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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O RELACIONAMENTO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL COM GESTORES E EQUIPE
Por: Marilene Dias Valviesse
Orientador
Prof. Edla Trocoli
Niterói
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO A
UTORAL
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
RELACIONAMENTO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL COM GESTORES E EQUIPE
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Administração e Supervisão
Escolar
Por: Marilene Dias Valviesse
3
AGRADECIMENTOS
Ao Criador, que um dia permitiu que
alguém como eu ousasse ser mais e
que nunca me desamparou e deu-me
vida e capacidade para escolher o que
é certo
A minha linda família, pelo apoio e pela
compreensão
Aos professores do curso, por sua
dedicação e competência de nos
ensinar o que aprenderam ao longo da
vida.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todas as pessoas
que me ajudaram a construí-lo.
Ao meu amado esposo pela compreensão
da presença ausente,
Aos meus filhos queridos por acreditar em
mim,
Aos meus insubstituíveis pais pela
capacidade que me deram para superar
as dificuldades.
5
RESUMO
Esta pesquisa foi realizada com o objetivo de analisar a relação
interpessoal estabelecida entre Supervisor Educacional, gestores e professores
no cotidiano escolar.
Sabendo-se que o Supervisor é um dos responsáveis pelo
planejamento, organização e execução das propostas pedagógicas da escola,
e nesta relação a Supervisão Educacional esta colocada em situação
hierarquicamente superior aos gestores e professores, a forma como são
conduzidas essas questões interferem no resultado do trabalho na escola como
um todo, nesta perspectiva, coloca-se como desafio a ação supervisora, que
além de dar conta das questões burocráticas e legais, precisa contribuir com a
formação dos professores, como também, contemplar o seu relacionamento
com a equipe de modo a garantir a qualidade do seu trabalho, como,
possibilitar um ambiente de trabalho favorável ao desenvolvimento de um
relacionamento harmonioso.
“Negar a existência de um elenco diversificado de
inteligências ,usando como referência e inexistências de ponto único onde a
mesma se localiza, seria o mesmo que negar a existência da música apenas
porque a diversidade da melodia emana de diferente instrumento, em pontos
diferentes do palco.”
(Celso Antunes 2006, p. 34)
6
METODOLOGIA
Para alcançar os objetivos propostos na presente pesquisa e por
acreditar que só é possível transformar a realidade a partir de um olhar crítico,
reflexivo, direcionado para aquilo que queremos transformar, foi feita a opção
por uma pesquisa qualitativa de documentação indireta e direta, fontes
secundárias, dentro do paradigma construtivista, justificando-se a utilização
desta abordagem porque a obtenção de dados descritivos resulta do contato
direto do pesquisador com a situação estudada
Supervisor Educacional, gestores e professores criam laços para o
desenvolvimento harmonioso do trabalho pedagógico proposto na escola na
qual atuam, e a relação estabelecida entre eles precisa ser construída com
base na confiança, na lealdade, na parceria e em uma liderança que respeite,
contribua, incita, desafie e divida as glórias alcançadas.
Os sujeitos pesquisados não são o foco da pesquisa, mas as situações,
relações, a realidade de significações na qual ele está inserida, em sua forma
de perceber o mundo, as lutas, do dia a dia nas relações profissionais
estabelecidas.
Temos que aproveitar as oportunidades que a vida
nos oferece. Precisamos encontrar os oásis em
nossos desertos. Os perdedores vêem os raios. Os
vencedores vêem a chuva e, com ela, a oportunidade de
cultivar. Os perdedores ficam paralisados diante das
perdas e dos fracassos. Os vencedores vêem uma
oportunidade para começar tudo de novo.
Augusto Curi
7
Nesta abordagem o pesquisador envolve-se com o mundo dos sujeitos
pesquisados.
Acreditando que as relações entre os profissionais a serem pesquisados
não são finitas em si mesmas, e sim dinâmicas, mutáveis, percebemos a
possibilidade de aprofundar esta exploração na relação sócia interacionista,
pois segundo ( Berlot Breche) Os Imprescindíveis (...) Há homens que lutam
por um dia e são bons.Há outros que lutam por um ano e são melhores. Há
outros, ainda, que lutam por muitos anos e são muitos bons. Há, porém os que
lutam por toda a vida. Estes são os imprescindíveis.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 09
CAPÍTULO I
A Supervisão Educacional ...................................................................... 11
1.1 Histórico da Supervisão Educacional ..................................... 14
1.2 Funções do Supervisor Educacional ...................................... 15
CAPÍTULO II
O Relacionamento Interpessoal no Ambiente de Trabalho ..................... 20
1.2 O Homem: Um Ser Social ...................................................... 21 2.2 Os Cincos Pilares do Relacionamento Interpessoal no
Ambiente de Trabalho .................................................................... 22
2.3 A Confiança no Relacionamento Interpessoal ......................... 24
CAPÍTULO III
O Relacionamento Interpessoal. Um desafio para o Supervisor
Educacional.............................................................................................. 29
3.1 Desafios da Comunicação Interpessoal ................................. 30 3.1.1 Dinamismo da Comunicação .................................... 32
3.2 Desafios da Motivação ........................................................... 34 3.3 Desafios da Liderança ............................................................ 37
CAPÍTULO IV
Relação entre a Comunicação, Motivação e Liderança ........................... 42
4.1 Comunicação e Motivação: Uma Questão de Relacionamento
Humano .................................................................................................. 45
4.2 Liderança e Comunicação: Uma questão de visão ................ 47 4.3 Liderança somada a Comunicação e Motivação é igual a Um Bom Ambiente de Trabalho .................................................... 49
CONCLUSÃO .......................................................................................... 52
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................................... 54
ÍNDICE ..................................................................................................... 56
9
INTRODUÇÃO
Sabendo que no ambiente de trabalho convivem pessoas com diferentes
tipos de pensamento, necessidades, dificuldades e histórias de vida, como
também, as constantes evolução tecnológicas, científicas, social que desvelam
situações inusitadas e surpreendentes, o que torna comum a divergência de
opiniões e com isso, para alguns a dificuldade de relacionamento, que exigem
de alguns profissionais o preparo, a perspicácia e a sabedoria para lhe dar com
a mesma.
Remetendo esta reflexão ao ambiente escolar, supervisores, gestores e
professores, igualmente deparam-se diariamente com situação difíceis e
inusitadas que precisam ser resolvidas muitas vezes, colocando em jogo
conhecimentos pré- estabelecidos e valores arraigados presentes em todos os
profissionais envolvidos nas relações escolares.
O Supervisor Educacional, portanto, é o profissional que naturalmente
lidera, é referencia e esta em situação de conhecimento superior, em
determinadas áreas. Nesta perspectiva, surge um desafio e à ação do
supervisor educacional são atribuídas funções complexas, de apoio e parceria
com gestores e professores, pois deve ter por objetivo tornar o ambiente de
trabalho harmonioso, onde se desenvolva um bom relacionamento, com
respeito acima de tudo, para que o processo ensino aprendizagem aconteça
com sucesso, pressupondo que a prática efetiva de manter um bom
relacionamento possibilita o desenvolvimento de um trabalho de qualidade.
A idéia de supervisão significando “visão sobre, aquela pessoa que
sobre vê, numa posição de escuta”, (MEDINA, 2002, p 28) [grifo da autora],
historicamente modificou-se e seu objeto de trabalho e suas ações, que
inicialmente voltados para o controle e a inspeção, passam a ser mais
complexos e desafiadores, pois além de ser o profissional organizador e
10
orientador ao acompanhamento dos trabalhos pedagógicos dos professores e
gestores, ela precisa estabelecer parceria de forma que todos possam
desenvolver suas potencialidades em um ambiente de trabalho harmonioso,
confiável e incentivador, que irá contribuir diretamente para uma mudança de
atitude, onde educadores e gestores não se prenda em conclusões
estabelecidas como verdade absoluta e sim contribuir com um espaço e que
permita a todos serem sujeitos ativos na construção pessoal e coletiva.
Espera-se do Supervisor Educacional um caráter dinâmico, aberto a
sugestões e criticas e que seja, principalmente, um facilitador do trabalho
pedagógico, pois muitas vezes, professores e gestores enfrentam dificuldades
de relacionamentos, bem com divergências com a comunidade escolar, nessa
situação, precisa contar com o apoio e conhecimento do Supervisor
Educacional para analisar e tentar resolver da melhor maneira os conflitos, com
objetivo de alcançar um ambiente de trabalho harmonioso e melhores
resultados no processo ensino-aprendizagem “(PRZYBYLSKI, 1985, p.14)”.
O tema deste trabalho foi escolhido devido a vivencia profissional em
diferentes escolas, onde se percebe claramente que alguns supervisores
educacionais quase em sua totalidade não participam efetivamente das
atividades desenvolvidas nas escolas, não se relacionam com a comunidade
escolar e com isso não valorizam o coletivo e as relações que envolvem o
processo ensino-aprendizagem, relações estas que muitas das vezes deixam
marcas para sempre nos envolvidos neste processo. O que temos visto em
alguns casos, é a preocupação com as questões burocráticas e
procedimentais. Essas não devem ser deixadas de lada, mas não podem ser
mais importantes que as questões que envolvem as relações interpessoais, isto
é, relações que envolvem pessoas, ser humanos.
11
CAPÍTULO I
A SUPERVISÃO ESCOLAR
As pesquisas e estudos voltados para a Supervisão Educacional
fizeram com que esta função fosse conceituada sob vários enfoques. Trazendo
a origem etimológica da palavra “supervisionar”, temos: “SUPERVISIONAR =
SUPERVISAR” e “SUPERVISAR = dirigir ou orientar em plano superior;
superintender, supervisionar”. (FERREIRA, 1993, p.520).
Alguns conceitos ainda encontram-se atreladas à alguns períodos de
nossa história, pois este, não é um fato histórico tão distante e marcou de tal
maneira esta função que até hoje, mesmo com todas as mudanças, podemos
ver algumas pessoas usando práticas e termos como inspeção e fiscalização.
Isto dentro de um ambiente educacional
Gosto de ser gente porque, inacabado,
sei que sou um ser condicionado, mas,
consciente do inacamento, sei que
posso ir mais além.
Paulo Freire.
