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Trabalho de avaliação contínua realizado no âmbito da Unidade Curricular de Fontes de Informação Sociológica, sob orientação do Professor Dr. Paulo Peixoto
Micaela Catarina Gonçalves Pereira
Nº 2010127841
1º Ano da Licenciatura de Sociologia
Coimbra – 2010
Trabalho de avaliação contínua realizado no âmbito da unidade curricular de Fontes de Informação Sociológica
Cooperação Europeia com África
Imagem da Capa: Governo Regional participa na cerimónia comemorativa da entrada em vigor do Tratado de Lisboa.
http://noticias‐acores.blogspot.com/2009_11_01_archive.html
Micaela Catarina Gonçalves Pereira
Nº da aluna: 2010127841 Coimbra, 2010
Índice
1. Introdução ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 1
2. Estado das Artes ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 2
3. Descrição pormenorizada do processo de pesquisa ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 21
4.Ficha de Leitura ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 23
5. Avaliação de uma página da Internet ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 27
6. Conclusão ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 29
7. Referências Bibliográficas ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 31
Anexo A
Página da Internet avaliada
Anexo B
Texto de suporte da Ficha de Leitura
Cooperação Europeia com África 2010/2011
1
1. Introdução
No âmbito da disciplina de Fontes de Informação Sociológica, sob a
orientação do Professor Paulo Peixoto, do 1ºano da Licenciatura de
Sociologia da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, foi-nos
proposto para o regime de avaliação contínua, elaborar um trabalho, no qual
poderíamos aplicar os conhecimentos obtidos na disciplina ao longo do
semestre.
Para tal, tivemos a oportunidade de escolher qual o tema que queríamos
e gostaríamos de trabalhar das 4 opções oferecidas pelo professor, que
eram as seguintes: Fraude e Plágio na Internet; Internet e Liberdade de
opinião; as novas Religiões em Portugal; a Cooperação Europeia com África.
Então, optei pelo tema, “Cooperação Europeia com África”, pois
pareceu-me mais aliciante e motivador, visto que é um tema que me cativa a
nível de interesse e gosto pessoal.
Considero este tema muito importante, pois é relevante a situação
dispersa entre estes dois pólos, visto que são dois grandes continentes,
Europa e África, muito distintos em termos de recursos e desenvolvimento.
Para tal, vou retratar cooperação existente entre ambos, mostrando a
sua relação e um pouco do processo de cooperação, iniciando com uma
pequena e suscinta contextualização da temática em estudo, ao mesmo
tempo que vou mostrar exemplos de dois países africanos – Cabo Verde e
Guiné Bissau mostrando também a sua cooperação e a sua situação, tal como
é visível ao longo deste trabalho.
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2. Estado das Artes
2.1 O que é Cooperação?
Cooperação no contexto da economia e sociologia é uma relação
baseada na colaboração entre indivíduos ou organizações, no sentido de
alcançar objectivos comuns, utilizando métodos mais ou menos consensuais.
(Wikipédia, 2010)
Segundo a OCDE (1992),
“A cooperação para o desenvolvimento é um “subproduto” da nova ordem económica internacional, que inclui a transferência de recursos de um país para outro a fim de promover o desenvolvimento do país receptor. De acordo com a dimensão e complexidade crescente que a cooperação tem vindo a assumir, assim evoluiu a sua estruturação”.
A cooperação é vista como meio para um progresso de longo prazo e
equivalente para toda a humanidade.
Os seus objectivos são essencialmente o reforço da democracia e o
Estado de direito; a diminuição da pobreza, através da promoção às
condições económicas e sociais da população mais favorecidas; construção e
apoio a infra-estruturas necessárias para a educação; o estímulo ao
crescimento económico é também fundamental para fortalecer a iniciativa
privada; a promoção do diálogo e integração regional; e a parceria europeia
para o desenvolvimento humano.
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2.2 Contextualização
África é o terceiro continente mais extenso, apresenta grande
diversidade étnica, cultural e política.
Nesse continente são visíveis as condições de pobreza, sendo o
continente africano o mais pobre de todos; dos trinta países mais pobres do
mundo (com mais problemas de subnutrição, analfabetismo, baixa
expectativa de vida, etc.) (Wikipédia, 2010)
De facto, África é um continente que atravessa grandes dificuldades,
nomeadamente a nível económico e financeiro, pois o grau de pobreza é
muito elevado, bem como o extenso número de população lá residente, em
contrapartida o grau de instrução é muito baixo.
Para tal, segundo a OECD - Organisation for Economic Co-operation
and Development,
“A Comissão Europeia (CE) e o Parlamento Europeu organizaram uma Conferência sobre Fiscalidade e Desenvolvimento, em 2009, e a CE está a conceber uma iniciativa para aumentar a sua cooperação no domínio da fiscalidade para o desenvolvimento.
