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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Educação Ambiental na Lona Cultural Ana Cristina Oliveira Lemos Orientador Francisco Carrera Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · caminho com a certeza que os momentos árduos das etapas de minhas experiências foram e serão sempre passageiros. Agradeço a

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Educação Ambiental na Lona Cultural

Ana Cristina Oliveira Lemos

Orientador

Francisco Carrera

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A LONA CULTURAL

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau do

curso de Pós-Graduação em GESTÃO AMBIENTAL

Por: Ana Cristina Oliveira Lemos

Rio de Janeiro-RJ

2012

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Universidade Cândido Mendes

Ana Cristina Oliveira Lemos

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A LONA CULTURAL

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau do

curso de Pós-Graduação em GESTÃO AMBIENTAL

Por: Ana Cristina Oliveira Lemos

Rio de Janeiro-RJ

2012

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AGRADECIMENTOS

Soltaram-me num grande jardim. Colhi uma braçada de Flores um pouco ao acaso da hora. O essencial é que o meu ramo evoque o jardim nas suas cores e nos

seus aromas. E falta muita flor no meu ramo. Cumpre dizer que as omissões não

significam desdém. Manuel Bandeira

Agradeço primeiramente a Deus pela benção de minha vida e por sempre nortear meu

caminho com a certeza que os momentos árduos das etapas de minhas experiências

foram e serão sempre passageiros.

Agradeço a garça Karina Valério Cançado, que surgiu em meu caminho para mostrar

que temos que seguir o lema: “Para o alto e avante, sempre!”.

Agradeço a uma flor em forma de gente que emanou o perfume da generosidade porque sem ela não conseguiria realizar este trabalho, professora Ângela Maria Bittencourt Fernandes da Silva. Com muita gratidão!

Enfim, agradeço a todos os que me acompanharam nessa fase de especialização, seja

com participação direta ou indireta, e de maneira muito especial aos meus pais.

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DEDICATÓRIA

“A educação deve contribuir para a autoafirmação da pessoa

(...) e ensinar como se tornar cidadão. Um cidadão é definido,

em uma democracia, por sua solidariedade e responsabilidade

em relação à sua pátria. O que supõe nele o enraizamento de

sua identidade nacional.”

Edgar Morin

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RESUMO

Este trabalho pretende demonstrar a necessidade da Educação Ambiental como um

todo. Para desenvolvermos um trabalho em conjunto hoje para o futuro do ser humano e

do planeta. Não no sentido de haver uma cadeira específica para tal, mas entrelaçada em

todas as demais disciplinas.

A principal tarefa da Educação Ambiental é o desenvolvimento do Senso Crítico, pois

assim estará sendo dada a chance das pequenas comunidades afastadas dos grandes

centros e da população em geral a dizerem “não” aos especuladores que só querem

lucrar, sem se preocuparem com o ambiente, com as demais culturas e com futuros

problemas sociais decorrentes da falta de sustentabilidade. Alguns outros objetivos são

sensibilizar as pessoas sobre o drama dos problemas ambientais que clamam por

soluções imediatas e prover conhecimento abrangente às pequenas populações, para que

estas possam discutir sobre projetos ambientais dentro de suas terras e mudar o

comportamento, ou seja, transformar pessoas e comunidades passivas em agentes ativos

e lutadores por seus direitos.

O desenvolvimento urbano deve ser feito com um extensivo trabalho de planejamento,

pois o crescimento demográfico nos países em desenvolvimento é acentuado. Os

problemas provenientes da falta do planejamento urbano estão mais próximos do que

parece. Enfrenta-se hoje mundialmente o problema da falta de água potável. Este

problema é decorrente do assoreamento de rios e lagoas, principais fontes de água doce.

É preciso desenvolver o Senso Crítico tanto nas comunidades desprovidas de

informação, as quais, geralmente são alvo dos que visam manipula-las, quanto nas que

se dizem “estudadas”, mas que votam nos mesmos corruptos de um passado recente.

Porém, não se pode ter uma visão pequena, devemos desenvolvê-lo nas crianças, pois

assim estaremos evitando este problema no futuro.

PALAVRAS-CHAVE: educação ambiental, meio ambiente, conscientização, lona

cultural e senso crítico.

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ABSTRACT

This paper argues the need for environmental education as a whole. To develop a joint

work today for the future of mankind and the planet. Not in the sense of having a

special chair for this, but woven into all other disciplines.

The main task of environmental education is the development of critical sense, so that's

being given the chance of small communities away from big cities and the general

population to say "no" to speculators who only want to profit, without worrying about

the environment with other cultures and future social problems arising from lack of

sustainability. Some other goals are to raise awareness about the plight of the

environmental problems that call for immediate solutions and provide comprehensive

knowledge to small populations, so they can discuss environmental projects on their

lands and to change behavior, or transform people and communities passive and active

agents in fighting for their rights.

Urban development should be done with an extensive planning work, as the population

growth in developing countries is enhanced. The problems stemming from lack of urban

planning are closer than they appear. World faces today is the shortage of drinking

water. This problem is due to siltation of rivers and lakes, major sources of freshwater.

We must develop the critical sense in both communities deprived of information, which

are usually target those who seek to manipulate them, and those that claim to be

"studied", but who vote the same corrupt in the recent past. Yet we can have a little

vision, we must develop it in children, because that way we avoid this problem in the

future.

KEYWORDS: ambient education; environment; awareness; cultural canvas and

critical sense.

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SUMÁRIO AGRADECIMENTOS .................................................................................................... iv

DEDICATÓRIA ............................................................................................................... v

RESUMO ........................................................................................................................ vi ABSTRACT ................................................................................................................... vii METODOLOGIA ............................................................................................................. 2

Educação Ambiental ..................................................................................................... 6

Breve Histórico da educação ambiental .................................................................. 8

Educação Ambiental Formal .................................................................................. 11

Educação Ambiental Não-Formal .......................................................................... 12

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA .................................................................. 14

Meio ambiente e cultura ............................................................................................. 14

Educação ambiental: atores, práticas e alternativas.................................................... 16

Projetos Cultura e meio ambiente ............................................................................... 20

1. Instituto Guatambu de Cultura Educação, Cultura e Meio Ambiente ............... 21

2. Cultura Ambiental nas Escolas .......................................................................... 21

3. Projeto cultural-ambiental “acorde para o meio ambiente”..............................211

4. Ong acema - organização não governamental arte cultura e meio ambiente, .. 22

5. Educação Ambiental e Inclusão Social .............................................................. 22

Lona Cultural .............................................................................................................. 22

Bangu .......................................................................................................................... 24

Lona Cultural Municipal Hermeto Pascoal – Bangu ............................................. 25 PROPOSTA DE PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA LONA CULTURAL MUNICIPAL HERMETO PASCOAL.....................................................27 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.................................................................................37

ANEXOS ........................................................................................................................ 39 ANEXO 1 - Instituto Guatambu de Cultura Educação, Cultura e Meio Ambiente ...39

ANEXO 2 - Cultura Ambiental em Escolas: Ferramentas para aplicação de conceitos de Educação Ambiental...............................................................................................45 ANEXO 3 -Projeto Cultural-ambiental “acorde para o meio ambiente” comemora um ano de realização com apresentação no Jardim Botânico em São Paulo....................47 ANEXO 4 - ONG Acema - Organização Não Governamental Arte Cultura e Meio Ambiente ...................................................................................................................49

ANEXO 5- Educação Ambiental e Inclusão Social...................................................51

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METODOLOGIA

O termo “pesquisa de campo” é normalmente empregado na Psicologia Social para

descrever um tipo de pesquisa feito nos lugares da vida cotidiana e fora do laboratório

ou da sala de entrevista. Nesta ótica, o pesquisador ou pesquisadora vai ao campo para

coletar dados que serão depois analisados utilizando uma variedade de métodos tanto

para a coleta quanto para a análise (SPINK, 2003).

É esta potencialidade de movimento do pesquisador como parte do campo, que mostra

não somente as possibilidades, mas também as restrições de acesso aos espaços chaves

de argumentação e debate. Campo, entendido como campo-tema, não é um universo

“distante”, “separado”, “não relacionado”, “um universo empírico” ou um “lugar para

fazer observações”.

Todas estas expressões não somente naturalizam, mas também escondem o campo;

distanciando os pesquisadores das questões do dia a dia. Pode-se negociar acesso às

partes mais densas do campo e em consequência ter um senso de estar mais presente na

sua processualidade. Mas isso não quer dizer que não se esta no campo em outros

momentos; uma posição periférica pode ser periférica, mas continua sendo uma posição.

O campo-tema, como complexo de redes de sentidos que se interconectam, é um espaço

criado - usando a noção de Henri Lefebvre (1991) - herdado ou incorporado pelo

pesquisador ou pesquisadora e negociado na medida em que este busca se inserir nas

suas teias de ação.

Campo, portanto é o argumento no qual estamos inseridos; argumento este que têm

múltiplas faces e materialidades, que acontecem em muitos lugares diferentes. Os

lugares – por exemplo, uma aldeia de pesca – fazem parte do campo tanto quanto as

conversas (RIBEIRO, 2003).

A partir destes conceitos, este trabalho será elaborado por meio da pesquisa de campo

na Lona Cultural Hermeto Pascoal, que desenvolve atividades culturais na zona oeste do

Município do Rio de Janeiro.

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Essa pesquisa se justifica porque é dever constitucional, como parte da coletividade,

defender e preservar o meio ambiente para presente e futuras gerações (art. 225-

CRFB/88) por meio da educação ambiental não - forma1 com o fulcro da lei 9.795/99;

enfatizando que a educação ambiental não tem restrições quanto o espaço a ser

desenvolvida, mormente deve – se aproveitar os espaços criados para a promoção da

cidadania.

Vale destacar que o binômio: Educação-Cultura, como fatores eminentes para

elaboração de processos que sensibilizem e leve à conscientização ambiental,

aproveitando o contexto local, que além de promover a cidadania (ambiental),

difundindo informações de forma acessível de assuntos pertinentes a planos estratégicos

da cidade, destaca-se a importância de envolver cidadãos na participação de audiências

públicas contribuindo para uma reflexão e ação com avaliação crítica para a promoção

da melhoria da qualidade de vida .

Esta pesquisa tem por objetivo geral exortar a comunidade local para acolher a

educação ambiental como tema transversal na cultura, por meio da formação de valores,

participação de decisões no meio natural, social, cultural; resgatando sua autoestima,

com perspectiva do uso do senso crítico para que a mesma não seja encarada como um

adestramento ambiental. E como objetivos específicos: valorização dos aspectos sócio

históricos local, através da cultura (arte, música, dança, etc.) destacando o prisma

ambiental; implementação de trabalhos sociais com materiais considerados “lixos

(garrafas pets, latas de alumínio, etc.); implementação de Coleta Seletiva na Lona

Cultural; comunicação ambiental para sensibilização do público da Lona Cultural,

comércio e comunidades circundantes; formação de atores (multiplicadores) pela

comunidade e pelo meio artísticos (musical, teatral, etc.); disseminação de informações

para democratização dos planos estratégicos da Cidade do Plano Plurianual , Plano

Diretor e Agenda 21.

Depois de delimitados os objetivos se fará um levantamento bibliográfico visando

conceituar educação ambiental, meio ambiente, cultura, lona cultura e por fim no

terceiro capítulo será realizado a Proposta de Projeto de Educação ambiental para Lona

Cultural Municipal Hermeto Pascoal.

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Para o projeto, se fará pesquisa de campo visando conhecer o espaço e verificar se o

mesmo suporta e tem interesse em desenvolver esta proposta. A partir daí iniciar-se-á a

implantação do projeto, independente da conclusão deste curso.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O conceito de Educação Ambiental varia de interpretações, de acordo com cada

contexto, conforme a influência e vivência de cada um. Para muitos, a Educação

Ambiental restringe-se em trabalhar assuntos relacionados à natureza: lixo, preservação,

paisagens naturais, animais, etc. Dentro deste enfoque, a Educação Ambiental assume

um caráter basicamente naturalista.

Atualmente, a Educação Ambiental assume um caráter mais realista, embasado na busca

de um equilíbrio entre o homem e o ambiente, com vista à construção de um futuro

pensado e vivido numa lógica de desenvolvimento e progresso (pensamento positivista).

Neste contexto, a Educação Ambiental é ferramenta de educação para o

desenvolvimento sustentável (apesar de polêmico o conceito de desenvolvimento

sustentável, tendo em vista ser o próprio "desenvolvimento" o causador de tantos danos

sócio-ambientais).

Ampliando a maneira de perceber a Educação Ambiental podemos dizer que se trata de

uma prática de educação para a sustentabilidade. Para muitos especialistas, uma

Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável é severamente criticada pela

dicotomia existente entre "desenvolvimento e sustentabilidade".

Na tentativa de fazer uma análise sobre os conceitos desta prática, colocamos à

disposição diferentes definições para a Educação Ambiental, a fim de perceber este

conceito de forma mais abrangente e contextual. Para perceber a abrangência e o

significado da Educação Ambiental é preciso uma forma de pensar mais complexa – da

teoria moriniana. Só assim será possível a evolução deste conceito ao seu amplo

significado. A Educação Ambiental tem como um de seus objetivos sensibilizar os

cidadãos e as cidadãs sobre a problemática ecológica que enfrentamos hoje em dia.

