TRIBUNAIS Administrativo Edson Marques Aula 03

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  • CURSO EM EXERCCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    Ol pessoal,

    Como estamos nos nossos estudos. Espero que evoluindo bastante.

    Bem, como perceberam, h um razovel nmero de questes em

    cada aula, de modo que ao final do curso, ou seja, na ltima aula, irei

    enviar o resumo (sntese ou smulas) dos temas mais palpitantes.

    Ento, nesta aula veremos:

    AULA 03 - Poderes administrativos: poder hierrquico,

    poder disciplinar, poder regulamentar, poder de

    polcia.

    Vamos ao que interessa.

    1. (ANALISTA JUDICIRIO - TRE/MT - CESPE/2010) H

    excesso de poder quando o agente pblico decreta a remoo

    de um servidor no como necessidade do servio, mas como

    punio.

    Comentrio:

    Inicialmente preciso que faamos uma rpida introduo do tema.

    Ento, vale lembrar que o ordenamento jurdico confere

    Administrao Pblica e aos agentes pblicos um conjunto de

    prerrogativas, denominados de poderes (poderes pblicos), e deveres

    administrativos, em decorrncia, como j sabemos, do princpio da

    supremacia do interesse pblico sobre o privado e da

    indisponibilidade desse interesse.

    Assim, para o exerccio de suas funes e consecuo dos fins

    pblicos, a Administrao detentora de certas prerrogativas

    especiais de direito pblico. Tais prerrogativas, como disse,

    denominam-se poderes administrativos.

    Nesses termos, por ser esse poder administrativo outorgado aos

    agentes pblicos no sentido de que cumpram suas atribuies

    voltadas ao atendimento do interesse coletivo, pode-se enumerar

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    QUESTES COMENTADAS

  • CURSO EM EXERCCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    duas caractersticas bsicas: so irrenunciveis e devem ser

    obrigatoriamente exercidos.

    Em razo desse duplo aspecto, os poderes administrativos impem

    ao administrador o exerccio das prerrogativas e vedam a inrcia, eis

    que o exerccio dessas prerrogativas obrigatrio tendo em vista o

    atendimento dos anseios coletivos.

    Por isso, enquanto o particular como titular de uma prerrogativa tem

    a faculdade de exerc-la, o administrador tem o poder-dever de

    agir. em razo disso que o Prof. Celso Antnio Bandeira de Mello

    diz que se trata de um dever e no um poder, ou seja, seria para ele

    um dever-poder.

    Com efeito, quando esses poderes esto sendo utilizados de forma

    normal, ou seja, nos limites da lei, observando seus fins, diz-se que

    h o uso do poder. De outro lado, quando h o uso anormal, ou

    seja, fora dos limites legais ou no observando os fins estabelecidos,

    ocorre o chamado abuso de poder.

    Assim, o uso do poder a utilizao normal das prerrogativas

    pblicas. E o abuso de poder , conforme lio de Jos dos Santos

    Carvalho Filho "a conduta ilegtima do administrador, quando atua

    fora dos objetivos expressa e implicitamente traados na lei".

    Por isso, podemos constatar que o poder administrativo pode sofrer

    de vcio de duas espcies, sendo: por excesso ou por desvio de

    poder.

    Ocorre o excesso de poder quando o agente atua fora dos limites

    da competncia que lhe foi atribuda, ou seja, extrapola os limites de

    sua competncia ou invade competncia que no sua. Significa

    dizer que o agente no tem competncia para praticar o ato.

    O desvio de poder ocorre quando o agente, muito embora seja

    competente, atua em descompasso com a finalidade estabelecida em

    lei para a prtica de certo ato, ou seja, aqui o agente tem

    competncia, porm a utiliza para alcanar fins que no os queridos

    pela norma.

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    O desvio de poder tambm conhecido como desvio de finalidade,

    ou seja, conduta do agente pblico que d finalidade ao ato

    administrativo diverso daquele previsto na lei.

    Exemplo: Diretor de um rgo ou entidade que no sentido de punir,

    perseguir, subordinado o remove para comarca distinta da sua sede.

    Ora, ele teria competncia para remover servidores, todavia no o faz

    para atender ao interesse pblico, mas por sentimento pessoal de

    vingana.

    Tanto quando h excesso de poder ou desvio de poder diz-se que

    houve abuso de poder. Assim agindo, o agente comete ilcito

    administrativo (alm de ilcito penal, Lei n 4.898/65), visto que o

    abuso de poder afronta o princpio da legalidade, sujeitando-se,

    portanto, ao controle administrativo (autotutela) ou judicial

    (mandado de segurana, por exemplo).

    Diante disso, podemos definir poderes administrativos como o

    conjunto de prerrogativas de direito pblico que a ordem jurdica

    confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o

    Estado alcance seus fins, conforme lio de Jos dos Santos Carvalho

    Filho.

    Ademais, esse conjunto de prerrogativas conferidas aos agentes

    administrativas pode ser distinguido sob vrios aspectos. Sendo,

    portanto, possvel indicar as seguintes modalidades: a) poder

    discricionrio/vinculado; b) poder regulamentar; c) poder de

    polcia; d) poder hierrquico; e) poder disciplinar.

    certo, no entanto, que parte considervel da doutrina tem

    entendimento de que o poder discricionrio/vinculado no seria um

    poder em si, mas atributo de outros poderes, ou seja, estaria inserido

    em outros poderes, na realizao dos atos concernentes a algumas

    atividades.

    Quanto questo, observe que, como salientei, ocorre o abuso de

    poder quando h uma conduta ilegtima do agente pblico, seja por

    extrapolar os limites de sua competncia (excesso de poder), seja

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    por usar sua competncia para finalidade diversa daquele visada pela

    norma (desvio de poder ou de finalidade).

    Assim, tendo em vista que o excesso ou desvio dizem respeito mais

    especificamente a elementos do ato administrativo, vamos estudar

    tais vcios de forma mais abrangente l.

    De toda sorte, h desvio de poder e no excesso quando o agente

    decreta a remoo como medida punitiva, j que utiliza sua

    competncia no para atender a finalidade pblica, mas para outros

    fins.

    Gabarito: Errado.

    2. (FCC/2010 - TRE/AM - TCNICO JUDICIRIO) Sobre o

    abuso de poder, correto afirmar que:

    a) para combat-lo, no h medida judicial cabvel, devendo o

    prejudicado recorrer via administrativa.

    b) o abuso de poder s pode revestir a forma omissiva, no a

    comissiva.

    c) o uso do poder lcito, enquanto o abuso pode ser lcito ou ilcito,

    dependendo da finalidade.

    d) a improbidade deve sempre ser considerada uma espcie de abuso

    de poder.

    e) todo ato abusivo nulo, por excesso ou desvio de poder.

    Comentrio:

    A alternativa "a" est errada. Como vimos, o abuso de poder poder

    ser combatido pela via do mandado de segurana.

    A alternativa "b" est errada. O abuso de poder pode ocorrer tanto

    por ao quanto por omisso.

    A alternativa "c" est errada. O abuso de poder uso anormal,

    inadequado, ilcito do poder.

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    A alternativa "d" est errada. O abuso de poder pode se verificar em

    uma das modalidades de improbidade. No entanto, nem toda

    improbidade considerada abuso de poder.

    Assim, a alternativa correta a "E", eis que todo ato abusivo nulo,

    por excesso ou desvio de poder.

    Gabarito: "E".

    3. (FCC/ 2010 - TRE/AL - ANALISTA JUDICIRIO) O abuso de

    poder

    a) no pode ser combatido por meio de Mandado de Segurana.

    b) caracteriza-se na forma omissiva, apenas.

    c) no se configura se a Administrao retarda ato que deva praticar,

    sendo certo que essa conduta caracteriza mera falha administrativa.

    d) pode se configurar nas modalidades de excesso de poder e desvio

    de finalidade ou de poder.

    e) embora constitua vcio do ato administrativo, nunca causa de

    nulidade do mesmo.

    Comentrio:

    A alternativa "a" est errada. Como j observamos, o abuso de poder

    pode ser combatido por meio de Mandado de Segurana, conforme

    dispe o art. 5, inc. LXIX, CF/88:

    LXIX - conceder-se- mandado de segurana para proteger

    direito lquido e certo, no amparado por "habeas-corpus" ou

    "habeas-data", quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso

    de poder for autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no

    exerccio de atribuies do Poder Pblico;

    A alternativa "b" est errada. Percebe o que destacamos. O abuso de

    poder poder ocorrer tanto por ao quanto por omisso.

    A alternativa "c" est errada. Ento, o abuso pode ser por ao ou

    omisso. Assim, se a Administrao retarda ato que deva praticar,

    estar cometendo abuso de poder.

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    A alternativa "e" est errada. O abuso, em qualquer de suas formas,

    sempre causa de nulidade.

    Assim, a alternativa "d" a correta. O abuso de poder pode se

    configurar nas modalidades de excesso de poder e desvio de

    finalidade ou de poder.

    Gabarito: "D"

    4. (FCC/2010 - MPE/RN - AGENTE ADMINISTRATIVO) Sobre o

    poder da autoridade, analise:

    I. A autoridade, embora competente para praticar o ato, vai alm do

    permitido e exorbita no uso de suas faculdades administrativas.

    II. A autoridade, embora atuando nos limites de sua competncia,

    pratica o ato por motivos ou com fins diversos dos objetivados pela

    lei ou exigidos pelo interesse pblico.

    Tais espcies configuram, tcnica e respectivamente,

    a) desvio de finalidade e uso de gesto de poder.

    b) desvio de poder e excesso de poder.

    c) abuso de poder e uso regular do poder.

    d) uso de gesto do poder e excesso de poder.

    e) excesso de poder e desvio de finalidade.

    Comentrio:

    Quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, vai

    alm do permitido e exorbita no uso de suas faculdades

    administrativas temos o excesso de poder.

    Por exemplo, quando o chefe imediato aplica a pena de demisso a

    servidor que comete ilcito grave. Veja que a pena at poderia ser

    adequada, porm o chefe imediato no tem competncia para tanto,

    por isso, embora competente para aplicar a punio, no caso

    exorbitou no uso de suas faculdades, foi alm do que lhe era

    permitido.

