Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária

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    Consideraes sobre sistemas de

    integrao lavoura-pecuria na Amaznia

    130ISSN 0103-9865Agosto, 2009

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    Documentos130

    Consideraes sobre sistemas de

    integrao lavoura-pecuria na

    Amaznia

    Porto Velho, RO2009

    ISSN 0103-9865

    Agosto, 2009

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondnia

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Claudio Ramalho TownsendRicardo Gomes de Arajo PereiraNewton de Lucena Costa

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    Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:

    Embrapa Rondnia

    BR 364 km 5,5, Caixa Postal 406, CEP 78900-970, Porto Velho, ROTelefones: (69) 3901-2510, 3225-9387, Fax: (69) 3222-0409www.cpafro.embrapa.br

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    Presidente: Clberson de Freitas FernandesSecretria: Marly de Souza MedeirosMembros:Abadio Hermes Vieira

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    Luciana Gatto Brito

    Michelliny de Matos Bentes-GamaVnia Beatriz Vasconcelos de Oliveira

    Normalizao: Daniela MacielEditorao eletrnica: Marly de Souza MedeirosReviso gramatical: Wilma Ins de Frana Arajo

    1 edio

    1 impresso (2009): 100 exemplares

    Todos os direitos reservados.

    A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitosautorais (Lei n 9.610).

    CIP-Brasil. Catalogao-na-publicao.Embrapa Rondnia

    Townsend, Cludio Ramalho.

    Consideraes sobre sistemas de integrao lavoura-pecuria naAmaznia / Claudio Ramalho Townsend, Ricardo Gomes de ArajoPereira, Newton de Lucena Costa. -- Porto Velho, RO: Embrapa Rondnia,2009.

    29 p. (Documentos / Embrapa Rondnia, ISSN 0103-9865; 130).

    1. Mtodo alternativo de cultivo. 2. Integrao-Lavoura-Pecuria-Floresta. 3.Amaznia. I. Pereira, Ricardo Gomes de Arajo. II. Costa, Newton de Lucena. III.Ttulo. IV. Srie.

    CDD(21.ed.) 631.58 Embrapa - 2009

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    Autores

    Claudio Ramalho Townsend

    Zootecnista, D.Sc. em Zootecnia, pesquisador da EmbrapaRondnia, Porto Velho, RO, [email protected].

    Ricardo Gomes de Arajo PereiraZootecnista, M.Sc. em Zootecnia, pesquisador da EmbrapaRondnia, Porto Velho, RO, [email protected] de Lucena CostaEngenheiro Agrnomo, M.Sc. em Fitotecnia, pesquisador da EmbrapaRoraima, Boa Vista, RR, [email protected]

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    Sumrio

    Introduo............................................................................................................ 7

    Pastagens cultivadas na Amaznia brasileira ................................................... 9

    Sistemas integrados de produo agricultura pecuria.................................. 11

    Sistemas lavoura-pecuria praticados na Amaznia brasileira ...................... 14

    Aspectos econmicos a serem considerados ................................................. 20

    Consideraes finais ......................................................................................... 26

    Referncias ........................................................................................................ 27

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    Introduo

    Os ltimos anos tm sido decisivos para a economia brasileira, em especial, para aagropecuria. Nesse perodo, parte expressiva do setor se distanciou da prtica extrativistaque por muitos anos caracterizou a atividade e tem sido um exemplo de capacidade de ajustese adaptao realidade do mercado atual que penaliza os setores no competitivos eineficientes. Essa busca por produtividade iniciada a partir de 1970, todavia, foi responsvelpelo desenvolvimento de estratgias que estabeleceram um modelo de desenvolvimento ruralextremamente agressivo ao ambiente e, por consequncia, ao homem e, que por estes fatos,comea a ser questionado sob vrios aspectos.

    Entretanto, este processo vem contribuindo para o crescimento do Brasil como importantefornecedor de produtos advindos da pecuria bovina para o mercado internacional, alm denos ltimos anos apresentar tambm aumento de consumo de carnes, leite e derivados, o quecoloca a atividade frente a um momento mpar de sua histria.

    Uma das caractersticas que faz com que a atividade agropecuria brasileira seja altamentecompetitiva o fato do pas apresentar grandes reas de pastagens e o maior rebanhocomercial do mundo, em 2008 com efetivo de 202.287 milhes de cabeas (IBGE, 2009),das quais cerca de 19 % concentram-se nos estados da regio Norte, distribudas conformeTabela 1.

    As pastagens, nesse contexto, assumem dois aspectos fundamentais:

    Viabilizam a competitividade brasileira. Atendem grande demanda mundial por alimento produzido de forma natural, com respeito

    ao ambiente e aos animais.

    A carne produzida comercializada, por conseguinte, apresenta grande vantagem, pois porser originada de animais criados em sistema de pastejo, agrega valor ao produto destinado aomercado externo, principalmente a carne produzida na regio Norte, pois muitas vezes oelevado preo de insumos e frete encarece a produo.

    Por estes aspectos, no se pode negar a importncia da pecuria para a economia, uma vezque se constitui na principal atividade do setor agropecurio. Na verdade tem se constitudonuma das atividades responsveis pelo avano da fronteira agrcola. Situao decorrente daintensificao do fluxo migratrio, observado, principalmente, ao longo da dcada de 1970, oque provocou grandes mudanas na base produtiva da Amaznia.

    Claudio Ramalho Townsend

    Ricardo Gomes de Arajo Pereira

    Newton de Lucena Costa

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    integrao lavoura-pecuria na

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    Tabela 1. Distribuio do rebanho bovino brasileiro segundo regies eestados da regio Norte.

    Regies do BrasilEfetivo Bovino (n de cabeas)

    2001(1) 2006(2) 2008(3)

    Norte 20.579.873 (13) (4) 39.233.724 (18) 39.119.455 (19)

    Par 7.186.731 (35) 12.807.706 (41) 16.240.697 (42)Tocantins 5.666.832 (28) 6.093.118 (20) 7.392.515 (19)Rondnia 5.082.849 (25) 8.649.683 (28) 11.176.201 (29)Acre 1.121.776 (05) 1.784.474 (06) 2.425.687 (06)Amazonas 955.904 (05) 1.266.076 (04) 1.312.352 (03)Roraima 490.046 (02) 572.516 (02) 476.200 (01)Amap 75.735 (0,4) 60.151 (0,2) 95.803 (0,2)

    Centro Oeste 55.118.577 (34) 53.750.377 (32) 68.929.795 (34)

    Sudeste 35.029.036 (22) 34.994.252 (21) 37.820.094 (19)

    Sul 25.724.963 (16) 23.888.591 (14) 27.565.967 (14)

    Nordeste 25.379.897 (16) 26.033.105 (15) 28.851.880 (14)

    Brasil 161.832.345 (100) 169.900.049 (100) 202.287.191 (100)

    Principais estados

    Mato Grosso do Sul 21.942.671 (14) 17.405.345 (10) 22.365.219 (11)Minas Gerais 19.357.652 (12) 20.991.678 (12) 22.369.639 (11)Gois 16.566.878 (10) 16.684.133 (10) 20.466.360 (10)Mato Grosso 16.522.682 (10) 19.582.504 (12) 26.018.216 (13)Rio Grande do Sul 13.262.061 (08) 11.148.126 (07) 14.115.643 (07)

    Fonte: (1) BRASIL (2008); (2) IBGE (2007); (3) IBGE (2008).(4) Valores entre parntese representam a % em relao ao efetivo brasileiro ou regional.

    O crescimento na produo de leite tambm um ponto a ser destacado. O Brasil segundo aOrganizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao - FAO o pas com maior

    previso de crescimento no setor, com um incremento de 9,5 bilhes de litros/ano, refletindouma taxa de crescimento anual de 3,6 % ao ano. Pelas previses feitas, o Brasil atingir aproduo de 29.129 bilhes de litros/ano em 2010. Segundo as mesmas previses o pasestar consumindo 30.961 bilhes de litros/ano em 2010, um incremento de 9,2 bilhes delitros/ano com taxa de crescimento anual de 3,3 % (CARVALHO, 2002). Neste contexto,dentre os estados da regio Norte, Rondnia, por exemplo, teve um crescimentoextraordinrio aumentando 33 % desde 1996, correspondentes taxa anual de crescimentode 7,41 %. Neste mesmo perodo, a produo de leite do Brasil obteve um aumento de 7 %, taxa anual de crescimento de 1,65 % (ESTUDO..., 2002).