Politizar a questão ambiental significa, em primeiro lugar, compreender e tratar os recursos naturais como bens coletivos indispensáveis à vida e sua reprodutibilidade, e o acesso a esses recursos como um direito público e universal. Significa reconhecer o meio ambiente como a base de sustentação para as sociedades humanas e não-humanas. LIMA (2002: p. 130)

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Educação Ambiental

Reigota (1994) refere que “O conteúdo mais indicado deve ser originado do

levantamento da problemática ambiental vivida cotidianamente pela comunidade a ser

trabalhada e que se queira resolver”. Neste sentido, podem-se usar conteúdos bem

diversos na Educação Ambiental, tais como saneamento básico, degradação da fauna e

flora, poluição em geral, efeito estufa, biodiversidade, reciclagem do lixo doméstico e

industrial, energia nuclear, produção armamentista, esgoto clandestino, contaminação

dos mananciais, assoreamento do solo, degradação da vegetação litorânea, aterro de

mangues, entre outros.

A Educação Ambiental não deve priorizar a transmissão de conceitos específicos da

biologia e/ou geografia. No entanto, alguns conceitos básicos, tais como ecossistema,

habitat, nicho ecológico, fotossíntese, cadeia alimentar, cadeia de energia etc.; devem

ser compreendidos e não decorados. Reigota (1994), ao desenvolver estes conceitos teve

como objetivo fazer a ligação entre a ciência e os problemas ambientais cotidianos,

dessa maneira que, cada disciplina tem contribuição a dar nas atividades de Educação

Ambiental. Assim sendo, o conteúdo deve possibilitar as pessoas (neste caso alunos) a

fazerem ligações entre a ciência e as questões imediatas e mais gerais.

Reigota (1994) reforça este pensamento ao dizer que:

“Precisamos ter claro que o problema ambiental não está na quantidade de pessoas existente no planeta e que necessita consumir cada vez mais os recursos naturais para se alimentar, vestir, morar, etc.... É importante entender que o problema está no consumo excessivo desses recursos por uma pequena quantidade da população mundial e no desperdício e produção de artigos inúteis e de mau agouro à qualidade de vida. Não se trata de garantir a preservação de determinadas espécies animais e vegetais e dos recursos naturais, não esquecendo a importância destas questões. O que deve ser prioridade são as relações econômicas e culturais entre homem natureza e homem humanidade” (REIGOTA, 1994).

Dessa forma, o componente filosófico da Educação Ambiental relata que ela é tão

importante quanto o comportamento e deve ser entendida como Educação Política, no

sentido de que ela reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça social e

autogestão, ou ao menos gestão (realmente) participativa.

A Educação Ambiental como Educação Política enfatiza a questão “por que fazer”,

antes de “como fazer”. Considerando que a Educação Ambiental surge num momento

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histórico de grandes mudanças no mundo, ela tende a questionar as opções políticas

atuais e o próprio conceito de educação existente, exigindo-a, criativa, inovadora e,

principalmente, crítica. Um papel de extrema importância na Educação Ambiental é a

ética.

O homem contemporâneo vive profundas dicotomias, dificilmente se considera como

um elemento da natureza, mas sim como um ser à parte, um observador, explorador e

dominador da mesma. Esse distanciamento fundamenta suas ações tidas como racionais,

mas cujas consequências graves exigem deles, nesse final de século, respostas

filosóficas e práticas para acabar com o antropocentrismo e o etnocentrismo. A

Educação Ambiental Crítica está, dessa forma, impregnada da utopia de mudar

radicalmente as relações que conhece hoje, sejam elas entre a humanidade, sejam entre

a natureza.

Desde seu início deste estudo, ficou claro que é absolutamente vital que os cidadãos do

mundo insistam para que se tomem medidas de apoio a um tipo de desenvolvimento

econômico que não tenha repercussões nocivas sobre a população. É de suma

importância a participação dos cidadãos na definição de um projeto econômico, portanto

político. A educação ambiental deve orientar-se para a comunidade. Deve proporcionar

um incentivo para os indivíduos participarem ativamente da resolução de problemas no

seu contexto de realidade específica. “Os cidadãos do mundo atuando em suas

comunidades” (REIGOTA, 1994), é a proposta traduzida na frase muito usada nos

meios ambientalistas: “Pensamento global e ação local”. A Educação Ambiental não

resolverá os complexos problemas ambientais planetários. No entanto ela pode influir

decisivamente para isso, quando forma cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres.

Os problemas ambientais foram criados por homens e mulheres e deles virão suas

soluções. Estas obras não virão de gênios, pensadores ou políticos, mas sim de mim, de

você, todos nós.

Os depoimentos a seguir foram extraídos de “O que é Educação Ambiental?” de

Reigota (1994).

Há muitos métodos possíveis para se transmitir Educação Ambiental. O mais adequado

é que cada professor(a) estabeleça o seu e que este vá de encontro às características de

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seus alunos. Na metodologia utilizada residem os aspectos que caracterizam a

criatividade do professor diante dos desafios que encontra cotidianamente.

As aulas expositivas não são muito recomendadas na aplicação da Educação Ambiental,

mas elas podem ser muito importantes quando bem preparadas e quando deixam espaço

para questionamentos de seus alunos. Uma aula expositiva bem dada, mesmo

considerada tradicional, ainda é muito melhor do que as aulas modernas, em que o

professor se fantasia tentando conquistar a sua simpatia, impedindo assim que o aluno

entre em contato com as ideias, conhecimentos, experiência e comportamento de uma

geração que não é sua.

A Educação Ambiental que visa a participação do cidadão na solução dos problemas

ambientais deve pregar metodologias que permitam ao aluno questionar dados e ideias

sobre um determinado tema, propor soluções e apresentá-las. Esse é o método Ativo,

ampliado em relação à definição dada acima. Com o método Ativo, o aluno participa

das atividades, desenvolve progressivamente o seu conhecimento e comportamento em

relação ao tema, de acordo com sua idade e capacidade. O método Ativo pressupõe que

o processo pedagógico seja aberto, democrático e que haja diálogo entre os alunos, entre

eles e os professores e a administração da escola, com a comunidade em que vive e com

a sociedade civil em geral.

Breve Histórico da educação ambiental

Relata-se aqui um breve histórico da preocupação humana com as questões ambientais a

fim de situar o leitor na linha do tempo do ambientalismo do final da década de 60 até

os dias atuais.

Em 1968 foi realizada, em Roma, uma reunião de cientistas dos países desenvolvidos

para discutir o consumo, as reservas de recursos naturais não renováveis e o crescimento

da população mundial até meados do Século XXI.

As conclusões do “Clube de Roma” deixam clara a necessidade urgente de se buscar

meios para a conservação dos recursos naturais e controlar o crescimento da população,

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além de se investir numa mudança radical na mentalidade de consumo e procriação.

Seus participantes observaram que: “o homem deve examinar a si próprio, seus

objetivos e valores. O ponto essencial da questão não é somente a sobrevivência da

espécie humana, porém, ainda mais, a sua possibilidade de sobreviver sem cair em um

estado inútil de existência”. Dessa reunião foi publicado o livro “Limites do

Crescimento” que foi durante muitos anos uma referência internacional às políticas e

projetos a longo termo e foi também alvo de muitas críticas, principalmente, de

intelectuais latino-americanos que liam nas entrelinhas a indicação de que para se

conservar o padrão de consumo dos países industrializados era necessário controlar o

crescimento da população nos países pobres. Um dos méritos dos debates e das

conclusões do “Clube de Roma” foi colocar o problema ambiental em nível planetário, e

como consequência disso, a Organizações das Nações Unidas – ONU – realizou em

1972, em Estocolmo, na Suécia, a primeira Conferência Mundial de Meio Ambiente

Humano.

O grande tema em discussão na conferência de Estocolmo foi a poluição ocasionada

principalmente pelas indústrias. O Brasil e a Índia, que viviam na época “milagres

econômicos”, defenderam a ideia de que “a poluição é o preço que se paga pelo

progresso”. Com essa “poluição oficial”, esses países abriram as portas para instalação

de multinacionais poluidoras, impedidas ou com dificuldades de continuarem operando

nas mesmas condições em seus respectivos países. Essa atitude não será sem

consequências graves e os resultados se farão sentir nos anos que virão.

No Brasil, o exemplo clássico é a cidade de Cubatão (SP), onde, devido à grande

emissão de gases na atmosfera e de efluentes tóxicos nos rios e manguezais da região,

crianças nasceram acéfalas; na Índia, o acidente de Bophal, ocorrido numa indústria

química multinacional que operava sem as medidas de segurança exigidas em seus

países de origem provocou a morte de milhares de pessoas. Este acidente junto ao da

usina nuclear de Tchernobyl são considerados os maiores acidentes ecológicos de nosso

tempo.

Uma resolução importante da conferência de Estocolmo foi a de que se deve educar o

cidadão para a solução dos problemas ambientais. Podemos então considerar que aí

surge o que se convencionou de Educação Ambiental. A United Nations Educational,

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Scientific and Cultural Organization (UNESCO) – organismo da ONU – responsável

pela divulgação e realização dessa nova perspectiva educativa, realiza seminários

regionais em todos os continentes, procurando estabelecer os seus fundamentos

filosóficos e pedagógicos. A partir desses seminários, um grande número de textos,

artigos e livros que foram publicados pela UNESCO em diversas línguas. Os principais

seminários realizados por essa instituição estão inseridos na história de Educação

Ambiental e precisam ser destacados.

Em 1975 foi realizada em Belgrado, na então Iugoslávia, uma reunião de especialistas

em educação, biologia, geografia, entre outros, quando se definiram os objetivos da

Educação Ambiental, publicados no que se convencionou chamar “A Carta de

Belgrado”. Em Tibilisi, na Geórgia (EX-URSS), em 1977, realizou-se o primeiro

Congresso Mundial de Educação Ambiental.

Nessa época, a então URSS vivia o início da Perestroika e da Glasnost, e temas como o

desarmamento, acordos de paz entre URSS e os EUA, democracia e liberdade de

opinião permeavam as discussões presentes. Muitos especialistas consideravam inútil

falar em Educação Ambiental e formação de cidadãos enquanto vários países

continuavam a produzir armas nucleares, impedindo a participação dos cidadãos nas

decisões políticas.

Nesse mesmo período, a primeira ministra norueguesa, Gro-Brundtland, patrocina

reuniões em várias cidades do mundo, inclusive São Paulo, SP, para se discutir os

problemas ambientais e as soluções encontradas após a conferência de Estocolmo. As

conclusões foram publicadas em várias línguas. O livro “Nosso Futuro Comum” (Our

Common Future), também conhecido por relatório Brundtland, fornece os subsídios

temáticos para a ECO-92. É a partir desse livro que o conceito de Desenvolvimento

Sustentável se torna mais conhecido. Aí também se enfatiza a importância da Educação

Ambiental para a solução de problemas sociais, ambientais, econômicos e políticos.

Nos vinte anos que separam as conferências mundiais de Estocolmo e do Rio de Janeiro

houve uma considerável mudança na concepção de meio ambiente. Na primeira se

pensava basicamente na relação homem e natureza; e na segunda o enfoque é pautado

pela ideia de desenvolvimento econômico. Essa mudança se fará sentir nos discursos,

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projetos e práticas que se autodefinem como sendo Educação Ambiental, mostrando a

sua criatividade e importância, por outro lado temos práticas muito simplistas que

refletem ingenuidade, oportunismo e confusão teórica, conceitual e política.

A Lei Federal nº 9.795 define a Educação Ambiental como “o processo por meio dos

quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,

habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente,

bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”

(art.1º, Lei Federal nº 9.795, de 27/4/99)

Para a UNESCO (1987) “A educação ambiental é um processo permanente no qual os

indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem

conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que os tornam

capazes de agir, individual ou coletivamente, na busca de soluções para os problemas

ambientais, presentes e futuros”.

Educação Ambiental Formal

Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 - Dispõe sobre a educação ambiental, institui a

Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.

Seção II

Da Educação Ambiental no Ensino Formal

Art. 9.o Entende-se por educação ambiental na educação escolar a desenvolvida no

âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas eprivadas, englobando:

I - educação básica:

a) educação infantil;

b) ensino fundamental e

c) ensino médio;

II - educação superior;

III - educação especial;

IV - educação profissional;

V - educação de jovens e adultos.

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Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada,

contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.

§ 1.o A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no

currículo de ensino.

§ 2.o Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto

metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada acriação

de disciplina específica.

§ 3.o Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os níveis,

deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais

a serem desenvolvidas.

Art. 11. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores,

em todos os níveis e em todas as disciplinas.

Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação complementar

em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento

dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.

Art. 12. A autorização e supervisão do funcionamento de instituições de ensino e de

seus cursos, nas redes pública e privada, observarão o cumprimento do disposto nos

arts. 10 e 11 desta Lei.

