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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO JUSCELINO CARDOSO DE MEDEIROS COMPORTAMENTO SERVIDOR: O caso do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN. NATAL 2010

UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP PRÓ-REITORIA DE PÓS …...PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO JUSCELINO CARDOSO DE MEDEIROS ... Comportamento

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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

JUSCELINO CARDOSO DE MEDEIROS

COMPORTAMENTO SERVIDOR: O caso do Instituto Feder al de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Nor te – IFRN.

NATAL

2010

JUSCELINO CARDOSO DE MEDEIROS

COMPORTAMENTO SERVIDOR: O caso do Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - IFRN

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar – UNP, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração, Área de Concentração de Estratégias e Competitividade.

ORIENTADOR: Prof. Kleber Cavalcanti Nóbrega, Dr.

NATAL 2010

M488c Medeiros, Juscelino Cardoso de. Comportamento servidor em organização de educação

pública federal: o caso do IFRN / Juscelino Cardoso de Medeiros. – Natal, 2011.

107f.

Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade Potiguar. Pró-Reitoria de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação.

Bibliografia: f. 87-92. 1. Administração – Dissertação. 2. Comportamento servidor.

3. Organização de Educação Pública - IFRN. I. Título.

JUSCELINO CARDOSO DE MEDEIROS

COMPORTAMENTO SERVIDOR: O caso do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - IFRN

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar – UnP, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre Administração, na Área de Concentração de Estratégia e Competitividade.

Aprovado em: _____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Prof. Kleber Cavalcanti Nóbrega, Dr. Orientador – UnP

_____________________________________________

Prof. Patrícia Whebber Souza de Oliveira, Drª. Examinador Interno - UnP

____________________________________________

Prof. Renato Samuel Barbosa de Araújo, Dr. Examinador Externo - IFRN

Dedico este trabalho aos meus pais Vicente

Medeiros (in memoriam) e Terezinha, que não

mediram esforços para formar seus onze filhos,

sempre acreditando que a educação é uma

herança para sempre, que não tem preço, e

permite mais oportunidades para se vencer na

vida.

Ao primeiro, único e verdadeiro amor da minha

vida, a minha esposa Ofélia Dantas, que

vivenciou comigo todas as etapas do mestrado, e

contribuiu de maneira decisiva para a conclusão

deste trabalho.

E aos meus filhos Felipe Arnaud e Marina Dantas,

fortes incentivadores e cobradores para a

concretização deste sonho.

AGRADECIMENTOS

Ao grande arquiteto do Universo que é DEUS, por ter oportunizado as

condições para que pudesse ter essa oportunidade de participar e concluir o curso

de Mestrado.

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do

Norte, por ter viabilizado essa capacitação, permitindo, assim, aprimorar os meus

conhecimentos.

Ao grupo de professores do Mestrado em Administração da Universidade

Potiguar, que não mediu esforços em transmitir os conhecimentos, necessários à

efetivação deste trabalho de pesquisa.

Ao Professor Doutor Kleber Cavalcanti Nóbrega, por haver contribuído na

escolha do tema, através de suas orientações, permitindo a troca de conhecimentos

e, principalmente, incentivando-me em todos os momentos da construção do

trabalho.

Ao Professor Doutor Rodrigo José Guerra Leone, pelas valiosas contribuições

através da disciplina ministrada (Estatística), bem como nas análises dos resultados

da minha pesquisa, propondo novas análises, sugerindo conclusões visando a uma

melhor qualificação do meu projeto.

À Professora Doutora Tereza de Souza, que conduziu com maestria a

Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade

Potiguar.

Aos gestores, servidores docentes e alunos do 3º ano dos cursos técnicos

integrados do Campus Natal-Central do IFRN, pela colaboração na aplicação do

questionário.

Ao Professor Doutor Domingos e à Professora Doutora Patrícia, por terem

repassado conhecimentos e experiências nas suas disciplinas, de forma profissional

e descontraída.

Às servidoras Luana e Nadja, que contribuíram de maneira servidora no apoio

das atividades que envolviam o relacionamento entre alunos e coordenação do

curso de Mestrado.

Aos colegas da turma do Mestrado que contribuíram com os trabalhos

realizados em todas as disciplinas; em especial, aos colegas Artur Gomes e

Valdelúcio Pereira cuja participação ocorreu de forma bem efetiva.

Aos professores João Maria, José Moises e Maria Soares, do IFRN, que

contribuíram com os seus conhecimentos de mestres para a conclusão deste

trabalho.

A minha esposa Ofélia Dantas, colaboradora incansável. As suas críticas e

contribuições foram fundamentais para vencer as dificuldades advindas de um

trabalho dessa natureza.

RESUMO

Este estudo de natureza quantitativa e caráter exploratório analisa os elementos do comportamento servidor dos docentes efetivos do Campus Natal-Central do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN, que ministraram disciplinas para os alunos do 3º ano dos cursos técnicos integrados no 2º semestre de 2009. A base teórica utilizada, para essa análise, é o estudo de Nóbrega (2009), que propõe o servir dentro de um conceito ligado ao comportamento servidor nas organizações, formado por sete dimensões: Responsabilidade, Simplicidade, Iniciativa, Renúncia, Disposição para ajudar, Prática do bem e Utilidade. O instrumento de coleta dos dados utilizado foi um questionário baseado nessas dimensões, associado a uma escala de Likert de dez pontos, composto de vinte e oito perguntas, sendo sete para avaliar o perfil dos discentes e vinte e uma para analisar os elementos do comportamento servidor dos docentes, com relação a: tempo de serviço, titularidade, envolvimento em projeto de pesquisa na Instituição, área da disciplina ministrada e a correlação do desempenho acadêmico do aluno com a avaliação do docente. A amostra foi de 209 alunos, de um universo de 423, que avaliaram 46 docentes responsáveis por 94 disciplinas ministradas no semestre, gerando um total de 1.648 avaliações. O resultado indicou alto índice de comportamento servidor nos docentes pesquisados. Os docentes com mais tempo de serviço como também os envolvidos em pesquisas, apresentaram menores índices de comportamento servidor. Os docentes com doutorado incluindo aqueles que ministraram disciplinas na área de Biociências, demonstraram maior índice de comportamento servidor. Não foi encontrada correlação entre o desempenho acadêmico dos alunos e a avaliação do comportamento servidor do docente.

Palavras-Chave: Comportamento Servidor, Servir, Educação, Serviço Público.

ABSTRACT

This quantitative and exploratory study analyzes the elements of the server behavior of effective professors at the Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN central campus, who worked with students of the 3rd and last year of technical courses, during the second half of 2009. The theoretical basis used for this analysis was the study of Nóbrega (2009), which proposes serving within a concept connected to the server behavior in organizations, consisting of seven dimensions: Responsibility, Simplicity, Initiative, Surrender, Willingness to help, Practice of good and utility. The data collection instrument used was a questionnaire based on these dimensions, associated with a Likert scale of ten points, consisting of twenty-eight questions: seven to evaluate the profile of students and twenty-one to analyze the elements of server behavior of the professors related to: years of service, Titles, involvement in research projects at the institution, area of discipline taught and relationship between academic performance of students and professor evaluation.The sample consisted of 209 students from a total of 423 who evaluated 46 professors, generating a total of 1648 evaluations. The result indicated a high rate of server behavior. Professors with more years of service as well as those involved in research, showed less server behavior rate. Professors with Doctor Title and those who ministered subjects in the field of Biosciences, showed greater server behavior rate. No correlation was found between students' academic performance and server behavior performance evaluation of professors.

Keywords: Server Behavior, Serving, Education, Public Service.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 Diferença entre bens físicos e serviços......................................... 24

Quadro 2 Interrelação entre comportamento servidor e cultura de serviços 35

Quadro 3 Dimensões do comportamento servidor, conceitos e referências 44

Quadro 4 Dimensões do comportamento servidor, atributos e referências 55

Gráfico 1 Correlação do comportamento servidor dos docentes pesquisado por disciplina e por desempenho acadêmico da turma..........................................................................................

74

Gráfico 2 Comportamento Servidor dos docentes pesquisados por dimensões..................................................................................

77

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composição do universo dos Cursos, Turmas, Alunos, Professores e Avaliação dos Docentes do terceiro ano de Cursos Integrados do Campus Natal-Central em 2009.2......

52

Tabela 2 Composição da amostra dos Cursos, Turmas, Alunos, Professores e Questionários de Avaliação dos Docentes do terceiro ano de Cursos Integrados – Natal-Central em 2009.2.....................................................................................

53

Tabela 3 Perfil dos alunos envolvidos na pesquisa, quanto ao Sexo, Escola de origem, Região onde residia, Se possuía bolsa da Instituição e Motivo pelo qual escolheu estudar no IFRN.

60

Tabela 4 Caracterização dos docentes envolvidos na pesquisa, quanto ao tempo de serviço, titulação, envolvimento em projeto de pesquisa na Instituição e disciplina ministrada por área de formação..............................................................

61

Tabela 5 Análise de variância do Comportamento Servidor dos docentes, por ano de ingresso no IFRN, em 03 períodos......

62

Tabela 6 Testes de diferença entre Média por Tempo de Serviço........ 63

Tabela 7 Análise de variância do Comportamento Servidor dos docentes, por ano de ingresso no IFRN, em 02 períodos......

63

Tabela 8 Comportamento Servidor dos docentes pesquisados, segundo o período de ingresso no IFRN, em cada uma das 21 variáveis.............................................................................

64

Tabela 9 Análise de Variância do Comportamento Servidor por Titulação dos Docentes...........................................................

66

Tabela 10 Testes de diferença entre Média das Titulações....................

66

Tabela 11 Comportamento Servidor dos docentes pesquisados, por titulação em cada uma das 21 variáveis.................................

67

Tabela 12 Análise de Variância do Comportamento Servidor dos docentes, por envolvimento ou não em projeto de pesquisa na Instituição...........................................................................

68

Tabela 13 Comportamento Servidor dos docentes pesquisados, envolvidos ou não em projeto de pesquisas na Instituição em cada uma das 21 variáveis...............................................

68

Tabela 14 Análise de Variância do Comportamento Servidor dos docentes que ministraram disciplinas, por área de formação.................................................................................

69

Tabela 15 Testes de diferença entre Média das Áreas de Formação..... 70

Tabela 16 Comportamento Servidor dos docentes que ministram disciplinas por área de formação em cada uma das 21 variáveis..................................................................................

71

Tabela 17 Tabela 17 Comportamento Servidor dos docentes pesquisados por média do desempenho do docente e média acadêmica da turma.......................................................................................

72

Tabela 18 Comportamento Servidor dos docentes por Dimensões e médias do docente e da turma................................................

74

Tabela 19 Análise de Variância do Comportamento Servidor por sexo dos alunos...............................................................................

77

Tabela 20 Análise de Variância do Comportamento Servidor por Escola de origem dos Alunos..................................................

78

Tabela 21 Análise de Variância do Comportamento Servidor por Região Administrativa onde os Alunos residiam....................

79

Tabela 22 Análise de Variância do Comportamento Servidor por Modalidade de Bolsa dos Alunos............................................

80

Tabela 23 Análise de Variância do Comportamento Servidor por principal motivação dos alunos para ingressar no IFRN.........

80

Tabela 24 Análise de Variância do Comportamento Servidor por turno que os Alunos estudaram.......................................................

81

Tabela 25 Análise de Variância do Comportamento Servidor por Curso dos Alunos..............................................................................

82

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...............................................................................

13

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO....................................................................

13

1.2 O PROBLEMA DA PESQUISA........................................................

15

1.3 JUSTIFICATIVA...............................................................................

17

1.4 OBJETIVOS...................................................................................

20

1.4.1 Objetivo Geral..................................... ............................................

20

1.4.2 Objetivos Específicos.............................. ......................................

20

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................................

20

2 REFERENCIAL TEÓRICO................................ .............................

22

2.1 SERVIÇOS......................................................................................

22

2.1.1 Características dos Serviços ...................... ................................

24

2.1.2 Gerência de serviços............................... ..................................

26

2.1.3 Serviços Educ acionais........................................... ...................

27

2.1.4 Qualidade na prestação de serviços................. ..........................

28

2.1.5 Fator humano na prestação de serviços.............. ....................

31

2.1.6 Cultura de serviço ao cliente........................ ............................. 32

2.1.6.1 Cultura coorporativa.........................................................................

32

2.1.6.2 Cultura de serviços – relacionamentos...........................................

33

2.1.6.3 Cultura de serviços – sustentabilidade............................................

34

2.2 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL....................................

35

2.2.1 Habilidades do comportamento individual......... .....................

36

2.2.2 Atitudes no comportamento individual............... .....................

37

2.3 CULTURA ORGANIZACIONAL..................................................... 38

2.4 SENSO DE SERVIR.......................................................................

38

2.4.1 Comportamento servidor............................. .................................

41

2.4.2 Características do comportamento servidor.......... .................... 42

2.5 ENSINO E EDUCAÇÃO..................................................................

45

2.5.1 Conceito........................................... ...............................................

45

2.5.2 Didática........................................... ................................................

46

2.5.3 Habilidades do Professor........................... ..................................

47

3 METODOLOGIA........................................ ......................................

50

3.1 TIPO DE PESQUISA.......................................................................

50

3.2 IDENTIFICAÇÃO DOS SUJEITOS DA PESQUISA.........................

51

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA.............................................................

51

3.4 ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS 53

3.5 TESTE E APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS.............................................................................................

56

3.6 ANÁLISE DOS DADOS................................................................... 57

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA................. ............ 59

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ALUNOS................................................

59

4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS DOCENTES..........................................

60

4.3 ANÁLISE MULTIVARIADA.............................................................

62

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................. ..............................

83

REFERÊNCIAS................................................................................ 86

APÊNDICES..................................................................................... 92

13

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Nos últimos tempos, verifica-se um crescimento acentuado no setor de

serviços. A sociedade contemporânea vivencia a era dos serviços, em função do

volume de recursos financeiros movimentados e do número de empregos gerados

pelo setor (GRÖNROOS, 2003).

A palavra serviço pode ter muitos significados que vão desde um serviço

pessoal a um serviço como um produto. Nas décadas de 60, 70 e 80, houve várias

tentativas no sentido de conceituar o fenômeno serviço, com foco, apenas, nos

serviços prestados pelas organizações de serviços (GRÖNROOS, 2003). Segundo o

referido autor, foi, nos anos 90, que surgiu o conceito de serviço, entendido como

um processo, que envolve atividades intangíveis, que ocorre na presença do cliente,

apresentada como respostas às suas necessidades.

Ainda para esse autor, existem oito características que diferenciam serviço de

bens físicos: intangibilidade; heterogeneidade; processos de simultaneidade na

produção, distribuição e consumo; uma atividade ou processo; valor central

produzido em interação comprador-vendedor; cliente participa da produção; não

pode ser mantido em estoque; e não há transferência da propriedade (GRÖNROOS,

2003).

Já para Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), o serviço compreende cinco

características: participação do cliente no processo dos serviços; simultaneidade;

mercadoria perecível; intangibilidade; e heterogeneidade. Esse autor chama a

atenção para a complexidade na prestação de serviços ao afirmar que “um

empregado de serviços insatisfeito, no entanto, pode causar um dano irreparável à

organização por ser o único contato da empresa com os seus clientes”

(FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2005, p. 49).

Considerando todas as características implícitas na prestação dos serviços

mencionadas acima, entende-se que o serviço envolve o relacionamento entre

cliente e prestador; como o cliente é um fator externo e independente, a alternativa

que a organização pode e deve trabalhar é o funcionário que precisa estar

14

capacitado, motivado e preparado para prestar um serviço de qualidade, capaz de

satisfazer o cliente.

Atualmente, fala-se muito em atendimento de qualidade no setor de serviços.

Isso se deve às mudanças que vêm acontecendo no mundo dos negócios, em face

do desafio do mundo globalizado, que apresenta e impõe várias dificuldades a

serem superadas. A concorrência e a competitividade fazem parte de uma realidade

cada vez mais crescente na economia mundial e o tema qualidade é assunto de

debate no mundo das organizações. “Hoje, os produtos e serviços se mostram bem

mais complexos e sofisticados; a competitividade cresce dia após dia; o nível de

exigência dos clientes se aprimora e a qualidade passa a ser o principal fator de

diferenciação em tudo” (SENAC, 1996, p.15).

Martins (2008, p. 34) afirma que “qualidade é frequentemente considerada

como uma das chaves do sucesso das empresas, e complementa dizendo que a

vantagem competitiva de uma empresa depende da qualidade, e valor, de seus bens

e serviços”. Nesse contexto, as organizações prestadoras de serviços precisam

estar comprometidas com a política de qualidade, condição sine qua non para a

permanência e desenvolvimento de qualquer empresa prestadora de serviços.

Segundo Lovelock e Wright (2006), a qualidade do serviço é percebida

quando a expectativa do cliente é superada ao receber o serviço, ou seja, os clientes

julgarão a qualidade dos serviços oferecidos de acordo com o grau de satisfação

dos serviços.

Nessa perspectiva, as organizações prestadoras de serviços precisam

atender às necessidades dos clientes, pois, atualmente, esses se mostram cada vez

mais exigentes, e conscientes de seu direito a um bom atendimento. Assim, a

satisfação do cliente torna-se um desafio constante a ser superado pelos

profissionais de serviços, que, para atingir o diferencial necessário à excelência no

atendimento, precisam adotar estratégias inovadoras e práticas do servir,

indispensável na relação com o cliente.

Nas palavras de Martins (2008), senso de servir é uma maneira de prestar um

serviço de qualidade, em que o relacionamento é trabalhado entre os funcionários,

funcionários e cliente com o propósito de aumentar o grau de satisfação das

pessoas envolvidas no serviço.

Para Nóbrega (2009, p.33), é necessário “esclarecer o sentido de servir como

conceito necessário e muito interessante para ser adotado por uma organização que

15

deseja atingir excelência em servir os clientes/consumidores.” Partindo desse

princípio, servir é um conceito que precisa ser redefinido, considerando que não

deve ser entendido como: submissão, serventia, escravidão ou atividade que não

exige qualificação. “Servir é conduzir atividades que proporcionam benefícios

àquele, a quem servimos.” (NÓBREGA, RIBEIRO e MARQUES, 2006, p. 3). Assim

sendo, são atividades, e/ou atitudes criativas, dinamizadoras, que podem direcionar

o atendimento prestado para satisfazer as necessidades do cliente, estimular o

reconhecimento e aceitação dos serviços oferecidos, bem como facilitar a relação

entre funcionário e cliente.

Enfim, desenvolver a prática do servir, nas relações entre profissional e

cliente, significa mais atenção a quem realmente é importante: o cliente (TSCHOHL;

FRANZEMEIR, 1996; NÓBREGA, 1997; NÓBREGA, RIBEIRO; MARQUES, 2006;

MARTINS, 2008).

Nesse contexto, as estratégias do servir podem constituir um recurso para os

profissionais que trabalham com serviços, porque estão, diretamente, relacionadas

com o prazer de fazer bem feito, com a ética da responsabilidade, com o

compromisso de oferecer um bom atendimento e com o bem-estar e satisfação do

cliente.

1.2 O PROBLEMA DA PESQUISA

O setor de serviços é complexo e envolve vários tipos de prestação de

serviços, que vão de uma simples contratação de mão de obra para realizar o

conserto de um eletrodoméstico em domicílio, até a prestação de serviços

educacionais, que pode compreender uma capacitação curta ou um curso

profissionalizante com duração 3 ou 4 anos.

Para Grönroos (1993), os serviços não são “coisas”, são atividades ou

processos, que podem ser divididos em duas partes: uma em contato direto com o

cliente, e outra que não possui contato algum.

Segundo Shostack (1984), a organização de serviço pode ser dividida em

pessoal de linha de frente e de retaguarda; as atividades do pessoal da linha de

frente constituem a parte visível ao cliente, enquanto as atividades da retaguarda, a

16

parte invisível. Corroborando esse entendimento, Rotondaro e Carvalho (2005)

afirmam que as organizações de serviços são compostas pelo pessoal da linha de

frente e retaguarda, sendo que, nas atividades da linha de frente, o contato com o

cliente é alto, permitindo, assim, uma grande variabilidade na prestação dos

serviços, fruto da customização peculiar ao setor, enquanto que, nas atividades de

retaguarda, devido ao pouco ou nenhum contato com o cliente, os serviços são

previsíveis. Isso permite a padronização e, consequentemente, um controle maior

das atividades.

O crescimento do setor de serviços na economia mundial tem estimulado

novos estudos e pesquisas, tendo como propósito, entender e superar os desafios

organizacionais. Enfrentar a competitividade, a concorrência, dar resposta às

exigências do cliente, criar condições para satisfazer e reter esse cliente, são alguns

dos desafios que se apresentam no cotidiano das organizações (ROTONDARO;

CARVALHO, 2005).

Nesse contexto, Kotler (2000) considera que as organizações com

características predominantes em serviços necessitam favorecer e aperfeiçoar o

relacionamento entre as pessoas que estão envolvidas na prestação de serviços,

bem como realizar e desenvolver capacitações e treinamentos para que as equipes

sejam capazes de alterar as práticas existentes, no que se refere ao relacionamento

com o cliente, possibilitando melhor interação e, consequentemente, a sua

satisfação. Para esse autor, a satisfação é:

Função de desempenho e expectativas percebidos. Se o desempenho não alcançar as expectativas, o cliente ficará insatisfeito. Se o desempenho alcançar as expectativas, o cliente ficará satisfeito. Se o desempenho for além das expectativas, o cliente ficará altamente satisfeito ou encantado (KOTLER, 2000, p.58).

Kotler (2001) afirmou que a chave da retenção de clientes é a satisfação

deles. As organizações de serviços, quando deixam o cliente satisfeito, dão o

primeiro passo para retê-lo, condição necessária para garantir a sustentabilidade da

organização. O valor da retenção do cliente foi reforçado por Rust, Zeithaml e

Lemon (2001. p. 63), ao afirmarem que:

17

O cliente começa a estabelecer uma relação com a empresa, seja através de programas formais de relação/retenção por ela organizadas, seja através de um relacionamento com as pessoas com as quais tem interações. Esses contatos formam a base para o Valor da Retenção.

Segundo Nóbrega (2009), o profissional de serviços, ao demonstrar

responsabilidade, iniciativa, simplicidade, disposição para ajudar, renúncia, práticas

do bem e utilidade, apresenta comportamento servidor.

Nas organizações educacionais - sejam elas públicas ou privadas - a

prestação dos serviços é complexa, devido à participação de vários atores, bem

como seu tempo de duração. Levando em consideração que o professor é a linha de

frente em uma Instituição de ensino, as organizações educacionais precisam

trabalhar a capacitação desse ator, no que se refere à motivação, ao comportamento

e a relacionamento com os alunos, com o objetivo de incentivar e/ou aperfeiçoar

habilidades e comportamentos voltados para o servir. Assim, este trabalho tem o

propósito de responder à seguinte questão: os elementos do comportamento

servidor estão presentes nas ações dos docentes efetivos que atuam nos cursos

técnicos integrados, ao ensino médio do Campus Natal-Central do Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN)?

1.3 JUSTIFICATIVA

A concorrência e a competitividade, ocorridas devido às mudanças

constantes no mundo dos negócios, vêm apresentando desafios para as

organizações de serviços sejam elas do setor público ou privado, que,

inevitavelmente, levam à necessidade de um redirecionamento nos processos de

trabalho, que resultem na melhoria da qualidade dos serviços prestados.

Mediante essa realidade e visando identificar e corrigir as dificuldades e

adversidades, as organizações são desafiadas a buscar diferenciais competitivos

que concorram para que os serviços oferecidos reúnam, entre outros aspectos, o

estreitamento dos laços de relacionamentos entre profissional e cliente, através de

atitudes e comportamentos que estabeleçam o nível de relação de que o cliente

18

precisa para se sentir atendido e satisfeito. (GRÖNROOS, 2003; FITZSIMMONS;

FITZSIMMONS, 2005; LOVELOCK; WRIGHT, 2006)

As pessoas-clientes, desde sempre, necessitam de reconhecimento, respeito

e atenção. Por isso, é importante repensar novas maneiras de se relacionar com o

cliente e identificar os comportamentos presentes na relação organização-cliente,

que precisam ser aprimorados.

No ambiente de ensino não é diferente, até porque a crescente complexidade

e adversidade - características da educação atual - exigem, por parte do professor –

principal prestador dos serviços educacionais – melhor qualificação profissional.

Nesse contexto, a profissão de docente exige mais do que conhecimento

específico, (de ramo da ciência), haja vista desempenhar um importante papel

social, que acontece com base em um processo de desconstrução e construção de

saberes. Desse modo, o professor deve desenvolver competências e habilidades,

não só na disciplina que ministra, mas também nos aspectos relativos aos valores e

atitudes. E é, justamente, aí que reside o desafio e a importância de fazer um estudo

que possibilite analisar os elementos do comportamento servidor que permeiam a

relação professor – aluno, em sala de aula. Isso, certamente, contribuirá para a

construção dos atributos indispensáveis ao comportamento servidor do docente,

capaz de inspirar valores, técnicas e habilidades que envolvam o sentimento de ser

parceiro do aluno, através de atitudes de compromisso, de respeito, de

responsabilização, de compartilhamento e de disposição para ajudar.

Dessa forma, o presente estudo justifica-se por refletir sobre a forma de

relacionamento do docente com o aluno, que ultrapasse o domínio técnico

profissional, ou seja, identificar os aspectos ligados à titulação, tempo de serviço,

envolvimento em pesquisa e área de formação a que pertence a disciplina

ministrada, capazes de influenciar no comportamento servidor do docente, bem

como contribuir com novas discussões sobre a relevância do senso de servir numa

organização educacional.

É senso comum, na comunidade local de Natal, que o IFRN – criado pelo

Decreto nº 7.566, de 23.09.1909, do então Presidente Nilo Peçanha e instalado na

cidade de Natal, em janeiro de 1910, sob a denominação de Escola de Aprendizes

Artífices - é uma organização que tem credibilidade, em função da qualidade do

ensino oferecido. Partindo desse pressuposto, faz-se necessário investigar se os

19

professores da Instituição contribuem, de forma diferenciada, na prestação dos

serviços, com ações que caracterizam a estratégia do servir.

Convém destacar que, nesses 100 anos de existência, o IFRN recebeu as

seguintes denominações: Liceu Industrial de Natal, em 1937; Escola Industrial de

Natal, em 1946; Escola Industrial Federal do Rio Grande do Norte, em 1965; Escola

Técnica Federal do Rio Grande do Norte, em 1968; Centro Federal de Educação

Tecnológica do Rio Grande do Norte, em 1999; e, finalmente, a atual denominação –

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – a

partir de 2008, com a oferta de educação profissional de nível médio regular e na

modalidade de educação de jovens e adultos, de graduação tecnológica e

licenciaturas no ensino superior; de educação a distância; e de pós-graduação

(INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO

GRANDE DO NORTE, 2010).

Até 2002, o IFRN contava com duas unidades de ensino no RN, uma na

capital, Natal, e outra em Mossoró. No período de 2003-2010, o Governo Federal

promoveu a maior expansão da rede federal de educação profissional do país,

criando 214 unidades, distribuídas em todos os estados brasileiros e no Distrito

Federal, garantindo 500 mil vagas em todo o país. Nesse contexto de expansão, o

IFRN conquistou mais nove unidades, distribuídas no estado do RN: Natal-Zona

Norte, Ipanguaçu, Currais Novos, Apodi, Caicó, Pau dos Ferros, Macau, João

Câmara e Santa Cruz (BRASIL, 2007).

Particularmente, o campus Natal-Central, lócus dessa pesquisa, oferta sete

cursos técnicos integrados ao ensino médio regular, onze cursos técnicos

subsequentes ao ensino médio, onze cursos superiores e três cursos de pós-

graduação. Seu quadro funcional é composto por 372 docentes efetivos, 76

docentes substitutos e 244 técnico-administrativos.

A escolha do tema pesquisado deveu-se ao valor acadêmico do estudo, pois,

nele, encontra-se a possibilidade de conhecer e estudar o que está ocorrendo no

comportamento servidor dos docentes da referida Instituição na sua prática

cotidiana, visto que, muitas vezes, passa despercebido pelos próprios professores,

alunos e gestores.

Este estudo oferece, também, uma contribuição à gestão do IFRN,

disponibilizando informações, ferramentas e visões que propiciam uma maior

compreensão acerca de como ocorre a relação docente-aluno em sala de aula, na

20

percepção do aluno, que podem subsidiar na construção de políticas educacionais

ou motivar para novas pesquisas dentro desse cenário.

Ademais, existe o interesse pessoal do pesquisador, que, por integrar o corpo

administrativo da Instituição analisada, pretende disponibilizar mais um recurso, que

visa contribuir para o aperfeiçoamento, não só do IFRN, mas de toda a Rede

Federal de Ensino.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Analisar os elementos do comportamento servidor nas ações dos docentes do

IFRN.

1.4.2 Objetivos Específicos

Traçar o perfil dos alunos participantes da pesquisa.

Estabelecer os atributos que caracterizam o comportamento servidor dos

docentes do IFRN.

Investigar se o comportamento servidor tem relação com o tempo de serviço,

titulação, envolvimento em projeto de pesquisa e área de formação acadêmica da

disciplina ministrada pelo docente no IFRN.

Investigar se há relação entre o comportamento servidor e o desempenho

acadêmico dos alunos no IFRN.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em cinco capítulos.

O primeiro consta da contextualização, do problema da pesquisa, da

justificativa e dos objetivos geral e específicos.

21

No segundo, discute-se o referencial teórico, suporte ao tema central da

pesquisa, como também abordam-se outros tópicos focados nos aspectos mais

pertinentes para este trabalho.

No terceiro, trabalha-se a metodologia utilizada no desenvolvimento da

pesquisa. Nesse sentido, especificam-se o tipo de pesquisa, os sujeitos da pesquisa,

a população e amostra, a coleta de dados, o teste e aplicação do instrumento de

coleta de dados e a análise dos dados.

O quarto capítulo diz respeito à análise dos resultados da pesquisa,

envolvendo a caracterização dos alunos e a dos docentes.

O quinto (último capítulo) trata das considerações finais.

22

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 SERVIÇOS

O assunto serviço é um tema que desperta interesse, seja em função do

volume de recursos movimentados na economia mundial, seja em razão da nova

dimensão que está sendo atribuída às atividades de prestação de serviços, que

passou do serviço pessoal prestado em domicilio ou em estabelecimento próprio,

para a prestação do serviço com o fornecimento de produto. Em face dessa

realidade, surge a necessidade de entender, por que existe situação em que ocorre

só a prestação do serviço ou, apenas, a venda do produto, ou um depende do outro.

De acordo com (BATESON; HOFFMAN, 2001, p. 33)

É extremamente difícil definir um produto puro ou serviço puro. Um produto puro implica que o consumidor obtém benefícios somente do produto, sem nenhum valor agregado pelo serviço; da mesma forma, um serviços puro assume que há um elemento “produto” no serviço que o consumidor recebe.

As organizações, ao perceberem que impossível separar o produto do

serviço, ou vice-versa, estão adotando a política de acrescentar serviços aos

produtos, com o objetivo de criar diferencial competitivo e garantir sucesso para a

organização. Considerando que o preço e o produto não são mais os únicos

diferenciais competitivos, a tendência das organizações é acrescentar serviços ao

produto como forma de sobrevivência, tais como: demonstração, assistência,

logística reversa etc.

Berry e Parasuraman (1992, p. 21) afirmam que:

Uma das forças que empurram os fabricantes para operações que dependam mais de serviços é o maior potencial para construir uma vantagem competitiva sustentável por meio de serviços do que de mercadoria.

23

Sendo assim, destaca-se a importância de se fazer uma distinção entre

manufatura e serviços, para uma melhor compreensão do conceito de serviços. Para

Normann (1993, apud Nóbrega, 1997, p.13), essa distinção dá-se da seguinte forma:

Manufatura é a atividade que transforma fisicamente materiais, enquanto os serviços são atividades relacionadas com transações de intangíveis, que influenciam o acesso e a disponibilidade para objetos físicos, e que influenciam a utilização de outros tangíveis.

A palavra serviço tem longa abrangência do ponto de vista conceitual. No

entendimento de Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005, p. 30), serviço é: “uma

experiência perecível, intangível, desenvolvida para um consumidor que

desempenha o papel de co-produtor”.

Já para Kotler (2003, p. 448), serviço é “Qualquer ato ou desempenho,

essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer a outra e que não resulta na

propriedade de nada. A execução de um serviço pode estar ou não ligada a um

produto concreto”.

Esse conceito é reforçado por Lovelock e Wright (2006, p. 5):

Serviço é um ato ou desempenho oferecido por uma parte à outra. “Embora o processo possa estar ligado a um produto físico, o desempenho é essencialmente intangível e normalmente não resulta em propriedade de nenhum dos fatores de produção” ou também “Serviços são atividades econômicas que criam valor e fornecem benefícios para clientes em tempos e lugares específicos, como decorrência da realização de uma mudança desejada no – ou em nome do – destinatário.

Por sua vez, Lehtinen (1983, p. 36) salienta que “serviços são atividades ou

série de atividades que ocorrem durante as interações entre pessoas ou com

máquinas que proporcionam satisfação do cliente.”

Com base nos conceitos explicitados, percebe-se que a palavra serviço

compreende uma relação que envolve uma troca, entre, no mínimo, dois sujeitos,

fornecedor e cliente. O cliente é a parte que, preferencialmente, tem o poder para

decidir se o serviço é ou não contratado.

24

Para Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005, p. 46), “um aspecto fundamental da

prestação de serviço é a compreensão de que o cliente pode ser uma parte ativa do

processo”.

Considerando que uma organização não é constituída com o fim em si

mesma, mas com o propósito de prestar serviços e/ou obter lucro, entende-se que

ela, para ser sustentável, precisa enxergar o cliente como prioridade, visto que

cliente satisfeito, é cliente consumidor e divulgador do serviço e da organização.

Hunter (2006, p.33) defende que “só há uma razão para que qualquer

empresa exista: porque atende a uma necessidade humana. Quando ela deixa de

satisfazer essa necessidade, ou a concorrência o faz de maneira mais vantajosa, ela

deixa de existir”.

2.1.1 Características dos Serviços

A prestação de serviços apresenta características especificas e complexas.

Com o objetivo de facilitar a compreensão do que são serviços, Grönroos (2003, p.

66) estabelece uma diferença entre serviços e bens físicos, conforme o quadro 1:

BENS FÍSICOS SERVIÇOS

Tangíveis Intangíveis Homogêneos Heterogêneos Produção e distribuição separada do consumo

Processos simultâneos de produção, distribuição e consumo

Uma coisa Uma atividade ou processo Valor central produzido na fábrica Valor central produzido em interações

comprador-vendedor

Clientes não participam (normalmente) no processo de produto

Clientes participam da produção

Podem ser mantidos em estoque Não podem ser mantidos em estoque Transferência de Propriedade Não há transferência de propriedade

Quadro 1 - Diferença entre bens físicos e serviços Fonte: Grönroos (2003, p. 66)

Segundo esse autor, existem três características básicas em serviços que

podem ser identificadas na maioria da prestação de serviços (GRÖNROOS, 2003, p.

67.)

25

1 – Serviços são processos consistindo em atividade ou uma série de atividades em vez de coisa; 2 – Serviços são, no mínimo até certo ponto, produzidos e consumidos simultaneamente; e 3 – O cliente participa do processo de produção, no mínimo até certo ponto.

Já Lovelock (2006, p. 16) relaciona as seguintes características da prestação

de serviços:

1 – Os clientes não obtêm propriedade sobre os serviços 2 – Os produtos dos serviços são realizações intangíveis 3 – Há maior envolvimento dos clientes no processo de produção 4 – Outras pessoas podem fazer parte do produto 5 – Há maior variabilidade nos insumos e produtos operacionais 6 – Muitos serviços são de difícil avaliação pelos clientes 7 – Normalmente há uma ausência de estoque 8 – O fator tempo é realmente mais importante 9 – Os sistemas de entrega podem envolver canis eletrônicos e físicos

Por sua vez, Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) relacionam várias

características dos serviços, tais como: participação do cliente no processo dos

serviços, simultaneidade, mercadoria perecível, intangibilidade e heterogeneidade.

Com base nos autores citados, é possível relacionar as principais

características em comum de serviços: intangibilidade; heterogeneidade;

simultaneidade entre produção e consumo e não poder ser estocado. Intangibilidade

é algo que não pode ser tocado. Heterogeneidade é algo que tem muitas variáveis

na sua execução, com resultados semelhantes. Simultaneidade entre produção e

consumo é algo que só existe quando é consumido. Não poder ser estocado é algo

que só existe no momento da prestação do serviço.

Uma vez que a prestação de serviços não envolve transferência de

propriedade, tampouco pode ser tocada, a execução e o consumo dos serviços

ocorrem, simultaneamente, com a participação do cliente.

Esse entendimento é corroborado por Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005, p.

90) quando afirma que “em serviços, o processo é o produto porque os clientes

participam diretamente da prestação do serviço”.

Com o propósito de oferecer um serviço adequado, é necessário evitar erros

ou falhas na sua execução. Por isso, Albrecht (1994, p. 42), ao se referir à prestação

de serviços, afirma que “os sete pecados capitais do serviço são: apatia, má

26

vontade, indiferença, desprezo, automação, apego às regras e desculpas, desculpas

e desculpas”. Para contrapor a preocupação desses pecados, Martins (2008, p.22)

entende que:

As organizações que adotarem qualidade voltada para os clientes têm sete características em comum, dentre elas: vivenciar a estratégia voltada para o cliente, transmitir a filosofia a toda a organização, acreditar e investir nos funcionários, aprender permanentemente, colocar o cliente sempre em primeiro lugar em suas decisões, trabalhar em equipe e manter a direção.

Particularmente, nas organizações de ensino, uma das características de

serviço que merece destaque é a simultaneidade, que trata da produção e consumo,

em função da realização da prestação do serviço que ocorre de forma prolongada e

com o envolvimento de vários atores da linha de frente, ou seja, os professores que

são os responsáveis pela prestação do serviço central da organização, que é o

ensino. O serviço poderá ser bom se o professor for responsável e mantiver um

relacionamento construtivo com os alunos, fruto da disposição para ajudar, como

uma atitude necessária em função do tempo que é exigido na atividade de ensino,

facilitando, assim, a transmissão dos conhecimentos.

2.1.2 Gerência de serviços

As organizações em serviços estão em constante evolução, fruto da

competitividade do setor e do nível de conhecimento e exigência do cliente. Essa

realidade tem possibilitado a profissionalização na prestação de serviço, pois a

organização que tem o propósito de prestar um serviço de qualidade, e deseja

clientes satisfeitos, necessita ter um gerenciamento do serviço a ser prestado.

Com propriedade, Albrecht (1994, p. 9) afirma que “gerenciamento de serviço

é uma abordagem organizacional que faz da qualidade do serviço, como é percebida

pelo cliente, a mais importante força impulsionadora da operação dos negócios”.

Martins (2008, p. 26) entende que:

27

A gerência de serviços é vista como uma abordagem unificada para operar uma empresa de serviço. É iniciada pela fase final dos serviços, que é o contato com o cliente, ou seja, ao gerenciamento da experiência do cliente com a organização.

Já Albrecht (1994) estabelece uma distinção entre gerenciamento tradicional

voltado para manufatura e gerenciamento em serviços. Para o mesmo autor, na

manufatura, o gerenciamento dá ênfase à produção, voltada para a estrutura e o

processo, enquanto, no gerenciamento em serviços, a ênfase reside no resultado da

prestação do serviço. Ou seja, a manufatura se preocupa com o fazer; e o serviço,

com a percepção do resultado.

2.1.3 Serviços Educacionais

Nas organizações de ensino, o gerenciamento de serviços precisa estar em

sintonia com o mercado de trabalho, pois uma organização que forma cidadãos com

conteúdos desatualizados não tem sustentabilidade. Com efeito, é imprescindível

que as organizações educacionais brasileiras cumpram os objetivos estabelecidos

na Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB) – Lei nº 9.394, de 20 de dezembro

de 1996 – vigente no país, para cada nível/modalidade de ensino.

No caso específico da educação profissional, a modalidade de ensino

presente no IFRN, os objetivos, estabelecidos pela LDB e constantes do capítulo III,

são (BRASIL, 1996):

Art. 39. A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva. Parágrafo único. O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará com a possibilidade de acesso à educação profissional. Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho. Art. 41. O conhecimento adquirido na educação profissional, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos.

28

Parágrafo único. Os diplomas de cursos de educação profissional de nível médio, quando registrados, terão validade nacional. Art. 42. As escolas técnicas e profissionais, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matricula à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade.

O gerenciamento dos serviços nas organizações educacionais deve trabalhar,

como referencial para nortear a ação institucional, o seu projeto político-pedagógico,

que contém as regras para balizar a oferta de cursos e a atuação do docente em

sala de aula.

No caso do IFRN, o projeto político-pedagógico aponta como função social do

Instituto,

Contribuir com a formação humana integral por meio da educação profissional e tecnológica, articulando trabalho, ciência e cultura, de qualidade socialmente referenciada, comprometida com a produção e socialização de conhecimentos, visando à formação cidadã e à transformação da realidade na perspectiva da igualdade e da justiça social (IFRN, 2010).

E entre outros, os seguintes objetivos:

Ministrar educação profissional técnica de nível médio, prioritariamente na forma de cursos integrados, para os concluintes do ensino fundamental e para o público da educação de jovens e adultos; e

Ministrar cursos de formação inicial e continuada de trabalhadores, objetivando a formação, a qualificação, o aperfeiçoamento, a especialização e a atualização de profissionais, em todos os níveis de escolaridade, nas áreas da educação profissional e tecnológica (IFRN, 2010).

2.1.4 Qualidade na prestação de serviços

Qualidade é uma palavra que tem sido utilizada como sinônimo de algo que

foi realizado sem defeito, ou seja, o produto ou o serviço foi prestado conforme os

padrões estabelecidos pela organização em consonância com os internacionais.

29

Para Campos (1992, p.2), “um produto ou serviço de qualidade é aquele que

atende perfeitamente, de forma confiável, acessível, segura, no tempo certo às

necessidades do cliente”

A qualidade na prestação de serviço é perseguida pelas organizações com o

propósito de ter o serviço reconhecido pelo cliente. Nesse aspecto, Juran (1998;

apud NÓBREGA, 1997, p. 30) considera qualidade em serviço “a capacidade de um

serviço corresponder satisfatoriamente às necessidades do cliente quando o serviço

é prestado”.

Grönroos (1998), ao estudar a qualidade de um serviço, propõe duas

dimensões a serem analisadas: a primeira dimensão com o foco no resultado do

serviço – o que – (que trata da qualidade técnica) e a segunda, o processo de

fornecimento dos serviços – como – (que trata da qualidade funcional). O mesmo

autor acrescenta, ainda, que, na prestação de serviços de qualidade, o cliente

percebe a qualidade do produto e a forma como ele é prestado. Essa situação

acontece em função de o serviço ter a simultaneidade entre produção e consumo, e

contar com a presença e participação do cliente, o que possibilita a sua avaliação.

A excelência em serviço ocorre, na visão de Albrecht (1998, p.13), quando:

Um nível de qualidade de serviço, comparado ao de seus concorrentes, que é suficientemente elevado do ponto de vista do cliente, para permitir cobrar um preço mais alto pelo serviço oferecido, conquistar uma participação de mercado acima do que seria considerado natural, e/ou obter uma margem de lucro maior que a de seus concorrentes.

Na década de 80, os estudos de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1992)

tiveram como objetivo estudar a qualidade dos serviços, e, após várias pesquisas,

foram encontradas dez dimensões para avaliar a qualidade dos serviços: tangíveis,

confiabilidade, capacidade de resposta, competência, cortesia, credibilidade,

segurança, acesso, comunicação e compreensão do cliente.

De acordo com esses autores, tangíveis correspondem à aparência das

instalações físicas, equipamentos, pessoal e material de comunicação;

Confiabilidade, a capacidade para executar o serviço prometido de forma confiável

e cuidadosa; capacidade de resposta, a disposição de ajudar os clientes em

serviços mesmo que não sejam relevantes para a organização; profissionalismo, a

posse das competências requeridas e conhecimento da execução do serviço;

30

cortesia, a atenção, consideração, respeito e amabilidade do pessoal de contacto;

credibilidade , a veracidade e honestidade do serviço prestado; segurança, a

inexistência de perigos, riscos ou dúvidas; Acessibilidade, acessível e fácil de

contactar; comunicação, a informação que os clientes compreendam, bem como

saber escutá-los; e compreensão dos clientes, o esforço de conhecer os clientes e

suas necessidades.

Novos estudos de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988; 1990) aprimoraram

as dimensões da qualidade do serviço, passando das dez, inicialmente definidas,

para, apenas, cinco: tangibilidade, confiabilidade, responsividade, segurança e

empatia. Nesse caso, tangibilidade corresponde à aparência física de instalações,

equipamentos, pessoal e materiais envolvidos na realização dos serviços;

confiabilidade, a capacidade de prestar o serviço prometido de modo confiável e

com precisão. Ou seja, satisfazer as necessidades primárias dos clientes de prazo e

quantidade; responsividade, a disposição para ajudar o cliente e proporcionar com

presteza um serviço; segurança, o conhecimento e cortesia de empregados e a sua

habilidade em confiança e exatidão; e empatia, a atenção e o carinho

individualizados proporcionados aos clientes.

Para Castro (2009), a única organização de serviços, em que os produtos não

incidem padrões de qualidade é a escola, uma vez que:

Diferente de outros bens e serviços, cuja forma de consumo se dá de forma mais ou menos definida no tempo e no espaço, podendo-se aferir imediatamente a sua qualidade, os efeitos da educação sobre os indivíduos se estendem, às vezes, por toda a vida, acarretando a extensão de sua avaliação por todo esse período. (CASTRO, 2009, P.40).

Ainda na visão de Castro (2009), a escola precisa disponibilizar bom

processo, como condição para garantir um bom produto. Nesse sentido, o autor

entende que

Isso relativiza as aferições de produtividade da escola baseada, apenas nos índices de reprovação ou em avaliações externas que se apóiam, exclusivamente, no desempenho dos alunos e em testes e provas realizadas pontualmente. (CASTRO, 2009, p.40).

31

2.1.5 Fator humano na prestação de serviços

A prestação de serviços, quando realizada pelo ser humano, torna-se

complexa, em função da sua intangibilidade e da heterogeneidade, já que envolve

múltiplos fatores humanos que vão desde a formação, capacitação, motivação e

cultura. Observa-se que o funcionário não consegue separar totalmente a sua vida

pessoal da profissional, quando está atuando na organização ou na sua vida

privada.

Para Mariotti (1999), essa dualidade influencia a sua ação, levando-o a falar

as seguintes citações: Quando sai de casa, deixo por lá todos os meus problemas;

meu ambiente de trabalho não tem nada a ver com eles. Ou então, quando estou de

folga me desligo de tudo; esqueço as minhas dificuldades. Essas frases fazem parte

da vida cotidiana, mas não representam uma verdade absoluta. Portanto, o fator

humano precisa ser levado em consideração quando a organização pretende

oferecer um serviço de qualidade, com o propósito de conquistar o cliente, o que

possibilita um relacionamento duradouro, entre prestador e cliente. O autor conclui

que os seres humanos por integrarem os sistemas abertos e complexos, necessitam

da interação com o mundo e com os semelhantes, pois é impossível viver sem essa

interação.

Partindo desse pressuposto, e entendendo que o setor de serviços trabalha,

predominantemente, com pessoas - quer na prestação, quer na contratação -

estudar o fator humano é necessário. Nas organizações de sucesso em prestação

de serviços, o diferencial competitivo é o fator humano fruto de investimento em

capacitação, motivação e treinamento tão necessários para o bom desempenho das

suas habilidades individuais.

Corroborando esse mesmo entendimento, Odebrecht (2007) valoriza o fator

humano nas organizações, como um patrimônio que não consta nos balanços, mas

que precisa ser potencializado com um diferencial competitivo. E ele afirma que:

Pessoas educadas para o compromisso de servir, com qualidade e alegria, os Clientes e as comunidades com as quais interagem, praticando um empreendimento marcado pela responsabilidade (ODEBRECHT, 2007, p.78).

32

Na organização educacional, o projeto político-pedagógico e o apoio

psicológico têm como objetivo disciplinar a atividade didática e o cumprimento dos

objetivos previstos nos currículos dos cursos e trabalhar os relacionamentos do

professor com seus pares, entre o aluno e seus colegas e, principalmente, entre

professor e aluno que estão em contato permanente. Capacitar o professor com

atitudes de simplicidade e práticas do bem, no desempenho da sua atividade de sala

de aula, significa potencializar um relacionamento necessário ao ensino-

aprendizagem do aluno e, por extensão, ao sucesso da organização.

2.1.6 Cultura de serviço ao cliente

2.1.6.1 Cultura coorporativa

Uma organização, ao ser formalizada, tem o seu funcionamento regido por

normas, regras e valores do proprietário, que interagem com os valores dos

funcionários, constituindo, assim, a cultura coorporativa, no sentido mais simples.

Para Grönroos (2003, p. 426), cultura corporativa é “o modelo de valores e

crenças compartilhados que dá significado aos membros de uma organização e lhes

fornece as regras para o comportamento na organização”. Dessa forma, cada

organização tem a sua cultura que é construída ao longo da sua existência, como

fruto do relacionamento dos seus pares. A cultura organizacional é responsável pela

estabilidade, significado e previsibilidade na organização.

Entendendo que a cultura corporativa pode ser chamada de clima interno na

organização ou clima organizacional, o autor afirma que clima é “o sentido

acumulado que os funcionários têm daquilo que é importante em uma organização,

fruto das metas de trabalhos que são fixadas para os funcionários e do modo como

as rotinas diárias são tratadas na organização” Grönroos (2003, p. 426). Acrescenta,

ainda, que, nas organizações prestadoras de serviços, é necessário gerenciar bem o

clima interno, como condição necessária para desenvolver atitudes positivas quanto

à prestação dos serviços, e, assim, possibilitar um serviço de qualidade percebida

pelo cliente.

33

Em uma organização educacional, a cultura organizacional constitui fator que

deve ser trabalhado de forma coletiva, em função dos valores e crenças da equipe

de professores, com a disposição de se construir um ambiente interno ideal para

propiciar o saber e possibilitar a transmissão de conhecimento a outras gerações. A

organização deve, então, estimular seus funcionários a tomarem iniciativas e

assumirem as responsabilidades na construção da cultura organizacional

(GAUTHIER, 1998; GRÖNROOS, 2003; KLOWLES; HOLTON III; SWANSON 2009).

2.1.6.2 Cultura de serviços – relacionamentos

A prestação de serviço implica relacionamento entre fornecedor e cliente,

podendo ser interno entre os próprios funcionários ou externo entre os funcionários e

o cliente. Entender e criar o ambiente ideal para prestação do serviço constitui a

primeira condição para a organização adotar o gerenciamento do relacionamento

com clientes.

Grönroos (2003) diz que uma organização que decidir priorizar o

gerenciamento do relacionamento com o cliente e não dedicar atenção constante na

prestação de serviços a outras partes, dificilmente implementará estratégia orientada

para relacionamento. Para ele, gerenciar relacionamento com clientes e

relacionamentos com pares requer um clima orientado para serviço.

Na prestação de serviços oferecida pelas organizações educacionais, o

relacionamento amistoso e a confiança constituem a base para se construir um

ambiente propício tão necessário à realização do ensino-aprendizagem. Isso

possibilita o crescimento do professor e aluno criando uma corrente em que

predominam responsabilidade e disposição para ajudar. O professor e o aluno

devem ser construtores do serviço, pois, em serviço, a presença e a participação do

cliente constituem uma realidade. Na prestação do serviço em educação, a cultura

do serviço precisa estar voltada para o servir e não para uma obrigação

(GAUTHIER, 1998; GRÖNROOS, 2003; KLOWLES; HOLTON III; SWANSON 2009).

34

2.1.6.3 Cultura de serviços - sustentabilidade

Numa organização onde há uma cultura de serviços se pressupõe que todos

os seus funcionários também tenham incorporado a filosofia do servir, na sua

maneira de trabalhar. Para Grönroos (2003, p. 441), a orientação para o serviço:

Pode ser descrita como valores e atitudes compartilhados que influenciam as pessoas de uma organização, de modo que as interações entre elas, internamente, e as interações com clientes e representantes de outras partes sejam percebidas favoravelmente.

Nesse contexto, a prestação do serviço será efetivada com qualidade; o

cliente perceberá o diferencial, e o relacionamento será fortalecido,

consequentemente, a organização terá sustentabilidade.

Na orientação para serviços, cria-se o ciclo virtuoso que, segundo Grönroos

(2003), gera lucratividade que gera qualidade de serviço que gera orientação para

serviço e o ciclo se repete. O referido autor acrescenta, ainda, que os profissionais

orientados para serviço, se interessam por seus clientes agindo com cortesia e

flexibilidade, e sempre encontram soluções mais adequadas e se empenham para

recuperar o serviço, quando ele não foi efetivado com sucesso.

Nas organizações educacionais de ensino, não é diferente. Quando a

prestação dos serviços é efetuada por meio de um professor comprometido com os

objetivos da organização, que toma iniciativa e assume as responsabilidades, o

aluno receberá uma melhor formação integral (cidadã e para o mercado de trabalho)

e, consequentemente, a sustentabilidade organizacional se tornará real.

Nóbrega (2009) chama a atenção para a inter-relação existente entre

comportamento servidor e cultura de serviços, conforme quadro 2:

35

COMPOTAMENTO SERVIDOR CULTURA DE SERVIÇOS

Responsabilidade Focado em resultados Simplicidade Respeito Renúncia Servir Iniciativa Responsividade Desejo de ajudar Comprometido com o outro

Práticas do bem Bem-comum Utilidade Utilidade e eficiência

Quadro 2 – Interrelação entre comportamento servidor e cultura de serviços Fonte: Nóbrega (2009).

2.2 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Como a prestação de serviços envolve relacionamento entre fornecedor e

cliente, é preciso entender que o funcionário que presta os serviços, antes de

pertencer à organização, tem a sua cultura, fruto da escolaridade e da convivência

familiar e social. Ao ingressar em uma organização, interage com as culturas dos

seus pares e com a própria cultura da organização. Dessa forma, o comportamento

organizacional é influenciado pelas culturas dos seus funcionários.

Nas palavras de Robbins (2005, p.6), o comportamento organizacional é:

Um campo de estudos que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das organizações com o propósito de utilizar este conhecimento para melhorar a eficácia organizacional.

Corroborando esse pensamento, Wagner & Hollenberck (2000, p.6) define o

comportamento organizacional como “um campo de estudo voltado a prever,

explicar, compreender e modificar o comportamento humano no contexto das

empresas”.

DuBrin (2003, p. 2) entende que o comportamento organizacional é “o estudo

do comportamento humano no local de trabalho, a interação entre as pessoas e a

organização em si..As principais metas do comportamento organizacional são

explicar, prever e controlar o comportamento”.

36

Como a prestação de serviços e, em particular, a de serviços educacionais,

envolve o relacionamento dos docentes com os colegas da organização e com o

aluno, é necessário que o professor tenha, conforme aponta Nóbrega (2009),

comportamento servidor de responsabilidade, simplicidade, iniciativa, disposição

para ajudar, renúncia, utilidade e prática do bem. Essa atitudes podem e devem ser

trabalhadas e aperfeiçoadas à luz do comportamento organizacional.

2.2.1 Habilidades do comportamento individual

Na prestação de serviços, o profissional precisa ter a habilidade requerida

para que o serviço seja efetivado de maneira que o cliente sinta-se satisfeito.

Robbins (2005, p. 34) afirma que habilidade “refere-se à capacidade de um indivíduo

para desempenhar as diversas tarefas de uma função. É uma avaliação geral de

tudo o que um indivíduo pode fazer”.

Já no entendimento de DuBrin (2003, p. 5), habilidade é:

Um requisito essencial para entrar, sobreviver e ser bem-sucedido no moderno local de trabalho é ter habilidades apropriadas. Uma pessoa precisa de habilidades relacionadas à disciplina e habilidades gerais, como a resolução de problemas e o trato com as pessoas. O estudo de comportamento organizacional contribui diretamente para essas habilidades genéricas.

Não existem pessoas superiores a outras; elas são, apenas, diferentes, com

pontos fortes e fracos e com capacidades físicas e intelectuais próprias. Do

administrador, é exigido combinar as diferenças de habilidades, mesclar os pontos

fortes e fracos entre seus funcionários, colocando o profissional certo no local certo.

Essa é uma condição necessária para que o funcionário possa desempenhar bem

as suas habilidades, potencializar os pontos fortes e minimizar os pontos fracos na

prestação de um serviço de qualidade, deixando o cliente satisfeito (ROBBINS,

2005).

As habilidades intelectuais são as que envolvem atividades mentais, tais

como: pensar, raciocinar e resolver problemas que podem ser entendidas nas

seguintes dimensões: aptidão para números, compreensão verbal, rapidez de

37

percepção, raciocínio indutivo, raciocínio dedutivo, visualização espacial e memória.

Nas habilidades físicas, as funções exigidas são: resistência, destreza manual, força

nas pernas, que podem ser entendidas nas seguintes dimensões: força dinâmica,

força de tronco, força estática, força exploratória, flexibilidade de extensão,

flexibilidade dinâmica, coordenação motora, equilíbrio e resistência (ROBBINS,

2005).

Nas organizações educacionais, as habilidades requeridas pelos docentes

são predominantemente as intelectuais, que devem estar associadas à simplicidade

e à disposição para ajudar na formação do aluno.

2.2.2 Atitudes no comportamento individual

Em face da simultaneidade entre produção e consumo, compreender os

valores dos seus funcionários é uma realidade que precisa ser trabalhada nas

organizações, com o objetivo de difundir os conhecimentos na medida certa e

facilitar o desempenho do profissional na realização de um serviço de qualidade.

Robbins (2005) afirma que o comportamento organizacional é resultante da

compreensão das atitudes e da motivação, afetando, inclusive, a percepção. Isso

significa dizer que o indivíduo, ao ingressar em uma organização, já tem a ideia do

que deve e do que não deve ser feito. Esses valores são bem conhecidos na

comunidade e na organização.

Para DuBrin (2003, p. 63), a atitude “é uma predisposição de reação que

exerce uma influência frente à resposta de uma pessoa à outra, a uma coisa, a uma

ideia ou uma situação”. Complementando essa interpretação, Robbins (2005, p. 60)

diz que as atitudes “são afirmações avaliadoras – favoráveis ou desfavoráveis – em

relação a objetos, pessoas ou eventos”.

Ainda de acordo com DuBrin (2003, p. 58), a percepção “trata das várias

maneiras pelas quais as pessoas interpretam as coisas no mundo exterior e como

agem com base nessas percepções”. Ou seja, o cliente, ao receber o serviço

prestado, fará sua percepção, e demonstrará se ficou, ou não, satisfeito com o

serviço recebido, de acordo com seus valores e sentimentos.

E segundo Robbins (2005, p. 54), os valores:

38

Representam convicção básica de que um modo especifico de conduta ou de condições de existência é individualmente ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto de conduta ou de existência. Eles contêm um elemento de julgamento, baseado naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável.

2.3 CULTURA ORGANIZACIONAL

As pessoas, desde o nascimento, recebem influência do meio em que vivem,

seja familiar, social ou escolar, o que contribui para a formação de sua cultura. Nas

organizações, não é diferente. Ao ser constituída, adquire personalidade jurídica

própria, e começa, a partir daí, a formar uma cultura organizacional com base na

cultura de seus fundadores. Essa cultura começa a sofrer alteração com o ingresso

de funcionários que trazem consigo, sua história, formação, crenças e valores, e, ao

interagirem com a organização, causam mudanças na cultura organizacional, sendo

igualmente influenciados por ela (DUBRIN,2006; ROBBINS, 2005).

Para DuBrin (2003, p. 352), cultura organizacional é “um sistema de valores e

crenças compartilhados que influenciam o comportamento do trabalhador”. Com a

mesma visão, Robbins (2005, p. 375) afirma que cultura organizacional é “um

sistema de valores compartilhado pelos membros que diferencia uma organização

das demais. Esse sistema é, em última análise, um conjunto de características-

chaves que a organização valoriza”.

2.4 SENSO DE SERVIR

Os estudos sobre serviços têm permitido novos enfoques, entre eles, destaca-

se o do servir. A partir de pesquisas empíricas realizadas em cursos, palestras,

seminários e treinamentos, Nóbrega (2009) procurou responder o que é servir, no

sentido mais amplo da palavra, bem como propor e esclarecer o sentido de servir

como conceito necessário e interessante para ser adotado por uma organização que

objetiva alcançar excelência em servir os clientes/consumidores.

Sabe-se que todas as organizações, tanto públicas como privadas, são

constituídas para satisfazer as necessidades das pessoas e alcançar seus objetivos.

Por isso, para Martins (2008), as organizações precisam investir fortemente em

39

estratégias inovadoras capazes de enfrentar os desafios sempre crescentes do

mercado de trabalho, com o propósito de superar a concorrência e competitividade,

bem como garantir a sua permanência nesse mercado. Sendo assim, as

organizações devem estar atentas aos novos paradigmas, abandonando os

ultrapassados.

Para Odebrecht (2007), as empresas precisam valorizar o seu capital

intangível, valioso, que são as pessoas, já que representam o patrimônio humano.

Segundo autor

As empresas não existem porque têm ativos tangíveis, mas porque integram pessoas que, impregnadas de uma filosofia voltada para servir, são capazes de buscar a própria realização pessoal, profissional, econômica e emocional, conquistando e mantendo Clientes satisfeitos (ODEBRECHT, 2007, p.71)

Os conceitos de serviços e senso de servir são temas indispensáveis para a

garantia da qualidade na prestação de serviços e, consequentemente, para a

melhoria no grau de satisfação de todos os envolvidos no processo dos serviços

(MARTINS, 2008).

De acordo com Nóbrega, Ribeiro e Marques (2006, p.3), servir “é um conceito

que precisa ser redefinido, considerando que não deve ser entendido como:

submissão, serventia, escravidão ou atividade que não exige qualificação”. Em

países como o Brasil, que teve a sua colonização baseada na mão de obra escrava,

reverbera com intensidade o servir como sinônimo de escravidão. Ainda existe, em

nosso meio, uma ideia antiga e bastante errônea de atribuir o servir a uma atividade

ligada à profissional sem qualificação, ou seja, a atividades do tipo serventia,

serviçal e escravidão. Contrapondo esse ponto de vista, Kanitz (2004) afirmou que

“em culturas que não houve escravidão, servir é um prazer, é algo feito de bom

grado”.

Isso evidencia a necessidade do conceito de servir ser repensado numa

perspectiva mais ampla. Servir “é prestar serviços; cumprir determinados deveres e

funções; auxiliar, ajudar, ser útil” (FERREIRA, 1988, p 1294).

Nas palavras de Martins (2008. p. 38), servir

40

Está ligado ao significado e sentido de utilidade, seja a nível individual das pessoas, sendo úteis umas as outras, ou a nível organizacional, as empresas sendo úteis aos clientes. O desejo de ajudar, ser útil e a preocupação com a necessidade do outro compõem a base do servir.

De acordo com Nóbrega, Ribeiro e Marques (2006, p. 3), “servir é executar as

atividades visando proporcionar benefícios àquele a quem servimos”. Corroborando

o mesmo pensamento, Martins (2008, p. 25) relata que servir é “uma emoção

sincera, que tem, como princípio, o bem comum dos que praticam e para quem

praticam”. Nessa perspectiva, a autora argumenta que:

O senso de servir representa um desafio de proporcionar ao cliente, interno e externo, uma sensação de bem estar através da presteza, atitude cordial, disposição de auxilio, e respeito às pessoas, visando o bem comum de todas as pessoas envolvidas no processo de serviços. ( MARTINS, 2008, p. 7)

Conforme os conceitos expostos, o significado de servir supõe uma relação

que envolve um prestador que se coloca à disposição de um ou mais clientes que

desejam ser atendidos. Trata-se de relações, de encontro que acontece entre uma

pessoa que demanda e outra pessoa que tem algo a oferecer, ambas portadoras de

afeto e de subjetividade. É uma postura que estimula o que há de melhor no ser

humano e, acima de tudo, uma atitude que deve estar presente em todos os

momentos da prestação dos serviços, já que traz efeitos satisfatórios para os

clientes, prestadores de serviços e para as organizações.

Na medida em que se aprofunda o estudo sobre o que alicerça a prática do

servir nas organizações, toma-se consciência de que a cultura do servir é possível, é

viável e necessária às organizações, como diferencial competitivo para garantir a

sustentabilidade.

O estudo do servir está ligado ao estudo do comportamento humano na

sociedade, pois servir não é simplesmente o cumprimento de tarefas, mas,

sobretudo, uma questão de atitude, respeito ao outro e ao compromisso de contribuir

de forma benéfica e positiva para os clientes e a vida da organização.

Entender e compreender o conceito de servir requer sair do limite, do mundo

acadêmico e buscar conceitos na filosofia popular, do tipo “quem não vive para

servir, não serve para viver” (MAHATMA GANDHI (1869 – 1948)), ou buscar, nos

41

alicerces do Cristianismo, com a citação “Assim como o filho do Homem veio, não

para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão”

(MATEUS, 20, v28). Essa base popular atribui a real dimensão em servir, quando o

filho de DEUS se coloca à disposição do outro, e Gandhi complementa com a

afirmação de que a vida só faz sentido quando é voltada para servir.

2.4.1 Comportamento servidor

As organizações de serviços atuam no mercado onde a competitividade e a

concorrência constituem desafio constante. A prestação de serviço é complexa em

função da simultaneidade, heterogeneidade e presença do cliente, e envolve um

relacionamento que pode e deve ser trabalhado, com o propósito de criar um

diferencial competitivo. Uma vez que as exigências dos clientes se modificam

continuamente, eles se tornaram mais seletivos em relação às suas escolhas,

buscando sempre melhor qualidade e melhores serviços. (GRÖNROOS, 2003;

KOTLER, 2003; FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2005).

As pessoas, quando procuram a prestação de serviços, não buscam,

necessariamente, apenas, o produto em si, buscam, também, uma boa acolhida. Por

essa razão, é importante que, no relacionamento com o cliente, se estabeleçam

laços que despertem a confiança desse.

Muitas vezes, um gesto demonstra uma postura acolhedora aos clientes, ou

seja, pode denotar comportamento servidor. Por isso, quem trabalha no atendimento

de pessoas - seja a secretária no balcão de informação, seja um professor em uma

sala de aula - deve ter sempre em mente, a disposição constante de cativar no

servir, ou seja, a disposição de estar a serviço do cliente ou aluno, buscando as

formas adequadas para um atendimento efetivo e afetivo, que atenda às

necessidades do cliente/aluno. Enfim, é importante não, apenas, acolher quem se

aproxima, mas ir ao encontro de quem necessita de seus serviços.

Comportamento servidor não surge das máquinas, dos móveis, dos

documentos, vem das pessoas, está dentro de cada ser humano. Em vista disso,

segundo Hoffman (2002, p. 279), “o pessoal de serviço é uma importante fonte de

diferenciação de produto”. Em outras palavras, são as pessoas, portanto, que fazem

com que os serviços sejam diferenciados pelo atendimento prestado ao cliente.

42

Reforçando esse entendimento, Martins (2008) diz que, nas organizações, os

preços e produtos de qualidade há muito deixaram de ser os únicos diferenciais

competitivos.

Portanto, assumir comportamento servidor, no cotidiano da prática, é mais

que um ato, é um compromisso. É ver o comum de modo incomum, ou seja,

entender o conceito de servir sob um novo ângulo. É descobrir novas maneiras de

atender ao cliente; trata-se de mudar atitudes, de estabelecer vínculos, criar

condições para novas relações entre profissionais e cliente. E essas mudanças não

acontecem de um dia para o outro, nem por decisão superior; elas demandam um

processo pedagógico que deve permear toda a organização, através de reflexão

individual e coletiva.

Com efeito, é preciso que as organizações estabeleçam e alimentem as

estratégias do servir dentro da sua cultura organizacional, como ferramenta

fundamental. Comportamento servidor, portanto, representa uma atitude de

preocupação, de responsabilização e disposição para ajudar o outro. (NÓBREGA,

1997; NÓBREGA; RIBEIRO; MARQUES, 2006; MARTINS, 2008).

O comportamento servidor pode ser resumido em uma frase: “por ser

responsável e simples, o indivíduo que apresenta comportamento servidor, coloca-

se em segundo plano e toma a iniciativa de ajudar, fazendo bem aos outros com

coisas e atitudes úteis” (NÓBREGA 2009, p.19).

2.4.2 Características do comportamento servidor

Nóbrega (2009), com o propósito de desvendar novas fronteiras dos

conhecimentos em serviços, realizou pesquisas empíricas e construiu a base dos

atributos do comportamento servidor, apontando sete dimensões a serem

observadas quando se pretende estudar o comportamento servidor:

responsabilidade, simplicidade, renúncia, iniciativa, disposição para ajudar, prática

do bem e utilidade.

No entendimento de Nóbrega (2010, p.11), as dimensões assumem os

conceitos e referências apresentados no quadro 3:

43

CONCEITO DE COMPORTAMENTO SERVIDOR

DIMENSÕES CONCEITOS REFERÊNCIAS

Responsabilidade

é agir com responsabilidade, compromisso, consistência e desempenho desejado.

Berry & Parasuraman (1992); Berry (1999);Normann (2001); Motta (2003); Zeithaml & Bitner (2003); Molnar (2007); Nóbrega (2009)

Simplicidade

é fazer coisas simples, mas necessárias, de valor, sem temor de que isto cause qualquer sentimento de inferioridade.

Greenleaf (1977, 1998); Motta (2003); Covey (2006); Nóbrega (2009)

Renúncia

é agir com renúncia, abrindo mão de desejo, espaço ou valorização pessoal, visando cuidar do outro.

Greenleaf (1977, 1998); Covey (2006); Molnar (2007); Barbuto e Wheller (2006); Barros Neto (2006); Nóbrega (2009); Berry (1999); Zeithaml & Bitner (2003);

Iniciativa

é tomar iniciativa e agir proativamente, executando atividades com presteza.

Berry & Parasuraman (1992); Berry (1999);Normann (2001); Motta (2003); Zeithaml & Bitner (2003); Covey (2006); Nóbrega (2009)

Disposição para ajudar

é agir com senso de proximidade, cumplicidade e reciprocidade, visando dar atenção e ajudar o outro.

Greenleaf (1977, 1998); Motta (2003); Zeithaml & Bitner (2003); Covey (2006); Nóbrega (2009); Berry (1999)

Práticas do bem

é agir com prazer e disposição, fazendo o bem para as pessoas e comunidade.

Greenleaf (1977, 1998); Berry (1999); Molnar (2007); Barbuto e Wheller (2006); Nóbrega (2009)

Utilidade

é dar significado às atividades, objetivando fazer coisas úteis, proporcionando resultado, valor e produtividade.

Covey (2006); Barbuto e Wheller (2006); Molnar (2007); Nóbrega (2009)

Quadro 3 – Dimensões do comportamento servidor, conceitos e referências. Fonte: Tradução livre de Nóbrega (2010, p. 11)

Esse autor também entende que a organização pode, inclusive, ter

característica servidora, o que facilitaria a criação do ambiente organizacional

apropriado para que os empregados pudessem desenvolver o comportamento

servidor, criando, assim, diferencial competitivo em serviços.

De acordo com Odebrecht (2007), para se alcançar o crescimento individual e

organizacional, é preciso que as pessoas respondam às perguntas do tipo: “a quem

quero servir?” e “o que me falta saber ou inventar para servir mais e melhor esse

Cliente?”. Ainda segundo o mesmo autor, para que ocorra o sucesso profissional, é

preciso que as pessoas adquiram algumas atitudes indispensáveis no cotidiano das

suas práticas. A Responsabilidade é entendida como um “atributo de quem está

preparado para honrar compromissos morais e materiais” (ODEBRECHT, 2007,

p.96), a Iniciativa como “prerrogativa daqueles que têm motivação e capacidade de

44

transformar idéias em realizações concretas” (ODEBRECHT, 2007, p.96), e aponta a

Simplicidade como sendo uma atitude que “quanto mais simples forem as decisões

e ações necessárias para realizar os propósitos pessoais, mais facilmente elas

serão comunicadas e compreendidas, tornando-se, assim, mais independente das

circunstâncias” (ODEBRECHT, 2007, p.103). E sugere que essas atitudes, quando

direcionadas para servir o próximo visando ao bem comum, são capazes de

transformar problemas em oportunidades, que podem ser entendidas como Práticas

do Bem e Utilidade.

Observa-se, enfim, que as sete dimensões propostas por Nóbrega (2009) têm

similitude com as cinco dimensões da qualidade dos serviços propostos por

Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985), quando analisaram o comportamento do

funcionário ao prestar um serviço de qualidade ao cliente. São elas:

Acessibilidade – acessível e fácil de contactar – que pode ser associada à

Disposição para ajudar – agir com senso de proximidade, cumplicidade e

reciprocidade, visando dar atenção e ajudar o outro. Ou seja, não permitir que o

cliente fique esperando para ser atendido é uma preocupação das organizações

com qualidade em serviços, que é uma das características do comportamento

servidor.

Cortesia – atenção, consideração, respeito e amabilidade do pessoal de

contacto – que pode ser associado à Iniciativa – tomar iniciativa e agir

proativamente, executando atividades com presteza. Ou seja, tratar o cliente de

forma proativa, com respeito e amabilidade, são características comuns da

qualidade e do comportamento servidor.

Comunicação – disponibilizar informações que os clientes compreendam,

bem como saber escutá-los, que pode ser associada a Práticas do bem – agir com

prazer e disposição, fazendo o bem para as pessoas e a comunidade. O cliente

precisa entender as informações prestadas pelo funcionário, em função da clareza

dessas informações e do prazer de prestá-las. Essas dimensões são comuns ao

comportamento servidor e à qualidade dos serviços prestados.

Credibilidade – veracidade e honestidade do serviço prestado, podendo ser

associada à Responsabilidade – agir com responsabilidade, compromisso,

consistência e desempenho desejado. Ou seja, tratar o cliente com responsabilidade

e honestidade são exigências no mundo dos negócios atuais, pois os clientes têm os

45

seus direitos garantidos no código do consumidor, e fazem parte da qualidade na

prestação dos serviços e do comportamento servidor.

Compreensão dos clientes – esforço de conhecer os clientes e suas

necessidades, que pode ser associada à Renúncia – agir com renúncia, abrindo

mão de desejo, espaço ou valorização pessoal, visando cuidar do outro. Ou seja,

atender às necessidades do cliente, abrir mão de desejos significam priorizar o

cliente. Essas dimensões estão presentes no comportamento servidor e na

prestação dos serviços de qualidade.

2.5 ENSINO E EDUCAÇÃO

2.5.1 Conceito

Ensino é um conceito que tem recebido muitas definições, com vários pontos

em comuns, entre eles, a inter-relação entre pessoas, tendo, de um lado, o que

transmitir, e do outro o que receber. Gare (s.d. apud Teixeira, 2009, p.6) define que

ensino é “qualquer influência interpessoal cujo propósito é mudar os modos segundo

os quais as pessoas poderão ou virão a comportar-se”. Enquanto que, para Teixeira

(2009, p.9), ensino é “uma organização do ambiente, onde pessoas se inter

influenciam direta ou indiretamente, com o objetivo de atingir, através de atividades

variadas, resultados previamente determinados”.

A educação é um processo amplo, dinâmico e complexo, que envolve ações,

comprometidas com o desenvolvimento humano. Segundo Ribeiro (2009, p.135),

O processo educativo promove formas complexas de comportamento e ações em que o aluno, o educador e próprio meio cultural se entrelaçam na trama relacional e dinâmica de interações e linguagens que transforma o indivíduo e mundo em que vive.

Portanto, nessa perspectiva, é possível conceber que o conceito de educação

envolve produção e troca de saberes, que proporcionam formas de mudanças nos

comportamentos, conhecimentos e aprendizagens, no aluno e no professor, ou seja,

46

promovem relações em que as duas partes transformam e são transformadas

simultaneamente.

A referida autora reforça que a escola

Tem um papel fundamental no processo de organização e desenvolvimento do conhecimento historicamente construído, contribuindo para o acesso à cultura, para a construção de valores, atitudes, habilidades e saberes (RIBEIRO, 2009, p.143).

Nesse contexto complexo, a ação educativa escolar deve procurar manter-se

sempre na busca de soluções modernas, corrigindo rumos com inovações para

alcançar excelência no ensino, mas sem deixar de se preocupar com o lado

humano, ou seja, sem deixar de investir na consciência de forma ampla e integrada.

Assim sendo,

A escola deve se voltar não apenas para formar bons alunos, com elevado nível de conhecimento, mas também para formar cidadãos preparados para o mundo globalizado em que vivemos, com uma visão crítica que lhes permita entender, opinar e interagir socialmente (RIBEIRO, 2009, p.136).

2.5.2 Didática

Para desenvolver a atividade de ensinar, é necessário possuir, no mínimo, as

seguintes condições: ter conhecimento e estar habilitado. De acordo com Teixeira

(2009, p. 9), “didática pode ser entendida como um conjunto sistematizado de

princípios, normas e técnicas especificas de direção da aprendizagem, ou seja, o

objetivo da didática é estudar o processo ensino-aprendizagem”.

Para o mesmo autor, os componentes fundamentais da didática são:

Aluno – Sua aprendizagem é planejada, estimulada, orientada, consolidada e

controlada.

Aprendizagem – Que pode ser trabalhada em quatro tendências: a primeira

privilegia o desenvolvimento mental; a segunda, o desenvolvimento da pessoa

singular e como um todo; a terceira, o desenvolvimento das relações sociais; e a

47

quarta, o desenvolvimento da capacidade, o desenvolvimento de habilidades para

assumir responsabilidade social e política.

Objetivos – Governam toda a marcha do trabalho escolar.

Matéria – Deve ser selecionada, dosada, programada, a fim de que sejam

alcançados os objetivos.

Métodos – Organização racional de todos os fatores pessoais, condições e

recursos para atingir os objetivos.

Nas organizações de ensino, a didática precisa estar sintonizada com o

comportamento do professor e seus pares, do professor e alunos e, por último, dos

alunos, objetivando contribuir na elaboração do material, estruturar o método e

facilitar a aprendizagem do aluno.

2.5.3 Habilidades do professor

A sociedade precisa de escolas para educar o seu povo; nesse contexto,

surge a necessidade de escolas, professores e alunos, para que o ensino e a

educação possam ser transmitidos a novas gerações. Assim

Um grande desafio é lançado aos educadores: mediar ações que assegurem a apropriação pelos alunos de conhecimentos, valores, habilidades, atitudes essenciais para a constituição de cidadãos verdadeiramente livres e autônomos (RIBEIRO, 2009, p.143).

O professor, para desenvolver suas habilidades de forma satisfatória, precisa

de um ambiente favorável que permita a realização de um ensino com eficiência,

através de uma didática que desperte no aluno a disposição para aprender. Na inter-

relação entre professor e aluno no ensino, a aprendizagem é uma via de mão dupla,

e, quando o professor toma a iniciativa permitindo a cumplicidade e o respeito, cria-

se a condição para a transferência de conhecimento ou troca de saberes em sala de

aula (TEIXEIRA, 2009).

Para Gauthier (1998), a gestão de classe é um tema complexo que trata das

atitudes dos professores em sala de aula, que consiste em regras e disposições

mínimas para criar e estabelecer as condições do ambiente ordenado e favorável

48

tanto para o ensino quanto para a aprendizagem. O mesmo autor diz que “A escola

e a classe são sistemas sociais dinâmicos nos quais os valores, as atitudes e os

comportamentos manifestados são susceptíveis de afetar profundamente os

resultados dos alunos”. (GAUTHIER, 1998, p.250). Acrescenta, ainda, o autor que

Os professores devem dar aos alunos a oportunidade de obterem um bom desempenho e de progredirem. Nesse sentido, devem tomar cuidados para não frustrarem os alunos nem a si mesmo, manifestando expectativas demasiado elevadas e até irrealistas (GAUTHIER, 1998, p. 251).

Do professor, são exigidas habilidades de relacionamento, como condição

primária para que ele tenha o respeito dos alunos. Desse modo, são estabelecidas

as bases de confiança na relação. Cabe ao professor servir o aluno, na sua função

mais nobre que é ensinar e ser facilitador de aprendizagem; para isso, deve tomar

iniciativas para construir e desconstruir saberes de maneira inteligente e criativa, se

colocar à disposição para ajudar o aluno, quando perceber dificuldades, e não

esperar ser solicitado.

Corroborando esse entendimento, Knowles (2009) afirma que o professor, ao

adotar a postura de facilitador de aprendizagem, e não, apenas, de professor, ele

assume mais responsabilidade com a sua aprendizagem e dos seus alunos,

permitindo-lhe mudar da posição de controlador de alunos para libertador. Isso

significa dizer que o professor em vez de apenas planejar e transmitir conteúdos,

precisa gerenciar e criar processos, capazes de construir relacionamentos. É

importante envolver os alunos, despertando para as suas necessidades dentro de

um planejamento, viabilizando, assim, um contato direto com as fontes de

aprendizagem e estimulando sua iniciativa, Nessa condição, é possível avaliar o

aluno de forma mais criativa.

A avaliação do aluno é um assunto sobre o qual não existe consenso dos

educadores, pois existem diversas variáveis que não podem ser mensuradas. Para

Gauthier (1998, p. 251), “o desempenho dos alunos e seus comportamentos são

influenciados pelas mensagens que recebem a respeito daquilo que se espera

deles”

Na visão de Gauthier (1998), os professores que têm seus trabalhos bem-

sucedidos, parecem ter atitudes otimistas, pois

49

Eles selecionam objetivos elevados e se mostram persistente em seus esforços para atingir esses objetivos. Esses professores estão preparados para vencer os obstáculos que surgem em seu caminho e terminam por desenvolver nos alunos atitudes positivas em relação à escola. Eles consideram os alunos aptos para aprender o conteúdo pedagógico e percebem a si mesmo como pessoas capazes de ensinar com eficiência (GAUTHIER, 1998, p.252).

Do professor, nas atividades em sala de aula, esperam-se atitudes de

simplicidade, no sentido de reconhecer que ensinar é passar e receber

conhecimento. Outra atitude de que o professor precisa se apropriar é a renúncia, no

sentido de entender que o aluno é a parte mais importante na relação professor -

aluno, pois cabe ao educando a sequência natural da vida.

50

3 METODOLOGIA

Para Acevedo (2006, p. 4), pesquisar de forma científica “significa utilizar um

conjunto de procedimentos para buscar respostas para uma questão apresentada”.

Partindo desse conceito, na elaboração desta pesquisa, delimitaram-se métodos

adequados capazes de contribuir para a construção de caminhos que

possibilitassem a análise da questão problema identificada.

Neste capítulo, são apresentadas o tipo de pesquisa, identificação da

problemática, definição da população e determinação da amostra, elaboração do

instrumento de coleta de dados, teste e aplicação do instrumento de coleta de

dados, tabulação e análise dos dados e tratamento dos dados.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Este trabalho pode ser classificado como exploratório. Mattar (1999, p. 80)

define pesquisa exploratória como aquela que “visa prover o pesquisador de um

maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva, quando

a familiaridade, o conhecimento e a compreensão do fenômeno são, geralmente,

insuficientes ou inexistentes”. Nesse caso, é necessário desencadear um processo

de investigação que identifique a natureza do fenômeno e aponte as características

essenciais que se deseja estudar (KOCHE, 1997).

Este trabalho pode, também, ser considerado de natureza quantitativa por utilizar uma escala e análises estatísticas, pois, ainda segundo Mattar (1999, p. 77),

A pesquisa quantitativa procura medir o grau em que algo está presente. Na pesquisa quantitativa, os dados são obtidos de um grande número de respondentes, usando-se escalas, geralmente numéricas, e são submetidos a análises estatísticas formais.

Quanto ao método da pesquisa, adotou-se o método de estudo de caso. Na

concepção de Leite (2008, p.67), o “estudo de caso tem a finalidade de analisar

profundamente uma unidade social. Poderia ser realizado dentro de uma

51

organização, um estudo profundo e abrangente da complexidade de seus

processos”. Situação essa que se aplica a este estudo.

Considerando a pesquisa de caráter técnico-científico, faz-se necessário

delinear um conjunto de fases para melhor sistematizar o trabalho como um todo.

Para isso, segundo Lakatos (2001), deve-se utilizar um método que permita

desenvolver e controlar adequadamente as atividades a serem desenvolvidas.

Dessa forma, para o desenvolvimento da pesquisa, foram adotadas as

seguintes fases: identificação da problemática, definição da população a ser

estudada e determinação da amostra, elaboração do instrumento de coleta de

dados, teste e aplicação do instrumento de coleta de dados, tabulação e análise dos

dados.

3.2 IDENTIFICAÇÃO DOS SUJEITOS DA PESQUISA

Optou-se por analisar os elementos do comportamento servidor dos docentes

efetivos do Campus Natal-Central (RN), na percepção dos alunos dos cursos

técnicos integrados que estavam cursando o 3º ano, considerando que eles

permanecem mais tempo na Instituição, recebendo, portanto, uma quantidade

considerável de informações, não só de conhecimentos técnicos como também de

formação cidadã e de cultura organizacional.

Por essa razão, acredita-se que esses alunos tenham melhores condições

para avaliar elementos do comportamento servidor, nas ações dos seus docentes

em sala de aula.

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população de uma pesquisa corresponde à totalidade de indivíduos que

possuem determinadas características comuns, enquanto a amostra é um

subconjunto da população, selecionado de acordo com uma determinada regra

(DIEHL; TATIM, 2004).

52

Nessa pesquisa - realizada no Campus Natal-Central do IFRN - a população

correspondeu a todo o corpo discente dos terceiros anos dos cursos técnicos

integrados de 2009.2, totalizando de 423 alunos; e a amostra utilizada e extraída

dessa população foi de 209 alunos. A tabela 1 mostra como a população foi

constituída e composta.

Tabela 1 – Composição do universo dos cursos, turmas, alunos, professores e avaliação dos docentes do terceiro ano de cursos integrados do campus Natal-Central em 2009.2

Curso Turma Alunos Professores Avaliações

Técnico em Edificações Integrado 20091.3.101.1M 37 8 296 Técnico em Edificações Integrado 20091.3.101.1V 30 7 210 Técnico em Eletrotécnica Integrado 20091.3.201.1V 44 8 352 Técnico em Mecânica Integrado 20091.3.202.1V 31 7 217 Técnico em Controle Ambiental Integrado 20091.3.301.1M 36 7 252 Técnico em Controle Ambiental Integrado 20091.3.301.1V 22 7 154 Técnico em Geologia e Mineração Integrado 20091.3.302.1M 42 10 420 Técnico em Geologia e Mineração Integrado 20091.3.302.1V 33 11 363 Técnico em Informática Integrado 20091.3.401.1M 38 7 266 Técnico em Informática Integrado 20091.3.401.1V 38 6 228 Técnico em Guia de Turismo Integrado 20091.3.501.1M 37 10 370 Técnico em Guia de Turismo Integrado 20091.3.501.1V 35 6 210

Total 423 3.338 Fonte: Sistema Acadêmico, acessado em 25/06/2009.

Com o objetivo de garantir uma confiabilidade nos resultados e considerando

que o tema estudado é inovador e complexo, foi necessário ampliar a amostra.

Com base na população de alunos apresentada na tabela 1, segundo

Fonseca (1990), para trabalhar com uma confiabilidade de 95,8% e erro amostral de

5%, o tamanho da amostra calculado foi de 209 alunos, correspondente

aproximadamente a 50% do universo. Vale ressaltar que cada aluno selecionado

avaliou todos os docentes de sua turma, e cada questionário corresponde à

avaliação de um aluno em relação ao comportamento servidor dos docentes. Sendo

assim, o total de avaliações realizadas nesta pesquisa foi de 1.648

Desse modo, segundo critérios de Spiegel (1990), a composição da amostra

pode ser observada na tabela 2.

53

Tabela 2 – composição da amostra dos cursos, turmas, alunos, professores e questionários de avaliação dos docentes do terceiro ano de cursos integrados – Natal-Central em 2009.2

Curso Turma Alunos Professores Avaliações

Técnico em Edificações Integrado 20091.3.101.1M 19 8 152 Técnico em Edificações Integrado 20091.3.101.1V 15 7 105 Técnico em Eletrotécnica Integrado 20091.3.201.1V 18 8 144 Técnico em Mecânica Integrado 20091.3.202.1V 16 7 112 Técnico em Controle Ambiental Integrado 20091.3.301.1M 18 7 126 Técnico em Controle Ambiental Integrado 20091.3.301.1V 11 7 77 Técnico em Geologia e Mineração Integrado 20091.3.302.1M 21 10 210 Técnico em Geologia e Mineração Integrado 20091.3.302.1V 17 11 187 Técnico em Informática Integrado 20091.3.401.1M 19 7 133 Técnico em Informática Integrado 20091.3.401.1V 19 6 114 Técnico em Guia de Turismo Integrado 20091.3.501.1M 18 10 180 Técnico em Guia de Turismo Integrado 20091.3.501.1V 18 6 108

Total 209 1.648 Fonte: Dados próprios.

3.4 ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário, delineado e

estruturado para obter uma análise da realidade dos alunos que participaram da

pesquisa, como também dados sobre os elementos do comportamento servidor

presentes nos docentes avaliados.

Na elaboração do questionário, foram adotados alguns procedimentos que

visavam torná-lo eficiente, tais como: conter perguntas claras, estruturar o

questionário de modo a evitar as perguntas socialmente aceitáveis, bem como

avaliar quais as perguntas que deveriam ser colocadas no início e no fim do

questionário.

O questionário foi formulado em duas partes: na primeira, buscou-se

identificar o perfil do entrevistado quanto à faixa etária, sexo, local onde reside e, por

último, o que o motivou a escolher o IFRN para estudar. Na segunda parte do

questionário, buscou-se avaliar os docentes, no tocante ao seu comportamento

servidor principal objeto de estudo do presente trabalho.

A construção da segunda parte do questionário foi concebida, inicialmente

com 32 perguntas, embasadas nos estudos de Nóbrega (2009), definindo e

conceituando o comportamento servidor em sete dimensões: responsabilidade,

simplicidade, renúncia, iniciativa, disposição para ajudar, práticas do bem e utilidade.

54

Para cada uma das dimensões, foram elaboradas, no mínimo, três perguntas

relativas às variáveis de cada dimensão.

Como primeiro pré-teste, o questionário foi submetido aos alunos do IFRN,

para atribuir uma importância para cada pergunta. O propósito da aplicação foi saber

a importância que o entrevistado atribuía às perguntas. Para isso foi utilizada uma

escala de Likert de 10 pontos, dividida em três partes. De 1 a 3 para a importância

baixa; de 4 a 7 para importância média; e de 8 a 10 para a importância alta.

Para conhecer a importância que os alunos atribuiriam às perguntas

constantes no questionário, o pesquisador definiu, por conveniência, que o

questionário deveria ser aplicado em duas turmas com horários inversos.

A primeira turma, igualmente escolhida por conveniência, foi do curso Técnico

de Nível Médio em Informática no turno vespertino. O questionário foi aplicado no

dia 2 de setembro de 2009, com a participação dos 22 alunos presentes, o que

representou 64,71% do total dos alunos regularmente inscritos na disciplina.

Antes de aplicar o questionário, o pesquisador informou que o trabalho era

parte da construção de um instrumento para avaliar os elementos do comportamento

servidor dos docentes efetivos do Campus Natal-Central do IFRN. A aplicação do

questionário durou, em média, 10 minutos e não houve dúvidas quanto ao

preenchimento e clareza das perguntas; o trabalho transcorreu na presença do

docente e do pesquisador.

A segunda turma escolhida, também, por conveniência, foi a do curso Técnico

em Controle Ambiental no turno matutino. O questionário foi aplicado no dia 3 de

setembro de 2009, com a participação dos 22 alunos presentes, representando

66,67% do total de alunos da turma. O pesquisador, novamente, explicou as razões

do trabalho, e a aplicação dos questionários durou, aproximadamente, 10 (dez)

minutos. Observou-se o interesse por parte de alguns alunos acerca do número de

perguntas e o porquê daquelas perguntas. Essa participação foi, principalmente no

sentido de curiosidade e não de propor sugestões para aperfeiçoar o questionário.

Os questionários foram tratados, com o propósito de selecionar as perguntas

que continham as melhores notas, na percepção dos alunos. Os questionários de

cada turma foram identificados de 1 a 22, com o objetivo de facilitar a digitação e

possibilitar as conferências dos dados. Nenhum questionário foi descartado, pois

todos apresentavam preenchimento normal, ou seja, não estavam zerados de

informações tampouco apresentavam a mesma nota para todos os itens.

55

O tratamento dos dados mostrou que a média geral atribuída às perguntas foi

de 7,86, que representa alta importância baseado nos critérios adotados. Quando

foram descartadas as 3 perguntas com notas mais baixas de importância, a média

geral passou a 8,22. Nas duas situações, observou-se que as perguntas obtiveram

importância alta.

Analisando a tabulação dos dados, constatou-se que o critério que recebeu a

maior média de pontuação (9,77), foi relativo à pergunta: “Demonstra respeito com o

aluno”, pertencente à dimensão Prática de bem.

Com o objetivo de evitar cansaço do entrevistado e selecionar as perguntas

mais bem avaliadas, na percepção dos alunos, o questionário foi reduzido para 21

(vinte e uma) perguntas, sendo três para cada uma das sete dimensões do

comportamento servidor já mencionado, conforme pode ser observado no quadro 4.

DIMENSÕES ATRIBUTOS REFERÊNCIAS

RESPONSABILIDADE

1 - Demonstra assiduidade Gauthier (1998); Robbins (2005);

Odebrecht (2007) Knowles (2009); Nóbrega (2009)

2 - Demonstra preocupação com o aprendizado do aluno 3- Demonstra preocupação com o nível de desenvolvimento e desempenho do aluno

SIMPLICIDADE

4- Demonstra simplicidade, independente de sua titularidade Rogers (1991); Gauthier (1998);

Robbins (2005); Odebrecht (2007) Knowles (2009); Nóbrega

(2009)

5 - Demonstra que a sua disciplina é tão importante quanto às outras disciplinas 6 - Demonstra atitude democrática quando ensina

RENÚNCIA

7 - Demonstra dedicação integral pelo ensino aprendizagem

Robbins (2005); Knowles (2009); Nóbrega (2009)

8 - Atende individualmente ao aluno que necessita de esclarecimento 9 - Presta esclarecimento quando solicitado pelo aluno

INICIATIVA

10 - Demonstra disposição para realizar reforço em horários extras

Gauthier (1998); Robbins (2005); Odebrecht (2007) Knowles

(2009); Nóbrega (2009)

11 - Supre carências dos alunos, referente a conhecimento de outras disciplinas 12 - Utiliza recursos alternativos para facilitar o interesse e atenção do aluno

DISPOSIÇÃO PARA AJUDAR

13 - Procura se aproximar dos alunos, facilitando acesso

Piaget (1996),Gauthier (1998); Robbins (2005); Odebrecht

(2007) Knowles (2009); Nóbrega (2009)

14 - Demonstra disposição para ajudar o aluno

15 - Ajuda o aluno sem esperar ser solicitado

PRÁTICA DE BEM

16 - Cria ambiente propício ao aprendizado Demo (1994); Gauthier (1998); Robbins (2005); Odebrecht

(2007) Knowles (2009); Nóbrega (2009)

17- Demonstra respeito com o aluno

18 - Demonstra cordialidade com o aluno

UTILIDAD

19 - Demonstra a importância real da disciplina Gauthier (1998); Robbins (2005);

Odebrecht (2007) Knowles (2009); Nóbrega (2009)

20 - Demonstra preocupação com a produtividade, ou seja, ter resposta ao conteúdo repassado. 21 - Mostra a utilidade do conhecimento.

Quadro 4 – Dimensões do comportamento servidor, atributos e referências Fonte – Elaborado pelo autor.

56

O instrumento de coleta de dados foi finalizado com o acréscimo de mais sete

perguntas, com o objetivo de traçar o perfil dos alunos envolvidos na pesquisa.

O questionário final foi composto de duas partes, sendo a primeira para

conhecer o perfil do entrevistado, com perguntas fechadas. Na segunda parte,

constituída de vinte e uma questões, todas ligadas ao comportamento servidor, foi

utilizada uma escala de Likert de 10 pontos, para que o aluno atribuísse uma nota de

1 (um) a 10 (dez) para cada docente avaliado, ou seja, se o professor atende ao

critério de forma excelente, os alunos atribuiriam uma nota igual ou próxima a 10,

caso o desempenho do comportamento servidor no critério fosse considerado

péssimo, seria atribuída uma nota igual ou próxima a 1, ou notas intermediárias, se

o comportamento servidor fosse considerado regular ou bom.

3.5 TESTE E APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS.

O questionário, depois de elaborado, foi submetido a uma aplicação piloto,

que ocorreu nos dias 10 e 11 de outubro de 2009, em duas turmas em turnos

inversos. A aplicação teve o objetivo de averiguar o tempo de resposta e grau de

dificuldade apresenta pelos alunos. Os resultados indicaram que os alunos

responderam, rapidamente, e entenderam as perguntas. Após a aplicação do

questionário, o pesquisador entrevistou alunos das duas turmas, para saber se havia

alguma sugestão ou crítica a ser feita. Todos os alunos disseram que nada tinham a

acrescentar.

Com o instrumento validado, houve, então, sua aplicação definitiva,

obedecida à composição da amostra da tabela 2. A coleta de dados ocorreu no

período de 11 a 13 de outubro de 2009. Os alunos foram selecionados de acordo

com critérios estatísticos de amostra sistemática Spiegel (1990). No momento da

coleta de dados, a amostra foi colhida utilizando-se dois eixos centrais na sala de

aula: um em profundidade, e outro em largura.

57

3.6 ANÁLISE DOS DADOS

Foram utilizados dados secundários obtidos através de consultas ao sistema

acadêmico da Instituição, para obter informações dos docentes avaliados no que diz

respeito:

a) Ao ano de ingresso no IFRN – com o propósito de avaliar o

comportamento servidor dos docentes envolvidos, por tempo de serviço na

Instituição, foi adotada a seguinte lógica, para a composição em três grupos. Em

2004, o governo federal editou nova medida para a educação profissional e

tecnológica. Houve a revogação do Decreto nº 2.208/97 que fazia uma série de

restrições na organização curricular e pedagógica e na oferta dos cursos técnicos.

Essa alteração permitiu a construção de novas unidades de ensino técnico

profissionalizante no país e, consequentemente, a realização de concursos públicos

para a contratação de novos servidores. Assim, o primeiro período a ser estudado foi

definido até 2002. O período de 2003 a 2009 foi dividido em dois para melhor

detalhar o estudo. Assim, foram estabelecidos os períodos de 2003 a 2006 e de

2007 a 2009 como o segundo e terceiro períodos respectivamente.

b) Titulação – foi adotada a seguinte divisão dos docentes: Graduados,

Especialistas, Mestres e Doutores, formando quatro grupos.

c) Área da disciplina ministrada – as disciplinas ministradas pelos docentes

avaliados foram divididas em cinco grupos, pertencentes a uma das seguintes áreas:

Sociais Aplicadas; Humanas, Letras e Artes; Ciências Exatas; Tecnológicas e

Biociências.

d) Envolvimento em projeto de pesquisa na Instituição – os docentes

avaliados foram constituídos de dois grupos: os que participam e os que não

participam. Essas informações foram fornecidas pela Pró-Reitoria de Pesquisa do

IFRN.

e) Correlação entre desempenho acadêmico dos alunos (notas) e

desempenho do comportamento servidor dos docentes p esquisados – as

médias das notas das turmas dos alunos foram utilizadas para analisar se existe

correlação com desempenho do comportamento servidor dos docentes pesquisados.

58

Para a tabulação dos questionários respondidos pelos alunos, utilizaram-se

os softwares Statistical Package for Social Sciences (SPSS) e Excel (NEUFELD,

2003; OLIVEIRA, 2008).

Para a análise dos dados, foram utilizadas várias técnicas estatísticas, tais

como: estatística descritiva e análise de variância. Deve-se ressaltar que, para o uso

da técnica de análise de variância, foi necessário aplicar alguns testes, que

constituem pré-requisito para a aplicação de tal técnica.

Desse modo, foram calculadas várias medidas de estatística descritiva, tais

como: mínimo, máximo, média, mediana, moda, desvio-padrão e coeficiente de

variação, além de gráficos para melhor compreensão dessas medidas (FONSECA,

1990).

Para garantir que a análise de variância pudesse ser aplicada, foi necessário

realizar o teste de normalidade dos dados (SIEGEL, 2006). Essa técnica tem como

principal objetivo avaliar se vários grupos de dados podem ser considerados iguais

em termos de valores médios, considerando-se suas variabilidades (MINGOTI,

2005).

Para garantir que a análise fatorial pudesse ser aplicada, foi necessário

realizar o teste de normalidade dos dados (SIEGEL, 2006) e o teste de esfericidade

(HAIR, 2005). Essa técnica tem como principal objetivo obter, a partir do grupo de

dados, subgrupos verossímeis, segundo critérios de proximidade entre si; esses

subgrupos são denominados de Fatores (MINGOTI, 2007).

59

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA

Este capítulo está assim dividido: caracterização dos alunos, caracterização

dos docentes e análise dos elementos do comportamento servidor. Na

caracterização dos alunos, são apresentados vários aspectos que demonstram a

formação do grupo de alunos entrevistados, tais como: sexo, tipo de escola de

origem, região onde reside e motivação para escolher estudar no IFRN. Na

caracterização dos docentes, são classificados quanto ao ano de ingresso no IFRN,

titulação, se o docente está ou não envolvido em projeto de pesquisa na Instituição e

por disciplina ministrada por área de formação. Em seguida, são apresentadas as

avaliações dos alunos em relação as 21 variáveis que compõem as sete dimensões

do comportamento servidor.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ALUNOS

Com o propósito de traçar o perfil dos alunos entrevistados, foram inseridas no

instrumento de pesquisa, perguntas que caracterizam o aluno de acordo com o

sexo, escola de origem, região onde residia, se possuía bolsa na Instituição, e

motivo pelo qual escolheu estudar no IFRN, conforme pode ser observado na tabela

3.

A tabela 3 indica que há um equilíbrio quanto ao percentual de alunos, em

relação ao sexo masculino e feminino, mas os meninos constituem maioria com o

percentual de 51,88% dos entrevistados, enquanto as meninas representaram

48,12%. Com relação à escola de origem, a tabela aponta que a maioria dos alunos

foi oriunda das escolas públicas com o percentual de 58,50%, enquanto os alunos

oriundos da escola privada representam 41,50%. Com relação à região onde

residiam, a tabela indica que a maioria residia na região Sul com o percentual de

38,37%, enquanto a região Leste foi a que contribuiu com a menor participação, ou

seja, 6,19%. Vale destacar que o percentual de 13,71%, foi composto de alunos que

residiam em outras cidades. Com relação à bolsa na Instituição para os alunos, a

tabela aponta que a maioria não possuía bolsa com o percentual de 77,99%,

enquanto 21,01% possuíam bolsa na Instituição; com relação ao motivo pelo qual

60

escolheu estudar no IFRN, a tabela indicou que a maioria absoluta (89,38%)

escolheu estudar na Instituição em função da qualidade do ensino oferecido e que

2,91% escolheram estudar em função da gratuidade.

Tabela 3 – Perfil dos alunos envolvidos na pesquisa, quanto ao sexo, escola de origem, região onde residia, se possuía bolsa da Instituição e motivo pelo qual escolheu estudar no IFRN.

PERFIL QUANTO AO PERCENTUAL TIPOS

SEXO 51,88% Masculinos

48,12% Femininos

ESCOLA DE ORIGEM 58,50% Escola Pública

41,50% Escola Privada

REGIÃO ONDE RESIDIA

38,47% Região Sul

21,91% Região Norte

13,71% Região Oeste

6,19% Região Leste

19,72% Outras Cidades

SE POSSUÍA BOLSA DA INSTITUIÇÃO

77,99% Não tinha qualquer tipo de bolsa

10,56% Tinha bolsa de trabalho

8,56% Tinha outras bolsas

2,49% Tinha bolsa de pesquisa

0,42% Tinha bolsa de extensão

MOTIVO PELO QUAL ESCOLHEU ESTUDAR NO IFRN

89,38% Ensino de qualidade

7,71% Indicação de familiares

2,91% Ensino gratuito Fonte: O Autor.

4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS DOCENTES

Buscou-se identificar e caracterizar os docentes da Instituição em relação aos

seguintes critérios: ano de ingresso no IFRN, titulação, envolvimento em projeto de

pesquisa na Instituição e disciplina ministrada por área de formação, conforme pode

ser observado na tabela 4.

61

Tabela 4 – Caracterização dos docentes envolvidos na pesquisa, quanto ao tempo de serviço, titulação, envolvimento em projeto de pesquisa na Instituição e disciplina ministrada por área de formação.

CARACTERIZAÇÃO PERCENTUAL TIPOS

POR TEMPO DE SERVIÇO 80,16% Ingressaram até 2002

15,59% Ingressaram no período de 2003 a 2006

4,25% Ingressaram no período de 2007 a 2009

POR TITULARIDADE

55,64% Docentes com Mestrado

23,97% Docentes com Especialidade

11,17% Docentes com Graduação

9,22% Docentes com Doutorado POR ENVOLVIMENTO EM PROJETO DE PESQUISA

NA INSTITUIÇÃO 67,84%

Docentes não participavam de projeto de pesquisa

32,16% Docentes participavam de projeto de pesquisa

CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA MINISTRADA

POR ÁREA DE FORMAÇÃO

41,99% Ministram disciplina da área Ciências Exatas

37,99% Ministram disciplina da área Humana, Letras e Artes

15,59% Ministram disciplina da área Tecnológica

2,25% Ministram disciplinas da área Sociais Aplicadas

2,18% Ministram disciplina da área Biociências Fonte: Dados Próprios.

A tabela 4 indica que, quanto ao tempo de serviço na Instituição, 80,16% dos

docentes pesquisados ingressaram até 2002, e que os docentes que ingressaram no

período de 2003 a 2006, representam 15,59%; já os docentes que ingressaram no

período de 2007 a 2009, representaram 4,25%. Com relação à titularidade dos

docentes, a tabela aponta que 55,64% dos docentes pesquisados possuem

Mestrado, seguindo-se aqueles que possuem Especialização com 23,97%. Quanto

aos docentes com formação de graduação, representaram 11,17% dos docentes

avaliados e aqueles com Doutorado, representaram 9,22%. Com relação ao

envolvimento em projeto de pesquisa na Instituição, a tabela indica que os docentes

que não estão envolvidos em projetos de pesquisas, representam 67,84% dos

docentes avaliados. Já os docentes que estavam envolvidos em projeto de pesquisa

na Instituição, representaram 32,16%. Com relação às disciplinas ministradas por

área de formação, a tabela aponta que os docentes que ministram disciplinas, na

área de formação em Ciências Exatas, representaram a maioria, com 41,99%,

seguindo-se a área de Humanas, Letras e Artes com 37,99%, Tecnológicas com

15,59%, Sociais e Aplicadas com 2,25% e Biociências com 2,18%.

62

4.3 ANÁLISE MULTIVARIADA

A pesquisa atende ao rigor estatístico, em função das condições postas para

utilização das técnicas de Análise de Variância. Em relação à normalidade das

variáveis, sabe-se que, pelo Teorema do Limite Central (Fonseca, 1990), as

variáveis com trinta ou mais dados seguem uma Distribuição Normal. Quando a

Análise de Variância apresentar diferença significativa entre médias, para detalhar

quais os grupos estariam causando a diferença, foi utilizado teste Post Hoc (SIMON,

1990) tipo Least Square Difference (LSD).

Considerando que as 21 variáveis visando à avaliação do comportamento

servidor dos docentes efetivos do IFRN, do campus Natal-Central, tiveram mais de

trinta dados, pode-se concluir que tem distribuição normal.

Na avaliação do comportamento servidor, segundo o tempo de serviço do

docente, a Análise de Variância demonstrou que há diferença entre as avaliações

dos docentes que ingressaram até 2002, entre 2003 a 2006 e 2007 até 2009,

conforme pode ser observado na tabela 5.

Tabela 5 – Análise de variância do Comportamento Servidor dos docentes, por ano de ingresso no IFRN, em 03 períodos.

Fonte: Dados próprios

A tabela 5 indica que foram feitas 1.321 avaliações por alunos que tiveram

seus docentes com ingresso na Instituição até 2002, o que representou 80,16% do

total. A tabela 4 indica que a análise do Comportamento Servidor dos docentes que

ingressaram no IFRN no período de 2003 a 2006, foram os mais bem avaliados

pelos seus alunos (8,14). Já os docentes que ingressaram, no período até 2002,

foram os mais severamente avaliados (7,76).

Categoria N Média Desvio-padrão Erro padrão Significância

Até 2002 1.321 7,7642 1,82120 0,05011 0,005

2003 a 2006 257 8,1416 1,35409 0,08447

2007 a 2009 70 8,0089 1,69636 0,20275

Total 1.648 7,8334 1,75606 0,04326

63

Comparando as médias das avaliações entre todos os grupos de docentes,

por período de ingresso no IFRN, os números indicam que existe diferença entre si,

em função das médias e dos desvios padrões e do nível de significância estar

abaixo do limite de 5%. Isso pode ser observado na tabela 6.

Tabela 6 – Testes de diferença entre média por tempo de serviço (I) Tempo (J) Tempo Diferença entre Médias (I-J) Erro padrão Significância

Até 2002 2006 -,37736(*) 0,11941 0,002

2009 -0,24466 0,21481 0,255

2003 a 2006

2002 ,37736(*) 0,11941 0,002

2009 0,1327 0,23613 0,574

2006 a 2009

2002 0,24466 0,21481 0,255

2006 -0,1327 0,23613 0,574 * Médias Diferentes ao nível de 0,05 de significância.

Fonte: O Autor.

A tabela 6 indica que há diferença significativa entre avaliações recebidas

pelos docentes que ingressaram até 2002 e aqueles que ingressaram no período de

2003 a 2006, em função das médias e dos desvios padrões e do nível de

significância estar abaixo do limite de 5%.

Já a tabela 7 indica que, ao se dividir os docentes em dois grupos, para uma

melhor percepção temporal em dois segmentos, com até 10 anos e com mais de 10

anos de trabalho na Instituição, não existe diferença estatística, em função do nível

de significância estar acima de 5%.

Tabela 7 – Análise de variância do comportamento servidor dos docentes, por ano de ingresso no IFRN, em 02 períodos.

Fonte: O Autor.

A tabela 7 mostra a avaliação do comportamento servidor dos docentes

pesquisados, segundo o período de ingresso no IFRN. Os números apontam que o

Categoria N Média Desvio-padrão Erro padrão Significância

Até 10 anos 377 7,9173 1,63509 0,08421 0,291

Mais de 10 anos 1.271 7,8085 1,79023 0,05022

Total 1.648 7,8334 1,75606 0,04326

64

grupo dos docentes que ingressou, no período de 2003 até 2006, foi mais bem

avaliado, na percepção dos seus alunos, com média de 8,14. Já o grupo que

ingressou nos períodos até 2002, e entre 2007 até 2009, apresentou,

respectivamente, as seguintes médias 7,76 e 8,00. Constata-se que os grupos

receberam avaliações parecidas, mas as médias diferem entre si.

Tabela 8 - Comportamento servidor dos docentes pesquisados, segundo o período de ingresso no IFRN, em cada uma das 21 variáveis.

Ingresso no IFRN VARIÁVEIS DA PESQUISA

Méd

ias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Até 2002 8,54 7,94 7,70 8,47 8,06 8,13 7,88 7,88 8,39 6,86 6,94 6,88 7,28 7,77 6,34 7,39 8,34 8,12 8,20 7,76 8,17 7,76

De 2003 a 2006 8,87 8,18 8,01 8,55 8,20 8,45 8,16 8,03 8,75 7,28 7,26 8,34 7,72 8,06 6,69 8,10 8,91 8,49 8,43 8,00 8,49 8,14

De 2007 a 2009 8,93 8,20 8,16 8,54 8,63 8,01 7,91 8,54 8,64 7,86 6,84 8,10 7,96 7,91 6,60 7,46 7,90 7,84 8,16 7,80 8,20 8,01

Médias 8,61 7,99 7,74 8,49 8,10 8,18 7,92 7,93 8,45 6,96 6,99 7,16 7,38 7,82 6,40 7,51 8,41 8,17 8,23 7,80 8,22 7,83

Média Geral 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83

MG – 2*DP 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67

MG + 2*DP 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99

Fonte: O Autor.

Quando se observam as informações de todos os ingressantes, sob o ponto

de vista das 21 (vinte e uma) variáveis, nota-se uma variação significativa entre elas.

A variável 1- demonstra assiduidade , pertencente à dimensão da

Responsabilidade , foi a mais bem avaliada, (8,61). Já a variável 15- ajudar o aluno

sem esperar ser solicitado, da dimensão Disponibilidade para ajudar, foi

avaliada mais severamente, (6,40).

Na análise conjunta de todas as variáveis, percebe-se que as variáveis, 10-

demonstra disposição para realizar reforço em horár io extra, 11- supre

carências dos alunos, referente a conhecimentos de outras disciplinas, ambas

da dimensão Iniciativa e 15- ajudar o aluno sem esperar ser solicitado, da

dimensão Disponibilidade para ajudar, obtiveram notas inferiores a 7,0. Já as

variáveis, 1- demonstra Assiduidade; 4- demonstra simplicidade, independente

de sua titulação; 5- demonstra que a sua disciplina é tão importante qua nto as

outras disciplinas; 6-demonstra atitudes democráticas quando ensina; 9-

presta esclarecimento quando solicitado pelo aluno; 17-demonstra respeito

com o aluno; 18- demonstra cordialidade com o aluno; 19- demonstra a

65

importância real da disciplina, e 21- mostra utilidade do conhecimento,

apresentaram médias superiores a 8,0. Na dimensão Simplicidade, todas as

variáveis receberam avaliações acima de 8,0.

Nas organizações de serviços, o cliente participa da prestação dos serviços e

avalia se ele atende à sua expectativa, com o propósito de continuar ou não sendo

seu cliente. A cultura de serviços pressupõe que toda a equipe da organização

incorpore a filosofia do servir, na sua maneira de trabalhar (GRÖNROOS, 2003).

Robbins (2005, p. 34) diz que habilidade “refere-se à capacidade de um

indivíduo para desempenhar as diversas tarefas de uma função, É uma avaliação

geral de tudo o que um indivíduo pode fazer”.

Em uma organização de ensino, o professor é parte da linha de frente, e tem

a sua prestação de serviços realizada de uma forma mais duradora; esse tempo de

realização necessita de habilidade para transmitir seus conhecimentos da disciplina,

e precisa estabelecer um relacionamento que envolva confiança, condições

favoráveis para criar o ambiente ideal visando à transferência de conhecimentos

previstos no conteúdo da disciplina e parte integrante do projeto pedagógico da

Instituição, para que, no final dos estudos, as avaliações entre ambos sejam

percebidas favoravelmente (SHOSTACK, 1984).

A sociedade necessita de professores para que os conhecimentos sejam

transmitidos e gerados para as novas gerações. Assim, espera-se que o professor

esteja preparado para servir, no sentido mais nobre da palavra. Nóbrega (2009)

propõe que servir envolve um comportamento servidor.

A pesquisa mostrou que os alunos do 3º ano dos cursos técnicos integrados

do Campus Natal Central avaliaram os seus docentes com uma média geral 7,83

que, em termos absolutos, é significativo, considerando que foi utilizada uma escala

de Likert de 10 pontos, com notas variando de 1 a 10. Os dados sugerem que os

docentes avaliados na pesquisa, apresentaram comportamento servidor com média

relevante.

O comportamento servidor dos docentes pesquisados, na percepção dos

seus alunos, por tempo de serviço, indicou que os docentes com mais tempo de

trabalho na Instituição não foram os mais bem avaliados, e sim o grupo dos

docentes que ingressou no período de 2003 a 2006 (8,14).

Na avaliação do Comportamento Servidor, segundo a titulação dos docentes,

a análise de variância demonstrou que há diferença entre as avaliações dos

66

Docentes Graduados, Especialistas, Mestres e Doutores, conforme pode ser

observado na tabela 9.

Tabela 9 – Análise de variância do comportamento servidor por titulação dos docentes.

Fonte: O Autor

A tabela 9 mostra que o quadro de docentes pesquisados do IFRN, com titulo

de doutor, são os mais bem avaliados, na percepção dos seus alunos, (8,14). Já os

docentes com a titulação de especialista foram avaliados de forma severa, (7,73). As

avaliações entre todos os grupos de docentes, indicam que existe diferença entre si,

em função das médias, dos desvios padrões e do nível de significância estar abaixo

do limite de 5%.

Tabela 10 – Testes de diferença entre Média das Titulações

(I) Titulação (J) Titulação Diferença entre Médias (I-J) Erro padrão Significância

Graduado Especialista ,35041(*) 0,15637 0,025

Mestre ,30557(*) 0,14152 0,031

Doutor -0,05956 0,19203 0,756

Especialista Graduado -,35041(*) 0,15637 0,025

Mestre -0,04485 0,10544 0,671

Doutor -,40997(*) 0,16722 0,014

Mestre Graduado -,30557(*) 0,14152 0,031

Especialista 0,04485 0,10544 0,671

Doutor -,36512(*) 0,15343 0,017

Doutor Graduado 0,05956 0,19203 0,756

Especialista ,40997(*) 0,16722 0,014

Mestre ,36512(*) 0,15343 0,017

* Médias Diferentes ao nível de 0,05 de significância. Fonte: O Autor.

Categoria N Média Desvio-padrão Erro padrão Significância

Graduado 184 8,0820 1,69413 0,12489 0,014

Especialista 395 7,7315 1,67685 0,08437

Mestre 917 7,7764 1,85381 0,06122

Doutor 152 8,1415 1,32490 0,10746

Total 1.648 7,8334 1,75606 0,04326

67

A tabela 10 indica que há diferença significativa entre avaliações recebidas

pelos docentes: Graduados e Especialistas; Graduados e Mestres; Especialista e

Doutores; Mestres e Doutores, em função das médias e dos desvios padrões e do

nível de significância estar abaixo do limite de 5%.

Tabela 11 - Comportamento servidor dos docentes pesquisados, por titulação em cada uma das 21 variáveis.

Titulação do docente

VARIÁVEIS DA PESQUISA

Méd

ias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Graduado 9,16 8,21 7,96 8,99 8,20 8,29 8,19 8,41 8,72 7,49 7,70 7,42 7,54 8,02 6,65 7,61 8,49 8,15 8,26 7,94 8,34 8,08

Especialista 8,00 7,83 7,62 8,65 8,06 8,35 7,74 7,75 8,40 6,68 6,80 6,54 7,43 7,95 6,42 7,31 8,57 8,42 8,12 7,70 8,03 7,73

Mestre 8,76 8,01 7,75 8,27 8,06 8,01 7,91 7,86 8,38 6,88 6,88 7,20 7,28 7,68 6,32 7,49 8,26 8,02 8,23 7,78 8,21 7,77

Doutor 8,60 8,04 7,75 8,74 8,35 8,61 8,16 8,24 8,71 7,55 7,29 8,18 7,68 8,15 6,58 8,01 8,76 8,38 8,49 7,99 8,71 8,14

Médias 8,61 7,99 7,74 8,49 8,10 8,18 7,92 7,93 8,45 6,96 6,99 7,16 7,38 7,82 6,40 7,51 8,41 8,17 8,23 7,80 8,22 7,83 Média Geral 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83

MG – 2*DP 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67

MG + 2*DP 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99

Fonte: O Autor.

A tabela 11 indica que os docentes, com o titulo de Doutor, foram os mais

bem avaliados, na percepção dos seus alunos, (8,14). Quando a análise é feita,

individualmente, nas 21 variáveis, constata-se que foi a variável 15, ajudar o aluno

sem esperar ser solicitada, obteve a menor média, (6,58). A variável 4,

demonstra simplicidade, independente de sua titulaç ão, obteve a maior média

(8,74). Já os docentes com título de Especialista foram os mais severamente

avaliados com média 7,73. Analisadas as 21 variáveis, constatou-se que foi,

também, a variável 4, demonstra simplicidade, independente de sua titulaç ão, a

melhor média (8,65). A menor avaliação 6,42, foi, também, na variável 15, ajudar o

aluno sem esperar ser solicitado, ou seja, nos dois grupos de docentes,

classificados por titulação, as variáveis que foram mais bem e severamente

avaliadas coincidiram.

A tabela 11 mostra que, nas variáveis 1, 4, 10 e 13, o distanciamento

significativo das médias entre si resultou num desvio padrão maior.

A pesquisa mostrou que o comportamento servidor dos docentes com a

titulação de doutor foram os mais bem avaliados na percepção dos seus alunos

(8,14), em relação aos outros docentes com as demais titularidades.

68

Na avaliação do Comportamento Servidor, segundo o envolvimento ou não do

docente em projeto de pesquisa na Instituição, a análise de variância demonstrou

que há diferença entre as médias observadas, conforme pode ser observado na

tabela 12.

Tabela 12 – Análise de variância do comportamento servidor dos docentes, por envolvimento ou não em projeto de pesquisa na Instituição.

Fonte: O Autor.

A tabela 12 mostra que, do total das 1.648 avaliações, 530 (32,16%), referiam-

se a docentes que participavam de projetos de pesquisa na Instituição, e 1.118

(67,84%) a docentes que não participavam de qualquer projeto de pesquisa. Os

resultados indicaram que os docentes que não participavam de projetos de pesquisa

obtiveram maior média (7,97). Quanto àqueles envolvidos em pesquisas foi atribuída

a média 7,54. Comparando as médias das avaliações entre os dois grupos de

docentes, os resultados indicam que existe diferença entre si, em função das médias

e dos desvios padrões e do nível de significância estar abaixo do limite de 5%.

Tabela 13 - Comportamento servidor dos docentes pesquisados, envolvidos ou não em projeto de pesquisas na Instituição em cada uma das 21 variáveis.

Docente envolvido

em pesquisa no IFRN

VARIÁVEIS DA PESQUISA

Méd

ias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Sim 8,42 7,54 7,35 8,10 7,99 7,83 7,63 7,60 8,04 6,86 6,90 7,05 7,05 7,49 5,97 7,26 7,90 7,71 8,09 7,48 8,15 7,54

Não 8,70 8,20 7,93 8,67 8,16 8,34 8,06 8,08 8,65 7,01 7,03 7,21 7,53 7,98 6,61 7,62 8,64 8,38 8,30 7,95 8,26 7,97

Médias 8,61 7,99 7,74 8,49 8,10 8,18 7,92 7,93 8,45 6,96 6,99 7,16 7,38 7,82 6,40 7,51 8,41 8,17 8,23 7,80 8,22 7,83

Média Geral 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83 7,83

MG – 2*DP 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67

MG + 2*DP 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99

Fonte: O Autor.

Categoria N Média Desvio-padrão Erro padrão Significância

Sim 530 7,5449 1,91505 0,08318 0,000

Não 1.118 7,9702 1,65888 0,04961

Total 1.648 7,8334 1,75606 0,04326

69

A tabela 13 indica que os docentes que não participaram de projetos de

pesquisas no IFRN, foram os que receberam a avaliação mais positiva, (7,97).

Quando a análise ocorre, individualmente, nas 21 variáveis, constata-se que a

variável 15, ajudar o aluno sem esperar ser solicitado , obteve a menor média

(6,61). A variável 1 - demonstra assiduidade - obteve a maior média (8,7). Já os

docentes que participaram de projetos de pesquisa, obtiveram a avaliação mais

severa, (7,54). Quando analisadas as 21 variáveis, a mais bem avaliada foi a

variável 1, (8,42). Já a variável que obteve a menor avaliação, (5,97), foi também a

variável 15.

A tabela 14 mostra a análise de variância do comportamento servidor dos

docentes que ministraram disciplinas, por área de formação.

Tabela 14 – Análise de variância do comportamento servidor dos docentes que ministraram disciplinas, por área de formação.

Categoria N Média Desvio-padrão Erro padrão Significância Sociais Aplicadas 36 8,1458 1,09611 0,18269 0,000

Humanas, Letras e Artes 626 8,0812 1,51548 0,06057

Ciências Exatas 692 7,5949 1,87280 0,07119

Tecnológicas 257 7,6340 1,96582 0,12262

Biociências 37 9,1854 0,90384 0,14859

Total 1.648 7,8334 1,75606 0,04326

Fonte: O Autor.

A tabela 14 revela que, do total das 1.648 avaliações, 692 (49,99%) referiam-

se a docentes que ministraram disciplinas com formação na área de Ciências

Exatas. Já os que ministraram disciplinas com formação na área de Biociências

foram avaliados em 36 questionários (2,18%); os resultados indicam que existe

diferença entre si, em função das médias e dos desvios padrões e do nível de

significância estar abaixo do limite de 5%.

A tabela 14 mostra que, segundo os elementos do comportamento servidor, os

docentes que ministraram aulas com formação em Biociências, foram os mais bem

avaliados por seus alunos, (9,18). Já os docentes que ministraram disciplinas da

área de Ciências Exatas foram os mais severamente avaliados com média de (7,59).

70

Tabela 15 – Testes de diferença entre média das áreas de formação

(I) Formação (J) Formação Diferença entre Médias (I-J) Erro padrão Significância

Sociais Aplicadas

Humanas, Letras e Artes 0,06468 0,29658 0,827

Ciências Exatas 0,55098 0,29581 0,063 Tecnológicas 0,51179 0,30794 0,097 Biociências -1,03957(*) 0,4051 0,01

Humanas, Letras e

Artes

Sociais Aplicadas -0,06468 0,29658 0,827 Ciências Exatas ,48629(*) 0,09545 0

Tecnológicas ,44710(*) 0,1282 0,001 Biociências -1,10426(*) 0,29277 0

Ciências Exatas

Sociais Aplicadas -0,55098 0,29581 0,063 Humanas, Letras e

Artes -,48629(*) 0,09545 0 Tecnológicas -0,03919 0,12641 0,757 Biociências -1,59055(*) 0,29199 0

Tecnológicas

Sociais Aplicadas -0,51179 0,30794 0,097 Humanas, Letras e

Artes -,44710(*) 0,1282 0,001 Ciências Exatas 0,03919 0,12641 0,757

Biociências -1,55136(*) 0,30427 0

Biociências

Sociais Aplicadas 1,03957(*) 0,4051 0,01 Humanas, Letras e

Artes 1,10426(*) 0,29277 0 Ciências Exatas 1,59055(*) 0,29199 0

Tecnológicas 1,55136(*) 0,30427 0 * Médias Diferentes ao nível de 0,05 de significância.

Fonte: O Autor.

A tabela 15 aponta que há diferença significativa entre as médias de

avaliações recebidas pelos docentes que ministraram disciplinas das áreas: Sociais

Aplicadas e Biociências; Humanas, Letras e Artes e Ciências Exatas; Humanas,

Letras e Artes e Tecnológica; Humanas, Letras e Artes e Biociências; Ciências

Exatas e Biociências; Tecnológica e Biociências. O resultado indica que existe

diferença entre si, em função das médias e dos desvios padrões e do nível de

significância estar abaixo do limite de 5%.

71

Tabela 16 - Comportamento servidor dos docentes que ministram disciplinas por área de Formação em cada uma das 21 variáveis.

Área de formação da

disciplina

VARIÁVEIS DA PESQUISA

Méd

ias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Sociais Aplicadas 7,69 8,14 7,53 8,94 8,22 8,92 8,06 8,19 8,97 6,72 7,25 8,11 8,14 8,08 6,75 7,97 9,14 8,64 8,83 7,97 8,81 8,15 Humanas, Letras e Artes 8,83 8,30 8,03 8,81 8,15 8,49 8,17 8,16 8,82 7,19 6,98 7,70 7,70 8,06 6,66 7,78 8,81 8,50 8,30 7,95 8,23 8,08 Ciências Exatas 8,36 7,71 7,51 8,38 8,05 7,93 7,71 7,67 8,16 6,82 6,89 6,45 7,05 7,59 6,10 7,19 8,09 7,88 8,13 7,66 8,14 7,59

Tecnológicas 8,71 7,75 7,44 7,81 8,00 7,80 7,71 7,86 8,12 6,67 7,07 7,26 7,13 7,64 6,26 7,38 7,97 7,88 8,11 7,56 8,19 7,63

Biociências 9,70 9,62 9,41 9,24 8,95 9,38 9,16 8,92 9,62 8,00 8,24 9,76 9,05 9,22 8,35 9,24 9,78 9,46 9,22 9,14 9,43 9,19

Médias 8,61 7,99 7,74 8,49 8,10 8,18 7,92 7,93 8,45 6,96 6,99 7,16 7,38 7,82 6,40 7,51 8,41 8,17 8,23 7,80 8,22 7,83

MG – 2*DP 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67

MG + 2*DP 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99

Fonte: O Autor.

De acordo com os dados da tabela 16, os docentes que ministraram

disciplinas da área de Biociências foram os que receberam a avaliação mais

positiva, (9,19). A tabela 16 mostra que os docentes com formação em Biociências

tiveram suas médias, em todas as 21 variáveis, acima da média geral, (7,83). Ao se

analisar essa média, distribuída nas 21 variáveis, constatou-se que a variável 17,

demonstra respeito com o aluno , obteve entre os docentes a melhor média,

(9,78). A variável 10 - demonstra disposição para realizar reforço em horár ios

extras - obteve a menor média (8,0), mesmo assim, superior à média geral (7,83).

Outro dado explicitado na tabela 16 refere-se aos docentes que ministraram

disciplinas da área de Ciências Exatas. Eles tiveram as suas avaliações mais

severas, (7,59). Quando se detalham as informações nas 21 variáveis, é encontrada

a sua melhor avaliação na variável 4 - demonstra simplicidade, independente de

sua titulação – (8,38) e a mais baixa foi na variável 15, ajudar o aluno sem

esperar ser solicitado.

A tabela 16 mostra que a variável 12 - utiliza recursos alternativos para

facilitar o interesse e atenção do aluno - apresentou a maior diferença, quando os

docentes que ministraram disciplinas da área de Biociências obtiveram a maior

média (9,76). Os docentes que ministraram disciplinas da área de Ciências Exatas

obtiveram a menor média (6,45).

72

Tabela 17 – Comportamento servidor dos docentes pesquisados por média do desempenho do docente e média acadêmica da turma.

Dis

cipl

ina

Méd

ia D

ocen

tes

Méd

ia A

cadê

mic

a

do

s A

luno

s

Dis

cipl

ina

Méd

ia D

ocen

tes

Méd

ia A

cadê

mic

a

do

s A

luno

s

Dis

cipl

ina

Méd

ia D

ocen

tes

Méd

ia A

cadê

mic

a

do

s A

luno

s

Disciplina 1 8,26 7,41 Disciplina 33 5,47 5,25 Disciplina 65 6,63 7,74

Disciplina 2 8,68 6,65 Disciplina 34 7,01 6,26 Disciplina 66 6,45 8,24

Disciplina 3 8,91 6,96 Disciplina 35 8,23 7,30 Disciplina 67 6,13 8,03

Disciplina 4 8,04 7,24 Disciplina 36 8,54 6,57 Disciplina 68 5,49 7,21

Disciplina 5 9,43 7,93 Disciplina 37 8,56 5,99 Disciplina 59 7,30 7,51

Disciplina 6 8,83 7,47 Disciplina 38 8,84 6,82 Disciplina 70 9,62 6,77

Disciplina 7 8,97 6,32 Disciplina 39 6,96 6,33 Disciplina 71 8,78 8,34

Disciplina 8 7,08 8,13 Disciplina 40 7,33 6,05 Disciplina 72 9,13 6,90

Disciplina 9 6,58 6,85 Disciplina 41 7,92 6,71 Disciplina 73 8,34 6,34

Disciplina 10 9,13 7,08 Disciplina 42 8,44 7,42 Disciplina 74 7,71 6,20

Disciplina 11 5,92 7,07 Disciplina 43 8,50 7,37 Disciplina 75 7,98 5,85

Disciplina 12 8,77 7,76 Disciplina 44 7,94 6,53 Disciplina 76 8,44 6,31

Disciplina 13 7,85 7,79 Disciplina 45 8,85 6,91 Disciplina 77 7,70 6,54

Disciplina 14 8,05 6,56 Disciplina 46 7,97 7,47 Disciplina 78 8,55 5,40

Disciplina 15 6,79 7,90 Disciplina 47 7,40 6,59 Disciplina 79 8,75 7,44

Disciplina 16 7,13 6,48 Disciplina 48 8,02 6,42 Disciplina 80 8,25 6,42

Disciplina 17 6,70 5,23 Disciplina 49 9,15 7,72 Disciplina 81 7,84 6,73

Disciplina 18 6,48 5,44 Disciplina 50 6,76 5,22 Disciplina 82 8,73 7,97

Disciplina 19 6,42 5,47 Disciplina 51 7,14 7,33 Disciplina 83 6,72 4,56

Disciplina 20 6,58 5,20 Disciplina 52 8,34 7,06 Disciplina 84 8,96 5,65

Disciplina 21 7,43 6,11 Disciplina 53 8,39 8,25 Disciplina 85 8,03 6,53

Disciplina 22 8,41 6,39 Disciplina 54 6,39 7,06 Disciplina 86 8,88 6,23

Disciplina 23 8,22 5,92 Disciplina 55 8,25 7,71 Disciplina 87 6,77 8,12

Disciplina 24 9,22 7,08 Disciplina 56 7,80 7,64 Disciplina 88 8,25 7,33

Disciplina 25 7,65 7,07 Disciplina 57 7,98 7,17 Disciplina 89 7,45 6,75

Disciplina 26 9,09 6,52 Disciplina 58 8,73 6,36 Disciplina 90 6,11 5,79

Disciplina 27 7,77 7,63 Disciplina 59 8,18 6,29 Disciplina 91 8,13 5,18

Disciplina 28 8,80 6,58 Disciplina 60 9,22 6,03 Disciplina 92 8,51 6,42

Disciplina 29 9,43 5,75 Disciplina 61 3,93 4,80 Disciplina 93 8,87 7,94

Disciplina 30 8,11 7,48 Disciplina 62 5,68 7,43 Disciplina 94 7,59 7,97

Disciplina 31 8,90 6,23 Disciplina 63 3,96 6,38 TOTAL 7,83 6,78

Disciplina 32 9,35 6,79 Disciplina 64 5,04 8,32

Fonte: O Autor.

A tabela 17 individualiza a avaliação de todos os docentes pesquisados, na

percepção dos seus alunos, considerando cada disciplina como sendo um

73

professor; seguindo esse raciocínio, encontram-se as cinco melhores avaliações dos

docentes, com médias (9,62, 9,43, 9,43, 9,35 e 9,22), nas respectivas disciplinas 70,

05, 29, 32 e 24 mas também existem as cinco piores avaliações dos docentes, com

médias (3,93, 3,96, 5,04, 5,47, 5,49), nas respectivas disciplinas 61, 63, 64, 33 e 68.

Outro dado que a tabela apresentou é que, entre a melhor média (9,62) do

docente 70 e a média mais baixa (3,93), do docente 61, percebe-se que a melhor

média é mais que o dobro da média mais baixa.

A tabela 17 individualiza as médias finais da turma no semestre pesquisado

dos alunos em cada disciplina. Essas informações foram coletadas do sistema

acadêmico do IFRN, com objetivo de realizar a análise de correlação entre a média

do docente na disciplina e média final da turma na disciplina; os dados revelam que

as quatro melhores médias finais do desempenho acadêmico foram (8,34, 8,32, 8,25

e 8,24) nas turmas 71, 64, 53 e 66, respectivamente, enquanto que as quatro

médias do desempenho acadêmico finais mais baixas foram (4,56, 4,80, 5,18 e

5,20) nas turmas 83, 61, 91, e 20 respectivamente. Outro dado que a tabela

apresentou é que, entre a melhor média final do desempenho acadêmico (8,34) na

turma 71 e o pior desempenho acadêmico com média (4,56), na turma 83, percebe-

se que a maior média é quase o dobro da média mais inferior.

Feita a análise de correlação entre as duas variáveis médias dos

desempenhos docentes e médias finais do desempenho acadêmico das turmas,

encontrou-se o R² foi de 0,0001 com uma significância de 0,911, concluindo-se,

portanto, que não existe correlação entre as variáveis pesquisadas ao nível de 0,05,

conforme pode ser constatado no gráfico 1.

74

Gráfico 1 - Correlação do comportamento servidor dos docentes pesquisados, por disciplina e

por desempenho acadêmico da turma. Fonte: O Autor.

A avaliação do Comportamento Servidor, segundo as dimensões e média em

cada uma das sete dimensões, pode ser observada na tabela 18.

Tabela 18 – Comportamento servidor dos docentes por dimensões e médias do docente e da turma.

DO

CE

NT

ES

/ D

ISC

IPLI

NA

S

DIMENSÕES

DIA

DO

DO

CE

NT

E

DIA

DA

TU

RM

A

DO

CE

NT

ES

/ D

ISC

IPLI

NA

S

DIMENSÕES

DIA

DO

DO

CE

NT

E

DIA

DA

TU

RM

A

RE

SP

ON

SA

BIL

IDA

DE

SIM

PLI

CID

AD

E

RE

NC

IA

INIC

IAT

IVA

DIS

PO

NIB

ILID

AD

E P

AR

A

AJU

DA

R

PR

ÁT

ICA

DE

BE

M-E

ST

AR

UT

ILID

AD

ES

RE

SP

ON

SA

BIL

IDA

DE

SIM

PLI

CID

AD

E

RE

NC

IA

INIC

IAT

IVA

DIS

PO

NIB

ILID

AD

E P

AR

A

AJU

DA

R

PR

ÁT

ICA

DE

BE

M-E

ST

AR

UT

ILID

AD

ES

Professor 1 9,25 9,25 9,21 7,48 8,38 9,27 9,50 8,91 8,86 Professor 49 8,55 8,48 8,11 7,94 7,34 8,52 8,61 8,22 8,17

Professor 2 8,96 9,20 9,23 8,25 9,35 9,47 9,42 9,13 9,15 Professor 50 7,28 8,70 8,46 7,54 8,17 9,04 8,67 8,27 8,41

Professor 3 8,53 8,78 8,62 7,67 7,86 8,60 8,65 8,39 8,37 Professor 51 9,46 8,95 9,05 8,31 8,63 9,30 9,00 8,96 8,89

Professor 4 3,61 4,63 3,94 3,16 3,37 5,10 3,94 3,96 4,01 Professor 52 6,65 6,27 6,86 5,90 6,05 5,89 7,10 6,39 6,35

Professor 5 8,31 8,87 8,98 8,50 8,71 9,30 8,94 8,80 8,87 Professor 53 6,39 4,37 5,33 4,49 4,26 5,12 5,35 5,04 4,85

Professor 6 6,91 8,61 8,00 5,64 7,03 8,15 7,49 7,40 7,47 Professor 54 7,76 7,86 7,05 5,74 6,49 7,41 7,23 7,08 6,98

Professor 7 6,19 5,74 5,71 5,51 4,57 4,94 5,76 5,49 5,39 Professor 55 7,71 7,76 7,38 5,40 6,13 8,20 7,35 7,13 7,05

Professor 8 8,98 8,65 8,77 7,34 7,04 8,19 8,63 8,23 8,12 Professor 56 7,11 7,63 7,20 6,26 6,46 7,11 6,91 6,95 6,93

Professor 9 6,76 7,12 6,24 5,59 6,11 7,16 7,41 6,63 6,61 Professor 57 7,07 8,67 7,46 6,35 7,04 8,04 6,67 7,33 7,37

Professor 10 8,84 9,08 8,69 8,02 8,57 9,27 9,02 8,78 8,78 Professor 58 7,89 8,74 8,16 7,54 7,78 8,68 8,97 8,25 8,30

Professor 11 8,65 8,98 8,94 7,33 7,85 8,76 8,59 8,44 8,41 Professor 59 9,42 9,11 9,09 7,41 8,57 9,28 9,30 8,88 8,81

Professor 12 8,02 8,46 7,81 6,13 6,89 6,87 7,96 7,45 7,37 Professor 60 8,57 8,96 8,44 7,70 7,87 8,82 9,18 8,51 8,50

Professor 13 7,40 6,93 6,87 6,47 5,22 4,51 8,64 6,58 6,46 Professor 61 7,23 6,47 6,95 4,44 4,73 5,72 5,88 5,92 5,73

Professor 14 7,52 7,96 8,48 7,65 6,67 7,59 8,52 7,77 7,81 Professor 62 7,59 7,65 8,04 5,46 5,77 7,75 6,86 7,02 6,94

Professor 15 7,22 6,55 6,71 5,66 5,04 5,71 6,00 6,13 5,97 Professor 63 9,45 9,61 9,00 8,18 7,67 9,30 8,76 8,85 8,77

MÉDIA DA DISCIPLINA E NOTA DA TURMA

R2 = 0,0089

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00

75

Professor 16 9,48 8,57 9,54 9,42 9,09 8,93 9,48 9,22 9,18 Professor 64 8,30 8,68 8,35 7,18 7,15 8,13 8,41 8,03 7,99

Professor 17 8,69 7,59 8,05 7,02 6,86 7,73 8,03 7,71 7,57 Professor 65 9,32 9,25 9,09 8,30 8,67 9,21 8,95 8,97 8,92

Professor 18 8,55 9,05 8,97 8,59 8,87 9,33 8,44 8,83 8,87 Professor 66 9,37 9,58 9,70 9,26 9,42 9,57 9,11 9,43 9,44

Professor 19 9,37 9,04 9,07 7,55 8,56 9,26 9,24 8,87 8,80 Professor 67 8,28 7,31 7,53 5,71 6,87 7,65 7,76 7,30 7,16

Professor 20 9,13 9,11 9,18 8,02 8,33 9,19 8,90 8,84 8,80 Professor 68 6,30 7,58 6,64 6,00 5,82 7,12 7,85 6,76 6,82

Professor 21 8,27 9,06 8,09 6,52 7,18 8,58 7,88 7,94 7,89 Professor 69 9,57 9,43 9,33 8,21 8,91 9,59 9,51 9,22 9,17

Professor 22 7,04 6,86 7,04 5,93 5,42 6,79 6,98 6,58 6,51 Professor 70 9,67 9,76 9,52 8,09 8,36 9,36 9,27 9,15 9,07

Professor 23 7,51 6,76 7,38 5,46 5,42 6,87 7,47 6,70 6,58 Professor 71 8,83 8,99 8,81 8,23 7,95 9,02 8,93 8,68 8,66

Professor 24 6,42 9,02 7,98 7,87 8,22 8,83 7,93 8,04 8,27 Professor 72 7,89 7,46 8,52 7,08 6,78 8,22 7,63 7,65 7,62

Professor 25 9,82 9,51 9,70 9,43 9,53 9,90 9,45 9,62 9,59 Professor 73 7,94 8,76 7,82 7,70 7,24 8,24 8,09 7,97 7,97

Professor 26 7,59 8,46 7,96 7,15 7,28 7,33 7,35 7,59 7,59 Professor 74 8,75 8,12 8,65 7,74 7,81 8,90 8,40 8,34 8,28

Professor 27 8,68 9,02 8,87 7,80 8,41 8,81 8,30 8,56 8,54 Professor 75 8,63 8,89 8,60 7,02 7,68 8,49 8,46 8,25 8,20

Professor 28 9,18 8,89 9,07 8,07 8,42 8,70 9,04 8,77 8,71 Professor 76 9,70 9,44 9,42 9,04 9,13 9,70 9,54 9,42 9,38

Professor 29 7,84 7,22 7,16 6,31 4,93 4,71 6,75 6,42 6,21 Professor 77 5,69 8,18 6,70 5,68 6,76 7,75 6,25 6,72 6,86

Professor 30 7,78 9,08 8,54 7,65 8,50 9,43 7,93 8,42 8,51 Professor 78 6,94 7,44 6,98 7,19 6,60 7,08 7,71 7,13 7,16

Professor 31 7,58 9,11 8,69 7,11 7,84 8,50 7,96 8,11 8,19 Professor 79 4,85 4,98 3,65 2,57 2,55 4,04 4,90 3,93 3,80

Professor 32 8,98 8,96 9,09 7,33 7,70 8,52 8,92 8,50 8,43 Professor 80 6,33 8,20 6,55 6,36 5,16 7,78 7,13 6,79 6,85

Professor 33 8,21 8,16 7,95 6,81 7,19 8,02 8,60 7,85 7,80 Professor 81 7,82 8,18 8,04 5,09 6,18 8,27 8,40 7,43 7,37

Professor 34 8,72 7,87 8,52 7,20 7,30 7,43 8,41 7,92 7,81 Professor 82 8,79 9,41 8,95 7,32 8,43 9,08 9,13 8,73 8,72

Professor 35 7,59 8,62 7,73 7,16 7,35 8,24 7,90 7,80 7,83 Professor 83 8,20 8,91 8,72 7,54 8,49 8,63 8,61 8,44 8,48

Professor 38 7,24 7,65 6,70 5,74 6,05 7,24 6,74 6,77 6,70 Professor 84 9,44 9,21 9,24 8,69 8,83 9,02 9,44 9,12 9,08

Professor 37 8,32 8,84 8,83 7,54 8,22 8,40 8,27 8,35 8,35 Professor 85 9,24 9,02 9,20 8,13 8,25 9,28 9,27 8,91 8,87

Professor 38 6,87 5,95 6,02 5,08 4,88 5,12 5,84 5,68 5,51 Professor 86 9,02 9,33 9,50 8,95 8,67 9,28 8,91 9,09 9,10

Professor 39 8,95 8,93 9,35 8,11 8,09 8,77 9,09 8,76 8,73 Professor 87 8,65 9,23 9,06 7,63 7,52 8,92 8,79 8,54 8,53

Professor 40 7,54 9,05 7,81 7,02 7,97 8,46 8,47 8,05 8,12 Professor 88 9,33 8,55 8,40 6,82 6,39 8,33 8,30 8,02 7,83

Professor 41 8,57 8,70 8,22 7,06 7,13 7,59 8,59 7,98 7,90 Professor 89 7,86 6,73 6,90 6,73 4,92 5,62 6,37 6,45 6,25

Professor 42 7,83 7,61 8,38 8,80 7,22 7,59 8,46 7,98 8,01 Professor 90 8,67 7,95 8,24 6,63 7,19 8,42 7,77 7,84 7,72

Professor 43 9,28 8,84 9,19 8,02 7,93 9,04 8,84 8,73 8,66 Professor 91 8,51 8,87 8,29 6,79 7,33 8,48 8,97 8,18 8,13

Professor 44 9,20 8,98 8,63 6,67 7,23 8,47 8,57 8,25 8,11 Professor 92 7,61 8,21 8,39 6,02 7,08 8,34 8,26 7,70 7,71

Professor 45 9,22 7,50 8,56 7,20 6,56 8,70 9,20 8,13 7,98 Professor 93 7,70 7,43 6,80 5,26 4,78 4,50 6,28 6,11 5,88

Professor 46 9,71 9,50 9,71 8,63 8,69 9,58 9,67 9,36 9,31 Professor 94 6,53 7,05 6,25 5,89 5,58 6,87 7,20 6,48 6,47

Professor 47 5,73 7,42 5,79 4,50 4,39 5,79 4,65 5,47 5,43 MÉDIA 8,10 8,25 8,08 7,00 7,16 8,01 8,06 7,81 7,77

Professor 48 9,21 8,40 9,07 7,75 7,82 8,93 8,65 8,55 8,45

Fonte: O Autor.

A tabela 18 demonstrou que a dimensão simplicidade foi a mais bem avaliada

(8,25). Já a dimensão iniciativa foi a mais severamente avaliada (7,00).

Realizada a análise de correlação entre as duas variáveis, sendo a primeira

dimensão RESPONSABILIDADE e médias finais do desempenho acadêmico das

turmas, encontrou-se o R² de 0,0041, com uma significância de 0,911, concluindo-

se, portanto, que não existe correlação entre as variáveis pesquisadas ao nível de

0,05.

Procedida à análise de correlação entre as duas variáveis, sendo a segunda

dimensão SIMPLICIDADE e médias finais do desempenho acadêmico das turmas,

76

encontrou-se o R² de 0,0077, com uma significância de 0,911, concluindo-se,

portanto, que não existe correlação entre as variáveis pesquisadas ao nível de 0,05.

Feita a análise de correlação entre as duas variáveis, sendo a terceira

dimensão RENÚNCIA e médias finais do desempenho acadêmico das turmas,

encontrou-se o R² de 0,0104, com uma significância de 0,911, concluindo-se,

portanto, que não existe correlação entre as variáveis pesquisadas ao nível de 0,05.

Realizada a análise de correlação entre as duas variáveis, sendo a quarta

dimensão INICIATIVA e médias finais do desempenho acadêmico das turmas,

encontrou-se o R² de 0,0055, com uma significância de 0,911, concluindo-se,

portanto, que não existe correlação entre as variáveis pesquisadas ao nível de 0,05.

Feita a análise de correlação entre as duas variáveis, sendo a quinta

dimensão DISPOSIÇÃO PARA AJUDAR e médias finais do desempenho acadêmico

das turmas, encontrou-se o R² de 0,0117, com uma significância de 0,911,

concluindo-se, portanto, que não existe correlação entre as variáveis pesquisadas

ao nível de 0,05.

Procedida à análise de correlação entre as duas variáveis, sendo a sexta

dimensão PRÁTICAS DO BEM e médias finais do desempenho acadêmico das

turmas, encontrou-se o R² de 0,0082, com uma significância de 0,911, concluindo-

se, portanto, que não existe correlação entre as variáveis pesquisadas ao nível de

0,05.

Após a análise de correlação entre as duas variáveis, sendo a sétima

dimensão UTILIDADE e médias finais do desempenho acadêmico das turmas,

encontrou-se o R² de 0,0082, com uma significância de 0,911, concluindo-se,

portanto, que não existe correlação entre as variáveis pesquisadas ao nível de 0,05.

A avaliação do Comportamento Servidor, segundo as dimensões e média em

cada uma das sete dimensões, consta no gráfico 2.

Gráfico 2 - Comportamento servidor dos docentes pesquisados por dimensões. Fonte: O Autor.

A tabela 18 é representada no gráfico

Simplicidade foi a mais bem av

severamente avaliada (7,00

média geral (7,83); os números apontam que as médias das avaliações em todas as

dimensões foram próximas da média

A dimensão simplicidade, nos estudos do comportamento servidor de

Nóbrega (2009), é definida como:

sem temor de que isso cause qualquer sentimento de inferioridade

A tabela 18 demonstra que o doc

(9,62). Já o docente mais severamente avaliado

A análise do Comportamento Servidor dos docentes pesquisados por sexo

dos alunos, demonstrou que existe diferença entre as avaliações dos a

alunas, conforme a Análise de Variância, como se pode observar na

Tabela 19 – Análise de

Categoria N Feminino 793

Masculino 855 Total 1.648

Fonte: O Autor.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

8,1 8,25

Comportamento servidor dos docentes pesquisados por dimensões.

é representada no gráfico 2 demonstrando que

is bem avaliada (8,25). Já a dimensão Iniciativa foi a mais

7,00) entre todas as 07 dimensões pesquisadas

os números apontam que as médias das avaliações em todas as

dimensões foram próximas da média geral.

A dimensão simplicidade, nos estudos do comportamento servidor de

Nóbrega (2009), é definida como: fazer coisas simples, mas necessárias, de valor,

o cause qualquer sentimento de inferioridade

demonstra que o docente mais bem avaliado foi o de número 14

á o docente mais severamente avaliado foi o de número 38

álise do Comportamento Servidor dos docentes pesquisados por sexo

, demonstrou que existe diferença entre as avaliações dos a

alunas, conforme a Análise de Variância, como se pode observar na

Análise de variância do comportamento servidor por sexo dos alunos

Média Desvio-padrão Erro padrão 7,9293 1,58652 0,05634

7,7445 1,89645 0,06486

7,8334 1,75606 0,04326

8,08

7 7,16

8,01 8,06

77

Comportamento servidor dos docentes pesquisados por dimensões.

ndo que a dimensão

á a dimensão Iniciativa foi a mais

entre todas as 07 dimensões pesquisadas, haja visto a

os números apontam que as médias das avaliações em todas as

A dimensão simplicidade, nos estudos do comportamento servidor de

fazer coisas simples, mas necessárias, de valor,

o cause qualquer sentimento de inferioridade.

avaliado foi o de número 14

o de número 38 (3,93).

álise do Comportamento Servidor dos docentes pesquisados por sexo

, demonstrou que existe diferença entre as avaliações dos alunos e

alunas, conforme a Análise de Variância, como se pode observar na tabela 16.

ervidor por sexo dos alunos

Significância 0,05634 0,033

0,06486

0,04326

7,81

78

O total dos questionários, quando distribuídos por sexo, teve a seguinte

composição: 855 foram respondidos por alunos; e 793, por alunas. A análise de

variância constante na tabela 16 apontou que os docentes foram mais bem

avaliados por suas alunas (7,92). Já os alunos realizaram uma avaliação mais crítica

dos seus docentes (7,74).

Comparadas as médias das avaliações entre os grupos de alunos por sexo, os

resultados indicam que existe diferença entre si, em função das médias e dos

desvios padrões e do nível de significância estar abaixo do limite de 5%.

Na avaliação do Comportamento Servidor, segundo a origem da escola do

aluno, a Análise de Variância demonstrou que há diferença entre as avaliações dos

alunos oriundos de Escola Pública e dos alunos oriundos de Escola Privada, como

pode ser observado na tabela 20.

Tabela 20 – Análise de variância do comportamento servidor por escola de origem dos alunos

Categoria N Média Desvio-padrão Erro padrão Significância Pública 964 7,7277 1,80325 0,05808 0,004

Privada 684 7,9825 1,67734 0,06413

Total 1.648 7,8334 1,75606 0,04326

Fonte: O Autor.

A tabela 20 demonstrou que, dos 1.648 questionários respondidos e

analisados, 964 foram de alunos oriundos das escolas públicas, e 684 de alunos das

escolas privadas. Os dados apontam que os alunos oriundos da Escola Privada

realizaram uma melhor avaliação dos seus docentes (7,98), enquanto a avaliação

dos alunos, oriundos da Escola Pública, foi mais severa (7,72).

Comparadas as médias das avaliações entre os grupos dos alunos por origem

da escola anterior, os resultados indicam que existe diferença entre si, em função

das médias e dos desvios padrões e do nível de significância estar abaixo do limite

de 5%.

Na avaliação do Comportamento Servidor, segundo a região administrativa

onde o aluno reside, a Análise de Variância demonstrou que há diferença entre as

avaliações dos alunos residentes fora de Natal, na Região Norte de Natal, na Região

Sul de Natal, na Região Leste de Natal e na Região Oeste de Natal, como pode ser

observado na tabela 21.

79

Tabela 21 – Análise de variância do comportamento servidor por região administrativa onde os alunos residiam

Categoria N Média Desvio-padrão Erro padrão Significância

Leste 102 7,9040 1,55348 0,15382 0,014

Norte 361 7,7407 1,82836 0,09623

Oeste 226 7,5044 1,84859 0,12297

Sul 634 7,9354 1,67601 0,06656

Outra Cidade 325 7,9441 1,79688 0,09967

Total 1.648 7,8334 1,75606 0,04326

Fonte: O Autor.

O IFRN é uma Instituição que atende a alunos de todas as regiões de Natal e

de outras cidades próximas; dos 1.648 questionários respondidos e analisados, os

alunos que residem na região Sul foram os que mais contribuíram: 634

questionários, representando 38,47% de todos os questionários respondidos. A

região que teve menor número de questionários foi a região Leste: apenas 102

questionários na pesquisa, representando 8,19% do total. Outra informação que

merece destaque, na tabela 18, refere-se à participação dos alunos residentes em

outras cidades, com 325 questionários respondidos, o que representou 19,72% do

total, ou seja, uma participação superior a de duas outras regiões de alunos

residentes em Natal.

A tabela 21 revelou que os alunos oriundos da região Oeste foram os que

mais severamente avaliaram os seus docentes (7,50). Já os alunos, oriundos de

outras cidades, foram os que avaliaram melhore o desempenho do comportamento

servidor dos seus docentes (7,93).

Comparadas as médias das avaliações entre todos os grupos de alunos, por

região onde residem, os resultados indicam que existe diferença entre si, em função

das médias e dos desvios padrões e do nível de significância estar abaixo do limite

de 5%.

Na avaliação do Comportamento Servidor, segundo a modalidade de bolsa

dos alunos na Instituição, a Análise de Variância demonstrou que há diferença entre

as avaliações dos alunos que não possuem bolsa daqueles que possuem bolsa de

trabalho, dos alunos que possuem bolsa de pesquisa, dos alunos que possuem

bolsa de extensão e dos alunos que possuem outra bolsa, como pode ser observado

na tabela 22.

80

Tabela 22 – Análise de variância do comportamento servidor por modalidade de bolsa dos alunos.

Categoria N Média Desvio-padrão Erro padrão Significância

Trabalho 174 8,3007 1,39996 0,10613 0,000

Pesquisa 41 8,4156 1,22326 0,19104

Extensão 7 6,7900 1,06181 0,40133

Outra Bolsa 141 7,5434 2,14802 0,18090

Não Possui 1.285 7,7891 1,75470 0,04895

Total 1.648 7,8334 1,75606 0,04326 Fonte: O Autor.

A tabela 22 demonstrou que os alunos que não têm qualquer tipo de bolsa na

Instituição contribuíram com 1.285 questionários respondidos, o que representou

77,97% do total respondido. Já os alunos, com bolsa de extensão, contribuíram com

7 questionários, o equivalente a 0,42% do total. O segmento dos alunos que melhor

avaliou os seus docentes foi o dos alunos que tinha bolsa de pesquisa (8,41),

enquanto os alunos que têm bolsa de extensão foram os que mais severamente

avaliaram os seus docentes (6,79).

Comparadas as médias das avaliações entre todos os grupos de alunos, por

modalidade de bolsas de trabalho, os resultados indicam que existe diferença entre

si, em função das médias e dos desvios padrões e do nível de significância estar

abaixo do limite de 5%.

A avaliação do Comportamento Servidor, segundo a principal motivação para

a escolha do aluno em estudar no IFRN, a Análise de Variância demonstrou que não

há diferença entre as avaliações dos alunos que têm como principal motivação para

ingressar no IFRN o Ensino Gratuito, o Ensino de Qualidade e a Indicação de

Familiares, como se observa na tabela 23.

Tabela 23 – Análise de variância do comportamento servidor por principal motivação dos alunos para

ingressar no IFRN.

Categoria N Média Desvio-padrão Erro padrão Significância

Ensino Gratuito 48 7,8173 1,78575 0,25775 0,977

Ensino de Qualidade 1.473 7,8312 1,76634 0,04602

Indicação de Familiares 127 7,8650 1,63384 0,14498

Total 1.648 7,8334 1,75606 0,04326

Fonte: O Autor

81

A tabela 23 mostrou que os alunos que escolheram a Instituição para estudar

cujo motivo foi a qualidade do ensino ofertado, contribuíram com 1.473 questionários

respondidos, ou seja, 89,38% do total. Já os alunos que escolheram a Instituição

para estudar por motivo de o ensino ofertado ser gratuito, contribuíram com 48

questionários respondidos, o equivalente a 2,91%.

A tabela 23 mostra que em, aproximadamente, 90% dos questionários

respondidos, os alunos afirmaram que a qualidade do ensino ofertado foi o principal

motivo que os levou a ingressar no IFRN. Ressalta-se que essa pergunta foi

direcionada ao aluno que já estuda na Instituição há três anos. Isso sugere uma

avaliação consistente, em função de o aluno estar próximo de concluir seus estudos

e ter uma percepção total dos serviços prestados.

A análise de variância indicou que não existem diferenças, nas avaliações do

Comportamento Servidor, quando as variáveis pesquisadas propostas foram, quais

os motivos que os alunos escolheram entre ensino gratuito, ensino de qualidade e

indicação familiar para estudar na Instituição, ou seja, essa é a primeira vez que não

existe diferença, estatisticamente, entre as médias calculadas, nesta pesquisa.

Na avaliação do Comportamento Servidor, segundo o turno em que os alunos

estudaram, a Análise de Variância demonstrou que há diferença entre as avaliações

dos alunos que estudaram no turno matutino e a dos alunos do turno vespertino,

como pode ser observado na tabela 24.

Tabela 24 – Análise de variância do comportamento servidor por turno em que os alunos estudaram.

Categoria N Média Desvio-padrão Erro padrão Significância Matutino 801 7,9953 1,50101 0,05304 0,000

Vespertino 847 7,6804 1,95569 0,06720

Total 1.648 7,8334 1,75606 0,04326

Fonte: O Autor

A tabela 24 apontou que existiu um equilíbrio entre os quantitativos dos

questionários respondidos pelos alunos que participaram da pesquisa, envolvendo

os turnos de estudo matutino e vespertino na Instituição, com aproximadamente

50% para cada horário. Quanto à análise de variância, constatou-se que existiu

diferença.

82

Comparadas as médias das avaliações entre todos os grupos de alunos, por

turno de estudo, os resultados indicam que existe diferença entre si, em função das

médias e dos desvios padrões e do nível de significância estar abaixo do limite de

5%.

Na avaliação do Comportamento Servidor, segundo o curso em que os alunos

estudam, a Análise de Variância demonstrou que há diferença entre as avaliações

dos alunos do curso de 101 - Edificações, do curso de 201 - Eletrotécnica, do curso

de 202 - Mecânica, do curso de 301 - Controle Ambiental, do curso de 302 -

Geologia e Mineração, do curso de 401 - Informática, e do curso de 501 - Guia de

Turismo, como pode ser observado na tabela 25.

Tabela 25 – Análise de variância do comportamento servidor por curso dos alunos.

Categoria N Média Desvio-padrão Erro padrão Significância 101 257 7,3810 1,74256 0,10870 0,000

201 144 8,5751 1,18192 0,09849 202 112 7,9457 1,65425 0,15631

301 203 8,0528 1,36538 0,09583

302 397 7,2090 2,22189 0,11151

401 247 8,2390 1,42449 0,09064

501 288 8,1810 1,43883 0,08478

Total 1.648 7,8334 1,75606 0,04326

Fonte: O Autor. A tabela 25 demonstrou que a Instituição ofereceu 07 cursos diferentes, em

turnos matutino e vespertino, assim, constituídos: Os alunos do curso de Geologia e

Mineração foram os que mais contribuíram com 24,09% dos questionários

respondidos. Já o curso que contribuiu com menos questionários foi dos alunos do

curso de Mecânica com 6,80% do total; os números apontados com maior

participação foram mais que o dobro do curso que menos contribuiu.

A tabela 25 mostra que os docentes avaliados, do curso de Eletrotécnica

foram os mais bem avaliados pelos seus alunos (8,57). Já os docentes de Geologia

e Mineração foram os mais severamente avaliados (7,21).

Comparadas as médias das avaliações entre todos os grupos de alunos, por

cursos, os resultados indicam que existe diferença entre si, em função das médias e

dos desvios padrões e do nível de significância estar abaixo do limite de 5%.

83

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As organizações de serviços atuam no mercado competitivo e globalizado em

função do nível de exigência do cliente. A prestação de serviços envolve um

relacionamento que precisa ser estudado e compreendido, pois ao prestador cabe o

servir, como um diferencial competitivo e de qualidade. Nas organizações

educacionais, o servir passa pela oferta do ensino, concretizada, sobretudo, na ação

e no comportamento do docente, o que foi objeto de investigação desta pesquisa.

Os resultados encontrados neste trabalho apontam para um comportamento

servidor por parte dos docentes pesquisados, com média 7,83, que responde à

questão de pesquisa “Os elementos do comportamento servidor estão presentes nas

ações dos docentes efetivos que atuam nos cursos técnicos integrados, do ensino

médio do Campus Natal-Central do Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN)?”. Com isso, é alcançado o objetivo

geral, uma vez que o comportamento servidor é expressivo nos docentes do IFRN,

tendo como seus componentes mais significativos a simplicidade, a

responsabilidade e a renúncia, nessa ordem. As outras dimensões - utilidade,

práticas do bem, disposição para ajudar e iniciativa – são, também, consideráveis,

resultando em elevado índice de comportamento servidor nos docentes do IFRN.

O primeiro objetivo específico foi atingido, pois os alunos participantes da

pesquisa apresentaram o seguinte perfil: há um equilíbrio entre os alunos do sexo

masculino e feminino, a maioria é oriunda de escolas públicas, reside na zona Sul,

não possui qualquer bolsa de trabalho na Instituição e escolheu estudar no IFRN em

função da qualidade do ensino oferecido.

O segundo objetivo específico, também, foi alcançado, uma vez que foi

construído o instrumento de avaliação do comportamento servidor de docente,

através de um questionário de coleta de dados com vinte e uma perguntas/atributos

relativas ao comportamento servidor, com base nas sete dimensões:

responsabilidade, simplicidade, iniciativa, renúncia, disposição para ajudar, práticas

do bem e utilidade (NÓBREGA, 2009).

O terceiro objetivo específico foi, também, alcançado, pois:

84

1– o maior tempo de serviço, nesse estudo, não influenciou no

comportamento servidor, visto que os docentes com menos de sete anos de serviço,

apresentaram maiores índices de comportamento servidor;

2 – os docentes com título de doutorado apresentaram maiores índices de

comportamento servidor, porém os resultados indicaram que os graduados

apresentaram índices próximos aos doutores, de modo que não se pode afirmar que

a maior titulação corresponde ao maior comportamento servidor;

3 – a participação dos docentes em projetos de pesquisa na Instituição não

influencia nos índices de comportamento servidor;

4 – os docentes que atuaram nas áreas de Ciências Exatas e Tecnológicas

foram os que apresentaram menores índices de comportamento servidor.

Não foi encontrada correlação entre o comportamento servidor e o

desempenho acadêmico dos alunos, sendo, assim, atingido o quarto objetivo

específico. No entanto, sabe-se que a gestão de classe é complexa, pois só a

avaliação através da nota não é o único fator a ser levado em consideração no

processo ensino aprendizagem do aluno. Sabe-se, também, que a ação educativa

envolve ações comprometidas com o desenvolvimento de valores, atitudes,

habilidades e saberes que permitam formar cidadãos preparados para participar,

opinar, interagir socialmente. Isso implica dizer que o docente precisa se apropriar,

na sua prática cotidiana, do comportamento servidor, uma vez que os

comportamentos dos alunos são influenciados pelas atitudes manifestadas pelos

docentes em sala de aula.

Durante a efetivação deste estudo, procurou-se a melhor forma de contribuir

para a identificação e compreensão dos elementos do comportamento servidor

presentes no corpo docente do Campus Central do IFRN, porém, apesar de todo o

esforço empregado, ele apresenta as limitações a seguir:

As avaliações realizadas pelos alunos foram colhidas em salas de aula, uma

única vez; isso caracteriza o estudo como transversal. Essa limitação pode

ocasionar uma informação oriunda de uma postura recente. Uma análise longitudinal

permitiria uma visão mais precisa e confiável das práticas adotadas na instituição.

Por fim, é necessário destacar que a pesquisa ocorreu, apenas, com a

participação dos alunos dos cursos técnicos integrados, visando avaliar os docentes

efetivos que ministram aulas nesses cursos, em um determinado período de tempo.

Em virtude disso, os resultados encontrados na pesquisa representam, somente, um

85

recorte dos docentes do IFRN, visto que, outros segmentos de alunos e docentes da

Instituição não participaram da pesquisa. No entanto, levando-se em consideração

os resultados obtidos e a escassez de estudos semelhantes, os estudos são válidos.

Sugere-se a realização de novos estudos sobre o comportamento servidor de

docentes, em instituições e condições semelhantes, com o propósito de

compreender a relevância da prática do senso do servir nas organizações de ensino.

Sugere-se, também, que novos estudos sejam efetuados para analisar os

resultados obtidos em relação a cada um dos segmentos de docentes pesquisados

neste trabalho.

86

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92

APÊNDICES

93

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO I

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RN – IFRN

Professores efetivos do Campus Central - Natal

Esta pesquisa servirá para compor o trabalho de conclusão de Mestrado

Profissional em Administração da Universidade Potiguar. Você foi selecionado para

fazer parte da pesquisa para opinar sobre os critérios que, em sua opinião, são

importantes para avaliar o desempenho do comportamento de um professor.

Para cada item relacionado, marque um “X” numa escala de 1 a 10, que

expresse sua opinião sobre a importância do desempenho esperado de um

professor. Se, em sua opinião, o item tem importância alta, atribua uma nota de 8 a

10. Caso tenha importância baixa, atribua uma nota de 1 a 3. Em caso de

importância média, atribua uma nota entre 4 a 7.

Sua participação é muito importante e agradecemos, desde já, a sua

colaboração. O questionário é anônimo, não havendo, pois, a necessidade de

identificar o entrevistado.

ITENS

Importância baixa

Importância média

Importância alta

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

01-R Demonstrar assiduidade 02-R Demonstrar pontualidade

03-R Demonstrar preocupação no cumprimento do conteúdo programático

04-R Demonstrar preocupação com o aprendizado do aluno

05-R Demonstrar coerência entre o que fala e o que prática

06-R Demonstrar habilidade na transmissão do conhecimento

07-R Demonstrar preocupação com o nível de desenvolvimento e desempenho dos alunos

08-S Demonstrar simplicidade, sem se preocupar com sua titulação

09-S Demonstrar tranquilidade no desempenho das suas atividades

10-S Demonstrar que a sua disciplina é mais importante que as outras disciplinas

11-S Demonstrar atitude autoritária quando ensina

12-S Demonstrar que gosta de chamar a atenção para si e assumir atitude de superioridade

13-RE Demonstrar dedicação integral pelo ensino

94

ITENS

Importância baixa

Importância média

Importância alta

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

aprendizagem

14-RE Atender individualmente ao aluno que necessita de esclarecimento

15-RE Prestar esclarecimento quando solicitado pelo aluno

16-I Demonstrar disposição para realizar reforço em horários extras

17-I Ministrar os conteúdos de forma criativa

18-I Suprir carências dos alunos, referente a conhecimentos de outras disciplinas

19-I Utilizar recursos alternativos para facilitar o interesse e atenção do aluno

20-D Procurar se aproximar dos alunos, facilitando acesso

21-D Procurar se aproximar do aluno, permitindo cumplicidade

22-D Demonstrar disposição para ajudar o aluno 23-D Ajudar o aluno sem esperar ser solicitado

24-D Ajudar os alunos quando solicitado, mesmo que seja assunto de outra disciplina

25-P Ministrar os conteúdos com prazer 26-P Criar ambiente propício ao aprendizado 27-P Demonstrar respeito com o aluno 28-P Demonstrar cordialidade com o aluno 29-U Demonstrar a importância real da disciplina

30-U Demonstrar que a sua disciplina é um elo na corrente do conhecimento, com seus pré-requisitos e requisitos

31-U Demonstrar preocupação com a produtividade, ou seja, ter resposta aos conteúdos repassados

32-U Mostrar a utilidade do conhecimento OBS: Você pode sugerir outro item que julgar importante.

95

APÊNDICE B – CARTA DE APRESENTAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RN – IFRN

Campus Central – Natal

Pesquisa de opinião

Para avaliar o desempenho do comportamento dos docentes efetivos

Esta pesquisa servirá para compor o trabalho de conclusão de Mestrado Profissional

em Administração da Universidade Potiguar. Você foi selecionado para fazer parte da

pesquisa para opinar sobre o desempenho do comportamento dos seus professores.

Para cada critério relacionado, de uma nota em uma escala 1 a 10, que expresse sua

opinião sobre o desempenho do comportamento do professor na disciplina mencionada, se,

em sua opinião, o professor atende ao critério, de forma excelente, atribua um nota igual ou

próxima de 10. Caso o desempenho do comportamento no critério, em sua opinião, seja

péssimo, atribua uma nota igual ou próxima de 1. Atribua uma nota intermediária conforme o

desempenho do comportamento do professor seja, em sua opinião, ruim, regular ou bom.

O comportamento servidor pode ser resumido em uma frase: “Pelo fato de ser

responsável e simples, o servidor individual deixa de ser prioridade, e toma a iniciativa de

ajudar, fazendo bem aos outros com coisas e atitudes úteis.” Nóbrega (2009)

Sua participação é muito importante e agradecemos, desde já, a sua colaboração. O

questionário é anônimo, não havendo, pois, a necessidade de identificar o entrevistado.

Responda de acordo com o comportamento demonstrado pelo professor, e não como você

gostaria que fosse.

Atenciosamente, JUSCELINO CARDOSO DE MEDEIROS Matrícula nº 27.719-5 Servidor do IFRN

96

APÊNDICE C - QUESTIONÁRIO II

TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES INTEGRADO – Turma 20091.3.10 1.1M

I - PERFIL DISCENTE

01 - Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

02 - Idade: _____

03 - Escola de origem: ( ) Pública ( ) Privada

04 - Região administrativa onde reside: ( ) Leste ( ) Norte ( ) Oeste ( ) Sul ( ) Outra cidade

05 - Número de pessoas da residência: _____

06 - Possui bolsa na Instituição: ( ) Trabalho ( ) Pesquisa ( ) Extensão ( ) Outra Bolsa ( ) Não Possui

07 - Qual o principal motivo que o levou a escolher o IFRN?

( ) Ensino Gratuito ( ) Ensino de Qualidade ( ) Localidade da Instituição ( ) Indicação de familiares II - AVALIAÇÃO DOCENTE

Para cada um dos itens relacionados, avalie o comportamento do professor de cada disciplina apresentada, atribuindo uma nota de 1 a 10.

ITENS

Ingl

ês II

I

His

tória

II

Fís

ica

III

Quí

mic

a III

Filo

sofia

Mat

eria

is d

e C

onst

ruçã

o

Top

ogra

fia

Con

stru

ção

Civ

il

08-R Demonstra assiduidade

09-R Demonstra preocupação com o aprendizado do aluno

10-R Demonstra preocupação com o nível de desenvolvimento e desempenho dos alunos

11-S Demonstra simplicidade, independente de sua titulação

12-S Demonstra que a sua disciplina é tão importante quanto as outras disciplinas

13-S Demonstra atitude democrática quando ensina

14-RE Demonstra dedicação integral pelo ensino-aprendizagem

15-RE Atende, individualmente, ao aluno que necessita de esclarecimento

16-RE Presta esclarecimento quando solicitado pelo aluno

17-I Demonstra disposição para realizar reforço em horários extras

18-I Supre carências dos alunos, referente a conhecimentos de outras disciplinas

19-I Utiliza recursos alternativos para facilitar o interesse e atenção do aluno

20-D Procura se aproximar dos alunos, facilitando acesso

21-D Demonstra disposição para ajudar o aluno

97

22-D Ajuda o aluno sem esperar ser solicitado

23-P Cria ambiente propício ao aprendizado

24-P Demonstra respeito com o aluno

25-P Demonstra cordialidade com o aluno

26-U Demonstra a importância real da disciplina

27-U Demonstra preocupação com a produtividade, ou seja, tem resposta aos conteúdos repassados

28-U Mostra a utilidade do conhecimento

APÊNDICE D – FIGURAS

CARACTERIZAÇÃO DOS

A figura 1 caracteriza os alunos participantes da pesquisa por sexo.

Figura 1 - Distribuição dos Fonte: Dados primários

A figura 2 refere-se

Figura 2 - Distribuição dos Fonte: Dados primários

FIGURAS REFERENTES À CARACTERIZAÇ

CARACTERIZAÇÃO DOS ALUNOS

caracteriza os alunos participantes da pesquisa por sexo.

Distribuição dos alunos por sexo. Fonte: Dados primários

se à distribuição dos alunos por escola de origem.

Distribuição dos alunos por escola de origem. Fonte: Dados primários

98

CARACTERIZAÇÃO DO ALUNO

caracteriza os alunos participantes da pesquisa por sexo.

distribuição dos alunos por escola de origem.

A figura 3 mostra

residem.

Figura 3 - Distribuição dos Fonte: Dados primários

A figura 4 mostra

qualquer tipo de bolsa através da Instituição.

Figura 4 - Distribuição dos Fonte: Dados primários

3 mostra a distribuição dos alunos em referente

Distribuição dos alunos por região onde reside. Fonte: Dados primários

A figura 4 mostra a distribuição dos alunos em relação a possuir ou não

qualquer tipo de bolsa através da Instituição.

Distribuição dos alunos por tipo de bolsa na Instituição.Fonte: Dados primários

99

referente à região onde

tribuição dos alunos em relação a possuir ou não

.

A figura 5 corresponde à IFRN.

Figura 5 - Distribuição dos Fonte: Dados primário

sponde à distribuição dos alunos por motivo de escolha do

Distribuição dos alunos por motivação para escolher o IFRNFonte: Dados primários

100

distribuição dos alunos por motivo de escolha do

lunos por motivação para escolher o IFRN.

APÊNDICE E – FIGURA

CARACTERIZAÇÃO DOS DOCENTES A figura 6 mostra a distribuição dos docentes

Figura 6 - Distribuição dos Fonte: Dados primários A figura 7 mostra a

Figura 7 - Distribuição dos docentes por titulação Fonte: Dados primários

FIGURAS REFERENTES À CARACTERIZAÇÃO DO

CARACTERIZAÇÃO DOS DOCENTES

a distribuição dos docentes por ano de ingresso no IFRN.

Distribuição dos docentes por ano de ingresso no IFRN. Fonte: Dados primários

a distribuição dos docentes por titulação

Distribuição dos docentes por titulação. Fonte: Dados primários

101

ÃO DO DOCENTE

por ano de ingresso no IFRN.

A figura 8 apresenta a

de pesquisa na Instituição.

Figura 8 - Distribuição dos docentes por participação em projetos de pesquisa Fonte: Dados primários A figura 9 mostra

área de formação.

Figura 9 - Distribuição dos docentes por disciplina ministrada em área de formação Fonte: Dados primários

41,99

15,59

apresenta a distribuição dos docentes por participação em proj

de pesquisa na Instituição.

Distribuição dos docentes por participação em projetos de pesquisaFonte: Dados primários

mostra a distribuição dos docentes por disciplinas ministradas por

Distribuição dos docentes por disciplina ministrada em área de formaçãoFonte: Dados primários

2,25

37,99

15,59

2,18

Sociais Aplicadas

Humanas, Letras e Artes

Ciências Exatas

Tecnológicas

Biociências

102

distribuição dos docentes por participação em projetos

Distribuição dos docentes por participação em projetos de pesquisa.

distribuição dos docentes por disciplinas ministradas por

Distribuição dos docentes por disciplina ministrada em área de formação.

Sociais Aplicadas

Humanas, Letras e Artes

Ciências Exatas

Tecnológicas

Biociências

103

APÊNDICE F–GRÁFICOS REFERENTES À CORRELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DEDESEMPENHO DO DOCENTE E CADA UMA DAS SETE DIMENSÕES

.

Gráfico 3 - Correlação do comportamento servidor dos docentes pesquisados, por

dimensão responsabilidade e por desempenho acadêmico da turma Fonte: Dados próprios

Gráfico 4 - Correlação do comportamento servidor dos docentes pesquisados, por dimensão simplicidade e por desempenho acadêmico da turma.

Fonte: Dados próprios

RESPONSABILIDADE E NOTA DA TURMA

R2 = 0,0041

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00

SIMPLICIDADE E NOTA DA TURMA

R2 = 0,0077

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00

104

Gráfico 5 - Correlação do comportamento servidor dos docentes pesquisados, por dimensão renúncia e por desempenho acadêmico da turma.

Fonte: Dados próprios

Gráfico 6 - Correlação do comportamento servidor dos docentes pesquisados, por dimensão iniciativa e por desempenho acadêmico da turma.

Fonte: Dados próprios

RENÚNCIA E NOTA DA TURMA

R2 = 0,0104

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00

INICIATIVA E NOTA DA TURMA

R2 = 0,0055

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

9,00

10,00

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00

105

Gráfico 7 - Correlação do comportamento servidor dos docentes pesquisados, por dimensão disposição para ajudar e por desempenho acadêmico da turma.

Fonte: Dados próprios

.

Gráfico 8 - Correlação do comportamento servidor dos docentes pesquisados, por dimensão

práticas do bem e por desempenho acadêmico da turma Fonte: Dados próprios

DISPOSIÇÃO PARA AJUDAR E NOTA DA TURMA

R2 = 0,0117

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00

PRÁTICAS DO BEM E NOTA DA TURMA

R2 = 0,0082

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00

106

Gráfico 9 - Correlação do comportamento servidor dos docentes pesquisados, por

dimensão utilidade e por desempenho acadêmico da turma Fonte: Dados próprios

UTILIDADE E NOTA DA TURMA

R2 = 0,0077

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00