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“O papel da supervisão na Escola Inclusiva" Angelina Augusta Fernandes 18 de Novembro 2011

Supervisão

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A supervisão na Escola Inclusiva

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“O papel da supervisão na Escola Inclusiva"

Angelina Augusta Fernandes18 de Novembro 2011

Para que uma Escola se torne o mais inclusiva possível, (...)

torna-se necessário que a Escola se torne mais autónoma (...)

dotada de meios (recursos humanos e materiais), responsável

pelo percurso escolar dos seus alunos, aberta à participação dos

seus parceiros, capaz de fixar metas e avaliar os seus resultados,

de organizar diferentemente tempos, espaços e recursos, (...) de

proporcionar um bom clima de boa convivência, onde (...) a

aquisição de saberes (...) e a sua preparação para a vida sejam

princípios norteadores.

[DNE (2007) P.61]

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A inclusão deve fomentar:

- A inserção total e incondicional de todos;

- A ruptura nos sistemas;

- Mudanças que beneficiam toda e qualquer pessoa;

- Transformações profundas;

- A adaptação da sociedade para atender às necessidades das pessoas com

deficiência e, com isso, torna-se mais atenta às necessidades de TODOS

- A entrada para dentro dos sistemas aos grupos de "excluídos" e, paralelamente,

transformar esses sistemas para que se tornem de qualidade para TODOS;

- A busca de uma educação de qualidade para TODAS as pessoas com e sem

deficiência ;

- A valorização da individualidade de pessoas diferentes.

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O processo de inclusão é demasiado exigente, porquanto o desafio de acolher TODOS exige diferenciação, exige especialização dos recursos humanos nas mais diversas áreas, exige trabalho em equipa, cooperação logo supervisão.

Isabel Alarcão e Maria do Céu Roldão apresentam-na como um conceito alicerçante da “construção do conhecimento profissional”, sendo a escola o espaço, por excelência, de referência da prática educativa do professor, com o qual ele constrói esse conhecimento. Flávia Vieira fala em “actuação de monitorização sistemática da prática pedagógica, sobretudo através de procedimentos de reflexão e de experimentação (...)”

A Escola Inclusiva, pode e deve adotar uma prática reflexiva. O coaching constitui-se uma ferramenta valiosa, que ajuda cada

um a atingir o seu objectivo. Através do feedback adequado, reforçam-se competências,

imprime-se motivação.

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Na prática supervisiva pode dizer-se que o professor se configura como um sujeito que:

- a todo instante, busca a valorização das situações, analisando informações sobre elas e tomando decisões sobre o que fazer;

- observa o efeito deste processo e ações no trabalho por ele desenvolvido num determinado tempo e contexto sócio-histórico.

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O professor deixa de ser visto como simples executor de tarefas e passa a constituir-se como um profissional que toma decisões e que é formado para atuar em um contexto complexo e incerto. Esta nova formação de professores passa a privilegiar o desenvolvimento da criatividade, da capacidade de encontrar novas estratégias, da mobilização contextualizada de conhecimentos e da visão crítica (Sá-Chaves, 2002).

Em suma, “a atividade do formador articula o dizer com o escutar, a demonstração com a imitação e tem sempre subjacente a atitude de questionamento como via para a decisão” (Alarcão, 1996).

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A prática dos professores , nomeadamente do professor/supervisor de Educação Especial, deve propiciar a criação de um ambiente escolar que promova o desenvolvimento pessoal e profissional de forma a desencadear outras dimensões do desenvolvimento humano.

Esse tipo de prática, não deverá ser fruto do uso de instruções aplicadas como uma fórmula única que resolve diferentes problemas, mas antes uma prática reflexiva que envolva os pares na busca de soluções diferenciadas, tendo em conta o público alvo que leciona.

Deve emergir de uma reflexão profunda e partilhada sobre as próprias práticas docentes e sobre a forma como o ensino se organiza em torno da DIFERENÇA.

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Para que seja profícua esta reflexão deve constituir-se ainda como uma prática social, realizada entre pares.

Nesta perspectiva, o ambiente formativo deve favorecer o desenvolvimento profissional docente, bem como este, por sua vez, pode também ser favorecido por meio de contextos coletivos, pois sabemos que este se pode configurar num lugar “onde o professor tem a oportunidade de interagir com os outros e sentir-se apoiado, onde pode aferir as suas experiências e por sua vez recolher informações importantes” (Ponte, 1998).

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Para que esses princípios se convertam numa efectiva prática reflexiva, estes serão alguns dos desafios

Eliminação do excesso de centralismo do sistema (...); Implementação de uma política de descentralização

permitindo às escolas gerirem de forma flexível o currículo, a organização pedagógica e os recursos humanos e financeiros;

Simplificação legislativa, acompanhada dos adequados mecanismos de regulação; dignificação e reconhecimento da importância dos professores (...);

Desburocratização da actividade docente (...); Melhoria do sistema de formação no domínio da

administração educacional e da formação dos professores para a tarefa de gestão intermédia a vários níveis (...);

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Necessidade da presença, nas escolas, de outros profissionais, que possam exercer funções de mediação (...);

Humanização dos espaços escolares (...);

Facilitação dos meios da participação efectiva (...) e responsabilização (...);

Constituição de redes de apoio, facilitadora de uma gestão de recursos da comunidade (...). DNE (2007)

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Aplicado à educação, o formador deve ajudar o aluno (coachee) a definir os seus objectivos académicos, dotando-o acima de tudo de recursos que lhe permita ser capaz de reflectir acerca da sua realidade, no momento presente, com a finalidade de o mesmo poder desenhar o seu futuro.

