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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE PRODUO

    DESENVOLVIMENTO DE SISTEMTICA PARA ANLISE DE SISTEMAS DE

    INFORMAO: UMA APLICAO PARA GESTO DA MANUTENO

    ANGEL VIRGINIO MOTTA ROMERO

    FLORIANPOLIS

    2001

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    ANGEL VIRGINIO MOTTA ROMERO

    DESENVOLVIMENTO DE SISTEMTICA PARA ANLISE DE SISTEMAS DEINFORMAO: UMA APLICAO PARA GESTO DA MANUTENO

    Dissertao apresentada ao Programa

    de Ps-Graduao em Engenharia de

    Produo da Universidade Federal de

    Santa Catarina como requisito para a

    obteno do ttulo de Mestre em

    Engenharia de Produo.

    FLORIANPOLIS

    2001

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    ANGEL VIRGINIO MOTTA ROMERO

    DESENVOLVIMENTO DE SISTEMTICA PARA ANLISEDE SISTEMAS DEINFORMAO: UMA APLICAO PARA GESTO DA MANUTENO

    Esta dissertao foi julgada adequada e aprovada para obteno do ttulo de Mestre

    em Engenharia de Produo no Programa de Ps-Graduao em Engenharia deProduo da Universidade Federal de Santa Catarina.

    _______________________________Prof. Ricardo Miranda Barcia, PhD.

    Coordenador do Programa

    Banca Examinadora:

    ___________________________Profa. Aline Frana de Abreu, PhD.

    Orientadora

    ____________________________Prof. Osmar Possamai, Dr.

    Membro

    _____________________________Prof. Edson Pacheco Paladini, Dr.

    Membro

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    No se pode ensinar tudo a algum, mas

    sim ajud-lo a encontrar o caminho por si

    mesmo.

    Galileu Galilei

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    v

    Este trabalho dedicado a minha esposa

    Sidonia, pelo apoio e dedicao constante.

    A minhas filhas Cintia e Suelen, com a f e a

    esperana de um futuro prspero e feliz.

    A meus pais Ruperto e Frida (in memoriam),

    pela formao que me proporcionaram.

    A minhas irms Gloria e Ana, com afeto.

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    AGRADECIMENTOS

    Itaipu Binacional e Superintendncia de Manuteno, na pessoa dos

    Engenheiros Pedro Pablo Temes Ruiz Diaz e Enon Larcio Nunes, pela

    oportunidade de aperfeioamento profissional.

    Aos professores e a coordenao do curso de ps-graduao, na pessoa do

    Professor Edson Paladini, pelo aprendizado.

    UFSC e UNIOESTE, pelos recursos oferecidos.

    Professora Aline Frana de Abreu, pela ateno e orientao no

    desenvolvimento desta pesquisa.

    Ao Professor Osmar Possamai, pelo incentivo e fora para elaborao desta

    pesquisa.

    s Senhoras Honorina Homrich e Heronita H. Scherer, pela confiana e estmulo

    em todo momento.

    Ao Sr. Nilson Figueiredo e Sra. Lurdes, pelo apoio e aprendizado no inicio de

    carreira.

    Ao Sr. Rafael Romero e Sra. Irma, tios, pelo exemplo de perseverana.

    Aos colegas do curso de ps-graduao, pelos momentos compartilhados.

    Aos colegas de trabalho, pela compreenso e esprito de cooperao.

    A todas as pessoas que contriburam para a realizao deste trabalho, com

    idias e ajudas em momentos decisivos.

    A Deus, pelo dom da vida e pela graa da elaborao desta dissertao.

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    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS...................................................................................................x

    LISTA DE TABELAS .................................................................................................xi

    RESUMO...................................................................................................................xii

    ABSTRACT..............................................................................................................xiii

    1 INTRODUO ...............................................................................................1

    1.1 Contexto Geral da Pesquisa ........................................................................1

    1.2 Objetivos .......................................................................................................4

    1.3 Justificativa...................................................................................................5

    1.4 Estrutura do Trabalho ..................................................................................8

    2 SISTEMAS DE INFORMAO E O SUPORTE DECISO........................9

    2.1 Aspectos Gerais sobre Gesto da Informao ..........................................92.1.1 Abordagens ao estudo de sistemas................................................................9

    2.1.1.1 Teoria geral de sistemas ................................................................................9

    2.1.1.2 Perspectiva sociotcnica de sistemas ..........................................................11

    2.1.2 Conceitos deDado, Informao e Conhecimento ........................................12

    2.1.2.1 Dados ...........................................................................................................13

    2.1.2.2 Informao....................................................................................................14

    2.1.2.3 Conhecimento...............................................................................................152.1.3 Funes empresariais ..................................................................................16

    2.1.3.1 Integrao das funes empresariais ...........................................................17

    2.1.4 Conceito de sistemas ...................................................................................18

    2.1.5 Sistemas de informao de qualidade..........................................................19

    2.1.6 Modelos de gesto e sistemas de informao..............................................20

    2.1.6.1 Cultura, filosofia e poltica empresarial .........................................................20

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    2.1.6.2 Modelos de gesto da informao................................................................20

    2.1.7 Conhecimento em sistemas de informao..................................................25

    2.2 Novas Tecnologias de Informao e o Suporte Deciso .....................26

    2.2.1 Evoluo dos sistemas de informao empresariais ....................................26

    2.2.2 Classificao dos sistemas de informao empresariais..............................27

    2.2.3 Modelo convencional de sistemas de Informao empresariais...................32

    2.2.4 Modelo dinmico de sistemas de Informao empresariais .........................33

    2.2.5 Tecnologias emergentes de sistemas de Informao empresariais .............34

    2.3 Implantao de sistemas de informao..................................................36

    2.3.1 Arquitetura de informaes...........................................................................36

    2.3.1.1 Conceito de arquitetura da informao.........................................................36

    2.3.1.2 Objetivos de uma arquitetura de informao................................................37

    2.3.2 Gerenciamento de projeto de sistemas de informao.................................38

    2.3.2.1 Metodologia de desenvolvimento de sistemas de informao......................39

    2.3.2.2 Estratgias de converso de sistemas .........................................................40

    2.3.2.3 Pr-requisitos para desenvolvimento e implantao de solues ................41

    2.3.2.4 Medidas de sucesso na implantao de solues de SI ..............................41

    2.3.2.5 Qualidade e produtividade de sistemas de informao ................................42

    2.3.2.6 Custo, benefcio e viabilidade.......................................................................44

    3 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ......................46

    3.1 Estrutura Geral............................................................................................46

    3.2 Metodologia da pesquisa...........................................................................47

    3.2.1 Modelo de anlise e soluo de problemas de SI ........................................47

    3.2.2 Perspectivas de anlise e soluo de problemas de SI................................50

    3.2.3 Modelo de estruturao de problemas .........................................................52

    3.2.4 Metodologia proposta para anlise de SI .....................................................55

    3.3 Caracterizao da pesquisa.......................................................................56

    3.4 Instrumentos de Coleta e Tratamento de dados......................................56

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    3.5 Limitaes da pesquisa .............................................................................57

    4 APLICAO DA METODOLOGIA PROPOSTA.........................................59

    4.1 Local pesquisado .......................................................................................59

    4.2 Gesto da manuteno ..............................................................................60

    4.2.1 Origem do mtodo de manuteno ..............................................................61

    4.2.2 Filosofia do mtodo de manuteno.............................................................61

    4.2.3 Macrofunes do mtodo de manuteno....................................................62

    4.2.4 Sistema Informatizado de gesto da manuteno........................................64

    4.3 Anlise do sistema de gesto da manuteno ........................................684.3.1 Anlise do problema.....................................................................................68

    4.3.2 Entendimento do problema...........................................................................69

    4.3.3 Estruturao do problema ............................................................................69

    4.4 Resultados ..................................................................................................71

    5 CONCLUSES E RECOMENDAES ......................................................77

    5.1 Concluses .................................................................................................77

    5.2 Sugestes para futuros trabalhos.............................................................79

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.........................................................................80

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2-1 Nveis hierrquicos de sistema no ambiente empresarial.....................11

    Figura 2-2 Viso sociotcnica dos sistemas de informao...................................12

    Figura 2-3 Integrao das funes empresariais ...................................................17

    Figura 2-4 Atividades dos Sistemas de Informao ...............................................19

    Figura 2-5 Controle da informao.........................................................................24

    Figura 2-6 Componentes do conhecimento em sistemas de informao...............25

    Figura 2-7 Estrutura Organizacional Dinmica.......................................................28

    Figura 2-8 Sistemas de informao na organizao ..............................................29

    Figura 2-9 Inter-relacionamento entre sistemas de informao .............................31Figura 2-10 Modelo convencional de sistemas de informao...............................32

    Figura 2-11 Modelo Dinmico de Sistemas de informao ....................................33

    Figura 2-12 Sistemas de informao e os suportes deciso...............................35

    Figura 2-13 Arquitetura de informao da empresa...............................................37

    Figura 2-14 Relao custo-benefcio......................................................................45

    Figura 3-1 Estrutura Geral da pesquisa .................................................................46

    Figura 3-2 Modelo de anlise e soluo de problemas de SI.................................48Figura 3-3 Fatores relacionados Perspectiva Tecnolgica..................................50

    Figura 3-4 Fatores relacionados Perspectiva Organizacional .............................51

    Figura 3-5 Fatores relacionados perspectiva de Recursos Humanos.................52

    Figura 3-6 Modelo para estruturao de problemas...............................................54

    Figura 4-1 Macrofunes do SOM .........................................................................63

    Figura 4-2 Subsistemas do SOM ...........................................................................64

    Figura 4-3 Estruturao do problema.....................................................................70

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1-1 Mudanas do mercado de energia eltrica ............................................2Tabela 1-2 Gerao de energia eltrica e potencia instalada nas usinas ................3

    Tabela 1-3 Mudanas no enfoque da manuteno como funo estratgica ..........6

    Tabela 2-1 Dados, informao e conhecimento.....................................................13

    Tabela 2-2 Modelos de gesto da informao .......................................................23

    Tabela 2-3 Avaliao dos modelos de gesto da informao ................................25

    Tabela 2-4 Evoluo do conceito de informao....................................................27

    Tabela 2-5 Caractersticas de processamento de sistemas de informao ...........30

    Tabela 3-1 Processo de anlise e soluo de problemas de SI.............................49

    Tabela 4-1 Definio dos fatores envolvidos no problema.....................................71

    Tabela 4-2 Perspectiva Tecnolgica ......................................................................72

    Tabela 4-3 Perspectiva Organizacional..................................................................74

    Tabela 4-4 Perspectiva de pessoal ........................................................................75

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    RESUMO

    MOTTA R., Angel Virginio. Desenvolvimento de sistemtica para anlise desistemas de informao: uma aplicao para gesto da manuteno. 2001. 97f.Dissertao (Mestrado em Engenharia de Produo) Programa de Ps-graduaoem Engenharia de Produo, UFSC, Florianpolis.