“Sabe-se que a supervisão Educacional foi criada num contexto de ditadura. A LEI 569271 A instituiu com serviço específico de Escola de 1º e 2º Graus (embora já existisse anteriormente). Sua função era, então, predominantemente tecnicista e controladora e, de certa forma correspondia a militarização Escolar. No contexto de doutrina de Segurança Nacional adotada em 1967 e no espírito do AI-5 (Ato Institucional nº 5) de 1968, foi feita a reforma universitária. Nela situa-se a reformulação do curso de Pedagogia. O mesmo predominantemente, desde então, “generalistas”, como título de Especialistas da Educação, mas pouco preparados para a prática da educação” (URBAN, 1985. P.5)
12
Dentro desta perspectiva, Nérici (1974, p.29), afirma que a supervisão
Educacional é a “visão sobre todo o processo educativo, para que a escola
possa alcançar os objetivos de educação e os objetivos específicos de própria
escola.
Este olhar excluiu os sujeitos envolvidos no processo educativo, ou
seja, a escola e os objetivos da educação são o foco do trabalho, sem que seja
considerado os professores, gestores, alunos, especialistas, demandas sociais
ou qualquer outra variável dentro desse processo.
Alguns anos depois, já se percebe um avanço em termo de
conceituação de Supervisão Educacional, quando Rangel (1988, p.13),
reconhece a necessidade de relação deste com outros profissionais de escola:
um trabalho de assistência ao professor, em forma de planejamento,
acompanhamento, controle, avaliação e atualização do desenvolvimento no
processo ensino-aprendizem.
Esta conceituação propõe que a supervisão seja percebida levando-se
em conta duas dimensões: a relação entre os sujeitos, supervisor-professor e o
ensino-aprendizagem, objeto de trabalho desses profissionais, ultrapassando a
simples execução de tarefa e a “fiscalização” do trabalho realizado.
Seguindo nesta linha, Afonso (2003, p. 175) afirma que a supervisão,
nesta perspectiva relacional e construída no cotidiano da escola, vai muito além
de trabalho meramente técnico-pedagógico, como é entendido com freqüência,
uma vez que implica uma ação planejada e organizada a partir de objetivos
muitos claros, assumidos por todo o pessoal escolar, com vista ao
fortalecimento do grupo e ao seu posicionamento responsável frente ao
trabalho educativo.
13
Desvela-se, assim, a função do supervisor como referencia frente ao
grupo, frente ao todo da escola. Este profissional enquanto responsável pela
coordenação do trabalho pedagógico assume uma liderança, um papel
responsável pela articulação dos saberes dos professores e sua relação com a
proposta de trabalho da escola.
Alarcão (2004, p, 35), “refere-se a este profissional como líder, definido
como objeto de seu trabalho” o desenvolvimento qualitativo da organização
escolar e dos que nela realizam seu trabalho de estudar, ensinar ou apoiar a
função educativa por meio de aprendizagens individuais e coletivas.
Estas definições revelam um enriquecimento nas atribuições do
Supervisor Educacional, e para melhor contextualizar esta evolução, será
realizada uma retomada histórica o surgimento deste profissional até sua
atuação nos dias de hoje.
As mudanças a função supervisora passa a ser vista também como
uma atividade de assessoria, suporte técnico para o professor e gestores, o
supervisor educacional passa ser parte integrante do corpo docente e tem
como especificidade em seu trabalho a coordenação dos trabalhos
pedagógicos, organizando no coletivo as atividades de estudos. Sendo assim o
supervisor educacional está vinculada a gestão da escola, pois ele deve buscar
juntamente com toda a equipe a minimização das dificuldades e conflitos que
eventualmente poderão surgir no ambiente de trabalho.
Nesta perspectiva, espera-se muito do supervisor educacional como
pessoa e principalmente como profissional capaz de perceber as dificuldades,
esta dispostas a tentar resolve-las, trabalhar sempre em conjunto e discutir as
melhores formas de ressignificar os conhecimentos, espera-se um caráter
dinâmico, aberto a sugestões e críticas e que seja, principalmente, um
facilitador do trabalho de sua equipe, pois muitas vezes, no ambiente escolar
enfrente-se dificuldades de relacionamento, divergências e constantes conflitos
14
que com a ajuda e o apoio e conhecimento de um supervisor educacional
poderá ser resolvido.
Desta forma, a função do supervisor educacional deve ir além do
trabalho burocrático, precisa trabalhar com mediador entre professores,
gestores e alunos, firmando e fortalecendo uma relação de parceria e
cumplicidade. Observando e compreendendo o momento vivido e suas
condições, para possíveis mudanças, tendo sempre como objetivo maior
melhorar o relacionamento da sua equipe.
1.1 Histórico da Supervisão Educacional.
No Brasil o primeiro registro legal sobre a atuação do Supervisor
Educacional, foi em 1931. Neste período estes profissionais executavam as
normas prescritas pelos órgãos superiores, e eram chamados de “Orientadores
Educacionais” de escolas, tendo como função básica à inspeção (ANJOS,
1988)
Relacionando o que Anjo nos traz com a origem etimológica da palavra,
torna-se possível aproximar o surgimento deste profissional com a função que
por ele deveria ser exercida. Coloca-se em plano superior aos professores e
gestores para inspecionar, garantir e execução de, seriam suas atribuições
neste momento da história.
No final dos anos 70 e início dos anos 80, muito autores enfatizam a
escola como local de trabalho, em que o sucesso do aluno, isto é, da escola
como o todo não depende exclusivamente do domínio de conteúdos,
conhecimentos, métodos e técnicas. A escola tornar-se um local onde todos
aprendem e ensinam, cada qual ocupando o seu lugar, e onde a Supervisão
Educacional com um caráter de liderança, valoriza os processos de tomada de
decisões em grupo, na busca do alcance de objetos através do esforço
corporativo
15
De acordo com. Saviani (2003,p.26), a função do Supervisor
Educacional surge: “(...) quando se quer emprestar à figura do inspetor um
papel predominante de orientação pedagógica e de estímulo à competência
técnica, em lugar da fiscalização para detectar falhas e aplicar punições(...). Com Lopes (1980), os primeiros fatores básicos da motivação humana são o
hedonismo e o idealismo. O primeiro explica que o homem não ama a dor e o
desconforto, mas o prazer e o conforto. Eis aí a razão dos conselhos acerca de
como tornar agradáveis as condições e o ambiente de trabalho, a fim de que
aquele fator seja satisfeito, resultando no aumento da motivação.
1.2 Funções do Supervisor Educacional.
O campo de atuação do supervisor educacional é amplo e requer
conhecimento e disponibilidade de diálogo entre a pessoa que exerce a função
e os demais setores da escola, pois em diversos momentos ela é considerada
a figura que pode apagar “incêndios”, como também a responsável
planejamento, desenvolvimento e avaliação do processo educativo.
Sperb(1976,p.158) afirma que a supervisão será sempre uma forma de
verificação, de avaliação, mas de verificação e avaliação com finalidade de
prestar assistência e colaboração e essa é uma das funções que se espera do
supervisor educacional atual, que ele seja capaz de perceber os problemas,
avaliá-los e procurar as melhores maneiras de resolver com todos os
envolvidos e não fechado na sua sala ditando normas.
Em uma reportagem intitulada “O Papel do Supervisor”(2004) da
revista Nova Escola é definido como função desse profissional fazer
transposição da teoria para a pratica escolar e é maior responsável pela
formação dos professores. Deve ajudar a elaborar e aplicar o projeto de escola,
dar orientação em questões pedagógicas e, principalmente, atuar na formação
continuada dos professores.
16
Medina (2002), em sua pesquisa, realizada com os professores, conclui
que se há descontentamento quanto ao trabalho do supervisor educacional é
porque ele não esta realizando um trabalho em conjunto com os professores e
gestores e, por isso, é necessário que “haja um redimensionamento, faz pensar
que há muita ambigüidade, abuso de poder, falta de sensibilidade e
discernimento na relação que se estabelece entre os professores e os
supervisores” (p.32).
Com as mudanças, faz-se necessário construir uma nova visão da
supervisão e, segundo Medina (2002), os anos 90 surgem como à época da
ressignificação da supervisão educacional, em que a escola, como um todo,
começa a abandonar os princípios da era industrial e começa a incorporar
informações do mundo virtual. Vive-se a era da comunicação e a educação
precisa acompanhar essa inovação, buscando métodos eficazes de melhorar a
aprendizagem dos alunos em sala de aula, visto que as informações a que eles
têm acesso fora da escola são bem mais atraentes.
Conforme Medina (2002, p.50), nesse novo contexto:
Assim, as funções do supervisor começam a passar por mudanças e, a
partir de agora, ele irá trabalhar com o professor, ajudará na resolução dos
problemas, procurando sempre melhorar a atividade docente e a aprendizagem
dos alunos. Além disso, ele terá que estar constantemente em contato com
todos os setores do sistema escolar em que estiver atuando para poder
O supervisor educacional tem uma contribuição especifica e importante a dar no processo de ensinar e aprender trabalhar com o professor na identificação das necessidades, das satisfações, das perguntas possíveis e das inúmeras dúvidas que vão surgindo no fazer diário, atuando em conjunto com o professor de sala de aula.
17
acompanhar e construir em conjunto com toda a sociedade uma educação de
qualidade e mais humanitária.
O professor deve assumir compromisso dentro da escola e não
somente preocupar-se em dar aulas, transferindo para outros profissionais a
busca de soluções para os seus problemas; precisa refletir sobre o que ensina
que estratégias poderão utilizar para melhorar o aproveitamento dos alunos.
Para isso, é necessária sua participação em grupos de estudos, reuniões e,
principalmente, sua colaboração com a equipe diretiva, com o supervisor, ao
trazer criticas construtivas e mostrar-se interessado em mudanças.
Em meio a esses fatores, Libâneo (2001, p. 184) define como
atividades que devem partir do supervisor educacional as de prestar
assistência pedagógica-didática direta aos professores, acompanhar e
supervisionar suas atividades, propor e coordenar atividades de formação
continuada, reuniões pedagógicas e entrevistas, diagnosticar problemas de
ensino e aprendizagem e adotar medidas pedagógicas preventivas, adequar
conteúdos ,metodologias e praticas avaliativas.
As decisões tomadas nesses encontros que visam a um melhor
resultado na aprendizagem dos alunos, “não devemos ser bruscas nem em
grande profundidade, mas sim, progressivas, partindo da conscientização do
pessoal para a aceitação das inovações” (PRZYBYLSKI, 1985, p.67).
As mudanças sempre inspiram medo e os professores quando
motivados a mudar, tendem a resistir e, por isso, cabe ao supervisor
educacional encontram formas de implantar tais alterações, partindo das ações
pequenas, mas que farão diferenças significativas no processo de ensinar e
aprender, de comunicar-se e de relacionar-se.
Para Medina (2002, p.155 ), “o trabalho do supervisor é determinado
pelas demandas do trabalho professor, gestores dentro do contexto escolar” e,
18
por isso, é tão importante que ambos atuem em conjunto. Com base nesses
preceitos, surge a importância de ouvir e comunicar-se, dar merecida atenção a
todos que estão inseridos no processo ensino e aprendizagem, pois o resultado
desta atuação (produção) será o objeto de trabalho do supervisor educacional
e, a partir das colocações, muito se pode construir para melhorar a produção
dos professores, alunos e gestores, como também o relacionamento
interpessoal no ambiente de trabalho.
O supervisor educacional, como elemento da articulação, também será
um dos responsáveis pela construção coletiva e execução do Projeto Político
Pedagógico da escola e Regimentos Escolares, para isso, ela ira organizar
reuniões e promover o engajamento de toda a equipe, mostrando-lhes quais
aspectos precisam ser revistos e quais mudanças serão necessárias. Outras
atribuições, muito importante, a ser desenvolvido pelo supervisor educacional,
estar a de gerenciar as atividades educacionais e os conflitos que as mesmas
podem acarretar, para atuar como mediador e facilitador direto neste processo.
O supervisor educacional não pode se colocar acima das pessoas, ele
faz parte de todo o contexto educacional, ele deve agir com neutralidade e
sabedoria, sua meta principal deve ser a de buscar a aproximação de todos,
desenvolvendo um trabalho mais amplo, que envolva o grupo de maneira que o
processo ensino e aprendizado possam fluir harmoniosamente dentro do
ambiente de trabalho.
O supervisor educacional hoje deve contribuir com a prática de uma
real democratização, levando sua equipe a trabalhar não passivamente diante
dos problemas, e fatos, mas de maneira crítica, reflexiva e transformadora. Não
pensando só em si mesma, mais sim no coletivo, desenvolvendo práticas de
relacionamento pessoais entre sua equipe, pois que adianta os
conhecimentos, as informações se o supervisor educacional não consegue
relacionar-se com sua equipe de trabalho. O relacionamento interpessoal é
19
sem duvida o ponto primordial para levar a supervisão educacional e toda a
equipe técnica pedagógica ao sucesso.
Não há como falar em equipe sem abordar o relacionamento
interpessoal, e para isso é lógico que a supervisão educacional, gestores,
coordenadores e professores devem buscar o tempo e espaço para estreitar
laços de amizade.
20
CAPÍTULO II
O RELACIONAMENTO INTERPESSOAL NO
AMBIENTE DE TRABALHO
A escola constitui o ambiente dentro do qual as pessoas trabalham e
vivem a maior parte de suas vidas. Neste contexto as pessoas dão algo de si e
esperam algo em troca, seja a curto ou em longo prazo. A maneira de como o
ambiente de trabalho é moldado e estruturado influencia na qualidade de vida
das pessoas que nela trabalham.
Mais do que isso: influencia próprio comportamento e os objetivos
pessoais de cada ser humano. E isso, conseqüentemente afeta o próprio
funcionamento da escola. As escolas são unidades que visam atingir
determinados objetivos específicos. A sua razão de ser ou existir é servir a
esses objetivos. Um objetivo pode ser definido como uma situação desejada
que a escola almeja alcançar. É um meta, um alvo, uma pretensão. Quando o
objetivo é atingido deixa de ser uma situação almejada para tornar-se uma
situação real. Para isso, é preciso um clima organizacional favorável.
O termo clima organizacional favorável refere-se especificamente as
propriedades motivacionais do ambiente interno de uma organização, ou seja,
aqueles aspectos internos da organização que levam a provocação de
diferentes espécies de motivação nos seus participantes.
Constitui a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional aquilo
que é percebido ou experimentado pela equipe como um todo da organização
e que influencia o seu comportamento. Assim o clima organizacional é
favorável quando proporciona satisfação das necessidades comuns da equipe,
produzindo a elevação da auto-estima, o crescimento harmonioso do
relacionamento interpessoal. Ela torna-se desfavorável quando proporciona
frustração de toda a equipe.
21
O clima organizacional não pode ser tocado ou visualizado, mas pode
ser percebido psicologicamente ou por meio das relações interpessoais e da
motivação gerada na organização para a execução do trabalho com eficácia,
prontidão e solidez.
2.1 O Homem: Um Ser Social.
O homem é um ser naturalmente social por que vive em grupo, os quais
por sua vez constituem as organizações. Segundo Chiavinato (1989,p.18),“[...]
é difícil separar as pessoas das organizações e vise versa.[...]”. As
organizações fazem-se presentes na sociedade e na singularidade de cada
pessoa: estão nas escolas, nas empresas, nas igrejas e na vida social, tendo
em vista que o homem depende diretamente e indiretamente delas.
De qualquer forma, não podemos perder de vista que uma organização sem
pessoas não teria sentido, pois, uma fábrica sem pessoas para, um
computador sem pessoas é inútil, uma escola sem professores, alunos
gestores, comunidade e etc, deixa de existir.”Em sua essência a organização
tem sua origem nas pessoas o trabalho é processado por pessoas e o produto
de seu trabalho destina-se às pessoas”. (LUCENA,1990.p,54)
O ser humano é eminentemente social ele não vive sozinho e muito menos isolado, mas em contínua interação com seus semelhantes. Nas interações humanas ambas as partes envolvem-se mutuamente, uma influenciando a atitude que a outra irá tomar, e vise-versa. Devido as suas limitações individuais, os seres humanos são obrigados a cooperarem uns com os outros, formando organizações (grupos) para alcançar seus objetivos. (CHIAVENATO,1993.p, 20)
22
Com base em tais considerações, o supervisor educacional representa
um profissional importante para o bom desenvolvimento da organização
escolar, o grupo o qual deve opinar, expor seu modo de pensar e procurar
direcionar o trabalho para que se efetive a qualidade no ambiente de trabalho,
sem perder de vista que pessoas precisam de pessoas.
As mudanças não se propagam em um tempo imediato, por isso as
transformações são decorrentes as ações. No entanto, as ações isoladas não
surgem efeitos. É preciso que o trabalho seja realizado em conjunto onde todo
o grupo ou equipe participe ativamente em prol de um ambiente de trabalho de
qualidade baseado no autoconhecimento, na empatia, na assertividade, na
cordialidade e ética, que são os pilares do relacionamento interpessoal no
ambiente de trabalho.
2.2 Os Cincos Pilares do Relacionamento Interpessoal no
Ambiente de Trabalho.
Entre os relacionamentos que temos na vida, os de trabalho são
direcionados por dois motivos: um é que não escolhemos nossos colegas,
chefes, supervisores, diretores ou parceiros; o outro é que independentemente
do grau de afinidade que temos com as pessoas do ambiente de trabalho,
precisamos funcionar bem com elas para realizar algo junto.
Esse ingrediente da convivência no trabalho nos obriga a lidar com
diferenças de opinião, de visão, de formação, de cultura, de
comportamento...fazer isso pode não ser fácil, mas é possível se basearmos
nossos relacionamentos interpessoais em cinco pilares. Vejamos:
Autoconhecimento – Fundamental para administrar bem os relacionamentos,
autoconhecimento implica reconhecer nossos traços de comportamento, o
impacto que causamos nos outros e que comportamento dos outros nos
23
incomodam. Por exemplo: uma pessoa objetiva e dinâmica, que gosta de agir
com independência e rapidez para atingir seus objetivos, pode ter conflitos na
interação com um colega de perfil mais cauteloso e metódico, que segue
regras à risca e tem um ritmo mais lento por ser preocupar com detalhes,
porém, se pelos menos um dos dois tiver autoconhecimento, pode utilizar
estratégias que minimizam o conflito com o outro.
Empatia – Trata-se de considerar os outros, suas opiniões, sentimentos e
motivações. Sem isso, na há com chegar a uma negociação ganha-ganha,
fruto de um relacionamento equilibrado. A empatia também nos torna capazes
de enxergar além do próprio umbigo e ampliar nossa percepção de realidade
com os pontos de vista dos outros. Entre as várias coisas que se pode fazer
para praticá-la, a mais básica é saber ouvir.
Assertividade – Para ter relacionamento saudáveis não basta ouvir: é preciso
também falar, expressar nossas opiniões, vontades, dificuldades. É aí que
entra a assertividade, a habilidade para nos expressar de forma franca, direta,
clara, serena e respeitosa.
Cordialidade – Tratar as pessoas com cordialidade é ser gentil, solicito e
simpático, é demonstrar consideração pelo outro de varias formas. Pode ser
com um “bom dia” com que saudamos o destinatário de nossa mensagem de
e-mail, com um ato de segurar a porta do elevador para alguém entrar ou
apanhar do chão um objeto que o colega deixou cair, dizer “obrigada” olhando
a pessoa nos olhos, oferecer para prestar um ajuda, cumprimentar aquele com
quem cruzamos no corredor, mesmo sem saber o seu nome...A cordialidade
desinteressada, que oferecemos por conta própria, sem esperar nada em troca,
é um facilitador do bom relacionamento no ambiente de trabalho.
Ética – Ser ético é ter atitudes que não prejudicam os outros, não quebrem
acordos e não contrariem o que considera certo e justo. Podemos ter
autoconhecimento, ser altamente empático, assertivos e cordiais, mais, se não
24
nos conduzirmos pela ética, não conseguirmos manter relacionamentos
equilibrados.
Não estou aqui para ditar uma receita infalível para o supervisor
educacional de como manter o relacionamento interpessoal de qualidade no
ambiente de trabalho, quero apenas trazer a memória os pequenos gestos, as
pequena atitudes as palavras “mágicas”, que podem fazer grandes diferenças
no relacionamento de qualquer pessoa independente de sua função, grau de
conhecimento e ou cultural, fortalecer esses pilares no nosso dia a dia trará
melhorias não só para nossas interações no trabalho, mas também para as de
outras áreas da vida com a familiar, afetiva, social e de amizade. Vale apena
investir nisso, afinal, os relacionamentos são as melhores escolas para o nosso
desenvolvimento pessoal e conseqüentemente o profissional.
No entanto, diante do exposto abra-se um leque de grandes desafios
no dia a dia do supervisor educacional, conclui-se que a escola (ambiente de
trabalho), como uma organização, como parte integrante da totalidade social
não é um produto acabado. È resultado dos conflitos sociais que os grupos
vivem nas relações de produção e nas relações sociais.
2.3 A Confiança no Relacionamento Interpessoal.
A confiança é a peça fundamental no relacionamento interpessoal. Ela é
uma expectativa positiva de um bom resultado de trabalho em equipe e de que
a outra pessoa não irá agir de maneira oportunista. Expectativa positiva
assume o conhecimento e a familiaridade entre as partes.
É relevante citar que dentro de uma organização escolar, no trabalho em
equipe, é muito difícil lidar com varias personalidades, ao mesmo tempo,
quando alguns insistem em complicar as coisas por falta de equilíbrio
emocional, outros pela competição, outros pela insegurança ou pelo desanimo.
Infelizmente, existem pessoas que fazem do trabalho um sofrimento e acham
25
que isso deve ser para todos, fazendo com que o grupo perca a harmonia o
interesse e considere tudo realmente muito difícil.
É neste momento que o supervisor educacional deve estar atento, pois
todo o trabalho de confiabilidade pode cair por terra, pois diante da situação, se
abre um leque de motivos para que a discórdia a insatisfação e competição e
etc. entrem em sena como erva daninha, que brota sorrateiramente destruindo
tudo de bom que foi semeado entre a equipe.
Existem algumas dimensões básicas que fundamentam o conceito de
confiança: integridade, competência, consistência, lealdade e abertura. A
integridade se refere à honestidade e à confiabilidade. A competência engloba
as habilidades e os conhecimentos técnicos e interpessoais do indivíduo. A
consistência está relacionada à segurança, à previsibilidade e capacidade de
julgamento que uma pessoa demonstra nas situações. A lealdade é a
disposição de proteger e defender outra pessoa. A confiança parece ser um
atributo essencial associado à liderança. A confiança e a credibilidade
modulam o acesso do líder ao conhecimento e à cooperação. A honestidade é
apontada consistentemente como a principal característica admirada em um
líder. Pode-se dizer que há três tipos de confiança nas relações
organizacionais: com base na intimidação, no conhecimento e na identificação
(quando existe uma conexão emocional entre as partes).
Reconstruir confiança requer atos de coragem. Para quebrar com o passado sempre envolve admitir os erros do passado. É preciso coragem para encarar os fatos que por muito tempo foram encobertos, para dar voz à verdade que deixaram de ser faladas, ou para pedir desculpas pelos erros do passado. Imprescindível, também, ter coragem para encarar as pessoas que esperam alguma coisa e dizer a elas que o jogo mudou (KANTER, 2004.p. 193)
26
Princípios básicos da confiança: desconfiança destrói a confiança,
confiança gera confiança, o crescimento muitas vezes mascara a desconfiança,
a redução de pessoal testa o mais alto grau de confiança, a confiança aumenta
a coesão, a desconfiança destrói o grupo, a desconfiança geralmente reduz a
produtividade. (ROBBINS, 2007, p. 276). Muitas vezes, quando a confiança é
quebrada, torna-se necessária a confissão: a coragem para admitir a
responsabilidade.
Para gerar confiança no ambiente de trabalho, ou profissional e ou
pessoal não é fácil, pois a confiança não aparece do nada, muito menos nasce
no chão ou cai do céu, ela se constrói devagar com blocos de vidro que cada
dia é colocado um em cima do outro de maneira harmoniosa e quando a
parede estiver firme passamos ter confiança.
É comum em um ambiente de trabalho encontrar pessoas dizendo: aqui
dentro eu não confio em ninguém, pois bem é nesse momento que uma
liderança que de fato assume um modelo de gestão sustentado pelas atitudes,
competência, coerência, compromisso, cumprimento, consistência, e
cumplicidade, vê em sua frente um grande desafio profissional, no qual a
complexidade do cenário organizacional e o nível de incerteza crescem a cada
dia. Entre alguns pensadores que se dedicaram às questões corporativas, a
confiança vem sendo valorizada e reconhecida como um mecanismo que torna
as relações interpessoais mais abertas e cooperativas; com isso, aumentam a
integração, a fluidez e a flexibilidade em todo ambiente de trabalho,
contribuindo para êxito de toda a equipe de trabalho.
É neste ponto que a ligação entre confiança e a ascensão profissional
fica absolutamente clara para a liderança. Se o progresso na carreira
profissional significa assumir responsabilidades cada vez maiores, precisamos
inspirar confiança em nossos liderados para que eles nos encarreguem dessas
responsabilidades, e isso, só é possível na medida em que confiamos em nós
mesmo e em nossa capacidade de assumi-las.
27
Percebe como tudo se encaixa?
Um supervisor educacional pode ser um profissional muito autoconfiante
mas de qualquer forma , precisa ser capaz de inspirar confiança na sua equipe
por meio de suas atitudes,
A confiança pode ser comparada a uma planta que precisa do solo, da
água e temperatura corretas para florescer completamente. Então, a confiança
pede as condições e o ambiente certo para sustentar-se nos altos e baixos do
relacionamento interpessoal.
Uma relação de confiança no ambiente de trabalho cria espaço para a
cooperação, o comprometimento, a circulação de idéias inovadoras, superação
das diferenças, aumentando a satisfação no trabalho e melhora da
comunicação.
Dentro deste contexto podemos dizer que a confiança reflete uma
expectativa de conduta. Calcando-se na percepção de obrigações mútuas,
prevê um suporte, um apoio que proporciona maiores graus de previsibilidade e
segurança. Drummond (2004) observa que a proliferação de mecanismo de
controle é o que comumente se observa na ausência da confiança e da
colaboração espontânea. Deste modo, os resultados são comprometidos, não
somente por seus diretos (“ engessamento” e lentidão que imprimem aos
processos), mas também pelos danos ao clima do ambiente de trabalho
oriundos desse “emperramento’ e “sufocamento”. Seguem-se então
desmotivação, descomprometimento, podendo culminar em comportamentos
disfuncionais, destrutivos intencionais(sabotagens).
28
Parte da construção da relação de confiança é participar ativamente e
estar comprometido com os resultados estabelecidos, como também o apoio e
a cooperação no ambiente de trabalho que vai gerando um vinculo de
confiança. Quando o supervisor educacional procura apoiar sua equipe, sem
muito alarme ela está dando a sustentabilidade para a mesma.
O ato de compartilha é outra atitude de quem está disposto a construir
uma relação de confiança, pois ao estimular o desenvolvimento de um colega o
líder demonstra que confia e que também merece confiança.
Para finalizar lembramos que uma relação de confiança precisa estar
ancorada na maturidade, pois antes de qualquer coisa ela se estruturará sobre
um bom relacionamento interpessoal desenvolvido no ambiente de trabalho.
O homem converte-se aos poucos naquilo
que acredita poder vir a ser. Se me repetir
incessantemente a mim mesmo que sou
incapaz de fazer determinada coisa, é
possível que isso acabe finalmente por se
tornar verdade. Pelo contrário, se acreditar
que a posso fazer, acabarei garantidamente
por adquirir a capacidade para a fazer, ainda
que não a tenha num primeiro momento.
Mohandas Gandhi, in 'The Words of Gandhi'
29
CAPÍTULO III
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
UM DESAFIO PARA O SUPERVISOR EDUCACIONAL
Relacionamento é um ponto primordial em gestão de equipes e não há
como se falar em equipes sem abordar o relacionamento interpessoal e para
isso é lógico que o supervisor deve buscar tempo e espaço, ou seja, ambientes
em todos os sentidos, seja físico e social, para identificar, gerar,enfatizar e
transformar situações ocasionais em boas oportunidades para estreitar laços
de amizades.
As pessoas (homens) tem como uma das suas necessidades básicas o
anseio por comunicação,no entanto, cada individuo é um mundo próprio que
precisa ser “lapidado e aberto” para procurar entender o contexto em que se
encontra os seus interiocultores, em outros palavras é necessário um
relacionamento espetacular. É inconcebível que no presente século um
supervisor educacional que não saiba se comunicar adequadamente com sua
equipe, pois de acordo com suas atribuições, a essência de sua função reside
no relacionamento que mantém com os gestores, professores, alunos e toda a
comunidade escolar, e quando se fala de relações “entre sujeitos”, existem
além das questões epistemológica as questões subjetivas, com também, três
pontos importantíssimos que não podem ser esquecidos quando se pensa em
melhorar o relacionamento no ambiente de trabalho, que é a comunicação, a
motivação e a liderança.
A ação supervisora com boa comunicação, motivação e liderança,
pode provocar mudanças significativas e transformadoras dentro do ambiente
de trabalho. É essa atitude esperada da supervisão educacional, pois diante de
tantas dificuldades é preciso encontra alternativas para melhorar o clima de
desesperança e desmotivação entre o grupo.
30
O supervisor educacional precisa desenvolver uma boa comunicação,
desempenha um liderança eficaz e é claro, ser colaborador da motivação do
grupo, e sobre tudo, trabalhar em equipe.
3.1 Desafios da Comunicação Interpessoal.
Somos por excelência seres da comunicação. No encontro comunicativo
com os outros, nós descobrimos quem somos, nos compreendemos,
crescemos em humanidade, mudamos para melhor e nos tornamos fator de
transformação da realidade em que vivemos. Isso significa, simplesmente, viver
em estado de graça, com paixão pelas pessoas e pela vida.
