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Correta instalação de Caldeiras
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CURSO E COLGIO GABARITO
JOS AILTON DOS SANTOS
CALDEIRAS: ASPECTOS GERAIS
ITAPORANGA DAJUDA
2014
JOS AILTON DOS SANTOS
CALDEIRAS: ASPECTOS GERAIS
Trabalho apresentado ao Colgio Gabarito
como um dos pr-requisitos para obteno
do Diploma do Curso Tcnico em
Eletromecnica.
ITAPORANGA DAJUDA
2014
JOS AILTON DOS SANTOS
CALDEIRAS: ASPECTOS GERAIS
Trabalho apresentado ao Colgio Gabarito
como um dos pr-requisitos para obteno
do Diploma do Curso Tcnico em
Eletromecnica.
Avaliado em _____/_____/_____
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________________
Nome do (a) orientador (a)
Instituio
_______________________________________________________________
Nome do componente
Instituio
_______________________________________________________________
Nome do componente
Instituio
AGRADECIMENTOS
Agradeo em primeiro lugar a Deus, por ter possibilitado estar firme durante
toda essa trajetria, caminho esse que ir me levar a realizao dos meus sonhos.
A minha famlia, que em todo tempo mantiveram a cumplicidade e
pacincia para comigo, me orientando a ser essa pessoa que hoje sou.
Aos professores dedicados, os quais sem nominar tero os meus eternos
agradecimentos por proporcionar conhecimento no apenas racional, mas
manifestao de carter afetividade da educao no processo de formao
profissional, no somente por terem ensinado, mas por me terem feito aprender.
Meus agradecimentos s amigos, companheiros de trabalhos q fizeram
parte da minha formao q vo continuar presentes em minha vida com certeza.
Por fim, tudo no seria possvel sem a f, famlia, amizade, confiana,
empatia e o apoio dos meus amigos encontrados neste curso, companheiras de
trabalhos que fizeram parte da minha formao, a aqueles que de alguma forma
estiveram e estaro prximos de mim, meu muito obrigado de corao a todos.
RESUMO
Nos dias atuais, crescente o nmero de pesquisadores e estudiosos que tm
mostrado interesse pelo estudo das caractersticas dos geradores de vapor devido a
sua importncia para o setor industrial. O objetivo de medir e controlar as diversas
variveis fsicas em processos industriais segurana, a custos compatveis com as
necessidades do mercado consumidor. No atual contexto do setor industrial, so poucos
os processos industriais que no apresentam alguma forma de automao ou monitorao de
operao. Nos sistemas de produo do setor industrial, a automao de processos
vem se mostrando, principalmente para empresas de grande demanda, de importante
aplicao para obteno de maior qualidade, velocidade de produo e lucratividade.
Caldeira um recipiente metlico, cuja funo , entre muitas, a produo de vapor
atravs do aquecimento da gua. As caldeiras em geral so empregadas para
alimentar mquinas trmicas, autoclaves para esterilizao de materiais diversos,
cozimento de alimentos atravs do vapor, calefao ambiental.
PALAVRAS-CHAVE: Geradores. Vapor. Processos. Industriais. Caldeiras.
ABSTRACT
Nowadays, an increasing number of researchers and scholars who have shown
interest in studying the characteristics of the steam generators due to its importance
for the industrial sector. The aim of measuring and control the various physical
variables in industrial security processes, costs compatible with the needs of the
consumer market. In the current context of the industrial sector, there are few industrial
processes that do not have some form of automation or operational monitoring. In
production systems in the industrial sector, process automation has proved, especially
for demanding companies, important application for obtaining higher quality,
production speed and profitability. Boiler is a metal container, whose function is, among
many, the production of steam by heating the water. The boilers are generally used for
feeding thermal machines, autoclaves for sterilization of various materials, cooking of
food using steam, environmental heating.
KEYWORDS: Generators. Steam. Processes. Industrial. Boilers.
TABELA DE FIGURAS
FIGURA 01: Caldeira Aquotubulares.........................................................................12
FIGURA 02: Caldeira Flamotubulares........................................................................13
FIGURA 03: Caldeira mista........................................................................................13
SUMRIO
1 INTRODUO........................................................................................................08
2 CONSIDERAES GERAIS..................................................................................10 2.1 Breve Histrico.................................................................................................10 2.2 Sistema Gerador de Vapor................................................................................11 2.3 Tipos de Caldeira...... .......................................................................................12 2.4 Caldeiras e seus acessrios.............................................................................14
3 FUNCIONAMENTO DE UMA CALDEIRA..............................................................17
3.1 Funcionamento de uma caldeira Aquatubular.................................................17 3.2 Funcionamento de uma caldeira Flamotubular................................................17
3.3 Vantagens e Desvantagens.............................................................................18
3.3.1 Vantagens e desvantagens de uma Caldeira Aquatubular...........................18 3.3.2 Vantagens e desvantagens de uma Caldeira Flamotubular.........................18
4 OS RISCOS ASSOCIADOS OPERAO DE CALDEIRAS..............................19
4.1 Caracterizao dos Riscos...............................................................................19 4.2 Atenuando os Riscos........................................................................................20 4.3 O superaquecimento como causa de exploses...............................................22
4.4 Corroso...........................................................................................................22
4.5 Exploses causadas por aumento da presso.................................................36
4.6 Exploses no lado dos gases...........................................................................28
4.7 Outros riscos de acidentes...............................................................................29
5 TRATAMENTO DE GUA DE CALDEIRAS..........................................................30
5.1 Mtodo de tratamento de gua das caldeiras....................................................30 5.2 Manuteno das caldeiras................................................................................31 5.2.1. Controle qumico...........................................................................................31 5.3 Limpeza qumica de caldeiras..........................................................................32 5.3.1 Anlise das Vantagens e Desvantagens.......................................................32 5.3.2 Segurana na Operao de Caldeiras...........................................................33
5.3.3 Inspeo de Segurana de Caldeiras............................................................33 6 NORMA REGULAMENTADORA N 13..................................................................35
7 CONCLUSO..........................................................................................................40
ANEXO.......................................................................................................................42
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..........................................................................43
8
1 INTRODUO
Caldeiras ou geradores de vapor so equipamentos destinados a mudar o
estado da gua, do lquido para o vapor, atravs de uma troca trmica entre um
combustvel e a gua. A energia necessria operao, isto , o fornecimento de
calor sensvel gua at alcanar a temperatura de ebulio, mais o calor latente a
fim de vaporizar a gua e mais o calor de superaquecimento para transform-la em
vapor superaquecido, obtida pela queima do combustvel.
O vapor produzido usado em aquecimento, acionamento de mquinas
motrizes (turbinas e mquinas alternativas), em processos industriais (indstrias de
alimentos, bebidas, papel e celulose, txtil, metalrgica, Qumica), esterilizao,
gerao de energia eltrica, entre outros.
Vapor de gua usado desde os primrdios do desenvolvimento industrial.
Vrios fatores colaboraram para a gerao de energia atravs do vapor. Como por
exemplo, a gua o composto mais abundante da Terra e, portanto de fcil obteno
e baixo custo. Na forma de vapor tem alto contedo de energia por unidade de massa
e volume. Alm disso, as relaes temperatura e presso de saturao permitem
utilizao como fonte de calor a temperaturas mdias e de larga utilizao industrial
com presses de trabalho perfeitamente tolerveis pela tecnologia disponvel, j h
muito tempo.
No Brasil no h disponvel estatstica oficial sobre acidentes com vasos
pressurizados, sejam estes, pequenos aquecedores de gua instalados em hotis,
compressores de ar, gases armazenados sob presso ou ainda, caldeiras de mdia e
alta presso. Nosso artigo trata dos riscos associados operao de caldeiras de
mdia e alta presso sob o ponto de vista legal da Norma Brasileira NR 13, do
Ministrio do Trabalho e Emprego.
A escolha deste tema est baseada no sentido de verificar a preocupao
e a importncia desses equipamentos de grande risco operacional e que
aparentemente so considerados alm de muito importante, simples dentro dos seus
processos. Assim, este trabalho se justifica por oferecer maiores subsdios quanto a
utilizao das caldeiras e, consequentemente, reduzir os riscos de acidentes com os
operadores deste instrumento.
9
O principal objetivo deste estudo conhecer as caractersticas de operao
de caldeiras, no sentido de buscar melhor conhecimento sobre o assunto.
importante, tambm, salientar que este trabalho contribui para despertar o olhar crtico
acerca da segurana, correlacionando o conhecimento com a prtica; alm de
oportunizar a segurana do profissional a melhoria do ambiente de trabalho.
Nesta vertente, o presente trabalho caracteriza-se basicamente como pesquisa
bibliogrfica, sobre conceitos, caratersticas e normas de segurana do sistema
gerador de vapor. Conforme Gil (1994), a pesquisa bibliogrfica desenvolvida por
meio de material j elaborado, principalmente livros e artigos cientficos, tratando-se
da coleta de informaes j transcritas por diversos autores.
No primeiro captulo, so descritas as caractersticas, tipos e um pequeno
histrico acerca da utilizao das caldeiras. O captulo seguinte apresenta
conhecimentos especficos sobre os componentes e acessrios, alm de citar as
funes dos diversos sistemas de controle dos geradores de vapor. O captulo trs
contm informaes acerca das causas de exploses e outros tipos de acidentes
relacionados a operao das caldeiras. O quarto cita importantes meios de
manuteno das caldeiras, tais como limpeza e tratamento de gua havendo nfase
nas indstrias alimentcias. O ltimo captulo fornece informaes acerca da norma
regulamentadora.
10
2 CONSIDERAES GERAIS
2.1 Breve Histrico
Nesse sentido, continuamente, as empresas buscam alternativas que
possam atender s suas necessidades e que sejam economicamente viveis e
tecnologicamente eficientes.
A utilizao do vapor no processo de produo teve incio na Revoluo
Industrial, no sculo XVIII. A Inglaterra, por possuir grandes reservas de carvo
mineral, foi pioneira na produo de energia a partir desse mineral; com os atributos
das mquinas a vapor e da industrializao regional, o vapor logo foi utilizado em larga
escala no setor industrial e de transportes.
Hoje, a eficincia energtica se coloca como uma importante alternativa para otimizar
o uso das fontes de energia, a utilizao eficiente de energia trmica em fornos e
caldeiras, alm de promover a reduo dos custos operacionais e apresentar um
significativo ganho ambiental. Sendo assim, na medida em que disponibilizado mais
um instrumento til na busca da reduo de custos e tambm do aumento da
competitividade, estamos, de certa forma, contribuindo para o desenvolvimento
sustentvel.
Caldeira o nome popular dado aos equipamentos geradores de vapor,
cuja aplicao tem sido ampla no meio industrial e tambm na gerao de energia
eltrica nas chamadas centrais termeltricas. Portanto, as atividades que necessitam
de vapor para o seu funcionamento, em particular, vapor de gua pela sua
abundncia, tm como componente essencial para sua gerao, a caldeira. Esse
equipamento, por operar com presses acima da presso atmosfrica, sendo na
grande parte das aplicaes industriais at quase 20 vezes maior e nas aplicaes
para a produo de energia eltrica de 60 a 100 vezes maior, podendo alcanar
valores de at 250 vezes mais, constitui um risco eminente na sua operao. Vrios
so os aspectos relacionados ao funcionamento das caldeiras, os quais sero tratados
nesta apostila: Principais conceitos da Termodinmica envolvidos na operao de
Caldeiras; Tipos e classificao das Caldeiras e seus acessrios principais; Riscos de
exploses; Tratamento da gua de Caldeiras e Norma Regulamentadora N 13.
Conforme Bazzo (1995), nas indstrias do incio do sculo XVIII muitos eram os
inconvenientes gerados pela combusto local de carvo para gerao de calor. As
11
primeiras mquinas destinadas a gerao de vapor surgiram para sanar este
problema, uma vez que a energia era captada em uma unidade central e distribuda
para os diversos setores da empresa, atravs do vapor.
Geradores de Vapor podem ser considerados como sendo trocadores de
calor complexos que produzem vapor de gua sob presses superiores a atmosfrica
a partir da energia de um combustvel e de um elemento comburente (Ar). Caldeiras
de vapor so essencialmente recipientes pressurizados no qual a gua introduzida
e pela aplicao continua de energia evaporada. A gua evaporada chamada de
vapor, consistindo um dos fludos de trabalho mais empregados na indstria. Vapor
de gua usado como meio de gerao, transporte e utilizao de energia desde os
primrdios do desenvolvimento industrial. Inmeras razes colaboraram para a
gerao de energia atravs do vapor. A gua o composto mais abundante da Terra
e, portanto de fcil obteno e baixo custo. Atualmente, o vapor constitui o modo mais
econmico e prtico de se transferir calor, at certo limite, em processos industriais.
Alm disso, usado para gerao de trabalho mecnico. (BAZZO, 1995).
2.2 Sistema Gerador de Vapor
O vapor gerado em uma caldeira ou em um gerador de vapor pela
transferncia do calor dos gases quentes para a gua. Quando a gua absorve
quantidade suficiente de calor, muda da fase lquida para a de vapor. A energia para
gerar o vapor pode ser obtida da combusto de combustveis ou da recuperao de
calor residual de processo.
Na caldeira, a transferncia de calor entre os gases quentes e a gua
efetuada nas superfcies de troca trmica (geralmente um conjunto de tubos). Aps a
gerao do vapor, o efeito da presso faz o vapor fluir da caldeira para o sistema de
distribuio.
Para Bazzo, (1995), h diferentes aplicaes de uso final para o vapor,
incluindo aplicaes em processos de aquecimento, movimentao mecnica,
produo de reaes qumicas, limpeza, esterilizao e fracionamento de
componentes de hidrocarboneto em misturas. Os equipamentos mais comuns de
sistema de uso final de vapor so: trocadores de calor, turbinas, torres de
fracionamento e tanques de reao qumica. Em um trocador de calor, o vapor
transfere seu calor latente a um lquido de processo. O vapor mantido no trocador
de calor por um purgador de vapor at que se condense. Nesse ponto, o purgador
12
deixa passar o condensado para a linha de drenagem de condensado, ou sistema do
retorno de condensado. Em uma turbina, o vapor transforma sua energia trmica em
trabalho mecnico, para acionar mquinas rotativas, tais como: bombas,
compressores ou geradores eltricos. Em torres de fracionamento, o vapor facilita a
separao de vrios componentes de um lquido.
2.3 Tipos de Caldeira
Segundo Altafini (2002), as caldeiras ou geradores de vapor so
equipamentos destinados a basicamente transformar gua em vapor. A energia
necessria para esta finalidade de fornecer calor at que a gua alcance a
temperatura de ebulio, com finalidade de vaporizar a gua e transform-la em vapor
superaquecido, dado pela queima de um combustvel.
As caldeiras so classificadas em caldeiras flamotubulares ou fogotubular
e aquatubular ou mista (Flamatubulares e aquatubulares)
Caldeira um recipiente metlico cuja funo , entre muitas, a produo de vapor
atravs do aquecimento da gua. As caldeiras em geral so empregadas para
alimentar mquinas trmicas, autoclaves para esterilizao de materiais diversos,
cozimento de alimentos atravs do vapor, ou calefao ambiental.
Caldeiras Aquotubulares; nas Caldeiras Aquotubulares os gases da
queima do combustvel circulam por fora dos tubos, e a vaporizao da gua se d
dentro dos mesmos.
FIGURA 01. CALDEIRA AQUOTUBULARES.
FONTE: ALTAFANI.
13
Caldeiras Flamotubulares; nas caldeiras flamotubulares os gases de
combusto circulam por dentro de tubos, vaporizando a gua que fica por fora dos mesmos.
FIGURA 02. CALDEIRA FLAMOTUBULARES.
FONTE: ALTAFANI.
Caldeiras Mistas; as Caldeiras mistas so basicamente caldeiras
flamotubulares com uma antecmara de combusto com paredes revestidas de tubos
de gua.
FIGURA 03. CALDEIRA MISTA.
FONTE: ALTAFANI.
14
A caldeira constituda por trs partes principais:
Cmara de combusto, ou fornalha, onde o combustvel queimado;
Cmara de gua, que contm a gua a ser aquecida;
Cmara de vapor, situada acima do nvel da gua, e que recebe o vapor
formado.
Ainda para Altafani (2002), as caldeiras eficientes geralmente so de trs
passes, isto , os gases quentes so obrigados a cruzar trs vezes o feixe de tubos
que conduz a gua a ser aquecida. A distribuio de fluxo se d na cmara de
reverso, na qual a temperatura dos gases atinge valores prximos a 1.000C.
Atualmente, d-se preferncia para as caldeiras conhecidas como de
fundo mido, isto , nas quais a cmara de reverso montada no interior do corpo
da caldeira. Essa disposio aumenta a eficincia da caldeira, embora seu custo inicial
seja mais elevado. Devido ao maior volume de gua que envolve os tubos, sua partida
mais lenta do que nas caldeiras aquatubulares. A limpeza dos tubos exige a parada
da caldeira e deve ser executada anualmente. Sua expectativa de vida til de cerca
de 15 anos. Finalmente, para os propsitos da NR 13, as caldeiras so classificadas
em 3 categorias, conforme segue:
Caldeiras da categoria A so aquelas cuja presso de operao igual
ou superior a 1960 kPa (19,6 bar = 19,98 kgf/cm2).
Caldeiras da categoria C so aquelas cuja presso de operao igual
ou inferior a 588 kPa (5,88 bar = 5,99 kgf/cm2) e o volume interno igual ou inferior a
100 litros.
Caldeiras da categoria B so todas aquelas que no se enquadram nas
categorias anteriores.
2.4 Caldeiras e seus Acessrios Principais
Para Bizzo (2013), a primeira tentativa do homem em produzir vapor na
evoluo da histria da humanidade foi no sculo I a.C., quando Heron de Alexandria
concebeu um aparelho que vaporizava gua e movimentava uma esfera em torno de
seu eixo. Esse foi o aparelho percursor das caldeiras e das turbinas a vapor.
Entretanto, foi na poca da Revoluo Industrial que teve impulso o uso do vapor sob
presso para movimentar as mquinas. Muitos, entre cientistas, artfices e operrios,
ocuparam-se por longos anos na evoluo dos geradores de vapor. Os mais notveis
trabalhos neste campo se devem a Denis Papin na Frana, a James Watt na Esccia
15
e a Wilcox nos Estados Unidos. Por volta de 1835, haviam aproximadamente 6 mil
teares operantes a vapor.
Entretanto, foi aps a 1 Guerra Mundial que o emprego do vapor se
acentuou. Mesmo com a tecnologia, normas, procedimentos e ensaios que hoje
existem, as caldeiras ainda explodem, imagina-se quantos acidentes ocorreram e
quantas vtimas houveram desde a poca em que o vapor passou a ser o principal
agente de movimentao das mquinas.
Atualmente as caldeira de uso industrial produzem at 10 toneladas ou
mais de vapor por hora e o fator limitante da capacidade de produo de vapor as
dimenses da unidade e as propriedades metalrgicas dos materiais utilizados. Aliado
aos avanos da tecnologia na produo de vapor, houve a necessidade de avanos
nas tcnicas de proteo tanto dos operadores dos equipamentos geradores de vapor,
quanto da comunidade ao redor da fbrica. Foi a partir de um dos acidentes mais
catastrficos ocorridos durante a evoluo industrial, o qual aconteceu em 1905 na
cidade de Massachusetts/EUA, onde morreram 58 pessoas, que a sociedade alertou-
se para a necessidade de normas e procedimentos para a construo, manuteno e
operao das caldeiras. Assim, foram criados os cdigos da American Society of
Mechanical Engineers (ASME), o qual se constituem na principal fonte de referncia
normativa sobre caldeiras e vasos de presso do mundo. (AMERICAN, 2007)
De acordo com Bizzo (2013), as unidades geradoras de vapor necessitam
de equipamentos para controle e operao, tais como:
Sistema de controle da gua de alimentao.
Indicador de nvel.
Vlvulas de segurana.
Sopradores de fuligem
Injetores.
Outros.
Ainda para o autor, os sistemas de controle da gua de alimentao devem
regular o abastecimento de gua ao tubulo de evaporao para manter o nvel entre
limites desejveis. Esses limites devem ser observados no indicador de nvel. A quase
totalidade das caldeiras so equipadas com sistemas automatizados, que
proporcionam maior segurana, maiores rendimentos e menores gastos de
manuteno. O sistema automtico de controle da gua mais usado o regulador de
16
nvel de eletrodos. Este regulador age diretamente na bomba de alimentao da
caldeira.
As vlvulas de segurana so necessrias para prevenir eventual ascenso
na presso normal de trabalho da caldeira. Toda caldeira deve possuir pelo menos
uma vlvula de segurana, embora o recomendado seja duas. As vlvulas de
segurana devem ser capazes de descarregar todo o vapor gerado sem causar
aumento de presso superior a 10% da presso de projeto.
Os sopradores de fuligem so muitos usados nas caldeiras aquotubulares
e so instalados em pontos estratgicos da mesma. Servem para remover fuligem ou
depsitos de cinzas das superfcies de aquecimento e funcionam, em geral, com vapor
seco. Esse sai de tubeiras a alta velocidade, podendo atingir tubos distantes 2 a 3
metros. A remoo do material particulado da superfcie de aquecimento pode
melhorar o rendimento da caldeira de 2 a 10%.
O injetor um dispositivo empregado como alimentador auxiliar de
caldeiras para situaes de falta de energia eltrica. A figura 13 mostra este
dispositivo, onde o vapor proveniente da caldeira expande-se num bocal A, saindo
deste a alta velocidade e baixa presso. Na cmara 1, devido baixa presso
reinante, gua de alimentao succionada, misturando-se com o vapor que vem de
A. A mistura passa por um segundo bocal B com alta velocidade e em seguida passa
por um difusor C. Nesse, parte da energia cintica do fluxo transforma-se em energia
de presso, o que permite seu ingresso na caldeira.
A maioria das caldeiras utilizam ainda pressostatos, que atuam em conjunto
com os queimadores ou com alimentadores de combustvel. Os pressostatos mantm
a presso dentro de uma faixa admissvel de operao. (BEGA, 2003)
imprescindvel tambm o uso de manmetros nas caldeiras, os quais
devem ser ligados diretamente ao espao ocupado pelo vapor. Devem ser graduados
nas unidades apropriadas com aproximadamente duas vezes a presso de trabalho
e, em nenhum caso, inferior a 1,5 vezes. Cada caldeira dever dispor de uma ligao
para um manmetro aferidor.
Outros acessrios so ainda importantes: sensor de chama (atuam no
queimador), vlvula de purga (instaladas no ponto mais baixo da caldeira), vlvula de
bloqueio (instalados em toda sada de vapor da caldeira).
17
3 FUNCIONAMENTO DE UMA CALDEIRA
3.1 Funcionamento de uma caldeira Aquatubular
Para Bega (2003), o funcionamento de uma caldeira comea na fornalha,
onde temos a combusto, o ar necessrio para a mesma soprado por um ventilador,
geralmente usa-se combustveis slidos. Prximo a fornalha, h o reservatrio de
gua em presso e temperatura ambientes. Por compresso a gua forada a entrar
nos tubos, nas caldeiras atuais, a tubulao apresenta uma forma curvada, para
melhor aproveitamento do calor. Por radiao e conveco h troca de calor entre a
gua presente nos tubos e a chama proveniente da queima de combustvel. O efeito
da diferena entre a densidade da gua no tubo mais aquecido e a densidade da gua
no tudo menos aquecido, mais o prprio movimento ascendente do vapor, fazem com
que a gua circule. Com isso h maior aproveitamento na transformao da gua em
vapor.
Aps passar pela tubulao o vapor encaminhado para um boiler
(reservatrio de vapor), de l ele passa novamente em uma seo de tubos, chamada
economizador, sua funo reaproveitar o calor da chama e aquecer mais o vapor
saturado. No superaquecedor h a transformao do vapor saturado em vapor
superaquecido. A maior troca de energia acontece onde as superfcies esto em
contato direto com as chamas. Os gases provenientes da combusto so lanados na
atmosfera pela chamin, confirma o autor.
3.2. Funcionamento de uma caldeira Flamotubular
Sistema aparentemente similar ao de uma caldeira aquatubular, s que
apresentando um esquema invertido. O calor tambm proveniente da queima de
combustvel na cmara de combusto. As caldeiras do tipo flamotubulares so
basicamente um reservatrio de gua, onde esto imersos tubos, essas tubulaes
servem como passagem de gases provenientes da combusto presente na fornalha.
Os gases em alta temperatura circulam pelos dutos e pelo contato com a gua no
tanque realizam trocas de calor, geralmente so montados com um ou mais passes,
para maior aproveitamento. O vapor saturado vai para um reservatrio e de l segue
para suas demais finalidades. Devido a limitaes do sistema, difcil encontrar
economizadores, superaquecedores e preaquecedores neste tipo de caldeira. Como
18
no sistema aquatubular os gases provenientes da cmara de combusto so
expelidos pela chamin. (FERREIRA, 2008)
3.3 Vantagens e Desvantagens
3.3.1. Vantagens e desvantagens de uma Caldeira Aquatubular
Vantagens - Maior taxa de produo de vapor por unidade de rea de troca
de calor. Possibilidade de utilizao de temperaturas superiores a 450 C e presses
acima de 60atm. Partida rpida em razo do volume reduzido de gua nos tubos. A
limpeza dos tubos mais simples que na Flamotubular e pode ser feita
automaticamente. A vida til destas caldeiras pode chegar a 30 anos.
Desvantagens - Uma caldeira aquatubular pode custar at 50% a mais que
uma caldeira do tipo Flamotubular de capacidade equivalente. Construo mais
complexa. Exigem tratamento de gua muito cuidadoso.
Curiosamente - As caldeiras aquatubulares so usadas nos modernos
projetos industriais, pois podem produzir grandes quantidades de vapor a elevadas
temperaturas. A produo de vapor neste tipo de caldeira atinge at 750 ton/h.
(FERREIRA, 2008)
3.3.2. Vantagens e desvantagens de uma Caldeira Flamotubular
Vantagens - Construo fcil, com relativamente poucos custos. So
bastante robustas. No exigem tratamento de gua muito cuidadoso. Exigem pouca
alvenaria. Utilizam qualquer tipo de combustvel, slido, lquido ou gasoso.
Desvantagens - Presso limitada em torno de 15 atm., devido espessura
da chapa dos corpos cilndricos crescer com o dimetro. Partida lenta, em funo de
se aquecer todo o volume de gua. Baixa capacidade e baixa taxa de produo de
vapor por unidade de rea de troca de calor. Circulao de gua deficiente.
Dificuldades para instalao de superaquecedores, economizadores e
preaquecedores de ar.
Curiosamente - Esse tipo de caldeira, geralmente de pequeno porte, ainda
muito utilizado em pequenas indstrias, hospitais, hotis, etc. Em razo do seu baixo
valor de investimento e da facilidade de manuteno, se comparada com as caldeiras
aquatubulares. (FERREIRA, 2008)
19
4 OS RISCOS ASSOCIADOS OPERAO DE CALDEIRAS
4.1 Caracterizao dos Riscos
Os riscos associados ao gerador de vapor esto na manuteno e operao
do equipamento. A norma NR-13 por si s no determina todos os procedimentos
seguros na conduo do processo de gerao de vapor. A NR-13 estabelece
parmetros preventivos para a administrao do sistema, sem se aprofundar numa
anlise de risco ao longo da vida de um gerador de vapor. Prev a norma uma
inspeo anual ou bianual dependendo da categoria da caldeira, determina a
regulamentao da mesma junto ao Ministrio do Trabalho, e tambm determina o lay
out da instalao do prdio da caldeira e seus perifricos.
Os riscos associados vida da caldeira em funo da manuteno e operao da
mesma, no est contemplado na NR-13 de forma especfica e clara. O Instituto
Americano do Petrleo API sugere uma anlise de risco associada s inspees
realizadas periodicamente. Um gerador de vapor pode operar por mais de 50 anos e
os riscos associados ao longo perodo de operao vo se acumulando, at que h a
necessidade de uma reforma completa da caldeira a fim de garantir a integridade da
estrutura da mesma. (SILVA, 2006)
A probabilidade de falhas do equipamento funo do tempo em servio e
das aes corretivas realizadas. Uma caldeira deve ser avaliada pelo seu
comportamento ao logo do tempo e enquadrada em duas categorias: condies
variveis e condies fixas. As condies fixas tm a ver com a estrutura da caldeira
considerando seu projeto original e as condies variveis so aquelas que dependem
da forma como a caldeira foi operada e mantida ao longo do tempo. Mudana de
combustveis, o tratamento de gua, ou at mesmo a forma de partir e parar uma
caldeira poder determinar as condies variveis da mesma. No incomum
empresas no seguirem a curva de aquecimento e de resfriamento de uma caldeira,
provocando danos estrutura da mesma. (SILVA, 2006)
bem conhecido o fenmeno de craking por stress quando a estrutura da
caldeira sofre dilataes bruscas. Este craking produz micro fissuras nas tubulaes
tornando-as frgeis e so pontos onde poder haver rompimento futuro provocando a
parada do equipamento. Sbitas variaes de carga da caldeira tambm provocam o
mesmo problema. O tratamento de gua inadequado compromete a caldeira
20
provocando corroso interna, superaquecimento de tubulaes (overheating),
depsitos, etc. Baseados nestas observaes podemos disser que a NR-13 trata mais
da caldeira de uma forma fixa ou esttica, apenas recomendando as inspees sem
determinar as aes preventivas e preditivas no gerenciamento de um gerador de
vapor. Na matriz de risco sugerida pela API feita uma anlise de probabilidades em
funo do tempo de servio da caldeira considerando 04 fatores:
Fator universal: avalia os riscos inerentes das condies ambientais.
Fator Tcnico: avalia os riscos atravs das taxas de acmulo de danos.
Fator Mecnico: que leva em conta os riscos associados s
caractersticas do projeto da caldeira.
Fator Operacional ou de Processo: um dos mais significativos, pois leva
em considerao a forma como a caldeira operada.
Portanto, pela metodologia da API os riscos associados caldeira variam
em funo do tempo de servio e principalmente da campanha operacional do
equipamento.
A acumulao de danos e a eficcia das inspees so fatores decisivos
para a evoluo ou no dos riscos associados ao equipamento. Relacionando as
principais causas de acidentes com geradores de vapor, baseado nos 04 fatores de
risco citado acima temos em ordem de ocorrncia:
Falta de manuteno.
Falhas de instrumentao (supervisrio).
Procedimentos operacionais (falha do operador) e tratamento de gua
inadequado.
4.2 Atenuando os Riscos
Certamente a melhor forma de reduzir os riscos associados operao de
geradores de vapor seguir as recomendaes do fabricante. Portanto, antes de
iniciar a operao de uma caldeira pela primeira vez, deve-se treinar as equipes de
manuteno e de operao tal qual recomendado pelo Anexo I A da NR-13
(Currculo Mnimo para o Treinamento de Segurana na Operao de Caldeiras).
Em muitas empresas apenas o pessoal de operao realiza o curso, mas a
participao da equipe de manuteno recomendada para que conheam detalhes
da operao que esto relacionados diretamente manuteno e vice-versa. Neste
treinamento j possvel obter uma descrio dos parmetros operacionais da
21
caldeira atravs do manual do fabricante. No manual do fabricante dever estar
especificado o tipo de tratamento de gua da caldeira com recomendaes das
dosagens de produtos qumicos e os respectivos residuais de controle. Atualmente
com o desenvolvimento de sistemas de controles computadorizados, h uma certa
confiabilidade nos sistemas, sem, entretanto, garantir os resultados operacionais.
muito comum a equipe de instrumentao postergar aes corretivas por achar que
no h criticidade em elementos de controle fora de operao ou fora de calibrao e
ajuste. As formas remotas de controle so e sempre sero confiveis desde que haja
uma rotina de manuteno preventiva e preditiva de todos os sistemas supervisrios.
Estatstica do escritrio dos inspetores de caldeiras e vasos pressurizados
dos Estados Unidos National Board of Boiler and Pressure Vessel Inspectors a
principal causa de acidentes em caldeiras nos Estados Unidos a falta de
manuteno, seguida da falhas de operao e falha no controle de condicionamento
da gua da caldeira. Estas trs causas respondem por 67% dos acidentes. Isto muito
significativo numa anlise de risco de um gerador de vapor. (SILVA, 2006)
O risco de exploso do lado da gua est presente em todas as caldeiras,
pois a presso reinante nesse lado sempre superior presso atmosfrica. Todo
fluido compressvel tem o seu volume bastante reduzido quando comprimido. Essa
reduo tantas vezes menor quanto for o aumento de presso. A massa comprimida
de fluido procura ento, ocupar um espao maior atravs de fendas e rupturas. Isso
conseguido com a exploso, quando, por algum motivo, a resistncia do recipiente que
o contem superada. Para evitar a exploso surge a necessidade de empregar-se
espessuras adequadas em funo da resistncia do material e das caractersticas de
operao.
No caso de caldeiras, outro fator importante a ser considerado quanto s
exploses a grande quantidade de calor transmitida no processo de vaporizao,
dada a grande quantidade de calor latente e calor sensvel absorvida pelo vapor. Neste
sentido, os danos provocados pela exploso de uma caldeira sero muito maiores que
um reservatrio contendo ar, por exemplo, de mesmo volume e de mesma presso.
Isso por que parte da energia ser liberada na forma de calor, provocando o
aquecimento do ambiente onde a exploso ocorre. Risco de exploso pode, portanto,
ser originado pela combinao de 3 causas:
22
Diminuio da resistncia, que pode ser decorrente do superaquecimento
ou da modificao da estrutura do material.
Diminuio de espessura que pode ser originada da corroso ou da eroso
(vide figura 16).
Aumento de presso decorrente de falhas diversas, que podem ser
operacionais ou no.
4.3 O superaquecimento como causa de exploses
Quando o ao com que construda a caldeira submetido, em alguma
parte, temperaturas maiores quelas admissveis, ocorre reduo da resistncia do
ao e aumenta o risco de exploso. Entretanto, antes da ocorrncia da exploso
podem haver danos: empenamentos, envergamentos e abaulamentos.
Nas caldeiras aquotubulares muito frequente a ocorrncia de
abaulamento com a superfcie convexa voltada para o lado dos gases, decorrentes da
deformao plstica do ao em temperatura da ordem de 400 a 550C e sob a ao
duradoura de presso interna de vapor.
Outra consequncia do superaquecimento a oxidao das superfcies
expostas, se o meio for oxidante, ou a carbonetao (formao de carbetos de ferro),
se o meio for redutor.
4.4 Corroso
Um dos principais responsveis pela degradao das caldeiras a
corroso, que age como fator de reduo da espessura das superfcies submetidas a
presso. A corroso no sentida pelos instrumentos de operao da caldeira, ou
seja, os pressostatos e as vlvulas de segurana no detectam sua evoluo por que
no acompanhada por elevao de presso de trabalho. A corroso avanada das
partes da caldeira, pode ser causa de exploses at mesmo em presses inferiores
PMTA Presso Mxima de Trabalho Admissvel. Portanto, o avano da corroso em
caldeiras s pode ser detectado por meio de inspees minuciosas do equipamento
(obrigatrias por lei).
A corroso nas caldeiras podem ocorrer tanto nas partes em contato com a
gua (corroso interna), como nas partes em contato com os gases (corroso externa):
Corroso interna. Esse tipo de corroso se processa sob vrias maneiras,
segundo vrios mecanismos, entretanto, sempre consequncia direta da presena
23
de gua (caractersticas, impurezas presentes e comportamento), quando em contato
com o ferro, nas diversas faixas de temperaturas.
Oxidao generalizada do ferro. O ao dos tubos e chapas antes da
colocao em marcha das caldeiras, apresenta uma fina camada (da ordem de 50
mcrons) protetora contra a corroso, chamada magnetita (Fe3O4), que apresenta
uma colorao escura, densa e aderente. No funcionamento da caldeira, essa camada
protetora est constantemente sendo quebrada e reconstruda e muito resistente
alguns agentes qumicos (cido ntrico). Entretanto, quando sofre a ao de agentes
fsicos, tais como choques trmicos e dilataes e/ou a ao de agentes qumicos, tal
como a soda custica, oxignio, quelantes de tratamentos de gua, etc., a magnetita
deixa de existir e inicia-se o oxidao do ferro, resultando na formao de outros xidos
no protetores do ao.
Corroso galvnica. Ocorre quando dois metais diferentes esto em
presena de um eletrlito, gerando uma diferena de potencial e, de consequncia,
um fluxo de eltrons. Nas caldeiras, o par galvnico pode ser originado quando partes
metlicas de cobre ou de nquel ou outro metal, se desprendem pela eroso, cavitao
de tubulaes ou de rotores de bombas e se alojam em ranhuras ou pequenas folgas
entre as partes da caldeira. O ao, atuando como anodo, o elemento mais
prejudicado quanto corroso.
Corroso por aerao diferencial. Isso ocorre em geral, nas caldeiras
flamotubulares em que o oxignio dissolvido na gua provoca corroso dos tubos
superiores. Os tubos submersos esto submetidos a menores concentraes de O2,
comparados regio acima da superfcie da gua (da o nome aerao diferencial).
Essa diferena de concentrao de O2, forma uma pilha em que o anodo formado
pela parte menos aerada. Como na pilha galvnica, o anodo, nesse caso, tambm a
regio que apresenta corroso mais severa, e, sendo localizada, viabilizar o
aparecimento de pites (cavidade na superfcie metlica com fundo angular e
profundidade maior que o seu dimetro) ou alvolos (cavidade na superfcie metlica
com fundo arredondado e profundidade menor que seu dimetro). Nas caldeiras
aquotubulares a aerao diferencial ocorre no tubulo superior e nos purificadores de
vapor.
Corroso salina. Acontece quando existem concentraes elevadas de
cloretos que migram para ranhuras ou regies sem proteo da magnetita. Os cloretos
24
podem tambm se alojar sob camadas porosas que se formam sobre os tubos. Em
particular, o cloreto de magnsio se hidrolisa formando cido clordrico, atacando
quimicamente o ferro da caldeira. Em geral, os cloretos na presena de O2 catalisam
a reao da magnetita com o O2 resultando o Fe2O3, que um xido no protetor.
Fragilidade custica. Esse um modo de corroso em que o hidrxido de
sdio (soda custica), em concentraes acima de 5%, migra para fendas ou outras
partes em que no exista a camada protetora de magnetita e reage diretamente com
o ferro.
Corroso por gases dissolvidos. A gua da caldeira pode se contaminar
com gases, especialmente com o gs sulfdrico (H2S), decorrentes da poluio
atmosfrica ou pelo seu tratamento com sulfito de sdio. O H2S reage com o ferro
dando origem a sulfeto de ferro (FeS), que se apresenta sob a forma de manchas
pretas. O gs carbnico (CO2) torna a gua ligeiramente acidificada, viabilizando a
formao de pites. (BEGA, 2003)
Outro fator que tambm age na reduo da espessura a eroso. Esse
fenmeno pode acontecer de diversas maneiras nas caldeiras. Nas caldeiras
flamotubulares pode ocorrer, por exemplo, na alimentao da gua pela bomba em
que o jato de entrada, podendo conter partculas pesadas (areia, partes metlicas,
etc.), incide sobre a parede externa da fornalha, causando seu desgaste. A eroso
pelo vapor pode acontecer em sedes de vedao de vlvulas de segurana. Essas
vlvulas so normalmente fabricadas para resistir ao abrasiva da passagem do
vapor em regime de solicitaes normais, ou seja, quando a vlvula aberta apenas
em situaes de emergncia e de testes. Entretanto, quando outros controles de
presso no esto presentes ou no funcionam, a vlvula de segurana deixa de ser
um acessrio de emergncia e passa a funcionar com maior frequncia, desgastando
de modo excessivo e reduzindo muito a vida til do disco de assentamento.
Nas caldeiras aquotubulares a eroso frequentemente ocasionada por
sopradores de fuligem desalinhados, que direcionam o jato de 2 vapor sobre os tubos,
em vez de entre eles.
A cavitao tambm uma forma de degenerao dos materiais, podendo
ser responsvel pela reduo de espessuras. Seu mecanismo caracterizado pela
ao dinmica resultante da contnua formao e colapso de bolhas de gases ou
vapores do meio lquido sobre uma superfcie. Sua ocorrncia muito comum em
25
bombas centrfugas (com presso de suco deficiente), dobras, cotovelos e
derivaes de tubulaes, vlvulas, etc.
Logicamente, a ao combinada dos dois ltimos fenmenos com a
corroso, muito mais malfica para as caldeiras, que o efeito isolado de cada um
deles.
Corroso externa. Esse tipo de corroso acontece nas superfcies
expostas aos gases de combusto e funo do combustvel utilizado e das
temperaturas. Nas caldeiras aquotubulares, as superfcies de aquecimento mais
quente so aquelas do superaquecedor e do reaquecedor, podendo ocorrer corroso
tanto nas caldeiras que queimam leo como carvo. Outro problema de corroso
ocorre nas caldeiras que operam com cinzas fundidas, que permitem o ataque do O2,
destruindo a camada protetora de magnetita.
A corroso nas regies de baixa temperatura consequncia direta da
presena de enxofre nos combustveis, na forma de sulfatos, de compostos orgnicos
ou na forma elementar. A decomposio dos sulfatos produz SO3, j o enxofre
elementar e os compostos orgnicos produzem no processo de combusto o SO2 e o
SO3 (em menor quantidade). O SO2 por sua vez pode oxidar-se em SO3 por ao
direta do O2 ou por oxidao direta cataltica ao contato dos depsitos existentes sobre
as superfcies de aquecimento. Para os combustveis contendo enxofre na ordem de
3%, o teor de SO3 nos gases de combusto varia entre 20 a 80 ppm (partes por milho)
em massa.
Os gases de combusto contento vapor dgua, pode haver a condensao
de gotas de cido sulfrico quando a temperatura reduz muito e atinge o ponto de
orvalho. Esse depende das presses parciais do H2O e do SO3 nos gases de
combusto, porm pode variar de 90 a 160C. A condensao das gotas de H2SO4
pode, desta forma, acontecer nas partes finais das caldeiras aquotubulares, ou seja,
no economizador, no praquecedor de ar e na chamin.
Outro fator que contribui para a corroso externa o ar atmosfrico.
Caldeiras instaladas em regies muito midas, locais prximos ao mar e em
atmosferas fortemente poludas, apresentam corroso externa, de modo generalizado,
em todas as suas partes (chaparias, colunas, escadas, plataformas, etc.). (BEGA, 2003)
4.5 Exploses causadas por aumento da presso
26
A presso do vapor em uma caldeira funo direta da quantidade de
energia disponvel na fornalha pela queima do combustvel e que transmitida gua.
Sendo assim, a presso interna na caldeira depende fundamentalmente da atuao
do queimador. Entretanto, o queimador no o nico responsvel pelo aumento de
presso na caldeira, pois a bomba de alimentao injeta gua com presso superior
quela de trabalho. Se a vazo com que a bomba alimenta a caldeira for maior que
aquela de sada do vapor, o nvel de gua sobe e a presso de trabalho aumenta.
Durante a operao normal da caldeira, a presso mantida dentro de seus limites
pelos seguintes sistemas:
Sistema de modulao de chama. Sistema constitudo por um pressostato
modulador de chama, um servo-motor e um conjunto de registros (dampers). O
pressostato possui um diafragma ou fole que se estende com o aumento da presso
e que aciona os contatos que emitem o sinal eltrico para o acionamento do
servomotor. Esse transmite movimento alavancas, que acionam os dampers,
alterando a vazo de combustvel e a vazo de ar. Com isso, a alimentao do
queimador fica modificada e obtm-se a modulao de chama, ou seja, sua reduo
nos momentos de presses elevadas e sua intensificao nos momentos de presses
baixas.
Sistema de presso mxima. Esse composto por um pressostato e uma
vlvula solenide (figura 28). Quando a presso se eleva alm de um certo limite, o
pressostato acionado e corta a alimentao eltrica da vlvula solenide.
Conseqncia direta disso, o corte completo de combustvel ao queimador. Quando
a presso normal de trabalho se restabelece, o pressostato faz abrir totalmente a
passagem do combustvel ao queimador.
Vlvula de segurana. Como j comentado anteriormente, essas vlvulas
tm a funo de deixar sair o vapor quando a presso ultrapassa a PMTA, fazendo
diminuir a presso interna. As figuras 29 e 30, ilustram as vlvulas de segurana de
contrapeso e as de ao por molas.
Sistema manual. Conforme for a indicao de presso no manmetro da
caldeira, o operador tem condies de acionar os vrios dispositivos para intervir, onde
for necessrio, para manter a presso interna da caldeira: queimador, bomba de
alimentao ou mesmo na vlvula de segurana. Por meio dessa ltima, o vapor pode
27
ser liberado atmosfera manualmente (acionamento da alavanca da vlvula, por
exemplo).
Com todas essas possibilidades, conjugadas ou no, de se esperar que
as caldeiras tenham grande chance de ser operadas com segurana, porm, mesmo
assim, h inmeros casos de exploses, causadas por falhas. A possibilidade de
falhas em pressostatos pode ser de natureza mecnica, como o bloqueio de sua
comunicao com a caldeira ou a deteriorao do diafragma ou de natureza eltrica,
pelo colagem dos contatos. Falhas nas vlvulas solenides oferecem riscos quando
impedem o bloqueio do combustvel, ou seja, quando operam na posio aberta. H
possibilidades da ocorrncia desse defeito por falha mecnica de fabricao ou pela
instalao incorreta, fora da vertical, ou de cabea para baixo.
As vlvulas de segurana, para funcionarem adequadamente, devem ser
fabricadas em processo de rigoroso controle de qualidade, com molas testadas,
dimenses calibradas, concentricidade dos elementos e vedaes perfeitas, do
contrrio no fecham aps o alvio da presso, ou, o que mais grave, no abrem no
momento em que necessita sua abertura. importante observar que, normalmente, a
vlvula de segurana opera aps o sistema de presso mxima no ter funcionado.
Ou seja, se a vlvula de segurana no funcionar, a segurana do sistema estar
bastante comprometida, restando apenas o sistema manual como possvel controle da
situao. (FERREIRA, 2008)
4.6 Exploses no lado dos gases
As exploses no lado dos gases so originadas por uma reao qumica,
ou seja, pelo processo de combusto. Esse processo alm de ocorrer
exotermicamente, acontece em um tempo muito pequeno, cuja consequncia o
aumento rpido e violento da presso em um espao restrito. As exploses dessa
natureza acontecem com frequncia nas caldeiras que operam com combustveis
lquidos e gasosos. As nvoas de lquidos inflamveis ou de leos combustveis
aquecidos apresentam comportamento similar s disperses gasosas inflamveis.
Quando entram em contato com o ar, formam uma mistura que entra em combusto
instantnea, se a relao ar/combustvel estiver dentro do limite de inflamabilidade do
combustvel e se houver uma pequena fonte de calor para a ignio. As caldeiras
28
aquotubulares, em face da complexa disposio do circuito dos gases, favorecem a
existncia de zonas mortas, onde pode ocorrer acmulo de gases no queimados. As
exploses no lado dos gases acontecem com frequncia na recolocao manual em
marcha da caldeira, quando promovida a ignio com retardo, ou sem purga prvia,
condio em que a fornalha se encontra inundada com a mistura combustvel-
comburente. (FERREIRA, 2008)
Ocorre casos tambm de exploses durante o funcionamento da caldeira:
falta de limpeza dos queimadores ou presena de gua no combustvel ou, ainda,
carbonizao do leo no queimador podem levar interrupo da alimentao do
combustvel. Essa falha, associada ou no a falhas no sistema de alimentao de ar,
pode causar perda momentnea da chama. Com isso, o interior da fornalha ficar
enriquecida com a mistura e a exploso ocorrer, deflagrada pelo sistema de ignio,
ou por partes incandescentes da fornalha, ou ainda, por outro queimador, no caso de
a perda da chama ocorrer em um queimador, enquanto outros funcionam.
Para Ferreira (2008), algumas caldeiras flamotubulares possuem vlvulas
de alvio instaladas nos espelhos dianteiros. Essas vlvulas so mantidas fechadas
por ao de molas durante o funcionamento normal da caldeira e, se abrem para fora,
quando a presso da fornalha supera a presso exercida pelas molas, ou seja, no
momento de uma exploso. Porm, o alvio da presso nem sempre obtida, dada a
violncia com que as exploses acontecem, fazendo voar at os espelhos, nos casos
mais extremos. Pode haver tambm casos de pequenas exploses em que essas
vlvulas so lanadas fora, e, como se localizam prximas altura da cabea do
operador, podem criar riscos adicionais.
4.7 Outros riscos de acidentes
Outras condies determinam situaes de risco de acidentes no ambiente
das caldeiras, em particular, para o operadores. Uma das situaes o risco de
queimaduras na sala de caldeiras por gua quente, vapor, leo aquecido, tubulaes
e depsitos desprotegidos, etc. Deve-se considerar ainda, o risco de queimaduras por
contato com produtos custicos, normalmente empregados para a neutralizar o pH da
gua da caldeira, como o hidrxido de sdio e outros produtos qumicos. Na casa de
caldeira ou nas caldeiras instaladas ao tempo, h riscos considerveis de quedas de
mesmo nvel, em virtude de leo impregnado no piso ou de poas de leo, se o local
de trabalho no for convenientemente limpo. As quedas de nveis diferentes
29
representam maiores perigos, pois existem caldeiras de diversos tamanhos, podendo
atingir alturas de at dezenas de metros. Nessas caldeiras h necessidade de acesso
do operador a diversos nveis, seja para observao de visores de fornalha, de
sistemas de alimentao, de vlvulas, etc.
Do ponto de vista ergonmico, as caldeiras tm evoludo muito nos ltimos
anos, existindo hoje, caldeiras que possuem cmaras de vdeo para que o operador
possa observar e exercer distncia, e confortavelmente sentado frente de um
painel, o controle das fornalhas, do nvel, dos sistemas de alimentao, etc. Entretanto,
essas no so em geral, as condies frequentemente encontradas. Em termos
ergonmico, o corpo de um operador de caldeira solicitado muitas vezes por
movimentos desordenados e excessivos, localizados ou generalizados: visores mal
posicionados, manmetros instalados em ngulos inadequados, vlvulas emperradas
e que possuem volantes exageradamente pequenos, regulagem de chamas que
exigem operaes iterativas, etc.
A presena de rudo de baixa frequncia dos queimadores e de alta
frequncia proporcionada por vazamentos de vapor (acidentais ou intencionalmente
provocados pelas vlvulas de segurana) constitui um espectro sonoro peculiar e
varivel ao longo da jornada de trabalho. Desconforto trmico nas operaes de
caldeiras muito frequente e de fcil constatao, porm a sobrecarga trmica para
ser identificada, exige a anlise de cada caso em particular, sendo necessrio para
tanto, no s avaliaes com termmetros de globo e de bulbo mido, como tambm
exames mdicos e acompanhamento individual.
H tambm riscos de os operadores terem os olhos expostos radiao
infravermelha em operaes de regulagem de chama e em observaes prolongadas
de superfcies incandescentes. Fumaas, gases e vapores expelidos pela chamin
representam, em certas condies, riscos no somente aos operadores, como tambm
comunidade, ou seja, pelo risco de intoxicao por monxido de carbono, por
exemplo. Caldeiras operantes com carvo, lenha, bagao de cana, biomassa e outras
oferecem ainda, riscos inerentes ao manuseio, armazenagem e processamento do
combustvel. (FERREIRA, 2008)
30
5 TRATAMENTO DE GUA DE CALDEIRAS
As principais grandezas de qualidade da gua so dureza total que
representa a soma das concentraes de clcio e magnsio na gua. Esses sais
possuem a tendncia de formar incrustaes sobre as superfcies de aquecimento.
Em outras palavras a maneira de se medir a acidez ou a alcalinidade de
uma amostra. Para a determinao do pH usa-se uma escala que varia de 1 a 14,
sendo que de 1 a 6 a gua cida e de 8 a 14, a gua alcalina. Com pH igual a 7 a
gua neutra. Quanto mais cida uma gua, mais corrosiva ela .
5.1 Mtodo de tratamento de gua das caldeiras
Os mtodos de tratamento podem ser divididos em dois grandes grupos.
Mtodo Externo e o Mtodo Interno.
Os Mtodos Externos podem ser:
Clarificao: este processo consiste na prvia floculao, decantao e
filtrao da gua com vistas a reduzir a presena de slidos em suspenso.
Abrandamento: consiste na remoo total ou parcial dos sais de clcio e
magnsio presentes na gua, ou seja, consiste na reduo de sua dureza.
Desmineralizao ou troca inica. Nesse processo so utilizadas certas
substncias slidas e insolveis, das mais variadas origens e natureza qumica, que
possuem a propriedade de, quando em contato com solues de ons, trocar esses
ons por outros de sua prpria estrutura sem que haja alteraes de suas
caractersticas estruturais. Existem dois tipos de trocadores: de ctions e de nions.
Desgaseificao. So empregados equipamento especiais que aquecem
a gua e desta forma, so eliminados os gases dissolvidos. Pode ser utilizado vapor
direto para o aquecimento da gua a ser desgaseificada.
Remoo de slica. Como j foi abordado, a slica produz uma
incrustao muito dura e muito perigosa. Os tratamentos normalmente empregados
no interior da caldeira no eliminam a slica. Os mtodos mais usados para a remoo
da slica so a troca inica e o tratamento com xidos de magnsio calcinado.
Os Mtodos Internos - Os tratamentos internos se baseiam na eliminao
da dureza, ao controle do pH e da sua alcalinidade, na eliminao do oxignio
dissolvido e no controle dos cloretos e do teor total de slidos.
31
Eliminao da dureza. Os sais de clcio e de magnsio precipitam como
carbonatos e sulfatos, formando os depsitos duros e isolantes do calor que so as
incrustaes. Existem dois mtodos diferentes de eliminar a dureza:
Precipitao com fosfatos. Esses reagem com os sais de clcio e de
magnsio formando um produto insolvel que no adere as partes metlicas da
caldeira. O precipitado forma um lodo que se acumula no fundo da caldeira, sendo
eliminado regularmente por meio de purgas.
Tratamento com quelatos. Nesse tratamento no h precipitao do
clcio, nem do magnsio. Forma, porm, produtos solveis no em forma de lama. Os
quelantes mais utilizados so o EDTA e o NTA.
Controle do pH e da alcalinidade. Os produtos empregados no controle
do pH e da alcalinidade so a soda a 50% e a soda (hidrxido de sdio) em lentilhas.
Via de regra no necessrio a adio de cidos para o controle do pH e da
alcalinidade por que as guas de alimentao so geralmente bastante cidas.
Eliminao do oxignio dissolvido. Isso de vital importncia para o
controle da corroso. A eliminao feita pela reao entre certos agentes redutores
e o O2. Os dois produtos mais usados so o sulfito de sdio e a hidrazina.
Controle do teor de cloretos e slidos totais. Quando a concentrao de
cloretos se torna muito alta, podem aparecer problemas de corroso. Quando o teor
de slidos alto, podem aparecer problemas de arraste. A forma de controlar esses
teores atravs de purgas sempre que se fizer necessrio.
5.2 Manuteno das caldeiras
Todo tratamento para ter bons resultados depende de um controle eficiente
e sistemtico, quer dos parmetros qumicos e fsicos, como de certas operaes e
procedimentos.
5.2.1 Controle qumico
Deve ser estabelecido um programa de coleta e execuo de anlises que
leve em conta principalmente a presso de trabalho da caldeira, a produo de vapor
e as exigncias de qualidade do vapor. Em geral, para caldeiras de baixa presso,
recomendado uma anlise qumica pelo menos semanal e que inclua os seguintes
itens:
pH;
32
alcalinidade;
cloretos;
slidos totais.
comum a realizao de anlises mais regulares para itens como o pH,
dureza e cloretos, pela facilidade de execuo. Para caldeiras de alta presso, utiliza-
se pelo menos uma anlise diria da gua da caldeira, sendo analisados todos os itens
acima mencionados. Cuidado especial deve ser tomado com a coleta da amostra para
anlise. Antes da coleta deve ser feita uma purga para que seja eliminado qualquer
depsito nos tubos e no fundo da caldeira. Deve ser previsto tambm o resfriamento
da amostra de gua coletada para melhorar sua concentrao. Caso a anlise no
seja feita imediatamente, necessrio evitar o contato com o ar.
De fundamental importncia a correta utilizao das purgas. Em caldeiras
que so regularmente apagadas deve-se fazer uma purga maior imediatamente antes
de se iniciar o fogo ou durante o perodo de aquecimento da caldeira. Existem diversas
maneiras de adicionar-se os produtos qumicos em uma caldeira. Pode-se adicionar
todos os produtos de uma s vez ou pode-se adicionar um cada vez. Mas o mais
correto misturar-se todos os produtos e adicionar-se medida que a bomba de
alimentao alimenta a caldeira. Isso pode ser conseguido colocando-se uma bomba
dosadora ligada junto com a bomba de alimentao. (FERREIRA, 2008)
5.3 Limpeza qumica de caldeiras
As superfcies internas da caldeira, ainda que a gua seja bem tratada,
acumulam certa quantidade de depsitos de vrias natureza atravs do tempo. A
experincia tem mostrado que uma limpeza qumica regular (a cada 5 ou 6 anos)
apresenta bons resultados. Observa-se assim, o desaparecimento de certos
problemas de corroso que so notados quando no feita a limpeza regularmente.
O rendimento da caldeira tambm melhora, podendo chegar a uma reduo do
consumo de at 20%. Existem vrios agentes de limpeza, mas o mais usado o cido
clordrico misturado a um inibidor, para evitar a corroso acentuada das partes internas
da caldeira.
5.3.1 Proteo de caldeiras contra corroso
Esta proteo baseia-se fundamentalmente em evitar a entrada de ar na
caldeira. O mtodo mais fcil de conseguir impedir esta entrada pelo enchimento da
33
caldeira com gua (a prpria gua de alimentao). Tambm pode ser feito um selo
com nitrognio, que um gs inerte. Nesse caso, injeta-se N2 no espao vazio da
caldeira at uma presso de 3 a 5 kgf/cm2. Caso a caldeira tenha de ser drenada, a
proteo contra corroso se baseia em evitar que a umidade se deposite sobre os
metais. Isso pode ser conseguido aquecendo-se a caldeira com lmpadas ou
resistncias eltricas ou usando agentes dessecantes (slica gel ou alumina ativada).
5.3.2 Segurana na Operao de Caldeiras
Toda caldeira deve possuir "Manual de Operao" atualizado, em lngua
portuguesa, em local de fcil acesso aos operadores, contendo os procedimentos de
partidas e paradas; operacionais de rotina; para situaes de emergncia; e de
segurana, sade e de preservao do meio ambiente. (BEGA, 2003)
Os instrumentos e controles de caldeiras devem ser mantidos calibrados e
em boas condies operacionais. A qualidade da gua deve ser controlada e
tratamentos devem ser implementados, quando necessrios para compatibilizar suas
propriedades fsico-qumicas com os parmetros de operao da caldeira.
Toda caldeira ser operada e controlada por operador de caldeira. O
atestado de concluso do primeiro grau (atual ensino fundamental) pr-requisito
mnimo para participao como aluno no "Treinamento de Segurana na Operao de
Caldeiras". Este requisito importante, a medida que necessria uma capacidade
bsica de leitura para comunicao de falhas, acidentes ou emergncias nas reas
onde esto os equipamentos.
5.3.3 Inspeo de Segurana de Caldeiras
As caldeiras devem ser submetidas a inspees de segurana inicial,
peridica e extraordinria conforme prazos estabelecidos na NR-13.
Inspeo de segurana inicial: deve ser feita em caldeiras novas, antes da
entrada em funcionamento, no local de operao, devendo compreender exames
interno e externo, teste hidrosttico e de acumulao.
Inspeo de segurana peridica: constituda por exame interno e externo,
deve ser executada nos prazos mximos apresentados na NR-13 (12 meses para
caldeiras das categorias A, B e C, e para caldeiras de recuperao de lcalis de
qualquer categoria; 24 meses para caldeiras da categoria A, desde que aos 12 meses
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sejam testadas as presses de abertura das vlvulas de segurana; 40 meses para
caldeiras especiais).
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6 NORMA REGULAMENTADORA N 13
No Brasil, desde 1943 a CLT, de forma incipiente, contempla a preocupao
com a segurana em caldeiras. Porm, somente a partir de 1978 foi criada a norma
sobre Caldeiras e Recipientes de presso, a NR-13, que estabeleceu as medidas de
segurana para os usurios destes sistemas. No final de 1994, a Secretaria de
Segurana e Sade no Trabalho publicou, no Dirio Oficial da Unio, o novo texto da
NR-13 (vide site: w.mte.gov.br), elaborado por uma comisso composta por
representantes das empresas, Governo e trabalhadores. A Associao Brasileira de
Normas Tcnicas (ABNT) na NBR-12177 antiga NB-5 trata dos procedimentos de
como fazer as inspees, e a NB-227, dos cdigos para projeto e construo de
caldeiras estacionrias. Outras entidades (INMETRO, IBP e a Abiquim), tm procurado
contribuir elaborando estudos, pesquisas e discusses sobre os aspectos de
segurana em caldeiras. (BRASIL, 2009)
Caldeira no apenas uma mquina que a qualquer problema signifique
somente uma parada para manuteno. Em muitas situaes est parada representa,
tambm, a paralisao da produo. Como j tratado, dependendo do estado de
conservao do equipamento, devido m condio de operao ou tambm falhas
na verificao de seus sistemas de segurana, e de procedimento incorreto no
funcionamento, a caldeira ou os vasos de presso podem explodir e destruir parcial ou
totalmente uma fbrica. As consequncias so inmeras e se for constatada a no
observncia das normas de segurana, o proprietrio ou o seu preposto, no caso o
inspetor de caldeira, est sujeito a ser responsabilizado civil e criminalmente.
Dentre os vrios pontos importantes da NR-13, a qual centrada, portanto,
na inspeo de segurana de caldeiras estacionrias a vapor, so apresentadas a
seguir um resumo das principais regulamentaes:
considerado Profissional Habilitado aquele que tem competncia legal
para o exerccio da profisso de engenheiro nas atividades referentes a projeto de
construo, acompanhamento de operao e manuteno, inspeo e superviso de
inspeo de caldeiras e vasos de presso, em conformidade com a regulamentao
profissional vigente no pas.
As caldeiras sero obrigatoriamente, submetidas inspeo de segurana,
interna e externamente, nas seguintes oportunidades:
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Antes de entrarem em funcionamento, quando novas, no local de
operao.
Aps reforma, modificao, ou aps terem sofrido qualquer acidente.
Periodicamente, pelo menos uma vez ao ano, para as caldeiras das
categorias A, B e C.
Estabelecimentos que possuam Servio Prprio de Inspeo de
Equipamentos podem estender os perodos entre inspees de segurana,
respeitando alguns prazos (vide norma).
Ao ser recolocada em funcionamento aps intervalo de inatividade igual ou
superior a seis meses consecutivos.
Quando houver mudana de local de instalao.
Ao completar 25 anos de uso, na sua inspeo subseqente, as caldeiras
devem ser submetidas a rigorosa avaliao de integridade estrutural.
Toda caldeira deve possuir no estabelecimento, onde estiver instalada, a
seguinte documentao:
Pronturio da Caldeira, contendo diversas informaes sobre o projeto e
fabricao da caldeira (vide norma).
Registro de Segurana (livro prprio com pginas devidamente
enumeradas), contendo todas as ocorrncia importantes (condies de segurana da
caldeira e inspees anteriores).
Projeto de Instalao.
Relatrios de Inspeo, contendo algumas informaes do Pronturio
da Caldeira, tipo de inspeo executada, descrevendo as inspees e teste
realizados, resultados e providncias, nome legvel, assinatura e CREA do
Profissional Habilitado, etc.
Todos documentos acima referidos devem estar sempre disposio para
consulta dos operadores, do pessoal de manuteno e de inspeo e do pessoal de
CIPA, devendo o proprietrio da empresa assegurar pleno acesso a esses
documentos.
Inspecionada a caldeira e uma vez emitido o Relatrio de Inspeo, uma
cpia do mesmo deve ser encaminhado pelo Profissional Habilitado, num prazo de
30 dias, a contar do trmino da inspeo, representao da categoria profissional
predominante no estabelecimento.
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A NR-13 regulamenta tambm a inspeo de vasos de presso, cujas
disposies so similares quelas previstas para as caldeiras. A NR-13 prev ainda,
no seu Anexo I-A, o currculo mnimo para os cursos de Treinamento de Segurana
na Operao de Caldeiras e no Anexo I-B, o currculo mnimo para os cursos de
Treinamento de Segurana na Operao de Unidades de Presso. Ainda, no Anexo
I, prev os Requisitos para Certificao de Servio Prprio de Inspeo de
Equipamentos. (BRASIL, 2009)
Existe muitos pontos comuns entre a norma NBR-12177 e a NR-13,
entretanto, no que diz respeito s inspees em si, encontra-se detalhado na primeira.
Algumas partes importantes da NBR-12177 so vistas a seguir. As inspees incluem:
Exame do Pronturio da Caldeira e dos Relatrios de Inspeo Exame
externo.
Exame interno.
Ensaio hidrosttico.
Ensaios complementares:
De acumulao.
Dos dispositivos de alimentao de gua.
O exame do pronturio visa verificar se o mesmo est devidamente
organizado, completo e mantido em dia, colher dados e elementos necessrios para a
realizao da inspeo. O exame do Relatrio de Inspeo (ltimo) visa verificar se
no foi ultrapassada a data at a qual devia ser realizada a inspeo e verificar se
foram devidamente atendidas as recomendaes eventualmente consignadas nos
relatrios das inspees anteriores. (ABNT, 2000)
O exame externo visa sempre verificar se a caldeira funciona normalmente,
verificar se a caldeira satisfaz todas as condies de segurana, detectar qualquer
anomalia capaz de prejudicar a segurana e colher outros dados ou elementos
eventualmente necessrios. O exame externo deve ser realizado com a caldeira em
funcionamento. O exame interno visa sempre verificar se a caldeira, antes de ser limpa,
apresentava alguma anomalia; verificar se a caldeira, depois de limpa, est em ordem
e satisfaz todas as condies de segurana; detectar qualquer anomalia capaz de
prejudicar a segurana; colher outros dados ou elementos, eventualmente necessrios
para os clculos, exames, anlises, ensaios, etc., tais como: espessura de paredes,
amostras de resduos, corpos de prova de materiais, etc. O exame interno deve ser
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realizado com a caldeira no em funcionamento, devendo estar fria e devidamente
preparada, permitindo o acesso do inspetor nos espaos a serem examinados.
A atualizao da PMTA deve ser efetuada quando, na caldeira, ocorrer
alterao da resistncia de uma ou mais partes vitais, de modo que, em nenhum ponto,
a tenso mxima causada pela presso do vapor ultrapasse a correspondente tenso
admissvel. A atualizao obrigatria quando os clculos indicam a necessidade de
uma reduo de mais de 5% da PMTA anterior, em virtude de anomalia insanvel.
Quando a resistncia das partes afetadas evidentemente inferior a 5%, o inspetor
pode dispensar at mesmo os clculos justificados. (ABNT, 2000)
O ensaio hidrosttico visa detectar a frio e em curto prazo, vazamentos e
alguns pontos de resistncia fraca. O fato de suportar satisfatoriamente o ensaio
hidrosttico, no constitui prova suficiente de que a caldeira apresenta segurana
adequada, quanto sua resistncia. A presso de prova a ser aplicada durante o
ensaio hidrosttico de 1,5 vezes maior que a PMTA, para as caldeiras de todas as
categorias. O ensaio deve ser realizado com a caldeira fria, completamente cheia de
gua, evitando a reteno de bolsas de ar. Todas as aberturas devem estar fechadas,
exceto as necessrias ao ensaio e a presso de ser elevada de maneira progressiva
e contnua, preferencialmente com uma bomba manual.
Os ensaios complementares so os seguintes:
Ensaio de acumulao. Visa comprovar a suficincia das vlvulas de
segurana.
obrigatrio quando em toda caldeira nova, depois de instalada, nas provas
de recebimento ou na inspeo inicial; em qualquer caldeira no nova; antes da
caldeira entrar em uso normal, aps a reduo da PMTA, e/ou aps aumento de
capacidade de produo de vapor, e/ou aps a substituio, modificao, reforma ou
concerto de vlvulas de segurana.
Ensaio dos dispositivos de alimentao de gua. Visa comprovar
experimentalmente a suficincia dos dispositivos de alimentao de gua das
caldeiras. O dispositivo de alimentao deve ser capaz de fornecer caldeira, estando
essa sob presso de trabalho, uma descarga de gua igual ou maior que
aproximadamente 1,25 vezes a capacidade de produo de vapor da mesma.
Outros ensaios. Em casos especiais, a verificao das condies de
segurana de determinada caldeira, poder tornar necessria a realizao de outros
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ensaios, alm dos citados anteriormente. A realizao dos mesmos dever obedecer,
sempre que possvel, aos cdigos e/ou normas da ABNT, ASME, ISO, DIN e outros.
(BRASIL, 2009)
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7 CONCLUSO
Ao longo de mais de 30 anos trabalhando na rea de energia e utilidades
de diversas empresas nacionais e estrangeiras, a indstria pode se deparar com
algumas situaes de alta criticidade, principalmente em relao ao desconhecimento
dos riscos associados aos geradores de vapor, sejam estes de qualquer presso. Uma
caldeira de baixa presso pode ser to perigosa quanto uma caldeira de alta presso,
considerando o risco vida e ao empreendimento industrial.
A manuteno destes equipamentos (mecnica, eltrica e instrumentao)
deve ser prioridade sempre. Testes de intertravamento, inspees internas e externas,
manuteno preditiva dos perifricos da caldeira e os ensaios no destrutivos devem
fazer parte da rotina nas paradas da caldeira.
O treinamento da mo de obra que responsvel pela operao deve ser
peridica. Temos nos deparado com situaes inusitadas quando visitamos os setores
de utilidades de algumas empresas onde operadores at mesmo experientes
desconhecem as noes mais primrias sobre segurana operacional. Um operador
h tempo na funo no significa experiente, se no tiver o mnimo conhecimento dos
parmetros operacionais de um gerador de vapor e sem entender porque as coisas
ocorrem. Os riscos se tornam maiores quando vrias caldeiras operam em paralelo
sob a superviso de um operador mal preparado. A NR-13 nos pargrafos 13.3.4 e
13.3.5 determina a obrigatoriedade de treinamento terico de 40 horas mais um
estgio prtico de 80 horas para a formao de um operador de caldeira. Alm deste
treinamento inicial, a norma recomenda a reciclagem anual dos operadores. A NR 13
de fcil acesso a quem possa interessar, pois uma norma regulamentadora,
elaborada e disponibilizada pelo ministrio do Trabalho. Em oposio, a norma ASME
no disponibilizada ao pblico em geral e so encontrados poucos, e desatualizados,
exemplares nas bibliotecas pblicas. H ainda menos documentos quando falamos
em textos traduzidos, o que restringe mais o conhecimento, uso e aplicao das
normas ASME no Brasil.
de grande importncia que os profissionais envolvidos com aquisio,
preservao, projeto, inspeo, manuteno, tenham conhecimento das normas
tratadas neste trabalho e outras normas, tcnicas ou regulamentadoras, nacionais ou
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internacionais, elaboradas por instituies e comits ou pelo prprio cliente, para que
tenhamos equipamentos com a especificao correta, aplicados adequadamente e
com tempo de vida prolongado.
Atualmente h estudos para o aproveitamento da casca da fruta,
transformando-a em farelo e posteriormente em farinha. Utilizando tambm o vapor
superaquecido fornecido pela caldeira. Ao trmino deste estudo ficou clara a
importncia das caldeiras ou geradores de vapor para a indstria, j que esses podem
ser usados em diversas reas. Tal fato, fez com que o desenvolvimento desses
equipamentos trouxesse vrios benefcios tambm para a populao, que se beneficia
das suas atividades direta ou indiretamente. Fator de grande nfase a questo
ambiental, onde devem ser tomadas todas as medidas cabveis para trabalhar com
total segurana e sustentabilidade.
Desta maneira, faz-se necessrio conhecer as principais caractersticas e
componentes das caldeiras, alm de realizar manuteno peridicas com medidas
preventivas, visto que se trata de um equipamento de alta periculosidade.
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ANEXO I
PESQUISA DE CAMPO
Pesquisa de campo feita atravs de observao e registro de imagens,
baseado na experincia profissional do autor desse trabalho na indstria CIPA
Alimentcia MABEL LTDA., localizada no municpio de Itaporanga DAjuda em
Sergipe, supervisionado por Marcos Oliveira Santos, observou onde foram instaladas
as caldeiras e a posio de cada uma e a demonstrao dos tubos de vapores por
onde saem o resultado do superaquecimento das caldeiras mencionado no corpo
deste trabalho. Essa pesquisa foi realizada dia 10 de junho de 2014.
FIGURA 01. REA EXTERNA DA CALDEIRA CIPA ALIMENTCIA MABEL LTDA.
FONTE: O AUTOR.
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FIGURA O2. PARTE TRASEIRA DA CALDEIRA COM TUBULAO DE GS.
FONTE: O AUTOR.
FIGURA 03. PARTE FRONTAL DA CALDEIRA COM PAINEL ELTRICO.
FONTE: O AUTOR.
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FIGURA 04. TUBULAO DE VAPORES DA CALDEIRA.
FONTE: O AUTOR.
FIGURA 05. CONTAINER DE ARMAZENAMENTO DE GORDURA.
FONTE: O AUTOR.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABNT, Associao Brasileira de Normas e Tcnicas. NBR 12313, sistema de combusto. Controle e segurana para utilizao de gases combustveis em processo de baixa e alta temperatura, Brasil, 2000.
ALTAFINI, C. R. Curso de Engenharia Mecnica. Disciplina de Mquinas Trmicas. Apostila sobre caldeiras. Universidade de Caxias do Sul Departamento de Engenharia Mecnica 2002.
AMERICAN, Society of Mechanical Engineers. Cdigo de caldeira. ed. 2007. Disponvel em Acesso em 11 de abr. de 2014.
BAZZO, Edson. Gerao de Vapor, Ed. da UFSC, ed. 4, vol. 06. Florianpolis,1995.
BEGA, E. A; Instrumentao aplicada ao controle de caldeiras. Ed. Intercincia, 3 ed., 2003. BIZZO, W. A.; Gerao, distribuio e utilizao de vapor. Disponvel em
. Acesso em 03 de jun. de 2013.
BRASIL, Ministrio do trabalho. Norma regulamentadora NR 13. Manual de
legislao atlas S.A., 2009.
FERREIRA, F. O.: Estudo do sistema de controle de caldeiras de centrais
termoeltrica. (Projeto graduao). Vitria: Universidade Federal do Esprito Santo,
2008.
GIL, Antnio Carlos, Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. So Paulo: Atlas, 2008. LOBO, Paulo, Direito Civil: famlia. 2. Ed. So Paulo: Saraiva 2009. SILVA, R.L.A.: Dissertao de mestrado. Estudo sobre os procedimentos para elaborao de um plano de controle de emergncia na indstria qumica. Joo Pessoa. Universidade Federal da Paraba. Torreira, R. P., Geradores de Vapor. Companhia melhoramentos, So Paulo, 1995. Disponvel em . Acesso em 19 de ago. de 2014.