Para o conseguir, o professor deve ir para além da função de simples transmissor de conhecimentos e tornar as ferramentas acessíveis ao aluno de modo que o ajudem a seguir pela vida de um modo mais aberto e produtivo. Deste modo, é chamado a transcender a sua função de formador para assumir a de coach-docente, acompanhando o coachee-aluno desde o ponto onde está até àquele onde quer chegar, proporcionando-lhe mais soluções e recursos para este caminho.

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Os objectivos a atingir devem ser: 1 - Positivos e atractivos - descreverem sobretudo o que

queremos .

2 - Claros e específicos - devem ser o mais concreto possível, para poder-mos alcançá-los.

3 – Realistas - devem ser realizáveis, apesar de difíceis. Uma meta deve ser realista.

4 - Quantificáveis e mensuráveis - para que possamos avaliá-los regularmente é importante definir previamente os critérios que nos permitirão saber se os alcançamos.

5 - Descritos, iniciados e mantidos pelo coachee-aluno - deve ser o aluno que a atuar, de forma a alcançar o objectivo. O coach-formador pode apenas dar-lhe uma mão, ajudar a alcançar os objectivos, mas nunca sobrepor-se ao dever do aluno, conseguindo os objectivos por ele.

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6 - Devem estar situados no tempo - para forçar o nosso cérebro a ficar ativo, já que a natureza humana tende a adiar as situações.

7 – Devem estar orientados mais para o rendimento e não tanto para o resultado. Neste processo, o mais importante é valorizar o rendimento e os progressos feitos, porque a valia pessoal e a auto estima da pessoa são primordiais. Uma vez que o êxito e o fracasso, na concretização de objectivos determinados, não devem apenas medir-se pela concretização de metas ou pelos resultados concretos, mas pelo esforço e motivação para os conseguir.

8 – Devem ser ecológicos - devem respeitar ao mesmo tempo o equilíbrio interno do aluno e a sua rede relacional: família, amigos, parentes, conhecidos, colegas, etc.

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Cuidados a ter no coaching educativo:

A urgência de atingirmos o objectivo final, não pode deixar de lado o valor ou os valores que o produziram, caso contrário teremos esvaziado de conteúdo todas as nossas acções e, apesar de conseguirmos o êxito, sentir-nos-emos menos satisfeitos e menos felizes.

. Os nossos valores influenciam e dirigem de forma poderosa os objectivos que nos propomos e as opções que tomamos.

. Os nossos objectivos e metas são a expressão tangível dos nossos valores. São a base da motivação e de persuasão e operam como poderosos filtros de percepção. Os valores estão relacionados de forma directa com os nossos objectivos, com o que queremos ou desejamos.

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Feedback e imagens mentais positivas

De uma forma simples, podemos afirmar que feedback é o processo de manifestar ao outro a nossa perceção dos factos;

O feedback positivo é aquele que fornece dados a alguém ou grupo com o objectivo de melhorar o seu desempenho.

Ao dar feedback deve ter-se em mente que o que se deseja é orientar o aprendente para mudar o modo como pensa e o que é capaz de fazer para atingir os seus objectivos.

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No processo de ensino-aprendizagem o educador/formador, deverá com frequência dar feedback ao aluno/formando com quem estiver a trabalhar.

O feedback positivo é a chave do sucesso para quem aprende. Neste processo estabelece-se uma relação de confiança e de segurança com o formador, que ajuda os alunos/formandos a saber usar as suas capacidades motivando-as a desenvolver o seu potencial .

O feedback é ainda mais útil quando é descritivo.

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A sociedade tem tendência para destacar a palavra sucesso quando se aborda o tema “ensino-aprendizagem”, ainda que se trate de alunos com NEE.

Cabe ao educador/formador, proporcionar a si, ao seu par pedagógico e à sua equipa, o ambiente propício ao desenvolvimento pessoal e profissional. A estratégia utilizada para “encaminhar” o aluno/formando para o percurso de vida mais adequado às suas potencialidades/habilidades, passa por

O coaching, pode ser a alavanca para o sucesso, porquanto o desenvolvimento pessoal dos alunos, poderá ser o “ponto de alavancagem” que permite ao aluno melhorar outras áreas e a sua auto-estima.

A relação do coaching/supervisão passa a constituir-se uma ferramenta indispensável para o sucesso da e na escola inclusiva.

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Fim

Grata pela vossa atenção

Angelina

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ALARCÃO, I e ROLDÃO, M.C(2008). Supervisão. Um contexto de desenvolvimento profissional dos professores, Edições Pedago, Mangualde.

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