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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU - UFPI

    CAMPUS SENADOR HELVDIO NUNES DE BARROS

    CURO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAO

    ANDRIA MOURA ROCHA

    Qualidade de Vida no Trabalho (QVT): Um Estudo na Loja Arco-ris

    na Cidade de Picos PI.

    PICOS-PI2012

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    ANDRIA MOURA ROCHA

    Qualidade de Vida no Trabalho (QVT): Um Estudo na Loja Arco-ris

    na Cidade de Picos PI.

    Monografia apresentada ao Curso deBacharelado em Administrao daUniversidade Federal do Piau UFPI,em cumprimento parcial das exignciaspara obteno do ttulo de Bacharel emAdministrao.

    Orientador: Prof. MSc. Jos RibamarPereira

    PICOS-PI

    2012

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    FICHA CATALOGRFICAServio de Processamento Tcnico da Universidade Federal do Piau

    Biblioteca Jos Albano de Macdo

    R672q Rocha, Andria Moura.Qualidade de vida no trabalho (QVT): um estudo na loja

    arco-ris na cidade de Picos-PI / Andria Moura Rocha.2012.

    CD-ROM : il. ; 4 pol. (61 p.)

    Monografia(Bacharelado em Administrao) UniversidadeFederal do Piau. Picos-PI, 2012.Orientador(A): Prof. MSc. Jos Ribamar Pereira

    1. Qualidade de Vida no Trabalho. 2. Motivao. 3.Satisfao no Trabalho . I. Ttulo.

    CDD 658.3

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    ANDRIA MOURA ROCHA

    Qualidade de Vida no Trabalho (QVT): Um Estudo na Loja Arco-ris

    na Cidade de Picos PI.

    Monografia apresentada ao Curso deBacharelado em Administrao da

    Universidade Federal do Piau UFPI,em cumprimento parcial das exignciaspara obteno do ttulo de Bacharel emAdministrao.

    Data de aprovao: ____/____/____

    BANCA EXAMINADORA:

    ____________________________________________Prof. MSc. Jos Ribamar Pereira

    Orientador

    ____________________________________________Prof. MSc. Iane Rodrigues de Carvalho

    1o. Membro

    ____________________________________________Prof. Esp.Tales Anto de A. Carvalho

    2o. Membro

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    Dedico este trabalho primeiramente a Deus,que foi importante nessa minha longajornada.Dedico tambm aos meus pais, por teremme criado e serem to importantes emminha vida, pelo exemplo de carter eintegridade, e a toda minha famlia que decerta forma, responsvel por tudo que sou.Ao meu noivo Marcelo, que com suapacincia me deu foras, no s nesse

    momento, mas por tanto tempo que estamosjuntos.

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    AGRADECIMENTOS

    Quero agradecer a todos que contriburam ao longo dessa jornada.Especialmente:

    A Deus por sempre estar comigo, sempre ao meu lado, sobretudo nosmomentos mais difceis;

    minha me Ivan, meu pai Francisco, meu irmo Arthur e meus familiares,por estarem sempre me apoiando, e na torcida pelo meu sucesso e alcance dosmeus objetivos;

    Ao meu noivo Marcelo, que sempre esteve ao meu lado me apoiando em

    grandes momentos de alegria e sofrimento, pelo amor demonstrado, incentivo,pacincia, companheirismo e apoio incondicional sempre;

    A todos meus amigos que estiveram presente nesses quatro anos e meio. Emespecial a Danila, Helber, Thauane, Djeane, Fabricia, Claudirene e Sarah pelosmomentos de risadas e amizade sincera;

    Ao professor Jos Ribamar Pereira, meu orientador, pelos ensinamentosfundamentais para a concluso deste trabalho.

    A todos os professores do Curso de Administrao, da Universidade Federal

    do Piau, por contriburem para o meu crescimento profissional.

    Enfim, obrigada a todos que contriburam de alguma maneira para que essaetapa fosse cumprida.

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    Qualquer desafio que enfrentamos no to importante quanto nossa atitude frentea ele, pois ela que determina nossosucesso ou derrota.

    (Norman Vicent Peale)

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    RESUMO

    Este trabalho reflete a relevncia da Qualidade de Vida no Trabalho em relao

    produtividade dos colaboradores. O interesse por este estudo surgiu a partir dealguns estgios em algumas empresas na cidade de Picos que revelaram grandesndices de insatisfao de seus colaboradores a respeito da qualidade de vida noambiente de trabalho. Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratrio-explicativa, que utiliza como principal recurso o questionrio. Para dar sustentaoterico-metodolgica, busca informaes entre os tericos, tais como: Chiavenato(1996); Fernandes (1996); Gil (2006); Limongi-Frana (2004); Luz (2003); Moretti(2003); Yin (2005); Richardson (2011); e Severino (2007) dentre outros. A dimensoemprica da pesquisa envolveu todos os colaboradores da empresa Arco-ris. Para aanlise dos dados utilizou-se a pesquisa quantitativa e qualitativa, com o objetivo dedescobrir o que est por trs dos contedos manifestos, indo alm das aparncias

    do que foi dito ou escrito pelos pesquisados. A partir do exame dos dados, possvel constatar que o grau de insatisfao por parte dos colaboradores da lojamencionada demonstrada claramente. Em seus resultados permitiu conhecer queos funcionrios da loja Arco-ris anseiam por melhores salrios, valorizaoprofissional, e processo de carreira. Os resultados mostraram tambm, que estaempresa no oferece nenhum benefcio (plano de sade, cesta bsica, auxilioeducao, etc.) para a melhoria da qualidade de vida no trabalho. Diante disso,esperamos que os resultados possam contribuir para que a insegurana,desconfiana, insatisfao deixem de ser o cenrio do cotidiano do trabalhador, eque o ambiente de trabalho seja motivo de satisfao, motivao, e principalmentede auto realizao pessoal.

    Palavras chave:Empresa, Qualidade de vida, Trabalho, Colaboradores.

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    ABSTRACT

    This work reflects the importance of Quality of Life at Work in relation to employeeproductivity. The interest for this study arose from some stages in some companies inthe city of Picos revealed that major indexes dissatisfaction of its employees aboutthe quality of life in the workplace. This is a survey of exploratory-explanatory, usingthe questionnaire as the main feature. To give theoretical and methodologicalsupport, information seeking among theorists, such as: Chiavenato (1996),Fernandes (1996), Gil (2006); Limongi-France (2004), Light (2003), Moretti (2003),Yin (2005), Richardson (2011), and Severino (2007) among others. The empiricaldimension of the study involved all company employees Rainbow. For data analysiswe used the quantitative and qualitative research, with the goal of discovering whatlies behind the manifest content, going beyond the appearances of what was said or

    written by respondents. From the examination of the data, it can be seen that thedegree of dissatisfaction among employees of the store mentioned is very large. Inits results allowed to know what store employees Rainbow yearn for better salaries,professional development, and career process. The results also showed that thiscompany does not offer any benefits (health insurance, basic food, educationassistance, etc..)To improve the quality of life at work. Given this, we expect that theresults may contribute to insecurity, distrust, dissatisfaction cease to be the scene ofdaily work, and that the work environment is a source of satisfaction, motivation, andmostly self-fulfillment.

    Keywords: Company. Quality of life.Labor. Employees.

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    LISTA DE QUADROS

    QUADRO 1: Modelos tericos em Qualidade de Vida no Trabalho.................... 36QUADRO 2: As empresas campes em 2011 segundo ndice de felicidade...... 39QUADRO 3: Escolaridade dos colaboradores da Loja Arco-ris......................... 46

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    LISTA DE GRFICO

    GRFICO 1: Satisfao salarial............................................................... 47

    GRFICO 2: Satisfao dos funcionrios com os gestores..................... 48

    GRFICO 3: Satisfao em relao ao reconhecimento profissional...... 49

    GRFICO 4: Razes para trabalhar na loja Arco-ris............................... 50

    GRFICO 5: Satisfao quanto carreira profissional............................ 51

    GRFICO 6: Imagem da empresa diante dos colaboradores.................. 52

    GRFICO 7: Situao quanto s condies de trabalho......................... 52

    GRFICO 8: ndice de satisfao geral................................................... 53

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1: Pirmide das necessidades de Maslow....................................... 24

    FIGURA 2: Diferentes pressupostos da teoria X e Y..................................... 26

    FIGURA 3: Fatores da motivao para produzir............................................ 27

    FIGURA 4: Teoria da expectao.................................................................. 28

    FIGURA 5: Enfoque Biopsicossocial............................................................. 35

    FIGURA 6: Fachada da Loja Arco-ris............................................................ 67FIGURA 7: Setor de venda da Loja Arco-ris................................................. 67

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    LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    ABNTAssociao Brasileira de Normas Tcnicas

    ISGndice de Satisfao Geral

    QVTQualidade de Vida no Trabalho

    UFPIUniversidade Federal do Piau

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    SUMRIO

    CAP TULO 1 INTRODUO........................................................................................................ 161.1 Delimitao do tema................................................................................................................ 17

    1.2 Definio do Problema............................................................................................................ 17

    1.3 Objetivos................................................................................................................................. 18

    1.3.1 Objetivo Geral.............................................................................................................. 18

    1.3.2 Objetivos Especficos................................................................................................... 18

    1.4 Justificativa............................................................................................................................. 18

    1.5 Organizao do Trabalho....................................................................................................... 19

    CAP TULO 2 REFERENCIAL TE RICO.....................................................................................

    2.1 O VALOR DO TRABALHO PARA O HOMEM.......................................................................

    2.1.1 O homem e o trabalho nos dias atuais................................................................................

    2.1.2 Motivao x trabalho............................................................................................................

    2.1.2.1 Teorias da motivao no trabalho segundo Chiavenato (1995).......................................

    2.1.2.1.1 A teoria (de contedo) da hierarquia das necessidades de Maslow (1954)..................

    2.1.2.1.2 A teoria (de contedo) dos dois fatores de Herzberg (1960).........................................

    2.1.2.1.3 A teoria (de contedo) das necessidades adquiridas de McClelland (1960).................

    2.1.2.1.4 A teoria (de contedo) ERC de Alderfer (1969).............................................................

    2.1.2.1.5 A Teoria (de contedo) X e Y de McGregor (1960).......................................................

    2.1.2.1.6 A teoria (de processo) da equidade de Adams (1963)..................................................

    2.1.2.1.7 A teoria (de processo) contingencial de Vroom (1964)..................................................

    2.1.2.1.8 A teoria (de processo) da expectao de Lawler III (1971)...........................................

    2.2 ORIGEM E EVOLUO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO...................................

    2.2.1 Origem e evoluo...............................................................................................................

