126
2º Ciclo do Curso Bietápico de Licenciatura em Fisioterapia Ano Lectivo 2007-08 Seminário de Acompanhamento de Monografias Os efeitos da prática do PNF-Chi ® no equilíbrio em sujeitos saudáveis Dossier 1 Aluna Joana Pedrosa do Rocio Francisco Orientador geral Fisioterapeuta José Esteves Orientadores específicos Fisioterapeuta Eva Albuquerque Fisioterapeuta Paulo Araújo Alcoitão Dezembro de 2008

Seminário de Acompanhamento de Monografias no equilíbrio ... · iii À minha família em geral,mas,particularmente, à minha mãe pelas horas aotelefone e pelas palavras que sabem

  • Upload
    buicong

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

2º Ciclo do Curso Bietápico de Licenciatura em Fisioterapia

Ano Lectivo 2007-08

Seminário de Acompanhamento de Monografias

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em

sujeitos saudáveis

Dossier 1

Aluna

Joana Pedrosa do Rocio Francisco

Orientador geral

Fisioterapeuta José Esteves

Orientadores específicos

Fisioterapeuta Eva Albuquerque

Fisioterapeuta Paulo Araújo

Alcoitão

Dezembro de 2008

_____________________________________________________________________________

ii

Agradecimentos

Este trabalho não seria possível ser realizado sem o apoio de algumas pessoas que

gostaria de agradecer de uma maneira especial.

Gostaria de agradecer aos Fisioterapeutas Eva Albuquerque e Paulo Araújo, pela sempre

disponibilidade, tanto pelas vezes que me deram guarida em casa como pelo apoio das mais

variadas formas.

Ao Fisioterapeuta José Esteves pelo auxílio e orientação durante a realização deste

trabalho, tentando sempre levar-me a pensar o mais “cientificamente correcto” possível.

Ao Fisioterapeuta José Pasqualinho pela ajuda no tratamento estatístico dos dados.

À Catarina Ferrão por me ter ajudado na sessões de PNF-Chi®, tanto no momento da

planificação, como com as fotos e com os vídeos.

À Tabatha, pela presença constante ao meu lado, pela partilha de momentos bons e maus,

por me acompanhar neste percurso de realização do trabalho final de curso paralelamente com o

estudo dela

À Núria pela quebra da rotina das sessões de PNF-Chi®, nas tantas vezes que entrava pela

sala dentro.

Aos alunos da ESSA que se disponibilizaram a entrar nesta aventura comigo, tanto aos

sujeitos do grupo de controlo, mas muito especialmente à família que se formou no grupo

experimental, pela paciência para mim e para o estudo.

Sem querer deixar ninguém de parte, a toda a gente que esteve perto de mim nestes

últimos meses, às pessoas que sempre se disponibilizaram para partilhar os momentos de

trabalho que só dependiam de mim, simplesmente para que não me sentisse sozinha, momentos

esses como as horas de avaliações no laboratório de análise de marcha, as sessões de PNF-Chi®,

ou mesmo durante a escrita deste trabalho; a toda a gente pela paciência que tiveram comigo,

quando a minha para este trabalho já começava a faltar.

Aos meus amigos (sem querer referir nomes para não correr o risco de omitir alguém sem

intensão) pelas after hours, que tanto contribuíram para a minha “higiene” mental ao longo deste

período de horas de trabalho.

À ESSATuna, por ter sido o ar fresco nesta vida de estudante do Alcoitão, assumindo

mais uma vez um papel de extrema importância principalmente naquelas horas em que nada

parece bater certo.

_____________________________________________________________________________

iii

À minha família em geral, mas, particularmente, à minha mãe pelas horas ao telefone e

pelas palavras que sabem tão bem ouvir (para dar força), o meu pai pelo apoio, por vezes subtil,

mas que tanto me ajudou, à Nini por tão bem me compreender e por tantas vezes nem serem

necessário palavras, e ao Tiaguinho por ter tanto de crido como doido, e por me ajudar a sorrir

com mais uma brincadeira. A todos por serem como são comigo, e por me terem estado a meu

lado, cada um à sua maneira.

Ao Jean, por mesmo estando fisicamente longe, estar sempre ao pé de mim, mesmo

quando ele pensava que não estava a ser capaz de cá chegar.

À “família da Quinta” (por ordem alfabética: Caminha, Dani (a minha melher), Juan,

Marta Tiriri, Miguel, Monte, Paula Gralha e mais recentemente a Verónica) por me terem feito

sentir o calor de uma verdadeira segunda família em Alcoitão, pela partilha de todos os

momentos, e pela sempre disponibilidade, fazendo-me sentir com mais força para recomeçar ao

trabalho.

Muito especialmente ao Juan por tudo, pelas horas que passámos a “desanuviar” do

trabalho, pela guarida nos dias mais frios (a todos os níveis) e complicados, pela companhia, pela

partilha, pela paciência, especialmente nestes três últimos meses passados.

Por fim, a toda a gente que acreditou, de alguma forma, em mim e neste projecto. Com

eles foi mais fácil continuar a acreditar.

_____________________________________________________________________________

iv

Resumo

Objectivos: Avaliar a influência da prática do PNF-Chi®, sobre o equilíbrio, em jovens adultos

saudáveis, medido através da oscilação postural, associado ao deslocamento do centro de

pressão.

Amostra: Constituída por 36 sujeitos saudáveis, estudantes do ensino superior e distribuídos

aleatoriamente por um grupo experimental (N=18) e por um grupo de controlo (N=18). A

amostra apresentava uma média de idades de 20,5 anos e um desvio padrão de 2,16, uma altura

média de 1,64 m e um desvio padrão de 0,09 e um peso médio de 59,56 kg e um desvio padrão

de 11,49.

Metodologia: Os indivíduos do grupo experimental foram sujeitos à prática do PNF-Chi®, em

sessões de 45 minutos, duas vezes por semana, durante um período de oito semanas. No grupo de

controlo não houve qualquer intervenção. Foram realizados três momentos de avaliação para

medição do deslocamento do centro de pressão nas posições apoio bipedal e unipedal do lado

dominante e não dominante, com olhos abertos e fechados, antes do início, no final da quarta e

da oitava semana de prática do PNF-Chi® por parte do grupo experimental. O instrumento de

medida utilizado foi a plataforma de pressões Footscan® em associação com o software

Footscan® Balance.

Resultados: Os testes de estatística mostram a não existência de diferenças estatisticamente

significativas entre os dois grupos nos momentos de avaliação posteriores ao início da prática do

PNF-Chi® por parte dos sujeitos do grupo experimental em nenhuma das seis posições avaliadas

(p≤0,05). Quando comparados os valores dentro de cada grupo, os resultados mostram uma

diminuição significativa da oscilação postural nas condições apoio unipedal do lado dominante

de olhos abertos e fechados no grupo experimental após a prática do PNF-Chi®.

Conclusões: A prática do PNF-Chi® parece não influenciar o equilíbrio em adultos jovens

saudáveis. No entanto, parece existir uma tendência para a melhoria do equilíbrio estático dos

indivíduos sujeitos à prática quando analisados os resultados dentro do próprio grupo.

Palavras-Chave: PNF-Chi®, equilíbrio, oscilação postural, deslocamento do centro de pressão,

controlo postural

_____________________________________________________________________________

v

Lista de abreviaturas

BDS – Base de Suporte

CDG – Centro de Gravidade

CDM – Centro de Massa

CDP – Centro de Pressão

ESSA – Escola Superior de Saúde do Alcoitão

kg – kilogramas

kg/m2 – kilograma por metro quadrado

LAM – Laboratório de Análise de Movimento

LDE – Limite de Estabilidade

LDG – Linha de Gravidade

m – metros

mm – milímetros

OP – Oscilação Postural

PNF – Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (Proprioceptive Neuromuscular Facilitation)

SNC – Sistema Nervoso Central

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

Condições em avaliação:

Bp_oa – apoio bipedal com os olhos abertos

Dmn_oa – apoio unipedal dominante com os olhos abertos

NDmn_oa – apoio unipedal não dominante com os olhos abertos

Bp_of – apoio bipedal com os olhos fechados

Dmn_oa – apoio unipedal dominante com os olhos fechados

NDmn_of – apoio unipedal não dominante com os olhos fechados

_____________________________________________________________________________

vi

Índice geral

I. Introdução …………………………………………………………………………......

1

II. Revisão da Literatura …………………………………………………………………

1. Aprendizagem e controlo motor …………………………………………………..

1.1. Teorias do controlo motor …………………………………………………...

1.1.1. Teoria do reflexo ………………………………………………………..

1.1.2. Teoria da hierarquia …………………………………………………….

1.1.3. Teorias dos programas motores ………………………………………...

1.1.4. Teoria dos sistemas ……………………………………………………..

1.2. Formas de aprendizagem …………………………………………………….

1.2.1. Aprendizagem não associativa ………………………………………….

1.2.2. Aprendizagem associativa ………………………………………………

1.3. Teorias da aprendizagem motora …………………………………………….

1.3.1. Teoria dos estádios da aprendizagem motora …………………………..

1.3.2. Teoria do circuito fechado de Adams …………………………………..

1.3.3. Teoria do esquema ……………………………………………………...

1.3.4. Teoria dos sistemas de acção …………………………………………...

1.4 Factores de aprendizagem …………………………………………………….

1.5 Aprendizagem e performance motora ………………………………………...

2. O Equilíbrio ………………………………………………………………………..

2.1. Controlo motor e o equilíbrio ………………………………………………..

2.1.1. A somatossensação no equilíbrio ……………………………………….

2.1.2. Estratégias musculares no equilíbrio ……………………………………

2.1.3. Sistema de controlo fechado ……………………………………………

2.2. Avaliação do equilíbrio ………………………………………………………

3. O PNF-Chi® ……………………………………………………………………….

3.1. O PNF no PNF-Chi® …………………………………………………………

3.2. Características do PNF adaptadas para o PNF-Chi® …………………………

3.3. O Tai Chi Chuan no PNF-Chi® ………………………………………………

3.4. Características do Tai Chi Chuan adaptadas para o PNF-Chi® ………………

4

4

4

4

5

5

5

6

6

6

6

7

7

8

9

9

15

17

19

21

21

22

23

25

25

27

31

34

_____________________________________________________________________________

vii

3.5. PNF-Chi® – aprendizagem e controlo motor ………………………………...

40

III. Metodologia ………………………………………………………………………....

1. Questão orientadora ……………………………………………………………….

1.1. Objectivos do estudo …………………………………………………………

1.1.1. Objectivo geral ………………………………………………………….

1.1.2. Objectivo específico …………………………………………………….

2. Hipóteses …………………………………………………………………………..

3. Tipo de Estudo …………………………………………………………………….

3.1. Desenho da Pesquisa …………………………………………………………

4. Selecção e Caracterização da amostra ……………………………………………..

4.1. População …………………………………………………………………….

4.2. Selecção da Amostra …………………………………………………………

4.3. Caracterização da Amostra …………………………………………………..

5. Variáveis …………………………………………………………………………..

5.1. Identificação das variáveis …………………………………………………...

5.2. Definição operacional das variáveis ………………………………………….

6. Instrumento ………………………………………………………………………..

6.1. Footscan® ……….……………………………………………………………

6.1.1. Características do equipamento utilizado no estudo ……………………

6.1.2. Validade, fidedignidade e sensibilidade ………………………………...

7. Procedimentos ……………………………………………………………………..

7.1. Antes do início dos procedimentos experimentais …………………………...

7.2. Recursos materiais …………………………………………………………...

7.3. Descrição do protocolo experimental ………………………………………...

8. Tratamento estatístico dos dados ………………………………………………….

45

45

45

45

45

45

45

45

46

46

47

48

50

50

50

56

56

57

58

60

60

61

61

67

IV. Apresentação de Resultados ………………………………………………………...

1. Estatística descritiva ……………………………………………………………….

2. Estatística inferencial ……………………………………………………………...

69

69

74

V. Discussão ……………………………………………………………………………..

86

_____________________________________________________________________________

viii

VI. Conclusões ………………………………………………………………………….. 90

VII. Bibliografia ………………………………………………………………………… 92

Apêndices …………………………………………………………………………………

Apêndice 1 – Questionário para a selecção da amostra ..……………………………...

Apêndice 2 – Programa de PNF-Chi® – Sessão modelo para as 4 primeiras semanas ..

Apêndice 3 – Programa de PNF-Chi® – Sessão modelo para as 4 últimas semanas ….

Apêndice 4 – Pedido de autorização – Fisioterapia …………………………………...

Apêndice 5 – Pedido de autorização – Terapia da Fala ..……………………………...

Apêndice 6 – Pedido de autorização – Terapia Ocupacional ……..…………………...

Apêndice 7 – Cartão individual para os sujeitos do grupo experimental para

marcação do horário das sessões de PNF-Chi® ………….....…………………………….

Apêndice 8 – Folha de registo semanal das sessões de PNF-Chi® ……..……………..

Apêndice 9 – Folha de Procedimentos no laboratório da análise de movimento ...…...

Apêndice 10 – Ficha individual de recolha de dados …..……………………………...

Apêndice 11 – Quadros com a totalidade dos dados recolhidos ....................................

98

99

100

106

111

112

113

114

115

116

117

118

_____________________________________________________________________________

ix

Índice de figuras

Figura II.2.1. – Modelo conceptual expandido da performance motora (Schmidt &

Wrisberg, 2008) …………………………………………………………………......

23

Figura II.2.2. – Sistema Footscan® (RSscan INTERNATIONAL, Olen, Bélgica) ……… 24

Figura II.3.1. – Da Postura do Princípio Infinito à Postura do Tai Chi (postura wu chi) ... 40

Figura III.5.1. – Posição inicial de Sequência I do PNF-Chi …………………………….. 52

Figura III.5.2. – Posição final de Sequência I do PNF-Chi ……………………………… 52

Figura III.5.3. – Posição inicial de Sequência II do PNF-Chi …………………………… 52

Figura III.5.4. – Posição final de Sequência II do PNF-Chi ……………………………... 52

Figura III.5.5. – Posição inicial de Sequência III do PNF-Chi …………………………... 53

Figura III.5.6. – Posição final de Sequência III do PNF-Chi …………………………….. 53

Figura III.5.7. – Posição inicial de Sequência IV do PNF-Chi …………………………... 53

Figura III.5.8. – Posição final de Sequência IV do PNF-Chi …………………………….. 53

Figura III.5.9. – Posição inicial de Sequência V do PNF-Chi …………………………… 53

Figura III.5.10. – Posição final de Sequência V do PNF-Chi ……………………………. 53

Figura III.5.11. – Posição inicial de Sequência VI do PNF-Chi …………………………. 54

Figura III.5.12. – Posição final de Sequência VI do PNF-Chi …………………………… 54

Figura III.5.13. – Posição inicial de Sequência VII do PNF-Chi ………………………… 54

Figura III.5.14. – Posição final de Sequência VII do PNF-Chi ………………………...... 54

Figura III.5.15. – Posição inicial de Sequência VIII do PNF-Chi ……………………...... 55

Figura III.5.16. – Posição final de Sequência VIII do PNF-Chi ………………………… 55

Figura III.6.1. – Footscan® 3D plate 1 m – Balance ……………………………………... 57

Figura III.7.1. – Posicionamento do sujeito na plataforma Footscan®, alinhado com as

marcações existentes ………………………………………………………………..

64

Figura III.7.2. – Posicionamento do sujeito na plataforma Footscan® para avaliação de

uma condição de olhos abertos (bipedal olhos abertos) …………………………….

65

_____________________________________________________________________________

x

Índice de quadros

Quadro III.4.1. – Caracterização da amostra ……………………………………………... 49

Quadro III.4.2. – Caracterização da amostra segundo a sua distribuição no grupo

experimental e grupo de controlo …………………………………………...............

50

Quadro III.5.1. – Sequência I do PNF-Chi ………………………………………………. 52

Quadro III.5.2. – Sequência II do PNF-Chi ……………………………………………… 52

Quadro III.5.3. – Sequência III do PNF-Chi ……………………………………............... 53

Quadro III.5.4. – Sequência IV do PNF-Chi ……………………………………............... 53

Quadro III.5.5. – Sequência V do PNF-Chi ……………………………………................ 53

Quadro III.5.6. – Sequência VI do PNF-Chi ……………………………………............... 54

Quadro III.5.7. – Sequência VII do PNF-Chi ……………………………………………. 54

Quadro III.5.8. – Sequência VIII do PNF-Chi …………………………………………… 55

Quadro III.6.1. – Características da plataforma do Footscan® ……………………............ 58

Quadro IV.1.1. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em

mm) do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal de olhos abertos

nos três momentos de avaliação…………………......................................................

70

Quadro IV.1.2. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em

mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal dominante de

olhos abertos nos três momentos de avaliação……....................................................

70

Quadro IV.1.3. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em

mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal não dominante

de olhos abertos nos três momentos de avaliação .………………………………….

71

Quadro IV.1.4. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em

mm) do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal de olhos fechados

nos três momentos de avaliação …………………………………………………….

72

Quadro IV.1.5. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em

mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal dominante de

olhos fechados nos três momentos de avaliação ……………………………………

72

Quadro IV.1.6. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em

mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal não dominante

de olhos fechados nos três momentos de avaliação .………………………………..

73

_____________________________________________________________________________

xi

Quadro IV.2.1. – Teste de Shapiro-Wilk para verificação da normalidade de distribuição

do deslocamento do centro de pressão no grupo experimental ……………………..

75

Quadro IV.2.2. – Teste de Shapiro-Wilk para verificação da normalidade de distribuição

do deslocamento do centro de pressão no grupo de controlo ……………………….

76

Quadro IV.2.3. – Teste de Mann-Whitney para comparação do deslocamento do centro

de pressão entre o grupo experimental e o grupo de controlo ………………………

78

Quadro IV.2.4. – Teste T de Student para Amostras Independentes para comparação do

deslocamento do centro de pressão entre o grupo experimental e o grupo de

controlo ……………………………………………………………………………..

78

Quadro IV.2.5. – Teste de Friedman para comparação do deslocamento do centro de

pressão dentro o grupo experimental ………………………………….....................

79

Quadro IV.2.6. – Teste de Wilcoxon para comparação do deslocamento do centro de

pressão entre os vários momentos de avaliação nas condições apoio dominante de

olhos abertos e olhos fechados dentro do grupo experimental ……………………..

79

Quadro IV.2.7. – Teste de Friedman para comparação do deslocamento do centro de

pressão dentro o grupo de controlo …………………………………………………

80

Quadro IV.2.8. – Teste de Wilcoxon para comparação do deslocamento do centro de

pressão entre os vários momentos de avaliação nas condições apoio dominante de

olhos fechados dentro do grupo de controlo ………………………………………..

80

Quadro IV.2.9. – Testes multivariados da ANOVA para comparação do deslocamento

do centro de pressão na condição bipedal com os olhos abertos entre os três

momentos de avaliação dentro do grupo experimental ……………………………..

81

Quadro IV.2.10. – Teste de Esfericidade de Mauchly para o grupo experimental ……..... 81

Quadro IV.2.11. – Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para comparação do

deslocamento do centro de pressão na condição bipedal com os olhos abertos entre

os três momentos de avaliação dentro do grupo experimental………………….......

81

Quadro IV.2.12. – Teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para

comparação do deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de

avaliação na condição apoio bipedal de olhos abertos dentro do grupo

experimental ………………………………………………………………………...

82

Quadro IV.2.13. – Testes multivariados da ANOVA para comparação do deslocamento

do centro de pressão na condição unipedal não dominante com os olhos abertos

nos três momentos de avaliação dentro do grupo de controlo ……………………...

82

_____________________________________________________________________________

xii

Quadro IV.2.14. – Testes multivariados da ANOVA para comparação do deslocamento

do centro de pressão na condição bipedal de olhos fechados nos três momentos de

avaliação dentro do grupo de controlo………………………………………………

83

Quadro IV.2.15. – Teste de Esfericidade de Mauchly para o grupo de controlo ………… 83

Quadro IV.2.16. – Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para comparação do

deslocamento do centro de pressão nas condições unipedal não dominante de olhos

abertos e bipedal de olhos fechados entre os três momentos de avaliação dentro do

grupo de controlo …………………………………………………………………...

83

Quadro IV.2.17. – Teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para

comparação do deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de

avaliação na condição apoio bipedal de olhos abertos dentro do grupo de

controlo ……………………………………………………………………………..

84

Quadro V.1. – Resultados obtidos a partir da análise estatística (descritiva e inferencial)

dos resultados do deslocamento do centro de pressão dentro do grupo experimental

e grupo de controlo …………………………………………………………………

87

_____________________________________________________________________________

xiii

Índice de gráficos

Gráfico III.4.1. – Distribuição dos elementos da amostra segundo o sexo ......................... 48

Gráfico III.4.2. – Distribuição dos elementos da amostra segundo a dominância do

membro inferior …………………………………………………………………….

49

Gráfico III.4.3. – Distribuição dos elementos da amostra segundo a prática de actividade

física ou desportiva regular (duas ou mais vezes por semana) ……………………..

49

Gráfico IV.1.1. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm

na condição bipedal de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo

experimental e grupo de controlo …………………………………………………...

70

Gráfico IV.1.2. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm

na condição unipedal dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação

para o grupo experimental e grupo de controlo …………………………………….

71

Gráfico IV.1.3. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm

na condição unipedal não dominante de olhos abertos nos três momentos de

avaliação para o grupo experimental e grupo de controlo ………………………….

71

Gráfico IV.1.4. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm

na condição bipedal de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o

grupo experimental e grupo de controlo ……………………………………………

72

Gráfico IV.1.5. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm

na condição unipedal dominante de olhos fechados nos três momentos de

avaliação para o grupo experimental e grupo de controlo ………………………….

73

Gráfico IV.1.6. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm

na condição unipedal não dominante de olhos fechados nos três momentos de

avaliação para o grupo experimental e grupo de controlo ………………………….

73

I. Introdução

O equilíbrio tem grande importância na vida de cada um. Torna-se então importante a

criação de estratégias que visem a aquisição de ganhos ao nível do equilíbrio e controlo postural

em sujeitos com patologia independentemente do escalão etário.

Uma potencial estratégia a utilizar por fisioterapeutas no ganho do equilíbrio é a

utilização do PNF-Chi® com esse fim.

O PNF-Chi®, de um modo geral, é uma abordagem, relativamente recente, de

mobilização activa global que associa a lentidão dos movimentos e o controlo respiratório do Tai

Chi Chuan segundo os princípios do padrão de movimento em diagonal de Facilitação

Neuromuscular Proprioceptiva (PNF). Esta tem como objectivos principais a integração

corporal, o relaxamento, o ganho de flexibilidade, o controlo respiratório, o equilíbrio postural, o

autoconhecimento corporal e a equilíbrio e coordenação.

A literatura existente acerca destes efeitos como consequência da prática do PNF-Chi® é

muito escassa, e os trabalhos realizados nesse sentido foram aplicados em população idosa.

Pode-se então deduzir que, os efeitos associados à prática do PNF-Chi® surgem da observação e

relato de sujeitos praticantes e da extrapulação dos efeitos associados tanto ao PNF como ao Tai

Chi Chuan.

Nesse sentido, após a revisão da literatura efectuada, foi possível perceber que todos os

estudos encontrados que associam a prática do Tai Chi Chuan ao equilíbrio são aplicados na

população idosa, e os seus resultados nesta área, apesar de por vezes serem contraditórios,

existem estudos que apoiam o aumento do equilíbrio e estabilidade postural após a prática

(Kressig, Beauchet & Tharicharu, 2003; Li, Devault & Van Oteghen, 2007; Liu & So, 2008;

Wang, Collet & Lau, 2004; Wong & Lan, 2008; Wu, 2002; Wu, Zhao, Zhou & Wei, 2002),

enquanto que outros acabam por pôr em causa esses resultados (Fong & Ng, 2006; Wong, Lin,

Chou, Tang & Wong, 2001).

Assim, pela escassez de trabalhos científicos relacionando o PNF-Chi® e o equilíbrio, e o

Tai Chi Chuan em população jovem saudável, surgiu a necessidade de verificar se um

determinado período de prática do PNF-Chi® terá algum efeito no equilíbrio. Sabe-se que este

está directamente associado à oscilação postural, e que uma das formas de aceder à oscilação,

indirectamente, à através do deslocamento do centro de pressão, tendo sido então esse o

parâmetro seleccionado com o intuito de mensurar a oscilação postural, avaliando assim ao

equilíbrio.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

2

Para tal 36 sujeitos saudáveis foram seleccionados da população da Escola Superior de

Saúde do Alcoitão e distribuídos aleatoriamente por dois grupos – um grupo experimental e um

grupo de controlo. Ao grupo de controlo não foi realizada qualquer intervenção. O grupo

experimental foi sujeito à prática do PNF-Chi®, em sessões de 45 minutos, duas vezes por

semana, durante oito semanas. Foram realizados três momentos de avaliação, durante os quais

foi medido o deslocamento do centro de pressão na posição de pé, em apoio bipedal e unipedal,

do lado dominante e não dominante, de olhos abertos e fechados. Estes momentos decorreram

antes do início do período de prática do PNF-Chi® por parte do grupo experimental, a quatro

semanas desse início e a oito semanas do mesmo, isto é, no final do período de prática. Os

resultados das avaliações efectuadas nos três momentos obtidos pelos elementos dos dois grupos

(experimental e de controlo) foram comparados entre si, assim como, foi feita a comparação

entre os vários momentos de avaliação dentro de cada grupo para as seis condições avaliadas.

Este trabalho está dividido em vários capítulos, sendo que o segundo corresponde à

revisão da literatura sobre os temas que dizem respeito a este estudo. Assim, o capítulo inicia

com a abordagem dos conceitos aprendizagem e controlo motor e as questões relacionadas com

eles, como as suas teorias tanto do controlo motor como da aprendizagem, as formas de

aprendizagem e os factores que a condicionam, e ainda a associação da aprendizagem e a

performance motora. Segue-se um sub-capítulo acerca do tema do equilíbrio, abordando-se os

mecanismos fisiológicos envolvidos no controlo motor associado ao equilíbrio, como a

somatossensação e as estratégias musculares do equilíbrio, e o sistema de controlo fechado que

coloca estes dois pontos referidos anteriormente em interacção. Existe ainda um ponto dentro

deste sub-capítulo relacionado com a avaliação do equilíbrio. Por fim é feita um enquadramento

teórico das questões relacionadas com o PNF-Chi®, o seu envolvimento tanto com o PNF como

com o Tai Chi Chuan, acabando por expor os princípios destas duas que foram adoptadas e

adaptadas para a prática da nova abordagem. Este capítulo termina com a associação dos

conceitos abordados no sub-capítulo da aprendizagem e controlo motor e a prática do PNF-Chi®.

No terceiro capítulo é descrita a metodologia utilizada na realização deste trabalho, sendo

apresentada a questão orientadores e os objectivos do estudo, as hipóteses em estudo, tipo de

estudo, o desenho da pesquisa utilizado, a descrição operacional das variáveis, a selecção da

amostra e sua caracterização, o instrumento utilizado no estudo e os procedimentos da

experiência. Também neste capítulo é descrito como os valores do deslocamento do centro de

pressão recolhidos ao longo do estudo foram tratados estatisticamente.

O quarto capítulo é destinado à apresentação dos resultados recolhidos e tratados

inicialmente através da estatística descritiva e posteriormente são apresentados os resultados da

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

3

estatística inferencial aplicada aos mesmos, este último tipo de estatística aplicado com o

objectivo de verificar as hipóteses em teste.

No quinto capítulo são interpretados os resultados obtidos, e é feita a sua relação com

outros estudos que de alguma forma apresentam semelhanças com este trabalho, com o intuito de

levantar algumas hipóteses que expliquem os resultados obtidos.

Por fim o sexto capítulo é reservado à descrição das principais conclusões a que este

trabalho conduziu.

Pretende-se que, com este trabalho, sejam criadas perspectivas de abertura por parte dos

fisioterapeutas para novas abordagens.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

4

II. Revisão da Literatura

1. Aprendizagem e controlo motor

O conceito de controlo motor engloba a questão do controlo do corpo no que diz respeito

à estabilidade (postura e equilíbrio), e ao facto de este se relacionar com movimento do corpo

através do espaço, sendo considerado um programa de coordenação/gestão dos diferentes graus

de liberdade, cujo responsável é todo o sistema neuro-músculo-esquelético (Lephart & Fu, 2000;

Wong & Lan, 2008).

Existe uma relação íntima entre a acção (controlo dos movimentos músculo-

esqueléticos), a percepção (informação acerca da interacção do corpo com o meio ambiente) e a

cognição (isto é, atenção, motivação, emoção) (Lephart & Fu, 2000). A aprendizagem motora,

por seu turno, implica alterações internas que determinam a capacidade do sujeito para produzir

uma tarefa motora. Esta aprendizagem dá-se através da prática e é muitas vezes inferida através

da observação dos níveis de performance motora do sujeito relativamente estáveis (Schmidt &

Wridberg, 2004).

A aprendizagem e controlo motor estão dependentes de vários factores que envolvem não

só o indivíduo em prática e as suas habilidades, mas também o meio/contexto em que está

inserido, sendo impossível separar o indivíduo da tarefa e do meio ambiente (Lephart & Fu,

2000; Wong & Lan, 2008). Pode-se então afirmar que o contexto ambiental e a tarefa do

movimento por si só podem influenciar a forma como o sistema nervoso organiza o movimento

(Trew & Everett, 2001).

1.1. Teorias do controlo motor

O estudo do controlo motor baseia-se na análise da natureza do movimento e de como ele

é controlado. É uma área bastante explorada na prática clínica e de pesquisa ao longo dos anos,

embora não exista um entendimento universal a respeito do processo de controlo do movimento.

As teorias do controlo motor descrevem pontos de vista referentes à forma como o movimento é

controlado, e são descritas como um conjunto de ideias abstractas sobre o controlo do

movimento (Shumway-Cook & Woollacott, 2003).

1.1.1. Teoria do reflexo

Os reflexos funcionam como tijolos de edifícios dos comportamentos mais complexos

(Sherington, 1947, citado por Lephart & Fu, 2000). Séries coordenadas de reflexos conduzem à

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

5

conquista de um fim comum. Os reflexos estão encadeados para formarem comportamentos

complexos. Esta teoria apresenta limitações, sendo elas o requerimento de estímulos sensoriais, a

incapacidade para explicar movimentos rápidos (movimentos que ocorrem demasiado rápido

para o input sensorial accionar movimentos sucessivos), e o facto de um único estímulo poder

resultar em muitas respostas (Taub & Berman, 1968, citado por Lephart & Fu, 2000).

1.1.2. Teoria da hierarquia

Nesta teoria é proposto que a maturação sequencial dos níveis ascendentes do Sistema

Nervoso Central hierarquicamente resulta na emergência de níveis mais elevados de

comportamento, que por sua vez modifica comportamentos imaturos organizados a níveis baixos

(Montgomery & Connolly, 2002). De acordo com esta teoria (em associação com a teoria dos

reflexos), o equilíbrio é a capacidade de estabelecer correctamente uma série de interacções,

reflexos organizados e reacções que suportam o corpo contra a gravidade (Martin, 1967; Bobath,

1975; Wyke, 1975, citados por Montgomery & Connolly, 2002).

1.1.3. Teorias dos programas motores

As teorias mais actuais do controlo motor consideram o sistema nervoso central como um

sistema que controla acções, e não como um sistema reactivo. Um padrão motor central é

descrito como uma resposta motora padronizada mesmo quando o estímulo aferente é removido

(Shumway-Cook & Woollacott, 2003). Este programa motor (ou gerador de padrão central) pode

ser modificado (não impulsionado) através do estímulo. Em vez disso, o conceito expande a

compreensão da complexidade do movimento, especialmente quando isolado do feedback, não

substituindo a ideia da importância do input sensorial no controlo do movimento (Bernstein,

1967; Forssberg, Grillner & Rossignol, 1975, citado por Lephart & Fu, 2000).

1.1.4. Teoria dos sistemas

Nicolai Bernstein tomou o corpo como um todo – um sistema mecânico sujeito a forças

internas e externas (Bernstein, 1967, citado por Lephart & Fu, 2000). Esta teoria defende a ideia

de que o mesmo comando central pode conduzir a movimentos diferentes (e comandos diferentes

podem resultar em movimentos similares) baseado nas forças internas e externas, pois o controlo

do movimento é o resultado de muitos sistemas em interacção. Os níveis mais elevados no

sistema nervoso simplificaram (minimizaram redundâncias) o controlo do movimento (Lephart

& Fu, 2000).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

6

1.2. Formas de aprendizagem

1.2.1. Aprendizagem não associativa

Este tipo de aprendizagem é caracterizado pela recepção de um único estímulo

repetidamente resultando em aprendizagem não associativa, levando o sistema nervoso central a

aprender acerca da natureza do estímulo (Shumway-Cook & Woollacott, 2003). Se uma pessoa

estiver exposta a um estímulo repetitivo que gradualmente aumenta de intensidade, levando a

uma diminuição da sensibilidade ao estímulo, diz-se que a pessoa está habituada. Inversamente,

a sensibilização ocorre quando a intensidade do estímulo diminuir, e a pessoa apresentar

aumento da resposta (Lephart & Fu, 2000).

