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UNIVERSIDA DE CANDIDO MENDES PÓS-GRA DUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A PERFEITA LOGÍSTICA DE ABASTECIMENTO DAS PLATAFORMA S DE PETRÓLEO Por: Alexsander Matias Canuto Orientador Profª. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A PERFEITA LOGÍSTICA DE ABASTECIMENTO DAS

PLATAFORMAS DE PETRÓLEO

Por: Alexsander Matias Canuto

Orientador

Profª. Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2006

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A PERFEITA LOGÍSTICA DE ABASTECIMENTO DAS

PLATAFORMAS DE PETRÓLEO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Logística

Empresarial

Por: Alexsander Matias Canuto

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AGRADECIMENTOS

.... a minha cônjuge, aos meus pais,

aos meus amigos, à Gerente de

Logística da Petrobrás, ao Gerente de

Contrato de Macaé, etc......

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DEDICATÓRIA

.....dedico a minha cônjuge, ao meu pai e

mãe,.......

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RESUMO

A perfeita logística de abastecimento das plataformas de petróleo na

Bacia de Campos procura de forma bem clara dar noção, conhecimento e

suporte ao leitor sobre a melhor forma de empregar logística, isto é, um estudo

bem realizado na área de transporte pode trazer muitos benefícios para a

organização. O leitor, a princípio, será levado a um passeio por toda a história

da Bacia de Campos, desde o primeiro poço até a auto-suficiência da

Petrobras, a qual tornou-se uma realidade nacional e importantíssima na

economia brasileira e até mesmo mundial. Em sua seqüência será infocado de

forma bastante resumida o conceito de logística, até alcançarmos o assunto

principal. Tópico este que levará o estudante de logística a ter noção exata de

como um bom planejamento aperfeiçoará todo o sistema, otimizando a cadeia

logística.

Todo contexto é seqüenciado de forma a possibilitar que, a cada

capítulo, o leitor tenha acesso a informações importantíssimas e, no final da

leitura, tenha noção exata da complexidade e da seriedade com que a

Petrobras trata o sistema logístico de abastecimento das plataformas. Por se

tratar de uma empresa que trabalha todo o tempo com materiais de altos

custos agregados, é importante que não se descuide em nenhum momento. O

leitor ficará ciente dos diversos planos e planejamentos adotados para que o

custo sempre esteja controlado e minimizado no decorrer de toda a cadeia.

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METODOLOGIA

Atualmente, a Petrobras, uma das maiores empresas do país, chama

atenção das organizações internacionais, por ser a única empresa no mundo

que extrai petróleo em águas profundas. Toda uma tecnologia, aprimorada por

longos anos, enche de orgulho nosso país por ter alcançado marcas

impressionantes. Por este motivo que os estudantes não podem ficar longe de

grandes ensinamentos. Em parte o contexto deste trabalho procura reproduzir

toda a história da Petrobras na Bacia de Campos, extraída da revista publicada

por ela própria na ocasião dos 30 anos desta organização no Brasil.

No decorrer da leitura, abordaremos métodos usados no abastecimento

das plataformas, através de informações coletadas em pesquisa de campo.

Dando enfoque, passo a passo, em todo o processo de abastecimento, desde

a solicitação do material até a entrega da carga solicitada pelo responsável na

plataforma. A pesquisa dos métodos adotados pela Petrobras teve como base

o porto de Imbetiba, localizado em Macaé, responsável por todo o transporte

das cargas solicitadas.

Importantíssimo é creditar à instituição Petrobras todo o mérito por este

trabalho. As portas foram abertas para que este trabalho obtivesse conteúdo

necessário a fim de que seja fonte de consulta para estudantes de logística.

Houve também total apoio de seus funcionários, que se colocaram a inteiro

dispor, solucionando dúvidas que surgiam no decorrer da pesquisa, e

perdendo um pouco de seu tempo precioso para mostrar na íntegra todo seu

trabalho e experiência na condução do abastecimento das plataformas de

petróleo. Por este motivo e outros é que esta organização é líder mundial na

extração de petróleo em águas profundas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A Logística 09

CAPÍTULO II - História da Petrobrás na

Bacia de Campos 17

CAPÍTULO III – As Plataformas 33

CAPÍTULO IV – Pesquisa de Campo 36

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 58

ÍNDICE 60

FOLHA DE AVALIAÇÃO 61

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INTRODUÇÃO

Esta monografia apresenta toda a logística que a Petrobras emprega no

abastecimento das plataformas de petróleo da Bacia de Campos. Por ser uma

organização líder mundial na extração de petróleo em águas profundas, um

erro no transporte de suprimentos eleva significativamente os custos. Por este

motivo, toda a logística usada neste tipo de operação tem que estar próxima

dos 100 por cento, Isto é, não pode haver grandes falhas. Lembrando que não

estaremos abordando nem levando em consideração os processos

empregados na extração e no transporte do petróleo e gás, pois todas as

técnicas utilizadas neste tipo de transporte são regidas por regras próprias.

A princípio estaremos discutindo em poucas palavras sobre “O que é

logística?”, para que o leitor possa se localizar dentro do assunto principal. No

decorrer de toda a leitura, os profissionais, estudantes e curiosos do assunto

terão uma noção da história da Bacia de Campos desde sua descoberta e os

diferentes tipos de plataformas que estão em operação no Brasil, através de

fotos e uma exposição detalhada de cada uma. Logo em seguida, entraremos

no assunto principal: “A perfeita Logística de Abastecimento das Plataformas

de Petróleo”. Todas as técnicas, processos, sistemas e materiais usados para

que haja uma perfeita sintonia no provimento de alimentos, peças de

reposição, ferramentas de manutenção, remédios, equipamentos de

segurança, equipamentos para perfuração, pessoas, enfim todo o sistema

logístico, desde a origem do pedido, expedido pela plataforma, até a entrega

do suprimento solicitado.

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CAPÍTULO I

A LOGÍSTICA

Segundo Ronald Ballou, a Logística não tem o mesmo significado

para todas as pessoas, inclusive para aquelas que estão ativamente engajadas

no assunto. Até o momento, o campo ainda não tem um título único para

identificá-lo, como fizeram os setores de marketing e produção. Uma amostra

dos membros do Conselho Nacional de Administração da Distribuição Física

norte-americano mostrou que a área é representada por nomes como

transporte, distribuição, distribuição física, suprimentos e distribuição,

administração de materiais, operações logísticas. Apesar de distribuição física

ser o título mais popular, estaremos usando Logística Empresarial, pois este é

o título do futuro. Ele implica tanto o suprimento físico como a distribuição

física.

Mas, por enquanto, vamos tomar o seguinte conceito, retirado da

apostila de Carga Expressa da UCAM, Profº Arnaldo Aquino: “Logística como

processo de planejamento, operação e controle de fluxo de informações e

produtos/serviços, da fonte até o consumidor final, tendo sempre em vista a

satisfação do cliente. Seu objetivo final é tornar disponíveis produtos no local

onde são necessários, no momento em que são desejados.”

Dando seguimento ao pensamento de Ronald Ballou, hoje em dia

alguns “especialistas” e mídias confundem a abrangência da logística

empresarial, restringindo-a apenas às atividades de transporte. Com todo o

respeito que a área de transportes merece, pois temos muito clara a

importância desta atividade na economia, todos sabem que sem os transportes

o mundo pára.

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Desde sua concepção na aplicação militar, o escopo da logística

envolve todos os processos de abastecimento nos bastidores do “teatro” das

operações. Não é diferente na realidade empresarial. Portanto, é fácil perceber

que a mesma abrange tanto as atividades de suprimentos e de distribuição

quanto os processos da logística interna, seja em uma indústria, em um centro

de distribuição ou no varejo

Não podemos menosprezar a importância da logística interna, por todo

o mérito que esta também detém. Basta observar que, antes de embarcar uma

mercadoria, qualquer empresa precisa processar informações, desenvolver

fornecedores, acionar compras, receber e verificar materiais, embalar e

movimentar produtos, estocando-os apropriadamente para preservar sua

integridade. É preciso, ainda, planejar e controlar estoques e produção,

movimentar e estocar mercadorias, otimizar layouts e fluxos de materiais e

pessoas, qualificar colaboradores e parceiros, medir e gerenciar custos, avaliar

e auditar a qualidade, entre outros. Todas essas atividades estão inclusas na

logística empresarial, aliás, nos transportes também. E todos esses processos

têm uma importância vital para o negócio, implicando sua viabilidade

econômica e vantagens competitivas.

Sem a gestão de suprimentos, também designada de logística inbound,

deixaríamos de prover os materiais requeridos à operação da empresa. Os

processos da logística interna, por sua vez, são os responsáveis pela

movimentação e armazenagem dos materiais (MAM) dentro da empresa. Sem

essas atividades, não haveria o fluxo e, portanto, as transformações que

agregam valor aos produtos. Onde a logística interna está comprometida, os

custos podem até inviabilizar processos produtivos, deteriorando uma

vantagem competitiva conquistada nos demais processos. Por fim,

naturalmente, sem a distribuição física ou logística outbound, os produtos não

seriam encaminhados para onde está a demanda, e assim a comercialização

não seria concretizada.

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Concluindo, podemos afirmar que, sem uma logística integrada, interna

e externamente, os fluxos seriam interrompidos, ocasionando rupturas no

atendimento das demandas. A duras penas, aprendemos que é preciso

sincronizar e harmonizar com sabedoria todos os elementos que compõem a

logística.

