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destaques PAG. 4 Atuação do SINASEFE em Conselho do MEC defende conquistas para docentes da EBTT RSC para professores Leia artigo sobre este tema nas páginas 6 e 7 deste boletim! Carga horária ameaçada nos IFs Ano XVI | Nº 530 | 13 de setembro de 2013 Filiado à: SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA BOLETIM SINASEFE C E A C E A C E A O Tribunal de Contas da União (TCU) tomou, arbitrariamente, uma decisão que coloca em risco a autonomia das autarquias federais e nosso direito historicamente conquistado de uma jornada de trabalho reduzida. A jornada de trabalho dos técnicos-administrativos que hoje é de 6 horas diárias (30 semanais) foi aumentada pelo TCU para 8 horas (40 semanais), com imposição de multa aos gestores que descumprirem tal decisão. Além de representar um retrocesso em nossos direitos, é uma decisão que desconsidera a autonomia dos nossos Institutos. Em Natal/RN, durante o Dia Nacional de Paralisações (30 de agosto), a seção sindical do SINASEFE reuniu-se com todos os gestores dos campi no Colégio de Dirigentes (CODIR), mas nenhum desses se mostrou solidário com os trabalhadores que terão um aumento na sua carga de trabalho. Graças ao movimento, a aprovação da determinação do TCU pelos gestores foi evitada e um PAG. 8 processo de consulta com a comunidade acadêmica teve início. É preciso ampliar o movimento e lutar pela manutenção do nosso direito das 30 horas semanais. O SINASEFE não aceitará esse ataque aos trabalhadores! PAG. 6 SINASEFE cobra a admissão automática dos títulos de pós-graduação obtidos no Mercosul Criminosos financiados por ruralistas sequestram servidores e incendeiam veículo do IFBA Revalidação Violência na Bahia Autonomia dos Institutos e nossos direitos em xeque

SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES FEDERAIS DA …€¦ · Atuação do SINASEFE em Conselho do MEC defende conquistas para docentes da EBTT RSC para professores Leia artigo sobre

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destaques

PAG. 4

Atuação do SINASEFE em Conselho do MEC defende conquistas para docentes da EBTT

RSC para professores

Leia artigo sobre

este tema nas

páginas 6 e 7 deste

boletim!

Carga horária ameaçada nos IFs

Ano XVI | Nº 530 | 13 de setembro de 2013

Filiado à:

SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES

FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

BOLETIMSINASEFE C E AC E AC E A

O Tribunal de Contas da

União (TCU) tomou, arbitrariamente,

uma decisão que coloca em risco a

autonomia das autarquias federais e

nosso direito historicamente

conquistado de uma jornada de

trabalho reduzida.

A jornada de trabalho dos

técnicos-administrativos que hoje é

de 6 horas diárias (30 semanais) foi

aumentada pelo TCU para 8 horas (40

semanais), com imposição de multa

aos gestores que descumprirem tal

decisão.

Além de representar um

retrocesso em nossos direitos, é uma

dec isão que desconsidera a

autonomia dos nossos Institutos.

Em Natal/RN, durante o Dia

Nacional de Paralisações (30 de

agosto), a seção sindical do

SINASEFE reuniu-se com todos os

gestores dos campi no Colégio de

Dirigentes (CODIR), mas nenhum

desses se mostrou solidário com os

trabalhadores que terão um aumento

na sua carga de trabalho.

Graças ao movimento, a

aprovação da determinação do TCU

pelos gestores foi evitada e um

PAG. 8

processo de consulta com a

comunidade acadêmica teve início.

É p r e c i s o a m p l i a r o

movimento e lutar pela manutenção

do nosso direito das 30 horas

semanais. O SINASEFE não aceitará

esse ataque aos trabalhadores!

PAG. 6

SINASEFE cobra a admissão automática dos títulos de pós-graduação obtidos no Mercosul

Criminosos financiados por ruralistas sequestram servidores e incendeiam veículo do IFBA

Revalidação Violência na Bahia

Autonomia dos Institutos e nossos direitos em xeque

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2

editoralSINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES

FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

As últimas duas semanas do

SINASEFE foram marcadas pelas

mesmas lutas que defendemos há

quase 25 anos: defesa da educação

pública de qualidade e dos direitos

históricos da classe trabalhadora,

conquistas estas que o neoliberalis-

mo do governo Dilma vem dilapidan-

do gradativamente.

Depois da construção das

mobilizações do dia

11 de julho, fizemos

o chamamento à

nossa base para o

dia 30 de agosto, no

qual trabalhadores

de todas as categori-

as, organizados em

vários sindicatos e

centrais sindicais,

unificaram suas lu-

tas no Dia Nacional

de Paral isações.

