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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
O ATO DE BRINCAR COMO FONTE PSICOMOTORA.
Por: Iane Cordeiro Rodrigues
Orientador
Professor Vilson Sérgio
RIO DE JANEIRO
2005
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O ATO DE BRINCAR COMO FONTE PSICOMOTORA.
Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário
Cândido Mendes como condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicopedagogia.
Por: Iane Cordeiro Rodrigues
3
AGRADECIMENTOS
A todos os autores, corpo docente do Projeto “A vez do
Mestre”, ao professor coordenador Vilson Sérgio pela revisão
dos textos. Aos alunos e pessoas que, direta e indiretamente
contribuíram para a confecção desse trabalho acadêmico.
4
DEDICATÓRIA
Dedico essa monografia ao meu filho Nitter Santos Neto, que
foi paciente durante as minhas ausências em sua vida diária.
Também aos meus alunos que me alegraram, motivaram na
busca de novos conceitos nessa pesquisa.
5
RESUMO
O tema em pesquisa teve por objetivo refletir sobre a questão da
importância do trabalho corporal em sala de aula. A contemplação da
psicomotricidade numa proposta pedagógica aliada ao lúdico.
Considerando a Educação Infantil como algo mais que um período
de desenvolvimento das capacidades da criança e de preparação para o futuro,
deve-se pensar na mesma como participante do meio em que vive, de forma ativa
e interativa, como alguém que recebe e produz cultura.
A criança é um sujeito histórico e social e faz parte de uma família
que está inserida em uma sociedade, com determinada cultura, em um
determinado contexto histórico. Através da educação a cultura é transmitida aos
membros do grupo ou da sociedade.
Naturalmente esse processo não se dá de maneira exclusiva na
escola, mas é um espaço privilegiado para que tal aconteça. Portanto, entre
cultura e educação há uma relação muito íntima, pois, ambas transmitem
conhecimentos, crenças, valores, enfim, modos de vida.
No contexto atual, a super valorização do conceito de liberdade,
principalmente entre as crianças, sem a contraposição da responsabilidade
correspondente, tem sido responsável por um clima geral de confusão,
principalmente entre pais e profissionais de ensino.
A partir dessa problemática surgiu a necessidade de abordar e refletir
sobre a formação de professores do ensino fundamental, não capacitados, para
elaborarem em sua sala de aula técnicas psicomotoras, que facilitem a ação e o
movimento elegendo a brincadeira como ferramenta na aquisição e elaboração de
conceitos, para melhor rendimento psicosocial.
6
Como resultado da análise desenvolvida pode-se afirmar que tanto
nos estudos de Piaget, Vitor da Fonseca, André Lapierre, Wallon, Esteban Levin,
entre outros, o jogo e a brincadeira exercem um papel muito importante no
processo de socialização da criança pré – escolar e, consequentemente o
reconhecimento do seu “EU”.
Contudo para que programas, currículos e escolas sejam vistos
como um espaço onde se internaliza conceitos brincado, é fundamental que sua
proposta pedagógica contemple o lúdico e que seus profissionais conheçam o
modo como o ser humano se desenvolve, as teorias da educação que embasam a
sua prática.
Só assim, saberão o “por quê” se deve dar oportunidades para as
crianças construírem jogos, decidirem regras, mostrarem como se joga,
perceberem seus limites através dos direitos e deveres, aprendendo a conviver e
a participar, mantendo sua individualidade e respeitando o outro.
7
METODOLOGIA
A metodologia utilizada se destina a apoiar instituições de ensino,
gestores, supervisores, orientadores e professores de todos os níveis sócio
político educacional, tornando, todo o conteúdo programático assunto atraente e
compreensível baseado em pesquisa bibliográfica, vivência adquirida no decorrer
de uma vida profissional e do mercado de trabalho investigado ao longo da
pesquisa.
O leitor desta pesquisa acompanhará os caminhos passo a passo, de
como auxiliar seus alunos em atividades psicomotoras através da brincadeira.
Referências bibliográficas, pesquisa de campo, depoimentos,
reportagens, serão utilizadas para a exposição clara e objetiva desta monografia.
A escolha do tema e o caminho a seguir apresentaram inicialmente
algumas dificuldades, mas a necessidade de buscar um melhor esclarecimento
deste conteúdo tornou a metodologia utilizada fato para motivação em direção à
conclusão da pesquisa.
A proposta deste trabalho busca um maior estudo e aprofundamento
do tema para posterior vida acadêmica.
Assim torna-se importante ressaltar que, a utilização desta
monografia facilitará profissionais desta área de estudo a buscar um maior
amadurecimento e aperfeiçoamento do tema proposto.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................. 09
CAPÍTULO I
HISTÓRIA E CONCEITUAÇÃO DE INFÂNCIA.............................................................. 11
CAPÍTULO II
A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA.................................................................................... 20
CAPÍTULO III
A BRINCADEIRA COMO FONTE PSICOMOTORA........................................................ 32
CAPÍTULO IV
A BRINCADEIRA O CURRÍCULO E A ORGANIZAÇÃO.......................................... 38
CONCLUSÃO................................................................................................. 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 47
ANEXOS......................................................................................................... 48
ÍNDICE DE ANEXOS...................................................................................... 48
ÍNDICE............................................................................................................ 49
FOLHA DE AVALIAÇÃO................................................................................. 51
9
INTRODUÇÃO
O presente estudo surgiu da preocupação em responder o papel do
professor enquanto agente capacitador na abordagem de técnicas psicomotoras e
aprimoramento de conteúdos que possam eleger o lúdico como suporte dessa
prática.
O interesse pelo tema foi despertado ao constatar que, na última
década observou-se uma crescente “adultização” das crianças que, principalmente
nas grandes cidades, vêm sofrendo um crescente cerceamento à liberdade de
brincar, de ser apenas criança.
Essa inserção precoce no mundo dos adultos leva a criança a
acreditar que possuí uma autonomia que ela, na verdade não tem. Então, essa
criança passa a não brincar como seu corpo precisa e sua criatividade exige.
As brincadeiras muitas vezes são impostas e direcionadas, inibindo a
vivência de situações que vão fazer parte da sua realidade.
A fim de ampliar discussões e estudos em torno do tema, levantou-se
a hipótese de que existe um despreparo de instituições e profissionais de
educação para atuação de atividades psicomotoras com crianças em fase pré-
escolar.
Com o intuito de nortear a reflexão formularam-se algumas questões:
Qual o papel e o alcance da atuação do professor, como figura
mediadora, na transmissão de técnicas psicomotoras?
Os conteúdos que correspondem ao currículo de formação de
professores abordam o que realmente as crianças desta década
necessitam para o ensino – aprendizagem?
10
Haveria alternativas curriculares que facilitassem o curso de
formação de professores?
O professor está fundamentado em técnicas e teorias facilitadoras
que possibilitem um maior rendimento psicosocial?
Na tentativa de buscar respostas para estas indagações, fez-se a
leitura e o estudo de textos resultando nos capítulos que seguem.
11
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA E CONCEITUAÇÃO DE INFÂNCIA
“Grande homem é aquele que não perdeu seu coração de
criança”. (MENCIUS)
12
1.1 - Concepção de Infância
A idéia de criança, tal como a concebemos hoje (como um ser que
tem necessidades, interesses, motivos e modos de pensar específicos) não existia
antes do século XVII.