1.1 - Transporte

O transporte é a atividade logística mais importante, simplesmente

porque ela absorve, em média, dois terços dos custos logísticos e, para se ter

noção, está entre 9 e 10% do produto nacional bruto para a economia

americana como um todo. É essencial, pois nenhuma organização moderna

pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias primas ou de

seus produtos acabados de alguma forma. Sua importância é sempre

sublinhada pelos problemas financeiros colocados para muitas empresas

quando há uma greve ferroviária nacional ou quando carreteiros autônomos

paralisam sua atividade devido a aumentos de combustíveis. Não é incomum

denominar tais eventos de desastres nacionais. Os mercados não podem ser

atendidos e produtos permanecem no canal de distribuição para deteriorarem-

se ou tornarem-se obsoletos.

Transporte refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos.

Algumas das alternativas populares são os modos rodoviário, ferroviário,

hidroviário e aeroviário. A administração da atividade de transporte geralmente

envolve decidir-se quanto ao método de transporte, aos roteiros e à utilização

da capacidade dos veículos. Fonte: http://www.mre.gov.br/cdbrasil, 22.04.06.

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1.1.1 - Rodoviário

Este é o principal sistema de transporte no Brasil. Por ele passam 56%

das cargas movimentadas no País, contra 21% por ferrovia e 18% por hidrovia.

A predominância deste tipo de transporte deve-se à legislação, que dificulta o

uso da navegação; à falta de investimentos nas ferrovias e nas hidrovias; à

fragilidade da administração pública, muito presente nas duas últimas

modalidades e ausente na rodoviária.

Além desses fatores, até meados da década de 50 eram bastante

incipientes os sistemas brasileiros de transportes, como também o era a

economia nacional. O PIB não chegava a US$ 30 bilhões e as exportações se

limitavam praticamente ao café. A partir daquele período o desenvolvimento

acentuou-se, foi implantada a indústria automobilística, a pauta de exportações

diversificou-se, com predominância crescente para os manufaturados, e de lá

para cá o PIB cresceu 30 vezes, estimulando, também, a expansão da malha

de transportes.

A rede rodoviária nacional possui uma extensão total de 1.355 mil

quilômetros, dos quais 140 mil pavimentados. No momento, com mais de 30%

do total bastante danificado pela falta de conservação, a prioridade para o

setor é deixar grande parte da rede em boas condições de tráfego. Outra

ênfase é duplicar rodovias importantes, como a Régis Bittencourt, que liga o

estado de São Paulo ao Sul do País, estendendo-se até o estado do Ceará, no

Nordeste, e a Rodovia Fernão Dias, que liga as cidades de São Paulo e Belo

Horizonte (Minas Gerais).

Outro grande problema das rodovias brasileiras tem sido o roubo de

cargas (US$ 32 milhões anuais, em média, segundo a CNT). As cargas mais

visadas são, pela ordem: produtos têxteis e confecções (15,7%), alimentícias

(12%), eletroeletrônicas (10,6%) e de higiene e limpeza (7,1%). Cerca de

97,2% de toda carga roubada no país, concentra-se no Rio de Janeiro (63,6%)

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e São Paulo (33,6%), principalmente nas rodovias Presidente Dutra, Régis

Bittencourt, Fernão Dias e Transbrasiliana. Fonte:

http://www.portalbrasil.net/brasil, 01.05.2006.

1.1.2 – Ferroviário

O modal ferroviário é naturalmente vocacionado para o transporte de

cargas de baixo valor agregado, para fluxos concentrados (em termos de

origens e destinos) e para grandes distâncias. Esta vocação pode ser

percebida na representatividade, medida em tonelada quilômetro útil, deste

modal na matriz de transporte de diversos países de dimensões continentais

(e.g. China, 37%, EUA 44%, Rússia 60%¹), bem como nos tipos de produtos

tipicamente transportados por este modal: minério de ferro, produtos

siderúrgicos, produtos agrícolas, carvão e fertilizantes, entre outros.

No Brasil, este modal de transporte nunca alcançou a representatividade

obtida em outros países de grande extensão territorial. A sua participação na

produção de transporte no país, medida pela tonelada quilômetro útil, variou,

nas décadas de 80 e 90, entre aproximadamente 20% e 23%. Este grau de

utilização para o transporte de carga coloca o Brasil na companhia de diversos

países europeus, como França e Alemanha, que possuem uma extensão

territorial significativamente menor que a nossa. Adicionalmente, a participação

do transporte ferroviário de cargas no Brasil têm sido restrita ao segmento de

curtas distâncias, em que as vantagens dos custos e serviços ferroviários não

são significativas. É interessante ressaltar que, para longas distâncias, a

participação do modal ferroviário é a menor dentre todos os modais de

transporte no Brasil.

As atividades de transporte ferroviário de carga no Brasil podem ser

divididas historicamente em três principais fases. A primeira fase foi a da

instalação das primeiras ferrovias em território nacional, ocorrida em meados

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do século XIX. Esta fase foi caracterizada por um alto grau de investimento de

empresas internacionais - com garantias de taxas atraentes de retorno por

parte do governo brasileiro. Nesta mesma fase ocorreu a instalação da malha

ferroviária paulista, esta financiada pelos cafeicultores deste estado.

A segunda fase histórica pode ser entendida como a fase da

nacionalização gradual das ferrovias brasileiras, processo este que se iniciou

no século passado e que teve como marcos a constituição da Rede Ferroviária

Federal S.A. (RFFSA) pela lei no. 3.115 de 1957 e a criação da Ferrovia

Paulista S.A. (FEPASA) pela lei estadual no. 10.410 de 1971.

Por fim, a terceira fase é aquela em que "devolve-se", através de

processo de arrendamento por 30 anos, a malha e a operação ferroviária para

as mãos dos investidores privados. Esta fase teve como prenúncio a inclusão,

em 1992, da RFFSA no programa nacional de desestatização e teve como

marco fundamental a Lei das Concessões de 1995 (8.987/95).

Paralelamente à estrutura ferroviária privatizada, nasceu a Ferronorte,

uma concessão de 90 anos outorgada em 1989 e com início de operação no

ano de 1999. As estatísticas relativas ao desempenho da Ferronorte são ainda

muito recentes e não serão, por causa disto, analisadas neste estudo. Fonte:

http://www.cel.coppead.ufrj.br, 01.05.2006.

1.1.3 – Hidroviário

Responsável por 12,75% do movimento de transporte de carga

registrado no país, divide-se em fluvial e marítimo. Existem 44 portos no

território nacional sendo 6 na região norte, 13 na nordeste, 13 na sudeste, 10

no sul e 2 no centro-oeste. De acordo com dados do Ministério da Marinha,

existem no setor 62 mil trabalhadores.

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Em 1998, os portos marítimos brasileiros movimentaram 443 milhões de

toneladas (crescimento de 1,7% no ano), com receita de US$ 5,7 bilhões com

frete. Atualmente, há uma frota registrada de 172 navios, sendo 121 de

cabotagem (que fazem a navegação entre portos brasileiros) e 51 navios de

longo curso, que realizam viagens internacionais. A carga movimentada entre

portos brasileiros foi de 44,5 milhões de toneladas e os principais portos são

Santos (29% do total), Praia Mole - Espírito Santo (12,9%) e o do Rio de

Janeiro (8,3%).

Segundo o Departamento de Hidrovias Interiores, cerca de 17 milhões

de toneladas foram transportadas através de navegação fluvial (2,7% do

movimento total de cargas do país). Nos anos 90, o transporte hidroviário

passa a ser utilizado em maior escala no Brasil, como forma de baratear o

preço final de produtos, principalmente os de exportação, tornando-os mais

competitivos. O custo por quilômetro é duas vezes menor que o da ferrovia e

cinco vezes mais baixo que o da rodovia.

Os investimentos para transformação de um rio em hidrovia, porém, são

muito altos. São necessárias algumas obras de engenharia para permitir ou

ampliar sua navegabilidade, como a dragagem (retirada de terra do fundo dos

rios de modo a deixá-lo operacional a navios e barcos de maior porte e

calado), dentre outras.

Na região norte, onde as condições naturais são mais favoráveis e

existe uma maior carência para a locomoção entre os municípios, o transporte

fluvial tem grande importância. A bacia do Amazonas, por exemplo, é a

responsável pela maior parte do movimento de passageiros.

As principais hidrovias brasileiras são: Hidrovia do Madeira, ligando

Porto velho (RO) até Itacoatiara-AM (1.056 km de extensão e por onde circula

a maior parte da produção de grãos e minérios da região), Hidrovia do São

Francisco, ligando Pirapora-MG a Juazeiro-BA (1.371 km, que transporta 170

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mil toneladas anuais de cargas), a Hidrovia Tocantins-Araguaia que conta com

