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Situação Social frente as vocações
Estamos numa dinâmica de mercado, que absolutiza a eficiência e a produtividade numa espécie de mercantilização das relações, inclusive no âmbito pessoal, social e religioso;
Sociedade do ter; Sucesso material; O lucro dita as regras;• ;
Não mede esforços para transmitir o que é nocivo a moral e aos bons costumes (meios de comunicação – BBB)
Confusão entre Profissão e Vocação;
Aos olhos da sociedade responder a uma VOCAÇÃO
é fugir do mundo, dos problemas, de si mesmo.
Muitas oportunidade de emprego e estudo (cursos técnicos e superiores);
Sonho de uma ascensão profissional e status;
Em tudo se busca o Prazer – Sexo – a beleza aparente;
Há uma substituição da singularidade pelo individualismo, quase sempre gerando comportamentos narcisistas e consumistas;
Novas formas de sociabilidade, com maior liberdade de escolhas, gerando novos grupos sociais;
Uma política desacreditada; Uma falsa consciência
ecológica;
Diminui a influência da família, da escola, das igrejas, nas relações pessoais e sociais;
Vivemos num mundo do provisório, do passageiro, do efêmero, sem utopias;
A diluição das tradições culturais e religiosas, fruto desta fragmentação ilimitada e de uma cultura líquida e light, gera pessoas frustradas, anciosas e angustiadas;
Passamos a ter uma ética do “depende” e do gosto pessoal – do relativismo;
Vivemos um momento de diálogo com a realidade em constante mudança, frente aos valores permanentes;
A pluralidade presente nas evoluções sócio-históricas, a cultura mutável e a influência da tecnologia;
Os meios de comunicação que nos transmitem uma idéia falsa da vocação (a família sem compromisso, os padres e as irmãs são tidos como mal amados, que sempre estão com a expressão de insatisfeitos. Prova disso são as novelas, filmes);
Defasagem da linguagem no trabalho junto às juventudes, o que se constitui um desafio metodológico e pastoral;
Queremos que nossos jovens sejam como os jovens ou os vocacionados das décadas de 60, 70 e 80;
Muitos movimentos intimistas que trabalham apenas com o sentimento e com o compromisso com o grupo restrito. Mas não com a Igreja com o todo;
Identidade Eclesiológica (movimentos ultra conservadores e outros ultra progressistas – Ainda se insiste nessa linguagem que é uma discusão da década de 80);
Conversão exterior (alguns jovens se encantam apenas com aquilo que é externo e muitas comunidades só apresentam sinais exteriores – uniformes, cruz, hábito, disciplina rigorosa);
Falta de testemunho; Escândalos na área da sexualidade
e afetividade - moral;
Crise na VRC de perfil moderno (carisma, trabalho apostólico e a vida);
Se compreende as vocações aos Ministérios Ordenados e à Vida Consagrada como profissão e como um grupo de solteirões mal amados;
Modelos de vida que não atraem mais;
Modelos antigos e desgastados (principalmente na maneira de transmitir);
Mística da privação (os votos sao compreendidos como negação de si mesmo, anulação do ser, proibição, moralismo, tudo não pode);
Evidencia-se uma crise de sentido e uma perda de consciência da estrutura orientadora de sentido;
Procuramos pessoas perfeitas, santas para ingressar em nossas comunidades.
Familias menores;Novos modelos de família;
Nao aceitacão dos pais;
Apego à familia;Familias menos católicas e comprometidas;
Falta a dimensão cristã da vocação na família. Não se compreende a família como vocação.
Imediatismo;Cultura da internet (relacionamentos virtuais – Orkut, MSN, Twitter, Facebook e outros);
Descompromisso com a realidade social e eclesial;
Ligação ao consumismo (comprar para compensar);
Fechamento;Falta de iniciativas cristãs;Falta de valores cristãos;
Juventude mais informada e menos formada;
Força de vontade apenas para objetivos pessoais;
Amadurecimento tardio;Adolescência prolongada;Atraso na independência;
Realidade das Juventudes
Rural que pensa como
Rural
Rural que pensa como
Urbana
Urbana que pensa como
Rural
Urbana que pensa como
Urbana
Tribos UrbanaRoqueiros
HippiesPunks
GótigosManos/Rappers
NerdsClubbers
EmosColoridos
A Juventude é fase importante de elaboração de projeto de vida, fase em que os valores sociais interpelam as pessoas e a educação acontece segundo a identidade dos grupos juvenis, particularmente as “tribos”. Estas, além de aproximar a juventude por interesses próprios, revelam algo da sociedade.