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    Quando a autoridade, embora atuando nos limites de sua

    competncia, pratica o ato por motivos ou com fins diversos dos

    objetivados pela lei ou exigidos pelo interesse pblico, ocorre o

    desvio de poder ou de finalidade.

    Por exemplo, quando aquele mesmo chefe, com a finalidade de

    perseguir ou de punir outro servidor, que lhe subordinado, mas que

    no tem muita simpatia, o remove para outra localidade, no para

    atender a necessidade do servio, mas para satisfazer seu ego.

    Gabarito: "E".

    5. (FCC/2010 - TRE/AM - ANALISTA JUDICIRIO) Considere os

    conceitos abaixo, sobre os poderes administrativos.

    I. Poder que o Direito concede Administrao, de modo explcito ou

    implcito, para a prtica de atos administrativos com liberdade na

    escolha de sua convenincia e oportunidade.

    II. Poder de que dispe o Executivo para distribuir e escalonar as

    funes de seus rgos e ordenar a atuao dos seus agentes,

    estabelecendo a relao de subordinao entre os servidores do seu

    quadro de pessoal.

    III. Faculdade de punir internamente as infraes funcionais dos

    servidores e demais pessoas sujeitas disciplina dos rgos e

    servios da Administrao.

    Os conceitos acima se referem, respectivamente, aos poderes

    a) regulamentar, vinculado e disciplinar.

    b) arbitrrio, disciplinar e de polcia.

    c) vinculado, subordinado e hierrquico.

    d) de polcia, disciplinar e hierrquico.

    e) discricionrio, hierrquico e disciplinar.

    Comentrio:

    Na assertiva "I", temos o poder discricionrio que o poder que o

    Direito concede Administrao, de modo explcito ou implcito, para

    a prtica de atos administrativos com liberdade na escolha de sua

    convenincia e oportunidade.

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    Na assertiva "II", verificamos a ocorrncia do poder hierrquico, ou

    seja, poder de que dispe o Executivo para distribuir e escalonar as

    funes de seus rgos e ordenar a atuao dos seus agentes,

    estabelecendo a relao de subordinao entre os servidores do seu

    quadro de pessoal.

    Na assertiva "III", observa-se o poder disciplinar, que a faculdade

    de punir internamente as infraes funcionais dos servidores e

    demais pessoas sujeitas disciplina dos rgos e servios da

    Administrao.

    Assim, temos poder discricionrio, hierrquico e disciplinar, ou seja,

    alternativa "E".

    Gabarito: "E".

    6. (FCC/2010 - TRE/RS - ANALISTA JUDICIRIO) Sobre os

    poderes administrativos, considere as seguintes afirmaes:

    I. A discricionariedade do poder discricionrio diz respeito apenas

    convenincia, oportunidade e contedo do ato administrativo.

    II. Poder hierrquico a faculdade de punir as infraes funcionais

    dos servidores e demais pessoas sujeitas disciplina dos rgos e

    servios da Administrao.

    III. Por fora do poder disciplinar o Chefe do Executivo pode distribuir

    e escalonar as funes dos seus rgos, ordenar e rever a atuao

    dos seus agentes.

    IV. Poder regulamentar a faculdade de que dispem os Chefes de

    Poder Executivo de explicar a lei para sua correta execuo, ou de

    expedir decretos autnomos sobre matria de sua competncia ainda

    no disciplinada em lei.

    V. Quando o Poder Executivo exorbita do seu poder regulamentar

    pode ter seus atos sustados pelo Congresso Nacional.

    Est correto o que se afirma SOMENTE em

    a) I e III.

    b) I, IV e V.

    c) II, III e V.

    d) II e IV.

    e) III e IV.

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    Comentrio:

    A assertiva "I" est correta. De fato, a discricionariedade do poder

    discricionrio diz respeito apenas convenincia, oportunidade e

    contedo do ato administrativo, ou seja, margem de liberdade em

    se decidir o conveniente, oportuno, bem como o contedo do ato.

    A assertiva "II" est errada. o poder disciplinar que a faculdade

    de punir as infraes funcionais dos servidores e demais pessoas

    sujeitas disciplina dos rgos e servios da Administrao.

    A assertiva "III" est errada. Por fora do poder hierrquico o

    Chefe do Executivo pode distribuir e escalonar as funes dos seus

    rgos, ordenar e rever a atuao dos seus agentes.

    A assertiva "IV" est correta. Poder regulamentar a faculdade de

    que dispem os Chefes de Poder Executivo de explicar a lei para sua

    correta execuo, ou de expedir decretos autnomos sobre matria

    de sua competncia ainda no disciplinada em lei.

    E, enfim, a assertiva "V" tambm est correta. Quando o Poder

    Executivo exorbita do seu poder regulamentar pode ter seus atos

    sustados pelo Congresso Nacional, conforme art. 49, inc. V, da

    CF/88, que assim dispe:

    Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional:

    V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que

    exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegao

    legislativa;

    Assim, as assertivas "I", "IV" e "V" esto corretas, sendo a

    alternativa "B" a correta.

    Gabarito: "B".

    7. (FCC/2010 - TRF 4a REGIO - ANALISTA JUDICIRIO) Em

    relao aos poderes administrativos, INCORRETO afirmar:

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    a) O poder de polcia administrativa, tendo em vista os meios de

    atuao, vem dividido em dois grupos: poder de polcia originrio e

    poder de polcia outorgado.

    b) O poder disciplinar da Administrao Pblica e o poder punitivo do

    Estado (jus puniendi) exercido pelo Poder Judicirio no tem qualquer

    distino no que se refere sua natureza.

    c) Os princpios da razoabilidade e da proporcionalidade so

    apontados como relevantes e eficazes limitaes impostas ao poder

    discricionrio da Administrao Pblica.

    d) A Administrao Pblica, como resultado do poder hierrquico,

    dotada da prerrogativa de ordenar, coordenar, controlar e corrigir as

    atividades de seus rgos e agentes no seu ambiente interno.

    e) Os atos normativos do Chefe do Poder Executivo tm suporte no

    poder regulamentar, ao passo que os atos normativos de qualquer

    autoridade administrativa tm fundamento em um genrico poder

    normativo.

    Comentrio:

    A alternativa "a" est correta. O poder de polcia administrativa,

    tendo em vista os meios de atuao, vem dividido em dois grupos:

    poder de polcia originrio, aquele concedido administrao direta,

    aos entes polticos, e poder de polcia outorgado, aquele concedido s

    autarquias.

    A alternativa "b" est errada. O poder disciplinar da Administrao

    Pblica e o poder punitivo do Estado (jus puniendi) exercido pelo

    Poder Judicirio so distintos quanto a sua natureza, eis que um

    concedido ao Estado, submetido ao Direito penal, e o outro a

    Administrao Pblica, ante a subordinao administrativa, submetido

    ao Direito Administrativo.

    Ademais, o poder punitivo aplica-se a qualquer pessoa que tenha

    cometido ilcito penal, j o poder disciplinar somente se aplica s

    pessoas subordinadas disciplina administrativa.

    A alternativa "c" est correta. De fato, os princpios da razoabilidade

    e da proporcionalidade so apontados como relevantes e eficazes

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    limitaes impostas ao poder discricionrio da Administrao Pblica,

    eis que serve para verificar a atuao dentro dos limites legais.

    A alternativa "d" est correta. A Administrao Pblica, como

    resultado do poder hierrquico, dotada da prerrogativa de ordenar,

    coordenar, controlar e corrigir as atividades de seus rgos e agentes

    no seu ambiente interno.

    E, a alternativa "e" tambm est correta. Os atos normativos do

    Chefe do Poder Executivo tm suporte no poder regulamentar, ao

    passo que os atos normativos de qualquer autoridade administrativa

    tm fundamento em um genrico poder normativo.

    Gabarito: "B".

    8. (FCC/2009 - DPE/MA - DEFENSOR PBLICO) Dentre os

    chamados Poderes da Administrao, aquele que pode ser

    qualificado como autnomo e originrio em determinadas

    situaes previstas na Constituio Federal o poder

    a) hierrquico, que permite autoridade superior a possibilidade de

    punio disciplinar independentemente de expressa previso legal.

    b) disciplinar, na medida que permite a imposio de sanes no

    previstas em lei.

    c) regulamentar, que permite o exerccio da funo normativa do

    Poder Executivo com fundamento direto na Constituio Federal.

    d) discricionrio, que permite Administrao Pblica atuar sem

    expressa vinculao lei, nos casos em que inexista disciplina

    normativa para o assunto.

    e) de polcia, que permite Administrao Pblica a prtica de atos

    administrativos, preventivos e repressivos, para a disciplina de

    situaes no previstas pela legislao.

    Comentrio:

    Conforme verificamos, decorre do art. 84, inc. IV e VI da CF/88 o

    exerccio do poder regulamentar, o qual permite o exerccio da funo

    normativa do Poder Executivo.

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    Gabarito: "C".

    9. (FCC/2009 - TJ/SE - TCNICO JUDICIRIO) Sobre os

    poderes administrativos INCORRETO afirmar que

    a) o poder normativo ou poder regulamentar o que cabe ao Chefe

    do Poder Executivo da Unio, dos Estados e dos Municpios, de editar

    normas complementares lei.

    b) o poder hierrquico o que cabe Administrao para apurar

    infraes e aplicar penalidades aos servidores e s demais pessoas

    sujeitas disciplina administrativa.

    c) o poder de polcia exercido sobre todas as atividades que

    possam, direta ou indiretamente, afetar os interesses da coletividade.

    d) a avocao consiste no poder que possui o superior de chamar

    para si a execuo de atribuies cometidas originalmente a seus

    subordinados.

    e) o poder de polcia originrio aquele exercido pelas pessoas

    polticas do Estado (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios)

    alcanando os atos administrativos.

    Comentrio:

    A alternativa "a" est correta. O poder normativo ou poder

    regulamentar o que cabe ao Chefe do Poder Executivo da Unio,

    dos Estados e dos Municpios, de editar normas complementares lei.

