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FACULDADE DE CIÊNCIAS GERENCIAIS DA BAHIACURSO DE BACHARELADO DE ADMINISTRAÇÃO
ANDRÉ LUIS FREITASESTELA LARISSA SILVA DOS SANTOS
JÓAS DOS SANTOS DE CAMPOSLILIANE EMILLIE COSTA DE ARAÚJO SANTOS
LUCIANA SILVA COUTINHOMOISÉS FÉLIX FRANCO SOUZA
PROPAGANDA ENGANOSA
Salvador
2012.1
1
ANDRÉ LUIS FREITASESTELA LARISSA SILVA DOS SANTOS
JÓAS DOS SANTOS DE CAMPOSLILIANE EMILLIE COSTA DE ARAÚJO SANTOS
LUCIANA SILVA COUTINHOMOISÉS FÉLIX FRANCO SOUZA
PROPAGANDA ENGANOSA
Salvador
2012.1
2
Trabalho acadêmico elaborado pela turma
do oitavo semestre da Faculdade de
Ciências Gerenciais da Bahia sob a
orientação da professora Isabela.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................... 04
2 PROPAGANDA – CONCEITO ............................................ 05
3 PROPAGANDA ENGANOSA ............................................. 06
4 TIPOS DE PROPAGANDA ENGANOSA ........................... 06
5 RAZÕES PARA NÃO USAR PROPAGANDA ENGANOSA .. 08
6 CONTROLE ADMINISTRATIVO DA PUBLICIDADE
ENGANOSA ............................................................................. 09
7 PUBLICIDADE ENGANOSA ABUSIVA .................................. 09
8 LEI FEDERAL 8.078/1990 ....................................................... 14
9 CONCLUSÃO .......................................................................... 18
10 REFERÊNCIAS ........................................................................ 19
3
1. Introdução
No ambiente competitivo e globalizado no qual as empresas estão inseridas
atualmente, é indispensável utilizar à propaganda, sendo que este deve ser bem
executado em uma organização, pois é um meio de comunicação social bastante
forte, e através dela a organização navega de maneira estável e otimista no
mercado demonstrando seus serviços e/ou produtos de forma ativa. Porém muitas
empresas estão utilizando deste recurso de maneira enganosa, portanto, o presente
trabalho tem como objetivo apresentar o conceito, as características, tirar dúvidas e
obter mais conhecimento sobre a propaganda enganosa e como as empresas estão
desfrutando dessa prática perante a sociedade.
4
2. Propaganda - Conceito
É um modo específico de apresentar informação sobre um produto, marca,
empresa ou política que visa influenciar a atitude de uma audiência para uma causa,
posição ou atuação. Seu uso primário advém de contexto político, referindo-se
geralmente aos esforços de persuasão patrocinados por governos e partidos
políticos.
Uma manipulação semelhante de informações é bem conhecida: a
propaganda comercial, que normalmente não é chamada de propaganda, mas sim
publicidade, embora no Brasil seja utilizada como sinônimo. Ao contrário da busca
de imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações com o
objetivo principal de influenciar uma audiência. Frequentemente apresenta os fatos
seletivamente (possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas
conclusões, ou usa mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e
não racional à informação apresentada. O resultado desejado é uma mudança de
atitude em relação ao assunto no público-alvo para promover uma agenda. A
propaganda pode ser usada como uma forma de luta política.
Apesar do termo "propaganda" ter adquirido uma conotação negativa, por
associação com os exemplos da sua utilização manipuladora, a propaganda em seu
sentido original é neutra, e pode se referir a usos considerados geralmente benignos
ou inócuos, como recomendações de saúde pública, campanhas a encorajar os
cidadãos a participar de um censo ou eleição, ou mensagens a estimular as pessoas
a denunciar crimes à polícia, entre outros. Quando empresários executivos,
marketing e anunciantes planejam desenvolver uma campanha publicitária que é
surpreendente, original e convincente para aumentar seus volumes de vendas ou
para um desfecho a curto prazo específico, deve ter muito cuidado para não usar
mensagens para captar a atenção de público-alvo de forma mais eficaz ou
persuadir, induzir o destinatário ao erro que afeta um determinado comportamento,
como econômico, porque a prática é conhecida como "enganosa" que, além de ser
muito contestado, controlada e regulada em diversos países, afetando seriamente a
imagem da empresa ao seu mercado alvo e da sociedade em geral.
