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Elisa Volpato Guia: Assim como no futebol, a também é uma automação residencial caixinha de surpresas. Através de pequenos, e cada vez mais populares, aparelhos é possível controlar iluminação, acesso e climatização. Tudo em nome da comodidade. Vinhos da Serra que você PRECISA provar Estilo: A loucura pelas unhas pintadas Turismo: Futebol: Férias na mansão O «fim» dos cariocas Entrevista: ANO 01 EDIÇÃO 03 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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Na capa, automação residencial (casas inteligentes).

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Page 1: Trendline [mag] Ed 003

Elisa Volpato Guia:

Assim como no futebol, a também é umaautomação residencial

caixinha de surpresas. Através de pequenos,

e cada vez mais populares, aparelhos é

possível controlar iluminação, acesso e

climatização. Tudo em nome da comodidade.

Vinhos da Serra que você

PRECISA provar

Estilo: A loucura pelas

unhas pintadas

Turismo: Futebol: Férias na mansão O «fim» dos

cariocas

Entrevista:

ANO 01 EDIÇÃO 03

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Page 2: Trendline [mag] Ed 003

tecnologia para a saúde,

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(54) 3052 0606 (54) 3242 7626 (54) 3441 1229Bento Gonçalves | Nova Prata | Veranópolis

Page 3: Trendline [mag] Ed 003

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Page 4: Trendline [mag] Ed 003

TRENDLINE[MAG] . ANO01

Foto Vinícola Gheller Monte Azurro | Divulgação

34

38

42

44

48

50

TURISMO / GO THERE

QG DO ESTILO / STYLE

IMIGRAÇÃO ITALIANA / SÉRIE PARTE II

CULTURA / !FKFK!

IMPEDIMENTO / FÚTBOL

TELEFONE VERMELHO / CRT

Saint Andrews, Escócia Gramado

A moda das unhas

A arquitetura da colônia

Cadê a cultura de quem faz a cultura?

O «fim» dos cariocas e dos uruguaios

Tempo demais, dinheiro demais

30

24

46

BONS VINHOS / GUIA 2011

SAÚDE / GOOD LIVING

Dicas para a sua adega

Não deixe o frio congelar a sua forma

22

3012

ENTREVISTA / SPOTLIGHT

Elisa Volpatto

NEGÓCIOS / BUSINESS

20 MÍDIA / MEDIA TALKING

Posso opinar no release?

Novalle e Empório São João

E a China?18 MERCADO / MARKET ANATOMY

24CAPA / FEATURED

A bola da vez é a casa inteligente

04

Foto Samuel Ramos

Foto Samuel Ramos

34

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Atendimento telefônico: 54 3242 5793 | 54 9188 3815

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Opiniões e sugestões de pauta: [email protected]

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Criação e foto: Samuel Ramos

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Samuel Ramos - Reg. Prof. 11.388-RS

Caroline Boito Maurmann

Marcos Beck Bohn

Diego Rigo (2tm.com.br)

Samuel Ramos

REVISÃO

Marcel Nogueira

Coan Indústria Gráfica

Trimestral

Próxima edição: Setembro 2011

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Fale conosco:54 3242 [email protected]

CAROS LEITORES QUEM FAZUma revista de tendências tem o

dever de estar muito bem afinada

com os temas que dominarão as

pautas de domínio público.

Assim, a cada três meses, tratamos

de levantar assuntos que venham

a pontuar o comportamento, o

comércio e a economia em geral.

Essa edição, a quarta que

colocamos na rua (se somar a

edição piloto, de número 0), chega com esse mesmo objetivo.

Tentamos descobrir mais sobre a automação residencial e foi muito

interessante verificar a grande quantidade de aplicações que a

tecnologia oferece para nossos lares.

Esse mercado, que está em amplo crescimento, deve se desenvolver

bastante nos próximos anos, à medida em que os preços forem

caindo e novos usos descobertos.

Ainda não temos a menor ideia do que nos reserva a próxima edição,

a de setembro. Só sabemos que comemoraremos, nessa data, nosso

primeiro ano de Trendline. Não foi um ano fácil, como nenhum ano é

fácil no começo de cada negócio, mas podemos nos orgulhar de ter

alcançado uma resposta muito positiva junto aos nossos leitores e

também de nossos parceiros comerciais. E na edição que antecede

o aniversário de 1 aninho, só temos a agradecer a todos que

contribuem para o nosso sucesso. Vem mais por aí.

Samuel Ramos, o seu editor.

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Page 8: Trendline [mag] Ed 003

Onde encontrarOnde encontrar

www.trendlinemag.com.br

A TL[MAG] É FREE, ONDE RETIRAR A SUA*

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CAXIAS DO SUL

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Cantina do LenziEmpório São JoãoPH FashionPousada dos PinheiraisSabor CaféVigor Musculação

NOVA PRATA

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ENTREVISTA / SPOTLIGHT

Por Marcos Beck Bohn*Jornalista, com Mestrado em Comunicação Transnacional e Mídia Global pelo Goldsmiths College, em Londres.

Protagonista da série “Mulher de Fases”, assinatura HBO, Elisa vive, na telinha, a personagem Graça. Opapel que projetou a atriz para o cenário latinoamericano nãomexeu com a sua simplicidade: a exclusiva que nos concedeu não teve fiscalização de assessor e nem restrição contratual.

exibida pelo canal por

Elisa Volpatto, a mulher queé uma Graça

Aos 24 anos, a gaúcha de Nova Prata vive, em 2011, a

sua primeira grande experiência na televisão. Não em

escala nacional, mas continental: é a protagonista de

um projeto que alcança toda a América Latina.

Produzido pela Casa de Cinema de Porto Alegre e

filmado integralmente na capital gaúcha, “Mulher de

Fases” é o terceiro produto financiado pela HBO no

Brasil, e o primeiro realizado fora do eixo Rio-São

Paulo. O trabalho representa um momento de

transição na vida de Elisa, registrado pela TL[mag]

com exclusividade, em quase duas horas de conversa.

O encontro aconteceu no café de uma livraria

bacaninha de São Paulo. A única interrupção veio do

garçom, perguntando se deveria trazer mais dois

cafés. Daqui a algum tempo, no entanto, esse sossego

provavelmente terá desaparecido. Não pela presença

de um assessor a dosar perguntas e respostas (coisa

que parece não combinar com ela), mas por pedidos

de autógrafos e fotografias. Enquanto o principal

objetivo de muitos é ficar famoso, isso é algo com que

Elisa parece não se preocupar. Entende que o sucesso

é uma consequência, que ela já administra com

agradável maturidade, quase preferindo que um

eventual momento de fama exacerbada demore um

pouco mais a chegar. “Fiz uma publicidade aqui em

São Paulo e até a caixa do supermercado me

reconheceu! A televisão aberta é uma coisa muito

louca, todo mundo vê.”

Numa típica tarde de sexta-feira paulistana, com céu

nublado, muito trânsito e temperatura indefinida, Elisa

Volpatto revelou para os leitores da TL[mag] muito

sobre a bela atriz que é – e que nunca teve dúvidas de

que seu papel na vida é atuar.

[mag] Você entrou no Instituto de Artes da UFRGS

antes de ter experiência atuando para valer. De

onde veio a certeza em ser atriz?

Elisa Volpatto Queria fazer artes cênicas. Sabia disso

há muito tempo. E meus pais sempre apoiaram. Eles

não são artistas, mas são pessoas extremamente

sensíveis. Meu pai é médico e minha mãe é professora,

mas na minha casa sempre teve muita música, muito

filme antigo, musicais. Nem sei bem como surgiu, mas

eu tive essa idéia criança ainda: queria ser atriz. E nada

me tirava da cabeça. Nunca tive essa dúvida que todo

mundo tem, “o que eu vou fazer”? Esse dilema das

pessoas eu nunca entendi, porque nunca passei por

isso.

EV Meu pai apoiou totalmente, a mim e ao meu irmão

[formado em música, também na UFRGS]. A partir do

momento em que a gente escolheu, ele disse: “Então,

vão a fundo nisso. Vocês sabem que é uma profissão

não convencional e que vocês vão ter que batalhar

muito”. Vivendo a profissão, a gente percebe. Não tem

uma estabilidade o tempo inteiro. É difícil viver da arte.

EV Sim, fui para Porto Alegre para cursar a UFRGS.

Minha irmã e meu irmão já estavam lá, e fui morar com

eles. Em Nova Prata não tinha curso de teatro, mas eu

fazia tudo que era relacionado à arte. Fazia balé, coral,

flauta doce, piano, inglês também. Todo esse aparato,

tudo que se podia fazer, eu fazia lá.

[mag] A decisão foi bem aceita pela família?

[mag] A mudança para Porto Alegre aconteceu

naturalmente?

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0112

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Aos 24 anos, Elisa Volpatto já é uma

afirmação na cena cultural brasileira.

O talento e a sagacidade da atriz

devem fazer de «Mulher de Fases»

o primeiro de muitos outros

trabalhos de grande destaque.

FOTO FÁBIO REBELO

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A participação no Centro de Tradições Gaúchas, o CTG, integra as atividades da família Volpatto.

Na foto, Elisa, então com quatro anos, posa ao lado da irmã, Marina.

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0114

Teatro fui fazer na faculdade. Piano... Se bem que fiz só

um ano de piano, meio que abandonei. [risos].

EV Sempre pensei em fazer outras coisas “também”.

Ser atriz e também fazer alguma outra coisa. Se não

fosse atriz, acho que seria cantora ou bailarina. Isso

meio que anda junto... Cantei muito tempo em CTG

(Centro de Tradições Gaúchas), fiz coral, aula de

técnica vocal, investi na coisa do canto. E dançava,

danço jazz até hoje.

EV Tenho muitas saudades. É uma das coisas mais

lindas que já vivi. Meu irmão tocava, minha irmã

dançava e eu cantava. Íamos para os concursos, as

invernadas, os festivais internacionais de folclore.

Conhecemos gente de todo canto. Fazia tertúlia, um

declamava, outro cantava, alguém dava uma trova, era

riquíssimo! Passávamos noites ao redor do fogo de

chão. E os meus pais acompanhavam muito. Dos doze

aos dezessete anos participei disso, e tem valores que

eu levo que vieram do CTG.

[mag] Uma pergunta clichê, então. Se você não fosse

atriz...?

[mag] Fale mais sobre o CTG.

[mag] Por exemplo?

[mag] Você está há sete meses em São Paulo [a

entrevista foi feita em abril]. Como é olhar para Nova

Prata e Porto Alegre daqui?

EV

também tem no teatro, mas no CTG é uma coisa muito

bonita, um trabalho voluntário, porque ninguém ganha

nada para estar lá. Tu vais dançar, tem ensaio. O CTG

promove um churrasco? Vão todos os pais ajudarem a

servir, a fazer a comida. E isso não existe mais hoje. As

pessoas fazem uma coisa em troca de outra. E isso é

uma coisa que perdura em todos os CTGs. Tem gente

que nem acredita que as pessoas façam isso.