Educação Ambiental Não-Formal

Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 - Dispõe sobre a educação ambiental, institui a

Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.

Seção III

Da Educação Ambiental Não-Formal

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Art. 13. Entendem-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas

voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua

organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.

Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, incentivará:

I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços nobres,

de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas relacionados

ao meio ambiente;

II - a ampla participação da escola, da universidade e de organizações não-

governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à

educação ambiental não-formal;

III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas

de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade eas organizações não-

governamentais;

IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação;

V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de

conservação;

VI - a sensibilização ambiental dos agricultores;

VII - o ecoturismo.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA

Meio ambiente e cultura

A ideia que a expressão meio ambiente encerra é complexa, pois expressa uma série de

realidades, tanto físicas como sociais e culturais que permitem diferentes definições.

Apesar das infindáveis divergências, há tempos vem estabelecendo a definição de meio

ambiente e, por isto, encontra-se diversas definições que pretendem explicar a

conjunção dos termos meio e ambiente.

Desta maneira, o meio ambiente é uma daquelas expressões que, embora bastante

conhecidas, não costumam ser definidas com clareza. Neste caso a clareza não é mero

preciosismo. (...) Um erro bastante comum é confundir meio ambiente com fauna e

flora, como se fossem sinônimos. É grave também a constatação de que a maioria dos

brasileiros não se percebe como parte do meio ambiente, normalmente entendido como

algo de fora, que não os inclui (TRIGUEIRO, 2003, p. 13).

O ambiente humano natural é o meio onde todos vivem. É um sistema complexo e

dinâmico de relações e interferências recíprocas, que só pode ser analisado sob uma

ótica totalizante, que considera os aspectos naturais, sociais, econômicos, culturais,

éticos, políticos e jurídicos. (AGUIAR, 1998 p. 51)

O meio ambiente, por sua vez, deve possuir um conceito totalizador, porém estas

definições são suscetíveis de ser classificadas em dois grupos.

As definições contidas no primeiro grupo se referem ao meio ambiente como o conjunto

de elementos naturais (água, solo, ar e recursos biológicos) que são objeto de proteção

jurídica. Desde esta perspectiva estrita, o conceito de meio ambiente inclui: “aqueles

elementos naturais de titularidade comum e de características dinâmicas: a água, o ar,

veículos básicos de transmissão e suporte e fatores essenciais para a existência do

homem na terra”(MATÍN , 1991, p.86).

No segundo grupo, a definição incorpora, além dos aspectos naturais, os culturais e os

artificiais ou construídos e, desta forma, amplia o objeto em questão: “a interação do

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conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento

equilibrado da vida em todas as suas formas” (SILVA, 1997, p. 3).

A definição de fonte legal no Direito brasileiro foi inexistente até o nascimento da Lei

da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81), que o definiu como: “o conjunto

de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que

permite, abriga e rege a vida em todas suas formas” (art. 3º, I).

Embora se possa falar em meio ambiente marinho, terrestre, urbano etc., essas facetas

são partes de um todo sistematicamente organizado onde as partes, reciprocamente,

dependem uma das outras e onde o todo é sempre comprometido cada vez que uma

parte é agredida. Desse modo, a poluição do ar desarticula a biosfera; o uso de

agrotóxicos na agricultura atinge as cidades; a exploração desordenada das madeiras

amazônicas atinge dimensões climáticas, econômicas, demográficas, de fauna e flora.

Como se pode observar, o referido conceito apenas se refere aos aspectos naturais,

depreciando os culturais e artificiais. Neste sentido, os referidos conceitos são

suscetíveis de serem observados desde o ponto de vista dos agentes poluidores ou

degradantes do meio ambiente, enquanto que modificantes do estado natural dos

recursos naturais, culturais e artificiais.

A degradação do meio, causada pelo homem, ainda que ecoe estranhamente, é parte

integrante das propriedades que designará este conceito. As lesões e cicatrizes são um

elemento onipresente em todos os aspectos do meio ambiente e, por tanto, já não mais

se pode conceber um conceito sem este matiz.

A partir disso, o conceito de meio ambiente deve ser traçado articulando o meio

ambiente natural, o artificial e o cultural, bem como a noção de que a intervenção das

atividades humanas que são passíveis de causar modificações; meio ambiente e homem

são elementos interdependentes e dialógicos.

Apesar de se poder falar em meio ambiente cultural, artificial e natural (SILVA, 2000),

na prática sempre há uma convergência entre eles:

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A qualidade do meio ambiente urbano constitui mesmo um ponto de convergência da qualidade do meio ambiente natural (água, ar e outros recursos naturais) e da qualidade do meio ambiente artificial (histórico-cultural), pois a qualidade da vida das pessoas que se reúnem nas comunidades urbanas está claramente influenciada por quanto suceda nos meio, natural e obra do homem, que se acham diretamente relacionados. (SILVA, 2000, p. 150).

Em virtude da pluralidade de aspectos que a expressão meio ambiente engloba, há

autores que entendem inexistir um sentido unitário de ambiente (ANTUNES, 1994;

MACHADO, 1992). No entanto, defendem outros a necessidade de uma unidade

(LEUZINGER, 2002, p. 33).

Frise-se que o sentido dado à expressão meio ambiente aqui foi amplo, compreendendo

tanto o meio chamado cultural quanto o natural:

O conceito de meio ambiente há de ser, pois, globalizante, abrangente de toda natureza original e artificial, bem como os bens culturais correlatos, compreendendo, portanto, o solo, a água, o ar, a flora, as belezas naturais, o patrimônio histórico, artístico, turístico, paisagístico e arqueológico. ...O meio ambiente é, assim, a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas. A integração busca assumir uma concepção unitária do meio ambiente, compreensiva dos recursos naturais e culturais. (SILVA, 2000, p. 20).

Assim, além daqueles espaços para proteção da natureza em si, também aqueles criados

e que visam proteger a cultura, ou o meio ambiente cultural, devem ser considerados

espaços territoriais especialmente protegidos. Por outro lado, seria impossível imaginar

o ser humano que conseguisse viver sem os objetos que sua cultura lhe tem propiciado.

Educação ambiental: atores, práticas e alternativas. Nestes tempos em que a informação assume um papel cada vez mais relevante,

ciberespaço, multimídia, internet, a educação para a cidadania representam a

possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas

de participação na defesa da qualidade de vida. Nesse sentido cabe destacar que a

educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a co-

responsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um

novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável.

Entende-se, portanto, que a educação ambiental é condição necessária para modificar

um quadro de crescente degradação socioambiental, mas ela ainda não é suficiente, o

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que, no dizer de Tamaio (2000), se converte em “mais uma ferramenta de mediação

necessária entre culturas, comportamentos diferenciados e interesses de grupos sociais

para a construção das transformações desejadas”. O educador tem a função de mediador

na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos para o

desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza.

A problemática da sustentabilidade assume neste novo século um papel central na

reflexão sobre as dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram.

O quadro socioambiental que caracteriza as sociedades contemporâneas revela que o

impacto dos humanos sobre o meio ambiente tem tido consequências cada vez mais

complexas, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos.

Assim sendo, o avanço para uma sociedade sustentável é permeado de obstáculos, na

medida em que existe uma restrita consciência na sociedade a respeito das implicações

do modelo de desenvolvimento em curso. Pode-se afirmar que as causas básicas que

provocam atividades ecologicamente predatórias são atribuídas às instituições sociais,

aos sistemas de informação e comunicação e aos valores adotados pela sociedade. Isso

implica principalmente a necessidade de estimular uma participação mais ativa da

sociedade no debate dos seus destinos, como uma forma de estabelecer um conjunto

socialmente identificado de problemas, objetivos e soluções.

Para tanto é preciso que se criem todas as condições para facilitar o processo, suprindo

dados, desenvolvendo e disseminando indicadores e tornando transparentes os

procedimentos por meio de práticas centradas na educação ambiental que garantam os

meios de criar novos estilos de vida e promova consciência ética que questione o atual

modelo de desenvolvimento, marcado pelo caráter predatório e pelo reforço das

desigualdades socioambientais.

Nesse contexto, segundo Reigota (1998), a educação ambiental aponta para propostas

pedagógicas centradas na conscientização, mudança de comportamento,

desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação dos

educandos. Para Pádua e Tabanez (1998), a educação ambiental propicia o aumento de

conhecimentos, mudança de valores e aperfeiçoamento de habilidades, condições

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básicas para estimular maior integração e harmonia dos indivíduos com o meio

ambiente.

A relação entre meio ambiente e educação para a cidadania assume um papel cada vez

mais desafiador, demandando a emergência de novos saberes para apreender processos

sociais que se complexificam e riscos ambientais que se intensificam. As políticas

ambientais e os programas educativos relacionados à conscientização da crise ambiental

demandam cada vez mais novos enfoques integradores de uma realidade contraditória e

geradora de desigualdades, que transcendem a mera aplicação dos conhecimentos

científicos e tecnológicos disponíveis.

O desafio é, pois, o de formular uma educação ambiental que seja crítica e inovadora,

em dois níveis: formal e não formal. Assim a educação ambiental deve ser acima de

tudo um ato político voltado para a transformação social. O seu enfoque deve buscar

uma perspectiva holística de ação, que relaciona o homem, a natureza e o universo,

tendo em conta que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsável pela

sua degradação é o homem. Para Sorrentino (1998), os grandes desafios para os

educadores ambientais são, de um lado, o resgate e o desenvolvimento de valores e

comportamentos (confiança, respeito mútuo, responsabilidade, compromisso,

solidariedade e iniciativa) e de outro, o estímulo a uma visão global e crítica das

questões ambientais e a promoção de um enfoque interdisciplinar que resgate e construa

saberes.

Quando se fala de educação ambiental, ela se situa em contexto mais amplo, o da

educação para a cidadania, configurando-a como elemento determinante para a

consolidação de sujeitos cidadãos, cujo desafio é o fortalecimento da cidadania para a

população como um todo, onde se busca concretizar a possibilidade de cada pessoa ser

portadora de direitos e deveres, e de se converter, portanto, em ator corresponsável na

defesa da qualidade de vida. Sua principal atuação é buscar, acima de tudo, a

solidariedade, a igualdade e o respeito à diferença através de formas democráticas de

atuação baseadas em práticas interativas e dialógicas. Desenvolvendo o objetivo de criar

novas atitudes e comportamentos diante do consumo da sociedade e de estimular a

mudança de valores individuais e coletivos (JACOBI, 1997).

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Assim sendo, a educação ambiental é atravessada por vários campos de conhecimento, o

que a situa como uma abordagem multirreferencial, e a complexidade ambiental (LEFF,

2001) reflete um tecido conceitual heterogêneo, “onde os campos de conhecimento, as

noções e os conceitos podem ser originários de várias áreas do saber” (Tristão, 2002).

A educação ambiental deve ser vista como um processo de permanente aprendizagem

que valoriza as diversas formas de conhecimento e forma cidadãos com consciência

local e planetária. Os temas predominantes são lixo, proteção do verde, uso e

degradação dos mananciais, ações para conscientizar a população em relação à poluição

do ar. A educação ambiental que tem sido desenvolvida no país é muito diversa, e a

presença dos órgãos governamentais como articuladores, coordenadores e promotores

de ações é ainda muito restrita.

O grande salto de qualidade tem sido feito pelas ONGs e organizações comunitárias,

que tem desenvolvido ações não formais centradas principalmente na população infantil

e juvenil. A lista de ações é interminável e essas referências são indicativas de práticas

inovadoras preocupadas em incrementar a corresponsabilidade das pessoas em todas as

faixas etárias e grupos sociais quanto à importância de formar cidadãos cada vez mais

comprometidos com a defesa da vida.

A educação para a cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as

pessoas para transformar as diversas formas de participação em potenciais caminhos de

dinamização da sociedade e de concretização de uma proposta de sociabilidade baseada

na educação para a participação. Atualmente o desafio de fortalecer uma educação

ambiental convergente e multirreferencial é prioritário para viabilizar uma prática

educativa que articule de forma incisiva a necessidade de se enfrentar

concomitantemente a degradação ambiental e os problemas sociais. Assim, o

entendimento sobre os problemas ambientais se dá por uma visão do meio ambiente

como um campo de conhecimento e significados socialmente construído, que é

perpassado pela diversidade cultural e ideológica e pelos conflitos de interesse.

Nesse universo de complexidades precisa ser situado o aluno, cujos repertórios

pedagógicos devem ser amplos e interdependentes, visto que a questão ambiental é um

problema híbrido, associado a diversas dimensões humanas. A ênfase deve ser a

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capacitação para perceber as relações entre as áreas e como um todo, enfatizando uma

formação local/global, buscando marcar a necessidade de enfrentar a lógica da exclusão

e das desigualdades. Nesse contexto, a administração dos riscos socioambientais coloca

cada vez mais a necessidade de ampliar o envolvimento público por meio de iniciativas

que possibilitem aumento do nível de consciência ambiental dos moradores, garantindo

a informação e a consolidação institucional de canais abertos para a participação numa

perspectiva pluralista.