    A alternativa "b" est incorreta. O poder disciplinar o que cabe

    Administrao para apurar infraes e aplicar penalidades aos

    servidores e s demais pessoas sujeitas disciplina administrativa.

    A alternativa "c" est correta. De fato, o poder de polcia exercido

    sobre todas as atividades que possam, direta ou indiretamente,

    afetar os interesses da coletividade, de modo que podem sofrer

    restries, limitaes ou condicionamentos em razo do interesse

    coletivo.

    A alternativa "d" est correta. A avocao consiste no poder que

    possui o superior de chamar para si a execuo de atribuies

    cometidas originalmente a seus subordinados.

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    A alternativa "e" est correta. O poder de polcia originrio aquele

    exercido pelas pessoas polticas do Estado (Unio, Estados, Distrito

    Federal e Municpios) alcanando os atos administrativos.

    Gabarito: "B".

    10. (FCC/2009 - DPE/SP - DEFENSOR PBLICO) Em relao

    aos poderes administrativos, assinale a alternativa que

    apresenta ordem de idias verdadeira.

    a) O regulamento autnomo, sobre temtica no prevista em lei, de

    autoria dos chefes do Executivo vlido e est dentro do mbito do

    chamado Poder Regulamentar.

    b) Caracterizam-se como atributos do poder de polcia discricionrio o

    juzo de convenincia e oportunidade, a auto-executoriedade e a

    coercibilidade, obedecidos os requisitos da competncia, objeto,

    forma, finalidade e motivo, bem assim os princpios da administrao

    pblica, consistentes na legalidade, moralidade, proporcionalidade e

    vinculao.

    c) Normas gerais e abstratas editadas pela Administrao Pblica de

    forma independente ou autnoma em relao a regras gerais no so

    admitidas no Direito Administrativo brasileiro, ressalvadas situaes

    excepcionais previstas necessariamente na Constituio Federal de

    1988.

    d) Normas gerais e abstratas editadas pela Administrao Pblica

    para a explicitao de conceitos legal mente previstos no so

    admitidas no Direito Administrativo brasileiro, haja vista a existncia

    de matrias absolutamente reservadas lei pela Constituio Federal

    de 1988.

    e) So atribuies da Administrao Pblica, decorrentes

    exclusivamente do poder hierrquico, delegar atribuies, impor

    prestao de contas, controlar e avocar atividades dos rgos

    subordinados, aplicar sanes disciplinares e editar atos

    regulamentares.

    Comentrio:

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  • CURSO EM EXERCCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    A alternativa "a" est errada. A previso de decreto autnomo para

    dispor sobre certas situaes previstas na CF/88, art. 84, inc. VI, na

    se confunde como o regulamento, o qual dever dispor sobre

    temtica prevista em lei.

    A alternativa "b" est errada. Se se trata de poder de polcia

    discricionrio, no estar submetido ao princpio da vinculao.

    A alternativa "c" est correta. De fato, normas gerais e abstratas

    editadas pela Administrao Pblica de forma independente ou

    autnoma em relao a regras gerais no so admitidas no Direito

    Administrativo brasileiro, ressalvadas situaes excepcionais

    previstas necessariamente na Constituio Federal de 1988, conforme

    art. 84, inc. VI, por exemplo.

    A alternativa "d" est errada. Decorre do poder regulamentar a

    edio de normas gerais e abstratas editadas pela Administrao

    Pblica para a explicitao de conceitos legalmente previstos,

    conforme estabelece o art. 84, inc. IV, da CF/88.

    A alternativa "e" est errada. As atribuies de editar atos

    regulamentares e aplicar sanes, muito embora tambm decorram

    do poder hierrquico, decorrem dos poderes regulamentares e

    disciplinar, respectivamente.

    Gabarito: "B".

    11. (ASSESSOR JURIDCO - PREF. NATAL/RN - CESPE/2008)

    O poder vinculado no existe como poder autnomo; em

    realidade, ele configura atributo de outros poderes ou

    competncias da administrao pblica.

    Comentrio:

    importante percebemos o seguinte: Quando a lei no traa todos os

    parmetros para atuao do agente administrativo, cabendo-lhe

    avaliar a convenincia e oportunidade dos atos que intenciona

    praticar, dando margem para valorao dessa conduta, configura-se

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    o poder discricionrio, ou seja, poder do agente de decidir

    acerca da convenincia e oportunidade em atuar, por exemplo.

    Assim, poder discricionrio o poder concedido ao agente pblico

    que mensurando a convenincia e oportunidade, diante de mais de

    uma ou vrias condutas possveis, elege aquela que melhor atenda ao

    interesse pblico.

    Entenda que a convenincia diz respeito s condies para exerccio

    do poder. E, a oportunidade refere-se ao momento em que ele deve

    ser praticado.

    Assim, tome como exemplo, a necessidade de a Administrao

    adquirir material de consumo (caneta, papel etc). A lei determina que

    seja licitado, mas o momento (oportunidade) e as condies

    (convenincia) para tanto ser definida pelo administrador, com base

    no seu planejamento administrativo.

    V-se que o poder discricionrio encontra-se dentro dos limites

    permitidos ou estabelecidos pela prpria lei. No entanto, em que pese

    essa abertura, o poder discricionrio possui limitao, de modo que

    pode sofrer controle administrativo e judicial, por excessos, desvios

    ou mesmo por ilegalidades, bem como, no seu mrito, pela prpria

    Administrao Pblica.

    Com efeito, no mbito da discricionariedade deve-se observar a

    adequao da conduta ao alcance da finalidade (razoabilidade

    / proporcionalidade) expressa em lei.

    Discute-se se possvel o controle judicial dos atos praticados com

    base no poder discricionrio.

    Nesse sentido, com base nos limites impostos permitido que o

    Poder Judicirio afira a legalidade e razoabilidade do ato, vedando-se,

    to s, se imiscuir nos critrios de convenincia e oportunidade que

    foram firmados com base nos parmetros legais, salvo se tais

    critrios so abusivos / excessivos, desproporcionais (ilegais, ento).

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    Esse o entendimento do Supremo Tribunal Federal e do Superior

    Tribunal de Justia:

    PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO - MANDADO

    DE SEGURANA - AUSNCIA DE DIREITO LQUIDO E

    CERTO - SOBREPOSIO DE REAS - LICENCIAMENTO

    AMBIENTAL - EXPLORAO DE FLORESTAS - DISPUTA

    POSSESSRIA - MRITO DE ATO ADMINISTRATIVO -

    EXAME DE LEGALIDADE.

    1. Age com discricionariedade Secretrio Estadual de

    meio ambiente que, amparado por atos normativos,

    suspende procedimentos administrativos e rev licenas

    e autorizaes ambientais por motivo de disputa

    judicial possessria quanto sobreposio de rea em

    que se encontram os recursos florestais.

    2. Ausncia de direito lquido e certo decorrente da falta

    de demonstrao da titularidade de domnio e posse da

    rea tida como sobreposta pela autoridade coatora.

    3. No cabe ao Poder Judicirio, salvo em caso de

    ilegalidade, defeito de forma, abuso de autoridade ou

    teratologia, adentrar no mrito do ato administrativo

    revendo o juzo de convenincia e oportunidade da

    autoridade tida como coatora.

    4. Recurso ordinrio no provido. (RMS 25.267/MT, Rel.

    Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado

    em 19/05/2009, DJe 09/06/2009)

    preciso salientar, ademais, que todos os atos administrativos so

    passveis de controle judicial. Os atos discricionrios, no entanto,

    podem sofrer controle acerca dos seus elementos vinculados que

    estaro previstos na norma, bem como nos elementos discricionrios

    quanto razoabilidade e proporcionalidade (limites da legalidade).

    A discricionariedade est baseada nos limites legais, de modo que

    no h discricionariedade contra legem, ou seja, contrria ao

    direito, lei, pois configuraria prtica arbitrria.

    No se deve, outrossim, confundir a discricionariedade com conceitos

    jurdicos indeterminados.

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    Conceitos jurdicos indeterminados, conforme explica Jos dos Santos

    Carvalho Filho, so termos ou expresses contidos em normas

    jurdicas, que, por no terem exatido em seu sentido, permitem que

    o intrprete ou o aplicador possam atribuir certo significado, mutvel

    em funo da valorao que se proceda diante dos pressupostos da

    norma. que sucede com expresses do tipo 'ordem pblica', 'bons

    costumes', 'interesse pblico', 'segurana nacional'.

    Significa dizer que conceitos jurdicos indeterminados so expresses

    previstas no mbito da norma, que no foram definidas, determinado

    seu alcance, cabendo ao aplicador, intrprete, determinar seu

    sentido. (Ex. Manifestao de apreo ou desapreo, boa-f,

    moralidade administrativa etc).

    Claro, no entanto, que h certa margem de discricionariedade em

    certos conceitos jurdicos indeterminados.

    A discricionariedade reside no campo da aplicao da norma, de

    forma que permite ao administrador, dentro da margem legal,

    observando a oportunidade e convenincia, ponderar os interesses

    concorrentes dando prevalncia ao que melhor atenda ao fim

    perseguido.

    Diz-se, de outro lado, que o poder vinculado ou regrado quando

    a lei define todos os elementos e requisitos necessrios prtica de

    ato inerente ao poder conferido Administrao.

    Assim, para alguns doutrinadores, tais poderes (vinculado e

    discricionrio) no seriam propriamente poderes, mas atributos de

    outros. Nesse sentido o entendimento da Professora Maria Sylvia

    Zanella Di Pietro, para quem os poderes discricionrios e vinculados

    "no existem como poderes autnomos; a discricionariedade e a

    vinculao so, quando muito, atributos de outros poderes ou

    competncias administrativas".

    Para a professora Di Pietro s existiria os poderes normativo,

    disciplinar, hierrquico e de polcia.

    Gabarito: Certo.