EV Tenho muito carinho por Nova Prata e Porto Alegre,

são os lugares onde eu me fiz e onde tenho todas as

minhas referências. Hoje não teria como viver lá por

causa do meu trabalho, mas olho com respeito e com

carinho.Nova Prata é uma cidade linda, do interior.

Acho linda a maneira como as pessoas vivem lá,

conseguem comer coisas orgânicas, coisas até que

plantam nas suas casas. Minha avó planta alface até

hoje. Eles vivem uma vida tranquila, não têm pressa

para chegar nos lugares. E chegam rápido, se precisar.

A coisa da comunidade, do trabalho em grupo. Que

FOTO ARQUIVO PESSOAL

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TRENDLINEMAG . NO . 03 15

[mag] E como você se sente enquanto gaúcha vivendo

em São Paulo?

EV

coisa parecida com São Paulo. E o italiano ainda mais.

“Il lavoro” é uma dignidade. Nunca tive preguiça de

trabalhar. Sempre fui atrás. E, com a educação que tive

em Nova Prata, se eu nem passasse por Porto Alegre,

já me sentiria com coragem e apta para vir para São

Paulo. Nunca me faltou nada, mas sempre soubemos

muito bem o valor das coisas. Essa visão de que temos

as coisas porque a gente trabalha.

Tenho a lembrança da minha mãe falando, quando a

gente voltava da praia, das férias: “Agora, é trabalhar de

novo! É recuperar!” Tive uma educação muito linda em

Nova Prata. Essa coisa da cidade pequena, todo

mundo se conhece. É uma visão muito bonita.

Quando cheguei em Porto Alegre, já senti um pouco a

frieza da grande cidade, onde as pessoas são mais

anônimas.

E, aqui em São Paulo, mais ainda. Mas acho muito bom

levar isso na essência, porque conheço pessoas que

não tiveram esse tipo de educação e levam a vida de

outra maneira, são mais duras.

O gaúcho tem muito uma cultura de trabalhar, uma

[mag] Conta um pouco dos primeiros tempos por

aqui...

[mag] O Zé Simão [colunista da Folha de S. Paulo] é

que diz, o bom de São Paulo é ter três mil coisas para

fazer, mas ficar em casa...

EV

cidade que oprime um pouco, é muito grande, muita

gente, muitas coisas acontecendo. Tu ficas um pouco

assim “o que estou fazendo aqui?”. Isso foi no começo,

até eu entender bem onde estava, a geografia, que

ônibus pegar. Depois, estabilizou, comecei a conhecer

mais pessoas, o que me deixou mais tranquila, me

senti mais acolhida. E, hoje em dia, já é o meu lugar.

Gosto de voltar para cá. Porto Alegre já não é mais o

meu lugar. Foi, mas por um momento bem específico.

E foi muito legal. Mas, agora, é aqui. Tem a dificuldade

de tudo levar mais tempo para chegar nos lugares, tu

precisas te programar com uma hora de antecedência,

ou mais, e tem o trânsito.

Sem falar na coisa da programação cultural, está

sempre acontecendo muita coisa. E isso me dá uma

ansiedade! Fico louca, tão ansiosa, que eu paraliso, e

não faço nada às vezes.

EV Realmente fico ansiosa, tu ficas querendo ver tudo,

mas tu não vais ver nem a metade! Claro, ao mesmo

tempo, isso é maravilhoso! Ter a opção de ir a todas

essas coisas. Porque algumas só chegam a São Paulo,

ou chegam primeiro a São Paulo.

Acho fantástico estar na cidade onde tudo está

acontecendo, a teu alcance. Sempre quis vir para São

Paulo, a ideia era fazer isso logo que terminasse a

faculdade, em busca de oportunidades melhores. Mas

“Mulher de Fases” surgiu logo depois que me formei,

em agosto de 2009. Primeiro, surgiram os testes, e deu

tudo certo. A partir disso, tinha que fazer toda a

preparação, e as gravações seriam de janeiro a abril de

2010. Então, fiquei em Porto Alegre até terminar a série.

EV É uma co-produção com a Casa de Cinema. O

financiamento vem da HBO, mas a Casa de Cinema

montou a equipe.

Além de ser a primeira vez fora de Rio e São Paulo, é a

primeira vez que investem numa comédia. Queriam

inicialmente lançar no final de 2010, mas tinha eleições,

Copa do Mundo.

Eles acharam que seria perigoso lançar com tantas

outras informações circulando. E aí resolveram lançar

no primeiro semestre de 2011.

Logo que cheguei, senti um pouco de vazio. É uma

[mag] Vamos falar um pouco sobre a série.

O balé foi uma das atividades artísticas de Elisa.

FO

TO

AR

QU

IVO

PE

SS

OA

L

Page 16: Trendline [mag] Ed 003

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0116

[mag] Não é estranho ver o trabalho no ar tanto tempo

depois de gravado?

[mag] Os atores são todos gaúchos?

[mag] Houve alguma preocupação em padronizar de

alguma forma o jeito de falar de vocês?

[mag] Já não se percebe muito o gauchês quando

você fala...

EV

gente gravou. Vivemos muitas coisas depois disso.

EV Tem atores gaúchos, daqui de São Paulo e do Rio

de Janeiro. A maioria vem do teatro, e é um pessoal

muito talentoso. Acho que um dos trunfos da série é

que não tem ninguém global, ninguém conhecido. Tem

atores incríveis, novos rostos.

EV Foi mesmo uma misturança de sotaques! Mas não

teve essa preocupação de universalizar.

Eu usei “você”, mas porque ficaria um pouco estranho,

quase todo mundo falando “você”, e a personagem

principal falando aquele “tu” meio gritado. Foi opção

minha, ninguém me impôs.

EV É que não gosto muito quando vejo uma coisa que

não está localizada em Porto Alegre, ou no Sul, em que

grita muito aquele sotaque. Isso porque, em tese, a

história é universal.

Amenizei um pouco, porque também não gostaria de

fazer uma coisa que não gosto de ver.

Para a gente é muito louco, porque faz um ano que a

[mag] Qual a técnica para tirar essa nossa oscilação da

fala?

[mag] E na interpretação, é ainda mais fácil?

[mag] Isso é uma vantagem profissional?

[mag] No “making of” da série, um integrante da

equipe de produção comenta sobre a personagem

principal, que assume diferentes personalidades a

partir da personalidade original dela. Como vocês

chegavam a gravar cenas de três episódios no mesmo

dia, ele se impressionou muito com as mudanças que

você fazia como intérprete. Era sossegado fazer isso?

EV

Eu não tento falar que nem paulista. O “bá” eu falo

sempre. Aí, eu me denuncio. [Risos.]

EV Vai ao natural. O fato de estar interpretando outra

pessoa facilita. Para mim, não é uma dificuldade

eliminar o sotaque. Tenho amigos atores que estão

tendo mais dificuldade, estão se policiando muito. E eu

não tenho sentido isso. Às vezes, me falam que nem

parece que sou gaúcha.

EV Totalmente. Quero me policiar para não deixar isso

[o sotaque] me atrapalhar.

EV Não, é difícil. Requer uma energia. Como a Graça se

modificava também de acordo com os caras com

quem se envolvia, eu tinha que estar muito atenta ao

que cada ator propunha, para fazer a mudança de

acordo com eles. E a gente não teve tanto tempo de

ensaio, então essa criação meio que aconteceu

durante a filmagem.

Tu sabes que eu acho natural? Não é um problema.

O irmão Lucas fazia parceria com Elisa nas apresentações artísticas durante os festivais tradicionalistas.

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Page 17: Trendline [mag] Ed 003

É claro que a mudança física ajuda muito a dar essas

nuances. Roupa, cabelo, maquiagem. Mas era um

trabalho diário de muita concentração. E a gente

realmente filmava cenas de três episódios diferentes

no mesmo dia. Isso é coisa de cronograma, não tem o

que fazer. Tem que ser feito.

EV É o maior projeto de que já participei. Quando caiu a

ficha, comecei a perceber que tinha muitas pessoas,

muito dinheiro envolvido. E aí pensei: e se acontecer

alguma coisa, se eu ficar louca, ou se me der alguma

coisa, algum “tilt”? Logo falei com a produtora, para ela

ficar a par dessa minha preocupação. Isso foi antes de

começarem as filmagens. Ela disse: “Tu vais ter tudo o

que precisares.” Mas, realmente, meu trabalho é uma

coisa antes e uma coisa depois de “Mulher de Fases”.

Porque nem estreou e já surgiu um monte de coisa

legal [a série estreou três dias depois da entrevista]. De

alguma maneira, vai mudar. Muita gente vai ter acesso

ao meu trabalho, é uma projeção grande.

EV Olha, se eu estiver trabalhando num filme micro ou

numa série da HBO, a minha postura vai ser a mesma.

É trabalho igual. E, vale falar, é uma coisa que vem dos

meus pais. É da educação, são as minhas referências.

EV Fico um pouco ansiosa. Já estou. Fico pensando no

próximo trabalho que quero fazer. Gostaria de fazer

cinema, um longa, coisa que não fiz ainda. E adoro

cinema brasileiro.

EV Espero trabalhar muito. Estou num momento de

mostrar a cara, mostrar meu trabalho. Por isso também

é que vim para São Paulo. Aqui o ritmo é alucinado,

todo mundo tem um objetivo, e era o que eu queria.

Não quero passar a vida inteira em São Paulo, mas

agora é o melhor lugar em que eu poderia estar no

Brasil. Quero trabalhar com diretores legais e, por mais

que possa soar arrogante, quero poder escolher os

trabalhos que quero fazer. Quero poder recusar uma

coisa que eu ache que não vá acrescentar à minha

carreira. Espero realmente sempre poder escolher

projetos bacanas e coisas que valham a pena.

[mag] E quando caiu a ficha de ser protagonista de

uma série exibida na América Latina inteira?

[mag] A impressão é que você não sente o peso da

camisa...

[mag] Nesse momento, você está justamente

degustando esse processo de mudança na sua

estatura como atriz. Como você se sente?

[mag] Vamos fazer uma projeção. Para daqui a três

meses, quando a revista estiver na rua e a série estiver

terminando, e também para daqui a um ano. O que

você vê em termos de carreira?

TRENDLINEMAG . NO . 03 17

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Page 18: Trendline [mag] Ed 003

MERCADOS / MARKET ANATOMY

Por Jarbas Gambogi*mercadoemquatrodimensoes.blogspot.com* Diretor de mercado de capitais em diversos bancos de investimentos; Diretor de Finanças Internacionais da FIESP em 1999; atualmente Gestor Independente de Carteiras registrado na CVM.

Tem tudo para dar um samba um pouco desafinado. A China terápela frente sérios problemas: um grande volume de empréstimos inadimplentes, bolha imobiliária e uma crescente insatisfaçãosocial. Enquanto o País mais capitalista dentre os comunistas tenta desenvolver seu mercado interno, deverá desafinar um tanto.

A economia do Dragão e o mercado do samba

Quem agradece (ou reclama) sobre a invasão dos

manufaturados chineses no comércio global está,

mesmo sem saber, falando da obra de Deng Xiaoping,

sucessor de Mao Tsé-Tung. Afinal, foi ele quem iniciou a

transformação da economia chinesa, fortemente

centralizada até o fim da década de 70, em um modelo

aberto às regras de mercado, mas que ainda se

mantém sob rígida supervisão estatal.