À medida que se observa cada vez mais dificuldade de manter-se a qualidade de vida

nas cidades e regiões, é preciso fortalecer a importância de garantir padrões ambientais

adequados e estimular uma crescente consciência ambiental, centrada no exercício da

cidadania e na reformulação de valores éticos, culturais e morais, individuais e

coletivos, numa perspectiva orientada para o desenvolvimento sustentável, centrada na

relação ser humano/natureza, e a sua dimensão cotidiana leva a pensá-la como

somatório de práticas e entendê-la na dimensão de sua potencialidade de generalização

para o conjunto da sociedade.

Projetos Cultura e meio ambiente

Talvez uma das características mais importantes do movimento ambientalista seja a sua

diversidade. Esse amplo espectro de práticas e atores confere-lhe um caráter

multissetorial que congrega inúmeras tendências e propostas orientadoras de suas ações,

considerando valores como equidade, justiça, cidadania, democracia e conservação

ambiental. Nesse amplo universo de ONGs, universidades e atores sociais, fazem

trabalho de base, umas voltadas para a militância, outras para valores políticos e outras

implementam projetos demonstrativos.

Neste sentido, o salto de qualidade do ambientalismo ocorre na medida em que se cria

identidade crescente entre o significado e dimensões das práticas, com forte ênfase na

relação entre degradação ambiental e desigualdade social, reforçando a necessidade de

alianças e interlocuções coletivas. Assim sendo, se percebe o desafio que surge no

ambientalismo do século XXI, que por um lado surge a participação cada vez mais ativa

na governabilidade dos problemas socioambientais e na busca de respostas articuladas e

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sustentadas em arranjos institucionais inovadores, que possibilitem uma

“ambientalização dos processos sociais”, dando sentido à formulação e implementação

de uma Agenda 21 no nível nacional e subnacional. De outro, a necessidade de ampliar

o escopo de sua atuação, mediante redes, consórcios institucionais e parcerias

estratégicas que ampliem seu reconhecimento na sociedade e estimulem o envolvimento

de novos atores.

Diversas experiências mostram que, havendo vontade política, é possível viabilizar

ações governamentais pautadas pela adoção dos princípios de sustentabilidade

ambiental conjugada a resultados na esfera do desenvolvimento econômico e social.

Dentre elas pode-se conhecer:

1. Instituto Guatambu de Cultura Educação, Cultura e Meio Ambiente Projetos de Intervenção Social nas Áreas de Cultura, Educação e Meio Ambiente

Situados em Região de Mata Atlântica na Serra da Cantareira, área de Mananciais e de

Reserva da Biosfera, este projeto inclui, estudos de educação ambiental independente de

seus objetivos ou peculiaridades, como forma de ação no sentido de reduzir cada vez

mais o impacto ambiental causado pela ocupação humana em regiões naturais e pelo

mau uso dessas reservas. (anexo 1)

2. Cultura Ambiental nas Escolas O projeto Cultura Ambiental nas Escolas iniciou-se com a estruturação de um kit como

ferramenta para o professor trabalhar o tema ambiental em sala de aula e interagir com

os alunos. Os materiais concebidos, então, foram um caderno voltado para o professor,

uma publicação para o aluno, um pôster de apoio com as mesmas ilustrações utilizadas

no material do aluno e uma fita de vídeo. Todos os materiais foram desenvolvidos

exclusivamente para o kit e em uma linguagem adequada para o público escolhido -

estudantes do segundo ciclo do Ensino Fundamental (anexo 2)

3. Projeto cultural-ambiental “acorde para o meio ambiente”

ACORDE PARA O MEIO AMBIENTE: o projeto cultural e ambiental “Acorde para o

Meio Ambiente” iniciou no Dia 5 de junho de 2003 – Dia do Meio Ambiente, cujos

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objetivos era de aproximar a população dos parques públicos, integrando-as ao meio e

oferecendo música de boa qualidade. (anexo 3)

4. Ong acema - organização não governamental arte cultura e meio ambiente,

Fundada em 12 de julho de 1998, com sede na Rua Pedro Brandão, 349, Bairro

Camoxinga, Santana do Ipanema, Alagoas, é uma entidade civil, de direito privado, de

caráter sócio ambientalista de assistência social, culturais, democrática e sem fins

lucrativos. (anexo 4)

5. Educação Ambiental e Inclusão Social

Tem por objeto desenvolver programas na área de educação ambiental, incluindo a

participação de pessoas portadoras de deficiência mental, por meio de práticas educação

ambiental e favorecer seu crescimento social. (anexo 5)

Lona Cultural

Lona Cultural é o nome comum de uma série de teatros de arena cobertos,

administrados pela Secretaria Municipal de Cultura onde ocorrem atividades de cunho

cultural como shows, peças teatrais, oficinas, feiras de arte e artesanato, cursos, etc.

Em sua história, as primeiras Lonas Culturais no Rio de Janeiro, são fruto do trabalho

comunitário de amantes das atividades culturais sendo algumas criadas por trabalho

voluntário e associado; onde estes grupos culturais e artísticos observando a não

utilização das coberturas dos centros de debates de ONG's e grupos ativistas durante a

RIO ECO'92 solicitaram à administração pública a sua utilização para criação de

espaços de arte e cultura no subúrbio carioca, dessa forma trabalhando cultura e meio-

ambiente conjuntamente (em que aproveitariam material que provavelmente seria

descartado). Mais tarde, recebeu auxílio da Secretaria Municipal de Cultura da cidade

do Rio de Janeiro; por meio de um mecanismo específico da época, a instituição

RIOARTE (atualmente extinto). Hoje em dia a coadministração se dá diretamente junto

à Secretaria Municipal de Cultura, sob uma subsecretaria; a de Gestão das Lonas

Culturais.

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As Lonas Culturais Municipais do Rio de Janeiro têm em comum um espaço aberto -

arena semicircular coberta por lona sintética (daí o nome característico destes espaços)

em sulcos nos padrões de cor verde e branco, provida de arquibancada em formato

ferradura e pequena área de arena ao centro; com palco rural (adaptado pela maioria das

administrações para palco tipo italiano )com iluminação e sonorização (figura 1) voltada

quase que especificamente para shows musicais. À exceção da maioria, duas Lonas; a

de Vista Alegre (João Bosco) e Magalhães Bastos (Gilberto Gil) tem sua arquitetura

mais parecida com a de palco elizabetano, com a arquibancada da plateia encostando-se

às laterais do palco, estreitando-o; sonorização e iluminação adequada como as demais.

Em geral, as Lonas Culturais estão dentro de espaços abertos/praças onde podem ser

desenvolvidas atividades que necessitam áreas externas, como espetáculos pirotécnicos.

Figura 1 - Lona Cultural

Com um dos conceitos para criar um mundo mais sustentável, as Lonas Culturais

surgiram de um encontro que tinha o escopo na preocupação da Ecologia Planetária e

utilizou um dos “R” a reutilização para democratizar a cultura; fazer uma transformação

através da inclusão para uma melhoria da qualidade de vida. Escrito

As Lonas Culturais são um exemplo de política pública comprometida com a inclusão, a

transformação e o desenvolvimento, revitalizando espaços públicos, estimulando a

convivência comunitária e despertando sentimento de cidadania e pertencimento à

cidade do Rio de Janeiro.

Nesse sentido, as lonas culturais simbolizam a política adotada pela Secretaria

Municipal de Cultura, que prioriza a multiplicação do acesso à cultura e a

descentralização da produção cultural, estimulando a formação de novas plateias e

artistas. As dez lonas culturais têm cumprido o compromisso de oferecer espetáculos de

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música, teatro, dança e poesia, além de cursos, oficinas e palestras gratuitas e a preços

populares para crianças, jovens, adultos e idosos.

Bangu

Considerando o quadro nacional, poder-se-ia a princípio afirmar que o Rio de Janeiro é

uma cidade privilegiada por apresentar um espectro muito maior de opções de

equipamentos culturais. Encontra-se dentre os 0,4% dos municípios brasileiros que

possuem mais de cinco museus, dispõe de mais de 40 cinemas (com cerca de 147 salas)

e mais de 100 teatros. A cidade do Rio de Janeiro possui 159 bairros, divididos em 30

Regiões Administrativas (RA): Portuária, Centro, Rio Comprido, Botafogo,

Copacabana, Lagoa, São Cristóvão, Tijuca, Vila Isabel, Ramos, Penha, Inhaúma, Méier,

Irajá, Madureira, Jacarepaguá, Bangu, Campo Grande, Santa Cruz, Ilha do Governador,

Paquetá, Anchieta, Santa Teresa, Barra da Tijuca, Pavuna, Guaratiba, Rocinha,

Jacarezinho, Complexo do Alemão e Maré. Por sua vez, tais regiões estão distribuídas

em 5 Áreas de Planejamento (AP).

Bangu é um bairro da cidade do Rio de janeiro, RJ de classe média e média-baixa. Na

zona oeste da cidade, sendo um dos bairros mais populosos, com 244.518 habitantes

(IBGE, 2000) distribuídas numa área de 4.570,69 ha. Localizado no centro geográfico

da cidade, tem vizinhança os bairros Campo Grande, Senador Camará, Santíssimo,

Padre Miguel e Realengo. O bairro é muito conhecido pelas altas temperaturas que, no

verão, ultrapassam os 40 C (Georio).

A origem do nome do bairro é creditada possivelmente a uma corruptela de “u bang ú”,

que significa “o anteparo escuro” ou “barreira negra”, na linguagem indígena, ou ainda

“bang ú”, que significa “cercado por morros”. O termo ficou consagrado ainda, como

denominação de uma espécie de padiola feita de tiras de couro ou fibras trançadas,

usadas geralmente por dois homens para conduzir feixes de cana-de-açúcar cortada e

outros materiais, numa forma improvisada de transporte que deu origem à expressão

“fazer à Bangu”, cujo significado é fazer sem cuidado, de improviso.

Um importante ícone do bairro é a Fábrica Bangu, que hoje abriga as instalações do

novo Bangu Shopping, inaugurado no dia 30 de outubro de 2007. No esporte seu maior

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representante é o Bangu Atlético Clube, duas vezes Campeão Carioca (1933 e 1966),

Vice-Campeão Brasileiro de 1985, Campeão Mundial de 1960 e Campeão Carioca

(Série B) em 1911 e 1914. Além do Bangu, podemos citar o Céres Futebol Clube,

Campeão Carioca (Série C) em 1990, e o Esperança Football Club Campeão Carioca

(Série C) em 1918.

Lona Cultural Municipal Hermeto Pascoal – Bangu

A Lona Cultural Hermeto Pascoal, que nasceu de uma reivindicação da comunidade de

Bangu e adjacências, quando então se mobilizaram militantes culturais, artistas,

intelectuais, voluntários em ações socioeducativas e líderes comunitários, tem por

natureza ser um espaço democrático para fomento e empreendimento de eventos

culturais, artísticos, e sociais acessíveis à população dessa região, carente de aparelhos e

de iniciativas com essas características. Tal proposta reza no Estatuto da Associação de

Amigos da Lona Cultural Hermeto Pascoal (AALCHP), a qual conta com um Conselho

para determinar, orientar e fiscalizar as ações nela desenvolvidas.

A Lona Cultural Hermeto Pascoal é, com certeza, o gene que deu origem ao Projeto,

embora não tenha sido a primeira a ser instalada, e, provavelmente, seja a única a contar

com a participação oficial de um grupo constituído por artistas e militantes culturais da

comunidade em que se insere o que lhe confere maior representatividade e condições

morais para debater e analisar a forma de atuação dos órgãos públicos e dos gestores do

espaço.

Devido ao vazio cultural do bairro de Bangu, houve uma mobilização em prol de uma

democratização dos costumes, modos, hábitos, etc., da comunidade. Aproveitando que

os espaços públicos são importantes fontes de disseminação e multiplicação da

pluralidade cultural, sendo assim não podendo os mesmos ficar à margem destas

oportunidades.

Deduz-se, assim, que a Lona Cultural Hermeto Pascoal tem o perfil de um aparelho

público que procura atender à população no que concerne às suas necessidades de lazer

associado à cultura e ao “consumo” de artes, ora tornando possível o acesso da

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comunidade a produções artísticas e culturais de outras regiões, ora viabilizando a

presença de um ídolo ou de um grande espetáculo no seu palco ou na sua arena, ora

promovendo a produção artístico-cultural da própria localidade, tornando sujeito agente

(artistas e produtores) o povo, procurando concretizar a máxima em que se diz “O povo

sabe do que precisa, mas também precisa do que não sabe”. E o princípio que está

sedimentado na alma da LCHP é este: “Toda deferência deve ser dispensada no

atendimento e tratamento do público e do artista, independentemente do grau de

prestígio ou sucesso de que eles gozem, assim como do segmento artístico que

representam”.

A Lona Cultural Municipal Hermeto Pascoal, criada em 1997, oferece aos moradores da

zona oeste da cidade, shows, espetáculos de teatro e cinema, além de cursos, palestras e

oficinas de teatro infantil, violão, capoeira e yoga, se localiza na Praça 1º de maio s/n –

Bangu, para contato tem-se o telefone (21) 3332-4909, ou o e-mail é

[email protected], funcionando todos os dias, das 9h às 21h.