2.250 km de rios navegáveis (580km no Rio das Mortes, 1.230 km no Rio

Araguaia e 440 km no Rio Tocantins) e a Hidrovia Tietê-Paraná, que é a maior

em extensão e volume - ligando Conchas-SP a São Simão-SP (2.400km e 5,7

milhões de toneladas de cargas transportadas). Em fase de implantação está a

Hidrovia Paraguai-Paraná. No trecho em funcionamento, que liga Corumbá-MS

até Porto de Nueva Palmira - Uruguai, a soja é o principal produto

transportado. Fonte:http://www.portalbrasil.net/brasil_trnasporte.htm,

01.05.2006

1.1.4 – Aeroviário

Embora o sistema de transporte aeroviário seja o de frete mais caro

comparativamente aos demais sistemas de transporte, sua importância

estratégica é significativa em função da rapidez do transporte aéreo. No

transporte de carga, o sistema aeroviário apresenta grande atratividade para o

transporte de produtos de alto valor agregado ou perecível. Ultimamente, vem

sendo popularizada através da disputa do mercado entre as empresas

operadoras, via preço da passagem, incrementando seu uso ao longo do

tempo. Fonte: http://bahiainvest.com.br/port/pq_invest, 01.05.2006

Este sistema de transporte é ideal para pequenas cargas urgentes e de

alto valor. Regulamentado pela IATA (International Air Transport Association) e

por acordos internacionais. Algumas características: crescente aumento de

frotas e rotas; rapidez, segurança e agilidade no deslocamento; embalagens

mais baratas, sem a necessidade de serem resistentes; acesso a mercados

difíceis de alcançar por outros meios; redução dos gastos com armazenagem

(possibilidade de manutenção de pequeno estoque no caso de indústria que

utiliza o sistema just in time, com embarque diário que reduz os custos de

capital de giro). Os Agentes de Carga IATA são os intermediários entre as

empresas aéreas e os usuários. Fonte:

http://www.global21.com.br/guiadoexportador, 01.05.2006

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CAPÍTULO II

HISTÓRICO DA PETROBRÁS NA

BACIA DE CAMPOS

Em novembro de 1974, o poço 1-RJS-9A dava origem ao campo de

Garoupa e revelava a região petrolífera que logo se tornaria a mais importante

do Brasil. A notícia auspiciosa gerou grande otimismo num momento em que o

país sofria os efeitos da primeira crise do petróleo. A Bacia de Campos não

deixou de corresponder às expectativas que sobre ela recaíram naquele

momento. Responsável pelo início de um novo ciclo na economia e no

desenvolvimento do país, ela continua a render bons frutos, ou melhor, bons

peixes, como são batizadas as dezenas de campos de petróleo identificados

em todos esses anos.

Hoje, a liderança da Bacia de Campos se revela não só no cenário

nacional, pois responde por cerca de 100% de nossa produção, como no plano

externo, já que se tornou referência tecnológica para a indústria internacional

de petróleo. A cada nova descoberta, a cada recorde ultrapassado, a cada

projeto inovador instalado em suas águas, é confirmado o talento dos técnicos

brasileiros e o sucesso da Petrobras, que vem expandindo nossas fronteiras

exploratórias, superando constantemente o desafio de encontrar e produzir

óleo e gás em regiões impensáveis.

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Revista Petrobras: “30 Anos Descobrindo o Futuro”

2.1 – A Caminho do Mar

Quem observa hoje o desempenho da Petrobras no mar, especialmente

na Bacia de Campos, encontra um cenário de êxitos poucas vezes reunidos

por uma única empresa. Mas nem tudo foi um mar de rosas. Como em todas

as grandes conquistas, houve momentos de dificuldades e incertezas. Para

chegar a Garoupa, foi percorrida uma árdua e persistente seqüência de

trabalhos de investigação da plataforma continental brasileira.

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Os antecedentes mais remotos da busca de óleo na Bacia de Campos

encontram-se na primeira fase das atividades geofísicas no mar, entre 1057 e

1966, realizadas em águas rasas do litoral dos Estados do Maranhão e da

Bahia. Nessa época, ainda não se havia determinado a necessidade de seguir

para o mar, a fim de garantir a sonhada auto-suficiência de petróleo para o

Brasil.

Em meados da década de 1960, pressionada pelo aumento do

consumo interno e pela dependência externa no fornecimento de combustíveis,

a Petrobras viu amadurecer a idéia de se dedicar com maior ênfase à

exploração submarina. Seguia a orientação do geólogo Franklin de Andrade

Gomes, chefe da Divisão de Exploração, que costumava enfatizar: “precisamos

despertar para essa plataforma continental já”. Em 1966, a empresa deu um

passo importante para concretizar seu plano de avançar em direção à

exploração das bacias marítimas: contratou no Brasil a construção da

plataforma de perfuração Petrobras I, para operar até a lâmina d’agua de 30

metros (98,43 pés). Em 1968, foi iniciada a perfuração do primeiro poço, na

costa do Espírito Santo.

O período entre 1967 e 1968 marca o verdadeiro início da exploração

sistemática da plataforma continental brasileira, quando a maioria das bacias

marítimas foi coberta pela sísmica de reflexão em suas porções rasas. Até

hoje, o mais importante método de investigação da geologia dessas bacias, a

sísmica, realiza uma espécie de ultra-sonografia do terreno, dando origem aos

perfis sísmicos, que oferecem uma imagem aproximada da configuração das

diversas camadas no subsolo. Um importante salto tecnológico para a

exploração foi a criação, em 1968, do primeiro Centro de Processamento de

Dados Sísmicos Digitais da Petrobras. Isso expandiu o conhecimento

especializado em sísmica e permitiu à Petrobras, já na década de 1970,

processar seus próprios dados sísmicos e desenvolver seus próprios

softwares.

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As análises dos dados sísmicos processados mostraram uma série de

locais propícios à acumulação de óleo e gás na plataforma continental. Sem

conseguir bons resultados no poço do Espírito Santo, a plataforma de

perfuração foi deslocada para o litoral de Sergipe. Lá, já no segundo poço

perfurado no mar brasileiro, ocorreu a primeira descoberta: o campo de

Guaricema, assim chamado por conta do peixe de água quente, abundante na

região. Guaricema deu origem à tradição de batizar com nomes de peixes as

descobertas da Petrobras nas bacias marítimas. Foi o primeiro exemplar de

um cardume que não parou de proliferar.

2.2 – Aberta a Temporada de Pesca

Numa época de petróleo importado a baixo custo – cerca de 3 dólares

por barril, investir no desenvolvimento de Guaricema foi uma decisão

estratégica da Petrobras. Muito se aprendeu com o desenvolvimento desse

campo. Depois de Guaricema, ocorreram outras descobertas no litoral do

Nordeste: em 1970, os campos de Caioba, Camorim, Robalo e Dourado, em

Sergipe; em 1973, Ubarana, no Rio Grande do Norte.

Paralelamente, a Petrobras investigava outras regiões. No início dos

anos 70, começavam as atividades exploratórias na plataforma continental da

Foz do Amazonas e na Bacia de Santos. Até o início de 1971, já haviam sido

perfurados 53 poços nas bacias marítimas, permitindo delinear suas principais

características geológicas. Isto serviu de base ao planejamento dos futuros

programas exploratórios.

A saída para o mar incentivou a retomada do processo de

desenvolvimento tecnológico da atividade de exploração e a ida de geólogos e

geofísicos para cursos em centros de excelência no exterior. A Petrobras se

preparava, assim, para ir mais fundo no desafio de explorar os novos cenários

geológicos da plataforma continental brasileira, onde os riscos e os custos são

muito elevados.

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O sucesso inicial nas bacias marítimas fez a exploração submarina

avançar ainda mais. A crise de 1973, com a súbita elevação dos preços do

petróleo – que passaram para U$ 15 por barril no mercado internacional - ,

representaram mais um estímulo para que a Petrobras intensificasse as

operações na plataforma continental. Naquela ocasião, cerca de 75% do

petróleo consumido no Brasil era importado, determinando o dispêndio anual

em divisas da ordem de 3 bilhões de dólares.

2.3 – A Primeira Descoberta

As perfurações na Bacia de Campos começaram em 1971, mas os

primeiros poços resultaram secos. Em 1973, foi iniciada a perfuração do poço

1-RJS-7, encarada como a última tentativa. Fosse este outro poço seco,

certamente teria ocorrido um grande atraso no processo exploratório da região.

Em lâminas d’agua de 110 metros, o RJS-7 era um poço difícil e a

perfuração prosseguia lentamente. A previsão era perfurar até 3.500 metros

(11.482,94 pés) e alcançar a Formação Macaé, composta de rochas calcárias.

Mas e equipe queria interromper o poço, pois trabalhavam havia meses sem

resultados. O então chefe da Divisão de Exploração da Petrobras, Carlos

Walter Marinho Campos, determinou que a perfuração continuasse,

lembrando-se dos calcários que produziam grandes volumes de petróleo no

Oriente Médio, em poços com até 5 mil metros de profundidade. Mandou que

a sonda prosseguisse até a profundidade final prevista, encontrando-se uma

zona saturada de petróleo. Os testes mostravam vazões muito baixas, e o

poço foi classificado como subcomercial. Apesar de não ser uma acumulação

economicamente viável, essa descoberta é considerada a impulsionadora da

sucessão de êxitos da Petrobras na plataforma continental. Havia óleo na

Bacia de Campos!

Com o resultado do RJS-7, decidiu-se partir para outra locação, o poço

1-RJS-9. Perfurado pelo navio-sonda Petrobras II, o poço ficava em lâmina

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d’agua de 120 metros (393,70 pés), o que já impunha todas as dificuldades

das águas profundas. Mas, ao atingir a profundidade de 3.102 metros

(10.177,17 pés), o poço teve que ser abandonado por problemas mecânicos.

O navio foi deslocado para um ponto situado a 150 metros do original, e a

perfuração foi repetida, com o prefixo 1-RJS-9 A. Confirmando as previsões, o

poço revelou uma coluna de óleo de mais de 100 metros de espessura, com

reservas estimadas em torno de 100 milhões de barris. Os testes de produção

mostraram vazões de cerca de 3 mil barris/por dia de óleo de boa qualidade.

Era o primeiro poço do campo de Garoupa e o primeiro a produzir em

reservatórios calcários no Brasil. Com esta descoberta, a primeira de porte na

plataforma continental, a Petrobras iniciava uma nova etapa de sucesso em

suas atividades.

2.4 – Euforia e Inovação

A descoberta de óleo nas proximidades de dois grandes centros

consumidores – Rio de Janeiro e São Paulo – tiveram enorme repercussão e

gerou grande euforia, principalmente diante do quadro sombrio que cercava o

mercado internacional de petróleo: um cenário de instabilidade de preços de

matéria-prima fortemente controlada pelo cartel de países exportadores.