A estratégia de crescimento baseada em incentivos e

subsídios à industrialização e em um modelo

mercantilista elevou a China ao patamar de

superpotência econômica. Em 2010 o país se tornou a

segunda maior economia do mundo. Porém, por trás

de números reluzentes, o DNA da China é marcado por

instabilidades e convulsões sociais que acarretaram

um elevado custo para a sua população.

Os 1,3 bilhões de chineses que habitam a Terra do

Dragão formam uma colcha de retalhos étnicos. A etnia

dominante, Han, conhecida no Ocidente como os

chineses, é identificada na figura ao lado pela cor

marrom. Na região norte o idioma falado por essa etnia

é o mandarim, no sul o cantonês. Embora apresentem

a mesma escrita, a pronúncia é completamente

diferente. Os dialetos das outras etnias são

incompreensíveis para as demais.

O mapa ao lado também demonstra um item de

importante significado demográfico. A linha preta, que

corta a China de cima a baixo, demarca a isoieta. Ao

redor dela, se localizam os pontos de igual

precipitação de chuvas (15 polegadas).

A leste a chuva é mais abundante e ali se concentra

75% da população chinesa, em uma área que

corresponde à metade dos EUA. Está aí também a

pequena região agriculturável da China, país que

possui a segunda menor área arável per capita do

mundo (ganhando apenas do Japão). A oeste da

isoieta chove menos, o padrão de vida é muito baixo e a

presença da etnia Han é minoritária.

Os surtos de crescimento na China ocorrem nas

regiões próximas à costa, motivo de tensão social no

interior. Atualmente não tem sido diferente. A etnia Han

que habita o coração do país não tem colhido os

benefícios de seus pares da costa: não existem

programas de proteção social e o grau de insatisfação

é enorme.

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0118

A isoieta, representada pela linha preta, não apenas demarca os pontos de igual distribuição dechuva, mas também pontua as áreas de maior concentração da população chinesa.

STRATFOR CONSULTORIA

Page 19: Trendline [mag] Ed 003

Ciente de que os períodos de crescimento econômico

sempre geraram tensões sociais, Mao Tsé-Tung, com o

emprego do sedutor discurso do igualitarismo, optou

pelo nivelamento da riqueza por baixo, ou seja, pela

pobreza como maneira de reunificar um país

fragmentado após a II Guerra. Seu sucessor, Deng

Xiaoping, apostou no sentido inverso, opção que tem

sido mantida até os dias atuais. O forte crescimento

chinês, desde então, tem sido ancorado em

investimentos massivos de capital bruto. Se no PIB

brasileiro esse item raramente passa de 20%, na China

tem sido mantido acima de 35%. Atualmente gira em

torno de 50%.

Esse alto valor de investimento ainda é reflexo da crise

mundial de 2007/8, quando o governo chinês adotou

uma política fiscal pró-ativa, uma política monetária

frouxa, um pacote de estímulo econômico de quase U$

600 bilhões para estimular o consumo doméstico, um

pacote de redução de impostos em torno de U$ 75

bilhões e determinou aos bancos que abrissem as

comportas do crédito.

Após uma breve pausa no 1º trimestre de 2010,

quando a taxa de crescimento caiu para 6,2%, as

medidas implementadas resultaram no retorno da taxa

de dois dígitos um ano mais tarde. O que esses dados

não mostram, contudo, é a dependência da economia

chinesa em relação ao comércio exterior. Cerca de

60% do PIB chinês depende do comércio global – no

Brasil e nos EUA esse percentual é de pouco mais de

20%.

Os suntuosos investimentos, oriundos do pacote de

re-estímulo, trouxeram consigo um número

preocupante de empréstimos problemáticos (NPL´s –

non performing loans), resultante da opção adotada

após a crise em 2007/8. Há muita controvérsia sobre o

tamanho da encrenca, entretanto diversas fontes

indicam que o percentual não é distante do atingido no

final da década de 90, quando os NPL´s chineses

atingiram cerca de 50% do total dos empréstimos e

40% do PIB chinês. A crise foi evitada com subsídios ao

setor bancário.

Hoje, o quadro da economia mundial é muito diferente.

A economia chinesa cresceu e é a segunda maior do

planeta, e seus problemas aumentaram na mesma

proporção, de maneira que será difícil esperar que a

solução dos anos 90 obtenha o mesmo êxito. Para

piorar, a purgação dos excessos deve pegar os

Tesouros com as calças na mão, já sem bala na agulha

para novos pacotes de salvação. Uma nova recessão

mundial seria consequência natural, bem como a

permanência de perspectivas negativas para a

economia mundial por um longo período.

Sensível aos problemas citados, o governo chinês

planeja a transição do modelo mercantilista para outro

mais dependente do consumo interno. Contudo, para

que haja a transição do modelo será necessário retirar

os subsídios concedidos aos bancos e ao setor

industrial e transferir renda para as famílias.

Um futuro aumento do nível de consumo no mercado

interno da China seria muito benéfico para o Brasil. A

China já é uma grande parceira comercial, sobretudo

na importação de alimentos e produtos in natura, e a

ampliação do mercado consumidor dentro do País do

Dragão deverá impulsionar ainda mais os nossos

números, quem sabe evoluindo para bens com maior

valor agregado. Esta é a notícia boa, mas ela se situa

distante no tempo e a transição do modelo poderá não

ser suave.

A notícia ruim é que dificilmente a China escapará de

uma recessão antes de completada a transição do

modelo exportador para o consumidor.

TRENDLINEMAG . NO . 03 19

Acima, Ordos, a cidade projetada para um milhão de habitantes que se encontra vazia. Abaixo, o New South China Mall: com 892 mil m² e 2.350 lojas, possui cerca de 90% do espaço sem ocupação.

FOTO MICHAEL CHRISTOPHER BROWN

FOTO CADRONEN

Page 20: Trendline [mag] Ed 003

Quando uma empresa, entidade ou pessoa física quer

divulgar um produto, um evento ou uma ação logo

pensa em contratar uma assessoria de imprensa.

O que nem todos sabem é que nesse tipo de serviço

não existe fórmula mágica. Aliás, o assessor de

imprensa depende de tudo e de todos, desde o próprio

cliente - aquele que, pressupõe-se, deve fornecer

todas as condições para que o trabalho seja

desenvolvido satisfatoriamente, até o jornalista, de

redação, que se interesse pelo fato.

Jornalisticamente falando, dependemos da notícia,

sua relevância, riqueza de conteúdo e abrangência e

do jornalista em aceitar a sugestão de pauta. Assim,

criamos uma rede de relacionamentos onde a

confiança é o principal ingrediente. Apesar de não

sermos repórteres, detemos acesso direto a

informação e quando isso é levado a sério faz toda a

diferença. Com relações abertas, sem entraves, fica

muito mais fácil construir uma imagem positiva,

saudável, forte e duradoura. Por outro lado, empresas

fechadas, que não investem em relacionamento, são

sempre vistas com desconfiança.

E não basta comunicar, é preciso agregar valor à

informação. Se o conteúdo não fizer sentido para o

público alvo, então também não fará sentido manter

uma estratégia de comunicação na organização.

E como executar tudo isso? Técnica ou bom senso?

Inteligência ou perspicácia? Sensibilidade ou

padronização? Agilidade ou cautela? Diria que tudo

isso e um pouco mais, tal como, por exemplo, força

editorial.

E, claro, sorte. Muita sorte.

PAPO DE MÍDIA / COMUNICATE

Por Lucinara Masiero*[email protected]* Asessora de Comunicação e diretora da Conceito.com

Você já trabalhou com um Assessor de Imprensa? Ele é o seucanal de contato com jornalistas que trabalham nas redaçõesdos sites, jornais, revistas, canais de televisão e emissoras derádio. É ele quem informa, direciona, sugere, instiga e responde para e sobre sua empresa perante os veículos de comunicação. Um trabalho nada fácil, mas que sempre pode ficar mais difícil.

Quando a pauta não «se vende»

Poderíamos elencar outras atitudes e comportamentos

que mesmo assim nunca chegaríamos a uma receita

pronta. É também por isso que o papel do assessor de

imprensa deixou de ser uma especialidade para se

tornar multifuncional. A rapidez da informação, as

novas necessidades, as mídias sociais, enfim, o

mundo mudou e junto com ele as formas de se

comunicar. Não basta redigir excelentes releases, é

preciso saber conquistar credibilidade, trabalhar no

acesso e preparar as fontes.

Muitas vezes também precisamos redigir releases

nada atrativos, sem novidade alguma. Nesta hora

sabemos que o retorno será mínimo. Nem tudo é

notícia, nem tudo rende uma bela reportagem. E ainda

tem quem diga que pauta se “vende” sozinha.

É preciso entender que mesmo que um jornalista

participe de uma coletiva ou faça uma entrevista isso

não significa que será algo publicado a respeito. O

objetivo estratégico não é simplesmente sair em algum

veículo de comunicação e sim divulgar corretamente

sua empresa ou seu produto ao público que interessa.

Boas notícias exigem, sim, estratégias. Ah, e, por favor,

chega de pedir para ler a matéria antes da publicação

ou ditar declarações ao jornalista. Cada macaco no seu

galho!

Vivemos cada dia gerenciando crises. E a primeira

coisa que as empresas fazem nessa hora é cortar

‘comunicação’. É preciso repensar o modo de ser e

agir, tarefa nada fácil, mas essencial. Hoje não há mais

tolerância. É preciso se adequar a esta nova realidade

para criar novas perspectivas e, quem sabe, maior

visibilidade, empreitada que não dispensa o assessor

de imprensa.

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0120

Page 21: Trendline [mag] Ed 003

Se você NÃO gosta de ler sobre

FofocaNovelas / BBBReleasesMaterial copiado da internetHoróscopoImprensa rosaImprensa marromSensacionalismoFait Divers

Então a TL[mag] é a sua revista.

Assinatura anual a partir de R$ 51,90

Se você gosta de ler sobre

FofocaNovelas / BBBReleasesMaterial copiado da internetHoróscopoImprensa rosaImprensa marromSensacionalismoFait Divers

Assinatura anual a partir de R$ 51,90* (preço sujeito a alterações sem aviso prévio)

www.trendlinemag.com.br/assine

NÃO

Então a é a sua revista.TL[mag]

Acesse

Page 22: Trendline [mag] Ed 003

Novalle, no Vale!

Uma boa ideia, em geral, é aquela tão óbvia, mas tão

óbvia, que somente é enxergada (e executada) por

alguém que enxerga mais longe.

E foi exatamente isso que fizeram as gurias da Módulo

Comunicação & Eventos, ao inaugurar, em pleno Vale

dos Vinhedos, Bento Gonçalves, um espaço

chiquérrimo para eventos: o Novalle.

O local conta com salão principal, com capacidade

para até 220 pessoas, acessibilidade completa,

lounge, deck envidraçado - com uma vista para o Vale

que é de chorar -, gazebo com pergolado para

cerimônias externas, espaço aberto para colocação de

toldos e cozinha estruturada para receber os buffets.