Tem desenvolvido expertise no apoio às reformas da administração fiscal na Europa Central e de Leste, como meio de financiar o desenvolvimento, voltando-se agora para África, por exemplo através do apoio às reformas na Tanzânia. O Pacto Internacional sobre os impostos (International Tax Compact – ITC) é uma iniciativa do Ministério Federal Alemão para a cooperação económica e o desenvolvimento (BMZ) que visa reforçar a cooperação internacional com os países em transição e em desenvolvimento no combate à fraude e evasão fiscal”. (2010: 119)
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2.3 Reforço da cooperação Europa/África
A África é um continente bastante afectado pela pobreza, pois
atravessa problemas económicos graves e para tal necessitava de apoio para
recuperar, embora nunca tenha recuperado de acordo com as expectativas,
mantendo-se aparentemente a sua imagem de estagnação.
Portanto, estabeleceu uma cooperação profunda com a Europa. Isto é,
a União Europeia cooperou com o continente, não em termos de ajuda ao seu
desenvolvimento como necessitado, mas sim em termos de encontrar
soluções para melhores investimentos e comércio em África e na Europa,
estabelecendo em sim uma profunda parceria.
Para tal, apresento duas notícias sobre a III Cimeira África-Europa
em jornais diferentes.
Segundo a notícia do Jornal Digital (2010),
“Luanda – A União Europeia (UE) anunciou esta quarta-feira, em Luanda, que pretende reforçar a cooperação com o continente africano. A garantia foi dada pela secretária de Estado para a Cooperação angolana, Exalgina Gambôa, após o regresso de Tripoli, na Líbia, onde integrou a delegação do vice-presidente da República, Fernando da Piedade Dias dos Santos, na III Cimeira África-Europa. A secretária de Estado para a Cooperação angolana avançou que a UE pretende reforçar a cooperação estratégica com África no que respeita à energia, «sobretudo na busca e desenvolvimento de fontes renováveis». Exalgina Gambôa acrescentou ainda que os 27 pretendem «cumprir com o objectivo de canalizar 0,7 porcento do seu orçamento, para a execução de projectos em África, tendo sempre como contrapartida, os princípios da boa governação e respeito pelos direitos humanos».
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A União Europeia pretende ainda melhorar o apoio no combate aos efeitos das alterações climáticas e aplicar-se para que o continente africano possa beneficiar dos créditos da emissão de carbono. A estas medidas junta-se a intenção de reforçar o diálogo no referente à paz e à segurança. Durão Barroso sublinhou que foi decidido reforçar a parceria Europa/África, não em termos de ajuda ao desenvolvimento, de doador/necessitado, mas no sentido de se encontrarem soluções para melhores investimentos e comércio em África e na Europa. O presidente da Comissão Europeia valorizou a cooperação recíproca e reafirmou o interesse dos dois continentes «trabalharem juntos para objectivos comuns», com prioridades para «a paz, sem a qual não se pode falar de desenvolvimento».”
Segundo a notícia do Jornal Verdade (2010),
“A III Cimeira África-Europa, terminada esta terça-feira em 30 de Novembro, em Tripoli (Líbia), recomendou o contínuo reforço da parceria estratégica entre os dois continentes. A informação foi prestada numa conferência de imprensa pelos presidentes das comissões da União Europeia, José Manuel Durão Barroso, da União Africana, Jean Ping, convocada para apresentar os resultados da cimeira, que contou com a participação de uma delegação moçambicana, chefiada pelo Presidente da República, Armando Guebuza. Durão Barroso sublinhou que foi decidido reforçar a parceria Europa/África, não em termos de ajuda ao desenvolvimento, de doador/necessitado, mas em termos de se encontrar soluções para melhores investimentos e comércio em África e na Europa. Durão Barroso valorizou a cooperação recíproca e reafirmou o interesse dos dois continentes "trabalharem juntos para objectivos comuns", periodizando "a paz, sem a qual não se pode falar de desenvolvimento". Adiantou que as partes decidiram também pela cooperação na prevenção de conflitos, na promoção
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da paz e da estabilidade, combate ao terrorismo, gestão de catástrofes, fome e a pobreza. A boa governação e a organização administrativa, a consolidação da democracia e o respeito pelos direitos, investimentos em infra-estruturas, produção alimentar e alterações climáticas são outras áreas nas quais se deverá entender a cooperação. Referiu que a cimeira demonstrou a existência de diálogo político e decidiu melhorar a coordenação de acções, considerando a reunião de Tripoli como um catalisador do progresso das relações entre os dois continentes. O presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, disse corroborar das declarações do comissário europeu e reconheceu a importância da integração regional para o crescimento e desenvolvimento do continente. Jean Ping sublinhou que os acordos de parceria visam a integração da África na economia mundial e que as parte se predispõem a trabalhar no quadro do respeito mútuo, com vantagens recíprocas. Reconheceu que a situação na Europa é difícil devido à crise económica mundial, mas assinala que as partes manifestam o interesse em cumprir com os seus compromissos. Por seu turno, Durão Barroso acalmou os ânimos, referindo que apesar das dificuldades financeiras, prevalecia o engajamento europeu com a promoção do desenvolvimento, mobilizando recursos públicos e recorrendo a instâncias financeiras internacionais. Reafirmou não haver país que tenha se desenvolvido sem que tivesse contado com a ajuda de outros. Participaram na Cimeira de Tripoli, iniciada na segunda-feira, dia 29 de Novembro, em cerimónia presidida pelo líder líbio, Mouammar Kadhafi, representantes de 53 países da África e 27 da Europa. Países como a Zâmbia, São Tomé e Príncipe, Eritreia, Tanzânia, Hungria, Comores, Namíbia, Cabo Verde, África do Sul, Angola, Argélia, Gabão e Togo participam com chefes de Estados. Por Marrocos esteve o Rei Mohammed VI, enquanto outros como a Itália, Portugal e Bélgica e Irlanda se fazem representar por primeiros-ministros.