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    12. (OFICIAL DE INTELIGNCIA - ABIN - CESPE/2008) No

    h que se confundir a discricionariedade do administrador em

    decidir com base nos critrios de convenincia e oportunidade

    com os chamados conceitos indeterminados, os quais carecem

    de valorao por parte do intrprete diante de conceitos

    flexveis. Dessa forma, a discricionariedade no pressupe a

    existncia de conceitos jurdicos indeterminados, assim como

    a valorao desses conceitos no uma atividade

    discricionria, sendo passvel, portanto, de controle judicial.

    Comentrio:

    Como ressaltado, no se deve confundir a discricionariedade com

    conceitos jurdicos indeterminados.

    Os conceitos jurdicos indeterminados so termos ou expresses

    contidos em normas jurdicas, que no foram definidos com exatido,

    carecendo de interpretao, valorao. (Ex: "bem comum", "boa-f",

    "decoro" etc).

    A discricionariedade a atuao com liberdade, ou seja, com

    possibilidade de se avaliar, analisar, as opes que se apresentam, e,

    dentro da margem legal, definir sob o aspecto da oportunidade e

    convenincia da realizao do ato que melhor atenda o fim

    perseguido.

    Importante, no entanto, destacar que existem autores que entendem

    que h discricionariedade quando a lei utiliza os conceitos jurdicos

    indeterminados, sobretudo, quando h essa indefinio acerca do

    alcance do instituto.

    Por exemplo, saber o que boa-f todo mundo sabe, mas defini-la

    exatamente, no. Ento haveria um ncleo comum, mas dentro

    desse ncleo uma margem de mutao de sentido, no que se

    aplicaria uma interpretao, uma integrao do alcance.

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    Todavia, mesmo diante dessa situao, no se pode confundir uma

    coisa com outra.

    Gabarito: Certo.

    13. (TCNICO ADMINISTRATIVO - ADMINISTRATIVA - STF -

    CESPE/2008) No exerccio do poder hierrquico, os agentes

    pblicos tm competncia para dar ordens, rever atos, avocar

    atribuies, delegar competncia e fiscalizar.

    Comentrio:

    Inicialmente temos que entender que na Administrao h uma

    hierarquia funcional, ou seja, uma relao de subordinao existente

    entre os vrios rgos e agentes.

    Assim, tendo em vista essa hierarquia, concedida a prerrogativa da

    Administrao, ou do administrador, de ordenar, coordenar, controlar

    e corrigir as atividades administrativas.

    Esses atributos tambm chamados de poderes de comando, de

    fiscalizao, de reviso, de delegao e de avocao da atividade

    administrativa.

    Por isso que se diz que do poder hierrquico decorrem as

    faculdades implcitas para o superior, tais como a de dar ordens e

    fiscalizar o seu cumprimento, a de delegar e avocar atribuies e a de

    rever atos dos subalternos.

    Trata-se, como destacado, de uma relao de subordinao entre os

    vrios rgos e agentes componentes de uma estrutura

    administrativa.

    No se deve, no entanto, confundir subordinao com vinculao

    administrativa. A subordinao decorre do poder hierrquico e desta

    a autotutela. A vinculao resulta do poder de superviso ministerial

    (tutela) sobre a entidade vinculada e exercida nos limites legais,

    no retirando a autonomia administrativa da entidade.

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    Gabarito: Certo.

    14. (TCNICO ADMINISTRATIVO - ADMINISTRATIVA - STF -

    CESPE/2008) O funcionamento racional da estrutura

    administrativa pressupe uma configurao interna embasada

    em relaes que assegurem coordenao entre as diversas

    unidades que desenvolvem a atividade administrativa.

    Comentrio:

    Ento, no exatamente o que acabamos de verificar? Pois ,

    lembre-se que o poder hierrquico traduz a idia de escalonamento,

    distribuio de funes dentro da estrutura administrativa, estando

    cada camada unida por uma sincronia coordenada, ou seja, dentro de

    uma estrutura orgnica em que os rgos e agentes funcionam

    coordenadamente.

    que a Administrao, cada um de seus entes e entidades,

    internamente, deve funcionar de forma entrosada, harmoniosa, sob

    pena de falncia do prprio Estado.

    Gabarito: Certo.

    15. (ANALISTA JUDICIRIO - TRE/MT - CESPE/2010) Do

    poder hierrquico decorre a possibilidade de os agentes

    pblicos delegarem suas competncias, devendo haver

    sempre responsabilizao do delegante pelos atos do

    delegado, por agirem em seu nome.

    Comentrio:

    Como ressaltei, do poder hierrquico decorrem os poderes implcitos

    para dar ordens, fiscalizar seu cumprimento, de delegar e avocar

    atribuies e, ainda, de rever atos dos subalternos.

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    No entanto, o delegante somente responde pelos atos do delegado

    exercidos nos limites daquilo que foi delegado, ou seja, se o agente

    delegado extrapolou tais limites, ele quem responder e no o

    delegante.

    Gabarito: Errado.

    16. (TCNICO JUDICIRIO - ADMINISTRATIVA - TRE/MT -

    CESPE/2010) A hierarquia atribuio exclusiva do Poder

    Executivo, que no existe na esfera do Poder Judicirio e do

    Poder Legislativo, pois as funes atribudas a esses ltimos

    poderes so apenas de natureza jurisdicional e legiferante.

    Comentrio:

    Devemos sempre lembrar que os Poderes Legislativo e Judicirio,

    alm de suas funes tpicas, possuem funes atpicas e dentre

    estas temos a funo administrativa.

    No s o Poder Executivo a Administrao Pblica, pois conforme

    estabelece o art. 37, caput, da CF/88, temos a Administrao Pblica

    do trs Poderes.

    Assim, o poder hierrquico, observando no mbito da funo

    administrativa, tambm observado na atuao dos Poderes

    Legislativo e Judicirio, quando realizam tal funo, podendo,

    portanto, delegar ou avocar atribuies.

    Gabarito: Errado.

    17. (FCC/2009 - TJ/PA - ANALISTA JUDICIRIO) Poder jr m r

    hierrquico

    a) o de que dispe o Executivo para distribuir e escalonar as funes

    de seus rgos, ordenar e rever a atuao de seus agentes.

    b) a faculdade de punir as infraes funcionais dos servidores e

    demais pessoas sujeitas disciplina dos rgos e servios da

    Administrao.

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    c) a faculdade de que dispe a Administrao Pblica para

    condicionar e restringir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos

    individuais em benefcio da coletividade.

    d) o poder que as Corregedorias tm de investigar e aplicar

    penalidades em servidores pela prtica de atos administrativos ilegais

    e) o poder de que dispem os chefes de Executivo de expedir

    decretos autnomos sobre matria de sua competncia ainda no

    disciplinada em lei.

    Comentrio:

    A alternativa "a" est correta. De acordo com o que vimos, o poder

    hierrquico o que permite distribuir e escalonar as funes de seus

    rgos, ordenar e rever a atuao de seus agentes, seja no mbito

    do Poder Executivo, seja no mbito do Legislativo e Judicirio,

    quando atuarem no exerccio da funo administrativa.

    A alternativa "b" est errada. A faculdade de punir as infraes

    funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas disciplina dos

    rgos e servios da Administrao decorre do poder disciplinar.

    A alternativa "c" est errada. A faculdade de que dispe a

    Administrao Pblica para condicionar e restringir o uso e o gozo de

    bens, atividades e direitos individuais em benefcio da coletividade o

    poder de polcia.

    A alternativa "d" est errada. O poder que as Corregedorias tm de

    investigar e aplicar penalidades em servidores pela prtica de atos

    administrativos ilegais tambm decorre do poder disciplinar.

    A alternativa "e" est errada. Insere-se no mbito do poder

    regulamentar o poder de que dispem os chefes de Executivo de

    expedir decretos autnomos sobre matria de sua competncia ainda

    no disciplinada em lei.

    Gabarito: "A".

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    18. (FCC/2009 - TJ/AP - ANALISTA JUDICIRIO) Exerce

    poder hierrquico, no sentido tradicional do Direito

    administrativo,

    a) um Governador de Estado em relao a um Prefeito de Municpio

    daquele Estado.

    b) o Presidente da Repblica em relao a um presidente de

    autarquia federal.

    c) o Governador de Estado em relao ao Presidente do Tribunal de

    Justia daquele Estado.

    d) o Presidente da Repblica em relao ao Presidente do Congresso

    Nacional.

    e) um Prefeito de Municpio em relao a um Secretrio daquele

    Municpio.

    Comentrio:

    A alternativa "a" est errada. No h hierarquia entre os entes

    federativos. Assim, um Municpio no est subordinado ao Estado e,

    portanto, o Prefeito ao Governador.

    A alternativa "b" est errada. O Presidente da Repblica, muito

    embora seja o Chefe de Estado, no que tange Administrao

    Pblica, o Chefe da Administrao Pblica da Unio, a qual no

    detm hierarquia em relao s demais entidades administrativas.

    Assim, no h subordinao entre a Unio e uma autarquia federal,

    eis que ambas so pessoas jurdicas, dotadas de autonomia

    administrativa. Por isso, no h subordinao entre o Presidente da

    Repblica e um presidente de autarquia federal.

    A alternativa "c" est errada. Tambm no h hierarquia entre o

    Governador de Estado e o Presidente do Tribunal de Justia daquele

    Estado. Devemos lembrar que aqui se aplica a separao de poderes,

    no havendo subordinao de um em relao ao outro.

    A alternativa "d" tambm est errada. idntica a situao da

    alternativa anterior. No h subordinao entre o Presidente do

    Congresso Nacional e o Presidente da Repblica, na medida em que

    um poder no est subordinado ao outro.

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    A alternativa "e", portanto, a correta, ou seja, um Prefeito de

    Municpio em relao a um Secretrio daquele Municpio. Quer dizer

    que um Secretrio Municipal est subordinado ao Prefeito do

    respectivo municpio, eis que o Secretrio um agente poltico

    auxiliar do Prefeito.

    Gabarito: "E".