    Por outro lado, o Brasil colheu na safra 2006/07 cerca de 126 milhes de toneladas de gros,em uma rea cultivada de 45,5 milhes de hectares, representando incrementos de 118 % e

    de 82 % na produo e produtividade (2,8 x 1,5 t/ha), em relao a safra 1990/91. Oagronegcio passou a valer cerca de R$ 420 bilhes, representando 33 % do PIB do pas. Pelaprimeira vez na histria a safra de soja, por exemplo, superou as expectativas de 55 milhestoneladas, com produtividade de 2.739 kg/ha, com as lavouras rondonienses obtendo ndicessuperiores a 3.000 kg/ha (BRASIL, 2008). Segundo esta mesma fonte, as vendas externas deprodutos agropecurios renderam ao Brasil US$ 36 bilhes, com supervit de US$ 25,8bilhes, resultados que tm contribudo para o saldo positivo no balano comercial brasileiro.

    Alm disso, vale ressaltar que no agronegcio nacional a produo primria responde por 30%; o segmento de insumos, por mais 10 %; os segmentos de indstria de beneficiamento ede distribuio ficam com a maior parcela, de 60 %. Segundo a Confederao Nacional daAgricultura, o setor emprega 24 % da populao economicamente ativa e responde por 33 %das vendas externas do pas, mantendo supervit na balana comercial (BRASIL, 2008).

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    Aspectos econmicos da recuperao de pastagens no Bioma Amaznia 9

    Neste contexto, novas tecnologias que visam aumento de produo da pecuria e gros,minimizando o impacto de converses de ecossistemas naturais ganham grande importncia.Desta forma a interao tecnolgica, comercial e social proporcionada pela integrao lavourapecuria, tem mostrado uma nova agricultura, permitindo maior versatilidade de produo epluralidade de atividades, garantindo maior estabilidade na produo, seja pela preservao dosolo, da gua, do ar e da biodiversidade, seja pela reduo no risco da atividade agrcola, almde maior agilidade das operaes, com inmeros benefcios para toda a sociedade.

    Pastagens cultivadas na Amaznia brasileira

    O Bioma Amaznia (IBGE, 2007) abrange aproximadamente 4.196.943 km2 que representam49,29 % do territrio brasileiro, ocupa a totalidade dos estados do Acre, Amap, Amazonas,Par e Roraima, grande parte de Rondnia (99 %), mais da metade do Mato Grosso (54 %),boa parte do Maranho (34 %) e Tocantins (9 %). As pastagens cultivadas constituem oprincipal tipo de uso da terra neste Bioma, as quais esto sujeitas modificaes antrpicas,

    atravs do seu manejo. Estima-se que o Brasil conta com cerca de 170 milhes de hectaresde pastagens (IBGE, 2008). Dados publicados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(2009) mostram que a rea desflorestada na Amaznia Legal brasileira j ultrapassa 700.000km2, cerca de 71 milhes de hectares. Deste total, estima-se que cerca de 80 % so usadosem algum perodo com pastagens (FEARNSIDE, 1996). S em Rondnia, a rea desmatadaat o ano de 2008 foi estimada em 82,5 x 103 km2, correspondendo cerca de 34 % de seuterritrio.

    A derrubada da floresta seguida da queima tem constitudo o processo usual de preparo darea para formao de pastagens. Com a introduo de gramneas dos gneros "Panicum,Brachiaria, Hyparrhenia, Andropogon, Setaria e Pennisetum", e com menor frequncia deleguminosas dos gneros " Arachis, Pueraria, Centrosema, Desmodium, Leucaena e

    Stylosanthes". A Brachiaria brizantha cv Marandu (Braquiaro) tem sido bastante difundidanas ltimas dcadas, por apresentar alta produtividade e adaptao s condiesedafoclimticas e biticas da regio (COSTA et al.,1996; COSTA, 2004), no entanto, vem setornando cada vez mais vulnervel s presses biticas e abiticas, em funo da extensarea cultivada, caracterizando seu monocultivo (AMARAL; VALENTIM, 2007). Os impactosglobais mais importantes deste processo esto relacionados com a emisso de gasescausadores do efeito estufa por ocasio da queima da biomassa, sobretudo CO2, perdas dabiodiversidade e efeitos da fumaa (FEARNSIDE, 1997; UHL; KAUFFMAN, 1990). Contudo,as modificaes recaem, principalmente, sobre um dos componentes do sistema, o solo, emfuno da nova cobertura vegetal e da presena do animal em pastejo (HYNES; WILLIAMS,1993).

    As pastagens formadas em rea de floresta seguem em maior ou menor escala, os padresprodutivos descritos por Serro e Homma (1993). Aps o estabelecimento da pastagem, viade regra, esta apresenta bons nveis de produtividade, podendo atingir capacidade de suportede at 1,5 UA/ha (Unidade Animal-450 kg de PV), em decorrncia do incremento nafertilidade do solo pela incorporao das cinzas provenientes da queima da exuberantebiomassa da floresta, situao que perdura durante os trs a cinco primeiros anos.Paulatinamente h decrscimo na produtividade e incremento de plantas invasoras, emdecorrncia da incapacidade da gramnea forrageira sustentar bons rendimentos em nveisbaixos de fertilidade, o sendo fsforo (P) o elemento mais limitante, muito embora, em pastocom avanado estgio de degradao, o N e K tambm passam a ser limitantes, emdecorrncia dos baixos teores de matria orgnica no solo (TOWNSEND et al., 2001). Esteprocesso culmina com a inviabilidade bioeconmica da pastagem, como ilustra a Fig. 1.

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    O processo de degradao acelerado pela alta incidncia de pragas e doenas, bem como,pelo manejo inadequado do sistema solo-planta-animal, imposto pelo homem (COSTA et al.,1998; COSTA, 2004). Estima-se que aproximadamente 40 % da rea estabelecida compastagens na Amaznia Legal se encontram em diferentes estgios de degradao, que paraSerro e Homma (1993), representam mais de 10 milhes de hectares com nveis deinfestao de plantas invasoras acima de 70 %, caracterizando um elevado grau de

    degradao, fato que tambm se d em outras regies tropicais.

    Como se percebe a degradao de pastagens envolve diferentes fatores biticos e abiticosque atuam de maneira isolada, mas que passam a interagir em todo o sistema pastoril. Emitirum conceito no tarefa simples assim, por exemplo, para Macedo e Zimmer (1993, p. 127):

    o processo evolutivo da perda de vigor, da produtividade e da capacidadede recuperao natural das pastagens para sustentar os nveis de produo equalidade exigida pelos animais, assim como, o de superar os efeitos nocivosde pragas, doenas e plantas invasoras, culminando com a degradaoavanada dos recursos naturais, em razo de manejos inadequados.

    Dias-Filho (2003) subdivide o processo em degradao agrcola na qual a capacidade dapastagem para produzir economicamente, estaria temporariamente diminuda ou inviabilizada,devido presso competitiva exercida pelas plantas daninhas sobre o capim, portanto, quedaacentuada na capacidade de suporte da pastagem; e degradao biolgica quando acapacidade da rea em sustentar a produo vegetal estaria comprometida devido a drsticoempobrecimento do solo, por diversas razes de natureza qumica (perda dos nutrientes eacidificao), fsica (compactao e eroso) ou biolgica (perda da matria orgnica).

    Segundo Kitamura (1994) a recuperao e intensificao do uso de pastagens cultivadasdevem ser preconizadas a fim de reduzir a expanso em reas de florestas, propiciandobenefcios de ordem ecolgica (preservao da floresta), econmica (custo de formao depastagem maior que o de recuperao) e social (necessidade de mo de obra), com vistas sustentabilidade dos sistemas pastoris no Bioma Amaznia.

    Fig. 1. Cronosequncia de pastagens cultivadas na Amaznia.Fonte: Serro e Homma (1993).

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    Aspectos econmicos da recuperao de pastagens no Bioma Amaznia 11

    As estratgias utilizadas para a reabilitao da capacidade produtiva das pastagens buscaminterromper o processo de degradao, combatendo-se as causas a ele associadas (COSTA,2004). Na prtica, os termos: recuperao, reforma e renovao de pastagens so usadoserroneamente como sinnimos. Contudo, necessrio esclarecer que tecnicamente elespossuem significados diferentes. Entende-se por recuperao a aplicao de prticas culturaise/ou agronmicas, visando o restabelecimento da cobertura do solo e do vigor das plantasforrageiras na pastagem; por reforma entende-se a realizao de um novo estabelecimento dapastagem, com a mesma espcie existente; por ltimo, a renovao consiste na utilizao darea degradada para a formao de uma nova pastagem com outra espcie forrageira,geralmente mais produtiva.

    De modo geral, os mtodos de recuperao contemplam o uso de calcrio, fertilizantes,adubaes de manuteno, vedao de piquetes, controle de invasoras e sobre-semeadura daespcie existente entre outras prticas. J a reforma utiliza-se de mquinas e implementos(arados, grades leves ou pesadas, subsoladores, dentre outros equipamentos desenvolvidospara tal fim), controle de invasoras e introduo de leguminosas. O uso de cultivos anuais jse caracteriza como um processo mais utilizado para renovao de pastagens, com a adoo

    de prticas mais eficientes de melhoria das condies edficas (aplicao de calcrio, adubono estabelecimento e manuteno), assim como uso mais racional da pastagem. Aabrangncia das medidas adotadas ir depender do grau de distrbio do sistema solo-planta-animal, de modo que as causas podem ser controladas independentemente ou associadas. Astecnologias geradas ou adaptadas regio Amaznica, voltadas recuperao/renovaodireta de pastagens degradadas demonstram a viabilidade agronmica e zootcnica de taisprticas, no entanto, as principias limitaes de adoo recaem nos altos custos deimplantao (Tabelas 6 e 7) e retorno de mdio/longo prazos advindos da atividade pecuria.