Dentro do possível,

entendemos que o resultado foi

satisfatório.

O SINASEFE Nacional e

várias de suas seções sindicais

protagonizaram atividades nas

maiores cidades brasileiras. Os

trabalhadores da educação, unidos

às demais categorias, construíram

e/ou f izeram atos públ icos,

assembleias, panfletagens, acampa-

mentos e toda uma infinidade de

ações nas quais a luta contra a

política econômica que precariza

nossas vidas e condições de trabalho

esteve em foco.

Uma s emana depo i s ,

estávamos novamente mobilizados

junto à CSP-Conlutas para o Grito

dos Exc lu ídos , que ganhou

novamente as ruas e relegou ao

segundo plano dos noticiários a

cobertura dos tradicionais desfiles

militares de sete de setembro.

Esta semana, no Conselho

Permanente para Reconhecimento de

Saberes e Competências (CPRSC), o

SINASEFE teve que confrontar

governo e Proifes para garantir

a v a n ç o s p o n t u a i s , p o r é m

importantes, que estarão presentes

nas diretrizes do benefício e

garantirão que o mesmo seja

estendido ao maior número de

trabalhadores possível.

Neste conselho, respeitamos

as posições da base, deliberadas em

nossa 117ª

Plenária Na-

cional. E fo-

ram estas de-

liberações que

levamos até o

governo, de

modo firme e

seguro, bus-

cando assegu-

rar que a von-

tade dos tra-

b a l h a d o r e s

seja o reflexo

de nossas ações.

É necessário frisar que a luta

continua. O PL 4330, que permite a

terceirização de serviços em todas as

atividades de empresas e órgãos

públicos, sem quaisquer limites,

representando um golpe contra a

dignidade dos trabalhadores, será

discutido no plenário da Câmara

Federal no próximo dia 18. Nossas

mobilizações já suspenderam

debates anteriores do PL no

legislativo, mas com o retorno desta

ameaça devemos aumentar a luta

pela retirada imediata desta pauta.

A disposição da classe

trabalhadora em lutar vem se

ampliando, ao ponto que governistas

e grupos conservadores recuam e

procuram entregar alguns anéis para

não perder os dedos. Não à toa que a

CSP-Conlutas, por meio de sua

Executiva Nacional, já se definiu pela

continuidade das mobilizações e

unificação das lutas e campanhas

salariais como meio de fortalecimento

da classe.

O SINASEFE participará das

lutas pela educação, em defesa dos

direitos trabalhistas e contra o

neoliberalismo – como sempre

participou – e convoca toda a sua

base a fazer-se presente neste

importante momento. Temos que

evitar perdas e garantir conquistas e

só com organização e participação de

todos que tais feitos poderão ser

alcançados.

A luta do SINASEFE continua!Nosso sindicato avança em defesa da categoria

A disposição da classe

trabalhadora em lutar

vem se ampliando, ao

ponto que governistas e

grupos conservadores

recuam.

expedienteEste boletim é uma publicação do

SINASEFE

Sindicato Nacional dos Servidores

Federais da Educação Básica,

Profissional e Tecnológica

CNPJ: 03.658.820/0001-63

Responsáveis por este boletim

Coordenador Geral

Silvio Rotter

Secretária Geral

Flávia Carvalho

1º Tesoureiro

Eulálio Costa

2ª Tesoureira

Eugênia Martins

Jornalistas

Jéssica Fernandes MTb/DF 65335

Mário Júnior MTb/AL 1374

Sede e redação

SCS, Qd 02, Bl C, Sls 109/110,

Edifício Serra Dourada.

CEP: 70300-902 | Brasília/DF

Fone/Fax

(61) 2192-4050

(61) 2192-4095

e-mail

[email protected]

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3

30 de agostoSINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES

FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Colégio Pedro II/RJ: Os servidores

incorporaram a paralisação com

participação em manifestações que

aconteceram nas principais avenidas

do Rio de Janeiro.

IFB: Em Brasília, os servidores

aderiram o movimento de paralisação

n a c i o n a l e

promoveram a

p r i m e i r a

reunião entre o

SINASEFE/SS

B e o Reitor do

Instituto. Uma

p a u t a d e

reivindicações

foi entregue,

pressionando a

gestão a se posicionar sobre

problemas antigos enfrentados por

técnicos e docentes do IFB. Leia mais:

www.migre.me/g4Ftk

IFBA: Em Guanambi e Senhor do

Bonfim, servidores paralisaram suas

atividades e envolveram-se em

mobilizações e atos com outras

entidades sindicais.

IFG: Trabalhadores se

reuniram em Jataí

para discutir alguns de

seus problemas, entre

eles: a Funpresp; e o

Reconhecimento de

S a b e r e s e

Competências (RSC) da

carreira de Ensino

Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT),

o qual é uma das pautas presentes

neste boletim.