A sacada do espaço foi tão bem aceita na região que o

Novalle recém inaugurou e já está com agenda lotada

para o fim do ano, além de já ter reservas para eventos

sociais e corporativos em 2012 e 2013.

Para consul tar informações adicionais:

Fone: (54) 3055 4032www.espaconovalle.com.br

Por Redação Trendline [mag][email protected]

NOVOS NEGÓCIOS / BUSINESS TRENDS

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0122

Vem aí o Empório São JoãoÉ sábado. Ou domingo. Em Nova Prata. E você acorda

tarde, louco para fazer um rango, e o único lugar aberto

para fazer uma boquinha é a «crássica» lancheria da

cidade, onde são servidos os melhores ovos em

conserva que o dinheiro pode comprar. Não mais!

No fim de julho abre o Empório São João. Misto de

bistrô, wine bar, armazém e atelier de artesanato,

pretende oferecer um lugar bacana para o happy hour

sagrado de nosso dia (com espumante, cervejas

especiais e artesanais) e também servir late brunchs e

pequenas refeições. Assim, você que acorda às 14h no

domingo, após um Moinho pegado, vai poder,

finalmente, almoçar sem precisar sair da cama às 11 da

madrugada.

Outros diferenciais: um armazém, que se dedica

exclusivamente aos produtos locais e regionais e o

atelier de artesanato. Coisa colonial MESMO.

Onde fica? Av Adolfo Schneider, 227 - Centro - Nova

Prata - RS - Fones: (54) 3242.1331 - (54) 9908.5160

FOTOS EVANDRO SOARES

Page 23: Trendline [mag] Ed 003

TRENDLINEMAG . NO . 03 23

Por Redação Trendline [mag][email protected]

ANEXO / MISSING POINT

Complementando...

Na edição passada, fizemos uma bela matéria sobre

locais que oferecem degustação de cervejas

artesanais. Lamentavelmente deixamos de citar dois

lugares interessantíssimos, que com certeza valem

uma visita.

O primeiro deles é o Doppio Malto, em Bento

Gonçalves. Localizado no bairro Planalto, bem atrás

do Dall’Onder Grande Hotel, o pub conta com mais de

100 rótulos de cervejas artesanais, premium e

importadas e dispõe de um ambiente muito descolado.

Desde a inauguração, que ocorreu em abril, se tornou

um ponto disputado para degustação de produtos

especiais.

No cardápio, além das cervejas, petiscos, salgados e

trufas (para adoçar a vida). Visite:Rua 15 de Novembro, 122B. Planalto - Bento Gonçalves - RSFone: (54) 9917 6105www.doppiomalto.com.br

Outro pub bastante disputado da Serra Gaúcha,

especialista em cervejas especiais, é o Bier Haus Bar e

Armazém, de Caxias do Sul.

Localizado dentro do novo perímetro da boemia

caxiense, a cerca de 5 minutos do agito noturno da

Estação Férrea, no bairro São Pelegrino, o Bier Haus se

orgulha por oferecer um impressionante número de

rótulos de cerveja - cerca de 250 -, o que o coloca como

provável número um no Estado na variedade oferecida.

Além das boas brejas, o pub também conta com

apresentações regulares de música ao vivo, em

especial de rock e soul, sendo, inclusive, berço de

lançamento de muitas bandas de destaque da região -

a Banda Disco é o exemplo mais recente.

Passe por lá:Rua Tronca, 3068B. Rio Branco - Caxias do Sul - RS Fone: (54) 3221.6769 www.bierhaus.com.br

FOTOS SAMUEL RAMOS

Page 24: Trendline [mag] Ed 003

Em casa, tudo sobcontrole

CAPA / FEATURED

Texto e fotos de Samuel Ramos*[email protected]* Jornalista e editor da TL[mag]

Automação das residências cresce ao oferecer conforto, comodidade e segurança. Para todos os gostos.Então você chega em casa, cansado depois de um

dia de labuta no escritório, afinal depois que as

empresas adotaram a palavra meta como sinônimo de

EMPREGO, acabou a moleza e os dias de cafezinho

até às 18 horas ficaram para trás. Aí você entra na sua

residência, colocando a impressão digital na

fechadura da porta, e um oásis se revela: banheira de

hidro cheia - no ponto ideal -, climatização do ambiente

perfeita e persianas em meia luz. Tudo isso porque

enquanto seus amigos mordiam a testa de raiva com o

tráfego parado da hora do rush, você mandou um

comando via SMS, através do seu celular, para que a

sua casa estivesse pronta para tirar dos seus ombros a

meia tonelada acumulada durante o dia.

Parece interessante?

Pois é esse o maior apelo oferecido pelos serviços de

automação residencial: transformar a sua casa num

templo sagrado de adoração ao ócio, em que a simples

menção da palavra trabalho seja punida com sessões

de chibatadas, com bambu embaixo das unhas e trilha

sonora de música sertaneja.

Tamanha sofisticação e comodidade está ganhando

cada vez mais adeptos. E além de caber em diversos

tipos de bolso, também envolvem uma gama cada vez

mais complexa de possibilidades: vídeo, áudio,

climatização e iluminação já viraram commodity. Ou,

conforme resume Paulo Alves, gerente comercial da

Home & Tech, de Caxias do Sul, «Qualquer

equipamento que seja ligado na luz elétrica pode ser

automatizado. Se você acorda todo dia às 7 da manhã

e quer levantar com o café pronto e a torrada feita basta

criar uma programação para que isso aconteça».

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0124

Paulo Alves, da Home & Tech.

Page 25: Trendline [mag] Ed 003

Sistemas de controle de iluminação e de persianas

estão entre os mais populares, permitindo

regular cada ambiente de acordo com diferentes

cenários e necessidades.

Page 26: Trendline [mag] Ed 003

E quanto custa abrincadeira?

Como em qualquer proposta comercial que envolva

um grande número de possibilidades, a resposta para

o investimento total da automatização é: depende.

Existem diferentes sistemas, que executam diferentes

tarefas e, obviamente, os preços acompanham o

alcance de cada um. O módulo mais simples, que

controla apenas a iluminação (até doze pontos), fica

na faixa dos R$ 3 mil, mais o custo do projeto (em torno

de R$ 2 mil). Já se você preferir colocar o controle das

persianas junto com o da luz a conta sobe para uns R$

7 mil + projeto.

Se você quiser a experiência completa, que envolve

automação de tomadas, acionamento de comandos

via internet/SMS ou telefonia, com controle total de

todas as funções da sua casa, prepare-se para investir

entre R$ 20 e R$ 70 mil.

O módulo mais completo possui muitos diferenciais,

que vão além da simples automatização em busca de

comodidade. Envolve opções de segurança, tais

como acionar as luzes da casa via SMS, trancar

determinados cômodos, avisar algum familiar se

houver movimentação estranha for detectada no pátio

e ainda obter relatórios completos de presença via

email.

«Você pode ganhar praticidade acionando

equipamentos domésticos que estejam ligados à luz

elétrica, mas também dispõe de importantes itens de

segurança. É possível monitorar o nível do monóxido

de carbono na garagem, o nível de água nos cômodos

- para prevenir inundações -, controlar o portão de

acesso através da leitura automática da placa do carro

e também programar a fechadura biométrica para

executar diferentes funções, de acordo com a

impressão digital lida» explica.

É possível, por exemplo, fazer com que ao passar um

dos dedos a porta seja aberta ao mesmo tempo em

que tranca o cômodo do cofre e aciona a polícia ou um

grupo que preste serviços de segurança. E também é

possível programar para que o outro dedo abra a

porta, ligue as luzes, baixe as persianas e ligue o som,

para os dias em que você chega bem acompanhado.

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0126

Page 27: Trendline [mag] Ed 003

O limite de combinações do sistema completo de

automação é realmente surpreendente. «Ele trabalha

com o que chamamos de pulsadores, tudo que

funcione com motor elétrico pode ser controlado»,

reitera. Câmeras de segurança, ar condicionado,

banheiras, calefação, cinema e som são apenas as

opções mais simples.

Os chamados pulsadores também podem funcionar

como sensores que programam atividades de acordo

com o horário ou através da identificação de

movimento nos cômodos. «Se o seu filho costuma

acordar à noite para ir ao banheiro, você programa o

sensor para ligar automaticamente as luzes que estão

no trajeto do quarto até o toalete. Assim que ele voltar

para a cama, as luzes apagam. Da mesma maneira,

você pode programar a cafeteira, a tostadeira ou a

máquina de pão para deixar o café da manhã pronto,

no horário desejado, e ao sair da cama encontrar tudo

pronto para começar o dia», resume.

E a conta de luz?

Com tanta coisa ligada na rede elétrica, a questão

direcionada ao Paulo foi: e a fatura da luz, sobe?

Segundo ele, não!

«Na verdade, monitoramos uma redução de até 30%

no consumo de energia dos projetos instalados.

Aconselhamos o uso de lâmpadas dicroicas e elas

automatizadas usam, em média, apenas 70% da sua

capacidade, e daí vem a economia», ensina.

Paulo também explica que nos projetos de automação

as lâmpadas são ligadas e desligadas de maneira

progressiva, fazendo com que tenham uma

durabilidade muito maior do que se estivessem

ligadas em uma delas por um interruptor comum, sem

o uso de um dimmer.

No caso dos módulos automatizados, o dimmer é

acionado de maneira suave, fazendo com que as

lâmpadas durem muito mais. Os sensores de

movimento também impedem que luzes acesas sejam

esquecidas em cômodos vazios.

Tá, mas e se faltar luz?

Nesse caso, o Paulo nos explicou que existem

condicionadores de energia que mantêm todo o

sistema de inteligência residencial funcionando

normalmente, pelo prazo de até 48 horas.

TRENDLINEMAG . NO . 03 27

Page 28: Trendline [mag] Ed 003

Schumacher, um dos sócios

da RSW Abadessa, e o slogan

da marca.Abaixo, instalações

em Pareci Novo, RS.

INFORMAÇÕES DE CONTATO:

RSW ABADESSAwww.abade.com.br(51) 3026 6789

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0128

Preços em queda, uso em ascenção

A tendência de opção por sistemas de automação

residencial, também conhecidos por ‘casas

inteligentes’, tem crescido no país na mesma

proporção em que os preços caem. «Nos últimos anos

registramos uma redução de cerca de 30% nos

produtos e módulos. A tendência é que continuem

caindo», avalia.

A evolução dos equipamentos também barateia o

preço da comodidade, visto que muitos deles já

dispensam obras no ambiente, pelo fato de virem sem

tantos fios, como eram os das primeiras gerações.

Com os preços em queda, abre-se o apetite para que

mais e mais residências invistam em tecnologias de

automação. «Nosso maior mercado hoje é o do

residencial, é o que mais cresce. E não só aqui no

Estado, de acordo com a Aureside (Associação

Brasileira de Automação Residencial), mais de 200 mil

casas passaram por algum tipo de instalação

automatizada no ano passado, número que com

certeza será superado em 2011", pondera.