    Diante deste contexto, a explorao racional das atividades agrcola e pecuria em umamesma propriedade, ou seja, sistema integrado de agricultura pecuria surge como excelentealternativa de reabilitao de reas degradadas, tornando-as produtivas e sustentveis nos

    aspectos socioeconmicos e ambientais. Entretanto, na regio Amaznica, salvo algumascircunstncias, em que a recuperao/renovao de pastagens se d pelo cultivo consorciadocom lavoura alimentar (milho, arroz e feijo) e forrageira(s), a adoo de sistemas deintegrao mais permanentes e complexos, ainda pouco explorada. Mas dada a vasta rea jantropogeinizada que se encontra em diferentes graus de degradao, associada presseseconmicas, sociais e ambientais que recaem sobre os modelos uso da terra vigentes naregio, entre outros sistemas, os de integrao lavoura-pecuria, podem exercer importantepapel na recuperao de reas degradadas com vistas a explorao sustentvel dos recursosesgotveis (solo e gua), respeitando a fragilidade dos ecossistemas predominantes no BiomaAmaznia, o que requer cautela na adoo em ampla escala e enseja pesquisas no sentido demensurar seus impactos agronmicos, zootcnicos, socioeconmicos e ambientais (DIAS-FIHO, 2003).

    Sistemas integrados de produo agricultura pecuria

    Dependendo, entre outros fatores, das condies edafoclimticas, dos sistemas de produo,dos fatores socioeconmicos e dos mercados de produtos e insumos vigentes em uma dadalocalidade, a integrao da agricultura e pecuria em uma propriedade, ocorre das maisvariadas formas. Desde o plantio temporrio de lavouras e pastagens, at modelos maiscomplexos e permanentes, que envolvem diferentes culturas voltadas produo de alimento(arroz, milho, soja e feijo), fibra (algodo), volumoso para alimentao animal (milho e sorgopara silagem), palhada em sistemas de plantio direto (milheto) e pastagens temporrias oupermanentes, sob diferentes combinaes no tempo e no espao. Quando bem conduzidos,representam benefcios agronmicos/zootcnicos e econmicos, para ambas as atividades.

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    Fig. 2. Diagrama das inter-relaes observadas em sistemas de integrao lavourapecuria sob plantio direto.Fonte: Alves et al. (2008).

    Estes sistemas so bastante complexos, e envolvem inmeros componentes e fatores queinteragem entre si, como bem ilustra o modelo (Fig. 2) proposto por Alves et al. (2008). Oentendimento destas inter-relaes a base para a adoo de diferentes estratgias de manejo eprticas, com vistas a minimizar os fatores limitantes, os quais refletem diretamente sobre odesempenho animal e das lavouras. Estes autores, ao considerarem os principais componentes dosistema, sumarizaram que as condies edafoclimticas so determinantes na produtividade. Umavez que os fatores climticos (luz, temperatura, radiao solar) e a disponibilidade hdrica e denutrientes no solo, representam o ambiente no qual se desenvolvem as plantas (cultura eforrageira), por sua vez, o solo pode ser caracterizado quanto aos aspectos fsicos, qumicos ebiolgicos, que interagem entre si e com a cobertura vegetal (palhada), e estas propriedadespassam a ser influenciadas pelo manejo da pastagem e da lavoura, sendo este, um dos principaisfatores no controle do sistema de integrao lavoura-pecuria em sistema de plantio direto.

    Nos sistemas integrados, conforme Vilela et al. (1999) e Magnobosco et al. (2002), asprincipais vantagens da agricultura em relao pecuria so:

    Retorno parcial ou total mais rpido do capital investido. Produo de forragem em quantidade e qualidade, pela recuperao/renovao das

    pastagens permanentes, ou anuais como aveia, milheto e sorgo, usadas estrategicamenteno perodo de escassez de forragem.

    Recuperao da produtividade das pastagens, pela melhoria da fertilidade do solo,advinda da adubao residual aps as lavouras.

    Economia na implantao de pastagens permanentes. Facilita a troca de espcies forrageiras no processo de reforma de pastagens. Os resduos e subprodutos da agricultura podem vir a compor a dieta do rebanho.

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    Enquanto que as principais vantagens da pecuria em relao agricultura so:

    Melhoria das caractersticas fsicas e biolgicas do solo sob pastagem, principalmente peloacmulo de MO e reteno de gua.

    Favorece a rotao de culturas. Cobertura do solo pela pastagem (palhada) em plantio direto. Favorece a reciclagem de nutrientes. Reduo de limitaes biolgicas, tais com a ocorrncia pragas, doenas e plantas

    invasoras.

    Como um todo, a integrao agricultura-pecuria, quando comparada aos sistemasconvencionais de explorao agropecuria, representa:

    Aumento na produo de produtos agrcolas (gros, fibras) e pecurios (carne, leite). Reduo nos custos de produo (defensivos e fertilizantes). Maior estabilidade econmica e financeira, dada a diversificao da produo. Aumento na eficincia de utilizao da terra, mquinas, equipamentos e mo de obra, com

    otimizao do uso por maior perodo de tempo no ano.

    Melhoria na fertilidade do solo. Conservao dos recursos naturais (gua, solo) e da biodiversidade. Gerao alimentos, renda e emprego.

    Como em qualquer explorao agropecuria, o planejamento prvio das atividades, comadequado levantamento dos recursos disponveis na propriedade (solo, pastagens, animais,disponibilidade e qualidade da mo de obra, mquinas e equipamentos, entre outros), sonecessrios para o xito da integrao lavoura-pecuria. Yokoyama, et al. (1998) constataramque as principais limitaes de adoo da recuperao/renovao de pastagens por meio doSistema Barreiro eram: o elevado custo de aplicao, o risco de frustrao de safra eprincipalmente a falta de mquinas e equipamentos necessrios para o plantio e colheita daslavouras. Conforme Macedo (2001), dada complexidade das atividades envolvidas naconduo de um sistema integrado agricultura pecuria, para sua adoo, devem serobservados alguns pr-requisitos bsicos, tais como:

    Mquinas e equipamentos agrcolas mais diversificados. Infra estrutura de estradas e armazenamento. Mo de obra qualificada e assistncia tcnica. Domnio da tecnologia de lavouras anuais e pecuria. Conhecimento mais apurado do mercado agropecurio. Recursos financeiros para os investimentos.Os elevados investimentos necessrios aquisio de mquinas e equipamentos agrcolas,nomalmente inviabilizam a integrao da pecuria agricultura, j os de compra de animais, oinverso. A parceria e/ou arrendamento de terra, mquinas, equipamentos e animais entre

    pecuaristas e agricultores, quando bem implementados, tm viabilizado com sucesso aintegrao (KICHEL; MIRANDA, 2001; KLUTHCOUSKI et al., 2007). Outra alternativa seria

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    Consideraes sobre sistemas de integrao lavoura-pecuria na Amaznia14

    aliana entre produtores de regies eminentemente agrcolas com aqueles de regies voltadas pecuria. Estes entrariam com os animais em fase de terminao, que seriam deslocados atas pastagens estabelecidas em rotao com as culturas na regio agrcola, onde seriammantidos no perodo compreendido entre a implantao das lavouras at atingirem o peso deabate, coincidindo ao perodo de escassez de forragem na regio de origem. Para tanto, osestabelecimentos agrcolas devem dispor de infraestrutura mnima para a pecuria (divises depastos, bebedouros/aguadas, cochos para mineralizao, centro de manejo), enquanto que osanimais devem apresentar boa capacidade de ganho de peso, e estarem em plenas condiessanitrias (desverminados e vacinados), a distncia a ser percorrida entre as regies tambmdeve ser levada em considerao, a fim de viabilizar o processo.

    Sistemas lavoura-pecuria praticados na Amaznia brasileira

    Serro e Dias-Filho (1991) consideram que a prtica de formao de pastagens via consorciaocom culturas anuais pouco frequente entre os produtores da regio Amaznica. Quando

    ocorre, o plantio feito manualmente, semeando-se a(s) espcie(s) forrageira simultaneamentecom a cultura, sendo as de arroz e milho as mais usuais, o emprego de insumos (corretivos,fertilizantes e defensivos) insipiente, e assim a produo de gros oscila muito e geralmente baixa (400 kg/ha a 800 kg/ha de arroz e 400 kg/ha a 900 kg/ha de milho).