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2.4 Relação entre a União Europeia e África
Desde 1997 que o Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais
(IEEI) colabora com o European Centre for Development Policy Management
(ECDPM), financiado pelo Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento
(IPAD), tem como objectivo o relançamento e reforço do interesse pelos
temas da cooperação para o desenvolvimento e das relações com o
continente africano, em Portugal e nos países africanos lusófonos.
Os temas privilegiados na colaboração entre as três instituições são:
as alterações institucionais ao nível europeu;
o debate em torno do conteúdo da política europeia de
cooperação para o desenvolvimento;
o diálogo político no âmbito do Acordo de Cotonou.
No plano das relações Europa-África, é conferida uma atenção
particular à construção da paz (países afectados por conflitos, em situação
pós-conflito e/ou Estados frágeis); ao diálogo entre a União Europeia e as
organizações regionais e continentais em África; e ao processo de diálogo
euro-africano, subjacente à realização das Cimeiras Europa-África.
O relacionamento entre os dois continentes encontra-se disperso por
vários enquadramentos: o Acordo de Cotonou, sucessor das Convenções de
Lomé e do qual todos os países africanos, à excepção da África do Sul,
fazem parte; o processo de Barcelona, que originou a Parceria
Euromediterrânico, e se juntou à Política Europeia de Vizinhança, da qual
fazem parte os países do Norte de África; e ainda o Acordo de Cooperação
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sobre Desenvolvimento e Comércio com a África do Sul, complementado
recentemente por uma proposta de Estratégia União Europeia - África do
Sul. Paralelamente, desde o final dos anos 90, a UE tem apostado num
diálogo diferenciado com África, tendo a Cimeira do Cairo, em 2000,
lançado um quadro de diálogo político em várias áreas de interesse comum.
"A cooperação vai nos dois sentidos. É do interesse de África ter
alianças estratégicas. No entanto, temos de passar de uma gestão estratégica da pobreza crónica para o crescimento".
Segundo Durão Barroso, a União Europeia tem interesse em manter
uma parceria estratégica, não só por uma questão de solidariedade com
África, mas também porque esta pode tornar-se num grande mercado e
numa oportunidade para a Europa encontrar fontes de crescimento.
Contudo, para ele a convicção é que se a paz e a segurança forem
mantidas em África, a maioria dos países do continente deixarão de se
limitar a combater a miséria e trabalharão para atingir taxas de
crescimento económico mais elevadas.
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2.5. Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
(Millennium Development Goals)
A Declaração do Milénio, adoptada em 2000, por todos os 189 Estados
Membros da Assembleia Geral das Nações Unidas, veio lançar um processo
decisivo da cooperação global no século XXI. Nela foi dado um enorme
impulso às questões do Desenvolvimento, com a identificação dos desafios
centrais enfrentados pela Humanidade no limiar do novo milénio, e com a
aprovação dos denominados Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
(MDGs) pela comunidade internacional, a serem atingidos num prazo de 25
anos, nomeadamente:
1. Erradicar a pobreza extrema e a fome
2. Alcançar a educação primária universal
3. Promover a igualdade do género e capacitar
as mulheres
4. Reduzir a mortalidade infantil
5. Melhorar a saúde materna
6. Combater o HIV/SIDA, a malária e outras
doenças
7. Assegurar a sustentabilidade ambiental
8. Desenvolver uma parceria global para o
desenvolvimento
Foram ainda aí estabelecidas metas quantitativas para a maioria dos
objectivos, com vista a possibilitar a medição e acompanhamento dos
progressos efectuados na sua concretização, ao nível global e nacional.
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À Declaração do Milénio sucederam-se um conjunto de conferências
internacionais, nomeadamente a Conferência sobre o Financiamento do
Desenvolvimento que teve lugar, em Março de 2002, em Monterrey. O
chamado Consenso de Monterrey veio, por um lado, reafirmar o empenho da
comunidade doadora e dos países beneficiários da ajuda na procura de
fontes de financiamento inovadoras e alternativas, na criação de um novo
espírito de parceria e de um novo conceito de cooperação para o
desenvolvimento, assentando numa abordagem holística – colocando a tónica
na inter-relação entre o comércio, o financiamento e o desenvolvimento.
Significou, por outro lado, a renovação da vontade política da comunidade de
doadores relativamente aos MDGs, com especial destaque para a
erradicação da pobreza.
A UE que é, no seu conjunto, responsável por mais de 50% da APD
mundial, afirmou-se como um parceiro-chave deste processo, tendo
contribuído activamente para o processo resultante da Conferência sobre o
Financiamento do Desenvolvimento.
A Cimeira Mundial do Desenvolvimento Sustentável, realizada em
Joanesburgo, em Setembro de 2002, veio, finalmente, fornecer um impulso
fundamental ao estabelecimento das Parcerias (entre países do Norte e
países do Sul e entre os sectores público e privado), fechando, assim, um
triângulo do qual faz parte também a Conferência de Doha da Organização
Mundial do Comércio (OMC).