Figura 2 - Lona Cultural Hermeto Pascoal

As ações da LCHP são orientadas pela máxima e pelo princípio acima citados, com o

permanente cuidado para que ela não se desvirtue, tornando-se uma mera casa de

espetáculos que vise essencialmente ao ganho na bilheteria, ao gosto do frequentador

mais elitizado ou de maior poder aquisitivo, ou àquele que exerça maior pressão, ou, por

fim, à visibilidade, agendando exclusivamente eventos que contem com personalidades

que frequentam a mídia.

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PROPOSTA DE PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA LONA

CULTURAL MUNICIPAL HERMETO PASCOAL

Reduzir, Reutilizar e Reciclar - Proposta de Educação Ambiental para Lona

Cultural Hermeto Pascoal. (RRRHP)

Área Temática: Meio Ambiente

3.1.1. Resumo

Conscientes da necessidade de preservar o meio ambiente, tendo em vista o desperdício

de material reciclável no entorno da Lona cultural Hermeto Pascoal, sabendo que cada

tonelada de papel reciclado economiza até 20 árvores, desenvolvemos um trabalho com

o princípio dos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), que visa o reaproveitamento do

papel que está sendo desperdiçado, associando teoria e prática. Realizaremos encontros,

palestras, treinamentos, oficinas de reciclagem e reutilização de papel e educação

ambiental, tendo como alvo toda a comunidade de Bangu. Espera-se que todos que

participarem; tornam-se capazes de reciclar papel, utilizando técnicas artesanais. Vimos

que reciclando, evitamos que maior quantidade de papel se transformasse em lixo, e que

prolongamos sua vida útil. Os envolvidos ganharão consciência ambiental. Concluiu-se,

que a reciclagem de papel irá trazer alegria de saber que, com ela, pode-se ajudar a

solucionar o problema do acúmulo de lixo no mundo, e que evitará que maior número

de árvores seja derrubado.

Autor

Ana Cristina Oliveira Lemos (autor)

Palavras-chave: reciclagem; preservação; meio ambiente

3.1.2 Identificação

Identificação: Educação Ambiental

Nome do programa: Educação Ambiental na Lona Cultura Municipal Hermeto Pascoal

– Bangu

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Denominação do projeto: Reduzir, Reutilizar e Reciclar - Proposta de Educação

Ambiental para Lona Cultural Hermeto Pascoal.

Data de início: 05/06/2012

Data de término: 05/11/2012

3.1.3. Justificativa

Sendo parte da coletividade, existe um dever constitucional da mesma de defender e

preservar o meio ambiente para presente e futuras gerações (art.225 da Constituição

Federal); através da educação ambiental não formal com o fulcro da lei 9.795 99;

enfatizando que a educação ambiental não tem restrições quanto o espaço a ser

desenvolvida, mormente devem-se aproveitar os espaços criados para promoção da

cidadania.

Destacar o binômio: Educação-Cultura, como fatores eminentes para a elaboração de

processo que sensibilizem e leve à conscientização ambiental, aproveitando o contexto

local. Promover a cidadania (ambiental), difundindo informações de forma acessível de

assuntos pertinentes a planos estratégicos da cidade, destacando a importância dos

cidadãos na participação de audiências públicas (v.g. Plano Diretor), contribuindo para

uma reflexão e ação crítica para promoção da melhoria da qualidade de vida. E

democratizar a Agenda 21, pelo motivo da grande falta de conhecimento por parte da

sociedade.

Por estarmos conscientes da necessidade de preservar o meio ambiente, por

conhecermos a acelerada destruição dos recursos naturais do nosso planeta e

entendermos que Reduzir, no sentido de diminuir a quantidade de lixo produzido,

desperdiçando menos e consumindo só o necessário, sem exageros; Reutilizar, dando

nova utilidade a materiais que na maioria das vezes consideramos inúteis e jogamos no

lixo, e Reciclar, no sentido de dá “nova vida” a materiais a partir da reutilização de sua

matéria-prima para fabricar novos produtos, nos propomos a desenvolver um projeto de

Educação Ambiental para as escolas públicas e outras entidades do brejo paraibano, a

partir da reciclagem e reutilização de papel, uma vez que entendemos que estes

mecanismos são saídas ecologicamente corretas de preservação ambiental, pois assim

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estaremos combatendo o desperdício e criando mecanismos que possam assegurar um

mundo habitável para as gerações futuras. Esta ideia de reciclagem e reutilização de

papel surgiu a partir do momento em que observamos o desperdício de papel e outros

materiais recicláveis no âmbito do entorno da Lona Cultural Hermeto Pascoal, bem

como da nossa preocupação com a questão ambiental. Estamos vivendo momentos

cruciais, os noticiários denunciam a possível falta de água potável, crise energética,

desmatamento desordenado, poluição do ar, dos rios, além de doenças degenerativas,

causadas pela falta do conhecimento de causa. Conscientes, visto que segundo

pesquisas, estima-se que cerca da metade das florestas do planeta já foram devastadas e

que nos últimos trinta anos, o lixo do mundo multiplicou-se por três. A reciclagem e a

reutilização de papel, além de ajudar a solucionar o problema do acúmulo de lixo,

também diminui a devastação florestal.

Dados nos revelam que “cada tonelada de papel reciclado economiza de 17 a 20 árvores

(eucaliptos com sete anos de idade) ou uma área plantada de 100 a 350 m², diminui

aproximadamente 400 kilowats/hora em relação ao papel virgem, reduz a poluição do ar

e o consumo de água”. Diante dessas informações e ciente que o papel reciclado pode

ter inúmeras utilidades, que se podem constatar as várias maneiras de reutilização do

papel. Com esta experiência propomos a realizar um trabalho com o objetivo de

reaproveitar o material que está sendo desperdiçado no nosso ambiente de trabalho, bem

como nas escolas públicas e em outras instituições circunvizinhas a Lona Cultural.

Pretende-se desenvolver oficinas de reciclagem e reutilização de papel e de confecção

de material de apoio didático-pedagógico e artesanato, aproveitando o papel, caixas,

jornais, etc. coletado na própria Lona Cultural, contando com a ajuda de toda a

comunidade universitária, principalmente os alunos, pois como educadores sabemos que

o aprendizado ocorre de forma mais significativa quando vivenciado e quando o

educando sente-se parte daquilo que está estudando. Com esta atitude estaremos

desenvolvendo em nossa comunidade uma consciência ecológica, adotando medidas de

economia e preservação ambiental.

Como uma das principais características do projeto, a reciclagem e reutilização do papel

fazem do mesmo um assunto bastante atraente pela a variedade de utilização do material

reciclado, dependendo apenas da aplicação de técnica e da criatividade de cada um, é

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até provável que a ideia da reciclagem e reutilização do papel tenha aceitação nos vários

segmentos da sociedade e venha a se expandir gerando economia, emprego, além de

servir como terapia ocupacional e, consequentemente, minimizar os problemas nos

aterros sanitários, da poluição dos rios, do ar, as derrubadas de nossas florestas e os

gastos com água e energia.

Como estamos inseridos numa das regiões mais pobres do país, vivendo o desperdício

de papel que ocorrem em vários setores de uma instituição de ensino, certo da

necessidade de desenvolver desde cedo no educando uma consciência futurista, voltada

para o meio ambiente, o qual se localiza no seio de comunidades carentes, sem

perspectivas de trabalho que venha a apontar um caminho para sua realização, achamos

de maior relevância a proposta de trabalharmos uma educação ambiental com um

enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada disciplina, além do

potencial de criatividade dos nossos alunos principalmente, de modo que possamos

adquirir uma perspectiva global e equilibrada, associando teoria e prática, além de levar

nossos professores e alunos a uma reflexão mais profunda sobre a questão ambiental,

que hoje é tema de grandes discussões em todo o mundo.

A reciclagem é, indiscutivelmente, uma das melhores soluções para o problema que

representa a maior parte dos nossos resíduos domésticos. E, contudo, não é uma

"panaceia para todos os males". Também absorve energia e gera resíduo, exceto no

caso da compostagem. Inevitavelmente, deixa de fora uma série de materiais não

recicláveis cujo único destino possível é o aterro sanitário ou a incineração. Por isso

deve ser acompanhada de outras medidas como a Reutilização e uma perspectiva crítica

face ao modelo de consumo.

Cerca de 1,5 km de floresta tropical é destruída a cada 6 minutos. Uma área do tamanho

da Áustria é desmatada a cada ano. Uma árvore é plantada para cada 10 que são

derrubadas. Nesse ritmo, toda a floresta tropical restante estará destruída até ao ano de

2035” Reciclar é preciso, e é de fundamental importância para a vida do ser humano e

do meio ambiente. Ano após ano a reciclagem vem crescendo no mundo inteiro, isto

porque, a consciência da população a respeito da reciclagem está cada vez maior.

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“O Brasil produz aproximadamente cem mil toneladas de lixo por dia. Imagine uma fila

de caminhões de lixo, de cinco toneladas de capacidade ocupando uma distância

equivalente a dez pontes Rio-Niterói”. “Pense no que acontece com o lixo que

produzimos em casa. Normalmente ele é colocado em sacos de plásticos e fechado para

ser coletado. Cerca de 35% dos materiais de lixo caseiro poderiam ser reciclados ou

reutilizados, e outros 35% transformados em adubo orgânico. Do que é coletado, apenas

uma pequena parte é destinada adequadamente em aterros e sanitários; o resto é

depositado sem tratamento, em lixões.” “Todo material descartado e que se transforma

no lixo das cidades, em grande parte, deve ser retirado da “corrente” para ser

recuperado como matéria-prima, podendo assim ser reutilizado na fabricação de um

novo produto.”

3.1.4. Objetivos

3.1.4.1. Geral

Exortar a comunidade local para acolher a educação ambiental como um tema

transversal na cultura, através de valores, participação de decisões no meio natural,

social, cultural; resgatando sua autoestima, com perspectiva de uso do senso crítico para

que a mesma não seja encarada com um adestramento ambiental. Sensibilizando a

população local desenvolvendo a partir dos princípios dos 3Rs-Reduzir, Reutilizar e

Reciclar, uma educação ambiental baseada na compreensão da importância do ato de

reciclar para a melhoria das condições do meio ambiente, quanto ao uso indiscriminado

dos recursos naturais e a produção do lixo urbano, levando o educando a vivenciar a

transformação de materiais, como também a de conceitos e pré-conceitos, reciclando

suas vidas, adquirindo uma consciência ecológica, visto que, “Reciclar é uma forma

criativa de transformar o velho, novo”

3.1.4.2. Específicos

ü Formar grupos e contatar a associação de moradores do bairro, para que os

mesmos façam representações em audiências públicas nos assuntos concernentes

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ao plano diretor, agenda 21 e plano plurianual; com movimentações para que

venha proporcionar melhorias locais e quiçá em bairros adjacentes;

ü Sensibilizar os artistas que apresentará seus shows na lona cultural de Bangu,

propondo aos mesmos a participar como atores (multiplicadores) junto ao

público da localidade, de outras lonas e no meio artístico;

ü Implementação de coleta seletiva na lona cultural para um trabalho de inclusão

social;

ü Criar oficinas de reciclagem;

ü Informar para capacitar para fazer a agenda 21 local, os funcionários da lona

cultural, o público das oficinas, palestras, artistas etc.

ü Proferir palestras dentro da Lona Cultural sobre a necessidade de preservação

ambiental,

ü Incentivar a redução do gasto de papel do entorno da Lona Cultural

ü Criar uma metodologia aplicada à reciclagem de papel;

ü Fazer a coleta seletiva do papel usado,

ü Ministrar oficinas de reciclagem e reutilização de papel, no sentido de formar

agentes multiplicadores capazes de desenvolver essas técnicas;

ü Ministrar oficinas de artesanato, a partir do papel reciclado e reutilizado;

ü Estabelecer parcerias com escolas públicas e outras entidades circunvizinhas a

Lona Cultural, no sentido de implantar oficinas de reciclagem e reutilização do

papel;

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ü Proferir palestras para professores, alunos e outros membros da comunidade,

onde está sendo implantada oficina, no sentido de conscientizá-los sobre a

necessidade de preservação ambiental e o combate ao desperdício;

ü Utilizar as técnicas de reciclagem e reutilização de papel para produzir

artisticamente artigos úteis e vendáveis;

ü Preservar o meio ambiente, tendo como meta a reciclagem e o reaproveitamento

de papel;

ü Realizar feiras com os artigos artísticos e artesanais produzidos no próprio

projeto com intuito de arrecadar fundos para a manutenção do projeto;

3.1.5. Metodologia

Nossa sociedade está altamente apoiada em atividades industrializadas. Atividades estas

que nos dão empregos, lucros e produtos que nos proporcionam muitas vezes, uma vida

de certa forma confortável. Muito embora se sabe que à medida que avançamos em

termos de desenvolvimento tecnológico e científico, poluímos mais o ar, usamos mais

energia, jogamos fora mais lixo e exploramos indiscriminadamente os recursos não

renováveis.

Campanhas têm sido feitas pelos mais variados segmentos da sociedade, no sentido de

conscientizar o ser humano da necessidade de preservação do meio ambiente e nós,

como partes de uma comunidade integrada, não se pode admitir o uso indiscriminado e

o desperdício exagerado de nossos recursos naturais. Os 3Rs, para controle do lixo, já

vem sendo empregado em vários projetos de educação ambiental, obtendo resultados

satisfatórios. Partindo desta ideia estamos desenvolvendo o projeto no âmbito da Lona

Cultural e nas áreas circunvizinhas, fornecendo subsídios teóricos e práticos para

fortalecer as atividades relacionadas às questões ambientais nas escolas e outras

entidades do cultural

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3.1.6. Cronograma das atividades: Junho Julho Agosto Setembro Divulgação do projeto e discussão dos interesses

X X X X

Treinamento dos envolvidos X X Oficina de reciclagem e confecção de mostruário

X X X

Oficinas de reciclagem nas áreas circunvizinhas

X X

Tabela1: cronograma de atividades

Atividade Local Carga horária

Forma de acompanhamento

Reunião com toda a equipe do projeto

Lona 02 horas/semana

Traçar metas para a execução das atividades

Coleta de material para execução dos trabalhos

Entorno da lona

02 horas/semana

Coordenando as tarefas Execução de tarefas junto à comunidade interessada

Lona 02 horas/semana

Orientação com avaliação periódica

Oficinas de trabalho com apresentação dos grupos envolvidos no projeto para as comunidades e eventos extras

Onde estiverem sendo executadas as tarefas

02 a 03 horas semanais

Avaliação contínua

Sensibilizar o público da lona cultural

Lona e seu entorno

02 horas/semana

Os artistas que se apresentarem no período do projeto comentará sobre o meio ambiente ao findar de cada show.

Trabalho social Lona e seu entorno

02 horas/semana

Criar um grupo de no mínimo de para colher o que é considerado “lixo”- reciclar, vender sucatas,

Coleta seletiva Lona e seu entorno

02 horas/semana

Formar grupo de 5 pessoas para pleitear junto ao poder público a coleta seletiva no bairro e adjacências

Comunicação ambiental Lona e seu entorno

02 horas/semana

Contactar profissões da área de meio ambiente, ecologia,biologia, geografia etc, para ministrar palestra

Informar e capacitar para a Agenda 21

Lona e seu entorno

02 horas/semana

Elaboração da agenda 21 na lona cultural

Tabela 2: Algumas das atividades feitas, local, carga horária e formas de acompanhamento.

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3.1.7. Estratégias de execução

ü Encontro com grupos e a comunidade interessada em participar do projeto para um treinamento prévio sobre o processo de reciclagem e reutilização de papel, bem como a realização de estudos sobre a questão ambiental, com o sentido de formar agentes multiplicadores para atuarem em outras instituições;

o Instalações do projeto em um ambiente propício, nas dependências da Lona;

o Coleta seletiva do papel usado, que iria para o lixo, nos vários setores da Lona;

o Oficinas de reciclagem de papel na comunidade. o Nas nossas oficinas, usamos os seguintes materiais: Liquidificador; varal;

pregadores; bacias: rasas e fundas; esponja; peneira côncava (com barriga); pano de prato; uma pilha de jornais; moldura de madeira com tela de nylon ou peneira reta; moldura de madeira vazada (sem tela); prensa (utilizamos duas tábuas de madeira); mesa (utilizamos três mesas).

ü Realizamos as oficinas da seguinte forma:

o Rasgamos o papel a ser reciclado em pedaços de aproximadamente 3x3cm. Deixando os de molho de um dia para o outro. Daí, batemos no liquidificador o papel que ficou de molho. (observe a quantidade de papel para o funcionamento do motor do liquidificador).

o Medimos a massa de papel e colocamo-la na bacia com o dobro de água. Em seguida mergulhamos na peneira. Chacoalhamos a peneira devagar, espalhando a massa por igual.

o Deixe o excesso der água escorrer da peneira em cima da bacia. Nesse momento, podemos acrescentar folhas, pétalas ou pedaços de papel colorido. Invertemos a peneira com a massa de papel em cima do pano de prato, que por sua vez está em cima de uma pilha de jornais.

o Prensamos com cuidado a esponja sobre a massa de papel, absorvendo toda a água possível.

o Em seguida, levantamos a peneira pelas bordas. A massa de papel ficou aderida ao pano.

o Dobramos o pano sobre a massa, embrulhando bem, e o penduramos num varal. O tempo de secagem variou de acordo com a umidade do dia. Retiramos do varal o papel embrulhado no pano de prato. Estendemos sobre a mesa e descole com cuidado o papel seco do pano de prato. Pronto!

o Depois de pronto e seco, o papel pode ser cortado, decorado ou utilizado para fazer cadernos, blocos e cartões, convites, panfletos, dentre outros.

o Tipos de papéis que podem ou não ser reciclados: recicláveis (jornais e revistas, formulários de computador, folhas de caderno, provas, apostilas, envelopes rascunhos, aparas de papel, caixas em geral, papel de fax, cartazes, folhetos) e não recicláveis (fita crepe, papéis metalizados, papel carbono, papéis parafinados ou também papéis plastificados, papéis sanitários, como também papéis sujos, etiquetas adesivas, fotografias, tocos de cigarro, papéis de bala, embalagens de biscoito).

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ü Confecção de artigos artesanais e artísticos para apoio pedagógico, feito de papel reciclado e reutilizável, como: porta-lápis, agendas, blocos, caixas decorativas, cestos etc., que servirão como mostruários para as demais oficinas e eventos;

3.1.8. Acompanhamento, controle e avaliação.

ü Entrega do material teórico para leitura e interação do projeto, ü Conscientização por meio de palestras, enfatizando a importância da reciclagem

de papel; ü Criação de “slogan”, representando o projeto; ü Avaliar a coleta de caixas que foram usadas como depósito de materiais

recicláveis ü (papel), distribuídas na lona; ü Estabelecimento de parceria com escolas, academias e postos de saúde; ü Curso de reciclagem de papel ministrado por professores, ü Oficina de reciclagem de papel com alunos e professores, ü Participação e apresentação de trabalhos em seminários e eventos de Meio

Ambiente Treinamento e confecção de artesanato com material reciclado (papel) com toda a equipe do projeto;

ü Exposição e venda de produtos artesanais confeccionados com o material reciclado,

ü Elaboração de um relatório parcial da atuação do projeto; ü Reunião discursiva com toda a equipe do projeto; ü Elaboração de canudinhos feitos de jornal que serão usados na confecção de

peças artesanais, com a participação da equipe do projeto; ü Aprimoramento das técnicas de produção artesanal com jornais, com a

participação de toda a equipe do projeto; ü Elaboração do relatório final, com a participação da equipe colaboradora,

coordenadora.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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ANEXOS

ANEXO 1 - Instituto Guatambu de Cultura Educação, Cultura e Meio Ambiente Email:[email protected]

1. Missão O Instituto Guatambu de Cultura, instituição sem fins lucrativos, tem por finalidade promover a defesa de bens e direitos sociais, coletivos e difusos, relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos; propor e desenvolver projetos de pesquisa e intervenção social que visem a defesa, preservação e restauração do meio ambiente e a promoção do desenvolvimento sustentável, bem como propor e desenvolver projetos de pesquisa e intervenção social nas áreas educacional, social, cultural, artística, promocional e psico-sócio-profilática, dirigidos à comunidade, em especial aos segmentos de baixa renda; assessorar organizações voltadas para finalidades congêneres e/ou coordenar atividades de rede composta por essas organizações (network); divulgar informações oriundas dessas iniciativas; estimular a parceria, o diálogo local, e a solidariedade entre entidades que visam interesses comuns. A consecução desses objetivos se dá através de estudos, pesquisas, cursos, seminários, projetos sociais e outros eventos nas áreas supramencionadas; criação e elaboração de material de divulgação - cultural, didático e paradidático - sob diversas formas; intercâmbio de experiências, conhecimentos, recursos humanos, metodológicos e materiais entre pessoas e entre grupos. 3. Histórico e Perspectivas = 1999 1. Censo demográfico do Jardim Samambaia - Mairiporã para identificação de beneficiários potenciais da região e de suas necessidades. 2. Projeto Samambaia - Educação Ambiental e Restauração de Madeira Financiamento - Associação de Apoio ao Programa Capacitação Solidária - AAPCS Parceiros - Sociedade de Moradores e Proprietários do Jardim Samambaia; O Velhão, Escola Estadual Francisco Voccio, Centro Pastoral São Marcos e Clínica Psicológica UNIP-Cantareira. Resultado - 26 jovens capacitados profissionalmente na área de marcenaria, com ênfase em restauração em madeira. Destes jovens, 17 foram empregados em marcenaria da região. Particularidades da formação educacional - Os jovens receberam educação complementar com ênfase no condicionamento físico e na educação de valores e virtudes e formação para o exercício da cidadania, através de aulas de ética e oficinas com finalidade profilática, abordando os temas drogas, prevenção de AIDS e DST(s), planejamento familiar, auto gestão, empreendimento, entre outros. Também receberam reforço escolar em língua portuguesa (literatura e gramática), cálculo matemático. O programa incluiu, ainda, dinâmicas de grupo e educação ambiental, visando a reforçar a

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autoestima dos jovens e ampliar suas consciências no que diz respeito à preservação dos recursos naturais e o incentivo ao desenvolvimento sustentável. 3. Participação em Eventos Nacionais e Internacionais IV Semana de Psicologia da Universidade Castelo Branco. Participação na Mesa Redonda O Psicólogo Itinerante e a Clínica do Social. Apresentação do Trabalho "Ação Psicológica em Equipe de Intervenção Socioambiental", São Paulo, 12 de outubro, 1999. Workshop A importância do turismo para a sociedade receptora: diagnóstico sócio-econômico dos municípios de entorno da duplicação da Fernão Dias. Secretaria de Meio Ambiente de Mairiporã. Setembro de 1999. 2000 1. Fundação do Núcleo Jardim Samambaia da Associação Antialcoólica do Estado de São Paulo – AAESP 2. Representação no Comitê das Bacias Cantareira Cabuçu, que visa a contribuir para expansão dos programas de educação ambiental, através da atividade em rede e da implantação de projetos de intervenção socioambiental. 3. Projeto Guatambu - Serviços Gastronômicos Resultado - 29 jovens capacitados profissionalmente na área de gastronomia, com ênfase nas tarefas de garçons, barman e auxiliares de cozinha. Destes jovens, 87% foram empregados pelas Organizações parceiras. Particularidades da formação educacional - equivalentes às descritas no Projeto Samambaia 4. Projeto Caminhos da Serra - Monitoramento Ambiental e Ecoturismo Resultado - 26 jovens capacitados nas áreas de Monitoramento Ambiental e Ecoturismo Particularidades da formação educacional - equivalentes às descritas no Projeto Samambaia 5. O IGC-CA fomentou a criação de uma rede pelas Associações de Moradores dos Jardins Samambaia e Irara Branca, dois bairros de Mairiporã, com vistas ao fortalecimento das possibilidades de melhorar a qualidade de vida dos moradores. 6. Participação em Eventos Nacionais e Internacionais I Mostra Nacional de Práticas em Psicologia. Anhembi, Apresentação dos Painéis: (1) Psicologia e Solidariedade. Ação transdisciplinar e formação em Psicologia para atuar no Terceiro Setor; (2) O psicólogo no Programa Capacitação Solidária: clínico e educador social. São Paulo, 05 a 07 de outubro, 2000. VIII Encontro Regional da ABRAPSO-SP. O Século XXI: dilemas e perspectivas para a Psicologia Social, 2000. Coordenação da Mesa Redonda Psicologia e Solidariedade.