1.2.2. Aprendizagem associativa

Este tipo de aprendizagem ajuda à previsão de um resultado baseado num estímulo único

(condicionamento clássico) ou associando a resposta apropriada (dentre muitas) com uma

consequência particular (condicionamento operante) (Lephart & Fu, 2000).

A aprendizagem associativa é, por vezes, classificada através do tipo de aquisição do

conhecimento, podendo ser uma aprendizagem de procedimentos ou declarativa. Aprendizagem

de procedimentos refere-se à aprendizagem de respostas que são realizadas sem pensamento

consciente, não dependendo da consciência, atenção ou outro processo cognitivo superior.

Aprendizagem declarativa resulta no conhecimento que pode ser conscientemente lembrado e,

portanto, exige processos como a consciência, atenção e reflexão (Shumway-Cook &

Woollacott, 2003).

1.3. Teorias da aprendizagem motora

As teorias da aprendizagem motora são um grupo de ideias abstractas sobre a natureza e a

causa da aquisição ou da modificação do movimento. Estas devem ser baseadas no

conhecimento da estrutura e da função do sistema nervoso (Shumway-Cook & Woollacott,

2003).

Existem quatro questões que demonstram a importância do investimento científico na

área da aprendizagem motora para os Fisioterapeutas: a diferença entre o desempenho ou

performance motora e a aprendizagem motora, o uso apropriado do feedback, o impacto da

planificação a nível de horários de treino e do transfer da aprendizagem através de tarefas e

condições de prática (Montgomery & Connolly, 2002).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

7

1.3.1. Teoria dos estádios da aprendizagem motora

Fitts e Posner propuseram esta teoria que associa a aprendizagem motora de um novo

skill a três estádios principais – cognitivo, associativo e autónomo, que caracterizam esta teoria

(Oliveria, 2007; Shumway-Cook & Woollacott, 2003).

Durante o estádio cognitivo o sujeito toma consciência, presta atenção, centrando-se na

fase de planeamento/ideia/imagem e execução da resposta não trabalhada, dando-se a

compreensão da tarefa. Durante esta fase as melhorias dão-se de forma muito rápida. É

considerada a introdução cognitiva à tarefa motora e aos objectivos dos skills, requerendo

elevadas exigências somatosensoriais de percepção. É neste estádio que se dá a aprendizagem

sobre a natureza e significado dos estímulos (Lephart & Fu, 2000; Oliveira, 2007).

O estádio associativo é caracterizado pelo desenrolar do processo de associação entre os

estímulos e as respostas (da selecção da resposta à selecção da execução), em que se aprende a

realizar e a refinar/aperfeiçoar os skills motores. Aumenta a eficiência do gesto e diminui o

tempo de reacção, sobretudo para os estímulos “familiares”. As melhorias são lentas e a

variabilidade no desempenho diminui (Lephart & Fu, 2000; Oliveira, 2007).

No estádio autónomo o skill torna-se bastante automático, sendo caracterizado por esses

mesmos automatismos dos gestos com pouca ou nenhuma atenção, perante condições previstas e

mais ou menos semelhantes. O êxito neste estádio está depende do sucesso nos estádios

anteriores (Lephart & Fu, 2000; Oliveira, 2007).

1.3.2. Teoria do circuito fechado de Adams

A principal característica desta teoria é o facto de conceber a existência de um modelo de

circuito fechado (closed-loop), tendo o feedback sensorial, a detecção de erro e a correcção do

mesmo como elementos-chave, permitindo uma aproximação da resposta ao objectivo

pretendido (Adams, 1971, citado por Godinho, Barreiros & Correia, 1997). Esta teoria é baseada

no facto dos aprendizados receberem tanto feedback intrínseco em curso proveniente do sistema

proprioceptivo, como feedback extrínseco gerado como consequência de uma determinada acção

(Montgomery & Connolly, 2002). A informação sensorial acerca do movimento actual é

comparada com um padrão armazenado que foi desenvolvido anteriormente. Depois do padrão

armazenado na memória ter sido activado, pode então haver modificação dos movimentos

conforme necessário (Lephart & Fu, 2000).

A teoria do circuito fechado da aprendizagem motora também propôs a existência de dois

tipos distinto de memória, importantes no processo: o traço da memória, utilizado na selecção e

na iniciação do movimento, e o traço perceptivo, construído no período de prática, tornando-se a

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

8

referência interna da exactidão. Estas complementam-se, na medida em que, após o movimento

ser iniciado pelo traço de memória, o traço perceptivo assume e executa um movimento,

detectando também os erros (Shumway-Cook & Woollacott, 2003).

1.3.3. Teoria do esquema

Esta teoria enfatiza os processos do controlo de circuito aberto e o conceito do programa

motor generalizado (Schmidt, 1975, citado por Shumway-Cook & Woollacott, 2003),

sustentando que o os movimentos rápidos ou balísticos são controlados por circuitos abertos,

enquanto que o controlo de movimentos lentos se processa por circuito fechado (Godinho,

Mendes, Melo & Barreiros, 1999), adicionando às respostas de posicionamento linear, tarefas

que podem ter objectivos de natureza diversa como a produção de força, a velocidade ou a

precisão do movimento (Godinho, Barreiros & Correia, 1997). No centro desta teoria de

aprendizagem motora está o conceito de esquema (originalmente, se referia a uma representação

abstracta, armazenada na memória após apresentações múltiplas de uma classe de objectos e/ou

movimentos) e o Programa Motor Genérico (que se acredita possuir as normas para serem

criados padrões espaciais e temporais da actividade muscular, necessários para executar

determinado movimento) (Shumway-Cook & Woollacott, 2003). O esquema é o elemento

fundamental para que o programa motor genérico possa ser usado para assegurar a concretização

do objectivo do movimento (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).

Assim, os problemas relativos à limitada capacidade em armazenar informação e em

realizar movimentos novos foram solucionados por esta teoria ao introduzir o conceito do

processo de especificação dos parâmetros invariantes do Programa Motor Genérico (PMG)

(Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999). Neste conceito é assumida a hipótese de um

programa motor (PM) servir não só para um único movimento, mas para toda uma classe

particular de movimentos similares. O PMG é o PM que define um padrão de movimento em vez

de um movimento específico, sendo que esta flexibilidade permite aos sujeitos adaptarem o

programa para produzir variações do padrão que atendem às exigências do meio envolvente

(Schmidt & Wridberg, 2004). O PMG tem sido conceptualizado como uma estrutura abstracta de

memória, constituída por elementos invariantes que dão uma estrutura comum aos movimentos

controlados por um mesmo PM, que pode ser utilizada em diferentes segmentos e correr em

velocidades e duração variáveis, pela modulação de determinados parâmetros. Esses factores

moduláveis, que dão individualidade a cada movimento, são designados por parâmetros de

especificação da resposta (Godinho, Barreiros & Correia, 1997).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

9

1.3.4. Teoria dos sistemas de acção

Durante a prática de uma actividade, o desempenho é influenciado pelo meio ambiente.

Esta teoria valoriza a periferia em oposição ao elevado peso normalmente atribuído às estruturas

centrais (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999). Os movimentos e posturas formam os

componentes das acções em todos os sistemas de acção (Reed, 1982, citado por Godinho,

Barreiros & Correia, 1997). O controlo motor é um processo de gestão de múltiplos graus de

liberdade de movimento num todo coerente, seguro, eficiente e controlável. O controlo de

movimentos é assegurado pela cooperação de vários sistemas (Sistema Nervoso Central/Sistema

Nervoso Periférico; Sistema músculo-esquelético; Sistema Perceptivo e Sistema Nervoso

Autónomo) funcionando em interligação e interdependência, num corpo sujeito às leis físicas

(força da gravidade e inércia) (Oliveira, 2007). A aprendizagem é um processo que aumenta a

coordenação entre a percepção e a acção, de maneira consistente com as restrições da tarefa e do

ambiente (Newell, 1991, citado por Shumway-Cook & Woollacott, 2003). O fundamental desta

teoria é a coordenação entre o que foi planeado e o que realmente ocorreu num do ambiente

controlado (Newell, 1991, citado por Lephart & Fu, 2000).

1.4. Factores de aprendizagem

O processo de aprendizagem por parte do indivíduo é influenciado por uma

multiplicidade de factores com características e importâncias diferentes que actuam no próprio

processo (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999). A teoria dos sistemas de acções tem em

consideração a influência do ambiente na execução de determinada actividade, mas existem

muitos outros factores relacionados com a aprendizagem motora que têm vindo a ser explorados

(Lephart & Fu, 2000).

Segundo Schmidt e Wridberg (2004), existem factores que diferem de indivíduo para

indivíduo e que podem contribuir para a existência de diferenças na aprendizagem e performance

do movimento, sendo eles: as habilidades (destreza nos dedos, resistência, força no tronco, etc.),

atitudes (abertas, neutras ou fechadas a novas experiências), morfotipo (entroncado, alto, baixo,

magro, obeso, musculado, etc.), origem cultural (etnia, religião, status socioeconómico, etc.),

estado emocional (motivação pessoal, tédio, excitação, medo, alegria, etc.), nível de condição

física (baixo, moderado, alto), estilo de aprendizagem (visual, verbal, cinestésico), nível de

maturação (imaturo, intermédio, maduro), nível de motivação (baixo, médio, alto), experiências

sociais anteriores (um para um, pequeno grupo, grande grupo), experiências de movimento

anteriores (recreativo, de instrução, competitivo) e o presente estado de aprendizagem.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

10

Para além das características particularidades inerentes ao próprio sujeito, também as da

prática podem contribuir de forma mais ou menos positiva para o processo de aprendizagem.

Dos vários factores que influenciam a performance e a aprendizagem, cujos efeitos são

mais ou menos conhecidos, ressalta a grande complexidade do processo de aprendizagem.

Existem duas grande preocupações, quando se falar de aprendizagem, estando essas eventual e

pontualmente interligadas: por um lado a preocupação com a instrução ou treino para a

modificação de comportamentos, e, por outro, a modificação auto-gerada da performance numa

variedade de contextos de prática e de constrangimentos. Enquanto que na primeira se valorizam

variáveis ligadas à instrução ou à intervenção ordenadora externa (o instrutor, a instrução, etc.),

na segunda trata-se de esclarecer qual o modo como os indivíduos conseguem promover uma

auto-regulação da acção ao longo do tempo, optimizando a resposta (Godinho, Barreiros &

Correia, 1997).

O nível do skill é considerado o nível possível de ser alcançado em última instância,

sendo este a capacidade de produzir uma performance com a máxima certeza, o mínimo de

energia ou o mínimo tempo desenvolvida através da prática, depende das habilidades próprias de

cada sujeito para a situação da tarefa e da quantidade e qualidade das suas experiências práticas,

portanto, as habilidades das pessoas (ou abilities, caracterizadas como estáveis, traços

duradouros que, a maior parte, são geneticamente determinadas e que estão subjacentes à

performance do skill) que influenciam o nível do skill possível de atingir para cada indivíduo

(Schmidt & Wridberg, 2004).

A instrução e a demonstração são duas estratégias que podem ser utilizadas com o intuito

de facilitar no processo de aprendizagem, tendo funções complementares (Godinho, Mendes,

Melo & Barreiros, 1999). No que diz respeito à instrução, esta consiste no fornecimento de

informação ao sujeito pelo processo de comunicação verbal acerca do objectivo da tarefa e a

forma mais adequada para a concretizar. Tem como funções informar, e estimular a atenção e a

motivação e o sucesso desta estratégia depende da capacidade de atenção, das estratégias de

desempenho motor e das pistas verbais utilizadas. A demonstração tem como mecanismo base a

imitação e, sendo a representação da acção pretendida, permite mais facilmente atingir o

objectivo do educador. O grau de eficácia da demonstração é influenciada por diversas variáveis

como o estatuto do sujeito da demonstração, o nível de desempenho do modelo, as características

do observador e da habilidade motora, a forma e timing da apresentação, a frequência e o

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

11

momento da demonstração, a utilização de materiais didácticos com os vídeos, a velocidade da

demonstração e a informação cinemática e cinética (Oliveira, 2007).

A motivação é uma variável de grande importância no processo de aprendizagem e, regra

geral, sem ela não é possível aprender, no entanto esta ser pode ser tanto do tipo positiva como

negativa (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999). Uma pessoa com grandes níveis de

motivação esforça-se mais na tarefa, está mais consciente durante as sessões de aprendizagem e

está disposta para a prática por períodos mais longos (Schmidt & Wridberg, 2004). Tem de ser

procurado um nível de motivação adequado para a prática de determinada actividade. A falta ou

excesso de motivação podem ter repercussões negativas no processo de aprendizagem. Os níveis

de motivação devem ser adequados não só à situação, mas principalmente às características dos

indivíduos, já que a repercussão emotiva se reflecte de forma diferenciada em indivíduos

distintos (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).

O placebo é um elemento indutor de motivação suplementar que permite um maior

empenho e uma maior auto-convicção das reais capacidades particulares de cada indivíduo

(Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).

Um instrumento de produção de motivação é a perspectiva de aplicação prática do

conhecimento a adquirir, assim como a definição de objectivos. Quando os objectivos são

definidos pelo próprio, verifica-se normalmente um resultado mais positivo do que quando estes

são definidos sem participação directa do sujeito em aprendizagem (Godinho, Mendes, Melo &

Barreiros, 1999).

Outra variável bastante relacionada com a motivação é a atenção, que consiste na

capacidade de dirigir o processamento informacional para determinados estímulos, potenciando a

sua discriminação, tornando-a mais adequada. O seu limite está relacionado com os próprios

limites individuais no processamento da informação (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros,

1999).

As características da tarefa são um factor a ter em conta, pois devem ser adequadas aos

sujeitos, isto é, às suas características morfológicas e fisiológicas, ao seu estado de

aprendizagem, de desenvolvimento cognitivo, ou de prontidão de maturidade. Os objectivos a

concretizar devem ser bem definidos e apresentados de forma clara para que os indivíduos que

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

12

aprendem tomem consciência do que se pretende deles próprios. A evocação de tarefas de

características idênticas, de preferência que possibilitem a capacidade de beneficiar de transfer,

pode, de algum modo, reduzir o tempo de aquisição de um determinado skill (Godinho, Mendes,

Melo & Barreiros, 1999).

Quanto maior for o conhecimento do sujeito sobre a situação, maior é a probabilidade de

se antecipar correctamente (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999). A antecipação é

caracterizada por ser um processo, prévio à atenção, que prepara o organismo para as mudanças

previsíveis que ocorrerão no indivíduo e no seu envolvimento no decorrer da acção e permite

melhorar a performance quando acontece o que se espera acontecer. Considerando o nível de

incerteza das tarefas, pode existir a exigência de maior ou menor antecipação, pelo que, mesmo

em circunstâncias de grande experiência, é possível ser surpreendido por um acontecimento

inesperado (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).

As características da forma como a prática da actividade é organizada são determinantes

para o sucesso das aprendizagens. Para que a aprendizagem seja feita com a maior eficácia, é

necessário que esta seja apropriada, adequada ao nível do praticante e realizada nas melhores

condições (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).

Existem várias formas de organizar a prática:

Prática massiva versus prática distribuída: O que torna diferentes estes dois tipos de organização

de prática é o tipo de pausas que existe entre as diferentes repetições da tarefa. A prática

massiva caracteriza-se pela não existência de pausas entre as repetições, ou se existem

são menores do que o tempo de execução das tarefas, enquanto que a prática distribuída

considera a ocorrência de pausas consideráveis entre execuções ou séries de execuções.

Esta última tem a vantagem de prevenir a fadiga, em comparação com a prática do tipo

massiva, em que a probabilidade de ocorrência de fadiga precoce é maior (Godinho,

Mendes, Melo & Barreiros, 1999; Oliveira, 2007; Shumway-Cook & Woollacott, 2003).

Assim, a prática do tipo distribuído tem efeitos benéficos na aprendizagem,

principalmente no caso de tarefas do tipo contínuo (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros,

1999; Oliveira, 2007).

Godinho, Mendes, Melo e Barreiros (1999) afirmaram que, em condições de

privação de sono num período de 48 horas, verificou que se obtêm melhores resultados

com trabalho descontínuo, alternando períodos de trabalho com períodos de repouso.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

13

No que diz respeito aos aspectos quantitativos, as sessões de prática deverão ser

pequenas, espaçadas e numerosas (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).

Prática constante versus prática variada: Entende-se por prática constante o exercício da mesma

tarefa sempre em condições de realização semelhantes, enquanto que a prática variada

consiste na repetição de variantes da mesma tarefa em que os seus parâmetros são

relativamente alterados, proporcionando variações em torno da mesma habilidade. A

primeira é importante nas tarefas que necessitem de ser realizadas sempre no mesmo

contexto sem variações, enquanto que a prática variada aumenta a adaptabilidade, as

capacidades do tranfer, tendo resultados mais lentos mas melhores no tranfer (Oliveira,

2007).

A variação induzida na prática pode ter características diferentes, podendo ser

uma prática por blocos (caracterizada pela realização de um conjunto de repetições da

mesma tarefa, seguida de outra variante e assim sucessivamente), por séries (realização

de séries ordenadas de repetições, cada uma com características diferentes) e aleatória (as

variantes da tarefa são distribuídas ao acaso ao longo do conjunto de repetições

realizadas) (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).

Durante a fase do processo de aprendizagem (fase de aquisição) os indivíduos

sujeitos a uma prática do tipo aleatório tendem a apresentar piores resultados

comparativamente a uma prática organizada por blocos. No entanto, os efeitos a longo

prazo denotam vantagens evidentes em relação aos outros tipos de prática (Godinho,

Mendes, Melo & Barreiros, 1999; Montgomery & Connolly, 2002). A prática do tipo

distribuída aleatória permite assim elaborar uma melhor representação mental das acções

e maior capacidade de detectar as diferenças (Oliveira, 2007).

O conceito de transfer de aprendizagem, particularmente importante nesse processo, o

ganho ou perda de competências numa tarefa como resultado da prática anterior ou experiência

numa outra tarefa (Schmidt & Wridberg, 2004). A magnitude do transfer resulta dos efeitos que

a prática duma habilidade produz na aprendizagem de outra habilidade motora (Godinho,

Mendes, Melo & Barreiros, 1999).

Existem dois tipos distintos de transfer: de uma tarefa para a outra e de uma condição de

aprendizagem para outra (Montgomery & Connolly, 2002). Diversos tipos de transfer podem

manifestar-se positivos na generalização de movimentos diferentes dos anteriormente adquiridos.

Quanto mais elevado for o nível de performance na tarefa original, maior será a magnitude do

transfer de aprendizagem (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999). No entanto, o transfer

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

14

entre tarefas parece estar dependente da similaridade entre elas, e essa similaridade parece

repousar sobre os elementos que definem os programas motores. Quando os programas motores

diferem, o transfer do treino de uma tarefa para a outra é muito pequeno, pois, é improvável

haver transferência de performance de um padrão motor pela prática de um padrão diferente

(Montgomery & Connolly, 2002).

A informação de retorno ou feedback é um mecanismo de retroacção, que inclui todas as

informações sensoriais disponíveis como resultado de um movimento, permitindo controlar a

acção (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999; Shumway-Cook & Woollacott, 2003).

Existem factores como a concentração subjectiva, a motivação, nível de aprendizagem e as

características dos padrões neuromotores que influenciam o processo de feedback. Os seus

efeitos reflectem-se aquando do reforço do comportamento quando positivo, e na correcção

quando é detectado o erro, evoluindo em função da capacidade de lhe atribuir significado e da

representação antecipatória (Oliveira, 2007).

O feedback pode ser de dois tipos, feedback intrínseco extrínseco, cada um com a sua

especificidade e utilidade no processo de controlo motor e aprendizagem. É considerado

feedback intrínseco se a informação corresponde ao que o indivíduo consegue percepcionar

durante a acção, informação essa que chega ao indivíduo através dos vários sistemas sensoriais,

sendo a informação recebida durante e após a execução dos movimentos. Este não se pode

dissociar da acção. O feedback extrínseco é a informação que resulta da acção que é fornecida

por qualquer agente exterior ao indivíduo, informação essa que suplementa o feedback

intrínseco, complementando-o. É centrado no conhecimento dos resultados ou na qualidade da

performance (comportamento motor), e pode existir ou não durante ou após a prática. O

feedback extrínseco pode ser dado de forma verbal ou visual, e facilita as aprendizagens

(Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999; Oliveira 2007; Shumway-Cook & Woollacott,

2003).

No que diz respeito à quantidade de feedback dado, uma frequência relativamente baixa

de feedback fornecido (extrínseco) está associado a uma melhoria na aprendizagem, assim como

uma diminuição progressiva da taxa de feedback que é dado está relacionado a uma maior

efectividade da promoção da aprendizagem. A não criação de dependência do feedback

extrínseco leva a que hajam mais oportunidade para a auto-avaliação e posteriormente à tomada

de acções correctivas, sendo estas componentes integrais do sucesso do processo de aquisição de

skills (Montgomery & Connolly, 2002).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

15

A aprendizagem depende da prática/repetição quase interminável de uma tarefa ou

exercício, e daí resulta, inevitavelmente, a implantação de estados de fadiga, entendida nos seus

vários aspectos (energéticos, sensoriais, psicológicos, etc.), e que, de um modo geral, está

associada a efeitos negativos tanto a curto como a longo prazo (Godinho, Mendes, Melo &

Barreiros, 1999).

Um dos elementos desencadeantes da fadiga é a privação do sono que provoca uma

redução generalizada de capacidades. No entanto, esta redução não é linear ao longo do tempo,

verificando-se, num período contínuo de 48 horas de trabalho sem dormir, um aumento de

capacidades no início do segundo dia, associado ao facto, provavelmente, do ciclo biológico do

ser humano se ter estabilizado em torno de funções com ciclos de 24 horas (Godinho, Mendes,

Melo & Barreiros, 1999).

1.5. Aprendizagem e performance motora

Cada vez que uma pessoa realiza uma tarefa motora, realiza-a num nível de performance

ou desempenho. Se a acção for representativa da performance típica da pessoa na execução da

tarefa (não influenciada por factores temporais com a fadiga, a ansiedade e tédio), é

provavelmente representativo, até certo ponto, do nível de aprendizagem da pessoa.

Existem, no entanto, algumas diferenças fundamentais entre os conceitos de performance

motora e aprendizagem motora. Desempenho ou performance motora é sempre observável e é

influenciada por muitos factores, como a motivação, o foco de atenção, a fadiga, condição física,

etc. (Schmidt & Wridberg, 2008). Aprendizagem motora, por outro lado, é um processo ou

estado interno que reflecte o nível da capacidade de desempenho de um indivíduo para produzir

um movimento particular (Schmidt & Wridberg, 2004). Essa capacidade é essencial à existência

biológica, pois permite ao organismo adaptar-se a recursos particulares do meio envolvente e ao

proveito das suas experiências.

Para uma pessoa aprender uma tarefa motora tem de praticar, isto é, realizar muitas

repetições. Como resultado dessa prática, a capacidade de produção da acção desejada (isto é,

aprendizagem motora) melhora. A melhor maneira dos praticantes acederam à aprendizagem

motora é observar o desempenho motor da pessoa, tomando atenção às alterações que ocorrem

sistematicamente com a prática adicional. É importante não esquecer que, se o nível de

competência da performance for relativamente estável ao longo de uma série de observações e

sobre várias condições, pode-se assumir que reflecte com precisão o nível de aprendizagem do

sujeito. No entanto, ainda que uma pessoa tenha aprendido uma tarefa (o que implica a tal

alteração interna referida anteriormente), vários factores podem ter influência negativa na

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

16

performance desejada (a fadiga, por exemplo) (Schmidt & Wridberg, 2004, 2008). Portanto, o

desempenho/performance não é só uma medida da aprendizagem absoluta, pois as mudanças no

desempenho podem reflectir não só as alterações na aprendizagem mais também em outras

variais (Shumway-Cook & Woollacott, 2003).

Em geral, a fadiga conduz à observação de efeitos negativos tanto a curto como a longo

prazo. A implementação de estados de fadiga ao longo de um período de prática leva à redução

do nível de performance. Este resultado não corresponde ao nível de aprendizagem do indivíduo,

pois é apenas o estado de fadiga que impede a manifestação do que foi aprendido (Godinho,

Mendes, Melo & Barreiros, 1999).

É por isso que é bom observar o desempenho em vários momentos antes de inferir o que

quer que seja acerca da aprendizagem de uma pessoa (Schmidt & Wridberg, 2004, 2008).

Ao estudar a aprendizagem de movimentos coloca-se pois, de forma muito pertinente, o

problema de escolher e utilizar medidas adequadas, capazes de retratar com fiabilidade os

aspectos peculiares, e não apenas as grandes tendências gerais, da evolução da resposta por

efeito da prática. As comparações pré-pós prática são claramente insuficientes para o

entendimento do real efeito de uma prática. Uma crítica semelhante pode ser proferida em

relação à escolha de medidas simples de produto, incapazes de evidenciar, na maioria das vezes,

aquilo que de interessante a aprendizagem de movimentos tem: a estratégia de modificação da

resposta (Godinho, Barreiros e Correia, 1997).

Schmidt e Wridberg (2004) afirmaram existir duas questões relacionadas com a avaliação

do processo de aprendizagem que são os objectivos do aprendizado e os aspectos da

performance/desempenho, representando os melhores indicadores da acção. Para o processo de

selecção de indicadores validos dos skills, assumindo que os objectivos da aprendizagem foram

claramente determinados, tem de se decidir que aspectos da performance ou comportamentos

alvo devem ser avaliados a fim de determinar o progresso dos sujeitos em aprendizagem. Para ter

algum valor, os comportamentos alvo têm primeiramente de ser indicadores válidos da acção

desejada, sendo que, quando válido, permite fazer uma correcta inferência ou conclusão acerca

do nível do skill do praticante (Schmidt & Wridberg, 2004).

A aprendizagem pode ser inferida pela performance em testes de retenção e de transfer.

Nos testes de retenção, é solicitado ao sujeito que realize o movimento efectuado na fase de

treino, avaliando a capacidade do sujeito para reter uma determinada competência. No teste de

transfer é pedida a produção de um movimento semelhante ao anterior, mas diferente por

alterações das suas características temporais ou de intensidade. Desta forma avalia-se a

capacidade do sujeito em transferir a competência adquirida para uma situação diferente. O nível

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

17

de performance nesta fase corresponde ao transfer de aprendizagem entre a tarefa praticada na

fase de aquisição e a realizada no teste de retenção (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999).

Geralmente, podem ser escolhidas duas categorias de medição da

performance/desempenho: medidas dos resultados (que indicam algo relacionado com os

resultados finais dos movimentos de uma pessoa, incluindo medidas do tempo, distância,

frequência e consistência) e medidas do processo (que dizem respeito a algo sobre a qualidade

das acções por si só, isto é, do processo de movimento) (Schmidt & Wridberg, 2004).

Em laboratório, podem-se utilizar instrumentos sofisticados (medição dos padrões de

activação muscular, actividade cerebral…). Assumindo que a medição do processo seleccionado

é valido, têm de ser identificados os componentes dos movimentos do aprendizado que mais

fielmente reflectem o comportamento alvo (Schmidt & Wridberg, 2004).

2. O Equilíbrio

O equilíbrio é o factor mais importante subjacente às estratégias de movimento dentro da

cadeia cinética fechada. A aquisição de estratégias de movimento efectivas e eficientes é

essencial no desempenho de atletas (Lephart & Fu, 2000).

A gravidade afecta todos os movimentos. Os movimentos voluntários são respostas

neuromusculares aos estímulos externos, incluindo a acção da gravidade (Greene & Roberts,

1999). Teoricamente, a massa é distribuída ao longo de todo o segmento e a gravidade actua a

partir de cada partícula de massa do mesmo (Lephart & Fu, 2000). O centro de gravidade (CDG)

do corpo, também conhecido como o seu “ponto de equilíbrio”, é a combinação dos centros de

gravidade dos vários segmentos e cada segmento move o CDG em proporção ao peso e posição

do mesmo (Greene & Roberts, 1999). O centro de massa (CDM) está, portanto, intimamente

associado ao CDG, que é, por vezes, explicado como o ponto onde a força da gravidade age,

podendo o CDG do corpo ser definido como um todo, pensado como um ponto sobre o qual a

massa de todos os segmentos do corpo está uniformemente distribuída (Trew & Everett, 2001).

Na posição anatómica estima-se que o CDG esteja ao nível da segunda vértebra sagrada,

dentro da pélvis, sendo que a linha de gravidade (LDG) pode ser vista como a projecção do CDG

no solo, representada por uma linha perpendicular ao solo passando através do CDG (Trew &

Everett, 2001). No entanto, logo que a configuração do corpo difere dessa posição, o CDG

desloca-se e pode mesmo ficar localizado fora do corpo (Greene & Roberts, 1999). É importante

considerar esta alteração da localização do CDG quando estão em causa as questões do

equilíbrio (balance) e do equilíbrio postural (equilibrium) e as diferentes posturas humanas, e,

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

18

quanto ao LOG, apesar de a sua posição ser dada relativamente às diferentes articulações, deve

ser tida em conta a existência de uma ampla variação na postura entre pessoas diferentes, sendo

que a LDG não é muito útil para cálculos biomecânicos (Trew & Everett, 2001).

A base de suporte (BDS) é conhecida como a superfície envolvida no suporte de um

objecto, inanimado ou um corpo humano. A forma e o tamanho desta depende da postura que o

corpo adopte (deitado, sentado ou de pé, por exemplo), da posição dos pés e das mãos e do uso

de suporte extra (muletas ou uma cadeira, por exemplo). Quando se adopta a posição de pé não

suportada, a BDS fica entre e por baixo dos pés (Trew & Everett, 2001).

O equilíbrio (balance) pode ser definido como o processo de manutenção do CDG ou

LDG dentro da BDS do corpo (Nashner, 1993, citado por Lephart & Fu, 2000; Trew & Everett,

2001). Em contraste, o equilíbrio postural (postural equilibrium) é um termo mais amplo que

descreve o estado de equilíbrio das forças e momentos actuando no CDM do corpo (Lephart &

Fu, 2000; Trew & Everett, 2001). Quando o equilíbrio postural é alcançado, isto é, quando a

resultante de todas das forças e momentos que actuam no corpo é igual a zero, o CDM do corpo

move-se uniforme e minimamente (oscilação postural ou postural sway) à volta do ponto de

equilíbrio do corpo. De uma perspectiva clínica, isso envolve a manutenção do CDG do corpo

dentro do limite de estabilidade (LDE) através da equalização de forças e alinhamento óptimo

dos segmentos articulares (Lephart & Fu, 2000). Para que a estabilidade postural seja mantida é

necessária, a geração e coordenação de forças efectivas no controlo do CDM relativamente aos

LDE desejados (Montgomery & Connolly, 2002).

Existe uma área limite dentro da BDS na qual uma pessoa pode mover o seu LDE (Trew

& Everett, 2001). Quando o ângulo do deslocamento do CDG excede o LDE, o indivíduo cai, a

menos que sejam feitos ajustes posturais efectivos através do uso de estratégias do tornozelo,

anca ou “ passo” (Nashner, 1989; 1993, citado por Lephart & Fu, 2000). As estratégias de

movimento postural utilizam a informação de feedback e feedforward ou a activação

antecipatória com o intuito de alcançar ou restaurar o equilíbrio nas mais variadas circunstâncias

(Montgomery & Connolly, 2002).

Se o corpo se mover com a uma velocidade linear constante diz-se que está em equilíbrio

dinâmico. Se, por outro lado, o corpo estiver estacionário quando todas as forças adicionadas

tendem para zero, então o corpo diz-se estar em equilíbrio estático (Trew & Everett, 2001). Se,

depois de um deslocamento através de uma força de curta duração, o corpo tende a voltar à sua

posição inicial original, então diz-se que está estável.

Na teoria, uma pessoa deveria ser capaz de mover a sua LDG até ao limite da BDS e

permanecer estável. No entanto, isso é muito difícil de fazer pois poderia requerer muita força

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

19

muscular, particularmente na articulação tíbio-társica, para manter a estabilidade, daí existir o

LDE. Durante a manutenção da posição de pé o centro de pressão (CDP) está bem dentro da

BDS e do LDE.

