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O alfabetismo funcional das alunas do Programa Mulheres Mil do IFF ‐ Câmpus Santo Augusto
Resumo A pesquisa objetiva identificar o nível de alfabetismo funcional das alunas do Programa Mulheres Mil analisando a relação das mulheres das classes populares com a leitura e a escrita. Compreender a função social da leitura e da escrita, reconhecendo as respectivas habilidades, relacionando com o nível de escolaridade, idade e ocupação profissional das mesmas. Contribuir na tarefa de dar visibilidade aos sujeitos dos programas de inclusão social, em especial às mulheres, como subsídio à elaboração de políticas públicas contextualizadas. A pesquisa é considerada básica, qualitativa, descritiva e de levantamento. A caracterização dos sujeitos se deu através de um questionário, e as habilidades de leitura e escrita foram avaliadas através de um teste. Constatou‐se que ler e escrever são competências que podem ser desenvolvidas em diversos níveis e em diferentes práticas sociais. O grau de estudo interfere no desempenho no teste de alfabetismo, mas não altera as possibilidades de ocupação de postos de trabalho mais qualificados, nem na distinção da renda. Para a maioria, frequentar a biblioteca, retirar livros, utilizar o computador está diretamente ligado ao vínculo e a inserção possibilitada com o Programa Mulheres Mil no IFF – Câmpus Santo Augusto/RS. Palavras‐chave: Mulheres.Classes Populares. Políticas Públicas
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1 Introdução
A pesquisa tem como objetivo geral identificar o nível de alfabetismo funcional das
alunas do Programa Mulheres Mil com o intuito de analisar a relação das mulheres das
classes populares com a leitura e a escrita. E como objetivos específicos: compreender a
função social da leitura e da escrita para as mulheres das classes populares e reconhecer
respectivas habilidades, relacionando com o nível de escolaridade, idade e ocupação
profissional.
A pesquisa é considerada básica. No que se refere à abordagem do problema,
classifica‐se como qualitativa. Do ponto de vista de seus objetivos, podemos considerar
uma pesquisa descritiva. E da perspectiva dos procedimentos técnicos classifica‐se como
pesquisa de levantamento. Foi aplicado um questionário para a caracterização dos
sujeitos da pesquisa, seguido de um teste para avaliar as habilidades de leitura e escrita.
Justifica‐se na premência de contribuirmos com a tarefa de dar visibilidade aos
sujeitos dos programas de inclusão social, jovens e adultos, em especial às mulheres,
como subsídio à elaboração de políticas públicas contextualizadas.
Em um primeiro momento, apresentamos o processo de constituição da
abordagem do tema da pesquisa desde a perspectiva dos aspectos históricos da
escolarização de jovens e adultos no Brasil em diálogo com Moll (1999), Paludo (2001),
Freire (1979), Freire e Nogueira (1993), Frei Betto (2000). Seguimos com a
contextualização do Programa Mulheres Mil e detalhamento da coleta de dados nesse
campo de investigação. Concluímos com a descrição e análise dos dados, em diálogo com
os autores Soares (2005), Fonseca (2004) e Britto (2005).
2 O Processo de Constituição Deste Olhar
2.1 A escolarização de jovens e adultos no Brasil
A história da educação de jovens e adultos, desde a colonização do Brasil, é
marcada pela seletividade de quem deve e pode aprender. A leitura e a escrita foram
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monopólio dos jesuítas e da aristocracia masculina, enquanto mulheres, negros, índios e
pobres ficaram à margem do processo de escolarização.
Moll (1999) faz referência às medidas vinculadas ao Pacto Colonial que
objetivavam a manutenção do monopólio comercial luso:
[...] alvará de 20 de março de 1720, proibindo o despacho de livros e papéis para o Brasil, e aviso de 18 de junho de 1800 ao capitão‐general de Minas, repreendendo a Câmara de Tamanduás por ter instituído uma aula de primeiras letras. (MOLL, 1999, p. 15).
O advento da república alimentou a ilusão de que o povo passaria a constituir a
nação como cidadão de direitos civis, políticos e sociais. Mas, na realidade, os pobres,
negros, mulheres e índios foram vistos como empecilhos à modernização do país, como
irracionais e atrasados. Conforme Paludo (2001, p. 33), os segregados do projeto de
modernidade brasileiro eram: “[...] indivíduos e grupos explorados economicamente,
desvalorizados e discriminados culturalmente e dominados politicamente”.
Segundo Moll (1999), nesta perspectiva organizaram‐se movimentos
“higienistas” como a Liga Brasileira Contra o Analfabetismo que mobilizou militares,
católicos, cidadãos comuns no combate ao analfabetismo; e ações governamentais, a
partir da Constituição de 1934, que giraram em torno de campanhas de “erradicação do
analfabetismo”.