E engana-se quem pensa que tudo se resume a

disponibilizar conforto e comodidade aos lares. «Há

quem busque comodidade, há quem busque status,

mas a maior motivação de quem nos procura é

sempre gastar menos com energia e também trazer

mais segurança para os seus familiares. Essas são as

duas maiores preocupações de nossos clientes»,

explica Paulo.

Quando perguntado sobre o que vem pela frente, e se,

enfim, viveremos a utopia Jetson em nossas casas,

Paulo diz que os avanços estão chegando: «A próxima

geração irá integrar a Internet aos refrigeradores e

televisores, além de permitir a troca de arquivos, tais

como áudio, vídeo e imagem. Aplicativos para

smartphones também já são uma realidade e à

medida que os preços forem melhorando, terão maior

alcance comercial».

Seja como for, a automação residencial e as casas

inteligentes chegaram para ficar. A única dúvida que

fica é quanto o preço cairá e que tipos de serviços

serão oferecidos.

A resposta a essas duas perguntas, em especial a

primeira, é que determinará o tamanho que esse

mercado atingirá.

Page 29: Trendline [mag] Ed 003

Serra Gaucha 54 3242 1288 l Porto Alegre 51 3339 0008 l Litoral 51 3416 0800

Page 30: Trendline [mag] Ed 003

TRENDLINE[MAG] . DEZ 2010 JAN/FEV 201122

VINHOS RECOMENDADOS 2011 / GOOD WINES

Texto e fotos de Samuel [email protected]

Vinhos que a sua adegaMERECE

Você que cansou do vinho importado barato, daqueles que custam US$ 4 na fronteira - e chegam a R$ 30 na carta dos restaurantes -, pode expandir seu horizonte enófilo com as quatro indicações de vinhos gaúchos que separamos.

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0136

Não é mais preciso ser um enófilo com ataques de

xenofobia para não concordar com o clichê "Não se faz

vinho bom no Brasil". No caso da nossa região, é

preciso admitir que a imensa maioria dos vinhos acaba

se rendendo à acidez da uva, ou então naufraga na

tentativa de amenizar a má qualidade através do uso de

açúcar, corretivos e aditivos (ação que deveria ser

proibida!). Porém, daí a afirmar que a Serra Gaúcha

não oferece bons vinhos é tratar injustamente aquelas

vinícolas que trabalham sério para desenvolver um

mercado legítimo de apreciadores. Temos, sim, bons

vinhos. Alguns tão bem construídos que só carecem de

melhores preços para tornar o consumo mais

frequente (a exemplo do que ocorre na Europa).

Porém, encontrar esses vinhos é uma tarefa complexa.

Com mais de mil vinícolas na região, identificar o crème

de la crème é algo que exigirá muito tempo, muita

grana e um fígado 5.0, totalflex tricombustível.

Foi para evitar esse trabalho todo que contatamos o

pessoal do Canta Maria, de Bento Gonçalves, nas

figuras de Emiliano Castaman e Ana Paula Bruscato,

em busca de indicações e novidades para melhorar a

nossa experiência enófila durante a corrente

temporada do rigoroso inverno gaúcho.

O contato foi procedente, visto que o Canta Maria,

assim como os demais restaurantes do Grupo Di

Paolo, realiza um trabalho consistente com vinhos da

região, oferecendo uma grande variedade de rótulos,

sem abusar dos preços (os vinhos oferecidos custam

praticamente o mesmo que você pagaria no varejo das

vinícolas).

Isso posto, vamos às indicações. A lista é sucinta, mas

não poderia ter ficado melhor.

Confira!

Emiliano e Ana Paula

Page 31: Trendline [mag] Ed 003

TRENDLINEMAG . ANO01NO.01TRENDLINEMAG . ANO01NO.01

DAS RECÉM FUNDIDAS

GHELLER / MONTE AZURRO

[ACIMA], À ALMAÚNICA E À

VIAPIANA, HÁ UMA AMOSTRA

MUITO CONSISTENTE DE

VINHOS BEM CONSTRUÍDOS

DA REGIÃO DA SERRA

GAÚCHA.

FOTO DIVULGAÇÃO GHELLER MONTE AZURRO

Page 32: Trendline [mag] Ed 003

22 TRENDLINE[MAG] . ANO . 0138

VitralVinícola: Gheller Monte AzurroOrigem: Guaporé - RSSafra: 2005Varietais: 50% Cabernet Sauvignon, 30% Merlot e 20% CarménèreProdução: 8.500 garrafasnumeradasBarrica: doze meses em carvalho francêsGraduação: 13%Faixa de preço: R$ 75

www.vinicolagheller.com.br

Teroldego Gran ReservaVinícola: Don GuerinoOrigem: Alto Feliz - RSSafra: 2007Varietais: 100% TeroldegoProdução: n.d.Barrica: quatorze mesesem barricas francesasGraduação:13%Faixa de preço: R$ 50

www.donguerino.com.br

Reserva SyrahVinícola: Almaúnica

Origem: Bento Gonçalves - RS

Safra: 2010Varietais: 100% Syrah

Produção: 7.900 garrafasnumeradas

Barrica: doze meses(50% carvalho

francês e 50% carvalhoamericano)

Graduação: 13,5%Faixa de preço: R$ 55

www.almaunicacom.br

Via 1986 MarselanVinícola: ViapianaOrigem: Flores da

Cunha - RSSafra: 2009

Varietais: 100% MarselanProdução: 3.500 garrafas

Barrica: dezoito meses emcarvalho americanoGraduação: 12,8%

Faixa de preço: n.d.

www.viapiana.com.br

Page 33: Trendline [mag] Ed 003

Para finalizar, não podemos deixar de mencionar o

Suco de Uva Branco da Vistamontes. Produzido em

lote piloto, de apenas 850 garrafas, é uma grata

surpresa: leve, sem ser excessivamente doce e

extremamente saboroso, sobretudo se consumido na

temperatura certa - com um pouco de resfriação.

A experiência deu tão certo que no ano que vem o

produto entra, oficialmente, na linha da Vistamontes.

Sobre a indicação

Os quatro vinhos apontados foram provados por nós

informalmente. Não foram atribuídas notas,

vencedores ou rankings, tampouco foram feitas

anotações, o que significa que não promovemos uma

«avaliação» no sentido restrito e técnico da palavra.

Tratou-se muito mais de uma degustação, em que

trocamos percepções sobre cada um dos vinhos, não

nos preocupando em pontuar/ranquear os rótulos,

mas sim em absorver as diferenças entre cada um e

perceber as características de cada produtor.

O que tiramos de conclusão nessa experiência de

degustação, sempre bastante pessoal, é que os quatro

rótulos indicados ao lado apresentam vinhos de

personalidade bem definida, bem construídos e de

grande evolução: o Viapiana Marselan, uma hora

depois de aberto, viu o seu perfume inicial se

transformar em um um aroma sensacional; o Vitral, da

Gheller Monte Azurro, assim como o Teroldego, da

Don Guerino, abriu um paladar muito macio depois de

duas horas de «respiro» e o Almaúnica Syrah, o caçula

da amostra, possui taninos curtos, muito agradáveis.

O Vitral, por ser safra 2005, é o vinho de maior corpo

dentre os quatro degustados (e nos deixou curiosos

para provar o Cabanha e o Crepusculum, dois novos

rótulos da vinícola). Assim como os outros três ele deve

melhorar com mais alguns anos de guarda - isso para

quem conseguir não abrir. Em resumo, são vinhos

muito interessantes, e que merecem ser provados.

Canta Maria, em Bento Gonçalves

Suco de Uva BrancoVinícola: Vistamontes

Origem: Bento Gonçalves - RSSafra: 2010

Varietais: 100% Uva Niágara Branca

Produção: 850 garrafasFaixa de preço: R$ 7 (venda

exclusiva no Canta Maria)

www.vistamontes.com.br

TRENDLINEMAG . NO . 03 33

Page 34: Trendline [mag] Ed 003

TURISMO / GO THERE

Texto e fotos de Samuel Ramos*[email protected]* Jornalista, editor da TL[mag].

Saint Andrews, GramadoHotel de Gramado é o primeiroExclusive House do Brasil.

A caminho do Saint Andrews, não estranhe se os

habitantes locais da charmosa Gramado responderemqualquer pergunta sobre a localização do hotel com

um «Ah, você está procurando o castelo?».

É que o primeiro Exclusive House do Brasil instalou-se

seguindo esse conceito internacional de transformar

grandes e belas propriedades em hotéis exclusivos, a

exemplo do que ocorreu com diversos castelos da

Toscana.

E o casarão em que está o Saint Andrews, na Serra

Gaúcha, antiga residência de final de semana de uma

abonadíssima família de Novo Hamburgo, apesar de

ter sido construído no começo da década passada,

ganhou o direito de ser chamado de castelo pelos

moradores da cidade.

Durante as diversas horas que caminhamos pelo hotel,

a melhor definição do Saint Andrews veio através de

um relato de uma jovem hóspede.

De acordo com Miguel Becker, gerente de

hospedagem, o relato de uma menina de 14 anos

descreve a experiência: «Ela deixou escrito que a

semana que esteve aqui foi como passar férias em uma

mansão. Sentia como se estivesse invadindo a casa de

alguém muito rico e que estava vivendo como uma

milionária», enfatiza, com um sorriso.

E foi realmente assim que nos sentimos lá. Tão logo

cruzamos o portão do fim da Rua das Flores, dentro do

loteamento Vale do Bosque, nos sentimos como se

adentrássemos em uma das mansões do Tio Patinhas.

O pátio - com um gramado impecável -, o lago, as

fontes, gazebos, espaços de meditação, tudo conspira

para que nos joguemos em alguma das áreas externas

e esqueçamos da vida.

É impossível cruzar o vão da porta sem perder alguns

minutos observando a bela vista do Vale dos

Quilombos, que dá para a parte de trás do Saint

Andrews. Sobretudo se em um dos gazebos,

convenientemente transformado em casa de pães e

pizzas, estiver saindo o café da manhã ou o lanche da

tarde.

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0134

Page 35: Trendline [mag] Ed 003

NO SAINT ANDREWS, CADA

SUÍTE É UM MUNDO. SÃO

ONZE QUARTOS NO TOTAL,CADA UMA COM UMACARACTERÍSTICA PRÓPRIA.

Page 36: Trendline [mag] Ed 003

O papel de antessala do pátio externo é um grande

complemento do que vemos ao pisar o mármore

marrom da entrada do hotel: ali o hóspede é recebido

por um mordomo (vestindo casaca, sim, c-a-s-a-c-a),

uma taça de champagne e um atencioso serviço de

concièrge.

A decoração é suntuosa: para onde você olha, percebe

o brilho dos lustres, que rivalizam com a beleza e a

textura da seda e do veludo que foram aplicados

através de papeis de parede ingleses: «Mandamos vir

da Europa esses materiais. Ao todo são 35 chandeliers

tchecos, que chegaram aqui desmontados. Os

técnicos levaram quase uma semana para colocar

todos no lugar», resume Miguel.