O CDP é o ponto de aplicação da força de reacção do solo. Esta força reflecte a lei da

acção/reacção (terceira lei de Newton) que defende que a força exercida pelo corpo no solo é

devolvida no CDP. Em média, durante a posição estática de pé, a força de reacção do solo e a

gravidade (exercendo a sua acção no CDG do corpo) são forças colineares. No entanto, não é

necessariamente assim durante os movimentos. As medições do CDP são muitas vezes utilizadas

como indicadores do equilíbrio e do controlo postural (Doyle, Hsiao-Wecksler, Ragan &

Rosengren, 2007).

Quando uma pessoa permanece na posição de pé, a migração natural mostrada pelo CDM

do corpo e o ponto de aplicação da força de reacção do solo, o centro de pressão (COP), é

referida como oscilação postural (postural sway) (OP) (Danna-dos-Santos, Degani, Zatsiorsky &

Latash, 2008). Balasubramaniam e Wing (2002, citados por Gutnik, Leaver, Standen & Longley,

2008) afirmaram que durante a OP, o corpo move-se em sincronização com os movimentos do

CDG.

Num estudo em que foram avaliados os efeitos de um programa de treino de equilíbrio

durante quatro semanas em tarefas funcionais específicas e limites posturais em sujeitos jovens e

saudáveis, concluiu-se que o treino em causa revelou que o treino do equilíbrio melhora a

performance não só nas actividades funcionais seleccionadas como nas medições do controlo

postural, no entanto não ficou tão esclarecido que os seus efeitos sofreram transfer para o

aumento da funcionalidade no geral (Yaggie & Campbell, 2006)

2.1. Controlo motor e Equilíbrio

O sistema de controlo postural utiliza processos complexos que envolvem tanto

componentes sensoriais como motoras. Para a manutenção da postura em equilíbrio existem

estádios de processamento através dos quais a informação deve passar na direcção de input para

output. São diversas operações discretas (identificação do estímulo, selecção de resposta e

programação da mesma) desempenhadas entre o input e o output (Schmidt & Wridberg, 2004).

Este processo requer então a detecção sensorial dos movimentos do corpo, integração da

informação sensoriomotora no sistema nervoso central e execução de respostas

musculoesqueléticas apropriadas (Lephart & Fu, 2000). A posição do corpo em relação à

gravidade e o ambiente envolvente é determinada pela combinação de inputs visual, vestibular e

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

20

somatossensorial. O input somatosensorial fornece informação relativa à orientação dos

segmentos do corpo uns em relação aos outros e em relação à superfície de suporte. A visão

desempenha um papel importante na manutenção do equilíbrio, uma vez que fornece informação

acerca da orientação dos olhos e da cabeça em relação aos objectos circundantes. O aparelho

vestibular suprime informação que permite medir as acelerações gravitacional, linear e angular

da cabeça em relação ao espaço inerte. No entanto, não fornece informação da orientação em

relação aos objectos externos, e portanto desempenha somente um papel menor na manutenção

do equilíbrio quando os sistemas visual e somatossensorial fornecem informação precisa

(Nashner, 1993, citado por Lephart & Fu, 2000). Os movimentos em equilíbrio envolvem acções

controladas e coordenadas junto da cadeia cinemática. Todos estes processos são vitais para a

produção de movimentos fluidos relacionados com diversas áreas como o desporto (Lephart &

Fu, 2000).

O sistema de controlo postural funciona como um circuito de controlo entre as fontes

sensoriais, o sistema nervoso central (SNC), e o sistema músculo-esquelético. A informação

aferente ou sensorial para a produção de movimentos tem diversas fontes básicas, sendo que

grande quantidade vem do ambiente envolvente. Esta fonte de informação é tipicamente referida

como exterocepção (informação sensorial que vem primordialmente de fontes fora do corpo,

como a visão e a audição, apesar da audição não ser uma componente tão óbvia da performance

motora como a visão), sendo que, a segunda fonte básica de informação sensorial vem

primordialmente de dentro do corpo e é geralmente denominada introcepção (como a

propriocepção e a cinestesia, referindo-se ao conjunto de informação sensorial interna que

informa a pessoa acerca da posições relativas das articulações, da tensão nos músculos e da

orientação do corpo no espaço). Esta última fonte de informação é particularmente importante

em desportos que exijam manutenção do equilíbrio (Schmidt & Wridberg, 2004).

O envolvimento do SNC na manutenção da postura vertical pode ser dividido em duas

componentes. A primeira componente, a organização sensorial, envolve os processos que

determinam o timing, a direcção e a amplitude das acções correctivas posturais baseando-se na

informação aferente (Nashner, 1982; citado por Lephart & Fu, 2000). Apesar da disponibilidade

do input sensorial múltiplo, o SNC geralmente só depende de um sentido de cada vez para a

orientação da informação, e a deficiência ou alteração de um dos inputs sensoriais normalmente

pode ser compensada pelos restantes dois. No caso em que a informação visual é eliminada,

fechando os olhos, e os sistemas somatossensorial e vestibular compensam, registando-se apenas

um ligeiro aumento da oscilação postural em indivíduos normais, quando comparando com os

olhos abertos. (Lephart & Fu, 2000). A segunda componente, a coordenação muscular, descreve

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

21

a geração e execução de respostas motoras correctivas respeitando a sequência temporal e a

distribuição da actividade contráctil entre os vários músculos. Uma sequência ineficaz ou a

coordenação imprópria pode resultar em desequilíbrio (Nashner, 1993, citado por Lephart & Fu,

2000).

2.1.1. A somatossensação no equilíbrio

Os termos somatossensação, propriocepção, cinestesia e equilíbrio postural são muitas

vezes utilizados para descrever conceitos similares (Lephart & Fu, 2000). Somatossensação, um

termo mais global, é usado para descrever os mecanismos aferentes periféricos relacionados com

o controlo postural (Lephart & Fu, 2000). Propriocepção é melhor definida como a informação

sensorial introceptiva que engloba a sensação de movimento articular (cinestesia) e a posição

articular (sentido de posição da articulação) (Schmidt & Wridberg, 2004). A somatossensação e

o equilíbrio postural funcionam em estreita relação devido ao facto do sistema de controlo

postural utilizar a informação sensorial dos receptores sensoriais periféricos (isto é, musculo,

articulação e receptores cutâneos) relacionada com o movimento e a postura (Lephart & Fu,

2000).

Os órgãos do sistema somatossensorial detectam sensações de toque, pressão e vibração,

sendo que todas são geralmente referidas como sentido táctil. O sentido de posição, velocidade e

tensão, que determinam as posições relativas e taxas de movimento das diferentes partes do

corpo, são vulgarmente referidos como proprioceptivos (Guyton, 1991; Vander, Sherman &

Luciano, 1990; citado por Lephart & Fu, 2000). Estes receptores encontram-se em abundância

em todas as articulações, músculos e tecidos ligamentares.

Sujeitos com défice no sistema somatossensorial apresentam frequentemente distorções

significativas no controlo motor, mesmo em casos onde não exista deficiência motora específica

(Umphred, 2004).

2.1.2. Estratégias musculares no Equilíbrio

Os três principais sistemas articulares (tornozelo, joelho e anca) estão localizados entre a

BDS e o CDG. Isso permite uma ampla variedade de posturas que podem ser assumidas,

enquanto o CDG se mantém posicionado acima da BDS. Os movimentos numa determinada

articulação são controlados pelas acções combinadas de, pelo menos, um par de músculos a

trabalhar em oposição. O ponto de resistência e a rigidez da articulação são alterados de forma

independente através da mudança dos níveis de activação de um ou ambos os grupos musculares

(Houk, 1979; Nashner, 1993; citado por Lephart & Fu, 2000).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

22

Quando o equilíbrio de uma pessoa é perturbado por uma alteração externa, as estratégias

de acção envolvem o movimento coordenado das articulações dos membros inferiores trazendo o

COG de volta para a posição em equilíbrio. Em geral, a eficácia relativa das estratégias do

tornozelo, anca e do “passo” em reposicionar o CDG sobre a BDS depende da configuração da

BDS, do alinhamento do CDG em relação ao LDE, e a velocidade do movimento postural

(Montgomery & Connolly, 2002). Sobre condições normais a nível sensorial, a activação da

musculatura do tornozelo é quase exclusivamente seleccionada para a manutenção do equilíbrio

(Lephart & Fu, 2000).

2.1.3. Sistema de controlo fechado

A informação sensorial é utilizada no controlo dos movimentos, quer esteja relacionado

com movimentos mais activos, quer esteja associado à manutenção de posturas em equilíbrio

(Schmidt & Wridberg, 2004). Quando o sistema de controlo dos movimentos se encontra

“operacional”, o seu objectivo é manter a posição do corpo em equilíbrio. Os mecanismos

necessários para alcançar esse objectivo são: um comparador (comparator) que é um mecanismo

de detecção de erros através da comparação do feedback acerca do estado desejado com o

feedback do estado actual, um executivo (executive) que é a componente que determina as acções

a serem tomadas para manter o estado do objectivo desejado, e um efector (effector) que é a

componente do sistema de controlo que realiza a acção desejada (Schmidt & Wridberg, 2004).

Se o comparador não detectar diferenças no equilíbrio, não é assumida nenhuma acção, mas se

no caso do comparador encontrar alterações (um aumento significativo da oscilação postural),

este transmite um sinal de erro para o executivo, considerado o centro de comando ou controlo

do sistema. Assim que o executivo recebe o sinal, disponibiliza um comando para o mecanismo

efector, que actua no sentido de corrigir as diferenças encontradas. A acção resultante continua

até o equilíbrio ser novamente adquirido. No momento em que o comparador detecta um erro de

zero e retrasmite essa informação para o executivo, este encaminha o comando para o efector

para que este “desligue”. Este processo continua indefinidamente enquanto o sistema tentar

manter o CDG dentro dos LDE, mantendo-se em equilíbrio. Sistemas como este são chamados

de sistemas fechados pois o estado desejado e o output são ditados pelo executivo, efectuado

pelo efector, e então reencaminhado pelo comparador em forma de informação sensorial,

feedback este que fornece o sistema com a informação necessária para manter o estado desejado.

Os elementos do sistema de controlo fechado estão integrados com as estratégias de

processamento (Figura II.2.1.).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

23

Figura II.2.1. – Modelo conceptual expandido da performance motora (Schmidt &

Wridberg, 2008)

2.2. Avaliação do Equilíbrio

Muitos dos métodos de avaliação têm resultado de tentativas para isolar e avaliar a

função das componentes do sistema de controlo postural individual (sensorial, integração central

e motora) (Lephart & Fu, 2000). Existe uma diversidade de abordagens disponíveis no que diz

respeito à avaliação do equilíbrio, variando de avaliações da constância durante a postura estática

para a estabilidade durante a actividade funcional. Apesar das avaliações estática, dinâmica e

funcional conterem componentes posturais subjacentes comuns, cada umas delas parece medir

aspectos únicos do equilíbrio postural (Trulock, 1996; citado por Lephart & Fu, 2000).

Input

Erro

Estado desejado

Feedback proprioceptivo

Força muscular, comprimento, posição articular, posição do corpo

Visão, audição

Feedback exteroceptivo

Output

Efector

Programa motor

Medula espinal

Músculos

Comparador

Identificação do estímulo

Selecção da resposta

Executivo

Programação da resposta

Estado actual

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

24

As medições da performance durante as várias tarefas têm uma base subjectiva e

objectiva. Os testes subjectivos envolvem um julgamento da performance do equilíbrio por parte

do examinador baseado em critérios qualitativos, enquanto que os testes objectivos englobam a

recolha e análise de dados quantitativos através de dispositivos como as plataformas de força e

equipamento de análise de movimento (Lephart & Fu, 2000).

As respostas motoras exactas são importantes na manutenção do equilíbrio e devem ser

consideradas durante a avaliação do mesmo. As respostas posturais automáticas às perturbações

podem ser mensuradas através da electromiografia ou forças compensatórias exercidas contra a

superfície de suporte (Montgomery & Connolly, 2002). A tecnologia da plataforma de forças

tem permitido avaliações quantitativas dos inputs sensoriais (visual, vestibular e

somatossensorial) (Lephart & Fu, 2000).

A oscilação postural na posição unipedal ou bipedal tem sido habitualmente medida

através do deslocamento total do CDM do corpo na posição estática e em equilíbrio, do

deslocamento do CDP, ou da amplitude do deslocamento (Gutnik, Leaver, Standen, & Longley,

2008). Para essa têm-se utilizado posturogramas, que representam graficamente a deslocação da

projecção vertical do centro de gravidade (Esteves, 2001). Actualmente, foram criados variados

instrumentos para avaliação da oscilação postural, no sentido da progressão tecnológica.

O Sistema de equilíbrio Footscan® (RSscan INTERNATIONAL, Olen, Bélgica) foi

desenvolvido para executar medições de pressão, em contexto clínico ou científico, utilizando as

plataformas de pressões Footscan® em associação com o software que cria a oportunidade de

realizar medições de diversos parâmetros associados à distribuição de pressões em relação ao

apoio do pé na posição vertical (Figura II.2.2.).

. Figura II.2.2. – Sistema Footscan® (RSscan INTERNATIONAL, Olen, Bélgica)

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

25

Neste estudo, as medições são feitas através da plataforma de pressões Footscan® em

associação com o software Footscan® Balance, desenhado especificamente para tratamento das

questões do equilíbrio. Este sistema permite a realização de medições do deslocamento do CDP,

de entre outros parâmetros associados ao CDP. No capítulo da Metodologia descreve-se como se

medirá a oscilação postural através do deslocamento do CDP no Footscan® nos três momentos

de avaliação nas posições de pé em apoio bipedal e unipedal dominante e não dominante, de

olhos abertos e fechados.

3. O PNF-Chi®

De um modo geral, o PNF-Chi® é um conceito de mobilização activa global,

desenvolvido por Fisioterapeutas (Ft. Eva Albuquerque e Ft. Paulo Araújo), que associa a

lentidão, a graciosidade e o ritmo do movimento do Tai Chi Chuan segundo os princípios dos

movimentos em diagonal do PNF (Proprioceptive Neuromuscular Facilitation).

O PNF-Chi® rege-se por vários princípios que permitem a sua prática com alguma

fidedignidade, e que o tornam tão particular, característico e aplicável em qualquer parte do

mundo, desde que cumprindo com os mesmos. Os princípios estão então presentes em cada

exercício, sendo tidos em conta no processo de planificação de cada programa, na selecção das

componentes das respectivas sequências e na execução do mesmo.

Sendo este conceito, de algum modo, a fusão do Tai Chi Chuan com o PNF, acaba por ser

evidente a identificação de certas características das técnicas cientificamente fundamentadas

neste novo conceito ainda em exploração. São então apresentadas as técnicas tendo em vista a

clarificação da modalidade em estudo, o PNF-Chi®.

3.1. O PNF no PNF-Chi®

A Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (Proprioceptive Neuromuscular

Facilitation) (PNF), para além de uma técnica, é uma filosofia de tratamento tendo como base o

conceito de que todo o Ser humano tem um potencial ainda não explorado, considerando-o como

um todo e não só como um segmento corporal (Kabat, 1950, citado por Adler, Beckers & Buck,

1999). Este método foi desenvolvido pelas fisioterapeutas norteamericanas Margaret Knoot e

Dorothy Voss em colaboração com o Dr. Hermann Kabat (Göhler, 1995).

O objectivo das técnicas do PNF, de um modo geral, é promover o movimento funcional

(Adler, Beckers & Buck, 1999). Dado que a aplicação desta terapia despertou grande interesse

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

26

entre os fisioterapeutas e médicos, os conhecimentos sobre a sua efectividade adquiridos

primeiro de forma empírica puderam ser aprofundados e fundamentados cientificamente.

Actualmente, o PNF é ainda considerado um dos métodos terapêuticos mais eficazes por ser tão

integrador, desempenhando um papel definitivo na área da cirurgia, neurologia e ortopedia

essencialmente, mostrando-se útil em todos os factores fundamentais do aparelho locomotor,

tendo efeitos sobre a coluna vertebral na sua totalidade, sobre a mecânica das articulações

vizinhas, assim como de forma reflexa e vasomotora sobre o sistema vegetativo (Göhler, 1995).

O movimento funcional normal é composto por padrões de movimento em massa dos

membros e dos músculos sinérgicos do tronco, produzidos e organizados pelo córtex motor

(Kabat, 1960, citado por Adler, Beckers & Buck, 1999). Um músculo isolado só se pode tornar

activo em colaboração com outros músculos (Göhler, 1995). As combinações dos músculos

sinérgicos formam os padrões de facilitação em PNF, padrões esses que combinam movimentos

em três planos: plano sagital, plano frontal e plano transversal, e que, em função, permitem a

potencialização da actividade e possibilitam um menor gasto de energia com maior eficácia do

movimento (Adler, Beckers & Buck, 1999). Os padrões são compostos por três componentes

principais a nível proximal (flexão/extensão; abdução/adução; rotação interna/externa) e

acessórias a nível distal (flexão/extensão do cotovelo ou joelho; supinação/pronação da

articulação rádio-cubital superior e inferior; desvio radial/cubital do complexo articular do

punho; flexão/extensão do punho e dedos das mãos e pés; eversão/inversa da articulação médio-

társica; flexão dorsal/plantar da articulação tíbio-társica).

Existem estudos científicos que comprovam a efectividade da técnica na diminuição de

dor em patologias do ombro (Mahomed, Al-Obaidi & Al-Zoabi, 2008), no aumento da amplitude

do ombro (Decicco & Fisher, 2005; Mahomed, Al-Obaidi & Al-Zoabi, 2008) e da anca

(Cornelius, Jensen & Odell, 1995), no aumento da resistência dos músculos do tronco e

mobilidade do tronco em pessoal com dor lombar crónica (Kofotolis & Kellis, 2006), na

alteração da distribuição do tipo de fibra e média da área em corte seccional do músculo vasto

externo (diminuição da fibra do tipo IIB e aumento da fibra do tipo IIA) (Kofotolis, Vrabas,

Vamvakoudis, Papanikolaou & Mandroukas, 2005), no aumento do comprimento dos hamstrings

(Funk, Swank, Mikla, Fagan & Farr, 2003) apesar de nesta questão existir um outro estudo

realizado em jovens adultos esse aumento não foi considerado significativo (Davis, Ashby,

McCale, McQuain & Wine, 2005).

Num estudo em que foi aplicado um programa de reabilitação terapêutica utilizando o

método de facilitação neuromuscular porprioceptiva (PNF) em doentes com Parkinson, por um

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

27

lado obtiveram-se resultados positivos ao nível do ritmo da marcha, mas por outro nem a força

nem a duração no suporte em apoio unipedal tiveram alterações significativas (Mirek et al.

2003).

Num estudo realizado com o objectivo de testar os efeitos do PNF na iniciação do

movimento voluntário e potenciais evocados motores nos músculos do membro superior

(Shimura & Kasai, 2002), concluiu-se que a posição de facilitação altera a descarga do músculo

em questão, reforçando a eficiência do movimento na articulação, o que leva a uma redução do

tempo de reacção, comparando com a posição neutra.

3.2. Características do PNF adaptadas para o PNF-Chi®

Existem algumas características da aplicação da técnica do PNF que fazem, de alguma

maneira, parte dos princípios que gerem o PNF-Chi®. Dos princípios existentes, foram adaptados

ao PNF-Chi®:

• A utilização do comando verbal

Durante a aplicação da técnica, devem-se utilizar palavras e tom de voz apropriados para

auxiliar o sujeito, orientando o movimento que se pretende ver executado pelo mesmo, tendo

sempre em vista o sujeito como um todo (Adler, Beckers & Buck, 1999).

Durante a prática do PNF-Chi® é, muitas vezes, necessária a repetição de comandos

verbais que façam alusão a certas componentes da posição base, assim como às que vão sendo

inseridas ao longo da progressão na sequência.

• A sincronização de movimentos

A sincronização é a sequência dos movimentos. O movimento normal requer uma

sequência suave de actividades, e o movimento coordenado depende de um sincronismo preciso

dessa sequência. É esse movimento coordenado e contínuo que é requerido durante a actividade

funcional até que o seu objectivo seja alcançado (Adler, Beckers & Buck, 1999).

• Os padrões de facilitação

Os padrões de movimento compõem o movimento funcional normal e combinam

movimentos nos três planos (plano sagital, frontal e transversal). Estes são em diagonal e espiral,

sendo que dois padrões antagonistas formam uma diagonal. O carácter em espiral e diagonal

típico dos movimentos complexos está de acordo com as condições do sistema esquelético e da

gestão dos músculos ou das sinergias musculares, os quais são estimulados através do PNF da

periferia para o centro, conseguindo desta maneira uma função óptima. Por seu turno, esta

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

28

função conjunta influencia positivamente o sistema nervoso central e o seu trabalho de

coordenação (Göhler, 1995). As articulações distais e proximais dos membros estão ligadas

dentro do padrão. A articulação intermédia é livre para flectir, estender ou manter a sua posição.

O tronco e os membros trabalham juntos para formarem uma sinergia completa. Conhecendo as

combinações musculares sinérgicas podem-se trabalhar os padrões (Adler, Beckers & Buck,

1999).

Para mover concentricamente na amplitude total do padrão, inicialmente o membro é

posicionado na sua “amplitude de alongamento”, em que todos os músculos associados

(agonistas) estão alongados. De seguida o membro move-se até à sua “amplitude de

encurtamento”, em que o final da amplitude de contracção dos músculos (agonistas) é alcançado

e os grupos musculares antagonistas estão alongados. Durante todo o exercício o movimento tem

de ser realizado sem dor nem stress articular, mas com esforço (Adler, Beckers & Buck, 1999).

Segundo Adler, Beckers e Buck (1999), o sincronismo normal do padrão é:

- a parte distal (a mão e punho ou o pé e o tornozelo) move-se inicialmente por

meio da sua amplitude total e mantém a sua posição;

- os outros componentes movem-se juntos, lentamente, e completam suas

amplitudes quase simultaneamente;

- a rotação é parte integrante do movimento e é resistida do início ao fim do

movimento.

Os padrões de movimento podem ser combinados de várias maneiras. Padrões de

movimento simples aumentam a capacidade de reacção dos mecanismos neuromusculares

enquanto que as intensificações específicas têm influência sobre a exactidão da reacção e da

função. A finalidade consiste em aprender a dominar movimentos anteriormente desafiantes,

adquirir coordenação, força e resistência (Göhler, 1995). Escolher como combinar os padrões

para o melhor efeito funcional está directamente associado aos objectivos da aplicação da

técnica. Este raciocínio deve ter sempre em conta o princípio da progressão, em que se espera

que haja um crescendo de dificuldade iniciando com actividades mais simples para as mais

complexas. As combinações de padrões são seleccionadas de acordo com a relação dos

movimentos dos membros (membros superiores, inferiores ou ambos) entre si.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

29

Segundo Adler, Beckers e Buck (1999) estas podem ser:

- unilateral: um membro superior ou um membro inferior

- bilateral: ambos os membros superiores, ambos os membros inferiores ou

combinações entre membros superiores e inferiores:

- simétrico: ambos movem-se no mesmo padrão;

- assimétrico: ambos movem-se em padrões opostos;

- simétrico recíproco: ambos movem-se na mesma diagonal, mas

em direcções opostas;

- assimétrico recíproco: ambos movem-se em diagonais e direcções

opostas.

No PNF-Chi®, a progressão do movimento dá-se através do envolvimento gradual de um

maior número de articulações e grupos musculares, estimulando ao máximo os sistemas

responsáveis pelo controlo motor. A progressão, nos membros superiores, dá-se iniciando com

diagonais unilaterais, seguem-se as bilaterais simétricas, posteriormente as bilaterais assimétricas

e por fim as diagonais bilaterais recíprocas. Nos membros inferiores, a progressão é feita

iniciando em apoio bipedal com carga nos dois membros distribuída de igual forma, seguindo-se

a transferência de peso de um membro inferior para o outro, a transferência de peso com

mudanças de direcção, e por fim o apoio unipedal. Os movimentos do tronco também podem ser

inseridos com o objectivo de contribuírem para esse aumento progressivo de dificuldade, sendo

que neste caso a componente de dificuldade virá através da realização de rotação do tronco.

Foram tidos em consideração todos estes parâmetros para inserção de progressão nas

sequências seleccionadas para este estudo, na ordem a que foram executadas durante as sessões,

e para cada sessão modelo, tendo em vista o ganho de equilíbrio em apoio bipedal e unipedal.

• As técnicas específicas

Existem várias técnicas específicas, a serem seleccionadas de acordo com os objectivos

da sua aplicação, tendo em conta as suas funções e acções, podendo promover o movimento

funcional por meio da facilitação, da inibição, do fortalecimento e do relaxamento de grupos

musculares (Adler, Beckers & Buck, 1999). As técnicas de PNF encorajam de forma somática a

estabilização e a percepção do corpo, e de forma psicossomática a eliminação de dores. A

sensação corrigida que se tem da postura deve ser conservada, pelo menos recordada

continuamente para actuar com a finalidade de evitar a sua deterioração. (Göhler, 1995).

A reversão de antagonistas é a classificação geral das técnicas nas quais o sujeito

inicialmente contrai os músculos agonistas e depois os antagonistas, sem pausa ou relaxamento

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

30

(Adler, Beckers & Buck, 1999). Dentro dessa classe, a reversão dinâmica de antagonistas é a

técnica que mais se assemelha ao realizado no PNF-Chi® e é caracterizada pela realização do

movimento activo de uma direcção para a oposta, sem interrupção ou relaxamento, de modo a

que haja recrutamento dos grupos musculares relacionados, isto é, a inversão do movimento no

padrão básico é considerado o exercício principal sendo que a reversão dinâmica dos

antagonistas é a realização fluida do padrão agonista e antagonista numa determinada diagonal

do PNF, com ou sem intervalo de pausa, podendo ser repetido o movimento até se achar

necessário. Nesta técnica a cadeia muscular agonista activa trabalha de forma dinâmico-

concêntrica, e a cadeia muscular antagonista é estirada (Göhler, 1995). Esta técnica tem como

objectivos aumentar a amplitude activa do movimento, aumentar a força muscular, facilitar a

aprendizagem motora e a adaptação desenvolvendo a coordenação (reversão suava dos

movimentos) e prevenir ou reduzir a fadiga (Adler, Beckers & Buck, 1999). De uma maneira

funcional, esta técnica é praticada diariamente quando se realizam as actividades de sentar e

levantar, marcha, subir escadas, agarrar algo e largar, etc (Göhler, 1995).

No que diz respeito às repetições, no PNF-Chi®, cada movimento é repetido três vezes,

sendo que se tem de considerar as introduções de diferentes componentes de progressão na

iniciação de um novo conjunto de três repetições do movimento com a componente nova

inserida.

• A resistência

A resistência auxilia a contracção muscular e o controlo motor, e aumenta a força. Foi

mostrado que, quando uma contracção muscular é resistida, ocorre um aumento da resposta do

músculo à estimulação cortical (Gellhorn, 1949, citado por Adler, Beckers & Buck, 1999). A

tensão muscular activa, provocada pela resistência é a facilitação proprioceptiva mais eficaz. A

magnitude desta facilitação está relacionada directamente com a quantidade de resistência

(Gellhorn, 1949; Loofbourow & Gellhorn, 1948, citado por Adler, Beckers & Buck, 1999). Os

reflexos proprioceptivos dos músculos em contracção aumentam as respostas dos músculos

sinérgicos (músculos que agem em conjunto com outros para produzir um movimento

coordenado) da mesma articulação e dos sinérgicos associados às articulações proximais. Se a

actividade muscular dos agonistas se tornar intensa, o mesmo acontecerá nos antagonistas (co-

contracção) (Gellhorn, 1949; Loofbourow & Gellhorn, 1948, citado por Adler, Beckers & Buck,

1999).

No PNF-Chi®, é tido em conta o princípio da co-contracção global, em que as sequências

são realizadas em co-contracção dos músculos agonistas e antagonistas de todos os segmentos do

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

31

corpo, sendo que se dá a execução do movimento pelo músculo agonista com o

controle/resistência ao movimento do músculo antagonista, havendo assim um trabalho global.

Sendo um exercício auto-resistido, há a possibilidade do praticante graduar por si só o nível de

dificuldade de execução do exercício através do auto-controlo do recrutamento muscular.

3.3. O Tai Chi Chuan no PNF-Chi®

O Tai Chi Chuan tem as suas origens nas artes marciais Chinesas, e sendo praticado

durante séculos como uma forma de exercício e com finalidades terapêuticas, de maneira a

melhorar a saúde, condição física e aumentar a longevidade em pessoas de todas as idades. O Tai

Chi Chuan foi criado como um sistema de disciplina mental e física baseado nos princípios do

equilíbrio e harmonia, desenvolvendo a concentração e promovendo a coordenação (Liao, 2007).

É caracterizado por uma série de movimentos contínuos e suaves, com ênfase na

transferência de peso e no controlo postural. A combinação da concentração mental (a

meditação), da respiração diafragmática e do movimento combinado promove a harmonia entre a

mente e o corpo, facilitando a fluidez do chi (uma força da vida ou energia interna) através do

corpo (Deutsch & Anderson, 2008), enraizando-se nos pés, transfere-se através das pernas e é

controlada na cintura, movendo-se eventualmente através das costas para os braços e pontas dos

dedos (Liao, 2007)

No estudo realizado por Chau e Mao (2006), os movimentos utilizados na prática do Tai

Chi Chuan mostraram estimular o equilíbrio, flexibilidade, propriocepcção e o treino funcional.

Outro benefício importante da prática é a melhoria na postura, tendo em consideração que uma

postura incorrecta resulta de uma combinação de estados emocionais negativos e da falta de

autoconsciência (Chi & Li, 1996).

Têm sido realizados variados estudos com o objectivo de avaliar os benefícios do Tai Chi

Chuan comprovando que este é promotor da saúde em geral (Liu & So, 2008; Lui, Qin & Chan,

2008; Wang, Collet & Lau, 2004), trazendo benefícios físicos, psicológicos e terapêuticos, na

saúde física e mental dos seus praticantes (Yau, 2008). No entanto, a maioria dos estudos

realizados tiveram como população alvo a população idosa.

Vários estudos têm comprovado ou posto em causa a efectividade da prática do Tai Chi

Chuan nos vários sistemas, tendo sido levadas a estudo diversas variáveis. Destes, mais

especificamente, concluiu-se que, a prática do Tai Chi Chuan trás benefícios a nível da pressão

sanguínea (Thornton, Sykes & Tang, 2004; Tsai et al., 2003; Young, Appel, Jee & Miller, 1999)

apesar de haverem autores a afirmar existir evidência limitada no que diz respeito à efectividade

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

32

da prática nessa área (Verhagen, Immink, Van der Meulen & Bierma-Zeinstra, 2004), do fitness

cardiovascular na população idosa com condições crónicas (Wang, Collet & Lau, 2004), da

resposta imune tendo em consideração as células T (Yeh, Chuang, Lin, Hsiao & Eng, 2006), do

retardar da perda óssea (Chan et al., 2004; Lui, Qin & Chan, 2008; Qin et al., 2005) e da

flexibilidade (Liu & So, 2008) também existindo um estudo onde não foram obtidos resultados

positivos nessa variável em teste (Li, Devault & Van Oteghen, 2007).

A evidência suportada pelos artigos RCT’s consultados mostra que a prática do Tai Chi

Chuan pode reduzir o número de quedas nos adultos idosos em regime domiciliário, mas os

resultados são inconclusivos para adultos idosos residentes em instalações de cuidados a longo

termo (institucionalizados) (Deutsch & Anderson, 2008).

O Tai Chi Chuan mostra-se então efectivo na diminuição do número de quedas, do risco e

do medo de cair (Kressig, Beauchet & Tharicharu, 2003; Li et al., 2005; Taggart, 2002; Wong &

Lan, 2008; Wu, 2002), e na melhoria do equilíbrio funcional e da performance física (Li et al.,

2005; Li et al., 2001).

Segundo Wolf et al. (1996) a sua prática tem um impacto favorável nos índices

biomédicos e psicossociais definidos para a enfermidade, e efeitos favoráveis sobre a ocorrência

de quedas em idosos em regime domiciliário. Por outro lado Verhagen, Immink, Van der Meulen

e Bierma-Zeinstra (2004) no seu estudo concluíram que existe evidência limitada no que diz

respeito à efectividade do Tai Chi Chuan na redução do número de quedas em idosos.

