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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Liderança, uma competência a ser desenvolvida. Por: MONIQUE SILVA DE SOUZA Orientador Prof. JORGE VIEIRA Niterói 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · aceitação que a liderança é uma habilidade que pode ser desenvolvida, desde que estimulada e orientada. A Pedagogia

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Liderança, uma competência a ser desenvolvida.

Por: MONIQUE SILVA DE SOUZA

Orientador

Prof. JORGE VIEIRA

Niterói

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Liderança, uma competência a ser desenvolvida.

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes

como requisito parcial para obtenção do grau de especialista

em Pedagogia Empresarial.

Por: Monique Silva de Souza

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos professores e a coordenação do

Instituto “A vez do mestre”, e as pessoas que

contribuíram para que esse projeto se tornasse

real.

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DEDICATÓRIA

Dedico essa monografia a Deus, por me permitir

chegar a minha especialização. Dedico também a

minha mãe Silvia Silva de Souza, mulher guerreira

que sempre esteve ao meu lado, colaborando para

meu crescimento profissional e pessoal. Se estou

aqui, foi por você: Mãe.

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RESUMO

O objetivo desse trabalho é de apresentar o que é liderança, as suas características, a sua importância na organização, e como ele pode ser desenvolvida através da Pedagogia empresarial, utilizando-se como metodologia a pesquisa bibliográfica como fonte referenciadora do tema. Com a chegada do século XXI os modelos administrativos existentes está dando lugar a outro, aquele modelo totalmente mecanizado, onde o chefe só manda,sem se preocupar em oferecer as ferramentas necessárias, e a falta de estímulo ao crescimento de seus funcionários dá espaço a um novo modelo, totalmente mais flexível e voltado a educação dentro da empresa visando melhoria de qualidade pela função desempenhada por seus funcionários As empresas buscam profissionais que sejam criativos, pró-ativo e com uma ampla visão. E com isso a liderança se tornou peça fundamental no mercado de trabalho, as empresas que possuem essa visão mais moderna, adotam pessoas que sejam líderes para ocupar cargos de chefia. O assunto liderança tomou conta da mídia, todos querem alcançar essa tal liderança pessoal e profissional, mas a dúvida que surge: A liderança é inata em um indivíduo? Ou se pode desenvolver essa habilidade? Esse trabalho tem a função de mostrar que é possível desenvolver as habilidades para ser um líder bem sucedido.

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METODOLOGIA

Este trabalho trata de uma pesquisa bibliográfica. Os principais autores

consultados foram Maria Luiza Holtz, Idalberto Chiavenato e Amélia Escotto do Amaral

Ribeiro.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Conceito de Liderança 09

CAPÍTULO II

A importância da Liderança na organização 20

CAPÍTULO III

Desenvolvendo a Liderança com a Pedagogia Empresarial 30

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

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INTRODUÇÃO

O tema desta pesquisa é Liderança. A questão central é como desenvolver a Liderança.

Com o mundo globalizado a exigência na busca por profissionais capacitados só aumenta a cada dia que passa. E o “espírito de liderança” é considerado um pré-requisito nos processos seletivos. Grandes empresas são geridas por grandes líderes. Profissionais comprometidos, capazes de liderar grupos com sua ampla visão. O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo, exigindo profissionais com capacidade e rapidez de resolução de problemas, equilíbrio emocional, ampla visão empresarial, comprometimento e o trabalho em equipe. Esse perfil já foi traçado. Para conseguir uma colocação no mercado de trabalho o profissional precisa possuir a capacidade de liderar, para poder ajudar pessoas ou conduzir um grupo. Falar sobre liderança não é tão fácil assim, ainda mais quando nos deparamos com inúmeras publicações sobre esse tema. Há pesquisadores que acreditam que a liderança é inata, o indivíduo já nasce com tais características e defendem essa vertente, e outros pesquisadores abordam o mesmo assunto com novos conceitos, novos olhares e a aceitação que a liderança é uma habilidade que pode ser desenvolvida, desde que estimulada e orientada. A Pedagogia Empresarial visa o desenvolvimento humano e profissional em organizações. O Pedagogo Empresarial surge no mercado de trabalho como um facilitador, um pensador estratégico, com habilidade em relações humanas. E a sua intervenção acontece através de treinamentos distintos, consultorias e aconselhamentos para o desenvolvimento pessoal, dinâmicas de grupos e jogos, que estimulem o relacionamento interpessoal. Assim ele é inserido em uma organização para desenvolver competências e habilidades em um individuo, como transformar uma visão individual em uma visão compartilhada , pois essa é a essência de um bom líder. É um processo de aprendizagem, treinamento, e desenvolvimento. Para ser líder atualmente, requer constante atualização em busca de conhecimento, não só para os objetivos organizacionais, mas para as necessidades dos liderados. São portanto, objetivos desta pesquisa definir o que é Liderança, a importância da Liderança dentro das organizações e como ela pode ser desenvolvida através da Pedagogia Empresarial.

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CAPÍTULO I

Conceito de Liderança

Definir o que é Liderança não é tão simples assim, pois ao passar dos anos essa

palavra ganhou inúmeros novos conceitos. Temos que fazer uma revisão em nossa

história, ao certo não podemos afirmar quando o termo liderança foi cunhado. Conforme

Stogdill (1984): O termo Liderança venha sendo usado apenas há aproximadamente

duzentos anos, na língua inglesa, acredita-se que ele tenha aparecido por volta do ano de

1.300 da era cristã.

Podemos citar por exemplo Platão, que nasceu por volta de 427 a.C. e morreu em

347 a.C., que pela a história nós podemos notar traços de Liderança, tais como uma boa

oratória, autoconfiança, o poder de obter atenção das pessoas em seus discursos

políticos, a ampla visão para sua época, entre outras.

Um outro exemplo é “Alexandre, o grande”, que nasceu em 356 a.C. e viveu por

cerca de 33 anos, mas deixou um grande legado para a história, com a construção de um

enorme império com a ajuda de seu exercito de milhares de homens. Ele é considerado

até hoje o maior líder militar.

Stalin foi um grande líder militar, ele liderou a União Soviética, que teve um papel

decisivo na segunda guerra mundial, na derrota da Alemanha nazista. E assim se tornou

uma grande potência, e expandiu seu território.

Um outro líder militar que temos que citar é o Adolf Hitlher, mesmo sendo um líder

sangrento, ele influenciou milhões de pessoas a colocarem em prática suas ideias, e

culminando na segunda guerra mundial. O holocausto, como ficou conhecido matou

milhões de pessoas.

Outro exemplo de líder foi o papa João Paulo II, que ficou conhecido por “O papa

das multidões”. O papa João Paulo II foi o líder espiritual que mais comoveu a população

do mundo inteiro, ele influenciou milhões de pessoas de diferentes religiões a ter fé,

respeito, compaixão, mostrando assim que todos independente de sua religião ou crença

tem que seguir no mesmo caminho.

Temos inúmeros outros exemplos de líderes a serem citados na história, mas fato é

que não há como afirmar uma data específica para a criação do conceito “Liderança”.

Cada indivíduo tem o seu próprio conceito sobre o que é liderança, e partindo

desse ponto de vista, e uma pesquisa em diferentes fontes para definir o que é liderança

foi realizada, pois essa é a parte mais técnica dessa pesquisa, onde buscamos definições,

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estudos, abordagens já prontas para a liderança. Vejamos a seguir definições para o

termo “liderança” :

1- “Liderança é 'um tipo especial de relacionamento de poder caracterizado pela

percepção dos membros do grupo no sentido de que outro membro do grupo tem o direito

de prescrever padrões de comportamento na posição daquele que dirige, no que diz

respeito à sua atividade na qualidade de membro do grupo' (Janda, 1960, p. 35).

2-Liderança é 'influência pessoal, exercida em uma situação e dirigida através do

processo de comunicação, no sentido do atingimento de um objetivo específico ou

objetivos' (Tannenbaum, Weschler & Massarik, 1961, p. 24).

3- Liderança é ' uma interação entre pessoas na qual uma apresenta informações de um

tipo e de tal maneira que os outros se tornam convencidos de que seus resultados...

serão melhorados caso se comporte de maneira sugerida ou desejada' “(Jacobs, 1970, p.

232).

Analisando estas diferentes definições, podemos observar algo em comum entre

elas: A liderança vem de dentro, do emocional, são características do comportamento de

um determinado individuo para com as outras pessoas,ou com um grupo em geral. A

liderança está presente em todos os setores de nossas vidas, mas atualmente a

liderança é mais exigida de nós seres humanos no setor profissional. E as definições

citadas anteriormente tem essa ligação, com a vida profissional dos indivíduos, e em sua

maioria a liderança é citada como um ato de influenciar um grupo, por isso vamos

aprofundar um pouco mais a pesquisa, e mostrar alguns estilos de liderança baseado em

autores humanistas.

“Liderança é geralmente definida como influência, arte ou processo de influenciar

pessoas de modo que lutem desejosamente para realização de metas grupais. Esta

influência é adquirida por meio de um relacionamento pessoal efetivo entre o líder e seus

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seguidores. Esse relacionamento faz com que os seguidores apresentem o que tem de

melhor. Para o líder ser capaz de extrair o melhor de seus seguidores, ele deve

apresentar um nível mais alto de desenvolvimento existencial do que seus seguidores .

Possuir um nível mais alto de desenvolvimento maduro. Uma medida do grau de

amadurecimento psicológico do líder é o grau de sua capacidade de criar relacionamentos

que facilitam o crescimento de seguidores com pessoas individualizadas. Um líder

psicologicamente maduro pode ser melhor definido como uma pessoa funcionando

plenamente. Uma pessoa funcionando no limite máximo de suas competências é aquela

que está usando todas as suas faculdades e as tem desenvolvida como um todo, uma

unidade.”

( Hilt, 2004, apud Ricco, 2004, p. 63)

“ A liderança é um fenômeno tipicamente social que ocorre exclusivamente em

grupos sociais. Podemos defini-la como uma influencia interpessoal exercida numa dada

situação e dirigida através do processo de comunicação humana para o atingimento de

um ou mais objetivos.”

CHIAVENATO (1999)

Segundo Chiavenato a teoria sobre liderança apresentadas por autores

humanistas se divide em três grupos distintos:

a) Teoria dos traços de personalidade: São as teorias mais antigas a respeito da

liderança. Um traço é uma qualidade ou característica distintiva de personalidade.

Segundo essas teorias, o líder é aquele que possui alguns traços específicos de

personalidade que o distinguem das demais pessoas. O líder apresenta características

marcantes de personalidade por meio das quais pode influenciar o comportamento das

demais pessoas. Essas teorias foram influenciadas pela teoria do “grande homem”,

defendida por Carlyle para explicar que o progresso do mundo foi produto das realizações

pessoais de alguns homens que dominam a história da humanidade. Cada autor

especifica alguns traços característicos de personalidade que definem o líder como:

1. Traços físicos: como energia, aparência pessoal, estrutura e peso.

2. Traços intelectuais: adaptabilidade, agressividade, entusiasmo, e autoconfiança.

3. Traços sociais: cooperação, habilidade interpessoais e habilidade administrativa.

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4. Traços relacionados com a tarefa: impulso de realização, persistência e iniciativa.

b) Teorias sobre estilos de liderança: A teoria mais conhecida refere-se a três estilos de

liderança: autoritária, liberal e democrática. White e Lippit classificam como:

1- Liderança autocrática: O líder centraliza as decisões e impõe suas ordens ao grupo.

2- Liderança liberal: O líder delega totalmente as decisões ao grupo e deixa-o

completamente à vontade e sem controle algum.

3- Liderança democrática: O líder conduz e orienta o grupo e incetiva a participação

democrática das pessoas.

AUTOCRÁTICA DEMOCRÁTICA LIBERAL (Laissez-faire)

l O líder fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo

l As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo grupo.

l Há liberdade total para as decisões grupais ou individuais, e mínima participação do líder.

l O líder determina as providências para a execução das tarefas, cada uma por vez, na medida em que se tornam necessárias e de modo previsível para o grupo.

l O grupo esboça as providências para atingir o alvo e pede aconselhamento do líder, que sugere alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham novas perspectivas com os debates.

l A participação do líder é limitada apresentando apenas materiais variados ao grupo, esclarecendo que poderia fornecer informações desde que a pedissem.

(CHIAVENATO,1993 ,P.125)

c) Teorias situacionais da liderança: Enquanto as teorias sobre traços de personalidade

são simplistas e limitadas, as teorias sobre estilos de liderança consideram apenas certas

variáveis da situação. As teorias situacionais explicam a liderança dentro de um contexto

mais amplo e partem do princípio de que não existem um único estilo de liderança válido

para toda e qualquer situação. A recíproca é verdadeira: cada situação requer um tipo de

liderança para alcançar eficácia dos subordinados.

Seguindo ainda a linha humanista, Chiavenato aborda a liderança em vários

ângulos diferentes:

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1. Liderança como um fenômeno de influência interpessoal: Liderança é a inflência

interpessoal exercida em situação e dirigida por meio do processo da comunicação

humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos . A liderança ocorre

como um fenômeno social e exclusivamente nos grupos sociais. Ela é decorrente dos

relacionamentos entre as pessoas em uma determinada estrutura social. Nada tem a ver

com os traços pessoais de personalidade do líder. A influência significa uma força

psicológica, uma transação interpessoal na qual uma pessoa age de modo a modificar o

comportamento de outra de modo intencional. A influência envolve conceitos como poder

e autoridade, abrangendo maneiras pelas quais se provocam mudanças no

comportamento de pessoas ou de grupos sociais (...).

2. Liderança como um processo de redução da incerteza de um grupo: O grau em que um

indivíduo demostra qualidade de liderança depende ou não somente de suas próprias

características pessoais, mas também das características da situação na qual se

encontra. Liderança é um processo contínuo de escolha que permite que a empresa

caminhe em direção a sua meta, apesar de todas as suas pertubações internas e

externas. O grupo tende a escolher como líder a pessoa que pode lhe dar maior

assistência e orientação (que defina ou ajude um o grupo a escolher os rumos e as

melhores soluções para seus problemas) para que se alcance seus objetivos. A liderança

é uma questão de redução de incertezas do grupo ou do comportamento pelo qual se

consegue essa redução é a escolha, isto é, a tomada de decisão. Nesse sentido o líder é

um tomador de decisões ou aquele que ajuda o grupo a tomar decisões adequadas.

3. Liderança como uma relação funcional entre líder e subordinados: Liderança é uma

função das necessidades existentes em uma determinada situação e consiste em uma

relação entre um individuo e um grupo. A relação entre líder e subordinados repousa em

três generalizações:

a) A vida para casa pessoa pode ser vista como uma contínua luta para satisfazer

necessidades, aliviar tensões e manter equilíbrio.

b) A maior parte das necessidades individuais, em nossa cultura, é satisfeita por meio de

relações com outras pessoas e grupos sociais.

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c) Para a pessoa, o processo de se relacionar com outras pessoas é um processo ativo –

e não passivo – de satisfazer as necessidades.

A pessoa não espera que a relação capaz de lhe proporcionar os meios de satisfazer uma

necessidade ocorra naturalmente, mas ela própria procura os relacionamentos adequados

ou utiliza os relacionamentos já existentes com o propósito de satisfazer suas

necessidades pessoais. Há uma relação funcional em que o líder é percebido pelo grupo

como possuidor ou controlador dos meios para a satisfação de suas necessidades. Assim,

segui-lo pode constituir para o grupo um meio para aumentar a satisfação de suas

necessidades ou de evitar sua diminuição. O líder surge como um meio para a

consecução dos objetivos desejados pelo grupo. Assim o líder é um estrategista que sabe

indicar os rumos para as pessoas.

4. Liderança como um processo em função do líder, dos seguidores e de variáveis da

situação. Liderança é o processo de exercer influência sobre as pessoas ou grupos nos

esforços para realização de objetivos em uma determinada situação (...). A liderança

existe em função das necessidades existentes em determinadas situações, ou seja, da

conjugação de características pessoais do líder, dos subordinados e da situação que os

envolve. Trata-se de uma abordagem situacional. O líder é a pessoa que sabe conjugar e

ajustar todas essas características.

A liderança é um processo muito analisado pelos pesquisadores, e o papel do líder

também é abordado. Segundo Sun tzu (2003) o líder assume o papel de estrategista. Pois

é a pessoa que sabe exercer com maestria um grupo, cumprir as metas exigidas por sua

organização,ser um amenizador de conflitos, tem a função de estimular o grupo, passar

informações, avaliar e até advertir. É por isso que o líder assume o papel de estrategista.

“As características do líder

1. consciente: “avança sem desejar fama, recua sem temer descrédito” (é preciso o

que tem de ser feito, sem distrair-se com possibilidades e ganhos e perdas, tendo

sempre como prioridade o seu objetivo);

2. cuidadoso: (prestar atenção a todos os detalhes da estratégia, evitando erros,

improvisos e deslizes);

3. honesto e justo: para manter a ordem de sua organização (precisa ser identificado

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como a fonte do equilíbrio e da harmonia dentro da organização, tanto pelos

subordinados quanto pelos colaboradores);

4. econômico: (sem que se deixe levar por atitudes temperamentais, emprega os

recursos sem desperdício, compreendendo o seu real valor);

5. perceptivo: (aprimora suas habilidades perceptuais e as utiliza juntamente com a

informação para prever, planejar e avaliar sua estratégia);

6. preparado: faz muitos cálculos antes do combate (o planejamento prévio diminui as

possibilidades de erro. Esse preparo anterior ratifica a dinamicidade e a

flexibilidade do planejamento);

7. sabe exatamente “onde pisa”: (é necessário que se tenha a noção exata da

situação em que se encontra o estrategista e a familiaridade com o contexto em

que está inserido para melhor conhecer os desafios que enfrenta);

8. é resguardado, mas rápido: a princípio, exibe a timidez de uma donzela, depois

imita a rapidez de um lebre (ter equilíbrio para somente usar todos os recursos no

momento adequado).” (Sun Tzu Silva, 2003, p.33)

Um grande líder tem que possuir algumas características certas, mas não é preciso

nascer com elas, essas características podem ser aprendidas. O bom líder tem que

inspirar e motivar, e assim atingir as metas estipuladas. O bom líder torna a sua equipe

em a melhor equipe, e para isso o líder requer dedicação total e sempre buscar o seu

próprio aprimoramento e o aprimoramento de sua equipe.

O líder como outra pessoa qualquer pode cometer suas falhas, mas tem que se

responsabilizar por elas, e buscar soluções ajustadas para tal, e não procurar culpar

alguém ou algo. Tem que identificar como ocorreu essa falha, e como resolvê-la. E para

isso tem o líder deve possuir o controle de suas emoções, isso é essencial, para poder

lidar com as emoções dos membros de sua equipe.

“ - O líder deve ser exemplo de bom comportamento para jogadores, as crianças, os

empregados, ou quem quer esteja liderando. Se o líder gritar ou perder o controle, podem

estar certos de que o time também perderá o controle e tenderá a agir de forma

irresponsável” (Hunter, 1998, p.71).

Bons líderes devem possuir inteligência emocional, essa expressão foi muito

utilizada na década de 80, e foi tema de muitos livros e pesquisas. Algumas definições

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para inteligência emocional:

Salovey e Mayer definiram inteligência emocional como:

"...a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá-la em si próprio e nos outros." (Salovey & Mayer, 2000).

Dividiram-na em quatro domínios:

1. Percepção das emoções - inclui habilidades envolvidas na identificação de sentimentos por estímulos, como a voz ou a expressão facial, por exemplo. A pessoa que possui essa habilidade identifica a variação e mudança no estado emocional de outra.

2. Uso das emoções – implica na capacidade de empregar as informações emocionais para facilitar o pensamento e o raciocínio.

3. Entender emoções - é a habilidade de captar variações emocionais nem sempre evidentes;

4. Controle (e transformação) da emoção - constitui o aspecto mais facilmente reconhecido da inteligência emocional – e a aptidão para lidar com os próprios sentimentos.

Goleman definiu inteligência emocional como:

"...capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos." (Goleman, 1998)

Para ele, a inteligência emocional é a maior responsável pelo sucesso ou insucesso dos indivíduos. Como exemplo, recorda que a maioria da situações de trabalho é envolvida por relacionamentos entre as pessoas e, desse modo, pessoas com qualidades de relacionamento humano, como afabilidade, compreensão e gentileza têm mais chances de obter o sucesso.

Segundo ele, a inteligência emocional pode ser categorizada em cinco habilidades:

1. Auto-Conhecimento Emocional - reconhecer as próprias emoções e sentimentos quando ocorrem;

2. Controle Emocional - habilidade de lidar com os próprios sentimentos, adequando-os a cada situação vivida;

3. Auto-motivação- capacidade de dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoal;

4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas; e

5. Habilidade em relacionamentos inter-pessoais.

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As três primeiras são habilidades intra-pessoais e as duas últimas, inter-pessoais. Tanto quanto as primeiras são essenciais ao auto-conhecimento, estas últimas são importantes em:

1. Organização de Grupos - habilidade essencial da liderança, que envolve iniciativa e coordenação de esforços de um grupo, bem como a habilidade de obter do grupo o reconhecimento da liderança e uma cooperação espontânea.

2. Negociação de Soluções - característica do mediador, prevenindo e resolvendo conflitos.

3. Empatia - é a capacidade de, ao identificar e compreender os desejos e sentimentos dos indivíduos, reagir adequadamente de forma a canalizá-los ao interesse comum.

4. Sensibilidade Social - é a capacidade de detectar e identificar sentimentos e motivos das pessoas.

Muitas empresas em seus processos seletivos colocam como pré-requisito que o

candidato possua um bom relacionamento interpessoal e intrapessoal. O líder tem que

saber separar seus problemas pessoais, não externar seus problemas pessoais é de

suma importância e mesmo assim há muitas pessoas que não conseguem fazer essa

separação, e acaba transferindo para o ambiente de trabalho frustrações desnecessárias.

Por isso, o líder precisa saber estar no controle mesmo nas horas das dificuldades,

nervosismo, estresse, e jamais transferir isso para sua equipe. O líder tem que passar

segurança e credibilidade sempre a sua equipe, o líder tem que ser a pessoa confiável

pelo seus liderados. O líder tem que assumir o papel de pacificador sempre. Não somente

quando falamos de seus problemas pessoais, mas conflitos que possam surgir dentro de

sua equipe, o que é normal acontecer.

O líder sempre está disposto a ouvir seus liderados, e encontrar uma solução para

o problema apresentado. O líder tem sempre tempo de ouvir cada um de sua equipe, não

somente sobre seu papel dentro da empresa, mas também de quem são eles dentro da

empresa, qual posição que ele assume, e como ajuda os seus colegas da equipe, e como

ele ajuda no crescimento da empresa.

É importante cativar os liderados a expressarem sua opinião, ponto de vista, as

suas necessidades, e principalmente suas expectativas. Os liderados quando são ouvidos

com atenção por seu líder, se sentem mais motivados a seguir a diante, e quando

estimulados superam as expectativas de seu líder e de seus superiores. O líder sempre

tem que saber reconhecer o valor de sua equipe, os benefícios que são apresentados,

esse reconhecimento é a válvula propulsora para seus liderados.

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Um bom líder se sente seguro e não teme ser substituído, pelo contrário, um bom

líder estimula e produz novos líderes. O líder convive com inúmeras pessoas com

personalidades diferentes, habilidades diferentes e com isso consegue identificar

supostos novos líderes, e assim incentivar essas pessoas se expressarem sem medo de

sofrer alguma represália, e quando essas estiverem prontas com suas características e

habilidades estiverem treinadas, o líder deixa o caminho aberto, permitindo essa pessoa

calcar novos objetivos . O bom líder tem uma visão ampla, e entende que há lugar para

todos, e todos saem ganhando com o aprendizado. Pois seu papel é esse, incentivar, e

produzir crescimento pessoal e profissional de cada indivíduo.

“ Não tenho que necessariamente gostar de meus jogadores e sócios, mas como líder

devo amá-los. O amor é lealdade, o amor é trabalho em equipe, o amor respeita a

dignidade e a individualidade. Esta é a força de qualquer organização” (Vince Lombardi) .

O bom líder é uma pessoa honesta, autêntica, e leal, sabem que isso tem impacto

sob sua equipe. Pois ele é responsável por sua equipe, por sua empresa, pelo produto o

qual representa. O verdadeiro líder veste a camisa da empresa, trabalha aliando sua

inteligência, sua emoção, seu coração. O verdadeiro líder se doa no que ele realmente

acredita, e faz isso funcionar da melhor maneiro possível, por isso ele é admirado por sua

equipe, tendo um papel de destaque. O bom líder faz a diferença, e cativa sua equipe e

seus superiores. Pra ser líder não é necessário chamar atenção, com atos mirabolantes,

pois a essência é a dedicação e comprometimento. Sustentar suas escolhas e acreditar

naquilo que faz. Pois só assim sua equipe terá a confiança necessária para desenvolver

não apenas sua meta diária, mas como produzir um bom relacionamento com todos.

O líder deve ser sensato sempre, não podendo de deixar a autoridade tomar a

frente da liderança, pois a liderança é a capacidade de influenciar pessoas a trabalharem

em prol de um mesmo objetivo de forma motivada. Um líder arrogante, individualista e

com o ego inflado, é capaz de destruir uma equipe. Por isso o líder tem que ter controle

de suas emoções, e saber interagir com sua equipe, pois atualmente o trabalho em

equipe é essencial nas grandes empresas e não somente nas grandes empresas, a

capacidade de comunicação e de bom relacionamento é a chave para o desenvolvimento

pessoal e profissional dentro de uma empresa.

É importante ressaltar que um bom líder deve identificar o perfil de cada liderado, e

assim começar a trabalhar em cima do que ele tem de melhor e desenvolver as suas

necessidades e dificuldades. Pois temos que aproveitar o melhor de cada um e usar a

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favor da equipe.

Falar sobre Liderança e ser Líder é sempre um tema longo, mas já temos a base

para seguir para o próximo capítulo, que mostrará a importância da liderança dentro de

uma organização.

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Capítulo II

A importância da liderança na organização

Em uma organização precisamos de pessoas que liderem os grupos, de forma que

o processo interno seja realizado de forma eficaz, e esses líderes são escolhidos por suas

características pessoais, escolhido pelo próprio grupo, ou indicado por um superior. As

características citadas anteriormente é de suma importância, pois a posição do líder é de

suma responsabilidade, pois ele precisa assumir metas, prazos, interagir com o grupo e

ter um ótimo relacionamento intra e interpessoal. Ele é um representante do grupo para

a diretoria, e ao mesmo tempo um representante da diretoria para o grupo, funciona como

um intermediador, pois ele tem a função de intermediar os interesses de ambas as

partes.

Conforme Milton Oliveira, mediação é uma técnica de solução de conflitos rápida,

ágil, flexível e particularizada a cada caso. As pesquisas mundiais de resultados da

utilização da mediação apontam para um número cada vez maior de campos e atuações.

Por isso muitos estudos foram realizados e continuam a serem realizados em cima

desse tema. É de interesse de todos, por isso essas teorias foram lançadas, e esses

estudos abordam sempre as características das pessoas; O líder tem que passar

confiança a seu grupo, e ao seu superior, o lugar do líder podemos dizer é de amenizar

conflitos, é de realizar as metas supostas, conduzir o grupo de maneira prática.

Por essa importância muitos autores pesquisam sobre esse tema, as livrarias

sempre estão repletas com livros sobre esse tema. A liderança é um assunto global, e

muitas pessoas procuram por uma receita de como ser líder, e compram essas

publicações, buscando orientações sobre esse tema.

Um dos livros mais procurado é o “O monge e o executivo” de James C. Hunter, é

como se fosse uma bíblia dentro das organizações. O livro fala sobre a importância da

liderança e do bom relacionamento entre líder e empregados. James C. Hunter é

consultor-chefe de uma empresa de consultoria de relações de trabalho e treinamento,

tem mais de 20 anos de experiência, e é muito solicitado como instrutor e palestrante,

principalmente nas áreas de liderança funcional e organização de grupos comunitários.

Através da história desses personagens fascinantes, James C. Hunter apresenta

conceitos fundamentais para melhorar nossa capacidade de liderança e o convívio com os

outros, ajudando assim a nos tornarmos pessoas melhores e abrindo caminho para o

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sucesso duradouro.

O livro conta a história de John Daily, um super ocupado gerente-geral de uma

grande indústria de vidros planos, ou seja, um homem de negócios bem-sucedido. Ele era

casado com uma linda mulher, Rachel, eles eram casados há dezoito anos, ela sofria de

infertilidade e por isso adotaram um menino chamado John Junior. Depois de dois anos

inesperadamente Rachel ficou grávida de uma menina que deram o nome de Sara.

Simeão era um nome que o perseguia, quando criança, John foi batizado na Igreja

Luterana local, na sua certidão do batismo mostrava que o versículo da bíblia escolhido

era do livro de Lucas onde se tratava a respeito de um homem chamado Simeão. De

acordo com Lucas, Simeão foi um homem bom e devoto, possuído pelo Espírito Santo.

Quando John foi crismado ao final da oitava série, o pastor escolheu um verso da bíblia

para cada candidato e quando chegou à vez de John, era o mesmo trecho de Lucas sobre

Simeão, a principio ele acreditou que fosse coincidência. John teve um sonho, no qual é

tarde da noite, e ele está completamente perdido, correndo num cemitério e de repente

um homem vestido de com um manto negro aparece e diz “Ache Simeão - ache Simeão e

ouça-o”. Na realidade John nunca soube ao certo se havia um significado para todas

estas “coincidências” envolvendo o nome Simeão, sua mulher sempre acreditou que havia

um significado.

A vida de John parecia equilibrada em todos os sentidos, mas de repente ele

percebeu que sua família estava se desestruturando. Os negócios não estavam indo bem,

o relacionamento com os filhos e com a esposa também não. John estava fracassando

como chefe, marido e pai. O pastor de sua igreja sugeriu que ele participasse de um retiro

num pequeno mosteiro que abrigava frades da Ordem de São Bento, que viviam numa

vida de oração, trabalho e silêncio. Um dos frades era Leornad Hoffman, um ex executivo

de uma das maiores empresas do Estados Unidos que abandonou tudo em busca de um

novo sentido para a sua vida, isso o animou mas apesar disso ele ainda estava relutante

com a idéia deste retiro. Ele foi com o intuito de agradar sua esposa, quando chegou ao

mosteiro John ficou sabendo que o nome do lendário Leonard Hoffman era Simeão, o que

provocou uma grande surpresa.

No retiro as pessoas discutiam sobre liderança, irmão Simeão defendeu que a base

da liderança não é o poder, mas sim a autoridade, conquistada com amor, dedicação e

sacrifício. John aprendeu a como ser um líder de sucesso sendo servidor e respeitoso

com as pessoas, esse retiro mudou a sua vida em todos os sentidos. No primeiro capitulo

do livro John e os outros participantes do retiro estão se adaptando ao ambiente e

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participam da primeira reunião com o irmão Simeão, que se mostra um homem respeitoso

e pronto para partilhar suas experiências, seu conhecimento e pronto também para ouvir a

opinião dos participantes e assimilar suas idéias e intervenções, é falado essencialmente

das qualidades de um bom líder, o respeito entre o chefe e os funcionários, e a virtude do

respeito e da confiança.

O irmão Simeão relata as definições de liderança, a diferença entre o líder e o

gerente. O líder é aquele que lidera pessoas e o gerente organiza coisas e objetos. Dados

estes dados à definição de liderança dada por irmão Simeão é que a liderança é a

habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos

objetivos identificados como sendo para o bem comum. Liderar fica sendo então algo

como prover um significado ao trabalho que valha a pena o engajamento das pessoas,

que esse significado ajuda a sensação de pertencer, mas, sobretudo, conceda a chance

de participar com o seu próprio trabalho e esforço na construção de algo que valha a pena

engajar a sua vida. Neste caso, liderar é dar um significado ao trabalho, que propicie o

engajamento voluntário dos empregados.

O livro nos mostra um modelo de liderança baseado na vontade. O Amor, por sua

vez, faz com que aconteçam os serviços e os sacrifícios. O serviço e sacrifício inspiram

autoridade que, por sua vez, sustenta a liderança.

Para definir liderança existem duas palavras-chaves: habilidade e influência.

Habilidade é uma capacidade adquirida que pode ser aprendida e desenvolvida se usada

às ações adequadas. Para influenciar pessoas é necessário que haja confiança, ninguém

se relaciona com quem não se confia se não existe mais confiança é impossível se

conservar um bom relacionamento. A confiança é a principal característica que dá suporte

à liderança. Alguns denominam esta característica principal de credibilidade. Não muda

muito, só o nome.

A confiança representa uma condição, sem a qual, não floresce a liderança. Ou

seja, só é líder quem inspira confiança. Esta condição não garante a assunção da

liderança, mas garante a base onde ela pode ser construída. Portanto, qualquer que seja

a posição de um líder, em qualquer empresa ou situação, a principal característica desse

líder - e de quaisquer outros líderes - é a confiança. Para haver um líder, esse líder tem

que inspirar confiança em quem o segue. A diferença entre a autoridade e o poder

também é abordada.

A autoridade é a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que

você quer por causa de sua influência pessoal. Autoridade é a capacidade de influenciar

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as pessoas. É conseguir que outras pessoas façam o que desejamos. A autoridade é

conquistada por admiração e respeito. O líder pode conquistar a autoridade através da

compaixão, exemplo, experiência, entre outras qualidades.

O poder é a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade por causa de

sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não o fazer. O poder é o exercício

da autoridade por meio da força, pode ser sustentado pelo cargo da pessoa que o exerce

ou pode ser sustentado através do aliciamento moral.

Um líder tem um papel muito expressivo neste contexto, pois quando usa a

autoridade, e não o poder, as pessoas o seguem espontaneamente. È bom ter um bom

relacionamento com as pessoas para ter uma autoridade, o poder traz medo e não

impõem respeito, as pessoas que são coagidas pelo medo mais cedo ou mais tarde se

rebelam. Temos que nos concentrar principalmente nos relacionamentos e depois nas

tarefas, que são conseqüências do bom relacionamento entre as pessoas, mas também é

preciso saber que a tarefa também é importante, a chave é executar tarefas enquanto se

constroem os relacionamentos.

Tudo na vida gira em torno dos relacionamentos, com Deus, conosco e com os

outros, sem pessoas não há negócios. Os lideres verdadeiramente grandes tem essa

capacidade de construir relacionamentos saudáveis. Em suma, os relacionamentos

saudáveis com os clientes, empregados, donos e fornecedores asseguram um negócio

estável.

Em algumas pesquisas o tratamento digno e respeitoso, a capacidade de contribuir

para o sucesso da organização, o sentimento de participação sempre apareceu acima do

dinheiro. As pessoas estão mais preocupadas em obter e manter relacionamentos que

sobrevivam fora da empresa onde trabalham colegas que possam se tornar amigos, a

liderança apesar de exigir uma responsabilidade grande não deve ser tido com

superioridade na vida, o líder tem que ser um companheiro, agindo com respeito com os

funcionários.

A liderança não é somente aplicada numa empresa ou organização, mas na vida

pessoal em relação a família, e as pessoas que se convive, um líder não deve ser um

carrasco, mas sim alguém com autoridade baseada no amor e na confiança.

A liderança fica entendida como uma formação profissional e como uma formação

pessoal, e a visão hoje dentro de uma organização coerente, que esteja antenada com o

século XXI, requer justamente isso o desenvolvimento pessoal e profissional. Pois

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profissionais que obtém o crescimento pessoal e profissional tem maiores possibilidades

de aplicar seus conhecimentos, habilidades, técnicas em prol da empresa.

Um fator que temos que citar é que nem todo gerente é líder. Segundo Bennis há

uma diferença entre gerentes e líderes:

l “O gerente administra; o líder inova.

l O gerente é uma cópia; o líder é original.

l O gerente focaliza-se em sistemas e estrutura; o líder focaliza-se nas pessoas.

l O gerente apóia-se no controle; o líder inspira confiança.

l O gerente tem uma visão a curto prazo; o líder tem uma perfectiva a longo prazo.

l O gerente pergunta como e quando; o líder pergunta o quê e por quê.

l O gerente tem os olhos sempre nos limites; o líder tem seus olhos sempre no

horizonte.

l O gerente limita; o líder da origem.

l O gerente aceita o status quo; o líder o desafia.

l O gerente é o clássico bom soldado; o líder é a sua própria pessoa.

l O gerente faz certo as coisas; o líder faz a coisa certa.” ( Bennis, 1989, p. 45)

As diferenças entre o comportamento de gerentes e líderes é alvo de pesquisas

também. Uma pessoa pode ser indicada a um cargo de gerente, mas pode não possuir as

características de um líder. Normalmente um gerente/administrador leva em consideração

os recursos disponíveis dentro da empresa, de forma mais calculista, prevendo os

riscos,ameaças, e oportunidades. O líder vem no outro extremo, com atitudes mais

entusiasta, levando em consideração uma outra realidade, com mais criatividade e

inovação. Um gerente quando não possui as características de um líder ele apenas

delega tarefas e funções, só preocupa com metas, resultados, de uma forma geral com os

números, esquecendo do capital humano. Agora um bom líder ele consegue agregar

todas essas funções aliando o capital humano. Quando a equipe é estimulada, motivada,

o projeto tende a alcançar suas expectativas. O líder se compromete com o projeto e se

compromete com a equipe, essa é a grande diferença.

Atualmente as organizações não querem mais o modelo do gerente tradicional,

modelo que poderíamos até dizer ultrapassado, aquele modelo de gerente autoritário,

onde só visa mandar e cobrar, não é mais o pedido nas organizações. As organizações

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querem gerentes que sejam líderes, que sejam capazes de desenvolver sua equipe,

provocar as mudanças necessárias, promovendo a disciplina sem o uso do poder.

“O Gerente administra - O Líder inova.

O Gerente conserva - O Líder desenvolve.

O Gerente se apoia em sistemas - O Líder em pessoas.

O Gerente conta com controles - O Líder em confiança.

O Gerente faz certo as coisas - O Líder faz a coisa certa”.

(Revista Fortune).

O mercado de trabalho está ultra competitivo, e com isso foi traçado um novo perfil

de pessoas, por isso a comparação entre gerente e o líder. O conceito antes utilizado de

gerente sai de cena, e nasce o um novo perfil, o do líder. No século XXI queremos um

líder com visão compartilhada, com confiança em sua equipe, uma pessoa que com

criatividade, e que não tenha medo de inovar. Pessoas que sejam flexíveis, e de fácil

adaptação a mudanças.

Segundo Marcelo Ferreira o líder do século XXI se apoia em quatro pilares, o

primeiro pilar é a visão compartilhada, o líder precisa tem visão no presente e no futuro, e

engajar os liderados nessa visão. O líder tem que motivar seus liderados e fazer com que

eles se comprometam com a empresa e com o futuro da empresa.

O segundo pilar é o da inteligência emocional, é o que diz respeito ao bom

relacionamento intrapessoal e interpessoal, a adaptabilidade e o otimismo. Pois um bom

líder deve ser otimista com suas metas e sua equipe, deve ter empatia, se colocar no

lugar de seus liderados, e acima de tudo saber gerenciar os conflitos que podem surgir

dentro de sua equipe. Saber reconhecer o talento de sua equipe também é fundamental, e

saber usá-lo da melhor maneira a ajudar a equipe e a empresa.

O terceiro pilar é o que diz respeito ao conhecimento da sua empresa, o líder deve

possuir todo o conhecimento de seu negócio, e todas as forças que podem influencia-lo,

tanto internamente como externamente, por exemplo novos produtos, custos e etc.

E o último pilar é a inteligência espiritual do líder, é o que diz respeito a

confiabilidade desse líder. O líder tem que inspirar confiança a seus liderados, mostrar

integridade, respeito, honestidade, respeito ao próximo, serenidade e bom senso. Pois o

líder tem que ser o modelo, e assim influenciar sua equipe a agir da mesma maneira.

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“ O novo líder deve, em primeiro lugar, conhecer profundamente a essência de seu

próprio ser (autoconhecimento). Para tanto, deve fazer uma introspecção pelos caminhos

do eu, observando e analisando seus próprios sentimentos, reconhecendo seus vícios e

suas virtudes, fazendo uma relação entre seus pensamentos, sentimentos e ações.

Somente conhecendo e dominando a si próprio, pode um homem ser capaz de liderar

com êxito. Veja abaixo o que o novo líder precisa fazer:

- Capacitar-se a identificar, rotular e dirigir seus sentimentos controlando e reprimindo as

emoções negativas e a tensão ao mesmo tempo em que trabalha a sua psique para a

ampliação de sentimentos que constroem.

- Aprender a lidar com seus sentimentos para se tornar capaz de compreender os

sentimentos dos outros e inserir na perspectiva de cada um. Para isso, o líder deve

desenvolver a capacidade de se colocar no lugar do outro e compreender como esse

outro se sente com relação aos demais. Isso se faz mediante o desenvolvimento de uma

intuição racional, construída na observação das reações emocionais dos outros; na

observação de padrões de comportamentos de pessoas e grupos; na interpretação de

indícios sociais característicos de cada um e entendendo como aplicar os mecanismos de

influência pessoal e social para delinear comportamentos e ações dos liderados;

- Buscar a excelência em todos os aspectos de sua vida, principalmente naqueles

relacionados à sua área de atuação;

- Demonstrar na prática a disposição para fazer sacrifícios pessoais significativos pelo

bem comum;

- Elaborar um plano de ação e apresentá-lo ao grupo como algo em construção,

inacabado; demonstrando disposição em aceitar opiniões e idéias para aprimorá-lo;

- Em todas as questões de interesse coletivo; pergunte ao grupo o que é ideal para a

solução dos problemas e apresente, em contrapartida, o que é possível no momento,

deixando a perspectiva de, com a ação responsável de todos, melhorar sempre para

alcançar tal meta;

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- Comprometer-se com os outros, com as diferenças pessoais e com os valores éticos e

morais;

- Incutir na ideologia do grupo que os esforços pessoais são pré-requisitos para o

crescimento em todas as áreas: familiar, profissional e social; demonstrando - se possível

- através da citação de exemplos, que nada de grande se constrói de repente;

- Ter bom conhecimento de mundo e profundo conhecimento das áreas afins ao círculo de

ação vinculado ao seu projeto, empreendimento ou meta;

- Desenvolver a capacidade de motivar as pessoas não só pela emoção, mas também

pelo exemplo;

- Apresentar seus propósitos, projetos ou metas de maneira clara e definida, em uma

linguagem objetiva, ao alcance de todos;

- Reforçar seu grande empenho e seu fiel compromisso ao que diz e ao que faz,

proporcionando um impacto positivo nas pessoas. Dessa forma; os seus liderados se

identificam com a sua proposta, passando a internalizar as suas idéias;

- Planejar de antemão suas ações para que possa perseverar em suas decisões de tal

forma que inspire confiança e motivação no grupo;

- Manifestar e encorajar nos membros do grupo o desejo de auxiliar no desenvolvimento

do projeto, vinculando o mesmo ao desenvolvimento pessoal e coletivo. Isso se faz

reforçando a idéia de que o crescimento e o fortalecimento de cada um será essencial

para o sucesso do projeto e vice-versa;

- Celebrar e reforçar a necessidade da harmonia da equipe, convocando a todos para

permanecerem com espírito de alegria, solidariedade, dignidade, reforçando a importância

da união para o sucesso de cada um, do grupo e em conseqüência, do projeto em

andamento.”

( Perfil do novo líder do século XXI. <URL: http://www.webartigos.com/articles/27773/1/Perfil-do-novo-lider-do-seculo-XXI/pagina1.html> Acessado em: 19/07/2010.)

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O novo líder tem que ter dedicação e foco em sua equipe, e assim contribuindo para o crescimento da empresa. O líder é um ser integro, que mantém sua palavra, é o primeiro ao dar o bom exemplo, a coerência sempre anda ao lado do líder. O líder tem que ter visão compartilhada, o líder tem que estar antenado no presente, mas de olho no futuro. Peter Senge (1990) ressalta que a visão compartilhada é engajar o grupo com o futuro. A empresa tem que ter objetivos, valores e missões, que seja compartilhados com todos dentro da organização, e propiciar as ferramentas para os liderados alcançarem esse futuro. Os liderados precisam falar e serem ouvidos, estimulando essa “visão pessoal” as possibilidades deles se engajarem com o futuro da empresa são maiores. “Características do melhor chefe - o líder educador: 1. O melhor chefe - o líder educador age sem saber e sem querer, apenas por causa das suas intenções e dos seus exemplos de conduta. Esta é a sua mais importante ação, a mais impressionante e a mais eficaz. Ser líder educador - ser o melhor chefe - é um dom, uma qualidade, um talento que pode ser cultivado e treinado. 2. O melhor chefe - o líder educador afirma-se acima de tudo pela sua maneira de ser. É por intermédio da sua conduta, que ele consegue a autoridade e conduz o comportamento das pessoas, antes de toda e qualquer análise. 3. O melhor chefe - o líder educador provoca o entusiasmo, estimula a imitação e o treino, através do seu modo de ser e do seu prestígio, que são os principais meios que emprega. Nunca emprega a discussão ou a pressão. 4. O melhor chefe - líder educador é naturalmente admirado, respeitado e imitado pelas suas idéias, pela sua energia, pela coerência das suas atitudes e palavras, pela lição constante dos seus gestos, do seu comportamento. 5. O melhor chefe - o líder educador, é um estimulador das qualidades das pessoas, um incentivador positivo, pois a vida em grupo é feita de recíprocos inventivos e sugestões. 6. O melhor chefe - o líder educador, influencia e convence as pessoas com facilidade, levando-as a viverem os conhecimentos que transmite através do seu modo de ser. 7. O melhor chefe - o líder educador, não dá lições ou sermões, ele usa técnicas de relacionamento, com eficácia, por meio do seu comportamento.( É assim que eu faço). 8. O melhor chefe - o líder educador promove espontaneamente, contínuas oportunidades de preparação e de treino para uma vida mais produtiva e realizadora.” (HOLTZ, Maria Luiza M. .Lições de pedagogia empresarial.<URL: http://www.mh.etc.br/documentos/licoes_de_pedagogia_empresarial.pdf>) “O trabalho do líder envolve mais do que determinação. É preciso ter visão, comprometimento, comunicação, integridade, realidade e intuição. O líder é antes de tudo um visionário, pois se permite prospectar o futuro e se compromete a realizá-lo. O comprometimento gera responsabilidade, poder e confiança, fazendo com que as metas estabelecidas possam ser atingidas. Outro fator importante na liderança é a comunicação,

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que significa manter as pessoas informadas, dando e recebendo feedback adequados,explicando decisões e políticas com franqueza e transparência. O líder tem um papel preponderante no papel de comunicador, devendo expressar de forma clara as crenças e os valores do ambiente em que atua. É preciso que transmita uma direção firme, envolvendo a todos numa causa única e criando um clima de confiança que permita a troca de feedback, promovendo um clima de cooperação em que a crítica é encarada como uma forma de crescimento interpessoal. A boa comunicação transmite mensagens claras, que concorrem para que as pessoas trabalhem produtivamente e de forma harmoniosa, sem incompreensões e interpretações equivocadas. Por isso, é preciso que o líder saiba lidar com situações em que é necessário o levantamento de informações adequadas e fidedignas para que possa tomar decisões acertadas. O processo de comunicação passa a ser um intercâmbio de idéias pelo qual o líder cria uma visão e os colaboradores desenvolvem e compartilham idéias sobre a melhor forma de efetivá-la. A comunicação é uma função gerencial de importância capital nos dias atuais, pois à medida que se acelera a velocidade das mudanças no mundo dos negócios a informação passa a ser transmitida com mais rapidez do que nunca. As constantes mudanças e turbulências no ambiente empresarial exigem mais comunicação e, conseqüentemente, maior habilidade para o repasse das mesmas. A facilidade de acesso e disponibilidade da tecnologia ajudam a criar ambientes atualizados e competitivos, mas a maneira como as pessoas se relacionam é fator indispensável para que haja convivência interpessoal. A comunicação interpessoal depende da atuação direta das pessoas com as pessoas. Por isso os líderes precisam fomentar a volta dos colaboradores satisfeitos,inspirando ao pessoal confiança, respeito e espírito de equipe, sendo receptivos e levando adiante as melhores idéias, promovendo maior comprometimento e alcance dos objetivos. Para ser um líder, é necessário desenvolver atitudes e habilidades que auxiliem na condução de um grupo de pessoas, buscando tomar decisões e ações acertadas, tendo em mente objetivos orientados para resultados. Para tanto, uma inteligência privilegiada não basta. É necessária a combinação com outras qualidades pessoais, como espírito democrático, entusiasmo pelo trabalho em equipe, habilidade em inspirar confiança, competência técnica, habilidade de delegação, controle emocional, autenticidade, compreensão da natureza humana, respeito pelo ser humano, habilidade em propor e estimular idéias, habilidade em ensinar e despertar melhores talentos.” (www.fae.edu/publicacoes/pdf/gestao/capital_humano.pdf) A concorrência no mundo globalizado só aumenta, por isso as empresas buscam profissionais que sejam líderes, pois uma boa liderança pode levar ao sucesso de uma empresa, por isso a importância do líder dentro da organização vai muito além de apenas liderar uma equipe, ele assume a responsabilidade das metas, delega funções, assume riscos, entre outras ações. Atualmente não basta ser um bom profissional, o mercado de trabalho exige profissionais capacitados e que sejam líderes, esse é o novo desafio. Diante de tantas características citadas anteriormente como se encaixar nesse perfil, as pessoas nascem líderes ou as pessoas podem desenvolver essas características? Esse assunto abordaremos no próximo capítulo.

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Capítulo III

Desenvolvendo a liderança com a Pedagogia Empresarial

“A PEDAGOGIA, não é uma ciência exata, não é uma ciência de fatos, mas sim, de possibilidades da alma do educando

(ou funcionário) em submeter-se às influências educativas.” (WILBOIS)

Depois de abordarmos o que é a liderança, o que é ser líder, e a importância da liderança dentro de uma organização, vamos discutir um tema que provoca polêmica: A liderança é inata em um individuo? Há muitos anos atrás acreditava-se que as tais características nascia com a pessoa, como se fosse algo genético, um traço da personalidade. Mais atualmente é discutido que a liderança é uma habilidade que pode ser desenvolvida, com treinamentos, capacitações, estimulando tais características. Conforme pesquisa realizada pela fundação Dom Cabral, 67% das pessoas, só é líder quem está em cargo de gerência. Para 31% das pessoas da mesma amostra, líder é qualquer pessoa com influência sobre as demais. Para 2%, os líderes são aos talentos. Para 77% das pessoas, a liderança (inata ou não) pode ser desenvolvida. Após a realização de programas para a formação de líderes, 87% das pessoas percebem melhoria na produtividade; 79% no clima organizacional; 74% na redução de custos. (Gazeta Mercantil, São Paulo, 09 maio 2005, p. C-8). A confusão em ser líder e ter um cargo de chefia ainda é muito comum, entre as pessoas, mas podemos notar que as pessoas acreditam que a liderança pode ser desenvolvida ou aprendida, isso quebra um tabu. Esse tabu vem sendo quebrado dia pois dia, as pessoas que acreditavam que o líder já nascia pronto vem dando espaço as novas teorias, que o líder não nasce necessariamente pronto, que as características da liderança podem serem aprendidas. Alguns especialistas afirmam que a liderança desenvolvida pode ser mais eficaz que a liderança inata. Mas esse processo não é tão simples assim, esse processo de construção requer tempo e dedicação. O profissional precisa desenvolver algumas competências como habilidade para conduzir uma equipe, assumir responsabilidade sobre sua equipe, concretização de metas, visão estratégica, e sempre aliando o desenvolvimento de sua equipe como seres humanos. A Pedagogia Empresarial é inovadora nessa área, pois visa o desenvolvimento humano na empresa, e por isso é apontada como uma ferramenta para desenvolvimento de líderes. Os valores mudaram, as empresas buscam profissionais que queiram se aperfeiçoar naquilo que sabe fazer, mas que se desenvolva como ser humano, ampliando seu campo de visão. “Um dos propósitos da Pedagogia na Empresa é a de qualificar todo o pessoal da organização nas áreas administrativas, operacional, gerencial, elevando a qualidade e a produtividade organizacionais.” (FERREIRA, 1985, p. 74) Para entendermos um pouco melhor sobre a Pedagogia Empresarial vamos

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primeiramente entendê-la. O termo Pedagogia Empresarial foi cunhado por Maria Luiza Marins Holtz, que considera que a Pedagogia empresarial é um casamento perfeito: “Uma Empresa sempre é a associação de pessoas,para explorar uma atividade com objetivo definido, liderada pelo Empresário, pessoa empreendedora, que dirige e lidera a atividade com o fim de atingir ideais e objetivos também definidos. A Pedagogia é a ciência que estuda e aplica doutrinas e princípios visando um programa de ação em relação à formação, aperfeiçoamento e estímulo de todas as faculdades da personalidade das pessoas, de acordo com ideais e objetivos definidos. A Pedagogia também faz o estudo dos ideais e dos meios mais eficazes para realizá-los, de acordo com uma determinada concepção de vida. As responsabilidades do Pedagogo Empresarial:

l Conhecer e encontrar as soluções práticas para as questões que envolvem a otimização da produtividade das pessoas humanas - o objetivo de toda Empresa.

l Conhecer e trabalhar na direção dos objetivos particulares e sociais da Empresa onde trabalha.

l Conduzir com atividades práticas, as pessoas que trabalham na Empresa - dirigentes e funcionários - na direção dos objetivos humanos, bem como os definidos pela Empresa.

l Promover as condições e atividades práticas necessárias- treinamentos, eventos, reuniões, festas, feiras, exposições, excursões, etc... - , ao desenvolvimento integral das pessoas, influenciando-as positivamente (processo educativo), com o

objetivo de otimizar a produtividade pessoal. l Aconselhar, de preferência por escrito, sobre as condutas mais eficazes das

chefias para com os funcionários e destes para com as chefias, a fim de favorecer o desenvolvimento da produtividade empresarial.

l Conduzir o relacionamento humano na Empresa, através de ações pedagógicas, que garantam a manutenção do ambiente positivo e agradável, estimulador da produtividade.”

(HOLTZ, Maria Luiza M. .Lições de pedagogia empresarial.<URL: http://www.mh.etc.br/documentos/licoes_de_pedagogia_empresarial.pdf>) “O pedagogo empresarial promove a reconstrução de conceitos básicos, como criatividade, espírito de equipe e autonomia emocional e cognitiva”. (LOPES, 2006, p.74) Os primeiros relatos da atuação de um pedagogo em uma empresa se deu por volta da década de 60 e início da década de 70, onde houve um aumento de tecnologia no desenvolvimento industrial, e o despreparo por parte profissionais. As escolas não ofereciam suporte suficiente, foi então que a educação foi levada até a empresa, através de treinamentos coordenados dentro da empresa. A primeira preocupação era com a escolaridade básica desses funcionários, e o com o desenvolvimento das atividades que esse funcionário irá exercer dentro da empresa. E assim começou a atuação do Pedagogo em espaços não escolares, trazendo assim um novo modelo de valores dentro das empresas, onde as pessoas buscam não só a educação mais como o desenvolvimento humano dos profissionais, diretrizes muitos bem aplicadas ao Pedagogo, que tem por sua formação desenvolver o ser humano. “ No contexto atual, consideram-se como requisitos principais de um departamento de recursos humanos ou de um setor responsável pela formação profissional a elevação do potencial de aprendizagem existente nos demais departamentos e o fortalecimento da

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aprendizagem no próprio espaço de trabalho. Esta nova postura provoca uma redefinição do papel do pedagogo empresarial, responsável pela formação e pelo aperfeiçoamento profissional. A idéia de 'um professor/instrutor ocupado com a educação de adultos' que organiza cursos como gestão do tempo, treinamento e desenvolvimento da criatividade, cede lugar a ideia de um assessor para assuntos de processos de formação e desenvolvimento organizacional que atua (ele próprio) a partir de critérios estratégicos.” (HÖLTERHOFF, 1989) O mercado de trabalho mudou e continua mudando, e a figura do profissional robotizado não cabe mais na atualidade. O mercado de trabalho busca profissionais pró-ativos, criativos, com capacidade de trabalho em equipe, com capacidade de resolução de problemas, e que acima de tudo seja um ser pensante dentro da sociedade. Transformar o ambiente de trabalho em um ambiente de aprendizado se tornou possível com a contribuição do Pedagogo empresarial, visando melhorar sempre a qualidade dos colaboradores. “O Pedagogo Empresarial tem o domínio de conhecimentos, técnicas e práticas que, somadas à experiência dos profissionais de outras áreas, constituem instrumentos importantes para atuação na gestão de pessoas: coordenando equipe multidisciplinares no desenvolvimento de projetos; evidenciando formas educacionais para aprendizagem organizacional significativa e sustentável; gerando mudanças culturais no ambiente de trabalho; na definição de políticas voltadas ao desenvolvimento humano permanente; prestando consultoria interna relacionada ao treinamento e desenvolvimento das pessoas nas organizações. O desafio desse novo profissional, diferentemente do que podem pensar alguns, não se resume a conduzir dinâmicas de grupo e preparar material de treinamento para o qual as pessoas não estão engajadas ou enxergando uma necessidade imediata. Isto requer muito trabalho. É preciso estudo e observações cuidadosas do que está acontecendo dentro da empresa e entender o seu ecossistema, como ele funciona e por que existe um desequilíbrio dentro dele. Tal diagnóstico requer do Pedagogo Empresarial perspicácia, observação, envolvimento, desprendimento, coragem, preparo técnico, ousadia, vontade, criatividade e desejo efetivo pela descoberta dos pontos de desequilíbrio dentro da corporação. Uma questão importante para a formação e a atuação do Pedagogo Empresarial diz respeito ao entendimento dos comportamentos humanos no contexto organizacional, tendo em vista que toda sua atuação está pautada na dimensão humana. As políticas de Recursos Humanos, por si só, não garantem mudanças ou comprometimentos mais ou menos efetivos; tem no elemento humano o seu ponto-chave. A maneira de agir desse novo profissional precisa ocorrer de forma relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais de gestão. Assim será possível elaborar e consolidar planos, projetos e ações que visem colaborar para a melhoria da atuação dos funcionários, bem como melhorar o desempenho da empresa. Grandes empresas no Brasil já contam com Pedagogos Empresariais para facilitar o desenvolvimento de pessoas mais produtivas e satisfeitas com o ambiente de trabalho, fatores que garantem à Empresa o enriquecimento do patrimônio intelectual, redução de custos com rotatividade, absenteísmo, eficiência nos produtos e serviços, maior competitividade organizacional e melhoria da imagem da Empresa.” (http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-pedagogo-empresarial-atuando-em-espacos-nao-escolares/14164/) O papel do Pedagogo empresarial é de estimular a mudança dos colaboradores, como seres pensantes e a melhoria de sua performance dentro da empresa, visto isso

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surge a pergunta: O Pedagogo empresarial pode também desenvolver o espírito de liderança nos indivíduos? A resposta é sim, pois o Pedagogo empresarial trabalha no desenvolvimento de habilidades pessoais, pois como vimos nos capítulos anteriores a liderança pode ser inata, mas as pessoas também podem desenvolvê-la com treinamento e desenvolvimento. “ O desenvolvimento de pessoas está mais relacionado com a educação e com a orientação para o futuro do que o treinamento. Por educação queremos significar as atividades de desenvolvimento pessoal que estão relacionadas com os processos mais profundos de formação da personalidade e da melhoria da capacidade de compreender e interpretar o conhecimento, do que com a repartição de um conjunto de fatos e informações a respeito das habilidades motoras ou executoras. O desenvolvimento está mais focalizado no crescimento pessoal do empregado e visa à carreira futura e não apenas o cargo atual. Todas as pessoas – independente de suas diferenças individuais – podem e devem se desenvolver. Na abordagem tradicional, o desenvolvimento gerencial era reservado apenas para uma pequena fatia do pessoal: apenas os níveis mais elevados. Com a redução dos níveis hierárquicos e a formação de equipes de trabalho, os funcionários passaram a ter maior participação nos objetivos de seus cargos e maior preocupação com a qualidade e com os clientes .” (CHIAVENATO, 2008, p. 409) Desenvolver a liderança não é algo simples assim, a mudança tem que partir de dentro do indivíduo, a sua maneira de pensar, de agir. A função do Pedagogo é dar as ferramentas necessárias para essa mudança acontecer, mas ela só se concretizará se a pessoa quiser de fato. O Pedagogo empresarial utiliza como ferramentas palestras motivacionais, workshops, treinamentos dentro da empresa ou até mesmo em programas fora da empresa. O foco é o treinamento e desenvolvimento do profissional, o método fica a critério do Pedagogo. Antes de decidir qual método a ser adotado é necessário fazer uma pesquisa no clima da empresa para saber qual método será mais o adequado. Chiavenato (2008) ressalta que o treinamento é um processo cíclico ou seja que se repetem, em uma necessária forma. O primeiro passo é o diagnóstico das carências e necessidades, o segundo passo é o desenho que é elaboração do treinamento, terceiro passo é o da implementação, onde ocorre a execução do programa de treinamento, e o último passo é a avaliação, onde se verifica os resultados obtidos pelo treinamento. “Treinamento dos profissionais: Ensinar é acima de tudo, relacionamento humano sincero e emotivo, com o objetivo de fazer manifestar mudanças positivas e definitivas nas pessoas. Ensino é o processo de se conseguir aprendizagem. Aprendizagem é mudança duradoura de comportamento, como resultado do que foi ensinado. Os educadores mais famosos e revolucionários, como a médica Maria Montessori, sempre afirmaram que se o aluno não aprendeu (não mudou), é porque o professor, de fato,não ensinou.. A pessoa inexperiente, tendo a consciência de que não sabe, e que necessita saber, subordina-se ou sujeita-se inconscientemente ao ensino ou às ordens dos mais experientes, quando encontra vantagem. Chega até a imitá-los. Cabe ao pedagogo mostrar-lhes as vantagens. Outras, porém, se por motivos de ordem moral e emocional ou até problemas de inteligência, reagem contra o ambiente, contra o ensino oferecido, procuram seguir outro caminho, adotar outra atitude e proceder de outro modo, devem ser encaminhadas, pelo pedagogo, a um tratamento especializado.

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ENSINO COLETIVO E INDIVIDUALIZADO Já sabemos que no processo de ensino, o objetivo principal é mudar o comportamento de quem está recebendo as lições, de forma positiva e duradoura, conseguir aprendizagem. Na empresa, as mudanças de comportamento devem acontecer, sempre com o objetivo de melhorar a produtividade pessoal e conseqüentemente a empresarial. O processo de ensino - treinamento consiste sempre em transmitir às pessoas, repetidamente, uma série de conhecimentos, pensamentos, usos e costumes, através de experiências que provoquem mudanças capazes de melhorar e evoluir suas vidas. Pode ser ministrado de duas maneiras: Ensino coletivo e Ensino individualizado.

O ensino coletivo

É ministrado em grupo, com vantagens no que se refere à integração do ser humano com os grupos sociais da sua convivência, com as pessoas da família e do trabalho, com as regras de disciplina grupal, com a interdependência social, combate ao exclusivismo, etc... Porém, o ensino ministrado coletivamente, apesar de repetidamente, pode não atingir o nível de aprendizagem individual desejado.

O ensino individualizado

É ministrado, repetidamente, a cada pessoa, com vantagens no que se refere ao respeito a individualidade, porque não há duas pessoas iguais. Cada uma tem diferenças na velocidade de compreensão, nas dificuldades de comunicação de palavras conhecidas ou não, nas experiências anteriores, etc... Importante - Para conseguir melhores resultados, o ensino individualizado, deve ser ministrado em grupo, para que atinja também as vantagens do ensino coletivo. Procedimento: − O monitor faz, coletivamente, a apresentação do assunto a ser ensinado, de

preferência de maneira prática, através de experiências, e depois, fica à disposição do que for necessário para qualquer ajuda ou informação individual. Todo o conteúdo a ser ensinado é preparado em forma de fichas, quadros ou vídeos, com indicação de fontes de consulta que estejam a disposição, que possam ser utilizadas individualmente, cada pessoa na sua velocidade. Dessa maneira o ensino é de boa qualidade e a a aprendizagem é mais satisfatória.”

(www.fae.edu/publicacoes/pdf/gestao/capital_humano.pdf)

“Os treinamentos podem ser realizados no próprio cargo, quando o objetivo é ministrar informação, experiência e conhecimento relacionados às atividades, ou em classe, quando utilizam a sala de aula. Existem muitos recursos pedagógicos, didáticos e instrucionais que podem ser utilizados como apoio ao treinamento. Destacam-se os recursos auditivos e audiovisuais, que envolvem gravações de áudio, videoteipe, videocassete e multimeios; recursos visuais, como slides, transparências, fotos,desenhos, quadro de giz, imantógrafo (pincéis hidrográficos), flip chart, álbum seriado (diversas folhas impressas sustentadas por um cavalete), cartazes;teleconferências; comunicações eletrônicas; e-mail; e tecnologia de multimídia. Além do apoio dos recursos pedagógicos, a seleção de estratégias instrucionais é

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outro passo importante. Estas podem ser mescladas às técnicas individuais e grupais, dependendo da situação em questão. Dentre algumas técnicas, podem ser utilizadas: Seminários: preparação prévia de um tópico para discussão, sendo que o instrutor é responsável por organizar as discussões, levando o grupo a formular algumas conclusões. Workshop: o instrutor apresenta informações e o grupo aplica as informações a uma situação real, sob a supervisão do instrutor, aplicando-se ao desenvolvimento de habilidades cognitivas, psicomotoras e afetivas. Técnicas de simulação: o comportamento a ser exibido após a aprendizagem deve ser praticado adequadamente durante o processo de instrução por meio de atividades práticas. A simulação pode ser de domínio cognitivo, quando envolve a tarefa de solução de problemas de planejamento de estratégias ou de tomada de decisões; de domínio psicomotor, que apresenta como vantagens a eliminação dos perigos do treinamento em serviço e as possíveis perdas da produtividade, proteção de equipamentos caros e sensíveis contra o manuseio de pessoas inexperientes; de domínio reativo, que envolve as reações frente a fenômenos sociais, desenvolvendo atitudes e valores; e as de domínio interativo, que envolvem situações de conflito interpessoal ou de autoridade/ responsabilidade para desenvolver habilidades interativas como liderança, supervisão, entrevista. Estudo de caso: é uma forma de simulação voltada para o fornecimento de oportunidades de participação no mesmo tipo de processo decisório que o trabalho futuro exigirá. Os dados podem ser extraídos de casos reais, inventados ou adaptados. Existem, aqui, dois pontos importantes a ser considerados: a) evitar pensar numa única solução ideal, pois às vezes não existe solução ideal, apenas aspectos positivos e negativos de cada solução possível; b) analisar as decisões (debriefing) e o processo que foi seguido para tomá-las. Jogos: simula a realidade e envolve a competição entre os indivíduos, a fim de aumentar o interesse e a motivação entre os participantes. Dinâmicas de grupo: utilizam a interação entre os membros do grupo como principal meio de ensino. Envolve técnicas que promovem a solução criativa de problemas complexos e técnicas que estimulam a auto-análise e o aumento da sensibilidade. Aulas expositivas: o treinador apresenta as informações, enquanto os treinandos adotam uma postura mais passiva, predominantemente como ouvintes. A vantagem é que se consegue transmitir uma grande quantidade de informações num curto espaço de tempo. A principal desvantagem é que as aulas podem tornar-se cansativas, prejudicando o grau de absorção dos conteúdos.” (www.fae.edu/publicacoes/pdf/gestao/capital_humano.pdf) A escolha do melhor método determinará o sucesso ou fracasso do treinamento, estudar o perfil que melhor se adequará as pessoas é essencial. O papel do pedagogo empresarial nesse momento é definir qual recurso ele utilizará e medir qual o impacto que ele pode causar. Nesse momento o pedagogo assume o papel conciliador, ele tem q perceber a necessidade de cada um, e trabalhar em cima dela e saber reconhecer o seu potencial e assim estimular sempre a auto-confiança dessa pessoa. Pois um funcionário auto-confiante das sua habilidades e da sua importância em sua função se sente mais livre a se expressar e dar sua contribuição pessoal na atividade que ele está

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desempenhando. Mas o que tem a haver o treinamento e o desenvolvimento com a liderança? Absolutamente tudo. Pois há pessoas que já nascem com as características de um líder e outras que não mostram esse perfil, mas que tem vontade de mudar. Essa é a chave principal, pois a mudança de perfil tem que começar de dentro, do desejo de querer mudar, aliados ao treinamento e desenvolvimento correto. “Há pessoas que são líderes natos. Quem não se lembra dos tempos de escola onde sempre alguém se sobressaía nos papéis de comando. Mas isso não significa que a liderança não pode ser construída. Ninguém nasce pronto. Todos os pequenos ou grandes líderes se fizeram mediante um aprendizado consciente ou inconsciente. Muitas vezes, as bases do caráter de um líder são construídas no ambiente familiar ou social em que vive. Outras lideranças são construídas às duras penas, diante das necessidades e obrigações que a vida impõe. Se você já possui um espírito de liderança desenvolvido, é hora de repensar os novos paradigmas apresentados, dentro do conceito da nova sociedade global, crítica e analítica que está sendo formada nas escolas e fora delas. Se você não tem nada de líder, é hora de aprender a se tornar um, com urgência. A sociedade está carente de novos líderes que se sustentem a si mesmos e dêem sustentação ao bem comum, pelo exemplo e pela competência. Todos devem apreender os preceitos de liderança. Para ser um bom pai é preciso ser um bom líder. Para administrar um lar, torna-se imprescindível ter conhecimento de alguns preceitos de liderança. Para gerenciar uma empresa, uma equipe... Enfim. Por ser uma necessidade básica a todo ser humano que deseja crescer e evoluir em qualquer aspecto da existência.(...) Perfil do novo líder - O novo líder deve, em primeiro lugar, conhecer profundamente a essência de seu próprio ser (autoconhecimento). Para tanto, deve fazer uma introspecção pelos caminhos do eu, observando e analisando seus próprios sentimentos, reconhecendo seus vícios e suas virtudes, fazendo uma relação entre seus pensamentos, sentimentos e ações. Somente conhecendo e dominando a si próprio, pode um homem ser capaz de liderar com êxito; - Capacitar-se a identificar, rotular e dirigir seus sentimentos controlando e reprimindo as emoções negativas e a tensão, ao mesmo tempo em que trabalha a sua psique, para a ampliação de sentimentos que constroem. - Aprender a lidar com seus sentimentos para se tornar capaz de compreender os sentimentos dos outros e inserir na perspectiva de cada um. Para isso, o líder deve desenvolver a capacidade de se colocar no lugar do outro e compreender como esse outro se sente com relação aos demais. Isso se faz mediante o desenvolvimento de uma intuição racional, construída a partir da observação das reações emocionais dos outros; na observação de padrões de comportamentos de pessoas e grupos; na interpretação de indícios sociais característicos de cada um e entendendo como aplicar os mecanismos de influência pessoal e social para delinear comportamentos e ações dos liderados; - Buscar a excelência em todos os aspectos de sua vida, principalmente naqueles relacionados à sua área de atuação;

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- Demonstrar na prática a disposição para fazer sacrifícios pessoais significativos pelo bem comum; - Elaborar um plano de ação e apresentá-lo ao grupo como algo em construção, inacabado; demonstrando disposição em aceitar opiniões e idéias para aprimorá-lo; - Em todas as questões de interesse coletivo, pergunte ao grupo o que é ideal para a solução dos problemas e apresente, em contrapartida, o que é possível no momento, deixando a perspectiva de, com a ação responsável de todos, melhorar sempre para alcançar tal meta; - Comprometer-se com os outros, com as diferenças pessoais e com os valores éticos e morais; - Incutir na ideologia do grupo que os esforços pessoais são pré-requisitos para o crescimento em todas as áreas: familiar, profissional e social, demonstrando, se possível, através da citação de exemplos, que nada de grande se constrói de repente; - Ter bom conhecimento de mundo e profundo conhecimento das áreas afins ao círculo de ação vinculado ao seu projeto, empreendimento ou meta; - Desenvolver a capacidade de motivar as pessoas não só pela emoção, mas também pelo exemplo; - Apresentar seus propósitos, projetos ou metas de maneira clara e definida, em uma linguagem objetiva, ao alcance de todos; - Reforçar seu grande empenho e seu fiel compromisso ao que diz e ao que faz, proporcionando um impacto positivo nas pessoas. Dessa forma; os seus liderados se identificam com a sua proposta, passando a internalizar as suas idéias; - Planejar, de antemão, suas ações para que possa perseverar em suas decisões de tal forma que inspire confiança e motivação no grupo; - Manifestar e encorajar nos membros do grupo o desejo de auxiliar no desenvolvimento do projeto, vinculando o mesmo ao desenvolvimento pessoal e coletivo. Isso se faz reforçando a idéia de que o crescimento e o fortalecimento de cada um será essencial para o sucesso do projeto e vice-versa; - Celebrar e reforçar a necessidade da harmonia da equipe, convocando a todos para permanecerem com espírito de alegria, solidariedade, dignidade, reforçando a importância da união para o sucesso de cada um, do grupo e em conseqüência, do projeto em andamento.” (http://www.acasadoaprendiz.com.br/seja_um_lider.htm) Certamente um individuo que queira mudar e que tenha a ferramenta correta será bem sucedido em seu novo perfil. A liderança é exigida no mercado de trabalho tão globalizado, quem não acompanha essa tendência, vai ficar pra trás. A Pedagogia empresarial está revolucionando essa área de aprendizado em espaços não escolares. A implementação da pedagogia dentro da empresa é importante para a empresa que está a desenvolver seus próprios líderes, pessoas que já dominam o

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que fazem, e que possui todo o respeito e admiração, e importante para os colaboradores pois os mesmos não ficam nas atividades por mecanicismo. O colaborador se desenvolve, intelectualmente e profissionalmente, sempre visando sua qualidade de vida. Como podemos observar é uma relação que ambos saem ganhando. E o pedagogo empresarial que é a pessoa formada para exercer essas atividades dentro da empresa tem papel especial junto aos colaboradores que buscam desenvolver suas habilidades para liderar.

“Antes de liderar pessoas, devemos primeiro

liderar nós mesmos”.

Dr. Jô Furlan

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CONCLUSÃO

A liderança se tornou um pré-requisito para entrada em grandes empresas, pois o líder assumiu um novo papel dentro as organizações. O líder é um pensador, um visionário, capaz de enxergar soluções para problemas existentes, e solução para possíveis problemas, é um gestor de mudanças, com ampla visão para poder perceber o que não é mais útil dentro da organização, o que precisa mudar e como fará essa mudança. É um cargo de muita responsabilidade, pois o líder tem que a atender as necessidades de seu superior, atender as necessidades de seus liderados e as suas próprias necessidades. O líder é um mediador, tem que saber lidar com pressões, metas, resultados, mas de forma humanista e eficaz. O líder tem que ser um grande incentivador, mostrar o modelo aos seu liderados de como é se faz o serviço, e assim trabalhar junto com cada liderado, de modo a estimula-los. O líder tem que ter a credibilidade e a confiança de seus liderados e ouvi-los sempre. Mas certamente não é fácil ser líder, como se diz “Nem todo gerente é líder; Nem todo líder é gerente”, pois muitas pessoas tem um cargo de liderança, mas não sabem exercer essa liderança. As pessoas já nascem líderes? Sinceramente em minha opinião não. É óbvio que há pessoas que mostram traços de liderança desde infância, e outras que podem até mostrar esses traços mas pode ser reprimidas. E casos em que as pessoas são totalmente reativas, que esperam as coisas acontecerem, sem nenhuma iniciativa. Pessoas que já nascem com essas características facilmente se adequam ao perfil de um cargo de liderança, agora pessoas que não tem esses traços tem que se adequar. Acredito que a liderança possa ser desenvolvida através de treinamentos motivacionais, mas somente esses treinamentos não surtirá efeito. A mudança tem que partir de dentro do indivíduo, ele tem que almejar essa mudança, e isso aliado aos treinamentos pode surtir um ótimo resultado. A liderança construída já é aceita por autores e pesquisadores, e provada também com testemunhos de pessoas que já passaram por esses treinamentos. O modelo de gerente já existente, aquela pessoa em que só sabia mandar, exigir cumprimento de metas e prazos morreu. Nasce um novo modelo de liderança, com as mesmas responsabilidades, mas com metodologia diferente. O líder precisa cumprir metas e prazos sim, mas dá as ferramentas necessárias aos seu liderados. Ele é o mediador, a pessoa que reduz os conflitos, que sabe lidar com os seus próprios sentimentos e os sentimentos de seus liderados. O líder usa criatividade para motivar seus liderados, pois a equipe motivada produz mais . A Pedagogia empresarial ajudou muito nesse cenário, com a entrada da pedagogo na empresa facilitou muito esse crescimento pessoal dos funcionários e o estimulo das pessoas terem coragem de mostrar suas habilidades se tornou muito mais fácil. Agora a empresa também é lugar de educação, de aprender e de trocar experiências, o pedagogo nesse momento é o facilitador, ele abre a porta a todos que desejam aprender e desenvolver suas habilidades. E com isso todos tem a possibilidade de desenvolver as habilidades para se tornar um líder. Ser líder é uma arte, e eu acho que essa arte está no alcance de todos, basta

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querer, basta estar disposto. Ser líder em um mundo globalizado não é fácil, mas tem que se arriscar, ter coragem de errar e assumir seus erros e recomeçar, partir do ponto inicial quantas vezes necessárias. O importante é ter comprometimento, visão ampla, e acima de tudo ser coerente em suas decisões.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações/Idalberto Chiavenato. - 3.ed.- Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral Ribeiro. Pedagogia Empresarial: atuação do pedagogo na empresa. 5ª ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2008;

RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral Ribeiro. Pedagogia Empresarial: aprender para ser competitivo. 2ª ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2008.

HOLTZ, Maria Luiza M. .Lições de pedagogia empresarialMH Assessoria Empresarial Ltda., Sorocaba SP.Disponível em <http://www.mh.etc.br/documentos/licoes_de_pedagogia_empresarial.pdf>. Acessado em 01/04/2010.

ALMEIDA, M.G. Pedagogia empresarial: saberes, práticas e referências. Rio de Janeiro: Brasport, 2006. BERGAMINI, Cecília Whitaker. Liderança: administração do sentido. São Paulo: Atlas, 1994. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução á teoria geral da administração. 4 ed. São Paulo: Madron Books, 1999. HUNTER, James C. O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.

http://www.administradores.com.br/

http://www.marcelodealmeida.com.br

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Conceito de liderança 9

CAPÍTULO II

A importância da liderança na organização 20

CAPÍTULO III

Desenvolvendo a liderança com a Pedagogia Empresarial 30

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 42

Folha de Avaliação 43

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes.

Título da Monografia: Liderança, uma competência a ser desenvolvida.

Autor: Monique Silva de Souza.

Data da entrega: 28/07/2010.

Avaliado por:

Conceito: