressão
(mm)
Gráfico IV.1.2. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição unipedal dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo
experimental e grupo de controlo
Quadro IV.1.3. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal não dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação N=36 Deslocamento do centro de pressão na condição unipedal “NDmn_oa” (mm)
Grupo experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18) Momento
de
avaliação
Média
Desvio
padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Média
Desvio
padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Primeiro 206,22 55,34 196,50 128,67 335,67 197,52 49,89 181,33 135,33 330,00 Segundo 183,91 49,57 170,50 126,67 288,67 191,09 51,31 183,00 93,33 288,67 Terceiro 188,35 50,72 178,50 102,67 313,00 201,56 50,84 185,33 140,00 296,33
Variação do deslocamento do centro de pressão na condição
apoio unipedal não dominante de olhos abertos
0
50
100
150
200
250
300
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Grupo Experimental Grupo de controlo
Deslocamento do centro de pressão
(mm)
Gráfico IV.1.3. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na
condição unipedal não dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e grupo de controlo
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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72
Quadro IV.1.4. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em mm) do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal de olhos fechados nos três momentos de avaliação N=36 Deslocamento do centro de pressão na condição Bp_of (mm)
Grupo experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18) Momento
de
avaliação
Média
Desvio
padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Média
Desvio
padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Primeiro 77,54 7,92 78,00 61,00 93,33 77,91 11,50 75,33 57,00 99,33 Segundo 83,28 21,07 77,83 64,00 152,67 84,04 10,29 86,67 61,33 100,33 Terceiro 85,17 14,56 84,83 61,67 109,67 90,37 10,51 89,50 71,33 107,33
Variação do deslocamento do centro de pressão na condição
apoio bipedal de olhos fechados
0
20
40
60
80
100
120
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Grupo Experimental Grupo de controlo
Deslocamento do centro de pressão
(mm)
Gráfico IV.1.4. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na
condição bipedal de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e grupo de controlo
Quadro IV.1.5. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal dominante de olhos fechados nos três momentos de avaliação N=36 Deslocamento do centro de pressão na condição Dmn_of (mm)
Grupo experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18) Momento
de
avaliação
Média
Desvio
padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Média
Desvio
padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Primeiro 725,32 344,31 599,50 407,33 1699,67 544,55 328,37 436,83 294,67 1755,00 Segundo 589,04 252,05 506,00 340,33 1315,00 568,94 215,57 533,33 339,00 1242,33 Terceiro 477,48 144,24 450,50 287,00 906,67 572,15 276,66 503,33 322,33 1571,33
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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73
Variação do deslocamento do centro de pressão na condição
apoio unipedal dominante de olhos fechados
0
200
400
600
800
1000
1200
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Grupo Experimental Grupo de controlo
Deslocamento do centro de pressão
(mm)
Gráfico IV.1.5. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição unipedal dominante de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o grupo
experimental e grupo de controlo
Quadro IV.1.6. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal não dominante de olhos fechados nos três momentos de avaliação N=36 Deslocamento do centro de pressão na condição NDmn_of (mm)
Grupo experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18) Momento
de
avaliação
Média
Desvio
padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Média
Desvio
padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Primeiro 657,19 217,76 613,00 355,33 1072,67 654,62 349,04 557,33 380,67 1936,00 Segundo 579,78 271,37 458,67 322,00 1110,67 584,04 187,67 525,83 379,68 1126,00 Terceiro 549,46 178,70 528,50 278,33 1068,33 584,74 145,97 597,83 343,33 828,67
Variação do deslocamento do centro de pressão na condição
apoio unipedal não dominante de olhos fechados
0
200
400
600
800
1000
1200
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Grupo Experimental Grupo de controlo
Deslocamento do centro de pressão
(mm)
Gráfico IV.1.6. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição unipedal não dominante de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o
grupo experimental e grupo de controlo
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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74
4.2. Estatística inferencial
Tal como foi referido anteriormente, recorreu-se à análise estatística inferencial para
comparar os resultados entre os grupos experimental e de controlo nos vários momentos de
avaliação, e para comparar entre si os valores obtidos nos diferentes momentos de avaliação
dentro de cada grupo, com o objectivo de testar as hipóteses em estudo. Neste processo, foram
aplicados testes não paramétricos aquando do não preenchimento dos requisitos para a utilização
de teste paramétricos (os dados serem de nível de medida intervalar ou de razão, a variável
dependente ter uma distribuição normal e as amostras apresentarem homogeneidade de
variância), e testes paramétricos sempre que possível.
A variável em estudo, o deslocamento do centro de pressão, é uma grandeza escalar com
um nível de medida de razão.
Para a verificação da normalidade da distribuição recorreu-se ao Teste de normalidade de
Shapiro-Wilk (pelo facto de a amostra em estudo ser constituída por menos de 50 sujeitos), tendo
sido utilizado um nível de significância de 95% (p≤0,05).
Abaixo são apresentados os resultados do Teste de Shapiro-Wilk utilizado para
verificação da normalidade de distribuição do deslocamento do centro de pressão para o grupo
experimental (Quadro IV.2.1.). Como se pode constatar, não se verifica a existência de uma
distribuição normal nos valores obtidos para a condição Dmn_of no primeiro, segundo e terceiro
momentos de avaliação, e Dmn_oa, “NDmn_oa”, Bp_of e NDmn_of no segundo momento de
avaliação, para uma significância de 95%, pois os valores de p apresentados são inferiores a
0,05. As restantes condições (Bp_oa nos três momentos de avaliação, Dmn_oa, “NDmn_oa”,
Bp_of e NDmn_of no primeiro e terceiro momentos de avaliação) apresentam normalidade de
distribuição (valores de p superiores a 0,05).
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Quadro IV.2.1. – Teste de Shapiro-Wilk para verificação da normalidade de distribuição do deslocamento do centro de pressão no grupo experimental
Teste de Shapiro-Wilk Momento de avaliação Condição Estatística gl p
Bp_oa 0,915 18 0,106 Dmn_oa 0,930 18 0,195 NDmn_oa 0,946 18 0,370 Bp_of 0,985 18 0,986 Dmn_of 0,793 18 0,001 *
Primeiro
NDmn_of 0,927 18 0,172 Bp_oa 0,916 18 0,110 Dmn_oa 0,774 18 0,001 * NDmn_oa 0,862 18 0,013 * Bp_of 0,769 18 0,001 * Dmn_of 0,817 18 0,003 *
Segundo
NDmn_of 0,797 18 0,001 * Bp_oa 0,967 18 0,732 Dmn_oa 0,914 18 0,101 NDmn_oa 0,957 18 0,542 Bp_of 0,942 18 0,313 Dmn_of 0,885 18 0,031 *
Terceiro
NDmn_of 0,905 18 0,070 (gl – graus de liberdade; p – p-value)
Quanto aos resultados obtidos no Teste de Shapiro-Wilk para os valores do deslocamento
do centro de pressão do grupo de controlo nos três momentos de avaliação (Quadro IV.2.2.),
estes mostraram não existir uma distribuição normal nas condições Bp_oa avaliada no primeiro e
terceiro momentos de avaliação, Dmn_oa no primeiro momento, Dmn_of nos três momentos de
avaliação, e NDmn_of no primeiro e segundo momentos de avaliação, uma vez que nessas
condições os valores de p são inferiores a 0,05. As condições Bp_oa no segundo momento de
avaliação, Dmn_oa no segundo e terceiro momentos, “NDmn_oa” e Bp_of nos três momentos de
avaliação, e NDmn_of no avaliado no terceiro momento, apresentam normalidade de
distribuição, pois exibem valores de p superiores a 0,05.
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Quadro IV.2.2. – Teste de Shapiro-Wilk para verificação da normalidade de distribuição do deslocamento do centro de pressão no grupo de controlo
Teste de Shapiro-Wilk Momento de avaliação Condição Estatística gl p
Bp_oa 0,773 18 0,001 * Dmn_oa 0,801 18 0,002 * NDmn_oa 0,900 18 0,058 Bp_of 0,923 18 0,144 Dmn_of 0,598 18 0,000 *
Primeiro
NDmn_of 0,622 18 0,000 * Bp_oa 0,928 18 0,180 Dmn_oa 0,952 18 0,461 NDmn_oa 0,992 18 1,000 Bp_of 0,964 18 0,679 Dmn_of 0,830 18 0,004 *
Segundo
NDmn_of 0,861 18 0,013 * Bp_oa 0,845 18 0,007 * Dmn_oa 0,946 18 0,366 NDmn_oa 0,914 18 0,101 Bp_of 0,962 18 0,632 Dmn_of 0,667 18 0,000 *
Terceiro
NDmn_of 0,965 18 0,691 (gl – graus de liberdade; p – p-value)
Foram então utilizados testes não paramétricos para a comparação dos valores obtidos
sempre que a normalidade de distribuição não se constatou para pelo menos uma das condições
avaliadas.