    Vrios fatores contribuem para a baixa produtividade, entre os quais se destacam: asextensas reas de pastagem a serem formadas, que demandariam uma grade quantidade demo de obra na conduo das lavouras; em locais de difcil acesso, h dificuldades dearmazenamento e transporte das produes e insumos; competio das espcies semeadas.J a recuperao/renovao de pastagens pela consorciao com culturas anuais maisfrequente, visto que os produtores buscam minimizar os custos, embora com certasrestries, h disponibilidade de crdito para custeio das lavouras; alm de nos ltimos anos,

    a demanda por alimentos vem sendo incrementada.

    Os mtodos de plantio so bastante variveis, conforme a disponibilidade de recursos, mquinase equipamentos por parte dos produtores, indo desde o plantio/colheita manual mecanizada.Embora os resultados de pesquisas apontem para viabilidade agronmica e econmica de taissistemas, na prtica as colheitas no tm expressividade, uma vez que os produtores, na maioriapecuaristas, consideram as lavouras uma atividade secundria, e assim passam a negligenciarcertos aspectos relacionados ao cultivo e aos tratos culturais. A integrao lavoura pecuria temgrande potencial social, econmico e ambiental na Amaznia brasileira, haja vista a extensa reade pastagens degradadas, que necessitam ser reabilitas visando produo sustentvel.

    Um dos principais objetivos dos sistemas agropastoris seria viabilizar economicamente o

    processo de renovao de pastagens degradadas, via comercializao da produo da culturaanual (p. e. arroz, milho, soja, girassol e sorgo), o que, segundo Dias-Filho (2003), estcondicionado aos seguintes fatores: existncia de mercado para comercializao dos grosproduzidos, com preos que justifiquem economicamente o uso da prtica; disponibilidade demo de obra e de mquinas/implementos agrcolas, para o plantio e colheita das lavouras; eexistncia de infraestrutura adequada para o armazenamento e o posterior transporte dascolheitas at o mercado consumidor. Estes fatores esto vinculados s peculiaridades dossistemas de produo vigentes em uma dada regio, os quais passam a determinar o tipo delavoura, assim como, os mtodos empregados na recuperao de pastagens por meio daintegrao lavoura-pecuria. A ttulo de exemplo, para regio Nordeste do Par, este autor,cita o cultivo do feijo caupi (Vigniaunguiculata), em sistema de plantio direto, como opode recuperao de pastagens degradadas de quicuio-da-Amaznia (Brachiariahumidicola), porse tratar de uma cultura que demanda poucos insumos, de ciclo curto, bem aceita no mercadoe adaptada as condies edafoclimticas.

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    Aspectos econmicos da recuperao de pastagens no Bioma Amaznia 15

    Na regio Noroeste do Par (Latossolo Amarelo distrfico, textura argilosa e clima detransio entre Ami e Awi), a recuperao/renovao de pastagens via cultivo simultneo comculturas alimentares foi avaliado por Veiga (1986) e Veiga e Serro (1987). Para tanto, omilho (BR-5102) e o arroz (IAC-47) foram associados com as gramneas P. maximum(Colonio), B. humidicola (quicuio-da-Amaznia) e A. gayanus (Andropgon), alm daleguminosa Centrosema pubescens (Centrosema), plantados nos mesmos sulcos comespaamento de 1,00 m e em sulcos intercalados com espaamento de 0,50 m ou 1,00 m,adubados com 45, 60, 60 e 2 kg/ha de N, P, K e Zn, respectivamente. O milho atingiuprodutividade superior a 2.500 kg, enquanto que o arroz produziu menos de 400 kg/ha(Tabela 2), dado a competitividade exercida pelas forrageiras e plantas invasoras, bem como,ao ataque de insetos sugadores. Os plantios mais adensados redundaram em maioresprodues de gros, no sendo constado efeito das gramneas acompanhantes. O Colonio eAndropgon apresentaram excelente estabelecimento e compatibilidade com a leguminosa, oque no foi constado com o quicuio-da-Amaznia. Quanto viabilidade econmica dossistemas, a associao do milho com Colonio e Andropgon, independentemente do mtodode plantio, mostraram-se os mais viveis.

    Tabela 2. Cultivo simultneo de arroz ou milho comforrageiras tropicais, visando a renovao/recuperao depastagens degradadas no Noroeste do Par.

    Cultura/gramneaMtodo de plantio

    MdiaA B C

    .........................gros (kg/ha).............................

    Milho 2.972 3.586 1.837 2.798 aArroz 230 383 149 254 bMdia 1.601 a 1.984 a 993 b

    ..............................MS (kg/ha)................................

    P. maximum 2.342 (15) 531 (38) 1.464 (44) 1.446 a

    B. humidicola 224 (93) 332 (39) 411 (54) 322 bA. gayanus 1.747 (31) 1.809 (17) 1.741 (45) 1.766 aMdia a 1.438 (31) b 891 (24) ab 1.205 (49)

    A: cultura + gramnea + leguminosa + adubo nos mesmo sulco - espaamento 1,00 m;B: cultura + adubo / gramnea + leguminosa adubo - espaamento 0,50 m;C: cultura + adubo / gramnea + leguminosa adubo - espaamento 1,00 m;N entre parnteses: % de participao da leguminosa;Adubao (em kg/ha): 45 N, 60 P2O5, 60 K2O e 2 Zn.Fonte: adaptado de Veiga (1986) e Veiga e Serro (1987).

    Nas condies ecolgicas de campos cerrados do Amap, Souza-Filho et al. (1992)comprovaram a viabilidade bioeconmica da formao/renovao de pastagens deAndropgon e quicuio-da-Amaznia em associao com a cultura do arroz (IAC-47). Quandoas gramneas foram cultivadas no primeiro ano de lavoura o Andropgon propciou maioresrendimentos de arroz que o quicuio-da-Amaznia, ocorrendo o inverso nos cultivos desegundo e terceiro anos (Tabela 3). A introduo da leguminosa (Desmodium ovalifolium),independentemente da gramnea acompanhante, reduziu a produo de gros. Com o decorrerde tempo o rendimento da lavoura foi decrescente (961, 134 e 45 kg de arroz/ha) dado aocorrncia de pragas e doenas bem como a reduo nos nveis de adubao. As gramneasconsorciadas com arroz mantiveram seus acmulos de MS e mostraram-se compatveis com aleguminosa acompanhante, com destaque ao Andropgon. Considerando a relaocusto/benefcio de implantao dos sistemas de integrao em comparao ao mtodoconvencional de formao/reforma de pastagem, o estabelecimento das gramneas j noprimeiro ano de plantio do arroz, resultou em vantagem econmica, o que no foi observadonos anos posteriores.

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    Consideraes sobre sistemas de integrao lavoura-pecuria na Amaznia16

    Tabela 3. Desempenho agronmico e econmico de diferentes sistemas de integrao de arroze forrageiras nos campos cerrados do Amap.

    Ano/sequnca de cultura Produo Custo relativo ao

    sistema

    convencional (%)I II III

    Arroz

    (kg/ha)

    MS

    (t/ha)

    Arroz (A) A A + Bh 1.477 3,1 + 59A A + Bh Bh 881 3,9 +25A + B.humidicola (Bh) Bh Bh 783 2,7 - 25A + Bh + D. ovalifolium (L) Bh + L Bh + L 639 2,7 (13) -Arroz (A) A A + Ag 1.665 5,5 + 51A A + Ag Ag 1.219 6,0 + 13A +A. gayanus (Ag) Ag Ag 915 3,9 - 32A + Bh + D. ovalifolium (L) Ag + L Ag + L 738 2,7 (38) -

    Arroz IAC 47na densidade de semeadura de 50 kg/ha a lano.N entre parnteses: % de participao da leguminosa.Adubao no I ano (em kg/ha): 50 N, 50 P2O5, 60 K2O e 10 Zn, no II e III do I.Fonte: Adaptado de Souza-Filho et al. (1992).

    Durante trs anos agrcolas em Porto Velho-RO, Townsend et al. (2004 a, b) comprovaram a

    viabilidade agronmica da renovao/recuperao de pastagens degradadas via plantiosimultneo do arroz (cv Progresso) ou milho (BR-106) com as gramneas Braquiaro, quicuio-da-Amaznia e Paspalum atratum cv Pojuca, quando cultivadas nas mesmas linhas ou nasentrelinhas das culturas. Nos cultivos consorciados com arroz e milho o Braquiaro obteve osmaiores acmulos de forragem, seguido do Pojuca e do quicuio-da-Amaznia (Tabelas 4 e 5),estas duas gramneas sofreram maior concorrncia das culturas do que oBraquiaro, quandocomparadas aos cultivos solteiros. Embora, dado ao nvel tecnolgico utilizado, osrendimentos de gros tenham sido relativamente baixos, 1.499 kg/ha (milho) e 1.158 kg/ha(arroz), no foi constatado efeito das gramneas acompanhante na produtividade de milho, jcom o arroz houve reduo de 23 %, notadamente nos consrcios com Braquiaro.

