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1 Universidade Paulista – UNIP Avaliação e correlação de parâmetros clínicos e microbiológicos após seis e doze meses da instalação de próteses com limites cervicais supra e subgengivais (contribuição ao estudo) Carlos Eduardo Allegretti Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Odontologia da Universidade Paulista – UNIP para a obtenção do título de mestre em Odontologia. Área de Concentração: Diagnóstico Bucal – Semiologia São Paulo 2006

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Universidade Paulista – UNIP

Avaliação e correlação de parâmetros clínicos e microbiológicos após seis e doze meses da instalação de

próteses com limites cervicais supra e subgengivais (contribuição ao estudo)

Carlos Eduardo Allegretti

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Odontologia da Universidade Paulista – UNIP para a obtenção do título de mestre em Odontologia.

Área de Concentração: Diagnóstico Bucal – Semiologia

São Paulo 2006

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Avaliação e correlação de parâmetros clínicos e microbiológicos após seis e doze meses da instalação

de próteses com limites cervicais supra e subgengivais (contribuição ao estudo)

Carlos Eduardo Allegretti

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Odontologia da Universidade Paulista – UNIP para a obtenção do título de mestre em Odontologia.

Área de Concentração: Diagnóstico Bucal – Semiologia

Orientador: Prof. Dr. Paschoal Laércio Armonia

São Paulo 2006

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Allegretti, Carlos Eduardo Avaliação e correlação de parâmetros clínicos e microbiológicos após seis e doze meses da instalação de próteses com limites cervicais supra e subgengivais (contribuição ao estudo) / Carlos Eduardo Allegretti. 127p. Dissertação (mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Paulista –UNIP. São Paulo, 2006. Área de Concentração: Diagnóstico bucal - Semiologia Orientador: Prof. Dr. Paschoal Laércio Armonia. 1. Relação Prótese / Periodonto 2. Supra / Subgengival 3. PCR

É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da tese/dissertação.

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Deixo registrado os meus sinceros “agradecimentos” às pessoas que me

ajudaram, me apoiaram e me incentivaram na realização deste trabalho,

Em especial aos meus pais,

Rudge e Telma, sempre queridos;

Aos meus irmãos,

Luciana e Luiz Gustavo, sempre amigos;

À minha avó e madrinha,

Danilla, sempre dedicada;

À minha namorada,

Priscilla, sempre companheira;

Ao Prof. Dr. Nicolau Tortamano,

A cuja memória rendo sincera homenagem

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Agradecimentos Ao oferecer os agradecimentos, tenho a lhes dizer que num primeiro

momento fui tomado de ansiedade e expectativa; num segundo

momento, já refeito do susto, fui tomado de uma grande satisfação.

• Quero prestar homenagens póstumas ao Prof. Dr. Nicolau

Tortamano, meu primeiro orientador.

• Agradeço ao Prof. Dr. Paschoal Laércio Armonia, meu segundo

orientador, pela riqueza de exposições, pela elegância no

tratamento, pela clareza de estilo, pelo rigor da sistematização,

pela sua inteligência e, principalmente, pela erudição de seus

exemplos.

• Agradeço ao Prof. Dr. José Barbosa que tão brilhantemente me

demonstrou e ensinou a necessidade das normas e pesquisas em

laboratório.

• Ao Prof. Dr. Mário Julio Avila-Campos, do Laboratório de

Anaeróbios do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade

São Paulo – USP, meus agradecimentos por ter demonstrado

através de pesquisas de DNA, as patogenias bucais inerentes ao

ramo da Odontologia.

• Ao meu amigo Prof. Dr. Jesuíno Irineu Argentino Júnior, que

carinhosamente o chamamos de “Prof. Júnior”, os meus

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agradecimentos pela ajuda, apoio e entusiasmo na dissertação do

meu mestrado.

• E, por fim, quero agradecer o Reitor da Universidade Paulista –

UNIP, Prof. Dr. João Carlos Di Genio, educador por excelência,

que me fez ver a necessidade de se continuar os estudos após o

curso de graduação.

• Enfim, estendo os maiores e carinhosos agradecimentos a todas as

pessoas que me ajudaram e me incentivaram nesta empreitada,

como meus pais, irmãos, avó e namorada.

Obrigado a todos,

Carlos Eduardo Allegretti

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Resumo ALLEGRETTI, C.E. Avaliação e correlação de parâmetros clínicos e microbiológicos após seis e doze meses da instalação de próteses com limites cervicais supra e subgengivais (contribuição ao estudo) Introdução - O objetivo de todo protesista é restaurar função e estética utilizando-se de materiais duráveis e biocompatíveis. Pesquisas clínicas têm focado o efeito indireto das restaurações sobre os tecidos gengivais observando, em geral, aspectos clínicos ou microbiológicos. A grande maioria desses estudos relata que a localização muito profunda do limite cervical da restauração, a falta de adaptação marginal, a rugosidade da superfície e o sobrecontorno podem contribuir para a inflamação periodontal localizada. Esses fatores aumentam o acúmulo de placa bacteriana, promovem o crescimento bacteriano na interface dente-restauração contribuindo para o início e a progressão da doença periodontal. As mudanças nos tecidos periodontais que cercam a coroa protética afetam a composição e o perfil da microflora subgengival, o que se reflete nos aspectos clínicos do periodonto de proteção e sustentação. Objetivos - O propósito deste estudo é mostrar o efeito de restaurações protéticas, com limites cervicais supra e subgengivais, sobre a saúde periodontal por meio da análise de parâmetros clínicos e microbiológicos. Material e métodos – Foram realizadas restaurações com limites cervicais supra e subgengivais em seis indivíduos previamente selecionados para o estudo. Os efeitos dessas restaurações sobre o tecido periodontal foram observados por meio da coleta de dados sobre o índice de placa, sangramento à sondagem, profundidade clínica de sondagem, perda de inserção e análise microbiológica de cinco microrganismos periodontopatogênicos (Actinobacillus actinomycetemcomitans, Fusobacterium nucleatum, Porphyromona gingivalis, Tannnerella forsythensis, Treponema denticola). Os dados foram colhidos seis e doze meses após a inserção da coroa protética. Resultados e conclusão – O estudo confirma conceitos que relatam que as restaurações protéticas são prejudiciais para a saúde periodontal, principalmente quando a margem do preparo é subgengival. Os resultados mostram o aumento da profundidade clínica de sondagem, do índice de placa, do sangramento à sondagem e da perda de inserção quando comparados os períodos de 6 e 12 meses, após a instalação da coroa protética. As alterações iniciais desses parâmetros clínicos refletiram-se no aumento da prevalência de bactérias nos dois términos protéticos cervicais analisados; supra e subgengival.

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Abstract ALLEGRETTI, C.E. Evaluation and correlation of clinical and microbiological parameters after six and twelve months of supra- and subgingival prosthesis (study contribution) Background - The aim of the prosthodontist is restoring teeth esthetical appearance and function by using durable, biocompatible materials. Clinical researches have focused on the effect of indirect restorations on periodontal tissues observing just microbiological or clinical aspects. Most studies report that a deep intracrevicular margin placement, poor marginal adaptation, rougher restoration surfaces and overcontoured restoration can contribute to localized periodontal inflammation. These factors enhance the accumulation of bacterial plaque, though promotion of its growth contributing to the initiation and progression of the periodontal disease. The changes in tissues surrounding the restorations will affect the profile of the subgingival microflora that will reflect clinical aspects. Objective - The purpose of this study is to show the effect of the supragingival and subgingival dental restoration on the periodontal condition though clinical parameters and subgingival microflora analysis. Methods – It was performed restorations with supra- and subgingival cervical margins in 6 subjects selected to this study. The effects of crowns on periodontal tissues were observed though the plaque index, bleeding on probing, probing depths, attachment loss, and microbiological analysis of 5 periodontopathogens (Actinobacillus actinomycetemcomitans, Fusobacterium nucleatum, Porphyromona gingivalis, Tannnerella forsythensis, Treponema denticola). The data was recorded six and twelve months after the crown insertion. Results and conclusion – The study confirms the long held concept that restorations are detrimental to gingival and periodontal health, mainly in the subgingival margin. It was observed the increase in the probing depth, plaque index, bleeding on probing, and attachment loss when compared the 6-month and 12-month after crown insertion analysis. The alteration in all clinical parameters reflects the increase of microbiological prevalence in the in both cervical margins; supra- and subgingival.

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ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO 1 2 REVISÃO DA LITERATURA 3 2.1 CARACTERÍSTICAS DO PERIODONTO NORMAL 5 2.1.1 Periodonto de Proteção 5 2.1.2 Periodonto de Sustentação 10 2.1.3 Distâncias Biológicas 12 2.1.4 Tipos de Periodonto 15 2.2 AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS CLÍNICOS 16 2.2.1 Profundidade Clínica de Sondagem 17 2.2.2 Sangramento à Sondagem 18 2.2.3 Nível de Inserção Periodontal 19 2.2.4 Perda Óssea Alveolar 20 2.3 AVALIAÇÃO PROTÉTICA DA COROA TOTAL 21 2.3.1 Níveis dos Términos Cervicais em Próteses Fixas 22 2.3.2 Perfil de Emergência 26 2.3.3 Adaptação Marginal 30 2.3.4 Coroas Protéticas Provisórias 33 2.3.5 Tipos de Linha de Terminação do Preparo Dentário 34 2.3.6 Afastamento Gengival 36 2.3.7 Cimentação 37 2.4 MICROBIOLOGIA 38 2.4.1 Etiologia da Doença Periodontal 38 2.4.2. Maturação da Placa Supragengival; Formação da Placa Subgengival 42 2.4.3 Efeito da Placa Supragengival na Placa Subgengival 43

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2.4.4 Recolonização Bacteriana 44 2.4.5 Considerações Microbiológicas 46 2.4.6 Fatores de Virulência Bacteriana 50 2.4.7 Características Bacterianas 52 3 PROPOSIÇÃO 55 4 CASUISTICA − MATERIAL E MÉTODOS 56 4.1 CASUÍSTICA 56 4.2 MATERIAL 57 4.2.1 Material Permanente 57 4.2.2 Material de Consumo 58 4.3 MÉTODOS 58 4.3.1 Dinâmica da Confecção da Coroa Protética 58 4.3.2 Parâmetros Avaliados dos Pacientes 62 4.3.3 Detecção pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) dos DNA dos Espécimens-Alvo, obtidas diretamente das amostras clínicas 63

4.3.4 Análise Estatística 65

5 RESULTADOS 67 6 DISCUSSÃO 71 7 CONCLUSÕES 89 REFERÊNCIAS 90 ANEXOS 108

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Lista de Tabelas

Tabela 5.1 Mostra individualmente nos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) os seguintes parâmetros: Profundidade clínica de sondagem média (PCS) em mílimetros, índice médio de placa (IP) em %, nível de inserção média (NI) em milímetros e índice médio de sangramento à sondagem (SS) em % nas áreas controle e experimental, durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12M), das 6 faces do orgão dental avaliadas

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Tabela 5.2 Mostra os valores médios da Profundidade clínica de sondagem (PCS), em milímetros, dos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle e experimental, durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12M), obtidos das 6 faces avaliadas do orgão dental. O símbolo ? significa aumento porcentual entre a 1ª e 2 ª coletas

68

Tabela 5.3 Mostra os valores médios do índice de placa (IP), em porcentagem, dos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle e

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experimental, durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12M), obtidos das 6 faces avaliadas do orgão dental. O símbolo ? significa aumento porcentual entre a 1ª e 2 ª coletas

68

Tabela 5.4 Mostra os valores médios do nível de inserção periodontal (NI), em milímetros, dos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle e experimental, durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12M), obtidos das 6 faces avaliadas do orgão dental. O símbolo ? significa aumento porcentual entre a 1ª e 2ª coletas

69

Tabela 5.5 Mostra os valores médios do índice de sangramento à sondagem (SS), em porcentagem, dos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle e experimental, durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12M), obtidos das 6 faces avaliadas do orgão dental. O símbolo ? significa aumento porcentual entre a 1ª e 2ª coletas

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Tabela 5.6 Mostra a presença ou não das bactérias patogênicas avaliadas (Porphyromonas gingivalis, Fusobacterium nucleatum, Actinobacillus

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actinomycetemcomitans, Treponema denticola, Tannerella forsythensis) e identificadas nas amostras de placas subgengivais nos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle (C) e experimental (E), durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12M). Os microrganismos foram identificados pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)

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Lista de Figuras

Figura 6A. Mostra a variação percentual média da profundidade clínica de sondagem obtida nos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle e experimental aos seis meses (6M) e aos doze meses (12M) após a instalação da prótese.

74

Figura 6B. Mostra a variação percentual média do índice de placa obtida nos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle e experimental aos seis meses (6M) e aos doze meses (12M) após a instalação da prótese.

75

Figura 6C. Mostra a variação média percentual do nível de inserção obtida nos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle e experimental aos seis meses (6M) e aos doze meses (12M) após a instalação da prótese.

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Figura 6D. Mostra a variação média percentual do índice de sangramento à sondagem obtida nos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle e experimental aos seis meses (6M) e aos doze meses (12M) após a instalação da prótese.

79

Figura 6E. Mostra a freqüência média das bactérias Actinobacillus actinomycetemcomitans, Fusobacterium nucleatum, Porphyromonas gingivalis, Tannerella forsythensis e Treponema denticola identificadas nas amostras de placa em preparos protéticos supragengivais (grupo 1) nas

áreas controle e experimental durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12 M) após a instalação da prótese.

81

Figura 6F. Mostra a comparação entre as prevalências das bactérias Actinobacillus actinomycetemcomitans (A.a.), Fusobacterium nucleatum (F.n.), Porphyromonas gingivalis (P.g), Tannerella forsythensis (T.f.) e Treponema denticola (T.d.) no grupo 1 (preparo protético supragengival) nas áreas controle e experimental durante a primeira coleta aos seis meses e a segunda coleta aos doze meses após instalação da prótese.

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Figura 6G. Mostra a freqüência média das bactérias Actinobacillus actinomycetemcomitans, Fusobacterium nucleatum, Porphyromonas gingivalis, Tannerella forsythensis e Treponema denticola identificadas nas amostras de placa em preparos protéticos subgengivais (grupo 2) nas

áreas controle e experimental durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12 M) após a instalação da prótese.

84

Figura 6H. Mostra comparativamente as prevalências das bactérias Actinobacillus actinomycetemcomitans (A.a.), Fusobacterium nucleatum (F.n.), Porphyromonas gingivalis (P.g), Tannerella forsythensis (T.f.) e Treponema denticola (T.d.) no grupo 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle e experimental durante a primeira coleta aos seis meses e a segunda coleta aos doze meses após instalação da prótese.

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Figura 6I. Mostra a somatória das percentagens médias das bactérias identificadas nas amostras de placa em preparos protéticos supra e subgengivais nas áreas controle e experimental

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Lista de Símbolos e Abreviaturas > – maior

< – menor

% – por cento

ºC – graus centígrados

Aa – Actinobacillus actinomycetemcomitans

A. naeslundii – Actinomyces naeslundii

A. viscusus – Actinomyces viscosus

C. gingivalis – Capnocytophaga rectus

C. gracilis – Campylobacter gracilis

C. rectus – Campylobacter rectus

C. showae – Campylobacter showae

E. corrodens – Eikenella corrodens

g – gramas

IP – índice de placa

Fn – Fusobacterium nucleatum

F. periodonticum – Fusobacterium periodonticum

L. buccalis – Leptotrichia buccalis

mL – milílitros

mm – milímetros

nº – número

Ni-Cr – liga de níquel-cromo

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NI – nível de inserção

PCR – reação em cadeia da polimerase

PCS – profundidade clínica de sondagem

S. gordonii – Streptococcus gordonii

S. intermedius – Streptococcus intermedius

S. oralis – Streptococcus oralis

S. mitis – Streptococcus mitis

S. sanguis – Streptococcus sanguis

SS – sangramento à sondagem

S. sputigena – Selemonas sputigena

Pg – Porphyromona gingivalis

P. intermedia – Prevotella intermedia

P. nigrescens – Prevotella nigrescens

Td – Treponema denticola

Tf – Tannerella forsythensis

µl – microlitro

µm – micrometro

V – volts

V. parvula – Veilonella parvula

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1 INTRODUÇÃO

A reabilitação protética de coroas totais é considerada o método mais utilizado que

visa tentar restabelecer a perda de função, imitar a forma, tamanho, coloração e

aparência da dentição natural. Porém, quando se realiza qualquer procedimento

restaurador, deve-se ter em mente sua relação direta com os tecidos periodontais. A

resposta saudável desses tecidos retrata o respeito do operador aos princípios

biológicos inerentes ao periodonto de proteção e inserção. A discussão do limite

cervical das restaurações dentárias e do periodonto de proteção e de suporte deixa

cada vez mais evidente a existência de uma relação direta entre essas áreas da

Odontologia.

Frente a essa realidade, a reabilitação protética necessita de planejamento e execução

dentro de princípios bem definidos. O conhecimento da histologia e fisiologia das

estruturas de proteção e suporte dos dentes, bem como as evidências da etiologia da

doença periodontal, quando em contato com superfícies da prótese, fornecem as

bases científicas de como proceder, favorecendo o prognóstico, tanto da prótese

como do periodonto adjacente.

Estudos têm dado ênfase a diferentes aspectos da interação restauração-periodonto. O

posicionamento da restauração, respeitando a margem gengival, a presença de

sobrextensão na restauração, infiltração marginal e rugosidades das superfícies têm

sido discutidos e comentados por muitos estudos. Considerando o aumento da

demanda por restaurações estéticas nos últimos anos, o tipo de material restaurador

está se tornando de importância crucial. O maior questionamento, entre outros, ao se

realizar um preparo para uma prótese parcial fixa é a região em que este deve se

localizar em relação à margem cervical.

O seu posicionamento, dependendo da situação clínica que se apresenta, tem sido

exaustivamente discutido há décadas, com sugestões coincidentes de vários autores

no sentido das margens cervicais serem posicionadas em três níveis distintos:

supragengival, no limite da crista gengival e subgengival.

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Evidências clínicas vão a favor da localização supragengival das margens de coroas

artificiais, em parte porque essas margens são mais fáceis de visualizar e higienizar.

No entanto, sua maior desvantagem, em áreas visíveis, é a estética. Por sua vez, as

margens subgengivais são associadas com o desenvolvimento de inflamação em

conseqüência do maior acúmulo de placa bacteriana, considerada como fator de risco

na progressão da periodontite. Algumas situações clínicas adversas ditam a

necessidade da localização subgengival, tais como: lesões cariosas, restaurações pré-

existentes, coroas clínicas curtas, necessidade estética ou quando há falta de

superfície dentária na área cervical. A verdade é que a saúde periodontal e o sucesso

da restauração dependem não somente da profundidade do preparo dentário e da

qualidade marginal da restauração, mas também da saúde do sistema mastigatório.

A inter-relação clínica entre as restaurações subgengivais e a saúde periodontal vem

sendo investigada nos últimos anos. No entanto, pesquisas longitudinais sobre as

características da microbiota ainda deixam a desejar.

A composição da microbiota subgengival tem sido apresentada (HAFFAJEE et al.

1994; ZAMBOM, 1996). Estudos que utilizaram cultura de placa subgengival

realizados em diferentes perfis de amostra e doenças periodontais relatam uma

substituição da microbiota subgengival na progressão da saúde bucal para a gengivite

e finalmente a periodontite (MOORE e MOORE, 1994). Microrganismos

compatíveis com a saúde periodontal como Actinomyces, Streptococcus, Veillonella,

Eubacterium, Peptostreptococcus e Lactobacillus são freqüentemente detectados em

sulcos com sinais clínicos de doença periodontal, porém a proporção de

microrganismos, reconhecidamente, periodontopatogênicos ___ Actinobacillus

actinomycetemcomitans, Fusobacterium nucleatum, Porphyromona gingivalis,

Tannnerella forsythensis, Treponema denticola ____, entre outros, aumenta nessas

áreas.

Em vista do exposto, o propósito desta pesquisa foi de avaliar, mediante de estudo

longitudinal, parâmetros clínicos e microbiológicos, as cinco espécies bacterianas

periodontopatogênicas citadas em indivíduos com saúde periodontal, após o período

de seis meses e um ano da instalação de coroas metalocerâmicas com términos

cervicais supragengivais e subgengivais.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

A Odontologia tem procurado restaurações que restabeleçam a perda de função e

imitem a forma, tamanho, coloração e aparência da dentição natural. Recentes

avanços de técnicas e o advento de novos materiais têm permitido aos clínicos

reproduzir a prótese com a aparência semelhante ao dente natural e o balanço

fisiológico entre a restauração e a saúde dos tecidos de proteção e de suporte do

complexo alvéolo dental. O sucesso da restauração depende, entre outros fatores, da

integridade dos tecidos moles e da estética. O maior desafio, sem dúvida, da

odontologia restauradora é conseguir a harmonia do binômio tecido gengival e

estética, principalmente na região anterior, onde a interface dente-gengiva é

claramente visível (SANAVI et al. 1998).

A constatação, inevitável, que exigências estéticas e tecidos periodontais venham a

se contrapor durante o critério clínico que estabelece o limite cervical de uma

restauração é um fato real. A saúde coexistente entre a restauração dentária e suas

estruturas adjacentes deve ser a meta do profissional consciente, e, com certeza, a

expectativa dos pacientes. Sempre que houver necessidade de estender o término

cervical de um preparo de dente abaixo do nível da gengiva livre, esse limite deverá

estar localizado no interior do sulco histológico (LANZA et al. 2003). A decisão de

se estender uma coroa no interior do sulco gengival significa trabalhar em uma área,

fisiologicamente importante, obscura com um alto grau de dificuldade

(ROSENTHIEL e LAND, 2002). O preparo adequado nessa área é o passo mais

difícil e delicado durante a confecção de uma prótese. Este preparo deve definir e

localizar a região da parede cervical com relação à gengiva marginal livre, sempre

considerando o tipo de restauração que irá ser utilizada: metal, cerâmica ou

metalocerâmica. Esses passos incluem: definir um limite nítido do término cervical

do preparo e sua localização, o tipo de término utilizado na parte cervical, adaptação

adequada e selamento da interface preparo-restauração. Os três primeiros itens são

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relacionados diretamente com o preparo da coroa. O último está mais relacionado

com o tipo de material utilizado na prótese (ROMANELLI, 1980; SHILLINGBURG,

1998; PEGORARO et al. 2002).

A preservação de periodonto de inserção de maneira saudável é o fator mais

significativo no prognóstico, em longo prazo, da reabilitação protética. O fato é que

margens impróprias da restauração, como o contorno inadequado, favorecem o

acúmulo de placa bacteriana e na seqüência a reabsorção óssea alveolar e a perda de

inserção (GENCO et al. 1999).

A perda de inserção periodontal, como resultado da doença periodontal relacionada à

placa, é a maior causa de perda de dentes na população adulta. Ainda que o

mecanismo exato da perda desta inserção não esteja completamente esclarecido, há

uma ampla evidência de que a destruição do aparato periodontal é precedida por

mudanças inflamatórias na gengiva marginal. Favorecido o acúmulo de placa,

ocorrerão modificações na composição da microbiota subgengival (LANGE et al.

1983, PAOLANTONIO et al. 2004) com o desenvolvimento de uma flora

periodontopatogênica. Estudos das características microbiológicas do tecido gengival

depois da colocação de restaurações subgengivais, com limites bem definidos e

delimitados, mostram que diferentes materiais causam problemas periodontais.

Observações longitudinais estão ainda faltando a este respeito (PAOLANTONIO et

al. 2004).

Muitos microrganismos habitam a cavidade bucal estimando-se que cerca de

trezentas espécies bacterianas distintas podem ser isoladas do sulco periodontal

(ZAMBOM e HARASZTHY, 1995). Um dos mais importantes avanços no campo da

microbiologia, associada à doença periodontal, é o conceito de especificidade, o qual

atribui a cada entidade clínica um grupo específico de patógenos (NEWMAN e

NISERGARD, 1994). Para alguns microrganismos, tais como o Actinobacillus

actinomycetemcomitans, Tannerella forsythensys e Porphyromonas gingivalis as

evidências são amplas quanto a sua especificidade, e por isso eles são considerados

agentes etiológicos das periodontites (ZAMBOM, 1996). Assim, a determinação das

espécies presentes, bem como o entendimento das possíveis interações entre os

microorganismos, vem se tornando fundamental dentro da periodontia, permitindo

um diagnóstico e condutas terapêuticas mais adequadas (NIEMINEN et al. 1996;

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CORTELLI et al. 2000).

Para melhor entendimento do tema em discussão, neste texto, torna-se interessante a

compreensão de algumas características anatômicas e funcionais do periodonto.

2.1 CARACTERÍSTICAS DO PERIODONTO NORMAL

Uma avaliação cuidadosa da área mucogengival, anterior à instalação da prótese fixa,

aumenta a segurança na previsão da resposta periodontal (JAMESON e MALONE,

1982). Por isso, é de suma importância conhecer as estruturas periodontais que

ficarão adjacentes à prótese para a diferenciação do fisiológico e patológico e, dessa

maneira, ter-se uma melhor orientação e previsibilidade do procedimento restaurador

(SACHS, 1985; WILSON e KORNMAN, 2001).

O periodonto normal é dividido em periodonto de proteção e suporte. O primeiro é

constituído pela gengiva marginal e gengiva inserida. Essas estruturas formam um

tapete protetor sobre o tecido ósseo e um colar ao redor do colo dentário, isolando a

porção exposta dos dentes de suas estruturas de sustentação ou inserção: cemento,

ligamento periodontal e osso alveolar. O periodonto de suporte, constituído pelo

cemento, ligamento periodontal e osso alveolar possui funções diversas, entre elas a

de sustentação dos dentes, a sensorial, a formativa, a nutricional e a de inervação

(LANZA et al. 2003).

