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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Medicina Veterinária JulliannaManfron HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA E DESLOCAMENTO DORSAL DE PALATO MOLE RELATO DE CASO. CURITIBA 2016

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências ...tcconline.utp.br/media/tcc/2017/05/HERNIA-DIAFRAGMATICA-CONGENITA.pdf · A Dra.Henriette Graf, orientadora profissional e

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Medicina Veterinária

JulliannaManfron

HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA E DESLOCAMENTO DORSAL DE

PALATO MOLE – RELATO DE CASO.

CURITIBA

2016

JulliannaManfron

HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA E DESLOCAMENTO DORSAL DE

PALATO MOLE – RELATO DE CASO.

Relatório de Estágio Curricular apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário.

Professor Orientador: Prof. Msc. Liedge Camila Simioni

Orientador Profissional: Msc.Henriette Graf

CURITIBA

2016

Reitor

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitora Promoção Humana

Prof. Ana Margarida de Leão Taborda

Pró-Reitor

Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró-Reitora Acadêmica

Prof. Carmen Luiza da Silva

Pró-Reitor de Planejamento

Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos

Diretor de Graduação

Prof. João Henrique Faryniuk

Secretário Geral

Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz

Coordenador do Curso de Medicina Veterinária

Prof. Welington Hartmann

Supervisora de Estágio Curricular

Prof. Liedge Camila Simioni

Campus Barigui

Rua Sydnei A Rangel Santos, 238

CEP: 82010-330 – Curitiba – PR

Fone: (41) 3331-7958

TERMO DE APROVAÇÃO

JulliannaManfron

HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA E DESLOCAMENTO DORSAL DE

PALATO MOLE – RELATO DE CASO.

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médico Veterinário no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do

Paraná.

Curitiba, ____ de _______________ de 2016.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof. Liedge Camila Simioni

Presidente

__________________________________________

Prof. Msc. Carlos Henrique do Amaral

__________________________________________

Prof. Dr. Odilei Rogerio Prado

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida, e por ter iluminado meus

passos durante essa jornada.

Em especial aos meus pais por terem acreditado e investido no meu sonho e

nunca terem me deixado desistir.

Ao meu noivo pela paciência , incentivo, companheirismo e compreensão.

Aos cavalos, em especial o Corisco meu primeiro cavalo o qual eu ainda

criança já me despertou um sentimento especial a esse mundo, seres de magnitude

incomparável, com sua beleza, força e inteligência torna a medicina veterinária cada

dia um novo desafio.

Meus sinceros agradecimentos a todos que de alguma forma colaboraram

para que a conclusão deste trabalho fosse possível em especial agradeço a minha

professora orientadora Msc.Liedge Camila Simioni, pelo apoio e incentivo, sempre

disposta e tirar duvidas e a qual me ensinou as noções básicas de semiologia.

A Dra. Jennifer Lepoutre, a qual me ensinou os princípios e valores como

caráter e ética na medicina veterinária, a qual seria imensamente grata pelo primeiro

contado com os cavalos.

A Dra.Henriette Graf, orientadora profissional e também grande amiga,pela

paciência, pelos conhecimentos a mim transmitidos e pela confiança depositada.

A equipe da Equivet pessoas amigas e muito competentes que sempre me

ensinaram muito.

A todos os médicos veterinários, mestres da faculdade e colegas de profissão

que sempre me ajudaram muito desde o inicio da faculdade.

Oração do cavalo

Dono meu:

– Dá-me frequentemente de comer e de beber e, quando tenhas terminado de

trabalhar-me, dá-me uma cama onde eu possa descansar comodamente;

– Examina todos os dias os meus pés e limpa o meu pelo;

– Quando eu recusar a forragem, examina meus dentes e minha boca, porque bem

pode ser que eu tenha uma travagem que me impeça de comer;

– Fala-me; tua voz é sempre mais eficaz e mais convincente para mim que chicote,

que as rédeas e que as esporas;

– Acaricia-me frequentemente, para que eu possa compreender-te, querer-te e

servir-te da melhor maneira e de acordo com os teus desejos;

– Não cortes o meu rabo muito curto, privando-me do melhor meio que tenho para

espantar as moscas e os insetos;

– Não me batas violentamente e nem dê golpes violentos nas rédeas; se não

obedeço, como queres, é porque, ou não te compreendo, ou porque estou mal

encilhado, com o freio mal colocado, com alguma coisa nos meus pés ou meu lombo

que me causa dor;

– Se eu me assustar, não deves bater-me, sem saber a causa disso, pois bem pode

ser o defeito de minha vista ou um providencial aviso para ti;

– Não me obrigues a andar muito depressa em subida, descida, estradas

empedradas ou escorregadias;

– Não permaneças montado sem necessidade, pois prefiro marchar, do que ficar

parado com uma sobrecarga sobre o dorso;

– Quando cair, tenhas paciência comigo e ajuda-me a levantar, pois faço o quanto

posso para não cair e não causar-te desgosto algum;

– Se tropeçar, não deves por a culpa em mim, aumentando minha dor e a impressão

de perigo com tuas chicotadas; isso só servirá para aumentar o meu medo e a

minha má vontade;

– Procura defender-me da tortura do freio, não no trabalho, mas quando esteja em

descanso, e cobre-me com a manta ou com uma capa apropriada;

– Enfim, meu dono, quando a velhice me tornar inútil, não esqueças o serviço que te

prestei, obrigando-me a morrer de dor e privações sob o jugo a um dono cruel ou

nos varais de uma carroça; se não puderes manter-me, ou mandar-me para o

campo, mata-me com tuas próprias mãos sem me fazeres sofrer;

– Eis tudo que te peço, em nome daquele que quis nascer numa baia, minha

morada, e não num palácio, tua casa…

Autor: desconhecido

APRESENTAÇÃO

Este trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Medicina

Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Tuiuti

do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Médico Veterinário, é

composto pelo Relatório de Estágio, onde são descritas as atividades realizadas

durante o período de 25 de julho a 21 de outubro de 2016, na Clínica Veterinária

EQUIVET, localizada no município de Piraquara-Pr, local de cumprimento do Estágio

Curricular, e relato de dois casos que versam sobre Hérnia Diafragmática Congênita

e Deslocamento Dorsal De Palato Mole.

RESUMO

O presente trabalho foi desenvolvido com a finalidade de relatar o Estágio Curricular realizado de 25 de julho a 21 de outubro de 2016, em uma Clínica Veterinária de Piraquara-Pr. Foram atendidos 588 casos clínicos e cirúrgicos no período, sendo que 352 na área de equinos e os principais atendimentos clínicos foram relacionados a exames locomotor, e 236 atendimentos clínicos e cirúrgicos, na área de animais de companhia, destacam-se vacinas tanto para animais jovens e adultos. É de extrema importância as práticas de manejo e prevenção recomendadas pelo médico veterinário responsável, podendo evitar lesões aos animais e perdas financeiras. Deve se procurar um avaliação de rotina constate sobre os animais.

Palavras-chave: Deslocamento, hérnia, diafragma, sistema respiratório, equino.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 RECEPÇÃO.................................................................................... 16

FIGURA 2 CONSULTÓRIO DE PET 1............................................................. 16

FIGURA 3 CONSULTÓRIO DE PET 2............................................................. 17

FIGURA 4 ESCRITÓRIO 1............................................................................... 17

FIGURA 5 ESCRITÓRIO 2............................................................................... 18

FIGURA 6 INTERNAMENTO............................................................................ 18

FIGURA 7 ISOLAMENTO................................................................................. 18

FIGURA 8 CENTRO CIRÚRGICO DE PEQUENOS ANIMAIS......................... 19

FIGURA 9 SALA DE ESTERILIZAÇÃO............................................................ 19

FIGURA 10 CENTRO CIRÚRGICO DE GRANDES ANIMAIS........................... 19

FIGURA 11 SALA DE INDUÇÃO E RECUPERAÇÃO........................................ 20

FIGURA 12 FARMÁCIA...................................................................................... 20

FIGURA 13

FIGURA 14

TRONCO DE CONTENÇÃO DE EQUINOS...................................

LABORATÓRIO...............................................................................

20

21

FIGURA 15 AMBULATÓRIO............................................................................... 21

FIGURA 16 LAVADOR ....................................................................................... 21

FIGURA 17 INTERNAMENTO DE EQUINOS EM TRATAMENTO.................... 22

FIGURA 18 CASA............................................................................................... 22

FIGURA 19 MANOBRA PARA REANIMAÇÃO................................................... 27

FIGURA 20 RADIOGRAFIA TORÁCICA............................................................ 28

FIGURA 21 FALHA DE APROXIMADAMENTE 80% DO DIAFRAGMA............ 29

FIGURA 22 ENDOSCOPIA PARA AVALIAÇÃO DO DESLOCAMENTO DE

PALATO...........................................................................................

31

FIGURA 23 ENDOSCOPIA DINÂMICA.............................................................. 33

FIGURA 24 ACESSO CIRÚRGICO PARA ESTAFILECTOMIA......................... 34

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ATIVIDADES ACOMPANHADAS E DESENVOLVIDAS NA

CLINICA VETERINÁRIA EQUIVET NO PERÍODO DE

25/07/2016 A 21/10/2016 DE ATIVIDADES COM EQUINOS

23

TABELA 2 ATIVIDADES ACOMPANHADAS E DESENVOLVIDAS NA

CLINICA VETERINÁRIA EQUIVET NO PERÍODO DE

25/07/2016 A 21/10/2016 DE ATIVIDADES COM ANIMAIS DE

COMPANHIA

24

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO1 ATIVIDADES ACOMPANHADAS E DESENVOLVIDAS NA

CLINICA VETERINÁRIA EQUIVET NO PERÍODO DE

25/07/2016 A 21/10/2016 DE ATIVIDADES COM EQUINOS.

23

GRÁFICO 2 ATIVIDADES ACOMPANHADAS E DESENVOLVIDAS NA

CLINICA VETERINÁRIA EQUIVET NO PERÍODO DE

25/07/2016 A 21/10/2016 DE ATIVIDADES COM ANIMAIS DE

COMPANHIA.

24

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 14

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO......................................................... 14

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.............................................................. 22

4 HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA................................................ 25

4.1 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 25

4.2 RELATO DE CASO CLÍNICO.................................................................... 26

4.3 DISCUSSÃO.............................................................................................. 28

5 DESLOCAMENTO DORSAL DE PALATO MOLE................................... 30

5.1 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 30

5.2 RELATO DE CASO.................................................................................. 32

5.3 DISCUSSÃO.............................................................................................. 35

6 CONCLUSÃO............................................................................................ 36

7 REFERÊNCIAS.......................................................................................... 37

14

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo descrever as atividades realizadas

durante o período de estágio curricular obrigatório em Medicina Veterinária. O

estágio foi realizado na Clinica Veterinária Equivet na área de equinos, orientado

pela Msc. Henriette Graf na área profissional e pela Profª. Liédge Camila Simioni na

área acadêmica. O período de estágio foi de 25 de julho a 21 de outubro de

2016.Durante o estágio acompanhou-se a rotina da clínica médica e cirúrgica

incluindo cuidados e emergências neonatais, medicina esportiva, atendimentos

ambulatoriais, acompanhamento de exames de imagem, manejo nutricional, exame

laboratorial.

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

Criada em 2006 por HenrietteGraff com sua sede inicial nas dependências do

Jockey Club de Curitiba, a Equivet nasceu da necessidade de um maior quadro

técnico para atender seus clientes.

Especializada em equinos a clínica conta com sede própria com 600m² de

área construída, em uma propriedade de 5 alqueires com estrutura elaborada

exclusivamente para o atendimento e bem estar dos seus pacientes hoje localizada

em Piraquara-PR.

A clínica oferece tratamentos clinica médica, clinica cirúrgica, exames

laboratoriais, terapias celulares, neonatologia, diagnóstico por imagens,

internamentos, medicina esportiva, manejo de propriedades, odontologia,

fisioterapia, nutrição clinica, responsabilidade de eventos agropecuários e

atendimento 24 horas.

Recentemente a clinica abriu seu leque de atividades incluindo também

atendimento de animais de companhia e outraespécies de animais domésticos.

Com equipe técnica multidisciplinar, composta por médicos veterinários

especializados nas diversas áreas em que a clínica atua, a Equivet é

reconhecidamente um Centro Médico Veterinário de excelência no tratamento de

15

equinos, sendo uma das poucas que oferece atendimento a equinos e outros

animais.

A Equivetpossui dentro do seu funcionamento um programa de diversos

módulos de cursos livres tanto para estudantes de medicina veterinária como para

veterinários formados, possuindo alojamento próprio.

A infra-estrutura conta com sala de recepção ampla (figura 1), dois

consultórios para atendimento de pequenos animais (figura 2 e 3), doisescritórios

(figura 4 e 5), canil interno para internamento de animais com doenças não

infecciosas (figura 6), canil externo para pacientes com doenças infecto contagiosas

(isolamento) (figura 7), uma sala cirúrgica para animais de pequeno porte com vários

equipamentos (figura 8), a clínica também é equipada com uma sala para estufas de

esterilização (figura 9),centro cirúrgico para grandes animais onde é preparada para

receber animais de grande porte, especialmente equinos, com um amplo centro

cirúrgico para qualquer procedimento, sendo o mais comum da rotina a laparotomia

exploratória e cirurgias ortopédicas (figura 10), sala de indução e recuperação pós

operatória, onde é feita a MPA (medicação pré anestésica) e a anestesia, é também

na sala de indução que o animal irá se recuperar da anestesia pós cirurgia (figura

11), além de uma farmácia com ótimo estoque, a qual é composta de medicamento

tanto para grandes animais como para animais de companhia (figura 12), tronco

para equinos onde o animal fica em fluido terapia aguardando para a para avaliação

física (figura 13), laboratório onde é feito hemograma e outros exames laboratoriais

onde é processado o IRAP (proteína antagonista de receptor de interleucina),

PRP(plasma rico em plaqueta), feito coproparasitologico, hemograma, perfil hepático

e renal, entre outros (figura 14), ambulatório para grandes animais local de

pequenos procedimento não cirúrgicos, curativos, e avaliação clínica do paciente

(figura 15), lavador com ducha onde é feito o primeiro atendimento emergencial de

equino com cólicapara sondagem nasogastrica em um primeiro atendimento e fazer

ducha em pacientes que necessitem (figura 16), sete baias internas para animais

internados em tratamento e acompanhamento (figura 17), três baias externas para

animais que necessitem ficar em isolamento por alguma patologia contagiosa, a

Equivet conta também com uma casa vinculada a clínica com cozinha e alojamento

16

para veterinários plantonistas e estagiários (figura 18) onde são feitas as refeições e

possui também banheiros e quartos onde os plantonistas passam a noite.

O corpo clínico é formado por 3 veterinários que atendem em período diurno,

dois plantonistas que atentem no período noturno, feriados e fins de semana, além

de uma secretária, administrador e estagiários.

FIGURA 01. Recepção

Figura 02.Consultório de pet 1

Figura 03. Consultório de pet 2

17

Figura 04. Escritório 1

Figura 05. Escritório 2

18

Figura 06.Internamento.

Figura 07.Isolamento.

19

Figura 08. Centro Cirúrgico de pequenos animais.

Fonte: EQUIVET

Figura 09. Sala de esterilização.

20

Figura 10.Centro cirúrgico de grandes animais.

Fonte: EQUIVET

Figura 11. Sala de indução e recuperação.

Figura 12.Farmácia

21

Figura 13. Tronco de contenção de equinos

Figura 14.Laboratório para exame de pacientes internados e de atendimentos

externos.

Figura 15. Ambulatório

22

Figura 16. Lavador

Figura 17. Internamento de equinos em tratamento

23

Figura 18. Casa, local onde são feitas as refeições e dormitório para plantonistas e

residentes.

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Durante o período do estágio na Clínica Veterinária Equivet, foi possível

acompanhar todas as atividades desenvolvidas na rotina de grandes animais

(equinos), que estão descritas em sua totalidade na tabela a seguir (Tabela 01) e

(Gráfico 01).

TABELA 01. ATIVIDADES ACOMPANHADAS E DESENVOLVIDAS NA

CLINICA VETERINÁRIA EQUIVET NO PERÍODO DE 25/07/2016 A 21/10/2016DE

ATIVIDADES COM EQUINOS.

OCORRÊNCIAS Nº. DE CASOS PORCENTAGEM

OCORRÊNCIAS % Nº CASO

EXAME ORTOPÉDICO 24,72% 87

VACINAS 16,48% 58

CIRURGIA 7,39% 26

EMERGÊNCIA 5,40% 19

NEO NATOLOGIA 3,69% 13

ATENDIMENTOS EXTERNO 42,33% 149

TOTAL 100% 352

24

Para ter uma melhor visualização foi elaborado um gráfico demostrativo.

GRÁFICO 01. ATIVIDADES ACOMPANHADAS E DESENVOLVIDAS NA CLINICA

VETERINÁRIA EQUIVET NO PERÍODO DE 25/07/2016 A 21/10/2016 DE

ATIVIDADES COM EQUINOS.

OCORRÊNCIAS Nº. DE CASOS PORCENTAGEM

Foi acompanhadatambém a rotina de animais de companhia, descrita na sua

totalidade na seguinte tabela e gráfico.

TABELA 02. ATIVIDADES ACOMPANHADAS E DESENVOLVIDAS NA

CLINICA VETERINÁRIA EQUIVET NO PERÍODO DE 25/07/2016 A 21/10/2016 DE

ATIVIDADES COM ANIMAIS DE COMPANHIA.

OCORRÊNCIAS Nº. DE CASOS PORCENTAGEM

OCORRÊNCIAS % Nº CASO

VACINAS 40,25

95

CLÍNICA MÉDICA 22,88

54

CLÍNICA CIRURGICA 16,53

39

VERMÍFUGO 15,25

36

EMERGÊNCIA 5,08

12

TOTAL 100% 236

Nº CASO

25

Para ter uma melhor visualização foi elaborado um grafico demostrativo com

os dados anteriores.

GRÁFICO 02. ATIVIDADES ACOMPANHADAS E DESENVOLVIDAS NA CLINICA

VETERINÁRIA EQUIVET NO PERÍODO DE 25/07/2016 A 21/10/2016 DE

ATIVIDADES COM ANIMAIS DE COMPANHIA.

OCORRÊNCIAS Nº. DE CASOS PORCENTAGEM

4. HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA EM EQUINO

4.1 REVISÃO DE LITERATURA

Segundo READ, R. A.; BELLENGER 2007, hérnia é a uma afecção congênita

ou adquirida que se caracteriza pela protrusão de um órgão ou parte dele, através

de um defeito na parede de uma cavidade anatômica, na qual se situa o órgão. Na

hérnia congênita o defeito já esta presente ao nascimento e na hérnia adquirida o

defeito ocorre após o nascimento, na maioria das vezes associada a um trauma.

De acordo com SCHEER, o diafragma se origina do septo transverso na

terceira semana de gestação, a partir do mesentério ventral da parede abdominal

anterior. O septo transverso migra, posteriormente, e se une a porções do diafragma

que se estendem lateralmente a partir do mesentério dorsal, adjacente ao

Nº CASO

26

mediastino e, posteriormente, a partir da parede abdominal, de miótomos que

formam bandas musculares. Durante as primeiras semanas de vida embrionária, as

vísceras abdominais e torácicas migram livremente por defeitos situados dos dois

lados da coluna vertebral denominados hiatos ou canais pleuroperitoneais.

As hérnias diafragmáticas interrompe a continuidade do diafragma de maneira

que os orgaos abdominais conseguem migrar para o interior da cavidade toraci ca

(FOSSUM, 2001). São classificadas em verdadeiras , quando contem saco completo

de peritonio ; ou falsas , quando naocontem saco peritoneal completo ocorrem

(SMEAK, 1996).

Segundo MYER em 2003, fala que a maior parte das hernias diafragmáticas

tem origem traumatica, embora tambem ocorram herniascongenitas as quais podem

ser observadas em animais adultos. (HUNT; JOHNSON, 2007) As hérnias

diafragmáticas congenitas ocorrem devido ao desenvolvimento incompleto ou falha

na fusao da membrana pleuroperitoneal durante o desenvolvimento diafragmatico ou

devido ao desenvolvimento defeituoso do seio transverso.

Santos e Ribeiro em 2008, fala que a Apresenca de um defeito no diafragma

permite a passagem de visceras abdominais para a cavidade t orácica levando a

compressão do pulmão bilateral , dependendo do volume das visceras herniadas , a

desvio do mediastino com compressao do pulmao contralateral . A compressao

pulmonar e responsavel pelo desenvolvimento de hipoplasia e hipertensao

pulmonar. As alteracoes pulmonares saovarias , nomeadamente, a diminuicao do

numero dos alveolos , o espessamento da parede alveolar , o aumento do espaco

intersticial, a diminuicao acentuada do espacoaereo alveolar com diminuicao da area

de trocas gasosas. Segundo

MOREIRA et. Al 2004, a hipoplásica pulmonar e a condicão mais importante

associada a hernia diafragmática congenita . Sua gravidade depende do tempo de

duracão e da intensidade com que se deu a herniacao visceral . A repercussão

clínica dependera da área comprometida na superfície dos alveolos e do leito

arterial.

Conforme a extensao da lesao no diafragma , uma sutura aproximando as

bordas da ferida e suficiente para cicatrizacao do musculo . Mas, grandes defeitos

27

como necrose decorrente de infeccao , traumatismo, extensa resseccao do musculo

por neoplasia, e nas herniascronicas, a contracao muscular e retracao cicatricial nao

permitem aproximacao das bordas para a sintese , sendo indicada hemiopiastia

(BARREIROS ET. AL 1996).

Os equinos com hérnia diafragmática podem apresentar uma variedade de

sinais clínicos incluindo intolerância ao exercício, letargia, taquipneia, dispneia e

desconforto abdominal com diferentes graus de dor (HASSEL, 2007).

O diagnóstico é realizado com base nos achados de anamnese, exame físico

e exames complementares. Em muitos casos, a hérnia diafragmática só é

diagnosticada na cirurgia ou na necropsia, em decorrência da dificuldade de

identificar o defeito ao longo do diafragma (HASSEL, 2007).

4.2 RELATO DO CASO CLÍNICO

Uma potra, com 4 meses de idade de aproximadamente 120kg, castanha, da

raça Quarto de Milha chegou para atendimento com histórico de dispneia,

desconforto abdominal e intolerância ao exercício. Estas manifestações clínicas

ocorreram desde seu o nascimento, com agravamento do quadro nas 24 horas que

antecederam o internamento. O objetivo do internamento foi para diagnóstico clínico

do caso, por meio de exames complementares como radiografia e

ultrassonografia.Ao exame físico foi observado taquicardia, taquipneia, apatia,

mucosas normocoradas, tempo de preenchimento capilar 2 segundos e na

auscultação abdominal não se ouvia movimentos, no entanto na auscultação

pulmonar nos lobos dorsais apresentava-se limpa, porém com aumento do esforço

inspiratório, na porção médio ventral ausência de sons respiratórios. Padrão

respiratório abdominal com dispneia severa.

No exame ultrassonográfico foi observada massa anecóica em região

diafragmática com presença de gás. Não foi possível visualizar a silhueta

diafragmática. O exame não foi conclusivo e, portanto, optou-se pelo exame

radiográfico para complementar o diagnóstico.

Para o exame radiográfico utilizou-se a posição ventro-dorsal, cuja realização

necessitou a sedação da paciente com a dose indicada para potros da associação

de xilazina(1.6mg ⁄kg) e cetamina10% (2.0mg ⁄ kg). Após a sedação houve aumento

28

da dificuldade respiratória e esta foi intubada e mantida em ventilação mecânica até

o final do exame, na recuperação anestésica após a retirada do tubo traqueal a

paciente entrou em apneia evoluindo para parada respiratória, manobras de

reanimação foram utilizadas imediatamente (figura 19), junto com ventilação

mecânica, foi novamente intubada e devido a gravidade do resultado do exame

radiológico e do quadro clinico o proprietário optou por eutanásia.

Figura 19.Manobra para reanimação.

Fonte: EQUIVET

Durante o exame radiográfico e o processo de reanimação, o veterinário

obteve sucesso em radiografar a paciente. Foi possível observar grande massa na

porção de região mediastinica, ocupando dois terços da cavidade torácica ausência

da silhueta diafragmáticae pulmão com padrão radiográfico compatível com

atelectasia pulmonar. O exame radiográfico sugeriu hérnia diafragmática (figura 20).

Figura 20.Radiografia torácica

29

No achado de necropsia foi encontrada falha diafragmática de

aproximadamente 80%, intestino delgado e cólon invadindo o espaço torácico

realizando compressão dos órgãos (figura 22), com atelectasia pulmonar severa em

ambos os lados, sendo conclusivo para diagnóstico de hérnia diafragmática.

Figura 21. Falha de aproximadamente 80% do diafragma, segundo descrição do veterinário.

30

4.3 DISCUSSÃO

A presença de dispneia é considerada um sinal clínico muito importante para

se determinar casos de hérnia diafragmática, entretanto, esta pode ou não estar

presente (MOLL et al.,1999). A dispneia observada neste relato pode estar

relacionada ao tamanho do defeito diafragmático.

Os equinos com hérnia diafragmática podem apresentar uma variedade de

sinais clínicos incluindo intolerância ao exercício, letargia, taquipneia, dispneia e

desconforto abdominal com diferentes graus de dor (HASSEL, 2007). Esses sinais

clínicos como intolerância ao exercício, letargia, taquipneia, dispneia e desconforto

abdominal foram relatados na anamnese e a taquipneia pode ser observado quando

a paciente chegou no hospital, logo após o desembarque, provavelmente devido o

estresse da viagem.

A herniação de alças intestinais por um defeito do diafragma pode ser

congênita ou traumática e frequentemente resulta em obstrução da porção afetada

do intestino. Hérnias diafragmáticas ocorrem em equinos de qualquer idade ou sexo

e geralmente são associadas a episódios recentes de trauma ou aumento de

pressão intra-abdominal. Hérnias diafragmáticas congênitas cursam, mais

frequentemente, com um orifício com bordas lisas na região dorsolateral esquerda

do diafragma (WIMBERLY et al.,1977). Nesse caso a hérnia era de origem

congênita em uma potra de quatro meses de vida, com ausência de

aproximadamente 80% do diafragma.

O diagnóstico é realizado com base nos achados de anamnese, exame físico

e exames complementares (KELMER; KRAMER; WILSON, 2008). Não houve

sucesso de diagnóstico no exame ultrassonográfico, porém na radiografia pode-se

observar presença de uma grande massa na região torácica e ausência da silhueta

diafragmática.

Em muitos casos o diagnóstico é realizado no momento da cirurgia ou

necropsia devido a dificuldade de identificar a localização do defeito ao longo do

diafragma (HASSEL, 2007). Através do exame radiográfico pode-se chegar a um

diagnostico presumível, porém concordando com HASSEL o diagnóstico

confirmatório da falha do diafragma de 80%, e presença de colón maior e intestino

delgado invadindo cavidade torácica, pode ser observado somente na necropsia.

31

5. DESLOCAMENTO DORSAL DE PALATO MOLE EM EQUINO

5.1 REVISÃO DE LITERATURA

De acordo com CASASNOVAS et.al. em 2014, enfermidades do sistema

respiratório de equinos, são a segunda causa, depois de lesões

musculoesqueléticas, as quais provocam queda de rendimento. A observação de

que anormalidades respiratórias são freqüentes causas da Síndrome de Má

Performance em equinos confirma a importância de uma função respiratória ótima

no cavalo atleta (HODGSON & ROSE, 1994). Portanto, a detecção precoce dos

sinais clínicos e o tratamento do problemas respiratórios são essenciais para que os

cavalos voltem a vida esportiva (CASASNOVAS et.al. 2014).

As vias aéreas superiores são normalmente avaliadas através de palpação,

radiografia, ultrassonografia, cintilografia, e endoscopia. Porém, em muitos casos,

normalmente esses métodos, isolados ou associados, não são eficientes para se

chegar a um diagnóstico definitivo (MICHELOTTO, 1993). Para esse caso optou-se

pelo acompanhamento do diagnóstico por endoscopia.

A endoscopia é uma ferramenta muito útil na avaliação do trato respiratório

dos equinos. O exame endoscópico figura 22 tornou-se rotina no cavalo atleta nos

últimos tempos (LEKEUX, 2004).

Figura22.Endoscopia para avaliação de deslocamento de palato. A- Aspecto

normal da laringe de equino. B- Quadro de deslocamento dorsal de palato

mole

A B

32

Fonte: Dr. Allison Maldonado

O deslocamento dorsal do palato mole ocorre quando a epiglote, que

normalmente se encontra na parte superior do palato mole, é deslocada para baixo

(CAMPOS, 2014) (figura 24). De acordo com CRUZ et. al. o palato mole fornece

uma vedação aérea entre a orofaringe e a nasofaringe durante a respiração. No

decorrer da deglutição, ele apresenta-se, por um certo tempo, deslocado

dorsalmente como parte do ato normal de engolir, permitindo a passagem do bolo

alimentar. Normalmente durante a respiração o palato mole está posicionado ventral

a epiglote. Essa posição é invertida durante a deglutição à medida que o palato se

move dorsalmente e a epiglote cobre as cartilagens aritenóides e pregas vocais

aduzidas. O ruído é causado pela vibração da borda caudal do palato mole na

expiração, e é modificado pelas vias aéreas. As pressões traqueal e faríngea

aumentam durante a inspiração e a faríngea diminui na expiração (ROBINSON,

1997).

O tratamento conservativo do deslocamento dorsal do palato mole deve ser

baseado no controle dos fatores envolvidos com a alteração. Condicionamento físico

deve ser avaliado, já que a fadiga é um dos fatores envolvidos. Devem ser também

corrigidas alterações dentárias e de embocadura, bem como posição da cabeça

durante o exercício, que possam estar causando tração caudal da língua. Uma vez

eliminadas tais causas, o mais efetivo método de controle do deslocamento do

palato se faz por amarração da língua através de uma faixa amarrada no frenulum

lingual e presa no aspecto rostral do espaço interdental (ROBINSON, 1997).

33

Já o tratamento cirúrgico consiste em várias as técnicas, entre as quais pode-

se citar a estafilectomia (ressecção da borda caudal do palato mole) e a

palatofringoplastia. Entre várias já utilizadas, foi se entrado em discussão para a

qual seria a melhor opção, e o corpo clinico juntamente com outros veterinários,

viram que tem se mostrado mais efetiva é uma combinação de ressecção cirúrgica

da borda caudal do palato mole e do músculo esternotireoideo, sob anestesia geral,

faz-se uma incisão ventral 5 cm maior para caudal que a descrita para laringotomia.

Após dissecção do tecido subcutâneo e entre os músculos esternohioideos, expõe-

se lateralmente a borda lateral da cartilagem tireóide. O tendão de inserção do

músculo esternotireiodeo à cartilagem tireóide é então identificado e seccionado.

Pode-se ou não remover parte do músculo e seu tendão. Posteriormente é então

realizada a ressecção da borda caudal do palato mole (ANDERSON et al., 1995).

5.2 RELATO DE CASO

Uma égua da raça quarto de milha, com aproximadamente 470 kg, 7anos de

idade e pelagem baia, foi levada até a clinica EQUIVET para uma consulta. Na

anamnese o animal apresentava o seguinte histórico. Perda de desempenho e um

chiado, principalmente quando passa para o galope. Sua ultima participação em

provas teve uma queda brusca de tempo, pois o relato era que a égua sempre fazia

uma média boa e nas ultimas prova sua performance decaiu e ao final da prova

apresentou tosse.O objetivo do internamento foi para diagnóstico clínico do caso,

por meio de exames complementares.Ao exame físico foi observado batimentos

cardíacos 40 BPM (batimentos por minutos), respiratório 12 RPM (respiração por

minuto), mucosas normocoradas, tempo de preenchimento capilar 2 segundos, na

auscultação abdominal havia normalidade nos sons intestinais, no entanto na

auscultação pulmonar apresentava-se limpa, porém com ruído a inspiração mesmo

em repouso.

Foi então realizado um exame clínico completo, porém a égua não

apresentou nenhuma alteração respiratória, tanto pré como pós-exercício. No pós-

exercício também não apresentou nenhuma alteração de ruídos expiratórios e nem

tosse como havia relatado o treinador. Os ruídos apenas surgiam quando em

esforço máximo, ocasionando uma queda no desempenho um cansaço da égua em

34

uma passada no tambor mais forte. Conforme visto na literatura com LEKEUX 2004

para diagnosticar alguma alteração foi feita uma avaliação por endoscopia em

repouso do trato respiratório superior e inferior pré e pós-exercício, onde a égua

também não apresentou nenhuma alteração. Com isso procedeu-se uma avaliação

do trato respiratório superior com a utilização de endoscopia dinâmica.O endoscópio

foi fixado na cabeça da égua e colocado uma câmera filmadora, a sonda do

endoscópioentrava pela narina seguindo até a laringe e posicionada no local para

fazer a gravação (figura 23), na avaliação do vídeo gravado durante a endoscopia

dinâmica, a qual o animal estava submetido a movimento, foi observado o

deslocamento dorsal do palato mole, sendo que o mesmo deslocava somente

durante o esforço máximo, retornando para a posição normal em seguida.

Figura 23. Endoscopia dinâmica.

Fonte:clinicahorsecenter.com.br

Após a visualização do vídeo foi confirmado que o animal apresentava

deslocamento dorsal de palato mole. Após a confirmação do diagnostico foi discutido

sobre os tratamentos, podendo ser conservativo ou cirúrgico.

Após um comum acordo entre veterinários do corpo clinico, foi recomendado

o tratamento cirúrgico (figura 25), o qual foi aceito pelo proprietário.