Depois de Garoupa, as descobertas se sucederam. Em 1975, foi

descoberto o campo de Namorado e, no ano seguinte, o de Enchova. A partir

dos modelos resultantes do crescente conhecimento geológico e geofísico da

Bacia de Campos, seguiu-se uma série de descobertas que aos poucos

revelavam o perfil de região produtora: Pampo, Badejo, Linguado e Corvina,

entre outros. Por questões técnicas, o campo de Garoupa só começaria a

produzir em 1979. Mas, antes disso, a necessidade de aumentar rapidamente

a produção interna levou a Petrobras a adotar um novo sistema de produção

flutuante, com o objetivo de compensar o declínio dos campos terrestres,

principalmente os de Recôncavo Baiano. Na época, o Brasil extraía de seus

campos apenas 160 mil barris diários de petróleo.

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O poço escolhido foi o de 3-EM-1-RJS, no campo de Enchova, que se

revelou um excelente produtor, com vazão de mais de 10 mil barris diários de

óleo. Utilizando a plataforma semi-submersível Sedco 135-D, o sistema de

produção Antecipada de Enchova entrou em produção em 13 de agosto de

1977, em 124 metros de lâmina d’agua, inaugurou a produção na Bacia de

Campos.

Revista da Petrobras: “30 Anos Descobrindo o Futuro”

A concepção inovadora representou grande agilidade, flexibilidade

operacional e economia para as operações no mar, pois reduziu o tempo

normalmente gasto entre a descoberta de petróleo e o início da produção

comercial. O Sistema Antecipado de Enchova representou para a Petrobras o

primeiro marco tecnológico da produção de petróleo no mar, de uma série que

se prolonga até hoje, em direção a águas cada vez mais profundas.

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2.5 – Um Longo Mergulho

Até começar a operar na Bacia de Campos, a experiência na plataforma

continental limitava-se de 30 a 40 metros (131,23 pés) de lâmina d’agua dos

campos do Nordeste. A bem sucedida operação em Anchova motivou a

Petrobras a instalar sistemas semelhantes em outros campos. A experiência

adquirida em sua operação permitiu transformar em opções permanentes

esses sistemas antecipados, concebidos para utilização provisória, enquanto

eram construídas as plataformas fixas definitivas. Nascia assim os Sistemas

Flutuantes de Produção, tecnologia que se tornou vanguarda no mundo e

levou a Petrobras a bater vários recordes internacionais.

Em 1978, ocorreu um importante salto tecnológico, com fortes

implicações para o avanço da exploração petrolífera. A Petrobras começou a

utilizar a sísmica tridimensional. Essa ferramenta foi empregada pela primeira

vez para auxiliar a delimitação do campo de Cherne, na Bacia de Campos.

Apesar das descobertas e dos avanços técnicos, a produção média

brasileira no final dos anos 70 ainda se situava na casa dos 200 mil barris por

dia, enquanto o consumo atingia 1 milhão 115 mil barris/dia. Foi quando

ocorreu o segundo choque internacional do petróleo, com o preço do barril se

aproximando dos U$ 30,00. O governo estabeleceu, então, a meta de produzir

500 mil barris/dia em 1985. Isto significou um enorme desafio para a área de

exploração da Petrobras, já que este crescimento da produção se associava a

necessidade de reposição das reservas. Era preciso descobrir grandes

reservas para fazer frente ao aumento do volume a ser produzido. Para

viabilizar esta meta, a Petrobras elaborou um plano Qüinqüenal que previu

significativo crescimento dos investimentos em exploração.

No ínicio dos anos 80, já se acumulara um enorme acervo de dados

geológicos e geofísicos da Bacia de Campos, que deu suporte ao bem-

sucedido processo exploratório. Como resultado destes estudos, a exploração

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avançou para uma região desconhecida, uma nova fronteira em águas

profundas. Contava para isso com os modelos geológicos bem definidos e

com a maciça utilização da sísmica 3-D. O ano de 1984 marca a descoberta

das primeiras acumulações em águas profundas. Era o prenuncio de uma

notável fase exploratória e de desenvolvimento da produção da história da

Petrobras.

O campo de Marimbá foi a primeira descoberta em águas profundas na

Bacia de Campos. Localizado em lâmina d’agua de 600 metros (1.968,50

pés), o poço descoberto, 1-RJS-284, perfurado em lâmina d’agua de 383

metros (1.256,56 pés), entrou em produção no ano seguinte ao da descoberta,

o que representou um recorde mundial em completação submarina e um

marco fundamental no desenvolvimento dos campos em águas profundas no

Brasil.

Ainda em 1984, outro marco: é descoberto Albacora, o primeiro campo

gigante do país, com reservas de cerca de 900 milhões de barris. Em 1985, foi

a vez de Marlin, com 2,5 bilhões de barris de óleo reserva, que se estende a

mais de mil metros de lâmina d’agua. Três anos depois, chegou aos campos

de Barracuda e Caratinga até se localizar, em 1986, o campo supergigante de

Roncador, na porção nordeste da Bacia de Campos, com reservas estimadas

acima de 2,6 bilhões de barris de óleo e a 2 mil metros (6.561,68 pés) de

lâmina d’agua. Em 2003, o poço RO-21, do campo de Roncador, aos 1.886

metros (6.187,66 pés) de lâmina d’agua bateu o recorde mundial de produção

de lâmina d’agua profunda.

O novo milênio trouxe surpresas sob as águas da Bacia de Campos. Ao

estender seus próprios limites geográficos, então rumo à sua porção norte, no

litoral do Espírito Santo, foi descoberto em 2001 o campo de Jubarte, que

começou a produzir por meio de um sistema antecipado já em 2002. A

descoberta de outras acumulações na área, como o campo de Cachalote,

caracterizou uma nova província petrolífera, com reservas estimadas em 2

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bilhões de barris. Descobertas em águas ultraprofundas abrem novas

perspectivas exploratórias. Após trinta anos de grandes descobertas, a Bacia

de Campos mostra que permanece fértil e preparada para contribuir cada vez

mais para o desenvolvimento do país. Fonte: Revista da Petrobras: “30 Anos

Descobrindo o Futuro”.

2.6 – Plataforma P50 Símbolo da Auto Suficiência - Atualidade

A P-50, grande estrela da conquista da auto-

suficiência, é a plataforma com maior capacidade

de produção do Brasil, com 180 mil barris diários, o

que representa 11% do volume médio produzido

no país em 2005. Ela tem capacidade para

comprimir seis milhões de metros cúbicos de gás

natural e de estocar 1,6 milhão de barris de petróleo.

A plataforma é o resultado da conversão do casco do navio Felipe

Camarão, da frota da Petrobras, em unidade de produção do tipo FPSO – que

produz, processa, armazena e escoa o óleo e o gás. Esta conversão foi

realizada em Cingapura pelo estaleiro Jurong, em 2003.

O custo total foi de US$ 634 milhões. Foram construídos no Brasil os

módulos que ficam sobre o casco e a integração de todos os componentes da

plataforma. Essas obras geraram 4 mil empregos diretos e 12 mil indiretos no

país.

Instalada no campo Albacora Leste (Bacia de Campos), a P-50 tem a

participação da empresa espanhola Repsol, com 10%. O campo de Albacora

Leste está localizado a 120 quilômetros a partir do Cabo de São Tomé,

ocupando uma área de 141 quilômetros quadrados onde a profundidade varia

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de 800 a 2 mil metros. A plataforma P-50 tem 337 metros de comprimento,

área submersa de 21 metros e 55 metros de altura, equivalente a um prédio de

18 andares.

2.6.1 – Benefícios

A auto-suficiência permite ao Brasil passar da condição de país

altamente dependente de petróleo importado, como na época das grandes

crises mundiais de energia, para a situação confortável de agora. É vantajoso

para o país estar nesta posição no atual momento de escassez mundial de

petróleo, quando há pouca diferença entre a produção e consumo global, o

que tem provocado alta volatilidade do mercado.

Com a nossa produção interna superior à demanda, as flutuações do

mercado internacional poderão ser mais bem administradas internamente. Este

equilíbrio no setor energético, privilégio de poucos países industrializados do

mundo, resguarda o consumidor brasileiro. Alia-se a isto a segurança do

abastecimento interno.

2.6.2 – Crescimento Econômico

As previsões para o mercado internacional indicam o crescimento rápido

do consumo das reservas de petróleo, sem novas descobertas significativas no

mundo. No Brasil, ao contrário, estão sendo realizadas descobertas suficientes

para repor o que é produzido anualmente e ainda aumentar as reservas. Com

a auto-suficiência, a Petrobras, que jamais deixou faltar combustível no país,

mesmo em momentos de crises globais de abastecimento, ficará praticamente

imune a eventuais colapsos internacionais.

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Além disso, a auto-suficiência vai garantir ao país saldo positivo na

balança comercial do setor de petróleo, com exportações maiores do que

importações e, conseqüentemente, menos gastos de divisas. Essa economia

deixa mais recursos disponíveis para outras áreas estratégicas ao

desenvolvimento nacional, como educação, saúde e infra-estrutura em geral.

2.6.3 – Atraindo Investidores

A auto-suficiência também deverá contribuir para a melhoria dos

indicadores macroeconômicos, o que inclui o ingresso do Brasil no seleto clube

dos países investment grade. Este conceito pode ser entendido como a nota

dada pelas agências de classificação de risco que permite ao país, e às

empresas nele instaladas, atrair mais investidores interessados em financiar

projetos a custos mais baixos que os praticados no mercado em geral.

O Brasil poderá atingir o investment grade em 2007 e com isso reduzir o

chamado risco Brasil – indicador que mede o nível de desconfiança ou risco

dos mercados financeiros em relação aos países emergentes. Tal índice tem

caído sistematicamente nos últimos meses. Bom para a Petrobras e bom para

o Brasil.

A Petrobras já desfruta de posição privilegiada no circuito de

investidores e, desde outubro de 2005, é considerada investment grade pela

agência classificadora Moody´s, que valoriza a capacidade da empresa de

gerar moeda forte. Assim, a Companhia consegue obter recursos no mercado

internacional para financiar seus projetos a custos mais baixos que outras

empresas brasileiras.

Mas, para que outras agências além da Moody’s melhorem a

classificação da Petrobras, o próprio país precisa atingir o investment grade, o

que será favorecido pela conquista da auto-suficiência na produção de

petróleo, entrando-se assim numa espécie de círculo virtuoso.

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A melhoria desta classificação deve ter outro efeito: abrir portas para

que um número maior de investidores ingresse na Petrobras. Desta forma, a

companhia deve sair de um mercado potencial de investidores de US$ 400

bilhões em todo o mundo, para US$ 7 trilhões. Atualmente, muitos investidores

seguem regras que não lhes permitem investir em mercados emergentes como

o Brasil, o que poderá mudar com a melhoria da classificação de risco do país

a partir da conquista da auto-suficiência.

Outro aspecto importante na estratégia da Petrobras ao alcançar a auto-

suficiência é conseguir atender seu mercado prioritário, o Brasil, a custos

competitivos, assegurando lucros maiores e o pagamento de dividendos aos

acionistas. A política da empresa é pagar anualmente cerca de 25% do lucro

nesta forma. O crescimento da Petrobras como corporação e a conquista da

auto-suficiência pode ser interpretada também como a capacidade de resposta

da empresa em se adaptar ao ambiente onde atua.

2.6.4 – Ganham as Empresas

A auto-suficiência terá forte impacto no ambiente empresarial brasileiro.

Primeiro, porque ela gera riqueza para o país com pagamento de mais

impostos e royalties. Em segundo lugar, ela provoca o aumento do volume de

encomendas da Petrobras para as empresas brasileiras, exigindo muito mais

produtos e serviços.

Além disso, por meio do Programa de Mobilização da Indústria Nacional

de Petróleo e Gás Natural (Prominp), a Petrobras estimula a capacitação da

indústria brasileira, para ganhar competitividade internacional. Também mostra

sua preocupação em elevar o conteúdo nacional de seus investimentos: no

período de 2006 a 2010, 65% dos seus investimentos em projetos realizados

no Brasil serão destinados a fornecedores nacionais, resultando em uma

média de US$ 6,2 bilhões por ano para este mercado.

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Fornecedores de produtos e serviços para a Petrobras são beneficiados

por essa medida, que gera acúmulo de conhecimento e avanços tecnológicos.

São exemplos do desenvolvimento da indústria de tubos e fabricantes de

equipamentos de controle remoto, incluindo os robôs usados na exploração de

poços em águas profundas e ultraprofundas.

2.6.5 – Petróleo Por Todo o Canto

A auto-suficiência é ainda mais importante para o Brasil quando

lembramos que o petróleo e o gás natural, além de fontes de energia

essenciais, entram na composição de quase todos os itens utilizados na

atividade humana, através dos produtos originários da petroquímica, como

tecidos sintéticos, plásticos, borrachas, tintas, adesivos, móveis, cosméticos,

copos, pratos, utensílios domésticos, aparelhos elétricos, computadores,

cabos, fios e uma infinidade de itens.

Fonte: http://www.petrobras.com.br, 01.05.2006

2.7 - Curiosidades da Bacia de Campos

Os números da Bacia de Campos são impressionantes. As plataformas,

com suas usinas termelétricas, têm capacidade de gerar energia elétrica para

iluminar uma cidade de um milhão de habitantes (640 MW). São consumidas

por semana 512 toneladas de alimentos e geradas 38,4 toneladas de lixo. O

atendimento às plataformas é feito por 120 embarcações e navios que prestam

serviços de apoio. São cerca de mil poços interligados em 4.200 quilômetros

de dutos no fundo do mar. As instalações em alto-mar incluem campo de

futebol, tratamento de esgoto, enfermaria e até cinema.

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Fonte: http://petrobras.com.br, 14.02.2005.

Confira os números da Bacia, a principal província petrolífera do Brasil :

A Cidade Flutuante:

Habitantes - 40 mil pessoas

PIB da Bacia - US$ 18 bilhões por ano

Total de lixo produzido - 38 toneladas por semana

Total de alimentação consumida - 512 toneladas por semana

Produção:

Total de plataformas de perfuração e produção - 64

Poços - 1.000

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Dutos e gasodutos submarinos - 4.200

Produção de petróleo - 1,25 milhões de barris

80% da produção nacional

Produção de gás natural - 17 milhões de m³/dia

42% da produção nacional

Geração total média de energia nas plataformas - 640 megawatts

Embarcações de apoio - 120 navios (10 navios e 110 rebocadores)

Transportes

Pessoas transportadas por mês - 44 mil

Vôos de helicópteros - 6.300 por mês

Pessoas transportadas por helicóptero - 40 mil por mês

Pessoas transportadas por barcos - 4 mil por mês

Local do transporte - Aeroportos de Macaé e de São Tomé (Campos).

Fonte: http://www.petrobras.com.br, 14.02.2005

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CAPÍTULO III

AS PLATAFORMAS

Nos 100 mil quilômetros quadrados da Bacia de Campos, a Petrobras

tem hoje 40 unidades de produção de petróleo, operando 546 poços, com uma

produção média diária de 1 milhão, 265 mil barris. Essas 40 unidades se

dividem basicamente em três tipos de sistemas definitivos de produção: as

plataformas fixas, as semi-submersíveis e os navios adaptados FPSO (da sigla

em inglês para Floating, Production, Storage and Offloading, ou Unidade

Flutuante de Produção, Armazenamento e Escoamento).

Inicialmente os primeiros poços produziam para os chamados sistemas

antecipados de produção, que utilizavam plataformas semi-submersíveis. As

14 plataformas fixas foram as responsáveis pelo início da saga da produção na

Bacia de Campos nos assim chamados sistemas definitivos. Suas colunas são

fixadas em profundidades em torno dos 100 metros, na parte rasa da bacia.

Carapeba 1 e 3 e Pargo 1 e 2 têm a particularidade de serem plataformas

duplas, instaladas sobre o mesmo conjunto de poços, ligadas por uma

passarela. Uma unidade concentra os equipamentos para a produção

enquanto a outra tem as instalações de hotelaria e administração dos poços.

Todas as plataformas fixas têm árvores-de-natal (os equipamentos que

controlam o fluxo nos poço) secas, isto é, acima da linha d'água.

Como 75% das reservas de óleo brasileiras estão em água profundas

(entre 400 e mil metros) e ultraprofundas (a partir de mil metros), a Petrobras é

hoje a empresa que tem o maior número de sistemas flutuantes no mundo, as

plataformas semi-submersíveis e os navios FPSO.

Na Bacia de Campos há 16 plataformas semi-submersíveis. Para se

manter no mesmo lugar, em profundidades superiores aos mil metros, elas

contam com sofisticados sistemas de amarração, que incluem oito âncoras,

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num sistema desenvolvido no Brasil. Balançam como um navio, ao sabor das

ondas, e têm árvores de natal molhadas, apoiadas sobre o solo marinho.

Algumas têm capacidade para processar até 180 mil barris por dia.

Há também hoje, na Bacia de Campos, nove navios FPSO's. Alguns são

capazes de armazenar até 2 milhões de barris nos seus reservatórios, como a

unidade P-32. Nesse caso específico, a P-32 não tem capacidade de

produção, não tem nenhum poço ligado a ela. O "P" da sigla FSPO aí significa

processamento (process, em inglês). Plataforma estratégica, a P-32 recebe e

trata o óleo vindo de quatro plataformas semi-submersíveis, num total de 250

mil barris diários.

3.1 – Tipos de plataformas

3.1.1 - Plataformas de Perfuração:

Petrobras:

P-10 P-17 P-23 P-16

Contratadas:

SS-37 SS-39 SS-40 SS-41 SS-43 SS-45 SS-46 SS-47

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3.1.2 - Plataformas de Produção

3.1.2.1 - Petrobras

Flutuantes:

ESPF - P-07 - P-08 - P-09 - P-12 - P-15 - P-18 - P-19 - P-20 - P-25 - P-26 - P-

27 - P-31 - P-33 - P-35 - P-37 - P-40 - FPBR - FPF - FPMLS - P-43 - P-48

Fixas:

PCE-1 - PCH-1 - PCH-2 - PCP-1 - PCP-2 - PGP-1 - PNA-1 - PNA-2 - PPG-1 -

PPM-1 - PVM-1 - PVM-2 - PVM-3

3.1.2.2 - Contratada:

SS-6

3.1.3 – Fotos das plataformas

Vide anexo 1

Fonte: http://www.petrobras.com.br, 14.02.2005

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CAPÍTULO IV

PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo visa mostrar de forma bem detalhada e fixando o

assunto proposto, através de exemplos citados pelo Gerente de Contrato da

Petrobrás no porto de Imbetiba – Macaé. Assunto este que irá amparar os

estudantes no critério abastecimento. Embora o contexto apresentado se refira

especificamente ao abastecimento das plataformas, o leitor vai notar que as

características e as bases adotadas por outros modais são os mesmos. A

única diferença para algumas organizações são materiais a serem

transportados.

O abastecimento das plataformas precisa de material, tanto para

abastecimento como para movimentação, ou seja, alimentação, água,

pessoas, maquinários, peças, etc. Por elas estarem longe da terra seca

(Distância já exposta no capítulo II – Histórico da Petrobras na Bacia de

Campos), é inviável que o abastecimento seja realizado diariamente. Por este

motivo, não pode haver erros, nem do responsável que controla o nível dos

diversos materiais na plataforma, nem do responsável pelo transporte no porto.

No decorrer da exposição do assunto veremos que a responsabilidade não

está só sob a responsabilidade do porto, mas existe todo um sistema envolvido

e amarrado para que o material possa chegar ao prazo certo na plataforma.

Claro que a responsabilidade de todos os envolvidos e o cumprimento

de todos os contratos é primordial para que o sistema permaneça operando

perfeitamente, sendo encargo da Petrobras supervisionar de forma efetiva e

cobrar a eficiência dos prestadores de serviços, mantendo suas características

guardadas. Ou seja, encontrar petróleo.

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4.1 – Surgimento da Requisição de Transporte (RT)

A requisição de transporte (RT) surge com start do status de solicitação.

O almoxarifado recebe a requisição, localiza o material, coleta, separa e, por

fim, o disponibiliza em uma área própria de armazenagem. Depois de todo o

trâmite realizado, o responsável pelo almoxarifado muda o status da RT para

“Material Coletado”. Esta mudança informa que o material está disponível em

uma área para embalagem. O material é conferido para saber se ele

corresponde ao pedido. Antes de ser embalado dando seqüência ao processo,

o material é unitizado. O sistema mais uma vez é informado do novo

processo. Algumas vezes, na unitização, as características do material sofrem

alterações, por ter sido acrescentado mais peso por causa da embalagem.

Tudo deve ser informado no sistema para que os novos processos estejam

prontos para operar dentro daquela especificação alterada e informada.

Levando em consideração que as peças são muito pesadas, qualquer

alteração na característica do produto vai sofrer alterações no decorrer de todo

o processo. Neste ponto o material já está disponível para a programação. O

responsável pelo transporte terrestre, então, se for o caso, observa a liberação

pelo sistema, localiza em qual área o material se encontra e o transporta até o

porto. Chegando ao porto o sistema é mais uma vez alterado para “Liberado

para transporte marítimo”. Neste momento o responsável, que está

observando todo o processo, desde o surgimento da RT até a disponibilização

para o transporte marítimo, ou aéreo coloca um meio de transporte para

atender a Requisição de transporte. No momento do embarque o sistema

mais uma vez é modificado para “Material Embarcado”. O meio de transporte

leva algumas horas para alcançar e/ou até mesmo dias, dependendo de qual

meio foi entregar o material. Chegando nela, o responsável pelo pedido neste

momento altera o sistema para “Material Atendido”. Neste momento termina o

processo iniciado por uma determinada Requisição de Transporte. Lembrando

que cada evolução ocorrida no processo está sendo observada pelos

responsáveis de cada setor envolvido e até mesmo por toda a Petrobras

(Veremos isto no item 4.2). Havendo alguma discordância de prazo ou por

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outro motivo qualquer, faculta o responsável interferir no processo para que

haja uma agilização na entrega do produto.

Cada pedaço do processo, ou seja, coletar, embalar, transportar, tem

um custo. Estes custos estão sendo inseridos e armazenados no sistema

durante cada etapa cumprida. No momento de abertura da Requisição de

transporte é informada, pelo requisitante, uma conta em que deve ser debitado

o valor. Conta esta que é criada no momento que inicia um projeto na

plataforma onde são inseridos todos os custos relativos ao mesmo. Então no

final de cada projeto e/ou no decorrer pode saber o quanto já foi gasto até

aquele determinado momento do projeto.

4.2 – Funcionalidade do Sistema

O sistema é startado, isto é, o gerente da plataforma em alto mar tem a

necessidade de solicitar algum material e inicia uma requisição de transporte

(Item 4.1). Antes de emitir um pedido, ele tem que verificar se o material está

disponível em estoque. Segundo Raymond R. Mayer, no livro de Administração

da Produção, o nível de estoque determinado pela empresa, deve ser o mais

econômico, para cada artigo comprado ou fabricado. O gerente acessa o

sistema integrado ERP (vide anexo 2), onde visualiza todas as informações

necessárias, ou seja, onde o material está estocado, preço de custo,

quantidade em estoque, etc. Um pedido de reserva do material solicitado é

emitido e, automaticamente, o almoxarifado já o reserva. Recordando que

toda esta transação fica no sistema armazenado e todos da Petrobras têm

acesso até mesmo de outros estados. A facilidade nas tomadas de decisões é

muito mais rápida, pois o sistema permanecesse on line. Com sistema

integrado o almoxarifado da Reduc (Refinaria de Duque de Caxias) sabe da

disponibilidade de um material para reposição no Recife e vice-versa. Neste

ramo de atividade algumas peças, importadas, difíceis de encontrar no

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mercado podem ser localizadas pelo sistema a qualquer momento sendo

portanto fundamental a boa comunicação entre os almoxarifados.

4.3 – Unidade de Transporte e Armazenagem

O STA (Unidade de Transporte e Armazenagem) tem várias gerências,

são elas: Armazenagem, transporte de Cargas, transporte de Pessoas,

administração do porto e gerência de SMS. Uma peça é solicitada ao

almoxarifado para ser transportada de Macaé para uma plataforma qualquer

através da emissão de uma requisição de transporte. A mesma vai direto para

a armazenagem, setor responsável pela coleta do material. A primeira

providência a ser tomada, é localizar o material a ser coletado e preparar

embalagem para o material, pois todos materiais para transporte devem estar

embalados. Depois de coletado e embalado ele sofre unitização, isto é, o

material é transformado em um só item. Na seqüência, é identificado para não

se perder pelo caminho. Onde são transportados diversos materiais, não

havendo uma identificação, pode ocorrer desvio de trajetória. Imaginem uma

broca parando em uma plataforma a centenas de quilômetros de onde deveria

estar. Quanto tempo à plataforma vai ficar parada na perfuração de um novo

poço? O custo aumentará significativamente. Depois de preparada a carga é

enviada para o transporte de carga. Como já vimos no item anterior, o

processo é anotado eletronicamente para que todos possam ter acesso às

informações. A responsabilidade só estará terminada com o recebimento da

carga pelo requisitante do material. No decorrer da entrega existem

intempéries que devem ser levadas em consideração como, por exemplo, o

clima, o vento, as correntes marítimas, esta última no caso de transporte

marítimo. É por este motivo que a responsabilidade do transporte não acaba

com a saída da carga do porto.

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4.4 – Transporte

Existem vários tipos de embarcações que atendem aos vários perfis de

cargas que a plataforma necessita. Quando o texto refere-se à carga, ele está

considerando os vários tipos: água, óleo diesel, combustível, produtos

químicos, cimento. Existe uma variedade muito grande de embarcações, a

saber:

Cimenteiro - Embarcações especializadas no transporte de

cimento;

Oleiro - Embarcações especializadas em transporte de óleo

diesel;

Rancheiros – Especializado em transporte de alimentos. A parte

não perecível não tem muito problema mas, a perecível como

carne e verduras tem que ser acondicionada em lugares com ar-

condicionado para manter a temperatura ideal.

Multi Pomposo – Embarcação preparada para transportar vários

tipos de cargas ao mesmo tempo, exemplo: pessoas, granel,

rancho, diesel e etc.

A frota da Petrobras é composta de mais ou menos 106 embarcações,

que faz a parte porto/plataforma, e também aqueles que são chamados de

retro porto, pois as cargas vêm de vários almoxarifados (Petrobras e

contratadas). As empresas de rancho (alimentação) transportam até o porto

em câmaras frigoríficas.

Segundo o site da Petrobras, conforme consulta em 14.02.2006, sobre

as águas da Bacia de Campos passaram, 37 helicópteros perfazendo 45.600

horas vôo, em 2001. É como se cada um deles tivesse ficado 51 dias voando

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sem parar. Para transportar 38 mil pessoas por mês, são necessários 40 vôos

diários, a partir dos heliportos de Macaé e do Farol de São Tomé, construído

pela empresa.

Fonte: http://www.petrobras.com.br, 14.02.2005

No início falamos que existem vários tipos de embarcações, isto tudo

porque não podemos, em alguns casos, misturar as cargas, pois, quando

misturamos cargas com vários perfis, a viagem fica extensa. Imaginem que

uma embarcação multi pomposo está descarregando água em uma

plataforma. Processo este que é muito lento para ser realizado e a bordo

existem pessoas e rancho para serem entregues nas plataformas X e Y,

respectivamente. O processo de deteriorização começa e a fadiga dos

passageiros aumenta, até descarregar e alcançar a última plataforma, os

custos já se elevaram e os trabalhadores já não vão produzir da mesma forma

e alguns alimentos estão em deteriorização. Por este motivo que foram criados

transportes especializados. Pessoas não se misturam com outro tipo de carga,

um prejudica o desempenho do outro. Desta forma, a embarcação e a

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tripulação de bordo com o tempo especializam-se em certo tipo de carga. O

que nos leva o menor tempo para desembarque da carga, mãos de obra mais

velozes, menos riscos de acidentes, equipamentos mais adequados, maior

controle a possíveis vazamentos, etc. Em contrapartida, menos custos são

agregados à carga que está sendo entregue. Em outras áreas da Petrobras,

vamos encontrar embarcações que executam diversas funções simultâneas

mas, têm características diferentes da Bacia de Campos. Temos por exemplo,

as plataformas de Aracajú, que estão localizadas muito próximas ao litoral. As

embarcações transportam diversas cargas, porquanto a navegação é rápida e

as plataformas estão bastante próximas. Já na Bacia de Campos o trajeto a

ser cumprido é muito extenso, leva em média 15 horas. A distância é grande e

cada uma recebe enormes volumes de cargas. Outro fator dificultante na

Bacia de Campos para que uma mesma embarcação resolva vários problemas

de abastecimento é o tempo de operação de cada plataforma. As do Norte do

país exemplifica muito bem isto. A diferença é que na Bacia de Campos são

fornecidas 500 toneladas de água e em Aracajú os abastecimentos ficam entre

20 e 30 toneladas. A proporção e o tempo de entrega são muito menores. No

norte, a embarcação sai pela manhã e no final da tarde está de volta. Na Bacia

de Campos, leva de 3 a 4 dias para realizar um circuito completo.