Portugal tem participado e acompanhado toda esta discussão nas várias
instâncias internacionais, com fortes implicações para a cooperação para o
desenvolvimento. Os compromissos assumidos por todos os doadores foram
também compromissos assumidos pela Cooperação Portuguesa,
consubstanciando-se no objectivo último da luta contra a pobreza, com vista
à sua erradicação, objectivo central dos MDGs.
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2.6 Situação de Guiné-Bissau
Os indicadores sociais mostram a existência de forte incidência da
pobreza a nível nacional, agravada pelas consequências do conflito político-
militar de 1998-1999.
O retardar do desenvolvimento económico provoca uma série de
problemas a vários níveis, como por exemplo:
elevada taxa de desemprego, nomeadamente nos jovens, os quais
representam a maioria da população;
a precariedade alimentar atinge a maioria da população,
nomeadamente a rural;
no campo da Educação, podemos dizer que é muito baixo o seu
índice, devido à falta de instalações, de equipamentos e a
qualificação dos professores;
a mortalidade infantil é muito elevada;
os centros de saúde estão completamente degradados.
A estratégia da cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau enquadra-
se nos objectivos da Cooperação Portuguesa expressos no documento Uma
Visão Estratégica para a Cooperação Portuguesa e nas opções definidas
pelas autoridades guineenses, consubstanciadas nas orientações e
objectivos do Documento Estratégia Nacional de Redução da Pobreza –
DENARP. Também na concepção dos instrumentos gerais de cooperação
entre os dois países foram levados em linha de conta os Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio (ODM), e a implementação das recomendações
tomadas no âmbito da nova dinâmica gerada pelo lançamento e
concretização da União Africana e da NEPAD.
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Programa Indicativo de Cooperação 2008-2010:
O PIC que abrange o triénio 2008-2010 conta com as recomendações
feitas pela Avaliação à Intervenção da Cooperação Portuguesa aos projectos
mais importantes nesta área: Programa de Apoio ao Sistema de Educação na
Guiné (PASEG), Projecto + Escola e Projecto de Cooperação entre a
Faculdade de Direito de Lisboa e Faculdade de Direito de Bissau. No âmbito
deste PIC, Portugal aposta em dois eixos essenciais de intervenção:
Boa Governação, Participação e Democracia, nas áreas do Apoio à
Administração do Estado (Finanças; Segurança e Justiça); Cooperação
Técnico-Militar. A forte aposta no Sector da Segurança e Justiça,
decorre quer da situação que a Guiné-Bissau vive devido ao tráfico de
droga no país, quer dos compromissos assumidos por Portugal em
apoiar as autoridades de Bissau na resolução desta questão. Nesse
sentido, Portugal contribuirá com 3 MUSD para esta área de
intervenção.
Desenvolvimento Sustentável e Luta Contra a Pobreza, nas áreas da
Educação e Desenvolvimento Sócio comunitário. A intervenção na
Educação, nos diversos níveis, continuará a ser uma aposta prioritária
de Portugal. O combate à pobreza, através dos projectos do
Ministério do Trabalho e Solidariedade Social e apoio às ONGD, é
outra área de intervenção importante.
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Segundo a notícia do Jornal Oje (2010),
“O representante da Comissão Europeia na Guiné-Bissau,
Franco Nulli, disse hoje, dia 13 de Abril de 2010, que os projectos de cooperação no país vão prosseguir desde que a ordem constitucional continue.
Por enquanto, desde que a ordem constitucional continue, o Governo continue, todas as instituições continuem, é claro que a nossa cooperação vai continuar, afirmou o embaixador Franco Nulli.
(…) O diplomata italiano falava aos jornalistas no final de um
encontro com o primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, para analisar e discutir a intervenção militar do passado dia 1 e a situação no país.
É claro que o nosso diálogo político vai continuar reforçado para encorajar as instituições constitucionais e institucionais legais a trabalhar para dar uma resposta firme aos acontecimentos de 1 de Abril.1 Franco Nulli qualificou os acontecimentos de extremamente graves, são uma quebra grave da ordem constitucional, portanto eu tive oportunidade de transmitir ao primeiro Ministro o nosso sentimento sobre os acontecimentos e a nossa condenação firme.”
1 A Guiné‐Bissau voltou a passar por momentos de instabilidade no passado
dia 1, quando militares liderados pelo antigo chefe da Armada, Bubo Na Tchuto, e pelo número dois do Estado Maior General das Forças Armadas, António Indjai, detiveram o primeiro‐ministro, Carlos Gomes Júnior, e o chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, almirante Zamora Induta.
O primeiro‐ministro foi libertado no mesmo dia, mas Zamora Induta continua detido, tendo sido transferido no dias depois para o quartel de Mansoa, a 60 quilómetros de Bissau.
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2.7 Situação de Cabo Verde
Cooperação entre Portugal e Cabo Verde
Portugal tem-se mantido como um dos principais parceiros de
cooperação de Cabo Verde, reconhecendo as autoridades cabo-verdianas o
carácter estruturante dos resultados da cooperação portuguesa.