Chacrinha um dos maiores comunicadores que o Brasil já teve, nas
décadas de 70 e 80, na televisão, é o autor de uma famosa frase, que mesmo
anos após sua morte ela é sempre lembrada nas conversas e bate papos:
“Quem não se comunica se trumbica”. O que Chacrinha quis dizer com essa
mensagem¿ De acordo com o dicionário, trumbicar trata-se de um verbo, o
A comunicação, entretanto, somente se torna importante como ferramenta estratégica quando existe a necessidade de informar, explicar, orientar, de qualificar processos e relacionamentos. Autor desconhecido
“O importante é saber como conduzir as pessoas se desejamos que o nosso espetáculo corra bem. Na verdade, são elas que fazem, que realizam, por tanto, é preciso conhecer o máximo sobre as pessoas para podermos ser bem sucedidos com elas”... DÉCIO MORAES. 2007, p. 27
31
significado é se dar mal. A mensagem deixada por chacrinha é que a
comunicação é vital para que possamos alcançar êxito em todas as dimensões
de nossa vida. “A comunicação é como uma rua de duas mãos, a tarefa, de
comunicar-se não esta concluída até que haja compreensão, aceitação e ação
resultantes.” (MATTOS, 2004, p.75)
É interessante perceber o fato de que pensar em comunicação
interpessoal nos remete à idéia de reciprocidade, ou seja, só existe
comunicação quando duas ou mais pessoas interagem entre si, de forma a
atingir uma compreensão clara da mensagem transmitida. É importante
ressaltar que a comunicação não é feita só por meio de palavras, mas também
de gestos, expressões e tonalidade de voz que, nem sempre, coincidem com o
que a mensagem pretende transmitir.
O sucesso de uma boa pratica de comunicar-se não aparece por acaso
é fruto sempre de muito esforço e de muito trabalho. É com trabalho que
realizamos muitos dos nossos sonhos. É com o trabalho hercúleo que
viabilizamos uma boa comunicação no ambiente de trabalho nos fará somar
muitos amigos, porém convivemos com o contraste e contradições. Na era de
Internet, conseguimos nos conectar e estar próximos das pessoas e lugares
distantes em fração de segundos, mas, por vezes, não conseguimos
estabelecer laços de amizades e muito menos manter um elo comunicação
com que esta ao nosso lado no dia a dia de nossas vidas. Por isso, precisamos
urgentemente ser educados para o uso efetivo da comunicação. temos de
aprender a ser artista, no sentido de captar as mensagens de comunicação
interpretá-las, adequadamente e potencializá-las criativamente.
Revelada a necessidade de se investir na comunicação interpessoal
entre as pessoas no ambiente de trabalho, o supervisor educacional tem nas
mãos este grande desafio do qual sabemos que não depende única e
exclusivamente dele, pois como falamos no início, a comunicação é uma via de
32
duas mãos, porém por tratar de um líder e gestor, o supervisor deverá ajudar e
motivar sua equipe a desenvolver a comunicação interpessoal.
Toda comunicação tem conteúdo, o conteúdo de nossa comunicação
esta ligado ao nosso referencial de cultura própria diferente de cada integrante
da equipe, por isso é importante que quanto mais informações o supervisor
educacional possuir sobre cada componente de sua equipe e quanto maior a
habilidade em correlacionar esse saber do outro com seu grupo melhor será o
relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho.
3.1.1 Dinamismo da Comunicação.
Comunicação é uma palavra de sentido amplo e como tal abre um leque
de possibilidades em vários segmentos. Com surgimento de novas tecnologias,
além de sofisticação e aprimoramento de métodos já existentes, afloram a cada
dia novas alternativas tornando mais dinâmicas as possibilidades de
comunicação.
Essa evolução na área da comunicação é parte integrante da própria
evolução do homem e da sociedade, mesmo porque é sábio que a
comunicação está diretamente ligado aos sentidos humanos. Então basta
“Apenas quando aprende a ouvir o coração, seus sentimentos mudos, os medos não confessados e as queixas silenciosas, um líder pode inspirar confiança a seu povo, entender o que esta errado e atender as reais necessidades do cidadão. A morte de um pais começa quando os lideres ouvem apenas as palavras pronunciadas pala boca,sem mergulhar fundo na alma das pessoas para ouvir seus sentimentos, desejos e opiniões.”
Parábola chinesa – texto extraído do livro História de Consultor, Beth Zorzi.
33
dizer que hoje é impossível o homem deixar seus sentidos de lado
simplesmente ignorando-os e deixando de comunicar-se, ou seja, é impossível
o homem viver isolado a margem da sociedade. Na verdade as pessoas e a
sociedade em si estão procurando aprimorar esses sentidos.
Para despertarmos o interesse do grupo em alguma atividade há a
necessidade de algum estimulo nestes sentidos e para tanto, necessitamos de
alguma forma e ou meio de comunicação. Se estes sentidos estão evoluindo e
se aprimorando, vale dizer que para despertarmos interesse da equipe como
um todo esta cada vez mais difícil e técnico, porém independentemente do
tamanho dessas dificuldades nota-se a necessidade de se comunicar de
alguma forma.
Nesta percepção da realidade o supervisor educacional deve ter um
olhar de pesquisador, um olhar técnico. É necessário recolher a individualidade
e optar por uma postura mais dinâmica e atentar-se para as diferencias entre
ver e o olhar. O “ver”, é uma atitude involuntária, imposição das coisas sobre o
grupo, um registro espontâneo da superfície visível, onde as pessoas se
acomodam. O “olhar”, não é a substituição da espontaneidade e da criatividade
pelo domínio da razão, é estabelecer um relação deliberada com o grupo.
Para estruturar de forma eficiente a comunicação, o supervisor
educacional deve fazer um trabalho com a concepção de que a comunicação
vai além da transmissão de informação, pois trata-se de um processo de
estabelecimento de relação entre sua equipe, que precisa trabalhar com a idéia
de uma comunicação em conjunto, pois as possibilidades de interação dentro
do ambiente de trabalho melhora significativamente.
Hoje dentro das escolas podemos ver que as pessoas articulam-se
muito mais e relacionam-se muito menos.
34
Diante deste exposto, concluímos que as habilidades para promover
uma boa comunicação integrada, não é para quem quer, é para quem tem
garra e determinação, buscando sempre ferramentas e estratégias que
poderão ajudar e motivar sua equipe.
A comunicação integrada consiste no conjunto de articulado de esforços,
ações, estratégias e produto de comunicação planejado e desenvolvido por um
líder, com o objetivo de agregar valor e consolidar seu trabalho junto a seu
grupo como um todo.
Tradicionalmente, a comunicação integrada dentro das escolas tem sido
trabalhada como somatória de atividades realizadas que tem sempre em vista
determinados objetivos, deixando de lado os valores, sentimentos e em
especial o estreitamento de relacionamentos.
A comunicação integrada, praticada com competência subverte essa
situação e remete para um novo paradigma: a comunicação direcionada em
uma organização, não pode ser resultado de esforços individuais, ainda que
bem intencionados, precisa ser fruto de um planejamento em conjunto, deve
ser compartilhada ainda que haja supervisores, diretores, gestores,
professores, alunos e etc.
3.2 Desafios da Motivação.
“A palavra “motivação é derivada do latim motivus,” que significa mover,
a palavra motivação assumiu o significado de tudo aquilo que pode fazer
mover, tudo aquilo que causa ou determina alguma coisa ou até mesmo o fim
ou razão de uma ação”. (GONDIM E SILVA in ZANELLI. ET AL, 2004, p.146).
A motivação é a disposição para fazer alguma coisa e esta condicionada
pela capacidade dessa ação satisfazer uma necessidade do indivíduo. Uma
necessidade não satisfeita gera tenção o que estimula a vontade do indivíduo.
35
Essa vontade desencadeia uma busca de metas específicas que, uma vez
alcançadas, terão como conseqüência a satisfação da necessidade e a
redução da tensão. Assim, quando os componentes de uma equipe trabalham
com afinco em alguma atividade, pode-se concluir que sendo movidos pelo
desejo de atingir uma meta que valorizam, (ROBBINS, 2004, p.46).
O processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos
esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta também
esta relacionada à motivação. Estes elementos - chaves referem-se a quanto
esforço a pessoa depende, uma vez que sozinha pode não chegar a resultados
favoráveis, a menos que seja conduzida em uma direção que beneficie a
organização. A persistência é uma medida de quanto tempo uma pessoa
consegue manter seu esforço, até que seus objetivos sejam atingidos
(ROBBINS,2007,p.132).
Para Tânia Casado “motivação é definida como impulso à ação. É
também traduzida como necessidade ou tendência. Por se tratar de impulso ou
necessidade, é óbvio que é originada basicamente no interior dos indivíduos”.
(in LIMONGI-FRANÇA ET al,2002, p.248)
É possível, então sintetizar as definições relacionadas no seguinte:
motivação é um estado de espírito que impulsiona o individuo à objetivos, para
satisfação de suas necessidades. Motivação seria, então, o que leva o
individuo a mover-se do estado de repouso à ação.
Para entender a motivação humana no trabalho, Tânia Casado elenca
algumas convicções básicas sobre a natureza do homem. A primeira é que o
indivíduo quer contribuir para com seu trabalho; a segunda, que o trabalho não
é algo ruim nem aversivo em si mesmo; a terceira julga que os componentes
do grupo podem influir positivamente nas decisões sobre seu trabalho numa
direção que favoreça a qualidade para a organização.
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Para Blanchard (1999, p.31) ”a motivação é um conceito complicado
para a maioria dos líderes (...). Na realidade, o que motiva uma pessoa nem
sempre motiva a outra.
Segundo Bergamini (1999,p.82) “a motivação é um impulso que vem de
dentro e que tem, portanto suas fontes de energia no interior de cada pessoa”.
Sendo assim, cabe ao líder estar atento as necessidades e a
individualidade de seus liderados. Para motivar cada pessoa são necessárias
atitudes diferentes, pois elas são diferentes e tem formas de comportamentos
variáveis entre si. “Bergamine (1993, p.26) afirma que a diversidade de
interesse percebida entre os indivíduos permite aceitação, de forma
razoavelmente clara, que as pessoas não fazem as mesmas coisas pelas
mesmas razões.”
Também é possível entender motivação com resultante de duas
palavras: motivo + ação. Qual é o motivo para determinada ação? Exemplo, o
que leva alguém a escrever uma monografia? Talvez o gosto pelo estudo. Esta
é a motivação. Todos os organismos tendem ficar equilibrado. A motivação
como impulso que tira o ser do equilíbrio. As pessoas buscam a satisfação de
um necessidade com fome, como sede. A carência de uma necessidade leva a
uma tensão. E esta tensão leva o sujeito a mover-se até que se sinta satisfeito.
“Um modo de motivar seus subordinados é certificar-se de que eles sabem para onde está indo. Atente par que os objetivos de cada pessoa estejam claramente definidos e que ela saiba o que será considerado um bom desempenho. Isso dará a cada uma delas um foco nítido para sua energia e a colocará no caminho certo, para se tornar eficiente e capacitada. (BLANCHARD, 1999, p.77)
37
Concluindo, a motivação é o sentimento que impulsiona para bom atingi
mento dos objetivos e depende do próprio indivíduo, mas pode ser
desencadeada extremamente se houver um ambiente favorável e relações
pessoais saudáveis de comprometimento entre os envolvidos nesta questão
A motivação é pessoal. Ninguém cria necessidade em ninguém. Sendo a
necessidade algo pessoal, cada indivíduo irá a buscar da satisfação de sua
necessidade específica, seja ela fisiológica, ou não, de poder, de associação,
de filiação, etc. O fato é que as pessoas estão sempre em busca de ”algo
mais”. Nas escolas o papel de um supervisor educacional esta na condução
desta motivação em consonância com os objetivos da instituição, fundamental
para o atingimento de resultados positivos. Ela poderá administrar o sentido do
trabalho para cada um dos seus liderados. Apesar dele, o supervisor não poder
criar motivação na sua equipe, ele possui uma série de instrumentos inclusive a
comunicação para fazer com que seus liderados olhem para o mesmo alvo,
pois é este o sentido de um organização: ter seus líderes e liderados, todos
juntos, indo em uma mesma direção, em busca de melhores resultados.
3.3 Desafios da Liderança.
Nem todo supervisor que esta na posição de gestor é um líder. Poderia
esta pessoa aprender técnica e vir a ser tornar um líder de fato¿ A
comunicação que ele exerce tem influencia motivadora (ou não) sobre seus
liderados. Na tentativa de responder estas perguntas, selecionaram-se alguns
conceitos sobre liderança e suas principais características. Foram ainda
abordadas algumas teorias que tentam explicá-las e também selecionadas
alguns questões contemporânea sobre liderança, principalmente a confiança,
a credibilidade e a inteligência emocional.
Em seu livro Liderança, Bergamini (1994, p. 14), destaca alguns
conceitos de liderança como:
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Liderança é influencia pessoal, exercida em uma situação e dirigida
através do processo de comunicação, no sentido de alcançar um objetivo
especifico (TANNENBAUM; WESCHILER & MASSA, 1961).
A referida autora acrescenta que dois elementos parecem ser comuns a
todas as definições que ela seleciona em seu livro. Em primeiro lugar, estas
definições conservam o denominador comum de que a liderança esteja ligada a
um fenômeno grupal, isto é,envolva duas ou mais pessoas. Em segundo lugar,
fica evidente que a liderança trata-se de um processo de influenciação exercida
de forma intencional do líder sobre seus seguidores. Quando pensa assim,
afirma-se, simplesmente, que a liderança exerce um determinado efeito sobre o
comportamento e as atividades dos membros do grupo ( BERGAMINI, 1994)
Para Robbins (2007, p.258), liderança também é a capacidade de
influenciar um grupo em direção ao alcance de objetivos. Segundo o autor, seis
traços costumam diferenciar os líderes dos liderados: ambição e energia, o
desejo de liderar e influenciar, honestidade e integridade, autoconfiança,
inteligência e conhecimento relevantes da área sobre sua responsabilidade.
Para Ferreira ( 1993, p.335), liderar significa “dirigir na condição de
líder”, e líder é sinônimo de “guia, chefe” (p. 334). Este tempo, porém, tem
assumido outros sentidos quando remetemos sua significação as relações de
trabalho que se estabelecem nas organizações sejam escolares ou não.
De acordo com as reflexões feitas sobre liderança nos tempos atuais, e
com base nos estudos das relações interpessoais efetivas no ambiente de
A liderança é o comportamento de um indivíduo quando está dirigindo atividades de grupo em direção a um objetivo comum. ( HEMPHILL & COONS, 1957);
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trabalho este termo é conceituado de forma mais ampla e aprofundada do que
simplesmente guiar ou chefiar.
Para ilustrar esta afirmação, traz-se o que diz Johnson (1972, apud
ANJOS,1988, p.22) sobre liderança.
Este conceito transcende a simples cobrança da execução de tarefas,
pois prevê a criação de condições para que as mesmas sejam executadas,
porém exclui os participantes do grupo da definição das metas, cabendo-lhe
apenas aceitar e cumprir o que for determinado.
Avançando cronologicamente e com abordagem psicológica, temos o
conceito de Gardner (2006): “os lideres, quase por definição, são pessoas que
mudam mentes- sejam eles líderes de uma nação, corporação ou instituição
beneficente” (p. 15).
Os conceitos citados vão de uma ação a outra: da criação de condições
para o cumprimento e alcance de metas pré-definidas à mudança de mentes.
Percebe se que ambos atribuem ao líder responsabilidades relativas aos outros
e aos seus liderados.
Gardner (2005, p.117), afirma existirem lideres direto e lideres indiretos.
Os lideres diretos utiliza-se de sua retórica para dirigir-se diretamente às
pessoas e convencê-las acerca de suas idéias, “tentam mudar mentes
diretamente por meio de encontros face a face”, e os lideres indiretos realizam
A influência que a pessoa exerce sobre os outros componentes do grupo e que transcende o puro cumprimento do papel que lhe cabe na organização. Lidera significa ajudar o grupo a alcançar através de uma realização de atos. Esses atos são denominados funções grupais e a função do lider consiste em fixar metas, ajudar o grupo a aceitá-las e prover recursos necessários para alcançá-las
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“mudanças mentais importantes (...) forjadas pelas obras (...) que cria, não só
por suas palavras ou atos diretos”
Definindo mais precisamente os lideres indireto, Gardner (id, p.117),
caracteriza-os da seguinte maneira: “ se forem cientista ou acadêmicos, eles
trabalham principalmente com teorias: se forem artista, mudam mentes
introduzindo novas idéias, habilidades e praticas em sua obra”.
Enfim com base nestas idéias, é considerado líder todo aquele que
influencia na construção de idéias de um grupo de pessoas, fazendo com que
estas mudem suas mentes com relação a determinados assuntos por aderirem
às concepções e as representações destas pessoas, propositadamente ou não.
Entretanto o maior desafio enfrentado pela a maioria dos supervisores
educacionais é o de se tornar um líder de equipe eficaz, dentro deste contexto
o supervisor educacional precisa desenvolver habilidades como a paciência
para compartilhar informações, confiar nos outros, desistir da autoridade e
compreender o momento certo para investir, ser conselheiro e facilitador para
o desempenho do coletivo ou individual, desta forma poderão corresponder
aos conceitos de liderança que fazem parte de autores famosos. Para estes,
liderança é o processo de encorajar e ajudar os outros a trabalhar
entusiasticamente na direção dos objetivos. É o fator humano que ajuda um
grupo identificar para onde ele esta indo e assim motivar-se em direção aos
objetivos. Sem liderança, uma organização seria somente uma confusão de
pessoas e máquinas, do mesmo modo que uma orquestra sem maestro seria
somente músicos e instrumento (BERGAMINI, 1994, p.106).
O poder pode ser vendido e comprado, dado e tomado. As pessoas podem ser colocadas em cargos de poder porque são parentes ou amigas de alguém, porque herdaram dinheiro ou poder. Isso nunca acontece com a autoridade. A autoridade não pode ser comprada nem vendida, nem dada ou tomada. A autoridade diz respeito a quem você é como pessoa, a seu caráter e à influência que estabelece sobre as pessoas. (HUNTER, 2004, p. 27).
41
Um bom líder rege a orquestra dos diferentes instrumentos que são seus
liderados. Todos importantes, todos essências para que a bela harmonia
aconteça. Sem, liderança, somos um amontoado de pessoas seguindo em
diversas direções, desestimulados e perdidos.
desmotivados e sem perspectivas. É a liderança eficaz que dá a direção, que
motiva que mostra as perspectivas. Vale destacar que um líder precisa ter ou
desenvolver algumas características básicas para ser aceito como tal por sua
equipe, precisa de uma porção de confiança, credibilidade sem a qual ninguém
embarcara com ele em seus planos e metas e não conseguirá se impor. O
supervisor precisa ter a sensibilidade de saber até mesmo os mais profundos
anseios de seus liderados. Talvez seja fácil ser assumir uma função de
liderança. Mas liderar, de fato, exigirá habilidades especiais. Terá de saber
mover corações e, para isso, terá de conhecê-los.
42
CAPÍTULO IV
RELAÇÃO ENTRE COMUNICAÇÃO, MOTIVAÇÃO E
LIDERANÇA
Separadamente, os três temas examinados (comunicação, motivação e
liderança) têm suas próprias conclusões e aplicações. Mas, estarão eles de
alguma forma relacionados?
A resposta é: sim. Na pratica, toda fixação participativa de metas exige
do líder a comunicação com seus subordinados. O líder deve possuir
habilidades para conduzir o grupo e, entre essas habilidades inclui-se a
comunicação, que deve se dar de tal forma a motivar seus liderados a se
engajarem para alcançar as metas almejadas.
Uma gestão participativa, onde há comunicação no processo decisório, é
motivadora para os liderados. E é uma forma de se buscar a qualidade da
liderança no ambiente de trabalho.
Vê-se, de todo o exposto até aqui, que não existe uma forma mágica de
motivar ninguém, mas existem “armas” e mecanismo para fazer com que
lideres e liderados olhem para o mesmo alvo. Conhecer seus liderados, saber
ouvir, inspirar confiança e credibilidade, eis alguns trunfos para aqueles que
esperam influenciar positivamente seus liderados. Existem traços de
personalidade que podem ser aprimorados em quanto outros devem ser
afastados. Existem maneiras de fazer com que todos olhem para a mesma
direção com entusiasmo e motivação para o trabalho. É esse o desafio da
liderança. Conhecer-se, antes de tudo, conhecer seus liderados, seus
superiores, seus pares. Saber ouvir e, principalmente saber se comunicar. A
comunicação é fator fundamental e serve como motivação que vai
desencadear em uma liderança de qualidade.
43
Um bom líder é um bom comunicador, conhecer o receptor da
mensagem, domina a mensagem e sabe a melhor maneira de transmiti-la,
admite feedbck e esta proto para realimentar o processo que é continuo,
desafiador e motivador. Liderar não é tarefa para aqueles que não desejam ser
lideres. Antes, é tarefa para quem quer assumir desafios, inclusive o desafio de
motivar seus liderados, e nesse caso uma boa comunicação com certeza é
essencial. Cabe destacar as conclusões de Simone Queiroz (artigo publicado
na Internet - http://www.eps.ufsc.br/disserta96/queiroz/index/index.htm):
O investimento em motivação não pode ter como objetivo o ganho em
curto prazo. A motivação requer o empenho e a preparação da administração
operacional, no sentido de que os gerentes realmente desempenhem a
condição de líderes. Erroneamente pode-se pensar que a liderança é um ‘dom’
nato. Na verdade, as pessoas podem ser treinadas e passarem a desenvolver
a aptidão para a liderança. [...] A motivação, por si só, não é o único fator que
leva ao desempenho da qualidade. O trabalho de motivação deve estar
relacionado com o trabalho de comunicação e de liderança
O link que a comunicação faz entre a motivação e a liderança pode fazer
com que lideres e liderados se motivem por uma visão. A todo o momento,
estamos comunicando algo e somente palavras ditas sem a devida
correspondência da pratica, nada significam. Porem, sim, pode gerar
insegurança, descrédito, instabilidade. O supervisor educacional na posição de
líder precisará fazer uso de ferramentas como o feedbck, elogios etc.
Precisará conhecer o comportamento humano para saber líder com cada
um dos seus liderados individualmente. Fazendo ligação com a motivação, o
líder faz bom uso da comunicação muito provavelmente motivará sua equipe
de forma a atingir resultados positivos para a organização. Motivação esta
relacionada com satisfação de necessidades. E cada indivíduo tem sua própria
“pirâmide” de necessidades. O ser humano se produz e reproduz com o amor e
44
o trabalho, bases de sustentação do equilíbrio e saúde mental do ser humano.
E nesse sentido, o trabalho deve ter um significado a ser motivador para
contribuir para o equilíbrio, pois a liderança com uma comunicação eficaz pode
levar à motivação e conseqüentemente, a melhores resultados.
Tanto a comunicação, como a motivação e a liderança são vista como
ferramentas de extrema importância no ambiente de trabalho, haja vista que
sem comunicação não há equipe que subsista. São muitas as formas de
comunicação, motivação e liderança num cenário contemporâneo, entre elas,
além do contato pessoal, destaca-se a internet e correios eletrônicos. Estes
últimos são meios rápidos e instantâneo de se estabelecer a comunicação
entre lideres e liderados, mas não são tão eficazes quanto a pratica de
reuniões, onde o líder fala diretamente a sua equipe, transmitido-lhe as
informações com mais ênfase, estabelecendo uma relação mais direta e
pessoal, como também, valorizando o relacionamento interpessoal e podendo
dentro deste espaço preencher lacunas com novas técnicas de liderança e
motivação.
Embora a grande maioria dos supervisores educacional esteja seguros
quanto à sua influencia como líder, nota-se que a grande parte reconhece que
o seu atual modo de comunicar-se, de motivar e liderar são deficientes e que
precisam superar desafios e as diferenças interpessoais existente no grupo e
no ambiente de trabalho de forma geral.
Creio que essas dificuldades encontradas pelos supervisores
educacionais estão justamente relacionadas com o baixo nível de prioridade
nos campos da comunicação, motivação e da busca de uma liderança eficaz,
sendo assim, não se pode falar em qualidade de relacionamento interpessoal
sem o comprometimento com esse três desafios.
Lideres ou gestores comprometidos são motivadoras, inovadoras,
criativas e sabem liderar mesmo em momentos de crises.
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Esse tripé organizacional formado pela comunicação, motivação e
liderança, necessita ter como base a busca desse comprometimento, dessa
visão compartilhada, pois juntos toda a equipe poderá voar mais alto, enxergar
mais longe e com maior nitidez.
4.1 Comunicação e Motivação: Uma Questão de Relacionamento Humano.
Comunicação e motivação consubstanciam uma relação causa e efeito.
Num ambiente de trabalho em que haja comunicação e diálogo, existe
motivação para superar desafios e alcançar metas. Quando existe uma relação
de confiança e de entendimento entre os supervisores, gestores e professores,
uma crise pode servir para unir e motivar as pessoas a encontrar soluções e
novas idéias, capazes de transpor os mais difíceis obstáculos.
Na maioria das vezes os supervisores educacionais e gestores preferem
resolver as crises de portas e bocas fechadas. Em via de regra a liderança
resolve e ninguém fica sabendo, algumas vezes da certo, mas, quase sempre o
resultado é medíocre e o problema retorna pior do que antes.
Se uma mudança estratégica ou uma crise interfere diretamente na
atuação da equipe, a transparência, a honestidade e a ética são fundamentais,
pois, sem elas, dificilmente a escola conseguirá o engajamento dos seus
colaboradores na busca de soluções.
Um ambiente de trabalho favorável á comunicação interna com a
liderança engajada a promover e consolidar a cultura do diálogo, é capaz de
encorajar a manifestação de idéias e sugestões que podem originar inovações
e identificar soluções altamente rentáveis para a escola como um todo. A
transparência das ações, a honestidade de propósitos e a ética corporativa
trafegam necessariamente pelo caminho da abertura para a comunicação e
motivação.
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Em um quadro de crise, independente de ser líder ou liderado, a cultura
do diálogo cria vínculos que se traduzem em comportamentos positivos e pró-
ativos, ou seja, o líder presta, de fato, atenção ao que sua equipe tem a falar e
vice-versa.
Na verdade, o supervisor educacional não esta na posição que ocupa
para dar ordens inquestionáveis, mas para prestar atenção ao que um membro
de sua equipe fala e procurar gerar um clima de envolvimento e motivação pelo
trabalho. Afinal, todos estão ali para que se cumpram a missão, os objetivos e
as metas da escola, que supõe-se, sejam de conhecimento amplo e orgânico
de todos que para ela trabalham.
Ao executar uma tarefa, transmitida de forma unidirecional, sem a
possibilidade de questionamento, e ainda por cima, muitas vezes, mal redigida
ou mal verbalizada, o profissional tende a interpretar errado e o que se espera
dele e de seu desempenho. Os resultados são enganos, falhas e incorreções
na execução do trabalho, dos mais simples, aos mais sofisticados.
Nos dias de hoje podemos observar que em algumas instituições de
ensino há um investimento em canais para melhorar a comunicação interna. No
entanto, os resultados na aparecem e surge a pergunta: onde esta o erro¿ A
resposta esta na ausência do ouvir, na fraqueza dos relacionamentos
interpessoal entre as lideranças e suas equipes. A falta de dialogo, de abertura
à conversação, de uma estimulante troca de idéias e sentimentos são, sem
duvidas alguma, o que mais prejudica o funcionamento harmonioso da escola e
conseqüentemente o equilíbrio de um bom relacionamento.
Na atualidade, o maior desafio de qualquer organização onde existem
pessoas (seres humanos), é incentivar o saudável exercício do diálogo aberto e
franco, sem rodeios ou intolerância, favorecendo assim a convivência das
diferenças. A diversidade de pensamentos contribui para o enriquecimento da
criatividade da qualquer equipe na busca de soluções e inovações. Pessoas
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com pontos de vista diferentes podem trabalhar juntas e integradas por
objetivos comuns.
Não podemos perder a oportunidade de ouvir e alar com todo seu ser:
ouvidos, boca, consciência, coração, corpo e espírito. Tanto o supervisor
educacional, como também, gestores e professores que compreendem a
essência dessa mensagem costumam ser bem-sucedidas em suas áreas de
atuação.
4.2 Liderança e Comunicação: Uma questão de visão. As concepções atuais de lideres em escolas sejam elas pública ou
privada é a busca de consolidar a qualidade do trabalho desenvolvido como
fator primordial para o sucesso de qualquer empreendimento. São
apresentadas metodologias, ferramentas, estratégias e concepções, entretanto,
muitas vezes, mesmo com todo esse aparato, a escola não consegue
desenvolver bem as suas metas e objetivos, dentro deste contexto podemos
encontrar a resposta na pouca importância que a liderança dá a uma
comunicação ativa e pessoal de maneira clara e objetiva.
Para ELTZ (2005), a origem de palavra comunicação esta no latim
comunicare, ou seja, por em comum, o que pressupõe entendimento das
partes envolvidas, nesta mesma linha, Ribeiro (1992), acentua que depois da
sobrevivência física, a comunicação é a mais básica e vital necessidade
humana. Assim, não se pode falar de relacionamento interpessoal sem se dar a
devida importância ao bom desenvolvimento da comunicação. Infelizmente, e
vale ressaltar isso, na maioria das vezes entendemos comunicação apenas
como projeção de mensagens pelos mecanismo disponíveis. O escritor Rubéns
Alves faz um alerta interessante quando relembra que temos muitos cursos de
oratória e, nunca se ouviu falar em cursos de “escultatória”. Esta capacidade de
escutar o outro dentro aspecto da comunicação é a habilidade que mais
enobrece um líder. As escolas têm sofrido de uma carência de liderança
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dispostas a ouvir os sentimentos, os anseios, as sugestões e mesmo os
reclames de sua equipe. E assim a escola vivencia a crise de motivação, ou
melhor, a falta dele. Supervisor Educacional que nunca se aventurou no
universo da escuta, possivelmente sofrem de miopia no que diz respeito à
visão estratégica da escola. Neste ponte, concordo com SENGE(2006, p.239)
quando ele diz: ‘As organizações que tencionam criar visões compartilhadas
estimulam continuamente seus integrantes a desenvolver suas visões
pessoais. Se não tiver sua própria visão, restará às pessoas simplesmente
“assinar em baixo” a visão do outro. O “resultado é a aceitação, nunca o
comprometimento”.
O comprometimento é uma palavra mágica que anda ausente em nosso
vocabulário. Pessoas comprometidas são motivadas, inovadoras, criativas e
lideram mesmo em momentos de crises como já citamos acima.
A história, não mente sabe que os maiores lideres, foram aqueles que
caminharam com as pessoas descendo do pedestal, relacionando-se e
principalmente comunicando-se. O maior deles vemos em Jesus Cristo. Então
a importância de fazer valer o comprometimento com a comunicação
interpessoal é se misturando com a força de trabalho.
Alguns liderem (supervisores educacionais), são relutantes em
demonstrar sentimentos, querem demonstrar opinião formada sobre tudo e
parece-me que em algumas situações preferem a morte a passar a impressão
Liderança é um processo no qual o indivíduo influencia outro a se comprometer com a busca de objetivos comuns. A liderança constitui essencialmente uma interação pessoal. MOTTA (2001, p. 176)
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incapacidade. PLATÃO o filósofo já falava: “onde estiver o homem, aí está o
problema”.
A pessoa que exerce liderança precisa saber administrar a maioria dos
conflitos dentro do ambiente de trabalho e o primeiro passo para que isso
aconteça é buscar o aprimoramento para manter sempre um boa comunicação
em meio a sua equipe, é eliminar o “EU” do seu vocabulário, e experimentar a
sinergia do “NÓS”.
4.3 Liderança somada a Comunicação e Motivação é igual a um Bom Ambiente de Trabalho. A qualidade de vida do indivíduo fora do ambiente de trabalho é um
fator essencial para beneficiar a vida profissional, tendo em vista o reflexo
desse componente e a expansão desse sentimento de bem– estar para o todo.
Partindo-se desse pressuposto, podemos agregar inúmeros fatores externos e
próprios do ambiente profissional que prejudicam o bom convívio. Entre eles
podemos destacar: a falta de comando gerando insegurança e incerteza com
relação ao papel que se ocupa na equipe falta de organização gerando
improdutividade, ausência de uma boa comunicação ocasionando imenso ruído
desmotivador e por fim ausência do espírito de equipe que deve haver entre as
pessoas para fazer com que a sinergia entre elas possa desenvolver um
ambiente de trabalho harmonioso, proporcionando a eficiência e a eficácia nas
tarefas.
Em todo o ambiente de trabalho é essencial o comando. No que se
refere ao supervisor educacional, ele é uma pessoa que tem o poder de gerar
união e de semear um clima de confiança entre os componentes de sua
equipe.
O relacionamento profissional deve ser algo muito valorizado dentro de
nossas escolas, pois é dentro de um relacionamento saudável que a liderança
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poderá demonstra sua força e determinação de maneira amistosa, como
também, consolidar sua liderança baseada do tripé organizacional que é a
comunicação, motivação e liderança. No trabalho em equipe, é muito difícil lidar
com vários tipos de personalidades ao mesmo tempo encontradas no nosso
convívio de trabalho, enquanto alguns insistem em complicar as coisas por falta
de equilíbrio emocional e amadurecimento ou pela competição, insegurança e
desânimo, outros trabalham fazendo com que o grupo perca a harmonia,
considerando tudo realmente muito difícil e transformando ambiente de
trabalho em um espaço competitivo, gerando um verdadeiro canibalismo entre
os componentes do grupo, onde cada indivíduo foca seus esforços numa
tentativa de ascensão e promoção pessoal. Fofocas, individualismo e falhas na
comunicação, dificultam o relacionamento, tornando o trabalho do supervisor
educacional algo difícil, cansativo e desmotivador.
Para que esses fatores não se incorporado no ambiente de trabalho e
nem cresça sorrateiramente como erva-dania no relacionamento interpessoal
que é a estrutura de qualquer liderança que queira fazer a diferença, o
supervisor educacional deve ter consciência do seu papel como agente
cooperativo de mudanças, visando o bem estar e o fortalecimento dessa
relação.
A busca de autenticidade nas relações interpessoais com os
componentes do grupo é de extrema importância, pois sendo assim o trabalho
em equipe será fortalecido a ponto de sentir cada vez mais a necessidade de
unir forças aproveitando a potencialidade de cada integrante.
O trabalho em equipe na atualidade está sendo a maior preocupação de
várias organizações, pois se percebe que quando há um time trabalhando junto
a lucratividade de qualidade no ambiente de trabalho e no desenvolvimento da
ficcionalidade são notórias.
O trabalho em equipe pode ser comparado com um time de futebol, onde
todos sabem a sua parte, mais participam do todo, não há perdedor ou
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ganhador, todos ganham ou todos perdem, quando alguém acerta, todos
vibram. Todos têm os mesmo objetivos e sabem exatamente para onde vão,
todos conhecem os valores e limitações de cada um e tentam supri-las. Todos
conhecem nas diferenças individuais uma colaboração, um acréscimo, e
percebem que não há razão para criticar ou sentir-se humilhado.
Naturalmente que, em nossa sociedade, em que fomos educados para
competir uns com os outros, para trabalharmos, estudarmos sem pedir ajuda
ou sem auxiliar, fica difícil vencer a individualidade. Faz-se necessário um
trabalho de intenso de conscientização que demora um tempo para ser
assimilado, pois passa pelo autoconhecimento, pela auto aceitação da
limitação do outro, pela humildade de admitir que precisa do outro e também
pelo incentivo do desenvolvimento da competência de cada um.
Sãs as diferencias, as varias habilidades que enriquecem a equipe; as forças
estão na soma das partes, que é o todo.
Se as pessoas são bem “trabalhadas”, para tal, logo constatarão por si
mesma que dividem as vitórias, mas também dividem as derrotas; que é mais
divertido, mais criativo, pois cada um, dando tudo de si, chega mais próximo
da perfeição.
O supervisor educacional dentro deste contexto vai ter que assumir o
compromisso de aperfeiçoar a relação interpessoal entre sua equipe de
trabalho. Levando em conta essa prática no dia a dia é uma questão de
sobrevivência para o fortalecimento da relação do grupo.
Dentro de tantas alternativas em busca da melhor harmonização do
homem com seu trabalho, é preciso, no entanto, visualizar o melhor processo
para chegar o mais perto da perfeição em harmonia e bom humor. Assim o
“homem” verdadeiro surgira pleno da suas potencialidades podendo, dessa
forma, ser autor de suas ações.
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CONCLUSÃO
O mundo no qual estamos vivemos apresenta avanços e transformações
em todos as áreas e mesmo que ainda existem práticas enraizadas em
paradigmas mais tradicionais não é diferente. As escolas estão enfrentando
dificuldades de ordem social, sejam elas publicas ou privadas, o que se reflete
diariamente no desenvolvimento do trabalho relacional e burocrático.
Ao analisar a figura do supervisor educacional dentro da organização
escolar como responsável pelo planejamento, organização e a
operacionalização dos trabalhos desenvolvidos; percebemos que
estrategicamente o supervisor educacional ocupa uma posição hierárquica
superior com relação a muitos membros da comunidade escolar, porém nem
sempre a executa com segurança de forma a contribuir efetivamente com o
relacionamento interpessoal dentro do ambiente de trabalho.
A figura do “supervisor educacional”, às vezes, faz surgir restrições e
bloqueios, impedindo que alguns membros da equipe consigam trabalhar sua
criatividade. Mas com adaptação de novos meios de trabalho (dinâmicas de
grupo), a descentralização de poderes (gestão participativa) e investimento
pesado no relacionamento interpessoal, muitas coisas podem ser
transformadas, influenciando de maneira abrangente a harmonização do
relacionamento dentro do ambiente de trabalho.
Para alcançar o exposto acima é necessária uma visão que valorize o
todo, tornando o trabalho em um espaço no qual pessoa convivem
naturalmente com flexibilidade, buscando sempre o despertar do prazer pelo
trabalho nas pessoas.
Fica claro que além de todos os desafios naturais a função do supervisor
educacional, surgem mais estes: o desafio da comunicação, o desafio da
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motivação e o desafio da liderança são grandes desafios para um supervisor
educacional, pois além de todos esses atributos serem necessário a um líder,
temos também as questões de conhecimento teórico e da vida dinâmica da
escola que são demandas do dia a dia que precisam ser observadas. Então
surge uma pergunta no ar: como fazer ou ser tudo isso de forma criativa,
entusiástica, fundamentada e consciente¿ A resposta é bem simples
preparando seus liderados, motivando-os e fazendo com que se percebam
parte do todo, responsável pela sua prática e pelo conjunto de trabalhos
desenvolvidos, e essa ressignificação passa, indubitavelmente pela ação ativa
e constante do supervisor educacional.
Esta posta ao supervisor educacional, assim, estes gigantesticos
desafios. Formar-se para poder formar, servir e comunicar-se para poder
liderar, agir e dinamizar para poder transformar.
“Acolher o professor em sua realidade, em suas angústias; dar “colo” reconhecimento das necessidades e dificuldades. A atitude de acolhimento é fundamental também como uma aprendizagem do professor em ralação em relação ao trabalho que deve fazer com alunos; Fazer a critica dos acontecimentos, ajudando a compreender a própria participação do professor no problema, a perceber suas contradições e (não acobertá-las): Trabalhar em cima da idéia de processo de transformação; Buscar caminhos alternativos, fornecer materiais, provocar para o avanço, Acompanhar a “caminhada no seu conjunto nas suas várias dimensões.” (Vasconcelos, 2009, p. 89)
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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MEDINA, Antonia da Silva. Supervisão Escolar: da Ação Exercida à Ação Repensada, 2ª Ed. Porto Alegre: Age, 2002.
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INDÍCE
FOLHA DE ROSTO ..................................................................... 2 AGRADECIMENTOS .................................................................. 3 DEDICATÓRIA ............................................................................ 4 RESUMO ..................................................................................... 5 METODOLOGIA .......................................................................... 6 SUMÁRIO .................................................................................... 8 INTRODUÇÃO ............................................................................ 9 CAPÍTULO I A Supervisão Educacional ........................................................... 11 1.1 Histórico da Supervisão Educacional .................................... 14 1.2 Funções do Supervisor Educacional ..................................... 15 CAPÍTULO II O Relacionamento Interpessoal na Ambiente de Trabalho ................................................................................. 20 2.1 O Homem: Um Ser Social ..................................................... 21 2.2 Os Cincos Pilares do Relacionamento Interpessoal no Ambiente de Trabalho ........................................ 22 2.3 A Confiança no Relacionamento Interpessoal ....................... 24 CAPÍTULO III Relacionamento Interpessoal: Um Desafio para o Supervisor Educacional ................................ 29 3.1 Desafios da Comunicação Interpessoal ................................ 30 3.1.1 Dinamismo da Comunicação .............................................. 32 3.2 Desafios da Motivação .......................................................... 34 3.3 Desafios da Liderança ........................................................... 37 CAPITULO IV A Relação entre a Comunicação, Motivação e Liderança ................................................................ 42
4.1 Comunicação e Motivação: Uma Questão de Relacionamento Humano ........................................................... 45 4.2 Liderança e Comunicação: Uma questão de visão .............. 47 4.3 Liderança somada a Comunicação e Motivação é igual a um Bom Ambiente de Trabalho ............................................... 49 CONCLUSÃO .............................................................................. 52 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS ............................................ 54 INDÍCE ........................................................................................ 56