(Juventudes: o exercício da aproximação – Frei Rubens Nunes da Motta – CRB)
Ao mesmo tempo: Buscam uma vida como um projeto transitório e o compromisso a longo prazo é uma carga quase insuportável;
Preferem mais as sensações que a reflexão;
Perda do sentido da vida – jovens sem um projeto pessoal de vida;
Inconstância na resposta.
Muitas Congregações, casas formativas e seminários. E uma visível redução no número de vocacionados(as). Prova disso são nossas imensos conventos e seminários que custam muito em manutenção;
A grande proposta hoje é transformar nossos conventos e seminários em casas de formação. Que tenham o aspecto de casa familiar – como a pequena casa da Familia de Nazaré;
Uma cobrança enorme para com os animadores das congregações e das dioceses;
Um cansaço por parte de quem trabalha com as vocações;
Descompromentimento com o trabalho vocacional;
Falta de colaboração econômica com o trabalho vocacional;
Não compreensão do que é realmente um trabalho vocacional nos dias de hoje;
Os Jovens buscam uma Igreja acolhedora, que os receba da maneira como eles são. E será que nossas Congregações e Dioceses estão preparadas para isto?
Percebe-se que a juventude busca o diferente (por isso, algumas comunidades mais conservadoras atraem tanto);
Há uma cultura do não sofrer, não frustrar. Na semelhança do que acontece com os pais, nossas comunidades formativas repetem o mesmo erro;
Muitos jovens vindos dos movimentos de espiritualidade e das novas comunidades;
Realidade da homossexualidade em nossas casas de formação;
Jovens fragmentados na personalidade, com muitas lacunas.
Vivemos num momento novo e importante: o mundo de hoje não é pós-cristão e sim pré-cristão pois não conhece a Jesus Cristo e precisa de alguém ou alguns para serem os apresentadores (JC e o mundo);
Temos uma cultura da não decisão: ou imediata ou extremamente tardia;
Precisamos nos perguntar seriamente: “vivemos uma crise dos chamados ou dos chamantes (mediadores do chamado)?
Temos pessoas muito boas em nossas comunidades, no entanto, muito silenciosas. Talvez nao compreendem a beleza da própria vocação;
Animadores Vocacionais muito educados que acabam se retirando da vida do jovem na primeira dificuldade apresentada por ele, não servem para o trabalho vocacional. Deve existir uma diferença entre a insistência (negativo) e a persistência (positivo);
O jovem atual pode ser sincero ou verdadeiro:
Sincero: apenas aponta o sentimento (não gosto daquele padre).
Verdadeiro: aponta o sentimento se perguntando de onde vem tal realidade e o que está fazendo com ele.
O Animador Vocacional não deve ser simpático mas empático;
Deve ensinar o jovem a ser voraz. Para isto, ele deve ser voraz, autêntico e feliz com a própria vocação;
Corremos o risco de cometer verdadeiros “abortos” vocacionais;
Hoje vivemos um momento de crise. Muito se fala dessas crises. Mas de onde vêm? Por que existem? Quais são?
Motivos: Não necessitamos mais de padres e irmãs santos!
Precisamos de comunidades, congregações santas!
O que nos une é o mesmo objetivo, a mesma meta: Jesus Cristo.
Portanto, mais do que simpatias ou antipatias, temos o projeto de Deus como fundamento, caminho e meta que se resume da seguinte maneira: Jesus Cristo e sua vida (itinerário) – somos chamados a ser outro Cristo (meta);
Chegará o tempo onde seremos canonizados em comunidade e não sozinhos.
Pe. Valdecir Ferreira Assessor da Comissão Episcopal Pastoral para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada.
Email: [email protected] [email protected]
Site: pastoralvocacional.cnbb.org.br Facebook: Valdecir Ferreira (Brasília)