Ao longo dos anos, Portugal tem sido o primeiro contribuinte bilateral de
Ajuda Pública ao Desenvolvimento a Cabo-Verde. A APD totalizou nos
últimos cinco anos (2005 e 2009) 187.758.625€, repartidos da seguinte
forma:
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Fonte: IPAD
Até 2008 a Educação constituiu a principal área de intervenção. Em
2008, a liderança, foi assumida pela rubrica Transporte e Armazenamento,
isto devido aos empréstimos concedidos por Portugal com elevados graus
de condicionalidade essencialmente para a construção de infra-estruturas.
Para além do apoio concedido em ajuda pública ao desenvolvimento,
Portugal jogou um papel altamente activo, de apoio à adesão de Cabo Verde
à Organização Mundial de Comércio (OMC), à graduação de Cabo Verde do
Grupo dos PMA e em todo o processo relativo à concretização da Parceria
Especial com a União Europeia, seja no âmbito diplomático, seja mediante
apoio a assistências técnicas especializadas.
As relações de cooperação entre os dois países têm como quadro de
referência o Programa Indicativo de Cooperação (PIC) 2008 – 2011,
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a) Programa de Cooperação Técnico – Policial (2008 a 2010) prevê a
capacitação das instituições da administração pública cabo-verdiana da área
policial, em particular da Polícia Nacional (PN) e do Serviço Nacional de
Protecção Civil (SNPC);
b) Programa-Quadro da Cooperação Técnico-Militar que envolve a
capacitação institucional da Estrutura Superior das Forças Armadas de
Cabo Verde, o desenvolvimento e consolidação das estruturas (de comando,
organizacional e operativa) da Guarda Costeira e dos Fuzileiros Navais e a
Formação de Quadros Militares;
c) Programa na área da Justiça (anual renovável) visa melhorar o
funcionamento e a eficiência do sistema judicial cabo-verdiano, bem como a
qualificação e capacitação dos seus principais agentes;
d) Programa Integrado em Finanças Públicas – PICATFinA (2008 –
2011) tem como objectivo: (I) apoiar o Governo na sua política de
consolidação do rigor orçamental e financeiro, (II) contribuir para a
capacitação de Serviços na área das Finanças Públicas, numa perspectiva
integrada. O Programa contempla 11 domínios de acção, inclui 70 projectos
implementados através de 249 missões de assistência técnica;
e) Cooperação na área das Migrações - esta área tem vindo a
adquirir um peso crescente nas relações entre os dois países, destacando-se
a contribuição portuguesa no quadro da Parceria para a Mobilidade entre a
União europeia e Cabo Verde com projectos na área da Administração
Interna e outros como o CAMPO – Centro de Apoio ao Migrante no país de
origem e o Reforço da Capacidade de Cabo Verde na Gestão da Migração
Laboral e de Retorno.
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O Desenvolvimento Sustentável e Luta contra a Pobreza assumem
um carácter prioritário na identificação de prioridades de actuação a nível
sectorial que se centram principalmente nas seguintes intervenções:
a) Educação com os seguintes projectos: Programa de Apoio ao
Desenvolvimento do Ensino Secundário de Cabo Verde; Apoio à Universidade
de Cabo Verde (Projecto tem por objectivo contribuir para o
desenvolvimento e consolidação do Ensino Superior Público em Cabo Verde);
Mestrado em Matemática aplicado à Engenharia; Mestrado em Engenharia
Electrónica e Telecomunicações, Especialização em Sistemas de Informação
(1.ª e 2.ª edição); Mestrado em Agronomia e Recursos Naturais; Assistência
Técnica ao Ensino Superior; Programa Língua;
b) Programa de Cooperação na área do Desenvolvimento Social.
Este programa de Cooperação desenvolve-se entre o MTSS de Portugal e o
Ministério do Trabalho, Família e Solidariedade da República de Cabo
Verde;
c) Programa de Cooperação entre o MTSS e o MQE (inclui os
seguintes projectos: Centro de Formação Profissional de Pedra Badejo;
Centro de Formação Profissional da Variante; Fundo de Inserção na Vida
Activa; Residências para Formadores e Formandos);
d) Centro de Formação Profissional do Fogo. Este projecto,
financiado pelo IPAD, visa a construção de um Centro de Formação
Profissional (construção civil e agropecuária) na Ilha do Fogo,
O CLUSTER da Cooperação Portuguesa em Cabo Verde centra-se nas
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), indo assim ao encontro das
políticas de desenvolvimento de Cabo Verde, em particular do Programa
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3. Descrição pormenorizada do processo de pesquisa
Inicialmente, foi proposto quatro temas para elaborar o trabalho.
Quando me decidi por este tema, logo tentei fazer uma pesquisa
exploratória para procurar informação que me poderia ser útil quando
iniciasse o processo de trabalho. No decorrer da pesquisa levada a cabo
para a realização do trabalho, recorri a várias fontes, designadamente
electrónicas, revistas, jornais, teses de Mestrado, de Doutoramento e
livros.