Segundo vários estudos (Chan et al., 2004; Lui, Qin & Chan, 2008; Qin et al., 2005), a

prática do Tai Chi Chuan tem efeitos positivos na melhoria da coordenação neuromuscular em

mulheres em menopausa precoce.

Através do estudo realizado pelos autores Kressig, Beauchet e Tharicharu (2003),

concluiu-se que o Tai Chi Chuan provoca um aumento da estabilidade postural, transmitindo um

sentimento de bem-estar e confiança em idosos.

Num outro trabalho cientifico em idosos onde se estudaram os efeitos da prática da

técnica a longo prazo na força dos músculos extensores do joelho e na excursão do centro de

pressão durante a manutenção da posição de pé, observou-se um aumento da força e uma

diminuição da excursão do centro de pressão, levando a concluir que esta prática mantém a força

excêntrica dos músculos posturais dos membros inferiores, presumindo-se trazer benefícios para

a manutenção de uma boa estabilidade postural (Wu, Zhao, Zhou & Wei, 2002).

De uma maneira geral, os artigos apontam para uma melhoria no desempenho do

equilíbrio em sujeitos idosos associada a uma prática do Tai Chi Chuan a curto termo (Liu & So,

2008; Wang, Collet & Lau, 2004; Wu, 2002). Os estudos realizados nesta área tiveram como

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

33

instrumentos de medida tanto testes computorizados, tal como o estudo de Tsang e Hui-Chan,

(2004 a, 2004 b) onde foram observadas melhorias no controlo do equilíbrio durante o teste de

posturografia dinâmica na posição de pé, e onde se observou que o seu desempenho era

semelhante à de adultos jovens apesar do declínio esperado associado à idade nas funções

sensoriomotoras específicas; e testes clínicos para avaliação desta variável, como no caso dos

estudos de Thornton, Sykes e Tang (2004) de onde se concluiu haver melhorias significativas no

equilíbrio dinâmico em mulheres de média idade, e de Taggart (2002) que registou melhorias no

equilíbrio e mobilidade funcional na população idosa do mesmo sexo. Por outro lado, Wu (2002)

concluiu que nalguns estudos em que foram analisados os efeitos da prática do Tai Chi Chuan a

curto termo, se registaram melhorias na capacidade de permanecer em apoio unipedal enquanto

que noutros essas diferenças não foram significativas.

Alguns estudos concluíram que a prática do Tai Chi Chuan influencia positivamente o

controlo do equilíbrio na população idosa (Li, Devault & Van Oteghen, 2007; Wang, Collet &

Lau, 2004).

No estudo realizado por Tsang, Wong, Fu e Hui-Chan (2004) concluiu-se que a

performance do equilíbrio dos participantes idosos de tai chi a longo termo na posição de pé

testada através da posturografia dinâmica computorizada é semelhante à mesma condição em

adultos jovens sobre condições sensoriais reduzidas ou de conflito.

Segundo os autores Wong e Lan (2008), a prática do Tai Chi Chuan mostra-se efectiva no

aumento do equilíbrio funcional, referindo que, em estudos onde foi testado, os praticantes

apresentaram um aumento da duração da manutenção da posição de pé em apoio unipedal e da

distância do alcance funcional.

Segundo um estudo (Xu, Hong, Li & Chan, 2004) realizado em idosos praticantes

regulares a longo termo do Tai Chi Chuan, estes apresentaram não só melhor propriocepção nas

articulações da tíbio-tarsica e joelho quando comparados com o grupo equivalente sedentário,

como também quando a comparação foi feita com nadadores/corredores. Também Tsang e Hui-

Chan (2003, 2004 b) concluíram que a prática da técnica a longo prazo traz benefícios a nível da

propriocepcção da articulação do joelho.

Wong, Lin, Chou, Tang e Wong (2001) notaram existir maior estabilidade postural nos

sujeitos idosos praticantes de Tai Chi a longo prazo comparando com um grupo equivalente

sedentário nas posições de teste mais desafiantes a nível de organização sensorial (como as

condições na posição do “visão” e com o input proprioceptivo alterado), no entanto nos testes de

controlo postural estático não se registaram diferenças significativas entre os dois grupos.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

34

Fong e Ng (2006) concluíram que sujeitos com três meses da prática de Tai Chi

melhoram o sentido de posição da articulação do joelho, mas esta situação não levou a uma

melhoria significante do equilíbrio (medida numa tábua instável).

3.4. Características do Tai Chi Chuan adaptadas para o PNF-Chi®

A prática do Tai Chi Chuan tem de ser perfeita, não permitindo qualquer defeito, e é essa

procura da perfeição que torna a técnica desafiante do ponto de vista tanto do controlo motor

como da mente (Liao, 2007).

O nível do domínio da técnica do Tai Chi Chuan depende da capacidade do praticante de

incorporar e integrar os princípios aos seus movimentos (Chi & Li, 1996). Aplicando os

princípios, promove-se o fluir dos movimentos em qualquer direcção. Na prática da técnica, o

corpo todo deve estar coordenado numa atitude de unidade completa. Uma vez iniciado o

movimento, o corpo deve mover-se todo, e não só uma parte do mesmo, devendo estar

coordenado, relaxado, confortável, pacífico e mentalmente alerto, requerendo ser realizado de

forma suave, sem desequilíbrios, e contínuo, não permitindo interrupções (Liao, 2007).

Como foi anteriormente referido, alguns dos princípios fundamentais que regem o Tai

Chi Chuan estão presentes na prática do PNF-Chi®, pela inevitável lógica de este último, de

alguma forma, ter surgido da análise e adaptação do primeiro. Assim, os princípios da técnica

Tai Chi Chuan adaptados para a criação do novo conceito PNF-Chi® são:

• O enraizamento à terra em cada movimento

No Tai Chi Chuan, a força e a estabilidade vêm do equilíbrio estrutural com o solo. A prática

da técnica integra o enraizamento físico e psíquico à terra, manifestando-se fisicamente na

estabilidade dos movimentos e emocionalmente, cultivado pela meditação, numa personalidade

estável com clareza de propósitos e pleno comando da vontade (Chi & Li, 1996).

• O centro de gravidade no tan tien inferior

È procurado manter o equilíbrio perfeito e a estabilidade em todos os movimentos, e para

conseguir essa estabilidade máxima, o centro de gravidade tem de ser mantido na parte interior

do corpo, na região entre o umbigo e o centro sexual (aproximadamente o ponto médio do

organismo) – o tan tien inferior (Chi & Li, 1996). Através do controlo da respiração e do

relaxamento do corpo, o centro de gravidade tem tendência a permanecer estável e baixo. Este

domínio da posição do centro de gravidade é adquirido, primeiramente em posições estáticas,

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

35

seguindo-se esse mesmo controlo e manutenção da estabilidade do centro de gravidade em todos

os movimentos, permanecendo mental e fisicamente ligado ao solo (Chi & Li, 1996).

• O corpo verticalmente equilibrado

O corpo é mantido alinhado, em equilíbrio com a gravidade, animando os canais que

atravessam o cerne do organismo como um eixo central em torno do qual a pessoa pode girar

com liberdade e facilidade (Chi & Li, 1996), sentido a acção da suspensão ascendente pelo alto

da cabeça (Liao, 2007). A cervical superior é mantida em ligeira flexão sem que seja criada

tensão, activando assim os músculos estabilizadores. A força vertical em relação ao solo exercida

pela gravidade sobre a estrutura física, desce pelo alto da cabeça até ao períneo, e daí até às

plantas dos pés, sendo assim o peso igualmente distribuído pelos nove pontos das plantas dos pés

(Chi & Li, 1996). Essa linha central de gravidade é conservada em todos movimentos. Para que o

chi circule entre a cabeça e os membros, deve necessariamente passar pela coluna vertebral. O

alinhamento da coluna é, portanto, parte essencialmente da prática do Tai Chi Chuan, e sendo a

bacia, de alguma forma, a sua continuação, é importante que esta também respeite o equilíbrio

vertical. A coluna, quando correctamente alinhada, fica repleta de energia e pode aumentar

grandemente a força que flui dos membros inferiores para superiores e vice-versa (Chi & Li,

1996).

Na prática do PNF-Chi®, para que esta postura seja adquirida, é feita alusão à imagética,

indicando aos praticantes que imaginem que tem a cabeça suspensa por um fio ligado a algo que

flutua acima, sendo que no Tai Chi Chuan é a bola ou estrela de chi (Chi & Li, 1996), dando a

indicação para colocar o “queixo para dentro” e manter as costas direitas. Para a manutenção da

posição correcta da bacia, em alinhamento, na posição neutra (na posição média entre a máxima

báscula anterior e a máxima báscula posterior), durante a prática do exercício, é dada a indicação

para a contracção dos músculos da região abdomino-pélvica com o objectivo de criação de

estabilidade activa nesta região.

• O controlo respiratório

A prática do Tai Chi Chuan é sempre desenvolvida em conjunto com a respiração

diafragmática. Em geral, o sentimento o fluxo do chi no corpo é guiado pelo e resulta do

sentimento de respiração profunda (Liao, 2007), na prática, respiração diafragmática. Se a

respiração é calma, uniforme e contínua, a mente manifesta as mesmas virtudes. Com o Tai Chi

Chuan, desenvolve-se um sistema prático de controlo total da respiração (física) em movimento,

que aumenta a sensibilidade para a circulação do chi no corpo (Liao, 2007). Este tipo de

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

36

respiração ajuda a manter o centro de gravidade baixo e está associado à tranquilidade e ao

relaxamento. (Chi & Li, 1996), sendo que, apesar de todos os benefícios envolvidos, o principal

propósito deste tipo de respiração é o de desenvolver, através de um bom controlo do processo

de respirar, uma sensação de ritmo do corpo e a harmonia da mente (Liao, 2007). Neste tipo de

respiração a inspiração é feita pelo nariz, fazendo-a longa, fina e contínua, provocando o

movimento do diafragma para baixo. Espera-se um momento, até se sentir a necessidade de

expirar, e então, lentamente, são contraídos os músculos abdominais, o diafragma move-se para

cima, e o ar é empurrado no sentido ascendente e para fora através do nariz (Liao, 2007). Este

tipo de respiração é facilitado quando o corpo é mantido verticalmente alinhado e relaxado.

Como a série de movimentos do Tai Chi Chuan é realizada devagar, é possível aprender a

regular a respiração e a acalmar a mente (Chi & Li, 1996).

No PNF-Chi®, o controlo respiratório também inclui a associação da inspiração/expiração

com padrões de movimento de flexão/extensão dos membros superiores, dependendo da intenção

de reenforço/expansão pulmonar ou alongamento muscular. No programa utilizado neste estudo,

nas primeiras sequências de cada sessão foi feito um trabalho no sentido de uma expiração total

forçada com o iniciar do movimento, partindo depois para a inspiração lenta total, isto é, em

associação com os movimentos dos membros superiores, realizou-se a expiração aquando do

movimentos de flexão dos ombros, e com extensão dos ombros, a inspiração. Utilizando

volumes totais, dá-se a possibilidade de trabalhar ao longo das sequências num volume corrente,

volumes que até então eram considerados residuais. Nas sequências seguintes na mesma sessão,

foram associados os movimentos dos membros inferiores de forma inversa à descrita

anteriormente trabalhando assim a expansão pulmonar.

Tendo em conta a associação dos movimentos com o controlo respiratório, espera-se que

cada movimento seja realizado tão lentamente como uma inspiração ou expiração lenta total,

estimando-se um tempo de 5 segundos para cada movimento. Este tempo estimado incute no

conceito a velocidade pouco elevada na realização dos movimentos, promovendo a integração

dos movimentos associado ao aumento dos tempos e volumes respiratórios.

• A distribuição uniforme do peso pela planta do pé

Sendo a base interior do Tai Chi Chuan a força vital, e a base exterior são os pés. Estes

sustentam todo o peso do corpo, e ao mesmo tempo ligam-se à energia da terra. O peso é

distribuído uniformemente pelos nove pontos da planta do pé (o calcanhar, o bordo externo, a

cabeça do quinto metatarso, a cabeça do primeiro metatarso e os cinco dedos) com o objectivo de

aquisição de estabilidade. É importante que esses nove pontos fiquem uniformemente em

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

37

contacto com o solo em qualquer situação, em especial sempre que é dado um passo (Chi & Li,

1996).

• A depressão da grelha costal e ombros

A depressão do peito faz-se expirando um pouco de ar, relaxando os músculos peitorais e

deixando o esterno “afundar”. Quando o esterno deprime, verifica-se um movimento

correspondente das omoplatas para o lado e para a frente (Chi & Li, 1996). Este movimento dos

ombros tem de ser controlado, sendo que a depressão dos ombros tem de se dar exclusivamente

no plano frontal, isto é, os ombros são levados a permanecer afastados da cabeça (no sentido

descendente) e um do outro (no sentido do afastamento da linha média). Estes movimentos das

omoplatas e a depressão do peito são factores essenciais para a descarga de energia, em

associação com a posição dos pés e dos joelhos (Chi & Li, 1996).

• O relaxamento do corpo e a calma da mente

Existe uma relação inversamente proporcional entre tensão e sensibilidade. O princípio da

economia em movimento surge de um estado de harmonia íntima. Quando a mente está em paz,

não oscila nem se perturba facilmente. Esse princípio também desempenha um papel crucial no

dia-a-dia da pessoa. O princípio básico do Tai Chi Chuan é aprender a relaxar, a ficar calmo,

com a mente límpida, seja nos movimentos da técnica, seja em qualquer outra actividade. Sendo

o Tai Chi Chuan o equilíbrio entre o Yin e o Yang, a pessoa procura soltar qualquer tensão física

e mental desnecessária, ao mesmo tempo que permanece mentalmente alerta e com a postura

correcta. Relaxar significa abandonar qualquer preocupação física e mental, para que a pessoa

entre num estado elevado de receptividade e sensibilidade (Chi & Li, 1996).

Qualquer movimento do corpo implica contrair e relaxar os músculos. É impossível

movimentar a estrutura sem contrair toda uma série de músculos. O desafio do Tai chi Chuan é

executar todos os movimentos sem contrair ou enrijecer a ponto de interferir no fluxo de energia,

e aprender a relaxar logo que o movimento cessa, para assim sentir o chi recém-adquirido. È

assim que é caracterizada a ausência de esforço, o empregar o mínimo esforço para alcançar o

máximo de resultados (Chi & Li, 1996).

• A coordenação do interior e exterior, da mente e do corpo

No Tai Chi Chuan, a coordenação é considerada um dos factores-chave na aquisição de

sensibilidade do chi, significando o envolvimento total da mente e do corpo, em função do

objectivo concreto (Liao, 2007). Um dos princípios básicos é mover-se em sequências

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

38

coordenadas e contínuas, estando todas as partes do corpo ligadas e trabalhando

harmoniosamente em conjunto, acabando por encontrar o ritmo do próprio organismo. Para que

haja um maior envolvimento de todos os segmentos corporais, com vista a uma optimização da

prática, e para que a harmonia dos movimentos seja mantida, é importante que os movimentos

dos membros inferiores e superiores estejam coordenados. O fluxo contínuo gerado pela

coordenação e continuidade presentes nos movimentos em todo o corpo manifesta-se na

estrutura física como graciosidade e harmonia, e na estrutura mental como equilíbrio emocional

e constância de carácter. Sem equilíbrio mental e estabilidade emocional, torna-se difícil a

realização do movimento como um todo por parte do praticante, e mover o corpo como uma

unidade completa ajuda ao fluxo livre e desobstruído do chi, e portanto, praticando

constantemente desta maneira irá servir como um lembrete para os sistemas do corpo e da mente

do praticante e aumentará a coordenação natural e, consequentemente, a sensibilidade do chi no

corpo (Liao, 2007). Cada movimento transforma-se numa manifestação do movimento conjunto

de mente, corpo e espírito (Chi & Li, 1996). Quando o Tai Chi Chuan é praticado, e

especialmente quando movimentos meditativos são realizados, um total envolvimento da mente

e do corpo, funcionando segundo o objectivo, resulta numa condição coordenada total (Waysun,

2007).

Segundo Göhler (1995), uma motricidade quotidiana unilateral tem como consequência

sinais de escoliose assim como limitações isoladas da mobilidade. Assim, uma outra

característica do Tai Chi Chuan presente no PNF-Chi® é a realização do exercício tendo em vista

a simetria do movimento, o equilíbrio do corpo. Na prática do PNF-Chi®, existe então o cuidado

de realizar o mesmo exercício e o mesmo número de vezes para os dois lados.

No que diz respeito à frequência das sessões de Tai Chi, foi encontrada na literatura

(Verhagen, Immink, Van de Meulen & Bierma-Zeinstra, 2004) referência a uma frequência de

prática recomendada que varia de uma vez por dia a uma vez por semana durante um período

entre 10 semanas a um ano, para praticantes idosos.

A postural/posição considerada base no PNF-Chi® tem muito a sua origem na postura wu

chi, a primeira posição do Tai Chi Chuan (Figura II.3.1.). É caracterizada pela manutenção da

posição de pé num estado de relaxamento o máximo possível. Durante a manutenção desta

posição uma dor que venha a surgir em qualquer região do corpo é um excelente indicativo de

desequilíbrios na postura wu chi. (Chi & Li, 1996; Liao, 2007).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

39

Então, a postura base é caracterizada por:

� Pés – Os pés devem estar separados por uma distância correspondente à largura dos

ombros do praticante, virados para a frente, paralelos ou ligeiramente rodados para

fora. Os nove pontos das plantas dos pés devem estar firmemente em contacto com o

solo, com o peso igualmente distribuído pelos dois pés. É fundamental que os dedos

dos pés estejam relaxados, e não contraídos, em garra, como se agarrassem o chão.

� Joelhos – Os joelhos devem assumir uma posição em ligeira flexão permitindo

flexibilidade e activação dos músculos anti-gravítico, possibilitando também que a

vibração da energia interna seja transmitida dos pés através dos joelhos para a cintura.

Mantendo os joelhos nessa posição, as articulações ficam protegidas, fazendo com

que o stress nas mesmas ao longo da sessão seja minimizado/evitado. A cintura deve

funcionar como um transmissor que controla, guia e distribui a direcção e quantidade

de energia interna. Quando esta transferência de chi é realizada dos pés para a cintura,

o corpo deve actuar como se todas as partes fossem só uma, permitindo movimento

para a frente e para trás livremente, com controlo do equilíbrio e posição.

� Bacia – A bacia deve ser mantida em posição neutra, como foi anteriormente referido.

Para que a posição da mesma seja mantida durante a realização dos exercícios, os

músculos estabilizadores locais da lombar devem ser conservados numa contracção

subtil, isto é, os músculos transverso do abdómen e multifidos devem ser mantidos

em co-contracção, de baixa intensidade e de longa duração.

� Coluna vertebral e cabeça – A coluna vertebral deve ser mantida alinhada na posição

vertical em relação ao solo, certificando-se a não existência de qualquer área na

região da coluna lombar em tensão que poderia surgir devido a uma possível

hiperlordose da mesma e/ou báscula da pélvis. Quanto à região da coluna cervical até

à base do crânio, esta deve permanecer com alguma flexão da cervical superior,

activando os músculos estabilizadores, recuando ligeiramente o queixo, gerando uma

sensação de receptividade. Assim também o crânio ficará alinhado com o resto da

coluna vertebral, permitindo que a energia flua. O corpo é assim alinhado

verticalmente em equilíbrio, como se estivesse a ser suspenso pelo alto da cabeça.

Nesta posição vertical, as vibrações circulam livremente no sentido ascendente

através das costas para os ombros.

� Membros superiores – Os ombros não devem estar tensos ou elevados, mantendo em

posição de depressão, afastados da cabeça (para baixo) e um do outro (para fora).

Relaxados, os ombros permitem a transmissão do chi para os cotovelos e pontas dos

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

40

dedos. Deve-se manter os cotovelos em ligeira flexão e relaxados evitando a extensão

completa, sendo impreterível que estas articulações não entrem em closed packed

position, e os punhos devem estar relaxados mas fixos.

� Olhar – Os olhos devem ser conservados abertos e relaxados, fixando o horizonte, e

nunca orientados para o chão ou para o céu. No PNF-Chi®, à medida que vai sendo

criada confiança na modalidade, é permitido o cerrar dos olhos com o objectivo de

haver um aumento da consciencialização da posição do movimento e do corpo no

espaço, diminuindo assim o input visual, aumentando a representação dos inputs

somatossensorial e vestibular.

Figura II.3.1. – Da Postura do Princípio Infinito à Postura do Tai Chi (postura wu chi)

Existe um grande envolvimento físico e psicológico dos sujeitos enquanto praticantes do

PNF-Chi®, sendo que o seu desempenho na prática desta modalidade vai estar dependente de

todo um conjunto de factores, dentre eles a capacidade de aprendizagem e controlo motor do

próprio sujeito.

3.5. PNF-Chi® - aprendizagem e controlo motor

Aprender exige uma modificação estrutural interna que se observa geralmente através do

desempenho numa alteração estável (persistente no tempo) do comportamento do indivíduo

como resultado da prática e/ou experiência. É a transformação dos mecanismos de controlo ao

longo do tempo, por efeito da prática, que permitem a operacionalização (desde a fase de

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

41

intenção e planeamento da acção, à fase de análise e interpretação dos vários estímulos,

terminando no processamento e execução das respostas mais adequadas) do controlo da postura

corporal, quer em repouso quer em movimento (Oliveira, 2007). A harmonia do movimento em

diagonal e a aprendizagem do desenvolvimento de movimentos económicos torna-se mais fáceis,

o que influencia, por seu turno, o rendimento de coordenação central (Göhler, 1995).

Na prática do PNF-Chi®, o controlo motor vai-se adquirindo e/ou aperfeiçoando através

de uma aprendizagem do tipo associativa centrada na relação causa-efeito entre os estímulos e as

respostas, sendo que o reconhecimento dessa relação entre eventos é essencial para o

comportamento adaptativo a situações novas (Lephart & Fu, 2000). Este tipo de aprendizagem

pode ser classificada em dois tipos: aprendizagem de procedimentos, que se desenvolve a partir

da repetição lenta dos movimentos característica do PNF-Chi®, criando um “esquema” que se

automatiza, e em que, se houver variação dos contextos, ocorre, à partida, transfer da

aprendizagem dos procedimentos; e a aprendizagem declarativa, em que se faz um apelo à

imagem mental do corpo em movimento – imagética – e em que, com a repetição exaustiva,

pode-se transformar numa aprendizagem de procedimentos – hábito – com o automatismo

(Shumway-Cook & Woollacott, 2003). No PNF-Chi®, a aprendizagem de procedimentos é

estimulada através da realização dos movimentos em diagonal de forma lenta e contínua, e a

aprendizagem declarativa através dos comandos verbais dados, numa fase inicial de prática, pelo

fisioterapeuta dinamizador da sessão, e em que é feita referência às várias componentes tanto da

posição base a não perder ao longo do exercício, como das componentes inseridas ao longo do

exercício para que haja progressão.

As teorias da aprendizagem motora são um grupo de ideias abstractas sobre a natureza e a

causa da aquisição ou da modificação do movimento (Shumway-Cook & Woollacott, 2003).

Tendo em consideração essas mesmas teorias, é possível ter uma visão da sua aplicação à prática

do PNF-Chi®.

Considerando a teoria dos estádios da aprendizagem motora, esta está directamente

associada ao número de repetições de cada movimento. No PNF-Chi®, número três como

quantidade de repetições de cada nova componente acaba por fazer alusão à teoria dos estádios

de Fitts referida anteriormente (Oliveria, 2007; Shumway-Cook & Woollacott, 2003). Esta teoria

sugere a existência de três estádios principais (cognitivo, associativo e autónomo), sendo assim é

associado o primeiro momento de execução do movimento à tomada de conhecimento da

posição/componente a aprender, o segundo ao aperfeiçoamento na tarefa, e o terceiro momento

ao automatismo criado na execução da actividade motora requerida para determinado momento

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

42

da sequência, correspondendo, de alguma forma aos três estádios da teoria. Assume-se que uma

repetição para ultrapassar a conquista dos requisitos de cada estádio seja necessária, no entanto, é

importante a tomada de consciência de que cada indivíduo é particular e que a aprendizagem

motora se dá em timings próprios para cada um, estando dependentes também do grau de

dificuldade da actividade em si e da sua representação para cada sujeito.

A teoria do circuito fechado de Adams sugere que os sujeitos, quando estão a aprender

uma nova componente de uma sequência ou quando praticam o PNF-Chi® pela primeira vez, em

que se assume, à partida, que nunca realizaram determinado movimento ou conjunto de

movimentos, desenvolvem gradualmente a aprendizagem do novo skill motor com a prática,

criando um traço perceptível para o movimento em causa, servindo de guia para movimentos

posteriores (Shumway-Cook & Woollacott, 2003). Ao longo do processo, os praticantes vão

recebendo tanto feedback intrínseco em curso proveniente do sistema proprioceptivo, como

feedback extrínseco fornecido pelo fisioterapeuta a dinamizar a sessão (Montgomery &

Connolly, 2002). No PNF-Chi® o feedback extrínseco é dado tanto de forma verbal (instrução,

através dos comandos verbais) e visual (demonstração, através da execução da sessão pelo

fisioterapeuta com o aprendizado). Quanto mais o sujeito realiza o movimento específico da

sequência em questão, mais forte se torna o traço perceptivo. Na realidade, a qualidade do

movimento é directamente proporcional à força do traço perceptivo. Portanto quanto mais tempo

se dedicar à prática do movimento em questão da forma mais precisa possível, melhor se dará o

processo de aprendizagem (Shumway-Cook & Woollacott, 2003).

De acordo com a teoria do esquema, quando os sujeitos estão a aprender ou a melhorar a

realização de determinado movimento ou posição, e neste caso quando o objectivo é a melhoria

do seu equilíbrio postural, a aprendizagem ideal ocorre se essa tarefa for praticada em diversas

condições, permitindo que se desenvolva uma série de normas para a manutenção da posição

com o mínimo de oscilação postural possível, que poderão ser aplicadas em diversos contextos,

sendo que, neste estudo, ao longo das sessões serão realizadas sequências em que a posição final

exige o apoio unipedal como o “avião” por exemplo, e espera-se que o skill seja aprendido e que

possa ser aplicado aquando da realização da avaliação em apoio unipedal dominante e não

dominante na plataforma de pressões. À medida que as estratégias para a diminuição da

oscilação postural vão sendo adquiridas/melhoradas, os sujeitos tornam-se mais capazes de

produzir estratégias adequadas, por vezes desconhecidas pelo próprio, para a manutenção do

equilíbrio da posição de pé, com menor probabilidade de ocorrência de grandes deslocamentos

do centro de pressão ou mesmo queda. Espera-se que isso aconteça pela criação de um Programa

Motor Genérico associado à posição de apoio unipedal, e sendo este um Programa Motor que

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

43

define um padrão de movimento em vez de um movimento específico, permite aos sujeitos

flexibilidade para adaptarem o programa no sentido de produzir variações do padrão que

atendem às exigências do meio envolvente (Schmidt & Wridberg, 2004).

No que diz respeito à teoria dos sistemas de acção, tal como na teoria do esquema,

quando, para este estudo, o objectivo da prática do PNF-Chi® é a melhoria do equilíbrio, a

prática repetida de sequências que utilizem posições em apoio bipedal e unipedal em diferentes

condições (no caso do apoio unipedal, toma-se como exemplo, a recorrência às posições “avião”,

“estrela”, apoio unipedal no sentido do passo, etc.) resultou na aprendizagem da equiparação de

dinâmicas adequadas de movimento para a tarefa em questão. Além disso, esta teoria sugere que

o praticante aprende a distinguir os sinais perceptivos importantes para a organização da acção,

tais como a percepção do apoio no solo e a aderência dos pés ao mesmo, as irregularidades do

solo, se praticado na rua a influência do vento na actividade, etc. Portanto, neste processo de

aprendizagem, os sujeitos não devem apenas desenvolver estratégias motoras eficazes, mas

devem também aprender a reconhecer os tais sinais perceptivos relevantes e equipará-las com

estratégias motoras ideais (Shumway-Cook & Woollacott, 2003).

O controlo motor é um programa de coordenação/gestão dos diferentes graus de

liberdade, em cujo responsável é todo o sistema neuro-músculo-esquelético, e a aprendizagem do

controlo motor está dependente de vários factores que envolvem não só o indivíduo em prática,

como o meio/contexto em que está inserido, e as suas habilidades. Desses vários factores

referidos, existem alguns que podem ser referidos de forma particular em associação com o PNF-

Chi®.

Do ponto de vista da aprendizagem, ao processo de utilização de comandos verbais na

prática do PNF-Chi® fazendo alusão a componentes da posição base ou a novas inseridas dá-se o

nome de instrução. Através dela dá-se informação ao praticante sobre o objectivo e forma mais

adequada de realização do novo movimento e/ou da manutenção da posição de determinados

segmentos, regra geral com o objectivo da manutenção do alinhamento e do equilíbrio do corpo,

informando, chamando a atenção e motivando o praticante. A instrução, na prática da

modalidade, é associada à demonstração por parte do fisioterapeuta/instrutor ao longo de toda a

sessão (realizando a sessão ao mesmo tempo que o praticante, de frente para o mesmo,

executando os movimentos em espelho), permitindo assim ao praticante atingir mais facilmente a

adopção da postura pretendida e/ou execução dos movimentos desejados. A instrução e a

demonstração acabam por se complementar no auxilia à boa execução dos movimentos no PNF-

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

44

Chi® por parte do praticante, sendo estes os dois tipos de feedback extrínseco dado durante a

prática (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999)

Quanto às formas de organização/condições da prática da actividade, o PNF-Chi® é

caracterizado por uma prática distribuída permitindo pausas entre execuções ou séries de

execuções, tendo como principal vantagem descrita na literatura a de prevenção da fadiga

(Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 1999; Oliveira, 2007; Shumway-Cook & Woollacott,

2003). No que diz respeito à variedade na prática do exercício, o PNF-Chi® na sua forma original

privilegia a prática variada em que são executados movimentos considerados variantes da mesma

tarefa cujos parâmetros são relativamente alterados, proporcionando variações em torno da

mesma habilidade. Esta, segundo a literatura, aumenta a adaptabilidade, as capacidades do

tranfer, tendo resultados mais lentos mas melhores no tranfer (Oliveira, 2007).

Analisando os princípios que regem a prática do PNF-Chi®, e fazendo um paralelismo

com os conceitos ligados à aprendizagem motora visando contribuir para esta, percebemos que,

com a prática do PNF-Chi® o praticante parece ter condições para a aquisição de um maior

controlo motor sobre o seu próprio corpo, tendo repercussões a vários níveis, sendo um deles ao

nível do equilíbrio e controlo postural. Estes ganhos associados à prática do PNF-Chi®, apesar de

não comprovados cientificamente, têm vindo a ser extrapolados da análise da literatura existente

associada às questões da aprendizagem e controlo motor, e da literatura cientifica acerca dos

ganhos de equilíbrio em indivíduos praticantes de Tai Chi Chuan (literatura já referenciada).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

45

III. Metodologia

1. Questão orientadora

Será que a prática do PNF-Chi® em sessões de 45 minutos, duas vezes por semana,

durante oito semanas, influencia a oscilação postural, medida através da avaliação da deslocação

do centro de pressão do pé, em sujeitos saudáveis, na posição de pé?

1.1 Objectivos do estudo

1.1.1. Objectivo geral

O objectivo do estudo foi verificar se existe alguma relação entre a prática do PNF-Chi® e

o equilíbrio numa população jovem saudável.

1.1.2. Objectivo específico

O objectivo específico do estudo foi verificar se existe alguma relação entre a prática do

PNF-Chi® e a oscilação postural, acedendo à evolução da mesma através das avaliações do

deslocamento do centro de pressão, componente medida antes do início da prática do PNF-Chi®,

a quatro semanas de prática do mesmo e no final de oito semanas.

2. Hipóteses

De acordo com o problema definido, foram delineadas as seguintes hipóteses:

Hipótese experimental: a prática de PNF-Chi®, durante um período de oito semanas, 45

minutos, duas vezes por semana, diminui a oscilação postural, na posição de pé.

Hipótese nula: a prática de PNF-Chi®, durante um período de oito semanas, 45 minutos,

duas vezes por semana, não influencia a oscilação postural, na posição de pé.

3. Tipo de Estudo

Este estudo é do tipo experimental, simples, pois a amostra foi seleccionada

aleatoriamente, e tem dois grupos de estudo – grupo de controlo e grupo experimental.

