30
TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel http://blogdopg.blogspot.com

TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

TOXICOLOGIA DA SÍLICA

Dr. Paulo Gurgelhttp://blogdopg.blogspot.com

Page 2: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

TOXICOLOGIA

É a ciência que estuda os efeitos adversos das substâncias químicas sobre os organismos vivos.

Todas as substâncias são venenos (...)A dose correta diferencia um veneno

de um remédio (Paracelsus, 1493-1551).

Todas as substâncias são venenos (...)A dose correta diferencia um veneno

de um remédio (Paracelsus, 1493-1551).

Page 3: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

SILÍCIO, SÍLICA & SILICATO

• SILÍCIO: o elemento Si, o segundo mais abundante na crosta terrestre

• SÍLICA: o composto SiO2, nas formas cristalina (exemplo: quartzo), criptocristalina e amorfa

• SILICATO: estrutura complexa da sílica com cátion

Page 4: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

Si

SÍLICA

O

O

O

O

Page 5: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

FORMAS DA SÍLICA Cristalina

Quartzo Cristobalita Tridimita

Criptocristalina Calcedonita Jaspe Sílex

Amorfa Vítrea Terra diatomácea

Livre: SiO2 Combinada: silicatos

Caulim Talco Mica Vermiculita Feldspato Ardósia Asbesto

Mista: terra de Füller

Page 6: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

QUARTZO

É a forma mais comum de sílica livre na natureza, sendo o principal constituinte das rochas ígneas ou magmáticas e dos arenitos sedimentares (sandstones) formados pela erosão das rochas.

Page 7: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

DA SÍLICA À SILICOSE

SÍLICAForma cristalina - livre

Recém-fragmentada (freshly crushed)

ConcentraçãoFração respirável

Tempo de exposiçãoReação tecidual

SILICOSE

Page 8: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

PRÉ-PATOGÊNESE

Geração (material particulado)

Penetração Barreiras anatômicas Ar expirado

Deposição Fração respirável

Remoção Macrófagos alveolares Transporte mucociliar Drenagem linfática

Page 9: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

Diâmetros: 5 a 0,3 milimicra(0,7 a 0,5)

PARTÍCULAS DE SÍLICAFRAÇÃO RESPIRÁVEL

Page 10: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel
Page 11: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

DOSE TECIDUAL

Para as substâncias particuladas insolúveis, como é o caso da sílica, é a que está mais estreitamente relacionada aos efeitos adversos.

Curiosidade - Os pulmões apresentam cerca de 10 mg de sílica por 100 g de tecido na infância, podendo chegar aos 2000 mg na velhice.

Page 12: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

IDENTIFICAÇÃO DA SÍLICA NOS TECIDOS

Microscopia óptica sob luz polarizada Quartzo

Índice de refração: baixo Birrefringência: fraca

Difração de raios X Outras técnicas

Page 13: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

SÍLICA

Fagocitose por macrófagos

Autólise

Liberação de mediadores

Nódulo e fibrose

Page 14: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

PATOGÊNESE

Sílica livre ativação de macrófagos fatores quimiotáticos e mediadores inflamatórios polimorfonucleares, linfócitos e + macrófagos estimulação de fibroblastos depósito de colágeno e hialinização.

Page 15: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

LESÃO BÁSICA

Nódulo com uma zona central

de fibrose hialina, circundada por uma reação inflamatória mediada por macrófagos e linfócitos. Identificação de material

inorgânico possível.

Page 16: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

ESTRESSE OXIDATIVO

SEQÜÊNCIA DE EVENTOS:

Introdução do agente nocivo no pulmãoEnglobamento pelos macrófagosLiberação de EOR(*) e citocinasProliferação de fibroblastosDepósito de tecido colágeno no pulmão

(*) superóxido, hidroxil, peróxido de hidrogênio

Page 17: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

FATORES DE RISCODependentes do agente• composição mineralógica• fração da poeira respirável• tempo de exposição

Dependentes do paciente• sistema mucociliar• estado imunitário (macrófagos)• hiperreatividade brônquica• co-morbidades

Page 18: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

LIMITES DE TOLERÂNCIA

Para o quartzo: 0,1 mg/m3Isto significa dizer que a maioria dos

trabalhadores, expostos ao quartzo em concentração de poeira respirável abaixo deste limite, não adoecerá de silicose, exceto em casos de hipersuscetibilidade

Para a terra diatomácea: 10 mg/m3

Page 19: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

LIMITES DE TOLERÂNCIA(NR15, Anexo 12 – MT)

POEIRA RESPIRÁVEL (PR)

LTPR(mg/m3)= 8 / %SiO2+2

POEIRA TOTAL (PT)

LTPT(mg/m3)= 24 / %SiO2+3

Na ausência de sílica: LTPR é 4mg/m3 e LTPT é 8mg/m3

Page 20: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

POEIRAS QUE INCOMODAM

Nuisance dust – São poeiras que, além de algum incômodo, não causam efeitos adversos à saúde.

Particulates not otherwise classified (PNOC) – São poeiras que não contêm amianto e com menos de 1% de sílica cristalina.

Page 21: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

LISTA DE DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO

Portaria Nº 1.339/GM, de 18 de novembro de 1999

Ponto de partida: Anexo II do Decreto 2.172/97, que regulamenta os benefícios da Previdência Social

27 agentes patogênicos Cerca de 200 entidades nosológicas

específicas

Page 22: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA

OCUPACIONAL (*)

Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-)

Cor pulmonale (I27.9) Outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas

(inclui asma, bronquite crônica, bronquite obstrutiva crônica) (J44.-)

Silicose (J62.8) Pneumoconiose associada com tuberculose (sílico-

tuberculose) (J63.8) Síndrome de Caplan (J99.1; M05.3)

18) SÍLICA LIVRE

(*) Portaria n.º 1339/GM, de 18/11/1999, do Ministério da Saúde

Page 23: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

EXPOSIÇÃO À SÍLICADOENÇAS RELACIONADAS

Silicose Silico-tuberculose Limitação crônica do fluxo aéreo Doença pleural benigna Doenças auto-imunes: esclerodermia,

artrite reumatóide, síndrome de Wegener etc

Formas disseminadas Câncer de pulmão?

Page 24: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

SILICOSE

É uma doença pulmonar causada pela inalação de poeiras com sílica livre e sua conseqüente reação tecidual de caráter fibrogênico.

O risco da doença existe quando há > 7,5% de sílica livre na fração de poeira respirável ou quando, mesmo abaixo deste valor, o limite de tolerância para a sílica é ultrapassado.

Page 25: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

TIPOS

SILICOSE CRÔNICA (CLÁSSICA) SIMPLES ACELERADA COMPLICADA (FIBROSE MACIÇA

PROGRESSIVA) SILICOSE AGUDA

Page 26: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

SILICOSE CLÁSSICA Nódulos que são mais numerosos nas zonas

superiores dos pulmões, podendo haver calcificações e aumento de gânglios hilo-mediastínicos (FORMA SIMPLES).

Mesmas alterações da forma simples, após menor tempo de exposição ao agente, e associada à progressão para a FMP (FORMA ACELERADA)

Extensa fibrose pulmonar, massas conglomeradas bilaterais que podem cavitar (por infecção micobacteriana ou por necrose isquêmica), e outras alterações (FORMA COMPLICADA).

Page 27: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

SILICOSE AGUDA

Mínima fibrose Nódulos raramente vistos Interstício pulmonar espessado e com

células inflamatórias Descamação de pneumócitos e

macrófagos para o espaço alveolar Exsudato alveolar com material

proteináceo (SILICOPROTEINOSE)

Page 28: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

SILICOSE & GENÉTICA

Estudos sobre o complexo HLA (antígeno leucocitário humano localizado no cromossoma 6), especialmente o A19, o B18 e o TNF, têm mostrado que estes genes do complexo estão relacionados com a patogenia da silicose, podendo ser marcadores da suscetibilidade à doença.

Page 29: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

CURIOSIDADE: QUAL É A MAIOR PALAVRA DA LÍNGUA PORTUGUESA?

PNEUMOULTRAMICROSCOPICOSSILICO-VULCANOCONIÓTICO – O estado de quem é acometido de uma rara doença pulmonar provocada pela aspiração de cinzas vulcânicas (Dicionário Houaiss).

Page 30: TOXICOLOGIA DA SÍLICA Dr. Paulo Gurgel

GRATO PELA ATENÇÃO

Dr. Paulo Gurgel Carlos da Silvahttp://blogdopg.blogspot.com

[email protected]