A principal fonte que utilizei foi, sem dúvida, a internet, em páginas on-
line fiáveis, pertencentes a organizações e projectos relacionados com a
temática em estudo, embora a informação encontrada fosse demasiada,
tentei sempre ser o mais breve e suscinta possível. Também consultei alguns
livros e teses de mestrado na Biblioteca da Faculdade de Economia. As
palavras-chave / descritores de pesquisa utilizadas por mim para a
realização das pesquisas foram, essencialmente, “África”; “Cooperação
europeia”; “União Europeia - Parcerias – África”; “ajuda Europeia à África”;
“Desenvolvimento económico”; “Desenvolvimento Social”; “Cimeiras
Europeias”.
Consecutivamente, dirigi-me à página online do serviço integrado de
bibliotecas da Universidade de Coimbra, onde acedi ao catálogo da base de
dados, b-on. Utilizei a pesquisa simples e na opção “assunto” coloquei a
palavra-chave que me iria levar à informação existente na biblioteca da
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra sobre o tema em
estudo.
Posteriormente, pesquisei de forma abrangente, ao mesmo tempo
comparando resultados, uma pesquisa no motor de busca Google e no yahoo.
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Após encontrar os sites que mais me iriam ajudar, focalizei-me na
informação existente e encontrei vários documentos e publicações sobre a
temática em análise, encontrei também diversas notícias em jornais.
Seguidamente, pesquisei no catálogo do CES (Centro de Estudos
Sociais) onde não encontrei nenhum documento que me pudesse ajudar, no
entanto, resolvi ir à SCIELO, em pesquisa simples, procurei por “Cooperação
Europeia com África”, “Ajuda Europeia”, “Situação Africana”, “Relação entre
a Europa e a África” e não encontrei nenhum artigo da Revista Critica de
Ciências Sociais. Também, fui ao catálogo do CES na Publicação de Artigos e
o motor de busca não me facultou qualquer resultado, logo não sabia como
iria realizar a minha ficha de leitura, e foi bastante complicado encontrar
documentos que me fornecessem a informação pretendida. No entanto,
encontrei um artigo da Revista Lusófona de Estudos Africano que mostra a
relação entre a Europa e África, então realizei sobre esse artigo a minha
ficha de leitura, visto que se relaciona com o tema em estudo, pois não
encontrei nenhum artigo mais concreto.
Em suma, tentei sempre que o processo de pesquisa fosse o mais
sucinto possível para não confundir o que tinha em mente. No entanto,
muitas vezes a quantidade de informação era tanta que tive de a delimitar
ainda mais. Penso que cumpri os objectivos propostos e consegui distinguir o
que era relevante do que não era relevante, sendo sempre o mais breve
possível e sintetizar a informação encontrada.
No entanto, penso que, de acordo com as fontes pesquisadas e as
matérias recolhidas em obras de prestigiados especialistas, o trabalho que
se apresenta poder-se-á considerar como fiável e credível.
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4. Ficha de Leitura
Dados Gerais do Artigo
Título da publicação: As Relações Europa-África: Perspectiva Diacrónica Autor: Professor Doutor José Filipe Pinto
Título da revista: Revista Lusófona de Estudos Africanos
Local onde se encontra:
http://revistas.ulusofona.pt/index.php/africanologia/article/viewFile/1311/
1066
Data da Publicação: 2010
Nº Páginas: 37-47
Assunto: Relação entre a Europa e a África, uma perspectiva abrangente ao
longo dos anos acerca destes dois continentes distintos
Data da Leitura: Dezembro de 2010
Sobre o autor:
Não consigo apresentar informação sobre o autor, pois o documento em análise não me permite, apenas sei que o autor deste artigo é Professor Doutor José Filipe Pinto.
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Resumo:
Este artigo mostra a Relação entre a Europa e a África, que, durante o
período colonial, nunca foi igual e nos dias de hoje permanece a mesma
situação, pois são dois continentes com um desenvolvimento e com recursos
muito diferentes.
O autor dá uma visão abrangente destes dois continentes ao longo dos
anos, referindo os seus pontos fracos e fortes, bem como a situação
económica, social e cultural de cada continente em estudo. Contudo, retrata
também as colónias Portuguesas.
Estrutura:
Neste artigo, o autor refere a relação existente entre os dois
continentes – Europa e África – muitos diferentes a nível económico e
social, mas também no que diz respeito ao desenvolvimento de cada um
deles. Isto é, o autor faz uma análise diacrónica do relacionamento entre os
dois continentes.
Contudo, nas relações entre os africanos e os europeus, parece
oportuno referir que a chegada destes últimos à África subsariana não foi
vista sempre da mesma forma.
Na verdade, os europeus tanto eram vistos como deuses ou criaturas
com poderes sobrenaturais, como eram objecto de repulsa porque a sua pele
branca levava os negros a identificá-los como leprosos.
Consecutivamente, o autor refere a situação das colónias incluindo as
colónias portuguesas em África, tal como refere no artigo “…. as colónias
estavam longe de constituir zonas atractivas para o povoamento branco,
atendendo a que, até meados do século XIX, os brancos que viviam em
África tinham, em média, uma esperança de vida dez anos mais baixa do que
na Europa. Se a este elemento acrescentarmos que, nessa época, nenhuma
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criança branca nascida em África conseguiu sobreviver, fácil se torna
concluir que a África a Sul do Sahara era uma zona repulsiva para a
colonização branca”. Faz também referência à mão-de-obra Africana, com
as matérias primas que Portugal necessitava.