2.1.1 Periodonto de Proteção

O periodonto de proteção apresenta cor rosa pálida com aspecto de casca de laranja,

com a característica de apresentar alto poder regenerativo, renovando-se entre 6 a 11

dias. Forma um tapete protetor sobre o tecido ósseo e um colar ao redor do colo

dentário, isolando a porção exposta dos dentes de suas estruturas de sustentação,

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definidas como cemento, ligamento periodontal e osso alveolar. Portanto, protege o

osso e impede que o sistema de suporte dos dentes entre em contato direto com o

meio séptico bucal.

2.1.1.1 Gengiva Marginal Livre

A gengiva marginal livre, posicionada junto ao órgão dental, na junção cemento-

esmalte, tem a coloração rósea coral, estrutura consistente e firme, contorno

ondulado de curva parabólica que segue o contorno da junção cemento/esmalte.

Compreende o tecido gengival das partes vestibular e lingual dos dentes, incluindo-

se aí as papilas interdentais. Apresenta duas vertentes distintas: a vertente externa,

que possui epitélio ceratinizado e a vertente interna, voltada para o dente, que é

revestida por dois epitélios distintos não ceratinizados. Estão aí presentes grupos de

fibras que mantêm a gengiva justaposta aos dentes. O epitélio que a reveste

internamente possui uma porção que não é aderida ao dente, que é o epitélio sulcular,

o qual forma o sulco gengival histológico, que representa a porta de entrada e saída

de substâncias dos meios externo e interno. A gengiva marginal livre apresenta

também uma outra porção de epitélio aderida ao dente; é o epitélio juncional;

estrutura que forma a aderência epitelial. O conjunto sulco gengival histológico e

epitélio juncional forma o sulco clínico (LINDHE, 1989).

A gengiva marginal livre pode ser separada levemente do dente com um instrumento

ou com a utilização de um jato de ar. Está intimamente justaposta e aderida ao dente

pelo epitélio juncional e tecido conjuntivo subjacente, constituído de fibras

colágenas. O tecido conjuntivo gengival é do tipo denso fibroso, portanto resistente

às forças de mastigação, auxiliando também a manter justaposto o epitélio juncional

ao órgão dental (LANZA et al. 2003).

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2.1.1.2 Gengiva Interpapilar

A gengiva papilar, que forma a papila interdental, é a porção da gengiva livre situada

entre os dentes na região da ameia cervical. A relação e a disposição dos contatos

entre os dentes protegem a gengiva papilar e determinam sua forma e tamanho

(LASCALA e MOUSSALLI, 2001). Dependendo da largura do espaço interdental, a

gengiva papilar pode assumir formas diferentes. Entre os dentes anteriores, assume a

forma piramidal. A região interproximal altera sua profundidade e sua altura, em

função das dimensões vestibulolinguais dos dentes (LANZA et al. 2003).

Entre um dente e outro, à medida que se caminha para região posterior, as papilas

vestibulares e linguais formam uma área central, côncava, imediatamente abaixo da

relação de contato interdental, caracterizando uma região conhecida por “col”

gengival. Esta apresenta características próprias. A sua porção interna é a área de

maior permeabilidade vascular, e apresenta um infiltrado de leucócitos no seu tecido

conjuntivo subjacente (NEWMAN et al. 2004).

2.1.1.3 Gengiva Inserida

A gengiva inserida está firmemente aderida, por meio de fibras do tecido conjuntivo,

ao osso da maxila e mandíbula, osso alveolar e cemento, logo abaixo da junção

cemento-esmalte. É, portanto, uma estrutura praticamente imóvel, quando comparada

à mucosa alveolar (DUARTE, 2004).

Localiza-se entre a gengiva marginal livre e a mucosa alveolar. Está separada da

gengiva marginal livre pelo sulco marginal na altura da junção cemento-esmalte, e da

mucosa alveolar pela linha mucogengival. O mesmo ocorre do lado lingual no arco

inferior, porém com características tênues e mais delicadas, continuando com a

mucosa do assoalho bucal. Por palatino não existe limite divisório definido. Sua

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extensão é variável de acordo com os vários setores da boca, sendo mais extensa na

região anterior. Em sua vertente externa, apresenta-se com consistência firme,

recoberta por um epitélio ceratinizado de cor rósea coral e, com freqüência, sua

superfície apresenta um pontilhado delicado. A mucosa ceratinizada pode perder sua

ceratinização por vários estímulos, sendo que o processo inflamatório faz com que

ela se apresente mais permeável. Apresenta uma coloração mais pálida quando

comparada à mucosa de revestimento. Essa coloração rósea é devida à ceratina e ao

tecido conjuntivo subjacente, que é denso, possuindo uma grande quantidade de

fibras colágenas. Pode ou não apresentar pigmentação melânica (GENCO et al.

1999). A avaliação clínica da área mucogengival é parte integrante do planejamento,

e deve ser realizada antes do início de qualquer trabalho restaurador. A quantidade de

gengiva ceratinizada de 1 a 2 mm faz frente às agressões consideradas normais no

dia-a-dia, como a mastigação e a própria higiene oral. Esta qualidade de gengiva é,

ainda, aceitável para dentes que não são objeto de trabalhos restauradores.

Entretanto, para dentes que serão tratados proteticamente, uma faixa mínima de 3 a 4

mm é fundamental para manutenção da saúde oral e periodontal. Em pacientes que

não apresentam a faixa mínima aceitável, ou se contra-indicam os trabalhos

protéticos, ou se associam ao tratamento restaurador procedimentos cirúrgicos

mucogengivais, ou, ainda, o paciente deverá ter uma higiene bucal rigorosa com

manutenção períodica realizada pelo profissional, com o objetivo de se criarem

condições clínicas indispensáveis para a manutenção de uma biologia saudável

(WILSON e KORNMAN, 2001).

2.1.1.4 Sulco Gengival

O sulco gengival é o espaço envolvido pelo epitélio sulcular e parede dental. Este

espaço caracteriza o sulco gengival histológico. O epitélio do sulco gengival está

justaposto ao dente, mas não está aderido (LINDHE, 1992). O sulco gengival

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subdivide-se em sulco gengival histológico e sulco gengival clínico; este, situado

mais apicalmente. A profundidade do sulco gengival histológico somada à

profundidade do epitélio juncional caracteriza o sulco gengival clínico, que pode ser

medido com uma sonda periodontal.

A medida normal de profundidade do sulco gengival histológico varia de 0,2 a 0,7

mm, com uma média clínica de 0,5 mm (LINDHE, 1992). Essa é a região onde

preferentemente se instala a placa bacteriana. A profundidade média do epitélio

juncional é, em torno, de 1 a 1,5 mm, embora epitélios com profundidades maiores

possam ser considerados normais. Segundo GARGIULO et al. (1961), o epitélio

juncional é a estrutura biológica que apresenta maior instabilidade de comprimento.

O conhecimento da profundidade sulcular e das características morfológicas e

histológicas do sulco gengival é fundamental no preparo de terminações cervicais

subgengivais. Sabe-se que é do sulco gengival histológico que saem as células de

defesa e imunoglobulinas, oriundas de tecido conjuntivo subjacente. É também a

partir dessa estrutura que entram toxinas bacterianas e antígenos, oriundos da placa

subgengival (SANAVI et al. 1998). Enfim, o sulco gengival clínico tem

profundidade média de 1 a 2 mm nas paredes vestibular e lingual do órgão dental, e

de 2 a 3 mm nas regiões proximais. Enfatizamos que o sulco gengival clínico

corresponde à profundidade do sulco histológico, mais a profundidade do epitélio

juncional, e que é limitado de um lado pelo dente e de outro pela vertente interna da

gengiva marginal (BASTOS et al. 2001).

Clinicamente é bom comentar que a sonda periodontal, por seu próprio peso, ou por

pressão do operador, penetra no epitélio juncional, abrindo espaço entre as suas

camadas de células. Por isso mesmo, não se deve usar uma forte pressão sobre a

sonda durante o processo de sondagem (LANZA et al. 2003).

O epitélio juncional está aderido à superfície dentária do esmalte pela lâmina de

adesão epitelial, que são proteínas produzidas pelas células epiteliais e que têm uma

afinidade cálcio positiva com a hidroxiapatita do esmalte dental, formando uma

adesão bastante resistente. (SANAVI et al. 1998).

O fluido gengival é caracterizado por conter moléculas pequenas, que podem passar

dos tecidos subepiteliais para o sulco gengival e desse para a cavidade bucal. Pois

bem, este fluido constitui uma parte importante do mecanismo de defesa local,

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porque o fluxo para fora pode normalmente prevenir a penetração de matéria

estranha para dentro do sulco gengival. O fluxo varia com o tempo e de acordo com

o dente. O seu mecanismo de proteção, além da presença de leucócitos, é

representado pela eliminação de microrganismos isolados, substâncias estranhas e

células de descamação (SCHROEDER, 1977; BERMAN, 1993; ARMITAGE,

1993). A gengiva inflamada mostra regularmente a presença do fluido, cuja

quantidade varia de acordo com a severidade da inflamação (LANZA et al. 2003).

2.1.2 Periodonto de Sustentação

A função do periodonto de sustentação é manter o órgão dental e a gengiva que o

circunda posicionados. Em relação à sustentação dos dentes, participam do complexo

estrutural: osso alveolar, ligamento periodontal e cemento.

Essas estruturas têm características e funções muito bem definidas, frente a estímulos

fisiológicos e patológicos.

2.1.2.1 Osso Alveolar

O osso alveolar faz parte de uma estrutura denominada processo alveolar, que, por

sua vez, é constituído pelo osso alveolar mais o osso de suporte da maxila ou

mandíbula. Tem por objetivo sustentar os dentes durante a função mastigatória, e na

dependência do estímulo que recebe manter o equilíbrio entre os processos

osteoblásticos e osteoclásticos (LINDHE et al. 1999).

O tecido ósseo tem uma grande e contínua capacidade de remodelação, frente às

demandas funcionais, o que o torna um tecido bastante dinâmico. As superfície s que

sofrem remodelação apresentam aspectos anatômicos e histológicos característicos.

Sua capacidade de remodelação o torna diferente do cemento nesse aspecto

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particular. No periodonto saudável, o osso alveolar posiciona-se aproximadamente 2

mm para apical da junção cemento-esmalte, seguindo esta configuração em todas as

superfícies dos dentes (SANAVI et al. 1998).

2.1.2.2 Cemento

O cemento é o tecido que recobre e protege a dentina radicular, formando a interface

entre a dentina da raiz e o ligamento periodontal. É um tecido conjuntivo

mineralizado, altamente especializado, que recobre, por aposição de camadas, a

dentina radicular. Presta-se ainda à inserção das fibras colágenas ? fibras

transceptais ? , e do ligamento periodontal. Estruturalmente, assemelha-se ao osso,

mas dele difere em vários aspectos funcionais, como a ausência de inervação, de

suprimento sangüíneo e de drenagem linfática. A sua nutrição está na dependência

direta dos vasos sanguíneos do ligamento periodontal, e qualquer comprometimento

vascular do ligamento periodontal pode levar à necrose do cemento (GENCO et al.

1999).

2.1.2.3 Ligamento Periodontal

É um tecido conjuntivo, com uma espessura que pode variar de 0,12 a 0,25 mm, que

circunda as raízes dentárias atuando como elemento de união entre o cemento e o

osso alveolar. Tem como funções específicas:

• Sustentação do órgão dental em posição;

• Manutenção dos tecidos gengivais em posição;

• Transmissão de forças oclusais ao osso de suporte;

• Absorção de forças mastigatórias;

• Alojamento de vasos e nervos (LANZA et al. 2003)

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Característica funcional importante, e que, portanto, merece ser relatada é que um

estímulo mecânico oclusal direcionado axialmente provoca nos vasos sangüíneos

respostas vasodilatadoras. Este efeito aumenta o fluxo de sangue da região formando

um verdadeiro coxim amortecedor, dando, inclusive, condições para que o líquido

intersticial, que é formado por proteínas de alto peso molecular (ácido hialurônico),

demore a passar pelos orifícios da lâmina cribiforme (canais de Volkman). Essas

modificações locais oferecem resistência à intrusão do dente no alvéolo,

possibilitando, desta forma, que as fibras oblíquas estirem-se lenta e gradualmente,

controlando a tração do osso alveolar e do cemento. O movimento de intrusão do

dente é neutralizado, trazendo concomitantemente uma estimulação benéfica ao osso

de suporte (NEWMAN et al. 2004).

2.1.3 Distâncias Biológicas

GARGIULO et al. (1961), estudando cadáveres humanos frescos, determinaram a

média das medidas do sulco gengival (0,69 mm), do epitélio juncional (0,97 mm) e

da inserção conjuntiva ou aderência epitelial (1,07 mm). A distância biológica

normal é a dimensão combinada dessas estruturas, possuindo, em média, 2,04 mm.

Essas medidas podem apresentar pequenas variações, especialmente a do epitélio

sulcular e a do epitélio juncional, sendo que a medida relativa à inserção conjuntiva é

a mais estável das três. Uma atenção especial tem sido direcionada à área

interproximal, tanto no preparo do dente, respeitando as distâncias biológicas, quanto

na reconstrução protética, obedecendo a princípios de proteção da gengiva

interproximal. Sabe-se que a área interproximal, principalmente de dentes

posteriores, é formada por tecido em forma de “col”, cuja porção central não é

ceratinizada. Por isso, essa região é considerada crítica na patogênese da doença

periodontal inflamatória marginal, embora essa situação seja natural (BASTOS et al.

2001). Seus achados foram extensivamente usados por outros autores no

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desenvolvimento de novos parâmetros para aplicação clínica do espaço biológico. As

medidas apresentadas por GARGIULO et al. (1961), em seu estudo, são as médias, e

exames mais aprofundados dos dados mostram uma variação significativa dos

valores do epitélio juncional e dos tecidos conectivos.

Logo, as estruturas que compõem o espaço biológico formam um local virtual

existente na vertente interna ou vertente dentária do periodonto de proteção,

compreendido entre o pico gengival e a crista óssea alveolar. É preenchido pelos

tecidos moles que compõem as distâncias biológicas, ou seja: pelo epitélio sulcular

que não se insere na superfície do dente, pelo epitélio juncional que a ele está aderido

e pela inserção conjuntiva ou aderência epitelial que nele também se insere. Esse

espaço apresenta componentes importantes para a função normal da área, e sua

preservação é fundamental para que esses tecidos possam se arranjar histológica e

morfologicamente (MESTREMER e KOMATSU, 1998).

Para não haver interferência na homeostasia do periodonto marginal, deve existir

uma distância de aproximadamente 3 mm entre a parede cervical do preparo e a

crista óssea alveolar. Quando essa medida não está presente, deve-se lançar mão de

procedimentos cirúrgicos periodontais para que se obtenha a recuperação das

distâncias biológicas ou do próprio espaço biológico, aguardando-se no mínimo 60

dias, tempo necessário para a completa cicatrização e maturação da área, e para o

estabelecimento do nível adequado da margem cervical do preparo e da restauração

final (ROSENBERG et al. 1996).

Tecnicamente, a extensão apical do preparo protético até a base do sulco histológico

estará violando o espaço biológico e quebrando o selamento biológico. Nesta

situação as bactérias e seus produtos penetram sobre o tecido conectivo provocando a

inflamação. O resultado é a perda dos tecidos de inserção e migração apical do

epitélio juncional (NEWMAN et al. 2004). O epitélio juncional tem uma alta

capacidade de migração e, na presença de placa bacteriana e dos primeiros sinais de

inflamação, migra rapidamente, em duas semanas, após a instalação subgengival da

prótese procurando sempre permanecer afastado da placa bacteriana. Esse processo

de migração dá início à formação de bolsas periodontais. Leucotoxinas produzidas

por bactérias ultrapassam a capacidade de funcionamento normal do mecanismo de

defesa. O processo inflamatório iniciado pela ação de mediadores químicos e

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enzimas bacterianos e celulares provoca a destruição tecidual celular. As toxinas

presentes difundem-se na superfície exposta do cemento, inibindo a reinserção das

fibras colágenas, o que contribui para a patologia periodontal. A periodontite é,

quando instalada, caracterizada pela formação de um denso infiltrado de células

inflamatórias, redução na quantidade de colágeno do tecido conjuntivo e destruição

das inserções das fibras colágenas da superfície radicular. Com a progressão da

inflamação, ocorre o aparecimento de reabsorção do osso alveolar. Essas mudanças

provocam a migração do epitélio juncional em direção apical ao longo da superfície

radicular, o que resulta na formação e no aprofundamento das bolsas periodontais

(LANZA et al. 2003).

As conseqüências da entrada no espaço subsulcular, durante qualquer procedimento

restaurador, incluem inflamação gengival persistente até mesmo na presença de um

bom controle de placa. A violação mecânica do espaço biológico, acompanhada da

retenção de placa na interface dente-restauração, inevitavelmente levará a iniciação

da doença periodontal (SACHS, 1985).

Não é possível determinar a base do sulco gengival histológico e o limite coronal do

espaço biológico. Se a gengiva marginal apresenta um bom estado de saúde e não

apresentou anteriormente nenhum tipo de doença periodontal, a profundidade do

sulco gengival histológico é provavelmente menor do que 0,5 mm. A profundidade

medida pela sonda periodontal certamente será sempre maior do que o sulco gengival

histológico, isto em conseqüência da baixa resistência do epitélio juncional, até

mesmo em sondagens praticamente sem pressão. Quando instalado o processo

inflamatório marginal, a penetração da sonda é ainda maior, isto é resultado da

diminuição da adesão das células epiteliais ao órgão dental, e a perda das fibras

colágenas nos tecidos conectivos gengivais. Por isso, a profundidade clínica de

sondagem, por si só, não pode determinar com precisão a base do sulco gengival,

particularmente na presença de inflamação marginal pré-existente. Por esse motivo,

deve-se primeiramente levar os tecidos periodontais ao estado de saúde antes de

qualquer procedimento restaurador. Uma vez estabelecida a saúde periodontal, a

melhor regra é assumir que qualquer margem do preparo restaurador subgengival

acima de 0,5 mm pode violar o espaço biológico, resultando na inflamação dos

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tecidos gengivais e, possivelmente, na perda de inserção dos tecidos de suporte

(REEVES, 1991).

Ao exame clínico, pelas condições dos tecidos gengivais da área, não é possível

verificar se o espaço biológico está ou não preservado. Somente com a ajuda de uma

radiografia periapical, tomada pela técnica do paralelismo, ou de uma radiografia

interproximal é possível visualizar o nível da crista óssea proximal em relação à

parede gengival do dente, para se apurar a existência, ou não, de invasão do espaço

biológico pela prótese dentária (MESTREMER e KOMATSU, 1998; SCUTELLA et

al. 1999).

2.1.4 Tipos de Periodonto

A morfologia do periodonto é inata e inalterada por mudanças no formato dentário

ou no contorno ósseo. A saúde do osso alveolar e da gengiva é produto do tamanho

dentário, forma, e posição do osso alveolar (BASTOS et al. 2001). Pesquisadores

acreditam que o dente dita a forma do periodonto adjacente. Baseando-se,

primeiramente, em observações clínicas, SANAVI et al. (1998) encontraram uma

correlação clínica entre a forma dentária e a forma do periodonto.

Muitos pacientes têm uma gengiva marginal que é descrita como fina e transparente,

ou um tecido marginal puramente de mucosa. Nesses casos, esses tecidos são mais

susceptíveis as injúrias. Já se sabe que o tecido marginal com uma fina faixa de

gengiva inserida pode ser mantido em estado de saúde por longos períodos de tempo.

Porém, a introdução das margens da restauração subgengivalmente, neste tipo de

tecido, irá causar efeitos adversos sobre a saúde periodontal (REEVES, 1991;

SANAVI et al. 1998). Este tipo de periodonto tem a tendência de sofrer recessão nas

faces vestibular e interproximal quando injuriado (SACHS, 1985). Neste periodonto,

o tecido interdental preenche o espaço abaixo da área de contato, e o osso alveolar

posiciona-se por volta de 2 mm apicalmente à junção cemento-esmalte. O tecido

interproximal normalmente não preenche completamente o espaço entre os dentes

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adjacentes. Isto ocorre principalmente na papila interproximal entre os incisivos

superiores centrais (SANAVI et al. 1998).

O periodonto mais largo e liso tem a margem gengival com uma menor convexidade

e menor queda, e zonas mais amplas de gengiva inserida. Os dentes são mais

quadrados na vista vestibular, áreas de contato localizadas mais apicalmente, com

cúspides mais planas e convexidades mais pronunciadas na cervical (SACHS, 1985).

As áreas de contato estão localizadas mais apicalmente e usualmente são mais largas

no sentido inciso-gengival e vestíbulo- lingual. A convexidade da face vestibular é

mais proeminente (SANAVI et al. 1998; NEWMAN et al. 2004).

Não há muita informação sobre a quantidade mínima de gengiva inserida que

deveria estar presente para minimizar os efeitos adversos da localização subgengival

da margem da restauração. Sugere-se uma banda de no mínimo 3 mm presente antes

da instalação da prótese. Gengivas inseridas delgadas não apenas criam um problema

estético devido a sua transparência, mas também apresentam maior tendência de

alteração de microcirculação nas coroas com sobrecontorno subgengival. Essa

modificação da microcirculação freqüentemente se manifesta com uma coloração

azulada no tecido gengival ao redor da restauração. Porém há relatos que dizem que

se uma boa higiene bucal for desempenhada pelo paciente, a banda de gengiva

inserida com menos de 3 mm pode ser mantida em estado de saúde por longos

períodos. Enxertos periodontais anteriormente a reabilitação oferecem uma solução

viável para essas condições mucogengivais (REEVES, 1991).

2.2 AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS CLÍNICOS

A frase “saúde clínica periodontal” denota ausência de inflamação clinicamente

detectável, níveis de inserção clínica estáveis; parâmetros freqüentemente associados

com sulcos gengivais rasos. No entanto, a avaliação da profundidade clínica de

sondagem usada como critério para determinar a necessidade de terapia pode iludir o

profissional, porque é possível a presença de um sulco gengival profundo e saúde

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periodontal. Isto pode ser resultado do controle dos agentes etiológicos bacterianos e

a resolução da doença periodontal pelo hospedeiro, ou terapia periodontal, ou mesmo

repercussão gengival após cirurgia para a redução do sulco gengival, ou até o

desenvolvimento de pseudo-bolsas periodontais, como nos casos de hiperplasia

induzida por drogas (GREENSTEIN, 1997).

2.2.1 Profundidade Clínica de Sondagem (PCS)

A avaliação da profundidade clínica de sondagem é uma faceta importante do exame

periodontal. Historicamente, a detecção do aumento da profundidade clínica de

sondagem (> 3 mm) foi interpretada pelos clínicos como história pregressa de

periodontite, e que o sítio apresentou elevados níveis bacterianos, portanto uma lesão

periodontal esteve presente (KORNMAN, 2001). Além disso, desde que essas áreas

apresentassem alguma dificuldade de limpeza pelo profissional e, mesmo, pelos

pacientes, acreditava-se que sítios profundos aumentavam o risco de progressão da

doença (perda do nível de inserção periodontal e osso alveolar). No entanto, é

necessário diferenciar entre o sulco profundo com saúde (sítios não inflamados com

aumento na profundidade clínica de sondagem > 3 mm) e sulco profundo gengival

sem saúde (áreas inflamadas com aumento na profundidade clínica de sondagem). A

verdade é que se constata que sulcos gengivais profundos podem ou não refletir

doença em curso, ou com chances de progressões futuras (REEVES, 1991).

Em qualquer período, nem sempre é possível diferenciar bolsas periodontais com

lesões estáveis e sítios com a doença em progressão, analisando-se apenas a

profundidade clínica de sondagem. Uma lesão estável resulta quando a progressão da

doença parou, mas os tecidos periodontais não são saudáveis; exemplo: sangramento

à sondagem. Contrastando com isto, sítios que demonstram um aumento na

profundidade clínica de sondagem normalmente refletem progressão da periodontite,

a não ser que a este fato possa ser atribuída à migração coronária da gengiva ou erro

na medida (MOMBELLI et al. 1995).

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Diversos autores indicam que, em sítios com saúde, a penetração da sonda

periodontal pára no epitélio juncional (usualmente com 1 mm) aproximadamente 0,2

a 0,4 mm para coronal do nível da inserção do tecido conectivo (aderência epitelial).

Em contraste, em sítios com doença, a sonda penetra além do final do epitélio

juncional. Este achado denota que o tecido conectivo inflamado pode afetar a tomada

da profundidade clínica de sondagem. Outros fatores que podem interferir com a

tomada da profundidade clínica de sondagem são: a força aplicada, o ângulo da

sondagem, a largura do instrumento e erros praticáveis por qualquer profissional.

Em geral, o aumento na profundidade clínica de sondagem usualmente reflete uma

perda de inserção periodontal. Por exemplo, um aumento na profundidade clínica de

sondagem maior que 1; 1,5 e 2 mm foi associado com uma perda de inserção

periodontal de 61%, 68% e 69%, respectivamente (NEWMAN et al. 2004).

2.2.2 Sangramento à Sondagem (SS)

O sangramento à sondagem reflete uma lesão inflamatória dos tecidos conectivos e

pode ser considerado um sinal cardinal da inflamação gengival, pois reflete a

presença de lesão inflamatória do tecido conjuntivo na base do sulco gengival (LÖE,

1967). Além de ser facilmente perceptível clinicamente, é de grande valia para o

diagnóstico precoce e a prevenção da gengivite mais avançada. Estudos têm indicado

que há um direto relacionamento entre a prevalência de sangramento à sondagem e o

aumento na profundidade clínica de sondagem (REEVES, 1991). Geralmente, tanto

em pacientes em tratamento periodontal, quanto os não tratados, sulcos gengivais

mais profundos sangram mais freqüentemente que os sulcos rasos. Os achados de

sangramento à sondagem são mais comumente encontrados em sítios profundos, não

indicando um bom prognóstico para uma futura perda de inserção periodontal (LÖE,

1967; GREENSTEIN, 1997; WILSON e KORNMAN, 2001). Considerando que

onde há sangramento não se tem um bom prognóstico quanto à futura perda de

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inserção do órgão dental, a sua ausência é, portanto, um bom previsor (LANGE et

al. 1983).

A severidade do sangramento e a facilidade com que ele é provocado dependem da

intensidade da inflamação. Após a ruptura dos vasos, as suas paredes se contraem, e

o fluxo sangüíneo é reduzido. As plaquetas se aderem às margens do tecido e o

coágulo é formado. Entretanto, o sangramento reaparece quando a área estiver

novamente irritada devido à frágil hemostasia alcançada (LANZA et al. 2003).

WALDERHAUG (1960), após 15 anos de testes clínicos, notaram que os dentes com

coroas artificiais exibiam usualmente sangramento gengival mais importante, quando

comparados com os dentes sem qualquer tipo de restauração. Um estudo similar

desenvolvido por BADER et al. (1991) mostrou a mesma tendência, corroborando,

portanto, com os achados de WALDERHAUG em 1960.

O tipo de sonda e sua angulação, a profundidade e a força de sondagem variam

muito, podendo influir nos resultados encontrados.

2.2.3 Nível de Inserção Periodontal (NI)

Estudos histológicos mostraram que toda margem cervical localizada

subgengivalmente representa um fator retentor de placa, até mesmo se a adaptação

marginal estiver clinicamente aceitável (WAERHAUG, 1960). Por conseguinte,

margens de restaurações localizadas subgengivalmente estão sempre associadas com

gengivite. Podem até mesmo resultar em perda de inserção periodontal, incluindo

perda óssea, como já foi documentado em estudos longitudinais (VALDERHAUG e

BIRKELAND, 1976).

Entre os pacientes tratados, na ausência de inflamação clínica e aumento na

profundidade clínica de sondagem, é possível detectar perda de inserção clinica

periodontal se houver resseção do limite gengival. Após a terapia, isto pode ser

atribuído a uma higienização traumática.

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Segundo GREENSTEIN (1997), geralmente, o aumento da profundidade clínica de

sondagem reflete a perda clínica de inserção periodontal. O aumento da profundidade

clínica de sondagem > 1 mm, > 1,5 mm e > 2 mm estão associados com a perda de

inserção de 61%, 68% e 69%, respectivamente. Porém, LINDHE et al. (1985)

relataram que é possível a perda de inserção periodontal sem aumentar a

profundidade clínica de sondagem.

Pacientes acompanhados por um período de 26 anos que foram submetidos à

confecção de próteses com términos subgengivais mostraram perda de inserção

periodontal, que pode ser detectada entre o primeiro e terceiro ano após os

procedimentos restauradores. A partir do terceiro ano, a margem da restauração

localizada subgengivalmente apresentou-se no limite gengival, ou até mesmo acima

da gengiva. Esses resultados sugerem que fatores relacionados com a restauração do

dente, como adaptação marginal, limite cervical e textura do material podem

contribuir com o aumento da perda de inserção (SCHATZLE et al. 2001).

2.2.4 Perda Óssea Alveolar

A avaliação das mudanças na profundidade clínica de sondagem e na altura do osso

alveolar deve adotar critérios individualizados e combinados para a interpretação da

perda de inserção periodontal. A interpretação visual, medidas colhidas diretamente e

análise de imagem digital podem identificar e determinar a perda de osso alveolar. O

método mais preciso para determinar a perda óssea alveolar é o método de

radiografias “standardizadas”, que permitem verificar mudanças menores do que 0,2

mm quando da aplicação de métodos computadorizados (KNOERNSCHILD e

CAMPBELL, 2000).

Um estudo longitudinal desenvolvido por KNOERNSCHILD e CAMPBELL (2000)

mostra que não houve diferença na perda óssea horizontal do osso alveolar de dentes

com coroas e dentes controle (sem restauração), que desenvolveram uma perda óssea

alveolar horizontal de 0 a 1 mm ou 1 a 2 mm. Os mesmos autores reportam que a

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reabsorção óssea alveolar nos pacientes em controle periodontal é de 0,03 a 0,07 mm

por ano. Esses relatos não identificam diferenças de dentes com ou sem coroas

artificiais, presumindo-se que ambos os tipos estavam presentes na população

estudada. Segundo os autores, outros fatores relacionados com a confecção da

prótese como: adaptação marginal insatisfatória, rugosidade do material restaurador,

localização subgengival do término cervical da prótese e sobrecontorno podem

contribuir para uma inflamação gengival localizada e o conseqüente aumento da

profundidade clínica de sondagem e reabsorção óssea.

ALBANDAR et al. (1987) reportam que, em ordem decrescente de importância, o

tipo do dente, nível ósseo inicial, idade, sexo, presença de cálculo, margens das

restaurações são responsáveis por somente 20% da perda óssea alveolar. Os autores

comentam que muitos fatores podem influenciar, e que no futuro estudos bem-

controlados devem se ater a esses detalhes. Enfim, este tema ainda está em discussão,

em função do número de variáveis que interferem nas características fisiológicas do

osso alveolar, incluindo-se a reabsorção óssea contínua do osso alveolar ( 0,03 a 0,07

mm/ano), e o próprio “ design” da peça protética; assunto ainda em discussão

(JAMESON e MALONE, 1982; REEVES, 1991; BASTOS et al. 2001;

GOODACRE et al. 2001).

2.3 AVALIAÇÃO PROTÉTICA DA COROA TOTAL

O dentista deve ter o controle do tratamento devido as limitações dos materiais

utilizados, a resposta individual de cada indivíduo ? que pode alterar

significantemente a previsibilidade da resposta periodontal, até a fase de cimentação

da coroa definitiva (JAMESON e MALONE, 1982; SHILLINGBURG, 1998).

Quando o periodonto é irritado pelo preparo dentário de próteses, moldagens,

extrações e outros procedimentos clínicos rotineiros, geralmente reage com

inflamação seguida pela migração do epitélio juncional para apical, podendo resultar

em uma bolsa periodontal ou tecido redundante (SANAVI et al. 1998). Por esse

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motivo, durante a confecção da coroa protética alguns fatores devem ser observados

e analisados com o intuito de evitar o desenvolvimento de reações inflamatórias.

Esses fatores incluem o erro na localização do término cervical do preparo dentário,

falha na manutenção no perfil de emergência do órgão dental, uma boa adaptação

marginal, entre outros (REEVES, 1991).

Tratamentos restauradores de sucesso exigem preparos protéticos com margens bem

definidas e facilmente acessíveis, para que medidas conservadoras e tomadas de

impressão com materiais de moldagem sejam feitas corretamente, para que a

adaptação da coroa e adequado controle de placa bacteriana (PONTORIERO e

CARNEVALE, 2001).

Os tecidos periodontais devem sempre estar em estado de saúde antes de o preparo

dentário ser realizado em qualquer tipo de restauração. A inflamação altera o

contorno, forma, volume e a consistência da margem gengival e da papila

interdentária. Por isso, quando a inflamação está presente, é impossível fazer um

preparo acurado da superfície dentária pela falta de pontos de referência para a

localização correta do preparo das margens cervical, além do sangramento abundante

que dificulta a realização do preparo e moldagem. Por esse motivo, a gengiva deve

ser primeiramente tratada e curada para posteriormente o preparo dentário ser

realizado (ROMANELLI, 1980; SAITO, 2000).

2.3.1 Níveis dos Términos Cervicais em Próteses Fixas

Todo e qualquer procedimento reabilitador deve ser iniciado somente após se

conseguir a saúde periodontal. É importante ressaltar que qualquer que seja a

indicação do limite cervical da extensão coronária, jamais poderá ser realizado na

presença de um tecido gengival não sadio, principalmente se a alternativa de

localização for próxima ou abaixo do limite gengival (MIRANDA et al. 1996;

LOPES, 1998; BASTOS et al. 2001).

A terapia periodontal e o adequado controle de placa são necessidades prioritárias,

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pois o preparo das margens cervicais será definido na sua localização ideal, o que

dará maior segurança para o protesista quanto à previsib ilidade deste limite

(ROMANELLI, 1980; DUARTE, 2004). Além desse pré-requisito, é indispensável

que o operador tenha um amplo conhecimento da normalidade das estruturas que

compõem o periodonto de proteção e de suporte, a fim de realizar um planejamento

protético-periodonto correto (KANCYPER e KOKA, 2001).

2.3.1.1 Limite Supragengival

O nível do limite cervical dos preparos, sob um ponto de vista clínico ideal, deverá

ser localizado supragengivalmente, o mais distante possível da margem livre da

gengiva, seguindo recomendação de vários autores. Dentre as possíveis localizações

do término cervical dos preparos de dentes, essa é considerada ideal (SACHS, 1985;

LANZA et al. 2003, ROBERTSON, 2003), pois permite que o operador controle

todos os procedimentos clínicos e a higienização feita pelos pacientes de forma

efetiva, tendo a convicção de que o melhor relacionamento dente-periodonto é aquele

estabelecido entre a gengiva e a própria estrutura do dente natural.

A grande vantagem técnica nas preparações supra-sulculares é a visibilidade da

instrumentação, além da facilidade com a execução dos passos necessários para

obtenção de moldes (SAITO, 1998; KANCYPER e KOKA, 2001).

A inspeção visual permite facilmente localizar novas cáries que possam aparecer

após a instalação do trabalho protético. Em relação à prevenção da cárie e doenças

periodontais, a melhor avaliação é observada quando planejamos a permanência de

larga faixa de esmalte, e/ou dentina, separando a margem gengival da margem

cervical das restaurações (SAITO, 1998; ROSENTHIEL e LAND, 2002).

A estética pode representar um problema, mas os casos devem ser analisados

criteriosamente, frente a real exposição visual que os dentes possam apresentar

individual ou coletivamente (REITEMEIER et al. 2002).

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2.3.1.2 Limite Subgengival

Muitos estudos têm defendido o uso do término supragengival, quando possível, para

assegurar saúde periodontal. No entanto, o término subgengival freqüentemente é

necessário pelas seguintes razões: alcançar uma adequada dimensão ocluso-cervical a

fim de melhorar a resistência e retenção da prótese; estender a prótese além das

cáries existentes no trajeto do preparo; presença de fraturas, erosão ou abrasão;

compensar defeitos na estrutura dentária e melhorar a estética de dentes escurecidos

(NEWCOMB, 1994; GOODACRE et al. 2001).

Está preferência pelo término supragengival nem sempre foi uma unanimidade. A

tendência de localizar as margens das restaurações na região subsulcular tem origem

no conceito de extensão preventiva preconizado por Black. O conceito, amplamente

aceito e difundido, recomendava a extensão do material restaurador, procurando

revestir as regiões dentárias mais propensas ao aparecimento de cáries. A extensão

subsulcular teve aprovação geral porque se admitia a existência de um sulco

gengivodentário estéril, praticamente imune à cárie. A verdade é que o preparo

protético subsulcular em pacientes com alto risco de cárie, frente às novas

evidências, deveria ser reconsiderado. SAITO (1998) relata que a cárie é de etio logia

multifatorial e que, no seu combate, temos que considerar o controle da placa

bacteriana, a aplicação de flúor e o controle da dieta. Estudos têm demonstrado que

toda restauração localizada subgengivalmente representa um fator de retenção de

placa, até mesmo se a adaptação for clinicamente aceitável (WAERHAUG, 1960).

Além disso, as margens subgengivais podem estar associadas com gengivite. A lesão

originada desta extensão subgengival provoca a perda de tecido de inserção

periodontal e de osso alveolar, como documentam vários estudos longitudinais

(SILNESS, 1970; VALDERHAUG e BIRKELAND, 1976; LÖE et al. 1978;

JAMESON e MALONE, 1982; NEWCOMB, 1994; SANTOS, 1998; LOPES, 1998;

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KANCYPER e KOKA, 2001; SCHATZLE et al. 2001, LASCALA e MOUSALI,

2001).

No entanto, em algumas situações clínicas, há a necessidade da margem cervical

subgengival para trabalhos protéticos, e vários são os motivos, além dos estéticos,

que contribuem para essa decisão, como já comentamos anteriormente. A margem

das restaurações de metal ou porcelana localizada dentro do sulco gengival deixa esta

região mais vulnerável a inflamações e a perda de inserção do órgão dental

(SANAVI et al. 1998; REITEMEIER et al. 2002).

Quanto mais subgengival estiver localizada a margem da coroa no sulco gengival,

mais severa é a inflamação gengival. Desta forma, pode-se esquematizar a

localização subgengival da restauração, dentro dos seguintes critérios:

* Subsulcular: limite cervical da restauração invadindo o espaço biológico;

* Intra-sulcular: limite cervical da restauração localizado dentro das dimensões

do sulco histológico, sem invadir o espaço biológico (SAITO, 1998; LANZA et al.

2003).

Quando a margem de uma restauração se estender cerca de 0,5 mm sob a margem

gengival, pode-se considerá- la como margem intra-sulcular. Ela está apenas

insinuada dentro de um espaço de conceituação histológica que, embora apresente

valores variáveis em função das diferentes fases de erupção dentária, se estende, no

sentido apical, cerca de 0,69 mm, a partir da margem gengival. Se a extensão em

direção apical da margem de uma restauração ultrapassar esses valores, pode ocorrer

uma invasão do espaço biológico, e a margem gengival deixa de ser intra-sulcular e

passa a ser subsulcular. Nem mesmo o fator estético deve justificar a margem

subsulcular. Os imperativos estéticos devem ser atendidos pela margem intra-

sulcular. Quando a distância biológica é violada ocorre uma maior perda de inserção

do órgão dental junto às superfícies das restaurações, quando estas são comparadas

àquelas adjacentes a dentes hígidos (SAITO, 1998; LANZA et al. 2003).

Entre os aspectos iatrogênicos relacionados à localização subsulcular das margens

das restaurações, encontram-se as manobras de preparo, utilização de restaurações

provisórias, técnicas de afastamento gengival e cimentação de restaurações

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definitivas. Dentro de certos limites, esta agressão é seguida de reparação satisfatória

após duas ou três semanas (REITEMEIER et al. 2002).

Para que todas essas estruturas que formam o periodonto estejam em harmonia com

qualquer tipo de procedimento reabilitador, o profissional precisa considerar que a

futura prótese deve respeitar certas distâncias ou dimensões biológicas do periodonto

(BASTOS et al. 2001).

2.3.2 Perfil de Emergência

A introdução de diferentes teorias de “design” tem causado algumas confusões, mas,

atualmente, a confecção de uma coroa satisfatória, tanto do ponto de vista estético

quanto funcional, requer uma habilidade artística elevada. Ainda que a verdade

científica para o desenvolvimento do contorno das coroas permaneça obscura,

análises no contorno de dentes naturais têm mostrado alguns guias que devem ser

observados (GOODACRE et al. 2001). Dentes naturais exibem o perfil dentário reto

e contínuo quando o dente emerge do tecido periodontal. Essa característica tem sido

descrita na literatura como “perfil de emergência”. Para se reproduzir este perfil

plano, liso e reto na coroa artificial, é necessário um desgaste dentário suficiente no

terço gengival do preparo dentário (GILMORE. e SHEINHAM,.1971)

É um requisito primário, para a obtenção de coroas com forma e volume nas

dimensões corretas, o conhecimento da anatomia dos dentes naturais. Porém, muito

mais do que reproduzir a anatomia natural, são necessárias próteses com contornos

de conveniência, principalmente no seu terço cervical, para que haja a proteção dos

tecidos gengivais e a higiene facilitada. Por outro lado, alcançar esses objetivos não

significa que a fonética e a estética fiquem relegadas a uma importância secundária

(BASTOS et al. 2001).

A tradicional teoria da inclinação da porção cervical do trabalho restaurador para

proteger o tecido periodontal, hoje, é considerada equivocada para a maioria dos

pesquisadores. Essa teoria consiste em exagerar os contornos incorporados a coroa

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artificial para prevenir a impacção alimentar no interior do sulco gengival.

Acreditou-se que a deflexão alimentar produzida pelo terço gengival da restauração

agiria como um escudo para proteger o tecido gengival de injúrias (MARTIGNONI e

SHONENBERGER, 2002). No entanto, há falta de evidências para a defesa dessa

tese. Há ainda informações que sustentam uma tese exatamente contrária. Isso

porque o bojo confeccionado nas coroas totais artificiais é raramente observado na

dentição natural (JAMESON e MALONE, 1982; MIRANDA et al. 1999).

Em uma coroa protética, o perfil de emergência deve ser confeccionado na área

marginal, sendo que o primeiro milímetro cervical dever ser, obrigatoriamente, plano

e paralelo ao longo eixo do dente. Embora o dente natural não erupcione com essa

morfologia, as limitações da prótese e a dificuldade de se evitar a formação de placa

requerem que a restauração protética tenha esse perfil de emergência. Essa

morfologia do terço cervical é uma forma de conveniência, que melhora a efetividade

dos procedimentos de higiene para remover a placa das superfícies dos dentes

restaurados junto ao sulco, sem violar a integridade e o conforto dos tecidos

gengivais. Segundo PEGORARO et al. (2002), o objetivo do perfil de emergência é

propiciar um posicionamento harmônico do tecido gengival sobre as paredes da

restauração. A redução inadequada do dente durante o preparo da coroa total leva a

um sobrecontorno do terço cervical da restauração. Isto é particularmente verdadeiro

com as coroas metalo-cerâmicas ou “venner” que se estendem sobre a superfície

radicular onde o perfil do dente é relativamente vertical (REEVES, 1991).

Sobrecontornos em coroas protéticas são usualmente conseqüência de uma série de

eventos começando com o preparo dentário insuficiente, continuando com o técnico

do laboratório que, para conseguir uma cor mais adequada, aumenta a espessura da

prótese em detrimento do contorno axial, e termina com o clínico que aceita a coroa

com sobrecontorno, e a cimenta no dente do paciente (SACHS, 1985;

SHILLINBURG, 1998).

Os términos para coroas metalo-cerâmicas são baseados na espessura necessária para

conseguir resistência e estética, assim como o espaço mínimo necessário para se

confeccionar o perfil de emergência fisio lógico. Autores, freqüentemente,

recomendam que a espessura do preparo esteja entre 1,0 e 1,5 mm, para as coroas

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metalo-cerâmicas na área marginal. Isto evita a translucidez do metal e o

sobrecontorno na região (GOODACRE et al. 2001, MEZZOMO et al. 2001).

Quando a margem da restauração é estendida subgengivalmente, este sobrecontorno

muda o perfil de emergência do dente criando uma área que facilita a formação e o

acúmulo de placa e, ainda, dificulta a higienização da região. A restauração dentária,

nesta região, com sobrecontorno facilita o desenvolvimento de inflamação marginal

localizada. Já a região dos dentes contralaterais que não são restaurados se mantém

saudável. Cuidados apropriados no desenvolvimento do perfil de emergência da

restauração final reduzem as áreas retentivas de placa e a inflamação iatrogênica

(REEVES, 1991).

Aceita-se que o sobrecontorno nas restaurações promove gengivite por facilitar o

acúmulo de placa bacteriana. Estudos epidemiológicos (HAMMER e HOLTZ, 1979)

e clínicos experimentais (SILNESS e LÖE, 1964; SILNESS et al. 1970, 1974;

REENGGLI e REGOLATI, 1972; LANGE et al. 1983, 1988; SCHATZLE et al.

2001) têm demonstrado uma forte associação entre os fatores iatrogênicos e a

patogênese das lesões periodontais locais.

O sobrecontorno é provavelmente mais prejudicial para a saúde da gengiva do que o

subcontorno. A resposta gengival, mais freqüente, em próteses desenhadas com um

sobrecontorno (particularmente em molares inferiores) é o tecido hiperplásico. No

entanto, pode-se manter a saúde periodontal com uma adequada remoção de placa,

usando-se técnicas de escovação que visam a remoção de matéria do interior do sulco

gengival. O sobrecontorno interproximal é mais comum e prejudicial do que o

vestíbulo-lingual, principalmente, quando as superfícies convexas da coroa total

invadem o espaço normalmente ocupado pela gengiva (JAMESON e MALONE,

1982; SAITO, 2000).

É imperativo que restaurações envolvendo furcas após o término da terapia

periodontal também evitem o sobrecontorno. O plano formado pelo complexo de

concavidades das furcas expostas não devem ter o potencial de reter placas criadas

pelo contorno acentuado nessa região. O “design” do preparo pode reduzir a

concavidade da entrada da furca, e este procedimento deve ser incorporado no

contorno final da coroa para facilitar o acesso dos instrumentais de higiene oral.

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WEISGOLD (1981) já comentava que os problemas gengivais relacionados com o

contorno do corpo do dente são geralmente reversíveis e demoram duas semanas

para voltar aos padrões de normalidade, após a correção do contorno da coroa. As

reações dos tecidos são similares tanto no periodonto delgado quanto no espesso

podendo ser mais dramático no periodonto espesso (SACHS, 1985; ROSENTHIEL e

LAND, 2002).

Quando o dente é preparado com a margem intrasulcular, a morfologia coronal do

sulco irá variar dependendo da localização anatômica da margem gengival do

preparo. Quando a margem gengival é localizada em esmalte, o sulco será mais largo

do que quando a margem é localizada na raiz anatômica. É sempre importante

preservar a morfologia original do sulco gengival no contorno intrasulcular da

restauração. O sobrecontorno intrasulcular, na verdade, é conseqüência do desgaste

insuficiente durante o preparo do órgão dental, em razão do volume do material

restaurador, como ocorre quando se tenta cobrir a cinta de metal da prótese com

porcelana. O efeito desse sobrecontorno é uma gengiva com o contorno irregular

geralmente com a coloração normal. Nesta situação, a margem gengival seguramente

se deslocará apicalmente (GILMORE e SHEINHAM, 1971).

O subcontorno, por sua vez, na área intrasulcular ocorre, habitualmente, porque a

margem da restauração é pequena na área da margem do preparo, moldagem

insatisfatória, vazamento inadequado para a obtenção do modelo, ou polimento

excessivo das margens da restauração anteriormente à cimentação. A margem

gengival pode, agora, sofrer colapso no espaço criado pela falta de contorno. A

inflamação, friabilidade do tecido, sangramento gengival e aumento da profund idade

clínica de sondagem podem ocorrer. O tecido gengival também se posiciona mais

apicalmente nesse tipo de situação (WAERHAUG, 1960; SILNESS, 1974; PEREL,

1971; RAMFJORD, 1974; LANGE et al. 1983; SACHS, 1985; LANGE et al. 1988;

BASTOS et al. 2001).

Enfim, o sobrecontorno cria um nicho ambiental propício para o crescimento de

organismos implicados na etiologia da doença periodontal destrutiva, enquanto no

subcontorno, a gengiva pode colapsar pela falta de contorno, o que favorece a

inflamação e a friabilidade tissular, o sangramento sulcular e o aumento da

profundidade de sondagem (FERENCZ, 1991; BASTOS et al. 2001).

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2.3.3 Adaptação Marginal

Um segundo fator que contribui para a inflamação gengival, quando a restauração é

estendida subgengivalmente, é a margem cervical do preparo sem os limites

definidos (MARTIGNONI e SHONENBERGER, 2002).

O desajuste nas margens dos preparos restauradores, quando a restauração está

localizada subgengivalmente, é provavelmente conseqüência da inabilidade do

clínico, uma impressão inadequada da moldagem e/ou um término inapropriado do

preparo. Quanto mais subgengival estiver a margem da restauração, possivelmente,

menos adaptada ela estará (REEVES, 1991).

Esse quesito tem uma grande relevância clínica porque a adaptação insuficiente das

margens da coroa ao preparo protético predispõe às superfícies dentárias adjacentes a

cáries secundárias, que provocam efeitos adversos sobre os tecidos periodontais. Isso

acontece em razão do acesso a essas áreas, para uma higiene oral efetiva ser

extremamente limitado, o que provoca o acúmulo de placa bacteriana, inflamação

crônica gengival e perda de inserção. O cuidado na moldagem e o término ideal da

restauração, reduzem as desadaptações e os sobrecontornos. Convém ressaltar que

clinicamente qualquer margem subgengival potencialmente é menos ideal do que

uma margem localizada supragengivalmente (REEVES, 1991; SETZ e DIEHL,

1994).

Parece realmente haver o consenso na literatura de que a forma de contorno

incorreta, a falta de adaptação marginal e a aspereza microscópica das restaurações

são fatores, por si só, capazes de determinar a modificação da microbiota bacteriana

na área, tornando crítica a resposta da gengiva, principalmente quando a margem

cervical da restauração encontra-se na área subgengival (BASTOS et al. 2001).

Apesar disso, está comprovado que restaurações sem adaptação cervical são achados

freqüentes na clínica, principalmente naqueles preparos com limites cervicais

situados abaixo das margens gengivais. Vale novamente ressaltar que restaurações

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mal adaptadas estão intimamente relacionadas com alterações periodontais, tais

como inflamação gengival, perda de inserção, reabsorção óssea e lesões de

bifurcação, bem como modificações na microbiota periodontal (NOGUEIRA-FILHO

et al. 2001).

GILMORE e SHEIHAM (1971) já observaram um aumento da perda óssea

horizontal associada a restaurações mal adaptadas em dentes posteriores. A correção

da adaptação resultou em uma melhora periodontal somente quando associada a uma

profilaxia profissional. Já o acerto da adaptação sem a profilaxia não reduziu a

inflamação. O controle de placa bacteriana feito pelo profissional sem a remoção dos

defeitos do preparo provocou uma melhora discreta, o que demonstra a dificuldade

do controle efetivo da placa bacteriana na presença de imperfeições da coroa. Essas

deformidades criam nichos para crescimento de microorganismos patogênicos que

participam da etiologia da doença periodontal.

Infelizmente, um grande percentual de faces proximais de restaurações tem margens

mal adaptadas. Estima-se que defeitos marginais em restaurações subgengivais

posteriores variam de 32 a 86%. Em dentes extraídos com gaps indetectáveis por

critério clínico, a microscopia eletrônica de varredura revelou gaps nas interfaces

dente-amálgama de 10 a 50 µm, grande suficiente para a retenção de placa, mas

pequeno para a detecção clínica. Por este motivo, as margens intrasulculares devem

ser evitadas quando possível e, quando o sulco for penetrado por algum motivo,

quanto menor a profundidade da restauração abaixo da margem gengival, menor a

reação inflamatória (SACHS, 1985; SETZ e DIEHL, 1994; MIRANDA et al. 1999).

A junção entre a restauração cimentada e o dente é sempre um local potencial para

cáries recorrentes tendo em vista a dissolução do agente cimentante e a rugosidade

inerente do material. Quanto mais adaptada estiver a restauração ao dente, menor

será a chance de cáries recorrentes ou doenças periodontais (CARVALHO et al.

1989; BASTOS et al. 2001; ROSENTHIEL e LAND; 2002).

A adaptação marginal é um critério importante na avaliação clínica de restaurações

fixas. A presença de discrepâncias marginais expõe o agente cimentante aos fluidos

bucais, facilitando a dissolução do cimento (SULAIMAN et al. 1997) e a

modificação da microbiota bacteriana local (BASTOS et al. 2001).

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Por este motivo, é imprescindível uma cuidadosa preparação da restauração protética

e a cimentação precisa; um pequeno “gap” entre a margem da restauração e o

término do dente preparado predispõe a cáries e a doença periodontal (DREYER-

JORGENSEN, 1960; SHINKAI et al. 1995). A maioria dos estudos concluiu que o

fosfato de zinco e o ionômero de vidro mostram uma solubilidade relevante nos

fluidos orais (KNIBBS e WALLS, 1989).

JACOBS e WINDELER (1991) não encontraram diferença significativa na taxa de

dissolução do cimento de fosfato de zinco em gaps marginais que variavam entre 25

e 75 µm, já em gaps de 150 µm, esses autores, demonstraram um aumento na taxa

que foi estatisticamente significativo.

Cimentos resinosos parecem ter propriedades similares às de resinas compostas. Eles

são menos solúveis do que o cimento de fosfato de zinco e o cimento de inômero de

vidro. Todavia, o etanol e outros líquidos podem provocar a reabsorção de água

desses compostos. Além disso, os cimentos resinosos são degradados por enzimas

encontradas na saliva humana e esta atividade hidrolítica contribui para o colapso

desses cimentos (LARSEN e MUNKSGAARD, 1991; TINSCHERT et al. 2001).

Os gaps marginais aumentam a infiltração de bactérias e seus produtos durante a

dissolução do agente cimentante. Isto pode ser um fator causal importante nos

distúrbios pulpares, além de favorecer o crescimento de patógenos e o

desenvolvimento de lesões periodontais e impedir a adequada remoção de placa

bacteriana (BJORK et al. 1970; LANGE et al. 1983; FELTON et al. 1991;

TINSCHERT et al. 2001).

A discrepância marginal de várias restaurações tem sido estudada. Estas variam de

22 até 123 µm (SULAIMAN et al. 1997). A aceitabilidade clínica da margem

cervical é um pouco variável na interpretação de vários autores. Uma discrepância

marginal menor do que 50 µm é aceitável, no entanto, este valor é raramente

alcançado clinicamente. MCLEAN e VON FRAUNHOFER (1971) e PETTENÒ et

al. (2000) relatam que discrepâncias menores do que 80 µm são difíceis de detectar

em condições clínicas. Após exames de mais de 100 coroas, eles concluíram que uma

discrepância marginal menor ou igual a 120 µm é clinicamente aceitável.

(TINSCHERT et al. 2001; RICCI et al. 2003).

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A distorção marginal do metal durante os estágios de fabricação é bem documentada.

(SULAIMAN et al. 1997). Todas as amostras do estudo desenvolvido por PETTENÒ

et al. (2000), considerando a técnica de fabricação, mostraram uma redução na

precisão marginal após a queima da cerâmica. O fato é que a aplicação da cerâmica

distorce a subestrutura metálica e esta pode ser afetada pelo “design” do término

cervical. Ressaltamos que a maioria das áreas que têm término subgengival

apresentam inflamação gengival, e estas são mais pronunciadas nas restaurações com

imprecisões marginais, indicando o importante papel das irregularidades cervicais e

da rugosidade da superfície da prótese na retenção da placa bacteriana, fator

etiológico das doenças periodontais (KARSEN, 1970; NOGUEIRA-FILHO et al.

2001).

Considerando-se os fatores de retenção de placa bacteriana e o tratamento

periodontal, alguns índices foram desenvolvidos com o objetivo de orientar o

cirurgião-dentista. A Organização Mundial da Saúde (OMS) introduziu o Índice

Comunitário de Necessidade de Tratamento Periodontal (CPITN) que mostra ao

clínico indicações sobre a necessidade de tratamento periodontal. NOGUEIRA-

FILHO et al. (2001), aplicando este índice, analisaram a relação

periodonto/reabilitação protética, quanto à posição do término cervical. O grau 2

CPITN (sítios com sangramento à sondagem em restaurações com adaptação

marginal defeituosa, independentemente da posição do término cervical) foi mais

freqüente nas restaurações subgengivais do que nas supragengivais, dados estes que

estão de acordo com a literatura revista. Os autores concluíram que não se justifica a

realização de restaurações subgengivais, porque a confecção de próteses e

restaurações subgengivais com adaptação marginal correta é tecnicamente muito

difícil e, desta forma, as interfaces dente-restauração rapidamente se tornam

preenchidas por placa bacteriana, em uma região onde o controle mecânico não é

efetivo com escovas e métodos de higiene interdentais, o que favorece recidivas de

cáries e processos inflamatórios periodontais.

2.3.4 Coroas Protéticas Provisórias

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Restaurações temporárias são difíceis de realizar satisfatoriamente. Esse

procedimento ocorre depois do preparo dentário e da moldagem (JAMESON e

MALONE, 1982; ROSENTHIEL e LAND, 2002). Esse tipo de restauração visa a

fornecer proteção para a dentina e polpa, a estabilizar os relacionamentos oclusais, a

manter a integridade periodontal, a sustentar as atividades funcionais e estéticas até a

instalação da prótese fixa definitiva (SHILLINGBURG. 1998). Essas restaurações,

apesar de ficarem pouco tempo em uso, devem ter boa adaptação marginal com o

intuito de conservar a saúde gengival e proteger o dente preparado de injúrias físicas,

químicas, bacterianas e térmicas (TJAN e GRANT, 1987; KEYF e ANIL, 1994;

MARTIGNONI e SHONENBERGER, 2002). Se a restauração estiver inadequada,

mal adaptada, não polida e com margens imperfeitas, a inflamação gengival e a

migração para apical do epitélio poderão ocorrer (ROMANELLI, 1980).

Ressalte-se ainda que a irritação produzida pela resina autopolimerizável e,

principalmente, a presença de porosidades e imperfeições marginais favorecem a

retenção de placa, justamente na fase crítica de reparação da ferida provocada pelo

preparo (SAITO, 1998). A verdade é que a adaptação marginal, contorno apropriado

e superfície do término da coroa provisória são necessários para a manutenção da

saúde gengival antes da colocação da restauração final (KEYF e ANIL, 1994;

MIRANDA et al. 1999).

Em resumo: a coexistência saudável entre as restaurações dentárias e as estruturas

periodontais adjacentes é o objetivo óbvio de toda reconstrução protética. Problemas

periodontais relacionados com as coroas provisórias variam de recessão gengival até

inflamação crônica da gengiva marginal. Quando as restaurações estendem-se

subgengivalmente um problema importante é o acúmulo de placa no defeito marginal

da restauração (BLOCK, 1987; KEYF e ANIL, 1994).

2.3.5 Tipos de Linha de Terminação do Preparo Dentário

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As próteses metalo-cerâmicas ainda são os materiais mais utilizados na fabricação de

coroas para prótese fixas. A técnica tradicional para a fabricação usando uma

subestrutura metálica com o processo da cera perdida ainda é o mesmo. Problemas

estéticos com o metal podem estar relacionados com o “coping” metálico, que afeta a

translucidez da coroa pela restrição da transmissão de luz e pelo aumento da

reflexicidade (PETTENÒ et al. 2000).

Os seguintes tipos de términos têm sido usados historicamente em coroas metalo-

cerâmicas: chamfro, chamfro arredondado, ombro, ombro arredondado e em forma

de faca (SHILLINGBURG, 1998).

Esses términos têm sido exaustivamente analisados quanto a ponto de vista

mecânico, e algumas modificações têm sido sugeridas para se evitar problemas

estéticos criados pela presença de metal. As diferenças entre as várias terminações

cervicais podem ser vistas na maneira do preparo: o preparo em forma de faca é o

mais fácil e rápido para ser feito e, nesse tipo de preparo, não é removido muito

tecido dentário. No entanto, nesse término é difícil de identificar os seus limites o

que leva a uma adaptação inadequada (BADER et al. 1991). Os preparos em forma

de chanfro e ombro são fáceis de delimitar, o que facilita a adaptação e o selamento

da restauração. A quantidade de substância removida do órgão dental está também

relacionada como tipo de margem. Ombro e chamfro requerem maior remoção de

dente, mas são considerados preparos mais uniformes e têm menos chances de que

sejam confeccionadas áreas retentivas. A maior remoção de dente promove maior

espessura do material restaurador, permitindo maior estética (FELTON et al. 1991).

Preparos sem términos adequados não permitem a reconstrução correta da parte

proximal da prótese, o que comprime a papila interdental e interfere na higiene oral.

Problemas semelhantes podem ocorrer na face lingual e palatina do dente, levando a

um sobrecontorno da restauração. Por esse motivo, os preparos em ombro e chanfro

ao redor do órgão dental são mais proporcionais e, do ponto de vista periodontal,

permitem uma morfologia da coroa que é mais tolerada pela gengiva (ROMANELLI,

1980; MARTIGNONI e SHONENBERGER, 2002).

RICHTER-SNAPP et al. (1988) relatam que a linha de término do preparo não afeta

significativamente a adaptação de coroas metalocerâmicas. Os autores ava liaram os

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términos chamfro arredondado e ombro arredondado. SYU et al. (1993) relatam

também que não houve nenhuma diferença significativa entre a adaptação marginal e

axial dos preparos dentários com ombro, ombro arredondado e chamfro. Esses

estudos mostram que a seleção do término do preparo usado em coroas metalo-

cerâmicas não deve ser baseado na adaptação marginal, mas na preferência pessoal,

estética, facilidade na confecção, e acima de tudo no tipo de coroa que será usada na

reabilitação (GOODACRE et al. 2001).

Em seu estudo, KEYF e ANIL (1994) relatam que não houve diferença

estatisticamente significativa entre a adaptação marginal da coroa com o término em

ombro e em chamfro. Foi constatado que, com o passar do tempo, aumenta o “gap”

marginal do término em chamfro, mas isto não foi significativo na análise estatística.

O que se recomenda, clinicamente, é que os términos protéticos tenham o mínimo de

profundidade e uma espessura mínima exigida para se manter um bom nível de

resistência e estética, assim como um espaço mínimo requerido para o

desenvolvimento de um perfil de emergência adequado (GOODACRE et al. 2001).

Uma grande desvantagem, relatada em diversos artigos, ocorre durante o processo de

fundição da porcelana com a estrutura metálica, pois é produzida uma grande

distorção na margem metálica. Ainda que a distorção não seja estatisticamente

significativa, a relevância clínica pode ser questionada porque a magnitude da

distorção deve ser inferior a 50 µm. Vale relatar que HAMAGUCHI et al. (1982) não

constataram nenhuma diferença estatisticamente significante na distorção marginal

do metal resultante da fusão da porcelana com a estrutura metálica, quando eles

compararam os términos ombro, ombro arredondado, chamfro e chamfro

arredondado.

2.3.6 Afastamento Gengival

No passo clínico em que se faz a retração do tecido gengival, para facilitar a

exposição do término gengival nas moldagens, devem-se evitar o deslocamento e a

exposição prolongada da gengiva a vasocontritores, visto que pode ocorrer recessão

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gengival persistente e/ou necrose isquêmica (MEZZOMO et al. 2001). Quando do

uso do eletrocautério, cuidados devem ser tomados para se evitar o contato com o

osso, cemento e a junção cemento-esmalte. Em condições periodontais satisfatórias,

o afastamento gengival constitui manobra delicada e solicita cuidados especiais. A

cuidadosa e eficiente colocação de fios impregnados com soluções não cáusticas,

para obtenção de afastamento gengival, provoca um aprofundamento adicional do

sulco gengivodentário. Provavelmente, nesta situação, chega a haver rompimento de

fibras de inserção conjuntiva. A presença de células em substituição aos feixes

colágenos leva à migração para apical do epitélio juncional e a formação de bolsa

periodontal (MIRANDA, 1999).

RUEL et al. (1982) compararam os efeitos clínicos e histológicos de três métodos de

retratores gengivais (eletrocautério, fio retrator e bandas) em 20 indivíduos. Mostram

que o eletrocautério provoca um leve atraso na cicatrização clínica e histológica

quando comparado ao fio retrator e banda. A recessão foi menor com as bandas, e

maior com o eletrocautério (SACHS, 1985; SAITO, 2000).

2.3.7 Cimentação

Desadaptações da margem das coroas expõem mais o cimento de fosfato de zinco,

que irrita os tecidos moles ao redor. Quando o cimento dissolve, uma área aberta

formará um nicho de retenção de placa bacteriana e a inflamação se instala

(BERMAN, 1993 e ROSENTHIEL e LAND ,2002).

Mesmo com a cuidadosa preparação da coroa total e a cimentação precisa, sempre

um pequeno “gap” restará entre a margem da restauração e o término do dente

preparado, predispondo o dente a cáries e as doenças periodontais (DREYER-

JORGENSEN, 1960). Quanto maior a adaptação da restauração, menor será o “gap”

marginal e a espessura da camada de cimento exposto na margem. A margem mal

adaptada favorece a degradação do cimento, que pode ser descrita pela erosão e

dissolução (SHINKAI et al. 1995). A dissolução do cimento é significativamente

influenciada pelo “design” do preparo e o tipo de cimento. A maioria dos estudos

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concluiu que o fosfato de zinco e o ionômero de vidro mostram uma solubilidade

relevante clinicamente nos fluidos orais (KNIBBS e WALLS, 1989). No entanto,

JACOBS e WINDELER (1991) não encontraram diferença estatisticamente

significativa na taxa de dissolução dos cimentos no “gap” marginal, que variavam

entre 25 e 75 µm. Por outro lado, quando o tamanho do “gap” foi de 150 µm ocorreu

um aumento na taxa que foi estatisticamente significativo para o cimento de fosfato

de zinco.

Voltamos a enfatizar que cimentos resinosos parecem ter propriedades similares às

de resinas compostas. Eles são menos solúveis do que o fosfato de zinco e o cimento

de ionômero de vidro. Porém, os cimentos resinosos são degradados por enzimas

encontradas na saliva humana, e esta atividade hidrolítica contribui para o colapso

desses cimentos (LARSEN e MUNKSGAARD, 1991). Ainda não é conhecido se o

comportamento superior dos cimentos resinosos continuará após um longo período

de observação. (TINSCHERT et al. 2001).

2.4 MICROBIOLOGIA

2.4.1 Etiologia da Doença Periodontal

Diferentes mecanismos microbiológicos envolvidos na perda de inserção periodontal

têm sido descritos na literatura. Uma hipótese sugere que o acúmulo de placa,

incluindo aumento de certas bactérias, provoca a gengivite, caracterizada pela

irritação do tecido gengival, e condições locais que facilitam o início e progressão

das patologias periodontais (SYED e LOESCHE, 1978; MOORE e MOORE, 1994).

Outra hipótese aventa até que a implantação direta ou transmissão dos patógenos

periodontais pode ocorrer na ausência de inflamação gengival. (RIVIERE et al.

1996). Em alguns casos, a seqüência da maturação da placa pode ser de importância

secundária, e até ser influenciada por fatores sistêmicos, como: distúrbios hormonais,

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diabetes, stress e resposta sistêmica inadequada a anticorpos que colaboram com o

início da doença (MOONEY et al. 1995; TANNER et al. 1998).

2.4.1.1 Saúde Periodontal

Nas áreas gengivais que são clinicamente saudáveis, ou relativamente saudáveis, o

padrão bacteriano é consistente com o descrito para a placa supragengival

relativamente imatura. Estreptococos, espécies de Actinomyces, em especial as

espécies A. viscosus e A. naeslundii, e Veillonella são responsáveis pela maioria das

bactérias que podem ser germinadas na gengiva em estado de saúde. As amostras de

bactérias obtidas de placas retiradas de gengivas saudáveis parecem ser basicamente

imóveis, com um índice de formas móveis e imóveis de cerca de 1:40. Apesar de

muitas outras espécies bacterianas serem isoladas das amostras de placas

subgengivais das pessoas com gengiva saudável, essas bactérias são basicamente

consideradas componentes transitórios de uma placa dental em amadurecimento. Por

sua vez, algumas espécies bacterianas que se acreditava serem patógenos

periodontais podem também estar presentes em gengivas saudáveis (KORNMAN,

2001).

Com o reduzido espaço para a colonização bacteriana, condições de anaerobiose não

muito acentuadas (sulco gengival com apenas 1 a 3 mm) e pequena quantidade de

fluido gengival, a microbiota desse ecossistema é numericamente escassa e

constituída principalmente pelos colonizadores iniciais da superfície dental e do

epitélio sulcular. Portanto existe um franco predomínio de bactérias gram-positivas

? cerca de 85%, e facultativas ? cerca de 75%. Os gram-negativos representam

aproximadamente 15% da microbiota cultivável e incluem espécies de

Fusobacterium e Prevotella (LORENZO, 2004; NEWMAN et al. 2004).

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2.4.1.2 Gengivite

Na ausência de medidas de higiene bucal, a placa continua acumulando-se até que

seja alcançado um equilíbrio entre as forças de remoção e as forças de formação. A

formação representa uma sucessão ecológica altamente ordenada e previsível; sendo

que, nos primeiros dois dias após a profilaxia, a superfície do dente é basicamente

colonizada por cocos facultativos gram-positivos, especialmente espécies de

estreptococos. Nos próximos sete dias, outros primeiros colonizadores entram na

placa, incluindo espécies Veillonella, cocos anaeróbios gram-negativos, bastonetes

gram-positivos que são basicamente espécies Actinomyces, e espécies

Capnocytophaga, um bastonete gram-negativo. Seguindo essa evolução, e nesse

momento, as mais severas espécies anaeróbias se tornam proeminentes, em especial

as espécies de Fusobacterium e Prevotella intermedia. A morfologia da placa, nessa

ocasião, é basicamente filamentosa ao invés de cocóide, e reflete o domínio de

espécies Actinomyces e Fusobacterium (KORNMAN, 2001).

Apesar das espécies Actinomyces aumentarem mais que a massa da placa, o

sangramento gengival está especificamente associado ao aumento de Actinomyces

viscosus, Prevotella intermedia e Porphyromonas gingivalis. Outros estudos, dentre

eles de Moore e Moore (1994), descobriram que os níveis de bastonetes gram-

negativos, incluindo as espécies de Eikenella corrodens, Fusobacteruim nucleatum, e

de Capnocytophaga, aumentaram em amostras de placa retiradas de áreas com

gengivite (MOMBELLI et al. 1995; LORENZO, 2004).

Com o aumento virtual da profundidade do sulco gengival, ocorre a formação de

uma maior área de anaerobiose para a instalação e crescimento de microrganismos

que residem bem nesta nova condição. O progresso no número de bactérias agrava a

resposta inflamatória defensiva, resultando em um maior fluxo de fluido gengival,

que, por sua vez, favorece o desenvolvimento de várias espécies microbianas, com

ênfase para as bactérias patogênicas anaeróbias proteolíticas; a maioria gram-

negativas. Por esse motivo, nos casos de gengivite, ocorre decréscimo de 85% para

cerca de 55% da proporção inicial de germes gram-positivos, e um considerável

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aumento da porcentagem de bactérias gram-negativas, de 15% para

aproximadamente 45%. Essa quase equivalência numérica também ocorre em

relação ao comportamento respiratório das bactérias, visto que a porcentagem de

facultativas reduz de 75% para 55%, e a freqüência de anaeróbios obrigatórios

aumenta de 25% para 50%. A proporção de bacilos móveis e treponemas aumenta

sensivelmente, para ordem de 16 a 21%, respectivamente (NEWMAN et al. 2004).

Esta estrutura ecológica permanece relativamente estável quando fisicamente

inalterada, e representa a camada de placa aderida à superfície do dente.

Colonizadores tardios aparecem em tempos diferentes na superfície desta tela

bacteriana. Os principais componentes dos colonizadores tardios são Porphyromonas

gingivalis, bastonetes móveis e espiroquetas (MOMBELLI et al. 1995).

2.4.1.3 Periodontite

A periodontite crônica parece envolver um amadurecimento bacteriano em um

hospedeiro susceptível (KORNMAN, 2001). O aumento gradativo da profundidade

da bolsa periodontal fornece maior campo para a instalação de bactérias,

principalmente das anaeróbias estritas, que são privilegiadas pela acentuada redução

do teor de oxigênio. Ressalte-se que a presença de maiores volumes de fluidos

gengivais determina o aumento da afluência de fatores nutritivos para as bactérias

proteolíticas, em detrimento das dependentes de carboidratos. O conjunto desses

fatores possibilita uma alteração severa na constituição da microbiota subgengival. A

grande maioria passa a ser representada por gram-negativos (75%) e anaeróbios

estritos (90%). Os treponemas, muito sensíveis ao oxigênio e muito exigentes em

relação a componentes nutricionais, passam a constituir cerca de 30% da microbiota

associada com a periodontite crônica (LÓPEZ et al. 2004).

Essa fase da doença parece estar associada com a atividade de metabólicos tóxicos

(enzimas e toxinas) da placa bacteriana sobre as células e a substância intercelular do

epitélio do sulco gengival, que não é ceratinizado. O acréscimo da população de

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espécies patogênicas provoca maior elaboração de produtos tóxicos, os quais

induzem ao incremento das respostas inflamatórias (inespecífica) e imunológicas

(específica), que geram vários fatores (mediadores químicos) que contribuem

decisivamente para a destruição progressiva e dramática dos tecidos nos estágios

avançados da doença (LORENZO, 2004).

De tal sorte, em função dessas múltiplas variáveis, a resposta do hospedeiro à

agressão microbiana pode ter natureza protetora ou lesiva, determinado, portanto, um

amplo leque de variações de intensidade das respostas teciduais observadas apenas

em alguns dentes (doença sítio-específica), ou até, mesmo, em todos os dentes

(doença generalizada) (NEWMAN et al. 2004).

2.4.2. Maturação da Placa Supragengival; Formação da Placa Subgengival

A placa supragengival que é coberta pela margem gengival edemaciada é banhada

pelo fluido crevicular gengival que possibilita mudanças ecológicas, que podem

influenciar a composição das bactérias na placa subgengival. A estrutura da placa

subgengival é normalmente diferente do que a encontrada em áreas supragengivais.

A placa subgengival aderente ao dente inicialmente é dominada por bactérias

filamentosas gram-positivas e, portanto, muito similar à placa supragengival. Ocorre

que algumas espécies de Capnocytophaga podem se unir diretamente ao cemento e

proporcionar uma base diferente para a sucessão ecológica. Esses microrganismos

aderem-se às células das bactérias que já estão massa da placa; este processo é

chamado de co-agregação. Algumas bactérias também se unem diretamente à

superfície epitelial da gengiva e permitem a formação de tela aderente desconexa no

lado epitelial da área subgengival. A parte inferior, ou porção apical do sulco ou

bolsa, normalmente possui espiroquetas e bastonetes gram-negativos filamentosos

um pouco desorganizados e frouxamente aderidos. Estão separados do epitélio

gengival por uma camada de leucócitos (UMEDA et al. 2004).

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O microambiente subgengival é decisivamente influenciado pela quantidade de

fluido gengival. O fluido gengival é um exsudato do soro sanguíneo, portanto,

primariamente, tem importante desempenho na defesa local. No entanto, o

incremento de sua exsudação conduz para o ambiente periodontal, como já

relatamos, uma ampliação considerável de nutrientes essenciais para o

desenvolvimento de vários patógenos (LÓPEZ et al. 2004).

A microbiota do ambiente periodontal tem características bem diferentes, seu

desenvolvimento depende de biofatores presentes em grande quantidade no sangue e

seus derivados. Essas bactérias são caracterizadas por um metabolismo proteolítico,

em sua maioria Gram-negativas e anaeróbias obrigatórias (LORENZO, 2004).

Além desses microrganismos terem o desenvolvimento estimulado por constituintes

do sangue, ainda são favorecidos por outros constituintes da placa bacteriana madura.

Como exemplos: a menadiona (vitamina K3) e a hemina (fator X) são fatores

indispensáveis para o desenvolvimento de Porphyromonas gingivalis e de Prevotella

intermedia. O CO2, necessário para o metabolismo das bactérias: Actinobacillus,

Capnocytophaga e Eikenella é produzido por Fusobacterium, Eubacterium,

Tannerella e Peptostreptococcus (NEWMAN et al. 2004).

Em resumo; quanto maior a formação de placa bacteriana, maior será a produção de

metabólicos tóxicos na região do epitélio desceratinizado do sulco gengival. Como

conseqüência, aumenta a intensidade da inflamação e da permeabilidade capilar, o

que acarreta maior afluência de exsudato crevicular gengival, favorecendo o

desenvolvimento de patógenos periodontais.

2.4.3 Efeito da Placa Supragengival na Placa Subgengival

O impacto do controle de placa supragengival na microbiota subgengival já foi, e

continua sendo, discutido em diversos estudos.

Na formação inicial da placa bacteriana supragengival, cria-se um ambiente

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favorável para o estabelecimento da microbiota. Pois bem, o desenvolvimento da

flora subgengival depende basicamente da presença da placa supragengival. Parece,

portanto, plausível que a remoção da placa supragengival influencia no

desenvolvimento e composição da placa subgengival.

Em geral, os dados indicam que uma higiene oral meticulosa por diversas semanas

pode influenciar a microbiota subgengival, em sulcos gengivais com profundidade

considerada rasa (1 a 3 mm) até profunda (> 3 mm), o que mostra que a microbiota

subgengival é influenciada não somente por fatores locais no sulco gengival, mas

também pelo ecossistema supragengival (DAHLÉN et al. 1992; MCNABB et al.

1992; SATO et al. 1993; HELLSTORM et al. 1996; GREENSTEIN 1997, ALI et al.

1997; DAROUT et al. 2003; UMEDA et al. 2004; LÓPEZ et al. 2004). Esses

achados corroboram com o estudo de XIMÉNEZ-FYVIE (2006), os quais analisaram

1170 amostras de bactéria s de placa supra e subgengivais em adultos com

periodontite. Seus resultados indicam que as placas supragengivais abrigam

patógenos periodontais, que podem provocar a reinfecção dos sítios subgengivais.

Em vista disso, o controle de placa supragengival afe ta a composição da placa

subgengival, assim como os índices clínicos de normalidade. No entanto, muitos

estudos demonstram que a microbiota em sulcos gengivais maiores do que 5 mm

não foram alteradas pelo controle de placa supragengival. Tudo indica que, em

maiores profundidades, é difícil para os pacientes conseguir reduzir a microbiota

subgengival, a qual, por sua vez, pode ser alcançada mediante terapia periodontal

realizada pelo profissional. Esses estudos mostram que a bactéria subgengival tem

uma sistema ecológico independente da placa supragengival, pelo menos em áreas

com grande profundidade clínica de sondagem.

2.4.4 Recolonização Bacteriana

A relação entre sulcos profundos residuais e supostos patógenos periodontais,

considerando a recorrência da doença, foi notada primeiramente por LISTGARTEN

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et al. (1991). Os autores constataram que os pacientes com sulcos profundos tinham

níveis superiores das espécies A. actinomicetemcomitans, P. gingivalis ou P.

intermedia, após a terapia desses sulcos gengivais. Pode-se interpretar que sítios

rasos têm menor risco da progressão da doença, quando comparados a sítios

profundos (GREENSTEIN, 1997).

Após o tratamento, na ausência de terapia de suporte, as bolsas periodontais residuais

podem facilitar o rápido retorno das bactérias a níveis semelhantes aos anteriores da

terapia periodontal. UMEDA et al. (2004) relatam que, após um período de 60 dias

sem qualquer tipo de controle, não há variação entre a composição bacteriana

anterior e após o tratamento periodontal. SACHS (1985) relata que, após a instalação

das próteses subgengivais, mudanças na composição da placa bacteriana ocorrem em

um período de 19 a 27 semanas após a sua instalação. SHILOAH e PATTERS

(1996) mostraram que, depois da raspagem e alisamento radicular, os sítios

profundos foram mais freqüentemente recolonizados. Outros relatos também indicam

que, após a raspagem radicular, a recolonização pode ocorrer, especialmente em

sítios com profundidade clínica de sondagem residual > 5mm. Por outro lado, alguns

investigadores têm falhado em encontrar uma correlação importante entre a

recolonização bacteriana e os parâmetros clínicos (GREENSTEIN, 1997; DÓGAN et

al. 2003).

DAROUT et al. (2003) narram que a higiene oral tem efeito significativo nos níveis

bacterianos da placa subgengival, e que este efeito é dependente da espécie

bacteriana presente. É interessante ressaltar que estudos anteriores mostraram que

espécies como P. gingivalis, T. denticola, C. rectus, F. nucleatum e L. buccalis não

parecem ser influenciadas pelo tipo de higiene oral utilizada, principalmente quando

os sítios são mais profundos (> 5 mm). Os autores também admitem que as bactérias

periodontopatogênicas Tannerella forsythensys, Fusobacterium spp.,

Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermedia e Peptostreptococos micros são

consideradas agentes causais de periodontites resistentes a terapias convencionais.

Esses e outros dados demonstram que sítios profundos são mais difíceis para os

pacientes manterem livres de inflamação, o que requerer instrumentação adicional,

terapia de suporte intensiva e procedimentos habituais de higiene oral

(GREENSTEIN, 1997; DAROUT et al. 2003).

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64

2.4.5 Considerações Microbiológicas

SOCRANSKY et al. 1998; SOCRANSKY e HAFFAJEE (2001) descreveram cinco

complexos microbianos que se instalam sequencialmente na placa subgengival de

indivíduos adultos. A constatação desses complexos no exame de 13.321 amostras de

placa subgengival de 185 adultos pelo uso de sondas de DNA, e técnicas adequadas

para a análise de associações interbacterianas mostram que estas não são feitas

aleatoriamente, mas de forma específica. A formação desses diferentes complexos é

baseada na freqüência com a qual os microrganismos eram encontrados juntos. Os

complexos amarelo, azul, verde e violeta são constituídos por grupamentos (clusters)

de bactérias que têm a capacidade de aderir à superfície dental, constituindo a base

da pirâmide do biofilme; são os colonizadores iniciais da superfície dental e não se

relacionam com a doença periodontal, sendo muito deles considerados até como

benéficos; espécies de Streptococcus constituem 47 a 82% dos colonizadores

pioneiros. No complexo amarelo, estão S. mitis, S. sanguinis, S. gordonii e S. oralis.

No azul, estão várias espécies de Actinomyces. O violeta engloba Veillonella parvula

e Actinomyces odontolyticus. O complexo verde compreende Capnocytophaga

ochracear, C. sputigena, C. gingivalis e o sorotipo “a” de A. actinomycetemcomitans

(este sorotipo é associado com a periodontite do adulto, enquanto o sorotipo “b” é

relacionado com a periodontite agressiva). Esses complexos basais fornecem

receptores e criam condições ecológicas para a implantação das bactérias do

complexo laranja (Streptococcus constellans, Campylobacter rectus, C. showae, C.

gracilis, Prevotella intermedia, P. nigrescens, Peptostreptococcus micros,

Fusobacterium nucleatum e F. periodonticum), implicadas com a patogênese das

doenças periodontais. O complexo laranja precede e cria condições para a

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implantação do complexo vermelho (ápice da pirâmide – associado com

sangramento gengival); este aglomerado é formado pelas espécies Tannerella

forsythensys, Porphyromonas gingivalis e Treponema denticola, aceitas como

agentes etiológicos da periodontite crônica. Estas bactérias estão associadas com o

aumento de profundidade de bolsa, e com a presença de sangramento à sondagem.

Esses três últimos complexos podem ser considerados por colonizadores secundários

da placa (NEWMAN et al. 2004).

Comentários indicam que há um relacionamento direto entre o nível, o tipo de

patógenos e o aumento na profundidade do sulco gengival. Em bolsas periodontais

sem tratamento com profundidade > 5 mm comparadas às bolsas com profundidade

< 5mm, DÓGAN et al. (2003) reportam os seguintes achados: P. intermedia, 4:1;

Porphyromonas gingivalis, 3:9; Eikenella corrodens, 2:7; A.

actinomycetemcomitans, 3:0; Fusobacteruim nucleatum, 2:8. Percentualmente, nos

locais mais profundos (> 5 mm), os autores encontraram: P. gingivalis, 20%; A.

actinomycetemitans, 21%; P. intermedia, 20%; E. corrodens, 28%; F. nucleatum,

19,8%. Por outro lado, nos sítios com menor profundidade (< 3 mm), a percentagem

de sítios infectados com uma dessas bactérias foi menor do que 5%.(GREENSTEIN,

1997; HAFFAJEE et al. 2005).

Convém salientar que bolsas e sulcos periodontais profundos estão associados

também a elevados níveis de espiroquetas, e as bactérias P. gingivalis, P. intermedia,

A. actinomycetemcomitans (MOMBELLI et al. 1995; SOCRANSKY e HAFFAJEE,

2001; GONÇALVES et al. 2004).

Em placas subgengivais de sítios profundos, maior do que 6 mm, estavam presentes

P. gingivalis, T. denticola, T. forsythensys, F. nucleatum e V. parvula mais

freqüentemente, do que em sítios com profundidade entre 4-5 mm. Por sua vez

SOCRANSKY et al. (1998) comentam que as espécies F. nucleatum, T. forsythensys

e C. rectus ou P. gingivalis, P. intermedia e S. intermedius foram encontradas em

sítios com severa perda de inserção, e sulcos gengivais mais profundos (> 6 mm).

Uma forte correlação foi também encontrada entre as altas contagens de P.

gingivalis, A. actinomycetemcomitans e P. intermedia, e o incremento da

profundidade dos sulcos gengivais (DAROUT et al. 2003; GONÇALVES et al.

2004).

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HAFFAJEE et al. (1998) realizaram uma extensa pesquisa com indivíduos em saúde

oral, em manutenção de tratamento periodontal, e com periodontite. Os seus

resultados mostraram que os níveis de P. gingivalis, T. forsythensys, Treponema

denticola e Selenomonas noxia foram elevados em indivíduos com periodontite,

enquanto a prevalência e os níveis de outras 36 espécies subgengivais avaliadas não

se diferenciaram significativamente entre os três grupos estudados. Esses e outros

estudos indicam que espécies similares podem ser encontradas em amostras de placa

subgengivais tomadas de indivíduos periodontalmente saudáveis, como aqueles em

estado de doença, ainda que as proporções e níveis de espécies específicas

diferenciaram-se acentuadamente (XIMÉNEZ-FYVIE et al. 2000b; HAFFAJEE et

al. 2005).

ALVES et al. (2006) em seu estudo sugerem que podem existir diferenças na

virulência entre os genótipos de uma mesma espécie bacteriana, o que explicaria o

não desenvolvimento ou a não progressão da doença em alguns pacientes, mesmo

quando o microrganismo está presente em grande quantidade.

Patógenos periodontais podem ser detectados na placa supra e subgengival em

indivíduos saudáveis. GMUR e GUGGENHEIM (1994) usaram anticorpos

monoclonais para detectar espécies específicas na placa supragengival de 21

higienistas em saúde periodontal. Esses dois pesquisadores concluíram que a

prevalência de A. actinomycetemcomitans, P. gingivalis, T. forsythensys, F.

nucleatum, Campylobacter rectus e Prevotella nigrescens foi de 83%, 67%, 48%,

79%, 43% e 100%, respectivamente. No entanto, o número de células detectadas foi

geralmente <1% da microbiota. Esses dados indicam que os patógenos periodontais

suspeitos ocorrem tanto na placa supragengival quanto na placa subgengival, embora

em números e proporções menores. No entanto, relatam os autores que não há dados

que forneçam uma idéia clara de outras espécies da microbiota oral, ou o

relacionamento entre espécies supra e subgengivais em indivíduos com ou sem saúde

periodontal. Os resultados do estudo desenvolvido por XIMÉNEZ-FYVIE et al.

(2000a) corroboram com os dados encontrados por GMUR e GUGENHEIN (1994).

MOORE et al. (1983), portanto há mais de 20 anos e certamente preocupados com

esse problema, examinaram 22 amostras de bactérias de placas supragengivais e 38

subgengivais de 22 indivíduos com periodontite moderada. Os autores encontram um

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predomínio na placa supragengival de diversas espécies incluindo quatro espécies de

Streptococcus, nove espécies de Actinomyces, três espécies de Capnocytophaga,

Veillonella parvula, Leptotrichia buccalis, duas espécies de Selemonas e Rothia

dentocariosa. Em contraste, três espécies de Fusobacterium, duas espécies de

Peptostreptococcus, sete espécies de Eubacterium, Campylobacter rectus,

Porphyromonas gingivalis e espécies de Prevotella foram encontradas com

predominío na placa subgengival (COLOMBO et al. 2002).

ZEE et al. (1996) examinam a composição de 44 amostras de bactérias de placa

supragengival colhidas de 11 indivíduos em quatro datas diferentes. Após 14 dias de

acúmulo de placa, a placa supragengival alterou-se de cocos gram positivos,

primariamente espécies Streptococcus, para outra predominantemente de cocos gram

positivos e negativos incluindo ainda Actinomyces, Fusobacterium, Veillonella e

Capnocytophaga. No primeiro dia de acúmulo de placa, os microrganismos

frequentemente isolados incluem Staphylococcus epidernidis, Veillonella dispar,

Actinomyces israelli, Propionibacterium granulosum, Gemella morbillorum,

Streptococcus mitis e Streptococcus sanguis. No décimo quarto dia, as amostras

bacterianas apresentaram predominânc ia de Fusobacterium, Capnocytophaga e

Prevotella intermedia (SOCRANSKY e HAFFAJEE, 2001).

COLOMBO et al. (2002); SOCRANSKY et al. (2004); COLOMBO et al. (2005);

XIMÉNEZ-FYVIE et al. (2006) comparam grupos com áreas periodontalmente

saudáveis e áreas com periodontite. Não foi observada diferença significativa entre

esses dois grupos, quando se analisa a presença de todos os patógenos considerados

extremamente virulentos. A prevalência de todas as bactérias foi maior do que 65%

nas áreas analisadas em indivíduos com saúde periodontal. Esse achado é consistente

com a noção de que tanto as espécies patogênicas como as compatíveis com saúde

são indígenas residentes da microbiota subgengival. Algumas espécies foram mais

prevalentes na periodontite crônica, como: P. gingivalis, T. denticola e T.

forsythensis. Além disso, esses patógenos periodontais incluem-se no complexo

vermelho (SOCRANSKY et al. 1998; SOCRANSKY e HAFFAJEE, 2001)

representando uma proporção significativamente maior nas espécies nas amostras de

placa subgengival de indivíduos com periodontite quando comparadas com as

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amostras de pacientes periodontalmente saudáveis, o que parece estar primariamente

relacionado com uma diminuição significativa das espécies de Actinomyces.

CAO et al. (1990) demonstraram a complexidade do assunto ao relatar que, por meio

de técnicas de microscopia e cultura, compararam a microbiota de amostras

bacterianas de placas, sendo 10 supragengivais e 10 subgengivais, em primeiros

molares superiores, em indivíduos chineses e caucasianos. Na microbiota

supragengival dos caucasianos, prevaleceu Actinomyces e Streptococcus, enquanto

Fusobacterium e Tannerella pigmentados de preto foram os microrganismos mais

predominantes nos indivíduos chineses. Os chineses também exibiram percentagens

maiores de espiroquetas na placa supragengival do que os caucasianos. Nos chineses,

Fusobacterium e Captophaga foram mais incidentes nas amostras de bactérias da

placa supragengival. Esses fatos aparentemente demonstram que a raça, hábitos

alimentares, e até fatores individuais podem interferir na microbiota oral

(SOCRANSKY et al. 2004).

Enfim, autores admitem que o sucesso do tratamento periodontal depende, sobretudo,

da redução ou eliminação de microorganismos patogênicos dos sítios subgengivais.

A doença periodontal destrutiva está associada a variadas espécies de

microorganismos: Actinobacillus actinomycetemcomitans, Porphyromonas

gingivalis, Tannerella forsythensys, Dialister pneumosintes, Prevotella

intermedia/nigrescens, Campylobacter rectus, Fusobacterium nucleatum,

Peptostreptococcus micros, Eubacterium, Estreptococos beta-hemolítico,

enterococos, pseudomonas e estafilococos. Pois bem, a eficácia no tratamento

periodontal, segundo esses autores, poderia ser efetivamente alcançada somente com

o controle desses microorganismos (COLOMBO et al. 2002; TIMMERMAN et al.

2000; TIMMERMAN et al. 2001; DAMESHMAND et al. 2002; UMEDA et al.

2004; SOCRANSKY et al. 2004; HAFFAJEE et al. 2005).

2.4.6 Fatores de Virulência Bacteriana

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Os microrganismos periodontopatogênicos devem exibir fatores demonstráveis de

virulência que possibilitem sua colonização no hospedeiro, a resistência às defesas

locais do hospedeiro e capacidade de provocar destruição tecidual de maneira direta

e indireta (LORENZO, 2004).

Os fatores de virulência são propriedades que permitem que uma espécie microbiana

colonize um tecido-alvo, sobrepuje as defesas do hospedeiro e cause dano para esses

tecidos. Vários microrganimos têm sido reconhecidos como periodontopatogênicos,

mas os que preenchem de forma mais convincente os requisitos descritos acima são

Porphyromonas gingivalis, Actinobacillus actinomycetemcomitans (WORLD

WORKSHOP OF PERIODONTOLOGY, 1999).

As doenças periodontais são formadas pela associação de múltiplas espécies

microbianas, algumas agindo, apenas, como facilitadoras da colonização de outras;

outras capazes de destruir diretamente o periodonto ou de hiperestimular os

mecanismos de defesa do hospedeiro, resultando em respostas que contribuem

decisivamente para aumentar a destruição tecidual causada diretamente pela bactéria

(LORENZO, 2004).

Um nicho ecológico adequado e colonizável para a sobrevivência da bactéria é

essencial, mas não suficiente para garantir a sobrevivência bacteriana, por isso as

bactérias possuem características que as deixam mais resistentes e agressivas, como:

fimbrias (presente na P. gingivalis ? é responsável por sua ligação à hidroxiapatita e

às células epiteliais; possibilitando, ainda, sua agregação com células de

Fusobacterium nucleatum), adesinas (presentes na Actinobacillus

actinomycetemcomitans; propiciam adesão do microrganismo às células epiteliais da

mucosa e à película adquirida), enzimas histolíticas (como as proteases, colagenases

e cisteína-proteinases produzidos por Porphyromonas gingivalis e Treponema

denticola que degradam proteínas de tecidos infetados ou do sistema de defesa),

toxinas (como as hemolisinas ? que lisam hemácias, epiteliotoxinas, fator inibidor

de proliferação de fibroblastos, endotoxinas como lipopolissacarídios e

peptidoglicanos que induzem à liberação de colagenases) (NEWMAN et al. 2004).

Embora a grande maioria das bactérias consideradas periodontopatogênicas como P.

gingivalis, T. forsythensys e A. actinomycetemcomitans sejam imóveis, a capacidade

de locomoção pode ser considerada um importante fator de invasão tecidual para

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organismos como Treponema spp. A capacidade de se mover em ambientes com alta

viscosidade permite que essas bactérias migrem pelo fluido gengival e penetrem na

barreira epitelial, atingindo o tecido conjuntivo gengival. As espécies A.

actinomycetemcomitans e P. gingivalis possuem a capacidade de proliferar no

interior da estrutura gengival às custas de seus microfilamentos externos

(LORENZO, 2004).

2.4.7 Características Bacterianas

Apresentaremos algumas características morfológicas e funcionais dos

microrganismos que foram alvos do nosso estudo:

Actinobacillus actinomycetemcomitans: é um cocobacilo gram-negativo reto ou

encurvado, com extremidades arredondadas. Microrganismo anaeróbio facultativo.

Habita primariamente a região subgengival. Compõe a microbiota da orofaringe

humana e coloniza mucosas. Este microrganismo tem sido fortemente associado a

periodontite juvenil localizada, e outras formas de estabelecimento precoce de

doença periodontal. O A. actinomycetemcomitans está associado à periodontite

destrutiva agressiva, e é especialmente difícil erradicá- lo somente com tratamento

mecânico. Em vista disso, é significativo o papel atual do A. actinomycetemcomitans

na periodontite crônica (KORNMAN, 2001).

Este microrganismo possui um extenso conjunto de fatores virulentos, comparáveis

ao P. gingivalis. Neles se incluem uma colagenase genuína, endotoxinas, proteases

IgA e toxinas, que alteram a função leucocitária e atividade celular epitelial. É,

possivelmente, a única espécie bucal que elabora leucotoxinas, provavelmente seu

principal fator de virulência. Existe forte tendência à reclassificação dessa espécie

bacteriana para o gênero Haemoplilus (LORENZO, 2004).

Fusobacterium nucleatum: é um bacilo Gram-negativo com uma ou ambas as

extremidades afiladas. Microrganismo anaeróbio estrito relativamente aerotolerante,

com atividade proteolítica e fermentativa. Considerado um agente de união

importante entre os colonizadores iniciais e os tardios da placa subgengival. O F.

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nucleatum tem como principal habitat bucal o ambiente subgengival. Pode ser

encontrado associado à placa nos primeiros estágios de gengivite, e aumenta à

medida que a periodontite se torna mais severa. Este microrganismo produz, por

meio de processos fermentativos, altas concentrações de ácido butírico, que, por si

só, é capaz de iniciar as primeiras reações inflamatórias. É um componente

proeminente da placa subgengival na periodontite com severa perda de inserção

(KORNMAN, 2001).

Porphyromona gingivalis: cocobacilo pleomórfico gram-negativo com diferentes

dimensões. Microrganismo anaeróbio estrito assacarolítico. Antes de 1988, era

classificado como Bacteróides. Apesar de ser anaeróbio obrigatório, é relativamente

aerotolerante. Apresenta atividade proteolítica e limitada capacidade de fermentar

carboidratos. Possui fímbrias com as quais adere a células epiteliais. O seu aumento

gradativo está associado à transição do estado de saúde para gengivite, e deste para o

de periodontite crônica. Podem ser detectados em aproximadamente 40% dos sítios

sadios, mas em baixa proporção relativa ? cerca de 6% da microbiota total. Nos

sítios afetados por periodontite crônica, essas bactérias não são isoladas em todos os

casos, mas estão presentes na grande maioria ? cerca de 80%, e, em alta proporção,

por volta de 23% da microbiota total (LORENZO, 2004).

Tannerella forsythensys: é um bacilo gram-negativo, com um aspecto fusiforme

podendo apresentar filamentos muitos longos. É anaeróbio estrito dotado de

metabolismo sacarolítico. No passado teve sua denominação de Bacteroides

forsythus. Esta bactéria tem ganhado muita atenção nos últimos anos, à medida que a

disponibilidade de sondas de DNA específico e novas técnicas de cultura permitiram

o estudo deste microrganismo de difícil crescimento. O T. forsythensys é encontrado

mais comumente nas amostras da placa subgengival, e está, em geral, associado a

bolsas profundas. Este microrganismo é com freqüência detectado também em

pessoas com periodontite refratária (LORENZO, 2004).

Treponema denticola: é um microrganismo espiralado gram-positivo com diferentes

tamanhos. Portador de flagelos periplasmáticos responsáveis pela intensa

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mobilidade. A capacidade de se mover em ambientes com alta viscosidade permite

que este treponema migre pelo fluido gengival e penetrem na barreira epitelial,

atingindo o tecido conjuntivo gengival. Em cortes histopatológicos de periodontites

são encontrados no epitélio juncional, no tecido conjuntivo adjacente e na

proximidade do tecido ósseo alveolar. Anaeróbio estrito muito sensível ao oxigênio,

obtém energia metabolizando aminoácidos ou fermentando carboidratos. Seu

desenvolvimento requer anaerobiose estrita e ácidos graxos de cadeia longa. Estão

presentes no soro sanguíneo, mas não dificilmente cultiváveis. Habitante do sulco

gengival, seu número aumenta expressivamente em bolsas periodontais profundas.

Adere a fibroblastos gengivais, a proteínas da membrana basal como laminina,

colágeno e fibrinogênio. Considerada citotóxica para fibroblastos e células epiteliais.

Aglutina e lisa eritrócitos graças à produção de hemolisina, e de uma protease com

ação semelhante à quimiotripsina e fosfolipase C. A protease com ação semelhante à

quimiotripsina também hidrolisa proteínas do hospedeiro como anticorpos IgA e

IgG, albumina sérica, fibrinogênio, tranferrina e laminina (LORENZO, 2004).

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3 PROPOSIÇÃO

O objetivo deste trabalho foi comentar à luz da literatura os princípios biomecânicos

que dão suporte aos preparos protéticos, e avaliar e acompanhar, após seis e doze

meses da instalação de próteses fixas com limites cervicais supra e subgengivais, os

resultados clínicos através de parâmetros específicos e de uma microbiota

patogênica selecionada, habitualmente presente nos tecidos periodontais doentes,

(Actinobacillus actinomycetemcomitans, Fusobacterium nucleatum, Porphyromonas

gingivalis, Tannerella forsythensis, Treponema denticola), assim como correlacionar

as alterações dos parâmetros clínicos com a microbiota periodontopatogênica

avaliada.

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4. CASUÍSTICA ? MATERIAL E MÉTODOS

4.1 CASUÍSTICA

Seleção de Pacientes

Por meio de um exame clínico, foram selecionados seis pacientes de ambos os

gêneros __ 3 indivíduos do sexo masculino e 3 indivíduos do sexo feminino ___ ,

voluntários, normotensos, com idade variando entre 30 a 65 anos (média de 46,5

anos), inscritos na Disciplina de Prótese Parcial Fixa da Universidade Paulista –

UNIP que tinham indicação clínica e radiográfica de coroas protéticas unitárias.

Todos os pacientes gozavam de boa saúde e não estavam sob a ação de fármacos;

antibióticos por pelo menos 6 meses, ou qualquer outro tipo de droga que pudesse

interferir no experimento. Nenhum participante possuía doença periodontal ativa no

momento da triagem, e da instalação da prótese nas áreas experimentais e nas áreas

consideradas controles, assim como no resto da cavidade bucal (PAOLANTONIO et

al. 2004). Para evitar a seleção de bias, a boa higiene oral não foi um critério de

inclusão. Os critérios de exclusão incluíram: gravidez, amamentação, diabetes,

doenças auto- imunes, gengivite ou periodontite (GONÇALVES et al. 2004).

Os dentes-alvo apresentavam situação clínica e radiográfica semelhantes, com

processo de destruição coronária que indicava coroa protética. Porém, nenhum

paciente possuía qualquer tipo de reabilitação protética na hemi-arcada analisada

nesse estudo. Alguns necessitaram de tratamento endodôntico e instalação de núcleo

metálico de Ni-Cr previamente a reabilitação com a coroa protética metalo-cerâmica.

Os pacientes envolvidos na pesquisa assinaram o termo de Consentimento Pós-

Informação. Esse estudo foi aprovado e autorizado pelo Comitê de Ética da

Universidade Paulista – UNIP.

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4.2 MATERIAL

4.2.1 Material Permanente

Instrumental Clínico para:

1) Exame clínico: Caixa metálica com tampa para esterilizarão de instrumentos,

campos cirúrgico estéril para bandeja grande, uma pinça clínica, explorador

duplo, explorador reto, espelho plano nº5 com cabo, cureta dupla para cáries

nº18, hollenback 3s, espátula de inserção dupla nº 1 e 2, espátula flexível nº 24,

escareadores duplos nº 17 e 19, tesoura de ponta fina (Íris), tesoura para ouro,

pinça backaus, alveolótomo, pinça hemostática pequena (mosquito), pinça kelly,

pinça tipo miller (para carbono), sonda periodontal milímetrada, curetas para

raspagem periodontal, cirurgia periodontal e dentística.

2) Material de apoio: lecron, espátulas nº7, 24, 31 e 50, espátula e faca para

gesso, seringa para moldagem de elastômero com bico fino, placa de vidro grossa

e lisa, lamparina a álcool, isqueiro, pote para resina de vidro com tampa, pote

dappen, pincéis nº 0, 1 e 2 de pelo de Marta, mandril para peça de mão para disco

de lixa, mandril para contra-ângulo para disco de lixa, saca próteses, estilete,

super bond, calcadores tipo Paiva.

3) Exame radiográfico: aparelho de Raio X, protetor de chumbo para o corpo e a

tireóide.

4) Anestesia local: seringa carpule de aspiração.

5) Isolamento absoluto: pinça palmer, arco Ostby, grampos, perfurador de

Lençol.

6) Instrumentos rotatórios: caneta de alta rotação, micro-motor de baixa rotação

com contra-ângulo e peça de mão.

7) Articuladores: semi-ajustável com arco facial e articulador de charneira

simples.

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4.2.2 Material de Consumo

1) Exame Radiográfico: filme periapical, revelador e fixador.

2) Para o tratamento endodôntico: lençol de borracha Higienic, fio dental,

solução clorexidina 2%, limas endodônticas e régua calibradora.

3) Para Anestesia Local: agulhas curtas calibre 30G.

4) Fármacos: Sulfato de alumínio 14%, anestésico local com vasoconstritor:

tubetes de Xylocaína a 2% com epinefrina 1:100.000 (DFL®).

5) Para ajustes em provisórios e coroas: disco de aço 7/8 monoface, caixa de

tiras de aço, disco de lixa de papel 7/8 de granulação grossa e fina, disco

de carburundum, taça de borracha, papel carbono dupla face bauch 40

µm, carbono líquido, limas endodônticas, pinos metálicos para troquéis

(finos, médios e grossos), lâmina de bisturi nº 15.

6) Material de Moldagem: Alginato, gesso tipo comum, pedra e tipo IV,

cera, fio retrator nº 0 e 00 (Ultrapak®), silicona de adição (Aquasil®).

7) Brocas: Alta rotação: 3228, 2215, 3113, 3203, 1064, 3053, 3118, 4138,

3069, 4137, 3100, 2135, 314014.

Carbide: 284 JET, 1558 JET.

Baixa rotação: largo nº1, 2 e 3.

Peça de Mão: minicut (F87FX), disco diamantado dupla face

(7020), pedra montada granulação fina.

8) Outros: Gaze, algodão, vaselina líquida, vaselina sólida, cimento

provisório (TempBond®), cimento fosfato de zinco, Duralay cor 66, 69 e

vermelho.

4.3 MÉTODOS

4.3.1 Dinâmica da Confecção da Coroa Protética

O paciente inicialmente foi submetido a uma profilaxia supragengival, que incluiu a

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remoção de placa supragengival e cálculos, além da eliminação dos fatores retentores

de placa bacteriana. Os dentes (área experimental e controle) selecionados para o

experimento não receberam qualquer tipo de instrumentação subgengival. Após uma

avaliação cuidadosa, foram analisados os seguintes parâmetros: índice de placa,

índice de sangramento gengival, nível de inserção periodontal e profundidade clínica

de sondagem. Por meio desses exames constatou-se a ausência da doença

periodontal. A confecção da coroa protética foi iniciada e executada no período de

abril a outubro de 2005.

O preparo do dente foi padronizado e iniciado com um sulco marginal cervical

executado com uma broca esférica 1011. O procedimento foi feito nas faces

vestibular e lingual do órgão dental até próximo ao ponto de contato do dente

vizinho. Nos casos em que não havia ponto de contato, o sulco foi estendido para as

faces proximais.

A profundidade do sulco foi de aproximadamente 0,7 mm, ou seja, metade do

diâmetro da broca.

O desgaste aproximado nas faces vestibulares e proximais foi de 1,3 mm, e, na face

oclusal/incisal, de 2,0 mm. O procedimento possibilita que o metal e a porcelana

reproduzam o contorno anatômico normal do dente. Os sulcos de orientação tiveram

basicamente a finalidade de controlar o desgaste do órgão dental.

Uma broca diamantada com extremidade ogival (3228), em alta rotação, permitiu a

confecção de sulcos na face vestibular do dente correspondente ao diâmetro

aproximado da broca (1,2 mm); um no meio da face vestibular e outro próximo à

face proximal. Os sulcos foram realizados seguindo a inclinação da face do dente,

dividindo cada dente em terço cervical, médio e incisal/ oclusal.

Os sulcos oclusais/incisais, também em número de dois, seguiram a mesma direção

das cúspides. A broca foi inclinada em um ângulo de 45º, em relação com o longo

eixo do dente. A profundidade desses sulcos foi de aproximadamente 2,0 mm.

Após os preparos dos sulcos, utilizando a mesma broca, fez-se a união dos sulcos das

faces vestibular, incisal e lingual.

Quanto ao preparo das faces interproximais, com o dente adjacente protegido com

uma matriz de aço, procedeu-se à eliminação da convexidade natural desta área com

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uma broca tronco-cônica fina (3203). Após a criação de um espaço de 1 mm com o

dente vizinho, usou-se, então, a broca 3216 para o desgaste definitivo dessa face.

Em dentes anteriores, utilizou-se a broca diamantada em forma de pêra (3118) para

proceder ao desgaste na face palatina/lingual, seguindo a anatomia desta área. O

desgaste nesta área foi de aproximadamente 1,3 mm. Finalizados os desgastes,

avaliaram-se os espaços obtidos, inclusive por meio de movimentos da mandíbula de

lateralidade e protrusão. Agora, o desgaste do terço cervical foi realizado com a

broca 3228, com o objetivo básico de formar o término cervical em ombro, com

espaço suficiente que pudesse permitir uma boa resistência do metal, associado à

porcelana.

No que se refere aos preparos subgengivais, estendeu-se à ponta da broca com

metade do seu diâmetro, em contato com epitélio do sulco gengival, sem o prévio

afastamento gengival. A proposta do preparo protético foi de uma inclinação de 5º

nas paredes axiais, a partir do término cervical.

Após o término cervical, tornou-se necessária a regularização do preparo, com brocas

anteriormente utilizadas, com o intuito de eliminar áreas de esmalte sem suporte ou

irregularidades. O acabamento final foi realizado com brocas de aço multilaminadas,

em baixa rotação.

Depois da confecção do preparo, foi instalada a restauração provisória confeccionada

em um laboratório de prótese dentária. Essas coroas provisórias foram

minuciosamente reembasadas, polidas e cimentadas com cimento provisório, visando

não só à estética, mas principalmente à manutenção da saúde periodontal dos

pacientes. Sempre que necessário, essas restaurações foram reavaliadas com a

finalidade de manter-se uma boa adaptação marginal, evitando, desta maneira, a

instalação de doença periodontal.

A reprodução do preparo protético (moldagem), nas próteses com o término

subgengival, foi realizada com uma silicona de adição (polivinilsiloxano), após o

afastamento gengival com fio retrator e uma substância adstringente (sulfato de

alumínio). Nas coroas com término supragengival, a moldagem também foi realizada

com uma silicona de adição (polivinilsiloxano), porém não foi necessário o

afastamento gengival.

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Os passos seguintes foram: remoção da coroa protética provisória, desinfecção do

“coping” e do preparo dentário com digluconato de clorexidina 0,2%, prova do

“coping” no preparo dentário, ajustes no “coping”, utilizando broca diamantada

2215, avaliação do “coping” por meio de radiografia periapical, tomada de registro

interoclusal em máxima intercuspidação com o uso de duralay vermelha, escolha da

cor, moldagem de transferência, utilizando como material de moldagem alginato,

cimentação com cimento temporário e envio do modelo e da peça para o laboratório.

O material de todos os pacientes foi enviado para o mesmo laboratório, e o técnico

foi orientado sobre as características exigidas na futura prótese.

Após a inclusão da porcelana na peça, foi feito o ajuste oclusal com o uso de folhas

de carbono e desgaste dos contatos mais intensos com uma broca diamantada 3203.

Algumas características, como perfil de emergência e adaptação marginal, foram

avaliadas clinicamente e por meio de radiografias periapicais; o material foi enviado

para o laboratório novamente para que fosse realizado o glazeamento.

Com o retorno do laboratório das coroas definitivas glazeadas, estas foram

cimentadas com cimento de fosfato de zinco. Após a cimentação, foram realizadas

tomadas radiográficas (RX periapical por meio da técnica do paralelismo) para a

verificação das distâncias biológicas e a realização de um novo ajuste oclusal.

Durante o período de reabilitação protética, os pacientes receberam instruções

detalhadas para o controle no dia-a-dia da placa dentária. Porém, após a instalação da

coroa protética, nenhuma instrução ou motivação foram passadas aos pacientes, a fim

de se avaliar, e nessa condição, o comportamento microbiológico gengival.

Os pacientes foram distribuídos em dois grupos, grupo 1 e grupo 2, de acordo o

limite do término cervical da prótese:

• Grupo 1 – incluiu pacientes com o término cervical supragengival

reabilitando dentes posteriores. Neste grupo, avaliaram-se o dente a ser

reabilitado (área experimental) e o dente mais próximo da área experimental

(dente controle).

• Grupo 2 consistiu em indivíduos com o término cervical subgengival

reabilitando dentes anteriores. Neste grupo, avaliaram-se o dente a ser

reabilitado (área experimental) e o dente adjacente (dente controle). Na

ausência do dente vizinho, o dente mais próximo foi considerado controle.

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Não foram confeccionadas coroas protéticas com términos cervicais no limite da

crista gengival, pois os resultados seriam semelhantes aos do término cervical

supragengival quando comparados, o que não justificaria a sua realização (AVILA-

CAMPOS e VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ, 2002).

Seis e doze meses após a inserção das coroas, os pacientes foram convocados para

que os parâmetros clínicos e microbiológicos propostos no estudo fossem

reavaliados.

4.3.2 Parâmetros Avaliados dos Pacientes

4.3.2.1 Avaliação dos Parâmetros Clínicos

Os exames clínicos incluíram avaliação dos tecidos periodontais e dos fatores

associados. Esses foram: índice de placa (IP); sangramento à sondagem (SS) ___ em

que se avaliou inflamação nos tecidos conectivos; profundidade clinica de sondagem

(PCS) e nível de inserção (NI) __ medida que se estende da linha cemento-esmalte à

região mais profunda do sulco gengival. Os exames clínicos foram realizados nas

seis superfícies (mésio-vestibular, vestibular, disto-vestibular, mésio- lingual, lingual

e disto- lingual) dos dentes incluídos no estudo dos participantes da pesquisa e

contabilizados conforme recomenda HAFFAJEE et al. (1998). Os exames

radiográficos (Rx periapical utilizando a técnica do paralelismo) tiveram por objetivo

analisar o respeito às distâncias bio lógicas pelas próteses dentárias recém instaladas.

As medidas clínicas e avaliações radiográficas foram executadas por apenas um

examinador, treinado e calibrado pela Disciplina de Periodontia da Universidade

Paulista (UNIP).

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4.3.2.2 Coleta das Amostras de Microrganismos da Placa Subgengival

As amostras de microrganismos foram obtidas o mais próximo possível dos 6 e 12

meses da cimentação definitiva dos trabalhos protéticos, conforme relato de SACHS

(1985) que conclui que a microbiota se estabelece após um período de 19 a 27

semanas, após a instalação da coroa protética.

As amostras de microrganismos das placas subgengivais foram obtidas após os

dentes estarem isolados com roletes de algodão, cuidadosamente raspados

supragengivalmente com uma cureta de Gracey, limpos com algodão estéril e secos

com ar. Então, duas pontas de papel ? uma no sítio controle e outra no sítio teste ?

foram inseridas no sulco gengival e direcionadas apicalmente até encontrar

resistência na face mésio-vestibular de cada dente analisado. O cone de papel foi

mantido em posição por 1 minuto, e então removido e inserido em um frasco plástico

estéril contendo uma solução de transporte. Um frasco individualizado foi usado para

cada cone de papel. No mesmo dia, os frascos foram enviados para o Laboratório de

Microbiologia, Setor de Anaeróbios do Instituto de Biomedicina, da Universidade de

São Paulo. As amostras foram processadas em um período menor do que 48 horas

após a coleta, utilizando o exame de reação em cadeia da polimerase (PCR) para as

seguintes bactérias A. actinomucetemcomitans, P. gingivalis, Tannerella forsythensis

(anteriormente Bacteroides forsythus), F. nucleatum, T. denticola. As espécies

escolhidas foram ordenadas de acordo com o estudo descrito por SOCRANSKY et

al. (1998).

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4.3.3 Detecção pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) dos DNA dos

Espécimens-Alvo, obtidas diretamente das amostras clínicas

4.3.3.1 Extração dos DNA Bacterianos

A detecção dos DNA de P. gingivalis, T. denticola, F. nucleatum, A.

actinomycetemcomitans e T. forsythensis foi executada pela reação em cadeia da

polimerase (PCR) diretamente das amostras clínicas conservadas em Água Milli-Q

esterelizada. O conteúdo do tubo Eppendorf contendo cada amostra clínica coletada

foi disperso em vortex por 60 segundos, fervido por dez minutos para extrair o DNA

bacteriano (AVILA-CAMPOS e VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ, 2002), centrifugado a

14.000 x g por 10 minutos e o sobrenadante (DNA) foi estocado a 20ºC até o

momento de seu uso.

4.3.3.2 Reação de Amplificação dos DNA Bacterianos

A reação de amplificação dos DNA bacterianos foi realizada em volumes de 25 µl,

contendo 2,5 µl de tampão PCR (10x), 1,25 µl de MgCl2 (50mM), 1,0 µl da mistura

de dNTP (0,2mM), 1,0 µl de cada iniciador específico (0,4µM), 0,25 µl de

TaqDNApolimerase (0,5U), 8,0 µl de Água Milli-Q esterelizada e 10 µl do DNA

isolado. Os iniciadores específicos utilizados segundo Slots et al (1995), foram os

seguintes, sendo que A = adenina, C = citosina, G = guanina, T = tirosina

a) para P. gingivalis: (1) AGG CAG CTT GCC ATA CTG CG, (2) ACT GTT

AGC AAC TAC CGA TGT

b) para T. denticola: (1) TAA TAC CGA ATG TGC TCA TTT ACA T, (2)

TCA AAG AAG CAT TCC CTC TTC TTC TTA.

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c) Para Tannerella forsythensis (B. forsythus) : (1) GCG TAT GTA ACC

TGC CCG CA, (2) TGC TTC AGT GTC AGT TAT ACC T

d) Para A. actinomycetemcomitans: (1) GCT AAT ACC GCG TAG AGT CGG,

(2) ATT TCA CAC CTC ACT TAA AGG T.

e) Para F. nucleatum: 5’ GAG TAG GAT TTT

A amplificação foi realizada em termociclador, programado para um ciclo de 94ºC

(cinco minutos) trinta ciclos de 94 ºC (30 segundos), 55ºC ou 60ºC segundo cada par

de iniciadores específicos (30 segundos), 72ºC (30 segundos) e um ciclo de 72ºC

(cinco minutos).

4.3.3.3 Eletroforese em Gel de Agarose

Os produtos de PCR foram analisados por eletroforese em gel de agarose (1%), em

fonte de corrente a 70 V, por 2,5 horas. Após o tempo de corrida, o gel foi corado

com brometo de etídio (0,5µg/mL). Como controle de peso molecular de peso

molecular foi usado 1Kb DNA ladder.

Em todas as análises foi utilizada Água Milli-Q como controle negativo e a fita do

DNA da bactéria pesquisada como controle positivo.

Os sinais foram avaliados visualmente por comparação com as escalas de células

bacterianas de 105 e 106 para as espécies testadas na mesma membrana. Eles foram

detectados como: 0 = não detectado; 1 detectado. A sensibilidade deste ensaio foi

ajustada para permitir a detecção de células na contagem 104 das bactérias testadas

pelo ajuste na concentração no exame de DNA. Os sinais foram avaliados

visualmente por comparação com os níveis padrão de cada espécie. Este

procedimento foi realizado com o intuito de fornecer a mesma sensibilidade na

detecção de cada espécie. Falhas na detecção de qualquer sinal foi computado como

zero, ainda que de modo concebível, as contagens que variaram de 1 a 10000

puderam estar presentes (HAFFAJEE et al. 1998).

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4.3.4 Análise Estatística

4.3.4.1 Análise Estatística Descritiva

Os dados numéricos dos parâmetros clínicos — Profundidade Clínica de Sondagem

(PCS), Perda de Inserção (NI), Índice de Placa (IP) e Sangramento à Sondagem (SS)

— e microbiológicos estão apresentados em valores absolutos e relativos na forma de

tabelas e figuras.

4.3.4.2 Análise Estatística Inferencial

Foi realizada a análise estatística dos parâmetros clínicos nas áreas experimentais e

controles nos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético

subgengival) aos 6 e 12 meses, com diferentes combinações por meio dos seguintes

testes: Profundidade Clínica de Sondagem (PCS) e Nível de Inserção Periodontal

(NI) pelo teste t-student pareado e com amostras distintas; e Índice de Placa (IP) e

Sangramento à Sondagem (SS) por meio do teste Qui-quadrado, com correção de

Yates.

Quanto à análise da prevalância bacteriana, esta foi realizada nas áreas experimentais

e controles nos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protéico

subgengival) aos 6 e 12 meses, com diferentes combinações, utilizando-se do teste

exato de Fisher.

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5 RESULTADOS

Tabela 5.1 Mostra individualmente nos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) os seguintes parâmetros: Profundidade clínica de sondagem média (PCS) em milímetros, Índice médio de placa (IP) em %, Nível de inserção média (NI) em milímetros e Índice médio de sangramento à sondagem (SS) em % nas áreas controle e experimental, durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12M), das 6 faces do órgão dental avaliadas.

TÉRMINO CERVICAL SUPRAGENGIVAL (Grupo 1) Paciente 1 Paciente 2 Paciente 3 Experimental Controle Experimental Controle Experimental Controle 6M 12M 6M 12M 6M 12M 6M 12M 6M 12M 6M 12M PCS 2,83 3,33 2,83 3 2,83 3,33 1,83 2,1 1 2,3 0,83 1 IP 100 100 100 100 33 66 0 33 33 66 16 33

NI 0,5 1 1 1,5 0 0,5 0 0,5 0 0,5 0 0 SS 33 50 50 66 100 100 100 100 50 83 33 66

TÉRMINO CERVICAL SUBGENGIVAL (Grupo 2) Paciente 4 Paciente 5 Paciente 6 Experimental Controle Experimental Controle Experimental Controle 6M 12M 6M 12M 6M 12M 6M 12M 6M 12M 6M 12M PCS 0,5 0,83 0,74 0,83 0,66 0,91 0,83 0,91 0,66 1,0 0,66 0,74

IP 16 33 0 16 33 50 50 50 16 66 16 66 NI 1 1,5 1 1 0 1 0 0,5 0 1 0,5 0,5 SS 0 83 16 33 16 33 33 33 50 83 33 50

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Tabela 5.2 Mostra os valores médios da Profundidade clínica de sondagem (PCS), em milímetros, dos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle e experimental, durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12M), obtidos das 6 faces avaliadas do orgão dental. O símbolo ? significa aumento porcentual entre a 1ª e 2 ª coletas.

Término Supragengival

Término Subgengival PCS

1ª coleta 2ª coleta 1ª coleta 2ª coleta

Controle 1,83mm 2,03mm ?10,92% 0,74mm 0,82mm ?10,81%

Experimental 2,22mm 2,97mm ?33,78% 0,60mm 0,91mm ?51,66%

Tabela 5.3 Mostra os valores médios do Índice de placa (IP), em porcentagem, dos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle e experimental, durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12M), obtidos das 6 faces avaliadas do orgão dental. O símbolo ? significa aumento porcentual entre a 1ª e 2 ª coletas.

Término Supragengival

Término Subgengival IP

1ª coleta 2ª coleta 1ª coleta 2ª coleta

Controle 38,66% 55,33% ?16,67% 22,00% 38,60% ?16,60%

Experimental 55.33% 77,33% ?22,00% 21,66% 60,60% ?38,94%

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Tabela 5.4. Mostra os valores médios do Nível de inserção periodontal (NI), em milímetros, dos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle e experimental, durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12M), obtidos das 6 faces avaliadas do orgão dental. O símbolo ? significa aumento porcentual entre a 1ª e 2 ª coletas.

Término Supragengival Término

Subgengival NI

1ª coleta 2ª coleta 1ª coleta 2ª coleta

Controle 0,33mm 0,66mm ?100% 0,50mm 0,66mm ?32%

Experimental 0,33mm 0,83mm ?151% 0,33mm 1,16mm ?251%

Tabela 5.5. Mostra os valores médios do Índice de sangramento à sondagem (SS), em porcentagem, dos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle e experimental, durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12M), obtidos das 6 faces avaliadas do orgão dental. O símbolo ? significa aumento porcentual entre a 1ª e 2 ª coletas.

SS Término Supragengival

Término Subgengival

1ª coleta 2ª coleta 1ª coleta 2ª coleta

Controle 61,00% 77,33% ?16,33% 27,33% 38,66% ?11,33%

Experimental 61,00% 77,66% ?16,66% 22,00% 66,33% ?44.33%

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Tabela 5.6. Mostra a presença ou não das bactérias patogênicas avaliadas (Porphyromonas gingivalis, Fusobacterium nucleatum, Actinobacillus actinomycetemcomitans, Treponema denticola, Tannerella forsythensis) e identificadas nas amostras de placas subgengivais nos grupos 1 (preparo protético supragengival) e 2 (preparo protético subgengival) nas áreas controle (C) e experimental (E), durante a primeira coleta aos seis meses (6M) e segunda aos doze meses (12M). Os microrganismos foram identificados pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)

P. gingivalis F. nucleatum A.a T. denticola T. forsythensis Freqüência total das bactérias nas

amostras Amostras

6M 12M 6M 12M 6M 12M 6M 12M 6M 12M 6M 12M

E1 - - - + - - + + - - E2 - + - + + + - - + + E3 - - - - - - - - - + Prevalência nas áreas

experimentais em %

? 33,3% ? 66,6% 33,3% 33,3% 33,3% 33,3% 33,3% 66,6% 19,98% 46,62%

C1 - - - - - - - - - - C2 + + - + - + + + + +

Sup

rage

ngiv

al

C3 - - - - - - - - - -

Prevalência nas áreas

controle em %

33,3% 33,3% ? 33,3% ? 33,3% 33,3% 33,3% 33,3% 33,3% 19,98% 33,33%

E4 - + + + + + - + - - E5 - - - + - + - + - + E6 + + - - - + + + - + Prevalência nas áreas

experimentais em %

33,3% 66,6% 33,3% 66,6% 33,3% 100% 33,3% 100% ? 66,6% 26,64% 79,96%

C4 + + - - - - - + - - C5 - - - + - + - + - -

Sub

geng

ival

C6 + + - - - - - - - +

Prevalência nas áreas

controle em %

66,6% 66,6% ? 33,3% ? 33,3% ? 66,6% ? 33,3% 13,2% 46,62%

Prevalência da presença

bacteriana em todas áreas

analisadas em %

33,3% 50,0% 8,3% 50,0% 16,6% 50,0% 24,99% 58,3% 16,6% 50,0% 19,98% 51,66%

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89

6 DISCUSSÃO

Na odontologia, de longa data se estabelece uma polêmica sobre a inflamação que

freqüentemente assola os tecidos periodontais após a colocação de trabalhos

restauradores, protéticos ou não (GENCO et al. 1999; LANZA et al. 2003). Esta tem

sido uma correlação de tal ordem estreita, que se tem proposto, e com propriedade,

que as estruturas periodontais representam a consciência dos procedimentos

restauradores odontológicos. Isto, a bem da verdade, significa que a resposta

saudável, ou não, dos tecidos periodontais, frente aos trabalhos restauradores, retrata

o respeito que os procedimentos restauradores devem ter em relação aos princípios

que regem o comportamento fisiológico dos tecidos. Portanto, o critério maior que

avalia uma prótese é a resposta, dentro de parâmetros fisiológicos ou não, dos tecidos

periodontais. Esta relação entre os procedimentos restauradores e as respostas das

estruturas periodontais se estabelece tanto para o periodonto de proteção, quanto para

o periodonto de sustentação (JAMESON e MALONE, 1982; SACHS, 1985;

GREENSTEIN, 1997; WILSON e KORNMAN, 2001).

Frente a essa realidade, a reabilitação protética necessita de um planejamento e uma

execução dentro de parâmetros definidos. O conhecimento da histofisiologia das

estruturas de proteção e suporte dos dentes, o saber das evidências que dizem

respeito à etiologia da doença periodontal, a idéia do comportamento das estruturas

gengivais — quando em contato com superfícies de prótese —, fornecem as bases

científicas de como proceder no preparo de um trabalho restaurador.

Pesquisas clínicas têm focado o efeito das restaurações, protéticas ou não, sobre os

tecidos periodontais. Relatos, baseados em pesquisas, mostram que alguns fatores

relacionados à confecção, localização do término cervical da prótese e propriedades

dos materiais utilizados na reabilitação podem contribuir para a inflamação

periodontal localizada (ROMANELLI, 1980; REEVES, 1991; BERMAN, 1993;

SANAVI et al. 1998; BASTOS et al. 2001; ROSENTHIEL e LAND, 2002;

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90

MARTIGNONI e SHONENBERGER, 2002). Esta inflamação comumente se

desenvolve quando as reabilitações facilitam um ambiente local, diferente do

fisiológico, em que a microbiota indígena presente no local se transforma em uma

flora microbiana periodontopatogênica (KORNMAN, 2001; LORENZO, 2004;

NEWMAN et al. 2004).

Tendo esses fatos presentes durante a fase de planejamento e todo o processo de

reabilitação, é impreterível que as estruturas periodontais estejam em condições

saudáveis, visto que, se essas estruturas estiverem doentes, não será possível para o

profissional estabelecer com precisão o nível do término cervical da futura prótese,

acontecimento que pode interferir tanto nos aspectos estéticos, quanto no equilíbrio

fisiológico tecidual (ROMANELLI, 1980; MIRANDA et al. 1996; SAITO, 2000;

BASTOS et al. 2001).

A verdade é que o limite supragengival é, sem dúvida, na opinião da maioria dos

autores, o término restaurador mais recomendado devido à facilidade do clínico

confeccionar a prótese, e os pacientes manterem uma higiene satisfatória. Além

disso, durante os controles periódicos realizados pelo profissional, é possível

averiguar a presença de eventuais processos cariosos e de doenças periodontais na

interface dente-restauração (SACHS, 1985; SAITO, 1998; ROSENTHIEL e LAND,

2002; LANZA et al. 2003; ROBERTSON, 2003).

Quanto aos procedimentos restauradores com términos subgengivais, os trabalhos,

também na sua maioria, sustentam que este limite cervical só se justificaria em

alguns casos especiais (GOODACRE et al. 2001. LANZA et al. 2003), incluindo-se

a estética de dentes anteriores, melhora da retenção da prótese e cáries ou fraturas

existentes na região do preparo. Acredita-se, ainda, que as próteses com términos

subgengivais apresentam maior potencial de retenção de placa e, mesmo, dificuldade

na confecção, pois os limites da restauração permanecem abaixo da linha gengival, o

que com certeza dificulta os procedimentos clínicos que procuram uma boa

adaptação marginal e, ainda, favorecem a inflamação crônica e a perda de inserção

periodontal (WAERHAUG, 1960; SILNESS, 1970; VALDERHAUG e

BIRKELAND, 1976; LÖE et al. 1978; JAMESON e MALONE, 1982; SANTOS,

1998; LOPES, 1998; SCHATZLE et al. 2001; LASCALA e MOUSALI, 2001;

LANZA et al. 2003). Além disso, muitas vezes, em restaurações subgengivais com

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91

mais de 0,5 mm abaixo do sulco gengival, o epitélio juncional e/ou inserção

conjuntiva possivelmente serão invadidos provocando a perda de inserção

periodontal permanente (GARGIULO et al. 1961; REEVES, 1991; SCUTELLA et

al. 1999; BASTOS et al. 2001; LANZA et al. 2003, NEWMAN et al. 2004).

Reforçamos que neste trabalho clínico-experimental foram rigorosamente aplicados

todos os princípios que norteiam a confecção da prótese por meio da realização de

um correto perfil de emergência (JAMESON e MALONE, 1982; REEVES, 1991;

PEGORARO et al. 1998; MIRANDA, 1999; BASTOS et al. 2001) evitando-se,

assim, o sobrecontorno (JAMESON e MALONE, 1982; SACHS, 1985;

FERRENCZ, 1991; SHILLINGBURG et al. 1998; SAITO, 2000; BASTOS et al.

2001); reembasamentos freqüentes da coroa protética provisória (ROMANELLI,

1980; TJAN e GRANT, 1987; BLOCK, 1987; KEYF e ANIL, 1994; MIRANDA et

al. 1999; MARTIGNONI e SHONENBERGER, 2002) adaptação marginal

clinicamente aceitável (SORENSEN et al. 1986; REEVES, 1991; SULAIMAN et al.

1997; BASTOS et al. 2001; NOGUEIRA-FILHO et al. 2001) ? conseguida por

meio da correta escolha do término cervical (ROMANELLI, 1980; RICHTER-

SNAPP et al. 1988; SYU et al. 1993; MARTIGNONI e SHONENBERGER, 2002),

material de moldagem de boa qualidade (PONTORIERO e CARNEVALE, 2001),

comunicação com o protético e uso de material cimentante adequado (DREYER-

JORGENSEN, 1960; BJORK et al. 1970; LANGE et al. 1983; KNIBBS e WALLS,

1989; FELTON et al. 1991; LARSEN e MUNKSGAARD, 1991; SHINKAI et al.

1995; TINSCHERT et al. 2001; ROSENTHIEL e LAND, 2002).

Na seqüência, após esses comentários iniciais, passaremos a mostrar, discutir,

acompanhar e correlacionar as avaliações clínicas e microbiológicas das reabilitações

supra e subgengivais durante o acompanhamento aos 6 e 12 meses, após a

implantação das restaurações protéticas. A avaliação e a discussão da variação

porcentual média da profundidade clínica de sondagem (PCS) dos resultados dos

grupos 1 e 2, áreas controle e experimental, podem ser encaminhadas por meio da

figura 6A.

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92

A figura 6A (tabela 5.2) mostra que a área experimental supragengival (grupo1),

entre a 1ª e 2ª coletas — aos 6 e 12 meses, respectivamente — apresentou um

aumento da Profundidade Clínica de Sondagem (PCS) estatisticamente significativo

(p = 0,0002), à custa provavelmente do epitélio juncional, de 33,78% e na área

controle de 10,92%, sem significância estatística (p = 0,08). Por sua vez, a área

controle subgengival (grupo 2), entre a 1ª e 2ª coletas — aos 6 e 12 meses,

respectivamente —, apresentou um aumento da PCS de 10,81% (sem significância

estatística p = 0,27) e a área experimental de 51,66%, esta última estatisticamente

significativa (p = 0,00008). E quando comparamos a área experimental

supragengival aos 12 meses com a área controle supragengival, também aos 12

meses, houve uma diferença significativa (p = 0,03). Analisando esses resultados,

podemos constatar que não houve grandes diferenças entre as áreas controles nos

términos supra e subgengivais. Porém, nas áreas experimentais, onde o fator

protético foi avaliado, pôde-se notar uma diferença entre as variações porcentuais

dos resultados que foi indiscutivelmente importante. Como a profundidade clínica de

sondagem é um parâmetro que avalia o nível de infecção periodontal, e está

diretamente relacionada à colonização por espécies bacteria nas específicas, esse

resultado significa, provavelmente, que há um maior nicho de retenção de

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microrganismos nessas regiões em que a PCS aumentou, o que clinicamente pode

evoluir no futuro para doenças periodontais mais graves. No entanto, como em todos

os casos, tanto nas próteses supra quanto nas subgengivais, a PCS manteve-se menor

do que 3 mm neste primeiro ano, que foi o da avaliação. O prognóstico, portanto, não

é tão desfavorável; no entanto, é um possível início de doença periodontal. Visto que

na confecção da prótese foi seguido todo o protocolo, podemos, nesta situação,

controlar esse aumento de PCS por meio, somente, de profilaxia profissional

periódica e motivação a higiene adequada. Destacamos, ainda, que não podemos

confundir aumento de PCS com doença periodontal ativa. Este é um fator isolado

que deve ser analisado em conjunto com outros parâmetros, para que se possa avaliar

o risco, ou não, de doença periodontal.

Quanto à avaliação e à discussão da variação porcentual média do índice de placa

(IP) os resultados dos grupos 1 e 2, das áreas controle e experimental, podem ser

conduzidos por meio da figura 6B.

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A figura 6B (tabela 5.3) mostra que as áreas controles supragengival (grupo1) e

subgengival (grupo 2), entre a 1ª e 2ª coletas — aos 6 e 12 meses, respectivamente

— apresentam um aumento médio dos índices semelhante de 16,6%. Já nas áreas

experimentais, não ocorre o mesmo tipo de resultado. Nas regiões em que a prótese

foi confeccionada com o término supragengival (grupo1), a variação porcentual

média do índice de placa (IP), entre a 1ª e 2ª coletas, foi de 22%, e nas áreas com

término subgengival, essa variação foi ainda maior: de 38,9%. Mesmo com essas

discrepâncias entre os valores, não houve diferença estatisticamente significativa no

Índice de Placa (IP) entre a primeira coleta, aos 6 meses, e a segunda, aos 12 meses,

tanto para o término protético supra quanto para o subgengival, nas áreas controles e

experimentais. O aumento do Índice de Placa (IP) em todas as comparações pode ser

conseqüência da rugosidade presente nas porcelanas, e da não adaptação perfeita da

prótese ao dente (SORENSEN et al. 1986; REEVES, 1991; SULAIMAN et al. 1997;

BASTOS et al. 2001; NOGUEIRA-FILHO et al. 2001; MARTIGNONI e

SHONENBERGER, 2002); problema comum a qualquer tipo de prótese. Este

acontecimento pode significar mais um fator de retenção de placa bacteriana. Porém,

um aspecto que deve interpretado com cuidado, nesse estudo, é que as coroas com

términos supragengivais foram confeccionadas sempre em dentes posteriores, região

em que a higiene bucal não é realizada com visualização direta. Já as próteses com

términos subgengivais foram executadas em dentes anteriores, onde naturalmente a

higiene bucal é mais bem realizada. Isso pode ser observado, principalmente, nos

resultados da primeira coleta aos 6 meses quando a diferença percentual média entre

os términos protéticos supra e subgengivais, favorável ao IP supragengival, nas áreas

experimentais foi de 33,67%. Fato que não se manteve com tanta relevância aos 12

meses, quando a diferença percentual média caiu para 16,73% (Tabela 5.3). A

explicação para esse fato pode ser que a higiene bucal dos pacientes participantes da

pesquisa piorou de uma maneira geral e/ou que o fator retentor de placa bacteriana

nas próteses subgengivais foi determinante no aumento do IP na segunda metade do

estudo devido ao aumento da Profundidade Clínica de Sondagem (PCS). Voltamos a

lembrar que os dados deste trabalho são de acompanhamento de apenas um ano.

Advertimos que a deterioração das margens das restaurações protéticas e do agente

cimentante ocorre em períodos mais prolongados (DREYER-JORGENSEN, 1960;

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BJORK et al. 1970; LANGE et al. 1983; KNIBBS e WALLS, 1989; FELTON et al.

1991; LARSEN e MUNKSGAARD, 1991; SHINKAI et al. 1995; TINSCHERT et

al. 2001; ROSENTHIEL e LAND, 2002) o que pode ser considerado indicativo de

um prognóstico desfavorável para as próteses subgengivais, pois estas possuem um

contato íntimo com os tecidos periodontais.

Quanto à avaliação e à discussão da variação porcentual média do nível de inserção

(NI) os resultados dos grupos 1 e 2, nas áreas controle e experimental, podem ser

orientados por meio da figura 6C.

A figura 6C (tabela 5.4) mostra que houve uma diferença percentual média

importante quando se compara a perda de inserção entre as áreas controles — entre 6

e 12 meses — e as próteses supragengivais (Grupo 1) e subgengivais (Grupo 2), que

tiveram variações de 100% e 32%, respectivamente, sendo que a primeira foi

estatisticamente significativa (p = 0,004). Isso evidencia que fatores não relacionados

à prótese estão envolvidos no nível de inserção (NI). Analisando, agora, as áreas

experimentais, esta diferença foi estatisticamente significativa, pois a perda de

inserção nas áreas supragengivais entre a 1ª (6 meses) e 2ª (12 meses) coletas foi de

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151,0% (p = 0,00011) e de 251,5% (p = 0,0000005) nas áreas subgengivais. E

quando comparadas as áreas experimental e controle subgengivais aos 12 meses,

também houve uma diferença estatisticamente significativa (p = 0,0011). Esses

resultados mostram que não é apenas o fator prótese que provoca perda de inserção.

As diferenças entre os grupos 1 e 2, quando se avaliam os aumentos dos níveis de

inserção entre os grupos controle e experimental, são muito importantes,

principalmente no grupo experimental.

Dentre outros fatores que podem ter influenciado tais alterações, enfatizamos o

aumento da microflora periodontopatogênica, principalmente do complexo vermelho,

que reconhecidamente é um fator de destruição tecidual (SOCRANSHY et al. 1998;

HAFFAJEE e SOCRANSKY, 2001; TIMMERMAN et al. 2001; DAMESHMAND

et al. 2002; SOCRASKY e HAFFAJEE, 2002; XIMENEZ-FYVIE et al. 2006) e

traumatismos diretos sobre a gengiva marginal durante a higiene bucal

(VALDERHAUG e BIRKELAND, 1976), visto que os pacientes não foram mais

instruídos quanto à higiene bucal após a instalação das próteses. Esta maior alteração

do grupo experimental poderia ser também explicada pela teoria de SCHATZLE et

al. (2001) que relata a existência de um mecanismo de autodefesa do organismo, em

que ocorre a recessão gengival que distancia a gengiva marginal do processo

inflamatório crônico. Esta é uma modificação tecidual que ocorre principalmente na

presença de próteses com términos cervicais no limite subgengival.

Quanto à avaliação e à discussão da variação porcentual média do índice de

sangramento à sondagem (SS), os resultados dos grupos 1 e 2, áreas controle e

experimental podem ser dirigidos por meio da figura 6D.

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A figura 6D (tabela 5.5) mostra que não há uma grande diferença de aumento entre a

1ª (6 meses) e 2ª (12 meses) coletas nas área controle do grupo 1 (16,33%) e do

grupo 2 (11,33%), quando se avalia o Índice de Sangramento à Sondagem (SS). Esta

diferença de aumento porcentual de 5% pode ser considerada não muito importante.

Porém, quando se analisam as áreas onde as próteses foram instaladas, os aumentos

porcentuais dos índices de sangramento à sondagem, da 1ª (6 meses) a 2ª (12 meses)

coletas são mais relevantes. Nas regiões onde o término do preparo protético é

supragengival, o aumento do índice é de 16,66%, semelhante ao aumento das áreas

controle (16,63); já quando o preparo protético é subgengival, o aumento deste índice

é de 44,33%. Interessante também observar que, nos términos supra e subgengivais,

os valores médios dos aumentos dos Índices de Sangramento, tanto na 1ª (6 meses)

como na 2ª (12 meses) coletas, são superiores aos 12 meses para os preparos

subgengivais. Mesmo com essa discrepância entre os resultados, não houve diferença

estatisticamente significativa no Sangramento à Sondagem (SS) entre a primeira

coleta, aos 6 meses, e a segunda, aos 12 meses, tanto para o término protético supra

como para o subgengival, nas áreas experimentais e controles. Nossos resultados

parecem estar de acordo com estudos que concluem que restaurações protéticas

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localizadas abaixo da margem gengival são habitualmente incompatíveis com a

saúde periodontal (WALDERHAUG et al. 1960; BADER et al. 1991). Visto que o

sangramento à sondagem é efetivamente um dos sinais que evidenciam a presença de

inflamação gengival, as próteses com limites subgengivais podem ser,

evidentemente, consideradas agentes irritantes dos tecidos gengivais

(GREENSTEIN, 1997; KORNMAN, 2001), podendo provocar no futuro colapso das

estruturas periodontais, caso o aumento do Sangramento à Sondagem esteja aliado

ao aumento da Profundidade Clínica de Sondagem e do Índice de Placa. Essas

alterações, por fim, provocam o aumento da perda de Inserção Periodontal

(KORNMAN, 2001).

A relação do término cervical da prótese, acima ou abaixo do limite gengival, com a

microbiota do periodonto considerada patogênica merece ser avaliada e discutida. A

prótese dentária, devido às suas limitações, é reconhecidamente um dos fatores que

favorece a retenção de placa, quando comparada à dentição natural (NOGUEIRA-

FILHO et al. 2001). Este fato favorece o acúmulo de placa bacteriana, incluindo o

aumento de certas bactérias que provocam gengivite, que evoluem para patologias

periodontais mais destrutivas (SYED e LOESCHE, 1978; MOORE e MOORE,

1994; KORNMAN, 2001; BASTOS et al. 2001; LORENZO, 2004; NEWMAN et al.

2004). No que se refere à avaliação e discussão da microbiota patogênica,

apresentamos a figura 6E.

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A figura 6E (tabela 5.6) mostra que, nos preparos protéticos supragengivais (grupo

1), o porcentual de aumento nas amostras dos microrganismos patogênicos avaliados

aos 12 meses foi de 26,34 % porque aos 6 meses essas bactérias estavam presentes

em 19,98%, e, aos 12 meses, em 46,62 % das amostras avaliadas das áreas

experimentais do grupo 1. Constata-se também que o aumento dos microrganismos

patogênicos ocorreu com menor intensidade nas áreas controles (13,35%) porque aos

6 meses essas bactérias estavam presentes em 19,98 % e aos 12 meses em 33,33%

das amostras avaliadas das áreas controles do grupo 1. Mesmo com essas

discrepâncias entre os resultados da prevalência bacteriana nos términos protéticos

supragengivais, não houve diferença estatisticamente significativa entre a primeira

coleta, aos 6 meses, e a segunda, aos 12 meses, nas áreas controles e experimentais.

A figura 6F mostra com maior visibilidade a freqüência de participação dos

microrganismos patogênicos avaliados.

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100

Ainda por meio da tabela 5.6 e com o auxílio da figura 6F, pode-se verificar que os

microrganismos que apareceram com mais freqüência nas amostras de áreas

experimentais em preparos protéticos supragengivais aos 12 meses foram

Fusobacterium nucleatum 66,6% (0,0 % aos 6 meses) e Tannerella forsythensis

66,6% (33,3 % aos 6 meses). Essas mesmas tabela e figura mostram que aos 6 meses

ainda não se instalou na placa a Porphyromonas gingivalis, e que as bactérias

Treponema denticola e Actinobacillus actinomycetemcomitans mantiveram

porcentual constante de 33,3%, aos 6 e 12 meses, após a instalação da prótese.

Os microrganismos ausentes e que aparecem aos 12 meses na área controle, também

em preparos protéticos supragengivais, foram Fusobacterium nucleatum no

porcentual de 33,3% (0,0% aos 6 meses), e Actinobacillus actinomycetemcomitans

de 33,3% (0,0% aos 6 meses), como evidenciam a Tabela 5.6 e a Figura 6F. No que

se refere às bactérias Porphyromonas gingivalis, Treponema denticola e Tannerella

forsythensis a porcentagem de 33% não variou entre o sexto e o décimo segundo

meses.

Pelo menos parte desses resultados demonstra que as restaurações protéticas, mesmo

as supragengivais, favorecem a implantação e o crescimento de microrganismos.

Esse incremento no número de microrganismos se reflete clinicamente. Pois, como já

comentamos, o aumento médio da profundidade clínica de sondagem (PCS) de

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101

10,92% na área controle e de 33,78% na área experimental, o aumento médio da

medida do nível de inserção (NI) de 100% na área controle e de 151% na área

experimental, o aumento médio do índice de sangramento à sondagem (SS) de

16,33% na área controle e 16,66% na área experimental e o aumento médio do índice

de placa (IP) de 16,67 % na área controle e de 22,00% na área experimental podem

ter sido influenciados pelo fator protético. Fato esse que contraria com a opinião de

alguns autores (SACHS, 1985 SAITO, 1998; ROSENTHIEL e LAND, 2002;

LANZA et al. 2003, ROBERTSON, 2003) que defendem a confecção desse término,

chegando a considerá- lo como ideal.

Esses comentários estão respaldados pela avaliação da área controle do grupo 1, onde

constatamos que o porcentual de aumento nas amostras dos microrganismos

patogênicos avaliados aos 12 meses foi de 13,32%, visto que aos 6 meses essas

bactérias estavam presentes em 19,98%, e aos 12 meses em 33,33%, valores

evidentemente menores que os da área experimental deste grupo (Tabela 5.6).

Devemos lembrar que os patógenos periodontais encontrados neste estudo foram

também observados com freqüência em áreas clinicamente saudáveis

(SOCRANSKY et al. 1998; SOCRANSKY e HAFFAJEE, 2002; XIMÉNEZ-FYVIE

et al. 2006), embora em números menores quando comparados às áreas com lesões

periodontais ativas. As alterações nos grupos controles, possivelmente, foram

conseqüência da contaminação por microrganismos desenvolvidos inicialmente nas

áreas onde se localizavam os trabalhos protéticos. Esse fato poderia indicar que áreas

saudáveis podem ser colonizadas por clones menos virulentos dessas espécies, além

de a prevalência do patógeno sozinho não ser aparentemente o bastante para causar a

doença. Outro fato importante é que se tem demonstrado que alguns patógenos

precisam estar presentes acima de um determinado nível para que a perda de inserção

periodontal possa ocorrer. Todavia, os microrganismos, ao encontrarem condições

favoráveis no sítio em que efetivamente estão presentes, como oferta de nutrientes e

atmosfera anaeróbia, aumentam de número concomitantemente. Outros fatores

também são necessários para a progressão da doença e devem ser considerados,

como um ou mais patógenos específicos, baixos níveis de espécies benéficas e

características genéticas e ambientais associadas a um hospedeiro susceptível

(XIMÉNEZ-FYVIE et al. 2006).

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Ainda em relação a microbiota patogênica subgengival avaliada, apresentamos a

Figura 6G.

A figura 6G (tabela 5.6) mostra que, nos preparos protéticos subgengivais (grupo 2),

o percentual de aumento nas amostras dos microrganismos patogênicos na área

experimental avaliados aos 12 meses foi de 53,32%, porque aos 6 meses essas

bactérias estavam presentes em 26,64%, e aos 12 meses em 79,96% das amostras

avaliadas das áreas experimentais do grupo 2. Já na área controle, essa diferença foi

de 33,00%, bem inferior ao encontrado na área experimental. Isto porque aos 6

meses essas bactérias estavam presentes em 13,32 % e aos 12 meses em 46,62% das

amostras avaliadas das áreas controles do grupo 2. Esses resultados mostram uma

diferença estatisticamente significativa no grupo 2 (preparo protético subgengival),

quando é analisada a diferença entre as áreas experimentais aos 6 meses e aos 12

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meses (p = 0,0104150), porém quando as outras áreas foram avaliadas, não houve

diferença estatisticamente significativa.

A figura 6H mostra com maior visibilidade a freqüência de participação dos

microrganismos patogênicos avaliados.

Ainda por meio da tabela 5.6 e com o auxílio da figura 6H, pode-se verificar que os

microrganismos que apareceram com mais freqüência nas amostras de áreas

experimentais em preparos protéticos subgengivais foram Actinobacillus

actinomycetemcomitans 100% (33,3% aos 6 meses), Treponema denticola 100% (0%

aos 6 meses), seguidos pela bactéria Porphyromonas gingivalis e Fusobacterium

nucleatum 66,6% (ambas com 33,3% aos 6 meses), e por último Tannerella

forsytensis 66,6% (33,33% aos 6 meses) como pode ser constatado na tabela 5.6 e

figura 6H.

Esses resultados confirmam a observação de vários autores (REEVES, 1991;

NOGUEIRA-FILHO et al. 2001, KORNMAN, 2001; LORENZO, 2004, NEWMAN,

2004), como também demonstram que as restaurações subgengivais favorecem,

indiscutivelmente, a implantação e crescimento de microrganismos. Esses

comentários estão respaldados pela avaliação da área controle do grupo 2.

Os microrganismos que aparecem com mais freqüência aos 12 meses na área

controle, também em términos protéticos subgengivais, são Porphyromonas

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gingivalis 66,6% (com os mesmos 66,6% aos 6 meses), Treponema denticola 66,6%

(0% aos 6 meses) e as bactérias Fusobacterium nucleatum, Actinobacillus

actinomycetemcomitans e Tannerella forsytensis 33,3% (todas com 0% aos 6 meses).

A presença dessas bactérias no grupo 2 ? próteses subgengivais, como já

comentamos, é que também, salvo melhor juízo, favorece a piora dos parâmetros

clínicos observados nesse grupo entre o 6º e o 12º mês. Isto pode ser constatado pelo

aumento da profundidade clínica de sondagem (PCS) de 10,81% na área controle e

de 51,66%, na área experimental, e pelo aumento do índice de placa (IP) de 16,60 %

na área controle e 38,94% na área experimental, e pelo aumento na perda de inserção

periodontal (NI) de 32% na área controle e de 251 % na área experimental. Entre o

período avaliado 6º e o 12º mês ocorreu inclusive, e não poderia ser de outra forma, o

aumento no sangramento à sondagem (SS) de 11,33% na área controle e de 44,33%

na área experimental. Em comparação com os preparos com términos cervicais

supragengivais, esses resultados já eram esperados devido à maior probabilidade de

falhas de adaptação ? coroa protética/dente ? em preparos com términos

subgengivais.

A figura 6I e a tabela 5.6 possibilitam uma visão global das bactérias patogênicas

presentes neste estudo clínico e laboratorial.

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Enfim, a Figura 6I e Tabela 5.6 deixam muito evidente que a presença de bactérias

patogênicas aumenta nas amostras de placas dentárias supra e subgengivais de

19,96% aos 6 meses, para 51,66% aos 12 meses, após a colocação das próteses;

portanto um aumento de 31,70% na somatória de todas as amostras coletadas,

justificando claramente que a piora dos parâmetros avaliados identificados como:

índice de placa, sangramento à sondagem, profundidade clínica de sondagem e nível

de inserção periodontal têm possivelmente, como um dos componentes, senão o

principal, os microrganismos patogênicos, visto que aqueles discutidos e avaliados

neste trabalho clínico e experimental constituem parte dos que efetivamente agridem

o periodonto do hospedeiro (KORNMAN, 2001; NEWMAN et al. 2004;

LORENZO, 2004).

Esses resultados, voltamos a enfatizar, podem ser explicados por diversos fatores que

envolveram esse estudo. A falta de orientação, motivação e retornos não periódicos

podem ter influenciado o nível de higiene pessoal dos pacientes envolvidos na

pesquisa. A prótese, por si só, já é um fator de retenção de placa, independemente da

localização do término cervical devido a sua inerente desadaptação na interface

dente-restauração. Porém, efetivamente, a maior dificuldade na confecção,

manutenção e higiene de próteses com términos protéticos subgengivais aumenta a

probabilidade de colonização bacteriana, o que favorece a doença periodontal.

Diferentemente do que a grande maioria dos autores (SACHS, 1985 SAITO, 1998;

ROSENTHIEL e LAND, 2002; LANZA et al. 2003, ROBERTSON, 2003) relata em

seus estudos, os quais mostram que próteses com limites cervicais supragengivais

não afetam a saúde periodontal, nesse estudo se encontrou uma deterioração nos

parâmetros clínicos e um aumento na prevalência de microrganismos nesse término.

Apesar de o término cervical subgengival apresentar resultados mais expressivos,

como já se esperava, a piora nesses parâmetros acabou sendo um fato não esperado,

visto que o término supragengival dista 2 mm dos tecidos gengivais, o que

teoricamente é vantagem por não entrar em contato íntimo com os tecidos

periodontais.

Esse fato pode ser explicado, pois o fator prótese, tanto no término supra como o

subgengival, parece favorecer, no primeiro momento, o acúmulo de placa bacteriana,

que irá promover a implantação e a troca de uma microbiota compatível com saúde

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periodontal para uma composta por microrganismos gram-negativos e algumas

espécies anaeróbias. Essa mudança ecológica, fatalmente, irá desencadear um

aumento da profundidade clínica de sondagem e do índice de sangramento. O

aumento nesses índices favorecerá a implantação de novos microrganismos,

caracterizando, dessa forma, uma sucessão ecológica com o amadurecimento da

placa bacteriana. Nesse estágio, as espécies presentes na placa subgengival serão

formadas por espécies gram-negativas e anaeróbios estritos. A partir desse ponto, as

estruturas periodontais entrarão em colapso, apresentando clinicamente uma perda de

inserção periodontal, um aumento progressivo na profundidade clínica de sondagem

e estabelecimento da microflora periodontopatogênica.

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7 CONCLUSÕES

Diante dos nossos resultados clínicos e experimentais, e à luz da literatura, parece-nos lícito concluir que:

1. Todos os parâmetros clínicos avaliados apresentaram índices superiores na segunda coleta aos 12 meses, quando comparados com a primeira, aos 6 meses, sendo que o aumento foi mais expressivo no grupo 2 (preparo protético subgengival);

2. diferentemente do que a maioria dos autores relata, o preparo protético

supragengival parece influenciar na evolução da doença periodontal;

3. dentre os 4 parâmetros clínicos avaliados, apenas a Profundidade Clínica de Sondagem (PCS) e o Nível de Inserção Periodontal (NI) apresentaram diferenças significativas nas amostras, preferencialmente nas áreas experimentais, tanto no grupo 1 (preparo protético supragengival) como no 2 (preparo protético subgengival);

4. houve uma diferença estatisticamente significativa na prevalência bacteriana, quando comparadas as áreas experimentais, aos 6 e 12 meses, no grupo 2 (preparo protético subgengival), fato que pode ter favorecido a deterioração periodontal, evidenciada pelos parâmetros clínicos avaliados.

5. as alterações nos grupos controles, possivelmente, foram conseqüência da contaminação por microrganismos desenvolvidos inicialmente nas áreas onde se localizavam os trabalhos protéticos, o que sugere novas pesquisas em um outro modelo experimental.

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ANEXOS

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Anexo 1 - Mostra a análise estatística por meio do teste t-student pareado que compara os valores da Profundidade Clínica de Sondagem (PCS) no grupo 1 (término protético supragengival) entre as áreas experimentais e controles aos 6 e 12 meses, após a instalação das próteses. Resultados Estatísticos: Ressaltamos que nem todos os resultados foram obrigatoriamente apresentados e discutidos no texto. Teste-t: duas amostras em par para médias

PCS Supra Experimental

6M PCS Supra Experimental

12M Média 2.22 3.00 Variância 0.98 0.59 Desvio Padrão 0.99 0.77 Observações 18 18 gl 17 Stat t 4.64 Valor p uni-caudal 0.0001 t crítico uni-caudal 1.74 PCS 6 Exp G1 PCS 12 Exp G1 Valor p bi-caudal 0.0002 3.5 4.0 t crítico bi-caudal 2.11 2.5 3.0 3.0 4.0 O valor p bi-caudal é menor que 0,05. 2.5 4.0 Portanto há diferença significativa entre as médias observadas. 2.5 3.0

3.0 2.0 3.0 4.0 3.0 3.0 3.0 4.0 Teste-t: duas amostras em par para médias 2.5 3.0 2.5 3.0

PCS Supra Controle 6M PCS Supra Controle 12M 3.0 3.0 Média 1.83 2.08 2.0 3.0 Variância 0.82 0.92 1.0 2.0 Desvio Padrão 0.91 0.96 1.0 3.0 Observações 18 18 1.0 2.0 gl 17 0.0 2.0 Stat t 1.84 1.0 2.0 Valor p uni-caudal 0.04 t crítico uni-caudal 1.74 Valor p bi-caudal 0.08 t crítico bi-caudal 2.11 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre as médias observadas.

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Anexo 2 - Mostra a análise estatística por meio do teste t-student para amostras distintas que compara os valores da Profundidade Clínica de Sondagem (PCS) no grupo 1 (término protético supragengival) entre as áreas experimentais e controles aos 6 meses, após a instalação das próteses. Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes

PCS Supra Experimental 6M PCS Supra Controle 6M Média 2.22 1.83 Variância 0.98 0.82 Desvio Padrão 0.99 0.91 Observações 18 18 gl 34 Stat t 1.23 Valor p uni-caudal 0.11 t crítico uni-caudal 1.69 PCS 6 Contr G1 PCS 12 Contr G1 Valor p bi-caudal 0.23 3.0 3.0 t crítico bi-caudal 2.03 2.0 3.0 3.0 3.0 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. 3.0 3.0 Portanto não há diferença significativa entre as médias observadas. 3.0 3.0 3.0 3.0 2.0 3.0 2.0 2.0 2.0 2.0 Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes 2.0 2.0 1.0 1.5

PCS Supra Experimental 12M PCS Supra Controle 12M 2.0 2.0 Média 3.00 2.08 1.0 3.0 Variância 0.59 0.92 0.5 1.0 Desvio Padrão 0.77 0.96 1.0 1.0 Observações 18 18 1.0 1.0 gl 34 0.5 0.5 Stat t 3.17 1.0 0.5 Valor p uni-caudal 0.002 t crítico uni-caudal 1.69 Valor p bi-caudal 0.003 t crítico bi-caudal 2.03 O valor p bi-caudal é menor que 0,05. Portanto há diferença significativa entre as médias observadas.

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Anexo 3 - Mostra a análise estatística por meio do teste t-student pareado que compara os valores da Profundidade Clínica de Sondagem (PCS) no grupo 2 (término protético subgengival) entre as áreas experimentais e controles aos 6 e 12 meses, após a instalação das próteses.

Teste-t: duas amostras em par para médias

PCS Sub Experimental 6M PCS Sub Experimental 12M Média 0.61 0.92 Variância 0.10 0.07 Desvio Padrão 0.32 0.26 Observações 18 18 gl 17 Stat t 5.17 Valor p uni-caudal 0.00004 t crítico uni-caudal 1.74 PCS 6 Exp G2 PCS 12 Exp G2 Valor p bi-caudal 0.00008 0.5 1.0 t crítico bi-caudal 2.11 0.0 0.5 0.5 1.0 O valor p bi-caudal é menor que 0,05. 1.0 1.0 Portanto há diferença significativa entre as médias observadas. 0.5 0.5

0.5 1.0 0.5 1.0 0.5 0.5 0.5 1.0 Teste-t: duas amostras em par para médias 1.0 1.0 0.5 1.0

PCS Sub Controle 6M PCS Sub Controle 12M 1.0 1.0 Média 0.75 0.83 0.5 1.0 Variância 0.10 0.12 0.0 0.5 Desvio Padrão 0.31 0.34 0.5 1.0 Observações 18 18 1.0 1.0 gl 17 1.0 1.0 Stat t 1.14 1.0 1.5 Valor p uni-caudal 0.13 t crítico uni-caudal 1.74 Valor p bi-caudal 0.27 t crítico bi-caudal 2.11 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre as médias observadas.

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Anexo 4 - Mostra a análise estatística por meio do teste t-student para amostras distintas que compara os valores da Profundidade Clínica de Sondagem (PCS) no grupo 2 (término protético subgengival) entre as áreas experimental e controle aos 6 meses, e entre as áreas experimental e controle aos 12 meses, após a instalação das próteses. Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes

PCS Sub Experimental 6M PCS Sub Controle 6M Média 0.61 0.75 Variância 0.10 0.10 Desvio Padrão 0.32 0.31 Observações 18 18 gl 34 Stat t 1.32 Valor p uni-caudal 0.10 t crítico uni-caudal 1.69 PCS 6 Contr G2 PCS 12 Contr G2 Valor p bi-caudal 0.20 0.5 1.0 t crítico bi-caudal 2.03 0.5 0.5 0.5 1.0 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. 1.0 1.0 Portanto não há diferença significativa entre as médias observadas. 0.5 0.5 1.5 1.0 1.0 0.5 0.5 0.5 1.0 1.0 Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes 1.0 1.0 0.5 1.0

PCS Sub Experimental 12M PCS Sub Controle 12 1.0 1.5 Média 0.92 0.83 0.5 0.5 Variância 0.07 0.12 0.5 0.5 Desvio Padrão 0.26 0.34 0.5 0.5 Observações 18 18 1.0 1.5 gl 34 0.5 0.5 Stat t 0.82 1.0 1.0 Valor p uni-caudal 0.21 t crítico uni-caudal 1.69 Valor p bi-caudal 0.42 t crítico bi-caudal 2.03 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre as médias observadas.

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Anexo 5 - Mostra a análise estatística por meio do teste Qui-Quadrado com correção de Yates que compara os valores do Índice de Placa (IP) no grupo 1 (término protético supragengival) entre as áreas experimentais e controles aos 6 e 12 meses, após a instalação das próteses. Fator de Análise Presente Ausente Total IP Supra Experimental 6M 10 8 18 IP Supra Experimental 12M 14 4 18 Total 24 12 36 p = 0,28888444 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise. Fator de Análise Presente Ausente Total IP Supra Controle 6M 11 7 18 IP Supra Controle 12M 12 6 18 Total 23 13 36 p = 1,000 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise.

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Anexo 6 - Mostra a análise estatística por meio do teste Qui-Quadrado com correção de Yates que compara os valores do Índice de Placa (IP) no grupo 1 (término protético supragengival) entre as áreas experimentais e controles aos 6 e 12 meses após a instalação das próteses. Fator de Análise Presente Ausente Total IP Supra Experimental 6M 10 8 18 IP Supra Controle 6M 11 7 18 Total 21 15 36 p = 1,000 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre o fator de Análise. Fator de Análise Presente Ausente Total IP Supra Experimental 12M 14 4 18 IP Supra Controle 12M 12 6 18 Total 26 10 36 p = 0,7098153 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise.

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Anexo 7 - Mostra a análise estatística por meio do teste Qui-Quadrado com correção de Yates que compara os valores do Índice de Placa (IP) no grupo 2 (término protético subgengival) entre as áreas experimentais e controles aos 6 e 12 meses, após a instalação das próteses. Fator de Análise Presente Ausente Total IP Sub Experimental 6M 4 14 18 IP Sub Experimental 12M 9 9 18 Total 13 23 36 p = 0,1651505 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise. Fator de Análise Presente Ausente Total IP Sub Controle 6M 4 14 18 IP Sub Controle 12M 8 10 18 Total 12 24 36 p = 0,2888444 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise.

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Anexo 8 - Mostra a análise estatística por meio do teste Qui-Quadrado com Correção de Yates que compara os valores do Índice de Placa (IP) no grupo 2 (término protético subgengival) entre as áreas experimental e controle aos 6 meses, e entre as áreas experimental e controle aos 12 meses após a instalação das próteses. Fator de Análise Presente Ausente Total IP Sub Experimental 6M 4 14 18 IP Sub Controle 6M 4 14 18 Total 8 28 36 p = 0,6884997 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise. Fator de Análise Presente Ausente Total IP Sub Experimental 12M 9 9 18 IP Sub Controle 12M 8 10 18 Total 17 19 36 p = 1,00000 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise.

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Anexo 9 - Mostra a análise estatística por meio do teste t-student pareado que compara os valores da Perda da Inserção Periodontal (NI) no grupo 1 (término protético supragengival) entre as áreas experimentais e controles aos 6 e 12 meses, após a instalação das próteses.

Teste-t: duas amostras em par para médias

NI Supra Experimental 6M NI Supra Experimental 12M Média 0.17 0.64 Variância 0.09 0.17 Desvio Padrão 0.30 0.41 Observações 18 18 gl 17 Stat t 4.99 Valor p uni-caudal 0.00006 t crítico uni-caudal 1.74 NI 6 Exp G1 NI 12 Exp G1 Valor p bi-caudal 0.00011 0.5 1.0 t crítico bi-caudal 2.11 1.0 1.0 0.5 1.0 O valor p bi-caudal é menor que 0,05. 0.5 0.5 Portanto há diferença significativa entre as médias observadas. 0.5 1.0

0.0 1.5 0.0 0.5 0.0 0.5 0.0 0.5 Teste-t: duas amostras em par para médias 0.0 1.0 0.0 0.0

NI Supra Controle 6M NI Supra Controle 12M 0.0 0.5 Média 0.33 0.67 0.0 0.5 Variância 0.24 0.53 0.0 0.0 Desvio Padrão 0.49 0.73 0.0 0.5 Observações 18 18 0.0 1.0 gl 17 0.0 0.0 Stat t 3.37 Valor p uni-caudal 0.002 0.0 0.5 t crítico uni-caudal 1.74 Valor p bi-caudal 0.004 t crítico bi-caudal 2.11 O valor p bi-caudal é menor que 0,05. Portanto há diferença significativa entre as médias obse rvadas.

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Anexo 10 - Mostra a análise estatística por meio do teste t-student para amotras distintas que compara os valores da Perda de Inserção Periodontal (NI) no grupo 1 (término protético supragengival) entre as áreas experimental e controle aos 6 meses, e entre as áreas experimental e controle aos 12 meses, após a instalação das próteses. Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes

NI Supra Experimental 6M NI Supra Controle 6M Média 0.17 0.33 Variância 0.09 0.24 Desvio Padrão 0.30 0.49 Observações 18 18 gl 34 Stat t 1.24 Valor p uni-caudal 0.111 t crítico uni-caudal 1.69 NI 6 Contr G1 NI 12 Contr G1 Valor p bi-caudal 0.222 1.0 2.0 t crítico bi-caudal 2.03 1.0 1.0 1.0 2.0 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. 1.0 1.0 Portanto não há diferença significativa entre as médias observadas. 1.0 1.0 1.0 2.0 0 1 0 0.5 0 0.5 Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes 0 0.5 0 0

NI Supra Experimental 12M NI Supra Controle 12M 0 0.5 Média 0.64 0.67 0 0 Variância 0.17 0.53 0 0 Desvio Padrão 0.41 0.73 0 0 Observações 18 18 0 0 gl 34 0 0 Stat t 0.14 0 0 Valor p uni-caudal 0.444 t crítico uni-caudal 1.69 Valor p bi-caudal 0.889 t crítico bi-caudal 2.03 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre as médias observadas.

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Anexo 11 - Mostra a análise estatística por meio do teste t-student pareado que compara os valores da Perda da Inserção Periodontal (NI) no grupo 2 (término protético subgengival) entre as áreas experimentais e controles aos 6 e 12 meses,após a instalação das próteses.

Teste-t: duas amostras em par para médias

NI Sub Experimental 6M NI Sub Experimental 12M Média 0.33 1.17 Variância 0.35 0.21 Desvio Padrão 0.59 0.45 Observações 18 18 gl 17 Stat t 7.79 Valor p uni-caudal 0.0000003 t crítico uni-caudal 1.74 NI 6 Exp G2 NI 12 Exp G2 Valor p bi-caudal 0.0000005 0.5 1.0 t crítico bi-caudal 2.11 1.0 1.0 0.5 1.5 O valor p bi-caudal é menor que 0,05. 1.5 2.0 Portanto há diferença significativa entre as médias observadas. 0.5 1.5

2.0 2.0 0.0 1.0 0.0 0.5 0.0 0.5 Teste-t: duas amostras em par para médias 0.0 1.5 0.0 1.0

NI Sub Controle 6M NI Sub Controle 12M 0.0 1.5 Média 0.50 0.67 0.0 1.0 Variância 0.18 0.15 0.0 0.5 Desvio Padrão 0.42 0.38 0.0 1.0 Observações 18 18 0.0 1.5 gl 17 0.0 1.0 Stat t 1.84 0.0 1.0 Valor p uni-caudal 0.04 t crítico uni-caudal 1.74 Valor p bi-caudal 0.08 t crítico bi-caudal 2.11 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre as médias observadas.

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Anexo 12 - Mostra a análise estatística por meio do teste t-student com amostras distintas que compara os valores da Perda de Inserção Periodontal (NI) no grupo 2 (término protético subgengival) entre as áreas experimental e controle aos 6 meses, e entre as áreas experimental e controle aos 12 meses, após a instalação das próteses. Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes

NI Sub Experimental 6M NI Sub Controle 6M Média 0.33 0.50 Variância 0.35 0.18 Desvio Padrão 0.59 0.42 Observações 18 18 gl 34 Stat t 0.97 Valor p uni-caudal 0.1690004 t crítico uni-caudal 1.69 NI 6 Contr G2 NI 12 Contr G2 Valor p bi-caudal 0.3380009 1.0 1.0 t crítico bi-caudal 2.03 1.0 1.0 1.0 1.0 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. 1.0 1.0 Portanto não há diferença significativa entre as médias observadas. 1.0 1.0 1.0 1.0 0 0.5 0 0 0 0.5 Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes 0 0.5 0 0.5

NI Sub Experimental 12M NI Sub Controle 12M 0 1 Média 1.17 0.67 0.5 0.5 Variância 0.21 0.15 0.5 0 Desvio Padrão 0.45 0.38 0.5 0.5 Observações 18 18 0.5 1 gl 34 0.5 0 Stat t 3.57 0.5 1 Valor p uni-caudal 0.0005 t crítico uni-caudal 1.69 Valor p bi-caudal 0.0011 t crítico bi-caudal 2.03 O valor p bi-caudal é menor que 0,05. Portanto há diferença significativa entre as médias observadas.

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Anexo 13 - Mostra a análise estatística por meio do teste Qui-Quadrado com Correção de Yates que compara os valores do Sangramento à Sondagem (SS) no grupo 1 (término protético supragengival) entre as áreas experimentais e controles aos 6 e 12 meses, após a instalação das próteses. Fator de Análise Presente Ausente Total SS Supra Experimental 6M 11 7 18 SS Supra Experimental 12M 15 3 18 Total 26 10 36 p = 0,2642883 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise. Fator de Análise Presente Ausente Total SS Supra Controle 6M 11 7 18 SS Supra Controle 12M 14 4 18 Total 25 11 36 p = 0,4992946 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise.

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Anexo 14 - Mostra a análise estatística por meio do teste Qui-quadrado com correção de Yates que compara os valores do Sangramento à Sondagem (SS) no grupo 1 (término protético supragengival) entre as áreas experimental e controle aos 6 meses, e entre as áreas experimental e controle aos 12 meses, após a instalação das próteses. Fator de Análise Presente Ausente Total SS Supra Experimental 6M 11 7 18 SS Supra Controle 6M 11 7 18 Total 22 14 36 p = 0,7324399 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise. Fator de Análise Presente Ausente Total SS Supra Experimental 12M 15 3 18 SS Supra Controle 12M 14 4 18 Total 29 7 36 p = 1,000000 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise.

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Anexo 15 - Mostra a análise estatística por meio do teste Qui-quadrado com correção de Yates que compara os valores do Sangramento à Sondagem (SS) no grupo 2 (término protético subgengival) entre as áreas experimentais e controles aos 6 e 12 meses, após a instalação das próteses. Fator de Análise Presente Ausente Total SS Sub Experimental 6M 4 14 18 SS Sub Experimental 12M 9 9 18 Total 13 23 36 p = 0,1651505 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise. Fator de Análise Presente Ausente Total SS Sub Controle 6M 5 13 18 SS Sub Controle 12M 7 11 18 Total 12 24 36 p = 0,7236736 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise.

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Anexo 16 - Mostra a análise estatística por meio do teste Qui-quadrado com correção de Yates que compara os valores do Sangramento à Sondagem (SS) no grupo 2 (término protético subgengival) entre as áreas experimental e controle aos 6 meses, e entre as áreas experimental e controle aos 12 meses, após a instalação das próteses. Fator de Análise Presente Ausente Total SS Sub Experimental 6M 4 14 18 SS Sub Controle 6M 5 13 18 Total 9 27 36 p = 1,0000 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise. Fator de Análise Presente Ausente Total SS Sub Experimental 12M 9 9 18 SS Sub Controle 12M 7 11 18 Total 16 20 36 p = 0,7373157 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise.

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Anexo 17 - Mostra a análise estatística por meio do teste exato de Fisher que compara a prevalência bacteriana no grupo 1 (término protético supragengival) entre as áreas experimentais e controles aos 6 e 12 meses, após a instalação das próteses.

Fator de Análise Positivo Negativo Total Bactérias Supra Experimental 6M 3 12 15 Báctérias Supra Experimental 12M 7 8 15 Total 10 20 30 p = 0,2452781 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise. Fator de Análise Positivo Negativo Total Bactérias Supra Controle 6M 3 12 15 Bactérias Supra Controle 12M 5 10 15 Total 8 22 30 p = 0,6797082 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise.

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Anexo 18 - Mostra a análise estatística por meio do teste exato de Fisher que compara a prevalência bacteriana no grupo 1 (término protético supragengival) entre as áreas experimental e controle aos 6 meses, e entre as áreas experimental e controle aos 12 meses, após a instalação das próteses. Fator de Análise Positivo Negativo Total Bactérias Supra Experimental 6M 3 12 15 Bactérias Supra Controle 6M 3 12 15 Total 6 24 30 p = 0,6480769 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre o fator de Análise. Fator de Análise Positivo Negativo Total Bactérias Supra Experimental 12M 7 8 15 Bactérias Supra Controle 12M 5 10 15 Total 12 18 30 p = 0,7093881 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre o fator de Análise.

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Anexo 19 - Mostra a análise estatística por meio do teste exato de Fisher que compara a prevalência bacteriana no grupo 2 (término protético subgengival) entre as áreas experimentais e controles aos 6 e 12 meses, após a instalação das próteses.

Fator de Análise Positivo Negativo Total Bactérias Sub Experimental 6M 4 11 15 Bactérias Sub Experimental 12M 12 3 15 Total 16 14 30 p = 0,0104150 O valor p bi-caudal é menor que 0,05. Portanto há diferença significativa entre os fatores de Análise. Fator de Análise Positivo Negativo Total Bactérias Sub Controle 6M 2 13 15 Bactérias Sub Controle 12M 7 8 15 Total 9 21 30 p = 0,1110171 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise.

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Anexo 20 - Mostra a análise estatística por meio do teste exato de Fisher que compara a prevalência bacteriana no grupo 2 (término protético subgengival) entre as áreas experimentais e controles aos 6 e 12 meses, após a instalação das próteses.

Fator de Análise Positivo Negativo Total Bactérias Sub Experimental 6M 4 11 15 Bactérias Sub Controle 6M 2 13 15 Total 6 24 30 p = 0,6480769 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise. Fator de Análise Positivo Negativo Total Bactérias Sub Experimental 12M 12 3 15 Bactérias Sub Controle 12M 7 8 15 Total 19 11 30 p = 0,1296533 O valor p bi-caudal é maior que 0,05. Portanto não há diferença significativa entre os fatores de Análise.

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