    19. (FCC/2009 - TRT 3a REGIO - ANALISTA JUDICIRIO) O

    poder hierrquico

    a) autoriza a Administrao Direta a rever, de ofcio, os atos

    praticados pelas entidades integrantes da Administrao Indireta,

    quando identificada a sua desconformidade com as diretrizes

    governamentais.

    b) corresponde ao poder conferido aos agentes pblicos para emitir

    ordens a seus subordinados e aplicar sanes disciplinares, ainda que

    no expressamente previstas em lei.

    c) fundamenta a avocao, pela Administrao Direta, de matrias

    inseridas na competncia das autarquias a ela vinculadas.

    d) constitui fundamento da organizao administrativa,

    estabelecendo relao de coordenao e subordinao entre os vrios

    rgos integrantes da Administrao Pblica.

    e) possibilita ao particular apresentar recurso ordinrio ao Ministrio

    ao qual se encontra vinculada entidade integrante da Administrao

    Indireta, insurgindo-se contra o mrito do ato praticado.

    Comentrio:

    A alternativa "a" est errada. No h subordinao das entidades

    administrativas (Administrao Indireta) em relao Administrao

    Direta. Assim, pelo poder hierrquico no se autoriza a Administrao

    Direta a rever, de ofcio, os atos praticados pelas entidades

    integrantes da Administrao Indireta, quando identificada a sua

    desconformidade com as diretrizes governamentais.

    A alternativa "b" est errada. que o poder hierrquico, muito

    embora corresponda ao poder conferido aos agentes pblicos para

    emitir ordens a seus subordinados, no o de aplicar sanes

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    disciplinares, porque este o disciplinar, sobretudo quando no

    expressamente previstas em lei.

    Ressalvo, contudo, que do poder hierrquico, decorre o poder

    disciplinar, ou seja, o poder de aplicar punies decorre, de certo

    modo, da subordinao administrativa.

    A alternativa "c" est errada. Se no h subordinao entre a

    Administrao Indireta e a Direta, no se pode avocar competncias,

    pois esta, quando possvel, somente ocorre na linha de subordinao.

    A alternativa "d" est correta. De fato, o poder hierrquico constitui

    fundamento da organizao administrativa, estabelecendo relao de

    coordenao e subordinao entre os vrios rgos integrantes da

    Administrao Pblica.

    A alternativa "e" est errada. No h possibilidade de recurso

    ordinrio (hierrquico) ao Ministrio ao qual se encontra vinculada

    entidade integrante da Administrao Indireta, insurgindo-se contra o

    mrito do ato praticado. possvel a interposio de recurso

    (hierrquico imprprio) por descumprimento dos fins da entidade,

    configura recurso contra legalidade do ato.

    Gabarito: "D".

    20. (ASSESSOR JURIDCO - PREF. NATAL/RN - CESPE/2008)

    O regimento interno de um rgo fruto do exerccio do poder

    hierrquico desse rgo.

    Comentrio:

    Conforme se pode perceber, o poder hierrquico tem por objetivo

    ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas

    internamente. Teramos, portanto, atividade no sentido de dar

    ordens, fiscalizar seu cumprimento, controlar a realizao dos atos,

    bem como rev-los etc.

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    Ento, tais poderes ou atribuies so ditadas ou direcionadas

    pessoas determinadas, ou seja, queles que estejam na linha de

    subordinao, sendo expedido por meio de ordens de servios, por

    exemplo instrues, portarias etc.

    Assim, tal poder no enseja a elaborao de normas que

    regulamentem a atuao dos rgos ou suas funes, mas a atuao

    de seus agentes subordinados, seja por atos concretos (portarias,

    ordem de servio) ou mesmo gerais (instrues).

    Por isso, a expedio de regimento interno em dado rgo, por se

    trata de ato geral e abstrato a regular a funcionalidade do rgo, ou

    seja, seu funcionamento, muito embora deva ser observados pelos

    agentes, no emanao do poder hierrquico, mas do poder

    normativo.

    Gabarito: Errado.

    21. (TCNICO ADMINISTRATIVO - ADMINISTRATIVA - STF -

    CESPE/2008) O poder de direo das entidades polticas se

    manifesta pela capacidade de orientar as esferas

    administrativas inferiores, o que se faz por meio de atos

    concretos ou normativos de carter vinculante.

    Comentrio:

    O poder de direo ou comando o de ordenar, orientar, as

    atividades administrativas, mediante a expedio de atos gerais e

    determinaes especficas atravs dos quais, como ressaltamos, so

    repartidas e escalonadas as funes dos agentes e rgos pblicos,

    com o objetivo de assegurar seu exerccio harmnico e coordenado

    da funo administrativa.

    Assim, o poder de direo subjacente ao poder hierrquico ser

    exercido atravs da expedio de atos normativos que vinculam a

    atuao do agente em determinadas situaes, de modo a realizar

    certas condutas (instrues) ou por ordens concretas individualizadas

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    (portarias) a fim de que os rgos inferiores observem o

    direcionamento dado pelos rgos de comando.

    Por isso, recorde que dever funcional observar as ordens

    superiores, somente podendo descumpri-las se forem

    MANIFESTAMENTE ilegais.

    Gabarito: Certo.

    22. (DELEGADO DE POLCIA - PC/AC - CESPE/2008)

    Considere que a Constituio da Repblica determina que as

    polcias civis sejam dirigidas por delegados de polcia de

    carreira. Essa determinao confere aos delegados poder

    hierrquico e poder disciplinar sobre os servidores da polcia

    civil que lhes so subordinados.

    Comentrio:

    Notadamente, a hierarquia o poder de comando, de orientao, de

    coordenao, de fiscalizar.

    Ento, um agente, um escrivo estaria subordinado ao delegado

    chefe da respectiva unidade, e demais autoridades dentro da linha

    hierrquica de subordinao na estrutura organizacional da Polcia,

    assim como os demais servidores administrativos.

    Todavia, no caso da organizao policial, a atividade correcional, ou

    seja, o poder disciplinar, como j devem saber, no dado ao prprio

    delegado que coordena, que controla, que exerce o comando da

    unidade, mas corregedoria.

    E, ademais, no tocante aos demais servidores (atividade meio), o

    poder disciplinar conferido autoridade administrativa, conforme

    organizao interna.

    Gabarito: Errado.

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    23. (TCNICO ADMINISTRATIVO - ADMINISTRATIVA - STF -

    CESPE/2008) Devido ao sistema hierarquizado da

    administrao pblica, torna-se possvel a esta distribuir a

    legitimidade democrtica do governo a todas as esferas

    administrativas.

    Comentrio:

    Ento, questo filosfica no ? simples! Quer dizer simplesmente

    que se pode distribuir as funes administrativas, no mbito interno,

    e possibilitar a ampla participao dos servidores no processo de

    conduo da Administrao Pblica.

    bvio que sim. Ou seja, a Administrao Pblica no um quartel

    em que os soldados no podem manifestar seus pensamentos, suas

    idias.

    Ora, vivemos num ambiente democrtico, de participao, que se

    exige do servidor, no s o dever de cumprir as ordens emanadas,

    mas de participar da conduo da mquina estatal, apresentando

    idias, sugestes, tecendo crticas, ou seja, construindo uma

    Administrao melhor.

    De outro lado, j no h mais espao para chefes ou dirigentes que

    entendem que somente ele, por ser quem est na conduo do rgo

    ou entidade, que pode pensar.

    O verdadeiro lder aquele que sabe ouvir, e tomar as decises

    adequadas, sempre consultando seus pares.

    Gabarito: Certo.

    24. (EXAME DE ORDEM - OAB - CESPE/2008) No exerccio do

    poder regulamentar, a administrao no pode criar direitos,

    obrigaes, proibies, medidas punitivas, devendo limitar-se

    a estabelecer normas sobre a forma como a lei vai ser

    cumprida.

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    Comentrio:

    Poder regulamentar a prerrogativa conferida, em especial, ao Chefe

    do Executivo para editar atos gerais visando dar aplicabilidade lei.

    Trata-se de poder no sentido de praticar atos de natureza derivada,

    ou seja, tendo em vista complementar o alcance da lei. Assim, tal

    poder formaliza-se por meio de decretos e regulamentos (vide art.

    84, IV, CF/88).

    Conforme Jos dos Santos Carvalho Filho (2006:46), o poder

    regulamentar subjacente lei e pressupe a existncia desta.

    com esse enfoque que a Constituio autorizou o Chefe do Executivo

    a expedir decretos e regulamentos: viabilizar a efetiva execuo das

    leis.

    O poder regulamentar deve observar, assim, as balizas legais, de

    modo que no pode contrariar a lei sob pena de ser invlido. Nesse

    tocante, cabe ao Congresso Nacional sustar os atos do Poder

    Executivo que exorbitem o poder regulamentar (art. 49, V, CF/88),

    alm da possibilidade de sofrer o controle judicial.

    bom esclarecer que a doutrina assenta a possibilidade de duas

    espcies de decretos ou regulamentos. Os denominados

    regulamentos de execuo e os regulamentos autnomos.

    Os regulamentos de execuo ou decreto regulamentar, no mbito

    brasileiro, estariam previstos no art. 84, IV, CF/88 quando menciona

    que cabe ao Presidente editar atos para a fiel execuo das leis.

    Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da

    Repblica:

    IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem

    como expedir decretos e regulamentos para sua fiel

    execuo;

    Os chamados decretos autnomos tutelariam situaes no previstas

    em lei, as quais a Constituio possibilitou o uso de decreto para

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    ento regul-la, conforme prev o art. 86, inc. VI, alneas "a" e "b"

    da CF/88.

    Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da

    Repblica:

    VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Redao dada

    pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    a) organizao e funcionamento da administrao

    federal, quando no implicar aumento de despesa nem

    criao ou extino de rgos pblicos; (Includa pela

    Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    b) extino de funes ou cargos pblicos, quando

    vagos; (Includa pela Emenda Constitucional n 32, de

    2001)

    Fala-se, ainda, em poder regulatrio ou normativo, conferido por

    exemplo s Autarquias reguladoras (agncias reguladoras), ao

    Conselho Nacional de Justia, ao CADE, ao Conselho Monetrio

    Nacional, dentre outros rgos e entidades da Administrao.

    certo, no entanto, que o poder normativo ou regulatrio no

    poder de inovar na ordem jurdica, est calcando em pormenorizar

    tecnicamente os aspectos legais (o que se tem chamado de

    discricionariedade tcnica), conforme a expedio de Instrues

    Normativas por uma Agncia, quanto edio de um Regimento

    Interno por um Tribunal ou Resoluo do CNJ.