    Os Sistemas de Informao tem primordial importncia para o desenvolvimento denegcios em um ambiente cada vez mais competitivo e de rpidas e contnuastransformaes. Nesse contexto, o grau de confiabilidade e disponibilidade dos

    ativos industriais so de tal ordem, que para alcana-los torna-se necessrio autilizao de ferramentas adequadas de gesto. Assim, a disponibilizao de umSistema de Informao que atenda s necessidades organizacionais pode e devecolaborar eficazmente para a maximizao da produtividade. A pesquisa propostarealizou estudos, atravs de estudo de caso, para anlise de um sistema de gestoda manuteno em uma Usina Hidreltrica, utilizando-se, como suporte, o Modelo eas perspectivas bsicas de anlise e soluo de problemas de Sistemas deInformao sugeridas por Laudon & Laudon e tcnicas de estruturao deproblemas sugeridas por Basadur et al, obtendo-se como resultado o entendimentodo problema, a mesma viso compartida entre as reas de manuteno einformtica e a definio de direcionadores de aes a serem tomadas na busca de

    solues. Os resultados ainda fornecem subsdios para a compreenso e corretadefinio dos requisitos funcionais do sistema estudado, concluindo-se que ametodologia utilizada aplicvel para avaliao e soluo de problemas deSistemas de Informao, adaptando-se a realidade de cada caso, na busca dadisponibilizao de um sistema adequado s necessidades organizacionais paraauxlio tomada de decises e gesto de negcios.

    PALAVRAS-CHAVE

    Sistemas de Informao, Manuteno, Disponibilidade, Produtividade.

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    ABSTRACT

    MOTTA R., Angel Virginio. Development of a systematic to analysis informationsystems: an application to maintenance management. 2001. 97f. Thesis (Masterin Production Engineering) Postgraduate Programme of Production Engineering,UFSC, Florianpolis.

    Information Systems are of primordial importance to business development in anever more competitive environment, marked by rapid and continual changes. In thiscontext, the degree of reliability and availability of the industrial assets are of such

    relevance, that to attain them, there is a need to employ adequate managementtools. Hence, the availability of an Information System that fulfils the organizationalrequirements can, and must, effectively collaborate to maximise productivity. Theproposed research investigated, by means of case studies, the analysis of a systemof maintenance management in a Hydroelectric Power Plant, supported by a Modeland basic perspectives for analysis and problem-solving of Information Systemssuggested by Laudon & Laudon and techniques for the structuring of problemssuggested by Basadur et al. The result encompasses understanding of the problem,with the same vision being shared between the areas of maintenance andinformation services, and the definition of directives guiding the actions to be taken insearch of solutions. The results also provide support for the comprehension andcorrect definition of the functional requirements of the system being studied. It isconcluded that the methodology employed is applicable to the evaluation andsolution of problems encountered in Information Systems, being adaptable to thereality of each case, in the search to make available a system that is appropriate tothe organizational needs, to assist both in taking decisions and in managingbusinesses.

    KEY-WORDS

    Information Systems, Maintenance, Availability, Productivity.

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    1 INTRODUO

    1.1 Contexto Geral da Pesquisa

    As recentes transformaes ocorridas na economia mundial vem tendo reflexos

    inevitveis no pas. O aumento da competitividade obriga as empresas a se

    preocuparem mais detidamente com os aspectos de qualidade, produtividade e

    custos, requisitos fundamentais para permanecer ou sobressair no mercado.

    A Gesto da Informao uma fora emergente, que implantada

    adequadamente ajudar a impulsionar as organizaes para um patamar deexcelncia, onde as expectativas de produtividade e desempenho tero de ser

    superadas em benefcio da sociedade. Os Sistemas de Informao tm primordial

    importncia para o desenvolvimento de negcios nesse ambiente cada vez mais

    competitivo (Sinconee, 2001).

    Segundo Sleight (2000, p. 7), as organizaes no podem se dar ao luxo de

    ignorar uma ferramenta que vitaliza o mundo moderno. Os atuais sistemas de

    Tecnologia de Informao ajudam as empresas a ser mais eficientes e flexveis,diante das rpidas e contnuas transformaes.

    Neste contexto, a reestruturao do setor eltrico brasileiro tem como pontos

    principais a desverticalizao das empresas, a implantao de um modelo

    empresarial competitivo, o livre acesso rede de baixa tenso e a reduo do papel

    do Estado, deixando de ser executor para se tornar regulador e fiscalizador desse

    mercado, compatibilizando os interesses das diversas empresas e dos usurios em

    um novo ambiente institucional.

    Tambm, faz parte do novo modelo, a constituio de entidades

    especializadas para executar as funes de normatizao, planejamento, operao

    e comercializao de energia eltrica. Como fruto desse modelo, foi criado a ANEEL

    Agncia Nacional de Energia Eltrica, o ONS - Operador Nacional do Sistema

    Eltrico e o MAE Mercado Atacadista de Energia.

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    2

    O ONS congrega empresas de gerao, transmisso, distribuio,

    importadores e exportadores de energia eltrica e consumidores livres, seguindo

    regras, metodologias e critrios aprovados pelas prprias empresas e homologados

    pelo MME - Ministrio de Minas e Energia, atravs da ANEEL como membro

    participante com poder de veto em questes que conflitem com as diretrizes e

    polticas governamentais para o setor de energia eltrica.

    Na Tabela 1-1 mostram-se as diferenas entre o antigo e o novo modelo do

    mercado de energia eltrica.

    Tabela 1-1 Mudanas do mercado de energia eltrica

    Modelo Antigo Modelo Novo

    Empresas verticalizadas Desverticalizao e privatizao

    Empresas estatais Empresas estatais e privadas

    Mercado cativo (monoplio) Mercado livre (competio)

    Remunerao fixa Remunerao varivel

    Regulao pelo DNAEE Regulao pela ANEEL

    Operao e

    Planejamento: Eletrobrs

    Operao : ONS

    Planejamento : CCPE

    Comercializao: MAE

    Fonte: Siqueira (2001) Adaptado

    Com o atual processo de desverticalizao e privatizao, o nmero de

    empresas aumentou significativamente, bem como o nvel de competio entre as

    mesmas. A exigncia do mercado pela qualidade e continuidade do fornecimento de

    energia tem sido uma preocupao constante para as empresas do setor, e tem se

    intensificado ainda mais, considerando a escassez de recursos energticos e as

    expectativas geradas em funo da crise que o pas vem enfrentando, pelas atuais

    condies hidrolgicas e o adiamento de investimentos em gerao e transmisso.

    O sistema de produo e transmisso de energia eltrica do Brasil um

    sistema hidrotrmico de grande porte, com forte predominncia de usinas

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    3

    hidreltricas que se distribuem em diferentes bacias hidrogrficas. O Sistema

    Interligado est formado pelas empresas das regies Sul, Sudeste, Centro-Oeste,

    Nordeste e parte da regio Norte, correspondendo a uma capacidade geradora

    instalada de 65.757,1 MW (no final do ano de 2000), distribudos entre os diferentes

    tipos de gerao. Na Tabela 1-2 mostra-se a potncia instalada nas usinas do pas.

    Tabela 1-2 Gerao de energia eltrica e potencia instalada nas usinas

    Tipos de gerao Potncia instalada (MW)

    Hidroeltricas 59.627,6

    Trmicas 4.163,5 Nuclear 1.966,0

    Total 65.757,1

    Fonte: ONS (2001) Adaptado

    Formando caminhos alternativos, as redes de transmisso possibilitam a troca

    de energia entre regies, permitindo a explorao dos recursos hdricos a partir da

    diversidade de comportamento das vazes entre os rios de diferentes bacias

    hidrogrficas. Conceitualmente, a operao do Sistema Interligado Nacional est

    baseada na interdependncia operativa entre as usinas, na interconexo do sistema

    eltrico e na integrao dos recursos de gerao, para atendimento ao mercado.

    A interdependncia operativa consiste no aproveitamento em conjunto dos

    recursos hidroeltricos, atravs da construo e operao de usinas e reservatrios

    localizados em seqncia em vrias bacias hidrogrficas. Assim, a operao de uma

    determinada usina depende da vazo liberada a montante por outras usinas, ao

    mesmo tempo em que sua operao afeta as usinas jusante, de forma anloga.

    Em funo da aleatoriedade das afluncias, existem sempre as possibilidades

    de ocorrer seqncias de baixa hidraulicidade. Como algumas bacias hidrogrficas

    esto sob regimes pluviomtricos diferentes, possvel obter maior disponibilidade

    de energia atravs de uma operao integrada de usinas, evitando-se vertimentos

    indesejveis. Segundo o ONS (2001), estudos realizados com a configurao do

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    4

    sistema no ano 2000 comprovaram que a operao de usinas integradas

    eletricamente responde por um acrscimo de 22% de disponibilidade de energia do

    parque gerador.