Lembrando que não estamos levando em consideração o petróleo

extraído para transporte, pois é necessário um amparato logístico específico

com navios maiores, oleodutos, gasodutos, etc, a responsabilidade do setor de

transporte fica a cargo das pequenas embarcações no que diz respeito ao

atracamento dos petroleiros e no deslocamento das plataformas. Então as

embarcações não se envolvem com o produto final das plataformas

diretamente.

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4.4.1 – Transporte de Pessoas

Normalmente as plataformas têm equipes embarcadas que trabalham

normalmente com duas equipes em dois turnos, ou seja, um trabalha e outro

descansa. Para evitar o trânsito de pessoas sendo as distâncias longas o

transporte é realizado normalmente por helicóptero. Fica inviável transportar

10 a 12 mil pessoas todos os dias. Por este ensejo que uma equipe trabalha

14 dias e outra folga o mesmo período. É lógico que a troca é concretizada de

uma forma bastante racional. Advertindo que a plataforma não pode parar

enquanto está sendo efetivando a troca de turma, nem todos os funcionários

vão entrar e/ou sair ao mesmo tempo.

4.4.2 – As Vantagens de Frotas terceirizadas

É muito complicado para Petrobras ter frotas próprias. Pelos seguintes

motivos:

A Petrobras não teria agilidade para renovar a frota;

Aumento dos custos;

Aumento na Folha de pagamento;

Dificuldade em manter a manutenção em dia;

O objetivo da Petrobras é voltar todo seu esforço na produção de

petróleo. Parte do seu investimento teria que ser redirecionado para compra

de embarcações, helicópteros e caminhões novos. É muito mais fácil contratar

empresas que prestam serviços com mão de obra especializada, caminhões

novos, embarcações de última geração. Restando a fiscalização, cobrança,

gerenciar e voltar todos os seus esforços para a extração de petróleo.

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É lógico que a Petrobras tem gastos em manter a manutenção do porto,

o heliponto bem sinalizado, ter peças de segurança, horário de tráfego, existe

toda uma administração sob sua responsabilidade. A supervisão dos

motoristas também é um encargo dela, e sua preocupação primordial é

informar-se sobre o treinamento, equipamentos de segurança, checar se

exames médicos estão em dia, fiscalizar as empresas contratadas a respeito

da assistência médica dos empregados, controle de acidentes, etc.

A Petrobras tem que manter um projeto de renovação de frota em dia,

ou seja, a partir de um determinado momento só embarcações novas prestam

serviços. As empresas interessadas em firmar contrato têm que construir e/ou

comprar embarcações que satisfaçam às novas necessidades da Petrobras.

Embarcações antigas não são mais aceitas, pois consomem muito

combustível, têm uma tecnologia ultrapassada. A necessidade de renovação

de frota não é uma imposição da Petrobras e sim da natureza. O mar impõe

vários contra tempos, como: ventos fortes, correntezas, ondas, etc. Por estes

motivos que se torna impraticável a Petrobras partir para o campo de

transporte. O interesse não é entrar na competição de um novo mercado, o de

transporte e sim ser bem servida para que a preocupação seja direcionada

para o interesse fundamental de sua criação, extração de petróleo.

4.4.3 – Procedimentos para Emergências

É natural que o responsável pela alimentação não deixe acabar os

alimentos. Como citamos anteriormente, as plataformas são umas cidades.

Existem cozinheiros, frigoríficos, área de estocagem de alimentos. O

responsável por esta área tem que estar de olho em seu estoque disparar um

pedido com certo tempo de antecedência, sabedor que a entrega pode se

tornar mais longa por uma série de motivos. Em uma determinada época do

ano quando o mar está bravio, a embarcação não consegue chegar próximo à

plataforma para atracar e desembarcar o container de rancho. Esta dificuldade

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pode durar de 2 a 3 dias até conseguir descarregar. O controle de estoque

tem que ter um estoque de segurança. Na realidade, o estoque nunca está

zerado, mas sempre é reposição. Claro que existem emergências e a

programação tem que ser alterada para atender a urgência.

O procedimento adotado de grande valia é o dia mais cedo e o dia mais

tarde. O que vem a ser isto? O transporte marítimo é um modal bem lento, ou

seja, até o término de carregar a embarcação e navegar até a plataforma mais

próxima leva bastante tempo. Cada plataforma pela qual a embarcação passa

tem um tempo despedido para a descarga. Então a programação do

transporte é conforme a data do pedido. O melhor roteiro é associado ao

prazo de entrega. Algumas vezes a plataforma mais próxima não tem

nenhuma emergência e a mais distante precisa ou tem um prazo menor para

entrega. Em caso de emergência deve o roteiro ser alterado e uma plataforma

ter prioridade a outra mais próxima o roteiro deve ser alterado para atender a

emergência da plataforma e na volta atende a que está mais próxima. É neste

momento que as datas influenciam no roteiro. Neste caso, se seguíssemos a

forma mais econômica de atender a mais próxima, poderíamos ter uma parada

na outra plataforma por falta de material, o que elevaria o custo

significativamente. Em alguns casos, podemos retirar a carga que está

trazendo transtorno no roteiro e colocar em embarcações mais rápidas para

somente atender a urgência.

4.5 – Roteirizadores

No Brasil, atualmente, são comercializados diversos sistemas de

roteirização (vide anexo 3), sendo a maioria deles ainda desenvolvida no

exterior. O setor de transporte marítimo da Petrobras efetivamente não dispõe

do uso de roteirizadores. O único que faz uso deste software é o transporte

aéreo. No caso do marítimo, existem dois fatores preponderantes que

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impedem o uso desta ferramenta essencial par algumas empresas de

transporte:

1. As plataformas da Bacia de Campos estão muito

próximas uma da outra, a margem de erro entre ir a uma

ou a outra é muito pequena em alguns casos até

desprezível. O trecho maior fica entre o porto e a

plataforma mais próxima. A Bacia de campos é muito

extensa, mas, inteligentemente, foi dividida em setores.

Por este motivo que o responsável de transporte marítimo

executa a programação por setores e não para toda a

Bacia, ou seja, as embarcações são direcionadas para

um setor. O roteirizador poderia traçar um trajeto, mas

não faria diferença executar o trajeto invertido;

2. Um outro fator preponderante para a não utilização dos

softwares é que o setor de transporte trabalha a maioria

do tempo com atividades instáveis em função de diversos

fatores. A atividade de exploração e perfuração do

petróleo é muito instável.

A improvisação e o grau de incerteza são aumentados pelo grande

número de emergências, o que mais atrapalha a utilização dos softwares o que

impede a definição de trajetos com muita antecedência. Em muitos casos a

programação já está pronta e tem que ser desfeita para atender uma

emergência. Os roteirizadores precisam ter certeza de suas demandas. Este

grau de incerteza não é só um fator complicador mas altera até o prazo de

atendimento. A frota para transporte marítimo tem embarcações de

cronogramas que atende as solicitações com um grau de certeza muito grande

e tem embarcações que atendem as emergências.

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Os roteirizadores são ferramentas úteis mas, para a atividade de

abastecimento, não têm muita empregabilidade. Eles são mais benéficos em

entregas onde emergências são exceções. Neste momento que o custo fala

bem mais alto. Roteirizadores são ferramentas que tem um custo de

implantação e manutenção muito alto. As maiorias das empresas que dispõe

desta ferramenta para implantação estão no exterior. A velha briga do custo x

benefício entra em cartaz mais uma vez. O analista deve estar atento para a

necessidade de sua organização.

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CONCLUSÃO

Hoje em dia, a Petrobras é a menina dos olhos de organizações,

empresas internacionais e nacionais, empresários, profissionais e até mesmo

países, etc. Por este motivo que o trabalho exposto tentou unir um passeio

histórico pela Bacia de Campos, a perfeita logística de abastecimento das

plataformas, mostrando ao público interessado pelo assunto o surgimento de

grandes homens que fizeram a diferença na época, por sua ousadia e

planejamentos bem idealizados. Planejamento este que elevou o trabalho da

Petrobras a nível primeiro mundo fazendo até mesmo que ela se tornasse

fonte inspiradora para outras empresas. A análise desta admirável empresa

de sucesso possibilita que o contexto desta obra deixe uma ferramenta

poderosíssima na obtenção de conhecimento na área de logística.

A conclusão que chegamos é que não existem falhas na forma de

abastecer as plataformas. Os insucessos das operações só podem ocorrer

mediante os profissionais que estão operando as diversas fases. Cada

operador precisa estar atento à parte que lhe cabe. Mas, até isso foi pensado,

a Petrobras, é a parte que contrata serviços e não absorve a responsabilidade

de contratar mão de obra e meios de transporte, sobrando portanto tempo para

as outras partes mais importante, como por exemplo, o planejamento e a

supervisão dos serviços prestados. Outra vantagem importante é a

preocupação com os funcionários que prestam serviço. A Petrobras não deixa

de se preocupar com o bem estar de seus próprios profissionais, e até mesmo

daqueles que são contratados pelas empresas prestadoras de serviços.