    Dessa forma, o poder regulamentar ou o regulatrio (normativo) no

    pode ultrapassar os limites da lei, criando situao jurdica no

    tutelada na norma, ou seja, deve apenas esclarecer, explicitar,

    pormenorizar, viabilizar a operacionalidade tcnica da lei.

    Gabarito: Certo.

    25. (FCC/2009 - DPE/MT - DEFENSOR PBLICO) Considere

    os dispositivos abaixo, extrados do art. 84 da Constituio

    Federal, cujo caput "Compete privativamente ao Presidente

    da Repblica":

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    I. "iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta

    Constituio".

    II. "sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir

    decretos e regulamentos para sua fiel execuo".

    III. "vetar projetos de lei, total ou parcialmente".

    H exemplo de poder regulamentar da Administrao Pblica em:

    a) II e III, apenas.

    b) I, II e III.

    c) I, apenas.

    d) II, apenas.

    e) III, apenas.

    Comentrio:

    Do art. 84, inc. IV, da CF/88 se extrai aplicao do poder

    regulamentar, no qual compete ao Presidente da Repblica expedir

    decretos e regulamentos para fiel execuo de lei.

    Assim, a assertiva "I" no trata do poder regulamentar e sim da

    iniciativa legislativa, ou seja, de processo legislativo, bem como a

    assertiva "III" que trata da fase final do processo legislativo que a

    sano ou veto a projeto de lei.

    A assertiva "II" na primeira parte tambm se insere no processo

    legislativo ("sancionar, promulgar e fazer publicar as leis"). Porm, a

    parte final ("expedir decretos e regulamentos para sua fiel execuo")

    a aplicao do poder regulamentar.

    Por isso, somente na assertiva "II" h exemplo do poder

    regulamentar.

    Gabarito: "D".

    26. (FCC/2009 - TJ/AP - ANALISTA JUDICIRIO) exemplo

    que se refere ao poder regulamentar, em matria de

    competncias do Presidente da Repblica,

    a) exercer, com o auxlio dos Ministros de Estado, a direo superior

    da administrao federal.

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    b) vetar projetos de lei, total ou parcialmente.

    c) celebrar tratados, convenes e atos internacionais, sujeitos a

    referendo do Congresso Nacional.

    d) expedir decretos e regulamentos para fiel execuo das leis.

    e) conceder indulto e comutar penas, com audincia, se necessrio,

    dos rgos institudos em lei.

    Comentrio:

    Dentre as alternativas, somente na alternativa "d" que temos como

    exemplo do poder regulamentar, conforme parte final do art. 84, inc.

    IV, da CF/88, o qual estabelece que compete ao Presidente da

    Repblica privativamente expedir decretos e regulamentos para fiel

    execuo das leis.

    Os demais atos contidos nas alternativas "a", "b", "c", e "e" no se

    inserem no mbito do poder regulamentar, sendo atos

    administrativos, legislativos ou polticos.

    Gabarito: "D".

    27. (ANALISTA JUDICIRIO - TRE/MT - CESPE/2010)

    Decorrente diretamente do denominado poder regulamentar,

    uma das caractersticas inerentes s agncias reguladoras a

    competncia normativa que possuem para dispor sobre

    servios de suas competncias.

    Comentrio:

    Como acabei de dizer, tem-se como expresso do poder

    regulamentar, sob aspecto geral ou mais amplo, a existncia do

    poder regulatrio ou normativo, conferido por exemplo s Autarquias

    reguladoras (agncias reguladoras), ao Conselho Nacional de Justia,

    ao CADE, ao Conselho Monetrio Nacional, dentre outros rgos e

    entidades da Administrao.

    Como ressaltado, o poder regulamentar ou o regulatrio (normativo)

    no pode ultrapassar os limites da lei, criando situao jurdica no

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    tutelada na norma, ou seja, deve apenas esclarecer, explicitar,

    pormenorizar, viabilizar a operacionalidade tcnica da lei.

    Gabarito: Certo.

    28. (PROMOTOR DE JUSTIA - MPE/SE - CESPE/2010) O

    poder regulamentar formaliza-se por meio de decretos e

    regulamentos. Nesse sentido, as instrues normativas, as

    resolues e as portarias no podem ser qualificadas como

    atos de regulamentao.

    Comentrio:

    Poder regulamentar, como ressaltado, a prerrogativa conferida, em

    especial, ao Chefe do Executivo para editar atos gerais visando dar

    aplicabilidade lei que, como regra, formaliza-se por meio de

    decretos e regulamentos.

    Todavia, como observado, h no mbito do poder regulamentar o

    denominado poder normativo, atribudo a rgos ou entidades da

    Administrao, para regulamentar os aspectos tcnicos de seus

    servios ou rea de regulao, que formalizado por meio de

    Instrues normativas, resolues ou portarias gerais.

    Gabarito: Errado.

    29. (TCNICO JUDICIRIO - ADMINISTRATIVA - TRE/MT -

    CESPE/2010) Poder regulamentar a prerrogativa conferida

    administrao pblica de editar atos de carter geral que

    visam complementar ou alterar a lei, em face de eventuais

    lacunas e incongruncias.

    Comentrio:

    Como bem destaca o Prof. Jos dos Santos Carvalho Filho (2006:46),

    o poder regulamentar subjacente lei e pressupe a existncia

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    desta. Trata-se de poder no sentido de praticar atos de natureza

    derivada, ou seja, tendo em vista complementar o alcance da lei.

    Assim, o poder regulamentar poder conferido no sentido de

    esclarecer, explicitar, detalhar o alcance da norma, nunca no sentido

    de preencher lacunas ou corrigir incongruncias. Pois tal tarefa

    dada ao intrprete, utilizando instrumentos de aplicao da lei, tal

    como a analogia, os princpios gerais de direito, ou ao prprio

    legislador na formulao de novas leis.

    Gabarito: Errado.

    30. (PROCURADOR MUNICIPAL - PREF. NATAL/RN -

    CESPE/2008) Com o estado de direito, passou-se a afirmar a

    existncia de uma funo de natureza administrativa cujo

    objeto a proteo do bem-estar geral, mediante a regulao

    dos direitos individuais, expressa ou implicitamente

    reconhecidos no sistema jurdico. Nesse contexto, o poder

    pblico, alm de impor certas limitaes, emite atos

    preventivos de controle, aplica penalidades por eventuais

    infraes e, em determinados contextos, exerce coao direta

    em face de terceiros para preservar interesses sociais. Raquel

    M. U. de Carvalho. Curso de direito administrativo. Salvador:

    Juspodivum, 2008, p. 327 (com adaptaes). Trata-se,

    portanto, do poder de normativo.

    Comentrio:

    Como vimos, o poder normativo ou regulatrio poder de explicitar

    tecnicamente como ser a aplicabilidade de uma norma, ou seja,

    como deve ser observada, como deve ser cumprida na realizao ou

    desenvolvimento tcnico de atividades ou exerccio de profisso.

    No entanto, quando o poder pblico, alm de impor certas limitaes,

    emite atos preventivos de controle, aplica penalidades por eventuais

    infraes e, em determinados contextos, exerce coao direta em

    face de terceiros para preservar interesses sociais, est atuando no

    exerccio do poder de polcia.

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    Atentemos para o fato de que o poder normativo ou regulatrio no

    enseja a aplicao de sanes ou penalidades, estas so decorrncias

    ou do poder disciplinar (quando h vnculo com a Administrao) ou

    do poder de polcia, quando a Administrao ou o Estado atuar

    restringindo, limitando direitos e liberdades individuais.

    Gabarito: Errado.

    31. (OFICIAL DE INTELIGNCIA - ABIN - CESPE/2008) O ato

    normativo do Poder Executivo que contenha uma parte que

    exorbite o exerccio de poder regulamentar poder ser

    anulado na sua integralidade pelo Congresso Nacional.

    Comentrio:

    Como disse, o poder regulamentar deve observar as balizas legais, de

    modo que no pode contrariar a lei sob pena de ser invlido.

    Nesse tocante, cabe ao Congresso Nacional sustar os atos do Poder

    Executivo que exorbitem o poder regulamentar, conforme estabelece

    o art. 49, inc. V, CF/88, assim expresso:

    Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso

    Nacional:

    V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que

    exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da

    delegao legislativa;

    Dessa forma, o Congresso somente poder sustar o ato normativo no

    que extrapolar ou exorbitar o poder regulamentar, ou seja, somente

    a parte que excede os limites do poder regulamentar ou da delegao

    legislativa conferidos ao Poder Executivo.

    Gabarito: Errado.

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    32. (ASSESSOR JURIDCO - PREF. NATAL/RN - CESPE/2008)

    As sanes impostas aos particulares pela administrao

    pblica so exemplos de exerccio do poder disciplinar.

    Comentrio:

    O poder disciplinar a faculdade conferida Administrao Pblica no

    sentido de punir no mbito interno os ilcitos funcionais de seus

    agentes, bem como de outras pessoas ou rgos sujeitos disciplina

    da Administrao.

    importante percebemos que o poder disciplinar uma decorrncia

    do poder hierrquico (poder de controle), no se confundindo no

    entanto, na medida em que o poder hierrquico induz idia de

    escalonamento de funes e subordinao entre os diversos graus de

    hierarquia interna, ou seja, dos rgos.

    Ento, o poder disciplinar o poder, em razo do controle e

    fiscalizao do exerccio de certas funes ou atividades, de

    responsabilizar o agente, rgo ou entidade, por ilcitos cometidos.

    Observar, portanto, que o poder disciplinar pode incidir sobre agentes

    pblicos (regime disciplinar) ou mesmo sobre entidades privadas que

    mantenham vnculo com a Administrao (contratadas, por exemplo).

    No entanto, se no houver nenhum vnculo com a Administrao, no

    poder incidir o poder disciplinar.