3.1. Desenho da Pesquisa

De acordo com a classificação de Bork (1993, citado por Lopes, 2004), o desenho deste

estudo é um desenho (verdadeiramente) experimental, do tipo “Pretest-posttest Control Group

design”.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

46

R O1 X O2 X O3

R O’1 O’2 O’3

Neste tipo de estudos pré teste – pós teste com grupo de controlo (“Pretest-posttest

Control Group design”), os sujeitos são divididos aleatoriamente pelos dois grupos. É feita uma

primeira observação a todos os sujeitos, seguindo-se a aplicação de um tratamento X num grupo.

Por fim volta a ser feita uma observação a todos os sujeitos. Considerando que toda a situação

vivida pelos dois grupos é idêntica, e que apenas varia a manipulação da variável independente

no grupo experimental, pode eventualmente concluir-se que as diferenças que venham a ser

verificadas possam ser atribuídas ao tratamento (X) em causa, neste caso, à prática do PNF-Chi®.

Assim, apresentam-se:

R – (randomized) Selecção dos sujeitos para a amostra de forma aleatória

O1 – Avaliação do grupo experimental pelo Footscan® na semana antes da primeira

sessão de PNF-Chi®

X – Prática de PNF-Chi®, 45 minutos, duas vezes por semana, durante quatro semanas

O2 – Avaliação do grupo experimental pelo Footscan® quatro semanas após a primeira

observação (O1)

O3 – Avaliação do grupo experimental pelo Footscan® oito semanas após a primeira

observação (O1)

O’1 – Avaliação do grupo de controlo pelo Footscan® na semana antes da primeira sessão

de PNF-Chi®

O’2 – Avaliação do grupo de controlo pelo Footscan® quatro semanas após a primeira

observação (O’1)

O’3 – Avaliação do grupo de controlo pelo Footscan® oito semanas após a primeira

observação (O’1)

4. Selecção e Caracterização da Amostra

4.1. População

A amostra foi seleccionada da população constituída pelos alunos da Escola Superior de

Saúde do Alcoitão dos quatros anos do curso Superior de Fisioterapia, e dos 1º, 2º e 4º anos dos

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

47

cursos de Terapia Ocupacional e Terapia da Fala do ano lectivo de 2007/2008. O 3º ano dos

últimos cursos referidos não foi considerado por estarem em período de estágio e não ter sido

possível entrar em contacto com os sujeitos em causa durante o período de selecção da amostra.

4.2. Selecção da amostra

A amostra foi constituída por 36 sujeitos da população, seleccionados aleatoriamente e de

acordo com os critérios de inclusão e exclusão, e posteriormente divididos também

aleatoriamente por dois grupos de 18 sujeitos (grupos experimental e de controle). Para o

processo de selecção/divisão aleatória dos sujeitos recorreu-se a um software de tratamento

estatístico SPSS® for Windows V.16.0 (SPSS, Chicago, Illinois, E.U.A.), tendo como critério de

selecção na primeira triagem um grupo de 36 sujeitos, e na segunda aleatorização dois grupos de

18 indivíduos.

A verificação dos critérios de inclusão na amostra dos indivíduos seleccionados foi feita

através da aplicação de um questionário específico para o efeito (Apêndice 1) distribuído nos

dias 3, 4, 7, 8 e 9 de Abril de 2008 pela população escolar da ESSA.

Os indivíduos foram devidamente informados sobre o estudo, no que respeita à sua

participação, desde os objectivos até aos procedimentos, e só após o seu consentimento é que

foram considerados elementos da população de onde foi seleccionada aleatoriamente a amostra

como foi referido, cumprindo assim os requisitos necessários para o consentimento informado.

Critérios para a selecção da amostra

A selecção dos sujeitos para a amostra foi feita de acordo com os seguintes critérios de

inclusão e exclusão, verificados através da aplicação de um questionário (Apêndice 1):

Critérios de inclusão:

� Alunos dos quatro anos do curso de Fisioterapia e do 1º, 2º e 4º anos dos cursos

de Terapia Ocupacional e Terapia da Fala da Escola Superior de Saúde do

Alcoitão no ano lectivo de 2007/2008;

� Indivíduos de ambos os sexos;

� Com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos;

� Com o Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico íntegros;

� Que nunca tenham praticado PNF-Chi® ou que o tenham feito há mais de seis

meses.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

48

Critérios de exclusão:

� História anterior ou recente de lesões cápsulo-ligamentares ou fracturas dos

membros inferiores;

� História de lesão ou alteração neurológica;

� História de cirurgia recente dos membros inferiores ou coluna vertebral;

� História de alterações do equilíbrio;

� História de lombalgia crónica.

Após a análise dos dados recolhidos nas avaliações, foi ainda considerado critério de

exclusão a queda antes dos 10 segundos durante a avaliação no Footscan®, mais do que uma das

três vezes em cada uma das condições avaliadas em cada momento de avaliação.

4.3. Caracterização da amostra

A amostra foi constituída por 36 sujeitos, sete (19%) do sexo masculino e 29 (81%) do

sexo feminino (Gráfico III.4.1.).

Sexo

Masculino19%

Feminino81%

Gráfico III.4.1. – Distribuição dos elementos da amostra segundo o sexo

A média de idades foi de 20,50 anos, compreendidas entre os 18 anos (mínimo) e os 29

anos (máximo), sendo o desvio padrão de 2,16 e a moda de 19. A média de altura foi de 1,64

metros (m), apresentado um máximo de 1,95 m e um mínimo de 1,49 m, com um desvio padrão

de 0,09. A média de peso foi de 59,56 Kilogramas (Kg), com um máximo de 94 Kg e um

mínimo de 40 Kg, sendo o desvio padrão de 11,49. Quanto ao Índice de Massa Corporal (IMC)

este apresentou-se com uma média de 21,90 Kilogramas por metro quadrado (Kg/m2), com um

valor máximo de 31,2 Kg/m2 e um valor mínimo de 15,9 Kg/m2. A média do número do sapato

foi de 38,46, com um mínimo de 34 e um máximo de 48, sendo o desvio padrão de 2,81 (Quadro

III.4.1.).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

49

Quadro III.4.1. – Caracterização da amostra N=36 Mínimo Máximo Média Desvio Padrão

Idade (anos) 18 29 20,50 2,16 Altura (m) 1,49 1,95 1,64 0,09 Peso (Kg) 40 94 59,56 11,49 IMC (Kg/m2) 15,9 31,2 21,90 2,99 Nº de sapato 34 48 38,46 2,81

Em relação à dominância do membro inferior, 34 (94%) indivíduos apresentaram

dominância do membro inferior à direita e dois (6%) apresentaram dominância de membro

inferior esquerdo (Gráfico III.4.2.).

Dominância do membro inferior

Esquerda6%

Direita94%

Gráfico III.4.2. – Distribuição dos elementos da amostra segundo a dominância do membro inferior

15 indivíduos (42%) praticavam actividade física ou desportiva regular (considerando

prática regular uma frequência entre duas a seis vezes por semana), enquanto que 21 indivíduos

(58%) não referiram ter uma prática regular de actividade física (Gráfico III.4.3.).

Actividade física/desportiva regular

Sim42%

Não58%

Gráfico III.4.3. – Distribuição dos elementos da amostra segundo a prática de actividade física ou desportiva regular (duas ou mais vezes por semana)

No quadro seguinte (Quadro III.4.2.) são apresentados os valores de caracterização de

cada grupo separadamente.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

50

Quadro III.4.2. – Caracterização da amostra segundo a sua distribuição no grupo experimental e grupo de controlo

Grupo Experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18)

N = 36 N Média Desvio

padrão

N Média Desvio

padrão

Feminino 14 ----- ----- 15 ----- ----- Sexo

Masculino 4 ----- ----- 3 ----- -----

Idades (anos) 18 20,22 1,67 18 20,78 2,58 Altura (m) 18 1,64 0,07 18 1,65 0,10 Peso (kg) 18 59,56 9,12 18 59,56 13,74 IMC (kg/m2) 18 22,09 2,25 18 21,71 3,65 Nº do sapato 18 38,25 2,65 18 39,44 3,43

Direita 16 ----- ----- 18 ----- ----- Dominância do

membro inferior Esquerda 2 ----- ----- 0 ----- -----

Sim 10 ----- ----- 5 ----- ----- Prática de

actividade física ou

desportiva regular

Não 8 ----- ----- 13 ----- -----

5. Variáveis

5.1. Identificação das variáveis

Variável independente: Prática de PNF-Chi® em sessões de 45 minutos, duas vezes por

semana, durante oito semanas.

Variável dependente: Oscilação postural na posição de pé em apoio unipedal e bipedal

dominante e não dominante, de olhos abertos e fechados.

Foi dada a indicação aos sujeitos participantes no estudo para a manutenção da realização

das actividades normais da sua vida diária, sem iniciação ou término da prática de qualquer

actividade física ou desportiva durante o decorrer do estudo, tendo como objectivo a

minimização da influência das variáveis parasitas.

5.2. Definição operacional das variáveis

PNF-Chi®

O PNF-Chi apresenta-se como um conceito de mobilização activa global que associa o

controle respiratório e a lentidão, graciosidade e ritmo dos movimentos do Tai Chi Chuan, aos

princípios dos movimentos em diagonal do PNF (Proprioceptive Neuromuscular Facilitation).

Existem alguns princípios que regem a prática do PNF-Chi® que foram seguidos tanto na

planificação como na aplicação prática das sessões modelo utilizadas neste estudo. Eles são o

princípio da co-contracção (cada exercício é realizado com resistência do músculo antagonista da

diagonal em questão, permitindo a realização dos movimentos auto-resistidos ao longo de toda a

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

51

amplitude), o princípio da progressão (ao longo da sequência é necessário que haja um número

crescente de articulações e músculos envolvidos, sendo que essa progressão se dá no sentido de

um maior compromisso dos sistemas envolvidos no controlo motor ao longo da sequência; a

nível de membros superiores essa progressão dá-se de um movimento unilateral para um bilateral

simétrico, e deste para um bilateral assimétrico, e os membros inferiores de um apoio unipedal

com transferência de peso bilateralmente uniforme, passando para a transferência de peso

unilateral parcial, deste para o apoio unipedal, e, por fim, a transferência de peso envolvendo

alteração da posição corporal. Para este estudo os programa das sequências foram planificadas de

acordo com o crescente de dificuldade, não esquecendo o objectivo do ganho de equilíbrio

estático em apoio bipedal e unipedal), o princípio da simetria (os movimentos e repetições são

distribuídos de maneira a que, no final da sequência, todos os segmentos envolvidos tenham

realizado os mesmos movimentos, o mesmo número de vezes, tendo em conta que as

componentes da posição inicial de cada sequência e cada nova componente inserida à posição

base são repetidas três vezes até que se possa inserir uma nova componente ou que se dê por

terminada a sequência, e essas três vezes têm de ser realizadas para cada lado do corpo) e o

princípio do controlo respiratório (em que o exercício é coordenado com a inspiração/expiração

diafragmática, sendo que cada movimento tem de estar associado a uma inspiração/expiração

lenta total, mostrando-se o movimento contínuo/fluido. Cada movimento demora o tempo que a

inspiração ou expiração lenta total demorar, estimando-se um período de 5 segundo para cada

movimento, incutindo o conceito de movimento lento).

A selecção das sequências e planificação das sessões, e sua progressão foi feita com base

nos princípios do conceito com o auxílio da Fisioterapeuta Eva Albuquerque.

De seguida são apresentadas as sequências utilizadas em cada programa para cada sessão

modelo, tendo em conta que foram planificadas duas sessões, sendo que a primeira foi aplicada

durante as quatro primeiras semanas constituída pelas sequências I, II, III, IV, V e VI (Apêndice

2), e a segunda nas quatro últimas semanas constituída pelas sequências VII, VIII, V e VI

(Apêndice 3) das oito de prática do PNF-Chi® por parte do grupo experimental.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

52

Quadro III.5.1. – Sequência I

Figura III.5.1– Posição inicial Figura III.5.2. – Posição final

Componentes: Membros superiores – unilateral na primeira diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral parcial Tronco – rotação do tronco Respiração: Expiração com os movimentos de flexão dos membros superiores

Quadro III.5.2. – Sequência II

Figura III.5.3. – Posição inicial Figura III.5.4. – Posição final

Componentes: Membros superiores – bilateral simétrica na primeira diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral e mudança de direcção Respiração: Expiração com os movimentos de flexão dos membros superiores

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

53

Quadro III.5.3. – Sequência III

Figura III.5.5. – Posição inicial Figura III.5.6. – Posição final

Componentes: Membros superiores – unilateral na segunda diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral e mudança de direcção Respiração: Inspiração com os movimentos de flexão dos membros superiores

Quadro III.5.4. – Sequência IV

Figura III.5.7. – Posição inicial Figura III.5.8. – Posição final Componentes: Membros superiores – bilateral simétrica na segunda diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral e mudança de direcção Respiração: Inspiração com os movimentos de flexão dos membros superiores

Quadro III.5.5. – Sequência V

Figura III.5.9. – Posição inicial Figura III.5.10. – Posição final

Componentes: Membros superiores – bilateral assimétrica Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral total passando para apoio unipedal Respiração: Inspiração com os movimentos de flexão dos membros superiores

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

54

Quadro III.5.6. – Sequência VI

Figura III.5.11. – Posição inicial Figura III.5.12. – Posição final

Componentes: Membros superiores – bilateral simétrica na segunda diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral total passando para apoio unipedal (adoptando a posição “avião”) Respiração: Inicia-se a sequência com inspiração nos movimentos de flexão dos membros superiores, realizando-se a “estrela” em expiração. Quando se passa da fase de realização da “estrela” para o “avião”, esta é realizada em inspiração, sendo que a inclinação do tronco à frente para adopção da posição de “avião” é em expiração.

Quadro III.5.7. – Sequência VII

Figura III.5.13. – Posição inicial Figura III.5.14. – Posição final

Componentes: Membros superiores – bilateral simétrica na primeira diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral, mudança de direcção e apoio bipedal para unipedal (dando um passo à frente) Respiração: Expiração com os movimentos de flexão dos membros superiores. No momento antes do “passo”, fazer uma inspiração rápida, para que o movimento que exige apoio unipedal seja realizado em expiração

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

55

Quadro III.5.8. – Sequência VIII

Figura III.5.15. – Posição inicial Figura III.5.16. – Posição final

Componentes: Membros superiores – bilateral simétrica na segunda diagonal Membros inferiores – apoio bipedal com transferência de peso lateral, mudança de direcção e apoio bipedal para unipedal (adoptando a posição “avião”) Respiração: Inicia-se a sequência com inspiração nos movimentos de flexão dos membros superiores. Antes da realização do “avião” e depois da mudança de direcção faz-se uma inspiração rápida para que a posição do avião seja assumida em expiração.

Tendo em conta o referido anteriormente em relação à frequência das sessões considerada

ideal na literatura, e encarando as limitações em relação à disponibilidade de calendário/horário

dos participantes, foi tomado como o mais próximo do ideal e praticável, a frequência de duas

vezes por semana durante oito semanas, com a duração aproximada de 45 minutos cada sessão.

Oscilação postural

O equilíbrio pode ser definido como o processo de manutenção do centro de gravidade

(CDG) ou linha de gravidade (LDG) dentro da base de sustentação (BDS) do corpo (Nashner,

1993, citado por Lephart & Fu, 2000; Trew & Everett, 2001). A oscilação postural (postural

sway) (OP) é o reflexo da relação entre os movimentos do corpo e os do centro de gravidade

(CDG) (Balasubramaniam & Wing, 2002, citados por Gutnik, Leaver, Standen & Longley,

2008), ou o movimento uniforme e mínimo do centro de massa (CDM) do corpo (Lephart & Fu,

2000).

A oscilação postural (OP) também é associada ao deslocamento natural do centro de

massa (CDM) do corpo e do centro de pressão (CDP) na posição de pé (Danna-dos-Santos,

Degani, Zatsiorsky & Latash, 2008). De uma perspectiva clínica, isso envolve a manutenção do

CDG do corpo dentro do limite de estabilidade (LDE) através da equalização de forças e

alinhamento óptimo dos segmentos articulares (Lephart & Fu, 2000). Sabendo que, durante a

OP, o corpo se move em sincronização com os movimentos do CDG (Balasubramaniam &

Wing, 2002, citados por Gutnik, Leaver, Standen & Longley, 2008), então pode-se deduzir que

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

56

se pode aceder à OP através da medição do deslocamento do CDP (havendo essa tal relação

directa entre os movimentos do corpo e o deslocamento do CDP), e portanto a associação do

aumento ou diminuição do mesmo, ao aumento ou diminuição da OP. Se se registar um aumento

da OP em avaliações posteriores à primeira, pode-se afirmar que o sujeito em causa sofreu uma

diminuição do equilíbrio. Caso se registe uma diminuição da OP nas avaliações posteriores,

então o sujeito em causa apresenta aumento do equilíbrio respectivamente. Este raciocínio dá-se

através da associação do deslocamento do CDP à OP e esta ao equilíbrio.

A mensuração da oscilação postural, através da quantificação do deslocamento do CDP

(neste estudo, em milímetros), é um método simples e não invasivo para a avaliação do

equilíbrio na posição de pé.

Neste estudo a oscilação postural foi mensurada através do Footscan® (RSscan

INTERNATIONAL, Olen, Bélgica), que mede o deslocamento do Centro de Pressão (CDP) em

milímetros (mm) com uma frequência de amostragem de 99 Hz que permite aceder à oscilação

postural (OP) na plataforma de pressões. As medições foram feitas na posição de pé em apoio

bipedal e unipedal dominante e não dominante, de olhos abertos e fechados.

6. Instrumento

A selecção do instrumento de medida foi feita tendo em vista a natureza do estudo e o

que se pretendia medir, considerando as próprias características do instrumento no que diz

respeito às questões da validade, fidedignidade e sensibilidade, assim como a disponibilidade e

acessibilidade ao mesmo.

Atendendo aos objectivos deste estudo, em que se pretendia medir a oscilação postural

pelo acesso ao deslocamento do centro de pressão, foi seleccionado o sistema Footscan® como

instrumento para mensuração da variável por parecer ser o mais indicado, apresentando

características que indicam vir de acordo com o que se pretendia medir neste estudo. Por outro

lado, pelo facto de na Escola Superior de Saúde do Alcoitão haver a possibilidade de utilização

do mesmo, tornou-se mais fácil o preenchimento do requisito correspondente à acessibilidade ao

instrumento.

6.1. Footscan®

O Sistema de equilíbrio Footscan® (RSscan INTERNATIONAL, Olen, Bélgica) foi

desenvolvido para executar medições de pressão, em contexto clínico ou científico, utilizando as

plataformas de pressões Footscan® em associação com um software (Footscan® Balance) que cria

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

57

a oportunidade de recolher dados da pressão exactos e fidedignos, podendo as medições serem

executadas com o sujeito descalço ou calçado.

O Footscan® pode ser usado como um sistema de medição de pressões estáticas e

dinâmicas, fornecendo dados acerca da pressão sob o pé/pés do sujeito e do trajecto percorrido

pelo centro de pressão. Para além das pressões estáticas e dinâmicas (N/cm2) durante a avaliação

enquanto o pé está em apoio, o Footscan®, tendo a possibilidade de avaliar a marcha, fornece

informações importantes como: movimento quantitativo do pé, parâmetros temporais e espaciais

do desempenho da marcha, parâmetros esses adicionais para interpretar o padrão total da marcha

humana.

Para além de se obter dados a cerca do deslocamento do centro de gravidade durante os

testes de estabilidade, o sistema de equilíbrio do Footscan® pode fornecer um feedback funcional

importante para o paciente através da apresentação da pressão dinâmica do pé (RSscan, 2008).

6.1.1. Características do equipamento utilizado no estudo

Existem várias aplicações e combinações possíveis de hardware e software Footscan®. O

produto que foi utilizado neste estudo foi Footscan® 3D plate 1m – Balance (Figura III.6.1.).

Figura III.6.1. – Footscan® 3D plate 1 m – Balance

Este equipamento é produzido e comercializado pela RSscan INTERNATIONAL, Olen

(Bélgica), e é constituído pelos seguintes componentes:

- Software Footscan® Balance: foi apresentado em 2004 e fornece os dados acerca de

parâmetros como o máximo deslocamento do centro de pressão na direcção X, o máximo

deslocamento do centro de pressão na direcção Y, a velocidade do centro de pressão e o percurso

total percorrido pelo centro de pressão (especialmente útil neste estudo, tendo sido o parâmetro

considerado).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

58

- Caixa 3D Footscan®: a caixa 3D segunda geração da Footscan® é uma interface que

torna possível medir com uma frequência de amostragem de 500 Hz, e que dá a possibilidade de

sincronizar com outros equipamentos de medida (plataformas de forças, sistemas de EMG,

câmaras de alta velocidade...) através de 12 canais análogos.

- Plataforma de 1 m Footscan®: a plataforma de pressão tem uma frequência de

amostragem máxima de 500Hz para todos os movimentos possíveis. Apresenta 4 sensores/cm²

de área (Quadro III.6.1).

Quadro III.6.1. – Características da plataforma Footscan®

Dimensões

comprimento x

largura x altura

(m)

Superfície de

sensores activos

comprimento x

largura (m)

Quantidade

de sensores

(#)

Sensibilidade

(N/cm2)

Frequência

máxima

(Hz)

Footscan® 3D

1m de

plataforma

1 x 0,4 x 0,008 0,98 x 0,32 8192 0,27 - 127 500

Este equipamento pode ser utilizado em modo de treino e em modo de teste de

estabilidade. Este último permite uma duração de medição de três a 260 segundos para cada

medição.

Para este estudo, foi tida em conta a capacidade deste instrumento dar os valores do

deslocamento do centro de pressão em milímetros, indicativo da oscilação postural, reflectindo o

deslocamento do centro de gravidade em cada momento de avaliação, para cada condição (apoio

bipedal e unipedal dominante e não dominante, com olhos abertos e olhos fechados) durante o

período de 10 segundos, característico de cada prova.

6.1.2. Validade, fidedignidade e sensibilidade

Um instrumento de medida deve ser caracterizado por medir bem a realidade para a qual

foi construído, deve ter capacidade de fornecer repetidamente o mesmo resultado para o mesmo

fenómeno, dizendo-se assim fidedigno, e deve ser sensível, preciso nos dados por ele fornecidos.

Apesar de no site da RSscan INETRNATIONAL (http://www.rsscan.com) haver a

referência ao facto do instrumento seleccionado para este estudo ser considerado válido,

fidedigno e sensível na medição do deslocamento do centro de pressão, não foram encontrados

quaisquer artigos que confirmem directamente essa informação. No entanto, na literatura

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

59

científica existem algumas publicações, referidas no site acima mencionado, apresentando tanto

artigos científicos como apresentações utilizadas em congressos, que, de alguma maneira

suportam a adequação da utilização do instrumento em estudos, corroborando a possibilidade do

preenchimento dos requisitos acima referidos por parte do instrumento em causa, apesar de não

ser feita menção à utilização do Footscan® com o software Footscan® Balance nem à sua

utilização para fazer a medição do deslocamento do centro de pressão em posições estáticas.

Foram encontrados alguns estudos (Hallemans, D’Août, De Clercq & Aerts, 2003; Willems,

Witvrouw, Delbaere, De Cock & De Clercq, 2005) em que foi utilizado o Footscan® como

instrumento de medida e o deslocamento do centro de pressão como uma das variáveis

consideradas para avaliação do equilíbrio dinâmico. No entanto, não foi encontrado nenhum

estudo que utilizasse este equipamento especificamente na medição do equilíbrio estático através

do deslocamento do centro de pressão, provavelmente pelo facto de o software Footscan®

Balance ser relativamente recente no mercado.

Quanto ao parâmetro considerado neste estudo (deslocamento do centro de pressão),

segundo a investigação realizada por Watanatada, Polmang e Sanguangrangsirikul (2006) com o

objectivo de avaliar a fidedignidade da distância do centro de pressão e medição da área de

oscilação durante a posição de apoio unipedal em população normal, concluiu-se que a distância

de oscilação fornece maior fidedignidade do que a área de oscilação na avaliação do equilíbrio

estático. Outros estudos foram encontrados em que esta componente foi considerada com o

objectivo de mensurar o equilíbrio estático, apesar de a sua medição ter sido feita através de

outros instrumentos de medida diferentes, tais como: plataforma de forças, sistema de medida

por ultra-som e/ou outros (Berger, Klein & Commandeur, 2008; Bove, Marinelli, Avanzino,

Marchese, Abbruzzese, 2006; Broglio, Guskiewicz, Sell & Lephart., 2004; Bryan, Trew, Bruce,

Kuisma & Smith, 2005; Hagiwara, Hashimoto & Ikeda, 2004; Hatzitaki, Amiridis, Nikodelis &

Spiliopoulou, 2008; Hrysomallis, McLaughlin & Goodman, 2006; Lee, Lin & Soon, 2007;

Paillard, Bizid & Dupui, 2007).

Num estudo sobre os efeitos do Tai Chi e os exercícios de resistência na densidade de

mineralização do osso, força muscular, equilíbrio e flexibilidade na população idosa, foi

utilizado o parâmetro centro de pressão para aceder à avaliação da componente equilíbrio em

teste neste estudo (Woo, Hong, Lau & Lynn, 2007).

Quanto à posição a adoptar para avaliação do equilíbrio estático, não foi encontrada

qualquer referência que universalizasse de alguma maneira a sua avaliação através deste

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

60

instrumento de medida. Como tal, teve-se em conta os estudos existentes com diferentes tipos de

população (Messier e al., 2000; Meyer, Oddsson & De Luca, 2004; Tsai, Wu & Huang, 2008),

para além dos acima referidos, e considerando as características da população deste estudo,

decidiu-se a adopção das posições bipedal com olhos abertos e fechados, e unipedal dominante e

não-dominante, com olhos abertos e fechados.

Apesar de não ter sido encontrado qualquer estudo com características muito semelhantes

às deste trabalho (instrumento de medida Footscan® Balance, avaliação do deslocamento do

centro de pressão, e avaliação do equilíbrio estático nas posições de bipedal e unipedal

dominante e não-dominante, olhos abertos e olhos fechados), depreendeu-se adequada a

utilização dos procedimentos experimentais abaixo descritos pelo suporte científico dado pelos

artigos já referidos.

7. Procedimentos

A realização deste estudo implicou a avaliação dos sujeitos da amostra em três momentos

diferentes no Laboratório de Análise de Movimento (LAM) da Escola Superior de Saúde do

Alcoitão através do Footscan®, com um intervalo de quatro semanas entre cada momento de

avaliação, tendo a primeira sido feita antes do início da prática do PNF-Chi® pelo grupo

experimental, a quatro semanas e a oito semanas do início da prática. Em cada momento de

avaliação foi medida a oscilação postural através do deslocamento do centro de pressão na

posição de pé em apoio bipedal e unipedal (dominante e não-dominante), de olhos abertos e

fechados. Os sujeitos do grupo experimental, para além das avaliações, realizaram as sessões de

PNF-Chi® de 45 minutos cada, duas vezes por semana, no período entre a primeira e a última

avaliações (durante oito semanas portando).

O estudo, desde o primeiro dia da primeira avaliação ao último da terceira avaliação,

decorreu entre 16 de Abril a 19 de Junho de 2008.

7.1. Antes do início dos procedimentos experimentais do estudo

Inicialmente foi solicitada autorização dos Coordenadores dos Cursos de Fisioterapia,

Terapia da Fala e Terapia Ocupacional (Apêndices 4, 5 e 6 respectivamente) para fazer circular

os questionários para selecção da amostra (Apêndice 1). Foi também pedida a autorização para a

utilização tanto do Laboratório de Análise de Movimentos (LAM) da ESSA (laboratório de

Fisioterapia – 305) para as avaliações da amostra no período necessário, como do ginásio 301

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

61

para a realização das sessões de PNF-Chi® no período que se encontrassem disponíveis para a

prática da modalidade.

Após a selecção da amostra, e previamente ao início das avaliações e manipulação da

variável, foram realizadas reuniões informais e individuais com os sujeitos que integraram a

amostra, com o objectivo de esclarecimento de dúvidas existentes e calendarização das

avaliações (hora e data) de acordo com a planificação do estudo, disponibilidade dos sujeitos e

do laboratório. Para os sujeitos que fizeram parte constituinte do grupo experimental, também

foram agendadas as datas e horas para a realização das sessões de PNF-Chi® tendo em conta a

disponibilidade dos sujeitos.

As avaliações foram marcadas com 10 minutos para cada sujeito.

Uma vez estabelecidas as datas com os sujeitos, estes foram recordados da indumentária

a trazer para as avaliações e para os sessões de PNF-Chi® (calções e t-shirt), da não ingestão de

bebidas alcoólicas 24 horas antes da avaliação, assim como do local, da data e da hora da

avaliação. Quanto aos sujeitos do grupo experimental após o estabelecimento das datas e horas

das sessões, estas foram registadas num cartão individual fornecido para esse efeito (apêndice 7),

e na folha de registo semanal, onde, posteriormente à realização de cada sessão, o sujeito

confirmava a sua presença através da própria rubrica abaixo da hora estipulada (apêndice 8).

7.2. Recursos materiais

Foram utilizados os seguintes materiais:

- Laboratório da Análise de Movimento da ESSA (laboratório de Fisioterapia – 305)

- Ginásio 301 da ESSA

- Rádio para as sessões de PNF-Chi®

- CD de música para as sessões de PNF-Chi®

- Software Footscan® Balance

- Caixa 3 D Footscan®

- Plataforma de pressões de 1metro Footscan®

- Balança

- Craveira

7.3. Descrição do protocolo experimental

O protocolo experimental teve os mesmos procedimentos de base ao longo do estudo,

embora a sequência das condições a medir tivesse diferido de forma aleatória entre os indivíduos

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

62

e para cada um. Quanto às sessões de PNF-Chi® realizadas, as sequências utilizadas e a sua

ordem foram as mesmas dentro de cada período, tendo sido considerado um primeiro período

entre a primeira e a segunda avaliações, e um segundo período entre a segunda e a terceira

avaliações, com uma sessão modelo para cada fase.

Durante todas as avaliações e sessões de PNF-Chi® os sujeitos apresentaram-se de

calções, t-shirt e descalços. Aos sujeitos do grupo experimental foi permitida a utilização de

calças de desporto para as sessões de PNF-Chi®.

As avaliações foram realizadas nas instalações da Escola Superior de Saúde do Alcoitão,

no Laboratório de Análise de Movimento (305) onde estavam instalados a balança, a craveira e o

Footscan® Balance (softwear e hardwear).

As sessões de PNF-Chi® decorreram no ginásio 301 da Escola Superior de Saúde do

Alcoitão, tendo estado dependentes da disponibilidade do mesmo. Cada sujeito realizou duas

sessões por semana de 45 minutos cada. Os dias e horas das sessões estiveram dependentes da

disponibilidade dos sujeitos. Estas foram realizadas de acordo com os princípios do PNF-Chi®

que gerem a sua prática descritos anteriormente. Foram seleccionadas as sequências tendo em

conta o objectivo de ganho de equilíbrio na posição de pé em apoio bipedal e unipedal. Para este

processo de decisão houve o apoio directo da Fisioterapeuta Eva Albuquerque. Todas as sessões

foram dinamizadas pela Fisioterapeuta Joana Francisco (autora do estudo).

Primeiro momento de avaliação (O1 e O’1)

O primeiro momento de avaliação da amostra decorreu nos dias 16, 17, 18 e 21 de Abril,

antes do início da prática do PNF-Chi® pelo grupo experimental. Nela procedeu-se à medição da

oscilação postural através do Footscan®.

Procedimentos (apêndice 9):

1º Passo – Recepção e identificação dos sujeitos

Receberam-se e identificaram-se os sujeitos no laboratório, confirmando a sua

presença com o horário do laboratório previamente elaborado de acordo com a

disponibilidade dos sujeitos e do espaço. Foi então associada ao sujeito a ficha

individual para registo dos dados do mesmo a mensurar nos momentos de

avaliação.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

63

2º Passo – Preparação dos sujeitos

Foi solicitado aos sujeitos que se descalçassem e vestissem os calções e t’shirt.

3º Passo – Recolha de dados dos sujeitos nas fichas individuais

Foram preenchidas as fichas de registo individuais para recolha de dados como o

nome do sujeito (associando-o a um código a ser utilizado no estudo), sexo, data

de nascimento, dominância do membro inferior e número do sapato (Apêndice

10). A recolha dos dados referentes ao número do sapato não foi realizada

presencialmente, mas por indicação dos sujeitos, assim como a identificação do

membro inferior dominante (perguntando aos sujeitos qual o membro utilizado

para chutar uma bola ou subir um degrau).