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Apresentação do Trabalho Psicologia Social e Desenvolvimento do Terceiro Setor: Participação da Universidade. Participação na Mesa Redonda Psicologia e Solidariedade, apresentando o trabalho Capacitação Solidária em Mairiporã: ação psicológica em equipe educacional. UMEP Piracicaba, 11 a 14 de outubro, 2000. 2001 1. Projeto Nova Consciência - Planejamento Participativo e Auto Gestão Comunitária Parceiros - Comunidade Eclesial de Base São José Operário e São Francisco de Assis Resultado - 40 jovens preparados para organizar e conduzir grupos de tarefas comunitárias Particularidades da formação educacional - Servindo-se exclusivamente de recursos humanos e materiais já presentes no local, foram constituídos grupos de diversas tarefas, entre as quais capoeira, coral, violão, futebol misto, voleibol misto, biblioteca itinerante, reprodução de mudas nativas da mata atlântica. Concluído o processo de intervenção do Guatambu-Canto das Águas os grupos haviam conquistado autonomia e continuaram ativos. 2. Participação do IGC-Canto das Águas na disciplina Formação de psicólogos para a intervenção socioambiental, do Curso de Psicologia da UNIP, Campus Cantareira 3. Participação em Eventos Nacionais e Internacionais Evento Africanidades Brasileiras no IPUSP. Por uma Psicologia e Educação comprometidas com a temática racial. Organização do evento e apresentação do tema Resgatando a importância das ancestralidades africanas no Brasil. IPUSP, 28 de fevereiro a 02 de março, 2001. II Congresso Norte-Nordeste de Psicologia - Psicologia e Realidade Brasileira: Produção Contemporânea e Políticas para o Desenvolvimento. Coordenação da Mesa Redonda Estratégias e Políticas de Desenvolvimento Comunitário e Ambiental: Parceria entre Universidade e Terceiro Setor. Apresentação de comunicação (1) Psicologia Social e desenvolvimento do Terceiro Setor: Participação da universidade; (2) Ação psicológica em equipe de educação comunitária. Salvador, 23 a 26 de maio, 2001. Conferência Gestão e Desenvolvimento Sustentável do Ecoturismo. Coordenado pela Organização Mundial de Turismo. Cuiabá, MT, 12de agosto, 2001. Participação no Corpo Jurado da XXXII Feira de Ciências do Instituto Mairiporã Thomaz Cruz. Mairiporã, 10 de novembro, 2001. XI Encontro Nacional de Psicologia Social da ABRAPSO. Psicologia social e transformação da realidade brasileira: Desafios e perspectivas para a ABRAPSO 21 anos depois. Atividades desenvolvidas: (1) Coordenação da Sessão Coordenada Arcaico e Contemporâneo do Feminino no Brasil e da Sessão de Comunicação Oral Gênero,

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Representações e Narrativas; Apresentação oral dos trabalhos (1) Restituir para restaurar a força. Representações do poder feminino entre os iorubás da Nigéria - na Sessão Coordenada Arcaico e Contemporâneo do Feminino no Brasil e (2) Ambigüidades de Exu Elegbara, o Poderoso. Alguns elementos (po)éticos e psicológicos do imaginário africano que perpassam a ação social e as relações de poder no Brasil - na Mesa Redonda Caminhos da Ética e da Etnicidade no Imaginário Brasileiro; Apresentação do painel Revendo a questão da identidade profissional do psicólogo no contexto dos alarmantes desafios socioambientais. Florianópolis, 14 a 17 de novembro, 2001. 2002 1. Curso de Monitoramento Ambiental - Módulo Básico Resultado - 40 jovens e adultos qualificados profissionalmente 2. Representação no Conselho Consultivo do Parque Estadual da Cantareira, cuja finalidade é preservar os recursos naturais da unidade, através da ação articulada de agentes locais. 3. Assessoria e apoio à criação do Centro Comunitário da Infância e Juventude - Thomaz Gouveia Neto que, atendeu inicialmente 25 crianças/ano. Atualmente, solidificado enquanto organização ampliou instalações e capacidade de atendimento, acolhendo agora cerca de 100 crianças/ano. 4. Projeto Paisagem - Paisagismo e Jardinagem Resultado - 29 jovens capacitados profissionalmente na área de gastronomia, com ênfase nas tarefas de garçons e auxiliares de cozinha. 5. Projeto Caminhos da Serra - Monitoramento Ambiental e Ecoturismo Resultado - 33 jovens capacitados nas áreas de Paisagismo e Jardinagem 6. Projeto Ver de Novo - Monitoria Ambiental e Ecoturismo Resultado - 33 jovens capacitados como monitores ambientais 7. Participação em Eventos Nacionais e Internacionais IX Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico. ANPEPP. Atividade desenvolvida: Participação do GT 20 - Psicologia e Religião, apresentando o tema Representação das Religiões de Matriz Africana e Identidade Étnico-Religiosa no Brasil. Águas de Lindóia, SP, 29 de agosto a 01 de setembro, 2002. I Congresso Brasileiro de Psicologia: Ciência e Profissão. Atividade desenvolvida: Coordenação do Painel Formando psicólogos para a Intervenção Socioambiental e para o Terceiro Setor: ação da Universidade Paulista. São Paulo, 05 a 08 de setembro, 2002.

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XIII Semana Afro-brasileira da Escola Estadual Profa. Marly Diva Bonfanti. Atividade desenvolvida: Palestra sobre o tema Iorubás e a formação de identidades no Brasil. São Paulo, 09 a 14 de setembro, 2002. IV Seminário de Psicologia e Senso Religioso - Processos Psicológicos na Representação Religiosa. Atividade desenvolvida: Participação de Sessão Coordenada, com o tema Representação das Religiões de Matriz Africana e Identidade Étnico-Religiosa no Brasil. São Paulo, 13 a 15 de setembro, 2002. I Seminário Internacional de Avaliação, Sistematização e Disseminação de Projetos Sociais. São Paulo, 17 a 19 de setembro, 2002. IV Jornada de Psicologia da UNIP - Campus Santana. Conferência: Religiões Brasileiras de Matriz Africana e Preconceito. São Paulo, 22 de outubro, 2002. 2003 1. Desenvolvimento da Pesquisa Role-Playing Game e Inclusão Social A investigação teve por objetivo avaliar como o Jogo de Representações (RPG), por seu caráter cooperativo e dinâmico, pode contribuir para o desenvolvimento de competências e habilidades que ampliem, em seus participantes, a capacidade para o protagonismo e a disposição para a adoção de atitudes cooperativas e solidárias, tendo em vista o fim último de promover inclusão social. 2. Participação em Eventos Nacionais e Internacionais III Congresso Norte Nordeste de Psicologia. Mesa Redonda Conceitos de cabeça: exploração preliminar de usos e significados técnicos e coloquiais da cabeça sob o prisma do que contribuem para a Psicologia. Tema abordado: A cabeça como Divindade desafia a Prática em Psicologia Educacional. Piauí, setembro, 2003. 2004 1. Projeto Caminhos da Mata - Recepção Turística e Educação Ambiental 2. Participação em Eventos Nacionais e Internacionais Co-Coordenação da II Jornada de Pós-Graduação em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano. Instituto de Psicologia da USP. São Paulo, Cidade Universitária, outubro, 2004. 2005 1. Projeto Cuca - Educação ambiental de comunidades de entorno do PEC e Monitoria Ambiental Resultados Até o final de 2006 - atendimento a cerca de 24.000 estudantes e professores de redes públicas e particulares de ensino, com participação na recepção de visitantes da Unidade de Conservação em finais de semana, abrangendo cerca de 235.000 visitantes

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Desenvolvimento de atividades de educação ambiental, ação participativa junto a comunidades e organizações de entorno do Parque Estadual da Cantareira - Núcleo Pedra Grande, como medida preventiva e de proteção 2. Projetos de Pesquisa de Monitoramento da Fauna e da Vegetação - desenvolvido no Parque Estadual da Cantareira Assessoria para a realização de Assembléia Geral Ordinária; para adoção de procedimentos legais para a solução de problemas de saneamento básico, particularmente o relativo a dois lotes de terreno abandonados, que vêm causando sérios danos à população; apoio à mobilização popular na região de entorno da sede da AERA para constituição de um Espaço de Convivência Comunitária; elaboração e encaminhamento à Prefeitura do Município de São Paulo de documentação para conquista de dois terrenos. Entre outros

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ANEXO 2- Cultura Ambiental em Escolas: Ferramentas para aplicação de conceitos de Educação Ambiental http://www.culturaambientalnasescolas.com.br/institucional/site/educacao-ambiental

A educação ambiental pode ser entendida com toda ação educativa que contribui para a formação de cidadãos conscientes da preservação do meio ambiente e apto a tomar decisões coletivas sobre questões ambientais necessárias para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável. Dessa forma, sua aplicação não se restringe ao universo escolar, mas deve permear este para facilitar o entendimento dessas questões e suas aplicações no dia a dia. Uma das alternativas para a inclusão da temática ambiental no meio escolar é "a aprendizagem em forma de projetos". Segundo Capra (2003), essa é uma proposta alinhada com o novo entendimento do processo de aprendizagem que sugere a necessidade de estratégias de ensino mais adequadas e torna evidente a importância de um currículo integrado que valorize o conhecimento contextual, no qual as várias disciplinas sejam vistas como recursos a serviço de um objeto central. Esse objeto central também pode ser entendido como um tema transversal que permeia as outras disciplinas já constituídas e consegue trazer para a realidade escolar o estudo de problemas do dia a dia. Além disso, as atividades de educação ambiental precisam extrapolar o âmbito escolar e promover o aprendizado e, até, a transformação de todos nós. Segundo Nalini (2003), proteger a natureza precisa ser tarefa permanente de qualquer ser pensante e aprender a conhecê-la e respeitá-la pode levar uma vida inteira. Não há limite cronológico, em termos de educação ambiental, para que todos estejam em processo de aprendizado constante. Entretanto, como a maioria dos temas transversais, educação ambiental é um muito abrangente e a maioria dos projetos que se propõem a trabalhar o assunto procuram concentrar-se em focos mais específicos dentro deste grande assunto. Neste contexto, a Tetra Pak, empresa mundial de soluções integradas de processamento e envase de alimentos, desenvolveu o projeto Cultura Ambiental nas escolas com o objetivo de fornecer ferramentas para a aplicação da educação ambiental em sala de aula com maior enfoque para a problemática dos resíduos sólidos e as interações desse tema com os outros abordados pela educação ambiental. O projeto Cultura Ambiental nas Escolas iniciou-se com a estruturação de um kit como ferramenta para o professor trabalhar o tema ambiental em sala de aula e interagir com os alunos. Os materiais concebidos, então, foram um caderno voltado para o professor, uma publicação para o aluno, um pôster de apoio com as mesmas ilustrações utilizadas no material do aluno e uma fita de vídeo. Todos os materiais foram desenvolvidos exclusivamente para o kit, apresentado na figura 1, e em uma linguagem adequada para o público escolhido - estudantes do segundo ciclo do Ensino Fundamental. O caderno do professor trabalha com três frentes para facilitar o entendimento sobre a temática ambiental, sobre o trabalho com temas transversais e também com sugestões

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de projetos para serem aplicados no âmbito escolar. O seu objetivo principal é ser fonte de referência para o desenvolvimento do tema ambiental como um tema transversal, fornecendo subsídios para o professor tanto sobre os termos técnicos e a situação relacionada ao lixo urbano e materiais recicláveis quanto sobre uso da transversalidade e a importância do registro do trabalho pedagógico desenvolvido em forma de projetos, como os sugeridos na terceira parte do caderno. O caderno do aluno, por sua vez, busca trazer apenas a problemática dos materiais recicláveis e a sua interação com o meio ambiente em uma linguagem simples e com desenhos fáceis de serem compreendidos pelo público escolhido. O vídeo "Quixote Reciclado", ferramenta rica de informações e com muito a ser explorado, contextualiza o clássico de Miguel de Cervantes na problemática dos resíduos sólidos. Os dragões e ameaças criados por Quixote são aqui transformados no lixo criado por nós e um verdadeiro monstro agora. A trama apresenta as alternativas para o cuidado com o lixo como a aplicação da coleta seletiva e os processos de reciclagem para cada um dos diferentes tipos de materiais. Recentemente, foi lançado o filme "Carbono e Metano". O roteiro busca introduzir a temática de aquecimento global para as crianças, apresentando um dos "vilões" do efeito estufa de forma divertida e educativa. Assim, o filme trata de assuntos como impactos ambientais do gás metano, suas principais fontes de emissão e formas de reduzir seus efeitos. A concepção do material em forma de um kit educativo e com todas as ferramentas necessárias para a sua aplicação em sala de aula após uma prévia preparação do professor com o próprio material, permitiu a grande distribuição dos kits para diversas escolas de ensino fundamental principalmente da rede pública. Agora em sua nova fase, todo o conteúdo foi adaptado para a internet de modo a preservar todos os conceitos do projeto, mas ganhando todos os benefícios de escala, abrangência e interatividade que a internet pode proporcionar. O projeto Cultura Ambiental nas Escolas foi desenvolvido com o intuito ser uma forma de levar conhecimento e mostrar ferramentas para trabalhar a educação ambiental em sala de aula. O conceito do projeto não procura mostrar um caminho fechado, que deve ser aplicado sem modificações ou adaptações; mas, sim, possibilidades de estudo, sugestões de projetos e formas diferentes de aplicação dos conceitos envolvidos na temática ambiental, quando abordada de forma transversal.