Na Idade Média a sociedade tradicional não diferenciava adulto de
criança, não existia um sentimento de infância. A criança era considerada um
adulto em miniatura. Essa concepção pode ser percebida nas suas
representações nas pinturas: as proporções e formas do corpo se assemelham às
de uma pessoa adulta, de tal modo que não encontramos nenhum traço que
indique qualquer especificidade da criança em relação ao adulto.
Também na família, na educação e nos trajes, as crianças eram
vestidas como homens e mulheres “pequenos”. Na educação ocorria uma mistura
de adultos e crianças em salas onde havia alunos com idade que variavam de seis
a vinte anos e o conteúdo era o mesmo para todos. (ÁRIES, 1981)
A convivência com um índice de mortalidade infantil extremamente
alto fazia com que a morte das crianças fosse considerada natural e que a
duração da infância fosse limitada a um período muito curto na vida dos
indivíduos. Ela correspondia ao período em que, para sobreviver, com seis ou sete
anos, após o desmame tardio, a criança passava a conviver com os adultos, o
tempo todo, compartilhando com eles o trabalho nos campos ou mercados, os
jogos e as festas.
A transmissão dos valores e dos conhecimentos e, de modo mais
geral, a socialização da criança, não eram, portanto, nem assegurados, nem
controlados pela família. A educação era garantida pela convivência com os
adultos. A criança aprendia apenas ajudando aos adultos na realização das
atividades e obrigações diárias. O aprendizado se dava através da prática.
13
Era através do serviço doméstico que o mestre transmitia a uma
criança, não a seu filho, mas ao filho de outro homem, “a bagagem de
conhecimentos, a experiência prática e os valores humanos que pudesse possuir”.
(ÁRIES, 1981, p.228).
No século XVI, surgiu no seio da família, um novo sentimento em
relação à infância. A criança por sua inocência e graça, desperta nas amas e nas
outras mulheres, um novo sentimento de infância – a paparicação. Passando a
criança a ser vista como fonte de alegria e prazer.
No século XVII, entre os moralistas, toma forma um novo sentimento
de infância – a moralização. Os moralistas afirmam que o sentimento de
paparicação tornava as crianças mimadas e mal-educadas, propondo então a
moralização dessas crianças para que se tornassem homens honrados e
racionais.
Os moralistas afirmavam que as crianças podiam ser consideradas
como brinquedos, que elas eram criaturas de Deus e que era preciso, ao mesmo
tempo, preservá-las e discipliná-las.
Nesse contexto, a educação que era prática, passa a ser teórica,
realizada nas escolas. Os pais, por sua vez, correspondiam aos apelos dos
moralistas e passaram a se preocupar em “vigiar seus filhos mais de perto e não
abandoná-los, mesmo temporariamente, aos cuidados de uma outra família”. (op
cite, p.232).
A família tornou-se uma instituição educativa e, assim como os
mestres, aplica o castigo corporal para disciplinar os estudantes. Os adultos
exerciam uma autoridade constante, incluindo regras e transmitindo modelos.
Tudo isso refletia a ideologia da época, que pregava a moralização e o
enquadramento da criança. (FAVOLO, 1997)
Em um contexto de rápidas transformações, filósofos e educadores
preocuparam-se com a infância, considerada por eles como uma fase importante,
14
particular e distinta na vida do ser humano. O pensamento pedagógico moderno
começa a ganhar dimensão significativa, tendo como estudioso Comenius (1592 –
1670), que valorizou a criança considerando-a como ser que possui necessidades
e vontades próprias e apontou para a utilização de materiais e atividades
diferentes, que deveriam estar de acordo com os estágios de desenvolvimento
pelos quais as crianças passavam.
Logo em seguida, destaca-se Rousseau (1712 – 1778) que também
insistia na necessidade de se respeitar o ritmo de cada criança e também às suas
vivências. Defendia, também, um princípio básico para a educação: a liberdade.
Segundo ele, o homem deve ser educado resguardando o seu direito à liberdade
que é ameaçada pelas sociedades com pré-julgamentos e autoritarismo.
A partir da Revolução Industrial, o estilo de vida das pessoas se
transforma. As famílias das classes populares – agora não mais ligadas à antiga
estrutura que as prendia à terra – partem do campo para as cidades.
Esse fenômeno, de urbanização acelerada, cria expectativas com
relação à educação, pois as descobertas técnico-científicas tornaram o trabalho
muito mais complexo, exigindo maior qualificação de mão-de-obra. (ARANHA,
1997)
O ingresso dos adultos no mercado de trabalho causa mudanças na
inserção e no papel social da criança na sociedade. Ao invés do coletivo, como
nas relações sociais feudais, temos agora o individualismo da família. No lar, ao
lado dos pais, a criança desfruta de afeto, cuidados físicos e educação moral. Ela
não participa mais do sistema produtivo, sendo cuidada no lar e freqüentando a
escola.
Por ser concebida como alguém indefesa, pura, imperfeita e
incompleta, a criança precisa ser protegida, cabendo à família – não mais à
comunidade – e também à escola, manter sua inocência e fortalecê-la,
desenvolvendo e moldando seu caráter e razão. (TIRIBA, 1999)
15
A escola que surge nesse contexto é uma escola dualista, ou seja,
com objetivos diferentes para a elite e para os trabalhadores. Enquanto para a
elite era oferecida uma formação – que poderia estender-se até os graus
superiores – a classe popular deveria contentar-se com alguns rudimentos de
leitura e escrita e, o encaminhamento para a profissionalização. (ARANHA, 1997).
Ao isolar as crianças dos adultos e separar ricos e pobres, a escola
tornou-se um instrumento de fragmentação da sociedade. (FAZOLO, 1997).
Na estrutura social capitalista, o dia-a-dia das pessoas passa a ser
organizado de forma a assegurar o funcionamento do novo modelo de
desenvolvimento, voltado para a produção e o consumo de bens. A vida das
pessoas passa a ser redigida pelo objetivo do lucro.
Hoje se vive em uma sociedade desigual, constituída por classes que
vivem em condições materiais diferentes. Porém, a ideologia dominante concebe a
criança a partir de um modelo único e abstrato de infância – a criança burguesa –
que vai ser preparada para Ter um futuro brilhante. Baseada nessa ideologia, a
sociedade capitalista vê a criança como um ser não produtivo, que o adulto deve
alimentar e proteger. Essa concepção de infância trata como um fato natural a
dependência a subordinação da criança aos adultos e à sociedade.
A idéia de infância não existiu sempre, e nem da mesma maneira. Ao
contrário, ela aparece com a sociedade capitalista urbano-industrial, à medida que
mudam a inserção e o papel da criança na comunidade. (KRAMER, 1992).
O conceito de infância, por tratar-se de uma noção historicamente
construída, dependerá da classe social da qual ela é proveniente. Sendo assim,
não podemos dizer que há um conceito único de infância e de criança, pois a
estratificação social e as diferentes épocas influenciaram e influenciam
diretamente na construção deste conceito.
16
Percebe-se que, ao longo da história, a criança passou por vários
momentos diferentes, foi definida por conceitos diversos e exerceu funções
distintas.
Hoje as crianças são vistas como seres ativos, que podem tornar-se
cada vez mais competentes para lidar com as coisas do seu mundo.
A criança é um sujeito histórico e social e faz parte de uma família
que está inserida em uma sociedade, com determinada cultura, em um
determinado momento histórico.