4º Passo – Medição da altura dos sujeitos

Com o sujeito descalço, procedeu-se à medição da altura (em metros) na craveira

vertical. Os dados foram registados na ficha individual.

5º Passo – Medição do peso dos sujeitos

Com o sujeito descalço, procedeu-se à medição do peso (em kilogramas) na

balança existente no laboratório (balança antropométrica mecânica). Os dados

foram registados na ficha individual.

6º Passo – Inserção dos dados do sujeito na base de dados do programa Footscan®

Foram introduzidos no software do Footscan® os dados de identificação do

sujeito: código do sujeito no estudo, primeiro e último nome, data de nascimento,

peso (kg) e número do sapato.

7º Passo – Posicionamento do sujeito no Footscan®

Para cada condição, o sujeito foi posicionado na plataforma de pressão Footscan®,

sendo dada a indicação de que tivesse em consideração as linhas previamente

colocadas no chão, procurando a simetria na plataforma (Figura 18).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

64

Figura III.7.1. – Posicionamento do sujeito na plataforma Footscan®, alinhado com as marcações existentes

8º Passo – Medição do deslocamento do centro de pressão nas diferentes condições

Cada momento de avaliação foi constituído por três medições para cada condição

das seis avaliadas, sendo que aquando da não possibilidade da permanência

durante 10 segundos na posição em teste, por desequilíbrio, considerava-se a

medição não válida. Perante tal situação, era pedido ao sujeito que repetisse a

medição até se obter mais do que uma medição por condição, mantendo sempre o

ideal de três medições válidas por condição.

Foram então avaliadas seis condições em cada momento de avaliação:

1. Apoio bipedal, com os olhos abertos – três medições, 10 segundos cada

2. Apoio sobre o pé dominante, com os olhos abertos – três medições, 10 segundos cada

3. Apoio sobre o pé não-dominante, com os olhos abertos – três medições, 10 segundos

cada

4. Apoio bipedal, com os olhos fechados – três medições, 10 segundos cada

5. Apoio sobre o pé dominante, com os olhos fechados – três medições, 10 segundos

cada

6. Apoio sobre o pé não-dominante, com os olhos fechados – três medições, 10

segundos cada

A ordem para a medição em cada condição foi definida de forma aleatória, e

previamente associada à ficha de cada sujeito, com o objectivo de controlar o efeito de

treino.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

65

Para as condições de olhos abertos a indicação dada ao sujeito era que se

colocasse sobre a plataforma, assumisse a posição da condição a avaliar, mantivesse os

membros superiores ao longo do tronco e olhasse para o círculo existente na parede, em

frente ao sujeito (Figura III.7.2.).

Figura III.7.2. – Posicionamento do sujeito na plataforma Footscan® para avaliação de uma

condição de olhos abertos (bipedal olhos abertos)

Para as condições com olhos fechados, a única componente do comando verbal

dado ao sujeito que diferia era o relacionado com a visão, passando a ser dada a indicação

da manutenção dos olhos fechados durante o tempo da avaliação.

Cada condição foi avaliada durante 10 segundos, com um mínimo de três

medições por condição por avaliação (estando este número dependente da capacidade do

sujeito para realizar nas três primeiras tentativas os 10 segundos de manutenção da

posição em questão).

9º Passo – Informação sobre a próxima participação no estudo

Foram fornecidas informações sobre as próximas avaliações no caso do grupo de

controlo, e relembradas as datas e horas das sessões do PNF-Chi® aos elementos

do grupo experimental.

Primeiro período de quatro semanas de prática do PNF-Chi® (X)

Após a primeira avaliação, os sujeitos do grupo experimental iniciaram a prática de

sessões de PNF-Chi, 45 minutos, duas vezes por semana, durante as quatro semanas que se

seguiram. Para estas quatro primeiras semanas de prática após o segundo momento de avaliação

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

66

(de 21 de Abril a 16 de Maio de 2008), a sessão modelo de PNF-Chi® foi constituída pelas

sequências I, II, III, IV, V e VI já descritas (Apêndice 2).

Segundo momento de avaliação (O2 e O’2)

Após o final da quarta semana de prática do PNF-Chi® por parte do grupo experimental, a

amostra foi novamente avaliada. Este segundo momento de avaliação decorreu a 19, 20 e 21 de

Maio de 2008 e nele procedeu-se à medição da oscilação postural (pela medição do

deslocamento do centro de pressão) através do Footscan® após quatro semanas de prática do

PNF-Chi® por parte do grupo experimental.

Procedimentos:

1º Passo – Recepção e identificação dos sujeitos

2º Passo – Preparação dos sujeitos – descalços, em calções e t’shirt

3º Passo – Pesquisa e activação do ficheiro individual da base de dados do programa

Footscan®

4º Passo – Posicionamento do sujeito no Footscan® conforme descrito no 7º passo do

primeiro momento de avaliação (O1 e O’1)

5º Passo – Medição do deslocamento do centro de pressão nas seis condições conforme

descrito no 8º passo do primeiro momento de avaliação (O1 e O’1)

6º Passo – Informação sobre a próxima participação no estudo tanto aos elementos do

grupo experimental como do grupo de controlo

Segundo período de quatro semanas de prática do PNF-Chi® (X)

Após o segundo momento de avaliação, os sujeitos do grupo experimental iniciaram o

segundo período de frequência nas sessões de PNF-Chi, 45 minutos, duas vezes por semana,

durante as quatro semanas que se seguiram. Para estas quatro últimas semanas de prática após a

segunda avaliação (de 19 de Maio a 13 de Junho de 2008), a sessão modelo de PNF-Chi® foi

constituída pelas sequências VII, VIII, V e VI já referidas (Apêndice 3).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

67

Terceiro momento de avaliação (O3 e O’3)

O terceiro momento de avaliação da amostra decorreu após a oitava semana de prática da

modalidade por parte dos sujeitos do grupo experimental, nos dias 16, 17 e 18 de Junho de 2008.

Nela procedeu-se à medição da oscilação postural (pela medição do deslocamento do centro de

pressão) através do Footscan®.

Procedimentos:

1º Passo – Recepção e identificação dos sujeitos

2º Passo – Preparação dos sujeitos – descalços, em calções e t’shirt

3º Passo – Pesquisa e activação do ficheiro individual da base de dados do programa

Footscan®

4º Passo – Posicionamento do sujeito no Footscan® conforme descrito no 7º passo do

primeiro momento de avaliação (O1 e O’1)

5º Passo – Medição do deslocamento do centro de pressão nas diferentes condições

conforme descrito no 8º passo do primeiro momento de avaliação (O1 e O’1).

8. Tratamento estatístico dos dados

Após a recolha e processamento dos dados foi realizado o tratamento estatístico dos

mesmos usando para o efeito o software de tratamento estatístico SPSS® for Windows V.16.0

(SPSS Worldwide Headquarters, Chicago, Illinois, E. U. A.).

Tendo em vista o objectivo do estudo e os dados para análise estatística, foi realizada:

- Estatística descritiva: determinação da média, desvio padrão, e valores

máximos e mínimos, dos valores recolhidos nas avaliações;

- Estatística inferencial: comparação entre os dois grupos em estudo e entre os

três momento de avaliação dentro de cada grupo, verificando se as diferenças encontradas

eram significativas.

Sendo os dados de grandeza escalar com um nível de medida de razão, e com o objectivo

de comparar os dois grupos entre si, utilizaram-se testes não paramétricos e paramétricos para

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

68

duas amostras independentes: Teste de Mann-Whitney e Teste T de Student para Amostras

Independentes (2 Independent Samples T-Test), respectivamente.

Com o objectivo de comparar os resultados do deslocamento do centro de pressão entre

os três momentos de avaliação dentro de cada grupo (grupo experimental e grupo de controlo)

utilizaram-se testes não paramétricos e paramétricos para amostras emparelhadas: Teste de

Friedman e Análise de Variância das Medidas Repetidas (Teste ANOVA para Amostras

Emparelhadas), respectivamente. No caso destes testes revelarem haver diferenças significativas

entre os momentos de avaliação, a para verificar entre que momentos existiam as diferenças,

recorreu-se ao Teste de Wilcoxon (teste não paramétrico para amostras emparelhadas) após o

Teste de Friedman, e a um teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas

(Pairwise Comparisons) após o a realização do segundo teste referido (teste paramétrico para

amostras emparelhadas).

A decisão para a utilização de testes não paramétricos e paramétricos, tendo em conta a

dimensão da amostra do estudo (n=36), esteve dependente da normalidade ou não apresentada

nas diferentes condições no Teste Shapiro-Wilk, havendo indicação para a sua utilização (em

detrimento da utilização do Teste de Kolmogorov-Smirnov) visto a amostra ser inferior a 50

sujeitos (Pestana & Gageiro, 2000)

Foi utilizado para todos os testes um nível de significância de 95% (p ≤ 0,05).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

69

IV. Apresentação de resultados

Tal como foi referido anteriormente, neste estudo cada um dos 36 sujeitos (pertencentes

ao grupo de controlo e experimental) foi avaliado em três momentos com um intervalo de quatro

semanas entre cada avaliação, em que foi medido o deslocamento do centro de pressão na

posição de pé nas condições apoio bipedal de olhos abertos (Bp_oa), unipedal dominante de

olhos abertos (Dmn_oa), unipedal não dominante de olhos abertos (NDmn_oa), bipedal de olhos

fechados (Bp_of), unipedal dominante de olhos fechados (Dmn_of) e unipedal não dominante de

olhos fechados (NDmn_of). Foram então avaliadas, para cada sujeito, seis condições, três vezes

cada uma durante 10 segundos cada vez, de cada vez que o sujeito se submeteu á avaliação.

Os valores relativos ao deslocamento do centro de pressão são expressos em milímetros

(mm).

Dos três valores obtidos por cada indivíduo em cada momento de avaliação para cada

condição, calculou-se a média, sendo este valor representativo do deslocamento do centro de

pressão em mm na respectiva condição para cada sujeito (Apêndice 11).

Para as condições em que o sujeito repetiu a medição várias vezes para essa condição e

não conseguiu obter as três medições, foram considerados os dois valores obtidos para o cálculo

da média.

Portanto, os valores utilizados para análise correspondem às médias das três medições

condições (podendo ser consideradas duas medições) para cada indivíduo, em cada uma das seis

condições, em cada momento de avaliação.

O tratamento estatístico dos dados foi realizado através do software de tratamento

estatístico SPSS® for Windows V.16.0 (SPSS Worldwide Headquarters, Chicago, Illinois, E. U.

A.).

1. Estatística descritiva

Depois de realizadas as avaliações com todos os indivíduos e calculadas as médias para

cada condição de cada avaliação, obtiveram-se 648 valores, correspondentes aos 36 sujeitos

(N=36) nos três momentos de avaliação para seis condições estudadas, valores esses

apresentados em apêndice (apêndice 11).

Para a caracterização dos valores do deslocamento do centro de pressão obtidos nos três

momentos de avaliação da amostra optou-se pela apresentação da média, desvio padrão, mínimo

e máximo num quadro e a representação gráfica dos valores de média e desvio padrão obtidos.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

70

Os valores obtidos para os sujeitos do grupo experimental e grupo de controlo são apresentados

no Quadro e Gráfico IV.1.1. para a condição Bp_oa, no Quadro e Gráfico IV.1.2. para a

condição Dmn_oa, no Quadro e Gráfico IV.1.3. para a condição “NDmn_oa”, no Quadro e

Gráfico IV.1.4. para a condição Bp_of, no Quadro e Gráfico IV.1.5. para a condição Dmn_of e

no Quadro e Gráfico IV.1.6. para a condição NDmn_of. A representação gráfica dos valores

obtidos é apresentada a seguir aos Quadros da respectiva condição.

Quadro IV.1.1. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em mm) do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal de olhos abertos nos três momentos de avaliação N=36 Deslocamento do centro de pressão na condição Bp_oa (mm)

Grupo experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18) Momento

de

avaliação

Média

Desvio

padrão

Mediana

Mínimo

Máximo

Média

Desvio

padrão

Mediana

Mínimo

Máximo

Primeiro 71,63 7,72 71,50 60,00 85,67 78,52 16,54 75,33 56,00 130,00 Segundo 79,74 12,59 77,67 62,33 107,33 80,35 11,12 82,17 61,67 95,00 Terceiro 79,87 10,23 79,00 63,00 98,67 84,15 14,38 79,67 65,00 122,00

Variação do deslocamento do centro de pressão na condição

apoio bipedal de olhos abertos

0

20

40

60

80

100

120

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Grupo Experimental Grupo de controlo

Deslocamento do centro de pressão

(mm)

Gráfico IV.1.1. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na

condição bipedal de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e grupo de controlo

Quadro IV.1.2. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação N=36 Deslocamento do centro de pressão na condição Dmn_oa (mm)

Grupo experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18) Momento

de

avaliação

Média

Desvio

padrão

Mediana

Mínimo

Máximo

Média

Desvio

padrão

Mediana

Mínimo

Máximo

Primeiro 212,43 67,48 205,50 122,00 372,33 183,02 69,40 165,67 112,33 407,67 Segundo 187,04 50,88 168,00 135,33 345,67 180,07 39,61 188,50 113,33 241,00 Terceiro 173,50 34,46 164,00 132,67 248,00 195,48 52,51 196,83 129,00 312,67

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

71

Variação do deslocamento do centro de pressão na condição

apoio unipedal dominante de olhos abertos

0

50

100

150

200

250

300

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Grupo Experimental Grupo de controlo

Deslocamento do centro de pressão

(mm)

Gráfico IV.1.2. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição unipedal dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo

experimental e grupo de controlo

Quadro IV.1.3. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal não dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação N=36 Deslocamento do centro de pressão na condição unipedal “NDmn_oa” (mm)

Grupo experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18) Momento

de

avaliação

Média

Desvio

padrão

Mediana

Mínimo

Máximo

Média

Desvio

padrão

Mediana

Mínimo

Máximo

Primeiro 206,22 55,34 196,50 128,67 335,67 197,52 49,89 181,33 135,33 330,00 Segundo 183,91 49,57 170,50 126,67 288,67 191,09 51,31 183,00 93,33 288,67 Terceiro 188,35 50,72 178,50 102,67 313,00 201,56 50,84 185,33 140,00 296,33

Variação do deslocamento do centro de pressão na condição

apoio unipedal não dominante de olhos abertos

0

50

100

150

200

250

300

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Grupo Experimental Grupo de controlo

Deslocamento do centro de pressão

(mm)

Gráfico IV.1.3. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na

condição unipedal não dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e grupo de controlo

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

72

Quadro IV.1.4. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em mm) do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal de olhos fechados nos três momentos de avaliação N=36 Deslocamento do centro de pressão na condição Bp_of (mm)

Grupo experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18) Momento

de

avaliação

Média

Desvio

padrão

Mediana

Mínimo

Máximo

Média

Desvio

padrão

Mediana

Mínimo

Máximo

Primeiro 77,54 7,92 78,00 61,00 93,33 77,91 11,50 75,33 57,00 99,33 Segundo 83,28 21,07 77,83 64,00 152,67 84,04 10,29 86,67 61,33 100,33 Terceiro 85,17 14,56 84,83 61,67 109,67 90,37 10,51 89,50 71,33 107,33

Variação do deslocamento do centro de pressão na condição

apoio bipedal de olhos fechados

0

20

40

60

80

100

120

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Grupo Experimental Grupo de controlo

Deslocamento do centro de pressão

(mm)

Gráfico IV.1.4. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na

condição bipedal de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e grupo de controlo

Quadro IV.1.5. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal dominante de olhos fechados nos três momentos de avaliação N=36 Deslocamento do centro de pressão na condição Dmn_of (mm)

Grupo experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18) Momento

de

avaliação

Média

Desvio

padrão

Mediana

Mínimo

Máximo

Média

Desvio

padrão

Mediana

Mínimo

Máximo

Primeiro 725,32 344,31 599,50 407,33 1699,67 544,55 328,37 436,83 294,67 1755,00 Segundo 589,04 252,05 506,00 340,33 1315,00 568,94 215,57 533,33 339,00 1242,33 Terceiro 477,48 144,24 450,50 287,00 906,67 572,15 276,66 503,33 322,33 1571,33

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

73

Variação do deslocamento do centro de pressão na condição

apoio unipedal dominante de olhos fechados

0

200

400

600

800

1000

1200

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Grupo Experimental Grupo de controlo

Deslocamento do centro de pressão

(mm)

Gráfico IV.1.5. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição unipedal dominante de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o grupo

experimental e grupo de controlo

Quadro IV.1.6. – Caracterização (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo, em mm) do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal não dominante de olhos fechados nos três momentos de avaliação N=36 Deslocamento do centro de pressão na condição NDmn_of (mm)

Grupo experimental (N=18) Grupo de controlo (N=18) Momento

de

avaliação

Média

Desvio

padrão

Mediana

Mínimo

Máximo

Média

Desvio

padrão

Mediana

Mínimo

Máximo

Primeiro 657,19 217,76 613,00 355,33 1072,67 654,62 349,04 557,33 380,67 1936,00 Segundo 579,78 271,37 458,67 322,00 1110,67 584,04 187,67 525,83 379,68 1126,00 Terceiro 549,46 178,70 528,50 278,33 1068,33 584,74 145,97 597,83 343,33 828,67

Variação do deslocamento do centro de pressão na condição

apoio unipedal não dominante de olhos fechados

0

200

400

600

800

1000

1200

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Grupo Experimental Grupo de controlo

Deslocamento do centro de pressão

(mm)

Gráfico IV.1.6. – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição unipedal não dominante de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o

grupo experimental e grupo de controlo

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

74

4.2. Estatística inferencial

Tal como foi referido anteriormente, recorreu-se à análise estatística inferencial para

comparar os resultados entre os grupos experimental e de controlo nos vários momentos de

avaliação, e para comparar entre si os valores obtidos nos diferentes momentos de avaliação

dentro de cada grupo, com o objectivo de testar as hipóteses em estudo. Neste processo, foram

aplicados testes não paramétricos aquando do não preenchimento dos requisitos para a utilização

de teste paramétricos (os dados serem de nível de medida intervalar ou de razão, a variável

dependente ter uma distribuição normal e as amostras apresentarem homogeneidade de

variância), e testes paramétricos sempre que possível.

A variável em estudo, o deslocamento do centro de pressão, é uma grandeza escalar com

um nível de medida de razão.

Para a verificação da normalidade da distribuição recorreu-se ao Teste de normalidade de

Shapiro-Wilk (pelo facto de a amostra em estudo ser constituída por menos de 50 sujeitos), tendo

sido utilizado um nível de significância de 95% (p≤0,05).

Abaixo são apresentados os resultados do Teste de Shapiro-Wilk utilizado para

verificação da normalidade de distribuição do deslocamento do centro de pressão para o grupo

experimental (Quadro IV.2.1.). Como se pode constatar, não se verifica a existência de uma

distribuição normal nos valores obtidos para a condição Dmn_of no primeiro, segundo e terceiro

momentos de avaliação, e Dmn_oa, “NDmn_oa”, Bp_of e NDmn_of no segundo momento de

avaliação, para uma significância de 95%, pois os valores de p apresentados são inferiores a

0,05. As restantes condições (Bp_oa nos três momentos de avaliação, Dmn_oa, “NDmn_oa”,

Bp_of e NDmn_of no primeiro e terceiro momentos de avaliação) apresentam normalidade de

distribuição (valores de p superiores a 0,05).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

75

Quadro IV.2.1. – Teste de Shapiro-Wilk para verificação da normalidade de distribuição do deslocamento do centro de pressão no grupo experimental

Teste de Shapiro-Wilk Momento de avaliação Condição Estatística gl p

Bp_oa 0,915 18 0,106 Dmn_oa 0,930 18 0,195 NDmn_oa 0,946 18 0,370 Bp_of 0,985 18 0,986 Dmn_of 0,793 18 0,001 *

Primeiro

NDmn_of 0,927 18 0,172 Bp_oa 0,916 18 0,110 Dmn_oa 0,774 18 0,001 * NDmn_oa 0,862 18 0,013 * Bp_of 0,769 18 0,001 * Dmn_of 0,817 18 0,003 *

Segundo

NDmn_of 0,797 18 0,001 * Bp_oa 0,967 18 0,732 Dmn_oa 0,914 18 0,101 NDmn_oa 0,957 18 0,542 Bp_of 0,942 18 0,313 Dmn_of 0,885 18 0,031 *

Terceiro

NDmn_of 0,905 18 0,070 (gl – graus de liberdade; p – p-value)

Quanto aos resultados obtidos no Teste de Shapiro-Wilk para os valores do deslocamento

do centro de pressão do grupo de controlo nos três momentos de avaliação (Quadro IV.2.2.),

estes mostraram não existir uma distribuição normal nas condições Bp_oa avaliada no primeiro e

terceiro momentos de avaliação, Dmn_oa no primeiro momento, Dmn_of nos três momentos de

avaliação, e NDmn_of no primeiro e segundo momentos de avaliação, uma vez que nessas

condições os valores de p são inferiores a 0,05. As condições Bp_oa no segundo momento de

avaliação, Dmn_oa no segundo e terceiro momentos, “NDmn_oa” e Bp_of nos três momentos de

avaliação, e NDmn_of no avaliado no terceiro momento, apresentam normalidade de

distribuição, pois exibem valores de p superiores a 0,05.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

76

Quadro IV.2.2. – Teste de Shapiro-Wilk para verificação da normalidade de distribuição do deslocamento do centro de pressão no grupo de controlo

Teste de Shapiro-Wilk Momento de avaliação Condição Estatística gl p

Bp_oa 0,773 18 0,001 * Dmn_oa 0,801 18 0,002 * NDmn_oa 0,900 18 0,058 Bp_of 0,923 18 0,144 Dmn_of 0,598 18 0,000 *

Primeiro

NDmn_of 0,622 18 0,000 * Bp_oa 0,928 18 0,180 Dmn_oa 0,952 18 0,461 NDmn_oa 0,992 18 1,000 Bp_of 0,964 18 0,679 Dmn_of 0,830 18 0,004 *

Segundo

NDmn_of 0,861 18 0,013 * Bp_oa 0,845 18 0,007 * Dmn_oa 0,946 18 0,366 NDmn_oa 0,914 18 0,101 Bp_of 0,962 18 0,632 Dmn_of 0,667 18 0,000 *

Terceiro

NDmn_of 0,965 18 0,691 (gl – graus de liberdade; p – p-value)

Foram então utilizados testes não paramétricos para a comparação dos valores obtidos

sempre que a normalidade de distribuição não se constatou para pelo menos uma das condições

avaliadas.

Para a verificação da homogeneidade de variâncias foi utilizado o Teste de Levéne, por

ser considerado potente para este fim, e particularmente robusto a desvios da normalidade. Este

teste é realizado pelo SPSS® em conjunto com alguns testes paramétricos. Como só nos testes

paramétricos é exigida a verificação da condição referente à homogeneidade de variância da

amostra, só nas situações em que foram utilizados testes paramétricos é que foi analisado o Teste

de Levéne no caso da aplicação do Teste T de Student para Amostras Independentes, e o Teste

Mauchly para avaliação da esfericidade no caso da Análise de Variância das Medidas Repetidas

(Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas). Os resultados relacionados com a

homogeneidade de variâncias dados pelos Testes de Levéne e Mauchly são apresentados em

conjunto com os resultados dos testes de comparação.

Como foi referido anteriormente, os testes seleccionados para comparar os valores do

deslocamento do centro de pressão entre os grupos experimental e de controlo nos três

momentos de avaliação (testes não-paramétricos e paramétricos para duas amostras

independentes) foram o Teste de Mann-Whitney aquando da comparação entre valores obtidos

em condições que não verificaram normalidade de distribuição. O Teste T de Student para

Amostras Independentes (2 Independent Samples T-Test) foi utilizado sempre que os valores

obtidos nas condições verificaram os requisitos para a aplicação de testes paramétricos.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

77

Na comparação dos resultados entre os três momentos de avaliação dentro de cada grupo

(experimental ou de controlo), foi seleccionado o Teste de Friedman (teste não paramétrico para

amostras emparelhadas) para aplicação nos casos em que pelo menos uma das condições não

satisfez os critérios para utilização de testes paramétricos. Quando este teste revelou haver

diferenças estatisticamente significativas para o deslocamento do centro de pressão em

determinada condição, foi aplicado o Teste de Wilcoxon para verificação entre que momentos de

avaliação se constatava haver diferenças significativas. O teste utilizado sempre que os requisitos

para a aplicação de testes paramétricos foram verificados foi a Análise de Variância das Medidas

Repetidas (Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas, teste paramétrico para amostras

emparelhadas). No caso de este teste comprovar a existência de diferenças significativas entre os

momentos de avaliação e para verificar entre que momentos existiam essas diferenças, recorreu-

se a um teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas (Pairwise Comparisons).

Primeiro são apresentados os resultados das comparações dos valores do deslocamento do

centro de pressão recolhidos nos vários momentos de avaliação entre os grupos experimental e

de controlo, e depois entre os vários momentos de avaliação dentro de cada grupo.

Para comparação dos valores do deslocamento do centro de pressão entre o grupo

experimental e o grupo de controlo nos três momentos de avaliação para as condições Bp_oa,

Dmn_oa, Dmn_of e NDmn_of no primeiro momento de avaliação, Dmn_oa, NDmn_oa, Bp_of,

Dmn_of e NDmn_of no segundo momento, e Bp_oa e Dmn_of no terceiro momento de

avaliação, foi aplicado o Teste de Mann-Whitney. Como se pode verificar no Quadro IV.2.3.,

para a condição Dmn_of no primeiro momento de avaliação obteve-se um valore de p inferior a

0,05, indicando existir diferenças significativas entre o grupo experimental e o grupo de controlo

para essa condição, para um nível de significância de 95% (p≤0,05). Para as restantes condições

analisadas através do Teste de Mann-Whitney acima referidas, obteve-se um p-value do teste

superior a 0,05, mostrando não existir diferenças significativas entre os dois grupos nessas

condições.

O facto de terem sido obtidos os resultados acima referidos para a condição Dmn_of no

primeiro momento, poderia pôr em causa a existência de equivalência dos grupos experimental e

de controlo logo antes do início da manipulação da variável independente no grupo

experimental. No entanto, os grupos foram considerados equivalentes e foi dada continuação ao

estudo pelas diferenças significativas entre os valores obtidos nos dois grupos só se terem

registado numa (Dmn_of) das seis condições avaliadas.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

78

Quadro IV.2.3. – Teste de Mann-Whitney para comparação do deslocamento do centro de pressão entre o grupo experimental e o grupo de controlo

Teste de Mann-Whitney

Momento de avaliação

Condição Mann-Whitney Wilcoxon W Z p

Bp_oa 121,500 292,500 -1,283 0,203 Dmn_oa 113,500 284,500 -1,535 0,126 Dmn_of 77,000 248,000 -2,689 0,006 *

Primeiro

NDmn_of 149,000 320,000 -0,411 0,696 Dmn_oa 155,000 326,000 -0,222 0,839 NDmn_oa 141,000 312,000 -0,665 0,521 Bp_of 129,500 300,500 -1,029 0,308 Dmn_of 162,000 333,000 0,000 1,000

Segundo

NDmn_of 130,000 301,000 -1,012 0,323 Bp_oa 137,500 308,500 -0,775 0,443 Terceiro Dmn_of 123,000 294,000 -1,234 0,226

(p≤0,05)

Para a comparação entre os resultados obtidos pelos grupos experimental e de controlo

para as condições “NDmn_oa” e Bp_of no primeiro momento de avaliação, Bp_oa no segundo

momento, Dmn_oa, “NDmn_oa”, Bp_of e NDmn_of no terceiro momento de avaliação, foi

aplicado o Teste T de Student para Amostras Independentes por apresentarem normalidade de

distribuição (Quadro IV.2.1. e IV.2.2.). Em simultâneo com o teste paramétrico acima referido, o

programa de tratamento estatístico SPSS® realiza o Teste de Levéne para verificação da

homogeneidade de variâncias da amostra, que, neste caso, para todas as condições avaliadas,

revelou um valor de p superior a 0,05, comprovando a existência de variâncias homogéneas nas

condições em questão. Quanto aos valores de p obtidos no Teste T de Student para Amostras

Independentes, estes mostraram não existir diferenças significativas entre os dois grupos para

todas as condições analisadas através dele (p-value superiores a 0,05, nível de significância 95%)

(Quadro IV.2.4.).

Quadro IV.2.4. – Teste T de Student para Amostras Independentes para comparação do deslocamento do centro de pressão entre o grupo experimental e o grupo de controlo

Teste T de Student para Amostras Independentes Teste de

Levéne para

igualdade de

variâncias

Intervalo de

confiança a 95% para

a diferença

Momento

de

avaliação

Condição

F

p

t

gl

p

Diferença

de médias

Erro

padrão

Inferior

Superior

NDmn_oa 0,092 0,763 0,496 34 0,623 8,704 17,561 -26,984 44,392 Primeiro Bp_of 1,057 0,311 -0,113 34 0,911 -0,370 3,292 -7,060 6,319

Segundo Bp_oa 0,045 0,833 -0,154 34 0,878 -0,611 3,960 -8,659 7,436 Dmn_oa 2,498 0,123 -1,485 34 0,147 -21,981 14,804 -52,068 8,105 NDmn_oa 0,462 0,501 -0,780 34 0,441 -13,204 16,926 -47,602 21,195 Bp_of 1,381 0,248 -1,230 34 0,227 -5,204 4,232 -13,804 3,397

Terceiro

NDmn_of 0,162 0,690 -0,649 34 0,521 -35,278 54,386 -145,804 75,249 (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

79

Para comparar o deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de

avaliação, dentro do mesmo grupo, recorreu-se ao Teste de Friedman tanto para o grupo

experimental como para o grupo de controlo, aquando do não preenchimento dos requisitos para

a aplicação de testes paramétricos para amostras emparelhadas. Os resultados deste teste são

apresentados no Quadro IV.2.5. Pode-se observar que para as condições “NDmn_oa”, Bp_of e

NDmn_of é rejeitada a hipótese de existirem diferenças estatisticamente significativas no

deslocamento do centro de pressão entre qualquer um dos momentos de avaliação dentro do

grupo experimental. Considera-se a existência de diferenças significativas no deslocamento do

centro de pressão nas condições Dmn_oa e Dmn_of” dentro deste grupo, sendo que os valores de

p obtidos para estas condições são inferiores a 0,05 (nível de significância de 95%). Neste caso

torna-se necessário averiguar entre que momentos de avaliação existem essas diferenças.

Quadro IV.2.5. – Teste de Friedman para comparação do deslocamento do centro de pressão dentro o grupo experimental

Teste de Friedman

Condição N Qui-quadrado Gl P

Dmn_oa 18 6,333 2 0,042 * NDmn_oa 18 2,778 2 0,249 Bp_of 18 3,111 2 0,211 Dmn_of 18 10,111 2 0,006 * NDmn_of 18 3,111 2 0,211

(p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)

Para averiguar entre que momentos de avaliação existem diferenças significativas no

deslocamento do centro de pressão para as condições Dmn_oa e Dmn_of” para o grupo

experimental recorreu-se à aplicação do Teste de Wilcoxon. Como se pode constatar, existem

diferenças significativas no deslocamento do centro de pressão, para um nível de significância de

95% (p≤0,05), entre o primeiro e o terceiro momentos de avaliação para a condição Dmn_oa, e

entre cada um dos três momentos de avaliação para a condição Dmn_of dentro do grupo

experimental (Quadro IV.2.6.).

Quadro IV.2.6. – Teste de Wilcoxon para comparação do deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de avaliação nas condições apoio dominante de olhos abertos e olhos fechados dentro do grupo experimental

Teste de Wilcoxon

Condição

Momento de avaliação Z p

Primeiro – Segundo -1,851 0,064 Segundo – Terceiro -1,328 0,184

Dmn_oa Primeiro – Terceiro -3,027 0,002 * Primeiro – Segundo -1,982 0,048 * Segundo – Terceiro -2,069 0,039 *

Dmn_of

Primeiro – Terceiro -2,896 0,004 * (p≤0,05)

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

80

A comparação dos valores do deslocamento do centro de pressão obtidos pelo grupo de

controlo foi feita através do Teste de Friedman, quando não se obtiveram os requisitos para a

aplicação de testes paramétricos, tal como foi referido acima para a análise dos valores obtidos

pelo grupo experimental, sendo que os resultados obtidos para as condições analisadas através

deste teste (Bp_oa, D,m_ao, Dmn_of e NDmn_of) se encontram no Quadro 12. Utilizando um

nível de significância de 95%, este teste revelou não existirem diferenças estatisticamente

significativas no deslocamento do centro de pressão entre qualquer um dos momentos de

avaliação dentro do grupo de controlo nas condições Bp_oa, Dmn_oa e NDmn_of. Para a

condição Dmn_of, obteve-se um valor de p inferior a 0,05, pelo que foi considerada a hipótese

de existirem diferenças significativas no deslocamento do centro de pressão entre os momentos

de avaliação dentro do grupo em causa, para um nível de significância de 95% (p≤0,05). Tal

como foi referido para as condições Dmn_oa e Dmn_of para o grupo experimental, também para

a condição Dmn_of para o grupo de controlo é necessário averiguar entre que momentos de

avaliação existem diferenças significativas (Quadro IV.2.7.).

Quadro IV.2.7. – Teste de Friedman para comparação do deslocamento do centro de pressão dentro o grupo de controlo

Teste de Friedman

Condição N Qui-quadrado gl p

Bp_oa 18 2,111 2 0,348 Dmn_oa 18 1,444 2 0,486 Dmn_of 18 6,333 2 0,042 * NDmn_of 18 3,111 2 0,211

(p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05) Para averiguar entre que momentos de avaliação existem diferenças significativas no

deslocamento do centro de pressão para a condição Dmn_of” para o grupo de controlo recorreu-

se à aplicação do Teste de Wilcoxon. Pode-se verificar que existem diferenças significativas no

deslocamento do centro de pressão, para um nível de significância de 95% (p≤0,05), entre o

primeiro e o segundo momentos de avaliação para a condição Dmn_of com um valor de p de

0,048, dentro do grupo de controlo (Quadro IV.2.8.).

Quadro IV.2.8. – Teste de Wilcoxon para comparação do deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de avaliação nas condições apoio dominante de olhos fechados dentro do grupo de controlo

Teste de Wilcoxon

Condição

Momento de avaliação Z p

Primeiro – Segundo -1,982 0,048 * Segundo – Terceiro -0,544 0,586

Dmn_of

Primeiro – Terceiro -1,285 0,199 (p≤0,05)

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

81

Para verificar a existência de diferenças estatisticamente significativas do deslocamento

do centro de pressão na condição Bp_oa nos três momentos de observação do grupo

experimental foram utilizados testes multivariados da ANOVA (Quadro IV.2.9.). Existem

diferenças significativas entre os momentos de avaliação para um nível de significância de 95%,

pois o p-value é 0,010 em todos os testes.

Quadro IV.2.9. – Testes multivariados da ANOVA para comparação do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal com os olhos abertos entre os três momentos de avaliação dentro do grupo experimental

Testes multivariados da ANOVA

Testes Valor F Hipótese gl Erro gl p

Pillai’s Trace 0,438 6,227 2,000 16,000 0,010 * Wilks’ Lambda 0,562 6,227 2,000 16,000 0,010 * Hotelling’s Trace 0,778 6,227 2,000 16,000 0,010 * Roy’s Largest Root 0,778 6,227 2,000 16,000 0,010 *

(p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)

Os resultados relativos à aplicação do Teste de Esfericidade de Mauchly revelam que

existe esfericidade, pois o valor de p é de 0,400 (Quadro IV.2.10.), sendo um requisito para

utilizar a estatística F da ANOVA de Medidas Repetidas.

Quadro IV.2.10. – Teste de Esfericidade de Mauchly para o grupo experimental Teste de Esfericidade de Mauchly

Condição

W de Mauchly

Qui-quadrado

aproximado

gl

p

Bp_oa 0,892 1,834 2 0,400 (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)

No Quadro IV.2.11. são apresentados os valores relativos à condição esfericidade

assumida para a ANOVA de comparação do deslocamento do centro de pressão na condição

Bp_oa entre os vários momentos de avaliação no grupo experimental. Existem diferenças

estatisticamente significativas entre os vários momentos de avaliação (p=0,008) para a condição

em questão para o grupo experimental, para um nível de significância de 95%, tal como já se

tinha observado anteriormente com os testes multivariados.

Quadro IV.2.11. – Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para comparação do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal com os olhos abertos entre os três momentos de avaliação dentro do grupo experimental

Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas

Condição Soma de quadrados

Tipo III gl Quadrado da

média F p

Bp_oa 802,300 2 401,150 5,649 0,008 * (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

82

Para averiguar entre que momentos de avaliação existem diferenças estatisticamente

significativas para a condição Bp_oa para o grupo experimental, recorreu-se a um teste post hoc

no Teste ANOVA para amostras emparelhadas (Pairwise Comparisons). Como se pode observar

no Quadro IV.2.12., para um nível de significância de 95% (p≤0,05), existem diferenças

significativas no deslocamento do centro de pressão na condição Bp_oa dentro do grupo

experimental entre o primeiro e o segundo, e o primeiro e o terceiro momentos de avaliação, não

existindo diferenças significativas para o mesmo nível de significância para a mesma condição

dentro do grupo experimental, entre o segundo e o terceiro momentos de avaliação.

Quadro IV.2.12. – Teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para comparação do deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de avaliação na condição apoio bipedal de olhos abertos dentro do grupo experimental

Teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas

Pairwise Comparisons

Intervalo de confiança a

95% para a diferença

Condição

Momento de avaliação Diferença de

médias

Erro

padrão

p

Inferior

Superior

Primeiro – Segundo -8,111 3,160 0,020 * -14,778 -1,444 Segundo – Terceiro -0,130 2,858 0,964 -6,160 5,901

Bp_oa

Primeiro – Terceiro -8,241 2,348 0,003 * -13,195 -3,286 (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)

No que diz respeito ao grupo de controlo, os Quadros IV.2.13. e IV.2.14. revelam os

resultados obtidos pelos testes multivariados da ANOVA para as condições “NDmn_oa” e Bp_of

para o grupo de controlo. Não existem diferenças significativas na condição “NDmn_oa” entre

os vários momentos de avaliação no grupo de controlo, para um nível de significância de 95%,

pois apresentam um p-value de 0,570. Quanto à condição Bp_of, os testes em questão revelam

haver diferenças significativas para o mesmo nível de significância referido anteriormente, com

um valor de p de 0,001 (p≤0,05).

Quadro IV.2.13. – Testes multivariados da ANOVA para comparação do deslocamento do centro de pressão na condição unipedal não dominante com os olhos abertos nos três momentos de avaliação dentro do grupo de controlo

Testes multivariados da ANOVA

Testes Valor F Hipótese gl Erro gl p

Pillai’s Trace 0,068 0,581 2,000 16,000 0,570 Wilks’ Lambda 0,932 0,581 2,000 16,000 0,570 Hotelling’s Trace 0,073 0,581 2,000 16,000 0,570 Roy’s Largest Root 0,073 0,581 2,000 16,000 0,570

(p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

83

Quadro IV.2.14. – Testes multivariados da ANOVA para comparação do deslocamento do centro de pressão na condição bipedal de olhos fechados nos três momentos de avaliação dentro do grupo de controlo

Testes multivariados da ANOVA

Testes Valor F Hipótese gl Erro gl p

Pillai’s Trace 0,606 12,291 2,000 16,000 0,001 * Wilks’ Lambda 0,394 12,291 2,000 16,000 0,001 * Hotelling’s Trace 1,536 12,291 2,000 16,000 0,001 * Roy’s Largest Root 1,536 12,291 2,000 16,000 0,001 *

(p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)

O pressuposto da esfericidade para o grupo de controlo também se verifica, sendo que os

valores de p obtidos através da aplicação do Teste de Esfericidade de Mauchly para as duas

condições em causa (“NDmn_oa” e Bp_of) são superiores a 0,05 (Quadro IV.2.15.), podendo-se

assim utilizar a estatística F da ANOVA de Medidas Repetidas.

Quadro IV.2.15. – Teste de Esfericidade de Mauchly para o grupo de controlo Teste de Esfericidade de Mauchly

Condição

W de Mauchly

Qui-quadrado

aproximado

gl

p

NDmn_oa 0,725 5,150 2 0,076 Bp_of 0,969 0,507 2 0,776 (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)

Analisando os resultados da aplicação do Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas

(Quadro IV.2.16.), pode-se observar que para a condição “NDmn_oa” não existem diferenças

significativas (com um valor de p de 0,678), e para a condição Bp_of existem diferenças

significativas (p=0,000) no deslocamento do centro de pressão entre os três momentos de

avaliação no grupo de controlo, para um nível de significância de 95%, confirmando o que já se

tinha constatado com os testes multivariados.

Quadro IV.2.16. – Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para comparação do deslocamento do centro de pressão nas condições unipedal não dominante de olhos abertos e bipedal de olhos fechados entre os três momentos de avaliação dentro do grupo de controlo

Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas

Condição Soma de quadrados

Tipo III

gl Quadrado da

média

F

p NDmn_oa 1002,383 2 501,191 0,393 0,678 Bp_of 1398,053 2 699,027 14,841 0,000 * (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)

Para averiguar entre que momentos de avaliação existem diferenças estatisticamente

significativas para a condição Bp_of para o grupo de controlo, recorreu-se a um teste post hoc no

Teste ANOVA para amostras emparelhadas (Pairwise Comparisons). Como se pode observar no

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

84

Quadro IV.2.17., existem diferenças significativas no deslocamento do centro de pressão na

condição Bp_of dentro do grupo de controlo, para um nível de significância de 95% (p≤0,05),

entre os três momentos de avaliação dentro do grupo de controlo.

Quadro IV.2.17. – Teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas para comparação do deslocamento do centro de pressão entre os vários momentos de avaliação na condição apoio bipedal de olhos fechados dentro do grupo de controlo

Teste post hoc no Teste ANOVA para Amostras Emparelhadas

Pairwise Comparisons

Intervalo de confiança a

95% para a diferença

Condição

Momento de avaliação Diferença

de médias

Erro

padrão

p

Inferior

Superior

Primeiro – Segundo -6,130 2,098 0,010 * -10,555 -1,704 Segundo – Terceiro -6,333 2,303 0,014 * -11,193 -1,474

Bp_of

Primeiro – Terceiro -12,463 2,449 0,000 * -17,629 -7,297 (p – p-value; gl – graus de liberdade) (p≤0,05)

Em suma, os testes de inferência estatística mostraram existir diferenças estatisticamente

significativas no deslocamento do centro de pressão apenas na condição apoio unipedal

dominante de olhos fechados (Dmn_of) no primeiro momento de avaliação entre o grupo

experimental e o grupo de controlo, sendo que em todas as outras condições nos três momentos

de avaliação se verificou a não existência de diferenças significativas.

A comparação das diferentes condições dentro de cada grupo mostrou existirem

diferenças estatisticamente significativas nas condições apoio bipedal de olhos abertos (Bp_oa)

entre o primeiro e o segundo, e o primeiro e o terceiro momentos de avaliação, apoio dominante

de olhos abertos (Dmn_oa) entre o primeiro e o terceiro momentos de avaliação, e apoio

dominante de olhos fechados (Dmn_of) entre os três momentos de avaliação dentro do grupo

experimental, e na condição apoio bipedal de olhos fechados (Bp_of) entre os três momentos de

avaliação, e apoio dominante de olhos fechados (Dmn_of) entre o primeiro e o segundo

momentos de avaliação dentro do grupo de controlo.

Considerando os resultados dos testes de estatística inferencial na comparação dentro de

cada grupo, em associação com os valores das médias obtidos nos momentos de avaliação para

cada condição, pôde-se constatar que, para o grupo experimental, as diferenças estatisticamente

significativas encontradas nas condições Dmn_oa e Dmn_of foram no sentido de uma

diminuição do deslocamento do CDP e, consequentemente, uma diminuição da OP, enquanto

que na condição “Bp_ao” para o mesmo grupo as diferenças encontradas foram no sentido de um

aumento do deslocamento do CDP, o que indica um aumento da OP. Também as condições

Bp_of e Dmn_of no grupo de controlo apresentaram diferenças estatisticamente significativas

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

85

que, analisando os valores das médias obtidas, vão no sentido de um aumento do deslocamento

do CDP, o que aponta para um aumento da OP.

Tendo em vista os resultados obtidos, parece ser aceite a hipótese nula do estudo

confirmando-se que a prática do PNF-Chi®, durante um período de oito semanas, 45 minutos,

duas vezes por semana, não influencia a oscilação postural na posição de pé de adultos jovens

saudáveis.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

86

V. Discussão

A melhoria do controlo postural e equilíbrio é muitas vezes um dos objectivos definidos

pelo fisioterapeuta nos mais variados casos na prática clínica. A existência de estratégias com

esse intuito é um campo no qual existe algum investimento científico. O Tai Chi Chuan é uma

das estratégias utilizadas com esse objectivo. O PNF-Chi®, sendo a fusão do Tai Chi Chuan com

o PNF, mostra-se como uma potencial estratégia no tratamento em fisioterapia.

O efeito do Tai Chi Chuan no equilíbrio tem sido estudado por vários autores sugerindo

que a sua prática aumenta o equilíbrio/estabilidade postural nos praticantes idosos (Kressig,

Beauchet & Tharicharu, 2003; Li, Devault & Van Oteghen, 2007; Liu & So, 2008; Wang, Collet

& Lau, 2004; Wong & Lan, 2008; Wu, 2002; Wu, Zhao, Zhou & Wei, 2002). No entanto,

existem alguns estudos que põe em causa estes resultados no que diz respeito ao equilíbrio

estático na mesma população (Fong & Ng, 2006; Wong, Lin, Chou, Tang & Wong, 2001). Em

relação ao PNF-Chi®, não existe qualquer estudo que permita concluir que a sua prática trás

benefícios ao nível do equilíbrio numa população de adultos jovens saudáveis.

Este estudo tinha como objectivo investigar o efeito da prática do PNF-Chi® na oscilação

postural (OP), quando praticado por sujeitos saudáveis durante oito semanas, duas sessões por

semana de 45 minutos. Foi realizada a medição do deslocamento do centro de pressão (CDP) na

posição de pé em apoio bipedal e unipedal dominante e não dominante, de olhos abertos e

fechados, para mensuração da OP (indicador do equilíbrio), três vezes ao longo do período do

estudo (no início da prática do PNF-Chi®, a quatro semanas e a oito semanas de prática) tendo

sido criados o grupo experimental e de controlo (dois grupos de 18 sujeitos cada) para efeitos de

comparação.

Da análise estatística dos resultados relacionados com o objectivo do presente estudo, os

testes mostraram não existirem diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de

controlo e experimental após um período de prática de oito semanas de PNF-Chi®, para um nível

de significância a 95% (p≤0,05).

Quando comparados estatisticamente os grupos experimental e de controlo, os testes

mostraram não existirem diferenças estatisticamente significativas entre grupos em relação ao

deslocamento do CDP em todas as condições avaliadas, após o período de prática do PNF-Chi®

(tanto após o período de quatro semanas como de oito), para um nível de significância de 95%

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

87

(p≤0,05), tendo sido sujeitos a análise os testes estatísticos que dizem respeito aos segundo e

terceiro momentos de avaliação.

Da comparação entre as várias observações dentro de cada grupo, obtiveram-se

resultados que apontam para a existência de diferenças significativas para algumas condições

avaliadas. No quadro seguinte são apresentados os resultados obtidos a partir da análise dos

valores estatísticos tanto de estatística descritiva (do Quadro IV.1.1. ao Quadro IV.1.6.) como

inferencial (do Quadro IV.2.1. ao Quadro IV.2.17.) para um nível de significância de 95%, isto é,

para valores de p inferiores a 0,05. Foram então analisados os resultados obtidos nos testes de

estatística inferencial, e posteriormente, tidos em conta os resultados dos testes de estatística

descritiva para indução da tendência da diferença detectada pelos primeiros (Quadro V.1.).

Quadro V.1. – Resultados obtidos a partir da análise estatística (descritiva e inferencial) dos resultados do deslocamento do centro de pressão dentro do grupo experimental e grupo de

controlo Alteração estatisticamente significativa do deslocamento do centro de pressão

Nível de significância de 5% Diminuição Sem diferença Aumento Momentos de

avaliação Momentos de

avaliação 1º - 2º 2º - 3º 1º - 3º 1º - 2º 2º - 3º 1º - 3º

Grupo

experimental

Dmn_oa Dmn_of

*

*

* *

NDmn_oa Bp_of

NDmn_of

Bp_oa

*

*

Grupo de

controlo

Bp_oa Dmn_oa NDmn_oa NDmn_of

Dmn_of Bp_of

* *

*

*

(p≤0,05)

Após a análise e interpretação dos resultados é necessário verificar se a hipótese

experimental é suportada pelos valores obtidos. A hipótese experimental a ser testada neste

estudo sugeria que a prática de PNF-Chi®, durante um período de oito semanas, 45 minutos, duas

vezes por semana, diminuía a OP, mensurada através do deslocamento do CDP, na posição de

pé, em sujeitos adultos jovens. Tendo em consideração o facto de não se ter verificado a

existência de diferenças estatisticamente significativas (p≤0,05) entre os valores de deslocamento

do CDP obtidos pelos grupos experimental e de controlo quando comparados entre si nas seis

condições avaliadas após a manipulação da variável independente (nos segundo e terceiro

momentos de avaliação), associando ao facto de essas diferenças estatisticamente significativas

também não terem sido registadas em três (NDmn_ao, Bp_of e NDmn_of) das seis condições

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

88

avaliadas no grupo experimental entre os momentos de avaliação, considera-se demonstrado a

não verificação de alterações significativas que comprovem a hipótese experimental, ou seja, foi

comprovada a hipótese nula, que sugere que a prática do PNF-Chi® não influencia a OP.

Estes resultados parecem ir de encontro aos resultados obtidos por Wu (2002) que acabou

por concluir que, nalguns estudos em que foram analisados os efeitos da prática do Tai Chi

Chuan a curto termo, se registaram melhorias na capacidade de permanecer em apoio unipedal

enquanto que noutros essas diferenças não foram significativas, assim como Wong, Lin, Chou,

Tang e Wong (2001) que não verificou a existência de diferenças significativas no controlo do

equilíbrio estático em praticantes de Tai Chi a longo termo quando comparados com um grupo

equivalente sedentário, e Fong e Ng (2006) que concluíram que a prática durante três meses Tai

Chi, apesar de melhorar o sentido de posição da articulação, não levou a uma melhoria

significativa do equilíbrio.

No entanto, tal como foi referido, parece existir uma tendência por parte do grupo

experimental para uma melhoria do equilíbrio, pela diminuição da OP, pela constatação da

existência de diferenças significativas entre duas das seis condições avaliadas no sentido de uma

diminuição do DCP, enquanto que no grupo de controlo não se verificou existir qualquer

condição nesta situação. Esta tendência, de alguma forma, vai de encontro ao estudo realizado

por Wu, Zhao, Zhou e Wei (2002) que envolveu a prática do Tai Chi Chuan por idosos e a

avaliação do equilíbrio, em que se verificou uma diminuição do deslocamento do CDP na

manutenção da posição de pé após a prática do Tai Chi Chuan a longo prazo, concluindo-se

assim que a sua prática traz benefícios no que diz respeito à manutenção de uma boa estabilidade

postural.

Assim, os resultados obtidos neste estudo e sintetizados no Quadro V.I. vão, de alguma

forma, ao encontro dos estudos acima referidos, apesar de estes não terem sido realizados numa

população jovem adulta e saudável, nem terem a prática do PNF-Chi® como variável

independente.

Este estudo apresentou algumas limitações. O tempo utilizado na prática do PNF-Chi®

no estudo foi de oito semanas, quando o proposto por Verhagen, Immink, Van de Meulen e

Bierma-Zeinstra (2004) para sujeitos idosos foi de 10 semanas como período mínimo, sendo esta

a indicação para a prática do Tai Chi Chuan na a população idosa.

No caso deste estudo, em que foi praticado PNF-Chi® e não Tai Chi Chuan, e tendo em

consideração a metodologia utilizada e na população a que foi aplicada, é possível que a

intensidade do exercício utilizada, tanto a carga de exercício como a frequência das sessões (duas

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

89

vezes por semana) e o tempo de prática (durante oito semanas), tenha sido insuficiente para a

população em questão (adultos jovens saudáveis) e para a obtenção de ganhos mais evidentes a

nível do controlo postural e equilíbrio. A frequência esteve altamente dependente da

disponibilidade dos sujeitos em estudo, sendo que esse foi o tempo considerado ideal e aplicável

à prática.

Foi considerado limitação do estudo o facto de a própria prática do PNF-Chi® estar

altamente dependente da motivação do praticante e da amostra seleccionada ter iniciado a prática

exclusivamente com o objectivo de fazer parte do estudo e não com um objectivo puramente de

interesse pessoal pela prática do PNF-Chi®. A grande influência da motivação na prática do

PNF-Chi® é suportada pelas próprias características do novo conceito baseadas nos princípios do

Tai Chi Chuan e pelos factores que influenciam a aprendizagem do controlo motor. Este facto

pode ter contribuído para a influência da intensidade de treino que cada um dos participantes

imprimiu a si próprio.

Para alem das avaliações quantitativas feitas através das medições do deslocamento do

CDP com o Footscan® nas diferentes condições de teste e analisados os valores através dos testes

de estatística descritiva e inferencial, foi também registado o relato espontâneo (não fazendo

parte da metodologia deste estudo, mas que se achou de algum interesse) de alguns dos

elementos do grupo experimental após o período de prática do PNF-Chi® durante os momentos

de avaliação, e que afirmaram sentir menos instabilidade principalmente nas articulações tíbio-

társicas e menos rigidez nos joelhos quando eram assumidas as posições de teste em apoio

unipedal quer do lado dominante quer não dominante, tanto durante as sessões de PNF-Chi®

quando as sequências exigiam esse tipo de apoio em qualquer exercício (“avião”, “passo”, etc.),

quer durante as avaliações após o início da prática (no segundo e terceiro momentos de

avaliação).

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

90

VI. Conclusões

Não existem estudos que averigúem a eficácia da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em

sujeitos jovens adultos e saudáveis. No entanto, existem alguns estudos que, apesar de serem

aplicados à população idosa, pretendem associar a prática do Tai Chi Chuan ao equilíbrio dos

seus praticantes. Este estudo pretendeu analisar a relação da prática da nova abordagem (o PNF-

Chi®) ao equilíbrio, tantas vezes avaliado e considerado na determinação de objectivos de

tratamento. O objectivo deste estudo era investigar a influência da prática do PNF-Chi® em

sessões de 45 minutos, duas vezes por semana, durante oito semanas, na oscilação postural (OP)

em sujeitos adultos jovens saudáveis.

Finda a realização dos procedimentos metodológicos do estudo e após o tratamento dos

dados recolhidos, os resultados demonstraram que, para a amostra em estudo, a prática do PNF-

Chi®, durante oito semanas, duas vezes por semana, 45 minutos, parece não influenciar a OP

mensurada através do deslocamento do centro de pressão (CDP), comprovando a hipótese nula.

No entanto, parece existir uma tendência para a melhoria do equilíbrio por parte do grupo

experimental em relação ao de controlo de um modo geral, e nas condições de apoio unipedal

dominante de olhos abertos e fechados em particular.

A realização deste estudo tornou-se um desafio interessante pelo percurso que um

qualquer estudo científico representaria, mas também pela componente pioneira que o

caracterizou, desde a utilização da plataforma de pressões Footscan® com a associação do

software Footscan® Balance na medição do equilíbrio estático, não tendo sido encontrados

artigos com as características que se assemelhassem com este trabalho em questão (isto é, com a

utilização da plataforma de pressões para medição do equilíbrio estático), como a aplicação de

uma prática de exercício também recente e pouco fundamentada cientificamente. Deste ponto de

vista, o estudo iniciou sem grandes perspectivas seguras dos resultados que se poderiam vir a ter.

de qualquer das formas, finalizando o trabalho, e para além das conclusões retiradas dos

resultados obtidos a partir da mensuração da oscilação postural, são considerados resultados

deste estudo todo o trabalho de pesquisa e cruzamento de informação, numa tentativa de

credibilização do estudo.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

91

Um factor que trouxe alguma dificuldade para a comparação de resultados foi o facto de a

literatura existente que relaciona o Tai Chi Chuan à influência deste no equilíbrio ser

exclusivamente aplicada à população idosa. O suporte científico dado pelos estudos de aplicação

do Tai Chi em idosos mostrou-se por vezes demasiado desadequada, tendo em conta a situação

neste estudo no que diz respeito à população a ser estudada (população adulta jovem).

Numa perspectiva de responder a algumas questões sobre o efeito da prática do PNF-

Chi® e o equilíbrio, colmatando, de alguma forma, algumas limitações verificadas neste estudo,

propõe-se a realização de estudos que, de alguma forma, dêem continuidade a este. Assim,

propõe-se a realização de estudos em que se avaliem o equilíbrio dinâmico e funcional, e/ou

aplicando uma escala que avaliasse o equilíbrio que permita a avaliação qualitativa (sensação de

equilíbrio) dos efeitos da prática do PNF-Chi®. Em estudos futuros, poderia ser aplicada a prática

numa população com patologia como em sujeitos com alterações do equilíbrio por, por exemplo,

patologias do foro vestibular e neuro-músculo-esquelético; também associado à população em

estudo, propõe-se a realização de estudos em sujeitos idosos. Tendo em conta que a

aprendizagem de um qualquer skill está muito dependente da motivação para a prática, propõe-se

a realização de estudos em que os indivíduos da amostra não sejam sujeitos à prática do PNF-

Chi® unicamente com o objectivo de participação no estudo, mas que a decisão da prática tenha

partido dos próprios sujeitos antes da proposta para participação no estudo. Sendo assim, propõe-

se a realização de um estudo transversal a uma população a praticar PNF-Chi® regularmente.

Também seria interessante a realização da avaliação do equilíbrio após a prática do PNF-Chi®

num período mais longo, sendo que seria impreterível que esse tempo fosse superior a 10

semanas, e interessante que fossem analisados os resultados de uma prática a longo prazo. Outra

proposta para estudos posteriores, seria a realização de um estudo com um desenho experimental

que permita fazer uma avaliação longitudinal do equilíbrio após a prática do PNF-Chi®.

Sendo o PNF-Chi® uma abordagem recente, muita da sua fundamentação surge da

extrapolação da bibliografia existente acerca do Tai Chi Chuan, no entanto é importante ter

consciência das particularidades do novo conceito, e dos seus potenciais benefícios. Espera-se

que este trabalho contribua, de alguma forma, para a reflexão dos conceitos com base nas teorias

de controlo motor a aprendizagem, bem como para a abertura por parte dos profissionais para

novas abordagens na reabilitação e melhoria do controlo postural e equilíbrio.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

92

Referências Bibliográficas

Adler, S. S., Beckers, D. & Buck, M. (1999). PNF: método Kabat – facilitação

neuromuscular proprioceptiva. São Paulo: Editora Manole.

Berger, L., Klein, C. & Commandeur, M. (2008) Evaluation of the immediate and

midterm effects of mobilization in hot spa water on static and dynamic balance in elderly

subjects. Annales de réadaptation et de médecine physique: revue scientifique de la Société

française de rééducation fonctionnelle de réadaptation et de médecine physique, 51(2), 84-95.

Bove, M. Marinelli, L., Avanzino, L., Marchese, R. & Abbruzzese, G. (2006).

Posturographic analusis of balance control in patients with essential tremor. Movement

disorders: official journal of the Movement Disorder Society, 21 (2), 192-198

Broglio, S. P., Guskiewicz, K. M., Sell, T. C. & Lephart, S. M. (2004) No acute changes

in postural control after soccer heading. British journal of sports medicine, 38 (5), 561-567.

Bryan E. C., Trew, M. E., Bruce, A. M., Kuisma, R. M. & Smith, A. W. (2005). Gender

differences in balance performance at the time of retirement. Clinical biomechanics (Bristol,

Avon), 20 (3), 330-335.

Chan, K., Qin, L., Lau, M., Woo, J., Au, S., Choy, W., Lee, K. & Lee, S. (2004). A

randomized, prospective study of the effects of Tai Chi Chun exercise on bone mineral density in

postmenopausal women. Archives of physical medicine and rehabilitation, 85 (5), 717-722.

Chau, K. W. & Mao, D. W. (2006). The characteristics of foot movements in Tai Chi

Chuan. Research in sports medicine, 14 (1), 19-28.

Chi, M. & Li, J. (1996). A estrutura interior do Tai Chi – Tai Chi Kung I. São Paulo:

Editora pensamento.

Cornelius, W. L., Jensen, R. L. & Odell, M. E. (1995). Effects of PNF stretching phases

on acute arterial blood pressure. Canadian journal of applied physiology, 20 (2), 222-229.

Danna-dos-Santos, A., Degani, A. M., Zatsiorsky, V. M. & Latash, M. L. (2008). Is

voluntary control of natural postural sway possible? Journal of motor behaviour, 40 (3), 179-

185.

Davis, D. S., Ashby, P. E., McCale, K. L., McQuain, J. A. & Wine, J. M. (2005). The

effectiveness of 3 stretching techniques on hamstring flexibility using consistent stretching

parameters. Journal of strength and conditioning research / National Strength & Conditioning

Association, 19 (1), 27-32.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

93

Decicco, P. V. & Fisher, M. M. (2005). The effects of proprioceptive neuromuscular

facilitation stretching on shoulder range of motion in overhand athletes. The Journal of sports

medicine and physical fitness, 45 (2), 183-187.

Deutsch, J. E. & Anderson, E. Z. (2008). Complementary therapies for physical therapy –

a clinical decision-making approach. E.U.A.: Saunders Elsevier.

Doyle, R. J., Hsiao-Wecksler, E. T., Ragan, B. G. & Rosengren, K. S. (2007).

Generalizability of center of pressure measures of quiet standing. Gait & posture, 25 (2), 166-

171.

Esteves, J. M. (2001). Influência da ligadura funcional da tíbio-társica na oscilação

postural. Monografia final do curso de licenciatura em Fisioterapia. Alcoitão: Escola Superior de

Saúde do Alcoitão.

Fong, S. M. & Ng, G. Y. (2006). The effects on sensorimotor performance and balance

with Tai Chi training. Archives of physical medicine and rehabilitation, 87 (1), 82-87.

Funk, D. C., Swank, A. M., Mikla, B. M., Fagan, T. A. & Farr, B. K. (2003). Impact of

prior exercise on hamstring flexibility: a comparison of proprioceptive neuromuscular

facilitation and static stretching. Journal of strength and conditioning research / National

Strength & Conditioning Association, 17 (3), 489-492.

Godinho, M., Barreiros, J. & Correia, P. P. (1997). Aprendizagem motora – teorias e

modelos. Cruz Quebrada: Edições Faculdade de Motricidade Humana.

Godinho, M., Mendes, R., Melo, F. & Barreiros, J. (1999). Controlo motor e

aprendizagem – fundamentos e aplicações. Cruz Quebrada: Edições Faculdade de Motricidade

Humana.

Göhler, B. (1995). Facilitación beuromuscular propioceptiva (FNP) en la vida cotidiana.

Barcelona: Editorial Paidotribo.

Greene, D. P. & Roberts, S. L. (1999). Kinesiology: movement in the context of activity.

St. Louis: Missouri.

Gutnik, B., Leaver, J. Standen, C. & Longley, C. (2008). Inferred influence of human

lateral profile on limb load asymmetry during a quiet standing balance test. Acta medica

Okayama, 62 (3), 175-184.

Hagiwara, N., Hashimoto, T. & Ikeda, S. (2004). Static balance impairment and its

change after pallidotomy in Parkinson’s disease. Movement disorders: official journal of the

Movement Disorder Society, 19 (4), 437-445.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

94

Hallemans, A., D’Août, K., De Clercq, D. & Aerts, P. (2003). Pressure distribution

patterns under the feet of new walkers: the first two months of independent walking. Foot &

ankle international, 24 (5), 444-453.

Hatzitaki, V., Amiridis, I. G., Nikodelis, T. & Spiliopoulou, S. (2008). Direction-induced

effects of visually guided weight-shifting training on standing balance in the elderly.

Gerontology (Epub ahead of print).

Hrysomallis, C., McLaughlin, P. & Goodman, C. (2006). Relationship between static and

dynamic balance testes among elite Australian Footballers. Journal of science and medicine in sport /

Sports Medicine Australia, 9 (4), 288-291.

Kofotolis, N. & Kellis, E. (2006). Effects of two 4-week proprioceptive neuromuscular

facilitation programs on muscle endurance, flexibility, end functional performance in women

with chronic low back pain. Physical therapy, 86 (7), 1001-1012.

Kofotolis, N., Vrabas, I. S., Vamvakoudis, E., Papanikolaou, A. & Mandroukas, K.

(2005). Proprioceptive neuromuscular facilitation training induced alterations in muscle fibre

type and cross sectional area. British journal of sports medicine, 39 (3), e11.