    Assim, mquinas, equipamentos e instalaes devero ser mantidos em

    regime de maior disponibilidade, maior confiabilidade e menor custo, o que exigir

    das empresas de energia eltrica maiores esforos para adequar-se a esta

    realidade. O grau de confiabilidade, disponibilidade e reduo de custos necessrios

    so de tal ordem que, para alcana-los, so necessrios a utilizao de ferramentas

    adequadas de gesto.

    Atualmente, as empresas se preocupam cada vez mais na obteno de

    Sistemas Informatizados que realmente atendam a suas necessidades e lhes

    permitam contar com informaes que apoiem tomada de deciso na gesto de

    negcios. Segundo McGee & Prusak (1994), Laudon & Laudon (1996), Inmom

    (1997a), Davenport (1998), a aquisio ou desenvolvimento de projetos e a

    implementao das solues de problemas de Sistemas de Informao devem ser

    orientadas pelas necessidades da organizao em relao informao.

    1.2 Objetivos

    O objetivo geral do trabalho :

    Desenvolver uma sistemtica para anlise de Sistemas de Informao,

    considerando o mtodo de estruturao de problemas proposto por Basadur et al(1994) como um processo para as etapas de definio e entendimento de problemas

    do modelo proposto por Laudon e Laudon (1999).

    Para atingir o objetivo geral, tem-se os seguintes objetivos especficos:

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    - identificar perspectivas de anlise de problemas em Sistemas de Informao;

    - estabelecer sistemtica de desdobramento das perspectivas de anlise;

    - definir os fatores envolvidos no problema a partir das perspectivas desdobradas;

    - definir as bases para soluo dos problemas e especificao dos requisitos

    funcionais do Sistema de Informao;

    - verificar a aplicabilidade da metodologia proposta, atravs da anlise do Sistema

    de Gesto da Manuteno de uma usina hidreltrica.

    1.3 Justificativa

    A evoluo da Manuteno passou por fases bem caractersticas. Destacam-se

    os aspectos que contriburam para o atual estado da arte.

    Pr-industrializao: Caracterizada pela produo artesanal, onde uma mesma

    pessoa fazia tudo, desde fabricar suas prprias ferramentas e produtos atexecutar ele mesmo a manuteno, de forma rudimentar;

    Industrializao: A capacidade da produo artesanal esgotou-se com o contnuo

    crescimento populacional e da demanda por produtos. Evoluiu-se para a

    substituio paulatina do esforo braal pela utilizao de mquinas cada vez

    mais poderosas e produtivas. As principais caractersticas desta fase so a

    operao de mquinas individuais, no chegando a formar o conceito de sistema

    e o enfoque de carter corretivo, no programado, dado manuteno;

    Automao: Caracterizada pela utilizao de dispositivos eltricos, eletrnicos e

    pneumticos na superviso e controle e pelo inicio da utilizao de computadores

    no processo produtivo. As interrupes nas linhas de produo causadas por

    defeitos ou falhas tornaram-se altamente indesejadas, requerendo-se estudos e

    tratamentos mais adequados e evoluindo-se para o conceito de Operao de

    Sistemas e Manuteno Preventiva Programada;

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    Informatizao: Na produo, teve incio a aplicao da Mecatrnica e da

    Robtica. Na operao, os sistemas de superviso e controle foram absorvidos,

    em grande parte, por sistemas informatizados que propiciam recursos mais

    poderosos e geis que permitem acompanhar os processos produtivos em tempo

    real. Na manuteno, a informatizao criou as condies necessrias para o

    surgimento da Manuteno Preditiva, na qual o desempenho dos equipamentos

    so monitorados e, a partir de parmetros adequados se estabelece o ponto

    timo para interveno.

    Na Tabela 1-3 mostram-se as mudanas de enfoque da manuteno como

    funo estratgica, quando se comparam as fases de sua evoluo.

    Tabela 1-3 Mudanas no enfoque da manuteno como funo estratgica

    Pr-industrializao/Industrializao Automao/Informatizao

    Eficincia Eficcia

    Reparar o equipamento (correo de

    falhas)

    Manter o equipamento pronto para

    operar ( minimizao de falhas)

    Preocupao limitada manuteno(conserto do equipamento aps

    avaria)

    Preocupao voltada empresa(maior disponibilidade e confiabilidade

    do equipamento e reduo de custos)

    Fonte: Xavier (2000, p.13) Adaptado

    O gerenciamento estratgico da manuteno consiste na minimizao de

    ocorrncia de falhas, e no apenas na correo das falhas. preciso manter a

    funo do equipamento disponvel para operao e reduzir os riscos de uma paradade produo no planejada. Estrategicamente, a manuteno deve atingir e

    melhorar as metas empresariais de disponibilidade e avaliar qual a sua

    contribuio para o faturamento da empresa (Pinto, 1998, p. 3).

    Segundo a Associao Brasileira de Manuteno - ABRAMAN (1999), o custo

    anual de manuteno representa, em mdia, 3,56% do faturamento bruto das

    empresas. Considerando o PIB nacional na ordem de 777 bilhes de dlares, pode-

    se estimar que o Brasil gasta em manuteno cerca de 34 bilhes de dlares

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    7

    anualmente. Ainda segundo a ABRAMAN (1999), o custo anual de manuteno no

    setor eltrico representa, em mdia, 2% do faturamento bruto das empresas.

    A energia eltrica tem importncia estratgica para o bem social e para a

    economia de um pas. Aspectos tcnicos e gerenciais relacionados produo

    dessa energia evidenciam a necessidade de adoo de um mtodo de manuteno

    que contribua eficazmente para a maximizao da utilizao dos recursos de

    gerao e transmisso, maximizao da confiabilidade do fornecimento e

    minimizao dos custos de explorao. Para operacionalizao desse mtodo, se

    requer do suporte de um Sistema de Informaes adequado s necessidades

    organizacionais.

    Os sistemas de Tecnologia de Informao mudaram consideravelmente em

    poucos anos e, assim, muitas empresas ainda dispem de uma mistura de antigos e

    novos sistemas em uso. Para encontrar solues adequadas s necessidades

    organizacionais, essencial, primeiramente, avaliar o problema sob amplas

    perspectivas. necessrio que haja um entendimento pleno do problema, para

    definir claramente a especificao dos requisitos funcionais que orientaro o projeto

    e a implementao da soluo de problemas de Sistemas de Informao (Sleight,

    2000, p. 14, Pressman, 1998, p. 183, Laudon & Laudon, 1999).

    Segundo Pressman (1998, p. 184), tanto analistas quanto clientes devem ter

    um papel ativo na anlise, avaliao e especificao desses requisitos. Pode

    parecer uma tarefa relativamente simples, mas na realidade no assim. Se a

    comunicao entre clientes e analistas no for bem sucedida, sobraro ocasies

    para interpretaes incorretas, mal entendidos, repasse de informaes incompletas

    ou at mesmo falta de informaes que podem comprometer o desenvolvimento e a

    implantao de um projeto de Sistema de Informao. Os clientes podem no estar

    seguros de todas suas necessidades e os analistas podem no estar seguros de

    que um enfoque especfico permite obter o funcionamento e rendimento adequado

    do sistema. Ainda segundo Pressman (1998, p. 184), existe uma lacuna entre as

    atividades de anlise e projeto de um sistema, e a definio correta dos requisitos

    funcionais uma tarefa que preenche esta lacuna.

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    8

    1.4 Estrutura do Trabalho

    Alm do Captulo de Introduo, a estrutura deste trabalho abrange mais 4

    Captulos.

    No Captulo 2 descreve-se a reviso de literatura, incluindo aspectos gerais

    sobre gesto da informao, novas tecnologias de informao e o suporte deciso

    e implantao de solues de problemas de sistemas de informao.

    O Captulo 3 destina-se metodologia de desenvolvimento da pesquisa,

    incluindo-se o mtodo proposto para anlise de problemas em Sistemas de

    Informao.

    No Captulo 4 apresenta-se a aplicao da metodologia proposta e a avaliao

    dos resultados.

    No Captulo 5 apresentam-se as concluses desta pesquisa, suas limitaes e

    sugestes para futuros trabalhos.

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    2 SISTEMAS DE INFORMAO E O SUPORTE DECISO

    2.1 Aspectos Gerais sobre Gesto da Informao

    Informatizar a empresa, instalando computadores e impressoras, ligando-os em

    rede e utilizando aplicativos, nem sempre resolvem os problemas nas empresas e

    muito menos organizam seus sistemas de informao. A tecnologia da informao,

    sem planejamento, sem organizao das informaes das funes empresarias e

    procedimentos do negcio, sem uma gesto adequada, no traz contribuio efetiva

    para os sistemas de informao da empresa (Chinelato, 1993; Abreu e Rezende,2000).

    2.1.1 Abordagens ao estudo de sistemas

    Para entender a natureza e o impacto que um sistema pode causar numa

    empresa, necessrio entender os problemas para os quais eles so projetados

    como solues, as solues propostas e os processos organizacionais que levarama essas solues. Antes de estudar sobre empresa, sistemas e tecnologia da

    informao preciso entender a Teoria Geral de Sistemas, seus princpios e suas

    premissas e a Abordagem Sociotcnica de Sistemas (Abreu, 1998 ).

    2.1.1.1 Teoria geral de sistemas

    A Teoria Geral de Sistemas surgiu na dcada de 50, com os trabalhos do

    bilogo alemo Ludwig von Bertalanffy, abordando as questes cientficas e

    empricas dos sistemas. Quando se consideram os objetos de estudo como

    sistemas, muitos princpios e concluses de alguma cincia tem validade para outras

    cincias (Bertalanffy citado por Chiavenatto, 1987, p.346).

    O objetivo da teoria geral de sistemas no solucionar problemas, mas

    produzir teorias e formulaes conceituais que criem condies de aplicaes na

    realidade emprica, sob a tica das questes cientficas.

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    Os princpios bsicos da teoria geral de sistemas so:

    existe uma ntida tendncia para a integrao nas vrias cincias naturais e

    sociais;

    essa integrao parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas;

    essa teoria de sistemas pode ser uma maneira mais abrangente de estudar os

    campos no fsicos do conhecimento cientfico, especialmente as cincias

    sociais;

    essa teoria de sistemas, ao desenvolver princpios unificadores que atravessam

    verticalmente os universos particulares das diversas cincias envolvidas,

    aproxima-se do objetivo da unidade da cincia;

    isso pode levar a uma integrao muito necessria na educao cientfica.

    A Teoria Geral de Sistemas afirma que as propriedades dos sistemas no

    podem ser descritas adequadamente estudando-se seus elementos em separado,

    exigindo sua integrao. A compreenso ocorre somente quando os elementos so

    estudados com uma viso sistmica global, envolvendo as interdependncias de

    suas partes ou elementos.

    Segundo Berrien citado por Chiavenato ( 1987, p.347), a Teoria Geral de

    Sistemas fundamenta-se em trs premissas bsicas:

    os sistemas existem dentro dos sistemas. Molculas dentro de clulas, clulas

    dentro de tecidos, e assim por diante;

    os sistemas so abertos. uma conseqncia da premissa anterior. Cadasistema recebe e transmite algo aos demais sistemas. Os sistemas abertos esto

    em um processo infinito de intercmbio com o seu ambiente, que so os outros

    sistemas. Se o intercmbio cessa, o sistema se desintegra, isto , perde suas

    fontes de energia;

    as funes de um sistema dependem de sua estrutura. A medida que as funes

    se contraem ou expandem, a estrutura acompanha.

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    A Teoria Geral de Sistemas uma ferramenta de apoio para anlise e soluo

    de problemas complexos, pois permite analisar um problema dividindo-o em partes

    sem perder a viso do todo e o relacionamento entre as partes. Dentro desse

    contexto, os subsistemas esto subordinados a um sistema, este subordinado a um

    supersistema, e este por sua vez inserido no meio ambiente, como mostrado na

    Figura 2-1. Este conceito transportado para a rea de gesto empresarial, em que

    as empresas podem ser vistas como sistemas abertos, o que permite analisa-las

    melhor e gestiona-las de modo integrado.

    Fonte: Abreu (1998)

    Figura 2-1 Nveis hierrquicos de sistema no ambiente empresarial

    2.1.1.2 Perspectiva sociotcnica de sistemas

    Os sistemas empresariais podem ser compostos por diversas partes, como software,

    hardware, dados e pessoas, constituindo-se uma parte tcnica e outra social.

    importante que os administradores empresariais entendam o relacionamento entre

    os componentes tcnicos de um sistema e a estrutura, o funcionamento e o

    processo poltico das organizaes. Os desenvolvedores de sistemas devem

    considerar os objetivos de gesto e o processo decisrio, bem como o impacto que

    estes sistemas tero sobre as pessoas e sobre a organizao (Abreu e Rezende,

    2000, p.31).

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    Na Perspectiva Sociotcnica, segundo Laudon e Laudon (1999, p. 10), a

    tecnologia da informao, as organizaes e as pessoas passam por um processo

    de ajuste entre si, at que se obtenha uma harmonizao entre os domnios para

    otimizar o desempenho do sistema. Na Figura 2-2 mostra-se a viso sociotcnica

    dos Sistemas de Informao.

    Fonte: Laudon & Laudon (1999, p.11)

    Figura 2-2 Viso sociotcnica dos sistemas de informao

    Os problemas de SI podem ser vistos como uma combinao de questes

    relativas tecnologia, organizao e pessoas.

    2.1.2 Conceitos deDado, Informao e Conhecimento

    Os termos dados, informao e conhecimento podem, facilmente, ser

    interpretados como uma mesma coisa. comum a ocorrncia deste fato. Segundo

    Davenport (1998, p.18), durante anos, as pessoas se referiram a dados como

    informao; agora vem-se obrigadas a lanar mo de conhecimento para falar

    sobre informao. No fcil distinguir, na prtica, dados, informao, e

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    conhecimento, mas existem diferenas entre os mesmos, como mostrado na

    Tabela 2-1.

    Tabela 2-1 Dados, informao e conhecimento

    Dados Informao Conhecimento

    Simples observaes sobre oestado do mundo

    Dados dotados de relevnciae propsito

    Informao valiosa da mentehumana. Inclui reflexo,

    sntese, contexto.

    Facilmente estruturado Requer unidad de anlise De difcil estruturao

    Facilmente obtido pormquinas

    Exige consenso emrelao ao significado

    De difcil captura emmquinas

    FreqentementeQuantificado

    Exige necessariamente amediao humana

    Freqentemente ttico

    Facilmente transfervel De difcil transferncia

    Fonte: Davenport (1998, p.18)

    2.1.2.1 Dados

    Segundo Davenport & Prusak (1998, p.2), dados so um conjunto de fatos

    distintos e objetivos, relativos a eventos.

    Laudon & Laudon (1996, p.9), definem dados como um conjunto de fatos

    representando eventos que ocorrem em uma organizao ou no ambiente em que

    esto inseridas. Ainda segundo Laudon & Laudon (1999, p.10), mencionando

    Plato, os dados podem ser considerados como os fatos brutos, o fluxo infinito de

    coisas que esto acontecendo agora e que aconteceram no passado.

    Para Oliveira (1993), os dados somente descrevem o que aconteceu, sem levar

    compreenso da situao. Os dados, por eles mesmos, no dizem nada sobre a

    sua prpria relevncia ou importncia. Desta forma, quando um tcnico mecnico

    repe o nvel de leo do mancal de uma turbina, esse evento pode ser descrito pelos

    seguintes dados: quando ele fez a reposio, que quantidade reps, quanto tempo

    utilizou, etc. No entanto, estes dados no dizem por que o nvel de leo diminuiu

    naquela turbina e no podem prever a probabilidade daquele evento voltar a

    acontecer. Isoladamente, esses dados no tem um significado em si.

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    Para que os dados se tornem teis como informao, preciso que sejam

    apresentados de tal forma que se possa relaciona-los e atuar sobre eles (McGee &

    Prusak, 1994,p.24). A informao deve ser discutida no contexto de usurios e

    responsveis por decises. Informao representa dados em uso, e esse uso implica

    um usurio.

    2.1.2.2 Informao

    Segundo McGee & Prusak (1994, p.24) e Beuren(1998, p.23), informao so

    dados coletados, organizados, ordenados, aos quais so atribudos significados e

    contexto.

    Para Cassarro (1994, p.35), informao um fato, um evento comunicado.

    Laudon & Laudon (1999, p.10), definem informao como o conjunto de dados

    aos quais seres humanos deram forma para torna-los significativos e teis.

    Drucker (1988), definiu informao como dados dotados de relevncia e

    propsito.

    A palavra informao derivada do latim e seu significado original dar forma

    a (Davenport & Prusak, 1998; Sveiby, 1994).

    Davenport & Prusak (1998, p.4), descrevem a informao como uma

    mensagem, geralmente na forma de um documento ou uma comunicao. Como

    toda mensagem, ela tem um emissor e um receptor. Para que o receptor obtenha

    uma informao, os dados precisam ser organizados e formatados com um

    propsito, ser relevantes e exercer impacto sobre o seu julgamento ecomportamento. Cabe ao emissor atribuir um significado e uma contextualizao

    mensagem, e ao receptor, a tarefa de decidir se ela realmente constitui uma

    informao, isto , se realmente o informa.

    Segundo Davenport & Prusak (1998, p.4), a informao movimenta-se pelas

    organizaes por redes hard e soft. A rede hard aquela que tem uma infra-

    estrutura definida, como cabos, utilitrios de entrega, centrais de correio, caixas

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    postais eletrnicas. A rede soft menos formal, menos visvel e circunstancial.

    Laudon & Laudon (1999, p.5), acrescentam que nos sistemas de informao

    informais no h acordo sobre que informao existe na organizao, como ser

    armazenada e o que ser armazenado. As pessoas trocam informaes livremente

    sobre um grande nmero de assuntos e tpicos, mudando-os constantemente.

    2.1.2.3 Conhecimento

    Conhecimento o conjunto de ferramentas conceituais e categorias usadas

    para criar, colecionar, armazenar e compartilhar a informao (Laudon & Laudon,1999, p.10).

    Para Sveyby (1998, p.4), conhecimento capacidade de agir.

    Segundo Davenport & Prusak (1998, p.6), conhecimento :

    uma mistura fluda de experincia condensada, valores, informao contextual

    e insightexperimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliao e

    incorporao de novas experincias e informaes. Ele tem origem e aplicado na mente dos conhecedores. Nas organizaes, ele costuma estar

    embutido no s em documentos ou repositrios, mas tambm em rotinas,

    processos, prticas e normas organizacionais.

    Conhecimento a informao mais valiosa e mais difcil de gerenciar

    (Davenport, 1998, p.19). valiosa precisamente porque algum deu informao

    um contexto, um significado, uma interpretao.

    Davenport & Prusak (1998, p. 8), refletem sobre alguns dos componentesbsicos do conhecimento, como: a experincia, a verdade, o discernimento e as

    normas prticas.

    O conhecimento se desenvolve ao longo da experincia, abrangendo aquilo

    que absorvemos dos aprendizados formal e informal. A experincia proporciona uma

    perspectiva histrica a partir da qual podemos olhar e entender novas situaes. O

    conhecimento nascido da experincia reconhece padres que nos so familiares e a

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    partir da podemos fazer inter-relaes entre aquilo que est acontecendo agora e

    aquilo que aconteceu antes.

    A verdade significa saber o que realmente funciona e o que no funciona. A

    anlise de desempenho de uma equipe de trabalho, por exemplo, envolve o exame

    da quantidade de homens x hora previsto e o que efetivamente foi utilizado, qual a

    razo da diferena entre ambos, o que pode ser aprendido com esse fato e o que

    deve ser incorporado nos procedimentos documentados da empresa.

    Diferentemente dos dados e informao, o conhecimento contm

    discernimento, o que permite julgar novas situaes luz daquilo que j

    conhecido, modificando-se a medida que interage com o meio ambiente.

    As normas prticas so atalhos para soluo de novos problemas. Os dotadosde mais conhecimento enxergam padres familiares em situaes novas,

    construindo guias flexveis para as novas aes desenvolvidas, onde no seja

    necessrio dar uma resposta partindo do zero a cada situao.

    Os valores e crenas das pessoas exercem forte impacto sobre o

    conhecimento organizacional. Pessoas com diferentes valores vem diferentes

    coisas numa mesma situao e organizam seu conhecimento em funo de seus

    valores. Nonaka & Takeuchi (1998), dizem que o conhecimento, refere-se a crenase compromissos. O poder do conhecimento de organizar, selecionar, aprender e

    julgar provm de valores e crenas tanto quanto da informao e da lgica.

    2.1.3 Funes empresariais

    Independente do tipo de negcio, as funes empresariais so as principaismacro atividades da empresa. As funes empresariais ou subsistemas do Sistema

    Empresa podem ser: produo ou servios, recursos humanos, recursos materiais,

    comercial, financeira e jurdica.

    As funes empresariais esto presentes em todas as empresas.

    Independente, tambm, do tipo e da forma de organizao da empresa ou negcio,

    as funes empresariais existiro sempre na forma de atividades empresariais ou

    atividades do negcio.

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    2.1.3.1 Integrao das funes empresariais

    A abordagem sociotcnica e integrada diz respeito ao funcionamento

    engrenado das funes empresariais da organizao. Para um funcionamento

    harmnico, racional e efetivo, elas devem ser integradas entre si, pois cada funo

    gera informaes que podem ser utilizadas por uma ou mais funes empresariais,

    resultando cadeias de inter-relaes e interdependncias que caracterizam o

    conceito de integrao sistmica da informao (Abreu & Rezende, 2000, p.45).

    Na Figura 2-3 mostra-se as funes empresariais, sistmicamente

    dependentes entre si.

    Fonte: Abreu & Rezende (2000, p.45)

    Figura 2-3 Integrao das funes empresariais

    Existem limitaes de integrao, principalmente quando as informaes esto

    em forma desestruturada e assistemtica, pois muitas vezes no existem regras ou

    padres tcnicos consensados para aplicao no desenvolvimento de sistemas.

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    2.1.4 Conceito de sistemas

    Abreu & Rezende (2000, p.30), destacam os seguintes conceitos de sistemas:

    conjunto de partes que interagem entre si, integrando-se para atingir um objetivo

    ou resultado;

    conjunto de partes interagentes e interdependentes que formam um todo unitrio

    com determinados objetivos e efetuam determinadas funes;

    em informtica, o conjunto de software, hardware e recursos humanos;

    componentes da tecnologia da informao e seus recursos integrados;

    empresa e seus vrios subsistemas.

    Os sistemas de informao constituem-se como mecanismos de apoio

    gesto, tendo o apoio da informtica para atuar como condutores das informaes

    que objetivam facilitar, agilizar e otimizar o processo de deciso nas organizaes

    (Oliveira, 1993).

    Todo sistema que manipula e gera informaes pode ser genericamenteconsiderado Sistema de Informao (Rezende, 1999).

    Um sistema de informaes pode ser definido como o processo de

    transformao de dados em informaes que so utilizadas na estrutura decisria da

    empresa e que proporcionam a sustentao administrativa visando a otimizao dos

    resultados esperados (Abreu, 1998; Abreu e Rezende 2000, p.62).

    Laudon & Laudon (1999, p.4), definem sistema de informao como:

    um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para

    coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informao com a

    finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenao, anlise e o

    processo decisrio em empresas e outras organizaes.

    Um sistema de informaes pode ser decomposto em trs atividades bsicas

    entrada, processamento e sada da informao (Bio, 1993; Chiavenato, 1993;

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    Oliveira, 1998; Laudon e Laudon, 1999):

    a entrada envolve a captao de fontes de dados brutos de dentro ou fora da

    organizao;

    processamento envolve a converso dessa entrada bruta, efetuando operaes,

    clculos e ordenaes em forma apropriada;

    a sada envolve a disponibilizao da informao gerada para as pessoas ou

    atividades que a usaro;

    a realimentao parte da sada que retorna s pessoas apropriadas da

    organizao, permitindo verificar se os resultados esto de acordo com as metasdefinidas e tambm a aprendizagem organizacional.

    Na Figura 2-4 mostram-se as atividades bsicas dos Sistemas de Informao.

    Fonte: Laudon & Laudon (1999, p.4)

    Figura 2-4 Atividades dos Sistemas de Informao

    2.1.5 Sistemas de informao de qualidade

    Os padres tcnicos, regras de programao, estruturao e documentao,

    no tocante ao desenvolvimento de sistemas de informao, devem fazer parte das

    normas da empresa e ser aplicadas visando a continuidade do processo na eventual

    ausncia ou troca de pessoas envolvidas no projeto, minimizando a dependncia

    dessas pessoas envolvidas.

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    A desinformao pode ser definida como conceitos, paradigmas, termos,

    palavras, interpretadas em forma divergente por diferentes pessoas da mesma

    organizao, podendo, com isso, gerar informaes desvirtuadas e causar erros,

    dvidas e insatisfao (Abreu &Rezende, 2000, p.145).

    2.1.6 Modelos de gesto e sistemas de informao

    Independente do seu negcio, toda empresa tem sua cultura, filosofia e poltica

    empresarial, que influenciam no modelo de gesto de seus sistemas de informao.

    2.1.6.1 Cultura, filosofia e poltica empresarial

    Pode-se definir cultura como padres de comportamento, crenas, conjunto de

    valores espirituais e materiais.

    A filosofia se caracteriza pela maneira de pensar, de reunir os conhecimentos.

    As polticas empresariais podem ser definidas como regras e normas, conjunto

    de orientaes a serem seguidas.

    2.1.6.2 Modelos de gesto da informao

    Para que uma empresa seja bem sucedida na gesto da informao,

    necessrio que haja um consenso sobre o que a informao dentro da

    organizao, quem a possui, como conservada, quem o responsvel pelo seu

    gerenciamento, como controlar e como utilizar a informao (McGee & Prusak, 1998,p.156).

    A informao pode ser utilizada tanto para distribuir o poder como para

    centraliz-lo. Segundo Davenport (1998, p.91):

    algumas empresas centralizam o controle da informao, outras promovem o

    acesso s informaes e envolvem mais pessoas na tomada de deciso.

    uma questo de escolha, baseada em numerosos fatores idiossincrticos,

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    21

    como o tamanho da empresa, seu ramo de atividade e sua estrutura

    organizacional, mas a essncia da poltica da informao formada por quem

    faz a escolha e pelas conseqncias que essa escolha determina.

    McGee & Prusak (1998, p.154) e Davenport (1998, p.92), identificam cinco

    estilos polticos de gesto da informao nas organizaes: federalismo; monarquia;

    feudalismo; anarquia e utopia tecnocrtica.

    O Federalismo caracteriza-se por envolver uma democracia representativa, com

    alto nvel de autonomia local e baixa autonomia central. Em relao

    informao, esse modelo enfatiza que apenas poucos elementos precisam ser

    definidos e administrados centralmente, enquanto o restante pode ser

    administrado pelas unidades locais.

    Sua principal caracterstica o uso da negociao, como agente atravs do qual

    partes concorrentes e no cooperativas so reunidas. Este modelo trata a poltica

    informacional como atividade legtima e necessria, pela qual pessoas com

    diferentes interesses buscam e conseguem elaborar uma definio coletiva de

    objetivos e os meios para alcana-los.O federalismo o modelo poltico ideal para empresas grandes com diversidade

    de atividades, onde h muita sinergia entre unidades para troca de informaes.

    As necessidades de compartilhamento da informao determinaro o nvel de

    integrao operacional dos sistemas;

    O modelo feudal de gesto da informao caracteriza-se por um ambiente em

    que a aquisio, armazenamento, distribuio e anlise da informao so

    controlados pelos respectivos gerentes das unidades como senhores vivendo em

    feudos auto suficientes. Eles determinam qual a informao importante, como

    ser interpretada e em que formato ser disseminada. O feudalismo floresce em

    ambientes onde h estruturao por diviso de negcios e que possuem uma

    grande autonomia. A excessiva concentrao de informaes nas unidades,

    normalmente sem considerar as questes mais amplas dos negcios, dificulta a

    integrao operacional e o compartilhamento de informaes;

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    22

    O modelo poltico monarquista apresenta-se quando um indivduo ou uma funo

    controla a maior parte das informaes de uma empresa. O monarca que pode

    ou no ser um gerente de alto nvel especifica que tipo de dados so

    importantes, estabelece significados para elementos chave e procura controlar o

    modo como a informao interpretada. O maior problema deste modelo que

    sua continuidade depende do responsvel ao qual est associada toda a

    autoridade.

    Quando o monarca, em vez de um executivo snior um funcionrio de nvel

    inferior, pode significar que ningum acima deste na hierarquia importa-se muito

    com a informao, e isso pode dificultar bastante sua gesto. O monarca deveria

    ser o diretor presidente, o lder de uma funo poderia assumir o domnio dainformao para a sua unidade, e assim por diante;

    A anarquia de informao, raramente um estado que uma organizao

    escolheria de maneira consciente, porm comum a sua existncia. Ela se

    instala quando modelos mais centralizadores falham, so inadequados, mal

    gerenciados ou quando nenhum executivo de alto nvel compreende a

    importncia da informao compartilhada para um funcionamento eficaz do

    sistema.

