41
IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002 1

VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A poesia é uma dos mais ricos recursos que podem e devem ser utilizados pedagogicamente, com o objetivo de alcançar um maior domínio da linguagem oral e escrita.

Citation preview

Page 1: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

1

Page 2: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

2

VI

Mostra

De

Poesia

Page 3: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

3

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO PROF. DENIZARD RIVAIL

DIREÇÃO GERAL: MANOEL SERQUEIRA

DIRETORA PEDAGÓGICA: PROF. VERALÚCIA SERQUEIRA

SUPERVISORA: PROF. CRISTIANE SALES TELLES

COORDENAÇÃO DO PROJETO: PROF. MARIA OLIVEIRA DE

ABREU

EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESA, ARTE E

LITERATURA.

PROF. ALCIONE DE OLIVEIRA

PROF. NEIDE F. FREITAS

PROF. MARIA OLIVEIRA DE ABREU

ARTE GRÁFICA: FELIPE THIAGO

EDIÇÃO REVISTA E REFORMULADA

AGOSTO DE 2011

Page 4: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

4

vI - MOSTRA DE POESIA

POETA HOMENAGEADO

ANIBAL BEÇA

Milagre

na dança do samba

Brasil: desfile de anil

no jeito de bamba.

Page 5: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

5

Page 6: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

6

ANIBAL BEÇA - BIOGRAFIA

Anibal Beça é o nome literário de Anibal Augusto Ferro de Madureira Beça Neto Manaus, 13 de setembro de 1946 - 25 de agosto de 2009 foi poeta, tradutor, compositor, teatrólogo e jornalista brasileiro.

Trabalhou como repórter, redator e editor, em todos os jornais de Manaus. Foi diretor de produção da TV Cultura do Amazonas, Conselheiro de Cultura, consultor da Secretaria de Cultura do Amazonas. Vice-presidente da UBE-AM União Brasileira de Escritores, presidente da ONG “Gens da Selva”, onde exercia o cargo de vice-presidente, bem como de presidente do Sindicato de Escritores do Estado do Amazonas e presidente do Conselho Municipal de Cultura era membro da Academia Amazonense de Letras.

Em 1994 recebeu o Prêmio Nacional Nestlé, em sua sexta versão, com o livro Suíte para os Habitantes da Noite concorrendo com 7.038 livros de todo o Brasil.

Ao lado de seus afazeres literários e musicais, destacou-se também em prol da causa da integração cultural latino-americana, seja traduzindo escritores de países vizinhos, ou participando e organizando festivais e encontros de poesia. Representou o Brasil no IX Festival Internacional de Poesia de Medellín, no III Encontro Ulrika de escritores em Bogotá e no VI Encuentro Internacional de Escritores de Monterrey. Sua produção poética tem sido contemplada em importantes revistas:

“Poesia Sempre” (Brasil), “Casa de las Américas” (Cuba), “Prometeo” (Colômbia), “Ulrika” (Colômbia), “Tinta Seca”( México), “Lectura” (Argentina), “Frogpond Haiku”( Estados Unidos),

Page 7: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

7

Livros publicados

Convite Frugal, Edições Governo do Amazonas (1966), Filhos da Várzea, Editora Madrugada (1984), Hora Nua, Editora Madrugada (1984), Noite Desmedida, Editora Madrugada (1987), Mínima Fratura, Editora Madrugada (1987), Quem foi ao vento, perdeu o assento, Edições Muraquitã

(teatro, 1988), Marupiara – Antologia de novos poetas do Amazonas,

Edições Governo do Amazonas (organizador, 1989), Suíte para os habitantes da noite, Paz e Terra (1995), Ter/na Colheita, Sette Letras (1999), Banda da Asa – poemas reunidos, Sette Letras, (1999), Ter/na Colheita, Editora Valer (2006, segunda edição), Noite Desmedida, Editora Valer (2006, segunda edição), Folhas da Selva, Editora Valer (2006). Chá das quatro, Editora Valer (2006) Águas de Belém, Editora Muhraida( 2006); Águas de Manaus, Editora Muhraida( 2006). Palavra Parelha reunindo os livros Cinza dos Minutos, Chuva

de Fogo, Lâmina aguda, Cantata de cabeceira e Palavra parelha no prelo Editora Topbooks 2007.

Música

Marapatá - 1984 (em parceria com Armando de Paula). O Poeta solta a voz - 2001. Duas águas - 2006.

Page 8: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

8

Fortuna crítica: Paulo Figueiredo

O Nosso Anibal

Na ponta dos tempos, os poetas

chegaram antes e batizaram as

divindades. Foram padrinhos dos

deuses, do caos, da noite e da

terra. E, no Olimpo, de Júpiter a

Vênus. Portanto, como eles,

ninguém possui o sentido da vida

e da morte.

E, como eles, ninguém conhece

melhor a alma e as origens do

mundo. Fernando Pessoa, da

dimensão de Camões, inspirado

nos Navegadores Antigos, dizia

que mais do que navegar e viver

é preciso criar. E, ninguém, dentre os modernos da língua

portuguesa, foi mais fundo na criação do que Pessoa, em seu

encontro com a poesia. Ultrapassou todos os limites do ego, do

princípio do ser, para chegar aos deuses e tornar-se um deles.

Deu-nos, também, as lições da interpretação poética, dos símbolos

e dos rituais, com as ferramentas da simpatia, da intuição, da

inteligência, da compreensão e da graça, indispensáveis para o

correto entendimento da obra literária.

É envolvido nesse sentimento que vejo a obra do nosso Aníbal, um

poeta da Amazônia e da noite. Da Noite, deusa das trevas e filha

do Caos, do Céu e da Terra, um doce liame entre o poeta na dobra

do terceiro milênio com seus primeiros, ainda dos tempos trágicos

da mitologia greco-romana.

Page 9: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

9

Aqui, nesta outra variável geográfica e espiritual, engolidos e

dominados pela selva, fomos e somos todos de uma geração da

noite, da noite amazônica, da noite da adolescência prenhe de

esperança, nos lavrados das madrugadas manauaras, ruas e

praças, bares e lares. Mas, a interpretação poética desse período,

espaço-tempo da nossa vida, ficou destinada e reservada ao poeta

Aníbal Beça, domínio da sua mais inteira exclusividade, do talento

de quem no passado ungia e foi ungido.

Assim, com o Gordo, os da nossa geração, jamais morreremos

órfãos da poesia. Ela existe e está impressa, traduz a nossa

passagem e reflete o todo das nossas angústias, como outros

tiveram poucos outros, inexcedíveis, com o exemplo de Thiago de

Melo e de Luiz Franco de Sá Bacelar. Aníbal é o nosso

representante, grande Aníbal, não como seu homônimo gênio e

guerreiro cartaginês, um Barca e outro Beça, mas como Senhor do

combate iluminado e libertário, pura explosão de sensibilidade, dos

mais sagrados valores do povo amazônico. Nós todos que, ainda

mal vividos, ruas e praças de Manaus, aurora do mercado Grande,

homenageamos todos os anjos na palavra de Augusto dos Anjos,

pesada e cáustica, mas cheia de compaixão com o destino da

humanidade. Ou de outros poetas, próximos ou mais distantes,

que declamávamos noite adentro, olhos e corações atentos no

futuro.

Aníbal, na solidão interior, dispôs-se ao desafio e o venceu ou o

vem vencendo, com os anos. No conjunto da obra, vassalo do

passado, faz da Noite o pátio da sua inspiração poética, chão de

Manaus. Aí, a gênese - o pano escuro do céu, o homem, ruas e

praças, o mercado, bares de muitos encontros, palavras soltas - da

"Trilogia da Noite", com a "Noite Desmedida", "Suíte para os

habitantes da Noite" e "A Palavra Noturna". E, ainda nem bem

concluído o último projeto, já anuncia o "Romanceiro da

Cabanagem", como o poeta dos vencidos, para contar em verso a

história dos derrotados, que nunca figuram com um mínimo de

Page 10: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

10

decência na historiografia oficial. A versão é sempre a dos

vitoriosos, dos poderosos, de quem massacrou e jamais de quem

foi massacrado. É essa postura diante da história e dos fatos da

história, que espelha o passado e a geração do poeta, como

determinação permanente de aliar-se ao bom combate, na defesa

de quem nunca teve palavra ou sequer o gesto para dizer da vida.