Freire considera esta concepção de analfabetismo como ingênua e astuta:
A concepção na melhor das hipóteses, ingênua do analfabetismo o encara ora como uma “erva daninha” – daí a expressão corrente: “erradicação do analfabetismo” – ora, como uma “enfermidade” que passa de um a outro, quase por contágio, ora como uma “chaga” deprimente a ser “curada” e cujos índices, estampados nas estatísticas de organismos internacionais, dizem mal dos níveis de “civilização” de certas sociedades. Mais ainda, o analfabetismo aparece também, nesta visão ingênua ou astuta, como a manifestação da “incapacidade” do povo, de sua “pouca inteligência”, de sua “proverbial preguiça.” (FREIRE, 1979, p. 13 grifos do autor).
Nas décadas de 50 e 60 cerca de 50% da população acima dos quinze anos de idade
permanecia analfabeta, não tanto pela inacessibilidade à escola, mas principalmente pela
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incompatibilidade entre o saber instituído como legítimo e as expectativas das classes
populares.
Não causa estranheza, portanto, que a movimentação em torno de uma nova
educação teve sua gestação paralela à escola, no seio da organização da sociedade civil.
O Movimento de Educação de Base (MEB) foi criado pela Confederação Nacional
dos Bispos no Brasil (CNBB), em parceria com o Ministério da Educação e Cultura que
organizou as escolas radiofônicas.
O Movimento de Cultura Popular (MCP) – nascido da vontade política de Miguel
Arraes – prefeito da cidade de Recife ‐ em parceria com um grupo de líderes operários, de
artistas e intelectuais, dentre eles Paulo Freire. Inspirado no modelo francês, Peuple et
Cultural, mas constituído com o perfil radicalmente nordestino e brasileiro. Inscreveu‐se
entre quem pensava a prática educativa‐política e a ação político‐educativa como práticas
desocultadoras, buscando a consciência crítica das classes populares.
Organizou‐se por projetos, sendo um deles o Projeto de Educação de Adultos que
contemplava os Centros de Cultura – amplos espaços como bibliotecas populares,
teatros, salões esportivos e recreativos ‐ que abrigavam os Círculos de Cultura – embrião
das primeiras práticas de alfabetização numa visão freireana.
Outro projeto foi o Teatro Popular organizado através de circo ambulante em que
eram apresentadas peças de teatro, sessões de cinema e após a exibição, os educadores
– jovens universitários (União Nacional dos Estudantes – UNE), artistas, intelectuais e
líderes operários – promoviam um debate com o público sobre os temas abordados. O
objetivo era a preservação das tradições da cultura popular, das festas do povo, dos
enredos de suas tramas, de suas figuras lendárias, da singeleza de sua religiosidade.
Com a parceria entre o MCP e o Serviço de Extensão Cultural da Universidade
Federal de Pernambuco, foi possível a realização da experiência de alfabetização de
adultos em Angicos no Rio Grande do Norte; dos cursos de realidade brasileira para
grupos de educação popular dos quais se destacaram a equipe da CEPLAR (Campanha de
Educação Popular da Paraíba na Paraíba) dos cursos de extensão para jovens e também a
Rádio da Universidade. Não foi possível a implementação do Plano Nacional de
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Alfabetização (PNA) idealizado em parceria com o MEC, como pretensão do governo
João Goulart em alfabetizar cinco milhões de brasileiros até 1965, através do “Método
Paulo Freire”.
Essas mobilizações coletivas contribuíram, significativamente, na redução da taxa
de analfabetismo: de 50,6% para 39,7%. Além da alteração das estatísticas e da tentativa
de reinventar a educação, a preocupação central era a (trans) formação dos sujeitos
envolvidos no processo de ensinar‐e‐aprender:
Esses grupos tinham seus movimentos, eles tinham suas pelejas e faziam suas experiências em educação. Aí é preciso não esquecer uma coisa: educação popular e mudança social andam juntas. Essa educação renovada transforma não apenas os métodos de educar. Transforma as pessoas que são educadas em uma sociedade em transformação. (FREIRE; NOGUEIRA, 1993, p. 62).
Nessa época de efervescência, não faltaram esforços para “abafar” estas
iniciativas e propor outros rumos para a educação de adultos. Extintos pelo Golpe Militar,
e futuramente substituídos então pelo Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL).
Conforme Moll (1999), tanto o MOBRAL (1967) quanto o ensino supletivo (LDB
5692/71) objetivaram a formação de mão‐de‐obra para a indústria em desenvolvimento:
[...] as ações do Mobral e do próprio ensino supletivo buscavam formas de reprimir “os movimentos de educação que reinventavam ações junto aos grupos populares como práticas de organização, mobilização e conscientização na luta por melhores condições de vida” (Haddad, 1987, p.14). Circunscritos a processos de massificação do ensino, de transposição linear da estrutura da escola regular, de condensação de conteúdos, o ensino supletivo não atingiu a massa populacional como propalava, bem como o Mobral, por suas impropriedades pedagógicas (inclusive por sua característica de campanha) e intenções políticas reais, não alfabetizou a população jovem e adulta. (MOLL, 1999, p. 17).