    A anarquia na informao torna-se possvel e mais perigosa com a introduo e o

    rpido crescimento do uso de recursos computacionais atuais. As pessoas e as

    unidades perceberam que podem gerenciar seus prprios banco de dados e

    gerar seus relatrios de acordo com suas necessidades, no momento em que

    desejassem. Quando cada um tem seu prprio banco de dados, sem prvio

    planejamento, existe a possibilidade de redundncias e divergncias de dados;

    A utopia tecnocrtica se caracteriza por uma forte orientao abordagem do

    gerenciamento da informao partir de uma perspectiva tecnolgica.

    As pessoas que se identificam com este estilo poltico possuem fatores comuns

    como: enfatizam a modelagem da informao; supervalorizam as tecnologias

    mais recentes de hardware e software e tentam lidar com todas as informaes

    da organizao.

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    Neste modelo, a preocupao est mais voltada para a tecnologia utilizada em

    obter a informao do que informao propriamente dita e h crena de que a

    tecnologia resolver todos os problemas da organizao.

    Na Tabela 2-2 mostram-se os modelos de gesto da informao.

    Tabela 2-2 Modelos de gesto da informao

    Modelo Caracterstica

    Utopia Tecnocrtica Abordagem altamente tecnolgica que enfatiza amodelagem dos recursos de informao apoiando-sefortemente em novas tecnologias.

    Ignora a questo poltica

    Anarquia Ausncia completa de uma poltica de gerenciamento deinformao, que deixa a cargo das pessoas obter egerenciar sua prpria informao

    No possui nenhum tipo de controle

    Feudalismo Gerenciamento por unidades de negcio ou funes, quedefinem suas prprias necessidades de informao erepassam apenas uma informao limitada organizao

    Envolve polticas concorrentes

    Monarquia A classificao da informao e a definio do seu fluxo feita pelos responsveis na empresa, podendo ou no sercompartilhada a informao

    Elimina a poltica atravs de uma autoridade forte e central

    Federalismo Abordagem de gerenciamento da informao baseada noconsenso e na negociao de elementos de informaochave e no fluxo da informao para a organizao

    Reconhece explicitamente a importncia da poltica

    Fonte: McGee & Prusak (1994, p.155) adaptado

    Observa-se entre os modelos de gesto da informao monarquia,

    federalismo, feudalismo e anarquia a evoluo do controle no ambiente

    informacional, como mostrado na Figura 2-5.

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    Fonte: Davemport (1998, p.92)

    Figura 2-5 Controle da informao

    Nas organizaes podero existir defensores de mais de um dos modelos de

    gesto da informao, que podem entrar em conflitos entre s ou um deles

    predominar. Segundo McGee e Prusak (1994, p.154), Davenport (1998, p.92), a

    maneira de gerenciar a informao de forma mais realista e eficaz explicitar a

    mentalidade poltica existente na organizao e em seguida escolher o modelo que

    melhor se adapte a suas necessidades. Numa empresa que apregoa a delegao de

    poderes e a ampla participao, o federalismo seria o modelo prefervel para a

    Gesto da Informao.

    Segundo Abreu e Rezende (2000, p.56), a mescla dos modelos de gesto da

    informao pode ser utilizada na prtica, embora a empresa normalmente seaproxime mais de um determinado modelo, de acordo com sua cultura, filosofia e

    poltica empresarial.

    A Tabela 2-3 mostra a avaliao dos modelos em quatro dimenses: 1)

    unidade de vocabulrio e significado da informao, ou seja, conjunto acordado de

    termos, categorias e elementos de dados que tenham o mesmo significado em toda

    a organizao. O termo melhoria pode ser interpretado de vrias formas; 2) grau de

    acesso informao significativa, ou seja, quem na verdade necessita de queinformao; 3) qualidade da informao, ou seja, os cuidados com a integridade,

    preciso, atualidade, interpretabilidade e importncia da informao; 4) eficincia no

    gerenciamento da informao, ou seja, minimizao do armazenamento redundante

    de dados.

    Maior controlecentral

    Menor controlecentral

    MONARQUIA FEDERALISMO FEUDALISMO ANARQUIA

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    Tabela 2-3 Avaliao dos modelos de gesto da informao

    Dimenses Federalismo Monarquia Utopia Anarquia Feudalismo

    Unidade de

    voc. E signif.

    5 5 3 1 1

    Acesso 5 2 3 4 1

    Qualidade 3 2 1 2 2

    Eficincia 3 5 3 1 3

    Total 16 14 10 8 7

    Chave Alto = 5 Moderado=3 Baixo = 1

    Fonte: McGee & Prusak (1994, p.166)

    Os modelos preferidos pelos administradores entrevistados por McGee &

    Prusak, esto entre o Federalismo e a Monarquia.

    2.1.7 Conhecimento em sistemas de informao

    Para ter conhecimento em sistemas de informao, so necessrios:

    conhecimento e habilidade com tecnologias de informao, compreenso daorganizao e dos indivduos e compreenso de como analisar e resolver

    problemas, conforme mostrado na Figura 2-6. Os Sistemas de informao abrangem

    as tecnologias, os procedimentos organizacionais, as prticas e as polticas que

    geram informao e as pessoas que trabalham com essa informao.

    Fonte: Laudon & Laudon (1999, p.9)

    Figura 2-6 Componentes do conhecimento em sistemas de informao

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    2.2 Novas Tecnologias de Informao e o Suporte Deciso

    2.2.1 Evoluo dos sistemas de informao empresariais

    A importncia e o conceito de sistema de informaes evoluram com o correr

    dos anos. Os sistemas de informao passaram por vrias etapas, como a

    operacionalizao das tarefas rotineiras; a integrao entre os diversos sistemas de

    informao na empresa e o suporte ao gerenciamento. A informao passou a ser

    vista como recurso estratgico para obteno de vantagem competitiva e sua

    utilizao como garantia de sobrevivncia e prosperidade ( Laudon & Laudon 1996 ):

    Nos anos 50, a informao era considerado como um mal necessrio associado

    com a burocracia. As preocupaes eram reduzir o custo e tempo de

    processamento dos papeis de rotina, especialmente na rea de contabilidade;

    A partir da dcada de 60, comeou-se a ver a informao de modo diferente,

    reconhecendo-se que ela poderia fornecer suporte geral organizao,

    auxiliando no seu prprio gerenciamento;

    Nos anos 70 e incio da dcada de 80, passou a ser vista como capacitor de

    controle gerencial, auxiliando a tomada de deciso de gerentes e executivos em

    vrios tipos de problemas;

    A partir da metade da dcada de 80, o conceito de informao comeou a mudar

    novamente, em funo das mudanas na economia e evoluo da tecnologia da

    informao hardware, software, banco de dados e telecomunicaes que

    possibilitam novas formas de produo e atendimento s necessidades demercado. Desde ento, a informao passou a ser vista como um recurso

    estratgico, uma fonte potencial de vantagem competitiva ou ainda, como uma

    arma estratgica.

    A Tabela 2-4 mostra a evoluo do conceito de informao.

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    Tabela 2-4 Evoluo do conceito de informao

    Periodo Conceito de informao Sistemas deInformao

    Propsito/Finalidade

    1950 1960 Mal necessrio Necessidade

    burocrtica

    Mquina de contareletrnica

    Processamento depapel econtabilizao rpida

    1960 1970 Suporte aospropsitos gerais

    Sistema deinformaogerencial

    Gerenciamento detarefas daorganizao

    1970 1980 Controle degerenciamentocustomizado

    Sistema de suporte deciso

    Sistema de suporte executivos

    Auxiliar e melhoraros processos detomada de deciso

    1985 - ........ Recurso estratgico

    Vantagem competitiva

    Arma estratgica

    Sistemasestratgicos

    Promoversobrevivncia eprosperidade daorganizao

    Fonte: Laudon & Laudon (1996, p.44)

    2.2.2 Classificao dos sistemas de informao empresariais

    A gesto uma atividade que ocorre em todos os nveis da organizao. As

    estruturas organizacionais evoluem em estgios de transio e os sistemas de

    informao devem adequar-se ao estgio em que a empresa se encontra e atender

    a essa estrutura organizacional, requerendo sintonia e sinergia de informaes

    (Abreu & Rezende, 2000, p. 115).

    Incorporando a exigncia de um maior dinamismo, globalizao e readequao

    mercadolgica, nestes ltimos anos muitas empresas utilizam-se da estruturaorganizacional dinmica apresentada na Figura 2-7. A hierarquia geralmente

    composta de:

    alta administrao (AA), que elabora planos e toma decises de longo prazo;

    corpo gestor (CG), que executa e controla o cumprimento dos planos

    estabelecidos pela alta administrao;

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    corpo tcnico e executores (CT), que efetivamente produzem os produtos ou

    servios.

    Fonte: Abreu & Rezende (2000, p. 116)

    Figura 2-7 Estrutura Organizacional Dinmica

    Os nveis de informao e deciso empresarial obedecem a hierarquia de

    gesto existentes nas empresas. Antonhy (1965) citado por Kroenke (1994, p.39)

    define trs nveis de gesto em uma organizao: operacional; ttico ou gerencial e

    estratgico. Laudon & Laudon (1996, p. 17) acrescentam mais um nvel,

    correspondente gesto do conhecimento.

    Na Figura 2-8 mostra-se a pirmide organizacional para visualizar melhor

    esses nveis e simbolizar o afunilamento do grau de detalhamento das informaesnecessrias nos diferentes nveis a dar suporte. De modo geral, o nvel operacional

    requer maior detalhamento e freqncia de informaes. Nos nveis mais elevados,

    as informaes tendem a ser mais resumidas e abrangentes, integrando-se

    informaes de diferentes reas (Oliveira, 1994; Cassarro, 1994). Os Sistemas de

    informao servem a diferentes funes e diferentes nveis organizacionais.

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    Fonte: Laudon & Laudon (1999, p. 27)

    Figura 2-8 Sistemas de informao na organizao

    Assim, os sistemas de informao a dar suporte gesto geralmente so

    classificados pela especialidade funcional a que eles servem e pelo tipo de problema

    que eles enfocam:

    Os sistemas de nvel operacional so aqueles que monitoram as atividades e

    transaes elementares da organizao, envolvendo o registro e monitoramento

    de atividades rotineiras necessrias para conduzir o negcio. Estes sistemas so

    importantes fornecedores de dados para o nvel operacional e tambm para os

    nveis mais elevados de uma empresa. So conhecidos como Sistemas de

    Processamento de Transaes STP ou TPS Transaction Processing Systems; Os sistemas do nvel de conhecimento so aqueles usados para auxiliar na

    criao, integrao e disseminao de novos conhecimentos e informaes.

    Abrange o trabalho do conhecimento, que envolve principalmente a criao de

    novos conhecimentos ou informaes e o trabalho dos dados, que envolve o uso

    da informao. So conhecidos como Sistemas de Automao de Escritrios

    (OAS Office Automation System ) e de Conhecimento ( KWS Knowlwdge

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    Work System ), projetados para aumentar a produtividade dos trabalhadores de

    escritrio atravs da utilizao de editores de texto, planilhas eletrnicas,

    aplicaes de programao, correio eletrnico e Sistemas de CAD (ComputerAided Design ou Projeto assistido por computador);

    Os sistemas do nvel ttico ou de suporte gerencial so aqueles usados para

    monitoramento, controle e avaliao da utilizao de recursos de modo a atingir

    os objetivos e metas da organizao e para tomada de deciso. So conhecidos

    como Sistemas de Informaes Gerenciais (SIG ou MIS Management

    Information System) e Sistemas de Apoio Deciso (SAD ou DSS Decision

    Support System); Os sistemas do nvel estratgico auxiliam alta gerncia na determinao de

    estratgias, definio de objetivos da organizao e no planejamento a longo

    prazo. So conhecidos como Sistemas de Suporte a Executivos (SSE ou ESS

    Executive Support System).

    Frenzel (1992)e Laudon & Laudon (1996) relacionam os tipos especficos de

    sistemas de informao com cada usurio ou grupo servido. Acrescenta-se os

    respectivos nveis organizacionais, como mostrado na Tabela 2-5, a seguir.

    Tabela 2-5 Caractersticas de processamento de sistemas de informao

    Tipo de Sistema Informao deentrada

    Processa-mento

    Informaode sada

    Usurio Nvel

    Suporte aexecutivos

    ( SSE )

    Dados externos,internos e agre-gados

    Grficos;simulaes;interaes

    Projees;respostas aperguntas Alta Gerencia Estratgico

    Apoio deciso

    ( SAD )

    Baixo volume dedados; modelosanalticos

    Interaes;simulaes;anlise

    Resposta aperguntas;anlise dedeciso

    Gerentes destaf; assesso-res; analistas Gerencial

    InformaesGerenciais

    ( SIG )

    Alto volume dedados; modelossimples

    Relatrios derotina; anlisesimples

    Relatriossimples;sumrios

    Gerentes denvel mdio

    Gerencial

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    Continuao

    Tipo de Sistema Informao deentrada

    Processa-mento

    Informaode sada

    Usurio Nvel

    Trabalho doconhecimento

    ( KWS )

    Base deconhecimento

    Modelagem;simulaes

    Modelos;grficos;diagramas

    Profissionais;tcnicos destaff Conhecimento

    Automaode escritrio

    ( OAS )

    Documentos Documentos;programao;comunicao

    Documentos;comunicados

    Trabalhado-res de escri-trio Conhecimento

    Processamento detransaes

    ( SPT )

    Transaes,eventos

    Classificao;listagem;atualizao

    Relatriosdetalhados;listas; sum-rios

    Pessoaloperacional;supervisores Operacional

    Fonte: Laudon & Laudon (1996, p. 19) Adaptado

    Estes diversos tipos de sistemas na organizao no podem ser vistos

    trabalhando de forma independente, ao contrrio, h interdependncia entre os

    sistemas. Pode-se dizer que o sistema de processamento das transaes de uma

    empresa a maior fonte de informaes que podem ser requeridos por outros

    sistemas, os quais, por sua vez, podem fornecer informaes para outros.

    Segundo Kipper et al (1993),a ausncia de integrao e comunicao entre os

    sistemas, impede a canalizao efetiva dos resultados do processamento dasinformaes dos e para os diversos nveis decisrios da empresa.

    A Figura 2-9 mostra como estes sistemas se relacionam, embora na prtica se

    observe, nas organizaes, um baixo nvel de integrao entre os mesmos.

    Fonte: Laudon & Laudon (1996, p. 29)

    Figura 2-9 Inter-relacionamento entre sistemas de informao

    ESSESS

    MISMIS DSSDSS

    KWSKWSOASOAS

    TPSTPS

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    2.2.3 Modelo convencional de sistemas de Informao empresariais

    Abreu e Rezende (2000, p. 151), definem as principais caractersticas deste

    modelo: suas relaes de interdependncias entre os nveis dos sistemas de

    informao, das prprias informaes e dos nveis hierrquicos organizacional. As

    informaes e respectivos sistemas esto organizados por funes empresariais e

    suportados por base de dados tambm funcionais, que geralmente no podem ser

    integrados ou exigem esforos computacionais extras para atendimento dos reais

    objetivos de apoiar a tomada de deciso. Muitas empresas encontram dificuldades

    na integrao dessas bases de dados de seus respectivos sistemas de informao.

    O modelo convencional pode ser representado pela Figura 2-10.

    Fonte: Abreu (1998) - Adaptado

    Figura 2-10 Modelo convencional de sistemas de informao

    O modelo contempla: os nveis dos sistemas de informao ( estratgico, ttico

    ou gerencial e operacional) com seus respectivos objetivo e foco; os nveis de

    informao (macro, em grupo e no detalhe) e os nveis hierrquicos que utilizam

    essas informaes (alta administrao, corpo gestor e corpo tcnico), tendo como

    base os dados das funes empresariais. A forma piramidal retrata o maior volume

    de informaes e usurios na base e a diminuio destas em sua camada superior.

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    O modelo convencional tem suas deficincias em relao s atuais

    necessidades das empresas, considerando aspectos de competitividade,

    produtividade e qualidade hoje requeridos e no que diz respeito integrao das

    bases de dados dos sistemas de informao, inteligncia de negcios e modelos

    decisrios mais dinmicos (Abreu e Rezende, 2000).

    2.2.4 Modelo dinmico de sistemas de Informao empresariais

    O dinamismo das empresas e seus negcios exigem que o modelo

    convencional seja mais flexvel e profcuo, mesmo considerando que esse modelo

    convencional, apesar de antigo, ainda no esteja em pleno funcionamento em

    muitas empresas, principalmente porque as informaes gerenciais e estratgicas

    nem sempre esto organizadas e disponveis para auxiliar tomada de deciso

    (Abreu e Resende, 2000, p 195).

    Os novos modelos de gesto nas empresas vem diminuindo os degraus

    hierrquicos, fazendo com que mais pessoas passem a participar das decises

    empresariais (Drucker, 1999).

    O modelo dinmico, mostrado na Figura 2-11 mostra uma viso mais prtica e

    moderna dos sistemas de informao.

    Fonte: Abreu e Rezende (2000, p. 196)

    Figura 2-11 Modelo Dinmico de Sistemas de informao

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    As diferenas fundamentais do modelo dinmico, em comparao com o

    modelo convencional so:

    sem as linhas horizontais que separam os sistemas de informao operacional,ttico e estratgico, retratando assim o dinamismo das empresas e dos sistemas

    de informao;

    a base de dados que contm as funes empresariais nica;

    h uma relao de sinergia e coerncia em todos os nveis e em todos os

    sentidos;

    as informaes que so geradas so oportunas.

    No modelo dinmico ainda se conservam os mesmos nveis de sistemas de

    informao (estratgico, ttico e operacional), nveis de informao (macro, em

    grupo e em detalhe), nveis hierrquicos que utilizam esta informao (alta

    administrao, corpo gestor e corpo tcnico), objetivo, foco e base de dados das

    funes empresariais. Todos esses relacionamentos esto em processo de sinergia

    em e entre todos estes nveis.

    Para a gerao de informaes oportunas de fundamental importncia olevantamento, a triagem, a anlise e a avaliao da necessidade dos dados

    armazenados ou a serem armazenados no banco de dados, utilizando-se para isso

    ferramentas adequadas e modernas (Abreu & Rezende, 2000, p. 196).

    2.2.5 Tecnologias emergentes de sistemas de Informao empresariais

    Os diversos tipos de sistemas de informao empresariais tem suas prprias

    caractersticas para atender as necessidades de gesto e apoio tomada de

    deciso.

    Segundo Binder (1994, p.49), problemas estruturados so aqueles cuja soluo

    pode ser alcanada seguindo-se processos lgicos e bem definidos, nos quais os

    componentes so totalmente conhecidos; problemas semi-estruturados so aqueles

    onde podem ser seguidos determinados modelos matemticos nas partes

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    estruturadas, sendo que a deciso final tomada com base a critrios subjetivos;

    problemas no estruturados so aqueles para os quais no existem processos

    lgicos de resoluo, sendo que a deciso tomada com base intuio humana.

    A Figura 2-12 mostra os sistemas de informao, os nveis hierrquicos e os

    tipos de problemas que eles resolvem.

    Fonte: Laudon & Laudon (1996, p.121)

    Figura 2-12 Sistemas de informao e os suportes deciso

    Segundo Inmon (1997 a) a competitividade e a dinmica dos mercados exigem

    que as organizaes tenham habilidade em sintetizar informaes e velocidade na

    obteno dessas informaes, como um diferencial em seu favor.

    Os primeiros sistemas de informao a serem desenvolvidos e aperfeioados

    foram os de processamento das transaes de uma empresa, SPT, para aumentar a

    eficincia das operaes internas. Logo os sistemas de informaes gerenciais, SIG,

    para atender o nvel gerencial com informaes sumarizadas das operaes

    realizadas. Mais recentemente foi dado nfase aos sistemas de apoio deciso,

    SAD, para apoiar a tomada de deciso na gesto empresarial.

    Conforme MacGee & Prusak (1994, p.181), o termo sistema de apoio

    deciso, SAD (ou Decision support system, DSS) foi criado em 1971 por Antony

    Gory e Michael Scott Morton. Este termo permitiu que as organizaes fizessem

    distines entre as atividades de tratamento de dados para atendimento s

    atividades operacionais e o uso das informaes para dar suporte s tarefas menos

    estruturadas do corpo gerencial e da alta administrao das empresas.

    ATIVIDADE

    NIVELGESTO

    Estruturada Semi-estruturada No estruturada

    Estratgico

    Operacional

    Conhecimento

    Gerencial

    TPSTPS

    OASOAS KWSKWS

    MISMISDSSDSS

    ESSESS

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    2.3 Implantao de sistemas de informao

    2.3.1 Arquitetura de informaes

    Segundo McGee & Prusak (1994, p.13), processo e arquitetura da informao

    devem ser dimenses do gerenciamento de informao que se reforam

    mutuamente. O processo focaliza os aspectos dinmicos do gerenciamento da

    informao (procedimentos para coleta, processamento e comunicao), e a

    arquitetura da informao focaliza o estabelecimento efetivo do espao da

    informao dentro do qual o processo de gerenciamento de informao opera.

    2.3.1.1 Conceito de arquitetura da informao

    Definir o conceito do termo arquitetura da informao, no mnimo, uma tarefa

    complexa. McGee e Prusak (1994, p.131-144), consideram que a arquitetura da

    informao no infra-estrutura de tecnologia, no modelagem de dados e nem

    tampouco arquitetura de sistema de informaes.

    A arquitetura combina arte e tecnologia para criar um meio ambiente utilizvel.

    De forma semelhante, o arquiteto da informao combina arte e tecnologia para

    definir o ambiente de informao de uma empresa, buscando alcanar o equilbrio

    entre as necessidades de informao da empresa e as limitaes da tecnologia.

    Qualquer abordagem arquitetura de informao deve considerar os diversos

    tipos de informao necessrios nos diversos nveis da estrutura organizacionalda

    empresa.

    Segundo Laudon & Laudon (1996, p.33 ); Abreu & Rezende (2000, p.100), a

    arquitetura de informao pode ser definida como a forma particular da Tecnologia

    da Informao adotada por uma empresa para atingir determinados objetivos ou

    desempenhar determinadas funes. Essa arquitetura deve contemplar as funes

    empresariais, os sistemas de informao nos seus diversos nveis (estratgico,

    gerencial e operacional) e a tecnologia da informao como base computacional

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    (computao hardware e software; dados banco de dados e arquivos

    computadorizados; comunicaes rede de telecomunicaes). A Figura 2-13

    mostra os elementos desta viso.

    Fonte: Laudon & Laudon (1996, p.33)

    Figura 2-13 Arquitetura de informao da empresa

    A conceituao de arquitetura de informao est relacionada ao modo pelo

    qual os requerimentos de informao sero cumpridos, e como estes requerimentos

    se relacionam aos negcios ou rea de atuao da empresa.

    2.3.1.2 Objetivos de uma arquitetura de informao

    McGee & Prusak (1994, p.138), sugerem os tipos de objetivos que uma

    arquitetura de informao deve abranger:

    definio de espao de informao da organizao em termos de domnios de

    interesse de informaes essenciais e vias essenciais de fluxo de informao;

    definio dos limites crticos do espao de informao da organizao;

    identificao de estratgias para definio de origens e filtragens da informao;

    aperfeioamento da adaptabilidade, estabelecendo claramente premissas e

    polticas de informao;

    Sistemas gerenciais

    Sistemas de Apoio ao Conhecimento

    Sistemas operacionais

    BaseComputacional Hardware Sof tware

    Arquivos

    Dados e Tele-comunicaes

    Sistemas

    estratgicos

    Aplicaes deNegcio

    PRODUO VENDAS FINANAS COMERCIAL RHFunes

    Empresariais

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    aperfeioamento das comunicaes, definindo claramente modelos de

    informao compartilhadas.

    Esses objetivos tem uma perspectiva centrada no usurio da informao. A

    arquitetura da informao constitui-se de ferramentas que adaptam os recursos

    existentes s necessidades da informao, estruturando dados em formatos,

    categorias e relaes especficas e fazendo a ligao entre comportamentos,

    processos e outros aspectos empresariais, como mtodos administrativos, estrutura

    organizacional e espao fsico (Davenport, 1998, p.200). As alternativas tecnolgicas

    devem ser acionadas em funo s necessidades de informao da empresa. As

    principais categorias de infra-estruturas de tecnologia da informao so: sistemasbaseados em mainframe, microcomputadores isolados ou em rede e sistemas

    distribudos.

    2.3.2 Gerenciamento de projeto de sistemas de informao

    Conhecimento, planejamento, organizao, metodologia, comprometimento e

    envolvimento dos gestores da empresa e usurios do sistema, so fundamentais

    para os trabalhos de gerenciamento de projeto de sistemas de informao.

    Um projeto deve ser desenvolvido por meio de uma metodologia participativa

    que auxilie na organizao e estruturao das atividades e garanta a efetividade e

    continuidade das etapas do projeto. Essa metodologia deve propiciar o trabalho

    conjunto entre profissionais da rea de informtica e os usurios do sistema, atravs

    de uma equipe multidisciplinar envolvendo diversas reas da empresa, somandoconhecimentos para gerao de produtos consistentes nas diversas etapas de

    concepo, desenvolvimento e implantao do projeto.

    Padres tcnicos, regras de programao, estruturao e documentao,

    devem fazer parte das normas da empresa e ser aplicadas visando a continuidade

    do processo de desenvolvimento e manuteno do sistema na ausncia de pessoas

    envolvidas no projeto.

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    2.3.2.1 Metodologia de desenvolvimento de sistemas de informao

    Uma metodologia constitui-se de uma abordagem organizada para atingir um

    objetivo, por meio de passos preestabelecidos. um processo dinmico e interativo,

    visando a efetividade, continuidade, qualidade e produtividade de projetos. A

    metodologia deve auxiliar a anlise e o desenvolvimento de projetos, sistemas ou

    softwares, de modo que os mesmos atendam adequadamente s necessidades do

    usurio. Deve ser um instrumento que determina um planejamento metdico, que

    harmoniza e coordena as reas envolvidas (Rezende, 1999).

    A metodologia no limita a criatividade do profissional. As restries consistem

    no desafio do atendimento aos requisitos de qualidade e produtividade, em funo

    aos requisitos funcionais do projeto.

    Mesmo considerando as normas da srie ISO 9000, no existe um padro

    universalmente aceito como metodologia para desenvolvimento de projetos de

    sistemas de informao (Abreu e Rezende, 2000, p.227).

    Segundo Sanz & Alarcn Rodriguez (2000), a gesto do desenvolvimentode

    software com qualidade tem seguido duas correntes, que podem sercomplementarias entre si:

    Por um lado, seguem-se as diretrizes traadas pelas entidades internacionais de

    padronizao para todas as organizaes de produo ou servios,

    principalmente as da ISO (Organization for International Standarization), atravs

    de sua srie de normas ISO 9000. No caso de software principalmente

    aplicvel a norma ISO 9001. No entanto, devido a que o setor de software difere

    em relao aos demais setores produtivos pela natureza do seu produto, foi

    necessrio criar um documento de guia especfico para sua aplicao no

    desenvolvimento, fornecimento e manuteno de software neste setor: o anexo

    ISO 9000-3. Nesta corrente, trabalha-se com o pressuposto no tanto de

    assegurar aos clientes diretamente a qualidade do produto, mas de trabalhar na

    qualidade do processo empregado na sua produo, como meio indireto de

    assegurar o bom nvel de qualidade dos produtos;

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    Por outro lado, o mundo do software tem suas prprias diretrizes. Adotando as

    idias bsicas da corrente anterior, isto , trabalhando sobre os processos de

    produo de software como meio de assegurar a qualidade do produto, props-

    se no SEI (Software Engeneering Institute EE.UU), um modelo centrado no

    estudo, classificao e melhoria dos processos empregados na produo do

    software, com enfoque em uma srie de nveis de maturidade dos processos de

    produo de software (CMM Capability Maturity Model). Em cima deste modelo

    pioneiro, foram criados novos modelos que supem atualizaes e variantes por

    parte do prprio SEI e outros rgos normatizadores. Um aporte recente nesta

    linha de trabalho o modelo SPICE (Software Process Improvement and

    Capability dEtermination) normatizada pela ISO como modelo que podeharmonizar recolher as idias de ambas correntes (modelos de melhoria de

    processos de produo de software e ISO 9001).

    2.3.2.2 Estratgias de converso de sistemas

    A converso do antigo para o novo sistema de informao deve ser planejada

    com antecedncia, pois dependendo do grau de complexidade, essa converso

    poder envolver mudanas de procedimentos, banco de dados, processamento,

    entradas e sadas (Laudon e Laudon, 1999, p.211). As estratgias de converso

    mais utilizadas so:

    Converso paralela: o sistema antigo e o novo funcionam conjuntamente at

    obter-se a certeza de que o novo sistema funciona corretamente. O antigo

    sistema pode servir como backup;

    Corte direto: o antigo sistema completamente substitudo pelo novo em uma

    data marcada. Existe a possibilidade do sistema antigo no estar disponvel para

    processamento, caso ocorram problemas com o novo sistema;

    Estudo piloto: o novo sistema instalado em uma parte limitada da empresa.

    Somente depois que o novo sistema seja considerado seguro que o mesmo

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