5
3. Propaganda enganosa
Entende-se por propaganda enganosa aquela que induz o consumidor a um
erro, ela mostra características e vantagens que um determinado produto não tem.
Esse tipo de propaganda é falsa. É importante distinguir a propaganda
enganosa abusiva. Esta é mais grave porque tem a função de induzir o consumidor
a um comportamento prejudicial, geralmente incitam a violência, exploram o medo,
entre outros. Propaganda enganosa é, em essência, exatamente o que o nome
implica: a passar ao largo de bens ou serviços como algo ou alguém que eles não
são. É a usurpação de boa vontade e as vendas por meios desleais. Propaganda
enganosa é proibida e acionável sob a lei federal e por leis estaduais que proíbem
várias práticas comerciais enganosas e concorrência desleal.
A Comissão Federal de Comércio, os concorrentes e, na maioria dos postos
do procurador-geral tem o poder de mover ação para impedir propaganda enganosa.
Em alguns estados um consumidor lesado pode processar através de uma ação
contra um anunciante que acredita que está fazendo falsas alegações. Os estados
advocatícios também são capazes de selecionar reivindicações de anúncio para
instauração de processo sob concorrência desleal estado ou estatutos de defesa do
consumidor. Um competidor pode trazer mais de reivindicações para a atenção do
procurador-geral do Estado, mas não há garantia de qualquer ação irá resultar.
Portanto, é imperativo que os comerciantes e anunciantes saibam o que é
propaganda enganosa, o que são algumas das práticas que são consideradas como
tal e por isso não devem empregar este tipo de publicidade.
4. Tipos de propaganda enganosa
a) Publicidade enganosa comissiva
É aquela que informa/anuncia um produto ou serviço que não corresponde à
sua realidade. Por exemplo, um anúncio apresenta um produto com a característica
X. Contudo, na realidade este produto não possui esta característica.
6
b) Publicidade enganosa omissiva
É a publicidade que induz o consumidor em erro pela falta de informação,
quando omite e/ou deixa de informar sobre dado essencial do produto ou serviço. O
CDC reprime é a ausência de dados essenciais (informações necessárias e
indispensáveis que influenciem o consumidor na decisão de adquirir o produto ou
serviço, assim como informações que não tragam ao consumidor conhecimento
adequado e real do uso e consumo do produto ou serviço).
c) Publicidade enganosa parcialmente falsa
É a publicidade em que as informações são em parte falsas.
d) Publicidade enganosa inteiramente falsa
É a publicidade em que as informações são em sua totalidade falsas, é
aquela em que as informações do produto ou serviço anunciadas não correspondem
com os mesmos após a compra, não há verdade na publicidade.
e) Publicidade exagerada
Esse tipo de publicidade pode ou não ser considerada enganosa. Mas, para a
averiguação da fraude é necessário que o exagero do anúncio seja capaz de induzir
o consumidor em erro.
f) Ambiguidade na publicidade
Também pode transformá-la em enganosa. Se a ambiguidade do anúncio
induzir o consumidor em erro será caracterizada como publicidade enganosa.
Mesmo que a fraude esteja presente em apenas um dos sentidos da informação.
7
5. Razões para não usar propaganda enganosa:
Dado que o controle da publicidade enganosa é do interesse dos
consumidores, concorrentes e do público em geral, no momento, existem várias leis
e as agências (que variam de país para país) que se destinam a proteger os
consumidores contra mensagens falsas, exageradas ou falsas e para evitar ou
eliminar práticas desleais de concorrência são parte de publicidade enganosa.
Assim, os comerciantes e anunciantes devem ter em conta que algumas
dessas agências têm a autoridade para verificar e controlar os vários anúncios, e
pode até tomar medidas, tais como:
Ordenar a cessação da publicidade enganosa ou tomar as medidas
adequadas a fim de ordenar a cessação da publicidade.