Portanto, com as mudanças ocorridas tanto no campo das relações
humanas como na educação, as crianças passaram a ter vontades, não são mais
vistas como objetos. Com isso surgiu a crise de autoridade e a preocupação em
estabelecer limites.
1.2 - Conceituando jogo, brinquedo e brincadeira.
Os termos jogo, brinquedo e brincadeira são difíceis de conceituar
porque são empregados, geralmente, como sinônimos.
No Brasil, autores como Oliveira e Rosamilha (apud KISHIMOTO,
1998), não vêem diferenças no emprego de tais termos e segundo o dicionário
Aurélio (HOLANDA, 1983), o termo brinquedo pode significar objeto que serve
para brincar, jogo de crianças e brincadeiras. Nota-se, portanto, que para a Língua
Portuguesa, os três termos são considerados sinônimos.
Kishimoto (1996), entretanto, evita essa indiferenciação e afirma que
tentar definir o jogo não é uma tarefa fácil. Pode-se falar em jogo de adultos, como
xadrez, dominó, baralho etc., como também em jogos de crianças como,
amarelinha, jogo de bolinhas de gude e mais uma infinidade de outros. Embora
17
todos recebam a denominação de jogo, cada um tem a sua especificidade. A
complexidade da definição aumenta quando se tenta definir os materiais lúdicos,
alguns usualmente chamados de jogos e outros de brinquedos, ou quando se
procura estabelecer um paralelo entre brincar e jogar.
Três aspectos permitem uma compreensão dos jogos e dos
diferentes significados atribuídos a eles, em cada cultura. Primeiramente, o jogo
pode ser visto como resultado de um sistema lingüístico que funciona dentro de
um contexto específico, ou seja, há uma linguagem específica que descreve um
conjunto de fatos e atitudes que são entendidas da mesma forma pelas pessoas
do grupo que conhecem o jogo. Isso resulta num conjunto de termos que é
específico para cada modalidade de jogo, quer de crianças ou de adultos. Em
segundo lugar, o jogo pode ser visto como um sistema de regras que identifica a
estrutura seqüencial que permite diferenciar cada modalidade de jogo. Esse
sistema determina também quem ganha e quem perde, ou seja, o resultado do
jogo, o que, para as pessoas envolvidas, às vezes é mais importante do que a
própria atividade de jogar. E, finalmente, pode-se empregar o termo jogo, quando
se referir a uma descrição de uma atividade lúdica envolvendo situações
estruturadas pelo próprio tipo de material, como no xadrez e no jogo de bolinha de
gude.
Por outro lado, no brincar há uma ausência de regras na organização
das atividades. Qualquer objeto pode representar, para a criança, tudo o que
existe no cotidiano, na natureza e nas construções humanas. Para tais razões, o
brincar é mais específico da infância e não se confunde com o jogo.
Para as brincadeiras, Kishimoto também elaborou alguns critérios
que as identificam. Estas se caracterizam por um quadro no qual os objetos se
submetem à representação da criança e tem o seu sentido habitual substituído por
um novo. Em segundo lugar, na brincadeira há a predominância do prazer e da
alegria, e não da competição. Essa ausência de regras, previamente estruturada,
permite que a criança tenha liberdade para ensaiar novas combinações de idéias
e de comportamento em situações de brincadeiras do que em outras atividades
18
não-recreativas. E, por fim, no brincar a atuação da criança está centrada na
atividade em si e não nos resultados.
Em sua obra “O jogo e a educação infantil”, Kishimoto (1998), para
reforçar a existência da diferença entre os termos, define brinquedo, brincadeira e
jogo.
Brinquedo como objeto, suporte da brincadeira; brincadeira como a
descrição de uma conduta estruturada, com regras; e jogo infantil para designar
tanto o objeto quanto às regras do jogo da criança. (op cite)
Brougère (2000), partidário de uma teoria antropológica e
fenomenológica, também aponta para a diferenciação entre os termos.
Ele considera o brinquedo como produto de uma sociedade dotada
de traços culturais específicos. O brinquedo será entendido sempre como objeto,
suporte da brincadeira. Este termo incorpora não só aqueles que são criados pelo
mundo adulto e direcionados para as brincadeiras infantis, como também aqueles
que a criança produz a partir de qualquer material ou investe de sentido lúdico.
Segundo Brougère: “Brinquedos construídos especialmente para a
criança só adquirem o sentido lúdico quando funcionam como suporte de
brincadeira. Caso contrário, não passa de objetos”. (BROUGÈRE, apud
KISHIMOTO, 1998, p.7)
A brincadeira para Brougère é vista como a situação na qual o
brinquedo é mais utilizado. A criança confere significados ao brinquedo durante
sua brincadeira. Neste sentido, o brinquedo não condiciona a ação da criança: ele
oferece um suporte que ganhará novos sentidos através da brincadeira, ou seja,
ela é uma atividade livre, que não pode ser delimitada.
Brougère admite também, no conjunto dos objetos lúdicos, uma
distinção entre jogo e brinquedo. Para ele, aquilo que é chamado de jogo – jogos
19
de sociedade, de construção, de habilidades, eletrônicos ou de vídeo – pressupõe
a presença de regras ou princípios.
Uma outra diferença entre jogos e brinquedo é o fato do mesmo ser
visto sempre como objeto infantil e, sendo assim, falar de brinquedo para um
adulto torna-se motivo de zombaria, de ligação com a infância. O jogo, ao
contrário, pode ser destinado tanto à criança quanto ao adulto, não sendo restrito
a uma determinada faixa etária.
Pode-se concluir que, apesar de alguns autores como Kishimoto e
Brougère empregarem os termos com significados diferentes, a grande maioria os
entende como tendo o mesmo significado. Por isso, no presente estudo, os termos
serão vistos como sinônimos.
Afinal, o mais importante é que estão intimamente relacionados ao
universo do lúdico, e assim, tudo pode ser transformado pela criança em jogo,
brinquedo ou brincadeira.
''Finalmente, um aspecto relevante nos jogos é o desafio
genuíno que eles provocam no aluno, que gera interesse e
prazer. Por isso, é importante que os jogos façam parte da
cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a
potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto
curricular que se deseja desenvolver''. (PCN, 1997, p.48-49)
20
CAPÍTULO II
A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA
“Através do brincar a criança experimenta, organiza-se,
regula-se, constrói normas para si e para o outro. Ela cria e
recria, a cada nova brincadeira, o mundo que a cerca. O
brincar é uma forma de linguagem que a criança usa para
compreender e interagir consigo, com o outro, com o
mundo”.(DORNELLES, apud MEYER1, 2004, p.43)
1 Ivanise Corrêa Rezende Meyer – Brincar & Viver: Projetos em Educação Infantil, 2004.
21
Brincar é portal da criança para o conhecimento de si mesma e do
mundo. Ao reinventar a experiência brincando, ela dá significado e valor à
confusão estonteante da vida. O bebê transforma todo objeto que toca em algo a
ser sugado. Desse modo, passa a conhecer os limites de sugar e a natureza dos
objetos. Pela imitação de papéis adultos no jogo dramático, o pré-escolar
descobre novos potenciais e capacidades humanas. A criança em idade escolar
transforma objetos lúdicos como peças do jogo de damas ou de xadrez e bolas de
futebol, em ferramentas valiosas de intercâmbio social. Todas essas reinvenções
contribuem para que ela amplie sua compreensão da realidade pessoal e social.
Para Piaget (apud BARROS, 1996), a brincadeira infantil é uma
assimilação quase pura do real ao eu, não tendo nenhuma finalidade adaptativa. A
criança pequena sente constantemente necessidade de adaptar-se ao mundo
social dos adultos, cujos interesses e regras ainda lhe serão estranhos, e a uma
infinidade de objetos, acontecimentos e relações que ela ainda não compreende.
De acordo com Piaget, a criança não consegue satisfazer todas as suas
necessidades afetivas e intelectuais nesse processo de adaptação ao mundo
adulto.
Sendo assim, a criança brinca porque é uma atividade que
transforma o real, por assimilação quase pura às suas necessidades, em razão
dos seus interesses afetivos e cognitivos.
O autor citado observa, ao longo do período infantil, três sucessivos
sistemas de jogo: de exercícios, simbólico e de regras.
Os jogos de exercício são os primeiros que a criança realiza,
aparecendo nos primeiros meses de vida. Estes jogos não comportam ainda
nenhum simbolismo e consistem na repetição, por puro prazer, de comportamento
que ela já aprendeu.
Este jogo de exercício vai se tornando mais elaborado e mais
complexo à medida que a criança começa a combinar ludicamente ações
22
diferentes, passando de uma ação a outra sem empreender nenhum esforço que
vise adaptação ao meio ou aos objetos e sem nenhuma finalidade determinada. A
criança repete certas ações pelo puro prazer de exercitá-las.
Esse tipo de jogo dá origem ao jogo simbólico (o faz-de-conta), que
surge na criança quando seu pensamento torna-se capaz de representação
simbólica – mais ou menos aos dois anos de idade. Diferentemente do jogo de
exercício, que não supõe o pensamento nem a representação mental de objetos
ou situações, o jogo simbólico implica a representação de objetos e
acontecimentos ausentes.
Segundo Piaget (apud BARROS, 1996), o jogo simbólico começa por
comportamentos pelos quais a criança imita objetos, pessoas ou situações. Aos
poucos a brincadeira simbólica com outras crianças (de casinha, escolinha, etc.)
começa a ter lugar, e o simbolismo lúdico vai se tornando mais complexo. O
símbolo lúdico pouco a pouco leva às representações adaptativas, em que
verdadeiras dramatizações com papéis definidos ocupam o lugar do faz-de-conta.
Construções com diferentes materiais passam a ser utilizadas, substituindo as
transformações mais simples dos objetos que ocorrem no jogo de faz-de-conta.
Assim, o jogo simbólico se desenvolve na direção de uma atividade
mais construtiva, com finalidade de adaptação ao real. Os jogos de construção
(em que a criança constrói maquetes e réplicas de objetos), os jogos dramáticos
(teatrinho) e também os jogos com regras (bola de gude, cartas, amarelinha, etc.),
se devem ao desenvolvimento do jogo simbólico. (KISHIMOTO, 1998).
O terceiro tipo de jogo é o de regras, que marca a transição da
atividade individual para a socializada. Este jogo não ocorre antes dos quatro anos
e predomina no período de sete a onze anos. Para Piaget (apud KISHIMOTO,
1998) a regra pressupõe a interação de dois indivíduos e sua função é regular e
integrar o grupo social.
23
Os jogos com regras predominam após os sete anos devido à
crescente socialização do pensamento da criança, que conduz à substituição do
símbolo lúdico individual pelas regras. Ao contrário do simbolismo, a regra supõe
relações interindividuais, pois “(...) é uma regularidade imposta pelo grupo, e de tal
sorte que a sua violação representa uma falta”.
Os jogos com regras são jogos de combinações sensório-motoras
(corridas, bolas de gude, etc.). Quase sempre há entre indivíduos competições
que são reguladas por regras estabelecidas pelo grupo, por acordo momentâneo
ou por regras transmitidas de uma geração a outra.
Interessado especificamente em entender como a criança pratica e
tem consciência das regras, uma vez que por elas aprende a respeitar o que lhe é
transmitido e a conviver em grupo, Piaget (apud ROSAMILHA, 1979) estudou um
jogo regrado: o de bolinhas de gude.
No caso desse jogo, do qual a maioria das crianças participa, a
influência dos adultos é reduzida ao mínimo e, assim, ele é uma fonte importante
para estudar os comportamentos espontâneos das crianças referentes à
compreensão e à aceitação de regras.
Quanto às regras, Piaget distinguiu quatro estágios sucessivos. No
primeiro, puramente motor e individual, a criança manipula as bolinhas de acordo
com seus próprios desejos e hábitos motores, estabelecendo esquemas mais ou
menos ritualizados. Porém, o jogo é individual e, dessa forma, não se pode falar
em regras coletivas.
No segundo estágio, que Piaget chama de egocêntrico, a criança
começa a receber do exterior modelos de regras decodificadas. Porém, mesmo
imitando esses modelos, ela joga sozinha, sem se preocupar em encontrar
parceiros. Se, por acaso, várias crianças estiverem jogando, cada uma delas vai
jogar sozinha, para si, e todas podem ganhar ao mesmo tempo sem se preocupar
24
com a decodificação das regras ou com a uniformização das diferentes maneiras
de jogar.
No terceiro estágio, chamado de cooperação nascente, há o
aparecimento de controle mútuo do desempenho e a unificação de regras que se
referem a uma única partida. Porém, as crianças ainda não estão conscientes da
codificação social das regras. Estas são estabelecidas em cada situação de jogo e
ainda variam consideravelmente no que se refere às regras gerais.
Finalmente aparece o quarto estágio, que é o da codificação das
regras. As regras do jogo, socialmente conhecidas e regulamentadas, são
estritamente obedecidas, e, nesse caso, há uma notável concordância entre todos
os que participam do jogo. Daí em diante, as regras não se referem a uma única
partida e seus procedimentos são permanentes e conhecidos pelo grupo social.
Quanto à consciência das regras, Piaget distinguiu três estágios. No
primeiro, a regra não é coercitiva, pois ela é puramente motora. No segundo, a
regra é considerada sagrada e toda modificação proposta é considerada pela
criança como uma transgressão. No terceiro estágio a regra é compreendida como
um consenso cujo respeito é obrigatório, porém, admite-se transformá-la desde
que haja um consenso geral.
Para Piaget (1973), apesar de a prática e a consciência das regras
passarem por um número diferente de estágios, existe uma relação entre ambos.
Nos dois primeiros estágios das práticas das regras ela é motora, relativamente
independente da relação estabelecida no jogo. No terceiro estágio a regra é
coercitiva e imposta, oriunda do respeito unilateral. No quarto estágio a regra é
racional, oriunda do respeito mútuo e compreendido como necessária para
permitir a atividade em grupo.
Vigotsky (1998) entende a brincadeira como uma atividade social da
criança, que, através desta, adquire elementos imprescindíveis para a construção
de sua personalidade e para compreender a realidade da qual faz parte. Ele
25
apresenta concepção de brincadeira como sendo um processo e uma atividade e
uma atividade social infantil.
Para o autor, o mundo objetivo que a criança conhece, está
continuamente se expandindo e, no período pré-escolar, já não inclui apenas os
objetivos que constituem o ambiente que a envolver (como seus brinquedos, sua
cama ou os utensílios e objetos com os quais está sempre em contato e sobre os
quais pode agir), mas também os objetos com os quais os adultos operam e sobre
os quais ela ainda não pode agir.
A criança passa a se interessar por uma esfera mais ampla da
realidade e sente necessidade de agir sobre ela. Agir sobre as coisas é principal
forma de que a criança dispõe para conhecê-las, compreendê-las. Nesse período,
ela tenta atuar não apenas sobre as coisas às quais tem acesso, mas esforça-se
para agir como um adulto: quer, por exemplo, dirigir um carro, fazer comida.
Surge, então, uma contradição entre a necessidade de agir sobre um
número cada vez maior de objetos e o desenvolvimento das capacidades físicas.
Em outras palavras, surgem na criança as necessidades não realizáveis
imediatamente, no dizer de Vigotsky, e que se tornam motivo para as brincadeiras.
Isso não significa, porém, que as crianças compreendam as motivações que as
levam a brincar.
A brincadeira é, então, a forma possível de satisfazer essas
necessidades, já que possibilita à criança agir como os adultos em uma situação
imaginária.
Para Vigotsky (1998) a situação imaginária da brincadeira decorre da
ação da criança. Isso é, a tentativa que ela faz de reproduzir as ações do adulto
em condições diferentes daquelas em que elas ocorrem na realidade é que dá
origem a uma situação imaginária. Isso significa que a criança, não imagina uma
situação para depois agir, brincar. Ao contrário, para imaginar ela precisa agir.
26
Vigotsky (apud, KISHIMOTO, 1998) valoriza o fator social, mostrando
que no faz-de-conta a criança cria uma situação imaginária, incorporando
elementos do contexto social adquiridos por meio da interação e comunicação.
É importante citar que através do brinquedo se desenvolve uma
“zona de desenvolvimento proximal” em que se diferencia o nível atual em que a
criança alcança com a solução de problemas independentes e o nível de
desenvolvimento potencial, marcado pela colaboração do adulto e pares mais
capazes. Sendo o jogo, então, o elemento que irá impulsionar o desenvolvimento
dentro da “zona de desenvolvimento proximal”.
Para Vigotsky (1998), há dois elementos importantes na brincadeira
infantil: a situação imaginária e as regras. De um lado encontra-se o jogo de
papéis, com regras implícitas e, do outro, o jogo de regras, com regras explícitas.
Ele também deixa claro que a brincadeira é a atividade predominante
nos primeiros anos de vida, constituindo fonte de desenvolvimento ao criar “zona
de desenvolvimento proximal”. Na atividade livre e imaginativa a criança
desenvolve a iniciativa, expressa seus desejos e internaliza regras sociais.
Após esta análise das teorias de Piaget e Vigotsky no que se refere
aos jogos infantis pôde-se constatar que, apesar de suas diferenças, há uma
complementaridade entre elas.
Os autores citados têm concepções diferentes sobre a importância
da brincadeira para a criança, no entanto, eles concordam que a brincadeira evolui
a se modifica.
Para Piaget (1973), essa evolução acompanha o desenvolvimento da
inteligência e do pensamento, enquanto para Vigotsky ela se deve a mudança que
ocorre na interação da criança com o meio social, em razão das diferentes
posições que ocupa e das diferentes tarefas que lhes são colocadas.
27
Assim, cada um dirige sua atenção para aspectos diferentes do
processo de evolução da brincadeira, reconhecendo nele diferentes momentos.
Quanto ao papel do jogo no desenvolvimento cognitivo, as
concepções de Piaget e Vigotsky diferem radicalmente. Para Piaget, no jogo,
assimilação é preponderante, ou seja, a criança assimila o que percebe no jogo às
suas estruturas já construídas, sendo assim, o mesmo não é determinante nas
modificações das estruturas. Já para Vigotsky, o jogo proporciona alterações das
estruturas.
Concluindo que a brincadeira deve ocupar um lugar de destaque na
educação infantil, faz-se necessário apontar para o papel da escola como aquela
que pode e deve garantir e enriquecer a brincadeira como atividade social da
infância.
2.1 - O brincar e a constituição subjetiva da criança
Brincar é uma palavra derivada do latim que significa “vincutum”, ou
seja, laço, união e criação de vínculos. Nas línguas: alemã, inglesa, francesa e no
espanhol, os termos brincar e jogar são equivalentes, enquanto que na língua
portuguesa detecta-se esta divisão.
Partindo do princípio formulado pelo antropólogo Johan Huizinga
(1938/2001), o jogo pode ser considerado como universal, encontrando-se
presente em todas as culturas conhecidas.
O ato de brincar e o jogo infantil nem sempre têm reconhecido e
compreendidos seus aspectos valores quando o assunto é o desenvolvimento
infantil e a construção de subjetividades.
28
Compreende-se que, por meio das atividades lúdicas, o “pequeno
infans” – desprovido de palavras – inicia sua vinculação com o mundo e, em
função das experiências desfrutadas, passa a construir suas representações de si,
do outro e da realidade apreensível em seu contexto sócio-histórico-afetivo.
Pode-se inferir, ainda, que a partir da ação e da linguagem por meio
do lúdico, a criança constrói suas estratégias que permitem-na ser reconhecidas
como sujeito que recria a realidade, que busca escapes ilusórios das
determinações históricas, num esforço de recuperação das perdas vivenciadas em
função de reconstruir sua existência e encontrar um sentido para a vida.
2.2 - O ato de brincar.
Brincar é sem dúvida um meio pelo qual os seres humanos e os
animais exploram uma variedade de experiências em diferentes situações, para
diversos propósitos.
Stone considera o brincar como uma grande prioridade: “O brincar é
recreação... porque ele recria continuamente a sociedade em que é executado”.
(STONE, 1982, p.10).
O brincar em situações educacionais proporciona não só um meio
real de aprendizagem como permite também, que adultos perceptivos e
competentes aprendam sobre as crianças e suas necessidades, no contexto
escolar, isso significa: professores capazes de compreender onde as crianças
“estão” em sua aprendizagem e desenvolvimento geral, o que, por sua vez, dá aos
educadores o ponto de partida para promover novas aprendizagens nos dominós
cognitivo e afetivo.
29
“No brincar, a criança opera com objetos, estes possuindo
significado, ela opera com os significados das palavras que
substituem o objeto, portanto, no brincar, a palavra se
emancipa do objeto”. (El’KAININ, 1982, p.230)
2.3 - Porque os seres humanos e os animais brincam?
Cerca de um século de pesquisas produziu muitas idéias
especulativas sobre porque ocorreu o brincar, mas pouca concordância definitiva
sobre o que é realmente o brincar (GARDNER E GARDNER, 1975).
Isaacs (1930), acredita que, através do desempenho de papéis
durante uma brincadeira, a criança consegue resolver conflitos internos e
ansiedades.
Millar (1968) sugere que o desempenho de papéis tem a ver com
todos aqueles processos e estruturas que fundamentam a codificação, narração,
verificação e recodificação de informações e parecem manter o cérebro humano
constantemente ocupado.
Tinbergen (1976) afirma que em todas as idades, o brincar é
realizado por puro prazer e diversão e cria uma atitude alegre em relação à vida e
à aprendizagem. “O humor que cerca as crianças, em todo lugar, ficou muito sério”
(TINBERGEM, apud MOYLES, 2002, p.35).
Existe uma complexidade no conceito do brincar. O brincar é,
portanto, o processo e modo: como as crianças e os adultos consideram certos
objetos ou eventos indica se eles estão ou não agindo de maneira lúdica.
30
Por meio do brincar livre, exploratório, as crianças aprendem alguma
coisa sobre situações, pessoas, atitudes e respostas, materiais, propriedades,
texturas, estruturas, atributos visuais, auditivos e cinestésicos.
Por meio do brincar dirigido, elas têm uma outra dimensão e uma
nova variedade de possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro
daquela área ou atividade. Por meio do brincar livre subseqüente e ampliado, as
crianças provavelmente serão capazes de aumentar, enriquecer e manifestar sua
aprendizagem. Quanto mais jovem a criança, mais provável que seja necessário o
brincar mais exploratório, mas isso depende do contexto geral e da inteligência da
criança. Algumas crianças tiveram uma ampla variedade de brincar exploratória
em suas experiências pré-escolares, em casa ou com companheiros de
brincadeiras. Elas então chegam à escola possivelmente com expectativas muito
diferentes em relação ao “brincar”.
“Brinca-se com os objetos (bolas, bambolês, cordas, tecidos,
papelão, papéis, etc.) sem objetivos (complementos
pedagógicos) e sem regras (complemento no sentido de
regras de jogos socializados). As relações se estabelecem
nos encontros que ocorrem segundo o acaso. Consciente ou
inconscientemente cada um projeta aí seus fantasmas.
Identifica-se ou identifica o outro com imagens projetivas...
Os sentimentos ligados originalmente às imagens parentais
se transferem sobre o animador e sobre os outros
participantes. Isto ocorre como uma espécie de jogo de
papéis, mas de modo diferente das chamatizações
clássicas... os papéis aparecem espontaneamente na ação e
podem flutuar e até mesmo se inverter no curso da evolução
das situações vivenciadas... É um encadeamento de
situações imprevistas que provocam uma resposta corporal
imediata... A partir destas situações analógicas vão
reaparecer e se exprimir os conflitos subjetivos, ligados,
31
freqüentemente, às imagens parentais.” (ANDRÉ LAPIERRE,
apud CABRAL2, 2002, p.36)
2 Suzana Veloso Cabral – Psicomotricidade Relacional – Prática Clínia e Escolar. Ed.Revinter –2002
32
CAPÍTULO III
A BRINCADEIRA COMO FONTE PSICOMOTORA
“É preciso deixar de olhar o movimento somente como
transgressão e fonte de transtornos, buscando enxergar nele
sua multiplicidade de dimensões e significados. É preciso,
enfim, olhar a criança como ser concreto e corpóreo, uma
pessoa completa”. (GALVÃO, apud, MEYER, 2004, p.70)
33
3.1 - A brincadeira como fonte psicomotora.
“O corpo ajuda o aluno a aprender” (MOYLES, 2002, p.17)
Ao colocar o corpo e os gestos no centro do desenvolvimento infantil,
os estudos sobre psicomotricidade estão ajudando a pedagogia a renovar-se e a
definir novos princípios para o ensino.
Wallon (op cite), introduziu a idéia de que o movimento do corpo tem
caráter pedagógico, tanto pelo gesto em si quanto pelo que a ação representa.
Esteban Levin (op cite) afirma: “O corpo os movimentos e a imagem
que se tem desse corpo são fundamentais na aprendizagem e na formação geral
do adulto”.
O corpo e os gestos são fundamentais para a formação geral do ser
humano. Desde que nasce, a criança usa linguagem corporal para conhecer a si
mesma, para relacionar-se, para movimentar-se e descobrir o mundo. Essas
descobertas feitas com o corpo deixam marcas, são aprendizados efetivos,
incorporados.
O corpo é usado em brincadeiras, em atividades de arte, de música
etc. A criança pode correr, pular, espreguiçar-se sem censura alguma.
O uso do movimento corporal como um recurso de aprendizado tem
se mostrado muito eficiente.
34
3.2 - Que vantagem traz o brincar?
Proporciona alegria e divertimento, desenvolvendo a criatividade, a
competência intelectual, a força, a estabilidade emocional, o prazer, a confiança, o
domínio e a interação.
Mas o brincar também pode proporcionar uma fuga, às vezes das
pressões da realidade, para aliviar o aborrecimento, simplesmente como
relaxamento, como oportunidade de solidão.
O desejo que dirige o brincar da criança é o de tornar-se adulto. Este
desejo é guiado pela ilusão infantil de que no mundo adulto todas as fantasias são
possíveis de ser realizadas.
O brincar e o jogar das crianças são as estratégias básicas de
comunicação infantil, por meio dos quais inventam o mundo e elaboram os
impactos exercidos pelos outros.
O jogo e o brinquedo infantis produzem uma área intermediária onde
a criança pode experimentar suas fantasias agressivas, sem ser destrutiva, com
os outros e nem ser destruídas por eles.
O brincar facilita o crescimento e a saúde, conduz aos
relacionamentos grupais e é uma forma de comunicação consigo mesma e com os
outros.
No início da vida, fantasia e realidade se confundem e, através da
primeira, a criança cria uma estratégia para compensar, pelo jogo, suas
experiências dolorosas. De tal, que brincar possibilita a realização dos desejos. A
saída para os obstáculos impostos pelo mundo encontra uma resolução por meio
da fantasia. Brincar e fantasiar possibilitam a realização de desejos.
35
Como se pode constatar, a atividade lúdica é um elemento básico
para a compreensão do conhecimento e do psiquismo humano, merecendo
aprofundamento nos estudos e na prática da educação e da clínica.
3.3 - A criança que não sabe brincar – causas e conseqüências.
Crianças são encaminhadas, principalmente pelas escolas, ao
atendimento na clínica psicomotora relacional, por apresentarem alguns
problemas de adaptação e rendimento escolar.
O principal problema nessas crianças encaminhadas é o não saber
brincar, pois apresentam no decorrer do processo de atendimento, rompantes
perversos; fixação na agressividade, fixação possessiva dos objetos, se isolando
da vivência com o grupo. São crianças que não admitem regras, nem frustrações,
tentando sempre provocar conflito, monopolizar o adulto, vivendo situações de
risco; prazer sádico, olhar triste e tenso.
Diante a tantos problemas afetivos e emocionais uma criança pode
apresentar como causa real um profundo fracasso escolar.
Facilitar e proporcionar o brincar para as crianças torna-se então
extremamente necessário para uma boa formação da personalidade, boa
formação de caráter, e saudável estrutura cognitiva, favorecendo a aquisição do
conhecimento, um bom desenvolvimento psicomotor, uma passagem mais
tranqüila do imaginário para o simbólico é fundamental para a leitura e escrita, na
relação consigo mesmo e com o outro.
36
3.4 - Resolvendo problemas pelo brincar
Quando as crianças brincam, vemos constantemente que elas
começam a pensar sobre problemas e soluções, diante de uma situação
problema, a própria criança procura uma possível solução.
A oportunidade de brincar com uma variedade de materiais está
estreitamente ligada ao desenvolvimento de habilidades de pensamento abstrato
que estimula a capacidade de resolução de problemas.
O brincar pode estar associado à solução de problemas do tipo
exploração sobre objetos fornecendo informações específicas, brincar simbólico
que facilitando a transição do pensamento concreto para o abstrato.
O brincar das crianças é potencialmente valioso que pode ser usado
para desenvolver indivíduos criativos que serão a fonte de inovação das futuras
sociedades.
Na escola, na sala de aula devem ser apresentados problemas a
serem resolvidos, dos mais simples aos mais amplos, e precisa oferecer uma
estrutura estável para que a criança possa explorar objetos e situações.
O brincar é um modo experimental de confirmar ou negar as
conexões que fazemos com o nosso mundo, e toda experiência dentro desse
modo é confirmada ou negada na encenação da experiência.
A possibilidade de brincar de forma intencional, livre e exploratória
proporciona à criança uma aprendizagem ativa, por meio da qual, as muitas
preliminares do ser capaz de compreender e resolver problemas serão
encontradas.
37
Embora pessoas adultas sejam cooperativas e normalmente se
esforcem para ajudar, nós temos de reconhecer que é através dos esforços
mentais da criança de observar, testar e experimentar que o domínio é atingido.
Brierley, (apud, MOYLES, 2002, p.19) “uma criança só lembra
aquelas coisas às quais presta uma profunda atenção. Nenhuma das coisas que
ela ignora parece deixar um traço de memória no cérebro”.
Vygotsky (op cite, p.20) “a criança avança essencialmente através da
atividade do brincar”, e sugere que o brincar pode “ser chamado de uma atividade
orientada que determina o desenvolvimento da criança.”
“É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou
adulto fruem de sua liberdade de criação. As brincadeiras
servem de elo entre, por um lado, a relação do indivíduo com
a realidade interior, e por outro lado, a relação do indivíduo
com a realidade externa ou compartilhada”. (WINNICOTT,
apud MEYER, p.33)
38
CAPÍTULO IV
A BRINCADEIRA, O CURRÍCULO E A ORGANIZAÇÃO.
“Quando se indica a necessidade de tomar a criança como
ponto de partida, quer-se enfatizar a importância da
formação profissional de quem irá educar essa criança nas
instituições de educação infantil. Não é a criança que
precisaria dominar conteúdos disciplinares, mas as pessoas
que a educam”. (KUHLMANN, apud MEYER, 2004, p.20)
39
4.1 - O brincar no currículo.
Brincar é um processo que proporciona um modo de aprendizagem e
resulta em comportamentos lúdicos. Estes, em si mesmos, não constituem um
currículo, e sim um meio valioso para iniciar, promover e sustentar a
aprendizagem dentro de uma estrutura curricular. Encorajar o brincar como um
meio de aprendizagem e manter a motivação e o interesse por meio do brincar
são estratégias equivalentes à instrução direta.
Uma vez que o brincar é um processo e não um assunto, é dentro
dos assuntos que devemos ver o brincar como um meio de ensinar e aprender, e
não como uma entidade separada.
Devido à relevância do brincar para as crianças e à sua motivação
para ele, o brincar deve estar empregado nas atividades de aprendizagem
apresentadas às crianças, em vez de ser considerado um estorvo ou uma
atividade residual.
A educação infantil avançou muito, mostrando que as crianças
realmente se desenvolvem cognitiva e afetivamente a partir do brincar, dentro de
um ambiente bem organizado.
O papel do professor é o de iniciador e mediador da aprendizagem, e
o de provedor da estrutura dentro da qual as crianças podem explorar, brincar,
planejar e assumir a responsabilidade por sua aprendizagem.
“Art.29 A educação infantil, primeira etapa da educação
básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da
família e da comunidade.
40
Art. 30 A educação infantil será oferecida em: I. creches, ou
entidades equivalentes, para crianças de até três anos de
idade; II. pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos
de idade.
Art. 31 Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o
objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino
fundamental”. (LDB, 2003, p.37)
O objetivo do currículo Nacional é:
Desenvolver uma mente ativa e inquiridora e a capacidade de
questionar e argumentar racionalmente e dedicar-se a tarefas.
Adquirir conhecimentos e habilidades relevantes para a vida
adulta e o trabalho em um mundo em rápida transformação.
Usar a linguagem e os números de forma efetiva.
Respeitar valores religiosos e morais, e ser tolerante com outras
raças, religiões e maneiras de viver.
Compreender o mundo em que vive e a interdependência dos
indivíduos, grupos e nações.
Apreciar as realizações e aspirações humanas.
O que os adultos precisam fazer é gerenciar o tempo da sala de aula,
de maneira a equilibrar o trabalho com conteúdos de natureza diversa e variar
atividades lúdicas.
41
Para brincar de modo efetivo, as crianças precisam de companheiros
de brincadeiras, espaço ou área para brincar, materiais para brincar, oportunidade
para brincarem em pares, grupos, sozinhas e com adultos, tempo para explorar
através da linguagem, podendo descrever sua experiência, estímulo,
encorajamento, oportunidades lúdicas planejadas e espontâneas.
O que está claro neste tipo de manejo de sala de aula é a
necessidade de o professor monitorar o que as crianças fazem e como o fazem. O
professor precisa observar, registrar e avaliar a aprendizagem e as atitudes
associadas.
Os adultos precisam conversar com as crianças sobre sua
aprendizagem para que elas próprias tomem consciência do que aprenderam.
4.2 - O Brincar e o Progresso: observando, registrando e
avaliando o valor do brincar.
Geralmente é muito difícil ver a verdadeira progressão em situações
lúdicas, e esta é, sem dúvida, uma das muitas razões pelas quais as evidências
de progresso na forma de um trabalho de redação ou números parecem ter um
status tão maior para muitos adultos.
Documentar o progresso de uma criança, não é uma tarefa fácil.
Muitas vezes as crianças são lentas em digerir as informações que obtêm com
suas explorações, e o tempo de que precisam pode facilmente ser subestimado.
Os professores, evidentemente, devem ser capazes de reconhecer aspectos
diferentes de progresso nas crianças que ensinam, não apenas por uma questão
de responsabilidade, mas também para sua satisfação profissional. Para que o
brincar seja oferecido na sala de aula, os adultos precisam saber avaliar, observar,
monitorar e registrar o que ocorre através de atividades lúdicas, e providenciar os
42
recursos necessários, pois é só sabendo onde as crianças estão agora que
podemos assegurar o progresso e o entendimento.
Os seres humanos são os únicos que percebem as situações de
maneiras diferentes, dependendo de suas experiências, expectativas, atitudes e
valores, conseqüentemente, a interpretação daquilo que os indivíduos observam e
daquilo que avaliam como progresso será diferente de pessoa para pessoa, na
medida em que operarmos nossos sistemas próprios de seleção.
Todos os professores são capazes de atos espontâneos de
observação, de tomar notas mentalmente e por escrito, e de avaliar continuamente
uma situação. Mas é crucial que professores e outras pessoas definam claramente
suas metas fundamentais e seus objetivos de aprendizagem para as crianças nas
situações lúdicas, pois sem esta clareza, como saberemos o que é que estamos
procurando? Além disso, como vamos justificar o nosso trabalho para os outros
sem apresentarmos evidências a partir das observações, e de nossa avaliações
do valor do brincar?
Saberemos se entendermos totalmente as respostas das crianças às
atividades oferecidas a elas.
“O brincar contém informações cruciais sobre o nível de
desenvolvimento de uma criança, suas capacidades de
organização e seu estado emocional. Para se ter acesso a
estas informações, são necessárias a categorização e a
mensuração”. (KALVERBOER, apud, MOYLES, 2002, p.20)
A riqueza de informação transmitida até mesmo por breves
anotações em resposta a estas perguntas vai estabelecer e determinar vários
fatores cruciais em relação a avaliação, observação e registro daquilo que as
crianças fazem e aprendem, e de seu progresso.
Às vezes é muito difícil permanecer objetivo. Turmas diferentes de
alunos produzem e induzem emoções diferentes no professor.
43
Às vezes a turma começa o ano com um delicioso senso de coesão
e consciência social – em outros as crianças são muito individualistas em suas
abordagens ao brincar e às tarefas e a aprendizagem cooperativa não vem
facilmente.
Conhecer recursos, especialmente os materiais lúdicos é de vital
importância. O que realmente oferecem? Qual o potencial de cada recurso?
Quais as brincadeiras mais desafiadoras para propor às crianças?
A professor tradicional passa a aula falando para as crianças, é
necessário nos tempo modernos, que o professor escute mais as crianças para as
quais lecionas.
4.2 .1- Progresso.
Progresso pode ser definido como “avançar ou desenvolver-se,
especialmente para um estado melhor”. Na progressão das crianças um “estado
melhor” talvez precise ser interpretado mais como um “estado experienciado”, que,
em si mesmo, encoraja o desenvolvimento de novos conceitos, habilidades e
assim por diante.
A palavra progresso independente de definição, normalmente
representa uma terminologia ampla, e convém pensar em temos de objetivos.
Na escola, o progresso deve ser visto como um desenvolvimento
global da criança, mas acima de tudo deve ser visto em relação ao que deve ser
visto em relação ao que está sendo ensinado, à aplicação do conhecimento e das
habilidades.
44
O importante é saber que as crianças têm ótimos momentos em que
as habilidades precisam ser ensinadas, e estes só podem ser determinados se as
conhecermos e observarmos “em ação”.
45
CONCLUSÃO
Como educadora penso sobre a importância e o quanto são
necessárias as brincadeiras, jogos e atividades psicomotoras para a aquisição do
processo de aprendizagem e para o crescimento cultural.
Os jogos e as brincadeiras são ricos no desenvolvimento de
habilidades como: coordenação visomotora, tônus, raciocínio lógico, equilíbrio,
ritmo, atenção, concentração espacial e temporal, esquema corporal, movimentos
dissociados, criatividade e linguagem.
O ser humano que brinca desenvolve com harmonia o autocontrole,
autodescoberta, experiência de vida, envolvimento emocional e psíquico, além de
trocas sociais.
Não acredito que desassociando a hora do lazer com a do aprender,
o ato de interagir com o conhecimento possa ser prazeroso. Ambos devem
caminhar juntos.
Quanto maior o tempo dedicado aos jogos e brincadeiras, melhores
as possibilidades de aprendizagem e de um desenvolvimento psicomotor
adequado.
Em linhas gerais, é necessário que o educador insira o brincar em
um projeto educativo, o que supõe ter objetivos e consciência da importância de
sua ação em relação ao desenvolvimento e a aprendizagem infantil. Contudo é
preciso renunciar ao controle e centralização e à onisciência do que ocorre com as
crianças em sala de aula. De um lado o professor deve desejar – a dimensão mais
subjetiva de ter objetivos – e, ao mesmo tempo, deve abdicar de seus desejos, no
sentido de permitir que as crianças, tais como são na realidade, advenham,
reconhecendo que elas são elas mesmas e não aquilo que ele, educador, deseja
que elas sejam.
46
Não existe nada que a criança precise saber que não possa ser
ensinado brincando. Se alguma coisa não é passível de se transformar em um
jogo (problema, desafio), certamente não será útil para a criança nesse momento.
47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LAROSA, M.A., AYRES, F.A. Como produzir uma monografia passo a passo. Siga
o mapa da mina. 3a ed. RJ: Wak, 2005.
CABRAL, Suzana Veloso. Psicomotricidade Relacional-Prática Clínica e Escolar.
RJ: Revinter, 2002.
PIAGET, J. Seis Estudos de Psicologia. RJ: Forense Universitária, 2002.
PIAGET, J. Problemas de Psicologia Genética. RJ: Forense, 1973.
MEYER, Ivanise C.Rezende. Brincar & Viver. Projetos em Educação Infantil. 2a.ed.
RJ: Wak, 2004.
MOYLES, Janete, R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. RJ:
Artmed, 2002.
CURY, Carlos Roberto Jamil (apresentação). LDB – Lei de Diretrizes e Bases da
Educação. RJ: DP&A, 2003.
Revista Criança: Prêmio valoriza experiências inovadoras. no. 39, Brasília:
Ministério da Educação, 2005.
Revista Pátio Educação Infantil: Por que educar significa cuidas? no. 1, Porto
Alegre: Artmed, abril/julho 2003.
Revista Pátio Educação Infantil: Faz-de-conta na escola: a importância do brincar.
no. 3, Porto Alegre: Artmed, dez/março 2004.
48
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 Aprendendo com a criança a mudar a realidade
Anexo 2 Prêmio mostra experiências desenvolvidas na Educação Infantil em
todo o país.
Anexo 3 Brinquedos e brincadeiras da época dos pais unem gerações em
torno da escola.
Anexo 4 Com criatividade e muita cor, tudo de transforma em brinquedo e
estímulo à aprendizagem: sala, professora e até a hora do banho.
Anexo 5 Conhecimento do Mundo Natural e Social: Desafios para a
Educação Infantil.
Anexo 6 O brincar: Educação infantil.
Anexo 7 Faz-de-conta na escola: A importância do brincar.
Anexo 8 O papel do brincar na cultura contemporânea.
Anexo 9 O brincar e a produção do sujeito infantil.
Anexo 10 Entrevista com Lydia Hortélio.
Anexo 11 Fazer bonecos para brincar e aprender.
Anexo 12 Entrevista com Susanna Mantovani.
Anexo 13 Projeto Brinquedos e Brincadeiras.
49
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS........................................................................................ 03
DEDICATÒRIA.................................................................................................. 04
RESUMO........................................................................................................... 05
METODOLOGIA ............................................................................................... 07
SUMÁRIO.......................................................................................................... 08
INTRODUÇÃO........................................................................................... ....... 09
CAPÍTULO I
HISTÓRIA E CONCEITUAÇÃO DE INFÂNCIA................................................. 11
1.1 - Concepção de Infância...................................................................... 12
1.2 - Conceituando jogo, brinquedo e brincadeira..................................... 16
CAPÍTULO II
A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA............................................................... 20
2.1 - O brincar e a constituição subjetiva da criança................................. 27
2.2 - O ato de brincar................................................................................. 28
2.3 - Porque os seres humanos e os animais brincam? ........................... 29
CAPÍTULO III
A BRINCADEIRA COMO FONTE PSICOMOTORA........................................... 32
3.1 - A brincadeira como fonte psicomotora...............................................
3.2 - Que vantagem traz o brincar?............................................................
33
34
3.3 - A criança que não sabe brincar – causas e conseqüências.............. 35
3.4 - Resolvendo problemas pelo brincar................................................... 36
50
CAPÍTULO IV
A BRINCADEIRA O CURRÍCULO E A ORGANIZAÇÃO.................................... 38
4.1 - O brincar no currículo..........................................................................
4.2 - O Brincar e o Progresso: observando, registrando e avaliando o
valor do brincar.---------------------------------------------------------------------
4.2 .1- Progresso..........................................................................
39
41
43
CONLCUSÃO...................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 47
ANEXOS.............................................................................................................. 48
ÍNDICE DE ANEXOS.......................................................................................... 48
ÍNDICE ............................................................................................................... 49
51
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação “Lato Sensu”
TÍTULO DA MONOGRAFIA:
O ATO DE BRINCAR COMO FONTE PSICOMOTORA.
Data da entrega: _________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Avaliado por:_______________________________ Grau ______________.
Rio de Janeiro_____de_______________de 2005