Figura 24. Acesso cirúrgico para estafilectomia.

35

Para realização da cirurgia foi necessário colocar a égua na mesa cirurgia em

decúbito dorsal, a mesma encontrava-se intubado sob anestesia inalatória associada

com anestésico intravenoso. Após a paciente ser submetida a anestesia, foi feita a

tricotomia da região ventral do pescoço em seguida foi feita a assepsia do local. Em

seguido o cirurgião pediu a retirada do traqueotubopara visualização do borda livre

palato mole, posicionou as pinças de allis para agarrar tecido são posicionadas em

cada lado do palato mole, foi realizada uma incisão no interior do palato mole

(tesoura de metzenbaum) em direção à linha mediana de modo semicircular, de

forma tal que a linha mediana fique distante aproximadamente 2 cm da borda livre

central do palato mole. Este procedimento é repetido no lado esquerdo do palato

mole. A hemorragia é descartada e nenhuma intervenção é feita para suturar o

palato mole a cicatrização acontece por segunda intenção.

Posteriormente a cirurgia realizada, a paciente recuperou-se da anestesia e

permaneceu em uma das baias do hospital para cuidados pós cirúrgicos, a incisão

foi mantida aberta para cicatrizar por segunda intenção, o curativo era realizado

duas vezes ao dia com limpeza com degermante, água oxigenada e tópico, foi feito

medicamento para a analgesia durante cinco dias, a égua permaneceu internada por

duas semanas, e teve uma ótima recuperação.

Três semanas após a cirurgia a égua retornou ao treinamento, e o treinador

relatou que teve uma grande melhora, mesmo sem condicionamento ela não

apresentava mais o chiado e não se mantinha mais com exaustão após o treino.

Três meses após a cirurgia a paciente voltou a competir e ficou em segundo

lugar, o que justifica que a cirurgia teve uma grande eficácia para essa paciente.

36

5.3 DISCUSSÃO

O diagnóstico das doenças das vias aéreas superiores como causa de baixo

rendimento atlético em cavalos tem sido substituído por evidencia indireta, incluindo

histórico de intolerância ao exercício e avaliação do rendimento atlético com auxílio

de endoscopia em repouso e durante exercício em esteira (MORRIS &

SEEHERMAN, 1990). Nesse caso foi necessário o uso da endoscopia dinâmica, a

qual é feita com o animal em movimento, para poder identificar o momento em que

ocorre o deslocamento.

Como em repouso o deslocamento dorsal de palato mole nem sempre

está presente, e como a presença do endoscópio algumas vezes induz o

deslocamento,são considerados animais positivos para o deslocamento dorsal de

palato mole aqueles que apresentam intolerância ao exercício associada a um ou

mais dos seguintes sinais: ruído expiratório durante exercício, úlceras na epiglote,

persistência do deslocamento durante a endoscopia em repouso, deslocamento

persistente induzido pela oclusão das narinas, dificuldade de reposicionamento da

epiglote após deglutição (ROBINSON, 1997).Devemos juntar a clínica e relatos de

momentos em que pode se ouvir sons produzido pelo animal durante um exercício

ou até mesmo em repouso.

De acordo com ANDERSON et al., 1995, o tratamento

cirúrgico consiste em várias as técnicas, entre as quais pode-se citar a estafilectomia

(ressecção da borda caudal do palato mole). O tratamento foi a estafilectomia o

mesmo sugerido pelo autor, o qual teve um excelente resultado, pois após a cirurgia

a paciente retornou as competições atingindo um ótimo resultado.

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6. CONCLUSÃO

O estágio na Clínica Veterinária EQUIVET possibilitou o acompanhamento

das atividades desenvolvidas no local e em saídas a atendimentos externos, assim

como o contato com outros profissionais da área, além do conhecimento de outras

condutas e protocolos diferentes. Além disso, a realização de estágios

extracurriculares na área ajudou para um melhor aproveitamento do estágio e um

maior conhecimento na área de equinos.

A que se refere o relato de caso de hérnia diafragmática, como não houve

histórico de trauma e a manifestação clínica era presente desde o nascimento da

paciente acompanhado do achado de necropsia, onde havia apenas um resquício do

diafragma, conclui-se que este foi um caso de hérnia diafragmática congênita em

potro.

Conclui-se também que o exame radiográfico é mais indicado para elucidação

do caso clinico que o exame ultrassonográfico, porém concordando com a literatura

a real extensão de diagnostico confirmatório só foi possível durante a necropsia.

No relato de caso de deslocamento dorsal de palato mole, a manifestação

clínica começou a ficar mais evidente após uma prova a qual a égua competiu, após

o quadro clinico, conclui-se deslocamento dorsal de palato mole após a endoscopia

dinâmica.

Conclui-se também que o tratamento cirúrgico é um sucesso em casos de

deslocamento dorsal de palato mole, pois a égua voltou a competir e mantém um

bom desempenho físico.

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grande dorsal autologo na reparacao dos grandes defeitos diafragmaticos no cao .

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