Para a verificação da homogeneidade de variâncias foi utilizado o Teste de Levéne, por
ser considerado potente para este fim, e particularmente robusto a desvios da normalidade. Este
teste é realizado pelo SPSS® em conjunto com alguns testes paramétricos. Como só nos testes
paramétricos é exigida a verificação da condição referente à homogeneidade de variância da
amostra, só nas situações em que foram utilizados testes paramétricos é que foi analisado o Teste
de Levéne no caso da aplicação do Teste T de Student para Amostras Independentes, e o Teste
Mauchly para avaliação da esfericidade no caso da Análise de Variância das Medidas Repetidas
(Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas). Os resultados relacionados com a
homogeneidade de variâncias dados pelos Testes de Levéne e Mauchly são apresentados em
conjunto com os resultados dos testes de comparação.
Como foi referido anteriormente, os testes seleccionados para comparar os valores do
deslocamento do centro de pressão entre os grupos experimental e de controlo nos três
momentos de avaliação (testes não-paramétricos e paramétricos para duas amostras
independentes) foram o Teste de Mann-Whitney aquando da comparação entre valores obtidos
em condições que não verificaram normalidade de distribuição. O Teste T de Student para
Amostras Independentes (2 Independent Samples T-Test) foi utilizado sempre que os valores
obtidos nas condições verificaram os requisitos para a aplicação de testes paramétricos.
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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77
Na comparação dos resultados entre os três momentos de avaliação dentro de cada grupo
(experimental ou de controlo), foi seleccionado o Teste de Friedman (teste não paramétrico para
amostras emparelhadas) para aplicação nos casos em que pelo menos uma das condições não
satisfez os critérios para utilização de testes paramétricos. Quando este teste revelou haver
diferenças estatisticamente significativas para o deslocamento do centro de pressão em
determinada condição, foi aplicado o Teste de Wilcoxon para verificação entre que momentos de
avaliação se constatava haver diferenças significativas. O teste utilizado sempre que os requisitos
para a aplicação de testes paramétricos foram verificados foi a Análise de Variância das Medidas
Repetidas (Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas, teste paramétrico para amostras
emparelhadas). No caso de este teste comprovar a existência de diferenças significativas entre os
momentos de avaliação e para verificar entre que momentos existiam essas diferenças, recorreu-
se a um teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas (Pairwise Comparisons).
Primeiro são apresentados os resultados das comparações dos valores do deslocamento do
centro de pressão recolhidos nos vários momentos de avaliação entre os grupos experimental e
de controlo, e depois entre os vários momentos de avaliação dentro de cada grupo.
Para comparação dos valores do deslocamento do centro de pressão entre o grupo
experimental e o grupo de controlo nos três momentos de avaliação para as condições Bp_oa,
Dmn_oa, Dmn_of e NDmn_of no primeiro momento de avaliação, Dmn_oa, NDmn_oa, Bp_of,
Dmn_of e NDmn_of no segundo momento, e Bp_oa e Dmn_of no terceiro momento de
avaliação, foi aplicado o Teste de Mann-Whitney. Como se pode verificar no Quadro IV.2.3.,
para a condição Dmn_of no primeiro momento de avaliação obteve-se um valore de p inferior a
0,05, indicando existir diferenças significativas entre o grupo experimental e o grupo de controlo
para essa condição, para um nível de significância de 95% (p≤0,05). Para as restantes condições
analisadas através do Teste de Mann-Whitney acima referidas, obteve-se um p-value do teste
superior a 0,05, mostrando não existir diferenças significativas entre os dois grupos nessas
condições.
O facto de terem sido obtidos os resultados acima referidos para a condição Dmn_of no
primeiro momento, poderia pôr em causa a existência de equivalência dos grupos experimental e
de controlo logo antes do início da manipulação da variável independente no grupo
experimental. No entanto, os grupos foram considerados equivalentes e foi dada continuação ao
estudo pelas diferenças significativas entre os valores obtidos nos dois grupos só se terem
registado numa (Dmn_of) das seis condições avaliadas.
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Quadro IV.2.3. – Teste de Mann-Whitney para comparação do deslocamento do centro de pressão entre o grupo experimental e o grupo de controlo
Teste de Mann-Whitney
Momento de avaliação
Condição Mann-Whitney Wilcoxon W Z p
Bp_oa 121,500 292,500 -1,283 0,203 Dmn_oa 113,500 284,500 -1,535 0,126 Dmn_of 77,000 248,000 -2,689 0,006 *
Primeiro
NDmn_of 149,000 320,000 -0,411 0,696 Dmn_oa 155,000 326,000 -0,222 0,839 NDmn_oa 141,000 312,000 -0,665 0,521 Bp_of 129,500 300,500 -1,029 0,308 Dmn_of 162,000 333,000 0,000 1,000
Segundo
NDmn_of 130,000 301,000 -1,012 0,323 Bp_oa 137,500 308,500 -0,775 0,443 Terceiro Dmn_of 123,000 294,000 -1,234 0,226
(p≤0,05)
Para a comparação entre os resultados obtidos pelos grupos experimental e de controlo
para as condições “NDmn_oa” e Bp_of no primeiro momento de avaliação, Bp_oa no segundo
momento, Dmn_oa, “NDmn_oa”, Bp_of e NDmn_of no terceiro momento de avaliação, foi
aplicado o Teste T de Student para Amostras Independentes por apresentarem normalidade de
distribuição (Quadro IV.2.1. e IV.2.2.). Em simultâneo com o teste paramétrico acima referido, o
programa de tratamento estatístico SPSS® realiza o Teste de Levéne para verificação da
homogeneidade de variâncias da amostra, que, neste caso, para todas as condições avaliadas,
revelou um valor de p superior a 0,05, comprovando a existência de variâncias homogéneas nas
condições em questão. Quanto aos valores de p obtidos no Teste T de Student para Amostras
Independentes, estes mostraram não existir diferenças significativas entre os dois grupos para
todas as condições analisadas através dele (p-value superiores a 0,05, nível de significância 95%)
(Quadro IV.2.4.).
Quadro IV.2.4. – Teste T de Student para Amostras Independentes para comparação do deslocamento do centro de pressão entre o grupo experimental e o grupo de controlo
Teste T de Student para Amostras Independentes Teste de
Levéne para
igualdade de
variâncias
Intervalo de
confiança a 95% para
a diferença
Momento
de
avaliação
Condição
F
p
t
gl
p
Diferença
de médias
Erro
padrão
Inferior
Superior
NDmn_oa 0,092 0,763 0,496 34 0,623 8,704 17,561 -26,984 44,392 Primeiro Bp_of 1,057 0,311 -0,113 34 0,911 -0,370 3,292 -7,060 6,319
Segundo Bp_oa 0,045 0,833 -0,154 34 0,878 -0,611 3,960 -8,659 7,436 Dmn_oa 2,498 0,123 -1,485 34 0,147 -21,981 14,804 -52,068 8,105 NDmn_oa 0,462 0,501 -0,780 34 0,441 -13,204 16,926 -47,602 21,195 Bp_of 1,381 0,248 -1,230 34 0,227 -5,204 4,232 -13,804 3,397
Terceiro
NDmn_of 0,162 0,690 -0,649 34 0,521 -35,278 54,386 -145,804 75,249 (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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79
Para comparar o deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de
avaliação, dentro do mesmo grupo, recorreu-se ao Teste de Friedman tanto para o grupo
experimental como para o grupo de controlo, aquando do não preenchimento dos requisitos para
a aplicação de testes paramétricos para amostras emparelhadas. Os resultados deste teste são
apresentados no Quadro IV.2.5. Pode-se observar que para as condições “NDmn_oa”, Bp_of e
NDmn_of é rejeitada a hipótese de existirem diferenças estatisticamente significativas no
deslocamento do centro de pressão entre qualquer um dos momentos de avaliação dentro do
grupo experimental. Considera-se a existência de diferenças significativas no deslocamento do
centro de pressão nas condições Dmn_oa e Dmn_of” dentro deste grupo, sendo que os valores de
p obtidos para estas condições são inferiores a 0,05 (nível de significância de 95%). Neste caso
torna-se necessário averiguar entre que momentos de avaliação existem essas diferenças.