Kressig, R. W:, Beauchet, O. & Tharicharu, J. (2003). T’ai chi in the elderly: practical

aspects. Revue médicale de la Suisse romande, 123(11), 671-675.

Lee, M. Y., Lin, C. F. & Soon, K. S. (2007). Balance control enhancement using sub-

sensory stimulation and visual-auditory biofeedback strategies for amputee subjects. Prosthetics

and orthotics international, 31 (4), 342-352.

Lephart, S. M. & Fu, F. H. (2000). Proprioception and neuromuscular control in joint

stability. U.S.A.: Human Kinetics.

Li, Y., Devault, C. N. & Van Oteghen, S. (2007). Effects of extended Tai Chi

intervention on balance and selected motor functions of the elderly. The American journal of

Chinese medicine, 35 (3), 383-391.

Li, F., Harmer, P., Fisher, K. J., McAuley, E., Chaumeton, N., Eckstrom, E. & Wilson, N.

L. (2005). Tai Chi and fall reductions in older adults: a randomized controlled trial. The journals

of gerontology. Series A, Biological sciences and medical sciences, 60 (2), 187-194.

Li, F., Harmer, P., McAuley, E., Duncan, T. E., Duncan, S. C., Chaumeton, N. & Fisher,

K. J. (2001). An evaluation of the effects of Tai Chi exercise on physical function among older

persons: a randomized controlled trial. Annals of behavioral medicine: a publication of the

Society of Behavioral Medicine, 23 (2), 139-146.

Liao, W. (2007). The essence of T’ai Chi. Boston: Shambhala Publications.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

95

Liu, M. & So, H. (2008). Effects of Tai Chi exercise program on physical fitness, fall

related perception and health status in institutionalized elders. Taehan kanho hakhoe chi, 38 (4),

620-628.

Lopes, A. M. F. & Pereira, J. J. P. (2004). Metodologia da Investigação em fisioterapia –

textos de apoio. Alcoitão: Escola Superior de Saúde do Alcoitão.

Lui, P. P., Qin, L. & Chan, K. M. (2008). Tai Chi Chuan exercises in enhancing bone

mineral density in active seniors. Clinics in sports medicine, 27 (1), 75-86.

Mahomed, S., Al-Obaidi, S. & Al-Zoabi, B. (2008). Outcome measures and psychomotor

skills related to sholder conditions for clinical orthopaedic training. Medical principles and

practice: international journal of the Kuwait University, Health Science Centre, 17 (6), 481-485.

Messier, S. P., Royer, T. D., Craven, T. E., O’Toole, M. L., Burns, R. & Ettinger, W. H.

(2000). Long-term exercise and its effect on balance in older, osteoarthritic adults: results from

the Fitness, Arthritis, and Seniors Trial (FAST). Journal of the American Geriatrics Society, 48

(2), 131-138.

Meyer, P. F., Oddsson, L. I. E. & De Luca, C. J. (2004). Reduced plantar sensitivity alters

postural responses to lateral perturbations of balance. Experimental brain research, 157 (4), 526-

536.

Mirek, E., Chwata, W., Longawa, K., Rudzinska, M., Adamkiewicz, P. & Szczudlik, A.

(2003). [Proprioceptive neuromuscular facilitation method of therapeutic rehabilitation in the

treatment of patients with Parkinson disease]. Neurologia i neurochirurgia polska, 37 (5), 89-

102.

Montgomery, P. C. & Connolly, B. H. (2002). Clinical applications for motor control.

U.S.A.: SLACK Incorpotated.

Oliveira, R. (2007). Apontamentos de apoio à disciplina de Aprendizagem e Controlo

Motor. Alcoitão: Escola Superior de Saúde do Alcoitão.

Paillard, T., Bizid, R. & Dupui, P. (2007). Do sensorial manipulations affect subjects

differently depending on their postural abilities? British journal of sports medicine, 41 (7), 435-

438.

Pestana, M. H. & Gageiro, J. N. (2000). Análise de dados para ciências sociais – A

complementaridade do SPSS (2ª ed.). Lisboa: Edições Sílabo.

Qin, L., Choy, W., Leung, K., Leung, P. C., Au, S., Hung, W., Dambacher, M. & Chan,

K. (2005). Beneficial effects of regular Tai Chi exercise on musculoskeletal system. Journal of

bone and mineral metabolism, 23 (2), 186-190.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

96

Schmidt, R. A. & Wridberg, C. A. (2004). Motor learning and performance – a problem-

based learning approach (3ª ed.). Champaign: Human Kinetics.

Schmidt, R. A. & Wridberg, C. A. (2008). Motor learning and performance – a situation-

based learning approach (4ª ed.). Champaign: Human Kinetics.

Shimura, K & Kasai, T. (2002). Effects of proprioceptive neuromuscular facilitation on

the initiation of voluntary movement and motor evoked potentials in upper limb muscles. Human

movement science, 21 (1), 101-113.

Shumway-Cook, A. & Woollacott, M. H. (2003). Controlo motor – teoria e aplicações

práticas (2ª ed.). São Paulo: Editora Manole.

Taggart, H. M. (2002). Effects of Tai Chi exercise on balance, functional mobility, and

fear of falling among older women. Applied nursing research : ANR, 15 (4), 235-242.

Thornton, E. W., Sykes, K. S. & Tang, W. K. (2004). Health benefits of Tai Chi exercise:

improved balance and blood pressure in middle-aged women. Health promotion international,

19 (1), 33-38.

Trew, M. & Everett, T. (2001). Human movement – an introductory text (4ª ed.). London:

Churchill Livingstone.

Tsai, J. C., Wang, W. H., Chan, P., Lin, L. J., Wang, C. H., Tomlinson, B., Hsieh, M. H.,

Yang, H. Y. & Liu, J. C. (2003). The beneficial effects of Tai Chi Chuan on blood pressure and

lipid profile and anxiety status in a randomized controlled trial. Journal of alternative and

complementary medicine (New York, N.Y.), 9 (5), 747-754.

Tsai, C. L., Wu, S. K. & Huang, C. H. (2008). Static balance in children with

developmental coordination disorder. Human movement science, 27 (1), 142-153.

Tsang, W. W. & Hui-Chan, C. W. (2003). Effects of tai chi on joint proprioception and

stability limits in elderly subjects. Medicine and science in sports and exercise, 35 (12), 1962-

1971.

Tsang, W. W. & Hui-Chan, C. W. (2004). Effect of 4- and 8-wk intensive Tai Chi

Training on balance control in the elderly. Medicine and science in sports and exercise, 36 (4),

648-657.

Tsang, W. W. & Hui-Chan, C. W. (2004). Effects of exercise on joint sense and balance

in elderly men: Tai Chi versus golf. Medicine and science in sports and exercise, 36 (4), 658-

667.

Tsang, W. W., Wong, V. S., Fu, S. N. & Hui-Chan, C. W. (2004). Tai Chi improves

standing balance control under reduced or conflicting sensory conditions. Archives of physical

medicine and rehabilitation, 85 (1), 129-137.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

97

Umphred, D. A. (2004). Reabilitação neurológica (4ª ed.). São Paulo: Editora Manole.

Verhagen, A. P., Immink, M., Van der Meulen, A. & Bierma-Zeinstra, S. M. (2004). The

efficacy of Tai Chi Chuan in older adults: a systematic review. Family practice, 21 (1), 107-113.

Wang, C., Collet, J. P. & Lau, J. (2004). The effect of Tai Chi on health outcomes in

patients with chronic conditions: a systematic review. Archives of internal medicine, 164 (5),

493-501.

Watanatada, P., Polmang, B. & Sanguangrangsirikul, S. (2006). Reliability of centre of

pressure and area sway measurement during one-legged stance in a normal population. Journal

of the Medical Association of Thailand, 89 suppl 3, S92-97.

Willems, T., Witvrouw, E., Delbaere, K., De Cock , A.& De Clercq, D. (2005).

Relationship between gait biomechanics and inversion sprains: a prospective study of risk

factors. Gait & posture, 21 (4), 379-387.

Wolf, S. L., Barnhart, H. X., Kutner, N. G., McNeely, E., Coogler, C. & Xu, T. (1996).

Reducing frailty and falls in older persons: an investigation of Tai Chi and computerized balance

training. Journal of the American Geriatrics Society, 44 (5), 489-497.

Wong, A. M. & Lan, C. (2008). Tai Chi and balance control. Medicine and sport science,

52, 115-123.

Wong, A. M., Lin, Y. C., Chou, S. W., Tang, F. T. & Wong, P. Y. (2001). Coordination

exercise and postural stability in elderly people: effect of Tai Chi Chuan. Archives of physical

medicine and rehabilitation, 82 (5), 608-612.

Woo, J., Hong, A., Lau, E. & Lynn, H. (2007). A randomised controlled trial of Tai Chi

and resistance exercise on bone health, muscle strength and balance in community-living elderly

people. Age and ageing, 36, 262-268.

Wu, G. (2002). Evaluation of the effectiveness of Tai Chi for improving and preventing

falls in the older population: a review. Journal of the American Geriatrics Society, 50 (4), 746-

754.

Wu, G.; Zhao, F., Zhou, X. & Wei, L. (2002). Improvement of isokinetic knee extensor

strength and reduction of postural sway in the elderly from long-term Tai Chi exercise. Archives

of physical medicine and rehabilitation, 83 (10), 1364-1369.

Xu, D., Hong, Y., Li, J. & Chan, K. (2004). Effect of tai chi exercise on proprioception of

ankle and knee joints in old people. British journal of sports medicine, 38 (1), 50-54.

Yaggie, J. A. & Campbell, B. M. (2006). Effects of balance training on selected skills.

Journal of strength and conditioning research / National Strength & Conditioning Association,

20 (2), 422-428.

Os efeitos da prática do PNF-Chi® no equilíbrio em sujeitos saudáveis

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

98

Yau, M. K. (2008). Tai Chi exercise and the improvement of heath and well-being in

older adults. Medicine and sport science, 52, 155-165.

Yeh, S. H., Chuang, H., Lin, L. W., Hsiao, C. Y. & Eng, H. L. (2006). Regular tai chi

chuan exercise enhances functional mobility and CD4CD25 regulatory T cells. British journal of

sports medicine, 40 (3), 239-243.

Young, D. R., Appel, L. J., Jee, S. & Miller, E. R. (1999). The effects of aerobic exercise

and T’ai Chi on blood pressure in older people: results of a randomized trial. Journal of the

American Geriatrics Society, 47 (3), 277-284.

Internet:

RSscan INTERNATIONAL. http://www.rsscan.com; 08-10-2008 18:40

Apêndices

Apêndice 1

Questionário para a selecção da amostra

1. Identificação e caracterização

Nome:______________________________________________ Contacto:_________________

Curso:_______________________________ Ciclo: 1º___ ano:_____ 2º___

Idade:______________ Data de Nascimento:____/____/19___

Sexo: Feminino____ Masculino____ Altura:_________ Peso:_________

Hábitos de prática desportiva ou actividade física: Não___ Sim___ Qual? _________________

Quantas vezes por semana? _______________ Durante quanto tempo (minutos) __________

2. Avaliação dos critérios para inclusão/exclusão na amostra

1. Já alguma vez sofreu alguma lesão cápsulo-ligamentar, fractura ou dor nos membros

inferiores? Sim ___ Não ___

2. Foi submetido a cirurgia dos membros inferiores e/ou coluna vertebral? Sim ___ Não ___

3. Já alguma vez sofreu de alterações do equilíbrio? Sim ___ Não ___

4. Sofre de lombalgia crónica? Sim ___ Não ___

5. Já alguma vez praticou PNF-Chi?

E se sim, foi há menos de 6 meses? Sim ___ Não ___

6. De momento, o seu Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico apresentam

alguma alteração de integridade, patologia ou disfunção? Sim ___ Não ___

3. Consentimento para a colaboração no estudo

Se respondeu não nas 6 questões, estaria disposto/a a colaborar como sujeito da amostra, num

estudo de investigação, que pretende estudar os efeitos da prática do PNF-Chi no equilíbrio,

medido de forma indirecta através da avaliação da oscilação postural, no qual teria de se

submeter a três avaliações do deslocamento do centro de gravidade através da utilização do

sistema RSscan INTERNATIONAL footscan®, com um intervalo de 4 semanas entre cada

uma, que decorreriam no laboratório de marcha da Escola Superior de Saúde do Alcoitão; bem

como participar nas sessões de PNF-Chi com a duração de 45 minutos, 2 vezes por semana,

durante o período de investigação (8semanas)?

Sim___ /Não___

___ / ___ / ___ ___________________________________________(Assinatura)

Apêndice 2

Representação gráfica dos valores obtidos de deslocamento do CDP pelos os sujeitos do grupo

experimental e grupo de controlo nos três momentos de avaliação

Variação do deslocamento do centro de pressão na condição

apoio bipedal de olhos abertos

0

20

40

60

80

100

120

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Grupo Experimental Grupo de controlo

Deslocamento do centro de pressão

(mm)

Gráfico 1 – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição

bipedal de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e grupo de

controlo

Variação do deslocamento do centro de pressão na condição

apoio unipedal dominante de olhos abertos

0

50

100

150

200

250

300

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Grupo Experimental Grupo de controlo

Deslocamento do centro de pressão

(mm)

Gráfico 2 – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição

unipedal dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e

grupo de controlo

Variação do deslocamento do centro de pressão na condição

apoio unipedal não dominante de olhos abertos

0

50

100

150

200

250

300

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Grupo Experimental Grupo de controlo

Deslocamento do centro de pressão

(mm)

Gráfico 3 – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição

unipedal não dominante de olhos abertos nos três momentos de avaliação para o grupo experimental

e grupo de controlo

Variação do deslocamento do centro de pressão na condição

apoio bipedal de olhos fechados

0

20

40

60

80

100

120

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Grupo Experimental Grupo de controlo

Deslocamento do centro de pressão

(mm)

Gráfico 4 – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição

bipedal de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e grupo de

controlo

Variação do deslocamento do centro de pressão na condição

apoio unipedal dominante de olhos fechados

0

200

400

600

800

1000

1200

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Grupo Experimental Grupo de controlo

Deslocamento do centro de pressão

(mm)

Gráfico 5 – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição

unipedal dominante de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o grupo experimental e

grupo de controlo

Variação do deslocamento do centro de pressão na condição

apoio unipedal não dominante de olhos fechados

0

200

400

600

800

1000

1200

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Primeiro

momento

Segundo

momento

Terceiro

momento

Grupo Experimental Grupo de controlo

Deslocamento do centro de pressão

(mm)

Gráfico 6 – Média e desvio padrão do deslocamento do centro de pressão em mm na condição

unipedal não dominante de olhos fechados nos três momentos de avaliação para o grupo

experimental e grupo de controlo

Apêndice 4

Pedido de autorização – Fisioterapia

Alcoitão, 2 de Abril de 2008

Ao Exmo. Sr. Coordenador do Departamento

de Fisioterapia da Escola Superior de Saúde do

Alcoitão

Eu, Joana Pedrosa do Rocio Francisco, aluna de 4ºano do curso de Fisioterapia

da Escola Superior de Saúde do Alcoitão, inscrita na disciplina de SAM (Seminário de

Acompanhamento de Monografia), venho por este meio pedir autorização para o

desenvolvimento do referido estudo.

O estudo para a realização da Monografia de final de curso, no âmbito da

disciplina SAM, do 2º ciclo do curso bi-etápico de licenciatura em Fisioterapia, tem

como questão orientadora: “Será que a prática de PNF-Chi durante 45 minutos, 2 vezes

por semana, durante 8 semanas, influencia o equilíbrio, medido de forma indirecta

através da avaliação da oscilação postural, em sujeitos saudáveis, na posição de pé?” e

terá como população de estudo, no projecto já aprovado, os alunos do 1º, 2º, 3º e 4º anos

dos cursos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Terapia da Fala referentes ao ano

lectivo 2007/08, a decorrer no período entre o dia 21 de Abril a 13 Junho de 2008. Face

à questão orientadora, ao tipo de estudo e aos critérios de selecção da amostra, venho

por este meio pedir autorização para que sejam passados formulários de selecção da

amostra pelas turmas referidas anteriormente e posterior prática da modalidade referida

(PNF-Chi). Para além disso, e para que este projecto se torne possível de realizar,

necessitaria de um espaço onde pudesse ter lugar a prática do PNF-Chi. Tendo em conta

os recursos físicos da escola, é da minha opinião que o ginásio 301 seria o espaço

indicado para a prática da modalidade. No entanto compreendo que essa cedência

dependa da disponibilidade do departamento.

Sem outro assunto de momento

Atenciosamente

________________________

Apêndice 5

Pedido de autorização – Terapia da Fala

Alcoitão, 2 de Abril de 2008

Ao Exmo. Sr. Coordenador do Departamento

de Terapia da Fala da Escola Superior de Saúde

do Alcoitão

Eu, Joana Pedrosa do Rocio Francisco, aluna de 4ºano do curso de Fisioterapia

da Escola Superior de Saúde do Alcoitão, inscrita na disciplina de SAM (Seminário de

Acompanhamento de Monografia), venho por este meio pedir autorização para o

desenvolvimento do referido estudo.

O estudo para a realização da Monografia de final de curso, no âmbito da

disciplina SAM, do 2º ciclo do curso bi-etápico de licenciatura em Fisioterapia, tem

como questão orientadora: “Será que a prática de PNF-Chi durante 45 minutos, 2 vezes

por semana, durante 8 semanas, influencia o equilíbrio, medido de forma indirecta

através da avaliação da oscilação postural, em sujeitos saudáveis, na posição de pé?” e

terá como população de estudo, no projecto já aprovado, os alunos do 1º, 2º e 4º anos

dos cursos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Terapia da Fala referentes ao ano

lectivo 2007/08, a decorrer no período entre o dia 21 de Abril a 13 Junho de 2008. Face

à questão orientadora, ao tipo de estudo e aos critérios de selecção da amostra, venho

por este meio pedir autorização para que sejam passados formulários de selecção da

amostra pelas turmas referidas anteriormente e posterior prática da modalidade referida

(PNF-Chi).

Sem outro assunto de momento

Atenciosamente

________________________

Apêndice 6

Pedido de autorização – Terapia Ocupacional

Alcoitão, 2 de Abril de 2008

Ao Exmo. Sr. Coordenador do Departamento

de Terapia Ocupacional da Escola Superior de

Saúde do Alcoitão

Eu, Joana Pedrosa do Rocio Francisco, aluna de 4ºano do curso de

Fisioterapia da Escola Superior de Saúde do Alcoitão, inscrita na disciplina de SAM

(Seminário de Acompanhamento de Monografia), venho por este meio pedir

autorização para o desenvolvimento do referido estudo.

O estudo para a realização da Monografia de final de curso, no âmbito da

disciplina SAM, do 2º ciclo do curso bi-etápico de licenciatura em Fisioterapia, tem

como questão orientadora: “Será que a prática de PNF-Chi durante 45 minutos, 2 vezes

por semana, durante 8 semanas, influencia o equilíbrio, medido de forma indirecta

através da avaliação da oscilação postural, em sujeitos saudáveis, na posição de pé?” e

terá como população de estudo, no projecto já aprovado, os alunos do 1º, 2º e 4º anos

dos cursos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Terapia da Fala referentes ao ano

lectivo 2007/08, a decorrer no período entre o dia 21 de Abril a 13 Junho de 2008. Face

à questão orientadora, ao tipo de estudo e aos critérios de selecção da amostra, venho

por este meio pedir autorização para que sejam passados formulários de selecção da

amostra pelas turmas referidas anteriormente e posterior prática da modalidade referida

(PNF-Chi).

Sem outro assunto de momento

Atenciosamente

________________________

Apêndice 7

Cartão individual para os sujeitos do grupo experimental para marcação do

horário das sessões de PNF-Chi

“Os efeitos da prática do PNF-Chi no equilíbrio em sujeitos saudáveis”

Nome: _____________________________ Nº: _____

1ª Semana

Data Hora Data Hora

___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___

2ª Semana

Data Hora Data Hora

___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___

3ª Semana

Data Hora Data Hora

___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___

4ª Semana

Data Hora Data Hora

___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___

Joana Francisco

966368628

[email protected]

“Os efeitos da prática do PNF-Chi no equilíbrio em sujeitos saudáveis”

Nome: _____________________________ Nº: _____

5ª Semana

Data Hora Data Hora

___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___

6ª Semana

Data Hora Data Hora

___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___

7ª Semana

Data Hora Data Hora

___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___

8ª Semana

Data Hora Data Hora

___/___/08 ___:___ - ___:___ ___/___/08 ___:___ - ___:___

Joana Francisco

966368628

[email protected]

Apêndice 8

Folha de registo semanal das sessões de PNF-Chi®

Horário das sessões de PNF-Chi®

/ /2008

Nome Contacto Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

Apêndice 9

Folha de Procedimentos no laboratório da análise de movimento

1. Recepção e identificação dos sujeitos

2. Preparação dos sujeitos – descalços, em calções e t’shirt

3. Recolha de dados dos sujeitos nas fichas: nome, sexo, data de nascimento,

dominância do membro inferior, peso, altura, número do sapato.

4. Introdução dos dados no software do Footscan®

5. Posicionamento do sujeito na plataforma Footscan® – membros superiores ao

longo do tronco, olhar em frente, manter a posição

6. Realização do teste em cada posição

a. 1ª medição

b. Guardar

c. 2ª medição

d. Guardar

e. 3ª medição

f. Guardar

7. Remoção do individuo da plataforma Footscan®

Apêndice 10

Ficha individual de recolha de dados

Escola Superior de Saúde do Alcoitão 2º Ciclo do Curso Bietápico de Licenciatura em Fisioterapia

Ano Lectivo 2007-08 “Os efeitos da prática do PNF-Chi no equilíbrio em sujeitos saudáveis”

Código: _______

Nome:________________________________________ Contacto: _______________________

Idade:________________________ Data de Nascimento: ____/ ____/19___

Sexo: Feminino ____ Masculino____ Membro inferior dominante: Dto____ Esq____

Grupo de controle: ____ Grupo experimental: ____

Altura (cm): _______________ Peso (Kg): _______________ Comprimento do pé:

_________

Sequência: Data da avaliação: ___/___/___

Olhos abertos Olhos fechados

1 2 3 4 5 6

bp_oa_01 ___ dto_oa_01 ___ esq_oa_01 ___ bp_of_01 ___ dto_of_01

___

esq_of_01 ___

bp_oa_02 ___ dto_oa_02 ___ esq_oa_02 ___ bp_of_02 ___ dto_of_02

___

esq_of_02 ___

bp_oa_03 ___ dto_oa_03 ___ esq_oa_03 ___ bp_of_03 ___ dto_of_03

___

esq_of_03 ___

Sequência: Data da avaliação: ___/___/___

Olhos abertos Olhos fechados

1 2 3 4 5 6

bp_oa_01 ___ dto_oa_01 ___ esq_oa_01 ___ bp_of_01 ___ dto_of_01

___

esq_of_01 ___

bp_oa_02 ___ dto_oa_02 ___ esq_oa_02 ___ bp_of_02 ___ dto_of_02

___

esq_of_02 ___

bp_oa_03 ___ dto_oa_03 ___ esq_oa_03 ___ bp_of_03 ___ dto_of_03

___

esq_of_03 ___

Sequência: Data da avaliação: ___/___/___

Olhos abertos Olhos fechados

1 2 3 4 5 6

bp_oa_01 ___ dto_oa_01 ___ esq_oa_01 ___ bp_of_01 ___ dto_of_01

___

esq_of_01 ___

bp_oa_02 ___ dto_oa_02 ___ esq_oa_02 ___ bp_of_02 ___ dto_of_02

___

esq_of_02 ___

bp_oa_03 ___ dto_oa_03 ___ esq_oa_03 ___ bp_of_03 ___ dto_of_03

___

esq_of_03 ___

Observações:__________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

Apêndice 11

Quadros com a totalidade dos dados recolhidos

Primeiro momento de avaliação

Sujeitos Bp_oa Dmn_oa NDmn_oa Bp_of Dmn_of NDmn_of

1 74.67 227.67 191.33 74.00 407.33 471.67

2 60.00 130.33 133.00 71.67 506.67 456.33

3 77.67 372.33 335.67 93.33 1053.33 852.67

4 63.67 211.00 189.00 70.67 461.00 466.00

5 78.67 203.33 177.67 85.00 605.67 609.33

6 65.33 144.67 197.00 61.00 1341.67 616.67

7 67.00 129.00 177.00 66.00 582.00 462.00

8 66.33 198.67 208.33 72.00 589.67 384.33

9 85.67 207.67 128.67 80.00 461.33 355.33

10 79.33 267.67 256.33 85.33 543.67 503.67

11 75.33 215.67 196.00 79.00 733.67 801.00

12 79.00 333.67 263.00 83.33 1699.67 1072.67

13 61.67 167.33 155.67 85.67 416.67 862.67

14 68.33 183.67 145.33 77.00 708.67 998.00

15 67.00 198.67 297.67 72.67 593.33 847.67

16 78.33 241.33 229.33 75.67 614.33 632.00

17 62.67 122.00 200.00 81.33 1005.33 839.67

18 78.67 269.00 231.00 82.00 731.67 598.00

19 107.33 137.00 135.33 81.00 441.00 400.67

20 75.33 236.33 245.33 72.33 687.00 865.00

21 71.67 233.67 182.33 97.67 544.00 860.00

22 70.67 168.67 245.33 81.33 420.33 502.33

23 77.33 162.67 173.00 73.67 819.67 759.67

24 86.00 224.00 330.00 73.00 369.67 668.33

25 78.33 214.33 167.67 75.33 432.67 549.67

26 67.00 147.33 169.33 62.00 396.67 471.00

27 56.00 143.33 143.67 71.67 385.67 643.67

28 80.33 407.67 266.67 97.67 581.33 515.67

29 74.00 142.67 211.67 57.00 538.67 593.33

30 75.33 201.33 192.67 75.33 1755.00 1936.00

31 67.00 112.33 234.33 68.67 294.67 522.33

32 80.67 116.00 180.33 86.67 423.00 487.67

33 71.00 182.67 178.00 77.67 492.00 565.00

34 130.00 203.33 151.33 99.33 514.00 623.33

35 78.00 116.67 192.00 77.00 352.33 439.00

36 67.33 144.33 156.33 75.00 354.33 380.67

Média 75,07 197,72 201,87 77,72 634,93 655,91

Mediana 75,00 198,67 191,67 76,33 541,17 595,67

Desvio Padrão 13,19 69,09 52,11 9,73 344,03 286,72

Intervalo 74,00 295,33 207,00 42,33 2460,33 1680,67

Mínimo 56,00 112,33 128,67 57,00 294,67 355,33

Máximo 130,00 407,67 335,67 99,33 1755,00 1936,00

N 36 36 36 36 36 36

Segundo momento de avaliação

Sujeitos Bp_oa Dmn_oa NDmn_oa Bp_of Dmn_of NDmn_of

1 70.0 187.67 178.67 78.67 601.0 449.67

2 82.33 162.33 126.67 67.67 482.67 322.33

3 72.67 261.0 255.67 152.67 859.0 999.0

4 83.3 174.0 143.33 87.0 797.66 467.67

5 82.33 143.0 187.67 67.0 454.33 591.67

6 65.67 162.33 178.67 64.0 340.33 1080.33

7 79.0 161.33 152.67 73.67 344.67 426.33

8 71.0 161.0 147.67 69.67 382.33 322.0

9 76.33 173.67 150.33 96.67 484.33 507.0

10 95.33 135.33 171.33 70.33 388.0 449.0

11 70.33 162.33 232.67 77.0 455.33 991.67

12 107.33 345.67 281.67 96.0 1315.0 1110.67

13 72.0 159.33 134.67 79.33 983.0 396.33

14 70.0 209.67 149.33 71.33 595.0 548.33

15 62.33 231.33 288.67 64.33 522.0 642.33

16 81.33 211.0 206.0 99.67 527.33 410. 67

17 103.67 174.0 155.0 97.0 580.67 396.0

18 90.33 151.67 169.67 87.0 490.0 325.0

19 91.0 189.67 154.33 86.67 544.0 423.33

20 95.0 226.0 263.0 87.0 692.67 757.0

21 87.33 241.0 200.33 83.67 561.0 651.33

22 85.0 212.67 239.0 92.33 488. 67 409.0

23 61.67 113.33 120.33 72.33 783.67 696.33

24 94.0 210.0 288. 67 93.33 646.33 470.0

25 73.67 187.33 135.33 74.0 450.0 414.33

26 83.67 143.33 178.33 87.0 339.0 379.68

27 77.0 144.0 93.33 72.0 1242.33 716.33

28 93.67 237.0 222.33 100.33 571.33 513.67

29 62.67 203.0 172.33 61.33 539.0 538.0

30 73.67 158.33 178.0 89.67 352.67 1126.0

31 78. 67 136.0 176.67 74.33 343.33 476.0

32 90.67 155.67 212.0 91.33 792.33 489.0

33 80. 67 193.67 245.0 80. 67 506.33 478.33

34 65.67 208.67 187.67 99.67 527.67 831.33

35 86.33 121.0 227.67 86.67 465.33 572.0

36 66.0 160.67 145.33 80.33 395.33 571.0

Média 80,05 183,56 187,50 83,66 578,99 581,91

Mediana 79,83 173,83 178,17 82,17 524,67 498,00

Desvio Padrão 11,71 45,08 49,85 16,34 231,37 229,96

Intervalo 45,67 232,33 195,33 91,33 976,00 804,00

Mínimo 61,67 113,33 93,33 61,33 339,00 322,00

Máximo 107,33 345,67 288,67 152,67 1315,00 1126,00

N 36 36 36 36 36 36

Terceiro momento de avaliação

Sujeitos Bp_oa Dmn_oa NDmn_oa Bp_of Dmn_of NDmn_of

1 73.33 207.67 219.0 88.33 450.0 438.33

2 74.0 138.33 150.33 80.67 456.67 527.67

3 98.67 222.67 313.0 109.67 583.33 450.0

4 81.0 175.33 155.33 86.33 499.33 1068.33

5 80.67 190.0 181.0 76.0 447.67 595.33

6 73.0 136.33 164.67 71.0 591.67 668.67

7 76.67 142.0 102.67 80.67 349.67 278.33

8 66.33 170.33 153.67 64.33 324. 67 483.33

9 92.0 142.0 136.33 104.67 373. 67 375.33

10 84.67 203.67 205.0 90.33 409.0 529.33

11 77.33 164.67 194.0 61.67 448.33 633.67

12 95.0 248.0 238.67 109.33 630.33 669.67

13 93.33 162.0 176.0 85.33 522.67 420.67

14 70.0 163.33 173.33 74.0 906.67 672.67

15 63.0 146.33 185.67 84.33 531.67 717.33

16 70.67 221.0 262.0 88.0 451.0 369.67

17 81.0 156.67 235.67 73.0 287.0 553.0

18 87.0 132.67 144.0 105.33 331.33 439.0

19 85.0 160.0 187.67 105.33 468.0 343.33

20 79.67 254.33 222.67 89.0 712.0 757.67

21 122.0 202.67 231.0 90.67 602.67 804.33

22 73.33 239.0 180.0 100.67 431.0 478.0

23 65.0 129.33 183.0 82.0 743.33 639.0

24 81.33 192.0 246.33 96. 67 490.0 628.67

25 79.33 201.67 140.0 87.33 427.33 442.67

26 77.67 171.33 150.33 72.0 331.33 415.67

27 70.33 132.33 142.67 82. 67 1571.33 564.0

28 79.67 212.33 252.33 87.0 410.0 610.33

29 78.0 280.0 140.67 71.33 524.33 644.33

30 74.0 158.67 296.33 88.0 596.0 718.67

31 76.33 224.67 172.67 80. 67 322.33 431.0

32 89.0 168.33 244.33 92.33 672.0 585.33

33 84.67 205.67 244.33 100.67 516.67 377.0

34 114.33 312. 67 278.67 103.0 585.67 692.0

35 89.33 144.67 166.0 107.33 430.0 828.67

36 95. 67 129.0 149.0 90.0 464. 67 564.67

Média 82,01 184,49 194,95 87,77 524,81 567,10

Mediana 79,67 170,83 182,00 87,67 466,33 564,33

Desvio Padrão 12,49 45,17 50,49 12,79 222,68 161,80

Intervalo 59,00 183,67 210,33 48,00 1284,33 790,00

Mínimo 63,00 129,00 102,67 61,67 287,00 278,33

Máximo 122,00 312,67 313,00 109,67 1571,33 1068,33

N 36 36 36 36 36 36