Durante a ditadura do capital sustentada pelo braço militar, a ideologia nacional‐
desenvolvimentista propalada pelo ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros – é
substituída pela ideologia da segurança nacional, gestada na Escola Superior de Guerra. A
sucessão de atos institucionais, impostos através da força das armas, interromperam as
iniciativas e processos de manifestações coletivas, censurando, perseguindo, cassando,
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exilando, torturando os protagonistas da história política e educacional brasileira. Foram
vinte e um anos de silenciamento.
Enquanto isso, de certa forma, a igreja “assumiu” algumas dessas discussões
através do trabalho da pastoral popular e das comunidades eclesiais de base. Quem
desconfiaria que o “ver, julgar e agir” da Igreja estivesse fomentando a organização dos
populares, através das reflexões que suscitava nas pessoas? Tanto contribuíram que
quando a esquerda exilada, volta ao país, há vários movimentos populares organizados
(FREI BETTO, 2000).
A partir da “redemocratização” do país na década de 80, a Constituição de 88 – na
qual a educação passa a ser direito de todos – a LDB 9394/96 ‐ que eleva o ensino de
jovens e adultos à categoria de educação de jovens e adultos (EJA) – e ainda contando
com os marcos conceituais internacionais de EJA – Conferência Mundial de Educação para
Todos em Jomtien na Tailândia, V Conferência Internacional de EJA – CONFINTEA ‐ em
Hamburgo na Alemanha, Ação de Dackar em Senegal na África, VI CONFINTEA no Brasil ‐
as políticas de EJA se revelam como um “campo de ausências”:
“A ação sistemática, continuada, profícua do Estado brasileiro (em suas diferentes
instâncias) no campo da educação escolar fundamental de jovens e adultos, de fato, não
se consolidou.” (MOLL, 1999, p. 17).
Principalmente, as políticas de alfabetização de adultos organizadas como
campanhas e programas, atreladas a mandatos governamentais, pautados na política do
voluntariado, e por fim, desconsiderando os processos de aquisição do código da leitura e
da escrita pelos sujeitos a que se destinam.
Atualmente, na rede federal, protagonizamos um momento expansão das
políticas públicas de inclusão social de jovens e adultos, pela via da educação, através de
programas de qualificação profissional.
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2.2 O programa Mulheres Mil
O Programa Mulheres Mil, foi desenvolvido no período de 2007 a 2011, em
colaboração do governo canadense, almejando a formação educacional, profissional e
cidadã de mulheres desfavorecidas das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Objetivando
que essas mulheres evoluíssem seu potencial produtivo, melhorando as condições de
vida das mesmas juntamente com seus familiares e comunidades.
Segundo o guia metodológico Mulheres Mil:
O principal objetivo do acesso é viabilizar o ingresso e a permanência com êxito da população feminina brasileira em situação de vulnerabilidade social nas instituições de educação profissional, visando sua inclusão educativa e sua promoção social e econômica. Por meio da formação e elevação de escolaridade, pretende‐se dar‐lhes condições de melhorar seu potencial de empregabilidade, a qualidade de suas vidas, de suas famílias e de suas comunidades. (2013, p. 6)
A metodologia Sistema de Acesso, Permanência e Êxito desenvolvido pelo
Programa Mulheres Mil é fruto de um amplo processo de construção. Tem sua origem no
acúmulo e na sistematização de conhecimentos desenvolvidos pelos Community Colleges
canadenses, em suas experiências de promoção da equidade e nas ações com populações
desfavorecidas, naquele país ao longo de dez anos.
O sistema canadense é denominado Sistema ARAP (Avaliação e Reconhecimento
de Aprendizagem Prévia) e consiste, em linhas gerais, certificar todas as aprendizagens
formais ou não formais e proporcionar a qualificação nas áreas necessárias à
complementação da qualificação. Além de prever o reconhecimento de saberes ao longo
da vida, o modelo brasileiro é inovador no sentido de que foram contemplados
instrumentos e mecanismos de acolhimento de populações não tradicionais, que
viabilizassem o acesso à formação profissional e cidadã, com elevação de escolaridade, a
inserção produtiva e a mobilidade no mundo do trabalho, o acompanhamento dos
egressos e os impactos gerados na família e na comunidade (Guia Metodológico, 2013).
A avaliação é contínua, proporcionalmente reflexiva, consequentemente, valoriza
o processo e o produto de aprendizagem. A equipe multidisciplinar que acompanha o
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programa observa, analisa e registra os avanços e eventuais dificuldades, acompanhando
desta forma a evolução de cada aluna.
No ano de 2012 o programa estendeu‐se aos estados do Sul e o IFF‐ Câmpus Santo
Augusto/RS já desenvolveu três edições do curso de qualificação profissional na área da
produção alimentícia com carga horária de 180 (cento e oitenta) horas.
2.3 Processos de realização da pesquisa
Considerando a classificação das pesquisas, sistematizado por Pereira (2007),
quanto à natureza, a presente pesquisa é considerada básica, tem como propósito gerar
conhecimentos novos e úteis ao avanço da ciência. No que se refere à abordagem do
problema, classifica‐se como qualitativa, embora apresente uma representatividade
numérica em relação ao desempenho no teste de alfabetismo funcional. Do ponto de
vista de seus objetivos, podemos considerar uma pesquisa descritiva, em que são
caracterizados os sujeitos pesquisados estabelecendo relações entre as variáveis. E da
perspectiva dos procedimentos técnicos classifica‐se como pesquisa de levantamento,
envolvendo a interrogação dos sujeitos cujo comportamento desejou conhecer.
A população da pesquisa foram as 100 (cem) mulheres, alunas da primeira turma
do Programa Mulheres Mil. Selecionamos 40 (quarenta) delas para constituir a amostra,
definida a partir de dois critérios: a idade e a escolaridade. A partir dos documentos de
matrícula foram identificadas 10 (dez) mulheres de cada grupo etário e respectivo nível
de escolaridade. A faixa etária obedeceu então à classificação do Índice Nacional de
Alfabetismo Funcional ‐ INAF1 ‐ 15 (quinze) a 24 (vinte e quatro) anos2, 25 (vinte e cinco) a
34 (trinta e quatro) anos, 35 (trinta e cinco) a 49 (quarenta e nove) anos e 50 (cinquenta)
1 INAF O Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa criaram e implementaram em 2001 o
Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional – INAF – para avaliar os níveis de alfabetismo funcional dos brasileiros. Tendo como população da pesquisa, todos os brasileiros entre 15 e 64 anos que estejam ou não estudando e como amostra, 2 mil pessoas representativas da população brasileira, residentes em zonas urbanas e rurais. A coleta de dados, nos anos ímpares (2001, 2003 e 2005) se referiu às habilidades de leitura e escrita – ALFABETISMO. Já nos anos pares (2002 e 2004) foram avaliadas as habilidades matemáticas – NUMERAMENTO.
2 Nesse caso 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, pois a maioridade é um dos critérios para inclusão no programa.
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a 64 (sessenta e quatro) anos. Já o nível de escolaridade se refere a nenhuma série,
primeira à quarta série, quinta à oitava série do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Como critério de seleção da amostra os dois elementos centrais foram a
idade e o nível de escolaridade, porém outras variáveis foram consideradas na análise de
dados: ocupação, renda e situação do domicílio.
Consultamos as fichas de matrículas de todas as mulheres que estavam cursando o
programa Mulheres Mil, e já encontramos o primeiro imprevisto: estavam cursando 95
mulheres naquele momento e não as 100 (cem) como esperávamos. Separamos as fichas
de acordo com a faixa etária3. Organizamos de acordo com o nível de escolaridade:
nenhuma; 1ª a 4ª série; 5ª a 8ª série e ensino médio. Passamos os dados para planilhas do
Excel, para que pudéssemos definir a amostra.
Constatamos que no grupo de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos havia apenas
oito (oito) alunas inscritas, dessas, 5 (cinco) com escolaridade de 5ª a 8ª série e 3 (três)
com escolaridade de Ensino Médio. No grupo de 25 (vinte e cinco) a 34 (trinta e quatro)
anos escolhemos 10 (dez) mulheres. Dessas, uma com escolaridade de 1ª a 4ª série, oito
com escolaridade de 5ª a 8ª serie, e uma com escolaridade de Ensino Médio. Do grupo
etário de 35 (trinta e cinco) a 49 (quarenta e nove) anos foram escolhidas 11 (onze)
mulheres; para compensar a falta de mulheres no primeiro grupo, sendo então 1 (uma)
com nenhuma escolaridade, 6 (seis) de 1ª a 4ª série, 3 (três) de 5ª a 8ª série e uma de
ensino médio. Do grupo de 50 (cinquenta) a 64 (sessenta e quatro) anos foram escolhidas
9 (nove) mulheres, sendo uma com nenhuma escolaridade, 4 (quatro) de 1ª a 4ª série, 3
(três) de 5ª a 8ª série e uma com escolaridade de Ensino Médio.
3 Identificamos uma mulher com mais de 65 (sessenta e cinco) anos, foi considerada na categoria de 50
(cinquenta) a 64 (sessenta e quatro).
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Nível de escolaridade segundo a idade: 18 a 24 anos Nível de escolaridade segundo a idade: 25 a 34 anos
Nível de escolaridade e segundo a idade: 35 a 49 anos Nível de escolaridade segundo a idade: 50 a 64 anos
Constituída a amostra, ao identificarmos que algumas dessas mulheres haviam
desistido do programa e não havia outra com as mesmas características. Sem
possibilidade de substituição, a amostra foi reduzida de 40 (quarenta) para 31 (trinta e
um) sujeitos de pesquisa.
O questionário misto (perguntas fechadas e abertas) buscou informações a
respeito dos dados pessoais, culturais e socioeconômicos. O teste continha quarenta e
duas perguntas com diferentes graus de dificuldade ‐ baixo, médio e alto ‐ as quais
remetem ao nível de alfabetismo, conforme o desempenho do sujeito de pesquisa.
Apenas os quatro primeiros itens foram lidos, os demais elas mesmo leram e escreveram
na folha de respostas, que depois fora anexada ao questionário de cada uma.
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Definimos três níveis de desempenho4: os de baixo desempenho, que se
aproximam do nível rudimentar, os de médio desempenho, que se aproximam do nível
básico, e os de alto desempenho, que se aproximam do nível pleno de alfabetismo
funcional. Destacamos que as mulheres classificadas como analfabetas, não realizaram o
teste e autodeclararam‐se analfabetas absolutas.
3 Mulheres das classes populares e alfabetismo funcional
A educação e a escolarização na infância marcada pelo autoritarismo e a
objetividade do mundo adulto em que se submeteram à obediência, no cumprimento de
tarefas não condizentes com a idade, no silenciamento frente à rigidez das regras, na
inexistência de respostas às suas expectativas e curiosidades infantis e no abandono de
seus sonhos mais íntimos, foram situações que contribuíram para a condição de pouco ou
não escolarizadas, influenciando na ocupação de postos de trabalhos desqualificados ou
mesmo assumindo, exclusivamente, o trabalho doméstico.
Analisemos os dados referentes à escolaridade, ocupação profissional e renda.
Quadro 1: Nível de escolaridade por idade
Escolaridade
Idade Nenhuma 1ª a 4ª 5ª a 8ª Ensino Médio Total
18 a 24
25 a 34 10 2 12
35 a 49 1 6 2 1 10
50 a 64 1 5 3 9
Total 2 11 15 3 31
Fonte: dados da pesquisa
4 O INAF considera como níveis de alfabetismo: Analfabeto ‐ Corresponde à condição dos que não
conseguem realizar tarefas simples que envolvem decodificação de palavras e frases; Rudimentar ‐ Corresponde à capacidade de localizar informações explícitas em textos curtos, um anúncio ou pequena carta. Básico ‐ Corresponde à capacidade de localizar informações em textos um pouco extensos, podendo realizar pequenas inferências; Pleno ‐ Corresponde à capacidade de ler textos longos, orientando‐se por subtítulos, localizando mais de uma informação, de acordo com condições estabelecidas, relacionando partes de um texto, comparando dois textos, realizando inferências e sínteses.
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Dos dados referentes à escolaridade é interessante destacar que quinze mulheres,
cursaram o Ensino Fundamental anos finais, onze possuem o Ensino Fundamental anos
iniciais, três cursaram Ensino Médio, e duas nunca foram à escola.
Na relação idade e escolaridade é visível que as mulheres com mais escolaridade
pertencem aos grupos etários de 18 a 24 anos e 25 a 34 anos, sendo que apenas uma
concluiu o ensino médio na categoria etária 35 a 49 anos. As mulheres menos
escolarizadas pertencem à faixa de 35 aos 65 anos. Quanto mais aumenta a idade, diminui
o nível de escolaridade.
E isso se reflete na ocupação profissional e na renda das mesmas, como
demonstramos nos quadros dois e três:
Quadro 2: Escolaridade por atividade profissional
Fonte: dados da pesquisa
Quadro 3: Nível de escolaridade e renda própria
Fonte: dados da pesquisa
Atividade profissional
Escolaridade Empregada Doméstica Diarista Do lar Agricultora Outra Total
Nenhuma 2 1 3
1ª a 4ª 2 2 5 1 10
5ª a 8ª 8 2 2 3 15
Ensino Médio 2 1 3
Total 12 4 7 6 2 31
Renda própria
Escolaridade Nenhum Até 1/2 Até 1 Até 2 Até 3
Renda não informada Total
Nenhuma 1 1 2
1ª a 4ª 5 2 1 1 2 11
5ª a 8ª 7 3 2 1 2 15
Ensino médio 1 2 3
Total 14 7 3 2 1 4 31
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Das trinta e uma mulheres, sete declararam‐se do lar, doze trabalham como
empregadas domésticas, quatro como diaristas, seis como agricultoras, uma como
auxiliar de festas e uma como servente de limpeza.
Quatorze delas, não tem renda própria: aquelas que se declararam do lar, algumas
agricultoras e as empregadas domésticas que se encontram na condição de
desempregadas. Das dezessete que possuem renda: sete recebem até ½ salário, três até 1
salário, duas até 2 salários, uma até 3 salários e quatro não informaram a sua renda.
Constatamos que nesse contexto, de modo geral, o nível de estudo não interfere
nas possibilidades de ocupação de postos de trabalho mais qualificados, nem na distinção
da renda. Já, poderá interferir no desempenho no teste de alfabetismo. Semelhante ao
pensamento de Britto (2003, p. 56):
efetivamente existe uma correlação direta entre alfabetismo e oportunidades sociais, [...] isso não quer dizer que a oportunidade profissional é consequência imediata do letramento. A análise comparativa do nível de alfabetismo com a classe socioeconômica, o grau de instrução e o tipo de atividade profissional demonstram que são essas circunstâncias que contribuem para o letramento, e não ao contrário. [...] a condição de maior ou menor domínio de habilidades de leitura e escrita e o exercício de atividades dessa natureza é antes o resultado da situação social que a possibilidade de maior participação.
3.1 Níveis de desempenho no teste de alfabetismo funcional
As definições de analfabetismo, portanto de analfabeto, são construções
históricas, ligadas a períodos de tempo e de espaços específicos, permeadas pelas
concepções de quem as produz.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera alfabetizada a
pessoa capaz de ler e escrever pelo menos um bilhete simples no idioma que conhece, e
como analfabetas funcionais, todas as pessoas com menos de quatro séries de estudos
concluídas.
Segundo a recomendação da UNESCO é considerada alfabetizada funcional a
pessoa capaz de utilizar a leitura e a escrita para fazer frente às demandas de seu
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contexto social e de usar essas habilidades para continuar aprendendo e se
desenvolvendo ao longo da vida. (FONSECA, 2004).
A avaliação desenvolvida pelo INAF, e que fundamenta nossa análise, tem como
pressuposto que saber ler e escrever não é uma questão pontual de tudo ou nada, mas
uma competência que pode ser desenvolvida em diversos níveis e nas diversas práticas
sociais de letramento, entendido como nos usos mais comuns da escrita no ambiente
doméstico, no trabalho, no lazer, na participação cidadã, na educação e na religião.
Quadro 4: Níveis de desempenho no teste de alfabetismo funcional por faixa etária
Faixa Etária
Nível de alfabetismo 18 a 24 25 a 34 35 a 49 50 a 64 Total
Analfabeto 3 2 5
Baixo Desempenho 1 3 6 10
Médio Desempenho 4 3 1 8
Alto Desempenho 1 6 1 8
Total 1 11 10 9 31 Fonte: dados da pesquisa
Quanto à faixa etária do total de 31 (trinta e um) mulheres: 11 (onze) possuem
idade de 25 (vinte e cinco) a 34 (trinta e quatro) anos e 10 (dez) estão na faixa dos 35
(trinta e cinco) a 49 (quarenta e nove) anos; 3 (três) entre 50 (cinquenta) e 64 (sessenta e
quatro) anos e 9 (nove) entre 18 (dezoito) e 24 (vinte e quatro) anos.
Analfabeto: De um total de 5 (cinco) sujeitos, 3 (três) possuem idade entre 35
(trinta e cinco) a 49 (quarenta e nove) anos, 1 (um) possui idade entre 50 (cinquenta) e 64
(sessenta e quatro) anos, e outro com mais de 65 (sessenta e cinco) anos.
Baixo desempenho: De um total de 10 (dez) sujeitos, a maioria possui idade de 50
(cinquenta) a 64 (sessenta e quatro) anos, seguido de 3 (três) mulheres com idade de 35
(trinta e cinco) a 49 (quarenta e novo) anos, e a minoria possui idade de 25 (vinte e cinco)
a 34 (trinta e quatro) anos.
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Médio desempenho: De um total de 8 (oito) sujeitos, a maioria possui idade estão
na faixa etária de 25 (vinte e cinco) a 34 (trinta e quatro) anos, seguido de 3 (três) sujeitos
na faixa etária de 35 (trinta e cinco) a 49 (quarenta e nove) anos, e a minoria possui idade
entre 50 (cinquenta) a 64 (sessenta e quatro) anos.