Quadro IV.2.5. – Teste de Friedman para comparação do deslocamento do centro de pressão dentro o grupo experimental
Teste de Friedman
Condição N Qui-quadrado Gl P
Dmn_oa 18 6,333 2 0,042 * NDmn_oa 18 2,778 2 0,249 Bp_of 18 3,111 2 0,211 Dmn_of 18 10,111 2 0,006 * NDmn_of 18 3,111 2 0,211
(p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)
Para averiguar entre que momentos de avaliação existem diferenças significativas no
deslocamento do centro de pressão para as condições Dmn_oa e Dmn_of” para o grupo
experimental recorreu-se à aplicação do Teste de Wilcoxon. Como se pode constatar, existem
diferenças significativas no deslocamento do centro de pressão, para um nível de significância de
95% (p≤0,05), entre o primeiro e o terceiro momentos de avaliação para a condição Dmn_oa, e
entre cada um dos três momentos de avaliação para a condição Dmn_of dentro do grupo
experimental (Quadro IV.2.6.).
Quadro IV.2.6. – Teste de Wilcoxon para comparação do deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de avaliação nas condições apoio dominante de olhos abertos e olhos fechados dentro do grupo experimental
Teste de Wilcoxon
Condição
Momento de avaliação Z p
Primeiro – Segundo -1,851 0,064 Segundo – Terceiro -1,328 0,184
Dmn_oa Primeiro – Terceiro -3,027 0,002 * Primeiro – Segundo -1,982 0,048 * Segundo – Terceiro -2,069 0,039 *
Dmn_of
Primeiro – Terceiro -2,896 0,004 * (p≤0,05)
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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80
A comparação dos valores do deslocamento do centro de pressão obtidos pelo grupo de
controlo foi feita através do Teste de Friedman, quando não se obtiveram os requisitos para a
aplicação de testes paramétricos, tal como foi referido acima para a análise dos valores obtidos
pelo grupo experimental, sendo que os resultados obtidos para as condições analisadas através
deste teste (Bp_oa, D,m_ao, Dmn_of e NDmn_of) se encontram no Quadro 12. Utilizando um
nível de significância de 95%, este teste revelou não existirem diferenças estatisticamente
significativas no deslocamento do centro de pressão entre qualquer um dos momentos de
avaliação dentro do grupo de controlo nas condições Bp_oa, Dmn_oa e NDmn_of. Para a
condição Dmn_of, obteve-se um valor de p inferior a 0,05, pelo que foi considerada a hipótese
de existirem diferenças significativas no deslocamento do centro de pressão entre os momentos
de avaliação dentro do grupo em causa, para um nível de significância de 95% (p≤0,05). Tal
como foi referido para as condições Dmn_oa e Dmn_of para o grupo experimental, também para
a condição Dmn_of para o grupo de controlo é necessário averiguar entre que momentos de
avaliação existem diferenças significativas (Quadro IV.2.7.).
Quadro IV.2.7. – Teste de Friedman para comparação do deslocamento do centro de pressão dentro o grupo de controlo
Teste de Friedman
Condição N Qui-quadrado gl p
Bp_oa 18 2,111 2 0,348 Dmn_oa 18 1,444 2 0,486 Dmn_of 18 6,333 2 0,042 * NDmn_of 18 3,111 2 0,211
(p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05) Para averiguar entre que momentos de avaliação existem diferenças significativas no
deslocamento do centro de pressão para a condição Dmn_of” para o grupo de controlo recorreu-
se à aplicação do Teste de Wilcoxon. Pode-se verificar que existem diferenças significativas no
deslocamento do centro de pressão, para um nível de significância de 95% (p≤0,05), entre o
primeiro e o segundo momentos de avaliação para a condição Dmn_of com um valor de p de
0,048, dentro do grupo de controlo (Quadro IV.2.8.).
Quadro IV.2.8. – Teste de Wilcoxon para comparação do deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de avaliação nas condições apoio dominante de olhos fechados dentro do grupo de controlo
Teste de Wilcoxon
Condição
Momento de avaliação Z p
Primeiro – Segundo -1,982 0,048 * Segundo – Terceiro -0,544 0,586
Dmn_of
Primeiro – Terceiro -1,285 0,199 (p≤0,05)
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Para verificar a existência de diferenças estatisticamente significativas do deslocamento
do centro de pressão na condição Bp_oa nos três momentos de observação do grupo
experimental foram utilizados testes multivariados da ANOVA (Quadro IV.2.9.). Existem
diferenças significativas entre os momentos de avaliação para um nível de significância de 95%,
pois o p-value é 0,010 em todos os testes.
Quadro IV.2.9. – Testes multivariados da ANOVA para comparação do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal com os olhos abertos entre os três momentos de avaliação dentro do grupo experimental
Testes multivariados da ANOVA
Testes Valor F Hipótese gl Erro gl p
Pillai’s Trace 0,438 6,227 2,000 16,000 0,010 * Wilks’ Lambda 0,562 6,227 2,000 16,000 0,010 * Hotelling’s Trace 0,778 6,227 2,000 16,000 0,010 * Roy’s Largest Root 0,778 6,227 2,000 16,000 0,010 *
(p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)
Os resultados relativos à aplicação do Teste de Esfericidade de Mauchly revelam que
existe esfericidade, pois o valor de p é de 0,400 (Quadro IV.2.10.), sendo um requisito para
utilizar a estatística F da ANOVA de Medidas Repetidas.
Quadro IV.2.10. – Teste de Esfericidade de Mauchly para o grupo experimental Teste de Esfericidade de Mauchly
Condição
W de Mauchly
Qui-quadrado
aproximado
gl
p
Bp_oa 0,892 1,834 2 0,400 (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)
No Quadro IV.2.11. são apresentados os valores relativos à condição esfericidade
assumida para a ANOVA de comparação do deslocamento do centro de pressão na condição
Bp_oa entre os vários momentos de avaliação no grupo experimental. Existem diferenças
estatisticamente significativas entre os vários momentos de avaliação (p=0,008) para a condição
em questão para o grupo experimental, para um nível de significância de 95%, tal como já se
tinha observado anteriormente com os testes multivariados.
Quadro IV.2.11. – Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para comparação do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal com os olhos abertos entre os três momentos de avaliação dentro do grupo experimental
Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas
Condição Soma de quadrados
Tipo III gl Quadrado da
média F p
Bp_oa 802,300 2 401,150 5,649 0,008 * (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Para averiguar entre que momentos de avaliação existem diferenças estatisticamente
significativas para a condição Bp_oa para o grupo experimental, recorreu-se a um teste post hoc
no Teste ANOVA para amostras emparelhadas (Pairwise Comparisons). Como se pode observar
no Quadro IV.2.12., para um nível de significância de 95% (p≤0,05), existem diferenças
significativas no deslocamento do centro de pressão na condição Bp_oa dentro do grupo
experimental entre o primeiro e o segundo, e o primeiro e o terceiro momentos de avaliação, não
existindo diferenças significativas para o mesmo nível de significância para a mesma condição
dentro do grupo experimental, entre o segundo e o terceiro momentos de avaliação.
Quadro IV.2.12. – Teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para comparação do deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de avaliação na condição apoio bipedal de olhos abertos dentro do grupo experimental
Teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas
Pairwise Comparisons
Intervalo de confiança a
95% para a diferença
Condição
Momento de avaliação Diferença de
médias
Erro
padrão
p
Inferior
Superior
Primeiro – Segundo -8,111 3,160 0,020 * -14,778 -1,444 Segundo – Terceiro -0,130 2,858 0,964 -6,160 5,901
Bp_oa
Primeiro – Terceiro -8,241 2,348 0,003 * -13,195 -3,286 (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)
No que diz respeito ao grupo de controlo, os Quadros IV.2.13. e IV.2.14. revelam os
resultados obtidos pelos testes multivariados da ANOVA para as condições “NDmn_oa” e Bp_of
para o grupo de controlo. Não existem diferenças significativas na condição “NDmn_oa” entre
os vários momentos de avaliação no grupo de controlo, para um nível de significância de 95%,
pois apresentam um p-value de 0,570. Quanto à condição Bp_of, os testes em questão revelam
haver diferenças significativas para o mesmo nível de significância referido anteriormente, com
um valor de p de 0,001 (p≤0,05).
Quadro IV.2.13. – Testes multivariados da ANOVA para comparação do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal não dominante com os olhos abertos nos três momentos de avaliação dentro do grupo de controlo
Testes multivariados da ANOVA
Testes Valor F Hipótese gl Erro gl p
Pillai’s Trace 0,068 0,581 2,000 16,000 0,570 Wilks’ Lambda 0,932 0,581 2,000 16,000 0,570 Hotelling’s Trace 0,073 0,581 2,000 16,000 0,570 Roy’s Largest Root 0,073 0,581 2,000 16,000 0,570
(p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Quadro IV.2.14. – Testes multivariados da ANOVA para comparação do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal de olhos fechados nos três momentos de avaliação dentro do grupo de controlo
Testes multivariados da ANOVA
Testes Valor F Hipótese gl Erro gl p
Pillai’s Trace 0,606 12,291 2,000 16,000 0,001 * Wilks’ Lambda 0,394 12,291 2,000 16,000 0,001 * Hotelling’s Trace 1,536 12,291 2,000 16,000 0,001 * Roy’s Largest Root 1,536 12,291 2,000 16,000 0,001 *
(p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)
O pressuposto da esfericidade para o grupo de controlo também se verifica, sendo que os
valores de p obtidos através da aplicação do Teste de Esfericidade de Mauchly para as duas
condições em causa (“NDmn_oa” e Bp_of) são superiores a 0,05 (Quadro IV.2.15.), podendo-se
assim utilizar a estatística F da ANOVA de Medidas Repetidas.
Quadro IV.2.15. – Teste de Esfericidade de Mauchly para o grupo de controlo Teste de Esfericidade de Mauchly
Condição
W de Mauchly
Qui-quadrado
aproximado
gl
p
NDmn_oa 0,725 5,150 2 0,076 Bp_of 0,969 0,507 2 0,776 (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)
Analisando os resultados da aplicação do Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas
(Quadro IV.2.16.), pode-se observar que para a condição “NDmn_oa” não existem diferenças
significativas (com um valor de p de 0,678), e para a condição Bp_of existem diferenças
significativas (p=0,000) no deslocamento do centro de pressão entre os três momentos de
avaliação no grupo de controlo, para um nível de significância de 95%, confirmando o que já se
tinha constatado com os testes multivariados.
Quadro IV.2.16. – Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para comparação do deslocamento do centro de pressão nas condições unipedal não dominante de olhos abertos e bipedal de olhos fechados entre os três momentos de avaliação dentro do grupo de controlo
Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas
Condição Soma de quadrados
Tipo III
gl Quadrado da
média
F
p NDmn_oa 1002,383 2 501,191 0,393 0,678 Bp_of 1398,053 2 699,027 14,841 0,000 * (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)
Para averiguar entre que momentos de avaliação existem diferenças estatisticamente
significativas para a condição Bp_of para o grupo de controlo, recorreu-se a um teste post hoc no
Teste ANOVA para amostras emparelhadas (Pairwise Comparisons). Como se pode observar no
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Quadro IV.2.17., existem diferenças significativas no deslocamento do centro de pressão na
condição Bp_of dentro do grupo de controlo, para um nível de significância de 95% (p≤0,05),
entre os três momentos de avaliação dentro do grupo de controlo.
Quadro IV.2.17. – Teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para comparação do deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de avaliação na condição apoio bipedal de olhos fechados dentro do grupo de controlo
Teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas
Pairwise Comparisons
Intervalo de confiança a
95% para a diferença
Condição
Momento de avaliação Diferença
de médias
Erro
padrão
p
Inferior
Superior
Primeiro – Segundo -6,130 2,098 0,010 * -10,555 -1,704 Segundo – Terceiro -6,333 2,303 0,014 * -11,193 -1,474
Bp_of
Primeiro – Terceiro -12,463 2,449 0,000 * -17,629 -7,297 (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)
Em suma, os testes de inferência estatística mostraram existir diferenças estatisticamente
significativas no deslocamento do centro de pressão apenas na condição apoio unipedal
dominante de olhos fechados (Dmn_of) no primeiro momento de avaliação entre o grupo
experimental e o grupo de controlo, sendo que em todas as outras condições nos três momentos
de avaliação se verificou a não existência de diferenças significativas.
A comparação das diferentes condições dentro de cada grupo mostrou existirem
diferenças estatisticamente significativas nas condições apoio bipedal de olhos abertos (Bp_oa)
entre o primeiro e o segundo, e o primeiro e o terceiro momentos de avaliação, apoio dominante
de olhos abertos (Dmn_oa) entre o primeiro e o terceiro momentos de avaliação, e apoio
dominante de olhos fechados (Dmn_of) entre os três momentos de avaliação dentro do grupo
experimental, e na condição apoio bipedal de olhos fechados (Bp_of) entre os três momentos de
avaliação, e apoio dominante de olhos fechados (Dmn_of) entre o primeiro e o segundo
momentos de avaliação dentro do grupo de controlo.
Considerando os resultados dos testes de estatística inferencial na comparação dentro de
cada grupo, em associação com os valores das médias obtidos nos momentos de avaliação para
cada condição, pôde-se constatar que, para o grupo experimental, as diferenças estatisticamente
significativas encontradas nas condições Dmn_oa e Dmn_of foram no sentido de uma
diminuição do deslocamento do CDP e, consequentemente, uma diminuição da OP, enquanto
que na condição “Bp_ao” para o mesmo grupo as diferenças encontradas foram no sentido de um
aumento do deslocamento do CDP, o que indica um aumento da OP. Também as condições
Bp_of e Dmn_of no grupo de controlo apresentaram diferenças estatisticamente significativas
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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que, analisando os valores das médias obtidas, vão no sentido de um aumento do deslocamento
do CDP, o que aponta para um aumento da OP.
Tendo em vista os resultados obtidos, parece ser aceite a hipótese nula do estudo
confirmando-se que a prática do PNF-Chi®, durante um período de oito semanas, 45 minutos,
duas vezes por semana, não influencia a oscilação postural na posição de pé de adultos jovens
saudáveis.
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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V. Discussão
A melhoria do controlo postural e equilíbrio é muitas vezes um dos objectivos definidos
pelo fisioterapeuta nos mais variados casos na prática clínica. A existência de estratégias com
esse intuito é um campo no qual existe algum investimento científico. O Tai Chi Chuan é uma
das estratégias utilizadas com esse objectivo. O PNF-Chi®, sendo a fusão do Tai Chi Chuan com
o PNF, mostra-se como uma potencial estratégia no tratamento em fisioterapia.
O efeito do Tai Chi Chuan no equilíbrio tem sido estudado por vários autores sugerindo
que a sua prática aumenta o equilíbrio/estabilidade postural nos praticantes idosos (Kressig,
Beauchet & Tharicharu, 2003; Li, Devault & Van Oteghen, 2007; Liu & So, 2008; Wang, Collet
& Lau, 2004; Wong & Lan, 2008; Wu, 2002; Wu, Zhao, Zhou & Wei, 2002). No entanto,
existem alguns estudos que põe em causa estes resultados no que diz respeito ao equilíbrio
estático na mesma população (Fong & Ng, 2006; Wong, Lin, Chou, Tang & Wong, 2001). Em
relação ao PNF-Chi®, não existe qualquer estudo que permita concluir que a sua prática trás
benefícios ao nível do equilíbrio numa população de adultos jovens saudáveis.
Este estudo tinha como objectivo investigar o efeito da prática do PNF-Chi® na oscilação
postural (OP), quando praticado por sujeitos saudáveis durante oito semanas, duas sessões por
semana de 45 minutos. Foi realizada a medição do deslocamento do centro de pressão (CDP) na
posição de pé em apoio bipedal e unipedal dominante e não dominante, de olhos abertos e
fechados, para mensuração da OP (indicador do equilíbrio), três vezes ao longo do período do
estudo (no início da prática do PNF-Chi®, a quatro semanas e a oito semanas de prática) tendo
sido criados o grupo experimental e de controlo (dois grupos de 18 sujeitos cada) para efeitos de
comparação.
Da análise estatística dos resultados relacionados com o objectivo do presente estudo, os
testes mostraram não existirem diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de
controlo e experimental após um período de prática de oito semanas de PNF-Chi®, para um nível
de significância a 95% (p≤0,05).
Quando comparados estatisticamente os grupos experimental e de controlo, os testes
mostraram não existirem diferenças estatisticamente significativas entre grupos em relação ao
deslocamento do CDP em todas as condições avaliadas, após o período de prática do PNF-Chi®
(tanto após o período de quatro semanas como de oito), para um nível de significância de 95%
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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(p≤0,05), tendo sido sujeitos a análise os testes estatísticos que dizem respeito aos segundo e
terceiro momentos de avaliação.
Da comparação entre as várias observações dentro de cada grupo, obtiveram-se
resultados que apontam para a existência de diferenças significativas para algumas condições
avaliadas. No quadro seguinte são apresentados os resultados obtidos a partir da análise dos
valores estatísticos tanto de estatística descritiva (do Quadro IV.1.1. ao Quadro IV.1.6.) como
inferencial (do Quadro IV.2.1. ao Quadro IV.2.17.) para um nível de significância de 95%, isto é,
para valores de p inferiores a 0,05. Foram então analisados os resultados obtidos nos testes de
estatística inferencial, e posteriormente, tidos em conta os resultados dos testes de estatística
descritiva para indução da tendência da diferença detectada pelos primeiros (Quadro V.1.).
Quadro V.1. – Resultados obtidos a partir da análise estatística (descritiva e inferencial) dos resultados do deslocamento do centro de pressão dentro do grupo experimental e grupo de
controlo Alteração estatisticamente significativa do deslocamento do centro de pressão
Nível de significância de 5% Diminuição Sem diferença Aumento Momentos de
avaliação Momentos de
avaliação 1º - 2º 2º - 3º 1º - 3º 1º - 2º 2º - 3º 1º - 3º
Grupo
experimental
Dmn_oa Dmn_of
*
*
* *
NDmn_oa Bp_of
NDmn_of
Bp_oa
*
*
Grupo de
controlo
Bp_oa Dmn_oa NDmn_oa NDmn_of
Dmn_of Bp_of
* *
*
*
(p≤0,05)
Após a análise e interpretação dos resultados é necessário verificar se a hipótese
experimental é suportada pelos valores obtidos. A hipótese experimental a ser testada neste
estudo sugeria que a prática de PNF-Chi®, durante um período de oito semanas, 45 minutos, duas
vezes por semana, diminuía a OP, mensurada através do deslocamento do CDP, na posição de
pé, em sujeitos adultos jovens. Tendo em consideração o facto de não se ter verificado a
existência de diferenças estatisticamente significativas (p≤0,05) entre os valores de deslocamento
do CDP obtidos pelos grupos experimental e de controlo quando comparados entre si nas seis
condições avaliadas após a manipulação da variável independente (nos segundo e terceiro
momentos de avaliação), associando ao facto de essas diferenças estatisticamente significativas
também não terem sido registadas em três (NDmn_ao, Bp_of e NDmn_of) das seis condições
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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avaliadas no grupo experimental entre os momentos de avaliação, considera-se demonstrado a
não verificação de alterações significativas que comprovem a hipótese experimental, ou seja, foi
comprovada a hipótese nula, que sugere que a prática do PNF-Chi® não influencia a OP.
Estes resultados parecem ir de encontro aos resultados obtidos por Wu (2002) que acabou
por concluir que, nalguns estudos em que foram analisados os efeitos da prática do Tai Chi
Chuan a curto termo, se registaram melhorias na capacidade de permanecer em apoio unipedal
enquanto que noutros essas diferenças não foram significativas, assim como Wong, Lin, Chou,
Tang e Wong (2001) que não verificou a existência de diferenças significativas no controlo do
equilíbrio estático em praticantes de Tai Chi a longo termo quando comparados com um grupo
equivalente sedentário, e Fong e Ng (2006) que concluíram que a prática durante três meses Tai
Chi, apesar de melhorar o sentido de posição da articulação, não levou a uma melhoria
significativa do equilíbrio.
No entanto, tal como foi referido, parece existir uma tendência por parte do grupo
experimental para uma melhoria do equilíbrio, pela diminuição da OP, pela constatação da
existência de diferenças significativas entre duas das seis condições avaliadas no sentido de uma
diminuição do DCP, enquanto que no grupo de controlo não se verificou existir qualquer
condição nesta situação. Esta tendência, de alguma forma, vai de encontro ao estudo realizado
por Wu, Zhao, Zhou e Wei (2002) que envolveu a prática do Tai Chi Chuan por idosos e a
avaliação do equilíbrio, em que se verificou uma diminuição do deslocamento do CDP na
manutenção da posição de pé após a prática do Tai Chi Chuan a longo prazo, concluindo-se
assim que a sua prática traz benefícios no que diz respeito à manutenção de uma boa estabilidade
postural.
Assim, os resultados obtidos neste estudo e sintetizados no Quadro V.I. vão, de alguma
forma, ao encontro dos estudos acima referidos, apesar de estes não terem sido realizados numa
população jovem adulta e saudável, nem terem a prática do PNF-Chi® como variável
independente.
Este estudo apresentou algumas limitações. O tempo utilizado na prática do PNF-Chi®
no estudo foi de oito semanas, quando o proposto por Verhagen, Immink, Van de Meulen e
Bierma-Zeinstra (2004) para sujeitos idosos foi de 10 semanas como período mínimo, sendo esta
a indicação para a prática do Tai Chi Chuan na a população idosa.
No caso deste estudo, em que foi praticado PNF-Chi® e não Tai Chi Chuan, e tendo em
consideração a metodologia utilizada e na população a que foi aplicada, é possível que a
intensidade do exercício utilizada, tanto a carga de exercício como a frequência das sessões (duas
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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vezes por semana) e o tempo de prática (durante oito semanas), tenha sido insuficiente para a
população em questão (adultos jovens saudáveis) e para a obtenção de ganhos mais evidentes a
nível do controlo postural e equilíbrio. A frequência esteve altamente dependente da
disponibilidade dos sujeitos em estudo, sendo que esse foi o tempo considerado ideal e aplicável
à prática.
Foi considerado limitação do estudo o facto de a própria prática do PNF-Chi® estar
altamente dependente da motivação do praticante e da amostra seleccionada ter iniciado a prática
exclusivamente com o objectivo de fazer parte do estudo e não com um objectivo puramente de
interesse pessoal pela prática do PNF-Chi®. A grande influência da motivação na prática do
PNF-Chi® é suportada pelas próprias características do novo conceito baseadas nos princípios do
Tai Chi Chuan e pelos factores que influenciam a aprendizagem do controlo motor. Este facto
pode ter contribuído para a influência da intensidade de treino que cada um dos participantes
imprimiu a si próprio.
Para alem das avaliações quantitativas feitas através das medições do deslocamento do
CDP com o Footscan® nas diferentes condições de teste e analisados os valores através dos testes
de estatística descritiva e inferencial, foi também registado o relato espontâneo (não fazendo
parte da metodologia deste estudo, mas que se achou de algum interesse) de alguns dos
elementos do grupo experimental após o período de prática do PNF-Chi® durante os momentos
de avaliação, e que afirmaram sentir menos instabilidade principalmente nas articulações tíbio-
társicas e menos rigidez nos joelhos quando eram assumidas as posições de teste em apoio
unipedal quer do lado dominante quer não dominante, tanto durante as sessões de PNF-Chi®
quando as sequências exigiam esse tipo de apoio em qualquer exercício (“avião”, “passo”, etc.),
quer durante as avaliações após o início da prática (no segundo e terceiro momentos de
avaliação).
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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VI. Conclusões
Não existem estudos que averigúem a eficácia da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em
sujeitos jovens adultos e saudáveis. No entanto, existem alguns estudos que, apesar de serem
aplicados à população idosa, pretendem associar a prática do Tai Chi Chuan ao equilíbrio dos
seus praticantes. Este estudo pretendeu analisar a relação da prática da nova abordagem (o PNF-
Chi®) ao equilíbrio, tantas vezes avaliado e considerado na determinação de objectivos de
tratamento. O objectivo deste estudo era investigar a influência da prática do PNF-Chi® em
sessões de 45 minutos, duas vezes por semana, durante oito semanas, na oscilação postural (OP)
em sujeitos adultos jovens saudáveis.
Finda a realização dos procedimentos metodológicos do estudo e após o tratamento dos
dados recolhidos, os resultados demonstraram que, para a amostra em estudo, a prática do PNF-
Chi®, durante oito semanas, duas vezes por semana, 45 minutos, parece não influenciar a OP
mensurada através do deslocamento do centro de pressão (CDP), comprovando a hipótese nula.
No entanto, parece existir uma tendência para a melhoria do equilíbrio por parte do grupo
experimental em relação ao de controlo de um modo geral, e nas condições de apoio unipedal
dominante de olhos abertos e fechados em particular.
A realização deste estudo tornou-se um desafio interessante pelo percurso que um
qualquer estudo científico representaria, mas também pela componente pioneira que o
caracterizou, desde a utilização da plataforma de pressões Footscan® com a associação do
software Footscan® Balance na medição do equilíbrio estático, não tendo sido encontrados
artigos com as características que se assemelhassem com este trabalho em questão (isto é, com a
utilização da plataforma de pressões para medição do equilíbrio estático), como a aplicação de
uma prática de exercício também recente e pouco fundamentada cientificamente. Deste ponto de
vista, o estudo iniciou sem grandes perspectivas seguras dos resultados que se poderiam vir a ter.
de qualquer das formas, finalizando o trabalho, e para além das conclusões retiradas dos
resultados obtidos a partir da mensuração da oscilação postural, são considerados resultados
deste estudo todo o trabalho de pesquisa e cruzamento de informação, numa tentativa de
credibilização do estudo.
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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91
Um factor que trouxe alguma dificuldade para a comparação de resultados foi o facto de a
literatura existente que relaciona o Tai Chi Chuan à influência deste no equilíbrio ser
exclusivamente aplicada à população idosa. O suporte científico dado pelos estudos de aplicação
do Tai Chi em idosos mostrou-se por vezes demasiado desadequada, tendo em conta a situação
neste estudo no que diz respeito à população a ser estudada (população adulta jovem).
Numa perspectiva de responder a algumas questões sobre o efeito da prática do PNF-
Chi® e o equilíbrio, colmatando, de alguma forma, algumas limitações verificadas neste estudo,
propõe-se a realização de estudos que, de alguma forma, dêem continuidade a este. Assim,
propõe-se a realização de estudos em que se avaliem o equilíbrio dinâmico e funcional, e/ou
aplicando uma escala que avaliasse o equilíbrio que permita a avaliação qualitativa (sensação de
equilíbrio) dos efeitos da prática do PNF-Chi®. Em estudos futuros, poderia ser aplicada a prática
numa população com patologia como em sujeitos com alterações do equilíbrio por, por exemplo,
patologias do foro vestibular e neuro-músculo-esquelético; também associado à população em
estudo, propõe-se a realização de estudos em sujeitos idosos. Tendo em conta que a
aprendizagem de um qualquer skill está muito dependente da motivação para a prática, propõe-se
a realização de estudos em que os indivíduos da amostra não sejam sujeitos à prática do PNF-
Chi® unicamente com o objectivo de participação no estudo, mas que a decisão da prática tenha
partido dos próprios sujeitos antes da proposta para participação no estudo. Sendo assim, propõe-
se a realização de um estudo transversal a uma população a praticar PNF-Chi® regularmente.
Também seria interessante a realização da avaliação do equilíbrio após a prática do PNF-Chi®
num período mais longo, sendo que seria impreterível que esse tempo fosse superior a 10
semanas, e interessante que fossem analisados os resultados de uma prática a longo prazo. Outra
proposta para estudos posteriores, seria a realização de um estudo com um desenho experimental
que permita fazer uma avaliação longitudinal do equilíbrio após a prática do PNF-Chi®.
Sendo o PNF-Chi® uma abordagem recente, muita da sua fundamentação surge da
extrapolação da bibliografia existente acerca do Tai Chi Chuan, no entanto é importante ter
consciência das particularidades do novo conceito, e dos seus potenciais benefícios. Espera-se
que este trabalho contribua, de alguma forma, para a reflexão dos conceitos com base nas teorias
de controlo motor a aprendizagem, bem como para a abertura por parte dos profissionais para
novas abordagens na reabilitação e melhoria do controlo postural e equilíbrio.
Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis
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Apêndice 1
Questionário para a selecção da amostra
1. Identificação e caracterização
Nome:______________________________________________ Contacto:_________________
Curso:_______________________________ Ciclo: 1º___ ano:_____ 2º___
Idade:______________ Data de Nascimento:____/____/19___
Sexo: Feminino____ Masculino____ Altura:_________ Peso:_________
Hábitos de prática desportiva ou actividade física: Não___ Sim___ Qual? _________________
Quantas vezes por semana? _______________ Durante quanto tempo (minutos) __________
2. Avaliação dos critérios para inclusão/exclusão na amostra
1. Já alguma vez sofreu alguma lesão cápsulo-ligamentar, fractura ou dor nos membros
inferiores? Sim ___ Não ___
2. Foi submetido a cirurgia dos membros inferiores e/ou coluna vertebral? Sim ___ Não ___
3. Já alguma vez sofreu de alterações do equilíbrio? Sim ___ Não ___
4. Sofre de lombalgia crónica? Sim ___ Não ___
5. Já alguma vez praticou PNF-Chi?
E se sim, foi há menos de 6 meses? Sim ___ Não ___
6. De momento, o seu Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico apresentam
alguma alteração de integridade, patologia ou disfunção? Sim ___ Não ___
3. Consentimento para a colaboração no estudo
Se respondeu não nas 6 questões, estaria disposto/a a colaborar como sujeito da amostra, num
estudo de investigação, que pretende estudar os efeitos da prática do PNF-Chi no equilíbrio,
medido de forma indirecta através da avaliação da oscilação postural, no qual teria de se
submeter a três avaliações do deslocamento do centro de gravidade através da utilização do
sistema RSscan INTERNATIONAL footscan®, com um intervalo de 4 semanas entre cada
uma, que decorreriam no laboratório de marcha da Escola Superior de Saúde do Alcoitão; bem
como participar nas sessões de PNF-Chi com a duração de 45 minutos, 2 vezes por semana,
durante o período de investigação (8semanas)?
Sim___ /Não___
___ / ___ / ___ ___________________________________________(Assinatura)
Apêndice 2
Representação gráfica dos valores obtidos de deslocamento do CDP pelos os sujeitos do grupo
experimental e grupo de controlo nos três momentos de avaliação
Variação do deslocamento do centro de pressão na condição
apoio bipedal de olhos abertos
0
20
40
60
80
100
120
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Grupo Experimental Grupo de controlo
Deslocamento do centro de pressão
(mm)
Gráfico 1 – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição
bipedal de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e grupo de
controlo
Variação do deslocamento do centro de pressão na condição
apoio unipedal dominante de olhos abertos
0
50
100
150
200
250
300
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Grupo Experimental Grupo de controlo
Deslocamento do centro de pressão
(mm)
Gráfico 2 – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição
unipedal dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e
grupo de controlo
Variação do deslocamento do centro de pressão na condição
apoio unipedal não dominante de olhos abertos
0
50
100
150
200
250
300
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Grupo Experimental Grupo de controlo
Deslocamento do centro de pressão
(mm)
Gráfico 3 – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição
unipedal não dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo experimental
e grupo de controlo
Variação do deslocamento do centro de pressão na condição
apoio bipedal de olhos fechados
0
20
40
60
80
100
120
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Grupo Experimental Grupo de controlo
Deslocamento do centro de pressão
(mm)
Gráfico 4 – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição
bipedal de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e grupo de
controlo
Variação do deslocamento do centro de pressão na condição
apoio unipedal dominante de olhos fechados
0
200
400
600
800
1000
1200
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Grupo Experimental Grupo de controlo
Deslocamento do centro de pressão
(mm)
Gráfico 5 – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição
unipedal dominante de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e
grupo de controlo
Variação do deslocamento do centro de pressão na condição
apoio unipedal não dominante de olhos fechados
0
200
400
600
800
1000
1200
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Primeiro
momento
Segundo
momento
Terceiro
momento
Grupo Experimental Grupo de controlo
Deslocamento do centro de pressão
(mm)
Gráfico 6 – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição
unipedal não dominante de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o grupo
experimental e grupo de controlo
Apêndice 4
Pedido de autorização – Fisioterapia
Alcoitão, 2 de Abril de 2008
Ao Exmo. Sr. Coordenador do Departamento
de Fisioterapia da Escola Superior de Saúde do
Alcoitão
Eu, Joana Pedrosa do Rocio Francisco, aluna de 4ºano do curso de Fisioterapia
da Escola Superior de Saúde do Alcoitão, inscrita na disciplina de SAM (Seminário de
Acompanhamento de Monografia), venho por este meio pedir autorização para o
desenvolvimento do referido estudo.
O estudo para a realização da Monografia de final de curso, no âmbito da
disciplina SAM, do 2º ciclo do curso bi-etápico de licenciatura em Fisioterapia, tem
como questão orientadora: “Será que a prática de PNF-Chi durante 45 minutos, 2 vezes
por semana, durante 8 semanas, influencia o equilíbrio, medido de forma indirecta
através da avaliação da oscilação postural, em sujeitos saudáveis, na posição de pé?” e
terá como população de estudo, no projecto já aprovado, os alunos do 1º, 2º, 3º e 4º anos
dos cursos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Terapia da Fala referentes ao ano
lectivo 2007/08, a decorrer no período entre o dia 21 de Abril a 13 Junho de 2008. Face
à questão orientadora, ao tipo de estudo e aos critérios de selecção da amostra, venho
por este meio pedir autorização para que sejam passados formulários de selecção da
amostra pelas turmas referidas anteriormente e posterior prática da modalidade referida
(PNF-Chi). Para além disso, e para que este projecto se torne possível de realizar,
necessitaria de um espaço onde pudesse ter lugar a prática do PNF-Chi. Tendo em conta
os recursos físicos da escola, é da minha opinião que o ginásio 301 seria o espaço
indicado para a prática da modalidade. No entanto compreendo que essa cedência
dependa da disponibilidade do departamento.
Sem outro assunto de momento
Atenciosamente
________________________
Apêndice 5
Pedido de autorização – Terapia da Fala
Alcoitão, 2 de Abril de 2008
Ao Exmo. Sr. Coordenador do Departamento
de Terapia da Fala da Escola Superior de Saúde
do Alcoitão
Eu, Joana Pedrosa do Rocio Francisco, aluna de 4ºano do curso de Fisioterapia
da Escola Superior de Saúde do Alcoitão, inscrita na disciplina de SAM (Seminário de
Acompanhamento de Monografia), venho por este meio pedir autorização para o
desenvolvimento do referido estudo.
O estudo para a realização da Monografia de final de curso, no âmbito da
disciplina SAM, do 2º ciclo do curso bi-etápico de licenciatura em Fisioterapia, tem
como questão orientadora: “Será que a prática de PNF-Chi durante 45 minutos, 2 vezes
por semana, durante 8 semanas, influencia o equilíbrio, medido de forma indirecta
através da avaliação da oscilação postural, em sujeitos saudáveis, na posição de pé?” e
terá como população de estudo, no projecto já aprovado, os alunos do 1º, 2º e 4º anos
dos cursos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Terapia da Fala referentes ao ano
lectivo 2007/08, a decorrer no período entre o dia 21 de Abril a 13 Junho de 2008. Face
à questão orientadora, ao tipo de estudo e aos critérios de selecção da amostra, venho
por este meio pedir autorização para que sejam passados formulários de selecção da
amostra pelas turmas referidas anteriormente e posterior prática da modalidade referida
(PNF-Chi).
Sem outro assunto de momento
Atenciosamente
________________________
Apêndice 6
Pedido de autorização – Terapia Ocupacional
Alcoitão, 2 de Abril de 2008
Ao Exmo. Sr. Coordenador do Departamento
de Terapia Ocupacional da Escola Superior de
Saúde do Alcoitão
Eu, Joana Pedrosa do Rocio Francisco, aluna de 4ºano do curso de
Fisioterapia da Escola Superior de Saúde do Alcoitão, inscrita na disciplina de SAM
(Seminário de Acompanhamento de Monografia), venho por este meio pedir
autorização para o desenvolvimento do referido estudo.
O estudo para a realização da Monografia de final de curso, no âmbito da
disciplina SAM, do 2º ciclo do curso bi-etápico de licenciatura em Fisioterapia, tem
como questão orientadora: “Será que a prática de PNF-Chi durante 45 minutos, 2 vezes
por semana, durante 8 semanas, influencia o equilíbrio, medido de forma indirecta
através da avaliação da oscilação postural, em sujeitos saudáveis, na posição de pé?” e
terá como população de estudo, no projecto já aprovado, os alunos do 1º, 2º e 4º anos
dos cursos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Terapia da Fala referentes ao ano
lectivo 2007/08, a decorrer no período entre o dia 21 de Abril a 13 Junho de 2008. Face
à questão orientadora, ao tipo de estudo e aos critérios de selecção da amostra, venho
por este meio pedir autorização para que sejam passados formulários de selecção da
amostra pelas turmas referidas anteriormente e posterior prática da modalidade referida
(PNF-Chi).
Sem outro assunto de momento
Atenciosamente
________________________
Apêndice 7
Cartão individual para os sujeitos do grupo experimental para marcação do
horário das sessões de PNF-Chi
“Os efeitos da prática do PNF-Chi no equilíbrio em sujeitos saudáveis”
Nome: _____________________________ Nº: _____
1ª Semana
Data Hora Data Hora
___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___
2ª Semana
Data Hora Data Hora
___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___
3ª Semana
Data Hora Data Hora
___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___
4ª Semana
Data Hora Data Hora
___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___
Joana Francisco
966368628
“Os efeitos da prática do PNF-Chi no equilíbrio em sujeitos saudáveis”
Nome: _____________________________ Nº: _____
5ª Semana
Data Hora Data Hora
___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___
6ª Semana
Data Hora Data Hora
___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___
7ª Semana
Data Hora Data Hora
___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___
8ª Semana
Data Hora Data Hora
___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___
Joana Francisco
966368628
Apêndice 8
Folha de registo semanal das sessões de PNF-Chi®
Horário das sessões de PNF-Chi®
/ /2008
Nome Contacto Segunda Terça Quarta Quinta Sexta
Apêndice 9
Folha de Procedimentos no laboratório da análise de movimento
1. Recepção e identificação dos sujeitos
2. Preparação dos sujeitos – descalços, em calções e t’shirt
3. Recolha de dados dos sujeitos nas fichas: nome, sexo, data de nascimento,
dominância do membro inferior, peso, altura, número do sapato.
4. Introdução dos dados no software do Footscan®
5. Posicionamento do sujeito na plataforma Footscan® – membros superiores ao
longo do tronco, olhar em frente, manter a posição
6. Realização do teste em cada posição
a. 1ª medição
b. Guardar
c. 2ª medição
d. Guardar
e. 3ª medição
f. Guardar
7. Remoção do individuo da plataforma Footscan®
Apêndice 10
Ficha individual de recolha de dados
Escola Superior de Saúde do Alcoitão 2º Ciclo do Curso Bietápico de Licenciatura em Fisioterapia
Ano Lectivo 2007-08 “Os efeitos da prática do PNF-Chi no equilíbrio em sujeitos saudáveis”
Código: _______
Nome:________________________________________ Contacto: _______________________
Idade:________________________ Data de Nascimento: ____/ ____/19___
Sexo: Feminino ____ Masculino____ Membro inferior dominante: Dto____ Esq____
Grupo de controle: ____ Grupo experimental: ____
Altura (cm): _______________ Peso (Kg): _______________ Comprimento do pé:
_________
Sequência: Data da avaliação: ___/___/___
Olhos abertos Olhos fechados
1 2 3 4 5 6
bp_oa_01 ___ dto_oa_01 ___ esq_oa_01 ___ bp_of_01 ___ dto_of_01
___
esq_of_01 ___
bp_oa_02 ___ dto_oa_02 ___ esq_oa_02 ___ bp_of_02 ___ dto_of_02
___
esq_of_02 ___
bp_oa_03 ___ dto_oa_03 ___ esq_oa_03 ___ bp_of_03 ___ dto_of_03
___
esq_of_03 ___
Sequência: Data da avaliação: ___/___/___
Olhos abertos Olhos fechados
1 2 3 4 5 6
bp_oa_01 ___ dto_oa_01 ___ esq_oa_01 ___ bp_of_01 ___ dto_of_01
___
esq_of_01 ___
bp_oa_02 ___ dto_oa_02 ___ esq_oa_02 ___ bp_of_02 ___ dto_of_02
___
esq_of_02 ___
bp_oa_03 ___ dto_oa_03 ___ esq_oa_03 ___ bp_of_03 ___ dto_of_03
___
esq_of_03 ___
Sequência: Data da avaliação: ___/___/___
Olhos abertos Olhos fechados
1 2 3 4 5 6
bp_oa_01 ___ dto_oa_01 ___ esq_oa_01 ___ bp_of_01 ___ dto_of_01
___
esq_of_01 ___
bp_oa_02 ___ dto_oa_02 ___ esq_oa_02 ___ bp_of_02 ___ dto_of_02
___
esq_of_02 ___
bp_oa_03 ___ dto_oa_03 ___ esq_oa_03 ___ bp_of_03 ___ dto_of_03
___
esq_of_03 ___
Observações:__________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
Apêndice 11
Quadros com a totalidade dos dados recolhidos
Primeiro momento de avaliação
Sujeitos Bp_oa Dmn_oa NDmn_oa Bp_of Dmn_of NDmn_of
1 74.67 227.67 191.33 74.00 407.33 471.67
2 60.00 130.33 133.00 71.67 506.67 456.33
3 77.67 372.33 335.67 93.33 1053.33 852.67
4 63.67 211.00 189.00 70.67 461.00 466.00
5 78.67 203.33 177.67 85.00 605.67 609.33
6 65.33 144.67 197.00 61.00 1341.67 616.67
7 67.00 129.00 177.00 66.00 582.00 462.00
8 66.33 198.67 208.33 72.00 589.67 384.33
9 85.67 207.67 128.67 80.00 461.33 355.33
10 79.33 267.67 256.33 85.33 543.67 503.67
11 75.33 215.67 196.00 79.00 733.67 801.00
12 79.00 333.67 263.00 83.33 1699.67 1072.67
13 61.67 167.33 155.67 85.67 416.67 862.67
14 68.33 183.67 145.33 77.00 708.67 998.00
15 67.00 198.67 297.67 72.67 593.33 847.67
16 78.33 241.33 229.33 75.67 614.33 632.00
17 62.67 122.00 200.00 81.33 1005.33 839.67
18 78.67 269.00 231.00 82.00 731.67 598.00
19 107.33 137.00 135.33 81.00 441.00 400.67
20 75.33 236.33 245.33 72.33 687.00 865.00
21 71.67 233.67 182.33 97.67 544.00 860.00
22 70.67 168.67 245.33 81.33 420.33 502.33
23 77.33 162.67 173.00 73.67 819.67 759.67
24 86.00 224.00 330.00 73.00 369.67 668.33
25 78.33 214.33 167.67 75.33 432.67 549.67
26 67.00 147.33 169.33 62.00 396.67 471.00
27 56.00 143.33 143.67 71.67 385.67 643.67
28 80.33 407.67 266.67 97.67 581.33 515.67
29 74.00 142.67 211.67 57.00 538.67 593.33
30 75.33 201.33 192.67 75.33 1755.00 1936.00
31 67.00 112.33 234.33 68.67 294.67 522.33
32 80.67 116.00 180.33 86.67 423.00 487.67
33 71.00 182.67 178.00 77.67 492.00 565.00
34 130.00 203.33 151.33 99.33 514.00 623.33
35 78.00 116.67 192.00 77.00 352.33 439.00
36 67.33 144.33 156.33 75.00 354.33 380.67
Média 75,07 197,72 201,87 77,72 634,93 655,91
Mediana 75,00 198,67 191,67 76,33 541,17 595,67
Desvio Padrão 13,19 69,09 52,11 9,73 344,03 286,72
Intervalo 74,00 295,33 207,00 42,33 2460,33 1680,67
Mínimo 56,00 112,33 128,67 57,00 294,67 355,33
Máximo 130,00 407,67 335,67 99,33 1755,00 1936,00
N 36 36 36 36 36 36
Segundo momento de avaliação
Sujeitos Bp_oa Dmn_oa NDmn_oa Bp_of Dmn_of NDmn_of
1 70.0 187.67 178.67 78.67 601.0 449.67
2 82.33 162.33 126.67 67.67 482.67 322.33
3 72.67 261.0 255.67 152.67 859.0 999.0
4 83.3 174.0 143.33 87.0 797.66 467.67
5 82.33 143.0 187.67 67.0 454.33 591.67
6 65.67 162.33 178.67 64.0 340.33 1080.33
7 79.0 161.33 152.67 73.67 344.67 426.33
8 71.0 161.0 147.67 69.67 382.33 322.0
9 76.33 173.67 150.33 96.67 484.33 507.0
10 95.33 135.33 171.33 70.33 388.0 449.0
11 70.33 162.33 232.67 77.0 455.33 991.67
12 107.33 345.67 281.67 96.0 1315.0 1110.67
13 72.0 159.33 134.67 79.33 983.0 396.33
14 70.0 209.67 149.33 71.33 595.0 548.33
15 62.33 231.33 288.67 64.33 522.0 642.33
16 81.33 211.0 206.0 99.67 527.33 410. 67
17 103.67 174.0 155.0 97.0 580.67 396.0
18 90.33 151.67 169.67 87.0 490.0 325.0
19 91.0 189.67 154.33 86.67 544.0 423.33
20 95.0 226.0 263.0 87.0 692.67 757.0
21 87.33 241.0 200.33 83.67 561.0 651.33
22 85.0 212.67 239.0 92.33 488. 67 409.0
23 61.67 113.33 120.33 72.33 783.67 696.33
24 94.0 210.0 288. 67 93.33 646.33 470.0
25 73.67 187.33 135.33 74.0 450.0 414.33
26 83.67 143.33 178.33 87.0 339.0 379.68
27 77.0 144.0 93.33 72.0 1242.33 716.33
28 93.67 237.0 222.33 100.33 571.33 513.67
29 62.67 203.0 172.33 61.33 539.0 538.0
30 73.67 158.33 178.0 89.67 352.67 1126.0
31 78. 67 136.0 176.67 74.33 343.33 476.0
32 90.67 155.67 212.0 91.33 792.33 489.0
33 80. 67 193.67 245.0 80. 67 506.33 478.33
34 65.67 208.67 187.67 99.67 527.67 831.33
35 86.33 121.0 227.67 86.67 465.33 572.0
36 66.0 160.67 145.33 80.33 395.33 571.0
Média 80,05 183,56 187,50 83,66 578,99 581,91
Mediana 79,83 173,83 178,17 82,17 524,67 498,00
Desvio Padrão 11,71 45,08 49,85 16,34 231,37 229,96
Intervalo 45,67 232,33 195,33 91,33 976,00 804,00
Mínimo 61,67 113,33 93,33 61,33 339,00 322,00
Máximo 107,33 345,67 288,67 152,67 1315,00 1126,00
N 36 36 36 36 36 36
Terceiro momento de avaliação
Sujeitos Bp_oa Dmn_oa NDmn_oa Bp_of Dmn_of NDmn_of
1 73.33 207.67 219.0 88.33 450.0 438.33
2 74.0 138.33 150.33 80.67 456.67 527.67
3 98.67 222.67 313.0 109.67 583.33 450.0
4 81.0 175.33 155.33 86.33 499.33 1068.33
5 80.67 190.0 181.0 76.0 447.67 595.33
6 73.0 136.33 164.67 71.0 591.67 668.67
7 76.67 142.0 102.67 80.67 349.67 278.33
8 66.33 170.33 153.67 64.33 324. 67 483.33
9 92.0 142.0 136.33 104.67 373. 67 375.33
10 84.67 203.67 205.0 90.33 409.0 529.33
11 77.33 164.67 194.0 61.67 448.33 633.67
12 95.0 248.0 238.67 109.33 630.33 669.67
13 93.33 162.0 176.0 85.33 522.67 420.67
14 70.0 163.33 173.33 74.0 906.67 672.67
15 63.0 146.33 185.67 84.33 531.67 717.33
16 70.67 221.0 262.0 88.0 451.0 369.67
17 81.0 156.67 235.67 73.0 287.0 553.0
18 87.0 132.67 144.0 105.33 331.33 439.0
19 85.0 160.0 187.67 105.33 468.0 343.33
20 79.67 254.33 222.67 89.0 712.0 757.67
21 122.0 202.67 231.0 90.67 602.67 804.33
22 73.33 239.0 180.0 100.67 431.0 478.0
23 65.0 129.33 183.0 82.0 743.33 639.0
24 81.33 192.0 246.33 96. 67 490.0 628.67
25 79.33 201.67 140.0 87.33 427.33 442.67
26 77.67 171.33 150.33 72.0 331.33 415.67
27 70.33 132.33 142.67 82. 67 1571.33 564.0
28 79.67 212.33 252.33 87.0 410.0 610.33
29 78.0 280.0 140.67 71.33 524.33 644.33
30 74.0 158.67 296.33 88.0 596.0 718.67
31 76.33 224.67 172.67 80. 67 322.33 431.0
32 89.0 168.33 244.33 92.33 672.0 585.33
33 84.67 205.67 244.33 100.67 516.67 377.0
34 114.33 312. 67 278.67 103.0 585.67 692.0
35 89.33 144.67 166.0 107.33 430.0 828.67
36 95. 67 129.0 149.0 90.0 464. 67 564.67
Média 82,01 184,49 194,95 87,77 524,81 567,10
Mediana 79,67 170,83 182,00 87,67 466,33 564,33
Desvio Padrão 12,49 45,17 50,49 12,79 222,68 161,80
Intervalo 59,00 183,67 210,33 48,00 1284,33 790,00
Mínimo 63,00 129,00 102,67 61,67 287,00 278,33
Máximo 122,00 312,67 313,00 109,67 1571,33 1068,33
N 36 36 36 36 36 36