A proibição da publicação enganosa ou tomar as medidas adequadas
para uma ordem de proibição, mesmo sem prova de perda ou prejuízo
real, ou de uma intenção ou negligência do pôster.
Exigir da empresa para colocar publicidade corretiva como forma de
dissipar falsas crenças nos casos em que a evidência indica que os
consumidores têm crenças falsas sobre uma marca, devido à
enganosa ou fraudulenta.
Também deve ser notado que em alguns países, como a União Europeia (UE)
pretende que as pessoas ou organizações que têm um interesse legítimo na
proibição da publicidade enganosa podem intentar uma ação judicial contra esta
publicidade e / ou carregar esta publicidade perante uma autoridade administrativa
competente para decidir das queixas ou para os procedimentos legais adequados.
Portanto, é imperativo que os profissionais de marketing e anunciantes, 1)
aumentar a conscientização sobre os efeitos negativos da publicidade enganosa no
alvo, a empresa, os concorrentes ea sociedade em geral, 2) optar por não utilizar
desta prática sob sem motivo, 3) conhecer as leis em vigor em seus respectivos
países contra a publicidade enganosa para aprender o que não é permitido e,
portanto, não deve fazer (intencionalmente ou não), e 4) entrar em contato com os
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diversos órgãos responsáveis pela verificação e controle comerciais para
aconselhamento sobre este assunto. Dessa forma, evitar surpresas no caminho que
pode afetar seriamente à imagem da empresa, o investimento na campanha
publicitária e o comerciante mesma carreira profissional ou anunciante.
6. Controle administrativo da publicidade enganosa
É exercido pelo CONAR - Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária e
órgãos públicos de proteção e defesa do consumidor como determina os art. 55 a 60
da Lei 7.078/90 e 9º e segs. Do Decreto nº 2.181/97.
O controle judiciário é feito obviamente pelo Poder Judiciário quando este é
acionado. O Poder Judiciário pode, entre outras atitudes, determinar a supressão do
anúncio veiculado, impedir a publicação do anúncio e impor a contrapropaganda.
A astreinte (multa diária ou multa cominatória) constitui uma medida
cominatória em forma de multa pecuniária contra o devedor de obrigação de fazer,
não fazer e entregar coisa. É fixada pelo juiz em sentença ou na concessão de tutela
antecipatória (art. 461, §4º e art. 461-A) e dura enquanto permanece a
inadimplência.
A multa é imposta de forma a compelir o devedor a cumprir a obrigação e, por
este motivo, seu valor (sempre fixado pelo juiz) deve ser considerável, de forma a
forçar o devedor a cumpri-la o quanto antes.
7. Publicidade enganosa e abusiva frente ao Código de Defesa do
Consumidor
A sociedade contemporânea possui uma grande característica que é a
comunicação. Através dela as pessoas ficam sabendo as últimas notícias,
acontecimentos, novidades sobre pessoas, produtos, serviços entre outros.
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Outra característica marcante é o intenso desejo de consumir, seja por bens
indispensáveis para sua subsistência como os indispensáveis e supérfluos. Contudo,
para que a sociedade possa saciar o seu desejo consumidor mister que ela tenha
conhecimento sobre quais produtos ou serviços estão no mercado a sua disposição.
Esta tarefa é incumbida à publicidade. Entretanto, publicidade não é apenas
informação, é persuasão. Ao veicular-se um anúncio publicitário não se espera
apenas informar o consumidor, mas sim vender o que está sendo anunciado.
É importante frisar que os termos propaganda e publicidade não são
sinônimos. Propaganda deriva do latim propagare, que significa "reproduzir por meio
de mergulhia", ou seja "enterrar o rebento no solo". Em outras palavras, propagare
quer dizer enterrar, mergulhar, plantar, isto é, a propagação de princípios, teorias ou
doutrinas. Propaganda tem caráter mais ideológico, sejam tais idéias políticas,
religiosas, cívicas entre outras. O termo publicidade tem um caráter comercial,
negocial. Publicidade seria a arte de despertar no público o desejo da compra,
levando-o à ação. Assim, uma campanha governamental visando aumentar o
consumo de leite seria propaganda, enquanto que a veiculação do anúncio desta ou
daquela empresa com o mesmo conteúdo, mas com anúncio de uma marca, seria
publicidade.