Alto desempenho: De um total de 8 (oito) sujeitos, a maioria possui idade entre 25
(vinte e cinco) e 34 (trinta e quatro) anos, seguidos das faixas etárias de 18 (dezoito) a 24
(vinte e quatro) anos e 35 (trinta e cinco) a 49 (quarenta e nove) anos, cada uma destas
com apenas 1 (um) sujeito.
O melhor desempenho no teste entre as mulheres das faixas etárias de 18
(dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos e 25 (vinte e cinco) a 34 (trinta e quatro) anos está
mais relacionado ao maior grau de escolaridade, das mesmas, do que à idade
propriamente dita.
Quadro 5: Níveis de desempenho no teste de alfabetismo funcional por escolaridade
Escolaridade
Nível de alfabetismo Nenhuma 1ª a 4ª 5ª a 8ª Médio Total
Analfabeto 2 3 5
Baixo Desemp. 7 3 10
Médio Desemp. 1 7 8
Alto Desemp. 5 3 8
Total 2 11 15 3 31
Fonte: dados da pesquisa
A relação do grau de escolaridade com o nível de desempenho no teste revela que
quanto mais alto o grau de instrução, maior é o desempenho no teste.
Entre as 5 (cinco) analfabetas: duas não têm escolaridade e três cursaram de 1ª à 4ª
série.
No baixo desempenho: entre as 10 (dez) mulheres, sete cursaram de 1ª à 4ª série e
três cursaram de 5ª a 8ª série.
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Na categoria de médio desempenho: das 8 (oito) mulheres, apenas uma cursou de
1ª à 4ª série e sete cursaram de 5ª a 8ª série.
Já no alto desempenho: das 8 (oito) mulheres, cinco cursaram de 5ª a 8ª série e
três cursaram o Ensino Médio.
Importante considerar que todas as mulheres que cursaram o Ensino Médio,
obtiveram o alto desempenho no teste. Porém, concordamos com Soares (2003, p. 99)
quando afirma “entretanto, é necessário analisar o avesso dos dados” e
problematizamos: que elementos permitem uma mulher que cursou, apenas, os anos
iniciais do Ensino Fundamental a obter um médio desempenho o teste? E ainda, o que
distingue as 15 (quinze) mulheres que cursaram de 5ª a 8ª série a obter resultados tão
distintos: 3 (três) baixo desempenho, 7 (sete) médio desempenho e 5 (cinco) alto
desempenho?
Soares (2003) aponta algumas hipóteses em que é preciso considerar:
○ a possibilidade da ocorrência de um retorno ou reversão a níveis de habilidades
inferiores àqueles atingidos por via do processo de escolarização, em decorrência
de pouco ou nenhum uso da leitura e da escrita fora da escola;
○ que um período longo de tempo pode estar interposto entre a época em que
ocorreu a escolarização e o momento da avaliação das habilidades de leitura e
escrita;
○ um possível distanciamento entre o letramento escolar ‐ as habilidades de leitura e
de escrita desenvolvidos na e pela escola ‐ o letramento social‐ as habilidades
demandadas pelas práticas de letramento que circulam na sociedade.
Acrescentamos, ainda, a premência de considerar as experiências individuais
cotidianas de letramento, desde a participação social, ocupação profissional, hábitos de
leitura como elementos que transgridam o determinismo do grau de escolaridade.
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Quadro 6: Níveis de desempenho no teste de alfabetismo funcional por hábitos de leitura
Fonte: dados da pesquisa
Apesar de situarem‐se no baixo desempenho, oito dos dez sujeitos disseram que
gostam de ler, e apenas dois disseram que não gostam de ler.
A maioria dos sujeitos (sete) que obtiveram médio desempenho gosta de ler e
apenas um não gosta de ler.
Todos os sujeitos que obtiveram alto desempenho gostam de ler.
Fica evidente, que o hábito de leitura influencia nas habilidades de alfabetismo: do
total de mulheres, 26 (vinte e seis) afirmam que não tem o costume de ler ou consultar
livros na biblioteca.
Porém, 13 (treze) retiram livros de vez em quando, 12 (doze) sempre e 6 (seis)
nunca.
Quadro 7: Níveis de desempenho no teste de alfabetismo funcional por uso do computador
Utiliza o PC
Nível de alfabetismo Sim Não Total
Analfabeto 4 1 5
Baixo Desempenho 7 3 10
Médio Desempenho 8 8
Alto Desempenho 8 8
Total 27 4 31
Fonte: dados da pesquisa
Gosta de ler
Nível de alfabetismo Sim Não Total
Baixo Desemp. 8 2 10
Médio Desemp. 7 1 8
Alto Desemp. 8 8
Total 23 3 26
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Analisando os dados da perspectiva do uso do computador, observamos que a
maioria utiliza, ou seja, 27 (vinte e sete) mulheres, e apenas 4 (quatro) mulheres afirmam
não utilizar o mesmo.
Analfabeto: 4 (quatro) sujeitos utilizam o computador e apenas 1 (um) sujeito não
utiliza.
Baixo desempenho: 7 (sete) sujeitos utilizam o computador e 3 (três) não utilizam.
Médio desempenho: Neste nível todos os sujeitos utilizam o computador, ou em
casa ou na escola.
Alto desempenho: Quanto a utilização do computador todos os sujeitos disseram
que utilizam.
Para a maioria, assim como frequentar a biblioteca para retirar livros, o uso do
computador está relacionado ao vínculo e a inserção no Programa Mulheres Mil na
instituição de ensino.
4 Considerações finais
Propomo‐nos, inicialmente, dar visibilidade aos sujeitos dos programas de
inclusão social, em especial às mulheres das classes populares, fomentando o debate da
premência de políticas públicas de complementação de escolaridade adequadas às
condições socioeconômicas e culturais das mesmas.
Ao nos pautarmos nessa intencionalidade, contribuímos com as seguintes
considerações a respeito do alfabetismo funcional de mulheres das classes populares:
ler e escrever não são uma questão pontual de tudo ou nada, mas uma
competência que pode ser desenvolvida em diversos níveis e nas diversas
práticas sociais;
o nível de estudo não interfere nas possibilidades de ocupação de postos
de trabalho mais qualificados, nem na distinção da renda. Já, interfere no
desempenho no teste de alfabetismo;
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a relação entre o grau de escolaridade e o nível de desempenho no teste,
revela que quanto mais alto o grau de instrução, maior é o desempenho no
teste;
porém, as experiências individuais cotidianas, desde a participação social,
ocupação profissional, hábitos de leitura são elementos que transgridam o
determinismo do grau de escolaridade;
para a maioria, frequentar a biblioteca, retirar livros, utilizar o computador
está diretamente ligado ao vínculo com o Programa Mulheres Mil no IFF –
Câmpus Santo Augusto/RS.
Nesse contexto das mulheres das classes populares, considerando os aspectos
histórico e cultural, as políticas de inclusão social pela via da educação são necessárias.
Assim como implementá‐las é prudente acompanhar e avaliar considerando de fato quem
são essas mulheres e quais relações estabelecem com a leitura e a escrita.
Talvez para enfrentar as dificuldades de alfabetização dessas mulheres, as lições
da prática, é que tivemos que justamente nesse trabalho inicial dar um passo atrás, e
retirar a culpa pelo fracasso escolar de cima dos ombros delas e de suas condições não
ideais como aluna. Por acreditarmos, que a educação ao longo de toda a vida é mais que
um direito, é desdobramento de uma cidadania ativa e uma condição para a participação
na sociedade contemporânea. O reconhecimento ao direito de aprender durante toda a
vida é mais que uma necessidade; é o direito do direito à educação.
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X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.20
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5 Referências
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FONSECA, Maria da Conceição F. R. (Coord.) 4º Indicador Nacional do Alfabetismo Funcional: um diagnóstico para a inclusão social pela educação [Avaliação das habilidades matemáticas] Instituto Paulo Montenegro, Ação Educativa, São Paulo, 2004. Disponível em <http: www.acaoeducativa.org> Acesso em abril 2014. FREI BETTO. Desafios da Educação Popular: as esferas sociais e os novos paradigmas da Educação Popular. CEPIS, 2000. FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade e Outros Escritos. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. ______; NOGUEIRA, Adriano. Que Fazer: teoria e prática em educação popular. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1993. GUIA METOLÓGICO Mulheres Mil <http://www.ifgoiano.edu.br/wp‐content/uploads/2012/12/08.01.13_Guia‐metodologico‐mulheres‐mil.pdf> Acesso em Março 2014.
INAF Brasil 2011/2012. Indicador de Alfabetismo Funcional principais resultados. Ação Educativa e Instituto Paulo Montenegro. Disponível em <http://www.ipm.org.br/download/informe_resultados_inaf2011_versao%20final_12072012b.pdf> Acesso em março/ 2014. MOLL, Jaqueline. Dos campos de ausência e dos espaços de silêncio: elementos para compreender o ensino fundamental de jovens e adultos no Brasil. Revista Espaço Pedagógico. Passo Fundo, v.6 n.2 p. 13‐25 dez/1999. PALUDO, Conceição. Educação Popular em Busca de Alternativas: uma leitura desde o campo democrático popular. Porto Alegre: Tomo Editorial; Camp, 2001. PEREIRA, José Matias. Manual de metodologia da pesquisa científica. São Paulo: Atlas, 2007.
SOARES, Magda B. Letramento e Escolarização. In: RIBEIRO, Vera Masagão (Org.) Letramento no Brasil: reflexões a partir do INAF. São Paulo: Global, 2003. p. 89‐113.