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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Giselle Gomide Britto Coimbra EFICÁCIA DA MOBILIZAÇÃO ARTICULAR NO TRATAMENTO DA OSTEOARTRITE DE JOELHO EM IDOSOS: revisão da literatura Belo Horizonte 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Giselle Gomide Britto Coimbra

EFICÁCIA DA MOBILIZAÇÃO ARTICULAR NO TRATAMENTO DA

OSTEOARTRITE DE JOELHO EM IDOSOS: revisão da literatura

Belo Horizonte

2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Giselle Gomide Britto Coimbra

EFICÁCIA DA MOBILIZAÇÃO ARTICULAR NO TRATAMENTO DA

OSTEOARTRITE DE JOELHO EM IDOSOS: revisão da literatura

Belo Horizonte

2019

Trabalho de conclusão apresentado ao curso de Especialização em Fisioterapia da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Fisioterapia Geriátrica. Orientador(a): Profa. Maria Emília de Abreu Chaves

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C652e

2019

Coimbra, Giselle Gomide Britto

Eficácia da mobilização articular no tratamento da osteoartrite de joelho em

idosos: revisão da literatura. [manuscrito] / Giselle Gomide Britto Coimbra – 2019.

27 f., enc.: il.

Orientadora: Maria Emília de Abreu Chaves

Monografia (especialização) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de

Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.

Bibliografia: f. 25-27

1. Idosos. 2. Osteoartrite. 3. Joelhos. I. Chaves, Maria Emília de Abreu. II.

Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e

Terapia Ocupacional. III. Título.

CDU: 154.943 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Danilo Francisco de Souza Lage, CRB 6: n° 3132, da

Biblioteca da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG.

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AGRADECIMENTOS

À Profa. Maria Emília de Abreu Chaves, minha orientadora, pela paciência, apoio e

ensinamentos ao longo da elaboração deste trabalho.

Aos professores e colegas da Especialização da UFMG, pelos meses de

aprendizado e experiências compartilhadas.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Fluxograma de inclusão e exclusão dos estudos......................................14

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Síntese dos estudos incluídos.................................................................15

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADM Amplitude de movimento

AVD Atividade de vida diária

EVA Escala visual analógica

EVN

ISOA

Escala visual numérica

Osteoarthritis Severity Index

KOOS

OA

Subscale of Knee Injury and Osteoarthritis

Osteoartrite

TUG Timed up and go

WOMAC Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index

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RESUMO

Introdução: Osteoartrite é uma doença articular crônico-degenerativa, predominante

na população idosa, sendo a articulação do joelho uma das mais acometidas. O

tratamento da osteoartrite de joelho pode ser conversador ou cirúrgico. Dentre o

tratamento conservador, destaca-se a mobilização articular. Objetivo: Avaliar a

eficácia da mobilização articular no tratamento da osteoartrite de joelho em idosos,

por meio de uma revisão da literatura. Metodologia: A busca foi realizada nas bases

de dados Scielo, PEDro, LILACS, MEDLINE e BIREME no período de 2013 a 2019,

nos idiomas inglês e português. Resultados: Foram selecionados 23 estudos,

sendo 9 incluídos. A idade dos indivíduos variou de 35 a 92 anos, com predomínio

de idosos, sendo a maioria mulheres. Em 7 estudos, a mobilização articular foi

analisada associada a outro tipo de tratamento conservador e em 2 estudos foi

avaliada de forma isolada. Os efeitos mais significativos foram observados nos

estudos que utilizaram a mobilização articular ligada a outra intervenção. Os efeitos

proporcionados pelo tratamento foram melhora da capacidade funcional, analgesia,

ganho de amplitude de movimento, aumento da velocidade de marcha e menor

custo com assistência médica. Conclusão: A técnica de mobilização articular

associada a outros tipos de tratamento conservador é eficaz na melhora do quadro

clínico da osteoartrite de joelho em idosos.

Palavras-chave: Idosos. Osteoartrite. Joelho. Mobilização articular. Tratamento.

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ABSTRACT

Introduction: Osteoarthritis is a chronic-degenerative joint disease, predominant in

the elderly population, with the knee joint being one of the most affected. The

treatment of knee osteoarthritis may be conservative or surgical. Joint mobilization

stands out among the conservative treatment. Objective: To evaluate the

effectiveness of joint mobilization in the treatment of knee osteoarthritis in the elderly,

through a review of the literature. Methodology: The search was performed in

Scielo, PEDro, LILACS, MEDLINE and BIREME databases from 2013 to 2019, in

English and Portuguese language. Results: Twenty three studies were selected, of

which 9 studies were included. The individuals' age ranged from 35 to 92 years, with

the predominance of the elderly, most of them women. In 7 studies, joint mobilization

was analyzed in association with another type of conservative treatment and in 2

studies it was assessed in isolation. The most significant effects were observed in the

studies that used the joint mobilization associated with another intervention. The

effects provided by the treatment were improvement of functional capacity, reduced

pain, increased range of motion and gait speed, lower cost with medical assistance.

Conclusion: The technique of joint mobilization associated with other types of

conservative treatment is effective for knee osteoarthritis clinical improvement in the

elderly.

Keywords: Elderly. Osteoarthritis. Knee. Joint mobilization. Treatment.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 2 METODOLOGIA ................................................................................................... 13 2.1 Design .................................................................................................................13 2.2 Procedimentos ....................................................................................................13 2.3 Critérios de inclusão e exclusão .........................................................................13 2.4 Extração e análise dos dados..............................................................................13 3 RESULTADOS ......................................................................................................14 4 DISCUSSÃO ........................................................................................................ 20 5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 24 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 25

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1 INTRODUÇÃO

A osteoartrite (OA) é considerada uma doença comum, sendo estimada

como a quarta principal causa de incapacidade do mundo (AHMAD; DAUD, 2016). A

maior prevalência ocorre em indivíduos idosos acima de 65 anos, sendo mais

frequente nas mulheres em relação aos homens (LESPASIO et al., 2017). O

principal fator contribuinte para o aumento da incidência a partir desta idade nas

mulheres está relacionado à deficiência de estrógeno após a menopausa (NARANG;

GANVIR, 2014).

A OA é caracterizada como uma doença articular crônico-degenerativa,

gerando um desgaste progressivo da cartilagem, na qual suas consequências

trazem um grande impacto socioeconômico (SANTOS et al., 2015). As articulações

mais acometidas são joelho, quadril, coluna cervical e lombar, interfalangeana distal

e proximal, 1ª carpometacárpica e 1ª metatarso-falangeana. A articulação do joelho

apresenta maior taxa de prevalência comparada às outras articulações, em torno de

33,6% (DUARTE et al., 2013; LESPASIO et al., 2017).

Apesar de ser considerada uma doença de caráter multifatorial, existem

alguns aspectos que podem contribuir para a sua evolução, como idade, sexo,

alterações biomecânicas, obesidade, estilo de vida, genética e hereditariedade

(KIRAN et al., 2018).

A classificação da osteoartrite relaciona-se com fatores predisponentes,

sendo primária ou secundária. A primária é o tipo mais comum, não apresenta

etiologia identificável ou causa específica. Já a secundária apresenta um fator que

predisponha ao seu surgimento. As causas mais comuns da OA secundária são as

condições metabólicas, alterações biomecânicas e eventos traumáticos (PAL et al.

2016).

Embora existam muitos indivíduos assintomáticos até os 65 anos, os

sintomas da osteoartrite de joelho podem variar de acordo com o fator causal. Os

principais sintomas consistem em dor, rigidez matinal, crepitação óssea, edema

articular, deformidades articulares, instabilidade articular, fraqueza muscular,

restrições de movimentos e limitações funcionais (GARRIDO; SAMPAIO;

FERREIRA, 2011; BIJLSMA; BERENBAUM; LAFEBER, 2011). Os aspectos

radiológicos comumente encontrados compreendem formações de osteófitos,

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diminuição do espaço articular, esclerose do osso subcondral, e em casos

avançados, formação de cistos subcondrais (MASCARIN et al., 2012).

O diagnóstico da OA de joelho pode ser atribuído apenas com achados

clínicos ou pela combinação de critérios clínicos e radiológicos. De acordo com as

diretrizes do The European League Against Rheumatism para fechar o diagnóstico

da osteoartrite, recomenda-se encontrar três sintomas como dor persistente, rigidez

matinal e limitações funcionais, além de três sinais clínicos como crepitação,

restrição de amplitude de movimento (ADM) e deformidades articulares (PEREIRA;

RAMOS; BRANCO, 2015; LESPASIO et al., 2017).

A maioria dos idosos portadores de OA de joelho possui grandes

alterações em suas atividades de vida diária (AVD´s). As principais dificuldades

enfrentadas são as limitações funcionais, tornando-os dependentes em suas AVD‘s

a longo prazo. Algumas dessas limitações consistem em dificuldade de subir e

descer escadas, sentar e levantar, agachar e andar por longas distâncias. Tais

limitações decorrem do quadro da osteoartrite como diminuição da ADM de flexão e

extensão de joelho, rigidez articular e fraqueza muscular. Com isso, esta doença

vem se tornando uma causa muito comum de incapacidade e configura um grande

problema social, pois proporciona maior risco de institucionalização e altos custos

para os serviços de saúde (KIRAN et al., 2018).

O tratamento da OA de joelho envolve uma abordagem conservadora ou

cirúrgica. O tratamento conservador deve ser realizado de acordo com a

individualidade de cada paciente. Quando este não promove uma melhora

significativa e eficaz, o tratamento cirúrgico é considerado. Os tipos de cirurgia

indicados são: artroscopia, reparo de cartilagem, osteotomia e artroplastia parcial ou

total do joelho (MANEN; NACE; MONT, 2012; LESPASIO et al., 2017).

A abordagem conservadora consiste no uso de medicamentos, prescrição

de órteses e palmilhas, perda de peso, eletroestimulação, injeções intra-articulares,

exercícios aeróbicos, alongamento, fortalecimento muscular, aplicação de recursos

físicos e terapia manual (FRENCH et al., 2011; ALTINBILEK et al., 2018; RAO et al.,

2018). Esta última é considerada parte importante do programa de reabilitação, pois

promove alívio de dor, melhora da mobilidade e funcionalidade (SIT et al., 2018).

Dentre a terapia manual, destaca-se a mobilização articular (SALAMH et al., 2016).

A mobilização articular é uma técnica que consiste em movimentos

passivos oscilatórios de pequena amplitude, que visam à restauração das

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disfunções de movimentos artrocinemáticos. Os efeitos terapêuticos da mobilização

articular compreendem melhora da congruência articular, diminuição do atrito

mecânico na articulação, diminuição da dor e restauração da função biomecânica

(XU et al., 2017; RAO et al., 2018).

A literatura evidencia o uso da mobilização articular no tratamento da OA

de joelho, sendo considerada uma técnica bastante utilizada pelos fisioterapeutas,

com menor custo e maior efetividade ao tratamento (BOVE et al., 2018; KIRAN et

al., 2018). Entretanto, estudos diretamente relacionados aos efeitos da mobilização

articular no tratamento da osteoartrite de joelho em idosos são raros na literatura

(ABBOTT et al., 2015; ANWER et al., 2018).

Por esse motivo, são necessárias novas pesquisas para avaliar a terapia

manual no tratamento dessa condição clínica em idosos a fim de proporcionar maior

confiabilidade da técnica. Considerando o contexto apresentado, o objetivo deste

trabalho foi avaliar a eficácia da mobilização articular no tratamento da osteoartrite

de joelho em idosos, por meio de uma revisão da literatura.

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2 METODOLOGIA

2.1 Design

O trabalho consiste em uma revisão narrativa da literatura.

2.2 Procedimentos

A busca foi realizada nas bases de dados Scielo, PEDro, LILACS,

MEDLINE e BIREME. Esta busca restringiu-se a estudos publicados no período de

2013 a 2019, nos idiomas inglês e português.

Foram utilizados os seguintes descritores em saúde (DeCs) cadastrados

na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS): osteoartrite, joelho, mobilização articular,

idosos, tratamento e suas respectivas traduções em inglês.

2.3 Critérios de inclusão e exclusão

Os critérios de inclusão utilizados foram: estudos experimentais que

abordassem a osteoartrite de joelho em idosos e que utilizassem a mobilização

articular como tratamento. Como critérios de exclusão foram considerados os

estudos contendo idosos com outras doenças ortopédicas; que abrangessem a

osteoartrite em outras articulações.

2.4 Extração e análise dos dados

O desenho do estudo, as características dos indivíduos e os tipos de

tratamento conservador da osteoartrite de joelho foram extraídos dos estudos

incluídos. Estes dados estão apresentados de forma descritiva.

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3 RESULTADOS

Um total de 949 estudos foram encontrados nas bases de dados Scielo,

PEDro, LILACS, MEDLINE e BIREME. Dos 23 estudos selecionados, 9 artigos foram

incluídos, de acordo com a abordagem temática da pesquisa (Figura 1).

Figura 1. Fluxograma de inclusão e exclusão dos estudos

Os estudos incluídos apresentam população predominantemente idosa

com diagnóstico de OA de joelho em sua amostra, abordam a mobilização articular e

outros tipos de tratamento conservador. Estes estudos são descritos

detalhadamente na Tabela 1.

Banco de dados pesquisado até abril de 2019: MEDLINE (n=329) LILACS (n=283) PEDro (n=163) Scielo (n=104) Bireme (n=70) TOTAL= 949

Estudos potencialmente elegíveis após avaliação do título e resumo

(n=23)

Estudos incluídos (n=5)

Leitura do título - excluídos (n=914)

Estudos excluídos após a leitura do texto completo (n=17)

Revisão de literatura

Revisão sistemática

Leitura dos resumos - excluídos (n=12)

Estudos incluídos através da busca manual (n=4)

Total de estudos incluídos (n=9)

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Tabela 1. Síntese dos estudos incluídos.

Estudo / Design

1. Abbott, J. H. et al.

(2013)

Ensaio clínico randomizado

2. Abbott, J. H.

et al. (2015)

Ensaio clínico randomizado

Amostra

n=206 G1=51 G2=54 G3=51 G4=50

Idade: 37 a 92 anos

Sexo: 92M/ 114F

n=75 G1=19 G2=19 G3=18 G4=19

Idade: >40 anos

Sexo: 29M/ 46F

Objetivo

Avaliar a relação custo-efetividade da

terapia manual, exercícios e a combinação

dessas terapias em pacientes com OA do

quadril e joelho

Investigar os efeitos da

mobilização articular

combinada com exercício para a melhora de dor e capacidade funcional em

pacientes com OA de joelho

Intervenção

G1 – cuidados habituais; G2 cuidados habituais + terapia manual; G3 - exercícios de fisioterapia; G4 - Terapia

combinada (terapia manual + exercício).

Tratamento: 3

sessões/semana – 365 dias

G1 – exercícios (aquecimento / aeróbico, fortalecimento muscular, alongamento muscular e

exercícios de controle neuromuscular)

sem intervalos; G2 - exercícios

intervalados; G3 exercícios+

mobilização articular sem intervalos; G4 exercícios

+ mobilização articular com Intervalos

Tratamento: 12 sessões com

intervalos de 3 meses – 365 dias.

Instrumentos de avaliação

- Índice WOMAC

- Teste de

caminhada de 40m

- Índice WOMAC

- Escala Visual

Numérica (EVN)

Resultados G2 teve melhoras significativas na capacidade

funcional e na velocidade da marcha em relação aos demais grupos. Não foram observados

efeitos positivos no índice WOMAC e no teste de caminhada no G4 comparado aos demais

grupos.

Os resultados mostraram que o G2 e G3 apresentaram melhora da capacidade funcional

e diminuição da dor em relação ao G1 e G4.

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3. Ahmad, A.;

Daud, M.

(2016)

Estudo comparativo randomizado

4. Bove, A. et al.

(2018)

Ensaio clínico randomizado

5.Crossley, K. M. et al. (2015)

Ensaio clínico randomizado

n= 50 G1=25 G2=25

Idade: 35 a 65 anos

Sexo: não informado

n=270 G1=66 G2=59 G3=69 G4=64

Idade: > 40 anos

Sexo: não informado

n=92 G1= 44 G2=48

Idade: > 40 aos

Sexo: não informado

Avaliar a eficácia da mobilização

articular em OA do joelho

Comparar o custo-

efetividade de 4 diferentes

combinações de exercício em

indivíduos com OA de joelho

por um período de 2 anos

Avaliar a eficácia de um

programa direcionado

para pacientes com OA da articulação

patelofemoral em conjunto

com exercícios, educação,

terapia manual e taping

G1 - mobilização articular; G2 -fisioterapia convencional.

Tratamento: 2x/semana – 56

dias

G1 - exercício; G2 - exercício + fortalecimento; G3 -

exercício + terapia manual; G4 - exercício + terapia manual + fortalecimento.

Tratamento: 12 sessões – 63

dias

G1 – fortalecimento muscular + educação + terapia manual + taping; G2 - manual de exercícios

orientados por um fisioterapeuta para serem

realizados em casa.

Tratamento: 2x /semana – 28 dias

- Escala Visual Analógica (EVA)

- Teste ISOA

- Índice WOMAC

- Questionário de

Custo e Consequências da

OA

- Escala Visual Analógica (EVA)

- Questionário

KOOS

G1 apresentou diminuição da dor e melhora da capacidade funcional em relação ao G2.

Foi observado o menor custo com assistência médica para o G4. Todos os grupos

apresentaram melhora da capacidade funcional.

G1 apresentou redução significativa da dor

comparado ao G2. No entanto, não ocorreram diferenças significativas entre os grupos na

capacidade funcional.

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6. Dwyer, L. et al.

(2015)

Estudo piloto randomizado

7. Kiran, A. et al.

(2018)

Ensaio clínico randomizado

8. Narang, S.; Ganvir, S.

(2014)

Ensaio clínico randomizado

n=78 G1=26 G2=26 G3=26

Idade: 38 a 80 anos

Sexo: não informado

n= 62 G1=31 G2=31

Idade: 40 a 60 anos

Sexo: 30M/ 32F

n=30 G1=15 G2=15

Idade: 40 a 80 anos

Sexo: não informado

Comparar a Terapia Manual

Manipulativa (MMT) com um

programa de reabilitação e a combinação destes em

pacientes com OA de joelho

Comparar a eficácia da

mobilização de Maitland e Mulligan na melhora da

ADM do joelho e na avaliação

funcional

Comparar o

tratamento da mobilização de

Kalternbohn com o de

fisioterapia convencional em pacientes com OA de

joelho

G1 - Manipulação e mobilização articular; G2 - Programa de reabilitação (educação, alongamento,

fortalecimento); G3 Manipulação e mobilização

articular + Programa de reabilitação.

Tratamento: 6 sessões – 28

dias

G1 - Muligan + Fisioterapia; G2 - Maitland + Fisioterapia.

Tratamento: 3xsemana, 14

dias

G1 - mobilização de Kalternbohn + fisioterapia

convencional; G2 - fisioterapia convencional

Tratamento:15 dias

- Índice WOMAC

- Inclinômetro

digital

- Goniometria

- Escala Visual Analógica (EVA)

- Índice

WOMAC

- Escala Visual Analógica (EVA)

- Índice

WOMAC

Todos os grupos apresentaram melhora da capacidade funcional e ganho de ADM.

G1 foi mais efetiva no tratamento da OA do joelho na diminuição da dor, aumento da ADM e melhora da capacidade funcional com relação

ao G2.

G1 apresentou diminuição significante da dor, rigidez articular e melhora da capacidade

funcional em relação ao G2.

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9. Shahzad, S. et al.

(2014)

Estudo comparativo

n=50 G1=25 G2=25

Idade: 40 a 60 anos

Sexo: 24M/ 26F

Avaliar a eficácia da

Terapia Manual em comparação

com a eletroestimulação em pacientes

com OA de joelho

G1 - Mobilização Maitland; G2 - Estimulação elétrica

transcutânea com crioterapia. Ambos os grupos

receberam exercícios de fortalecimento muscular e

alongamento.

Tratamento: 3x/semana – 28 dias

- Índice WOMAC

G1 teve melhora significativa comparada ao G2, como diminuição da dor e da rigidez articular e aumento da capacidade funcional.

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Com relação à amostra dos estudos, a idade dos indivíduos variou de 35 a 92

anos, com predomínio de idosos. Dos 9 estudos, apenas 4 citaram o sexo dos

indivíduos, sendo a maioria mulheres.

Em 7 estudos, a intervenção consistiu na mobilização articular associada a

outro tipo de tratamento conservador como exercício de fortalecimento muscular,

alongamento, aeróbico, controle neuromuscular, educação, taping, estimulação

elétrica transcutânea com crioterapia e manipulação. Em 2 estudos, a mobilização

articular foi avaliada de forma isolada. Todos os estudos informaram a duração da

intensidade, que variou de 14 a 365 dias. Mas, apenas 5 citaram a frequência, sendo

de duas a três vezes por semana.

No que se refere aos instrumentos de avaliação, os 9 estudos avaliaram a

capacidade funcional, sendo que 7 utilizaram o Índice WOMAC e os demais

aplicaram o teste ISOA, TUG e questionário KOOS. Cerca de 5 estudos avaliaram a

dor pela EVA ou EVN, 2 mensuraram a ADM por meio do inclinômetro digital ou

goniômetro e 1 estudos utilizou o teste de caminhada de 40m para avaliar a

velocidade da marcha. Apenas 1 estudo aplicou um questionário para analisar o

custo e as consequências da osteoartrite de joelho nos indivíduos acometidos.

Dentre os efeitos decorrentes ao tratamento com mobilização articular do

joelho, isolada ou em associação com outra intervenção, todos os estudos obtiveram

melhora da capacidade funcional. Demais efeitos foram analgesia, ganho de

amplitude de movimento, aumento da velocidade de marcha e menor custo com

assistência médica.

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4 DISCUSSÃO

Este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia da mobilização articular

no tratamento da osteoartrite de joelho em idosos, por meio de uma revisão da

literatura. A articulação do joelho é a mais afetada comparada às demais por sofrer

maior sobrecarga em tarefas do dia a dia (BENTES; BOSSINI, 2018). Fatores como

alterações biomecânicas, obesidade, estilo de vida e sedentarismo podem gerar

sobrecargas excessivas na articulação contribuindo para a evolução da doença

(SILVA et al., 2011).

A maioria dos artigos incluídos apresenta indivíduos acima de 65 anos.

Este dado corrobora com o estudo de Manem, Nace e Mont (2012), os quais

afirmaram que 50% da população acima de 65 anos já apresenta alterações

radiográficas no joelho, indicando os sinais de osteoartrite. Além disso, Cubukcu,

Sarsan e Alkan (2012) alegam que com o avançar da idade, ocorrem alterações na

cartilagem devido à fraqueza muscular, perda de condrócitos e resposta

neuromuscular inadequada, facilitando assim, a progressão do dano articular

presente na OA.

O sexo feminino predominou na amostra dos artigos. Resultados

semelhantes foram reportados por Pal et al. (2016), que ao analisarem a

epidemiologia da osteoartrite de joelho encontraram maior prevalência no sexo

feminino comparado ao masculino. Segundo a literatura, as mulheres estão mais

expostas aos efeitos da degeneração da cartilagem (LESPASIO et al., 2017). Este

fato pode ser explicado pela diferenciação do estado hormonal e o desequilíbrio na

formação e destruição óssea após a menopausa (SANTOS et al., 2015). Com a

menopausa, há redução dos níveis de estrógeno e consequentemente, aumento das

concentrações de citocinas inflamatórias (CUBUKCU; SARSAN; ALKAN, 2012).

Dos 9 artigos analisados, 7 consideraram a mobilização articular

associada a outro tipo de tratamento conservador. Narang e Ganvir (2014)

analisaram os efeitos da mobilização articular e do tratamento fisioterápico em 30

indivíduos com osteoartrite de joelho. Os indivíduos foram divididos em dois grupos,

sendo que um recebeu mobilização de Kalternbohn e fisioterapia convencional e o

outro teve a fisioterapia convencional sem a mobilização articular. O tratamento

durou 2 semanas e foram feitas avaliações no 1º, 7º e 15º dia. Os autores

concluíram que a combinação de mobilização articular e tratamento fisioterápico

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promoveu redução significante da dor e da rigidez articular do joelho e melhora da

capacidade funcional. Resultados semelhantes foram encontrados por Bove et al.

(2018) que comprovaram a efetividade da técnica da terapia manual associada aos

exercícios fisioterápicos de fortalecimento muscular e alongamentos no tratamento

da osteoartrite de joelho.

Na presente revisão, 2 estudos (AHMAD; DAUD, 2016; SHAHZAD et al.,

2014) aplicaram a mobilização articular pura como intervenção. Ahmad e Daud

(2016) realizaram um estudo comparando fisioterapia convencional com um

programa de mobilização articular em indivíduos com OA de joelho durante 56 dias,

duas vezes por semana. Os resultados mostraram melhora significativa da dor e da

funcionalidade no grupo que recebeu a mobilização articular pura. Em contrapartida,

Abbott et al. (2015) investigaram os efeitos da mobilização articular combinada a

exercícios fisioterápicos em 75 indivíduos com osteoartrite de joelho. Estes

indivíduos foram divididos em 4 grupos: exercícios fisioterápicos sem intervalos;

exercícios fisioterápicos intervalados; exercícios fisioterápicos e mobilização articular

sem intervalos; exercícios fisioterápicos e mobilização articular intervalados. Foram

realizadas 12 sessões com intervalos de 3 meses em um período de 365 dias. Os

autores perceberam que a combinação de exercícios de reforço muscular e

mobilização articular é mais eficaz que quando esta é aplicada de forma isolada.

Salamh et al. (2016) também afirmam que a mobilização articular em conjunto ao

tratamento fisioterápico obtém melhores resultados que quando utilizada

separadamente.

Com relação à duração, frequência e tempo de aplicação, foi possível

observar grande divergência e falta de informações detalhadas com relação à

aplicação de mobilização articular no tratamento da osteoartrite de joelho. Nenhum

dos estudos analisados informou dados metodológicos suficientes para permitir a

completa reprodução dos trabalhos. Segundo French et al. (2011), essas variações

de tratamento podem comprometer a confiabilidade dos resultados e

consequentemente, influenciar nas decisões clínicas.

A maioria dos estudos desta revisão utilizou o índice WOMAC (Western

Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index) para avaliar a capacidade

funcional. Esse questionário é específico para indivíduos com osteoartrite. Acredita-

se que o WOMAC é uma ferramenta importante na avaliação fisioterápica para

mensurar a evolução do tratamento proposto (BENTES; BOSSINI, 2018). Em torno

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de 5 estudos aplicaram uma escala (EVA ou EVN) para mensurar a dor. A dor é um

dos sintomas mais comuns e incapacitantes nas populações com OA (MASCARIN et

al., 2012). De acordo com Nejati, Farzinmehr e Lakeh (2015), é fundamental a

avaliação do nível de dor no início e após o tratamento fisioterápico para avaliar a

melhora dos sintomas. Cerca de 2 estudos utilizaram o inclinômetro digital ou o

goniômetro para mensurar a ADM. Duarte et al. (2013) destaca a importância em

analisar a ADM de joelho em indivíduos com OA, sendo que a limitação de

movimento associada à perda da capacidade funcional apresenta-se como principal

sintoma da OA.

Um estudo (ABBOTT et al., 2013) utilizou o teste de caminhada de 40 m

para avaliar a velocidade da marcha. A avaliação do desempenho físico é

complementar à capacidade funcional. Diferentes resultados sobre funcionalidade

podem ser captados com esses tipos de teste, levando a recomendações de que

ambas as medidas de desfecho são necessárias e importantes para a avaliação

(ABBOTT et al., 2013). A avaliação detalhada da marcha é extremamente

importante e imprescindível em indivíduos com osteoartrite de joelho, pois estes

adotam diferentes padrões de marcha e apresentam alterações biomecânicas como

um mecanismo compensador na tentativa de minimizar a sobrecarga na articulação

acometida. Esse mecanismo compensador pode gerar sobrecargas excessivas em

outras articulações (SILVA et al., 2012).

Um estudo (BOVE et al., 2018) aplicou um questionário para analisar o

custo e as consequências da osteoartrite de joelho nos indivíduos acometidos.

Poucos são os estudos que abordam a relação custo-efetividade no tratamento da

OA de joelho. De acordo com os autores do estudo analisado, sessões de

fisioterapia com intervalos longos podem resultar em melhorias sustentadas na

função e diminuição da utilização dos serviços de saúde, gerando menor

custo. Estas melhorias sustentadas teriam um impacto considerável na saúde e no

bem-estar dos pacientes com OA de joelho (BOVE et al., 2018).

Com relação ao tratamento da osteoartrite de joelho, os principais efeitos

promovidos pela mobilização articular isolada ou associada a outra intervenção

foram melhora da capacidade funcional, analgesia e ganho de amplitude de

movimento. Efeitos semelhantes foram encontrados por Kiran et al. (2018), os quais

comparam a eficácia das mobilizações de Mulligan e de Maitland juntamente com a

fisioterapia convencional por 14 dias. Os autores observaram que o grupo de

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mobilização Mulligan tiveram resultados satisfatórios como redução da dor, ganho

de ADM e melhora da funcionalidade.

A técnica de mobilização articular é eficaz na melhora da capacidade

funcional, pois é possível restaurar a amplitude e a qualidade do movimento da

articulação afetada, reduzindo de forma significativa a dor e espasmos musculares

(XU et al., 2017). Outra possível explicação para a redução da dor e melhora da

funcionalidade com o uso da mobilização articular é a liberação de substâncias

serotonina e norepinefrina na medula espinhal. Essas substâncias quando liberadas,

ativam os sistemas inibitórios da dor descendente (SIT et al,. 2018).

A limitação de extensão e flexão do joelho presente na osteoartrite é

causa significativa de incapacidade (DUARTE et al., 2013). Com o uso da técnica de

mobilização articular no tratamento conservador é possível obter ganho da ADM do

joelho, gerando assim, melhora da funcionalidade. Isso foi possível identificar

através do estudo de Dwyer et al. (2015), que após uma intervenção de 28 dias

utilizando a técnica de mobilização articular, foram obtidos resultados positivos como

ganho de ADM do joelho e da funcionalidade.

Outros efeitos encontrados decorrentes do tratamento com mobilização

articular foram aumento da velocidade da marcha e menor custo com assistência

médica. A mobilização articular utilizada no tratamento conservador promove

melhora da marcha e redução dos riscos de institucionalização e custos para os

serviços de saúde (KIRAN et al., 2018).

Por meio desta revisão, foi possível notar que a mobilização articular

quando utilizada associada a outro tipo de tratamento conservador promove

resultados significativos na melhora do quadro clinico da osteoartrite de joelho em

idosos. Estes dados corroboram com uma revisão sistemática atual (ANWER et al.,

2018), na qual os autores perceberam que a mobilização articular com ou sem

combinação a outros tipos de tratamento conservador proporciona benefícios em

curto prazo na redução da dor e melhora da capacidade funcional em pacientes

acima de 30 anos com OA de joelho.

Uma das limitações desta revisão é o número limitado de ensaios clínicos

randomizados que não foram suficientes para prover maior confiabilidade da técnica.

Novos estudos são necessários para maior aplicação na prática clínica da

mobilização articular no tratamento da osteoartrite de joelho em idosos.

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5 CONCLUSÃO

Por meio desta revisão, foi possível identificar que a técnica de

mobilização articular em combinação a outros tipos de tratamento conservador é

eficaz na melhora do quadro clínico da osteoartrite de joelho em idosos.

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