IFMA: As atividades no campus

Monte Castelo foram paralisadas,

tendo ampla adesão da base. Um

debate foi realizado, abordando

temas como conjuntura nacional e

precarização da educação. Em

seguida, houve um deslocamento

para participação em ato público com

outras categorias de trabalhadores,

que parou a capital maranhense

levantando como palavra de ordem o

“Fora Roseana”.

No campus Maracanã houve

assembleia dos trabalhadores, a qual

deliberou total paralisação

dos serviços. Na entrada do

campus houve mobilização

com a base e dentro da

assembleia foram abordados

os ataques do governo aos

servidores, a redução dos

investimentos na educação e

saúde, a ameaça do PL 4330 e

o s p r o b l e m a s l o c a i s

enfrentados pelo Instituto.

IFPA: Nossa seção sindical integrou o

ato público que percorreu as ruas de

Belém e os campi envolvidos

(Castanhal, Belém e Colégio Rêgo

Barros) paralisaram parcialmente.

IFRN: Em Assembleia Geral

Extraordinária, os servidores

debateram diversos

pontos de pauta da

categoria, levando até

a reitoria uma lista de

e x i g ê n c i a s .

Representantes da

seção participaram

também de uma

reunião do Colégio de

Dirigentes (CODIR)

p a r a d e b a t e r

ameaças contra a carga horária dos

trabalhadores. Mais informações nas

páginas 1, 6 e 7.

IFRS: No campus de Bento

Gonçalves, estudantes realizaram

manifestação em protesto à

suspensão das aulas práticas do

curso técnico em agropecuária.

Quase 200 pessoas estiveram

presentes no ato.

Conforme deliberado pelas

bases, 30 de agosto foi marcado por

paralisações e mobilizações em todo o

país, consolidando-se como o Dia

Nacional de Paralisações contra a

política neoliberal do governo Dilma.

A articulação do movimento partiu

das centrais sindicais, entre as quais

a CSP-Conlutas, fazendo parte da

onda de manifestações que tomou as

ruas do país desde junho.

As mais diversas categorias

de trabalhadores estiveram presentes

n a c o n s t r u ç ã o d e s t a l u t a ,

desenvolvendo atividades de diversas

modalidades como maneira de alertar

para o fato de que não é possível

melhorar a condição de vida da classe

trabalhadora sem modificações

profundas no modelo econômico

aplicado pelo governo federal.

O SINASEFE e várias de suas

seções sindicais se fizeram presentes

nas atividades de massa realizadas

nas cidades brasileiras. Paralisações,

manifestações de rua, reuniões,

seminários, entregas de pautas de

reivindicações aos gestores públicos:

em cada estratégia elaborada, estava

r e p r e s e n t a d a a l u t a d o s

trabalhadores deste país.

Tudo que ecoa do dia 30 de

agosto até aqui só nos deixa a certeza

de que a rua é nosso lugar e que a

pressão precisa aumentar para que

n o s s o s a n s e i o s s e j a m

verdadeiramente contemplados nas

ações do governo, que se por um lado

disse que estava “ouvindo as vozes

das ruas”, por outro parece ter

compreendido muito mal tudo o que

elas estavam pedindo.

A C S P - C o n l u t a s d a r á

c o n t i n u i d a d e à j o r n a d a d e

mobilizações e o SINASEFE manterá

seu expediente de sempre: construir e

participar das lutas em defesa da

educação pública e da classe

trabalhadora. É para isso que nosso

sindicato existe!

Dia Nacional de ParalisaçõesSINASEFE integra mobilização dos trabalhadores

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4

RSCSINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES

FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Em reunião na sede do

Ministério da Educação (MEC)

durante os dias 10 e 11 de setembro,

o SINASEFE, representado por seus

conselheiros no CPRSC, reiterou a

posição da base e defendeu

conquistas importantes para a

obtenção desta retribuição pelos

docentes.

Nossa posição, firmada

durante a 117ª Plenária Nacional, foi

incessantemente sustentada durante

os dois dias de debate. Apesar dos

obstáculos que eram criados por

parte do governo e do Proifes,

conseguimos avançar na fase de

elaboração das diretrizes e

defender pelo menos dois

g a n h o s s i g n i f i c a t i v o s :

comprovação diferenciada de

documentação para professores

com mais de 15 anos de serviço

e análise da extensão do RSC

para os aposentados.

O S I N A S E F E

pos i c i onou - s e c on t r a a

possibilidade de indicações

para as Comissões Especiais de

Avaliação e defendeu que

membros eleitos por seus pares

compusessem estas comissões,

no intuito de garantir a

autonomia da mesma e evitar

que estas fossem tratadas como

“moeda de troca” pelos gestores.

Mas governo e Proifes derrubaram,

em duas votações, a proposta.

Também foi o SINASEFE

quem levantou a discussão acerca

dos professores com maior tempo de

serviço, que possuem atividades

educacionais realizadas em toda sua

trajetória na educação pública, mas

que, por falta de estímulo dos

governos em reconhecê-las, jamais

registraram ou documentaram as

mesmas e hoje não possuem

condição de comprovar sua

existência.

Sobre o ponto, gerou-se

grande polêmica, na qual os

representantes do governo, do Conif

(representação dos reitores) e do

Proifes tentaram desqualificar a

proposta de todos os meios. O que o

SINASEFE propôs foi que os docentes

com mais de 15 anos na educação

federal recebessem o RSC, sendo

estes anos de serviços prestados à

e d u c a ç ã o p ú b l i c a c r i t é r i o

suficientemente válido para o

ingresso na retribuição por titulação.

Além da contrariedade do

governo e do Conif, coube também ao

Proifes trabalhar pela queda da

proposta, usando argumentos muito

mais alinhados à gestão que aos

interesses dos trabalhadores. Os 15

a n o s d e s e r v i ç o f o r a m

desconsiderados pelo Proifes, que

julgava esse critério inválido e

pensava na proposta como uma

“aprovação automática”, distorcendo

fatos para afirmar que tal mecanismo

de ingresso “desqualificaria a

ferramenta” e nos “desmoralizaria

diante da base” e que de tal forma o

RSC poderia se transformar em um

“trem da alegria”.

Coube ao SINASEFE insistir

que tal reconhecimento seria viável já

que poderia, inclusive, servir como

forma de amenizar as distorções

existentes na carreira de EBTT, mas

ainda assim não houve sensibilização

da mesa. Compondo junto conosco o

espaço de representação sindical, o

Proifes negou-se a refletir sobre sua

posição e simplesmente ignorou o

argumento, justificando que “as

distorções na carreira deveriam ser

debatidas em outro fórum” e que a

proposta do SINASEFE não caberia

naquele espaço.

Apesar da desfavorabilidade

na correlação de forças, houve o

convencimento da maioria de nossa

tese de que os professores com

mais tempo de serviço

precisam de uma avaliação

diferenciada para o ingresso

no RSC e que esse direito deve

ser, também, estendido aos

aposentados – uma vez que a

paridade é um dos princípios

da bandeira de luta do

SINASEFE.

Houve questionamentos

acerca da legalidade de tal

extensão, fato que gerou nossa

solicitação dessa inclusão (e

parecer jurídico sobre esta

demanda) ao Ministério da

Educação e Presidência da

República, constando em ata

tal pedido.

A quarta reunião do CPRSC

acontecerá nos dias 30 de setembro e

1º de outubro e em breve o relatório

desta terce i ra reunião será

disponibilizado em nosso site. O

SINASEFE voltará ao espaço para

manter suas reivindicações em favor

dos trabalhadores e buscar construir

p r e s s u p o s t o s , d i r e t r i z e s e

regulamentos os mais abrangentes

possíveis, de forma que estes possam

tornar os benefícios acessíveis ao

m a i o r n ú m e r o p o s s í v e l d e

educadores. Esse é o nosso

compromisso!

SINASEFE defende conquistas Atuação no CPRSC defende docentes da EBTT

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5

informesSINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES

FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Trabalhadores de todo o país

participaram do Grito dos Excluídos,

organizado em mais de 100 cidades,

no dia sete de setembro. Com

caracterizações corporais e marchas,

trabalhadores e juventude foram às

ruas protestar, entretanto a violência

truculenta da polícia tentou silenciar

muitos desses atos.

Esse ano, a força nas ruas foi

a i n d a m a i o r , p a u t a n d o

posicionamentos

contrários ao PL

4 3 3 0 ( d a s

terceirizações), ao

P L P 0 9 2 ( d a

privatização do

serviço público), à

violência contra

as mulheres e à

c o r r u p ç ã o . A

prisão do ex-

deputado Natan Donadon e a

exigência do voto aberto no

Congresso Nacional também

compuseram as reivindicações.

As manifestações que

interromperam os tradicionais

desfiles de sete de setembro, não

deixaram de posicionar-se contra o

leilão da área de Libra, no pré-sal da

Bacia de Campos, no próximo dia 21

de outubro, o que representará a

entrega de uma reserva estimada

entre oito a 12 bilhões de barris de

petróleo. Uma grande incoerência da

Presidente que foi eleita tachando em

seu guia eleitoral como “crime” a

privatização do pré-sal e da

Petrobras!