    2.2.2 Conceitos acerca da QVT....................................................................................................

    2.2.2.1 Modelos de QVT...............................................................................................................

    2.2.3 Qualidade de Vida no Trabalho no Brasil............................................................................

    CAPITULO 3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS..............................................................

    3.1 A pesquisa e sua natureza.....................................................................................................

    3.2 O cenrio espacial da pesquisa.............................................................................................

    3.3 Universo ou populao...........................................................................................................3.4 Instrumentos...........................................................................................................................

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    3.5 Procedimentos de coleta de dados........................................................................................

    3.6 Organizao e anlise dos dados..........................................................................................

    CAPITULO 4 ANALISE E DISCUSSO DOS RESULTADOS...................................................

    4.1 Caracterizao dos pesquisados............................................................................................

    4.2 Apresentao dos dados........................................................................................................

    CAPTULO 5 CONSIDERAES FINAIS...................................................................................

    REFERNCIAS............................................................................................................................

    APNDICE...................................................................................................................................

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    CAPITULO 1 INTRODUO

    A existncia da humanidade e sua evoluo esto praticamente ligadas ao

    trabalho, o homem o nico ser vivo capaz de transformar o meio em que vive,

    adequando-se as suas necessidades e a dos demais, numa evoluo contnua.

    tambm capaz de decidir como realizar essas mudanas, e a hora que se faz

    necessria.

    O trabalho se tornou um objeto de desejo para a sociedade no qual todos

    devem almejar, e consequentemente se encaixar no quadro de trabalhadores, umavez que, os que no se colocarem nessa condio esto excludos e rotulados como

    vadios, e vulnerveis a criminalidade. Nesse sentido, a falta de emprego faz

    relaes com a criminalidade.

    O emprego, neste caso, passa a ser entendido como uma forma de angariar

    recursos para que possam sentir-se felizes fora dele. nesse momento que o

    trabalho deixa de exercer seu papel como referencial de auto-estima e valorizao

    pessoal, passando a ser fonte de sofrimento e no oportunidade de realizao sadiados desejos interiores que cada um tem.

    Por outro lado, o emprego acaba deixando as pessoas mais independentes,

    no s pelo salrio, mas tambm pelo fato de que precisa tomar decises e aceitar

    vrios pontos de vista, assim o trabalho acaba nos mostrando que por mais perfeito

    que faamos nossas tarefas nem sempre quem estar nos avaliando enxerga dessa

    maneira, e isso acaba nos deixando mais exigentes nas realizaes de trabalhos

    futuros.A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), mais do que uma forma de garantir a

    permanncia do ser humano no ambiente de trabalho, a forma pelo qual se estuda

    e busca aplicar melhores condies para o desenvolvimento do ser humano seja

    esta evoluo social, mental e emocional.

    Conforme Gil (2006pag, 42), durante muito tempo, ao falar-se em qualidade

    nas empresas, enfatizava-se principalmente a produo. Hoje se fala no apenas

    em qualidade no trabalho, mas tambm em qualidade de vida dos empregados. Isso

    significa que os empregados precisam ser felizes.

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    Atualmente, possvel identificar grandes organizaes destinando recursos

    em carter permanente para as aes ligadas QVT. Respeitar o trabalhador como

    ser humano significa colaborar para a edificao de um mundo mais humano e para

    um desenvolvimento sustentvel. Empregar capitais em qualidade de vida significa

    investimento no progresso da sociedade e da economia global.

    importante ressaltar que o ser humano traz consigo sentimentos, ambies,

    cria expectativas, envolve-se, busca o crescimento dentro daquilo que desenvolve e

    realiza. Ento, preciso que deixemos de lado aquela ideia de que o homem

    trabalha to somente para a obteno do salrio, que nega seus sentimentos, no

    se frustra com a falta de crescimento, no se aborrece com o total descaso dos seus

    gestores que apenas lhe cobram a tarefa e tambm no o orientam para a realsituao da empresa, e que lhe negam o acesso s informaes, que o tratam

    apenas como uma pea a mais no processo de produo. O trabalhador tambm

    almeja realizar sonhos.e necessita ser valorizado para se sentir til e saber de sua

    importncia na sociedade.

    A qualidade de vida no trabalho se constitui numa ferramenta muito

    importante para as organizaes, pois proporciona uma maior participao por parte

    dos colaboradores, criando um ambiente de integrao com superiores, com colegasde trabalho e com o prprio ambiente de trabalho, visando, principalmente, dois

    aspectos importantes que o bem-estar do trabalhador e a eficcia organizacional.

    1.1 Delimitao do tema

    Qualidade de Vida no Trabalho: um estudo realizado na loja Arco-ris nacidade de PicosPiau.

    1.2 Definio do Problema

    Observar como o colaborador se comporta mediante a presso sofrida pelo

    chefe, o que ele pensa, os seus valores, o nvel de preocupao do chefe com o

    colaborador, so fatores relevantes para avaliar o grau de intensidade existente

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    entre patro e empregado, ao adotar formas para obter um ambiente saudvel para

    o colaborador desempenhar bem suas atividades.

    relevante para a organizao identificar que referncias o colaborador tem

    ao conceito de QVT, se ele obtm ou espera da empresa atitudes que possam

    influenciar no aumento da sua produtividade, e com isso trazer benefcios e

    vantagens competitivas. At que ponto a QVT pode influenciar na produtividade dos

    colaboradores?

    1.3 Objetivos

    1.3.1 Objetivo Geral

    Compreender o grau de influencia das aes empreendidas pela Qualidade

    de Vida no Trabalho em relao produtividade dos colaboradores.

    1.3.2 Objetivos Especficos

    Investigar a existncia de Qualidade de Vida no Trabalho na loja Arco-

    ris;

    Identificar os fatores de Qualidade de Vida no Trabalho que so

    relevantes na percepo dos colaboradores da loja Arco-ris;

    Analisar a motivao e a satisfao dos colaboradores da loja Arco-ris

    com relao ao trabalho e a organizao;

    1.4 Justificativa

    A QVT um instrumento fundamental de gesto organizacional e sua

    possibilidade de sucesso depende, principalmente, de um novo modelo de gesto do

    trabalho. O desempenho no cargo e o clima organizacional representam fatores

    importantes na determinao da QVT.

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    A importncia das necessidades humanas varia conforme a cultura de cada

    indivduo e de cada organizao. Portanto a QVT no determinada apenas pelas

    caractersticas individuais ou situacionais, mas, sobretudo pela atuao sistmica

    dessas caractersticas individuais e organizacionais.

    A QVT envolve dimenses fsicas, intelectuais, emocionais, profissionais,

    espirituais e sociais. Portanto, devem-se conhecer, quais so as prticas

    inadequadas que esto sendo utilizadas no ambiente de trabalho, pois elas podem

    gerar um grande impacto negativo na sade fsica e emocional dos funcionrios e

    ainda no desempenho financeiro da empresa. Para obter essa qualidade de vida no

    trabalho importante conhecer os profissionais que atuam no mercado de trabalho,

    pois estes esto se modificando a cada dia e exigindo cada vez mais a QVT.Deste modo, a Qualidade de Vida no Trabalho envolve diversos fatores que

    possibilita o melhor desempenho do colaborador, pois, vai tratar de eliminar fatores

    que so os motivos mais comuns de demisses e insatisfaes no ambiente de

    trabalho.

    Tendo em vista, Picos uma cidade em que o foco de sua economia o

    comercio, evidente a competitividade entre as empresas e exige muitos esforos

    por parte dos colaboradores (se assim que so vistos), gerando muitas tenses,angustias, baixa produtividade, insatisfao, entre outros problemas. A loja em

    estudo no um caso a parte desta realidade, portanto a presente pesquisa se

    justifica pela necessidade de identificar qual a melhor forma de estabelecer medidas

    a qualidade de vida no local de trabalho dos funcionrios da Loja Arco ris da cidade

    de Picos.

    1.5 Organizao do Trabalho

    Esse estudo se organiza em captulos, sendo, o primeiro uma descrio do

    tema que est em pauta, uma viso geral de todo o estudo.

    O captulo seguinte trata-se da valorao que o trabalho tem para o homem

    nos dias atuais e as motivaes que o leva a exercer seu trabalho de forma

    prazerosa e produtiva. E o terceiro relata a origem e evoluo da Qualidade de Vida

    no Trabalho, conceitos acerca da QVT, e ainda uma abordagem da QVT no Brasil.

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    No prximo captulo encontram-se todas as etapas do processo tcnico e

    metodolgico de investigao. O seguinte e ltimo captulo expe as informaes

    coletadas junto aos colaboradores da loja Arco-ris em forma de discusso.

    Tambm faz parte deste estudo, as consideraes finais, isto , fechamento

    das principais ideias achados no decorrer da pesquisa.

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    CAPTULO 2 REFERENCIAL TEORICO

    2.1 O VALOR DO TRABALHO PARA O HOMEM

    Este captulo tem como principal objetivo familiarizar o leitor com o tema em

    estudo, proporcionando as primeiras noes acerca da Qualidade de Vida no

    Trabalho. Assim sendo, aborda de forma sucinta o significado do trabalho para o

    homem na contemporaneidade, e ainda, as motivaes que leva o homem a

    desempenhar seu trabalho de forma prazerosa e produtiva.

    2.1.1 O homem e o trabalho nos dias atuais

    O trabalho tem sido para o homem o meio pelo qual ele desenvolve suas

    habilidades, se relaciona e se expressa na sociedade. Sua identidade se d pela sua

    profisso e pelo local de trabalho, bem como sua subsistncia e a de sua famlia. De

    acordo com Bezerra (2005, p.41), nos dias atuais, o trabalho vem tomando sentido

    simblico.Essa construo simblica do trabalho na sociedade se deu atravs de um

    contexto histrico no qual viabilizava o trabalho no sentido de utilidade social, visto

    que os demais no trabalhadores eram vistos como vagabundos. Impunha-se o

    rtulo de vadiagem aos que no estavam integrados a ordem do trabalho

    (BEZERRA, 2005, p.43).

    Como podemos ver o trabalho tomou a conscincia da sociedade, legitimando

    aqueles que no se enquadram na condio de trabalhadores, um ttulo de vadios,ou seja, pessoas sem dignidade, que no merecem nenhuma considerao

    enquanto cidados ativos na sociedade, tornando-os excludos. O trabalho em

    nossa sociedade visto cada vez mais como um bem eficaz na vida pblica da

    sociedade, e trata com discriminao as pessoas que no conseguem emprego.