Posteriormente, o autor mostra a situação da União Europeia, com o
progresso da CE para CEE, o Tratado de Roma, entre outros aspectos.
De um modo geral, neste artigo temos o progresso de ambos os
continentes, a sua relação, e a relação com outros países como a China,
Portugal.
Por fim, o artigo termina com a expressão lapidar “… talvez seja tempo
de as elites, africanas e europeias, darem o exemplo e trocarem o lavar das
mãos pelo arregaçar das mangas que permite deitar mãos à obra porque “as
carências não esperam [e] a dúvida ou a hesitação não pode durar mais que a
urgência” (Moreira, 2001,p. 99)”.
Palavras-chave: África, Europa, relacionamento, cooperação, diacronia,
estereótipo, integração, colonização e futuro.
Recursos de Estilo e Linguagem: linguagem não é muito elaborada e é de
compreensão razoável.
Principais Autores Citados ou eventuais Protagonistas identificados no texto:
Comunidade Europeia [CE]. (1997). Livro verde sobre as relações entre União Europeia e os Países ACP no limiar do século XXI: desafios e opções para uma nova parceria. Luxemburgo: Serviço das publicações oficiais das comunidades europeias.
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Henriques, I. C. (2004). Os pilares da diferença. Relações Portugal - África. Séculos XV-XX. Casal de Cambra: Caleidoscópio. Moreira, A. (2001). Tempo de Vésperas. Lisboa: Editorial Notícias. Pinto, J. F. (2005). Do império colonial à comunidade dos países de língua portuguesa: continuidades e descontinuidades. Lisboa: Instituto Diplomático. Torres, A. (1991). O império português entre o real e o imaginário. Lisboa: Escher. Zurara, G. E. (1973). Crónica de Guiné. Porto: Livraria Civilização Editora.
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5. Avaliação de uma página da Internet
http://www.ipad.mne.gov.pt/
Escolhi esta página da internet para ser avaliada, pois de todas as
pesquisas que efectuei foi nesta mesma página que encontrei informação
mais interessante, pertinente e mais rigorosa sobre o trabalho realizado.
Este site é da responsabilidade do Instituto Português de Apoio ao
Desenvolvimento (IPAD), o seu autor é uma instituição o que me levou a
concluir que é uma página fiável, visto que é um projecto de
Desenvolvimento Sustentável e de Luta Contra a Pobreza. É uma página on-
line que se pode considerar como interessante, bem elaborada e com
informação pormenorizada e de diferentes sectores, desde notícias,
formulários, oportunidades até mesmo o mapa do site, bem como os seus
contactos.
O seu objectivo principal é informar o público dos mais variados
projectos que organizam e dos protocolos assinados. Esta página apresenta
a informação bem estruturada e organizada, divulga os objectivos do
Milénio; as estratégias de cooperação Portuguesa; a educação para o
Desenvolvimento, entres outros aspectos.
No entanto, apresenta também uma avaliação de cada país, ou seja,
apresenta o ponto de situação; o Programa Indicativo de Cooperação e a
Cooperação em números de todos os países.
Para além da referida informação, possui também vários documentos e
publicações, contudo esta página permite também que entremos em
contacto com eles caso necessitemos.
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A página principal é bastante minuciosa, contem muita informação,
bastantes hiperligações, relevantes publicações e documentos.
No que diz respeito à acessibilidade, penso que seja simples, quando
sabemos aquilo que procuramos e delimitamos bem o que pretendemos, se é
conciso na pesquisa elaborada, mesmo com uma vasta informação existente
na página, através dos documentos e publicações disponíveis para download,
esta não é totalmente clara, exacta e objectiva.
Este local foi o que me ajudou mais na elaboração do trabalho, foi a
página mais relevante e à qual eu dei mais importância, pois continha
informação pertinente aquando da pesquisa, visto que foi a única página on-
line que encontrei com variadas publicações interessantes e uma perspectiva
alargadas dos diferentes países, ao mesmo tempo que mostra uma avaliação
sobre o desenvolvimento e a cooperação, contudo é de salientar também a
apresentação dos objectivos do Milénio.
Em suma, fazendo uma análise geral, concluo que foi a página on-line
mais interessante que encontrei sobre o tema, pois para além da
apresentação da página ser simples e básica, a informação que contem é
pertinente, importante e de razoável compreensão o que me permitiu
facilidade para ser suscinta e breve na realização deste trabalho.
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6.Conclusão
Ao longo do trabalho, procurei dar a informação mais interessante de
forma simples e abreviada, de modo a que se consiga perceber a relação /
cooperação entre a Europa e a África. Senti que, mesmo eu, aprendi muitos
factos que desconhecia e que nem me passavam pela cabeça existirem, e por
outro lado foi bom ter conhecido um pouco mais da relação entre dois
continentes tão distintos e com um nível de desenvolvimento muito
diferente.
Em primeiro lugar, debati-me quanto ao tipo de informação a colocar
neste trabalho, não queria algo maçudo, que desse trabalho e preguiça a ler.