Esta submissão ao capital

internacional justifica, por si só, a

indignação da população nesta data,

visto que traduz a dependência

brasileira ao capital privado e

estrangeiro; enquanto que as

necessidades dos cidadãos em saúde,

educação, segurança e transporte

públicos não são prioridade do

governo.

Em Brasília a repercussão

da marcha foi com a repressão da

Po l í c i a M i l i t a r que a t ing iu

manifestantes com gás de pimenta e

bombas de efeito moral pelo fato de

apenas estarem organizados, mesmo

sem reagir ou buscar um confronto,

segundo relatou a Assembleia

Nacional de Estudantes Livres

(Anel/DF) à CSP-Conlutas.

O M o v i m e n t o d o s

Trabalhadores

S e m - T e t o

(MTST) narrou

que dentre as

mais de 800

famílias que

compareceram

p e l o m o v i -

mento, mais de

2 0 p e s s o a s

foram agredi-

das, cinco foram presas, além de

casos de espancamento e acusações

de formação de quadrilha, numa

clara tentativa de criminalização dos

movimentos sociais. O espaço

montado para o desfile na Esplanada

dos Ministérios destinado a 24 mil

pessoas não atingiu sequer 5 mil

ocupantes, enquanto que o efetivo

policial chegou a 4 mil.

O que é o Grito dos Excluídos?

O Grito dos Excluídos

envolve todos os estados brasileiros

para mobilizar a Semana da Pátria, de

1º a 6 de setembro, fazendo o maior

ato no Dia da Independência do

Brasil , de acordo com cada

necessidade regional, em nome da

soberania nacional e em busca de

estratégias para derrubar os ataques

das três esferas.

O movimento se organiza

desde 1995 e conta com a

participação de sindicatos, pastorais,

entidades estudantis e movimentos

sociais.

Grito dos ExcluídosManifestações tomam as ruas

Senado aprova MP 614

Na última terça-feira (10), o

Senado aprovou a MP 614. Este

d i s p o s i t i v o r e a l i z a v á r i a s

modificações na Lei nº 12.772, que

trata do Plano de Carreiras e Cargos

do Magistério Federal, incluindo a

Carreira do Magistério de EBTT.

Diante de protestos de

docentes, a Lei vem sendo duramente

criticada por ferir a autonomia

universitária com a criação de uma

subcarreira no âmbito do magistério.

Agora, após esta aprovação,

a MP foi encaminhada para sanção

presidencial. A assessoria jurídica do

Sinasefe está analisando a MP e logo

divulgaremos em nossos veículos de

informação um parecer técnico sobre

a mesma.

CEA lança nota de apoio

ao docente Paulo Berndt

O SINASEFE, com objetivo

de pressionar o Instituto Federal do

Rio Grande do Sul (IFRS) a permitir o

pleno e irrestrito direito de defesa ao

professor Paulo Berndt, perseguido e

reprovado em seu estágio probatório,

divulga a carta da Confederação dos

Educadores Americanos (CEA) que

oferece solidariedade ao docente. Leia

neste link: www.migre.me/g4E0C

A Reitoria do IFRS ainda

permanece si lenciada sobre a

entrevista com Berdnt que denunciou

todo o processo que o educador

passou no campus de Feliz, onde

lecionava aulas de matemática. Os

métodos para reprovação do docente

não foram claros e sua exoneração

poderá sair a qualquer momento. Leia

a entrevista: www.migre.me/g4E5z

Seminário Centro-Oeste

O Seminário de Precarização

da região centro-oeste, que aconteceu

nos dias 5 e 6 de setembro, contou

com a participação de cinco seções

sindicais (Brasília, Cuiabá, Mato

Grosso do Sul, Rondonópolis e Santo

Antônio de Leverger) e mais de 50

trabalhadores, que contribuíram com

dois dias de debates extremamente

r icos. A Direção Nacional do

SINASEFE esteve representada por

Silvio Rotter e Marcos Neves.

Trabalhadores foram às

ruas cobrar a

independência do Brasil

frente ao capitalismo!

Page 6: SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES FEDERAIS DA …€¦ · Atuação do SINASEFE em Conselho do MEC defende conquistas para docentes da EBTT RSC para professores Leia artigo sobre

6

agendaSINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES

FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Na última quarta-feira (11),

pesquisadores brasileiros que

realizaram atividades de ensino e

pesquisa no exterior denunciaram,

em audiência pública no Senado, a

morosidade na validação de diplomas

o b t i d o s e m o u t r o s p a í s e s ,

especificamente nos pertencentes ao

Mercosul, mesmo com a garantia

legal do Decreto Presidencial

5.518/05, o qual garante tal

reconhecimento.

