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WEBAULA 1 Administração Tributária Olá. Seja bem-vindo. Esta é nossa web-aula de abertura do conteúdo jurídico. Bem, de início você pode estar pensando que a administração tributária diz respeito à forma através da qual o governo se organiza. Na verdade, não é somente isso, já que ela cuida também dos meios e formas de promover a fiscalização e arrecadação. Vejamos: A administração tributária constitui-se num conjunto de ações e atividades, integradas e complementares entre si, que visam garantir o cumprimento pela sociedade da legislação tributária e do comércio exterior e que se materializam numa presença fiscal ampla e atuante, quer seja no âmbito da facilitação do cumprimento das obrigações tributárias, quer seja na construção e manutenção de uma forte percepção de risco sobre os contribuintes faltosos. Essas ações e atividades se sustentam na normatização da legislação tributária e do comércio exterior e num conjunto integrado de sistemas de informação, alimentados por informações cadastrais e econômico-fiscais, fornecidas ao fisco pelos próprios contribuintes ou por terceiros mediante a apresentação de diversas modalidades de declarações. (Brasil, Administração tributária, ano não informado). A doutrina jurídica costuma abordar sobre este tema as questões ligadas à fiscalização, à dívida ativa, bem como aos direitos e às repercussões em caso de certidões tributárias, sejam elas negativas, positivas ou, então, positivas com efeitos de negativas. No que tange à fiscalização, esta diz respeito aos atos do Estado (pelo Executivo: Administração Pública), tendente à averiguação a respeito do integral cumprimento pelos contribuintes das obrigações tributárias. Importante também comentar que a fiscalização somente pode ser praticada por pessoas com competência para tal, isto é, apenas os que receberem autorização através da legislação tributária (leis, portarias, resoluções, etc) é que são considerados aptos a proceder na fiscalização. Em consequência, se esse ato é realizado por pessoa incompetente (no sentido jurídico da palavra, quer dizer, pessoa sem autorização legal), tem-se que nenhuma punição poderá advir ao contribuinte, haja vista que a fiscalização praticada não gerará qualquer efeito por ser completamente inválida. Em complemento, e pela mesma linha de raciocínio, mesmo o fiscal competente, não poderá ao contribuinte impor obrigações não previstas em lei (Machado, 2007). Inclusive, merece destaque a previsão da Constituição Federal de 1988

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WEBAULA 1Administrao TributriaOl. Seja bem-vindo. Esta nossa web-aula de abertura do contedo jurdico.Bem, de incio voc pode estar pensando ue a administra!"o tributria di# respeito $%orma atravs da ual o &overno se or&ani#a. 'a verdade, n"o somente isso, j ueela cuida tambm dos meios e %ormas de promover a %iscali#a!"o e arrecada!"o. (ejamos)* administra!"o tributria constitui-se num conjunto de a!+es e atividades, inte&radas e complementares entre si, ue visam &arantir o cumprimento pela sociedade da le&isla!"o tributria e do comrcio e,terior e ue se materiali#am numa presen!a %iscal ampla e atuante, uer seja no -mbito da %acilita!"o do cumprimento das obri&a!+es tributrias, uer seja na constru!"o e manuten!"o de uma %orte percep!"o de risco sobre os contribuintes %altosos. Essas a!+es e atividades se sustentam na normati#a!"o da le&isla!"o tributria e do comrcio e,terior e num conjunto inte&rado de sistemas de in%orma!"o, alimentados por in%orma!+es cadastrais e econ.mico-%iscais, %ornecidas ao %isco pelos pr/prios contribuintes ou por terceiros mediante a apresenta!"o de diversas modalidades de declara!+es. 0Brasil, *dministra!"o tributria, ano n"o in%ormado1.