    Na viso de Bezerra (2005), a construo de sua identidade enquanto

    trabalhadores na sociedade tornam-os confiantes e simbolicamente ativos, no

    sentido de utilidade social. O trabalho vem atribuindo valores nos quais se projetam

    numa imagem ideal de sujeito produtivo em funo de ser essa imagem que

    corresponde validez e utilidade (BEZERRA, 2005, p. 118).

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    O trabalho se transformou em objeto de desejo e obrigao social,produzindo estigmas em relao queles que no conseguiam seinserir na sociedade enquanto trabalhadores. Dessa forma, osindivduos que por vario motivos no se inserir nesse quadro lhe produzido estigmas, causando dor no seu ego. (COSTA, 2006, p.133).

    Diante do fracasso de no estar inserido no mercado de trabalho, o

    trabalhador, apresenta um sentimento de inutilidade, se marca pela sua auto-

    imagem destruda do indivduo na sociedade.

    Nesse contexto, o trabalho pode representar uma atividade bastante penosa,

    que as pessoas cumprem apenas para sobreviver, sem nela obter nenhuma

    satisfao. Com isso os trabalhadores como fuga ao desemprego, e como busca de

    realizaes sociais, se submetem por muitas vezes a humilhao e longas jornadas

    exaustivas e cansativas e por consequncia, baixo rendimento salarial em troca de

    um prestigio imaginrio do mesmo.

    O trabalho est ganhando espao na sociedade atual de tal forma que aquele

    que no se enquadrar nesse contexto, estaria excludo para no possuir

    simbolicamente o patamar de uma pessoa responsvel e digna nesse caso um

    trabalhador, ou seja, estaria ganhando tal dimenso no ponto de interferir em sua

    cidadania.

    A percepo de trabalhar para sobreviver vem sendo muito difusa no

    momento em que o emprego daria ao trabalhador o direito de se manter

    dignamente, porem o que vem ocorrendo a falta de recursos salariais para tal vida

    digna possa suportar. O medo de no poder manter sua casa, e de no ser

    respeitado na condio de ser o individuo no qual dar subsdios de sobrevivncias

    para seus filhos ou at mesmo para sua prpria sobrevivncia. Dessa forma:

    O medo torna-se um poderoso instrumento de manipulao.Nesse tipo de manipulao, muito comum dentro das empresashoje, o medo no da violncia, embutida na repressoexplcita, o medo de perder o prestgio, de fracassar, deperder seu posto. A nova gesto do trabalho, que vende a ideiade ser mais adaptada ao ser humano, administra agora sob umaparato mais abstrato, mexendo muito mais com asubjetividade do sujeito e exigindo do profissional mais

    responsabilidade, adaptabilidade e perfeio (CASTELHANO,2005, p. 18).

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    O trabalho tornou-se um objeto de desejo para a sociedade no qual todos

    devem almejar e consequentemente se encaixar no quadro de trabalhadores uma

    vez que, os que no se situarem nessa condio estariam excludos de forma a

    serem rotulados como vadios e mais vulnerveis a criminalidade, nesse sentido a

    falta de emprego faz relaes com a criminalidade, como se a falta de emprego

    estivesse interligada ao mesmo.

    A falta de emprego no momento que exclui tambm gera sofrimento e

    frustrao no momento em que a falta do mesmo gera o sentimento de inutilidade e

    de fracasso.

    Essa condio que a sociedade determina, faz com que o trabalhador se

    submeta a uma realidade dolorosa, no intuito de manter sua famlia e honra, fazendoque o mesmo no gerasse a credibilidade esperada pelos empregadores, custeando

    sua mo de obra com baixos rendimentos salariais nos quais por muitas vezes no

    efetivam a vida com dignidade.

    2.1.2 Motivao x Trabalho

    Dizer que uma empresa boa de se trabalhar, implica dizer que, de uma

    forma ou de outra, ela est proporcionando a satisfao pessoal aos seus

    colaboradores. No entanto, a nova realidade do trabalho mercado: competitivo,

    constantes mudanas tecnolgicas, e necessidades de atualizao do conhecimento

    - gera elementos de insatisfao.

    Neste momento de acirrada competio, em que muitasempresas vm passando por processos de fuso, aquisio,

    privatizao, terceirizao, downsing, PDV (Programa deDemisso Voluntaria), drstica reduo de seus quadros depessoal, o que se pode esperar do estado de nimo daspessoas que Trabalham? Insegurana, desconfiana, perda delealdade, apreenso, insatisfao. Hoje em dia, mais do que nopassado, comum encontrarmos pessoas reclamando dasempresas onde trabalham (LUZ, 2003.p.10).

    Luz (2003) cita os inmeros motivos que levam os trabalhadores a estarem

    insatisfeitos: a renumerao; o tipo de trabalho que exercem; o estilo e a capacidade

    de seus gestores; as inadequadas condies de trabalho;a falta de perspectiva decrescimento profissional;a falta de reconhecimento e valorizao;presso que

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    recebem para realizar seus trabalhos;o rigor disciplinar;o excessivo volume de

    trabalho, entre tantas outras.

    Ainda de acordo com Luz (2003, p.10), motivos para estarem insatisfeitos no

    faltam aos trabalhadores, enorme a capacidade que as empresas tm de fazer

    mal aos colaboradores, em oposio s suas possibilidades de gerar satisfao e

    felicidade para os que nelas trabalham.

    Diante de tantos motivos para descontentamento, ser possvel as empresas

    manter todos os seus colaboradores motivados? Mas o que motivao? De modo

    geral, motivo tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma,

    ou, pelo menos, que d origem a uma propenso, a um comportamento especfico

    (KAST e SENZWEIG,1970 apud CHIAVENATO, 1995).Vrias teorias procuram explicar o que motiva o homem no seu trabalho ou

    como o homem motivado a trabalhar de forma satisfatria ou insatisfatria. A

    seguir sucintamente, oito dessas teorias sero apresentadas, divididas em dois

    grupos: as teorias de contedo (o que motiva o comportamento humano), e as

    teorias de processo (como o comportamento humano motivado).

    2.1.2.1 Teorias da motivao no trabalho segundo Chiavenato (1995)

    2.1.2.1.1 A teoria (de contedo) da hierarquia das necessidades de Maslow (1954)

    Segundo esse terico, as necessidades humanas esto dispostas em uma

    srie de nveis ou estgios, definidos como necessidades primrias e necessidades

    secundrias.De acordo com Maslow (apud Chiavenato, 1995), a primeira necessidade que

    leva o homem a buscar o trabalho fisiolgica a fim de garantir a sobrevivncia sua

    e de seus familiares. O trabalho seria o modo de prover alimento, roupas, moradia,

    educao e sade entre outros.

    A segunda necessidade seria a segurana, atravs da busca do emprego,

    uma relao teoricamente mais ou menos duradoura. As aes administrativas

    arbitrrias podem provocar incerteza ou insegurana no empregado, quanto sua

    permanncia no emprego.

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    A terceira a social, muito importante para o indivduo, pois, trata-se do

    sentimento de aceitao, associao, um sentimento de pertencer ao grupo. Quando

    as necessidades sociais no esto suficientemente satisfeitas, o indivduo torna-se

    resistente, antagnico e at hostil com relao s pessoas que o cercam.

    Em quarto lugar temos o ego ou estima, onde o trabalhador busca ter uma

    reputao, independncia e autoconfiana.

    Por fim a auto-realizao onde o trabalhador procura o autodesenvolvimento,

    a criatividade, auto-expresso, a realizao do seu prprio potencial.

    FIGURA 01: Pirmide das necessidades de MaslowFonte: CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. 3 ed. So Paulo: Atlas, 1995.

    Maslow deixa claro que nem todas as pessoas conseguem chegar ao topo da

    pirmide de necessidades. Algumas pessoas - devido s circunstncias de vida -

    chegam a se preocupar fortemente com necessidades de auto realizao; outras

    estacionam nas necessidades de estima; outras ainda nas necessidades sociais,enquanto muitas outras ficam ocupadas exclusivamente com necessidades de

    segurana e fisiolgicas, sem que consigam satisfaz-las adequadamente.

    2.1.2.1.2 A teoria (de contedo) dos dois fatores de Herzberg (1960)

    Conforme Frederick Herzberg existe dois fatores que explicam ocomportamento das pessoas no trabalho: os higinicos e os motivacionais.

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    Fatores higinicos referem-se s condies que rodeiam a pessoa enquanto

    trabalha, so extrnsecos a ela. Entre tais fatores, Chiavenato (1995) cita: delegao

    de responsabilidade; liberdade de decidir como executar o trabalho; promoo; uso

    pleno das habilidades pessoais; ampliao ou enriquecimento do cargo.

    Quanto ao termo "motivao" Chiavenato (1995) declara que envolve

    sentimentos de realizao, de crescimento e de reconhecimento profissional,

    manifestados por meio de exerccios das tarefas e atividades que oferecem

    suficiente desafio e significado para o trabalho. Podem ser destacados: delegao

    de responsabilidade; liberdade de decidir como executar o trabalho; promoo; uso

    pleno das habilidades pessoais; ampliao ou enriquecimento do cargo.

    2.1.2.1.3 A teoria (de contedo) das necessidades adquiridas de McClelland (1960)

    David McClelland tomou como eixo a questo das necessidades e as

    identificou como: poder, afiliao e realizao. A diferena entre essa teoria e a de

    Maslow que McClelland diz que tais necessidades podem ser aprendidas, no

    nascemos com elas, so adquiridas socialmente.Poder refere-se a relaes com pessoas, status, prestgio, posies de

    influncia. Afiliao diz respeito ao relacionar-se cordial e

    afetuosamente. Realizao referente autoestima e auto realizao.

    2.1.2.1.4 A teoria (de contedo) ERC de Alderfer (1969)

    Segundo Clayton Alderfer existe apenas trs nveis de necessidades demotivao:

    Necessidades de existncia (E): o desejo de bem-estar fisiolgico e as

    exigncias materiais necessrias existncia;

    Necessidades de relacionamento (R): o desejo de satisfao das

    relaes interpessoais e interao social;

    Necessidades de crescimento (C): o desejo internalizado de

    crescimento continuado e desenvolvimento pessoal.

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    2.1.2.1.5 A Teoria (de contedo) X e Y de McGregor (1960)

    Douglas McGregorassocia a motivao atividade de liderana, ou seja,

    maneira como os gestores veem os colaboradores, mesmo que essa viso no

    corresponda realidade. A figura a seguir explica detalhadamente essa teoria.

    FIGURA 02: Diferentes pressupostos da teoria X e YFonte: CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. 3 ed. So Paulo: Atlas, 1995.

    Kwasnicka (2003) cita que a Teoria X de McGregor ostenta que o indivduo

    no gosta do trabalho e para faz-lo necessita ser coagido, controlado, dirigido,

    ameaado, e nem mesmo a promessa de recompensa far com que o indivduo

    tenha motivao para o trabalho. No entanto, a Teoria Ycontempla que o desgaste

    do trabalho to natural como em qualquer outra atividade, no entanto, um

    indivduo que se sente bem no trabalho, criativo e com potencialidades que podem

    e devem ser exploradas.

    2.1.2.1.6 A teoria (de processo) da equidade de Adams (1963)

    John Stacy Adams acredita que o indivduo se sente mais ou menos motivado

    medida que percebe, ou no, a presena da justia e da igualdade nas relaes detrabalho.

    A TEORIA X A TEORIA Y

    - Os seres humanos no gostam do trabalho eo evitaram, sempre que isso estiver ao seualcance.- O ser humano prefere ser dirigido a dirigir.- O ser humano mdio tem relativamente poucaambio.- As pessoas preocupam acima de tudo com asegurana.

    - As pessoas so ingnuas e sem iniciativa.

    - O trabalho pode ser uma fonte de satisfaoou de sofrimento, dependendo de certassituaes controlveis.- As pessoas podem aprender aceitar e assumirresponsabilidades e desafios.- As pessoas podem ser automotivadas eautodirigidas.- A potencialidade do ser humano mdio estalonge de ser utilizada. Uma utilizao muito

    maior pode ser conseguida.

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    Em uma situao em que se sinta mal remunerado por seus esforos,

    a motivao para trabalhar e aumentar os resultados minimizada. O

    indivduo pode sentir-se mal remunerado se investe todas as energias

    em um trabalho rotineiro e tedioso. Em contrapartida, um trabalho queenfatize a criatividade e o raciocnio independente capaz de produzir

    um comportamento motivado (KWASNICKA, 2003, p.32).

    Entende-se que essa teoria refora as afirmaes de McGregor de que o

    indivduo que se sente bem no trabalho fica motivado e que fatores ambientais

    apropriados podem produzir indivduos criativos e responsveis.

    2.1.2.1.7A teoria (de processo) contingencial de Vroom (1964)

    Vroom (apud CHIAVENATO, 1995) afirma que a motivao do indivduo ao

    fazer uma escolha depende de trs fatores, conforme mostra a figura a seguir:

    FIGURA 03: Os trs fatores da motivao para produzirFonte:CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. 3 ed. So Paulo, Atlas, 1995.

    2.1.2.1.8 A teoria (de processo) da expectao de Lawler III (1971)

    Edward Lawler III assegura que o dinheiro pode motivar no apenas o

    desempenho, como tambm companheirismo e dedicao. De acordo com sua

    teoria, o indivduo deseja dinheiro porque este lhe permite no s a satisfao de

    A motivaopara produzir funo de

    Valor atribudo ao resultado advindo

    de cada alternativa

    Percepo de que a obteno decada resultado est ligada a uma

    com ensa o

    Expectativa em poder obter cadaresultado

    Valncia

    Instrumentalidade

    Expectativa

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    necessidades fisiolgicas e de segurana, mas tambm d plenas condies para a

    satisfao das necessidades sociais, de estima e de auto realizao. A figura abaixo

    ilustra melhor essa teoria.

    FIGURA 04: Teoria da expectaoFonte: CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. 3 ed. So Paulo: Atlas, 1995.

    Podemos perceber que as teorias de motivao mostram um pouco da

    complexidade sobre o tema. Entretanto, faz-se necessrio compreender que elas

    no esto competindo entre si na verdade, em sua maioria, so complementares.Na viso Bergamini (2006), com tantos estudos a respeito de um mesmo

    assunto, pode parecer que certo enfoque defendido por uma teoria em especial

    conduzisse a concluses capazes de substituir as demais abordagens. Isso no

    bem verdade. As diversas teorias no se anulam umas s outras; pelo contrrio,

    elas se complementam e contribuem para o delineamento de uma viso mais

    abrangente do ser humano enquanto tal, tendo em vista a natural complexidade que

    o caracteriza.

    Segundo Davis e Newstron (1991, p. 47), embora no haja respostas simples

    para a questo da motivao um importante ponto de partida reside na

    compreenso das necessidades do empregado.

    Conseguir o mximo e o melhor dos outros quer dizer que vocdeve estabelecer padres elevados, mas razoveis, devereconhecer suas prprias responsabilidades, bem como a dosempregados, e deve deixar que o empregado pagasse o preo

    pelo mal resultado, ou receba a recompensa pelo sucesso(WEISS, 1991, p. 36).

    Necessidades nosatisfeitas

    - crena de que odinheio satisfar as

    necessidades

    - crena de que aobtenao de dinheirorequer desempenho

    motivao paradesempenhar

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    Para no tornar o trabalho uma fonte de sofrimento, necessria que as

    organizaes compreendam que as pessoas no fazem as mesmas coisas pelas

    mesmas razes. Elas so diferentes e interagem com o ambiente de forma diferente.

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    2.2 .ORIGEM E EVOLUO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

    Esse captulo apresenta os tpicos considerados relevantes para o

    desenvolvimento desse estudo: origem e evoluo da QVT, conceitos definidos

    pelos principais autores que estudaram/estudam esse tema, e ainda uma

    abordagem da QVT no Brasil.

    2.2.1 Origem e evoluo

    Durante muito tempo o trabalho se realizou sob a forma de coleta e detrabalho extrativo. Um pouco mais tarde surgiu a pesca, a caa e o pastoreio. At

    ento a preocupao era para a subsistncia, ou melhor, a prpria sobrevivncia.

    Com a agricultura, passou-se a produzir um excedente do que se poderia consumir,

    e como consequncia, a escravizao de pessoas. Com a revoluo industrial, no

    sculo XVIII, exigia-se um novo modelo de organizao do trabalho: a

    especializao das tarefas e a diviso do trabalho.

    A qualidade de vida no trabalho tem sido uma preocupao dohomem desde o incio de sua existncia com outros ttulos emoutros contextos, mas sempre voltada para facilitar ou trazersatisfao e bem estar ao trabalhador na execuo de suatarefa (RODRIGUES, 1994).

    Rodrigues (1994) exemplifica, citando os ensinamentos de Euclides de

    Alexandria, 300 anos a.C, que, por meio dos princpios de geometria, facilitou o

    mtodo de trabalho dos agricultores margem do Nilo, ou a Lei das Alavancas, deArquimedes, 287 anos a.C., que vieram contribuir para um menor esforo fsico de

    muitos trabalhadores (apud BUSS 2002).

    A origem do termo Qualidade de Vida no Trabalhoatribui-se aEric Trist e seus Colaboradores do TavistockInstitute, em 1950.Eles desenvolveram uma abordagem scio tcnica daorganizao do trabalho, agrupando o indivduo, o trabalho e aorganizao, com base na anlise e na reestruturao datarefa, buscando melhorar a produtividade, reduzir os conflitose tornar a vida dos trabalhadores menos penosa.(FERNANDES, 1996, p. 40)

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    De acordo com Fernandes (1996), na dcada de 60, os Estados Unidos

    criaram a NationalComissiononProdutivitytendo como objetivo avaliar as razes da

    baixa produtividade nas indstrias daquele pas. Logo, o congresso criou o National

    Center for ProdutivityandQualityofWorking Life para realizar estudos e servir de

    laboratrio sobre a produtividade e a Qualidade de Vida do Trabalhador. A partir da,

    alastram-se os estudos e os centros de pesquisa sobre qualidade de vida no

    trabalho nos Estados Unidos. Entretanto, a expresso qualidade de vida no trabalho

    s foi introduzida, publicamente, no incio da dcada de 70, pelo professor Louis

    Davis (UCLA, Los Angeles), ampliando o seu trabalho sobre o projeto de

    delineamento de cargos.

    Paralelo ao desenvolvimento dos estudos sobre Qualidade de Vida noTrabalho e sobre produtividade via-se, no contexto americano, graves sinais de crise

    no sistema de produo em grande escala, que se agravaram com a crise do

    petrleo. Nesse contexto, existia uma tentativa de agregar os interesses dos

    empregados e empregadores atravs de prticas gerenciais capazes de reduzir os

    conflitos. Outra tentativa era a de tentar maior motivao nos empregados,

    embasando suas filosofias nos trabalhos dos autores da escola de Relaes

    Humanas, como Maslow, Herzberg e outros. Portanto, a dcada de 70 foi um marcono desenvolvimento da Qualidade de Vida no Trabalho.

    O movimento pela Qualidade de Vida no Trabalho emerge,ento, com o objetivo de buscar o equilbrio entre o indivduo ea organizao, atravs da interao entre exigncias enecessidades da tecnologia e do trabalhador, de modo que oscargos adaptem-se tanto aos indivduos quanto tecnologia daorganizao. (VIEIRA, apud Medeiros, 2002 p.26).

    Nesse sentido, o trabalho passou a ser enobrecedor, significativo, um

    caminho para a auto-realizao, crescimento profissional, possibilidade de se obter

    recompensas, desenvolver habilidades at ento desconhecidas, ter o potencial

    aumentado proporcionando segurana e satisfao com cada realizao.

    Fernandes (1996) relata que at o incio da dcada de 80, muitas pesquisas e

    grupos de pesquisadores se destacaram no panorama internacional dentro do que

    se podem considerar como pertencentes formalmente ao movimento de Qualidade

    de Vida no Trabalho, tais como HACKMAN & LAWLER (1971), WALTON (1973),HACKMAN & OLDHAN (1975) e WESTLEY (1979) que se preocuparam em

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    desenvolver e pesquisar, dentro de uma perspectiva funcionalista, variveis que

    pudessem significar a melhoria das condies de trabalho. E no Brasil, a prpria,

    Eda Conte Fernandes, foi a precursora do movimento Qualidade de Vida no

    Trabalho.

    2.2.2 Conceitos acerca da QVT

    O primeiro conceito que surge quando se fala em QVT de melhores

    condies fsicas, aperfeioamento de instalaes, reivindicaes salariais, reduo

    na jornada de trabalho, benefcios, etc. No entanto, outros aspectos podem elevar onvel de satisfao e produtividade: os organizacionais, ambientais e

    comportamentais. Estes fatores no dependem de custos operacionais com pessoal

    ou instalaes, o que vantajoso, pois, segundo Bohander (1979), os custos tem

    sido um grande empecilho para a implantao do programa da QVT por parte de

    quem administra o oramento da empresa.

    Nesse contexto, a QVT pode ser definida como uma forma de pensamento

    envolvendo pessoas, trabalho e organizaes, onde se destacam dois pontosimportantes: a preocupao com o bem-estar do trabalhador e com a eficcia

    organizacional; e a participao dos trabalhadores nas decises e problemas do

    trabalho.

    O grande desafio, portanto, consiste em conseguir um ajuste ideal entre a

    produtividade e atendimento qualidade de vida do trabalhador.

    Mas a satisfao no trabalho no pode estar isolada da vida do indivduo

    como um todo, necessrio que se considere a sua vida social. Segundo Rodrigues(1994, p.93), os empregados que possuem uma vida familiar insatisfatria te m o

    trabalho como o nico ou maior meio para obter a satisfao de muitas de suas

    necessidades, principalmente, as sociais.

    Existem diferentes pontos de vista ao conceituar Qualidade de Vida no

    Trabalho, porque cada terico aprecia elementos que considera mais relevante para

    que exista, de fato, a Qualidade de Vida no Trabalho.

    Para (Kanaane1995 apud Detoni, 2001), a Qualidade de Vida no Trabalho

    uma interao entre conjuntos de fatores individuais (dentre outros, as

    necessidades, os impulsos, as expectativas, os desejos e os valores) e situacionais

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    (entre eles a tecnologia, os fluxos de trabalho, os sistemas de recompensa, as

    condies econmicas e polticas e a organizao do trabalho).

    Segundo Albuquerque e Frana, (1998) o conceito de QVT :

    O conjunto de aes de uma empresa que envolve diagnsticoe implantao de melhorias e inovaes gerenciais,tecnolgicas e estruturais dentro e fora do ambiente detrabalho, visando propiciar condies plenas dedesenvolvimento humano para e durante a realizao dotrabalho.

    Neste mesmo ponto de vista, Fernandes (1996) afirma:

    QVT uma estratgia gerencial visando integrao do serhumano organizao, para elevar o mximo possvel o bem-estar do trabalhador com a organizao e seu trabalho, pelasatisfao de suas necessidades de crescimento pessoal eprofissional e, ao mesmo tempo, diminuir seu esforo eaumentar seu desempenho(FERNANDES, apud Dutra 2008).

    Para Laszlo (1987, apud Limongi-Frana 2004, p.46) afirma que as

    estratgias para a melhoria da Qualidade de Vida no Trabalho contribuem para o

    indispensvel subproduto melhoria da produtividade. Em essncia, um estado demente, um estado de conscincia influenciado por um conjunto de fatores referentes

    ao trabalho, ao ambiente de trabalho e personalidade do empregado.

    Conforme Ferreira (2006), h duas perspectivas a serem consideradas: Sob a

    tica das organizaes, ela um preceito de gesto organizacional que se expressa

    por um conjunto de normas, diretrizes e prticas no mbito das condies, da

    organizao e das relaes scio profissionais de trabalho que visa promoo do

    bem-estar individual e coletivo, o desenvolvimento pessoal dos trabalhadores e o

    exerccio da cidadania organizacional nos ambientes de trabalho. Sob a tica dos

    sujeitos, ela se expressa por meio das representaes globais que estes constroem

    sobre o contexto de produo no qual esto inseridos, indicando o predomnio de

    vivncias de bem-estar no trabalho, de reconhecimento institucional e coletivo, de

    possibilidade de crescimento profissional e de respeito s caractersticas individuais.

    Esta linha de pensamento adverte que os elementos do contexto de produo

    sejam as variveis de ajuste e no os trabalhadores. E ainda, o foco o bem-estar,

    o desenvolvimento dos trabalhadores, o respeito s suas peculiaridades, e no a

    produtividade.

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    Toda pessoa um complexo biopsicossocial, isto , tempotencialidades biolgicas, psicolgicas e sociais querespondem simultaneamente s condies de vida. Estasrespostas apresentam variadas combinaes e intensidadesnestes trs nveis e podem ser mais visveis em um deles,embora todos sejam sempre interdependentes. (LIMONGI-FRANA, p.28, 2004).

    Entende-se que a concepo biopsicossocial sugere que as aes gerenciais

    iro atuar nas trs dimenses citadas acima por Limongi-Frana. Dentro da

    perspectiva biolgica, os programas de QVT preocupam-se com o ambiente no qual

    o indivduo se insere, em compreender as caractersticas genticas e fsico-qumicas

    que podem afetar o indivduo na sua interao com seu trabalho. Na dimenso

    psicolgica so consideradas as questes afetivas - emocional - cognitivas. Em

    termos sociais, a preocupao so os valores, a formao dos grupos, os aspectos

    culturais e coletivos. De acordo com Limongi-Frana, quando o assunto

    produtividade e dimenso humana, o desafio :

    Reconstruir, com bem estar, o ambiente competitivo, altamentetecnolgico, de alta produtividade do trabalho e garantir ritmose situaes ecologicamente corretas. O bem-estar considera,

    no referente Qualidade de Vida no Trabalho, as dimensesbiolgicas, psicolgica, social e organizacional de cada pessoae no, simplesmente, o atendimento a doenas e outrossintomas de stress que emergem ou potencializam-se notrabalho. Trata-se do bem estar no sentido de manter-sentegra como pessoa, cidado e profissional. (LIMONGI-FRANA, p. 45, 2004).

    Fernandes (1996) destaca que faz parte da Qualidade de Vida no Trabalho a

    preocupao com valores humansticos e ambientais, esquecidos pela sociedade

    industrializada em favor de inovaes tecnolgicas, produtividade e crescimentoeconmico.

    comum no nosso cotidiano encontrarmos organizaes insaciveis por

    faturamento, cobram a todo custo o aumento da produtividade, foram seus

    funcionrios a desempenharem tarefas cada vez mais foradas pela urgncia do

    tempo.

    De acordo com Luz (2003), a identificao e o envolvimento das pessoas com

    os processos de trabalho passaram a ser determinantes para o equilbrio dasrelaes entre empresa e colaboradores.

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    Vasconcelos acrescenta: A construo da qualidade de vida no trabalho

    ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo,

    o que chamamos de enfoque biopsicossocial. (p.25, 2001)

    A QVT baseia-se em uma viso integral das pessoas, que ochamado enfoque biopsicossocial. O enfoque biopsicossocial daspessoas origina-se da medicina psicossomtica, que prope a visointegrada, ou holstica, do ser humano (MAXIMIANO, 2000, p.498).

    FIGURA 05: Enfoque BiopsicossocialFonte: MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administrao: da escola cientifica competitividade na economia globalizada. 2 ed. So Paulo: Atlas, 2000.

    Como pode ser observada, a qualidade de vida no trabalho interfere no

    somente no trabalho em si, mas tem implicaes do campo familiar e social dos

    indivduos. A busca incansvel por um ambiente humanizado uma entre as tantas

    atribuies da QVT. O objetivo principal que se construa um ambiente de trabalho

    que seja bom tanto para os trabalhadores como tambm propiciem a empresa

    atingir seus resultados.

    Qualidade de VidanoTrabalho (enfoque

    biopsicossocial)

    Fatores desatisfao

    Fatores demotivao

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    2.2.2.1 Modelos de QVT

    O conceito de qualidade de vida no trabalho sofreu evolues em suas

    concepes ao longo dos anos e cada perodo com uma forma diferente de ser

    entendida.

    A seguir o quadro mostra de forma sucinta, e, seguindo a linha do tempo,

    alguns modelos tericos de QTV, e respectivamente as dimenses consideradas por

    cada autor:

    Mod elo Terico Dimenses Consid eradas

    Walton (1973)

    Compensao justa e adequadaCondies de trabalho seguras e saudvelOportunidades imediatas para desenvolver e usar as capacidadeshumanasOportunidades futuras para o crescimento contnuoIntegrao social na organizaoConstitucionalismo na organizaoTrabalho e espao total na vidaRelevncia social do trabalho

    Hackman eOldhan (1975)

    Variedade de HabilidadeIdentidade da TarefaSignificado da TarefaInter-relacionamentoAutonomiaFeedback

    Westley (1979) EconmicaPolticaPsicolgicaSociolgica

    Werther eDavis (1983)

    OrganizacionalAmbiental

    Comportamental

    Belanger (1983)Trabalho em siCrescimento pessoal e profissionalTarefas com significadoFunes e estruturas organizacionais abertas

    Huse e Cummings(1985)

    Participao do trabalhadorProjeto de cargosInovao no sistema de recompensasMelhoria no ambiente de trabalho

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    Fernandes (1996)

    Condies de TrabalhoSadeMoralCompensaoParticipao

    ComunicaoImagem EmpresaRelao Chefe/subordinadoOrganizao do Trabalho

    Frana (1996)

    BPSO-96BiolgicasPsicolgicaSociaisOrganizacional

    Limongi-Frana (2006)

    BEO-Bem-estar OrganizacionalProdutividadeLegitimidade

    Perfil dos lderesPrticas e ValoresNova Competncia

    QUADRO 01: Modelos tericos em Qualidade de Vida do Trabalho.Fonte:adaptado de Fernandes (1996), Limongi-Frana (2004),e Limongi e Kanikadan (2006).

    Estes fatores confirmam a importncia do bem-estar dos trabalhadores para a

    sade da organizao. Alm disso, percebe-se o papel do ser humano, cada vez

    mais integrante, de valor e participante na vida das organizaes.Percebe-se que as dimenses da QVT so abrangentes, basicamente

    envolvem a vida tanto organizacional como social, o que confirma a viso

    biopsicossocial.

    2.2.3 Qualidade de Vida no Trabalho no Brasil

    No Brasil os estudos sobre QVT surgiram na dcada de 80, impulsionadospela competitividade das empresas, abertura de mercado, globalizao e pelo

    desenvolvimento vertiginoso das tecnologias que trouxeram novas exigncias em

    relao ao trabalho, ocasionando na vida dos trabalhadores elevados ndices de

    presso, aumento de responsabilidade, insegurana, levando fadiga e ao stress,

    com reflexo na baixa produtividade e na pouca qualidade dos produtos e servios.

    Abertura da economia brasileira, no inicio dos anos 90, acirroua competio com a entrada de produtos e negciosestrangeiros, fazendo com que as organizaes tivessem decortar custos para se tornarem competitivas. A sada

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    encontrada pelos empresrios para enfrentar esse desafio foicortar pessoal. A recesso da economia, bem como aexcessiva busca pela automao dos processos da fabricaoe dos servios tambm contriburam para ceifar milhares deempregos (LUZ, 2003, p.2).

    Luz (2003) adiciona que as empresas brasileiras tiveram que adotar uma

    serie de estratgias para sobreviver ao aumento da competio, e que todas elas

    tm levado as empresas reduo do quadro de pessoal. Entre tantas estratgias,

    as principais so: o intenso uso da automao, a terceirizao, reduo dos nveis

    hierrquicos e a privatizao, as fuses.

    O objetivo dessas estratgias so reduzir gastos, aumentar a eficincia e a

    produtividade. No entanto, de acordo com Luz (2003, p.9), [...] essas estratgias

    ceifaram milhares de empregos e contriburam para mudar o comportamento dos

    trabalhadores [...] insegurana, desconfiana quanto segurana no emprego.

    Para Tachizawa; Ferreira; Fortuna (2006) no Brasil, at recentemente, a

    segurana e a sade dos empregados era uma desvantagem na cultura

    organizacional, sendo eles prprios responsveis por sua conduta no trabalho. A

    assistncia ao trabalhador esteve voltada principalmente para os benefcios, sem sepreocupar em criar e manter um ambiente de trabalho saudvel e seguro, sendo

    ento, um fator indispensvel para ter boas relaes entre empregado e

    empregador.

    Segundo Luz (2003, p.140), O trabalho pode ser uma coisa maravilhosa,

    uma auto-realizao, mas pode ser tambm uma forma de escravido, uma perda

    da dignidade e uma forma de anulao do ser humano.

    Diante desse cenrio, a QVT despertou interesses de empresrios eadministradores brasileiros pela contribuio que possa oferecer para elevar o nvel

    de satisfao do empregado, e claro, da produtividade empresarial.

    A revista Voc S/A/EXAME lanou em 1997, e vem editando a cada ano, uma

    edio especial denominada Guia Exame - As 100 Melhores Empresas Pra Voc

    Trabalhar. Em 2011apresentou, as 150 melhores empresas no Brasil para se

    trabalhar, de acordo com os ndices de Felicidade no Trabalho (IFT), isto , as

    empresas se destacaram pelo grau de satisfao dos seus colaboradores em

    trabalhar nestes empreendimentos.

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    [...] poucas empresas se preocupam em avaliar de formasistemtica a satisfao de seus empregados. Nesse processode autoconhecimento, as sondagens de opinio interna souma importante ferramenta para detectar a percepo dosfuncionrios sobre os fatores intervenientes na qualidade devida e na organizao do trabalho (FERNANDES 1996, p.105).

    O quadro a seguir mostra as dezesseis das 150 melhores empresas para se

    trabalhar no Brasil em 2011, e seu respectivo setor:

    QUADRO 02: As empresas brasileiras campes em 2011 segundo ndice de Felicidadeno Trabalho (IFT).Fonte: adaptado das revistas VOC S/A / EXAME, disponvel emhttp://www.150melhoresempresas.com.br/.Acessado em: 08/05/2012

    Avaliar o clima permite s organizaes identificar as percepes deseus empregados sobre diferentes aspectos que influenciam o seubem estar no trabalho, permite aprimorar continuamente a qualidadedo ambiente de trabalho e, consequentemente, a qualidade de vida notrabalho. Permite, ainda, identificar oportunidades de melhoria daqualidade dos produto/servios, da produtividade, do

    comprometimento dos empregados com os resultados da empresa e,por conseguinte aumentar a prpria rentabilidade das organizaes.(LUZ, 2003, p.142)

    SETOR NOME DA EMPRESA

    Alimento e Bebidas Moinho Globo Alimentos

    Automotivo Volvo

    Comrcio Varejista Losango

    Construo Pormade Portas

    Farmacutico, Higiene e Cosmticos Eurofarma

    Indstrias Diversas Sama

    Metalurgia e Siderurgia Ata Indstria Mecnica

    Papel e Celulose InternationalPaper

    Qumico e Petroqumico Dow Brasil

    Servio deSade Laboratrio Sabin

    Servios Diversos Ticket

    Servios Financeiros e Bancos Bradesco

    Servios Pblicos Elektro

    Tecnologia e Computao Google

    Telecomunicaes Vivo

    Cooperativas Unimed Sul Capixaba

    http://www.150melhoresempresas.com.br/http://www.sobreadministracao.com/conheca-as-16-melhores-empresas-para-trabalhar-em-2011-segundo-a-voce-sa/http://www.sobreadministracao.com/conheca-as-16-melhores-empresas-para-trabalhar-em-2011-segundo-a-voce-sa/http://www.150melhoresempresas.com.br/
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    O que fica evidente, que as empresas consideradas pelos seus empregados

    como as melhores para se trabalhar traz em comum a qualidade da gesto dos

    recursos humanos, so empresas que ouvem seus empregados, e que se destacam

    pela forma como enxergam seus colaboradores. No os veem como despesas, mas

    sim como talentos merecedores de investimentos, ateno e respeito. Pessoas que

    quando teem condies de pr em pratica suas capacidades criativas conduzem

    suas empresas a resultados superiores aos da concorrncia.

    Uma empresa boa para se trabalhar certamente implica uma preocupao

    genuna com a integridade das pessoas. A organizao contempornea no admite

    um ambiente que oferea risco de vida ou condies de insalubridade. A integridadedo empregado no est reduzida ao aspecto fsico, se estende tambm ao

    psicolgico e social. As pessoas, para se desenvolverem precisam sentir-se

    valorizadas em relao ao trabalho que executam e seguras quanto a sua

    importncia para a empresa e para as pessoas com as quais convive.

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    CAPITULO 3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

    Encontram-se, neste captulo, todas as etapas do processo de investigao.Isto , apresenta de forma explcita e pormenorizada os passos trilhados no decorrer

    desta pesquisa, desde o tipo de pesquisa emprica local onde foi realizada, os

    sujeitos da pesquisa, os instrumentos utilizados na obteno dos dados, meios

    empregados na organizao e anlise dos dados.

    3.1 A pesquisa e sua natureza

    Tendo em vista o nosso objeto de estudo: as condies de trabalho dos

    colaboradores da loja Arco-ris em Picos PI, a presente pesquisa de natureza

    exploratria e explicativa

    A pesquisa exploratria busca levantar informaes sobre um determinado

    objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condies de

    manifestao desse objeto. De acordo com Severino (2007, p.123) ela uma

    preparao para a pesquisa explicativa.

    A pesquisa explicativa aquela que registra e analisa osfenmenos estudados, buscando identificar suas causas, sejaatravs da aplicao de mtodo experimental matemtico, sejaatravs da interpretao possibilitada pelos mtodosqualitativos. (SEVERINO 2007, p.123)

    Esses dois tipos de pesquisas (exploratria e explicativa) juntas, Conforme Gil

    (2006, p.42), [...] so as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais

    preocupados com a atuao da prtica. So tambm as mais solicitadas por

    organizaes como instituies educacionais, empresas comerciais, [...]

    Nesse sentido nortearam metodologicamente esta pesquisa os seguintes

    autores:Gil (2006); Yin (2005); Richardson (2011); e Severino (2007).

    Quanto ao mtodo, este estudo possui uma complementaridade do

    quantitativo e qualitativo.

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    Richardson (2011) declara que: Em sentido genrico, mtodo em pesquisa

    significa a escolha de procedimentos sistemticos para a descrio e explicao de

    fenmenos. E ainda:

    O mtodo quantitativo como o prprio nome indica, caracteriza-se pelo emprego da quantificao tanto nas modalidades decoleta de informaes, quanto no tratamento delas por meio detcnicas estatsticas, desde as mais simples, como percentual,mdia, desvio-padro, s mais complexas, como coeficiente decorrelao, anlise de regresso etc. (Richardson, 2011, p.60).

    J a pesquisa qualitativa, o tipo de pesquisa que mais consegue penetrar

    nos fenmenos sociais, e se caracteriza segundo Richardson (2011, p.90), [...]

    como uma tentativa de uma compreenso detalhada dos significados e

    caractersticas situacionais apresentadas pelos entrevistados [...]. Alm do mais,

    permite trabalhar questes que no podem ser traduzidas em dados estatsticos e

    matemticos, como: sentimentos, valores, atitudes, comportamentos, etc.

    Portanto, Goode e Hatt (1973, p.398 apud Richardson 2011) conclui:

    A pesquisa moderna deve rejeitar como uma falsa dicotomia aseparao entre estudos qualitativos e quantitativos, ou entreponto de vista estatstico e no estatstico. Alm disso, noimporta quo precisam sejam as medidas, o que medidocontinua a ser uma qualidade.

    Nesse sentido, julgamos pertinente fazer o uso dos dois mtodos ao mesmotempo.

    3.2 O Cenrio Espacial da Pesquisa

    O local escolhido para este estudo foi loja CARVALHO & BARROS LTDA,

    (Arco-ris). A mesma uma empresa de pequeno porte, varejista em brinquedos,

    roupas, calados, e utenslios infantis. Possui dez anos de mercado.

    Localizado no centro da cidade de Picos- Piau, e atualmente funciona com

    um total de 10 colaboradores.

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    3.3 Universo ou Populao

    Conforme Richardson (2011) quando se fala em populao de uma pesquisa

    se refere a todos os habitantes de um determinado lugar, como por exemplo, um

    conjunto de indivduos que trabalham em um mesmo ambiente.

    Cada unidade ou membro de uma populao, ou universo,denomina-se elemento, e quando se toma certo nmero deelementos para averiguar algo sobre a populao a quepertencem, fala-se de amostra. Define-se amostra, portanto,como qualquer subconjunto do conjunto universal ou dapopulao (RICHARDSON, 2011, p.158.)

    No entanto, achamos conveniente que a amostra desta pesquisa fosse o

    conjunto na sua totalidade, ou seja, todos os colaborados da loja Arco-ris, por tratar-

    se de uma empresa de pequeno porte e possuir poucos trabalhadores. Assim sendo,

    fizeram parte desse estudo 10 colaboradores da empresa citada acima, sendo

    distribudos nos seguintes cargos: um trabalha no caixa, quatro so vendedores, um

    gerente e um gerente adjunto, dois estoquistas, e um tcnico administrativo.

    3.4 Instrumentos

    A pesquisa se apresenta sob a forma de estudo de caso, que segundo Yin

    (2005, p.32), uma investigao emprica que investiga um fenmeno

    contemporneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os

    limites entre o fenmeno e o contexto no so claramente definidos.

    Inicialmente levantou-se um estudo bibliogrfico constitudo principalmente de

    livros, revistas, e redes eletrnicas, afim de um maior aprofundamento sobre o tema.

    A pesquisa bibliogrfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de

    uma gama de fenmenos muito mais ampla do que poderia pesquisar diretamente

    (GIL, 2006, p.45).

    Posteriormente, para a coleta de dados, utilizamos questionrio com questes

    abertas e fechadas com o propsito de descobrir at que ponto a QVT pode

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    influenciar na produtividade dos colaboradores da loja Arco-ris. Segundo Severino

    (2007, p.125), o uso do questionrio permite levantar informaes escritas por parte

    dos sujeitos pesquisados, com vistas a conhecer a opinio dos mesmos sobre o

    assunto em estudo.

    3.5 Procedimentos de Coleta de Dados

    A aplicao dos questionrios aconteceu por contato direto, isto ,

    entregamos pessoalmente o questionrio na mo de cada colaborador, poracharmos necessrio explicar e discutir os objetivos da pesquisa e do questionrio.

    Os mesmos foram recolhidos posteriormente no prazo combinado com todos os

    colaboradores da loja Arco-ris.

    3.6 Organizao e Anlise dos Dados

    Em primeiro momento foi feito uma leitura do material coletado para organizar

    as ideias, e logo, analisar os elementos essenciais pesquisa.

    Trata-se de compreender melhor um discurso, de aprofundarsuas caractersticas (gramaticais, fonolgicas, cognitivas,ideolgicas etc.) e extrair os momentos mais importantes.Portanto, deve basear-se em teorias relevantes que sirvam demarco de explicao para as descobertas do pesquisador.(RICHARDSON, 2011, p.224).

    Procedeu-se seleo de material da pesquisa de acordo com os seguintes

    eixos temticos (variveis): satisfao salarial; gesto; valorizao/reconhecimento

    do trabalhador; progresso profissional; imagem da empresa; condies de trabalho e

    satisfao quanto aos benefcios oferecidos pela empresa.

    O processamento dos dados coletados foi tabulado de acordo com o grau de

    satisfao dos funcionrios em relao a cada varivel pesquisada.

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    A tabulao de uma varivel decorre da tabulao de todas asperguntas relacionadas a uma determinada varivel. Aponta ograu de satisfao dos funcionrios com relao a umadeterminada varivel. Corresponde a mdia aritmtica dospercentuais de satisfao, obtidos na tabulao das diferentesrespostas relacionadas a cada varivel. (LUZ, 2003, p.61).

    Quanto ao processo de discusso dos dados, optou-se por no citar nomes

    de nenhum dos colaboradores da loja Arco-ris como forma de preservar a

    identidade dos participantes da pesquisa.

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    CAPITULO 4 ANLISE E DISCUSSO DOS RESULTADOS

    Neste captulo ser feita uma avaliao das informaes obtidas durante a

    pesquisa, ou seja, sero discutidas as informaes coletadas junto aos

    colaboradores da loja Arco-ris, relacionando-as a literatura estudada no decorrer

    desta pesquisa.

    4.1 Caracterizao dos pesquisados

    Como citado anteriormente, participaram desta pesquisa os dez

    colaboradores da loja Arco-ris distribudos nas seguintes funes: quatro sovendedores, um caixa, um gerente e um gerente adjunto, dois estoquistas, e um

    tcnico administrativo.

    Dos dez pesquisados, 50% so do sexo feminino e 50% masculinos; 30%

    possuem idade entre 18 a 25 anos, 50% possuem entre 25 a 30 anos, e 20% entre

    35 a 40 anos.

    Destes, 60% tm de 1 a 3 anos de trabalho na loja Arco-ris, 40% dos

    colaboradores esto na empresa entre 5 a 10 anos e somente 10% possuem maisde 10 anos de tempo de servio na empresa mencionada.

    Quanto escolaridade, veja o quadro a seguir:

    ESCOLARIDADE PORCENTAGEM (%)

    Ensino Fundamental incompleto 10Ensino Mdio incompleto 10

    Ensino Mdio completo 40

    Ensino Superior incompleto 30

    Ensino Superior completo 10

    QUADRO 03: Escolaridade dos colaboradores da loja Arco- risFonte:a autora

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    4.2 Apresentao dos Dados

    At aqui, a Qualidade de Vida no Trabalho, tem sido definida de diferentes

    formas por diferentes autores. No entanto, praticamente, todas as definies tm em

    comum, propiciar uma maior humanizao do trabalho, o aumento do bem-estar dos

    trabalhadores e uma maior participao dos mesmos nas decises e problemas do

    trabalho. Agora, com base nas informaes cedidas pelos colaboradores da loja

    Arco-ris construiremos conceitos a partir da estimativa das variveis que podero vir

    a influenciar de forma positiva ou negativa no trabalho.

    A primeira variante o salrio, e a insatisfao demonstrada claramente, no

    momento em que se pede para os pesquisados citarem dois fatores que lhescausam insatisfao no trabalho, 60% dos colaboradores citam a questo salarial.

    Em outros de questionamentos como: o seu salrio satisfaz suas necessidades

    bsicas da vida? Qual o seu nvel de satisfao em relao ao seu trabalho? Sua

    renumerao adequada ao trabalho?, a insatisfao apresenta se com: 73,35%

    dos colaboradores da loja Arco-ris esto insatisfeitos com a questo salarial.

    Observe o grfico abaixo:

    Segundo Luz (2003), o salrio est intensamente ligado a satisfao do

    colaborador, a receita oferecer salrios justos e condies para que as pessoas

    saiam da zona de conforto e tenham desenvolvimento pessoal e profissional. Porm,

    na realidade em estudo, os funcionrios relatam que o dinheiro que recebem pelo

    26,65%

    73,35%

    colaboradores satisfeitos

    colaboradores insatisfeitos

    GRFICO 01: Situao de satisfao salarial dos colaborados.Fonte: a autora

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    seu trabalho insuficiente at mesmo para as necessidades bsicas do dia-a-dia

    como: alimentao, sade, educao, laser etc.

    Contraditoriamente, acontece com o item gesto. Os colaboradores da

    empresa citada acima demonstram satisfao quanto gesto.

    O gestor assume um papel essencial a respeito do clima de sua equipe de

    trabalho, segundo Luz (2003, p.43), ele representa a empresa e exerce varias

    tarefas que podem influenciar positiva ou negativamente o clima organizacional,

    sobretudo seu estilo de gesto.

    Ao avaliar a gesto de uma empresa consideram-se a capacidade tcnica,

    humana e administrativa (planejamento, organizao, controle, liderana) de seus

    gestores. (LUZ, 2003, p.66)O grfico a seguir apresenta o grau de satisfao dos colaboradores em

    relao gesto.

    Como podemos observar quase 70% dos funcionrios gostam do tipo de

    gesto que adotado na empresa, no entanto, interessante ressaltar que os

    colaboradores no levaram em questo a valorizao do prprio funcionrio (ver

    GRFICO 03) como responsabilidade da gesto. Isso porque na realidade

    pesquisada os gestores (o gerente/gerente adjunto) no possuem autonomia para

    influenciar em questes como: salrio, treinamentos, benefcios, permanecer ou no

    um funcionrio na empresa. Na verdade, o perfil do gestor, encontrado na pesquisa,

    de um supervisor do funcionrio, ou seja, monitor de comportamento isto ,

    observar os demais funcionriostrabalhando, fazer compras que sejam lucrativas ao

    proprietrio, e zelar (cobrar) por bons resultados nas vendas.

    68,60%

    31,40% colaboradores satisfeitos

    colaboradores insatisfeitos

    GRFICO 02:A satisfao dos funcionrios com seus gestores.Fonte: a autora

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    Essa a justificativa que temos para os prprios gestores terem citado como

    insatisfao no trabalho a prpria rotina a ausncia de treinamentos e cursos

    profissionalizantes, baixos salrios, falta de probabilidade de crescimento

    profissional e valorizao deste.

    Ento, fica explcito que se os gestores no esto motivados a trabalhar, a

    sua tarefa fica difcil em relao aos demais funcionrios, e estes - os funcionrios -

    conhecendo a real situao no cobram dos gestores quaisquer solues para as

    suas insatisfaes, j que os gestores no possuem autonomia para resolv-las.

    E quando o assunto insatisfao, os colaboradores da loja Arco-ris

    mencionam: salrio, ausncia de benefcios, falta de progresso e reconhecimento

    profissional, desvio de funo, rotina, falta de cursos tcnicos e profissionalizantes, eclimatizao do ambiente, como os principais fatores que geram mais insatisfao

    no trabalho.

    Na realidade pesquisada, todos acreditam que o trabalhador motivado

    desempenha melhor sua funo, aumentando assim a sua produtividade e da

    empresa. No entanto, ressaltam que no exato momento, o que mais necessitam

    para trabalharem motivados uma boa renumerao, ajustado com horas -extras

    (transcrito do questionrio de um dos colaboradores da loja Arco-ris). Essa umareivindicao de 70% dos colaboradores.

    Considerando a varivel: valorizao profissional, o grfico a seguir mostra

    que a loja em pesquisa pouco tem feito para reconhecer o trabalho dos seus

    colaboradores.

    GRFICO 03: Nvel de satisfao dos colaboradores em relao ao reconhecimentoprofissional que recebem da empresa Arco-ris.

    Fonte: a autora

    23,35%

    76,65%colaboradores satisfeitos

    colaboradores insatisfeitos

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    Ainda sobre valorizao do profissional, averiguamos as principais razes

    (motivos) para se trabalhar (permanecer trabalhando) na empresa Arco-ris, e

    segundo os seus colaboradores, so elas: meio de sobrevivncia, falta de melhor

    opo no mercado, a satisfao pelo trabalho que exerce, a credibilidade depositada

    pelos patres 1 aos seus colaboradores, trabalhar na funo em que tem

    embasamento terico e prtico.

    O grfico abaixo apresenta em percentual cada um dos motivos (motivaes)

    que levam os colaboradores a trabalhar no estabelecimento comercial citado acima.

    Levando em considerao o nmero de vezes citados pelos colaboradores.

    Esses percentuais traduzem o quanto renumerao importante para a

    satisfao do trabalhador, o grfico exibiu que 30% dos motivos que os funcionrios

    encontraram para se trabalhar na empresa Arco-ris uma questo de

    sobrevivncia, e s permanecem por falta de opes melhores no mercado (15%

    dos motivos citados).

    Podemos dizer que, apenas 15% das razes pelas quais levam os

    colaboradores a trabalhar na empresa so satisfatrias (5% satisfao pelo trabalho

    que exerce; 5% credibilidade depositada pelos patres aos seus colaboradores;

    5%trabalhar na funo em que tem embasamento terico e prtico).

    1Denominao dada por um colaborador da loja Arco-ris aos proprietrios da loja

    30%

    15%5%5%5%

    40%

    meio de sobrevivncia

    falta de melhor opo no mercado

    a satisfao pelo trabalho que exerce

    credibilidade depositada pelos patres aos

    seus colaboradores

    trabalhar na funo em que tem embasamentoterico e prtico.

    motivos no citados

    GRFICO 04: As principais razes para se trabalhar na empresa Arco-risFonte: a autora

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    Quanto carreira profissional, que tambm no deixa de ser um

    reconhecimento pelo bom trabalho do colaborador, 70% dos pesquisados no vem

    possibilidades de melhoria, nem ao menos se sentem seguros no emprego. Veja o

    ndice de insatisfao em relao progresso profissional no grfico abaixo:

    Observando o grfico acima, percebe-se que totalmente contraditrio aos

    estudos de (Walton 1973, apud Fernandes 1996), que segundo ele, a carreira

    profissional se caracteriza:

    Possibilidade de carreira: Viabilidade de oportunizar avanos na

    instituio e na carreira, reconhecidos por colegas, membros da

    famlia, comunidade.

    Crescimento pessoal: processo de educao continuada para o

    desenvolvimento das potencialidades da pessoa e aplicao das

    mesmas.

    Segurana de seu emprego: Grau de segurana dos empregados

    quanto conservao de seus empregos.

    A presente pesquisa avaliou tambm a variante imagem da empresa, e 30%

    dos pesquisados acreditam que a empresa desfruta de boa imagem diante dos

    funcionrios e que um lugar bom para se trabalhar. No entanto, 70% no possuem

    essa mesma opinio, e as razes alegadas para essa insatisfao so: benefcios

    zero, salrio abaixo do mercado, no valorizao do funcionrio, falta

    perspectiva de crescimento profissional, entre outras.

    37,5%

    62,5%

    satisfeitos

    insatisfeitos

    GRFICO 05: Satisfao dos colaboradores quanto carreira profissional.Fonte: a autora

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    Este sentimento de insatisfao pode desenvolver no colaborador um

    comportamento de omisso onde se "esconder" atrs de outros para no assumir

    responsabilidades, tornando-se improdutivo, sem criatividade e desmotivado para

    aprender novas habilidades.

    Walton (1973, apud Fernandes 1996) explica que a viso do empregado em

    relao sua instituio de trabalho de grande relevncia, pois, o orgulho e a

    satisfao pessoal de fazer parte da instituio geram o desenvolvimento da QVT.

    No que se refere s condies de trabalho 56,65% dos colaboradores da loja

    Arco-ris esto satisfeitos com a jornada de trabalho, com a sua carga de trabalho, e

    afirmam que seu horrio de trabalho no causa nenhum transtorno na sua vida

    pessoal. Enquanto que 43.35% esto insatisfeitos com sua jornada de trabalho sem

    horasextras.

    30%

    70%

    satisfeitos( possuem boa imagem daempresa)

    insatisfeitos (no possuem boa imagem daempresa)

    56,65%43,35%

    satisfeitos insatisfeitos

    GRFICO 06: A boa imagem da empresa diante dos colaboradoresFonte: a autora

    GRFICO 07: Satisfao quanto s condies de trabalhoFonte: a autora

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    De acordo com Walton (1973, apud Fernandes 1996) as condies de

    trabalho um dos fatores que mais influencia na Qualidade de Vida no Trabalho. Ele

    a denomina de Trabalho e espao total de vida, e alega que este o

    balanceamento entre a vida social do empregado e a vida no trabalho, isto ,

    equilbrio entre jornada de trabalho, exigncias de carreira, viagens, e convvio

    familiar; e equilbrio entre horrios de entrada e sada do trabalho e convvio familiar.

    A ltima varivel a ser analisada foi os tipos de benefcios que a empresa

    proporciona aos seus colaboradores, no entanto, a pesquisa revela que a loja Arco-

    ris no oferece nenhum tipo de benefcio aos seus colaboradores. Todavia, fazem

    sugestes: plano de sade, vale transporte, cesta bsica, tquete refeio, Tquete

    alimentao (para compras em supermercado), auxlio educao e lazer/ atividadessociais/ culturais.

    A pergunta que ficou: voc est satisfeito em trabalhar nesta empresa? A

    seguir o grfico apresenta o ndice de Satisfao Geral (ISG) dos colaboradores com

    relao pesquisa como um todo, ou seja, a mdia aritmtica dos percentuais de

    satisfao dos funcionrios, considerando todas as variveis pesquisadas.

    0,00%

    10,00%

    20,00%

    30,00%

    40,00%

    50,00%

    60,00%

    70,00%

    26,6

    5%

    68,6

    0%

    23,3

    5%

    37,5

    0%

    30%

    56,6

    5%

    0,0

    0%

    34,6

    5%

    GRFICO 08: ndice de Satisfao Geral (ISG)

    Fonte: a autora

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    O grfico acima apresenta o resultado geral da pesquisa, indicando um nvel

    de 34,65% de satisfao, sendo possvel conhecer as variveis que se destacaram

    como pontos fortes e fracos na pesquisa e que podem influenciar de forma positiva e

    negativa na Qualidade de Vida no Trabalho. As variveis que obtiveram os melhores

    nveis de aprovao por parte dos empregados foram: Gesto com 68,6% de

    satisfao dos funcionrios; e condies de trabalho com 56,65%.

    A varivel que apresentou o resultado mais crtico de toda a pesquisa foi

    valorizao/reconhecimento (com exceo dos benefcios que nem existem), com

    apenas 23,35% dos funcionrios satisfeitos. Os funcionrios percebem que o

    progresso profissional na empresa no se baseia no mrito de cada colaborador, e

    no se sentem recompensados pelos excelentes desempenhos no trabalho.Merecem tambm ateno os indicadores: Salrio, carreira profissional e imagem da

    empresa.

    De modo geral, os dados apontam que existe uma compreenso desfavorvel

    dos funcionrios quanto a Qualidade de Vida no Trabalho na empresa pesquisada.

    Constatou-se que a grande maioria dos indicadores de QVT recebeu um julgamento

    (dos colaboradores) insatisfatrio, porm todos (os indicadores) podem receber

    medidas corretivas, a fim de elevar a satisfao da populao investigada,priorizando aqueles indicadores que registraram os mais baixos ndices de

    satisfao.

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    CAPITULO 5 CONSIDERAES FINAIS

    O tema Qualidade de Vida no Trabalho , sem dvida, uma preocupao

    crescente e motivadora para todas as empresas que buscam manter um alto

    desempenho e competitividade nos mercados cada vez mais globalizados. Tal

    preocupao se deve ao fato de que a tecnologia um fator determinante do

    sucesso empresarial, reconhecendo no ser humano como um elemento vital para o

    desenvolvimento e o crescimento de uma organizao.

    Nesse contexto, produtividade vai alm da ideia de uma boa produo ou de

    ser eficiente. imprescindvel uma conexo com a melhoria de Qualidade de vida

    de cada indivduo no trabalho e suas consequncias fora dessa esfera. A melhoriado trabalho significa motivao, dignidade e grande participao no desempenho do

    processo de trabalho na organizao. Portanto, produtividade significa desenvolver

    indivduos, cujas vidas podem ser produtivas no sentido amplo.

    A empresa que no atenta para a QVT pode se considerar decadente, uma

    vez que seus clientes internos no esto satisfeitos refletiro esse

    descontentamento na sua produtividade, em outras palavras, o produto final da

    empresa o reflexo da satisfao e da qualidade de vida dos funcionrios, se estetem uma alta qualidade de vida, o produto da empresa ser de alta qualidade e seus

    clientes externos estaro satisfeitos.

    Logo, o investimento no capital humano traz enorme retorno em termos de

    qualidade e produtividade da empresa, pois a tranquilidade fsica e emocional das

    pessoas sinnima do crescimento organizacional. A qualidade de vida do indivduo

    a somatria da satisfao das necessidades fsicas, psicolgicas e sociais deste.

    Todavia, a verdade encontrada nessa pesquisa o trabalhador se submete auma realidade dolorosa, onde a perspectiva de mudanas so poucas, devido aos

    baixos salrios, falta de valorizao profissional e ascenso, a ausncia de

    benefcios, entre outras.

    rendimentos salariais nos quais por muitas vezes no efetivam sua vida com

    dignidade.

    importante ressaltar que sendo a motivao o meio principal para que o

    funcionrio desempenhe seu trabalho com exatido, excelncia e alta produtividade,

    a empresa em estudo detentora de uma barreira que precisa ser rompida, a

    insatisfao dos seus colaboradores com a empresa e com o seu trabalho.

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    A concluso de tudo que a Qualidade de Vida no Trabalho na loja Arco-ris

    praticamente no existe, e o sucesso de crescimento da empresa esta

    comprometido, j que, apreendemos que quanto maior o investimento em qualidade

    de vida para os trabalhadores maior ser o retorno em termos de produtividade e

    qualidade para a empresa. No entanto, nada est perdido, prope-se que os

    empresrios deem mais autonomia aos gestores, qualifiquem melhor seus

    colaboradores, valorizem os seus trabalhos, ofeream benefcios que interfira na

    qualidade de vida do trabalhador.

    Estimamos que fosse necessrio tambm que os administradores tenham

    ouvidos interessados e olhos atentos para o comportamento das pessoas no

    trabalho. Isso s ser possvel quando estiverem convencidos e sensibilizados, daimportncia dos recursos humanos e do clima de suas organizaes, e de que s

    excelente a empresa que estende excelncia qualidade de vida de seus

    funcionrios.

    Nesse sentido, indispensvel conhecer o que os funcionrios pensam sobre

    a empresa e qual a sua atitude em relao aos difer