Queria compor algo atractivo que se situasse num patamar de fácil
compreensão mas que, ao mesmo tempo, divulgasse os principais aspectos do
tema em estudo. Tive de fazer uma pesquisa alargada e depois reduzi-la ao
mais relevante. Foi difícil, pois a informação sobre o tema não é assim tão
vasta, pois é diminuta. Pesquisei e fiz download de várias publicações na
internet, fui a bibliotecas, li revistas científicas.
Este trabalho foi deveras importante para o meu conhecimento e
percurso escolar, pois permitiu-me compreender melhor este tema e
conhecer um pouco mais a realidade que predomina e que nos rodeia é um
pouco complicada, nomeadamente com as desigualdades sociais que são cada
vez mais.
No que diz respeito aos objectivos da cadeira, tentei dar o meu
melhor, de modo a corresponder aos requisitos exigidos, nomeadamente
quanto às aprendizagens necessárias para a aquisição de competências na
pesquisa de Fontes de Informação e na elaboração de um trabalho
académico, a realização deste trabalho foi muito útil não só para a cadeira
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em questão, mas também para aprender e cada vez aperfeiçoar mais a
realização de trabalhos académicos, bem como, com a aplicação dos
conhecimentos obtidos nas aulas desta cadeira que serão úteis para todos
os restantes trabalhos, nomeadamente a nível de pesquisas, de fontes
bibliográficas, entre outros aspectos.
No entanto, as dificuldades encontradas durante a execução do
trabalho foram algumas, mas no meu ponto de vista considero que se tratou
de um processo de aprendizagem muito formativo.
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7. Referências Bibliográficas
I. Fontes Impressas Henriques, Andreia Filipa Vieira (2009), “Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio: um novo paradigma para uma parceria União Europeia-África Subsaariana?”. Tese de Dissertação de mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, 2009. Lisboa: ISEG.
Moreira, A. (2001), Tempo de Vésperas. Lisboa: Editorial Notícias. OECD - Organisation for Economic Co-operation and Development
(2010), Perspectivas Económicas em África 2010. S.l. : OECD Publishing. Ramiro, Ladeiro Monteiro (2001), A África na política de cooperação
europeia. S.l. Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
II. Internet
Africanidade (2009), “Cabo Verde país da África Ocidental com economia mais livre”. Página Consultada em 9 de Dezembro de 2010, disponível em http://www.africanidade.com/articles/1984/1/Cabo-Verde-paAs-da-Africa-Ocidental-com-economia-mais-livre-/Paacutegina1.html
Diário de Notícias (2010), “Reforço da cooperação
Europa/África”, 4 de Novembro. Página consultada em 8 de Dezembro de 2010, disponível em
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/234437/mundo/234491-reforco-da-cooperacao-europaafrica
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IPAD (s.d.) “Cooperação entre Portugal e Cabo Verde”. Página
Consultada a 5 de Dezembro de 2010, disponível em
http://www.ipad.mne.gov.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=42&Itemid=73
IPAD (s.d.) “Guiné-Bissau” Países. Página Consultada a 5 de Dezembro
de 2010, disponível em http://www.ipad.mne.gov.pt/index.php?option=com_content&task=view
&id=53&Itemid=84 Jornal Digital (2010), “União Europeia quer reforçar cooperação com
África”, 2 de Dezembro. Página consultada em 8 de Dezembro, disponível em http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=24384
Jornal Oje (2010), “Cooperação europeia com a Guiné-Bissau prossegue
desde que haja ordem constitucional”, 13 de Abril. Página consultada em 8 de Dezembro, disponível em http://www.oje.pt/noticias/africa/cooperacao-europeia-com-a-guine-bissau-prossegue-desde-que-haja-ordem-constitucional
Jornal Verdade (2010), “III Cimeira África-Europa”, 2 de
Dezembro. Página consultada em 8 de Dezembro de 2010, disponível em http://www.averdadeonline.com/internacional/15828-africa-e-europa-reafirmam-prosseguimento-de-cooperacao-estrategica
Made in Bissau (2010), “O País teve avanços económicos e sociais em 2009 e 2010”. Página Consultada em 9 de Dezembro de 2010, disponível em
http://madeinbissau.blogspot.com/2010/11/o-pais-teve-avancos-economicos-e.html
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Quintus (2008), “Da situação na Guiné-Bissau e do Comunicado do MIL
sobre a dita”. Página Consultada em 9 de Dezembro de 2010, disponível em http://movv.org/2008/10/02/da-situacao-na-guine-bissau-e-do-comunicado-do-mil-sobre-a-dita/
Wikipédia (2010), “Cooperação”. Página Consultada a 3 de Dezembro de 2010, disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coopera%C3%A7%C3%A3o
Wikipédia (2010), “África”. Página Consultada a 3 de Dezembro de
2010, disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica
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Anexos Anexo A – Página da Internet
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Anexo B – Texto de Suporte da Ficha de Leitura
Pinto, José Filipe (2010), “As Relações Europa-África: Perspectiva Diacrónica”. Revista Lusófona de Estudos Africanos. Página consultada em 9 de Dezembro de 2010, disponível em http://revistas.ulusofona.pt/index.php/africanologia/article/viewFile/1311/1066