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AVALIAÇÃO AGRONÔMICA E DE ESTABILIDADE E ADAPTABILIDADE DE HÍBRIDOS DE SORGO GRANÍFERO JANEO EUSTÁQUIO DE ALMEIDA FILHO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO – UENF CAMPOS DOS GOYTCAZES-RJ FEVEREIRO – 2012

Tese MS Janeo Eustaquio Final 1

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AVALIAO AGRONMICA E DE ESTABILIDADE E ADAPTABILIDADE DE HBRIDOS DE SORGO GRANFERO JANEO EUSTQUIO DE ALMEIDA FILHO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSEDARCY RIBEIRO UENF CAMPOS DOS GOYTCAZES-RJ FEVEREIRO 2012 AVALIAO AGRONMICA E DE ESTABILIDADE E ADAPTABILIDADE DE HBRIDOS DE SORGO GRANFERO JANEO EUSTQUIO DE ALMEIDA FILHO DissertaoapresentadaaoCentrodeCincias eTecnologiasAgropecuriasdaUniversidade EstadualdoNorteFluminenseDarcyRibeiro, como parte das exigncias para obteno do ttulo deMestreemGenticaeMelhoramentode Plantas. Orientador: Professor Rogrio Figueiredo Daher CAMPOS DOS GOYTCAZES-RJ FEVEREIRO 2012 AVALIAO AGRONMICA E DE ESTABILIDADE E ADAPTABILIDADE DE HBRIDOS DE SORGO GRANFERO JANEO EUSTQUIO DE ALMEIDA FILHO DissertaoapresentadaaoCentrodeCincias eTecnologiasAgropecuriasdaUniversidade EstadualdoNorteFluminenseDarcyRibeiro, como parte das exigncias para obteno do ttulo deMestreemGenticaeMelhoramentode Plantas. Aprovada em 13 de fevereiro de 2012 Comisso examinadora: _________________________________________________________________ Prof. Antnio Teixeira do Amaral Jnior (D.Sc. Gentica e Melhoramento) UENF _________________________________________________________________ Prof. Alexandre Pio Viana (D.Sc. Produo Vegetal) UENF _________________________________________________________________ Flvio Dessaune Tardin (D.Sc. Produo Vegetal) Embrapa Milho e Sorgo _________________________________________________________________Prof. Rogrio Figueiredo Daher (D.Sc. Produo Vegetal) UENF(Orientador) ii A Deus, o pai amado e misericordioso, e a todos os benfeitores. A meu pai, Janeo Eustquio de Almeida, (In Memoriam). A minha me por seu carinho. Ao meu irmo pela sua alegria. Meus avs. A minha amada Solange. A minha famlia maravilhosa. A todo ser que busca seu aprimoramento. Dedico iii No sei se a vida curta ou longa parans,masseiquenadadoque vivemos tem sentido, se no tocarmos o coraodaspessoas.Muitasvezes, bastaser:coloqueacolhe,braoque envolve,palavraqueconforta,silncio querespeita,alegriaquecontagia, lgrimaquecorre,olharqueacaricia, desejo que sacia, amor que promove. Eissonocoisadeoutro mundo,oquedsentidovida.o que faz com que ela no seja nem curta, nemlongademais,masqueseja intensa,verdadeira,puraenquanto durar.Felizaquelequetransfereoque sabe e aprende o que ensina. Cora Coralina iv AGRADECIMENTOS A Deus... Ao mestre Jesus e a todos os benfeitores... minhameNarah,ameuirmozinhoGabriel,sminhasavsIrenye Ruth,ameusavsPedroeJuarez(InMemoriam),ameustiosGaleno,Jnior, Marcos,Helder,Hernane eHerman,a meusprimosCinthya,Jaqueline,Michele, Tlio,Felipe,Victor,PedroeTatiane,ameuafilhadinhoPauloNeto eatoda minha famlia que, sempre, esteve ao meu lado, em todos os momentos da minha vida. Solange,porserumapessoamuitoespecialparamim,dedicando-me muito carinho e amor.AosamigosMarcos,Artur,Maurcio,Andr(Soncerina),Rafael(Zero Dois),Ramon(BG)eRoberto(TheBeto),pelograndecompanheirismono convvio dirio das repblicas em que eu residi em Campos. AosamigosYaska,Soraia,Elem,Lucas,Fbio,Tatiane,Renato(In Memoriam), Thiago, Caillet, Cludia, Andria, Cntia, Cludia Pombo, Cntia Bento Marilene,Denlson,Ronaldo,Bianca,Rodrigo,Geovana,Pedro,Guilherme, Tarcsio, s meninas do Par Helem e rica, a Romildo, ao Geraldo tec. Agrcola, entrevriosoutroscomosquais,paramim,foiumprazerterconvividoem Campos. v EscolaJesusCristo,ondepudetertimosmomentosdereflexo acerca da vida e aos companheiros da Mocidade M Zenite: Juliana, Saulo, Yuri, Nina, Carita, Matheus e ao professor Celsinho. AmeusamigosWashington,Diego,Renato,Patrcio,Roberto,Rmulo, Danilo, Deyner,Maurcio, Oscar Jnior, Alfredo, Cludio, Georg, Maurl, Murilo e a todos os outros amigos que me apoiam com sua amizade desde antes da UENF ser realidade na minha vida. ADarcyRibeiro,pelainiciativadeconstruirumauniversidadecom tamanha excelncia, como a UENF. AoprofessorRogrioquemeorientounessaempreitada,aoprofessor Thiebaut pela amizade e conhecimentos transmitidos, ao professor Messias pela dedicaoeporensinarcomqualidade,aosprofessoresGonalo,Gravina, Rosana, Telma, Bia, Vanildo e Amaral por ter tido a satisfao de assistir s suas aulas e, tambm, ao professor Alexandre que me ajudou no aprimoramento tanto domeuprojetoquantodaminhadissertao.Tambmnopossodeixarde agradecer a todos os outros professores que, tambm, so comprometidos com a nossa UENF. EmbrapaMilhoeSorgo,emespecial,pessoadomeuamigoFlvio Dessaune Tardin, que me apoiou desde antes de eu concluir minha graduao e que teve papel fundamental neste trabalho, com sua co-orientao. Atodosquecolaboraramcomessetrabalho,emespecialKarlaJorge da Silva, Cssia Moabe de Paula, Milton Jos Cardoso, Edson Bastos, Vicente de PauloCamposGodinho,VinciusdaSilvaLopes,FernandoAndradeeJoo Batista Xavier Neto. Faperj e Capes pela concesso da bolsa de mestrado. Atodos oscidados, que,comsuacontribuiodeimpostos,custearam meus estudos e merecem ter um retorno significativo disso. vi SUMRIO RESUMO .............................................................................................................. viii ABSTRACT............................................................................................................. x 1. INTRODUO .................................................................................................... 1 2. REVISO BIBLIOGRFICA ................................................................................ 3 2.1 Aspectos gerais do sorgo .................................................................................. 3 2.2 Centros de origem e melhoramento gentico do sorgo .................................... 6 2.3 Produo do sorgo granfero ............................................................................. 9 2.4 Gros de sorgo na alimentao ...................................................................... 13 2.4.1 Fatores nutricionais do sorgo .......................................................... 13 2.4.2 Alimentao animal ......................................................................... 15 2.4.3 Alimentao humana ....................................................................... 15 2.5.Interao Gentipo x Ambiente ..................................................................... 16 2.5.1 Identificao de cultivares especficas para cada ambiente ............ 18 2.5.2 Estratificao ambiental .................................................................. 18 2.5.3 Estabilidade e Adaptabilidade ......................................................... 21 3. TRABALHOS .................................................................................................... 30 3.1. AVALIAO AGRONMICA DE HBRIDOS DE SORGO GRANFERO NA SAFRINHA DE VRIAS REGIES PRODUTORAS DO BRASIL. ....................... 30 3.1.1. RESUMO ........................................................................................ 30 3.1.2. ABSTRACT .................................................................................... 31 3.1.3. INTRODUO ............................................................................... 31 vii 3.1.4. MATERIAL E MTODOS ............................................................... 32 3.1.5. RESULTADOS E DISCUSSO ...................................................... 35 3.1.6. CONCLUSO ................................................................................. 47 3.1.6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................... 47 3.2. ESTABILIDADE E ADAPTABILIDADE DE HBRIDOS DE SORGO GRANFERO EM CONDIES DE SAFRINHA. .................................................. 49 3.2.1. RESUMO ........................................................................................ 49 3.2.2. ABSTRACT .................................................................................... 50 3.2.3. INTRODUO ............................................................................... 50 3.2.4. MATERIAL E MTODOS ............................................................... 52 3.2.5. RESULTADOS E DISCUSSO ...................................................... 54 3.2.6. CONCLUSO ................................................................................. 65 3.2.7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................... 66 4. RESUMO E CONCLUSES ............................................................................. 69 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 72 viii RESUMO ALMEIDAFILHO,JaneoEustquiode;M.Sc.;UniversidadeEstadualdoNorte FluminenseDarcyRibeiro;Fevereirode2012;Avaliaoagronmicaede estabilidade e adaptabilidade de hbridos de sorgo granfero; Orientador: Rogrio FigueiredoDaher;Conselheiros:AlexandrePioVianaeAntnioTeixeirado Amaral Jnior. A explorao agrcola do sorgo granfero de grande interesse para o Brasil, uma vez que uma fonte de matria prima menos onerosa para raes animais, sem perderemqualidadenutricional,emcomparaocomomilhoque,ainda,o principalingredientepararaes.Assuascaractersticasxerfitastornam favorvelseucultivoemambientessujeitosaoestressehdrico;comisso,so justificadasasvriasiniciativastantodosetorpblicoquantoprivadoparao melhoramento dessa cultura. Diante disso, para este trabalho, foram avaliados 25 hbridossimplesdesorgogranfero,sendo22hbridosexperimentais, promissoresrecomendaocomocultivares,oriundosdoprogramade melhoramentogenticoadministradopeloNcleodeRecursosGenticoe DesenvolvimentodeCultivaresdaEmbrapaMilhoeSorgo,eascultivares comerciais1G282,BRS308eBRS330.Esseshbridosforamavaliadosem9 diferenteslocaisprodutoresdessacultura,distribudosnoBrasil.Comosdados dessesexperimentos,foramrealizadosdoistrabalhos,umsobreodesempenho agronmico,considerando-seascaractersticasaltura,florescimentoe rendimentodegros,eooutrotrabalhosobreaestabilidadeeaadaptabilidade ix paraacaractersticarendimentodegros,utilizando-seosmtodosdeWricke (1965), Eberhart e Russell (1966), Lin e Binns (1988), AMMI (Zobel et al, 1988) e Purchaseetal.(2000).Pelosresultados,observou-sequeaalturafoilimitante, apenas,paracultivar1G282eohbrido0307689,aadoodocultivodesses hbridos, em ambientes onde sujeito a ventos fortes, requer cautela, pois o alto porte desses hbridos pode favorecer o acamamento. Apesar do hbrido 0307689 terapresentadoporteelevado,essegentipofoiconsideradoprecoceao florescimento,oshbridos0307671,0307421e0307063,tambm,foramde florescimentoprecoceeoshbridos0307091e0307095,juntamentecomas cultivares comerciais, foram os mais tardios. Contudo, a necessidade de dias para florescimento de todos os hbridos foi considerada aceitvel, sendo a diferena de dias,entreomaisprecoceeomaistardio,pequenaemtodososexperimentos. Ascultivares1G282eBRS308sedestacaramporapresentaremasmaiores produtividades de gros, tambm podem ser destacadas as mdias dos hbridos 0307131, 0307651 e 0307071 em Teresina e do hbrido 0009061 a nvel geral. No estudodaestabilidadeedaadaptabilidade,osmtodosdeWricke(1965)ede Purchaseetal.(2000)apresentaramresultadossemelhantes,eosmtodosde Lin e Binns (1988) e de Eberhart e Russell (1966) foram complementares a esses. OmtododeLineBinns(1988)mostrouserdefcilaplicao,poisfoionico quedispensaaanlisedasmdiasparaaseleodeumindivduoprodutivoe estvel.Porm,essemtodonofoifidedignoparaaidentificaode adaptabilidade especfica. A maior parte dos gentipos estveis com indicativo de adaptabilidadegeralapresentoubaixorendimentodegros.Emcontrapartida,o 0009061foiestveledeadaptabilidadegeral,sendoesseoterceiromais produtivo,considerando-seamdiageral.Aanlisedasmdiasassociadaao modeloAMMIsugeriuinteressedacultivar1G282paraGuara,SeteLagoase Vilhena, e os hbridos 0307087 e 0307091 para o sudoeste goiano. Vale ressaltar queflorescimentonofoimensuradoemRioVerdeenememMontividiu;com isso,deve-setercautelanaindicaoparaesseslocais,umavezqueohbrido 0307091semostroutardionosoutrosambientes.Omodeloderegressode EberharteRussell(1966),associadoaomtodoAMMI,foiinteressantepara explicaodoshbridos0307071,0307131,0307511e0307651,que apresentaram estabilidade associada adaptabilidade a ambientes favorveis. x ABSTRACT ALMEIDAFILHO,JaneoEustquiode;M.Sc.;UniversidadeEstadualdoNorte Fluminense Darcy Ribeiro; February 2012; Agronomic evaluation and stability and adaptabilityofgrainsorghumhybrids;Advisor:RogrioFigueiredoDaher;Co-advisors: Alexandre Pio Viana and Antnio Teixeira do Amaral Jnior. The agricultural exploitation of grain sorghum is of great importance to Brazil, once it is one of the least onerous sources of raw material for animal feeding, not losing innutritionalqualitytocorn,whichisstillthemainingredientofanimaldiets.Its xerophyticcharacteristicsmakeitscultivationfavorableinenvironmentsofwater stress; thus, the many initiatives both from the public and the private sector for the improvementofthisculturearejustified.Inlightofthis,forthisstudy,25simple hybridsofgrainsorghumwereevaluated-22experimentalhybrids,promisingto recommendationascultivars,originatedfromthebreedingprogramadministered byNcleodeRecursosGenticoeDesenvolvimentodeCultivaresdaEmbrapa MilhoeSorgo;andcommercialcultivars1G282,BRS308andBRS330.These hybridswereevaluatedat9differentlocationswherethisculturewasproduced, across Brazil. With the data from these experiments, two studies were carried out: oneaboutagronomicperformance,consideringcharacteristicsheight,flowering and yield of grains; the other study was about the stability and adaptability to the characteristicgrainyield,utilizingthemethodsofWricke(1965),Eberhart& Russell (1966), Lin & Binns (1988), AMMI (Zobel et al., 1988) and Purchase et al. (2000). Through the studies, it could be observed that height was only limiting for xi cultivar1G282andhybrid0307689;theadoptionofthecultivationofthese hybrids, in environments of strong wind requires caution, for the big size of these hybridsmayfavorlodging.Althoughhybrid0307689presentedgreatheight,this genotypewasconsideredearlytoflowering.Hybrids0307671,0307421and 0307063 also presented early flowering, and hybrids 0307091 and 0307095, along with the commercial cultivars, were the latest ones. However, the need for days for floweringofallhybridswasconsideredacceptable;thedifferencebetweenthe earliestandthelatesthybrid,indays,wassmallinallexperiments.Cultivars 1G282andBRS308stoodoutforpresentingthegreatestgrainproductivity;the meansofhybrids0307131,0307651and0307071inTeresinaandhybrid 0009061 overall can also be highlighted. In the stability and adaptability assay, the methods of Wricke (1965) and Purchase et al. (2000) presented similar result, and themethodsofLin&Binns(1988)andEberhart&Russell(1966)were complementary to them. The method of Lin & Binns (1988) showed to be of easy application, foritwasthe onlyonewhichdoesnotrequireanalysisofthe means forselectionof aproductiveandstableindividual.However,thismethodwasnot reliablefortheidentificationofspecificadaptability.Themajorityofstable genotypeswithindicationsofgeneraladaptabilitypresentedlowgrainyield.In counterpart, 0009061 was stable and of general adaptability - it was also the most productive one, regarding the overall mean. The analysis of means associated to the AMMI model suggested interest of cultivar 1G282 for the cities of Guara, Sete LagoasandVilhena,andhybrids0307087and0307091fortheSoutheastof Gois.ItisworthremarkingthatfloweringwasnotmeasuredinRioVerdeor Montividiu;thus,onemustbecarefulattheindicationfortheselocations,once hybrid 0307091 showed tardy in the other environments. The regression model of Eberhart&Russell(1966),associatedtotheAMMImethod,wassuitableforthe explanationofhybrids0307071,0307131,0307511and0307651,which presented stability associated to the adaptability to favorable environments. 1 1. INTRODUO Aproduopecuriabrasileiracrescente,conformeindicadoresdo IBGE (2012). Com o aumento desse setor, cresce, tambm, a demanda por gros paraaconfecoderaes,sendoomilho,ainda,oprincipalcomponenteda rao animal (Sindiraes 2010). Entretanto, a substituio pelo sorgo para essa demandamuitointeressante,poisreduzocustodasraessemperdada qualidadenutricional(ZardoeLima,1999;Garcia,etal.,2005;Globessoetal., 2008). Um fator positivo para a expanso da cultura do sorgo, no Brasil, deve-se possibilidadedarealizarasafradesucesso(safrinha).Nessapoca,as condies de cultivo so arriscadas pela frequncia de chuvas serem instveis e, muitasvezes,insuficientesparaumaboaproduo.Comoosorgopossui importantesmecanismosmorfolgicosebioqumicosquelheconferem caractersticasxerfitas,essaculturasemostracomoumainteressante alternativa para ambientes com restries hdricas. Parasuprirademandaporcultivaresdesorgoadaptadasaambientes sujeitosaoestressehdrico,existemvriasiniciativastantodosetorpblico quantoprivado,osquaisadministramprogramasdemelhoramentoeavaliam, anualmente,vriosgentiposquesopromissoresparaocultivoemvrias regies do Brasil. Essesensaiossomuitoimportantesparafornecereminformaesdo potencial produtivo de cada gentipo para as vrias regies de interesse agrcola, 2 alm de proporcionar informaes bsicas sobre outras caractersticas, que esto associadas ao mrito agronmico, como altura e poca de florescimento. Uma dificuldade observada, na avaliao dessa rede de experimentos de sorgonasvriasregiesprodutivas,soosefeitosdainteraoentregentipos comambientes,quearespostadiferencialdosgentiposemfunodas variaesentreoslocaisouanos.Ainteraoumdosmaioresproblemasao realizar uma recomendao de cultivar, pois, em uma avaliao, um determinado gentipo sobressai a outros, porm, ao se repetir o mesmo experimento em outro local ou ano, esse gentipo apresenta resultado inferior aos gentipos que foram inferiores a ele em outras avaliaes. Na literatura, existem vrios trabalhos sobre os percalos da interao de gentipos com ambientes, no entanto a alternativa mais recomendada, para lidar comainterao,aseleodemateriaisestveisecomamplaadaptabilidade (Ramalho et al., 1993; Cruz e Regazzi, 1997). Oconceitomaisbemaceitosobreestabilidadeeadaptabilidadefoio propostoporMariottietal.(1976);segundoessesautores,aestabilidadeest associadaprevisibilidadedodesempenhofenotpicoeadaptabilidade capacidade de responder, vantajosamente, s condies ambientais submetidas. Com objetivo de explorar a estabilidade e a adaptabilidade, vrios autores propuseramdiferentesmetodologiasbiomtricas,sendoalgumasalternativas enquantooutrascomplementares(CruzeRegazzi,1997).Vriasdessas metodologiasso,amplamente,utilizadas,sendoessas,muitasvezes, comparadasemavaliaodediversasespcies(Scapimetal.,2000;Mekbib 2003;CargneluttiFilhoetal.,2007;SilvaeDuarte2006;MohammadieAmri, 2008; Silva Filho et al., 2008; Scapim et al., 2010; Vilela et al., 2011) Diantedoexposto,oobjetivodoestudofoiaavaliaoagronmicaea anlisedaestabilidadeeadaptabilidadede25hbridossimplesdesorgo granfero,avaliadosemvriasregiesprodutorasdessacultura,distribudosno Brasil, sendo que vinte e dois desses hbridos esto na fase final do programa de melhoramentoadministradopeloNcleodeRecursosGenticose DesenvolvimentodeCultivaresdaEmbrapaMilhoeSorgo;trssocultivares comerciais. 3 2. REVISO BIBLIOGRFICA 2.1 Aspectos gerais do sorgo OsorgoumaplantapertencenteaoReinoPlantae;Diviso Magnoliophyta(Angiospermas);ClasseLiliopsida(Monocotiledonea);OrdemPoales;Famlia:Poaceae(Gramneas);GneroSorghum;Espcie:Sorghum bicolor.Quantoaonmerodecromossomos,aespcieS.bicolor(L.)Moench uma espcie diplide com 2n = 20 cromossomos (Santos et al., 2005). Aplantadosorgoformadapelasseguintespartes:colmoereto, suportadoporumsistemaradicularvigorosocomrazesseminaiseadventcias; folhasalternadascompostasporbainhaelminafoliaroriundasdens individuais,onmerodefolhasvariade7a30,dependendodogentipoedo tempodecrescimento,oentrensuperiorchamadodepednculoealtima folhadefolhabandeira.Ainflorescnciadenominadapancula,quepossuium eixocentralouraquis,porondeseoriginamasramificaesprimrias, secundriasetercirias;nasramificaesfinais,encontram-seosracemosde espiguetas.Essaspanculaspodemsercompactasouabertas.Apso surgimentocompletodafolhabandeira,ocrescimentodapanculaeo crescimentodopednculoforamesteparaforadafolhabandeira,oque conhecidocomoemborrachamento.Osracemoscarregamasespiguetasaos pares,sendoumasssilhermafroditaeumapediceladaestaminada.Essa 4 estruturafloralculminaemumataxadefecundaocruzadaentre2a10%em condies normais (Santos et al., 2005). Comavariabilidademorfolgicaobservadanessaespcie,existem diferentespropsitosparaseucultivo;nessembito,tem-seosorgogranfero, silagem,sacarino,pastejoevassoura.Ogranferoomaiscultivadonomundo (Duarte,2010);nessecaso,aplantadeveserdepequenoporteparaacolheita mecanizada e apresentar grande rendimento de gros. O sorgo para silagem o segundomaiscultivado(Santosetal.,2005),sendoqueasplantasdevemser altaseapresentaremboasqualidadesbromatolgicas.Algumascultivaresque possuemaptidoparaproduodegrosesilagemsoconsideradascomo duplopropsito.Osorgosacarino,tambm,deveseralto,pormestedeve possuircaldodentrodocolmocomgrandeconcentraodesacarose,paraa fabricao de lcool e o sorgo de pastejo deve possuir crescimento inicial rpido, poisumadesuascaractersticasarpidaformaodapastagem,almde apresentarboasqualidadesbromatolgicas.Porfim,osorgovassoura explorado,basicamente,pelaagriculturafamiliar,esuasplantasdevempossuir panculas com rquis longas para a confeco de vassouras. Adiferenciaofloralocorrede30a40diasapsagerminao;depois de 10 dias, ocorre o emborrachamento. O florescimento se inicia nas espiguetas ssseis do pice para a base da pancula durante um perodo mdio de quatro a seisdias.Oplensemantmviveldurantetrsacincohoras,eosestigmas ficam receptveis durante uma semana ou mais. Osorgosensvelaofotoperiodo(plantadediascurtos),ouseja,seu florescimentoseconsolidacomoestmulodadiminuiodofotoperodoaps alcanar o fotoperodo crtico. O fotoperodo crtico a quantidade de perodo de luz que delimita se a planta vai ser estimulada a florescer ou no, sendo que esta sfloresceseofotoperodoforinferioraofotoperodocrtico(Magalhese Dures, 2003). Por isso, cultivares de sorgo para silagem so plantadas aps as primeiraschuvasdoano;esseplantiocedotemopropsitodeprolongarafase vegetativa.Porm,emvirtudedomelhoramento,ascultivarescomerciaisdesorgo granfero so insensveis ao foto perodo. 5 Aalturadaplantadesorgopodevariarde0,4a4m,sendoessauma herana governada por quatro genes que atuam de forma independente e aditiva (Magalhes et al., 2003). DeacordocomMagalhesetal.(2010),odesenvolvimentodosorgo dividido em trs estgios de crescimento (EC). O EC1 compreende a fase desde a germinao at a diferenciao da pancula. Nessa fase, imprescindvel que a germinaoseestabelearapidamente,poisaplntulamuitosensvela estresses abiticos. Vale ressaltar que, como a semente pequena, a quantidade de carboidratos de reserva na semente fornecida plntula pequena. Na etapa subsequente(EC2),compreendidadainiciaodapanculaatoflorescimento, sendoofotoperodoimportanteparasuatransio,umavezqueosorgouma culturadediascurtos,orendimentodegrossustentadoporumbom desenvolvimentodareafoliar,eficientesistemaradiculareacmulodematria seca.Porfim,oEC3,quetemincionafloraoeterminanamaturao fisiolgicadosgros,eosfatoresassociadosaorendimentodacultura,nessa fase, so aqueles relacionados ao enchimento de gros. AespcieSorghumbicolorpossuicicloC4,comaltastaxas fotossintticas. Sua tolerncia ao estresse hdrico e excesso de gua maior do queamaioriadosoutroscereais.Essaespcieapresentaimportantes caractersticas xerfitas, tornando-se uma boa opo para o cultivo em ambientes com problemas no suprimento hdrico. Osorgorequermenosguaparasedesenvolver,quandocomparado com outros cereais. Um exemplo da boa converso de gua, em matria seca do sorgo,podeserconstatadoaocompararcommilhoetrigo,poisessasespcies necessitamde370e500kgdeguarespectivamenteparaproduzir1kgde massaseca,enquantoqueosorgonecessitade,apenas,330kgdegua (Magalhes et al., 2010). Essesautoresressaltam,ainda,queatolernciasecauma caractersticacomplexa,poisenvolve,simultaneamente,aspectos demorfologia, fisiologiaebioqumica.Dentreasadaptaesmorfolgicasdosorgopara ambientes com escassez de gua, pode-se considerar a presena de cera natural najunodabainhacomolimbo,oquelevaaplantaaperdermenosguana transpiraoeumsistemaradicularprofundoeramificado,oqualeficientena extraodeguadosolo.Emcomparaocomosistemaradiculardomilho, 6 ambasasespciespossuemmesmaquantidadedemassaderaizprincipal, porma massadaraizadventciadosorgo,no mnimo,o dobroemrelao do milho. Alm disso, o sistema radicular do sorgo mais extenso, fibroso e com maior nmero de pelos absorventes.Emcondiesdeestressehdrico,aplantadiminuiometabolismo, murcha(hiberna)etemumpoderextraordinrioderecuperaoquandoo estresse interrompido (Magalhes et al., 2010). Limaetal.(2011)observaramqueasfasesemqueoestressehdrico acarretouemmaiorreduodaproduodegrosforamnapocado florescimento e fase de plntula respectivamente. 2.2 Centros de origem e melhoramento gentico do sorgo OsorgoseoriginounoNoroesteAfricano,sendonessaregioondese encontra a maior diversidade de materiais silvestres e cultivados. Provavelmente a domesticao dessa espcie foi na Etipia, pela seleo das espcies silvestres Sorghum arundinaceum e/ou Sorghum verticilliflorum, h cerca de 7.000 anos. O sorgo foi distribudo por toda a frica, pelas rotas de comrcio. Do Oriente Mdio, osorgochegou ndia,h3.000 anos;dandia, elealcanoua Chinapelarota daseda,nosculoIII.NaAmricadoNorte,osorgochegouem1857;nos Estados Unidos, pelos escravos e, depois, chegou Amrica Latina e Austrlia (Santos et al. 2005). O fato dessa espcie ter se originado na frica explica sua tolerncia ao estressehdrico,umavezque,nessecontinente,existemvriasreascom elevadastemperaturaserestriohdrica;provavelmenteocorreuseleo, favorecendo indivduos adaptados a essas condies. Almdousodaintroduodemateriaisgenticos,omelhoramentodo sorgopodeserobtidocomtodasasmetodologiasutilizadasparaasplantas autgamas.Geralmenteseutilizamastcnicasdemelhoramentodeautgamas emsorgoapartirdeumapopulaooriundadeumcruzamentobiparental, dirigidomanualmente(Santosetal.,2005).Paraaotimizaodaconduoda populaoalvodomelhoramento,explorando-seaautofecundao,podemser utilizadassacolasdepapelparagarantirautogamiatotal,cobrindo-seas panculas na poca oportuna. 7 Omelhoramentodaculturadosorgoocorre,tambm,comaexplorao derecombinaoentreosindivduos,porm,devidoestruturaeaos mecanismosnaturaisdepolinizaodesuainflorescncia,arealizaodeum cruzamentocontroladoentredoisindivduosumatarefadifcildevido dificuldade da emasculao. Porm, o sorgo possui uma caracterstica que torna possvel a explorao darecombinaoentreindivduosdeformaintensa,podendo,assim,explorara variabilidadegeradaemvriosmtodosdemelhoramentodeplantasalgamas, que a esterilidade masculina ou macho esterilidade. Existemvriosmecanismosdemachoesterilidadenosorgo,masdois sistemasapresentammaiordestaque.Umamachoesterilidadegentica controladapelogenems3davariedadeCoes.Essegenepossuidoisalelosea interaoentreessesalelosdedominnciacompleta,aformahomozigota recessivaacarretaemmachoesterilidade,enquantoasduasoutrasformas genotpicassofrteis.Ooutrosistemaamachoesterilidadegentico-citoplasmtica,cujosistemagovernadopelainteraodogeneKafireo citoplasmaMilo.OcitoplasmaMiloacarretaemfentipomachoestreo,ogene Kafirpossuidoisaleloscominteraoentrealelosdedominnciacompleta,a formahomozigotadominanteeheterozigota,queimpedemqueogentipocom citoplasma Milo seja macho estreo (Santos et al., 2005). Comousodemacho-esterilidade,realizadomelhoramentodessa culturadeduasformas,melhorandoumapopulaoeaumentando, gradativamente,afrequnciadealelosfavorveiscomousodamacho esterilidade gentica, ou com a explorao da heterose com hbridos simples com o uso da macho esterilidade gentico-citoplasmtica.Omelhoramentodepopulaoobtidocomastcnicasdeseleo recorrentedescritasporPaternianieMirandaFilho(1987)paraculturadomilho, porm,nocasodosorgo,deve-se,sempre,colherassementesdosindivduos macho-estreis; com isso, essa populao est sendo articulada a ter metade dos indivduos macho-estreis e ter 100% de alogamia. Para realizar o melhoramento visando obteno de hbridos simples em escalacomercial,sonecessrios,pelomenos,trsdiferenteslinhagenspara obteno de um hbrido simples. A primeira denominada como linhagem A, que possui citoplasma estril e os alelos restauradores da esterilidade recessivos, ou 8 seja, uma linhagem totalmente macho-estril. A segunda linhagem a linhagem B,tambmdenominadacomomantenedora;essalinhagempossuiamesma constituiogenticadalinhagemA,pormcomocitoplasmafrtil,ouseja, linhagemutilizadaparamultiplicaodalinhagemA.Porfim,aterceira,que denominadacomolinhagemR;tambmconhecidacomorestauradora,essa linhagemdeveserdeumgrupoheterticodivergentedalinhagemA,poisa heteroseexploradacomocruzamentoentrealinhagemAeR.AlinhagemR deveserhomozigotadominanteparaogenequerestauraafertilidade,poiso hbrido no pode ser estril. ParaaobtenodedeterminadaslinhagensA,comasdevidas caractersticasaseremexploradas,utilizadaatcnicaderetrocruzamentos sucessivoscomalinhagemdeconstituiogenticadeinteressecomo recorrente,edalinhagemcomocitoplasmadeinteressecomodoadora.Nessa etapa,ousodemarcadoresmolecularesumaferramentaimportantepara otimizao da seleo. J para obteno das linhagens B e R, usada a seleo recorrente, utilizando-se o gene ms3. A obteno de novas linhagens, a partir da populao em heterozigose, realizadacomautofecundaessucessivascomseleoemcadageraoat obteralinhapura.Nosorgo,tambm,observadaperdadevigordevido endogamia (Scapim et al., 1998); com isso, a seleo recorrente se mostra como umaalternativainteressante,poisosindivduos,oriundosdeumapopulao melhorada,possuemmaiorchancedenoapresentaremgenesfavorveis ligadoscomgenesdeletrios.SegundoPaternianieMirandaFilho(1987),em populaesmelhoradas,maioraprobabilidadedeextraodelinhagens superiores com a finalidade de obteno de hbridos. Ademandamaiordecultivaresdesorgoseconcentranoshbridos simples.DeacordocomTardinetal.(2010),oshbridossimplespredominam devidosuaelevadaprodutividadeassociadaaumrendimentoestvel,tendo comoqualidadesexploradas,tantonomelhoramentogenticocomopelos produtores:tolernciaaperodosdedficithdricoprincipalmenteemps-florescimento; resistncia ao acamamento e ao quebramento; ausncia de tanino nosgros(ousodecultivarescomtaninoestrestritoaoRioGrandedoSul); porteentre1,0me1,5m(parasorgogranfero)comboaproduodemassa 9 residual; ciclo precoce a mdio; resistncia s doenas predominantes na regio de plantio. Outracaractersticainteressanteparaumacultivardesafrinhaa responsividadeemambientesfavorveis,pois,apesarde,namaiorpartedas ocasies,osmecanismosdetolernciaaoestresseseremexigidos,so observadas, tambm, situaes de clima favorvel devido instabilidade climtica nessa poca. 2.3 Produo do sorgo granfero O sorgo foi introduzido no Brasil, no sculo XX, mas teve certa resistncia paraconsolidaocomoumaculturacompotencialdecultivo,poismuitoso enxergavamcomoumcompetidordomilho(Duarte,2010).Porm,nodecorrer dosanos,observadoumaumentoacentuadoemreaplantadaeproduo dessacultura,pormaprodutividadedessaculturanotevegrandesaumentos (Conab, 2012, APPS, 2012, IBGE, 2012), conforme a Figura 1.Segundo Duarte (2010), o aumento da produo de sorgo, no Brasil, pode serassociadoatrsfatoresprincipais:a)acriaodoGrupoPro-Sorgo, compostoporrepresentantesdaindstriadesementes,dapesquisa agropecuria,deinstituiespblicasentreoutros,hojeincorporadona AssociaoPaulistadeProdutoresdeSementeseMudas(APPS).Essegrupo tevecomometaofomentodaproduodesorgonoBrasil,divulgandoas potencialidadesdaculturaeastecnologiasassociadasaosistemadeproduo; b) o segundo est associado ao uso do sorgo como alternativa de rotao com a soja e fonte de palhada em sistemas de plantio direto nas regies Centro-Oeste e Sudeste;c)oterceirofatorestrelacionadocomaimportnciacrescenteda segundasafra(safrinha)naregiocentraldoBrasil,poisosorgorepresenta menor risco de frustrao de safra devido s suas caractersticas xerfitas. Figura1. Evoluo da rea plantada, produo e produtividade de sorgo granfero ao longo dos anos, segundo APPS (2012). De acordo com a APPS (2012), na safra de 2010/2011, mais de 95% do plantio de sorgo granferoexiste um maior risco de dficit hdrico, fundamental quetenhamdisposioumaespciecomtolernciaaoestredecorrnciadisso,muitosagricultoresoptampeloplantiodosorgoemvezdo milhonasafrinha,porestaserumaculturamaisadaptadaaessascondies, proporcionando menos riscos com eventuais faltaApesarde,emvriospasesalimentaohumana,noBrasilalimentao animal (Figura 2), eosorgosemostracomoumaculturadepotencialaserexplorado,poisa demanda de gros crescente. Em consonncia com esse cenriocadeia produtiva de sorgotmfinsmaisnobres,seriam, parcialmente, Figura2.Utilizaodegrosdesorgodasafra2009/2010noBrasilSindiraes (2010) 050010001500200025003000rea (Mil ha)17%10% luo da rea plantada, produo e produtividade de sorgo granfero ao longo dos anos, segundo APPS (2012). De acordo com a APPS (2012), na safra de 2010/2011, mais de 95% do plantio de sorgo granfero, no Brasil, foi realizado na safrinha. Como nessexiste um maior risco de dficit hdrico, fundamental que os produtores de gros disposioumaespciecomtolernciaaoestremuitosagricultoresoptampeloplantiodosorgoemvezdo porestaserumaculturamaisadaptadaaessascondies, proporcionando menos riscos com eventuais faltas de chuvas.emvriospases,grosdesorgoseremutilizadosna alimentaohumana,noBrasil,estaculturaquasetotalmentedestinadaalimentao animal (Figura 2), e, com o crescente aumento da pecuria brasileira, osorgosemostracomoumaculturadepotencialaserexplorado,poisa demanda de gros crescente. Em consonncia com esse cenriocadeia produtiva de sorgo muito interessante, pois componentes ,noBrasil,comomilho,triguilho,trigo,farelodearrozetc., substitudos.Figura2.Utilizaodegrosdesorgodasafra2009/2010noBrasilSafrasrea (Mil ha) Produo (Milhes de t) Produtividade (Kg/ha)3%35%17%!ves "u#$os %ovi$os &utros10 luo da rea plantada, produo e produtividade de sorgo granfero De acordo com a APPS (2012), na safra de 2010/2011, mais de 95% do realizado na safrinha. Como nessa poca os produtores de gros disposioumaespciecomtolernciaaoestressehdrico.Em muitosagricultoresoptampeloplantiodosorgoemvezdo porestaserumaculturamaisadaptadaaessascondies, de chuvas. grosdesorgoseremutilizadosna aquasetotalmentedestinada com o crescente aumento da pecuria brasileira, osorgosemostracomoumaculturadepotencialaserexplorado,poisa demanda de gros crescente. Em consonncia com esse cenrio, o aumento da muito interessante, pois componentes de raes que noBrasil,comomilho,triguilho,trigo,farelodearrozetc., Figura2.Utilizaodegrosdesorgodasafra2009/2010noBrasil,segundo Produtividade (Kg/ha)11 observadoqueexisteumademandadesorgoquereprimidapela insuficiente oferta (Duarte, 2010). Segundo a Sindiraes (2010), que absorve 60 e40%daproduonacionaldemilhoefarelodesojarespectivamente,esses componentesestoemalta,desde2006.Deacordocomessesindicato,existe umanecessidadedetornarosistemadeproduoanimalmenosoneroso,eo aumento da implementao do sorgo, nas raes, uma alternativa interessante. Devidonecessidadedaobtenodegrosdesorgo,vriasempresas lanam contratos de compra futura da matria prima. Mezzena (2002), em anlise dademandapotencialdosorgonoBrasil,constatouque,sehouvesseum aumentodaofertadosorgoparanveisde10%emrelaoofertadomilho, essaproduoseriatodaabsorvida,e,comisso,regularizariaaofertade componentesderao,reduziriaoscustosderaesecarnesproduzidase consolidaria o Brasil no cenrio internacional de oferta de milho. De acordo com o estudodesseautor,oaumentodaofertadegrosdesorgoumamdia interessante a nvel mundial (Tabela 1). Tabela 1. Razo entre o consumo de milho e o consumo de sorgo no mundo, no ano de 2011, segundo USDA (2012). Pas Consumo de milho t ( x 103) Consumo de Sorgo t ( x 103) Razo milho:sorgo (%) EUA285.0005.3121,86 China176.0001.8001,02 Mxico29.0009.40032,41 ndia18.0006.70037,22 Argentina7.3002.20030,14 Brasil49.5002.2754,60 Outros278.08636.92113,28 Total842.88664.6087,67 Aoconsideraranecessidadedeaumentodaofertadegrosdesorgo, deve-seanalisaraprodutividadedacultura. DeacordocomTardinetal.(2010), um fator carente de explorao nos sistemas de produo de sorgo o potencial produtivodosgentipos.Segundoessesosautores,ascultivaresdesorgotm potencialdeexpressarumaprodutividadedegrosnafaixade10e7tha-1 em condies favorveis de safra e em plantio de sucesso respectivamente.Entretanto, o que se observa um certo receio dos produtores em investir tecnologiaemplantiosdesucesso.Muitosprodutoresevitamrealizarostratos culturaisadequadamente,justificandoqueapocadesafrinhapossuimuitos riscosclimticos,e, potencial da cultura (Figura 1).Aproduo brasileira desorgopredomina naregiocentrotambm, as regies sudeste e nordeste como regies de destaque (Figura 3). Na regionordeste,aculturadosorgotemgrandeps caractersticas de clima semiFigura 3. Participao das regies brasileiras na produo da safra 2010/2011 de sorgo granfero em t x 10 Ao analisar o panorama mundial da produo de sorgoem, apenas, 4% da produo, sendo que os maiores produtores so Nigria, EUA endiacomparticipaode(Figura4A).Aproduodesorgoimportantes regies: pases abaixo do Saara; Amrica do Norte; Amrica do Sul e sul da sia, essas regies participam com 44, 24, 11 e 10% da produo mundial respectivamente (Figura 4 B). 1'()7 culturaisadequadamente,justificandoqueapocadesafrinhapossuimuitos comisso,aprodutividadebrasileirabeminferiorao a (Figura 1). Aproduo brasileira desorgopredomina naregiocentroas regies sudeste e nordeste como regies de destaque (Figura 3). Na regionordeste,aculturadosorgotemgrandepotencialdecrescimentodevido s caractersticas de clima semi-rido da regio. Figura 3. Participao das regies brasileiras na produo da safra 2010/2011 de sorgo granfero em t x 103, segundo Conab (2012). Ao analisar o panorama mundial da produo de sorgo4% da produo, sendo que os maiores produtores so Nigria, EUA endiacomparticipaode,aproximadamente,18,13e10%respectivamente (Figura4A).Aproduodesorgo,nomundo,podeserdivididaemquatro regies: pases abaixo do Saara; Amrica do Norte; Amrica do Sul e sul da sia, essas regies participam com 44, 24, 11 e 10% da produo mundial respectivamente (Figura 4 B). 517)312*)(2*)11'()723)'+e$tro &este ,ordeste ,orte "udeste12 culturaisadequadamente,justificandoqueapocadesafrinhapossuimuitos aprodutividadebrasileirabeminferiorao Aproduo brasileira desorgopredomina naregiocentro-oeste,tendo, as regies sudeste e nordeste como regies de destaque (Figura 3). Na otencialdecrescimentodevido Figura 3. Participao das regies brasileiras na produo da safra 2010/2011 de Ao analisar o panorama mundial da produo de sorgo, o Brasil participa 4% da produo, sendo que os maiores produtores so Nigria, EUA 18,13e10%respectivamente podeserdivididaemquatro regies: pases abaixo do Saara; Amrica do Norte; Amrica do Sul e sul da sia, essas regies participam com 44, 24, 11 e 10% da produo mundial 517)3"ul Figura4.Participaodepasesprodutoresdegrosdesorgonasaf2010/2011(A)eparticipaoderegiesprodutorasdegrosdesorgonasafra 2010/2011 (B), em t x 10 2.4 Gros de sorgo na alimentao2.4.1 Fatores nutricionais do sorgoOvalornutricionaldosorgovariadeacordocomascondies ambientais.SegundoRumkinetal.(1996)qualidades nutricionais muito semelhantes ao do milho e do trigo. De acordo com Dickoetal.(2006), carboidratos;7a15%deprotenas;1,5a6%degorduras;1a4%decinzas, considerando que esteja com 8 a 12% de umidade.Emgeral,osorgoumafonteenergtica,umpoucoinferioraomilho. Para sunos, a energia digestvel e metamilho.Opercentualdeprotenadosorgovariasuperioraodomilho.Porm,osnveismaioresdeprotenas mantm a mesma proporo de aminocidos essenciais para nutrio de avA%rasil(-5(-571B!./ri0a do $orte Figura4.Participaodepasesprodutoresdegrosdesorgonasaf2010/2011(A)eparticipaoderegiesprodutorasdegrosdesorgonasafra 2010/2011 (B), em t x 103, segundo USDA (2012). 2.4 Gros de sorgo na alimentao 2.4.1 Fatores nutricionais do sorgo Ovalornutricionaldosorgovariadeacordocomascondies ambientais.SegundoRumkinetal.(1996),osgrosdesorgopossuem qualidades nutricionais muito semelhantes ao do milho e do trigo. De acordo com acomposiodogrodesorgode65a80%de carboidratos;7a15%deprotenas;1,5a6%degorduras;1a4%decinzas, considerando que esteja com 8 a 12% de umidade. osorgoumafonteenergtica,umpoucoinferioraomilho. a energia digestvel e metabolizvel cerca de 6% menor que a do milho.Opercentualdeprotenadosorgovaria,emmdiasuperioraodomilho.Porm,osnveismaioresdeprotenas m a mesma proporo de aminocidos essenciais para nutrio de av2-31'-77*(-7'07-35011-7002*-1*3%rasil 12! 3$dia M/4i0o ,ig/ria1(-12*7-'712*-020(-5(-571!./ri0a do sul Pa#ses a5ai4o do "aara "ul da 6sia13 Figura4.Participaodepasesprodutoresdegrosdesorgonasafra 2010/2011(A)eparticipaoderegiesprodutorasdegrosdesorgonasafra Ovalornutricionaldosorgovariadeacordocomascondies osgrosdesorgopossuem qualidades nutricionais muito semelhantes ao do milho e do trigo. De acordo com orgode65a80%de carboidratos;7a15%deprotenas;1,5a6%degorduras;1a4%decinzas, osorgoumafonteenergtica,umpoucoinferioraomilho. bolizvel cerca de 6% menor que a do emmdia,de8a9,sendo superioraodomilho.Porm,osnveismaioresdeprotenasnosorgono m a mesma proporo de aminocidos essenciais para nutrio de aves e 11-700&utros2*-020"ul da 6sia &utras regies14 sunos.Essavariaonacomposiodosgroscausada,principalmente,por condies edafoclimticas (Zardo e Lima, 1999). Existemcompostosfenlicosemalgunsgentiposdesorgoque,ainda, noforamdescobertassuasreaisfunesnaplanta.Essescompostosso secundrios, pois no participam de nenhuma funo essencial da planta (Cabral Filho, 2004). Comoosorgonopossuiproteoparaassementes,como,por exemplo, a palha no caso do milho, as glumas para o trigo e cevada, Magalhes e Dures (2003) afirmam que a planta de sorgo produz esses compostos fenlicos com finalidade de defesa contra pssaros e patgenos.Segundo esses autores, existem diversos compostos fenlicos presentes no gro de sorgo, sendo que esses podem afetar a cor, a aparncia e a qualidade nutricional. Esses compostos podem ser divididos em trs grupos bsicos: cidos fenlicos, flavonides e taninos.Os cidos fenlicos so encontrados em todo tipo de sorgo, j flavonides podemserdetectadosemmuitos,pormnoemtodosorgo.Jotanino encontrado em um tecido abaixo do pericarpo, chamado de testa. A presena da testafatordecisivoparapresenadetanino.Oscidosfenlicoseos flavonides no causam nenhum efeito adverso na qualidade nutricional. Existem dois grupos de taninos: hidrolisveis e condensados.No existem evidncias da presena de tanino hidrolisvel no sorgo. J o taninocondensado(encontradoemalgunsgentiposdesorgo)temcomo caractersticaseufatorantinutricionalporformarcomplexoscomprotenasque diminuem a digestibilidade e palatabilidade, principalmente, em monogstricos. Deacordocomessesautores,apresenadotaninodevido constituiogentica.Pelaanliselaboratorial,consegue-severificarapresena ouausnciadessecomposto,eessaanlisebaseadanamensuraodoteor de compostos fenlicos no gro, e, se o resultado for inferior a 0,7%, significa que nopossuitaninocondensadonosgros,apenas,oscompostosfenlicosque no so antinutricionais como cido fenlico e flavonides. 15 2.4.2 Alimentao animal Vriosestudoscomprovamqueautilizaodosorgoemraes animaismuitobenfica,umavezque,aoseutilizarosorgoemdetrimentodo milho na composio da rao, alm de no haver perdas nutricionais, obtm-se obenefciodeeconomicidade,umavezqueosorgomaisbaratoqueomilho. No Brasil, o custo do gro de sorgo de, aproximadamente, 80% do valor pago mesma quantidade de milho (Conab, 2012). ZardoeLima(1999)ressaltamqueomilhopodesersubstitudopelo sorgo,totalmente,paranutriodesunos,desdequeosteoresnutricionais sejamajustadoscomoutrosingredienteseconsideradososfatores antinutricionais. Vriosestudosdasubstituiodomilho por sorgocombaixaquantidade de tanino foram realizados em monogstricos. Nos estudos de Garcia et al. (2005) e de Globesso et al. (2008), foi observado que a substituio do milho por sorgo noafetaorendimentodeaveseequinos,respectivamente.Marquesetal. (2007) concluram que a substituio de 50% do milho por sorgo com baixo tanino no afeta o rendimento de sunos. Devidomicrofloraexistentenorumem,osruminantestolerammaisos efeitosantinutricionaisdotanino(Selingeretal.,1996).Larranetal.(2007) demonstraramefeitoassociativopositivodousodediferentesgrosdecereais embovinosconfinadoscomasubstituiode35%domilhodadietaporsorgo com alto teor de tanino. SegundoLarranetal.(2009),asubstituiode,at,50%domilhoda dieta por sorgo com alto teor de tanino, em dieta de bovinos confinados, no afeta aingestodealimentos,conversoalimentar,ganhomdiodepesodirioeo peso vivo final. Cabral Filho (2004) estudou o efeito do tanino do sorgo na alimentao de ovinoseverificouquealtasconcentraesdetaninonogropodeminfluenciar, negativamente, a utilizao de nitrognio diettico pelos animais. 2.4.3 Alimentao humana Autilizaodesorgonaalimentaohumanatemgrandepotencial, porm,noBrasil,osorgoquasequeexclusivamentedestinadoalimentao 16 animal. A Embrapa Milho e Sorgo, em parceria com a Embrapa Agroindstria de Alimentos,jchegouadesenvolverumalinhadepesquisaparaobtenode cultivaresdestinadasconfecodefarinha.AtualmenteaEmbrapaMilhoe Sorgoexerceumpapelnadifusodeconhecimentosobreosbenefciosdo consumo do sorgo como alimento para seres humanos. O consumo de sorgo, na alimentao humana, no mundo, estimado em 35%(Awika;Rooney,2004).DeacordocomMutisyaetal.(2009),maisde500 milhesdepessoasquevivemempasesemdesenvolvimentoutilizamosorgo comoalimentobsico,sendoosorgoresponsvelpor,at,70%daingesto calrica. Osprincipaisprodutosalimentciosderivadosdosorgo,nasia,frica e AmricaCentral,sopes,tortilhas,cervejas,cuscuzesnacks.Alguns programas de melhoramento gentico tm buscado obter cultivares de sorgo com melhor qualidade alimentcia para o uso do cereal na alimentao humana. Como osorgonocontmglten,temsidorecomendado,ainda,comoingrediente alternativoaotrigoemalimentosdestinadosaindivduosquesofremdedoena celaca (Queiroz et al., 2008). Moraesetal.(2010)relataramestudosquetmconfirmadoelevado potencialantioxidantedosorgoemfunodapresenadecompostosfenlicos, sendoqueseuconsumopodeestarassociadoreduodoriscodedoenas como as cardiovasculares, diabetes, obesidade e cncer. 2.5.Interao Gentipo x Ambiente Acomplexidadegenticadeumindivduoexploradaafimdequese obtenhambonsfentipos.Porm,ofentiponoseexpressa,exclusivamente, em funo do efeito genotpico, a expresso fenotpica, tambm, dependente do efeito do meio, sendo que este possui variaes imprevisveis e previsveis.De acordo com Allard e Bradshaw (1964), as variaes imprevisveis so asvariaespermanentesdoambiente,comociclohidrogrfico,temperatura, comprimento do dia diante das estaes do ano, etc. J as variaes previsveis, so as ocorridas pela manipulao do homem, como o manejo.Asvariaesprevisveispodemseranalisadasindividualmenteou simultaneamenteemrelaosuainteraocomosgentipos.Comisso, 17 estudosindividualizados,comogentiposxpocasdesemeadura,gentiposx nveisdeadubaoetc.,ouestudosenvolvendotodosessesfatorespodemser realizadosporumainteraogeneralizadadegentiposporambientes.As variaesimprevisveis,porsuavez,soasquemaiscontribuemparaas interaesgentiposxanosegentiposxlocais,bemcomoparaasinteraes mais complexas como a interao tripla gentipos x locais x anos (Fehr, 1987). Aoconsiderar mais deumgentipoanalisadoem maisdeumambiente, Chaves(2001)expetrspossveissituaes:a)avariaofenotpicadesses gentiposnosambientessosemelhantes;b)avariaofenotpicadesses gentiposnosambientesnososemelhantes,pormnoocorrevariaono rankingdedesempenhofenotpico;c)avariaofenotpicanosemelhantee ocorrevariaonorankingdedesempenhofenotpico.Naprimeiracondio,o fator gentipo no depende do fator ambiente, pois a interao nula (Banzato e Kronca,1992);nasegundacondio,ainteraoentregentiposeambientes (GxA) considerada simples ou quantitativa e, na terceira condio, considera-se que a interao GxA complexa ou qualitativa. DeacordocomVencovskyeBarriga(1992),aquantificaodos componentesdeinteraomuitoimportanteparaumatomadadedeciso coerente.Quandoainterao,principalmente,denaturezasimples,o melhorista pode realizar recomendao de cultivares de forma generalizada. Com predominnciadeinteraocomplexa,otrabalhodificultado,poisindica presenademateriaisadaptadosaambientesespecficos;comisso,a recomendao restrita a esses ambientes. AestimaodainteraoGxApodeserrealizadacomaanlisede varincia,desdequesejaavaliadomaisdeumgentipoemmaisdeum ambiente.SegundoMaranha(2005),noisolarosefeitosdainteraoGxAfaz com que a varincia gentica seja inflacionada.Considerandoqueapartesimplesdainteraooriundadaresposta diferenciadadosgentipos,pormdeformacorrelacionadaeapartecomplexa pela resposta no correlacionada, Robertson (1959) desenvolveu uma expresso quecapazdedecomporainteraoempartecomplexa;posteriormente, baseando-seemestudosdesimulao,CruzeCastoldi(1991)sugeriramuma nova decomposio da interao. 18 De acordo com Ramalho et al. (1993), existem trs maneiras para atenuar osefeitosdainteraoGxA:a)identificarcultivaresespecficosparacada ambiente; b) realizar o zoneamento ecolgico que, tambm, denominado como estratificao ambiental; c) identificar cultivares com maior estabilidade fenotpica. 2.5.1 Identificao de cultivares especficas para cada ambiente SegundoRamalhoetal.(1993),aidentificaodecultivaresespecficas paracadaambiente,teoricamente,possvel,porminvivel,pois,nessecaso, teria que avaliar vrios gentipos em vrios ambientes e realizar a recomendao daquelesmaispromissoresparacadaambienteespecfico,oquetornariao programamuitooneroso,e,tambm,seoambientefossemuitorestrito, quaisquervariaesimprevisveispoderiamfazercomqueessesgentiposno fossem mais adaptados. Alm disso, deveria haver um alto controle das variaes previsveis,paraqueascondiesambientaisdesseambientefossemasmais semelhantes possveis de quando esses gentipos foram avaliados. 2.5.2 Estratificao ambiental Aestratificaoambientalconsisteemagruparambientesheterogneos emsubambienteshomogneosnopadroderespostadosindivduosavaliados. Segundo Cruz e Regazzi (1997), quando se dispe de um conjunto de ambientes paraavaliaesdegentipos,fundamentalidentificarseexistemambientes muitosimilaresemrelaosrespostasdosgentipos,e,consequentemente, analisaronvelderepresentatividadedosensaiosdafaixadeadaptaodo gentipoe,comisso,tomardecisessobrepossveisdescartesdeambientes que, por ventura, sejam redundantes. Ramalhoetal.(1993)comentamqueaestratificaoambientalatenua osefeitosdainteraoGxA,pormesseagrupamentospossvelem diferenasmacroambientais.Comisso,aestratificaoficavulnervels variaes imprevisveis que possam ocorrer no ambiente. Alm disso, a interao gentipos x ambientes x anos no pode ser controlada por esse mtodo. DeacordocomComstock(1996),macroambientessoarepresentao de um ambiente associado a um local com suas prticas culturais intrnsecas. O macroambienteenvolveumconjuntodemicroambientespertinentesauma 19 populaodealgunsgentiposouplantasdelineadosemtermosdeespao, tempoeprticasagrcolas.Microambientes,porsuavez,correspondemao ambientetotaldeumaplantaouanimal.Nomicroambiente,estoincludasas caractersticas fsicas e qumicas do solo, variveis climticas e as interaes com organismos biolgicos. Existemvriosprocedimentosbiomtricosdescritosnaliteraturaparao agrupamentodeambientes,eumdosprimeirostrabalhosregistradosfoiode Horner e Frey (1957). Esses autores propuseram utilizar a estimativa da interao GxA em pares de ambientes como medida de dissimilaridade para os ambientes queapresentaraminteraosignificativa.Comseusresultados,osautores recomendaramqueoestadodeIowa,EUA,deveriasersubdivididoemquatro estratos para avaliao de cultivares experimentais de cevada. Liang et al. (1966) realizaram a tcnica de agrupamento pelo mtodo vizinho mais prximo sobre as estimativas de varincia da interao de pares de ambientes e propuseram que o estadodoKansas,EUA,deveriasersubdivididoemquatroregiespara recomendao de cultivares de trigo.May e Kozub (1995) analisaram os resultados de sete anos de uma rede de experimentos de cevada no Canad, e o nmero de locais, por ano, foi de 17 a 20. Os autores verificaram que oito locais poderiam ser eliminados, com base nos resultados de correlao e interao GxA. Combase emresultadosde28populaesde milho emdezambientes, Pachecoetal.(2008)agruparamambientesemtrsgrandesregies:nordeste; centro-sudesteesul.Essesautoresseorientarampelacorrelaolinear,pela estimaodapartecomplexaesimplesdainterao(CruzeCastoldi,1991)e pelo algortimo de Lin (1982), este pormenorizado por Cruz e Regazzi (1997). Pereira et al. (2010) realizaram um estudo com objetivo de estratificar 20 ambientes com experimentos de 16 gentipos de feijo conduzidos em dois anos em pocas chuvosas e na entressafra, nos estados do Paran e Santa Catarina. Essesautoresadotaramasseguintesestratgias:metodologiadeLin(1982); quadradomdiodainteraodeambientesdoisadois;estimaodaparte complexaesimplesdainterao;correlaodePearsoneaecovalecncia propostapor Wricke(1965).Comessastcnicas,osautoresconcluramque, no primeiroano,oambienteRoncadorfoiredundantenasduaspocase,no 20 segundoano,oambienteLaranjeirasdoSulfoiredundante,apenas,napoca chuvosa. Aestratificaocombasenosmodelosmultiplicativosparainterao, comoSHMM(ShiftedMultiplicativeModel),desenvolvidoporSeyedsadr& Cornelius(1996)eoAMMI(AdditiveMaineffectsandMultiplicativeInteraction) proposto,inicialmente,porMandel(1971),tambm,tmsidoutilizadospara agruparambientesegentipos,sendobastanteempregadosemestudosde estratificao (Maranha, 2005).Pacheco(2004)utilizoutrsprocedimentosparaestratificaode ambientescomexperimentosdesojanoestadodeGois,umdelestevecomo baseomtodopropostoporHorner&Frey(1957)eosoutrosdois fundamentadosnaanliseAMMI.NosmtodosbaseadosnomodeloAMMI,um foicomautilizaodadistnciaentrelocaisparaainteraoestimadaporum modeloAMMIdeanlise,gerando,assim,umamatrizdedistnciasentreos locais,tomadosdoisadois,utilizadanaconstruodedendrogramas,e, consequentemente,naidentificaodosestratosdelocais.Ooutromtodo, utilizandoomodeloAMMI,foiumaabordagempropostaporGauch(1992)e Gauch & Zobel (1997), com base nos gentipos mais produtivos. O autor concluiu que,apenas,asmetodologiasdeGauch(1992)eGaucheZobel(1997)se mostraramconsistentes,jasduasprimeirasnoapresentaramaplicabilidade prtica. Maranha(2005)utilizouasduastcnicasfundamentadasnaanlise AMMIutilizadasporPacheco(2004)emtrssafrasdealgodo,noestadodo Mato Grosso. Ambas as tcnicas permitiram a formao de dois a trs grupos de ambientes ao longo dos anos e foi diagnosticado que possvel reduzir 25% dos ambientes,entretantoosestratosambientaisentreastcnicasnoforam concordantes. O autor menciona que as metodologias de Gauch (1992) e Gauch eZobel(1997)fundamentam-seemcritriosestatsticosdefcilentendimentoe apresentao grfica clara.Felipeetal.(2010)utilizaramastcnicasdeGauch(1992)eGauche Zobel(1997)noestudodecultivaresdemilho,noestadodeGois;nessas circunstncias,foramestabelecidosdoisestratosambientais,quesemostraram consistentes ao longo de trs anos agrcolas. 21 Existem vrias metodologias apropriadas para a estratificao ambiental. Maranha(2005)relatavriasmetodologiasevriostrabalhossobreessetema, utilizando diversas culturas. Muitostrabalhosrelatamaformaodegruposdeambientesqueforam consistentesaolongodosanosavaliados,porm,comosesabe,esses resultados no so imutveis, pois existe uma srie de variaes no previsveis; comisso,amagnitudedainteraogentipoxambientexanopodefazercom queaestratificaonoseapresenteconfivelcomopassardosanos. Entretanto,existeumasriedemetodologiasparaestratificaoambientalcom mritobiomtricocomprovado;comisso,nombitodeumconjuntodelocaise anos determinados, pode ser realizada seleo com base no desempenho dentro dos estratos ambientais obtidos. 2.5.3 Estabilidade e Adaptabilidade A obteno de cultivares com ampla adaptabilidade e boa estabilidade a alternativamaisempregadaparacontornarosinconvenientescausadospela interaoGxA(Ramalhoetal.1993).CruzeCarneiro(2006)consideramessa estratgia a mais interessante para lidar com a interao GxA. Paraoestudodeadaptabilidadeeestabilidade,deve-seteremmentea conceituaodessestermos.Mariottietal.(1976)relatamasdificuldades existentesparaelucidarosignificadodessestermos.Entretanto,sugeremque adaptabilidade seria a capacidade dos gentipos responderem, vantajosamente, melhoriadoambiente,eestabilidadeseriaacapacidadedosgentipos apresentaremrespostaprevisveldiantedasvariaesambientais.Cruze Carneiro (2006) relatam que a definio de Mariotti et al. (1976) bem aceita por vrios autores. Conforme Becker (1981) existem dois tipos de estabilidade, denominados deestabilidadenosentidobiolgicoenosentidoagronmico.Aestabilidadeno sentidobiolgicorefere-seausnciadavariaodosgentiposdiantedas oscilaes ambientais, esta pode ser medida pela varincia ou pelo coeficiente de variao, quanto menor o valor maior a estabilidade. A estabilidade no sentido agronmicorefere-seaodesempenhoparalelodogentipovariaodo 22 ambiente,ouseja,comamelhoriadoambiente,ogentipomelhoraseu desempenho concomitantemente. Segundo Cruz e Regazzi (1997) existem vrias metodologias para anlise de adaptabilidade e estabilidade. Essas metodologias tm como base a existncia deinteraessignificativasesedistinguemdosconceitosdeestabilidade adotadosedecertosprincpiosestatsticosempregados.Essesautores consideramquealgunsmtodossoalternativosenquantooutrosso complementaresequeaadoodeummtodoemdetrimentodeoutrodeve estarrelacionadacomonmerodeambientesenvolvidos,precisorequeridae do tipo de informao desejada. Aanlisebiomtricadaestabilidadenosentidobiolgicorelatadapor Cruz e Regazzi (1997) e esses autores a denominam como mtodo tradicional. O uso dessa tcnica no recomendado, pois, geralmente, gentipos com esse tipo deestabilidadenosobemprodutivos(CruzeRegazzi1997;Ramalhoetal. 1993).Essaafirmaofoiratificadanostrabalhosde:Cargneluttietal(2007); Mirandaetal.(1997).Emsorgo,essaconclusofoiobservada,tambm,por Oliveira et al (2002). PlaistedePeterson(1959)propuseramumametodologiabaseadana decomposiodaestimativadainteraoGxA.Essametodologiaadmitequeos gentiposquemaiscontribuemparaainteraoGxAsoaquelesque apresentam adaptaes especficas aos ambientes favorveis ou desfavorveis.Wricke(1962)sugeriuumparmetroparaestudaraestabilidade, chamadodeecovalncia.Aestimaodesseparmetrobaseadana decomposiodasomadequadradosdainteraoGxAnaspartesdevidasa gentiposisolados(CruzeCarneiro2006).SegundoBormeMiranda(2009), essatcnicadefcilaplicaoeentendimento;comisso,elatevegrande popularidade entre os melhoristas europeus. OsgentiposquemenoscontribuemparainteraoGxAsoosmais estveis pelos mtodos de Plaisted e Peterson (1959) e Wricke (1962). No estudo dos comportamentos dos gentipos em mais de um ambiente, se a mdia de um determinadogentiponovariarnamesmamagnitudedasmdiasambientais, essegentiposerconsidervelinstvelporcontribuirparaoaumentoda interaoGxA,e,comisso,gentiposquepossuemestabilidadenosentido biolgico,geralmente,nosoestveispelosmtodospropostoporPlaistede 23 Peterson(1959)e Wricke(1962)(CruzeRegazzi,1997eRamalhoetal. 1993). SilvaeDuarte(2006)observaramresultadosiguaisnaordenaodegentipos por essas duas metodologias quanto estabilidade. CruzeRegazzi(1997)afirmamqueasmetodologiasdePlaistede Peterson(1959)eWricke(1962)tmcomodesvantagemaimprecisono parmetrodeestabilidade,inerenteaqualquercomponentedevarincia,falta deinformaesarespeitodosambientesavaliadosedodirecionamentoda resposta dos gentipos variao ambiental. As metodologias baseadas em regresso merecem destaque pela grande popularidade alcanada; dessas, podemos citar os modelos de Finlay e Wilkinson (1963) e Eberhart e Russel (1966). AmetodologiadeFinlayeWilkinson(1963)fundamentadano coeficienteangular()daregressolineardasmdiasdogentipoemtodosos ambientes, transformada na escala logartmica, para que os desvios de regresso sejam induzidos a um alto grau de linearizao. Essas mdias transformadas so a varivel dependente e um ndice ambiental que a varivel independente. Esse ndiceambientalodesvioentreamdiadoambientedeterminadoeamdia geral do experimento, ou seja, a soma do ndice ambiental de todos os ambientes nula.Portanto,paracadagentipo,realizadooestudoderegressosendo que o coeficiente angular o parmetro de estabilidade dos gentipos. De acordo comRamalhoetal.(1993),seestiverprximoa1associadoalta produtividade, o gentipo considerado de boa adaptabilidade; se for associado baixaprodutividade,ogentipopobrementeadaptado;se>1significa estabilidadeabaixodamdia,comisso,ogentipoadaptadoaambientes especficosdealtaprodutividade;seF=0,0711,pormnenhum contrasteentreduasmdiasfoi,estatisticamente,diferentedezeronesse experimento(Tabela3).NosambientesSeteLagoaseTeresina,oefeitode hbridos foi considerado como no significativo.Pelosresultadosdaanlisedevarincia,foiobservadoque,para rendimentodegros,oefeitodehbridosfoisignificativo(pF=0,0711respectivamente;+e++:mdiasdetodosos ambientes,comexceodeTeresinaemdiadetodososambientessemexceo,respectivamente; 1/:DMSpara avaliaodasmdiasdentrodecadalocal; 2/:DMScombasenaanlisedevarinciaconjunta,paracomparaoentre mdias, considerando todos os ambientes com exceo de Teresina; 3/:DMS para comparao da mdia de hbrido dentro deambienteiguala3,36; 4/:DMSparacomparaodasmdiasambientaisiguala0,67; 5/Mdiacomsublinhado tracejado:amaiormdiaouumamdiaqueseja,estatisticamente,igualmaiore,estatisticamente,superioratodas mdiasqueamaiormdiafoisuperior;Mdiacomsublinhadocontnuo:segueomesmoraciocniodosublinhado tracejado,pormcomas menores mdias;^QMG,QMeeCV:Quadradomdiodegentipos,doerroecoeficientede variao. 40 Tabela4Mdiasdoshbridossimplesdesorgogranfero,resumodaanlisede varincia e diferenas mnimas significativas (DMS) pelo teste de Tukey a 5% de significnciapararendimentodegrosemKgha-1noslocaisguaComprida (AC),Guara(GUA),Montividiu(MON),RioVerde(RV),SeteLagoas(SL), Teresina (TER), e Vilhena (VIL) em 2011. Hbridos Local AC3/ GUAMONRVSLTERVILMdia 00090614014,834298,703553,136207,664722,616121,164367,134755,03 01440134179,853545,293808,255679,834838,235846,333735,684519,06 03070013749,664793,622795,825965,374499,546232,222878,934416,45 03070473871,574362,793746,486403,134076,846304,683460,474603,71 03070614271,114658,153036,165744,544832,065863,604118,714646,33 03070634171,953882,612959,915880,174407,076561,793624,584498,30 03070713734,294292,963825,446307,924145,867149,562520,994568,14 03070873710,733848,663982,916717,033861,106637,933494,914607,61 03070913929,812658,895/4070,356065,083009,385183,392719,093948,00 03070953344,874079,862920,065698,543204,075844,802215,483901,10 03071313689,202586,902914,656014,443528,577622,182508,874123,54 03073413789,734071,332905,046027,373814,806689,553788,744440,94 03073434168,514439,932776,736400,754163,825882,024166,224571,14 03074014023,683150,882393,945633,662919,786718,423477,894045,46 03074213565,754721,503157,695066,584960,386170,774247,984555,81 03075093082,682902,833211,575659,612864,256421,762476,363802,72 03075114104,753067,822804,195919,773311,366725,222645,894082,71 03075413770,844391,562579,136195,924156,586049,614010,284450,56 03075613995,674469,443008,566003,954139,836242,814141,804571,72 03076513406,903592,793187,225943,463967,707192,402899,224312,81 03076713843,913338,973786,065336,164555,236514,213490,784409,33 03076893897,822982,803399,125184,414216,366919,813809,564344,27 1G2823880,315012,353753,745600,245575,036553,114384,844965,66 BRS 3084410,345112,084071,535652,824242,485086,834858,744776,40 BRS 3302945,173820,462960,795730,394436,206349,223472,944245,02 DMS1/ -1799,592095,01-2125,581879,101724,65721,652/ Maior4410,345112,084071,536717,035575,037622,184858,744965,66 Menor2945,172586,902393,945066,582864,255086,832215,483802,72 Mdia4/ 3822,163923,333264,345881,554097,976355,333500,644406,47 QMG^369720,8ns1635735,8**732799,11*441513,96ns1377557**1000938,2**1552148,9** QMe471131,13322858,63437555,93480928,05450419,00352017,51296528,90 CV(%)17,9614,4820,2611,7916,389,3415,56 ns,*e**:nosignificativo.significativoa6,4e1%respectivamente; 1/:DMSparaavaliaodas mdiasdentrodecada local; 2/: DMS com base na anlise de varincia conjunta, para comparao entre mdias considerando todos ambientes, comexceodeItumbiara; 3/:DMSparacomparaoda mdiadosambientesdentrodecadahbridoiguala1535,24; 4/:DMS para comparao das mdias ambientais igual a 307,05;5/Mdia com sublinhado tracejado: a maior mdia ou umamdiaquesejaestatisticamenteigualamaiore,estatisticamente,superioratodasmdiasqueamaiormdiafoi superior;Mdiacomsublinhadocontnuo:segueomesmoraciocniodosublinhadotracejado,pormcomasmenores mdias; ^ QMG. QMe eCV: Quadrado mdio de gentipos. do erro e coeficiente de variao. 41 Acultivarcomercial1G282eohbrido0307689foramosnicosque apresentaramaltura,estaticamente,superiora150cm;emambososcasos,foi no local Itumbiara. A cultivar 1G282 e o hbrido 0307689, tambm, apresentaram porte acima de 150 cm em mais quatro e trs ambientes, respectivamente. Outros hbridosqueapresentaramalturasuperiora150cmforam0307509e0307071 em dois e um local, respectivamente. Porm, em nenhum outro caso, a altura foi, estatisticamente, superior a 150 cm. Tabela5.Resumodasanlisesdevarinciaconjuntaparaascaractersticas altura, florescimento e rendimento de gros de experimentos de hbridos de sorgo granfero, avaliados em 2011. FV Altura1Florescimento2Rendimento de gros GLQMGLQMGLQM Blo(Amb)161,479,25122,86142920365 Gen242121,62**2421,17**241766757,31** Amb74648,77**52054,49**6109611882,64** GxA168114,59**1203,31**144890609,41** Erro38474,152882,05336401634,2 CV (%)6,962,2814,38 **:significativoa1%pelotesteF; 1:olocalItumbiaranofoiconsiderado,na anliseconjunta,paraaltura, pois noapresentouvarinciaresidualhomognea com os demais locais; 2: o local Teresina no foi considerado, na anlise conjunta, paraflorescimento,poisnoapresentouvarinciaresidualhomogneacomos demais locais. Diantedaanlisedasmdias,considerando-setodososlocais,com exceo de Itumbiara, que no foi englobado na anlise de varincia conjunta, foi observadoque nenhumhbrido apresentou altura, estatisticamente,inferiora um metro,nemsuperiora1,5m,comprovando-se,ento,queopropsitoalmejado pelosprogramasdemelhoramento,noquesereferealturadosorgogranfero est sendo atendido. Porm, deve-se ter cautela na adoo da cultivar 1G282 ou do hbrido 0307689 em ambientes onde passvel de incidncia de ventos fortes, pois o alto porte desses hbridos pode favorecer o acamamento. Aincidnciadeplantasdaninhas,nafaseinicialdoexperimento,em Montividiu, provavelmente, contribuiu para a reduo da altura dos hbridos nesse local.EmVilhena,foiobservadaamenormdiageralparaaltura;oestresse hdrico, no final da fase vegetativa, provavelmente, contribuiu para esse resultado.42 Em Teresina, foram observadas temperaturas elevadas, porm a altura, o portedoshbridos,foidemagnitudeintermediriaquandocomparadocomos outrosexperimentos.Esseresultado,provavelmente,foifavorecidopelas condies hdricas favorveis. Em Itumbiara e Sete Lagoas, foram observadas as maiores alturas, sendo que,emItumbiara,ocorreuumregimepluviomtricointenso,oquefavoreceu esseresultado.EmSeteLagoas,asplantas,tambm,receberamadequado suprimento hdrico na fase vegetativa; fato similar ocorreu em Guara, entretanto a mdia ambiental desse local no diferiu, significativamente, da mdia de Campos dos Goytacazes que foi, estatisticamente, inferior mdia de Sete Lagoas. Emtrabalhosdeavaliaodecultivaresdesorgogranfero,Silvaetal. (2009)observaramcultivarescomalturaentreummetroe1,2mnapocade safrinha,emMontividiu,emRioVerdeeSantaHelena.Nessamesmapoca, todasascultivaresapresentaramalturainferioraummetro.Essesautores atriburamasmaioresalturasobservadasemMontividiumaiorincidnciade chuvas. Outrascomparaesdessesresultadospodemserrealizadascom Mariguele e Silva (2002), que observaram altura de hbridos de sorgo granfero no intervalo de 134 a 173 cm. Heckler (2002) observou cultivares com altura variando de 95 a 166 cm. Os resultados das anlises das mdias de florescimento mostraram que a quantidadedediasdasemeaduraatoflorescimentodetodoshbridosesto dentro do aceitvel, uma vez que o maior nmero mdio de dias que foi gasto da semeaduraatoflorescimentofoide70,33dias,comohbridopr-comercial 0307091 e, tambm, com a cultivar comercial BRS 308, ambos no local Campos dos Goytacazes (Tabela 3). O sorgo uma cultura de dias curtos (Fornasieri e Fornasieri 2009); com isso, em locais de baixa latitude, como Teresina e Vilhena, os gentipos tendem a sermaisprecocesquandoavaliadosnessapocadoano,pormvaleressaltar que,nomelhoramentodosorgogranfero,prope-seobtergentiposmenos sensveis ao fotoperodo para o florescimento (Magalhes e Dures, 2003). Outro fatorquefavoreceoflorescimentodevriasespciesoestressenafase vegetativa. 43 EmSeteLagoaseCamposdosGoytacazes,oshbridos,emgeral, mostraram-semaistardios;emambososcasos,oshbridosnopassarampor estresse hdrico durante a fase vegetativa; outro fator que pode ter influenciado foi queatemperatura,napocadeconduodoexperimento,nesseslocais,foi baixa, quando comparada com os outros locais que avaliaram essa caracterstica. MagalheseDures(2003)relatamquealtastemperaturasantecipamaantese do sorgo. importante que os agricultores tenham disposio cultivares de sorgo granferocomdiferentesnecessidadesdediasparaoflorescimento,pois, utilizando cultivares com diferentes ciclos no mesmo sistema produtivo, o produtor podeescalonaraoperaodecolheita,otimizandoomaquinrioagrcola disponvelparaessademanda(Silvaetal.,2009).Entretanto,paraprodutores comelevadoinvestimentoemmaquinrios,issonosemostracomofator limitante. A disponibilidade de cultivares com diferentes pocas para florescimento, tambm, uma medida estratgica interessante, pois, se um produtor for realizar umplantiomaiscedo,elepodeoptarporumacultivardeaberturadesafraque temciclomaistardio,poisestatendeasermaisprodutivaporterafase vegetativa mais longa.Sobretudo,abuscaporgentiposprecocesbastantevlida,pois,em umaculturasujeitaaumambienteondeosuprimentohdriconopleno,seja peloinsuficienteregimepluviomtrico,oupeladistribuioirregulardas precipitaes pluviomtricas, como o caso do ambiente de safrinha, a utilizao de materiais precoces uma estratgia interessante, pois uma forma da cultura ficar menos tempo passvel a uma eventual condio adversa. Silva et al. (2009) recomendamcultivaresprecoces,poisessesautoresenfatizamqueacolheita antecipada,napocadecultivodasafrinha,permitequeoprodutortenha flexibilidade para as negociaes dos gros e, consequentemente, consiga maior rentabilidade com sua produo. Ohbrido0307671sedestacouporseronicohbridocommdia, estatisticamente,menorquetodasascultivaresemGuara,paradiaspara florescimento; esse hbrido, tambm, foi o mais precoce em Sete Lagoas, e outros hbridosforam,estatisticamente,iguaisaele,pormessesnoapresentaram diferena mnima significativa de hbridos mais tardios que esse gentipo. 44 Ohbrido0307511foionico,estatisticamente,maisprecocequetodas ascultivaresemVilhena.Ohbrido0307561foiomaisprecoceemgua Compridaeo0307689emCamposdosGoytacazes;oshbridosqueforam, estatisticamente,iguaisaessesnoapresentaramdiferenasignificativade hbridos mais tardios nesses respectivos ambientes. Considerandoamdiadetodosambientes,comexceodeTeresina, quenofoiinclusonaanliseconjunta,ohbridopr-comercial0307671se destacou por ser o mais precoce; os hbridos que foram, estatisticamente, iguais a essegentiponosediferiramdehbridosmaistardiosqueo0307671.Os hbridos 0307689, 0307421 e 0307063 tambm se destacaram por apresentarem mdia, estatisticamente, inferior a todas as cultivares comerciais. Os hbridos pr- comerciais0307091e0307095,juntamentecomascultivaresBRS330eBRS 308, apresentaram mdia, estatisticamente, superior mdia geral. Resultadossemelhantesaessetrabalhoquantoaoflorescimentofoi observadoporHeckler(2002).Silvaetal.(2009)observarammaioresmdias paraonmerodediasentreasemeaduraeafloraoemtodososlocais avaliadosporessesautores,quandocomparadocomosresultadosdessa pesquisa.JnotrabalhodeMarigueleeSilva(2002),ascultivaresavaliadas forammais precoces quando comparadas com os resultados desse trabalho. Comooshbridosutilizadosnoexperimentoestoemfasedepr- lanamento, ou seja, j foram testados com centenas de outros hbridos ao longo dos anos e, consequentemente, passado por vrias selees, natural que esses no se difiram, estatisticamente, em alguns locais para caractersticas importantes como rendimento de gros, como foi no caso de Rio Verde e gua Comprida. Em Montividiu, o efeito de hbridos foi significativo com p >F = 0,064, porm nenhum contraste entre duas mdias foi, estatisticamente, diferente de zero (Tabela 4). NolocalGuara,amdiafoide3923,33Kgha-1;nesseambiente,as cultivaresBRS308e1G282,comprodutividadedegrosmdiade, respectivamente,5112,08e5012,35Kgha-1,apresentaramasmaioresmdias, pormnosediferiram,estatisticamente,damaioriadoshbridosavaliados.O hbridopr-comercialmaisprodutivo,nesselocal,foio0307001;estenose diferiu, estatisticamente,das cultivares mais produtivas e nem de hbridos menos produtivos que essas cultivares. 45 NoexperimentoconduzidoemSeteLagoas,acultivarcomercial1G282 apresentouamaiormdia,comprodutividadede5575,03Kgha-1,pormesta no se diferiu, estatisticamente, de vrios outros hbridos. A segunda maior mdia foi de 4960,38 Kg ha-1 com o hbrido pr-comercial 0307421, porm esse gentipo noapresentoudiferenamnimasignificativadeindivduosmenosprodutivos que essa cultivar. EmTeresina,oshbridospr-comerciais0307131,0307651e0307071, comprodutividademdiadegrosiguala7622,18;7192,40e7149,56Kgha-1 respectivamente,apresentaramasmaioresmdias.Oshbridosqueno apresentaramdiferenasignificativadesseshbridostambmforam, estatisticamente, iguais a gentipos com mdias inferiores aos mais produtivos. O experimento conduzido em Vilhena teve mdia geral de 3500,64 Kg ha-1.Nesseexperimento,destacaram-seoshbridosBRS308;1G282e0009061, comprodutividademdiade4858,74;4384,84e4367,13Kgha-1, respectivamente. Esses hbridos no diferiram, estatisticamente, entre si, nem de vrios outros hbridos, porm a cultivar 1G282 no diferiu de hbridos que foram, estatisticamente,inferioresaBRS308eohbrido0009061foi,estatisticamente, igual a gentipos menos produtivos que a cultivar 1G282. Ao avaliar o desempenho dos hbridos, considerando-se a mdia de todos os ambientes, a cultivar 1G282 se destacou por apresentar a maior produtividade degros.AcultivarcomercialBRS308apresentouasegundamaiormdiano diferindo, estatisticamente, da cultivar 1G282, porm a cultivar BRS 308, tambm, foi, estatisticamente, igual a hbridos que diferiram, significativamente, da cultivar 1G282.Ohbridopr-comercialmaisprodutivofoio0009061,queapresentou mdia, estatisticamente, igual das cultivares mais produtivas. Aoanalisaroresultadodoshbridosemtodosambientes,acultivar comercialBRS 308sedestacouporserohbridomaisprodutivonamaioriados locais,sendoesses,guaComprida,Montividiu,GuaraeVilhena.Porm,no experimentoemTeresina,essehbridoapresentouopiordesempenhodetodos oshbridos,sendo,estatisticamente,inferiormdiadoshbridosmais produtivos.Valeressaltarqueessafoianicaobservaoqueumhbridopr- comercial apresentou, mdia, estatisticamente, superior a uma cultivar comercial. EmSeteLagoas,essehbridofoi,estatisticamente,igualaoshbridosmais produtivos e, tambm,a hbridos de desempenho inferior aos mais produtivos. 46 AselevadastemperaturasobservadasemTeresinanoforamumfator limitanteparaaproduodegros,umavezqueamdiadesseambientefoi, estatisticamente,superiordosdemaisambientes.Esseresultadosejustifica pelaquantidadeedistribuioadequadadechuvasduranteapocado experimento. EmRioVerde,apresentou-seasegundamaiormdiaambientalpara rendimento de gros. Em Montividiu, que est localizado a uma distncia pequena deRioVerde,oque,teoricamente,conferecertasimilaridadescondies edafoclimticas,apresentou-semdiaambientalbaixa,esseresultadopodeser justificado pela alta incidncia de plantas daninhas na rea experimental.Valeressaltarqueascondiesclimticas,emRioVerde,foram satisfatriasnoinciodociclodaculturae,apsoflorescimento,foiobservada reduonoregimepluviomtrico,oqueacarretaperdasdeprodutividade, caracterizando as condies de safrinha da regio. De acordo com o trabalho de Lima et al. (2011), o estresse hdrico, na fase de florescimento do sorgo granfero, foi o que mais acarretouperda de produtividade de gros. O regime pluviomtrico de Vilhena, tambm, foi semelhante ao observado em Rio Verde. gua Comprida, Guara e Sete Lagoas apresentaram mdias ambientais, estaticamente,iguais,pormarespostadoshbridosfoibemdiferenciada, considerando-seavariaodessesambientes,resultadoessequecaracterizaa interao entre gentipo e ambiente. A maioria dos hbridos apresentou produtividade mdia de gros acima da mdia brasileira que gira em torno de 2400 kg ha-1 (IBGE 2012). Albuquerque et al. (2011), em um estudo de algumas cultivares de sorgo granfero, nas condies semiridasdonortedeMinasGerais,observaramprodutividademdiadegros comvaloresentre5500e7000kgha-1emumanochuvosoeemumanocom baixa disponibilidade pluviomtrica valores inferiores a 3000 kg ha-1.MarigueleeSilva(2002)observarammdiageralpararendimentode grosde7960kgha-1;nessetrabalho,oefeitodehbridosfoinosignificativo paraessacaracterstica.Heckeler(2002)observougrandevariaona produtividade de gros entre as cultivares avaliadas; esse autor observou valores, variando de 4736 e 9865 kg ha-1. Silvaetal.(2009)observaramamdiageralde2810kgha-1das cultivaresemMontividiu;nesselocal,nofoiobservadadiferenasignificativa 47 paraascultivares;emRioVerde,asmdiasdascultivaresvariaramde640a 1696 kg ha-1 e, em Santa Helena, as mdias variaram de 773 a 2060 kg ha-1, nos experimentosdeRioVerdeeSantaHelenaforamobservadosefeitos significativos para cultivares. 3.1.6. CONCLUSO Aalturafoiumfatorlimitante,apenas,paraacultivar1G282eohbrido 0307689,aadoodocultivodesses,emambientesondepassveldeventos fortes,requercautela,poisoaltoportedesseshbridospodefavorecero acamamento. Aquantidadedediasparaoflorescimentodetodososhbridosest dentro do aceitvel. A diferena de dias para o florescimento entre o mais precoce eomaistardiofoipequenaemtodososambientes,entretanto,nogeral,os hbridos0307671,0307689,0307421e0307063semostrarammaisprecocese oshbridos0307091e0307095,juntamentecomascultivarescomerciais,se mostraram mais tardias. Para o rendimento de gros, as cultivares BRS 308 e 1G282 foram as que maissedestacaram,entretanto,tambm,podeserdestacadooresultadodos hbridos0307131,0307651e0307071emTeresinaeohbrido0009061anvel geral. Os resultados apontam que existem hbridos pr-comerciais promissores, indicando serem necessrias mais avaliaes, para identificar hbridos adaptados a cada regio. 3.1.6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Agritempo. www.agritempo.gov.br em 10/12/2011. 48 Albuquerque,C.J.B.,VonPinho,R.G.,Rodrigues,J.A.S.,Brant,R.S.,Mendes, M.C. (2011) Espaamento e densidade de semeadura para cultivares de sorgo granfero no semirido. Bragantia, So Paulo, 70:278-285. Ferreira, D.F. (2008) SISVAR: um programa para anlises e ensino de estatstica. Revista Symposium, Lavras, 6:36-41. FornasieriFilho,D.,Fornasieri,J.L.(2009)ManualdaCulturadoSorgo.1.ed. Jaboticabal: Funep, 202p. Goes, R.J., Rodrigues, R.A.F., Arf, O., Arruda, O.G., Vilela, R.G. (2011) Fontes e dosesdenitrognioemcoberturanosorgogranferonasafrinha.Revista Brasileira de Milho e Sorgo, 10:121-129. Google (2006) Programa Google Earth. Heckler,J.C.(2002)Sorgoegirassolnooutono-inverno,emsistemaplantio direto,noMatoGrossodoSul,Brasil.CinciaRural,SantaMaria,32(3):517-520. Lima, N.R.C.B., Santos, P.M., Mendona, F.C., Arajo, L.C. 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Silva,A.G.,Barros,A.S.,Silva,L.H.C.P.,Mores,E.B.,Pires,R.,Teixeira,I.R. (2009)Avaliaodecultivaresdesorgogranferonasafrinhanosudoestedo Estado de Gois. Pesquisa Agropecuria Tropical, 39:168-174. 49 3.2. ESTABILIDADE E ADAPTABILIDADE DE HBRIDOS DE SORGO GRANFERO EM CONDIES DE SAFRINHA. 3.2.1. RESUMO Essetrabalhotevecomoobjetivooestudodealgunsmtodosde estabilidadeeadaptabilidadeparaaprodutividadedegrosdehbridossimples desorgogranfero.Foramanalisadosdadosdeexperimentosemsetelocaisde cultivodessaculturanoBrasil,emtodososexperimentosforamanalisados25 hbridosdesorgogranfero,sendo22pr-comerciaisetrscultivares.Os mtodos de Wricke (1965) e Purchase et al., (2000) foram bastante concordantes entresiparaidentificarindivduoscomaltacontribuioparainteraoGxA.O mtododeLineBinns(1988)semostroudefcilaplicaoeinterpretao, pormnofoieficienteemdetectarindivduoscomadaptabilidadeespecfica.O modeloAMMI(Zobeletal,1988)indicouinteressedacultivar1G282paraos locais Guara, Sete Lagoas e Vilhena, e dos hbridos 0307087 e 0307091 para o sudoeste goiano. A associao do mtodo de Eberhart e Russell (1966) e AMMI indicouqueoshbridos0307071,0307131,0307511e0307651apresentaram adaptabilidade a ambientes favorveis. Palavras-chave:Sorghunbicolor;InteraoGentipoxAmbiente;Melhoramento Gentico. 50 3.2.2. ABSTRACT The objective of this study was to evaluate a few methods of stability and adaptabilityfortheproductivityofgrainsfromsimplehybridsofgrainsorghum. Data from experiments conducted in seven locations of cultivation of this culture in Brazilwereanalyzed.Inalltheexperiments,25hybridsofgrainsorghumwere evaluated:22pre-commercialonesandthreecultivars.ThemethodsofWricke (1965)andPurchaseetal.,(2000)wereaccordantenoughtoidentifyindividuals with high contribution to the G X A interaction. The method of Lin & Binns (1988) showedtobeofeasyapplicationandinterpretation,butitwasnotefficientto detectindividualswithspecificadaptability.ModelAMMI(Zobeletal,1988) indicatedinterestofcultivar1G282forthecitiesofGuara,SeteLagoasand Vilhena,andofhybrids0307087and0307091fortheSoutheastofGois.The associationofthemethodofEberhart&Russell(1966)andAMMIindicatedthat hybrids0307071,0307131,0307511and0307651presentedadaptabilityto favorable environments. Key words: breeding; Genotype x Environment interaction; Sorghun bicolor. 3.2.3. INTRODUO A cultura do sorgo granfero uma importante alternativa de cultivo para a segundasafra,essatambmconhecidacomosafrinha.Levando-seem considerao essa importncia, so justificveis as iniciativas pblicas e privadas para a administrao de programas de melhoramento dessa cultura, sendo esses responsveisportestar,todososanos,vriosgentipospromissoresemvrios ambientes de seu cultivo. Osambientesdecultivodosorgogranferoapresentamcondies edafoclimticasbastantediversificadas,e,aoseavaliaremosmateriais promissores para arecomendao,umdos problemasobservadosquealguns gentiposapresentambonsresultadosemumlocalouano,pormessa 51 superioridadenosemantmaolongodasvariaesambientais,acarretando grandes dificuldades para a recomendao de cultivares. Essa resposta diferenciada dos gentipos diante da variao ambiental conhecidacomointeraodegentiposcomambientes(GxA).Dentreas alternativasviveisparacontornarospercalosdainteraoGxA,amaisaceitaaidentificaodegentiposestveiseadaptadosscondiesdecultivo (Ramalho et al., 1993; Cruz e Regazzi 1997). SegundoMariottietal.(1976),aestabilidadeestassociada previsibilidadedodesempenhodosgentipodiantedavariaoambiental,ea adaptabilidadecapacidadepotencialdegentiposparaassimilarem, vantajosamente, o estmulo ambiental.DeacordocomCruzeRegazzi(1997),existemvriasmetodologias propostaspara estudo da estabilidade e adaptabilidade. Essas metodologias tm como base a existncia de interaes significativas e se distinguem dos conceitos deestabilidadeadotadosedecertosprincpiosestatsticosempregados,sendo alguns mtodos alternativos, enquanto outros so complementares. Oestudodaestabilidadepodeserrealizadocomaanliseda contribuio de cada gentipo para interao, conforme prope a metodologia de Wricke(1965)ePlaistedePeterson(1959).Entretanto,ousoconcomitante dessesmtodosredundante,umavezqueseusresultados,geralmente,so equivalentes (Silva e Duarte, 2006; Cargnelutti Filho et al., 2007). Nesse sentido, o mtodo de Wricke (1965) leva vantagem pela facilidade de estimar o parmetro de estabilidade. Outromtodoempregadoparamensuraracontribuiodosgentipos para interao GxA a abordagem AMMI (Adittive Main Effects and Multiplicative Interaction) (Zobel et al., 1988). Esse mtodo integra a anlise de varincia com a tcnicadecomponentesprincipais,sendoque,segundoSilvaeDuarte(2006), essemtodoapresentaprincpiossemelhantesaos mtodos de Wricke(1965)e PlaistedePeterson(1959),pormomtodoAMMIapresentavantagens estatsticas. Para melhor interpretar os resultados do mtodo AMMI, Purchase et al. (2000) propuseram um ndice de estabilidade, considerando os dois primeiros componentes principais do modelo. Umaalternativabastanteempregadaparaestudodaestabilidadee adaptabilidadeousodaregresso,umametodologiacomgrandenotoriedade 52 que utiliza esse princpio a de Eberhart e Russell (1966). Silva e Duarte (2006) e CargneluttiFilhoetal.(2007)relatamqueessametodologiaapresentou resultados favorveiscomsojae milho,respectivamente.Porm, esse mtodo criticadoporutilizar,comovarivelindependente,umndiceambientalobtidoa partir das mdias, comprometendo a independncia entre as variveis do modelo (Becker e Lon, 1988; Crossa, 1990). Paraestudodaestabilidadeedaadaptabilidade,osmtodosno paramtricos,tambm,merecemdestaque;segundoHuehn(1990),esses apresentamvantagensdeprescindirpressuposiesacercadadistribuiodos dados,seremdefcilinterpretaoeserempoucoinfluenciadospelaadioou retiradadealgunsgentipos.Dentreosmtodosnoparamtricos,omtodo propostoporLineBinns(1988)sedestacapelafacilidade,umavezqueesse mtodoconsideraaestabilidadeeadaptabilidadeemumsndice.Vrios trabalhos relatam a eficincia desse mtodo (HelgadottireThordis, 1991; Farias et al., 1997; Scapim et al., 2010; Vilela et al., 2011). No estudo da estabilidade e da adaptabilidade, importante uma anlise simultneadosmtodos,e,comisso,captarainformaoproporcionadapor esses de forma integrada. Com esse propsito, este trabalho teve como objetivo o estudodaestabilidadeedaadaptabilidadeemhbridossimplesdesorgo granfero, avaliados em vrios ambientes brasileiros produtores dessa cultura. 3.2.4. MATERIAL E MTODOS Utilizando os mesmos dados de rendimento de gros do trabalho anterior, foram avaliadas as metodologias de estabilidade e adaptabilidade, pelos mtodos de Wricke (1965), Eberhart e Russell (1966), Lin e Binns (1988), AMMI (Zobel et al, 1988) e Purchase et al. (2000). OmtododeWricke(1965)estimaoparmetro,tambmconhecido comoecovalncia,quemedeaestabilidadepelacontribuiodogentipopara somadosquadradosdosdesviosdevidointeraoGxA.Oestimadordesse parmetrodadopor:I=ij(Y

Ij-Y

I.-Y

.j+ Y

..)2;onde:ronmerode repeties,Y

Ij, Y

I., Y

.je Y

..somdiadaparcelaquerecebeuogentipoino 53 ambientej;mdiageraldogentipoi,mdiadoambientejemdiageral, respectivamente. OmtododeEberharteRussell(1966)analisaosgentipospelo seguintemodeloderegressolinear:YIj=Y

I.+IIj+Ij+Ij;emque:i coeficienteangulardomodeloderegresso;Ijavarivelindependente,essa varivelumndiceambientalobtidopor:Ij= Y

.j- Y

..;Ijdesviodomodelodo gentipo i no ambiente j e Ij erro experimental mdio. Essemtodoindicaaadaptabilidadepelocoeficienteangulardomodelo de regresso, que pode ser menor, maior ou, estatisticamente, igual unidade, o queindicaadaptabilidadeaambientesdesfavorveis,favorveisou adaptabilidade geral respectivamente. A estabilidade desse mtodo mensurada peloajusteaomodelo,quepodesermedidapelocoeficientededeterminao (R2)oupelavarinciadodesviodomodelo,ouseja,oindivduoestveldeve apresentar alto valor de R2 e, consequentemente, baixa varincia de desvio. A metodologia de Lin e Binns (1988) prope a utilizao de um ndice de superioridadequeconsideraaestabilidadeeaadaptabilidadesimultaneamente. Essendiceobtidopor:PI=j(Y

Ij-N

j))(2n);emque:N

jamaiormdia observada no ambiente j e n nmero de ambientes. Esse ndice pode, ainda, ser desdobradoem:PI= |n(Y

Ij-N

.)2+j(Y

Ij-Y

I.-N

j+N

.)2](2n);ondeo primeiro termo se refere ao desvio gentico (PGi) e o segundo ao desvio devido interao(PGAi).Deacordocomessesautores,aprimeirapartenoimplica alteraesnaclassificaodosmateriais,entretantoasegundapodesealterar. Com isso, o ideal um gentipo com baixo valor de Pi , e que a maior parte desse valor seja atribuda ao desvio gentico (Farias et al., 1997). AanliseAMMIcombinaaanlisedevarinciacomaanlisede componentesprincipais;nessaabordagem,ocomponentedeinteraodo modelodeanlisedevarinciaconjuntaanalisadoportermosmultiplicativos obtidos pela decomposio de valores singulares. Nessaanlise,ocomponentedeinteraoserdesdobradoem (kkIkjk) +Ij;emquekok-simovalorsingulardamatrizoriginalde interaes(GxA), Ikvalorassociadoaoi-simogentipo novetor k-simovetor singularcolunada matrizGxA;jkvalorassociadoaoj-simoambiente dovetor singularlinhadamatrizGxA; Ijrudoassociadoaotermo(ga)ij,sendoIj=54 (k=n+1pkIkjk),emque:popostodamatrizdeinteraes.Ostermosda matrizdeinteraespodemserobtidaspor(ga )Ij= Y

Ij-Y

I.-Y

.j+ Y

...Detalhes dessa tcnica podem ser encontrados em Duarte e Vencovsky (1999). AanliseAMMImensuraacontribuiodosgentiposparainterao, geralmenteessaanliserealizadaporumgrficodenominadocomobiplot. Quanto menores osescores,considerando onmerodecomponentesprincipais utilizados, menor a contribuio para interao GxA, segundo esse mtodo. AmetodologiadePurchaseetal.(2000)propeumndicedenominadoASV(AMMIStabilityValue),quebaseadonadistnciaEuclidianadosescores doseixosdecomponentesprincipais1e2damatrizdeinterao(IPCA1e IPCA2,respectivamente)obtidaspelomodeloAMMI2comaorigem,entretanto, com uma ponderao devido o primeiro componente apresentar maior explicao da soma de quadrados