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ANEXO 3 - Projeto Cultural-ambiental “acorde para o meio ambiente” comemora um ano de realização com apresentação no Jardim Botânico em São Paulo. http://www.arteculturanews.com/agenda194.htm

Acontece no próximo dia 6 de junho, a partir das 10h30, no Jardim Botânico de São Paulo, a edição comemorativa de um ano de realização do projeto cultural e de conscientização ambiental “Acorde para o Meio Ambiente”. Idealizado pela Pró Cultura Marketing Cultural e Eventos, em parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. “Acorde para o Meio Ambiente” visa aproximar a população de parques em áreas urbanas, oferecendo simultaneamente concerto de música erudita com peças conhecidas e atividades paralelas de integração com a natureza e de educação ambiental. O concerto de música erudita ficará a cargo da Orquestra do Maestro Diogo Pacheco conduzida por seu maestro titular, o regente Diogo Pacheco, que apresentará entre outras peças: Prelúdio de Carmen, de Bizet; Cavalleria Rusticana (Intermezzo), de Mascagni; Congada, de Mignoni, e a abertura da ópera Norma, de Bellini. A Orquestra do Maestro Diogo Pacheco será precedida pela apresentação da Orquestra e do Coral da Oficina de Música Unibes – Wal-Mart formados por oitenta crianças e adolescentes que interpretarão músicas populares sob a regência do Maestro Antônio Baker. “Nosso objetivo não é tornar o parque um palco de apresentações de música erudita. Queremos utilizar esta atração para fazer com que as pessoas se integrem ao espaço. Por este motivo reunimos várias ações paralelas em um mesmo momento”, explica Jussara Gontow, diretora da Pró Cultura Marketing Cultural e Eventos. Uma destas ações paralelas é o Espaço Ver De Criança. “Reservamos uma área para o entretenimento infantil acompanhado de uma equipe especializada de monitores. Enquanto os pais apreciam o concerto, as crianças participam de atividades lúdicas, que incluem oficinas de ecologia com material reciclado e jogos voltados à questão ambiental. Desta forma estamos conscientizando as crianças e integrando-as ao meio”, explica Jussara. Outra ação paralela é a presença de Organizações Não Governamentais (ONGs) que apresentam seus projetos. Buscando dividir esta ação de responsabilidade social com o público que vai ao Jardim Botânico será solicitada como ingresso a doação de um quilo de alimento não perecível a ser encaminhado para o Projeto Fome Zero. “Esta doação não é obrigatória. Mas já sabemos, por edições anteriores, que as pessoas que vêm ao “Acorde para o Meio Ambiente” sentem satisfação em participar também desta forma: doando alimentos para o Fome Zero. Além disso, neste dia o Jardim Botânico não estará cobrando ingresso para o público que irá assistir ao ”Acorde para o Meio Ambiente”, conclui Jussara. Esta edição de “Acorde para o Meio Ambiente” conta com o patrocínio da Wall Mart, Comgas, Petroquímica União, Unipar, Carbocloro, Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e Rádio Eldorado. E apoio Bunge.

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“ACORDE PARA O MEIO AMBIENTE”: o projeto cultural e ambiental “Acorde para o Meio Ambiente” chega à sua nona edição. Ele teve início durante o Dia do Meio Ambiente em 2003. A data é comemorada em 5 de junho. Durante este período houve edições em São Paulo, Campos do Jordão, Campinas, Ilha Bela e Cubatão. Contando com o apoio da Lei Rouanet de Incentivo Cultural, o projeto foi desenvolvido pela Pró Cultural Marketing Cultural e Eventos com os objetivos de aproximar a população dos parques públicos, integrando-as ao meio e oferecendo música de boa qualidade. ORQUESTRA MAESTRO DIOGO PACHECO: iniciou suas atividades nos anos 80, contando com músicos integrantes das melhores orquestras de São Paulo. É formada por sessenta instrumentistas, sendo 32 cordas – violinos, violas, cellos e baixos; 24 instrumentistas e metais e quatro integrantes na parte rítmica. Entre suas apresentações de maior destaque está a realizada em 2000 na Catedral de Brasília, local onde nunca havia acontecido um evento deste tipo. OFICINA DE MÚSICA UNIBES – WAL-MART: uma orquestra e um coral formados por oitenta crianças e adolescentes que participam deste programa de desenvolvimento e educação, recebendo aulas de musicalização, coral e orquestra. Sob a regência do maestro Antônio Baker, estas crianças apresentam no palco o resultado de uma parceria entre a Unibes (União Brasileiro-Israelita do Bem-Estar Social) a Wal-Mart que utiliza a música como instrumento para o desenvolvimento pessoal, aumentando a autoestima e a autovalorização, proporcionando a inclusão social através da autonomia e da cidadania.

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ANEXO 4 - ONG Acema - Organização Não Governamental Arte Cultura e Meio Ambiente, http://www.ongacema.org.br/cute/example/index.php/category/Educacao_Ambiental

Ações desenvolvidas pela ACEMA: Rádio Cidade FM da ONG ACEMA comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente com programação especial Data: 5 Jun 2011 / Categoria: Educação Ambiental O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado em 5 de junho. A data foi recomendada pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia. Por meio do decreto 86.028, de 27 de maio de 1981, o governo brasileiro também decretou no território nacional a Semana Nacional do Meio Ambiente. O Sertão vai virar mar. Um mar de pedras e areia, sem vida, deserto. Não é profecia, é fato em consumação, previsto por estudos científicos, alertado pela Organização das Nações Unidas (ONU).Mais de 27% do Estado já começou a virar deserto; áreas críticas, quase todas na caatinga.... Flagrante da ONG ACEMA: Meninas ganham R$ 2,00 por semana no lixão em Santana do Ipanema Data: 19 Out 2009 / Categoria: Educação Ambiental -Todas os dias o ritual de várias crianças, é o mesmo: catar lata e papelão no lixão de Santana do Ipanema, no sertão de Alagoas. Elas são obrigadas, devido a falta de opções, a acompanharem as mães que trabalham como catadoras. Produtos Orgânicos, O Olho do Consumidor Data: 4 Ago 2009 / Categoria: Educação Ambiental - Quem escolhe comprar produtos orgânicos faz isso para manter sua saúde, para preservar o meio ambiente e para ajudar outras pessoas, principalmente pequenos produtores rurais, a terem melhor qualidade de vida.... "PINTINHOS COLORIDOS” na feira ou na Rua CHAME A POLÍCIA. Maus tratos é crime ambiental Data: 24 Jun 2009 / Categoria: Educação Ambiental - Centenas de pintinhos coloridos foram vendidos na feira livre de Santana do Ipanema. A população precisa denunciar os maus-tratos aos pintinhos coloridos comercializados na região. Os animais são tingidos com anilina de várias cores e são vendidos é mais uma face da crueldade... ONG ACEMA defende uso de plásticos oxi-biodegradável Data: 11 Maio 2009 / Categoria: Educação Ambiental - Por esta razão, optamos pela tecnologia oxi-biodegradável, que sempre se degrada, em qualquer condição, pois primeiro se oxida e após este processo, é consumida pelos microrganismos... Uso racional da água foi tema de Campanha da ONG ACEMA na Escola Senhora Santana Data: 9 Abr 2009 / Categoria: Educação Ambiental - A palestra foi ministrada

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pelo ambientalista Fernando Valões, presidente da ONG ACEMA- Arte Cultura e Meio Ambiente, fundada em 1998. Em sua exposição, Fernando Valões fez uma abordagem sobre o consumo da água no mundo, o papel desta no desenvolvimento socioeconômico regional.... ONG ACEMA realiza atividades no mês da água em escolas publicas de Santana do Ipanema Data: 1 Abr 2009 / Categoria: Educação Ambiental - Durante o mês da Água, que foi comemorado no dia 22 de março, a ONG Arte Cultura e Meio Ambiente montou uma agenda integrada de atividades, que teve o objetivo de sensibilizar a população para, em mutirão, recuperar a vegetação das margens dos rios e melhorar a qualidade e a quantidade da água em Santana do Ipanema.... IV Semana da Água em Santana do Ipanema Data: 23 Mar 2009 / Categoria: Educação Ambiental - Água: AL ainda desperdiça e prova assoreamento Data: 22 Mar 2009 / Categoria: Educação Ambiental. Não é a toa que Alagoas é conhecido internacionalmente como o paraíso das águas. Dona de uma beleza natural sem igual, seus rios, mares e lagoas. Nesta data 22, em que se comemora o Dia Nacional da Água, dados negativos da Secretaria de Estado do Meio-Ambiente e Recursos Hídricos dão conta de que a população desperdiça 40% da água potável... Muito além do H2O Data: 4 Jan 2009 / Categoria: Educação Ambiental - Até um tempo atrás, água era inodora, incolor, insípida e ponto final. Bons tempos. Como se não bastasse tanta oferta, cada marca ainda pode oferecer diversas versões. No mínimo duas: com gás e sem gás. Então, seriam cerca de 500 opções para decidir qual água - o líquido mais elementar da face da Terra - tomar. Empresa contratada para fazer chover Data: 21 Dez 2008 / Categoria: Educação Ambiental - A técnica de nucleação é conhecida em inglês como "clouds seeding", ou "semear nuvens". Ela pode tanto aumentar a quantidade de chuva como antecipar a precipitação, impedindo que uma nuvem carregada venha a chover fora... ONG ACEMA quer estudos sobre a mina de água doce na Serra do Poço Data: 6 Dez 2008 / Categoria: Educação Ambiental - Os pequenos agricultores plantavam de tudo, principalmente frutas, manga, jaca, banana, laranja, caju, todos viviam em abundancia, abastecendo as feiras livre da região. Sem conhecimento ambiental vieram as queimadas e as matas nos barrancos da Serra desapareceram... A ONG Arte Cultura e Meio Ambiente luta desde o ano de 2004 pela criação da Unidade Conservação do Curral do Meio em Santana do Ipanema. Data: 6 Dez 2008 / Categoria: Educação Ambiental - Os principais problemas enfrentados hoje na reserva é com a retirada de arvores para estacas e mourões, prejudicando dentro da área com erosão e a perda da fertilidade do solo.

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ANEXO 5 - Educação Ambiental e Inclusão Social Por Jorge Amaro de Souza Borges

É voltado ao desenvolvimento de atividades ocupacionais à Pessoas Portadoras de Deficiência Mental - PPDM na idade adulta (dos 18 aos 54 anos). As atividades desenvolvidas contribuem para o desenvolvimento emocional ético e cognitivo das PPDM ao longo do seu processo de socialização e construção de sua identidade social. Cerca de 131 aprendizes participam de diversas oficinas e atividades complementares como oficina de produção (terceirização às empresas), arte e artesanato, artes domésticas, recreação e lazer, técnicas agrícolas e educação ambiental, apoio pedagógico, educação física e terapia ocupacional. Essas atividades dão chance das PPDM adquirirem novos conhecimentos, aprimorando os já existentes, interagindo e confrontando a realidade, buscando constantemente a construção de sua cidadania. A Oficina de Técnicas Agrícolas e Educação Ambiental - em seu plano de ação visa trabalhar a preservação ambiental e a inclusão de portadores de deficiência, tendo como polo irradiador à percepção ambiental, o contato direto com a natureza, as vivências do dia a dia, os reflexos da relação antrópica local permitindo a sensibilização e as mudanças comportamentais necessárias para busca constante de crescimento como seres humanos, membros de um planeta vivo. Neste contexto, são desenvolvidas atividades de percepção e contato direto com a natureza, provocando reações diversas. Como isso afetará estas pessoas? Diferentes estudos têm mostrado que o contato com a natureza influência na saúde física e mental das pessoas (Fundação Gaia, 1995), a capacidade de fantasiar é maior (Grahn, 1996) desenvolvendo uma maior coordenação motora e melhor capacidade de concentração e diminuição do estresse causado pelo fluxo intenso das grandes cidades. Os trabalhos são direcionados a turmas, constando no máximo 15 (quinze) aprendizes. Procura-se abordar as potencialidades individuais de cada um, buscando seu aprimoramento e crescimento coletivo. Dentre as temáticas trabalhadas, dois foram os eixos estruturadores: manejo de resíduos sólidos e agroecologia. Objetivos Gerais Implementar um conjunto de propostas e metodologias de trabalho visando um processo de Alfabetização Ecológica, utilizando como eixos estruturadores a Agroecologia e o Manejo de Resíduos Sólidos de forma transversal e continuada. Sensibilizar os aprendizes e a comunidade na qual está inserido o CAZON no sentido de tornar o ambiente propício à realização de atividades práticas de utilização e preservação da natureza.

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Estimular, nos aprendizes, através de uma atividade organizada e contínua, o respeito e a responsabilidade com o meio ambiente. Promover a orientação técnica de atividades práticas específicas visando preparação para trabalhos de geração de renda de acordo com as potencialidades individuais da cada um. Objetivos Específicos Oportunizar, através do desenvolvimento do projeto, a realização de atividades básicas que visam a sondagem de aptidões e interesses, bem como valorizar o trabalho agrícola em primeira instância. Proporcionar condições para o real aproveitamento da oficina no sentido de obter, como produto final, a dinamização e a objetividade do processo ensino-aprendizagem, possibilitando a integração de todas as áreas de estudos. Aplicar, em situações reais, os conhecimentos teóricos e práticos relacionados à oficina. Reorganizar a paisagem do CAZON, desenvolvendo o sentimento de racionalização e de preservação dos recursos naturais. Aperfeiçoar a habilidade de manejar instrumentos básicos. Potencializar a relação aprendiz-CAZON-família como forma de instrumentalizar ações no sentido de realizar trabalhos de forma integrada, ampla e abrangente. Criar uma atitude de aceitação e valorização do trabalho, como atividade indispensável ao homem.