A ideia de tutelar os direitos dos consumidores datam do Brasil Império, mas
somente adquiriu status de matéria constitucional em 1934. O Código de Defesa do
Consumidor foi promulgado em 11 de setembro de 1990 e entrou em vigor seis
meses depois, ou seja, em 11 de março de 1991. Sua promulgação ocorreu em
decorrência de mandamento constitucional. Basicamente, a publicidade pode ser
dividida em institucional ou promocional. Institucional quando se anuncia a própria
empresa, ou seja, a marca. Um exemplo é a campanha da Ford durante a 2ª Guerra
Mundial, no qual não estavam sendo fabricados automóveis e para que a marca não
caísse no esquecimento, surgiu o slogan "Há um Ford em seu futuro". A publicidade
promocional busca vender produtos e anunciar serviços.[6] Por exemplo, anúncio do
sabão em pó X ou dos serviços prestados pela mecânica Y.
A publicidade subliminar é vedado pelo CDC, posto que não é perceptível e o
consumidor não tem noção que está sendo induzido à compra. Teve origem nos
Estados Unidos, em meados de 1950, quando os cinemas de Nova Jersey, que 10
durante algumas semanas passavam várias imagens dizendo "coma pipoca" ou
"beba Coca-Cola". Os pesquisadores apontaram que a venda desses dois produtos
aumentou significativamente na época. A publicidade comparativa é aquela que o
anunciante compara seu produto ou serviço com o(s) dos(s) concorrente(s). A
publicidade de denigrição é vedada, visto que busca alcançar vantagem em prejuízo
concorrente.
A publicidade enganosa está exemplificada no art. 37 do CDC e é aquela que,
através da sua veiculação, pode induzir o consumidor em erro. Pode ser por
omissão, quando o anunciante omite dados relevantes sobre o que está sendo
anunciado e, se o consumidor soubesse esse dado, não compraria o produto ou
serviço ou pagaria um preço inferior por ele. A publicidade enganosa por comissão é
aquela no qual o fornecedor afirma algo que não é, ou seja, atribui mais qualidades
ao produto ou ao serviço do que ele realmente possui. A publicidade enganosa
provoca uma distorção na capacidade decisória do consumidor, que se estivesse
melhor informado, não adquiriria o que for anunciado.
Para o induzimento em erro não se considera apenas o consumidor bem
informado, mas também o desinformado, ignorante ou crédulo. Não se exige a
intenção de enganar do anunciante, basta somente a veiculação do anúncio
enganoso e estará configurada a publicidade enganosa. Também convém salientar
que não existe um direito adquirido de enganar, ou seja, para eximir de sua culpa o
fornecedor alegar que tal prática vem sendo reiteradamente praticada ou que é de
praxe tal anúncio. O erro neste caso é o mesmo considerado pelo Código Civil nos
arts. 86 a 91, ou seja, declarações de vontade viciadas com erro não são
plenamente eficazes. Não precisa necessariamente induzir o consumidor em erro,
basta a potencialização da indução em erro.
Uma publicidade pode ser totalmente correta e mesmo assim ser enganosa,
como por exemplo, quando omite algum dado essencial. O que fora anunciado é
verdadeiro, mas por faltar o dado essencial, torna-se enganosa por omissão.
Quando houver mais de uma interpretação para o anúncio, basta que um deles seja
enganoso que a publicidade será tida como enganosa. Presume-se a culpa do
fornecedor por veicular a publicidade enganosa. Somente se exonerará de sua culpa
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se demonstrar o caso fortuito, fatos alheios à sua vontade, uma situação externa,
imprevisível ou irresistível entre outros.
A publicidade abusiva está elencada no art. 37, § 2.º do CDC, no qual é
considerada como tal a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que
incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de
julgamento e experiência da criança, desrespeite valores ambientais ou que seja
capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua
saúde ou segurança. Em todas essas espécies há ofensa aos valores sociais. O rol
de espécies de publicidade abusiva é exemplificativo.
A publicidade de tabaco, bebidas alcóolicas, agrotóxicos, medicamentos e
terapias. Essas espécies acarretam riscos extremos para as pessoas, suas famílias
e meio ambiente. O art. 220, § 3º da CF menciona que a lei deve estabelecer os
meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem
da publicidade de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e
ao meio ambiente. Isto posta, tais modalidades publicitárias possuem restrições de
horários na veiculação no rádio e televisão.
Pode-se citar como exemplo de publicidade abusiva um anúncio de uma
conhecida marca de roupas, que mostrava um paciente com AIDS no exato
momento de sua morte. Outro exemplo é o de uma marca de leite longa vida, no
qual figurava uma criança de cor negra como diabinho e uma de cor branca como
anjinho. Tal publicidade foi tida como abusiva.
Algumas técnicas publicitárias utilizadas. A primeira é o "teaser", no qual
procura-se despertar a curiosidade do consumidor. Um exemplo é de uma
faculdade, que primeiramente colocou outdoor com os dizeres "não espere até o
verão para entrar na faculdade", Alguns dias depois surgiram os outdoors com os
dizeres "vestibular de inverno... ". Oura técnica é o "puffing", que é o exagero
publicitário. Contudo, tal exagero não pode induzir o consumidor em erro. Existe
também o "merchandising" que é a publicidade de produtos ou serviços em vídeo,
áudio ou artigos impressos em sua situação normal de consumo, sem declarar
ostensivamente a marca.
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Ao analisar as sanções administrativas cabíveis à publicidade ilícita. Cabe
ação civil pública, que visa coibir as práticas ilícitas, além da suspensão liminar da
publicidade e a cominação de multa, além do meio cautelar de controle que é a
contrapropaganda.
A contrapropaganda é cabível no caso de publicidade enganosa ou abusiva,
ou de outra espécie cominada com qualquer dessas duas. Contrapropaganda
significa anunciar, às expensas do infrator, objetivando impedir a força persuasiva da
publicidade enganosa ou abusiva, mesmo após a cessação do anúncio publicitário.
As sanções penais cabíveis estão previstas nos arts. 63, 66, 67, 68 e 69 do CDC.
Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos
nas embalagens, invólucros ou publicidade, assim como fazer afirmação falsa ou
enganosa sobre produto ou serviço, como promover publicidade que sabe ou
deveria saber que é enganosa ou abusiva ou deixar de organizar dados fáticos,
técnicos ou científicos que dão base à publicidade, são passíveis de ação pública
incondicionada e pena de detenção e multa, variando conforme cada caso.
Com o advento do Código de Defesa do Consumidor em 1990, a publicidade
passou a ser regulada seriamente e os consumidores passaram a ter seus
interesses zelados por um diploma moderno, eficiente e de fácil compreensão. A
publicidade tem grandiosa influência diante do consumidor. Em virtude disto deve
ser utilizada pelos fornecedores de forma sadia, sem infringir o contido no artigo 37
do Código de Defesa do Consumidor, bem como os dispostos nos artigos 63 a 69 do
mesmo diploma legal, entre outros que disciplinam a publicidade. Publicidade ilícita
é crime, conforme os ditames legais. Visto isto, vislumbra-se a grandiosidade da
força persuasiva publicitária, pois o legislador considerou como crime a publicidade
ilícita.
Destarte, através do estudo do tema proposto, verificou-se que o consumidor
muitas vezes não tem consciência dos direitos que efetivamente possui ou, por
comodidade, não luta por eles. Para que a sociedade responda contra as práticas
enganosas ou abusivas, mister que todos tenham o conhecimento básico dos seus
direitos de consumidor.
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O Código de Defesa do Consumidor não visa apenas punir os fornecedores,
mas sim proteger o pólo mais vulnerável da relação, ou seja, o consumidor. Colima-
se igualar as partes desiguais, para que harmonize-se as relações de consumo.Visto
isto, a publicidade enganosa e abusiva, muitas vezes ainda empregada por alguns
fornecedores, constitui crime e se identificada, as medidas administrativas e penais
devem ser tomadas, para que os direitos dos consumidores não sejam lesados por
aqueles que buscam o lucro fácil e em desconformidade com a lei.