As demais peças do mobiliário e da decoração seguem

o mesmo padrão de luxo: uma grande parte são

móveis clássicos que foram replicados, outros foram

recuperados, e os objetos que adornam os ambientes

foram cuidadosamente garimpados ao longo de quase

2 anos.

A riqueza de detalhes é tão ampla que precisaríamos

de dias apenas para poder analisar cada peça e cada

ambiente: «Assumimos o prédio em 2009 e levamos

quase um ano e meio redecorando e reformando»,

explica.

Na contramão das vagas

Outra característica do Saint Andrews é o reduzido

número de habitações disponíveis: a proposta não é

para qualquer bolso. São apenas 11 suítes, cujas

diárias variam entre R$ 1.200 e R$ 3.800.

A opção por um número reduzido faz parte da

estratégia do hotel: «As grandes cadeias investem em

grandes prédios, com centenas de quartos. Nós

preferimos seguir um caminho diverso. Queremos que

os hóspedes se sintam em casa», avalia Miguel. E para

tirar a cara de hotel, nada de número na porta ou

cartões magnéticos na fechadura. «Não queremos que

a experiência que oferecemos lembre a de hotéis

convencionais. Mesmo quando estamos com a casa

cheia, chamamos cada um dos hóspedes pelo nome»,

enfatiza.

O padrão das suítes permite mesmo esse tipo de

conexão: todas oferecem um espaço amplo (a maior

tem mais de 120 m²), decoração única e muito, mas

muito luxo. Além disso, as variações da decoração de

cada suíte oferecem experiências diferentes: há desde

o quarto mais rock’n’ roll, até aquele de «menininha»,

típico para casais apaixonados.

Luxuoso restaurante do Saint Andrews, sob o comando da chef Marina Fontes, é uma das atrações

que também está aberta para não hóspedes (mediante reserva).

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0136

Page 37: Trendline [mag] Ed 003

Outro grande destaque do Saint Andrews é o

restaurante da casa. Com capacidade para até 33

comensais, e um menu de degustação completo (7

pratos) na faixa de R$ 260 por pessoa, oferece a

hóspedes (e não hóspedes, mediante reserva prévia)

uma verdadeira experiência gastronômica.

A chef Marina Fontes, sempre presente, muito

simpática e atenciosa, começa seu menu de

predominância mediterrânea a partir da escolha dos

ingredientes: «O que decide o cardápio é o que temos

de mais fresco no dia. Eu mesma mantenho uma

hortinha orgânica, aqui no hotel, para poder trabalhar

com alguns alimentos e temperos recém-colhidos»,

comenta.

Dentre as maravilhas preparadas pela chef, duas

especialidades provocam água na boca: o bacalhau

com cará e o sagu late harvest com sorbet de maracujá.

São absolutamente imperdíveis. E o menu completo,

de 7 pratos, é uma refeição mais do que completa (se

não estiver com MUITA fome, peça um menu reduzido,

pois a chef Marina não brinca em serviço e vai fazer

cada centavo dos seus R$ 260 valer a pena).

Para harmonizar as refeições, uma adega mais do que

completa está a um andar de distância, e ela inclui mais

de 250 rótulos, entre vinhos da região e importados,

tais como Barolos, Chiantis, Valpolicellas, Brunellos,

dentre outras maravilhas engarrafadas. A carta de

vinhos foi cuidadosamente preparada pelo sommelier

Gustavo Bertolucci. Na adega também são feitas

degustações para grupos fechados, sempre com

cardápio assinado pela chef Marina.

E se tanto ócio e comilança não for o suficiente para

relaxar, o Saint Andrews ainda oferece piscina térmica

e serviço de spa: há duas salas de massagens e sauna

úmida e seca.

Além disso, os hóspedes também podem solicitar

tratamentos faciais e corporais, terapias com pedras

quentes e aromaterapia, tudo incluso no menu do Day

Spa, que é realizado com cosméticos europeus da

conceituada grife Germaine de Capuccini.

Para finalizar, duas curiosidades sobre o Saint

Andrews. A primeira: seu nome é inspirado nos

castelos dessa região, na Escócia. E, a segunda: o seu

diretor, José Eduardo Guinle, comandou por décadas

o Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, luxuoso hotel

da praia de Copacabana que figura entre os mais

famosos do Brasil.

TRENDLINEMAG . NO . 03 37

A MAIOR SUÍTE, A PISCINA,

A ADEGA E O BACALHAU.

TUDO COM A CARA DO

SAINT ANDREWS.

Page 38: Trendline [mag] Ed 003

As unhas são o novo foco do segmento de beleza.

E as mulheres estão adorando se atualizar na moda com

um investimento bem pequeno como o de um simples esmalte.

ESMALTEmania

ESMALTEmania

ESMALTEmania

ESMALTEmania

ESMALTEmania

ESMALTEmania

ESMALTEmania

ESMALTEmania

22 TRENDLINE[MAG] . ANO . 0138

Page 39: Trendline [mag] Ed 003

QG DO ESTILO / STYLE

Por Quéli Giuriatti*twitter.com/quelig

*Jornalista e Professora de Moda

FOTO AGÊNCIA FOTOSITE / DIVULGAÇÃO

Page 40: Trendline [mag] Ed 003

Você já reparou como as mulheres estão ligadas em

esmaltes hoje em dia? Não que anos atrás nós não

amássemos colorir as unhas, mas na verdade éramos

mais conservadoras. Era um tal de Renda pra cá,

Renda pra lá. O que havia de ousadia era um vermelho

misturado com marrom e nada mais.

Mas os tempos mudaram e as consumidoras

transformaram o momento manicure em uma

brincadeira de cor e efeito. Ficaram enterradas no

passado as combinações de cor entre mão e pé, os

tons de unha esbranquiçados e o medo de colorir as

unhas dos pés.

De olho nesse movimento, dezenas de marcas

nacionais de maquiagem passaram a lançar seus

próprios esmaltes. Até marcas de calçados entraram

nessa. E as empresas já tradicionais do ramo

passaram a realizar lançamentos periódicos a cada

temporada de moda, buscando sempre inovar, estar à

frente.

Quem saiu ganhando fomos nós, apaixonadas por

unhas coloridas, festivas. Eis aqui uma seleção de

novidades que, até o fim do inverno, irá deixar sua

manicure louquinha!

M.A.C.Sally Hansen

Risqué

A coleção Wonder Woman acaba de chegar ao Brasil e

é coisa de colecionador. As embalagens dos itens de

make estão incríveis. E não seria diferente com os

esmaltes. Dois Nail Lacquers lindos de morrer vão fazer

você se sentir superpoderosa mesmo. O vermelho

chama-se Obey Me e o azul navy Spirit of Truth. Cada

um custa, em média, R$ 52.

A linha Xtreme é lançamento

da marca diva de esmaltes

Sally Hansen.

Quem frequenta os free

shops da fronteira ou viaja

com frequência para a

Europa ou Estados Unidos já

conhece esses esmaltes, que

têm uma cobertura incrível e

duram um montão nas

unhas, além de serem

antialérgicos.

O valor varia de R$ 20 a R$ 40

no Brasil, dependendo da cor

e do acabamento.

Mas lá fora sai bem mais

barato e vale muito o

investimento!

O negócio da Risqué neste inverno é o rock. E a

lindíssima top model Isabeli Fontana é a curadora da

coleção chamada de Edição Especial Sweet Rock’n

Roll. São cores fortes, algumas com um brilho especial

e delicado, fazendo um contraponto bem feminino.

Isabeli escolheu com a equipe da Risqué as cores e

batizou os vidrinhos: royal, preto, roxo, prata, cinza e

um glitter furtacor belíssimo, Star, fazem parte da

linha.O valor médio de cada esmalte é de R$ 2,75.

22 TRENDLINE[MAG] . ANO . 0140

Page 41: Trendline [mag] Ed 003

TRENDLINEMAG . NO . 03 41

Sancion AngelMundial Impala

Océane Femme

Neste inverno, a Sancion Angel aposta em cores

fechadas, mas sem deixar de lado o brilho, do qual a

consumidora brasileira, pelo visto, não abre mão.

Na linha Premium, os esmaltes Beatrix, Dorothy e

Neytiri – que fazem parte da coleção de holográficos da

marca –, apresentam tons voltados para o dourado,

azul-petróleo e o vermelho, todos com efeito 3D.

Já na coleção Flakies, os destaques ficam por conta

dos esmaltes Cassie, Evita e Sheila, que trazem verde,

vermelho e o azul com um apelo dark. O grande

diferencial desta última linha é a presença de flocos

irregulares, produzidos a partir de nanopartículas

banhadas em cristal líquido, que promovem diferentes

efeitos conforme a incidência da luz. O valor médio

deles é de R$ 10 cada.

A coleção de outono inverno Impala Novo 70 tem

cores com nomes ripongas, como Love Story, Paz e

Amor, Boca de Sino, Hippie Rua, Bata Rosa e Boho

Chic.

São oito tons que revelam a liberdade e a psicodelia

setentista, com frascos custando cerca de R$ 3,50,

para as cores cremosas e peroladas, e R$ 5,00, para as

coberturas flocadas.

Aliás, estas últimas contêm nanopartículas em

diferentes tamanhos banhadas em cristal líquido, o que

rende um efeito überbrilhante!

Já pensou em tirar o esmalte com um lenço? Ou

melhor, viajar e levar um removedor de esmalte que

não vai vazar na nécessaire?

Então você precisa conhecer os lenços Océane

Femme, verdadeiros achados. A novidade da marca

para esta temporada é a fragrância. Além da

praticidade, agora os lencinhos têm cheirinhos

gostosos – Strawberry e Acqua Breeze –, muito

distantes dos antigos esmaltes fortes. Há também uma

opção sem perfume. Todos disponíveis em

embalagens de 25 lencinhos removedores, com preço

médio de R$ 6.

Page 42: Trendline [mag] Ed 003

Os imigrantes italianos chegaram às colônias e

ergueram suas casas seguindo preceitos de sua

bagagem cultural arquitetônica, ou seja: o projeto das

moradias procurava seguir habitações encontradas na

Itália, havendo, claro, a necessidade de adaptação aos

materiais e condições de construção disponíveis no

Brasil.

Assim, após a derrubada da mata, construíram as

primeiras casas, muito rudimentares, que mediam

cerca de 4,00m x 6,00m. Eram habitações de uma

porta e uma ou duas janelas, com telhados feitos com

tábuas lascadas, que depois de encaixadas davam

caimento à água da chuva.

A grande dimensão dos lotes rurais possibilitou que,

após o período inicial, as habitações melhorassem e

houvesse ampliações, envolvendo diversos cômodos,

com finalidades distintas. A cozinha e o banheiro, por

motivo de segurança e higiene, eram separados. A

partir de então, as casas da colônia transformaram-se

em um complexo que englobava, além do local de

moradia, as instalações onde se realizavam as

atividades cotidianas: estábulos, paióis, horta, tanque,

forno, chiqueiro, pomar, parreiral e roça. Isso

diferenciava as habitações daqui das italianas, porque

lá, na maior parte dos casos, as atividades eram

realizadas em uma única edificação.