    Alves et al. (2001) apontaram como alternativa de recuperao das vastas reas de pastagens

    degradadas na regio sudeste do Par, o sistema de cultivo arroz sequenciado de milho(diversificao da produo), em contraposio prtica convencional de queima de pastos ederrubada de novas reas de floresta. No primeiro cilclo, a lavoura de arroz compete com asgramneas e plantas invasoras remanescentes, alm de corrigir e melhorar certasirregularidades fsicas e qumicas do solo, promovendo condies favorveis ao cultivo domilho, no segundo e/ou terceiro ciclo de lavoura. Na reconverso da rea de lavoura empastagem, a semeadura da(s) espcie(s) forrageira(s) pode ser efetuada simultaneamente coma adubao nitrogenada de cobertura. As produtividades esperadas eram de 1.900 kg/ha e4.800 kg/ha de arroz e de milho, respectivamente. A comercializao das safras agrcolas, aospreos vigentes na poca, cobriam, cerca de, 90 % e 160 % dos custos operacionais, dentreos quais os insumos, principalmente os fertilizantes e corretivos, representavam mais de 60 %das despesas. Dado a descapitalizao dos produtores, estes valores podem limitar a adoo

    da tecnologia em maior escala, aliado a precariedade nas redes de comercializao da regio(insumos, mquinas e implementos). Como principais limitaes tecnolgicas, e que almejampesquisas, os autores destacaram: controle de plantas invasoras, avaliao de cultivares(culturas e forrageiras), nveis de fertilizao, pocas de plantio/colheita e aproveitamentosubprodutos/resduos das lavouras na alimentao animal.

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    Aspectos econmicos da recuperao de pastagens no Bioma Amaznia 17

    Tabela 4. Rendimentos de gros e de matria seca em cultivosconsorciados de gramneas tropicais com arroz. Porto Velho-RO.

    Gramneas

    (1)

    Produo

    de arroz

    (2)

    kg/ha

    Gramnea

    em cultivo

    estreme

    Gramnea + arroz

    Mtodos de plantio

    Linha Entrelinha

    ..................kg de MS/ha..................

    B. brizantha cv Marandu B 853 A 2.491 ab A 2.940 a A 2.277 b

    P. atratum cvPojuca A 1.247 AB 2.315 a B 1.666 b B 1.569 b

    B. humidicola A 1.374 B 1.771 a C 864 b C 741 b

    Mdias seguidas de letras diferentes, minsculas nas linhas e maisculas nas colunas, diferem entre si (Tukey a 5%); (1): Taxa de semeadura das gramneas 3,0 kg/ha de SPV; (2): Arroz em casca cv Progresso espaamento 30cm x 30 cm; adubao (em kg/ha): 40 N, 90 P2O5, 60 K2O e 18 FTE-BR12.Fonte: Townsend et al. (2004 a).

    Tabela 5. Rendimentos de gros e de matria seca em cultivosconsorciados de gramneas tropicais com milho. Porto Velho-RO.

    Gramneas(1)Produo

    de milho(2)Gramneaem cultivo

    estreme

    Gramnea + milhoMtodos de plantio

    Linha Entrelinha

    kg/ha ..................kg de MS/ha..................

    B. brizantha cv Marandu A 1.410 A 2.248 a A 2.007 a A 1.963 a

    P. atratum cvPojuca A 1.413 AB 2.072 a B 1.347 b B 947 b

    B. humidicola A 1.673 B 1.525 a C 490 b B 391 b

    Mdias seguidas de letras diferentes, minsculas nas linhas e maisculas nas colunas, diferem entre si (Tukey a 5%); (1): Taxa de semeadura das gramneas 3,0 kg/ha de SPV; (2): Milho BR-106 espaamento 100 cm 20 cm;adubao (em kg/ha): 40 N, 90 P2O5, 60 K2O e 18 FTE-BR12.Fonte: Townsend et al. (2004 b).

    Para comparar o sistema de uso da terra de pequenas propriedades familiares vigentes nestamesma regio, o qual tem levado ao processo de pecuarizao, questionvel quanto a suasutentabilidade (social, econmca e ambiental), com o sistema de diversificao dapropriedade, apregoado por Alves et al. (2001). Alves e Homma (2004) simularam odesempenho de duas propriedades. Uma sendo utilizada exclusivamente com pastagem deBraquairo voltada pecuria mista (leite e corte), como sendo representativa do modelovigente de uso da terra; e outra na qual as lavouras de arroz e de milho foram introduzidas emcultivo rotacionado em um dos cinco piquetes, de tal forma, que ao final do 5 ano todos ospastos teriam sido recuperados. A adoo desta tecnologia aponta para incrementosexpressivos dos principais ndices zootcnicos, fazendo com que, a capacidade de suporte dapastagem duplique (1 vs. 2 UA/ha), com consequente aumento do rebanho (56 vs. 100cabeas) e reestruturao de sua composio, passando de 27 para 31 vacas (mestias), 11para 24 bezerros(as); ademais esperado que a produo de leite aumente de 3 para 6L/vaca, e o perodo de lactao de 250 para 300 dias.

    Em diagnstico realizado na regio de Paragominas, noroeste do Estado do Par, Fernandes etal. (2008) identificaram que a adoo de sistemas integrados de agricultura pecuria, aindaque pequena, apresentava duas perspectivas, em funo do tipo de atividade prevalente naspropriedades. Naquelas voltadas a pecuria tradicional, a introduo de cultivos agrcolas, taiscomo arroz e milho, se dava de forma espordica, com vistas a viabilizar economicamente arecuperao/renovao das pastagens, enquanto que naquelas propiedades em que aagricultura representava a principal atividade, a introduo de pastagens visava adiversificao da produo.

    Nestes sistemas os pastos eram incorporadas em sucesso aos cultivos agrcolas (p.e. arroz,milho e soja) de maneira temporria (ciclo anual) ou perene (ciclos de cinco a seis anos), no

    caso do estabelecimento temporrio, a B. ruziziensis vinha sendo a gramnea mais cultivada,

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    com intuto de maximizar o uso da terra e propiciar condies ao plantio direto (palhada),entre os ciclos de lavouras, alm de contribuir para produo de forragem durante o perodoseco, utilizada sob pastejo ou corte para fenao ou ensilagem.

    Aps um perodo de sucesso entre as pastagens temporrias e as lavouras, iniciando com o

    cultivo do arroz, seguido pelo de milho, soja e retornando ao de milho, perfazendo quatrociclos de lavouras, havia a possibilidade do plantio das pastagens permanentes, ou a sucessodas lavouras de soja e milho, por mais dois ciclos, antes de formar as pastagens permanentes,as quais mantinham-se produtivas por cinco a seis anos, quando retornavam ao um novo ciclode cultivos agrcolas, podendo ocorrer certas variaes nos modelos adotados, como seobserva na Fig. 3.

    O P. maximum cv Mombaa representava a principal gramnea introduzida nas pastagenspermanentes, as quais apresentavam alta produtividade e valor nutritivo, propiciandocapacidade de suporte superior a 2 UA/ha e ganhos de peso satisfatrios. Com relao aprodutividade (kg/ha) das lavouras, vinham sendo colhidos 3.600, 3.000 e 6.240 de arroz,soja e milho, respectivamente.

    O cultivo estreme e consorciado do milho e braquiaro, em plantios simultneos na mesmaslinhas, ou semeaduras lano da gramnea nas entrelinhas do milho aos 16, 32 e 48 dias dasua emergncia, foram avaliados por Pequeno et al. (2006), em experimento conduzido noMunicpio de Gurupi-Tocantins, sobre um Latossolo Vermelho-amarelo distrfico, devidamentecalcariado e adubado. Os sistemas de cultivo no interferiram na produo de gros e dematria verde (MV) da lavoura de milho, com rendimentos mdios de 5.262 gros e de26.777 MV. J o Braquiaro obteve os maiores acmulos de forragem no plantiou simultneoem relao ao plantio realizado aos 16 dias aps a semeadura do milho (2.411 vs. 527 kg/hade MS). Resultados que os levou a recomendar o plantio simultneo na mesma linha, porrepresentar reduo operacional de cultivo, e assim, minimizando os custos de produo degros/silagem de milho, bem como nos da reforma da pastagem.

    Fig. 3. Sistemas de integraolavoura-pecuria praticados noplo agrcola da regio deParagominas, PA.Fonte: Fernandes et al. (2008).