Conforme foi exposto anteriormente, as fases do processo necessitam de uma

integração entre as partes e principalmente dos profissionais responsáveis por

cada uma, por este motivo que a preocupação em supervisionar o bem estar

dos funcionários terceirizados é de extrema importância. Efetuar cobrança dos

equipamentos de segurança, planos de saúde, equipamentos em bom estado

de conservação, etc, tudo isto não seria possível se o tempo despendido em

supervisionar fosse transferido para outras tarefas. Preocupação esta que

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seria transferida para contratar mão de obra, comprar equipamentos novos,

compra de caminhões e embarcações, folha de pagamentos, etc. O tempo é a

principal ferramenta para o planejamento.

Conforme citado pelo grande Apóstolo Paulo: “Combati um bom

combate... (II Timóteo 4:7)”. O trabalho está pronto. Fonte de pesquisa para

aqueles que estão dispostos a adquirir conhecimento e intimidade com os

melhores métodos e orientações sobre abastecimento. Arregassem as

mangas. Extraiam o melhor e aproveitem.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Fotos das Plataformas

Anexo 2 >> Sistema Integrado ERP

Anexo 3 >> Roteirizadores

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ANEXO 1

FOTOS DAS PLATAFORMAS

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ANEXOS 2

Site http://www.comtexto.com.br/convicomartigoLidianecomeculturaorganizacional.htm

Mudanças culturais na implantação do ERP

A utilização do ERP significa uma mudança, muitas vezes, profunda na organização, que deve ser planejada e preparada para que se garanta seu sucesso. A propensão à utilização de um sistema integrado é construída ao longo da história da organização, reflexo de sua postura perante novos desafios tecnológicos. Todas as implementações afetam o ambiente social da organização e o modo de trabalhar de seus participantes. Toda a organização deve saber da importância do projeto e ter conhecimento de informações relevantes para ser envolvida no esforço comum. Isso pode ser conseguido por intermédio de treinamento, reuniões, encontros formais ou informais e, antes de mais nada, de uma estratégia de comunicação completa e aderente." (ALBERTIN, 99: 02). Em uma organização departamental funcional, as pessoas trabalham em um grupo restrito de atividades, repetindo continuamente determinadas tarefas. Assim, tornam-se especializadas no que fazem e acreditam que a especialização é importante, perdendo a visão e o interesse de conhecer o que se passa em outras áreas da organização. Possível perceber em ambientes departamentais tradicionais, uma forte noção de espaços demarcados. Segundo Hehn (1999), cada funcionário recebe um "território" composto por recursos e atividades, objetivos, responsabilidade e autoridade, definido pelo superior hierárquico. Os funcionários se sentem "donos" desta pequena parte da organização e seu sucesso e crescimento dependem de quanto seu território produz. Com isso, ainda de acordo com Hehn (1999), a organização pode enfrentar problemas como a redundância de atividades entre as diversas áreas, falta de cooperação ou até mesmo competição entre as mesmas e ineficiência organizacional, com ciclos longos de atividades. Isto ocorre porque os funcionários passam a lutar para protegê-lo e evitar que dele sejam tirados recursos, atividades, autoridade e informações. As informações são tratadas como tesouros, pois dão certo poder àquele que as detêm. Os funcionários acabam retendo todo tipo de informação que julgam importante, compartilhando-a apenas com pessoas que confiam, ou que "jogam o mesmo jogo". Essa é a maior barreira à implantação e operação de sistemas integrados de informação: a organização departamental (um modelo natural e instintivo nos seres humanos) trata a informação de forma egoísta e isolada. Quando uma organização tem objetivos e responsabilidades específicas, as pessoas focalizam mais suas áreas de responsabilidade e aceitam que os outros façam isso também. Elas deixam para os "chefes" a responsabilidade de promover a integração entre áreas. Essa postura reforça a noção de território. O optar pelo uso de um sistema integrado de informações (ERP), a empresa passa a trabalhar de uma nova maneira. A organização departamental dá lugar a um modelo de gestão integrado e, para que isso ocorra, cada colaborador deve ter uma visão

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integrada e geral do processo produtivo. Quando uma organização trabalha com a lógica de objetivos comuns, as pessoas percebem a importância da integração e colaboram com outras áreas que compartilham seus objetivos. Criam-se assim "times virtuais", grupos de pessoas de diferentes áreas da organização que são parceiras de resultados importantes para o negócio.Num ambiente integrado e orientado para processos há forte valorização da rede de relacionamento que segue o fluxo dos processos, no lugar da noção de propriedade de um território. A rede de relacionamentos a ser construída deve se comportar como uma conexão que se forma entre pessoas que têm objetivos comuns considerados mais importantes que o sucesso pessoal isolado. Para trabalhar processualmente, presume-se uma mudança cultural em toda organização. Mas toda mudança sempre traz ganhos e perdas. No mínimo, tira as pessoas da zona de conforto - onde estão à vontade porque sabem todas as perguntas e respostas -, e as leva para uma região onde precisam aprender e criar. Pode chegar a tirar seus empregos ou tornar sem valor todo o conhecimento que passaram a vida desenvolvendo. Por esses motivos, surgem resistências à implementação do sistema. Vale destacar, entretanto, que padrões de comportamento profundamente enraizados não serão alterados com a simples implementação. O software é apenas o instrumento que permitirá que todos os funcionários de uma empresa, mesmo sem estar próximos, trabalhem integrados. A verdadeira mudança cultural, a integração das pessoas e, conseqüentemente, dos processos de trabalho, dependerá do capital humano da organização e de um esforço comunicacional interno capaz de promovê-la.

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ANEXO 3

Site: http://www.shelltransportes.com.br/roteirizadornew.aspRoteirizadores

Controle Total para sua Frota

Funciona assim: você indica o destino a ser entregue a sua carga (Rio de Janeiro para Belém, por exemplo). O sistema indica qual a melhor rota através de parâmetros definidos por você: rota mais rápida ou mais econômica, com possibilidade de paradas para alimentação, carregamento e descarregamento. E mesmo antes de seu caminhão por o pé na estrada, o roteirizador indica quanto será gasto em pedágio, onde estão localizados os postos da rede Shell, o consumo de combustível, a quilometragem total, as horas gastas e muito mais. Tudo centralizado em um relatório gerencial detalhado de fácil compreensão.

Com o roteirizador da Shell sua empresa tem uma série de benefícios:

Uma melhor otimização da sua frota; Redução de Custos; Melhoria do nível de serviço.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

A - BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. São Paulo: Editora Atlas, s/a. -

1993

B - PETROBRÁS. Bacia de Campos. 30 Anos Descobrindo o Futuro.

C - MAYER, Raymond R. Administração da Produção. São Paulo: Editora

Atlas, S/a - 1992

D - BIBLIA SAGRADA

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WEBGRAFIA

Site: http://www.mre.gov.br – 22.04.2006

Site: http://www.portabrasil.net – 01.05.2006

Site: http://www.cel.coppead.ufrj.br – 01.05.2006

Site: http://www.bahiainvest.com.br – 01.05.2006

Site: http://www.global21.com.br/guiadoexportador - 01.05.2006

Site: http://www.petrobras.com.br – 01.05.2006

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A LOGÍSTICA 09

1.1 – Transporte 11

1.1.1 – Rodoviário 12

1.1.2 – Ferroviário 13

1.1.3 – Hidroviário 14

1.1.4 – Aeroviário 16

CAPÍTULO II

HISTÓRICO DA PETROBRÁS NA BACIA DE CAMPOS 17

2.1 – A Caminho do Mar 18

2.2 – Aberta a Temporada de Pesca 20

2.3 – A Primeira Descoberta 21

2.4 – Euforia e Inovação 22

2.5 – Um Longo Mergulho 24

2.6 – Plataforma P50 Símbolo da Auto Suficiência -

Atualidade 26

2.6.1 – Benefícios 27

2.6.2 – Crescimento Econômico 27

2.6.3 – Atraindo Investidores 28

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2.6.4 – Ganham as Empresas 29

2.6.5 – Petróleo por Todo o Canto 30

2.7 – Curiosidades da Bacia de Campos 30

CAPÍTULO III

AS PLATAFORMAS 33

3.1 – Tipos de Plataformas 34

3.1.1 – Plataformas de Perfuração 34

3.1.2 – Plataformas de Produção 35

3.1.2.1 – Petrobrás 35

3.1.2.2 – Contratadas 35

3.1.3 – Fotos das Plataformas 35

CAPÍTULO IV

PESQUISA DE CAMPO 36

4.1 – Surgimento da Requisição de Transporte (RT) 37

4.2 – Funcionalidade do Sistema 38

4.3 – Unidade de Transporte e Armazenamento 39

4.4 – Transporte 40

4.4.1 – Transporte de Pessoas 43

4.4.2 – As Vantagens de Frotas Terceirizadas 43

4.4.3 – Procedimentos para Emergências 44

4.5 – Roteirizadores 45

CONCLUSÃO 48

ANEXOS 50

BIBLIOGRAFIA CITADA 60

WEBGRAFIA 61

ÍNDICE 62

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes - UCAM

Título da Monografia: A PERFEITA LOGÍSTICA DE ABASTECIMENTO DAS

PLATAFORMAS DE PETRÓLEO

Autor: Alexsander Matias Canuto

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: