50
Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências Biológicas Programa de Pós-graduação em Ecologia e Evolução Carlos Roberto Marques Araújo DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA DE INSETOS AQUÁTICOS EM RIACHOS EXPLICADA POR MULTIMODELOS Orientador: Prof. Dr. Paulo De Marco Júnior Goiânia-GO Março - 2016

Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

  • Upload
    dotu

  • View
    222

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

Universidade Federal de Goiás

Instituto de Ciências Biológicas

Programa de Pós-graduação em Ecologia e Evolução

Carlos Roberto Marques Araújo

DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA DE INSETOS AQUÁTICOS EM

RIACHOS EXPLICADA POR MULTIMODELOS

Orientador: Prof. Dr. Paulo De Marco

Júnior

Goiânia-GO

Março - 2016

Page 2: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

ii

Universidade Federal de Goiás

Instituto de Ciências Biológicas

Programa de Pós-graduação em Ecologia e Evolução

Carlos Roberto Marques Araújo

DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA DE INSETOS AQUÁTICOS EM

RIACHOS EXPLICADA POR MULTIMODELOS

Orientador: Prof. Dr. Paulo De Marco

Júnior

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Goiás, como parte das

exigências do Programa de Pós-graduação

em Ecologia e Evolução para obtenção do

título de Mestre.

Goiânia-GO

Março – 2016

Page 3: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através doPrograma de Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG.

CDU 574

Marques Araújo, Carlos Roberto DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA DE INSETOS AQUÁTICOS EMRIACHOS EXPLICADA POR MULTIMODELOS [manuscrito] / CarlosRoberto Marques Araújo. - 2016. XLII, 42 f.

Orientador: Prof. Dr. Paulo De Marco Júnior. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Goiás, Institutode Ciências Biológicas (ICB), Programa de Pós-Graduação em Ecologiae Evolução, Goiânia, 2016. Bibliografia. Anexos.

1. Macroecologia. 2. MEM. 3. Macroinvertebrados. 4. Hipóteseágua-energia. 5. Teoria Neutra. I. De Marco Júnior, Paulo, orient. II.Título.

Page 4: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição
Page 5: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

iv

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 1

RESUMO ........................................................................................................................................ 2

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 3

MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................................... 10

Banco de dados ....................................................................................................................... 10

Variáveis macro-ecológicas ..................................................................................................... 14

Análises estastísticas ............................................................................................................... 15

RESULTADOS ............................................................................................................................... 16

DISCUSSÃO .................................................................................................................................. 25

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 31

MATERIAL SUPLEMENTAR ........................................................................................................... 42

Page 6: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

APRESENTAÇÃO

Essa dissertação se constitui de um único capítulo, dessa forma a construímos de

maneira mais extensa. Escolhemos esta abordagem mais monográfica para abranger em

um único texto os assuntos relevantes a uma introdução geral do assunto, e a uma

introdução específica do trabalho. Fizemos isso para que os frutos dessa escolha fossem

um maior esclarecimento teórico da dissertação durante a discussão do trabalho.

Entretanto, temos a intenção de submeter este trabalho a uma revista científica. Neste

momento futuro os esforços serão concentrados em deixar o texto mais sucinto e

apresentável à comunidade científica.

As citações e referências neste trabalho seguiram as normas estabelecidas pela

revista Hydrobiologia.

Page 7: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

2

RESUMO

A distribuição da biodiversidade no planeta ocorre de forma heterogênea. Área

disponível, energia, processos evolutivos e históricos, heterogeneidade espacial e/ou

temporal são alguns dos processos organizadores propostos para explicar a variação na

riqueza de espécies. Neste estudo testamos se alguma das seguintes hipóteses, ou se a

combinação entre elas melhor explica a riqueza de insetos aquáticos em riachos de

baixa ordem. As hipóteses foram: (i)energética, (ii)água-energia, (iii)heterogeneidade

climática temporal, (iv)produtividade primária terrestre e (v)área. Usamos dados da

riqueza de gêneros de insetos aquáticos para toda a América do Sul, recolhidos de

artigos publicados em periódicos com corpo editorial. Nos então desenvolvemos

modelos lineares de mínimos quadrados, e fizemos a seleção do melhor modelo

utilizando o Critério de Informação de Aikake. Nossos resultados suportam a ideia de

que modelos com múltiplas hipóteses são mais efetivos em comparação a modelos

individuais. Quando analisados separadamente o modelo de água-energia foi o que

melhor explicou a riqueza de gêneros. O melhor multimodelo integrou as hipóteses de

Água, Produtividade e Heterogeneidade Climática Temporal. A falta de abrangência nos

dados prejudicou nossos modelos, porém podemos afirmar que a hipótese de água-

energia se mostrou como a mais robusta explicação da distribuição de insetos aquáticos

em larga escala.

Palavras-chave: Macroecologia, MEM, Macroinvertebrados, Hipótese água-energia,

Teoria Neutra.

Page 8: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

3

INTRODUÇÃO

A distribuição heterogênea da biodiversidade sempre atraiu a atenção dos

ecólogos que tem dedicado numerosos estudos a esse tema (Gaston, 2000). Com o

advento de ferramentas analíticas e uso de tecnologia de sensoriamento remoto (Willig

et al., 2003) houve um aumento da disponibilidade de informações biogeográficas com

uma consequência direta nos estudos nessa área. Além disso, a preocupação com o

futuro da biodiversidade gerou um esforço ainda maior para determinar sua distribuição

atual para melhor predizer como mudanças em âmbito global a afetarão (Tilman, 1999;

Willig et al., 2003). Estudos relacionados aos padrões de riqueza em largas escalas

geralmente estão relacionados a quatro áreas principais: (i) relações de espécie-energia,

(ii) relações entre escala local e regional, (iii) covariância taxonômica na riqueza de

espécies e, por último, (iv) o gradiente latitudinal na riqueza de espécies (Gaston, 2000).

Esse último é especialmente importante no contexto geral do reconhecimento das causas

da distribuição espacial da biodiversidade. Assim, entre os vários padrões espaciais na

diversidade taxonômica observada em escalas globais, maiores riquezas de espécies nos

trópicos é um dos padrões mais facilmente observado e melhor documentado (Stevens,

1989; Willig & Lyons, 1998; Gaston, 2007). Esses gradientes foram intensamente

estudados e existe um largo conjunto de teorias e hipóteses direcionadas à sua

explicação (Rohde, 1992; Gaston, 1996; Gaston et al., 1998; Wiens & Donoghue,

2004).

Ainda que haja um constante desenvolvimento de hipóteses que tentam elucidar

a distribuição de espécies ao redor do globo, não existe um consenso sobre quais

processos suscitam esses padrões (Mittelbach et al., 2007). No entanto, é possível

classificar essas propostas de acordo com os processos organizadores nas quais estão

baseadas. Os principais processos listados são a área disponível, energia, processos

evolutivos e históricos, dinâmica populacional, heterogeneidade na disponibilidade de

água, energia e/ou de variáveis ambientais ao longo do espaço e/ou tempo (Currie,

1991; Cornell & Lawton, 1992; Willig et al., 2003). Evidentemente, nenhuma dessas

hipóteses ou processos são mutuamente excludentes, e uma integração entre eles deve

representar uma forma mais efetiva de compreender os padrões espaciais de diversidade

(Rahbek & Graves, 2001).

A hipótese de espécie-área propõe que há um aumento no número de espécies de

acordo com o aumento da área (MacArthur & Wilson, 1967). É esperado que o tamanho

Page 9: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

4

de uma população seja positivamente relacionado à área que ela ocorre, e a taxa de

extinção apresente uma relação inversamente proporcional com o tamanho da população

(Connor & McCoy, 1979). De acordo com essa hipótese a riqueza de espécies é uma

função das taxas de imigração e extinção, ou seja, em áreas menores é possível observar

uma substituição na composição de espécies, porém com um número fixo de espécies

(Angermeier et al., 1989; MacArthur & Wilson, 1967). Áreas maiores apresentariam

comunidades com uma maior riqueza, além de serem mais estáveis (Ricklefs, 2004).

Tanto mecanismos baseados na teoria neutra (Hubbell, 2001) quanto na teoria de nicho

(Pianka, 1981), podem ser associados a essa hipótese. Sob uma visão neutra, áreas

maiores podem manter populações maiores e por isso manter mais espécies sem que

diferenças ambientais relevantes sejam incluídas na explicação (Bell, 2001). Por outro

lado, áreas maiores podem ter maior diversidade de ambientes e favorecer a manutenção

de mais espécies, considerando uma visão baseada na teoria de nicho (Ricklefs, 1977).

De qualquer forma, o efeito da área foi de extrema importância ao unificar a ecologia de

populações e a biogeografia (Ricklefs, 2004).

A hipótese da relação espécie-energia é derivada da hipótese espécie-área, tendo

por base uma maior disponibilidade de energia no meio refletindo em uma maior

riqueza (Wright, 1983; Guégan et al., 1998; Clarke & Gaston, 2006). Em ambientes

com relativa uniformidade climática, topográfica e geológica, a riqueza deve apresentar

uma forte relação com a área (MacArthur & Wilson, 1967). Em contrapartida, há uma

fraca relação entre a área e a riqueza de espécies em regiões que possuem alta variação

nas características abióticas ao longo de sua extensão geográfica, sendo necessárias

outras medidas com relações mais diretas com a riqueza (Wright, 1983). Em regiões

com extensão parecidas é esperado que o fluxo de energia seja uma das principais

variáveis a explicar a riqueza de espécies (Currie, 1991). A explicação para isso seria

que o máximo de indivíduos que poderiam ser mantidos em uma área deveria estar

limitado pela quantidade total de energia disponível nesse local (Wright, 1983). Locais

com mais energia geralmente possuem mais recursos, que por sua vez permitem

populações maiores com taxas de extinção menores (Wright, 1983; Turner et al., 1987).

Uma terceira hipótese, derivada da hipótese espécie-energia, é a de água-energia.

Neste modelo propõe-se que em latitudes menores a energia não seria um fator limitante

do número de espécies, mas sim a quantidade de água no sistema (Hawkins et al.,

2003). O contrário seria esperado em altas latitudes onde a menor disponibilidade de

Page 10: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

5

energia no meio seria mais limitante que a água para a distribuição de espécies (Gaston,

2000; Whittaker et al., 2007; Keil et al., 2008). No cenário de alto nível de energia no

sistema, a disponibilidade de água seria refletida na dinâmica da fotossíntese, limitando

a quantidade de energia do sistema disponibilizada para os níveis tróficos seguintes

(O’Brien, 1998). Nesta hipótese a quantidade de água disponível no meio serve como

um fator correlacionado com a fotossíntese, de forma que os produtos vegetais não são

diretamente acurados (Hawkins et al., 2003). A hipótese água-energia se propõe a

abranger medidas mais amplas em relação à riqueza de espécies, neste caso a energia do

meio e a água como limiar da produção de recursos derivados da fotossíntese.

Outra hipótese é a da produtividade primária terrestre, a premissa desta hipótese

é que a produtividade no meio terrestre viesse a ser o fator limitante para a riqueza de

espécies (Waide et al., 1999). Esta hipótese busca explicar a riqueza de espécies

relacionando-a com a biomassa vegetal (Rosenzweig, 1995). A hipótese da

produtividade primária leva em conta a quantidade de energia e água no meio que foram

efetivamente convertidas em biomassa. A biomassa seria uma medida mais diretamente

relacionada com a riqueza de espécies (Mittelbach et al., 2001). Ambientes com maior

diversidade vegetal teriam uma maior complementação de nichos, e essa maior

diversidade seria refletida em uma maior produtividade primária (Loreau, 2000; Tilman

et al., 2001). Uma grande diversidade de produtores primários permitira que um

ambiente suportasse mais processos ecossistêmicos e, por conseguinte um maior

número de espécies na região (Loreau et al., 2001).

A hipótese de heterogeneidade temporal climática relaciona uma maior riqueza a

uma maior estabilidade de variáveis climáticas (Currie, 1991). O processo que geraria

uma maior riqueza em regiões com clima mais estável, em um tempo evolutivo, seria

uma maior taxa de especiação (Kerr & Packer, 1997). Ambientes mais estáveis também

manteriam recursos mais estáveis, o que, por sua vez, permitiria espécies evoluírem

nichos mais específicos (Simberloff, 1974), facilitando a coexistência e a persistência

em longo prazo. Algumas críticas a esse modelo ressaltam que alguns ambientes com

uma grande variação climática, como regiões tropicais com climas sazonais, possuem

uma alta biodiversidade (Latham & Ricklefs, 1993). A hipótese de heterogeneidade

temporal climática tem como foco processos relacionados à estabilidade do nicho,

porém ela não leva em consideração outros aspectos que afetam a distribuição das

espécies, como a quantidade de recursos disponíveis.

Page 11: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

6

A aplicação de modelos neutros em estudos macroecológicos é resultado do

crescimento de uma abordagem que pode explicar alguns padrões ecológicos

observados em sistemas naturais (Caswell, 1976; Kadmon & Benjamini, 2006). Os

modelos neutros são baseados em dinâmicas demográficas, número de espécies na

região e processos de dispersão aleatórios (Bell, 2001). O principal processo na teoria

neutra é a dispersão aleatória, no qual todos os indivíduos da comunidade não são

influenciados por atributos abióticos e/ou bióticos (Hubbell, 2001). Nesse sistema,

diferenças entre locais não seriam explicadas pelas características ambientais próprias

do local – o que representearia uma explicação baseada em nicho – mas apenas no

padrão espacial de distâncias entre locais, representando a possibilidade de dispersão

(Ulrich, 2004). O efeito da dispersão per se em comunidades aquáticas é um tema

recorrente na literatura, com diversos estudos tentando agregar o espaço como uma

característica importante na estruturação dessas comunidades (Sabetta et al., 2007;

Heino, 2011; Heino et al., 2015). Entretanto alguns estudos indicam que características

ambientais são mais importantes em sistemas aquáticos que o espaço quando analisadas

escalas espaciais menores (Heino et al., 2012; Grönroos et al., 2013). Em escalas

espaciais maiores é esperado que o espaço tenha um poder explicativo maior sobre a

estruturação e dinâmica das comunidades (Heino, 2011).

A macroecologia consiste na investigação de processos que agem desde o nível

de indivíduos, dinâmica e estrutura de comunidades (Brown, 1995). Uma das

abordagens utilizada na macroecologia são os Modelos Macroecológicos (MEM), que

consistem no uso de regressões para relacionar padrões de riqueza e variáveis

ambientais (Brown, 1999). Em sua maioria MEM são utilizados no estudo de

organismos em ambientes terrestres como, por exemplo: Aves (Currie et al., 2004;

Rahbek et al., 2007), mamíferos (Diniz-filho et al., 2008), insetos terrestres (Turner et

al., 1987; Currie et al., 2004) e plantas (Guisan A., 2000; Currie et al., 2004; Kreft et al.,

2007). Em ambientes aquáticos estudos desse tipo são mais escassos, com sua maioria

tendo foco em peixes de água doce (Gotelli & Taylor, 1999; Beisner et al., 2006;

Sharma et al., 2011; Das et al., 2012). Estudos utilizando MEM’s no estudo de

macroinvertebrados são mais concentrados em zonas temperadas, especialmente no

hemisfério norte (Boyero et al., 2012; Domisch et al., 2013; Shah et al., 2014).

Evidentemente, o uso de MEM deve seguir como uma consequência lógica de

uma maior compreensão dos processos determinantes da variação de riqueza de

Page 12: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

7

espécies em larga escala. Esses processos são exatamente expressos pelas hipóteses

apresentadas anteriormente aqui. Assim, a partir do teste dessas hipóteses seria possível

estabelecer MEM’s eficientes em predizer a variação da diversidade em larga escala. O

desenvolvimento de MEM’s para grupos específicos da fauna é uma importante base

para a compreensão de processos de organização de comunidades locais dentro de uma

abordagem SESAM (Guisan & Rahbek, 2011). Nesta abordagem os MEM’s são

utilizados para estimar o máximo de espécies que poderiam ser mantidas em um local

devido às diversas restrições (área, energia, água, produtividade, etc.). Enquanto o uso e

sobreposição de modelos de distribuição de espécies seriam utilizados para definir a

composição de espécies em cada local. Uma análise em larga escala da variação da

biodiversidade, quando aplicada à um grupo taxonômico utilizado como bioindicador,

ajuda a reconhecer limitações práticas provenientes do uso desse grupo. Assim, quedas

na riqueza de grupos indicadores, que geralmente são relacionadas a impactos

ambientais, podem ser resultados de processos ambientais agindo em uma macroescala.

Em última instância, MEM’s podem ajudar a esclarecer esses fatores, e ajudar a tornar a

discussão de bioindicadores ainda mais objetiva.

Entre os organismos aquáticos, as ordens de insetos Ephemeroptera, Plecoptera e

Trichoptera (EPT) possuem seu estágio larval exclusivamente aquático e a fase adulta

terrestre (Merritt & Cummins, 1996). Indivíduos destas ordens estão presentes em

ambientes aquáticos dulcícolas por todo o globo terrestre, tornando-os um grupo

amplamente estudado (Merritt & Cummins, 1996; Bonada et al., 2006). O uso desse

grupo em estudos por décadas permitiu o acumulo de um vasto conhecimento das

características necessárias para sua distribuição (Vannote, 1980; Cairns & Pratt, 1993).

Podemos considerar que limitações fisiológicas, relações tróficas, características físico-

químicas e interações bióticas são os principais fatores determinando a seleção de

habitats nesses grupos (Merritt & Cummins, 1984). Por todas essas características, esses

grupos são recomendados para testes de hipóteses sobre gradientes de diversidade em

larga escala. Adicionalmente, esses grupos têm sido usados exaustivamente como

indicadores de qualidade em sistemas aquáticos (Cairns & Pratt, 1993; Ndaruga et al.,

2004; Pompeu et al., 2005; Oliveira & Callisto, 2010; Brasil et al., 2014b), o que

ressalta a utilidade da compreensão dos padrões de riqueza no uso adequado em análise

ambiental.

Page 13: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

8

A ordem Ephemeroptera é caracterizada principalmente pela fase larval extensa,

e um curto período durante a fase adulta. A presença de uma fase entre o estágio larval e

a fase adulta, denominada de subimago é exclusiva desta ordem de insetos (Merritt &

Cummins, 1984). Possuem uma grande variedade de estratégias alimentares, podendo

ser filtradores, raspadores, fragmentadores, coletores ou em alguns casos predadores

(Brittain, 1990; Merritt & Cummins, 1996). O grupo é um dos principais componentes

entre os macroinvertebrados aquáticos, estando presente na maior parte dos meso-

hábitats existentes nos ambientes de água doce (Brittain & Saltveit, 1989; Merritt &

Cummins, 1996). Sua grande diversidade e abundância, assim como as diferentes

respostas a impactos ambientais os tornam um grupo muito utilizado em programas de

biomonitoramento (Cairns & Pratt, 1993).

A ordem Plecoptera também é amplamente utilizada em estudos de

biomonitoramento. São caracterizados pela alta sensitividade a degradações ambientais,

sendo ótimos indicadores da integridade de um ambiente aquático (Baumann, 1979;

Cairns & Pratt, 1993). Ocorrem em ambientes lóticos com fortes correntezas (Hynes,

1976; Froehlich & Oliveira, 1997), e em ambientes lênticos ocorrem em margens com

água em movimento (Hynes, 1976; Merritt & Cummins, 1996). A diversidade no hábito

alimentar no grupo é tão variado quanto nos Efemerídios, com algumas espécies

apresentando mudanças no padrão alimentar dependente do instar (Hynes, 1976). A

preferência do grupo por ambientes mais frios os tornam mais comuns em regiões com

menores temperaturas e em regiões alpinas (Brittain, 1990).

Entre os EPT, o grupo Trichoptera apresenta a maior diversidade de espécies.

Este fator é altamente relacionado às diferentes estratégias utilizadas pelo grupo durante

a fase larval. Essas estratégias podem ser divididas em três grandes grupos (Mackay &

Wiggins, 1979): 1) Larvas de vida livre, geralmente construindo um abrigo somente no

último instar 2) Larvas sésseis que constroem abrigos fixos no substrato, e obtém

comida do próprio substrato, ou da corrente de água através de redes de seda 3) A

estratégia mais comum que consiste da construção de um abrigo móvel, feito de seda e

coberto por minerais e/ou materiais orgânicos. Espécies deste grupo ocorrem em

ambientes mais variados que os ambientes de ocorrência dos Ephemeroptera e

Plecoptera, elegendo a ordem Trichoptera como um ótimo objeto de estudo de impactos

ambientais (Cairns & Pratt, 1993; Merritt & Cummins, 1996).

Page 14: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

9

As hipóteses que já foram utilizadas para explicar os processos controladores da

riqueza de insetos aquáticos são em sua maioria, baseados nos mesmos processos

aplicados ao estudo da riqueza global em organismos não aquáticos (Ward & Tockner,

2001). Estabilidade ambiental, produtividade e heterogeneidade climática são alguns

dos fatores utilizados no embasamento tanto de hipóteses de riqueza global quanto em

hipóteses de riqueza em sistemas aquáticos (Stout & Vandermeer, 1975; Vannote, 1980;

Brittain & Eikeland, 1988; Erwin & Jacobson, 2015). A hipótese de espécie-área é

aplicada em meios aquáticos utilizando a área de drenagem da bacia, a hipótese de

espécie-energia tem por base a evapotranspiração como uma medida da energia

disponível no meio, a hipótese água-energia em sistemas aquáticos é aplicada com uma

relação entre precipitação média e evapotranspiração, a hipótese de heterogeneidade

temporal tem como variáveis resposta as variações anuais da temperatura e precipitação,

finalmente a hipótese de produtividade quando aplicada a riachos utiliza a produtividade

primária do ambiente terrestre. Em riachos de baixa ordem a principal fonte de energia

vem de materiais alóctones provenientes da vegetação ciliar (Vannote, 1980), e a

produção primária nestes ambientes aquáticos chega a ser noventa vezes menor quando

comparados a ambientes terrestres (Davies et al., 2008). Apesar do diverso número de

hipóteses propostas nenhuma consegue prever com acurácia a riqueza de espécies em

riachos, assim como não há estudos que se propõem a testar estas várias hipóteses

simultaneamente (Guégan et al., 1998).

Nenhuma das hipóteses supracitadas são mutualmente excludentes e, portanto,

uma abordagem de multimodelos integrando essas várias hipóteses seria mais adequada

(Grueber et al., 2011). Um maior número de modelos compreende um maior número de

processos bióticos, abióticos e evolucionistas interagindo de forma a explicar variações

na biodiversidade (Rahbek & Graves, 2001; Hawkins et al., 2003; Ricklefs, 2004).

Desenvolver um multimodelo desta forma tem a intenção de avançar em direção a uma

teoria unificada da biodiversidade, sem abrir mão de interações bióticas e/ou abióticas

tais como na teoria neutra de Hubbell (De Marco Junior, 2006). A América do Sul

oferece um bom recorte geográfico no estudo de múltiplas hipóteses macroecológicas

por apresentar um gradiente latitudinal e uma grande variação em atributos climáticos e

topográficos.

Com isto, este estudo tem o objetivo de testar quais hipóteses e quais

combinações entre elas melhor explicam a riqueza de EPT em riachos. As hipóteses

Page 15: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

10

utilizadas neste estudo serão: (i) energética, utilizando a evapotranspiração como

medida da energia disponível no meio; (ii) água-energia, onde a riqueza de insetos

aquáticos está relacionada com a evapotranspiração e a precipitação média anual; (iii)

heterogeneidade temporal climática, com a variação da temperatura e da precipitação

anual como preditoras da riqueza; (iv) produtividade primária terrestre, onde a riqueza

depende da produtividade primária terrestre; (v) área, em que a riqueza de espécies é um

reflexo da área de drenagem da bacia e (vi) neutra, onde a diferença na riqueza está

relacionada somente a distância geográfica entre os riachos.

MATERIAL E MÉTODOS

Banco de dados

Para gerar as estimativas de riqueza local de espécies foram utilizados bancos de

dados provenientes de coletas de campo recolhidos a partir de artigos publicados em

periódicos com corpo editorial. Os artigos foram selecionados buscando o máximo de

representatividade da região da América do Sul. Apenas estudos que atendiam aos

seguintes critérios foram utilizados: (1) coletas realizadas em riachos de primeira a

terceira ordem; (2) riachos georreferenciados; (3) amostragem da fauna bentônica

realizada com suber ou rede de mão; (4) amostrado um trecho mínimo de 50 metros; (5)

um único ponto amostral por riacho; (6) indivíduos identificados até nível de gênero e

que seguem a literatura taxonômica vigente (e.g.: Lecci & Froehlich, 2007; Calor &

Froehlich, 2008; Salles et al., 2013); (7) lista de espécies por ponto amostrado e (8)

coletas realizadas em locais com o menor impacto antropogênico possível. Para a busca

da literatura foi utilizado o portal de periódicos ―Web of Science‖

(http://apps.webofknowledge.com) e as cada uma das seguintes palavras chaves stream

macroinvertebrate*, aquatic insect*, richness, list, checklist. A cada uma das palavras

chaves anteriores nos combinamos com uma das palavras chaves seguinte Brazil*,

Peru*, Colombia*, Argentina*, Ecuador*, Bolivia*, Uruguay*, Venezuela*, Paraguay*.

Também foram pesquisadas teses e dissertações com o termo Macroinvertebrados*, no

banco de dados de teses e dissertações da CAPES (http://bancodeteses.capes.gov.br/). A

finalidade desses critérios foi garantir a comparabilidade entre as amostras e diminuir a

heterogeneidade do banco de dados. A busca rendeu um total de 508 artigos e teses e

dissertações contribuíram com 64 documentos. Os artigos foram distribuídos em dois

grupos: (i) Estudos que utilizavam riqueza de espécie ou gênero nas análises. (ii)

Page 16: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

11

Estudos que tinham por objetivo realizar um checklist da fauna macrobentônica. As

teses e dissertações foram mantidas em um único grupo. Após excluir trabalhos que

claramente não trabalhavam com ambientes pristinos, com o grupo de estudo

selecionado ou não apresentavam a riqueza de gêneros de forma clara fizemos uma

análise mais detalhada dos trabalhos restantes, checando a presença de riachos pristinos,

ordem dos riachos e/ou a presença de uma lista de gêneros no trabalho ou em material

suplementar. A análise mais detalhada dos trabalhos recolhidos foi realizada com 84

artigos e seis teses (Figura 1). A coleta de dados proveu 28 trabalhos que contribuíram

com 162 riachos para o banco de dados (Figura 2). Informações detalhadas sobre a

localização, riqueza por grupo e fonte da informação são apresentadas no material

suplementar um (Tabela S1).

Page 17: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

12

Figura 1: Fluxograma detalhando o número de trabalhos sobre riqueza de insetos aquáticos provenientes

da busca no portal Web of Science e no banco de teses e dissertações da CAPES.

Page 18: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

13

Figura 2 – Localização geográfica dos riachos analisados. A barra lateral indica a riqueza de gênero em

cada ponto.

A riqueza de gêneros por ponto utilizados neste trabalho compreende o total de

gêneros das ordens Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera presentes no riacho em que

a coleta foi realizada. Em sua maioria os estudos realizados com estas três ordens de

insetos aquáticos possuem identificação taxonômica somente até o nível de gênero,

embora alguns estudos façam uma identificação ao nível de morfoespécie estes não

podem ser comparados com outros estudos.

Page 19: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

14

A escolha do nível taxonômico a ser utilizado para satisfazer os objetivos

propostos em um estudo é chamada de suficiência taxonômica (Ellis, 1985). O esforço

prestado em definir a suficiência taxonômica é maior para grupos taxonômicos muito

utilizados, principalmente em estudos relacionados à qualidade ambiental (Pik et al.,

1999; Bailey et al., 2001). Neste quesito o grupo dos EPT recebe bastante atenção, com

estudos que demonstram que resoluções taxonômicas mais altas são o suficiente para

encontrar respostas significativas em estudos com os mais variados objetivos (Bowman

& Bailey, 1997; Hewlett, 2000; Lenat & Resh, 2001). Estudos que utilizaram

macroinvertebrados não encontraram diferença significativa nas respostas encontradas

em análises que usavam o nível taxonômico de família ou gênero em comparação a

análises em nível de espécie (Bowman & Bailey, 1997). Hewlett (2000) sugere que em

estudos que compreendem escalas maiores, resoluções taxonômicas mais altas são

melhores, pois uma resolução taxonômica mais específica causaria um ruído às análises.

Variáveis macro-ecológicas

As variáveis aqui utilizadas foram definidas de acordo com as hipóteses a serem

testadas, ou seja, as variáveis que os proponentes das hipóteses determinaram como

descritoras do gradiente de riqueza. Assim, as variáveis selecionadas foram a

evapotranspiração do mês de janeiro (AETJan), produtividade primária (PP), variação

da temperatura anual (TempVar), precipitação média anual (PMed), variação da

precipitação anual (PVar) e fluxo acumulado (FAC), utilizado como substituto da área

drenada pela bacia. O FAC e área drenada possuem uma alta correlação permitindo que

as análises sejam realizadas sem a perda de informação, além de permitir que estas

sejam mais rápidas e simples (Chiang et al., 2004).

Os dados de AET (disponíveis mensalmente) e PP (disponíveis anualmente)

estão disponíveis no site do U.S. Geological Survey (http://earthexplorer.usgs.gov/),

originados de imagens de satélites MODIS (Moderate Resolution Imaging

Spectrorodiometer) e são disponibilizadas no período referente ao ano de 2000 a 2014.

Os dados de Temperatura, PPMed e PPVar foram retirados do cenário climático IPCC:

A1, disponível no WORLDCLIM (http://www.worldclim.org). Os dados de FAC foram

retirados do modelo global Hydro-1K de elevação digital

(http://edcdaac.usgs.gov/gtopo30/hydro/).

Page 20: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

15

Para as análises foram consideradas as taxas médias dessas variáveis. Para

calcular esses valores foram utilizadas imagens de AET, do mês de janeiro e para PP

imagens dos anos 2000 a 2014. As imagens de cada ano foram somadas e dividas por

15, compondo uma nova imagem que representará a média da variável para os 14 anos.

Este procedimento foi realizado para a variável AET do mês de janeiro e PP. As

variáveis TempVar, PPMed e PPVar são variáveis oriundas de modelos de interpolação

construídos com dados coletados entre os anos de 1950 a 2000 pelo Global Historical

Climate Network Dataset (GHCN). Os dados de FAC são gerados através de modelos

de elevação digital do projeto GTOPO30, desenvolvido pelo U.S. Geological Survey’s

EROS Data Center. A resolução (tamanho do pixel) de todas as imagens são

originalmente de 1 x 1 km. Elas foram re-escalonadas para 15 x 15 km de forma que

cada ponto da imagem é um valor médio de 225 pixels originais.

Análises estastísticas

Para testar a hipótese energética foi construído um modelo considerando a

entrada de energia no mês mais quente do ano e a riqueza de gênero, sendo o AETJan

utilizado como sucedâneo para o período mais quente do ano. Para a hipótese Água-

Energia, um modelo entre a riqueza de gênero e o AETJan e o PMed será utilizado, o

AET representa a entrada de energia no sistema e o PMed a disponibilidade hidríca. Na

hipótese de produtividade, a riqueza de gênero foi relacionada à PP, que representa a

produtiva primária terrestre anual do local. A hipótese de Heterogeneidade temporal foi

testada com as variáveis PVar e TempVar, já que estas variáveis representam a variação

anual da precipitação e da temperatura. Na hipótese de Área, a riqueza de gênero foi

relacionada à FAC. O último modelo desenvolvido foi baseado na hipótese neutra, que

relacionou a riqueza de gênero e a distância geográfica dos pontos. Os modelos foram

desenvolvidos utilizando modelos lineares de mínimos quadrados – Odinary Least

Squares (OLS) e a distância geográfica utilizada foi um mapa de autovetores espaciais

(Dormann et al., 2007).

A autocorrelação espacial na riqueza de gênero foi determinada utilizando o

índice de Moran (Moran’s I), em todos os modelos nos controlamos a autocorrelação

espacial. O controle da estrutura espacial foi feito com mapas de auto vetores espaciais

(filtros espaciais) (Dormann et al., 2007), sendo estes considerados a melhor forma de

se fazer o controle da estrutura espacial (Bini et al,. 2009). Os filtros espaciais foram

incorporados aos modelos como co-variáveis, com exceção do modelo Neutro onde

Page 21: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

16

estes filtros espaciais foram tratados como variáveis preditoras. Para cada modelo foram

apresentados os valores do Índice de Moran e o Critério de informação Aikake (AIC),

os modelos foram então comparados através do valor de AIC. Como não esperamos que

uma única hipótese explique a variação da riqueza de EPT, incorporamos testes entre

combinações dos modelos de Água-Energia, Produtividade Terrestre, Heterogeneidade

Temporal Climática e Área. Como o modelo de Energia já está representando no

modelo de Água-Energia, este modelo não entrou nas combinações, o modelo Neutro

também foi retirado das combinações já que este estava representado nos outros

modelos como filtros espaciais. Assim as hipóteses foram combinadas duas a duas, três

a três e quatro a quatro. As análises dos mapas de auto vetores espaciais e as regressões

foram realizadas utilizando o software SAM – Spatial Analysis in Macroecology

(Rangel et al., 2010).

A multicolinearidade entre as variáveis preditoras foi medida através do fator de

inflação de variância (VIF) que varia entre um (ausência de colinearidade) ao infinito

positivo. O VIF informa o quanto um coeficiente de regressão entre as preditoras

aumenta com a colinearidade. Valores de VIF menores que 10 são considerados

aceitáveis.

Após o teste das hipóteses fizemos uma regressão múltipla utilizando as

variáveis do melhor modelo sem uso dos filtros espaciais. O modelo resultante dessa

regressão foi espacializado, gerando um mapa preditivo da riqueza de gênero de EPT

em riachos na América do Sul. Posteriormente retiramos a riqueza de gênero do mapa

preditivo nos mesmos pontos provenientes do banco de dados. Avaliamos este modelo

com uma regressão linear entre a riqueza observada e a riqueza proveniente do modelo.

O modelo da regressão múltipla e o mapa preditivo foram feitos no programa R (R Core

Team, 2015) utilizando o pacote ‘raster’ (Hijmans & Etten, 2012).

RESULTADOS

A maior riqueza total de EPT observada em nosso estudo foi de 45 gêneros,

localizada na região sudeste do Brasil. Todos os pontos com uma riqueza total maior

que 40 gêneros foram registrados na região sudeste do Brasil. Com exceção de dois

pontos no Peru (Tabela S1), todos os trabalhos com riqueza total maior que 30 gêneros

Page 22: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

17

foram localizados no Brasil. Os pontos com menor riqueza de gêneros (um gênero)

estão nas regiões Centro-Oeste do Brasil (um ponto) e na Terra do Fogo (dois pontos),

no Brasil foi registrado um gênero de Plecoptera (Romero & Ceneviva-Bastos, 2013a),

enquanto na Terra do Fogo um local apresentou um gênero de Plecoptera e outro local

um gênero de Trichoptera (Moorman et al., 2006). Dentre todos os riachos inclusos nos

dois trabalhos supracitados um riacho no Centro-Oeste apresentou um único gênero de

Plecoptera, enquanto na Terra do Fogo dois riachos apresentaram um gênero cada. De

forma geral regiões mais ricas estão concentradas nas regiões Norte e Centro-Leste do

continente Sul Americano, em contraste as regiões mais a Oeste e Sul do continente que

possuem uma menor riqueza (Figura 2, Tabela S1).

Os modelos utilizados para explicar a riqueza de espécies de insetos aquáticos

foram significativos e tiveram ajustes que variaram entre 48.8% a 58.7% (Tabela 1 e 2).

Os modelos apresentaram uma forte estruturação espacial, porém com um baixo ajuste

compartilhado dos filtros espaciais com os dados ambientais (Tabela 1 e 2). Quando

analisados separadamente, de acordo com o critério de Aikake o modelo de Água e

Energia foi oque melhor se ajustou a riqueza de espécies de insetos aquáticos. O modelo

de Água, Produtividade e Heterogeneidade Temporal foi o que melhor explicou a

riqueza de espécies ao se combinar as hipóteses. Nenhum dos modelos foi afetado pela

colinearidade das variáveis preditoras, com estas apresentando valores de VIF menor

que 10.

Os modelos que utilizaram múltiplas hipóteses apresentaram melhores valores

de AIC quando comparados aos modelos individuais. O melhor modelo com múltiplas

hipóteses obteve um valor de AIC de 8.002, enquanto o melhor modelo individual teve

um valor de AIC de 18.418. O melhor modelo isolado demonstrou um delta AIC em

relação ao melhor multimodelo de 10.416. O melhor multimodelo mostrou um ajuste de

58.3% sobre a riqueza de Gêneros, com um ajuste das variáveis ambientais de 15.4%,

um ajuste do espaço de 31.3% e um ajuste compartilhado entre variáveis ambientais e

espaço de 11.6% (Tabela 2). Em contra partida o modelo com todas as hipóteses

resultou em um AIC de 8.875. Este modelo obteve um ajuste de 58.7% sobre a riqueza

de espécies. A explicação das variáveis ambientais sobre este modelo foi de 15.8%, e a

explicação compartilhada entre o espaço e os dados ambientais foi de 16.3%. Este

modelo também foi o que possuiu um dos menores ajustes do espaço (26.6%) sobre a

riqueza de espécies (Tabela 2).

Page 23: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

18

O melhor multimodelo utilizou as hipóteses Água-Energia, Heterogeneidade

Temporal Climática e Produtividade Primária, a adição da hipótese restante, Área

(variável FAC) ao modelo não melhorou o ajuste do mesmo (58.7%), além de este

modelo completo ter apresentado um delta AIC < 2. Neste modelo as variáveis que

influenciaram a riqueza de gêneros foram: Evapotranspiração, Precipitação Média,

Variação da Temperatura e Fluxo Acumulado (Tabela 3). Dentre essas variáveis

somente Evapotranspiração mostrou uma correlação positiva (r = 0.628) com a riqueza,

as demais variáveis tiveram correlações negativas com a riqueza (PMED = -0.551,

VARTEMP = -0.437, FAC = -0.291) (Figura 3 e 4).

Page 24: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

19

Tabela 1 – Coeficientes de regressão e comparação entre as cinco hipóteses utilizadas para explicar a distribuição da riqueza de espécie de insetos aquáticos em riachos. O

primeiro valor de r² está ajustado. O segundo conjunto de r² apresentado condiz respectivamente: Ao r² explicado somente pelas variáveis ambientais, r² das variáveis

ambientais somadas com os filtros espaciais, r² exclusivo dos filtros espaciais. O último r² diz respeito ao resíduo total do modelo.

Hipóteses r2 P AICc

Delta

AICc

Moran's

I

r2

Variáveis Compartilhado Espaço Resíduos

Energética 0.418 < 0.001 25.808 0 0.145 0.078 0.038 0.302 0.582

Água-Energia 0.418 <0.001 28.358 2.55 0.148 0.078 0.038 0.302 0.582

Produtividade Terrestre 0.405 < 0.001 29.32 3.512 0.133 0.065 -0.022 0.362 0.595

Heterogeneidade

Temporal 0.413 < 0.001 29.75 3.942 0.099 0.073 -0.011 0.351 0.587

Area 0.397 < 0.001 31.293 5.485 0.17 0.057 -0.026 0.366 0.603

Neutro 0.34 <0.001 42.436 16.628 0.245 0 0 0 0

Page 25: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

20

Tabela 2 – Comparação entre diversas combinações das hipóteses utilizadas para explicar a distribuição da riqueza de espécie de insetos aquáticos em riachos. O primeiro

valor de r² está ajustado. O segundo conjunto de r² apresentado condiz respectivamente: Ao r² explicado somente pelas variáveis ambientais, r² das variáveis ambientais

somadas com os filtros espaciais, r² exclusivo dos filtros espaciais. O último r² diz respeito ao resíduo total do modelo.

Combinação de Hipóteses r2 P AIC Delta AIC Moran's I r2

Variáveis Compartilhado Espaço Resíduos

Água-Energia + Produtividade + Heterogeneidade Temporal 0.583 < 0.001 8.002 0 0.049 0.154 0.116 0.313 0.417

Água-Energia + Produtividade + Área 0.575 < 0.001 8.278 0.276 0.047 0.146 0.078 0.352 0.425

Água-Energia + Heterogeneidade Temporal + Área 0.581 < 0.001 8.555 0.553 0.031 0.152 0.169 0.26 0.419

Água-Energia + Produtividade 0.567 < 0.001 8.701 0.699 0.057 0.138 0.076 0.353 0.433

Água-Energia + Produtividade + Heterogeneidade Temporal + Área 0.587 < 0.001 8.875 0.873 0.043 0.158 0.163 0.266 0.413

Água-Energia + Heterogeneidade Temporal 0.571 < 0.001 9.806 1.804 0.038 0.142 0.121 0.309 0.429

Água-Energia + Área 0.561 < 0.001 10.94 2.938 0.041 0.132 0.091 0.339 0.439

Área + Heterogeneidade Temporal 0.534 < 0.001 20.584 12.582 0.074 0.105 -0.03 0.459 0.466

Produtividade + Heterogeneidade Temporal + Área 0.534 < 0.001 23.189 15.187 0.074 0.105 -0.029 0.458 0.466

Produtividade + Heterogeneidade Temporal 0.516 < 0.001 26.655 18.653 0.097 0.087 -0.057 0.486 0.484

Produtividade + Área 0.488 < 0.001 33.196 25.194 0.182 0.059 -0.023 0.452 0.512

Page 26: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

21

Tabela 3 – Resultado das análises de regressão utilizando todos os modelos como preditores da riqueza de

espécies. AET-JAN = Evapotranspiração do mês de janeiro, PMED = Precipitação média, PP =

Produtividade Primária terrestre, PVAR = Variação na Precipitação, TEMVAR = Variação na

Temperatura anual, FAC = Fluxo Acumulado.

Variável Coeficiente Coeficiente

padronizado VIF

Erro

Padrão T P

Constante 1.128 0 0 0.165 6.826 <0.001

AET-JAN <0.001 0.628 1.654 <0.001 7.375 <0.001

PMED -0.003 -0.551 2.637 <0.001 -5.126 <0.001

PP <0.001 0.005 1.539 <0.001 0.06 0.952

PVAR <0.001 -0.067 1.343 0.001 -0.876 0.386

TEMVAR -0.003 -0.437 2.146 <0.001 -4.503 <0.001

FAC <0.001 -0.291 1.641 <0.001 -3.343 <0.001

Page 27: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

22

Figura 3: Regressão parcial entre as variáveis preditoras que tiveram efeito sobre a riqueza de gêneros de

riachos. a) Riqueza de gêneros em função da evapotranspiração no mês de Janeiro. b) Riqueza de gêneros

em função da precipitação média.

Page 28: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

23

Figura 4: Regressão parcial entre as variáveis preditoras que tiveram efeito sobre a riqueza de gêneros de

riachos. a) Riqueza de gêneros em função da variação de temperatura. b) Riqueza de gêneros em função

do fluxo acumulado.

A regressão entre a riqueza observada e a riqueza proveniente do modelo

preditivo proveu um ajuste de 28.8% e um valor de p < 0.001. O mapa preditivo

Page 29: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

24

apresentou um padrão de riqueza de gênero com valores maiores nas regiões noroeste e

centro-leste do continente, e valores médios de riqueza na região norte e central do

continente. A região Sul apresentou valores negativos de riqueza, e foram considerados

como locais com riqueza zero (Figura 5).

Figura 5: Mapa da riqueza predita de gêneros de EPT em riachos de 1ª a 3ª ordem para a América do Sul.

EPT: Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera.

Page 30: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

25

DISCUSSÃO

Nosso trabalho demonstrou que a abordagem de multimodelos foi mais efetiva

na explicação da distribuição de EPT, quando comparada a abordagem de modelos

individuais. Esta afirmação se baseia no menor valor de AICc do melhor multimodelo

em comparação ao melhor modelo individual (Tabela 1 e 2). O melhor multimodelo

utilizou as hipóteses água-energia, heterogeneidade temporal climática e produtividade

primária, enquanto o melhor modelo individual integrou a hipótese de água-energia.

Todos os multimodelos que não diferiram do melhor multimodelo também utilizavam a

hipótese de água-energia. A predominância desta hipótese nestes modelos indica que

esta é a explicação mais efetiva para entendermos a distribuição da riqueza de EPT na

América do Sul. O uso de múltiplas hipóteses é amplamente reforçada na literatura

(Gotelli et al., 2009; Grueber et al., 2011) por abranger um maior conjunto de

explicações, embora vários estudos encontrem uma única hipótese como responsável

por maior parte da explicação em seus modelos. Em seu estudo, Diniz-filho et al. (2008)

desenvolve um conjunto de modelos baseados em múltiplas hipóteses, e encontra que a

riqueza de espécies de mamíferos está fortemente relacionada com a hipótese de água-

energia. De fato a hipótese de água-energia aparece como a explicação mais forte e

recorrente em diferentes grupos, especialmente em animais aquáticos (Hawkins et al.,

2003; Rodríguez et al., 2005; O’Brien, 2006; Whittaker et al., 2007). Em contra partida

ressaltamos que o melhor modelo explicativo também inclui a Heterogeneidade

Temporal Climática e a Produtividade Primária como fatores importantes determinando

a distribuição da riqueza de EPT.

A diversidade de animais terrestres é altamente correlacionada com a energia na

região (Wright, 1983; Clarke & Gaston, 2006), enquanto em animais aquáticos a relação

se mostra mais forte com a água e energia disponíveis (Rodríguez et al., 2005; Keil et

al., 2008). Nossos resultados reforçam a ideia que a fisiologia ectodérmica e a história

natural dependente de ambientes aquáticos do grupo de EPT são os responsáveis pela

forte relação da diversidade desse grupo e a hipótese de água-energia. Esta hipótese é

usada para traçar um limiar máximo dos produtos derivados da fotossíntese, mas não

sua produção real (O’Brien, 1998, 2006). Este limiar é definido de acordo com a razão

entre a água e energia no ambiente, como demonstrado por Keil et al. (2008), em que a

biodiversidade de diferentes regiões se relaciona com variáveis distintas desta hipótese.

É importante ressaltar que a energia disponível no meio não é o mesmo que a

Page 31: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

26

temperatura do mesmo, embora estas duas variáveis estejam fortemente correlacionadas

(Huston, 2003). Uma das visões é a que a energia de um local pode ser traduzida, em

parte, como a energia química que é disponibilizada aos organismos durante sua história

natural (Clarke & Gaston, 2006). Clarke & Gaston (2006) sugere que a relação de

energia com a diversidade em grandes escalas geográficas está ligada a hipótese

metabólica. Em animais ectodérmicos a temperatura tem maior influência sobre a

hipótese metabólica, entretanto a energia também tem sua taxa de explicação (Wright,

1983; Turner et al., 1987). Nesta hipótese a queda na riqueza de espécie em uma região

é devida a menores níveis de energia, que resultam em indivíduos menos ativos e com

menores taxas reprodutivas e, portanto, em espécies com abundância menores

(Srivastava & Lawton, 1998). Níveis de energia menores também refletem em

indivíduos com tempo de desenvolvimento maiores, então espécies só não têm menores

abundâncias como também possuem indivíduos que demoram mais a alcançar a idade

reprodutiva (Taylor, 1981; Ward & Stanford, 1982). Esse conjunto de fatores pode ser a

principal razão da robustez da hipótese de água-energia sobre a diversidade de insetos

aquáticos.

A heterogeneidade temporal climática amplia a explicação ao relacionar a

biodiversidade à estabilidade ambiental de uma região (Fjeldsa˚ & Lovett, 1997).

Grupos de organismos ectodérmicos, tal como insetos aquáticos, possuem uma grande

dependência da temperatura, reforçando a hipótese metabólica como um dos processos

que explicam a distribuição desses organismos (Ward & Stanford, 1982). Dessa forma

uma região se mostra mais promissora ao prover não somente mais energia, mas ao

manter temperaturas mais constantes ao longo do ano, permitindo taxas reprodutivas

maiores. Esse aumento reprodutivo aumenta a abundância de indivíduos, suportando a

hipótese de mais indivíduos (Srivastava & Lawton, 1998; Hurlbert, 2004). Nossos

resultados reforçam essa afirmação, com um aumento na riqueza à medida que a

variação na temperatura e precipitação diminui. A principal forma de dispersão de

imaturos de EPT é a deriva, assim a heterogeneidade temporal climática também afeta a

dispersão dependente da precipitação, pois variações maiores influenciam mais

fortemente esses processos. O último fator relacionado a esta hipótese é a estabilidade

ambiental, visto que em riachos de baixa ordem a precipitação, principalmente com

grande variação, resulta em mudanças consideráveis em propriedades físico-químicas

destes corpos d’água (Fegley et al., 1992; Erwin & Jacobson, 2015; Dittrich et al.,

Page 32: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

27

2016). Estes distúrbios influenciam fortemente a diversidade de macroinvertebrados,

resultando em variações na abundância e/ou riqueza destes organismos durante o ano

(Dudgeon, 1993, 2000; Cowell et al., 2004). Ambientes com baixa estabilidade

apresentam uma maior taxa de extinção de espécies raras, enquanto espécies mais

abundantes apresentam uma maior resistência aos distúrbios (Death & Winterbourn,

1994). Consequentemente a estabilidade de um local não impede sua colonização por

múltiplas espécies, mas age como um filtro sobre os ambientes mais instáveis (Death,

1995). Ambientes com baixa estabilidade ambiental serão regidos em maior parte por

processos estocásticos do que por interações bióticas, embora estas possam ocorrer em

menor escala (Death & Winterbourn, 1994).

A principal razão para incluir a produtividade em MEM aplicados à riachos, esta

no fato desta variável representar de forma direta a maior entrada de nutrientes nestes

sistemas (Wipfli et al., 2007). A produtividade da vegetação marginal é, com certeza,

um fator essencial na dinâmica de riachos de pequena ordem, como predito pela teoria

do rio contínuo e suportado em uma grande quantidade de estudos (Vannote, 1980; Rice

et al., 2006; Meyer et al., 2007). Essa teoria também prediz que a quebra e

processamento do material alóctone ocorre em pequenos riachos, permitindo seu

consumo ao longo de toda a bacia hidrográfica (Freeman et al., 2007; Wipfli et al.,

2007; Gonçalves & Callisto, 2013). Além deste fato, a grande extensão ocupada por

esses pequenos corpos d’água, mostra a importância desses riachos para a entrada e

processamento do material vegetal no ambiente aquático (Leopold et al., 1965).

Freeman et al. (2007) afirma que esta alta densidade de riachos de cabeceira, e sua alta

conectividade são fundamentais para a manutenção de corpos d’água maiores. A

produtividade de uma área também afeta a beta diversidade de macroinvertebrados,

indicando que esta variável está mais relacionada à substituição de espécie que com a

riqueza total de uma região (Astorga et al., 2014).

A adição da hipótese de área não levou a uma melhora no ajuste do modelo,

ainda que esta hipótese tenha sido significativa, ela não ofereceu uma explicação

robusta da distribuição da riqueza de EPT independente dos outros fatores incluídos.

Existem duas possíveis explicações principais: 1) uma sobreposição ou covariância com

outras hipóteses, como a hipótese energética (Storch et al., 2007). 2) o ruído causado

pelo método de estimativa da área (fluxo acumulado), já que é possível que ele inclua

incidentalmente o efeito de rios de ordem maior, e que possuem uma riqueza maior que

Page 33: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

28

a utilizada no desenvolvimento de nossos modelos (Arscott et al., 2005). A relação entre

a hipótese de área com outras hipóteses que tem o objetivo de explicar a riqueza em

grandes escalas espaciais, entre estas a relação espécie-área-energia é bem discutida

(Storch et al., 2005; Evans et al., 2008; Honkanen et al., 2010). Quando separadas a área

e a energia possuem uma relação positiva com a riqueza, porém quando juntas a energia

e a área demonstram uma interação negativa entre si (Storch et al., 2007). Assim como

encontrado em nossos resultados, a riqueza possui uma relação positiva com a energia, e

negativa com a área. Storch et al. (2005) argumenta que à medida que a área aumenta,

as espécies irão apresentar um padrão aninhado em locais mais energéticos. Hurlbert &

Jetz (2010) reforçam essa ideia ao sugerir que a variedade de nichos estaria mais

relacionada com a energia que com a área, desta forma a energia sobreporia a área ao

explicar a riqueza de espécies em uma região. Outro fator importante a se considerar no

estudo da riqueza de macroinvertebrados em riachos é a riqueza máxima que estes

ambientes suportam. Uma limitação dos nossos modelos foi usar somente riachos até

terceira ordem, fato que limitou a predição da riqueza máxima na área utilizada nos

modelos. Clarke et al. (2008) indica que ambientes lóticos de ordem média (3ª a 5ª

ordem) apresentariam maiores riquezas. Já riachos menores a riqueza máxima seria

menor, porém com uma alta diferença na composição de espécies entre si. Um aumento

na área da microbacia não influenciaria a riqueza máxima nos riachos de cabeceira,

entretanto influenciaria a substituição de espécies entre riachos, aumentando a riqueza

total na região. Como nossos modelos não consideraram a composição de gêneros entre

os riachos, a riqueza máxima estimada para uma região é reflexo da riqueza estimada

para riachos de cabeceira.

O constante cuidado com a autocorrelação espacial em modelos

macroecológicos é de suma importância (Dormann et al., 2007), com modelos que

tratam os dados para autocorrelação espacial apresentando melhores resultados quando

comparados a modelos que não o fazem (Algar et al., 2009). Em todos os nossos

modelos o espaço mostrou um poder explicativo maior que a variáveis ambientais, ou

que a combinação entre as variáveis ambientais e o espaço. A riqueza de espécies em

escalas espaciais maiores é mais suscetível a processos com relações mais fortes com o

espaço, em sua maioria a processos relacionados à teoria neutra. A distribuição de EPT a

nível local tem forte relação com características ambientais (Alvial et al., 2013; Astorga

et al., 2014), e nosso trabalho indica que algumas características abióticas possuem certa

Page 34: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

29

influência em escalas maiores. Apesar disto, a alta explicação do espaço sobre os

modelos indica que taxas de extinção, imigração e mecânicas demográficas

independentes de variáveis bióticas e/ou abióticas também tem forte relação na

distribuição de EPT. Modelos neutros são importantes por proverem uma perspectiva

diferente a modelos de larga escala, e por evidenciarem outros processos que podem

estar sendo negligenciados (Rosindell et al., 2011). Kadmon & Benjamini (2006)

mostram em seu trabalho que altos níveis de produtividade levam a uma queda na

riqueza de espécies em modelos neutros, padrão que era atribuído a um aumento na

competição, porém os autores os relacionam com o chamado efeito diluição. Neste

efeito maiores níveis de produtividade resultam em um maior número de indivíduos,

portanto, a menores taxas de extinções e menos espaços disponíveis para serem

colonizados por novas espécies imigrantes. Kadmon & Benjamini (2006) indicam que

modelos sem interações bióticas, variáveis como a produtividade podem reforçar o

modelo neutro. Entretanto, a junção de espaço e produtividade pode vir a ser uma ótima

explicação da beta diversidade, como discutido anteriormente (Astorga et al., 2014). O

próximo passo seria adicionar a composição de espécies aos modelos, de forma a

evidenciar processos independentes da teoria neutra.

Ambientes aquáticos não possuem gradientes de diversidade bem definidos, com

estudos que sugerem um gradiente latitudinal clássico (Lake et al., 1994), outros um

padrão de gradiente latitudinal inverso (Arthington, 1990), e às vezes a ausência de

padrões claros (Vinson & Hawkins, 2003). A falta de esclarecimento entre interações

locais e regionais, déficits e/ou vieses de amostragem são alguns dos principais

problemas responsáveis por elucidar um padrão da biodiversidade aquática. Nosso mapa

preditivo não indicou nenhum padrão claro de distribuição, com regiões mais ricas

espalhadas em porções distintas do continente, e riquezas médias abrangendo toda a

extensão do mapa. Apontamos que essa falta de padrão se deve à variação natural da

riqueza de EPT, ou a insuficiência de pontos com riqueza ao longo da América do Sul.

Os MEM’s são característicos por estimarem valores de riqueza próximos aos valores

de riqueza utilizados na sua estruturação (Dubuis et al., 2011). Nosso modelo evidencia

este fato ao estimar valores de riqueza mais altos em locais onde foram observadas as

maiores riquezas. A importância de uma distribuição espacial equivalente dos dados em

MEM’s também é reforçada pelo nosso mapa, a citar o extremo sul do continente, onde

poucos pontos foram o suficiente para predizer a riqueza na região. Em locais que não

Page 35: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

30

obtivemos dados da riqueza, e que apresentam variáveis ambientais muito distintas dos

pontos inseridos no modelo, como na região da Patagônia, o modelo estimou valores

negativos de riqueza. Outro fato que chamamos a atenção é que a riqueza predita em

nosso mapa condiz a riachos de 1ª a 3ª ordem. De forma que o mapa indica a provável

riqueza encontrada em cada riacho de até 3ª ordem na região, e não a riqueza total da

mesma.

Admitimos que a falta de pontos distribuídos pela América do Sul, assim como o

agrupamento dos pontos em certas regiões influenciou negativamente a compreensão

geral e predição de nossos modelos. Entretanto, acreditamos que nossos modelos são

um ótimo método preliminar na compreensão da distribuição, e das hipóteses que regem

as dinâmicas de comunidades de EPT em grandes escalas espaciais. É necessário

aprofundar melhor os modelos utilizando outras hipóteses, como a heterogeneidade

ambiental espacial, na explicação da dinâmica de insetos aquáticos. De igual forma

elegemos a inclusão da composição de gêneros como um importante fator na

compreensão da distribuição e riqueza de EPT em largas escalas. Apesar disto,

salientamos que nosso trabalho obteve sucesso ao indicar a sobreposição de hipóteses

na explicação de EPT, de forma a simplificar e direcionar esforços futuros em estudos

nessa área.

Page 36: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

31

REFERÊNCIAS

Adolfo R. Calor, & Claudio G. Froehlich, 2008. Description of the immature stages of

Notalina morsei Holzenthal, 1986 (Trichoptera: Leptoceridae) and a update key to

larvae of Neotropical Leptoceridae genera. Zootaxa 1779: 45–54.

Algar, A. C., H. M. Kharouba, E. R. Young, & J. T. Kerr, 2009. Predicting the future of

species diversity: Macroecological theory, climate change, and direct tests of alternative

forecasting methods. Ecography 32: 22–33.

Alvial, I. E., K. Orth, B. C. Durán, E. Álvarez, & F. a. Squeo, 2013. Importance of

geochemical factors in determining distribution patterns of aquatic invertebrates in

mountain streams south of the Atacama Desert, Chile. Hydrobiologia 709: 11–25.

Angermeier, P. L., P. L. Angermeier, I. J. Schlosser, & I. J. Schlosser, 1989. Species-

area relationships for stream fishes. Ecology 70: 1450–1462.

Arscott, D. B., K. Tockner, & J. V. Ward, 2005. Lateral organization of aquatic

invertebrates along the corridor of a braided floodplain river. Journal of the North

American Benthological Society 24: 934–954.

Arthington, A. H., 1990. Latitudinal gradients in insect species richness of Australian

lotic systems: A selective review. Tropical freshwater biology 2: 179–196.

Astorga, A., R. Death, F. Death, R. Paavola, M. Chakraborty, & T. Muotka, 2014.

Habitat heterogeneity drives the geographical distribution of beta diversity: the case of

New Zealand stream invertebrates. Ecology and Evolution 4: 2693–2702.

Bagatini, Y. M., R. L. Delariva, J. Higuti, R. Pioneiro, J. Dallas, & C. Palotina, 2012.

Benthic macroinvertebrate community structure in a stream of the north-west region of

Paraná State , Brazil. Biota Neotropica 12: 307–317.

Bailey, R. C., R. H. Norris, & T. B. Reynoldson, 2001. Taxonomic resolution of benthic

macroinvertebrate communities in bioassessments. Journal of the North American

Benthological Society 20: 280–286.

Baumann, R. W., 1979. Nearctic stonefly genera as indicators of ecological parameters

(Plecoptera: Insecta). The Great Basin Naturalist 39: 241–244.

Beisner, B. E., P. R. Peres-Neto, E. S. Lindstrom, A. Barnett, & M. L. Longhi, 2006. the

Role of Environmental and Spatial Processes in Structuring Lake Communities From

Bacteria To Fish. Ecology 87: 2985–2991.

Bell, G., 2001. Neutral Macroecology. Science 293: 2413–2418.

Bertaso, T. R. N., M. R. Spies, C. B. Kotzian, & M. L. T. Flores, 2015. Effects of forest

conversion on the assemblages’ structure of aquatic insects in subtropical regions.

Revista Brasileira de Entomologia 59: 43–49.

Bonada, N., N. Prat, V. H. Resh, & B. Statzner, 2006. Developments in aquatic insect

biomonitoring: a comparative analysis of recent approaches. Annual review of

entomology 51: 495–523.

Bowman, M. F., & R. C. Bailey, 1997. Does taxonomic resolution affect the

multivariate description of the structure of freshwater benthic macroinvertebrate

communities ?. Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences 54: 1802–1807.

Boyero, L., R. G. Pearson, D. Dudgeon, V. Ferreira, M. A. S. Graça, M. O. Gessner, A.

Page 37: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

32

J. Boulton, E. Chauvet, C. M. Yule, R. J. Albariño, A. Ramírez, J. E. Helson, M.

Callisto, M. Arunachalam, J. Chará, R. Figueroa, J. M. Mathooko, J. F. Gonçalves Jr,

M. S. Moretti, A. M. Chará-Serna, J. N. Davies, A. Encalada, S. Lamothe, L. M. Buria,

J. Castela, A. Cornejo, A. O. Y. Li, C. M’Erimba, V. D. Villanueva, M. del Carmen

Zúñiga, C. M. Swan, & L. A. Barmuta, 2012. Global patterns of stream detritivore

distribution: implications for biodiversity loss in changing climates. Global Ecology and

Biogeography 21: 134–141.

Brasil, L. S., 2015. Hierarchical Patch Dynamics and Diversity of Aquatic Insects in the

Brazilian Cerrado. Belém.

Brasil, L. S., L. Juen, J. D. Batista, M. G. Pavan, & H. S. R. Cabette, 2014a.

Longitudinal Distribution of the Functional Feeding Groups of Aquatic Insects in

Streams of the Brazilian Cerrado Savanna. Neotropical Entomology 43: 421–428.

Brasil, L. S., L. Juen, & H. S. R. Cabette, 2014b. The effects of environmental integrity

on the diversity of mayflies, Leptophlebiidae (Ephemeroptera), in tropical streams of

the Brazilian Cerrado. Annales de Limnologie - International Journal of Limnology 50:

325–334.

Brittain, J. E., 1990. Life History Strategies in Ephemeroptera and Plecoptera Mayflies

and Stoneflies: Life Histories and Biology. Springer Netherlands, Dordrecht: 1–12.

Brittain, J. E., & S. J. Saltveit, 1989. A review of the effect of river regulation on

mayflies (Ephemeroptera). Regulated Rivers: Research & Management 3: 191–204.

Brittain, J., & T. Eikeland, 1988. Invertebrate drift—a review. Hydrobiologia 166: 77–

93.

Brown, J. H., 1995. Macroecology. The University of Chicago Press, Chicago.

Brown, J. H., 1999. Macroecology : progress and prospect. Oikos 87: 3–14.

Cairns, J. J., & J. R. Pratt, 1993. A History of Biological Monitoring Using Benthic

Macroinvertebrates Freshwater Biomonitoring and Benthic Macroinvertebrates.

Springer: 488.

Caswell, H., 1976. Community Structure: A Neutral Model Analysis. Ecological

Monographs 46: 327–354.

Ceneviva-Bastos, M., L. Casatti, & V. S. Uieda, 2012. Can seasonal differences

influence food web structure on preserved habitats? Responses from two Brazilian

streams. Community Ecology 13: 243–252.

Chiang, S., Y. Tachikawa, & K. Takara, 2004. RAINFALL-RUNOFF SIMULATION

BY USING DISTRIBUTED INSTANTANEOUS UNIT HYDROGRAPH DERIVED

FROM APPLYING FLOW ACCUMULATION VALUE OF DEM. PROCEEDINGS

OF HYDRAULIC ENGINEERING 48: 1–6.

Clarke, A., & K. J. Gaston, 2006. Climate, energy and diversity. Proceedings.

Biological sciences / The Royal Society 273: 2257–2266.

Clarke, A., R. Mac Nally, N. Bond, & P. S. Lake, 2008. Macroinvertebrate diversity in

headwater streams: a review. Freshwater Biology 53: 1707–1721.

Connor, E. F., & E. D. McCoy, 1979. The Statistics and Biology of the Species-Area

Relationship. The American Naturalist 113: 791.

Page 38: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

33

Cornell, H. V., & J. H. Lawton, 1992. Species interactions , local and regional processes

, and limits to the richness of ecological communities : a theoretical perspective. Journal

of Animal Ecology 61: 1–12.

Cortezzi, S. S., P. D. C. Bispo, G. D. P. Paciencia, & R. C. Leite, 2009. Influência da

ação antrópica sobre a fauna de macroinvertebrados aquáticos em riachos de uma região

de cerrado do sudoeste do Estado de São Paulo. Iheringia. Série Zoologia 99: 36–43.

Cowell, B. C., A. H. Remley, & D. M. Lynch, 2004. Seasonal changes in the

distribution and abundance of benthic invertebrates in six headwater streams in central

Florida. Water Management 99–115.

Crisci-Bispo, V. L., P. C. Bispo, & C. G. Froehlich, 2007. Ephemeroptera, Plecoptera

and Trichoptera assemblages in two Atlantic Rainforest streams, Southeastern Brazil.

Revista Brasileira de Zoologia 24: 545–551.

Currie, D. J., 1991. Energy and Large-Scale Patterns of Animal- and Plant-Species

Richness. The American naturalist 137: 27–49.

Currie, D. J., G. G. Mittelbach, H. V. Cornell, R. Field, J. F. Guégan, B. a. Hawkins, D.

M. Kaufman, J. T. Kerr, T. Oberdorff, E. O’Brien, & J. R. G. Turner, 2004. Predictions

and tests of climate-based hypotheses of broad-scale variation in taxonomic richness.

Ecology Letters 7: 1121–1134.

Das, M. K., M. Naskar, M. L. Mondal, P. K. Srivastava, S. Dey, & A. Rej, 2012.

Influence of ecological factors on the patterns of fish species richness in tropical Indian

rivers. Acta Ichthyologica et Piscatoria 42: 47–58.

Davies, P. M., S. E. Bunn, & S. K. Hamilton, 2008. Primary production in tropical

streams and rivers Tropical stream ecology. academic press limited: 23–42.

De Marco Junior, P., 2006. Um longo caminho até uma teoria unificada para a ecologia.

Oecologia Brasiliensis 10: 120–126.

Death, R. G., 1995. Spatial patterns in benthic invertebrate community structure:

products of habitat stability or are they habitat specific?. Freshwater Biology 33: 455–

467.

Death, R. G., & M. J. Winterbourn, 1994. Environmental Stability and Community

Persistence: A Multivariate Perspective. Journal of the North American Benthological

Society 13: 125–139.

Diniz-filho, J. A. F., T. F. L. V. B. Rangel, & L. M. Bini, 2008. Model selection and

information theory in geographical ecology. Global Ecology and Biogeography 17:

479–488.

Dittrich, J., J. D. Dias, C. C. Bonecker, F. A. Lansac-Tôha, & A. A. Padial, 2016.

Importance of temporal variability at different spatial scales for diversity of floodplain

aquatic communities. Freshwater Biology 61: 316–327.

Domisch, S., M. B. Araújo, N. Bonada, S. U. Pauls, S. C. Jähnig, & P. Haase, 2013.

Modelling distribution in European stream macroinvertebrates under future climates.

Global Change Biology 19: 752–762.

Dormann, C. F., J. M. McPherson, M. B. Araújo, R. Bivand, J. Bolliger, G. Carl, R. G.

Davies, A. Hirzel, W. Jetz, W. D. Kissling, I. Kühn, R. Ohlemüller, P. R. Peres-Neto, B.

Reineking, B. Schröder, F. M. Schurr, & R. Wilson, 2007. Methods to account for

Page 39: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

34

spatial autocorrelation in the analysis of species distributional data: a review. Ecography

30: 609–628.

Dubuis, A., J. Pottier, V. Rion, L. Pellissier, J.-P. Theurillat, & A. Guisan, 2011.

Predicting spatial patterns of plant species richness: a comparison of direct

macroecological and species stacking modelling approaches. Diversity and

Distributions 17: 1122–1131.

Dudgeon, D., 1993. The effects of spate-induced disturbance, predation and

environmental complexity on macroinvertebrates in a tropical stream. Freshwater

Biology 30: 189–197.

Dudgeon, D., 2000. the Ecology of Tropical Asian Rivers and Streams in Relation To

Biodiversity Conservation. Annual Review of Ecology and Systematics 31: 239–263.

Ellis, D., 1985. Taxonomic sufficiency in pollution assesment. Marine pollution bulletin

16: 459.

Erwin, S. O., & R. B. Jacobson, 2015. Influence of Channel Morphology and Flow

Regime on Larval Drift of Pallid Sturgeon in the Lower Missouri River. River Research

and Applications 31: 538–551.

Evans, K. L., S. E. Newson, D. Storch, J. J. D. Greenwood, & K. J. Gaston, 2008.

Spatial scale, abundance and the species-energy relationship in British birds. Journal of

Animal Ecology 77: 395–405.

Fegley, S., B. MacDonald, & T. Jacobsen, 1992. Short-term variation in the quantity

and quality of seston available to benthic suspension feeders. Estuarine, Coastal and

Shelf … 34: 393–412.

Fjeldsa˚, J., & J. C. Lovett, 1997. Biodiversity and environmental stability. Biodiversity

and Conservation 6: 315–323.

Freeman, M. C., C. M. Pringle, & C. R. Jackson, 2007. Hydrologic connectivity and the

contribution of stream headwaters to ecological integrity at regional scales. Journal of

the American Water Resources Association 43: 5–14.

Froehlich, C. G., & L. G. Oliveira, 1997. Ephemeroptera and Plecoptera nymphs from

riffles in low-order streams in southeastern Brazil. In Landolt, P., & M. Sartori (eds),

Ephemeroptera and Plecoptera: Biology-Ecology-Systematics. Fribourg: 180–185.

Galdean, N., M. Callisto, & F. a Barbosa, 2001. Biodiversity assessment of benthic

macroinvertebrates in altitudinal lotic ecosystems of Serra do Cipó (MG, Brazil).

Brazilian journal of biology = Revista brasleira de biologia 61: 239–248.

Gaston, K. J., 1996. Species-range-size distributions: Patterns, mechanisms and

implications. Trends in Ecology and Evolution 11: 197–201.

Gaston, K. J., 2000. Global patterns in biodiversity. Nature 405: 220–227.

Gaston, K. J., 2007. Latitudinal gradient in species richness. Current biology : CB 17:

R574.

Gaston, K. J., T. M. Blackburn, & J. I. Spicer, 1998. Rapoport’s rule: Time for an

epitaph?. Trends in Ecology and Evolution 13: 70–74.

Gonçalves, J. F., & M. Callisto, 2013. Organic-matter dynamics in the riparian zone of a

tropical headwater stream in Southern Brasil. Aquatic Botany 109: 8–13.

Page 40: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

35

Gotelli, N. J., M. J. Anderson, H. T. Arita, A. Chao, R. K. Colwell, S. R. Connolly, D. J.

Currie, R. R. Dunn, G. R. Graves, J. L. Green, J.-A. Grytnes, Y.-H. Jiang, W. Jetz, S.

Kathleen Lyons, C. M. McCain, A. E. Magurran, C. Rahbek, T. F. L. V. B. Rangel, J.

Soberón, C. O. Webb, & M. R. Willig, 2009. Patterns and causes of species richness: a

general simulation model for macroecology. Ecology Letters 12: 873–886.

Gotelli, N. J., & C. M. Taylor, 1999. Testing metapopulation models with stream-fish

assemblages. Evolutionary Ecology Research 1: 835–845.

Grönroos, M., J. Heino, T. Siqueira, V. L. Landeiro, J. Kotanen, & L. M. Bini, 2013.

Metacommunity structuring in stream networks: Roles of dispersal mode, distance type,

and regional environmental context. Ecology and Evolution 3: 4473–4487.

Grueber, C. E., S. Nakagawa, R. J. Laws, & I. G. Jamieson, 2011. Multimodel inference

in ecology and evolution: Challenges and solutions. Journal of Evolutionary Biology

24: 699–711.

Guégan, J.-F., S. Lek, & T. Oberdorff, 1998. Energy availability and habitat

heterogeneity predict global riverine fish diversity. Nature 391: 382–384.

Guisan, A., & C. Rahbek, 2011. SESAM - a new framework integrating

macroecological and species distribution models for predicting spatio-temporal patterns

of species assemblages. Journal of Biogeography 38: 1433–1444.

Guisan A., T. J. P., 2000. Equilibrium modeling of alpine plant distribution: how far can

we go?. Geology .

Hawkins, B. A., R. Field, H. V. Cornell, D. J. Currie, J.-F. Guégan, D. M. Kaufman, J.

T. Kerr, G. G. Mittelbach, T. Oberdorff, E. M. O’Brien, E. E. Porter, & J. R. G. Turner,

2003. Energy, Water, and Broad-Scale Geographic Patterns of Species Richness.

Ecology 84: 3105–3117.

Heino, J., 2011. A macroecological perspective of diversity patterns in the freshwater

realm. Freshwater Biology 56: 1703–1722.

Heino, J., M. Grönroos, J. Soininen, R. Virtanen, & T. Muotka, 2012. Context

dependency and metacommunity structuring in boreal headwater streams. Oikos 121:

537–544.

Heino, J., A. S. Melo, L. M. Bini, F. Altermatt, S. A. Al-Shami, D. G. Angeler, N.

Bonada, C. Brand, M. Callisto, K. Cottenie, O. Dangles, D. Dudgeon, A. Encalada, E.

G??the, M. Gr??nroos, N. Hamada, D. Jacobsen, V. L. Landeiro, R. Ligeiro, R. T.

Martins, M. L. Miserendino, C. S. Md Rawi, M. E. Rodrigues, F. de O. Roque, L.

Sandin, D. Schmera, L. F. Sgarbi, J. P. Simaika, T. Siqueira, R. M. Thompson, & C. R.

Townsend, 2015. A comparative analysis reveals weak relationships between ecological

factors and beta diversity of stream insect metacommunities at two spatial levels.

Ecology and Evolution 5: 1235–1248.

Hewlett, R., 2000. Implications of taxonomic resolution and sample habitat for stream

classification at a broad geographic scale. Journal of the North American Benthological

Society 19: 352–361.

Hijmans, R. J., & J. van Etten, 2012. raster: Geografic analysis and modeling with raster

data. .

Honkanen, M., J.-M. Roberge, A. Rajasärkkä, & M. Mönkkönen, 2010. Disentangling

the effects of area, energy and habitat heterogeneity on boreal forest bird species

Page 41: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

36

richness in protected areas. Global Ecology and Biogeography 19: 61–71.

Hubbell, S., 2001. The unified neutral theory of biodiversity and biogeography.

Princeton University Press.

Hurlbert, A. H., 2004. Species-energy relationships and habitat complexity in bird

communities. Ecology Letters 7: 714–720.

Hurlbert, A. H., & W. Jetz, 2010. More than ―more individuals‖: the nonequivalence of

area and energy in the scaling of species richness. The American naturalist 176: E50–

E65.

Hynes, H., 1976. Biology of Plecoptera. Annual Review of Entomology 21: 135–153.

Kadmon, R., & Y. Benjamini, 2006. Effects of Productivity and Disturbance on Species

Richness: A Neutral Model. The American Naturalist 167: 939–946.

Keil, P., I. Simova, B. a Hawkins, & I. R. E. N. a S. I. M. O. Va, 2008. Water-energy

and the geographical species richness pattern of European and North African

dragonflies (Odonata). Insect Conservation and Diversity 1 : 142–150.

Kerr, J. T., & L. Packer, 1997. Habitat heterogeneity as a determinant of mammal

species richness in high-energy regions. Nature. , 252–254.

Kreft, H., W. Jetz, J. Mutke, G. Kier, & W. Barthlott, 2007. Global diversity of island

floras from a macroecological perspective. Ecology Letters 0: 071202152425001 – ???

Lake, P. S., E. S. G. Schreiber, B. J. Milne, & R. G. Pearson, 1994. Species richness in

streams: patterns over time, with stream size and with latitude. Verhandlungen der

Interantionalen Vereinigung Limnologie 25: 1822–1826.

Latham, R. E., & R. E. Ricklefs, 1993. Global patterns of tree species richness in moist

forests: energydiversity theory does not account for variation in species richness. Oikos

67: 325–333.

Lecci, L. S., & C. G. Froehlich, 2007. Ordem Plecoptera Burmeister 1839 (Arthropoda:

Insecta). Guia on-line de identificação de larvas de insetos Aquáticos do Estado de São

Paulo. .

Lenat, D. R., & V. H. Resh, 2001. Taxonomy and stream ecology - The benefits of

genus- and species-level identifications. J. N. Am. Benthol. Soc. 20: 287–298.

Leopold, L. B., M. G. Wolman, & J. P. Miller, 1965. Fluvial processes in

geomorphology. Journal of Hydrology. Dover Publications, New York.

Loreau, M., 2000. Biodiversity and Ecosystem Functioning : Recent Theoretical

Advances. Oikos 91: 3–17.

Loreau, M., M. Loreau, S. Naeem, S. Naeem, P. Inchausti, P. Inchausti, J. Bengtsson, J.

Bengtsson, J. P. Grime, J. P. Grime, a Hector, a Hector, D. U. Hooper, D. U. Hooper,

M. a Huston, M. a Huston, D. Raffaelli, D. Raffaelli, B. Schmid, B. Schmid, D. Tilman,

D. Tilman, D. a Wardle, & D. a Wardle, 2001. Biodiversity and ecosystem functioning:

current knowledge and future challenges. Science (New York, N.Y.) 294: 804–808.

MacArthur, R. H., & E. O. Wilson, 1967. The theory of island biogeography. Princeton

University Press, Princeton.

Mackay, R., & G. Wiggins, 1979. Ecological diversity in Trichoptera. Annual Review

of Entomology 24: 185–208.

Page 42: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

37

Martínez-Sanz, C., S. M. Puente-García, E. R. Rebolledo, & P. Jiménez-Prado, 2014.

Macroinvertebrate richness importance in coastal tropical streams of esmeraldas

(Ecuador) and its use and implications in environmental management procedures.

International Journal of Ecology 2014.:

Melo, A. S., & C. G. Froehlich, 2001. Macroinivertebrates in neotropical streams:

richness patterns along a catchment and assemblage structure between 2 seazons.

Journal of the North American Benthological Society 20: 1–16.

Merritt, R., & K. Cummins, 1984. An introduction to the aquatic insects of North

America. Kendall/Hunt Publishing company.

Merritt, R., & K. Cummins, 1996. An introduction to the aquatic insects of North

America. Kendall/Hunt Publishing company.

Meyer, J. L., D. L. Strayer, J. B. Wallace, S. L. Eggert, G. S. Helfman, & N. E.

Leonard, 2007. The contribution of headwater streams to biodiversity in river networks.

Journal of the American Water Resources Association 43: 86–103.

Meza-S., A. M., J. Rubio-M., L. G-Dias, & J. M-Walteros, 2012. Calidad de Agua y

Composición de Macroinvertebrados Acuáticos en la Subcuenca Alta del Río

Chinchiná. Caldasia 34: 443–456.

Miserendino, M. L., & L. a. Pizzolon, 2004. Interactive effects of basin features and

land-use change on macroinvertebrate communities of headwater streams in the

Patagonian Andes. River Research and Applications 20: 967–983.

Mittelbach, G. G., D. W. Schemske, H. V. Cornell, A. P. Allen, J. M. Brown, M. B.

Bush, S. P. Harrison, A. H. Hurlbert, N. Knowlton, H. a. Lessios, C. M. McCain, A. R.

McCune, L. a. McDade, M. a. McPeek, T. J. Near, T. D. Price, R. E. Ricklefs, K. Roy,

D. F. Sax, D. Schluter, J. M. Sobel, & M. Turelli, 2007. Evolution and the latitudinal

diversity gradient: Speciation, extinction and biogeography. Ecology Letters 10: 315–

331.

Mittelbach, G. G., C. F. Steiner, S. M. Scheiner, K. L. Gross, H. L. Reynolds, R. B.

Waide, M. R. Willig, S. I. Dodson, & L. Gough, 2001. What is the observed

relationship between species richness and productivity?. Ecology 82: 2381–2396.

Molina, C. I., F.-M. Gibo, J. Pinto, & C. Rosales, 2008. Estructura de

Macroinvertebrados Acuáticos en un Río Altoandino de la Cordillera Real, Bolivia:

Variación Anual y Longitudinal en relación a Factores Ambientales. Ecología Aplicada

7: 105–116.

Monteles, J. S., 2012. Comunidade de insetos bentônicos em iguarapés do Nordeste

Paraense-Amazônia Oriental. Universidade Federal do Pará.

Moorman, M. C., C. B. Anderson, Á. G. Gutiérrez, R. Charlin, & R. Rozzi, 2006.

Watershed Conservation and Aquatic Benthic Macroinvertebrate Diversity in the

Alberto D’Agostini National Park , Tierra Del Fuego, Chile. Anales Instituto Patagonia

34: 41–58.

Moya, C., C. Valdovinos, A. Moraga, F. Romero, P. Debels, & A. Oyanedel, 2009.

Patrones de distribución espacial de ensambles de macroinvertebrados bentónicos de un

sistema fluvial Andino Patagónico. Revista Chilena de Historia Natural 82: 425–442.

Ndaruga, A. M., G. G. Ndiritu, N. N. Gichuki, & W. N. Wamicha, 2004. Impact of

water quality on macroinvertebrate assemblages along a tropical stream in Kenya.

Page 43: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

38

African Journal of Ecology 42: 208–216.

O’Brien, E. M., 1998. Water-energy dynamics , climate , and prediction of woody plant

species richness : an interim general model. Journal of Biogeography 25: 379–398.

O’Brien, E. M., 2006. Biological relativity to water-energy dynamics. Journal of

Biogeography 33: 1868–1888.

Oliveira, A., & M. Callisto, 2010. Benthic macroinvertebrates as bioindicators of water

quality in an Atlantic forest fragment. Iheringia. Série Zoologia 100: 291–300.

Oyanedel, A., C. Valdovinos, M. Azocar, C. Moya, G. Mancilla, P. Pedreros, & R.

Figueroa, 2008. Patrones De Distribucion Espacial De Los Macroinvertebrados

Bentonicos De La Cuenca Del Rio Aysen (Patagonia Chilena). Gayana (Concepción)

72: 241–257.

Paula, M. C., & a a Fonseca-Gessner, 2010. Macroinvertebrates in low-order streams in

two fragments of Atlantic Forest in different states of conservation, in the State of São

Paulo (Brazil). Brazilian journal of biology = Revista brasleira de biologia 70: 899–909.

Pianka, E. R., 1981. Competition and niche theory Theoretical Ecology. Kansas State

University, Kansas: 167–196.

Pik, A. J., I. Oliver, & A. J. Beattie, 1999. Taxonomic sufficiency in ecological studies

of terrestrial invertebrates. Austral Ecology 24: 555–562.

Pompeu, P., C. Alves, & M. Callisto, 2005. The effects of urbanization on biodiversity

and water quality in the Rio das Velhas basin, Brazil. American Fisheries Society …

11–22.

Rahbek, C., N. J. Gotelli, R. K. Colwell, G. L. Entsminger, T. F. L. V. . Rangel, & G. R.

Graves, 2007. Predicting continental-scale patterns of bird species richness with

spatially explicit models. Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences 274:

165–174.

Rahbek, C., & G. R. Graves, 2001. Multiscale assessment of patterns of avian species

richness. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of

America 98: 4534–4539.

Rangel, T. F., J. a F. Diniz-Filho, & L. M. Bini, 2010. SAM: A comprehensive

application for Spatial Analysis in Macroecology. Ecography 33: 46–50.

Reymundo, J. I. S., 2015. Distribución Espacio-Temporal de Ephemeroptera,

Plecoptera, Trichoptera y Coleoptera (Insecta) en Una Quebrada de Primer Orden,

Bosque Montano, Junín, Perú. Universidad Nacional Mayor de San Marcos.

Rice, S. P., R. I. Ferguson, & T. B. Hoey, 2006. Tributary control of physical

heterogeneity and biological diversity at river confluences. Canadian Journal of

Fisheries and Aquatic Sciences 63: 2553–2566.

Ricklefs, R. E., 1977. Environmental heterogeneity and plant species diversity: a

hypothesis. Am. Nat. 111: 376–381.

Ricklefs, R. E., 2004. A comprehensive framework for global patterns in biodiversity.

Ecology Letters 7: 1–15.

Rodríguez, M. Á., J. A. Belmontes, & B. a. Hawkins, 2005. Energy, water and large-

scale patterns of reptile and amphibian species richness in Europe. Acta Oecologica 28:

Page 44: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

39

65–70.

Rohde, K., 1992. Latitudinal gradients in species diversity: the search for the primary

cause. Oikos 65: 514–527.

Romero, R., & M. Ceneviva-Bastos, 2013a. Community structure of aquatic insects

(Ephemeroptera, Plecoptera, and Trichoptera) in Cerrado streams of Paraguay, Paraná,

and São Francisco river. Biota neotropical 13: 97–107.

Romero, R., & M. Ceneviva-Bastos, 2013b. Community structure of aquatic insects

(Ephemeroptera, Plecoptera, and Trichoptera) in Cerrado streams of Paraguay, Paraná,

and São Francisco river. Biota neotropical 13: 97–107.

Rosenzweig, M. L., 1995. Species Diversity in Space and Time. The Press Syndicate of

the University of Cambridge, Cambridge.

Rosindell, J., S. P. Hubbell, & R. S. Etienne, 2011. The unified neutral theory of

biodiversity and biogeography at age ten. Trends in ecology & evolution Elsevier Ltd

26: 340–348.

Sabetta, L., E. Barbone, A. Giardino, N. Galuppo, & A. Basset, 2007. Species–area

patterns of benthic macro-invertebrates in Italian lagoons. Hydrobiologia 577: 127–139.

Saito, V. S., 2013. Macroinvertebrados aquáticos em riachos de Cerrado : Abordagens

ecológicas teórica e aplicada. Universidade Federal de São Carlos.

Salles, F. F., R. Boldrini, J. Nascimento, K. Angeli, F. Massariol, & E. Raimundi, 2013.

Ephemeroptera do Brasil. http://ephemeroptera.com.br/lista/. .

Scheibler, E. E., & G. O. Debandi, 2008. Spatial and temporal patterns in the aquatic

insect community of a high altitude Andean stream (Mendoza, Argentina). Aquatic

Insects 30: 145–161.

Shah, D. N., S. Domisch, S. U. Pauls, P. Haase, & S. C. Jähnig, 2014. Current and

future latitudinal gradients in stream macroinvertebrate richness across North America.

Freshwater Science 33: 1136–1147.

Sharma, S., P. Legendre, M. de Cáceres, & D. Boisclair, 2011. The role of

environmental and spatial processes in structuring native and non-native fish

communities across thousands of lakes. Ecography 34: 762–771.

Shimano, Y., H. S. R. Cabette, F. F. Salles, & L. Juen, 2010. Composição e distribuição

da fauna de Ephemeroptera (Insecta) em área de transição Cerrado-Amazônia, Brasil.

Iheringia. Série Zoologia 100: 301–308.

Simberloff, D. S., 1974. Equilibrium Theory of Island Biogeography and Ecology.

Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics 5: 161–182.

Srivastava, D. S., & J. H. Lawton, 1998. Why More Productive Sites Have More

Species: An Experimental Test of Theory Using Tree‐Hole Communities. The

American Naturalist 152: 510–529.

Stevens, G. C., 1989. The Latitudinal Gradient in Geographical Range: How so Many

Species Coexist in the Tropics. The American naturalist 133: 240–256.

Storch, D., K. L. Evans, & K. J. Gaston, 2005. The species-area-energy relationship.

Ecology Letters 8: 487–492.

Storch, D., a L. Sizling, & K. J. Gaston, 2007. Scaling species richness and

Page 45: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

40

distribution: uniting the species-area and species-energy relationships In Storch, D., P.

A. Marquet, & J. H. Brown (eds), Scaling Biodiversity. Cambridge University Press,

Cambridge: 300–322.

Stout, J., & J. Vandermeer, 1975. Comparison of Species Richness for Stream-

Inhabiting Insects in Tropical and Mid-Latitude Streams. The American Naturalist 109:

263–280.

Taylor, F., 1981. Ecology and Evolution of Physiological Time in Insects. The

American Naturalist 117: 1–23.

Team, R. C., 2015. R: A language and environment for statistical computing. Viena,

Austria.

Tilman, D., 1999. The ecological consequences of changes in biodiversity: A search for

general principles. Ecology. : 1455–1474.

Tilman, D., P. B. Reich, J. Knops, D. Wedin, T. Mielke, & C. Lehman, 2001. Diversity

and productivity in a long-term grassland experiment. Science (New York, N.Y.) 294:

843–845.

Turner, J. R. G., C. M. Gatehouse, & C. a Corey, 1987. Does solar energy control

organic diversity? Butterflies, moths and the british climate. Oikos 48: 195–205.

Ulrich, W., 2004. Species co-occurrences and neutral models: reassessing J. M.

Diamond ’ s assembly rules. Oikos 107: 603–609.

Vannote, R., 1980. The river continuum concept. Canadian journal of Fisheries and

Aquatic Sciences 37: 130–137.

Vinson, M. R., & C. P. Hawkins, 2003. Broad-scale geographical patterns in local

stream insect genera richness. Ecography 26: 751–767.

Von Ellenrieder, N., 2007. Composition and structure of aquatic insect assemblages of

Yungas mountain cloud forest streams in NW Argentina. Revista de la Sociedad

Entomológica Argentina 66: 57–76.

Waide, R. B., M. R. Willig, C. F. Steiner, G. Mittelbach, L. Gough, S. I. Dodson, G. P.

Juday, & R. Parmenter, 1999. the Relationship Between Productivity and Species

Richness. Annual Review of Ecology and Systematics 30: 257–300.

Ward, J. V., & K. Tockner, 2001. Biodiversity: towards a unifying theme for river

ecology. Freshwater Biology 46: 807–819.

Ward, J. V, & J. Stanford, 1982. Thermal responses in the evolutionary ecology of

aquatic insects. Annual Review of Entomology 27: 97–117 VN – readcube.com.

Whittaker, R. J., D. Nogués-Bravo, & M. B. Araújo, 2007. Geographical gradients of

species richness: A test of the water-energy conjecture of Hawkins et al. (2003) using

European data for five taxa. Global Ecology and Biogeography 16: 76–89.

Wiens, J. J., & M. J. Donoghue, 2004. Historical biogeography, ecology and species

richness. Trends in Ecology and Evolution 19: 639–644.

Willig, M. R., D. M. Kaufman, & R. D. Stevens, 2003. Latitudinal Gradients of

Biodiversity: Pattern, Process, Scale, and Synthesis. Annual Review of Ecology,

Evolution, and Systematics 34: 273–309.

Willig, M. R., & S. K. Lyons, 1998. An analytical model of latitudinal gradients of

Page 46: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

41

species richness with an empirical test for marsupials and bats in the New World. 81:

93–98.

Wipfli, M. S., J. S. Richardson, & R. J. Naiman, 2007. Ecological Linkages Between

Headwaters and Downstream Ecosystems: Transport of Organic Matter, Invertebrates,

and Wood Down Headwater Channels1. JAWRA Journal of the American Water

Resources Association 43: 72–85.

Wright, D. H., 1983. Species-energy theory: an extension of species-area theory. Oikos

41: 496–506.

Page 47: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

42

MATERIAL SUPLEMENTAR

Tabela S1: Referências bibliográficas, localização geográfica e riqueza total de EPT (Ephemeroptera,

Plecoptera, Trichoptera) por riacho.

Referência Latitude Longitude Riqueza Total

(Bagatini et al., 2012) -23.5325 -51.77027778 10

(Bagatini et al., 2012) -23.535833 -51.78527778 11

(Bagatini et al., 2012) -23.533889 -51.79361111 8

(Bertaso et al., 2015) -27.270556 -54.01888889 26

(Bertaso et al., 2015) -27.215 -53.92805556 27

(Bertaso et al., 2015) -27.186667 -53.94222222 19

(Brasil et al., 2014a) -14.751111 -52.55305556 24

(Brasil et al., 2014a) -14.751111 -52.55305556 21

(Brasil et al., 2014a) -14.805278 -52.55277778 17

(Brasil, 2015) -15.838611 -52.24638889 13

(Brasil, 2015) -15.853056 -52.13555556 19

(Brasil, 2015) -15.856667 -52.20666667 21

(Ceneviva-Bastos et al., 2012) -20.51 -50.22861111 13

(Ceneviva-Bastos et al., 2012) -20.506111 -50.27777778 12

(Cortezzi et al., 2009) -22.589444 -50.41222222 9

(Cortezzi et al., 2009) -22.604444 -50.42888889 7

(Cortezzi et al., 2009) -22.607222 -50.43111111 6

(Cortezzi et al., 2009) -22.616944 -50.41 7

(Cortezzi et al., 2009) -22.613889 -50.41638889 7

(Crisci-Bispo et al., 2007) -24.2 -48.05 32

(Von Ellenrieder, 2007) -22.833333 -65.26666667 8

(Von Ellenrieder, 2007) -22.833333 -65.28333333 13

(Von Ellenrieder, 2007) -22.816667 -65.26666667 7

(Von Ellenrieder, 2007) -22.8 -65.26666667 7

(Von Ellenrieder, 2007) -22.766667 -65.26666667 6

(Von Ellenrieder, 2007) -22.7 -65.26666667 2

(Von Ellenrieder, 2007) -22.716667 -65.23333333 10

(Von Ellenrieder, 2007) -22.7 -65.25 13

(Von Ellenrieder, 2007) -22.583333 -65.2 11

(Von Ellenrieder, 2007) -22.55 -65.2 10

(Von Ellenrieder, 2007) -24.183333 -64.88333333 8

(Von Ellenrieder, 2007) -24.133333 -65.48333333 9

(Von Ellenrieder, 2007) -25.2 -65.86666667 9

(Von Ellenrieder, 2007) -25.216667 -65.1 8

(Von Ellenrieder, 2007) -25.216667 -65.11666667 8

(Galdean et al., 2001) -20.163772 -42.505457 14

(Galdean et al., 2001) -20.00906 -42.862652 15

(Galdean et al., 2001) -20.125339 -42.710385 10

(Galdean et al., 2001) -19.905251 -43.274787 18

Page 48: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

43

Continuação – Tabela S1

Referência Latitude Longitude Riqueza Total

(Galdean et al., 2001) -19.86538 -42.972115 17

(Galdean et al., 2001) -18.991367 -43.88633 20

(Martínez-Sanz et al., 2014) 0.903986 -79.569624 9

(Martínez-Sanz et al., 2014) 0.900131 -79.564522 11

(Martínez-Sanz et al., 2014) 0.787734 -79.697308 13

(Martínez-Sanz et al., 2014) 0.743451 -80.055834 11

(Martínez-Sanz et al., 2014) 0.746099 -80.082271 10

(Martínez-Sanz et al., 2014) 0.716599 -80.082349 9

(Martínez-Sanz et al., 2014) 0.697852 -80.019881 10

(Melo & Froehlich, 2001) -24.351487 -48.286098 40

(Melo & Froehlich, 2001) -24.372065 -48.347277 43

(Melo & Froehlich, 2001) -24.305385 -48.327739 26

(Melo & Froehlich, 2001) -24.354837 -48.286702 45

(Melo & Froehlich, 2001) -24.346446 -48.323831 33

(Melo & Froehlich, 2001) -24.365264 -48.307011 42

(Melo & Froehlich, 2001) -24.357264 -48.294442 43

(Melo & Froehlich, 2001) -24.346977 -48.327465 39

(Melo & Froehlich, 2001) -24.387918 -48.352222 41

(Melo & Froehlich, 2001) -24.45241 -48.412709 34

(Meza-S. et al., 2012) 5.28555556 -75.5225 15

(Miserendino & Pizzolon, 2004) -43.184167 -71.60777778 21

(Miserendino & Pizzolon, 2004) -43.191667 -71.57305556 24

(Molina et al., 2008) -16.478056 -67.89055556 5

(Molina et al., 2008) -17.0225 -67.90194444 5

(Molina et al., 2008) -17.024444 -67.90916667 5

(Monteles, 2012) -47.648593 -1.001598 6

(Monteles, 2012) -47.608537 -1.054376 5

(Monteles, 2012) -47.639839 -1.024344 10

(Monteles, 2012) -47.592629 -0.966938 8

(Monteles, 2012) -47.59873 -1.029819 8

(Monteles, 2012) -47.608397 -1.014573 5

(Monteles, 2012) -47.790235 -1.080604 15

(Monteles, 2012) -47.622497 -1.040066 10

(Monteles, 2012) -47.804781 -1.092202 14

(Monteles, 2012) -47.408304 -2.066478 10

(Monteles, 2012) -47.400056 -2.06649 11

(Monteles, 2012) -47.402439 -2.049963 4

(Monteles, 2012) -47.430789 -2.058688 5

(Monteles, 2012) -47.413033 -2.06902 8

(Monteles, 2012) -47.33163 -2.19935 15

(Monteles, 2012) -47.294714 -2.210038 14

(Moorman et al., 2006) -54.62674 -69.32671 4

(Moorman et al., 2006) -54.40904 -69.62829 1

(Moorman et al., 2006) -54.47931 -69.87324 7

Page 49: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

44

Continuação – Tabela S1

Referência Latitude Longitude Riqueza Total

(Moorman et al., 2006) -54.49965 -69.84719 5

(Moorman et al., 2006) -54.54993 -70.30931 1

(Moorman et al., 2006) -54.46194 -70.36231 5

(Moorman et al., 2006) -54.73744 -70.28488 5

(Moorman et al., 2006) -54.82303 -70.31788 6

(Moorman et al., 2006) -54.84511 -70.46323 4

(Moorman et al., 2006) -54.79631 -69.60713 5

(Moorman et al., 2006) -54.77334 -69.59232 4

(Moya et al., 2009) -17.126389 -64.98055556 11

(Moya et al., 2009) -16.997222 -65.175 7

(Moya et al., 2009) -17.029167 -65.29861111 7

(Moya et al., 2009) -17.244444 -64.38555556 9

(Moya et al., 2009) -17.225278 -64.47777778 3

(Moya et al., 2009) -17.081944 -65.21805556 12

(Moya et al., 2009) -17.016111 -65.30972222 4

(Moya et al., 2009) -16.818889 -65.57777778 2

(Moya et al., 2009) -17.015 -65.21777778 10

(Moya et al., 2009) -16.855 -65.38583333 18

(Moya et al., 2009) -16.7375 -65.65361111 6

(Moya et al., 2009) -16.848889 -65.49611111 3

(Moya et al., 2009) -17.173611 -64.86805556 2

(Moya et al., 2009) -16.988889 -65.3375 2

(Oliveira & Callisto, 2010) -20.004444 -43.87305556 15

(Oliveira & Callisto, 2010) -20.001667 -43.87388889 17

(Oliveira & Callisto, 2010) -20.003056 -43.875 16

(Oliveira & Callisto, 2010) -20.001944 -43.87777778 23

(Oyanedel et al., 2008) -45.752778 -72.16194444 10

(Oyanedel et al., 2008) -45.526944 -72.64833333 12

(Oyanedel et al., 2008) -45.525278 -72.68305556 16

(Oyanedel et al., 2008) -45.596389 -72.74305556 5

(Oyanedel et al., 2008) -45.393333 -72.69722222 18

(Oyanedel et al., 2008) -45.908333 -71.72638889 8

(Oyanedel et al., 2008) -45.717778 -72.05138889 10

(Oyanedel et al., 2008) -45.769167 -72.61611111 3

(Oyanedel et al., 2008) -45.835833 -71.92777778 9

(Paula & Fonseca-Gessner, 2010) -21.961667 -47.84111111 17

(Paula & Fonseca-Gessner, 2010) -21.958611 -47.84944444 5

(Reymundo, 2015) -11.097254 -75.437437 23

(Romero & Ceneviva-Bastos, 2013b) -20.758611 -56.75166667 22

(Romero & Ceneviva-Bastos, 2013b) -20.685 -56.77777778 19

(Romero & Ceneviva-Bastos, 2013b) -20.103611 -56.63333333 16

(Romero & Ceneviva-Bastos, 2013b) -18.296944 -52.97583333 7

(Romero & Ceneviva-Bastos, 2013b) -18.1325 -53.00916667 1

(Romero & Ceneviva-Bastos, 2013b) -19.086389 -51.885 14

Page 50: Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências ...repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/5772/5/Dissertação... · INTRODUÇÃO ... revista Hydrobiologia. 2 RESUMO A distribuição

45

Continuação – Tabela S1

Referência Latitude Longitude Riqueza Total

(Romero & Ceneviva-Bastos, 2013b) -20.312778 -46.52944444 13

(Romero & Ceneviva-Bastos, 2013b) -20.324167 -46.5375 15

(Romero & Ceneviva-Bastos, 2013b) -20.340278 -46.46555556 18

(Saito, 2013) -21.583896 -47.765006 6

(Saito, 2013) -21.581458 -47.792062 15

(Saito, 2013) -22.192501 -47.897231 13

(Saito, 2013) -22.215833 -47.908611 7

(Saito, 2013) -22.225 -47.9 15

(Saito, 2013) -21.975833 -47.870278 11

(Saito, 2013) -21.649444 -47.640278 10

(Scheibler & Debandi, 2008) -32.45 -69.43333333 4

(Scheibler & Debandi, 2008) -32.82405 -69.95398333 4

(Scheibler & Debandi, 2008) -32.8221 -69.91938333 4

(Scheibler & Debandi, 2008) -32.8789 -69.76756667 4

(Scheibler & Debandi, 2008) -32.8502 -69.75636667 3

(Scheibler & Debandi, 2008) -32.620167 -69.43171667 7

(Scheibler & Debandi, 2008) -32.68685 -69.3584 7

(Scheibler & Debandi, 2008) -32.915133 -69.23751667 5

(Scheibler & Debandi, 2008) -32.955583 -69.18066667 5

(Scheibler & Debandi, 2008) -33.04435 -69.00265 5

(Scheibler & Debandi, 2008) -33.019083 -69.11363333 3

(Shimano et al., 2010) -12.075951 -52.387831 23

(Shimano et al., 2010) -12.073472 -52.466585 19

(Shimano et al., 2010) -11.54297 -52.521352 6

(Shimano et al., 2010) -11.606666 -52.553784 10

(Shimano et al., 2010) -12.134457 -52.428541 17

(Shimano et al., 2010) -11.943485 -52.496489 6

(Shimano et al., 2010) -11.959488 -52.548085 16

(Stout & Vandermeer, 1975) 8.8 -73 35

(Stout & Vandermeer, 1975) 8.68333333 -73.5 25

(Stout & Vandermeer, 1975) 10.45 -74 23

(Stout & Vandermeer, 1975) 10.45 -75.16666667 18

(Stout & Vandermeer, 1975) 10.45 -74 33

(Stout & Vandermeer, 1975) 8.68333333 -73.5 22

(Stout & Vandermeer, 1975) 6.08333333 -75.5 23