1. Um desafio mundial
2. O cenário no Brasil
3. Sucessos, insucessos, desafios no Brasil
4. Conclusões e recomendações
Doenças Crônicas Não Transmissíveis - DCNT
OMS, 2005
Projeção da distribuição mundial de óbitos causados por doenças crônicas
80% dos óbitos por DCNT ocorrem em países de baixa ou média renda
1- Um desafio mundial
• Doenças – Doenças
cardiovasculares – Diabetes – Câncer – Doenças respiratórias
• Fatores de risco– Fumo– Uso prejudicial de
álcool – Sedentarismo– Alimentação pouco
saudável
1- Um desafio mundial
• Prevenção e Controle de Doenças Crônicas Não Transmissíveis
• Encontro de Alto Nível, Assembléia Mundial de Setembro de 2011
Organização das Nações Unidas
1- Um desafio mundial
Taxa de mortalidade para DCNT por 100 000 adultos de 15-69 anos em 23 países de alta carga
Alwan A et al Lancet 376; 1861-67, 2010 (artigo 5 da Série Lancet sobre DCNT: Novembro de 2010)
2- Cenário no Brasil
Fontes de dados: 1. Sistemas de Informações
SIM, SIH, SIAB/SIA, APAC, sisHIPERDIA
2. Inquéritos• PNAD – Suplemento Saúde• POF • VIGITEL • PeNSE• Pesquisa Nacional da Saúde
2- Cenário no Brasil
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
Mortalidade no Brasil
2007
1930
2- Cenário no Brasil
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
Mortalidade no Brasil
2007
Doenças cardiovascularesCâncerDoença respiratória crônicaDiabetesOutras Doenças Crônicas
Metodologia das análises de mortalidade
Problemas no Sistema de Mortalidade
1996 2004
Nordeste Cobertura 55% 72%
Causas mal definidas 32% 24%
Resposta metodológicaÓbitos brutos
x fator correção sub-registro
x fator correção mal definidas = Óbitos corrigidos
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
2- Cenário no Brasil
Tendências (1996 a 2007)
• Aumento de 5% no coeficiente de mortalidade por DCNT
• Ajustando para o aumento da idade no período observa-se queda de 20% na mortalidade por DCNT
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
2- Cenário no Brasil
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
2- Cenário no Brasil
2- Cenário no Brasil
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
Legenda(Óbitos/100000)
Mortalidade por Doenças Crônicas Não Transmissíveis
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
2- Cenário no Brasil
A Carga de Doenças no Brasil (1998)
– 66%: DCNT
– 24%: Doenças infecciosas, maternas e perinatais; e deficiências nutricionais
– 10%: Causas externas
DALYs: anos de vida com qualidade perdidos
2- Cenário no Brasil
Schramm JM et al. Ciência Saúde Coletiva 2004;9:897
A Carga de Doenças Crônicas no Brasil
% DALYs: anos de vida com qualidade perdidos6 principais causas de DCNT
– 19%: Neuropsiquiátricas– 13%: DCV– 8%: Doenças respiratórias crônicas– 6%: Câncer– 6%: Doenças músculo esqueléticas– 5%: Diabetes
2- Cenário no Brasil
Depressão
Psicoses
Uso prejudicial de álcool
Schramm JM et al. Ciência Saúde Coletiva 2004;9:897
Doenças Neuropsiquiátricas• Depressão: 5 a 10% dos adultos
Andrade et al., 2002; Vorcaro et al. , 2001
• Transtornos mentais comuns (estados mistos de depressão e ansiedade) : 30% entre adultos brasileiros com prevalência mais altas entre os de menor escolaridade e renda
Lima et l, 2008; Ludermir, 2000
• Demência
- prevalência 65 anos e mais: 5,1 a 8,8%Bottino et al., 2008; Herrera et al., 2002; Scazufca et al, 2008
- mortalidade por demência padronizada por idade: aumentou de
1,8 em 1996 para 7,0/100 000 em 2007
• Doenças e agravos associados ao uso prejudicial de álcool- mortalidade ajustada para idade por doenças associadas ao uso do
álcool aumentou de 4,3 para 5,2/100 000 entre 1996 e 2007
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
2- Cenário no Brasil
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
Doenças Cardiovasculares Mortalidade ajustada por idade, 1996-2007
2- Cenário no Brasil
Legenda(Óbitos/100000)
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
DiabetesMortalidade ajustada por idade, 1996-2007
2- Cenário no Brasil
Legenda(Óbitos/100000)
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
Diabetes – Causas MúltiplasMortalidade ajustada por idade, 2000-2007
2-Cenário das DCNT no Brasil 2- Cenário no Brasil
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
2- Cenário no Brasil
Câncer, principais tiposMortalidade ajustada por idade, 1980-2006
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
2- Cenário no Brasil
Câncer, principais tiposMortalidade ajustada por idade, 1980-2006
Homens• Estômago ↓• Pulmão ↑• Próstata ↑• Esôfago ↔• Coloretal ↑
Mulheres• Mama ↑• Colo de útero ↓• Estômago ↓ • Coloretal ↑• Pulmão ↑
2- Cenário no Brasil
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
Câncer, principais tiposTendências 1980-2006
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR, Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
Diminuição na mortalidade ajustada por idade - DPOC (28%) e - Asma (34%)
2- Cenário no Brasil Doenças respiratórias
Fatores de RiscoDados VIGITEL
2- Cenário no Brasil
15,1%
2010
14,9%
18,0%
48,1%
15,0%
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR,Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
2- Cenário no Brasil
RR (4º x 1º quartil) = 2,645% dos òbitos atribuíveis às desigualdades
Desigualdades sociais
Mortalidade por doença cardiovasculares em Porto Alegre
Bassanesi SL et al. Arq Bras Cardiol 2008;90:370-379
A situação da população indígena
• Intensas mudanças em sua relação com terra, trabalho e urbnização - afetando gravemente a saúde.
• Ganho de peso generalizado, maior que a média nacional:Xavante (Reservas Indígenas Sangradouro-Volta Grande e Pimentel Barbosa) – prevalência de obesidade em 1998-99 cerca de 25% em homens e 41% em mulheres
Gugelmin et al., 2006; Coimbra, 2005; Welch et al., 2009
2- Cenário no Brasil
Desigualdades étnicas e raciais
Sucessos
• Promoção de saúde e ação intersetorial• Controle de Tabagismo
• Atenção à saúde • Expansão e qualificação de Atenção Primária
3- Sucessos, insucessos, desafios
Sucesso: Controle do tabagismo
•Prevalências de fumo • 35% em 1989• 22% em 2003• 17% em 2009• 16% a15% de 2006 a 2010 (Vigitel)
• Essas prevalências são das mais baixas do mundo, excetuando alguns países da África.
•Declínio continuado irá requerer ações adicionais como por exemplo, o aumento do preço do cigarro.
3- Sucessos, insucessos, desafios
Sucesso: Atenção à saúde
A expansão da Estratégia Saúde da Família melhorou o acesso ao cuidado integral e contínuo, propiciando uma plataforma para a prevenção e gerenciamento das doenças crônicas.
3- Sucessos, insucessos, desafios
Schilling CM et al. Health Policy and Planning 2011 (no prelo)
Queda nas internações por condições sensíveis a atenção primária, logo após implantação do PSF em Belo Horizonte (Hospitalizações/10000)
Insucessos
• Promoção de saúde e ação intersetorial• Obesidade• Álcool
• Atenção à saúde • Longas listas de espera para assistência ambulatorial especializada, serviços de diagnóstico e cirurgias
3- Sucessos, insucessos, desafios
Insucesso: obesidadeTendências de soprepeso e obesidade no Brasil, 1974-2009
3- Sucessos, insucessos, desafios
Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/images/1699_2818_181838_579966.gif
47,252,1
14,411,4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
2020
2022
2024
2026
2028
2030
OBESIdade:
16 ANOS!
OBESIDADE +
SOBREPESO: 12 ANOS!%
27.1%
64.2%
Fonte: NUPENS/USPVIGITEL (http://portal.saude.gov.br/) BRFSS para EUA
Obesidade e sobrepeso em adultos em 27 capitais: quantos anos até alcançarmos as atuais prevalências nos EUA?
HOMENS
3- Sucessos, insucessos, desafios
Desafios
3- Sucessos, insucessos, desafios
Envelhecimento Populacional
Promoção de saúde e ação intersetorial
3- Sucessos, insucessos, desafios
Desafios
• Sal• Gordura saturada• Ácidos graxos trans• Propaganda orientada a crianças e jovens• Rótulos para alimentos• Políticas agrícolas • Avaliação do impacto na saúde de
políticas públicas de outras esferas• Deslocamentos fisicamente ativos
National Institute for Health and Clinical Excellence.
NICE public health guidance 25. June 2010
4- Conclusões e recomendações
As DCNT estão rapidamente se tornando prioridade em saúde pública no Brasil, e políticas para sua prevenção e controle têm sido implementadas.
Embora nem sempre haja uma avaliação formal, o SUS tem feito grandes avanços, entre eles a implantação de intervenções altamente custo-efetivas, como o controle do tabaco e a ampla distribuição de medicamentos àqueles que têm alto risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
Conclusões
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
4- Conclusões e recomendações
Muito mais pode ser feito!
4- Conclusões e recomendações
1- A prioridade e o apoio político para prevenir as DCNT precisam ser reforçados:
- enfatizando o controle das DCNT por medidas
populacionais, ao invés de individuais;
- ressaltando o papel das DCNT no retardo do
crescimento econômico e perpetuação da pobreza; e
- focando em intervenções custo-efetivas.
Recomendações
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
4- Conclusões e recomendações
Recomendações
2- Metas nacionais precisam ser desenvolvidas para reduzir as doenças crônicas e seus fatores de risco,
3- Ênfase especial na obesidade, e para o incremento de políticas e ações para atingi-las.
4- Garantir apoio orçamentário para as ações de promoção de saúde ePrevenção de doenças
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,
Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
4- Conclusões e recomendações
5- Intensificar estratégias intersetoriais que possam ajudar a criar um ambiente propício às escolhas saudáveis de estilo de vida
6- Enfatizar estratégias upstream, como por exemplo, aquelas para restringir a propaganda de alimentos não saudáveis para crianças
7- Atenção especial deve ser dada aos períodos críticos da vida (gravidez, primeira infância e adolescência).
Recomendações
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
4- Conclusões e recomendações
8- O SUS precisa ser fortalecido para:- oferecer assistência aos portadores de DCNT mediante modelos de atenção a condições crônicas com base em experiências locais;
- expandir e qualificar a Estratégia Saúde da Família;
- ampliar acesso a medicamentos custo-efetivos;
- viabilizar maior comunicação entre a atenção básica e outros níveis de cuidado;
- aperfeiçoar a detecção imediata e tratamento de indivíduos com cânceres potencialmente curáveis.
Recomendações
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
4- Conclusões e recomendações
9- Programar estratégias que melhorem as desigualdades em saúde
10- Expandir vínculos com instituições acadêmicas
11- Expandir a avaliação de tecnologias em saúde
Finalmente, é necessário:
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
Principais mensagens
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
• As doenças não transmissíveis (DCNT) são as principaisfontes da carga de doença no Brasil, e políticasimportantes para sua prevenção e controle têm sidoimplementadas.
• As taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares erespiratórias crônicas estão diminuindo, provavelmentecomo resultado do controle do tabagismo e do maioracesso à atenção primária.
• A epidemia de obesidade que acomete o mundo, com oconsequente crescimento da prevalência de diabetes ehipertensão, ameaça o decréscimo adicional das DCNT.
Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM,Chor D, Menezes PR. Health in Brazil 4,The Lancet, 2011
• Tendências desfavoráveis na maioria dos principaisfatores de risco mostram a necessidade de açõesadicionais e oportunas de promoção e prevenção dasaúde, especialmente na forma de legislação eregulamentação, e daquelas que permitem cuidadoscrônicos de qualidade.
• Fortalecer os vínculos entre o governo, as instituiçõesacadêmicas e a sociedade civil facilitará a resposta dasociedade ao desafio das DCNT.
Principais mensagens
Obrigada!
http://www.thelancet.com/series/health-in-brazil