O SINASEFE é membro do

Fórum Permanente em Defesa da

Admissão Automática dos Títulos de

Pós-Graduação Obtidos no Mercosul,

defendendo que a validação desses

títulos de graduação e pós-graduação

s e j a i m e d i a t a , v i s a n d o o

desenvolvimento da integração

econômica e cultural dos nossos

trabalhadores da educação.

As atividades de ensino e

pesquisa nas instituições de ensino

superior no Brasil, Paraguai,

Argentina e Uruguai favorecem a

circulação do conhecimento e é

preciso ressaltar esse direito aos

brasileiros de usufruírem dos seus

títulos sem necessidade de prévia

revalidação.

Na Audiência Pública na

Comissão de Educação, Cultura e

Esporte, o presidente da Associação

Nacional dos Pós-Graduados em

Instituições Estrangeiras de Ensino

Superior (ANPGIEES) informou que

mais de 20 mil estudantes brasileiros

estão cursando pós-graduação no

e x t e r i o r a t u a l m e n t e e q u e

enfrentarão inúmeras dificuldades

para que seus diplomas sejam

reconhecidos.

O P L 1 9 8 1 / 1 1 f o i

apresentado com finalidade de

regu lamentar essa ques tão ,

entretanto o Decreto já possui efeito

desde 2005, o que torna totalmente

legal a validação automática desses

diplomas, faltando apenas o

empenho do governo (Capes e

Ministério da Educação) em

desenvolver essa questão nas

instituições.

Confira a carta do Fórum

Permanente enviada em 2011

pedindo o cumprimento do acordo

neste link: www.migre.me/g4EHj

Pela revalidação dos diplomas

obtidos no Mercosul!

13 e 14 de setembro

Seminário de Precarização (Norte) em

Palmas/TO

14 e 15 de setembro

Seminário de Precarização (Sudeste)

em São Paulo/SP

19 e 20 de setembro

GT Democratização na sede do MEC

em Brasília/DF

19 a 22 de setembro

XII Encontro de Assuntos de

Aposentadoria e Seguridade Social do

SINASEFE no Rio de Janeiro/RJ

27 a 29 de setembro

Encontro Regional Sul em Frederico

Westphalen/RS

18 a 20 de outubro

Encontro Regional Sudeste em

Campos/RJ

Uma das lições primeiras

que aprendemos no movimento

sindical é que este deve ser sempre

um instrumento de uma luta maior e

nunca um fim em si mesmo. As

entidades sindicais jamais devem se

deixar levar por nenhum apelo

corporativista, resumindo suas lutas

apenas a questões setoriais, como

salário, carreira e afins.

Partindo desse pressuposto,

acredito que, enquanto instrumento

de luta, o sindicato serve para

organizar a classe apontando para a

busca da sua libertação. Libertação

sim, pois nosso embate maior é pela

posse direta de todos os momentos

das nossas vidas. Enquanto estamos

no trabalho, produzindo, seja para o

enriquecimento do patrão ou seja

para um governo que destina 45% do

seu orçamento para banqueiros (que

por sua vez financiarão mais ainda a

exploração dos trabalhadores),

estamos abrindo mão de parte de

nossas vidas e entregando para

outras pessoas.

Por isso, a principal luta dos

trabalhadores ao longo do seu

reconhecimento enquanto classe tem

sido pela redução da jornada de

trabalho. Não precisamos nem

mencionar as condições nas quais

viviam os operários no período

conhecido como Revolução Industrial

Inglesa nem rememorar os mártires

de Chicago, pois todo ano temos o 1º

de Maio como um dia de luta para

reflexão e memória desses embates.

Essa problemática da

jornada de trabalho voltou à tona na

semana passada em nossos locais de

trabalho, no IFRN. Acontece que um

acórdão do Tribunal de Contas da

União ordena que alguns setores do

Instituto passem a adotar a jornada

de trabalho de 8h diárias e não mais

6h, como fazem já há uma década. O

problema maior não é a ordem vir de

onde não se deve – pois não cabe ao

TCU se sobrepor à CONTINUA

Qual a nossa luta?Reflexões sobre a flexibilização dajornada de trabalho no IFRN

Artigo de Shilton Roque*

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artigoSINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES

FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Após mais de um ano sem

diretoria, a base do Sindicato dos

Servidores Públicos Federais da

Educação Básica e Profissional no

Estado de Alagoas (Sintietfal) optou

por escrever sua história com as

próprias mãos e, para dar um basta

na letargia, organizou assembleias da

categoria nos últimos dias 3 e 10, com

o objetivo de reativar esta seção

sindical do SINASEFE.

Mesmo com tentativas de

sabotagem por membros da antiga

gestão, expirada desde setembro de

2012, os encontros contaram com

boa participação de docentes e

técnicos, que expuseram parte de seu

descontentamento com a ausência de

um sindicato local atuante e

refletiram sobre a necessidade deste

instrumento político para viabilizar

suas demandas e defender seus

direitos.

O s t r a b a l h a d o r e s d o

Instituto Federal de Alagoas (Ifal)

deliberaram – sem nenhum voto em

contrário! – por destituir a diretoria

atual, eleita em 2009 e responsável

pelo engessamento do sindicato;

indicar uma diretoria pro tempore

para desempenhar as funções

necessárias à vida da entidade; e

formar uma comissão eleitoral que

possibilitará a escolha democrática

da futura gestão do Sintietfal.

Com os trabalhos da

diretoria e comissão eleitoral já

iniciados, foram construídos e

aprovados o regimento e o calendário

eleitoral, que prevê para o próximo

dia 2 eleições para a gestão sindical

do próximo triênio.

O SINASEFE, que sempre

esteve atento aos problemas da seção

sindical, se fez presente na primeira

assembleia enquanto observador,

enviando dois de seus coordenadores

gerais ao espaço. Ambos enfatizaram

que o Sindicato Nacional estava ali,

única e exclusivamente, para fazer

valer a vontade da base, respeitando

sua autonomia e sem optar

politicamente por nenhum dos

grupos que viessem a disputar o

futuro pleito. Para o SINASEFE o

importante é que o Sintietfal volte a

ser uma ferramenta de luta da

categoria e que seus diretores sejam

um reflexo da vontade de seus

sindicalizados!

Como a base optou por

conduzir um processo eleitoral e

destituir oficialmente uma gestão já

inexistente, respeitando todos os

dispositivos legais e estatutários de

sua democracia interna, o SINASEFE

entende que tal caminho é o que deve

ser respeitado e, para garantir isso,

colocou sua assessoria jurídica à

disposição da comissão eleitoral e

gestão temporária que foram eleitas

via assembleia.

D i a n t e d a s b o a s

perspectivas de futuro que ficaram,

fica o nosso desejo de que o processo

eleitoral que virá seja amplo e

saudável. O SINASEFE estará atento

aos passos deste processo para que a

vontade da base, de acordo com o que

foi deliberado por ela, se consolide.

Qual a nossa luta? Reflexões sobre

a flexibilização da jornada de

trabalho no IFRN

CONTINUAÇÃO autonomia dos

Institutos -, mas como isso tem sido

e n c a r a d o p o r p a r t e d o s

companheiros e dos dirigentes da

escola.

Na última sexta-feira (30 de

agosto), ocorreu reunião do CODIR,

na qual estavam presentes todos os

diretores dos campi do IFRN (ou

representantes destes) e não houve

praticamente nenhuma fala em favor

do t raba lhador . Em nenhum

m o m e n t o f o r a m a p o n t a d a s

possibilidades de se discutir a

decisão do TCU, nem instrumentos

para manutenção da atual jornada de

6 horas. Pelo contrário, muitos

dirigentes já queriam impor a jornada

de 8h sem o diálogo e debate com a

comunidade. Porém, tal postura já

era esperada. O que não podemos

esperar nem admitir é a absorção por

parte dos trabalhadores desse

discurso de que “nada mais se pode

fazer”. É necessário esgotar até a

última possibilidade e buscar todas

as alternativas, dentro e fora do TCU.

E jamais, jamais considerar a jornada

de 30 horas semanais como uma

benesse concedida pelos dirigentes.

Essa é uma conquista nossa, dos

trabalhadores.

P r e c i s a m o s e s t a r

informados e atentos, pois a luta

agora é para manter mais duas horas

dos nossos dias aptas para usarmos

como bem entendermos, como

homens livres, e não produzindo para

um governo que nos trata com todo o

desprezo (vide as duas últimas greves

e o resultado dos Grupos de Trabalho

criados após as mesmas). A luta por

uma jornada de trabalho digna é o

que de mais sagrado temos enquanto

classe trabalhadora. É a luta pela

devolução da nossa vida para nossas

mãos. Não nos esqueçamos disso e

e s t e j a m o s p r o n t o s p a r a o

enfrentamento em defesa de nossos

direitos e conquistas até as últimas

consequências.

*Técnico-administrativo do IFRN e um

dos Coordenadores Gerais do

SINASEFE

Base reativa Sintietfal

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O SINASEFE convida seus

filiados e demais interessados das

regiões norte e sudeste para a

construção desse importante dossiê

que relata as inúmeras problemáticas

advindas de uma expansão não

planejada da Rede Federal de

educação.

Seminário de Precarização – Região

Norte: Sexta e sábado (13 e 14), a

capital de Tocantins, Palmas, irá

receber técnicos e docentes para a

r e a l i z a ç ã o d o S e m i n á r i o d e

Precarização. Inscrições no link:

www.migre.me/g4ETM

Seminário de Precarização – Região

Sudeste: A região sudeste realizará

seus trabalhos nos dias 14 e 15

(Sábado e Domingo) , em São

Paulo/SP. Inscrições no l ink:

www.migre.me/g4EY3

Para agilizar o processo de

compilação do material a ser

encaminhado para a Direção

Nacional com a f inalidade da

elaboração de um dossiê completo

sobre a Precarização, solicitamos que

as orientações sejam adotadas

garantindo uma melhor organização

do documento oficial do SINASEFE.

Leia as orientações neste

link: www.migre.me/g4F7R

Aos trabalhadores que já

contribuíram com seus respectivos

S e m i n á r i o s , a g r a d e c e m o s a

colaboração para este dossiê nacional

que representa a luta de todos no

enfrentamento diário de uma Rede

fragil izada por excelência aos

trabalhadores e estudantes. Com

esta construção coletiva poderemos

registrar o quadro caótico que, desde

2 0 0 6 , c o m p r o m e t e n o s s a s

Instituições Federais.

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Seminários dePrecarização

SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES

FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

A questão fundiária e os

conflitos por terra no Brasil sempre

estiveram na ordem do dia como um

objeto próprio da luta de classes. Seja

em desapropriações de latifúndios

improdutivos para a reforma agrária,

seja nas demarcações de territórios

indígenas que os produtores rurais

insistem em invadir, a violência de

milícias e grupos de jagunços contra

trabalhadores rurais e índios sempre

esteve presente.

Ultrapassando barreiras,

esta violência chegou à base do

SINASEFE, causando-nos espanto

pelos requintes de crueldade com que

foi agredido física e verbalmente o

professor e coordenador em

Licenciatura Intercultural Indígena,

Edson Kayapó, do Instituto Federal

da Bahia (IFBA).

No último dia 5 de

setembro, três professores

e um motorista do Instituto

trafegavam de Olivença a

caminho de Pau Brasil, no

interior baiano, após a

c o n c l u s ã o d e u m a

atividade da Licenciatura

Intercultural (Linter). No

destino, iriam realizar atividades na

aldeia Caramuru (Pataxó Hã Hã Hae).

Sem motivo, um grupo de

quatro homens interceptou o

automóvel por volta das 11 horas, em

São José da Vitória (próximo de

Buerarema). Motivados por ódio

racial, gritaram “tem um índio no

carro”, para em seguida, de maneira

violenta, retirar os docentes e o

motorista do interior do veículo e

levá-los sem respaldo jurídico

nenhum para isso: um sequestro!

Em seguida, houve um

interrogatório com os trabalhadores e

o carro do IFBA foi incendiado e

jogado no meio da rodovia. Edson foi

questionado sobre sua origem

indígena, sobre o que estaria fazendo

naquelas imediações, se era amigo de

índios, se estaria preparado para

morrer e foi mandado embora, sem

que olhasse para trás ao sair,

chegando a ouvir o barulho do gatilho

da arma.

Uma forma de terror que só

quem vivencia pode estabelecer seus

impactos e a qual nenhum ser

humano merece ser submetido, mas

que acontece todos os dias graças a

fragi l idade do nosso Estado

Democrático de Direito e conivência

das autoridades em atuar na rigorosa

punição dos autores destes atos.

Os outros professores e o

motorista do IFBA foram liberados e

prestaram queixa na delegacia de São

José da Vitória. Edson voltou de táxi

para Itabuna e teve o táxi também

interceptado, sendo espancado e

ameaçado de morte. Fato que o levou

a ter que se

esconder nos dias

posteriores ao

o c o r r i d o ,

temendo por sua

vida.

N e s t a

s i t u a ç ã o , o

S I N A S E F E

apresenta não somente repúdio ao

ato violento e nefasto dos jagunços

como também solidariedade ao

professor Edson Kayapó. Até o

momento, não temos notícias acerca

da prisão dos envolvidos no ato e do

mandante deste tipo de crime,

medida esta que esperamos que

ocorra o mais breve possível.

N e n h u m a f o r m a d e

discriminação será tolerada pelo

SINASEFE, nenhum trabalhador

pode ser agredido pelo que defende ou

por sua etnia. Estaremos fornecendo,

se necessário, toda a assessoria

jurídica disponível aos trabalhadores

envolvidos nesta agressão covarde e

cobraremos a prisão dos criminosos

p o r p a r t e d a s a u t o r i d a d e s

competentes.

Agressão racista no IFBA

gera revolta e preocupação

Faça contato!

sinasefe.org.br

@sinasefe

/sinasefe.nacional

Veículo do IFBA foi

queimado e jogado

em plena rodovia.