    Com efeito, conforme menciona a Prof. Raquel Melo Urbano,

    "esclarea-se que o poder disciplinar no abrange as sanes

    impostas a terceiros estranhos ao quadro de pessoal do Poder

    Pblico. Particulares que no foram investidos em cargos, empregos

    ou funes pblicas no esto sujeitos disciplina punitiva da

    Administrao".

    Significa dizer que se o particular no tem qualquer vnculo com a

    Administrao (funcional ou contratual, por exemplo), no poder

    sofrer sano em razo do poder disciplinar da Administrao, mas

    poder em razo do poder de polcia (fiscalizao de atividade etc).

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    Lembre-se, no entanto, se esse particular tiver algum vnculo com o

    Estado (contrato de prestao de servio, concessionrio,

    permissionrio) sofrer sano disciplinar (multa, advertncia,

    suspenso etc), e se no tiver qualquer vnculo somente poder

    sofrer sano decorrente do poder de polcia.

    Gabarito: Errado.

    33. (AGENTE DE POLCIA FEDERAL - DPF - CESPE/2009) O

    poder de a administrao pblica impor sanes a particulares

    no sujeitos sua disciplina interna tem como fundamento o

    poder disciplinar.

    Comentrio:

    De acordo com o que verificamos, com base no poder disciplinar, a

    Administrao Pblica poder aplicar sanes aos seus agentes e a

    terceiros que mantenha vnculo com a Administrao.

    Todavia, o poder disciplinar no alcana particulares que no tenham

    vnculo com a Administrao. Trata-se de poder introverso. De outro

    lado, aos particulares, no sujeitos disciplina interna da

    Administrao, se aplica o poder de polcia.

    Gabarito: Errado.

    34. (FCC/2010 - TRE/AL - ANALISTA JUDICIRIO) Dentre as

    caractersticas do poder disciplinar inclui-se:

    a) Dispensabilidade da apurao regular da falta disciplinar para a

    aplicao da punio interna da Administrao, tendo em vista a

    informalidade do poder disciplinar.

    b) Identidade de fundamentos entre a punio disciplinar e a

    criminal, assim como da natureza das penas.

    c) Vinculao obrigatria prvia definio da lei sobre a infrao e a

    respectiva sano.

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    d) Imprescindibilidade da motivao da punio disciplinar para a

    validade da pena.

    e) Discricionariedade ilimitada quanto ao dever de punir, cabendo

    autoridade competente decidir entre instaurar ou no o procedimento

    administrativo em caso de falta disciplinar.

    Comentrio:

    A alternativa "a" est errada. Todo qualquer falta disciplinar,

    consoante aplicao do poder disciplinar, deve ser apurada

    regularmente, por meio oficial, ou seja, processo administrativo ou

    sindicncia.

    A alternativa "b" est errada. No identidade de fundamentos entre a

    punio disciplinar e a criminal (um ilcito administrativo ou outro

    criminal), tampouco em relao natureza das penas (a criminal

    prev penas de deteno ou recluso. A administrativa, por outro

    lado, no prev priso, sendo advertncia, suspenso, demisso etc).

    A alternativa "c" est errada. No h vinculao obrigatria prvia

    definio da lei sobre a infrao e a respectiva sano. As infraes

    administrativas so, de certa forma, genricas, agrupando-se em

    faltas leves, medianas e graves. E, assim, em razo dessa gradao

    que so previstas as sanes.

    A alternativa "d" est correta. Para ser aplicada uma punio

    disciplinar necessria a motivao do ato, sob pena de nulidade da

    pena.

    A alternativa "e" est errada. Controverte-se a doutrina e

    jurisprudncia no tocante ao poder disciplinar ser vinculado ou

    discricionrio. A doutrina entende que h certa margem de

    discricionariedade em fixar a pena (sano) falta cometida. No

    haveria discricionariedade em se apurar ou apenar a infrao. Porm,

    haveria quanto definir qual a pena cabvel.

    Para o Judicirio, por outro lado, o poder disciplinar seria disciplinado,

    ou seja, vinculado, de modo que tanto a apurao quanto a

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    correspondente sano estaria taxativamente prevista em lei,

    conforme o seguinte:

    MANDADO DE SEGURANA. SERVIDOR PBLICO CIVIL. PROCESSO

    ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. VECULO LOCADO. UTILIZAO.

    PERCURSO CASA/TRABALHO. PENALIDADE. DEMISSO.

    DESPROPORCIONALIDADE. SEGURANA CONCEDIDA.

    I - Inexiste aspecto discricionrio (juzo de convenincia e

    oportunidade) no ato administrativo que impe sano

    disciplinar.

    Nesses casos, o controle jurisdicional amplo e no se limita

    a aspectos formais (Precedentes: MS n 12.957/DF, 3a Seo,

    Rel. Min.

    Napoleo Nunes Maia Filho, DJe de 26/9/2008; MS n 12.983/DF,

    3a Seo, da minha relatoria, DJ de 15/2/2008).

    II - Esta c. Corte pacificou entendimento segundo o qual, mesmo

    quando se tratar de imposio da penalidade de demisso, devem

    ser observados pela Administrao Pblica os princpios da

    razoabilidade e proporcionalidade, individualizao da pena, bem

    como o disposto no art. 128 da Lei n. 8.112/90 (Precedentes: MS

    n 8.693 / DF, 3a Seo, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,

    DJe de 8/5/2008; MS n 7.260 / DF, 3a Seo, Rel. Min. Jorge

    Scartezzini, DJ de 26/8/2002 e MS n 7.077 / DF, 3a Seo, Rel.

    Min. Edson Vidigal, DJ de 11/6/2001).

    III - In casu, revela-se desproporcional e inadequada a penalidade

    de demisso do cargo de tcnico do seguro social imposta

    impetrante, por ter se utilizado de veculo contratado pela agncia

    Rio de Janeiro/Sul do INSS, para efetuar deslocamentos no percurso

    residncia/trabalho e vice-versa, enquanto no exerccio do cargo de

    gerente executiva daquele posto de atendimento, tendo em vista

    seus bons antecedentes funcionais, a ausncia de prejuzo ao

    errio, bem como a sua comprovada boa-f.

    Segurana concedida, sem prejuzo da imposio de outra

    penalidade administrativa, menos gravosa.

    Prejudicado o exame do agravo regimental da Unio.

    (MS 13.716/DF, Rel. Ministro FELIX FISCHER, TERCEIRA SEO,

    julgado em 15/12/2008, DJe 13/02/2009)

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    Assim, no h qualquer discricionariedade quanto ao dever de punir,

    ainda que haja discusso acerca da punio cabvel, havendo para a

    autoridade competente uma nica conduta admissvel diante do

    ilcito, ou seja, determinar a instaurao de procedimento

    administrativo em caso de falta disciplinar.

    Gabarito: "D".

    35. (ANALISTA DE TRANSPORTES - ADVOGADO -

    CETURB/ES - CESPE/2010) Segundo entendimento do STJ, o

    poder disciplinado sempre vinculado, no havendo qualquer

    espao de escolha para o administrador, quer quanto

    ocorrncia da infrao, que quanto pena a ser aplicada,

    razo pela qual o ato pode ser revisto em todos os aspectos

    pelo Poder Judicirio.

    Comentrios:

    Diante de um ilcito administrativo no h a discricionariedade de

    escolher em punir ou no punir, ou seja, dever incidir o poder

    disciplinar admoestando as condutas que violem a ordem interna.

    Ademais, em que pese a norma disciplinar configurar tipos abertos

    (ou seja, no estabelece em todos os casos, como na lei penal, penas

    especficas para os ilcitos administrativos), deve o administrador,

    sopesando as circunstncias agravantes e atenuantes, aplicar a

    penalidade de acordo com as previstas em lei.

    Assim, s pelo fato de ter que sopesar, levar em considerao a

    razoabilidade e proporcionalidade, no quer dizer que se trata de

    poder discricionrio, pois no h margem de liberdade entre punir ou

    no punir, se existir a violao ao dever funcional, por parte do

    servidor.

    Diante do ilcito, configurado e comprovado, o administrador somente

    poder definir qual a pena mais adequada, entre as previstas no

    ordenamento, nem que seja somente uma advertncia escrita,

    dever aplic-la.

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    Assim, no punir somente aceitvel se a conduta ilcita no tiver

    configurada ou o agente no a tiver praticado, ou no h provas para

    conden-lo, conforme entendimento do STJ.

    Gabarito: Certo.

    36. (OFICIAL DE INTELIGNCIA - ABIN - CESPE/2008)

    Decorre do poder disciplinar do Estado a multa aplicada pelo

    poder concedente a uma concessionria do servio pblico que

    tenha descumprido normas reguladoras impostas pelo poder

    concedente.

    Comentrio:

    E a? V o que eu disse.

    Quando h uma relao, um vnculo, entre o particular e o Estado h

    a incidncia do poder disciplinar. Acaso no haja esse vnculo, atos

    punitivos decorrem do poder de polcia.

    Por isso, a aplicao de penalidade a uma concessionria de servio

    pblico decorre do poder disciplinar.

    importante lembrarmos que se deve observar, em todos os casos, o

    contraditrio e a ampla defesa, pois so garantias

    constitucionalmente asseguradas.

    Gabarito: Certo.

    37. (TCNICO JUDICIRIO - ADMINISTRATIVA - TRE/MT -

    CESPE/2010) No exerccio do poder disciplinar, cabe

    administrao apurar e aplicar penalidades aos servidores

    pblicos e s demais pessoas sujeitas disciplina

    administrativa.

    Comentrio:

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    TRIBUNAIS - CESPE/FCC

    De fato, como j bem observamos, o poder disciplinar confere

    Administrao o poder de punir no mbito interno os ilcitos

    funcionais de seus agentes, bem como de outras pessoas ou rgos

    sujeitos disciplina da Administrao.

    Gabarito: Certo.

    38. (PROCURADOR DE ESTADO - PGE/PE - CESPE/2009) O

    poder disciplinar, que confere administrao pblica a tarefa

    de apurar a prtica de infraes e de aplicar penalidades aos

    servidores pblicos, no tem aplicao no mbito do Poder

    Judicirio e do MP, por no haver hierarquia quanto ao

    exerccio das funes institucionais de seus membros e

    quanto ao aspecto funcional da relao de trabalho.