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    Os possveis impactos ambientais de diferentes estratgias de recuperao de pastagensdegradadas localizadas na regio central de Rondnia foram avaliados por Cerri et al. (2004a e2005). Para tanto, foi implementado experimento em pastagem (B. decumbens e B. brizantha)estabelecida em rea de floresta h mais de 15 anos, que vinha sendo manejada de maneirausual na regio, e encontrava-se em avanado estgio de degradao, a referida pastagem foisubmetida a diferentes prticas agronmicas: controle qumico de plantas invasoras (herbicida2,4-DTried.+Picloram) + adubao (em kg/ha) 40 de N-sulfato de amnia, 30 de K 2O-cloretode potssio e 30 de micronutrientes; o mesmo controle de invasoras + preparo do solo (duasgradagens) + adubao fosfatada (175 kg/ha de P2O5-termofosfato) + semeio de B.brizantha; e as lavouras de arroz (Progresso) e soja (Conquista) em plantio direto sucedidas doplantio da mesma gramnea forrageira.

    Quanto a emisso de gases de efeito estufa, o pasto submetido a gradagem e adubao, emsua fase inicial de reestabelecimento, teve sua emisso de CO2 incrementadada em 30 %,enquanto no sistema plantio direto e no controle qumico de plantas invasoras, apresentaramreduo de 20 %, enqunto que na pastagem estabelecida em sucesso lavoura de arroz, aemisso deste gs equiparou-se ao tratamento controle. A gradagem e a adubao da

    pastagem, bem como, o plantio direto de arroz sucedido da pastagem, tiveram as emisses deN2O e NO aumentadas, notadamente logo aps a aplicao dos fertilizantes. Asconcentraes de NH4+ e NO3-, foram incrementadas, sete dias aps a gradagem e adubaoda pastagem, o que no foi observado no tratamento controle, com o decorrer do tempo, emambos tratamentos, o NO3- passou a prevalecer em relao ao NH4+, apontado para o possvelprocesso de mineralizaao da matria orgnica do solo e nitrificao do N, potencializando asperdas destes nutrientes, via emisso de gases e por lixiviao, devido a elevadaconcentrao de NH4+ e NO3- detectadas no decorrer da semana seguinte s intervenes degradagem e adubao do pasto.

    Logo aps o preparo do solo, houve decrscimo na biomassa microbiana do solo, mas namedida em que a pastagem foi se estabelecendo passou a aumentar. No sistema plantio direto

    tanto de arroz como de soja, a adubao propiciou incrementos nos microorganismos do solo,j a aplicao de herbicida inibiu temporariamente a atividade microbiana.

    A partir de dados colhidos nestas mesmas pastagens, Cerri et al. (2004b) simularam por meiode modelagem, os possveis efeitos de diferentes estratgias de manejo sobre os teores de Ce N no solo (Argissolo Vermelho-amarelo). Em condies adequadas de manejo, tanto o Ncomo o C, teriam seus estoques incrementados com o decorrer do tempo, em relao acondio inicial de solo sob floresta; enquanto que, quando sobrepastoreado, inicialmente,seus estoques seriam reduzidos, mas com o decorrer do tempo, retornariam a nveis prximosao de solo sob vegetao original. Demonstrando assim, o potencial das pastagens cultivadascomo dreno dos gases de efeito estufa, como apontam Nogueira et al. (2007).

    Em Alta Floresta, regio norte do Mato Grosso, Lange et al. (2008) avaliaram diferentesestratgias de renovao de pastagem via plantios consorciados do braquiaro com culturasalternativas do arroz de terras altas, tradicionamelte utilizada na regio. Para tanto, aforrageira foi cultivada com a soja, semeadas simultaneamente, com as sementes da gramneamistruradas ao fertilizante no momento do plantio. Este mesmo procedimento foi adotado nasconsorciaes com milho e sorgo, ademais, os consrcios com estas duas culturas se deupelo plantio a lano da gramnea comcomitantemente adubao antecipada do N (cinco diasdo plantio); alm do consrcio de arroz com a forrageira sendo semeada 30 dias aps o arroz,quando da fertilzao nitrogenada.

    Com exceo da lavoura de arroz, que teve uma drstica quebra de produo em relao aopotencial da regio (2,3 vs. 8,5 t/ha), as demais culturas atingiram rendimentos satisfatriosquando consorciadas com o braquiaro, com produes mdias de 2,9; 6,9 e 6,1 t/ha para asoja, milho e sorgo. O momento de plantio da gramnea no afetou o produo dos cereais.

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    Quanto ao estabelecimento da pastagem, avaliado atravs de corte da massa de forrgem aps43 dias da colheita de gros, independentemente do momento de plantio, o sorgo foi a culturaque mais prejudicou o estabelecimento do braquiaro (cerca de 3,0 t/ha deMV), se dando oinverso com a da soja (cerca de 6,5 t/ha deMV), com as do arroz e milho mantendo-se emsituao intermediria. Demonstrando a viabilidade agronmica da recuperao de pastagem

    pela consorciao do braquiaro com a soja, milho e sorgo, mostrando-se como alternativa aoconsrcio com arroz de sequeiro. Nestes consrcios a forrageira pode ser semeadaconcomitantemente com adubao nitrogenada atecipada ao plantio, com vistas a minimizarcustos operacionais.

    Oliveira et al. (2009) conduziram um experimento no campo experimental da Universidade Federalde Rondnia em Rolim de Moura, no qual submeteram duas cultivares de arroz de terras altas(BRS Primavera e BRSMG Curinga) ao cultivo consorciado com a Brachiariabrizantha cv. Vitria-MG5 semeada (3 kg/ha de SPV) a lano nas entrelinhas da lavoura (espaadas a 25 cm uma daoutra), em plantio simultneo ou quando do florescimento do arroz. Para tanto, aps a descaoqumica da vegetao pr-existente, o solo foi arado e gradeado, no plantio da lavoura (final dedezembro) recebeu 250 kg/ha do adubo formulado 4-30-16 e duas aplicaes de 25 kg/ha de N-

    uria (no incio do perfilhamento e florescimento do arroz). A densidade de semeadura e os tratosculturais da lavoura seguiram as recomendaes tcnicas preconizadas na regio.

    Nas lavouras consorciadas a cultivar Primavera atingiu plantas com maior porte que as deCoringa (84 vs. 77 cm), sendo esta mais tardia (ciclo de 106 e 98 dias, respectivamente).Suas consorciaes com a braquiria, notadamente nos plantios simultneos, comprometeusriamente as caratersticas que determinam o potencial de produo, tais como: n depanculas/m2, n de gros/pancula, % de espiguetas cheias e peso de cem gros, aliados amaiores dificuldade de colheita e acamamento de plantas, redundando em drstica reduo naproduo das lavouras, que sob cultivo estreme produziram em mdia 3.173 e 3.001 kg/hacaindo para 1.846 e 1.945 kg/ha respectivamente para cvs. Curinga e Primavra,representando quebras de safra de 42 % e 35 %, o que foi mais proeminente nos plantiossimultneos com queda de 74 % na colheita (em mdia 789 kg/ha) com a forrageira emrelao ao realizado tardiamente (no florescimento da cultura-3.002 kg/ha).

    O estabelecimento da braquiaria ps-colheita das lavouras foi mais lento nos plantios tardios quandocomparados aos plantios simultneos (taxas de crescimento mdias de 23 e 69 kg MS/ha/dia).Resultados que apontam a inviabilidade do plantio simultneo destas cvs. com a braquiaria, devendoesta ser estabelecida quando do florescimento da cultura, o que estar condicionado disponibilidade hdrica no final do perodo chuvoso, sendo assim recomendvel a antecipao doplantio da lavoura de arroz (incio de novembro) e dando preferncia a cvs. de ciclo curto.

    Aspectos econmicos a serem considerados

    Com base no comparativo de custos benefcios correntes de diferentes tecnologias derecuperao/renovao de pastagens proposto por Oliveira et al. (1996), procedeu-se aadequao dos coeficientes tcnicos de insumos e produtos s condies vigentes no Estadode Rondnia (BANCO DA AMAZNIA, 2009a; 2009b; EMATER-RO, 2009) tais tecnologias,custos e receitas servem como indicativo tomada de decises no processo de reabilitaode pastagens no Bioma Amaznia, em regies onde j se praticam a pecuria e/ou agricultura(Tabelas 6 e 7), levando em considero as pecualiaridades de cada localidade.

    Nos sistemas de recuperao/renovao direta as prticas a serem adotadas estorelacionadas ao grau de degradao em que se encontra a pastagem, mas via de regra, almda forrageira, no h a introduo temporria ou pemanente de um novo componente (p.e.

    lavoura, rvore) no sistema. Considerando a caracterizao de uma pastagem degradada

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    proposta por Barcellos (1990) e Spain e Gualdern (1991), as pastagens com graus dedegradao 1 (leve), 2 (moderada), 3 (forte) e 4 (muito forte), com vistas a sua reabilitao,deveriam ser submetidas a nveis de interveno baixo, mdio/baixo, mdio e alto (Tabelas 6 e7), respectivamente. Com relao aos sistemas consorciados, normalmente, os pastosencontram-se em um nvel de degradao entre 3 (forte) e 4 (muito forte); nos consrciossugeridos, as culturas acompanhantes so establecidas concomitantemente ou no, com a(s)forrageira(s), sendo considerado apenas um ciclo de cultivo, aps o qual o pasto encontra-sereabilitado, no havendo sucesso no espao e no tempo entre os componentes lavoura-pecuria. Outro fator a ser considerado o alto custo (300,00 a 400,00 R$/ha) dasistematizao de reas de primeiro ciclo de pastagem, dada a ocorrncia de razes e toras emdecomposio, que devem ser removidas atravs da destoca e enleiramento a fim de permitiradequado preparo do solo, principalmente quando se pretende estabelecer lavouras.