8. Lei Federal 8.078/1990 - Código de Defesa do consumidor
Caso sejam constatada que a propaganda é enganosa, as partes tem
responsabilidade civil, penal e administrativa, assim o fornecedor que as promover
devem indenizar material e moralmente o consumidor além disso responderá pela
prática do crime ( CDC, art. 67 ) e veicular contrapropaganda que desfaça os efeitos
do engano ou abusivo( CDC, art. 56 XII 60 ).
SEÇÃO III
Da Publicidade
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil
e imediatamente, a identifique como tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços,
manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados
fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de
caráter publicitário, inteira ou parcialmente falso, ou, por qualquer outro modo,
mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza,
características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer
outros dados sobre produtos e serviços.
14
§ 2° É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer
natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da
deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeite valores ambientais,
ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3° Para os efeitos deste Código, a publicidade é enganosa por omissão
quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
§ 4° (Vetado).
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou
comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
SEÇÃO IV
Das Práticas Abusivas
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços dentre outras
práticas abusivas:
Caput com redação determinada pela Lei n° 8.884, de 11.6.1994.
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de
outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de
suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e
costumes;
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer
produto, ou fornecer qualquer serviço;
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista
sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos
ou serviços;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
15
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização
expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as
partes;
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo
consumidor no exercício de seus direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial (Conmetro);
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem
se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de
intermediação regulados em leis especiais;
Inciso IX com redação determinada pela Lei n° 8.884, de 11.6.1994.
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços;
Inciso X com redação determinada pela Lei n° 8.884, de 11.6.1994.
XI - dispositivo incorporado pela MP n° 1.890-67, de 22.10.1999,
transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei n° 9.870, de 23.11.1999;
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar
a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;
Inciso XII acrescentado pela Lei n° 9.008, de 21.3.1995.
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente
estabelecido.
Inciso XIII acrescentado pela Lei n° 9.870, de 23.11.1999.
16
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues
ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis,
inexistindo obrigação de pagamento.
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor
orçamento prévio discriminando o valor da mão de obra, dos materiais e
equipamentos a serem empregadas, as condições de pagamento, bem como as
datas de início e término dos serviços.
§ 1° Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo
de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes
e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos
decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento
prévio.
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao
regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar
os limites oficiais sob pena de, não o fazendo, responderem pela restituição da
quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor
exigir, à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis.
17
9. Conclusão
Ao longo do presente trabalho, constata-se que a propaganda enganosa está
intimamente ligada com a evolução dos meios, das técnicas, dos suportes e dos
estilos que foram criados. Por sua vez, a propaganda faz a interface entre a
organização e o público sendo que este deve ser feito idêntico ao da realidade
contendo informações inteiramente verdadeiras do produto e/ou serviço ofertado, a
propaganda enganosa é crime, pois ela induz o consumidor ao erro o que é proibido
por lei. A sua divulgação deve ser clara, objetiva e de fácil entendimento para o
consumidor, e dessa maneira não apresentar dúvidas sobre os produtos e/ou
serviços que estão sendo apresentados no mercado.
18
10.Referências:
REVISTA JUS. Propaganda enganosa. Disponível em: <
http://jus.com.br/revista/texto/2581/publicidade-enganosa-e-abusiva-frente-ao-
codigo-de-defesa-do-consumidor/>. Acesso em: 03 jun. 2012.
WIKIPEDIA. Propaganda. Disponível em: <
http://pt.wikipedia.org/wiki/Propaganda/>. Acesso em: 03 jun. 2012.
PROCON (ORG). Código de defesa do consumidor. Disponível em: <
http://www.procon.sp.gov.br/pdf/2010-07-23-codigo%20defesa%20consumidor.pdf/>.
Acesso em: 03 jun. 2012.
PROMO NEGOCIOS. Publicidade enganosa. Disponível em: <
http://www.promonegocios.net/publicidad/publicidad-enganosa.html/>. Acesso em:
03 jun. 2012.
JURISWAY (ORG). Propaganda enganosa. Disponível em: <
http://www.jurisway.org.br/v2/cursoonline.asp?
id_curso=999&id_titulo=11931&pagina=7/>. Acesso em: 03 jun. 2012.
19