O Gordo, além de poeta, como é natural da sua alma irrequieta,

também é músico. E coloca a palavra e a poesia na luta pela

valorização do que há de mais puro na cultura amazônica e

cabocla. Suas inclinações nascem com a terra e a selva,

característica que o tem identificado com as manifestações mais

originais da criação popular, longe, bem longe, de qualquer

preconceito elitista. Chega ao limite extremo de defender um

carnaval diferente na Amazônia, com a toada substituindo o

samba, sem as macaquices repetitivas e sem originalidade dos

carnavais das escolas do Rio de Janeiro.

Com críticas sempre inteligentes, não tem poupado o oficialismo,

dia-a-dia mais distante das verdadeiras raízes culturais do povo

amazonense. Na verdade, não temos sequer uma política cultural

no Estado. Projetos, muito menos. E tudo é feito de improviso, sem

nenhum planejamento, nem a médio prazo, como observou-se

recentemente com o parto do camundongo pela montanha, no ano

do centenário do Teatro Amazonas.

Aníbal, como poeta, é um resistente, numa terra de reduzidos padrões culturais. Um dia, não se sabe quando, a cultura com seus valores ainda vencerão o marasmo e a irresponsabilidade. Até lá, é arar em terreno árido sem nenhum apoio, a não ser inspirados na resistência dos poetas e cantores amazônicos e caboclos.

Page 11: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

11

Sonata para ir à Lua

Desnudo já me dou de mim doendo

na doação das folhas da floresta

que vão caindo sem saber-se sendo

pedaços de nós na noite deserta

A lua imponderável vai ardendo

cúmplice em nossa luz de fogo e festa

Meus braços são dois galhos te dizendo

que o forte às vezes treme em sua aresta

Esta outra face frágil de aparência

que só aos puros é dado conhecer

no abraço da paixão e sua ardência

Mesmo cego de mim eu pude ver

e sentir no teu beijo a clara essência

que faz do nosso amor raro prazer

Page 12: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

12

Do encontro

teus olhos chegam

dança que não destrança

aos sons que almejam.

Do carinho

Teus olhos traçam

nesse tão largo afago

curvas que abraçam.

Da paixão

teus olhos ardem

ao lume qual perfume

brasas que espargem.

Do amor

teus olhos brilham

entre luas azuis e nuas

a paz que trilham.

Da entrega

teus olhos choram

em prece que enaltece

os salmos que oram.

Da doação

teus olhos formam

das ázimas lágrimas

rios que ao mar tornam.

Do cotidiano

teus olhos cantam

em temor ao desamor

males que espantam.

Do desejo

teus olhos vibram

harpejos de desejos

no olor que aspiram.

Do prazer

teus olhos quebram

momento e alumbramento

os tons que celebram.

Page 13: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

13

Page 14: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

14

Page 15: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

15

Produção de Textos

Alunos de Ensino Fundamental

Page 16: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

16

Page 17: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

17

Page 18: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

18

Page 19: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

19

Page 20: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

20

Page 21: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

21

Page 22: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

22

Page 23: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

23

Page 24: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

24

Page 25: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

25

Page 26: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

26

Page 27: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

27

Page 28: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

28

Page 29: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

29

Page 30: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

30

Page 31: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

31

Page 32: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

32

Page 33: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

33

Page 34: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

34

Page 35: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

35

Produção de Textos

Alunos de Ensino Médio

Page 36: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

36

Page 37: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

37

Page 38: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

38

Page 39: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

39

Page 40: VI Mostra de Poesia - Anibal Beça 2002

IDR – VI MOSTRA DE POESIA - 2002

40

Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................ 4

BIOGRAFIA ANIBAL BEÇA ............................................................................................................. 5

LIVROS PUBLICADOS ..................................................................................................................... 6

MÚSICAS ....................................................................................................................................... 6

FORTUNA CRÍTICA: PAULO FIGUEIREDO ...................................................................................... 7

SONATA PARA IR À LUA ............................................................................................................. 10

O DOM DA AMIZADE .................................................................................................................. 12

PRODUÇÃO DE TEXTOS – ALUNOS DE ENSINO FUNDAMENTAL ............................................... 14

PRODUÇÃO DE TEXTOS – ALUNOS DE ENSINO MÉDIO ............................................................. 34

SUMÁRIO .................................................................................................................................... 39

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 40