    Em ambos os sistemas no foram quantificados os resultados econmicos da atividadepecuria aps a recuperao/renovao dos pastos, nem to pouco os seus impactos sobre oscomponentes sociais e ambientais do sistema, muito embora, espera-se melhoras, comoapontam os resultados obtidos por Alves e Homma (2004) nos aspectos econmico e social,

    e por Cerri et al. (2005) em relao ao meio ambiente.

    A medida em que o processo de degradao se agrava os custos operacionais de reabilitaoda pastagem aumentam consideravelmente, j que os dispndios com corretivos/fertilizantes ecom as operaes de preparo de solo passam a ser os seus principais componetes (oscilandoentre 30 % e 63 %). No caso das tecnologias de recuperao/renovao direta, os custospassam de aproximadamente 800,00 para 1.950,00 R$/ha da baixa interveno para alta,que equivalem, respectivamente a 11 e 26 arrobas-@ de carne ou a 1.700 L e 4.050 L deleite. Valores que podem inviabilizar a adoo das tecnologias de mdio e alto nvel deinterveno, notadamente em reas extensas. O que pode ser agravado em virtude do nvel dedescapitalizao dos produtores, alm da escassez e dificuldade de acesso a linhas definanciamento. de se esperar que a utilizao de tecnologia com baixo nvel de interveno

    no resulte em pastagens to boas quanto s obtidas com os demais nveis de interveno, econsequentemente sua produtividade e longevidade tambm sero comprometidas, ao menosque sejam submetidas manuteno (reposio de nutrientes do solo e controle de plantasinvasoras) e manejo adequados (ajuste da carga animal e pastejo com lotao rotacionada).Dependendo da prtica adotada (roagem manual, mecanizada ou qumica), somente controlede plantas invasoras, pode representar despesa de 50,00 a 150,00 R$/ha ao ano.

    Em funo dos elevados custos das tecnologias de recuperao/renovao direta, como jmencionado, os sistemas de reabilitao de pastagens via consorciao com cultivos agrcolasrepresentam uma alternativa com vistas a minimizar, ou at mesmo, cobrir estes custos, pormeio das receitas obtidas com a comercializao dos produtos agrcolas (Kluthcouski et al.,2003). Para tanto, Dias-Filho (2003) aponta alguns pr-requisitos a serem levados em

    considerao para sua adoo, tais como: existncia de mercado para comercializao dosgros produzidos, com preos que justifiquem economicamente o uso da prtica;disponibilidade de mo de obra e de mquinas/implementos agrcolas, para o plantio,manuteno e colheita das lavouras; e existncia de infraestrutura adequada para oarmazenamento e o posterior transporte das colheitas at o mercado consumidor. Estesfatores esto vinculados s peculiaridades dos sistemas de produo vigentes em uma dadaregio, os quais passam a determinar o tipo de lavoura, assim como, os mtodos empregadosna recuperao de pastagens por meio da integrao lavoura-pecuria.

    Considerando os consrcios propostos na Tabela 6, os custos operacionais de implantao,no ano agrcola em questo, oscilaram prximos a 1.600,00 (arroz) a 2.250,00 (soja) R$/ha,valores que podem limitar a adoo de tais tecnologias em funo do baixo nvel decapitalizao dos produtores, alm da escassez e dificuldade de acesso s linhas definanciamento. Entretanto, estas tecnologias passam a ser exequveis, com destaque os

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    Consideraes sobre sistemas de integrao lavoura-pecuria na Amaznia22

    consrcios com as lavouras de arroz e soja, se considerarmos as receitas obtidas a venda dosprodutos agrcolas, prximas a 1.300,00 e 1.500,00 R$, que cobriam 82 % e 69 % doscustos de reabilitao dos pastos, respectivamente para estas duas culturas, enquanto quecom as de milho e sorgo seriam cobertos 44 % e 35 %. Para estas mesmas lavouras seriamnecessrias, respectivamente, cerca de 4, 11, 18 e 19 arrobas de carne ou 600, 1.450,2.400 e 2.700 L de leite, respectivamente, para cobrir os custos finais ( custo total eretorno gros).

    Independentemente da tecnologia a ser adotada na reabilitao dos pastos, quandocomparadas a abertura de novas reas de floresta para formao de pastagens, com custosvariando de 600,00 a 1.000,00 R$/ha. Sem considerar os investimentos em infraestrutura(p.e. cerca em arame liso 6.100,00 R$/km). Passam a ser mais atrativas economicamente eprincipalmente, nos aspectos sociais e ambientais, ademais deve-se considerar as questes deordem legal, sobre o uso da terra no Bioma Amaznia, que restringem a utilizao da rea dapropriedade agrcola em 20 %.

    Estes valores refletem os baixos preos praticados com relao aos produtos da agropecuria

    e os elevados preos com relao aos insumos necessrios para implantao dos sistemas,notadamente os corretivos e fertilizantes, embora nos ltimos anos os preos pagos aoprodutores tenham reagido. As grandes distncias com relao ao mercado consumidor efornecedor de insumos, e consequentemente o aviltamento dos valores de frete tm sido umdos principais fatores que contribuem para este panorama.

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    Tabela 6. Comparativo de custos operacionais de tecnologias de recuperao/renovao de pastagens.

    Insumos/Servios

    (Componentes do custo)

    Tcnicas de recuperao/Renovao de pastagens

    Sistemas diretos

    (Nvel de interveno conforme o grau de degradao)

    S

    (C

    Baixo (1) Mdio/Baixo (2) Mdio (3) Alto (4) Arroz M

    R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % R$

    Corretivos/fertilizantes 577,30 70 901,44 67 1.021,96 58 1.062,47 55 924,31 57 1.337Defensivos 4,30 6 48,30 4 72,45 4 96,60 5 42,83 3 16,Sementes 22,50 3 63,09 5 87,12 5 92,39 5 109,50 7 132,Preparo do solo/plantio 140,76 17 294,12 22 534,70 30 624,19 32 482,97 30 542,Tratos culturais 6,19 0,8 6,19 0,5 6,19 0,3 6,19 0,3 12,39 0,8 12,Colheita/administrao 23,85 3 39,39 3 51,67 3 56,46 3 52,50 3 66,Total 818,90 100 1.352,52 100 1.774,09 100 1.938,29 100 1.624,00 100 2.108

    Retorno com a comercializao de gros 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 1.330,00 82 922, custo e retorno gros 818,90 100 1.352,52 100 1.774,09 100 1.938,29 100 294,49 18 1.185Taxa de retorno c/ venda de gros 0,00 - 0,00 - 0,00 - 0,00 - 0,82 - 0,@ de carne p/ cobrir custos 12,22 - 20,19 - 26,48 - 28,93 - 4,40 - 17,L de leite p/ cobrir os custos 1.706,03 - 2.817,76 - 3.696,02 - 4.038,10 - 613,53 - 2.470,Preos mdios praticados em Rondnia no primeiro trimestre de 2009 (Informaes Trimestrais Sobre Atividades Agropecurias-BASA e EMATER/RO)Arroz: produtividade de 33,25 sc/ha (sc 60 kg), preo de mercado R$ 40,00/sc. pago ao produtorMilho: produtividade de 61,50 sc/ha (sc 60 kg), preo de mercado R$ 15,00/sc. pago ao produtorSorgo: produtividade de 58,30 sc/ha (sc 60 kg), preo de mercado R$ 12,00/sc. pago ao produtor

    Soja: produtividade de 42,4 sc/ha (sc 60 kg), preo de mercado R$ 36,00/sc. pago ao produtorpreo pago ao produtor: @ do boi R$ 67,00/@ - leite R$ 0,48/LFonte: Elaborada pelo autor.

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    Os modelos simulados por Alves e Homma (2004) que comparam o sistema convencional dequeima de pastos e/ou derrubada de novas reas de floresta e o sistema de cultivo arrozsequenciado de milho (diversificao da produo), como alternativa proposta por Alves et al.(2001) de recuperao de pastos degradados na regio sudeste do Par (Tabela 8), apontamque a adoo desta tecnologia propiciava incrementos expressivos nos principais ndiceszootcnicos e, por conseguinte nos econmicos da propriedade, fazendo com que as receitasadvindas da comercializao do leite e de animais aumentassem em 173 % e 99 %. Aintroduo dos cultivos agrcolas ao sistema de produo representou um aumento deaproximadamente R$ 11.500,00 nas despesas operacionais, mas por outro lado, acomercializao de suas safras contriburam com mais de R$ 23.000,00 nas entradas, quealiadas s melhorias obtidas na atividade pecuria, redundaram em incrementos no saldo dofluxo de caixa (R$ 20.283,60), no retorno mensal (R$ 1.690,30) e no retorno anual/ha (R$405,70), em relao ao sistema convencional.

    Tabela 8. Comparativo entre o fluxo de caixa anual de propriedades comsistemas de produo convencional e diversificado no sudeste do Par.

    ComponentesSistemas de produo A/B

    (%)Convencional (A) Diversificado (B)

    ............... R$ ...............

    Entradas 8.517,00 42.090,00 394,19

    Venda de leite (1) 2.805,00 7.650,00 172,73Venda de animais (2) 5.712,00 11.340,00 98,53Venda do arroz (3) - 9.900,00Venda do milho (4) - 13.200,00

    Sadas 7.046,60 20.336,01 188,59

    Despesas operacionais 5.942,60 19.232,01 223,63

    Concentrados e sais minerais 1.703,00 2.865,96 Servios de ordenha e manejo 3.120,00 3.120,00 Sanidade do rebanho 350,00 903,00 Manuteno de pastagem 280,00 280,00 Custo de produo do arroz (5 hectares) - 5.229,70 Custo de produo do milho (5 hectares) - 6.343,75 Encargos previdncia 489,60 489,60Despesas de investimento 1.104,00 1.104,00 0,00

    Formao de pasto 592,00 592,00 Benfeitorias (cercas e estbulos) 512,00 512,00Saldo do fluxo de caixa 1.470,40 21.753,99 1.379,46

    Retorno lquido mensal 122,53 1.812,83

    Retorno anual por ha (50 hectares) 29,41 435,08(1) Venda de leite

    Sistema convencional:(22 vacas x 3 L/vaca/dia x 250 dias de lactao) = (16.500 L/ano x R$ 0,17/L).Sistema diversificado: (25 vacas x 6 L/vaca/dia x 300 dias de lactao) = (45.000 L/ano x R$ 0,17/L).

    (2) Venda de animaisSistema convencional: (05 vacas x 14 @/vaca x R$ 42,00 + 11 bezerros x R$ 252,00).Sistema diversificado: (09 vacas x 14 @/vaca x R$ 42,00 + 24 bezerros x R$ 252,00).

    (3) Venda do arroz: Produtividade 1.800 kg/ha = 60 sacos/ha x 5 ha x R$ 33,00.(4) Venda do milho: Produtividade 6.600 kg/ha = 110 sacos/ha x 5 ha x R$ 24,00 .Fonte: adaptado de Alves e Homma (2004).

    Com base nos coeficientes tcnicos e operaes levantados e nos preos de insumos,produtos e servios vigentes poca (ano agrcoloa 2007/2008) Fernandes et al. (2008)estimaram o custo e receita de introduo das lavouras e pastagens (Tabela 9), alm demodelarem cenrio futuro (24 anos) para o sistema de integrao lavoura-pecuria proposto regio.

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    Tabela 9. Comparativo entre custos e receitas de implantao de culturas agrcolas epastagens praticados na de Paragominas, PA.

    Discriminao

    Culturas agrcolas e forrageiras utilizadas no sistema Recuperao

    direta da

    pastagemArroz Milho Soja

    Milho +

    B.ruziziensis

    Milho +

    Mombaa

    (R$/ha) % (R$/ha) % (R$/ha) % (R$/ha) % (R$/ha) % (R$/ha) %

    Preparo da rea 865,00 41 90,00 06 120,00 09 90,00 06 90,00 06 865,00 47

    Limpeza da rea 625,00 29 - - - - - - - - 625,00 34Preparo do solo 240,00 11 90,00 06 120,00 09 90,00 06 90,00 06 240,00 13

    Insumos 1.175,00 55 1.265,00 85 1.071,00 82 1.317,00 85 1.345,00 86 960,00 53

    Corretivos e fertilizantes 955,00 45 90,00 60 576,00 44 900,00 58 900,00 57 880,00 48Sementes 115,00 05 235,00 16 155,00 12 287,00 19 315,00 20 80,00 04Defensivos 105,00 05 130,00 09 340,00 26 130,00 08 130,00 08 - -

    Colheita 90,00 04 135,00 09 110,00 08 135,00 09 135,00 09 - -

    Total 2.130,00 1.490,00 1.301,00 1.542,00 1.570,00 1.825,00

    Receita da lavoura 1.800,00 2.700,00 1.750,00 2.575,00 2.500,00 0,00 Receita-custo (330,00) 210,00 449,00 1.033,00 930,00 (1.825,00)

    Receita/custo (%) 85 181 135 167 159 0

    Receita/custo recup. direta (%) 99 148 96 141 137 0Fonte: adaptado de Fernandes et al. (2008)

    Dentre os componentes do custo, os corretivos e fertilizantes foram os de maior participao,oscilando entre 44 (lavoura de soja) e 60 % (lavoura de milho). Em relao as demaislavouras, a de arroz apresentou o maior custo de implantao, j que atua como culturapioneira de primeiro ciclo na sucesso, sendo onerada pelas operaes de correo (calagem280,00 R$/ha) e sistematizao da rea (destoca, limpeza de razes e arao a valores de575,00; 50,00 e 90,00 R$/ha, respectivamente) necessrias ao sistema plantio direto.Mesmo assim, a receita de comercializao da safra foi capaz de cobrir 85 % dos custos,enquato que as lavouras de milho e soja apresentavam, respectivamente, retornos prximos a81 % e 35% em relao ao custo de implantao. exceo da lavoura de arroz, arecuperao direta de pastagem teve o maior custo (R$ 1.825,00/ha), superior em cerca de15 % os custos de estabelcimento de pastagens temporrias (B. ruziziensis) ou permanentes(P. maximum cv Mombaa) em consrcio com a lavoura de milho, alm destas propiciaremretorno de aproximadamente 60 % do custo de implantao.

    Ao simularem a recuperao escalonada de uma propriedade subdividida em oito mdulos, detal forma, que ao final do 24 ano toda a rea estivesse reabilitada, constataram que,independentemente da taxa de desconto anual variando de 6 % e 10 % e o valor da terraentre 1.500,00 e 2.500,00 R$/ha, os sistemas integrados foram mais eficintes, poisapresentavam taxas de retorno interno oscilando entre 18,9 % e 26,1%, enquanto que os depecuria tradicional entre 13,3 % e 18,7%.

    Consideraes finais

    As tecnologias relacionadas integrao lavoura pecuria esto disponveis para seremutilizadas na Amaznia, as quias permitem maior versatilidade de produo e pluralidade deatividades, alm de garantirem maior estabilidade da produo e principalmente retorno maisrpido do capital investido.

    A utilizao de um processo que compreende prticas agropecurias que de forma racionalfavorece a preservao do solo, da gua, do ar e da biodiversidade, diminuindo o grande riscoagrcola e auxiliando as condies socioeconmicas da regio devem ser valorizados, comopreconizado nos sistemas de integrao lavoura-pecuria. Entretanto, seu uso pode ser

    questionado principalmente em relao aos custos/benefcios, disponibilidade de mo de obra

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    qualificada para execut-lo, alm das condies de infraestrutura na propriedade e na regio,para que depois de implantado, consiga a sinergia de aes para o aumento da produo emescala.

    Sero necessrio investimentos para a melhoria dos corredores de escoamento de produtos(interligando rodovias, ferrovias e hidrovias), como forma de facilitar o transporte deprodutos/insumos, flexibilizando a comercializao e expandindo as fronteiras paraescoamento das safras.

    A preservao da biodiversidade amaznica imperativa, para tanto o zoneamento ecolgico-econmico (ZEE) deve ser executado, definindo as reas aptas a explorao intensificada esustentvel da agropecuria, restringindo o avano indiscriminado sobre novas reas defloresta. Ao mesmo tempo, a regularizao fundiria deve ser implementada, propiciandocondies aos produtores de terem acesso linhas de financiamento oficial, alm de garantira posse da terra, estimulando assim o investimento na propriedade.

    Novas linhas de crdito devem ser abertas para planos estratgicos de desenvolvimento

    agropecurio, alm de fomento pesquisa, para medir os impactos socioeconmicos eambientais destas atividades.

    Dentre as alternativas possveis de serem adotadas a integrao lavoura-pecuria tem papelimportante, sugere-se no entanto, que alm dos cultivos e exploraes pecurias, aintroduo nesses sistemas de um componente arbreo, formando modelos agrossilvipastoris,venham a ser avaliados na busca de uma melhor adequao as condies do ecossistemaamaznico.

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