    Comentrio:

    Em que pese no mbito do Poder Judicirio e do Ministrio Pblico, no

    exerccios de suas funes tpicas, seus membros atuarem com

    independncia funcional, isso no os coloca margem do poder

    punitivo da Administrao.

    que tais agentes, enquanto agentes pblicos, esto submetidos

    disciplina interna da Administrao, de modo que podem sofrer

    sanes administrativas quando violarem suas atribuies legais,

    existindo, como regra, o rgo de corregedoria que exerce o poder

    disciplinar.

    Gabarito: Errado.

    39. (TCNICO EM COMUNICAES - DPU - CESPE/2010) O

    poder disciplinar aquele pelo qual a administrao pblica

    apura infraes e aplica penalidades aos servidores pblicos e

    a pessoas sujeitas disciplina administrativa, sendo o

    processo administrativo disciplinar obrigatrio para a hiptese

    de aplicao da pena de demisso.

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    Comentrios:

    De fato, no mbito do poder disciplinar a Administrao tem poderes

    para apurar infraes e aplicar penalidades aos seus agentes e

    demais pessoas sujeitas disciplina interna, sendo que, no mbito

    das infraes administrativa de seus servidores necessrio, para

    aplicao de penalidade de demisso a abertura de processo

    administrativo disciplinar.

    Gabarito: Certo.

    40. (PROCURADOR 3a CATEGORIA - PGE/CE - CESPE/2008)

    Atividade da administrao pblica, expressa em atos

    normativos ou concretos, de condicionar, com fundamento em

    sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a

    propriedade dos indivduos, mediante ao ora fiscalizadora,

    ora preventiva, ora repressiva, impondo coercitivamente aos

    particulares um dever de absteno (non facere), a fim de

    conformar-lhes os comportamentos aos interesses sociais

    consagrados no sistema normativo. (Celso Antnio Bandeira

    de Mello. Curso de direito administrativo. Editora Malheiros.

    20.a ed., p. 787). A definio objeto do fragmento de texto

    acima se refere ao poder de polcia.

    Comentrio:

    De fato, justamente essa a definio de poder de polcia dada por

    Celso Antnio Bandeira de Mello.

    Nesse sentido, Hely Lopes Meirelles, define poder de polcia como a

    faculdade de que dispe a Administrao Pblica para condicionar e

    restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em

    benefcio da coletividade ou do prprio Estado.

    Todavia, podemos extrair a definio do poder de polcia, de forma

    mais abrangente, do Cdigo Tributrio Nacional, conforme artigo 78

    ao expressar que:

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    Art. 78. Considera-se poder de polcia a atividade da

    Administrao Pblica que, limitando ou disciplinando

    direito, interesse ou liberdade, regula prtica de ato ou

    absteno de fato, em razo de interesse pblico

    concernente segurana, higiene, ordem, aos

    costumes, disciplina da produo e do mercado, ao

    exerccio de atividade econmicas dependentes de

    concesso ou autorizao do Poder Pblico,

    tranqilidade pblica ou ao respeito propriedade e

    aos direitos individuais e coletivos.

    de se ressaltar que o fundamento do poder de polcia o princpio

    da predominncia do interesse pblico sobre o particular, que d a

    Administrao posio de supremacia sobre os administrados, ou

    seja, tal prerrogativa conferida Administrao no sentido de velar,

    zelar pelo interesse pblico.

    Poder de polcia, em acepo ampla, significa a atividade estatal de

    condicionar a liberdade e a propriedade ajustando-as aos interesses

    coletivos, compreendo tanto os atos legislativos quanto os atos

    executivos.

    Em sentido estrito corresponde atividade administrativa que impe

    restries liberdade e propriedade, por meio de intervenes

    abstratas ou concretas da Administrao.

    Gabarito: Certo.

    41. (ANALISTA JUDICIRIO - JUDICIRIA - TRE/BA -

    CESPE/2010) O poder de polcia, considerado como a

    atividade do Estado limitadora do exerccio dos direitos

    individuais em benefcio do interesse pblico, atribudo com

    exclusividade ao Poder Executivo.

    Comentrio:

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    O poder de polcia atividade do Estado que visa limitar, condicionar

    ou restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais,

    em benefcio da coletividade ou do prprio Estado.

    Todavia, poder atribudo ao Estado, na sua funo administrativa,

    de modo que no atividade exclusiva do Poder Executivo.

    Gabarito: Errado.

    42. (ASSESSOR JURIDCO - PREF. NATAL/RN - CESPE/2008)

    O poder de polcia, regido pelo direito administrativo, o meio

    pelo qual a administrao pblica exerce atividade de

    segurana pblica, seja por meio da polcia civil, seja pela

    polcia militar, a fim de coibir ilcitos administrativos.

    Comentrio:

    Com efeito, j sabemos que o poder de polcia atividade que incide

    sobre bens, atividades ou direitos, ou seja, na restrio, limitao ao

    exerccio destes.

    Dessa forma, possvel entender que o poder de polcia poder ser

    encontrado em duas reas, no mbito da polcia administrativa e o da

    polcia judiciria.

    Porm, no devemos confundir uma coisa com outra, ou seja, a

    polcia administrativa com a judiciria.

    A Polcia Judiciria a polcia de segurana do Estado, atuando no

    sentido de manter a ordem e a segurana pblica, combatendo a

    criminalidade, atuando por meio de rgos de defesa (Polcia Civil e

    Federal, por exemplo).

    Ento, podemos dizer que a polcia judiciria tem atuao

    predominantemente voltada para as pessoas, no combate

    criminalidade, represso penal, segurana pblica.

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    A polcia administrativa, por outro lado, no incide sobre pessoas,

    incide sobre bens, atividades, e liberdades individuais, tanto

    preventiva quanto repressivamente, ou seja, atua no combate a

    ilcitos administrativos, anti-sociais, na fiscalizao dos diversos

    setores sociais (comrcio, sanitrio, meio ambiente etc).

    Portanto, enquanto a polcia administrativa regida pelo Direito

    Administrativo, a polcia judiciria deve observar as normas de direito

    criminal (processuais e penais).

    Gabarito: Errado.

    43. (ANALISTA JUDICIRIO - JUDICIRIA - TJDFT -

    CESPE/2008) No exerccio do poder de polcia, a

    administrao pblica est autorizada a tomar medidas

    preventivas e no apenas repressivas.

    Comentrio:

    Como acabamos de ver, no mbito do exerccio do poder de polcia

    poder ser efetivadas medidas de cunho repressivo, quanto de cunho

    preventivo.

    Significa dizer que no exerccio da polcia administrativa preventiva a

    Administrao expedir os atos normativos (regulamentos, portarias

    etc), ou seja, atos gerais e abstratos, que delimitaro a atividade e o

    interesse dos particulares em razo do interesse pblico.

    No tocante ao poder de polcia repressivo a Administrao ir atuar

    no sentido de fiscalizar atividades e bens, verificando a existncia de

    infraes s disposies preventivas e punindo as condutas ilcitas

    administrativas.

    No primeiro caso, ou seja, do exerccio do poder de polcia preventivo

    podemos citar a necessidade, por exemplo, de se requerer o alvar

    de funcionamento para abertura de bares ou restaurantes. No

    segundo caso, polcia repressiva, temos a fiscalizao estatal a fim de

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    verificar se os bares e restaurantes tm os referidos alvars e se

    cumprem as regras inerentes segurana, sade etc.

    Gabarito: Certo.

    44. (TCNICO JUDICIRIO - ADMINISTRATIVA - TRE/BA -

    CESPE/2010) O poder de polcia manifesta-se apenas por meio

    de medidas repressivas.

    Comentrio:

    Como destacado, o poder de polcia pode tanto ser preventivo (edio

    de normas, exigncia de alvars etc), como repressivo (apreenso de

    mercadorias, fechamento de estabelecimento, aplicao de multas).

    Gabarito: Errado.

    45. (FCC/2010 - TRF 4a REGIO - ANALISTA JUDICIRIO)

    Dentre outros, so atributos ou qualidades do poder de polcia

    a) o motivo e a tipicidade.

    b) a forma e a finalidade.

    c) a discricionariedade e a coercibilidade.

    d) a auto-executoriedade e a forma.

    e) a presuno de legitimidade e a competncia.

    Comentrio:

    As alternativas "a", "b", "d" e "e" est erradas. que trazem

    elementos ou requisitos do ato administrativo (competncia,

    finalidade, forma, motivo e objeto). J a presuno de legitimidade

    atributo do ato administrativo.

    A alternativa "c" est correta. De fato, os atributos do poder de

    polcia so a discricionariedade, a autoexecutoriedade a

    coercibilidade.

    Gabarito: "C".

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    46. (FCC/2010 - TRE/AL - ANALISTA JUDICIRIO) O poder

    de polcia

    a) na rea administrativa no difere do poder de polcia na rea

    judiciria.

    b) exercido por meio de medidas preventivas, vedadas as medidas

    repressivas.

    c) tem como atributos, dentre outros, a autoexecutoriedade e a

    coercibilidade.

    d) tem como fundamentos os princpios da legalidade e da

    moralidade.

    e) no se subordina a limites, visto que, sendo prioritariamente

    discricionrio, a forma de atuao fica ao livre arbtrio da autoridade.

    Comentrio:

    mera repetio da anterior. Os atributos do poder de polcia so a

    discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade.

    A alternativa "a" est errado porque o poder de polcia administrativo

    difere sobremaneira do poder de polcia judiciria, que este

    voltado ao combate aos crimes e incide sobre pessoas. Aquele, por

    outro lado, voltado aos ilcitos administrativos e incide sobre

    atividades, bens ou propriedade.

    A alternativa "b" est errado porque o poder de polcia administrativa

    tanto exercido por condutas preventivas, quanto repressivas.

    A alternativa "d" est errada na medida em que o fundamento do

    poder de polcia a supremacia do interesse pblico sobre o

    particular.

    A alternativa "e" est errada, j que h limites ao exerccio do