O material mais abundante para a construção das

casas na Serra Gaúcha era a madeira, retirada das

matas que os imigrantes derrubavam para o plantio.

Acima, registro de como eram as primeiras casas

provisórias, feitas de taipa de mão.

Abaixo, a transformação da colônia Caxias em

cidade, processo que ocorreu com a

aproximação das propriedades.

Por Ângela Pomatti *[email protected]*Mestre em História das Sociedades Ibero-Americanas - PUC-RS.

ESPECIAL / A IMIGRAÇÃO, PARTE 2

22 TRENDLINE[MAG] . ANO . 0142

Na segunda parte da série sobre a imigração italiana na região daSerra Gaúcha, a historiadora Ângela Pomatti descreve as primeiras

habitações dos colonos, e como a evolução da arquitetura levou à construção das belas casas que ainda resistem ao tempo.

Das casinhas de madeira aos porões de pedra

Fotos via Daniela Ketzer Milano: «Uma vila operária na colônia italiana: o caso Galópolis (1906-1941)» / PUC R.Porto Alegre, 2010.

Page 43: Trendline [mag] Ed 003

Na maioria dos casos, um desses quartos recebia a

função de despensa e nele era instalada também,

quando houvesse um sótão, a escada de acesso ao

mesmo. O alto da casa era um local livre e ventilado,

que podia ser utilizado para a secagem de cereais,

bem como para abrigar dormitórios dos filhos homens,

já que os dormitórios das filhas mulheres eram

localizados no primeiro pavimento, próximo ao quarto

dos pais, para facilitar a vigilância.

Com o passar do tempo e a transformação das áreas

rurais em cidades os estábulos, roças, galinheiros

deram espaço a construções de edifícios únicos, mais

próximos uns dos outros, mas que ainda guardavam

muitas das características arquitetônicas iniciais.

Disso podemos ter certeza ao observarmos a parte

mais antiga das nossas cidades.

Apesar de não dominarem amplamente a técnica da

construção em madeira, esta foi assimilada

rapidamente. A região da Serra era também rica em

basalto, o que originou um grande número de casas de

pedra, bem como moradias mistas, compostas de

porões de pedras irregulares e a parte superior de

madeira. O uso do basalto era familiar aos imigrantes,

visto que grande parte deles provinha da região do

Vêneto, onde esta técnica era comum.

Os materiais de construção eram preparados pelos

próprios colonos, devido ao difícil acesso aos centros

urbanos. O imigrante costumava cortar as tábuas,

talhar as pedras e produzir tijolos e telhas. Como a

região também é rica em barro, foram construídas

edificações com tijolos maciços, feitos inicialmente

manualmente e depois produzidos nas olarias das

colônias.

Nas primeiras habitações, a cozinha era separada da

casa principal e mais tarde era ligada a ela por uma

espécie de varanda, que juntava o local onde era feito o

fogo ao espaço em que os alimentos eram

consumidos. A primeira forma de preparar os

alimentos consistia no focolaro, que era uma caixa

retangular de terra batida e revestida de madeira, onde

era feito o fogo. No centro, uma panela era pendurada

por correntes. Ali era cozido o alimento.

Essa técnica trazia grande risco de incêndio e só após

a invenção do fogão a lenha, ou de chapa, é que a

cozinha passou a ser incorporada à casa principal. O

banheiro, por sua vez, por muitos anos permaneceu

afastado da moradia principal, pelo fato de não haver

sistemas de despejos de dejetos.

Havia também outros setores em que a casa era

dividida: o terreno irregular da Serra fazia com que

muitas habitações fossem construídas em declive,

permitindo que uma parte do porão ficasse semi-

enterrada. Este era o local utilizado para guardar

ferramentas e ali faziam e armazenavam vinho e

alimentos derivados da carne e do leite, pois se tratava

da área mais fria da casa.

O acesso à parte superior da habitação era feito, na

maior parte das vezes, por uma escada externa de

madeira ou de pedra e recebia a ala social e íntima da

casa, composta, geralmente, por um salão principal –

que servia para as festas familiares, bem como para os

velórios – e os quartos de dormir.

TRENDLINEMAG . NO . 03 43

Acima, casa de madeira elevada do solo pelo porão de

pedras, onde funcionavam a cantina e o quintal, em uma

das Colônias, entre1875 e 1900. Coleção Família Darsie.

Abaixo, residência composta por dois volumes:

casa principal e cozinha, unidas por varanda coberta

também chamada de tabique. Veranópolis .

Page 44: Trendline [mag] Ed 003

AndréVejo há um bom tempo na entrada principal da cidade de Nova Prata uma placa com a seguinte frase: «Nova Prata, cidade cultura».

Cidade cultura? Tá de piada!

Cidade Cultura?

Tchê, quem é que foi o responsável por uma

barbaridade dessas, diria o mais "gauchão" de todos.

Onde é que está a cultura nessa terra?

Quem trabalha e é o responsável por ela?

Nova Prata cresce para todos os lados - seja em

numero de prédios e residências ou na economia. Nem

tanto no número de habitantes - que estagnou,

conforme o último censo do IBGE. Porém,

culturalmente, parece que anda para trás.

É a típica cidade do tinha.

Tinha uma feira anual? Tinha. Porém, uma provável

briga politica enterrou tudo, e a mostra nunca mais

aconteceu. Cidades vizinhas, algumas com menos de

3 mil habitantes, seguem realizando a cada dois anos

as suas feiras, com várias atividades culturais e de

visitação, mas por aqui, na "cidade cultura", nada.

Tinha um Festival Internacional de Folclore,

considerado o melhor da América Latina? Tinha. Parou

por quase cinco anos. A boa notícia é que será

retomado esse ano, e espero que possa continuar nos

próximos.

Seguindo a sina do tinha: aqui havia uma sala de

cinema. Hoje o prédio está caindo e ninguém nunca se

dedicou em lutar pela sua restauração. Propostas de

reativação do espaço caíram por terra diante do alto

valor (absurdamente irreal) que os donos queriam para

alugar/vender. Parece que preferem ver o belo prédio,

histórico, caindo aos pedaços.

Aqui tinha um carnaval de qualidade. Atualmente está

na mão de uma, duas ou três pessoas interessadas em

lucrar o máximo possível com isso e elas ainda tem o

apoio da Prefeitura Municipal.

Aqui tinha uma festa de São João, que é o padroeiro da

cidade, porém dias atrás me apavorei com a tal festa

junina, promovida junto ao largo da prefeitura: a

atração era uma lona gigante e a música era "tocada"

(=assassinada) por um grupo de bandinha de bailão,

sacrificando o real sentido das festas juninas. Para

piorar, toda a barulheira bem na frente do hospital (!!!!)

da cidade. Se houvesse alguém se recuperando nos

quartos de frente, deveria ter ido parar na UTI, tamanha

a fuzarca e a má qualidade das músicas.

Aqui tínhamos atividades de cultura regional, contudo

nem o rodeio acontece mais na cidade. Esses dias um

tradicionalista comentou comigo, em tom de

reclamação, que tiveram negativa do poder público

para bancar uma ajuda de custo de R$ 300, que visava

levar a bandeira de Nova Prata em uma cavalgada

importante na cidade de Vacaria.

O que nos resta é olhar para as cidades vizinhas e ver

shows, feiras, manifestações populares atraindo

turistas de outras localidades e regiões, que entram e

saem dos municípios, movimentando o comércio, o

setor de serviços, hotelaria, gastronomia e outros.

Menos mal que no setor de cultura jovem e de noite

temos quem cria e também quem copia. Isso faz com

que a noite cresça e se destaque cada vez mais na

região e no estado.

Já disse outra vez e repito: cultura e diversão são

investimentos e devem ser tratados de forma séria.

NOITE É CULTURA / !FKFK!

Por André Luis de Barros*twitter.com/Andreluisbarros* Empresário e Dj

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0144

Page 45: Trendline [mag] Ed 003

Julho é o e o

traz para você muitasatrações especiais.

Programe-se!

Mês Mundialdo Rock Moinho

02/07 - Super Tributos 002AC/DC Cover + André Luis

- Show Histórico, a

referência do rock progressivo nacional + Rafa Gasparini

30/07 - É férias, é Moinho!Master Groove + Aninha (Warung)

13/08 - Aguarde!

16/07Casa das Máquinas

[email protected]

twitter.com/moinhopubfacebook.com/moinhopub

Page 46: Trendline [mag] Ed 003

EM FORMA / GOOD LIVING

Por Maria Cristina Frazon Telles*[email protected]* Personal Trainer, Pós Grad. em Fisiologia do Exercício – UGF/RJ

O frio chegou e sabemos muito bem o seu efeito em nossa “disposição”: ficamos muito mais aptos a passear e se enpanturrardo que com vontade e ânimo para ir à academia.

Não fique em casa porcausa do frio!

Para ajudar a manter o ritmo, atente para alguns

truques que ajudam bastante a continuar cuidando do

corpo e da saúde:

- Ao chegar do trabalho, troque de roupa e nem pense

em sentar! Coma alguma coisa (um sanduíche de pão

integral com frios e verduras vai muito bem) e vá direto

para a academia;

- Exercícios físicos e frio podem ser parceiros. É natural

sentir mais fome, então capriche nos treinos para

utilizar a energia extra ingerida nas refeições;

- Não gosta de musculação? Procure por alternativas

que ajudam a espantar o frio, tais como treinos

aeróbicos.

Caso tenha oportunidade, não deixe de experimentar

as aulas de “bike indoor”, uma ótima opção de

condicionamento físico e emagrecimento. Este

treinamento é muito agradável, e possui duração

média de 50 min. A pedalada é também uma atividade

que pode e deve ser adaptada para diferentes faixas

etárias e de condicionamento físico.

Mesmo para quem nunca praticou atividade física, a

bike é uma ótima opção para dar o primeiro passo

durante o frio do inverno gaúcho.

PersonalTrainer MusculaçãoPilatesGinástica Bike Indoor

Rua Pinheiro Machado, 770Galeria da SOAL, Veranópolis-RS

Fone: (54) 3441-7237

Não há como negar: sair de casa para ir malhar com

chuva, frio e serração é um exercício de superação

maior do que o de erguer pesos. Não há dúvidas de

que a vontade de se exercitar é muito maior nos dias

quentes, porém não podemos permitir que o frio bote a

perder todo o benefício que conseguimos no período

de calor.

É malhando duro no inverno que se chega ao verão

com tudo em cima. Não podemos esperar para

começar a treinar apenas depois de novembro, afinal

de contas, a nossa região nem é assim tão quente.

E por falar em região e frio, temos um agravante: a

culinária típica da Serra Gaúcha é rica em gorduras e

carboidratos. Junte a essa dieta, rica em calorias, uma

dose extra de preguiça e o resultado são quilos extras,

sedentarismo e moletons que deixam de servir.

É justamente por isso que é muito importante não fugir

da academia durante o inverno. Sem manter a rotina de

atividade física, você terá dificuldades extremas para

perder os quilos extras antes do próximo verão.

Não existe milagre, o melhor momento para preparar o

corpo é manter a regularidade de exercícios durante o

inverno.

Page 47: Trendline [mag] Ed 003

"Cães não precisam de carros luxuosos, casas grandes ou de roupas chiques. Água e alimentos já são o bastante.

Um cachorro não liga se você é rico ou pobre. Esperto ou não. Inteligente ou não. Dê o seu coração e ele lhe dará o dele. De quantas pessoas podemos dizer o mesmo?"John Grogan

realização:

Todos os dias, o trabalho voluntário

incansável de associações de proteção

permite a sobrevivência de animais

inocentes, a maior parte abandonados pelo

descaso de seres que sequer merecem

serem chamados de humanos.

Você pode ajudar essas instituições e

tornar essa tarefa menos árdua

colaborando com ração, medicamentos,

cobertores, casinhas, roupinhas, material

de limpeza e até jornais velhos.

E se a sua casa anda meio vazia, sem

graça, você também pode praticar a

adoção consciente, garantindo um lar para

um desses muitos animais que precisam

de uma família para lhe dispensar carinho

e atenção.

Entre em contato, se engaje e ajude!

Em Caxias do Sul:

Soama - Central de Doações

Rua Marcílio Dias, atrás da Prefeitura.

Fone (54) 3025 5935

www.soama.org.br

Em Bento Gonçalves:

APABG | www.apabg.net

Em Nova Prata:

APANP | (54) 3242 1781Central de Doações: Supermercado Porta,

na Rua Borges de Medeiros

Em Veranópolis:

APAVE | (54) 3441 1268

Page 48: Trendline [mag] Ed 003

IMPEDIMENTO / FUERADEJUEGO

por Luís Felipe dos Santos*www.impedimento.org* Jornalista e editor do Impedimento

A vez dosunderdogsDurante anos, os programas esportivos brasileiros

lamentaram as decadências do futebol carioca e do

futebol uruguaio, que tanto contribuíram para a

tradição do desporto na América Latina. Hoje, vemos o

Uruguai semifinalista da última copa, o Peñarol finalista

da Libertadores, o Flamengo e o Fluminense levando o

campeonato brasileiro - em sequência - e o Vasco

levando a Copa do Brasil.

O que mudou?

No futebol carioca, é possível dizer que houve um

avanço em relação à organização. O Flamengo, depois

de desconstituída a grande geração de Zico, teve

aportes financeiros gigantes devido à sua imensa

torcida e ao potencial de TV que possui - porém,

durante os anos 90, não soube aproveitar esse

potencial para se afirmar como o clube mais

importante do Brasil, ou ganhar títulos significativos.

Mesmo com dinheiro e atração suficientes para

contratar o melhor jogador do mundo na época -

Romário, em 1995 - o Flamengo de Kléber Leite era

uma bagunça, na qual a falta de comando imperava.

Com a gestão de Edmundo Santos Silva e a grana da

ISL, o Flamengo conseguiu construir um Centro de

Treinamento (CT) para tirar os jogadores da balbúrdia

diária da Gávea - o Fla-Barra - mas a falência da ISL por

questões de lavagem de dinheiro provocou um baque

gigante.

O Grêmio, também associado à parceira, se viu

mergulhado em dívidas impagáveis durante anos - o

mesmo aconteceu com o Flamengo, que inclusive

perdeu o seu CT na Barra devido a isso.

Após flertes constantes com o rebaixamento, como no

ano de 2004, o Flamengo se reorganizou através de um

investimento forte nas categorias de base. Mesmo sem

a organização necessária para um clube do seu

tamanho, o rubronegro passou a revelar - e vender -

jogadores de boa qualidade, e intercalar essas vendas

com contratações pontuais. Com Petkovic e Adriano

(formado no próprio clube e voltando da Europa) e

uma base de jogadores jovens e cumpridores (Juan,

Toró, Aírton, Willians, entre outros), o Flamengo levou o

Brasileiro de 2009.

TRENDLINE[MAG] . ANO . 0148

FOTO DIVULGAÇÃO

Page 49: Trendline [mag] Ed 003

Com o Fluminense, a profissionalização do

departamento de futebol teve seus prós e contras - e os

prós foram vistos na vitória no Campeonato Brasileiro

de 2010. O clube passou a perder revelações com

grande frequência (os laterais Fábio e Rafael, que

foram ao Manchester United por preço de banana, e o

meia Thiago Neves são exemplos), porém o seu

orçamento do futebol, administrado por Roberto

Horcades e financiado pela Unimed, passou a ficar

alheio às vicissitudes de um clube com sérios

problemas estruturais e financeiros. Se é verdade que

as Laranjeiras são um local inadequado para um time

de futebol profissional atualmente - briga que levou à

demissão de Muricy Ramalho - também é verdade que

o clube tem dinheiro para manter nomes como Fred e

Conca, expoentes na conquista do últ imo

campeonato.

O Vasco, porém, avança mais em relação à

profissionalização. Após a queda para a segundona e a

troca da diretoria, o clube investiu em profissionais

para o futebol, como Rodrigo Caetano, e organizou-se

financeiramente para buscar mais investimentos e

atletas de maior qualidade, como Diego Souza e

Alecsandro. Intercalado com um bom aproveitamento

de jogadores da base, como Dedé, Fagner e Bernardo,

o trabalho tem se mostrado bem sucedido.

No Uruguai, a diferença entre a crise administrativa do

Peñarol dos últimos anos e o Peñarol finalista da

Libertadores está em um nome: Juan Pedro Damiani. O

economista, filho do 'El Contador' Damiani, ex-

presidente do clube que morreu aos 88 anos em 2007,

é um notório conquistador de fortunas no pequeno

país. Aproveitando a crise de transações financeiras na

Argentina no ínício da década passada, construiu um

pequeno império financeiro, através de um banco de

crédito que possibilita investimentos em empresas.

Essa sua habilidade somou-se à tolerância

política. O seu pai, 'El Contador', brigara com a

Federação, com a Tenfield (dona dos direitos de

TV) e com o dono da emissora, Paco Casal,

maior empresário do futebol uruguaio,

vinculado a sérios problemas com a Receita

Federal Uruguaia por lavagem de dinheiro. Ao

reatar laços com Casal, Damiani filho ganhou

três jogadores de presente: Carlos Bueno, Lolo

Estoyanoff e Rúben Olivera, ainda no ano de

2009. Com esses jogadores e sob o comando

de Diego Aguirre, o Peñarol voltou a ser

campeão uruguaio naquele ano - o que não

acontecia desde 2003.

Entre percalços, como a perda de revelações e

as eliminações precoces em competições

internacionais, Diego Aguirre, revelação como

treinador, voltou ao Peñarol. Aguirre, lenda do

clube desde o gol do título da Libertadores de

1987, é um treinador que sabe lidar com

jogadores jovens e tem comando suficiente

para apagar a arrogância de estrelas. Com isso,

conseguiu dar confiança ao jovem goleiro

Sosa, ao incipiente meia Martinuccio e à ex-

revelação do Rentistas, Matías Mier, três

expoentes do time finalista da Libertadores - e

ao mesmo tempo, colocar jogadores rodados

como Diego Alonso e Lolo Estoyanoff a esperar

por um lugar no time.

A reedição do protagonismo de times cariocas

e uruguaios não tem tanto a ver com

organizações de clubes e com futebol empresa.

Tem mais a ver com aproveitar boas

oportunidades com parcos recursos.

Esperamos que persista por muitos anos esse

retorno dos clubes tradicionais a lugares de

destaque no futebol mundial.

FOTO IURI MÜLLER

TRENDLINEMAG . NO . 03 49

Page 50: Trendline [mag] Ed 003

TELEFONE VERMELHO / CRT

Por Marcos Beck Bohn** Jornalista, com Mestrado em Comunicação Transnacional e Mídia Global pelo Goldsmiths College, em Londres.

Sair de casa é perder tempo e dinheiro.

O CCB(Custo Cotidiano Brasil)

Falta pouco para as cinco da tarde. Escrevo em uma

lanchonete do aeroporto de Congonhas, em São

Paulo. Acabo de tomar um café espresso (razoável) e

um copo de água mineral, pelos quais paguei R$ 6,50.

Vim até aqui com o ônibus oferecido pelas companhias

aéreas aos passageiros que se deslocam de

Guarulhos a Congonhas, e vice-versa. O trajeto foi

pouco agradável. O motorista, provavelmente

preocupado em cumprir horário diante do trânsito

sempre intenso, guiou de forma bastante brusca. Os

menos de trinta quilômetros são cumpridos em uma

hora e cinco minutos.

Pousamos em Guarulhos por volta das duas da tarde.

Dentro do avião parado, os passageiros são

orientados a aguardar sentados o acoplamento do

túnel de desembarque, o que toma aproximadamente

dez minutos.

Durante o vôo, alguma turbulência retarda o serviço de

bordo. O sabor do suco servido lembra o gosto

químico de uma laranja artificial. Uma imitação da

imitação. A bolachinha crocante de ervas finas tem

aroma de manjericão, mas quando colocado em

excesso no molho ao pesto. Efetuado o desembarque,

as bagagens levam cerca de quinze minutos para

surgir nas esteiras. Com a posse de minha mala, e já

fora da área restrita do aeroporto, encontro facilidade

para sacar dinheiro e pôr créditos no celular.

Sem ter almoçado, mas igualmente sem fome para

uma refeição completa, opto por um lanche qualquer.

Meio sanduíche de peito de peru (ruim), um suco de

laranja (natural) e um café grande (bom) saem por R$

25.

Ainda em Porto Alegre, cheguei apressado ao Salgado

Filho. Feito o check-in e transposto o controle dos

pertences de mão, descubro-me surpreendentemente

adiantado.

O avião que efetuaria o voo até São Paulo está

atrasado.

Deixei São Leopoldo, dirigindo, às nove e vinte da

manhã. A idéia era estar com folga em Porto Alegre,

onde deixo o carro. O trânsito na BR-116, no entanto,

amplia a duração deste trecho da jornada. São onze

horas quando alcanço a capital. Desisto do café com

minha irmã, perco a carona e pulo no táxi que me leva

ao aeroporto – R$ 20,00.

Na sala de embarque, o inesperado tempo extra

sugeriu momento apropriado para o café que não

tomei. Antecipando a frugalidade do voo, peço

também alguma coisa para comer. Aposto e invisto

numa pequenina torrada de presunto e queijo. Mesmo

quente, o gosto é de pão de queijo amanhecido e frio. A

conta fica em R$ 8,00.

Custo parcial do dia: R$ 59,50.

No conjunto, esse itinerário de São Leopoldo a São

Paulo foi tranquilo. Fora um problema no Trensurb, que

pode ter provocado mais trânsito entre a Grande Porto

Alegre e a capital gaúcha, nada de extraordinário

aconteceu.

Levei oito horas para chegar ao destino.

Também me parece que não cometi exorbitâncias,

exceto talvez pelos muitos cafés. Mas tenho a sincera

impressão que, pelo pouco que consumi e pela

pequena distância que percorri, gastei tempo demais e

dinheiro demais.

Problema meu, é verdade.

Não estou reclamando, só quis comentar e dividir.

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