* doutrina jurdica costuma abordar sobre este tema as uest+es li&adas $ %iscali#a!"o, $ dvida ativa, bem como aos direitos e $s repercuss+es em caso de certid+es tributrias, sejam elas ne&ativas, positivas ou, ent"o, positivas com e%eitos de ne&ativas.'o ue tan&e $ %iscali#a!"o, esta di# respeito aos atos do Estado 0pelo E,ecutivo) *dministra!"o 2blica1, tendente $ averi&ua!"o a respeito do inte&ral cumprimento pelos contribuintes das obri&a!+es tributrias.3mportante tambm comentar ue a %iscali#a!"o somente pode ser praticada por pessoas com competncia para tal, isto , apenas os ue receberem autori#a!"o atravs da le&isla!"o tributria 0leis, portarias, resolu!+es, etc1 ue s"o considerados aptos a proceder na %iscali#a!"o.Em conseuncia, se esse ato reali#ado por pessoa incompetente 0no sentido jurdico da palavra, uer di#er, pessoa sem autori#a!"o le&al1, tem-se ue nen4uma puni!"o poder advir ao contribuinte, 4aja vista ue a %iscali#a!"o praticada n"o &erar ualuer e%eito por ser completamente invlida.Em complemento, e pela mesma lin4a de raciocnio, mesmo o %iscal competente, n"o poder ao contribuinte impor obri&a!+es n"o previstas em lei 05ac4ado, 67781. 3nclusive, merece destaue a previs"o da 9onstitui!"o :ederal de ;esta %orma, o contribuinte somente precisa se submeter $s re&ras previstas em lei. ?ualuer outro ato 0mesmo ue parta de um %iscal das @eceitas :ederal, Estadual ou 5unicipal1 ser completamente invlido, assim como as provas por ele col4idas.2or outro lado, cabe destacar ue os contribuintes, especialmente os empresrios, devem se submeter $ %iscali#a!"o toda ve# ue os a&entes %a#endrios estiverem a&indo dentro da le&alidade, ou seja, com corre!"o. *%inal, os livros empresariais tm o seu si&ilo, mas este n"o absoluto diante do interesse pblico do Estado em averi&uar o e%etivo cumprimento das re&ras tributrias pelos contribuintes.(ale lembrar, tambm, as palavras de 5ac4ado 06778, p. 68A1)* %iscali#a!"o n"o pode perdurar inde%inidamente. Seus trabal4os causam transtorno ao contribuinte, ue a este n"o est obri&ado a submeter-se a n"o ser o mnimo necessrio. * %i,a!"o de pra#os muito lon&os ou a sucessiva prorro&a!"o do pra#o inicialmente %i,ado pode constituir abuso de poder da autoridade incumbida de reali#ar a %iscali#a!"o.3mportante %risar ue este direito da *dministra!"o 2blica, de ter acesso a dados e in%orma!+es, n"o absoluto. Eis ue tambm se submete $s re&ras de sistema jurdico, inclusive ao si&ilo pro%issional de muitos pro%issionais liberais, ue n"o s"o obri&ados a revelar in%orma!+es ue obtiveram em decorrncia da atividade pro%issional. S"o e,emplos de pro%issionais com tais &arantias, mas, principalmente deveres ticos, os advo&ados e contadores.Bma ve# encontrada al&uma irre&ularidade no pra#o dos procedimentos de %iscali#a!"o, deve a autoridade %iscal lavrar um auto de in%ra!"o, isto , um relat/rio do Estado no ual indicar a in%ra!"o cometida pelo contribuinte, a penalidade, etc, dentre outros reuisitos. '"o se pode esuecer ue, mesmo assinando o *uto de 3n%ra!"o, n"o se estar con%essando ualuer situa!"o, mas apenas dando cinciaCcon4ecimento. >e toda maneira, ao assinar, aconsel4vel tambm colocar a observa!"o da discord-ncia.9omo n"o poderia dei,ar de ser, ualuer ato de desacato do cidad"o contra autoridade pblica ou ent"o abuso de poder praticado por esta, con%i&urar in%ra!"o delituosa prevista, respectivamente, nos arti&os AA; e A;D, E;F, do 9/di&o 2enal 0Brasil, ;.*. tem presun!"o de veracidade. Eis ue e,trada ap/s um processo administrativo, no ual a autoridade %iscal identi%ica o problema tributrio do contribuinte e l4e d pra#o para de%esa. Em ra#"o desta presun!"o, ue a 9.>.*. considerada como ttulo e,ecutivo e,trajudicial, servindo assim, de prova de um dbito ue autori#a a propositura de uma a!"o de e,ecu!"o %iscal.As "a#endas $%b&icas 'ou (eceitas) nada mais s"o do ue os /r&"os responsveispelos procedimentos tributrios 0emiss"o de documentos, lan!amento, processos administrativos, etc1.*s certid+es e,pedidas pela *dministra!"o Hributria nada mais s"o do ue uma declara!"o da @eceita 0seja ela :ederal, Estadual ou 5unicipal1, na ual contm uma mani%esta!"o sobre a e,istncia ou n"o de dbito tributrio.5ac4ado 067781 a%irma ue, nica e t"o somente em caso de crdito Jconstitudo contra o interessadoJ 0p. 6=;1 na certid"o, ue n"o se entre&ar uma declara!"o deine,istncia de dbito.*tualmente, a maioria das certid+es pode ser obtida atravs de stios eletr.nicos das respectivas receitas, o ue %acilita, si&ni%icativamente, o acesso $s in%orma!+es e prtica da cidadania.'o -mbito do direito tributrio, 4 certid+es passveis de serem e,pedidas)*ertido +egatia, uando nen4um dbito tiver sido consolidado contra o contribuinte. O site J2oupa 9liueJ conceitua a certid"o ne&ativa como)-!!!!um documento emitido .e&a (eceita "edera& que com.roa que oc no .ossui d/bitos 0unto a 1rgos .%b&icos! A certido emitida .e&a (eceita "edera& no abrange os d/bitos eniados ou inscritos na $"+ '$rocuradoria da "a#enda +aciona&)! -*ertido $ositia, uando 4ouver uma dvida a %avor da @eceita. 3nteressante destacar ue -*aso a .essoa .ossua a&guma .endncia a certido no ser emitida ia 2nternet! 3oc deer .rocurar o .osto da (eceita "edera& de sua0urisdio a 4im de regu&ari#ar a situao!- 9ertid"o 2ositiva com e%eitos de ne&ativa) %ornecida diante da autori#a!"o prevista noarti&o 67D do 9.H.'., uando se estiver diante de)a) Je,istncia de crditos n"o vencidosJ 0Brasil, ;esta %orma, se apenas uma pessoa da %amlia a proprietria de uma moto, ser apenas auela a devedora do 32(* 03mposto sobre 2ropriedade de (eculo automotor1 e n"o os seus parentes, mesmo ue estes morem na mesma casa.d) 2rincpio da veda!"o ao con%isco 0*rt. ;Q7,3(,9:C==1) o tributo n"o pode, no %im, ter um altssimo valor em rela!"o ao bem tributado. (isa a 'orma 5aior %a#er com ue o Wudicirio, o E,ecutivo e o Oe&islativo utili#em a ra#oabilidade para de%inir o uese constitui como ato tributrio con%iscat/rio.e) 2rincpio da capacidade contributiva) como di# o art. ;GQ, E ;F, da 9onstitui!"o :ederal) JSempre ue possvel, os impostos ter"o carter pessoal e ser"o &raduados se&undo a capacidade econ.mica do contribuinte, %acultado $ administra!"o tributria, especialmente para con%erir e%etividade a esses objetivos, identi%icar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrim.nio, os rendimentos eas atividades econ.micas do contribuinte.J 2ortanto, uanto maior %or a capacidade 0opoder econ.mico1, maior ser tambm o potencial dbito desta pessoa. Bm dos mais cotidianos e,emplos a tabela pro&ressiva do 3mposto de @enda.(eremos outros princpios tributrios em nossa teleaula.(amos dar continuidade e a&ora estudar os assuntos ue envolvem a imunidade tributria, tambm c4amada de Jcompetncia tributria ne&ativaJ, por 5ac4ado 067781, j ue impede a ocorrncia da tributa!"o.3munidade tributria a caracterstica da ual se bene%iciam al&umas pessoas em virtude de, contra elas, n"o sur&ir ualuer tributo. Observe-se ue n"o se trata delasserem dispensadas do pa&amento do tributo, mas sim, do dbito seuer vir a ser constitudo.O art. ;Q7, (3, da 9onstitui!"o :ederal e,pressamente a%irma ue)J*rt. ;Q7. Sem preju#o de outras &arantias asse&uradas ao contribuinte, / edado $Bni"o, aos Estados, ao >istrito :ederal e aos 5unicpios)R...S(3 - instituir impostos sobre)a1 patrim.nio, renda ou servi!os, uns dos outrosIb1 templos de ualuer cultoIc1 patrim.nio, renda ou servi!os dos partidos polticos, inclusive suas %unda!+es, das entidades sindicais dos trabal4adores, das institui!+es de educa!"o e de assistncia social, sem %ins lucrativos, atendidos os reuisitos da leiId1 livros, jornais, peri/dicos e o papel destinado a sua impress"o. 0Brasil, ;