48
Anexo A: Indicadores chave do desenvolvimento – desenvolvimento
social e emocional
Tabela 1
Desenvolvimento Social e Emocional
Nota: retirado de
http://www.highscope.org/file/EducationalPrograms/EarlyChildhood/KDIs_expanded2010v8.pd
fhttp://www.highscope.org/file/EducationalPrograms/EarlyChildhood/KDIs_expanded2010v8.p
df
49
Anexo B: Equipa educativa do jardim-de-infância
Tabela 2
Funções da equipa educativa, por cargos.
Nota: retirado o Projeto Educativo da instituição (2014).
Função
Diretora
e
Coordenadora
Pedagógica
Garantir a persecução do Projeto Educativo de forma dinâmica e
participativa;
Gerir as instalações, espaços e equipamentos, bem como outros recursos
educativos;
A Chefia direta de todo o Pessoal;
Fornecer o material necessário às salas;
Programar as atividades de formação e de atualização do pessoal docente e
não docente;
Promover e incentivar a participação dos pais e encarregados de educação,
dos interesses locais e da autarquia nas atividades educativas;
Elaborar ementas rotativas para toda a instituição (em conjunto com a
cozinheira)
Educadoras de
Infância
Elaborar o projeto curricular da sala;
Ser responsável pelo grupo;
Aplicar os meios educativos adequados ao desenvolvimento integral da
criança: psicomotor, afetivo, intelectual, social, moral, etc.;
Desenvolver um portfólio de documentação estruturada sobre a atividade
diária das crianças (Diário do Nauta- Fotos, dizeres, trabalhos; COR etc),
que acompanha a evolução da criança e do grupo;
Estabelecer contactos e partilhar informação com os pais no sentido de se
obter uma ação educativa integrada;
Elaborar planos semanais em articulação com a coordenação pedagógica;
Acompanhar o grupo durante as rotinas, inclusive de alimentação, higiene
e repouso; em transportes, recreios, passeios, visitas de estudo ou outras
atividades;
Zelar pelo bem-estar das crianças.
Auxiliares de Ação
Educativa
Elaborar planos de atividade para os períodos de prolongamentos,
submetendo-os à apreciação dos educadores de infância
Colaborar nas atividades educativas, auxiliando a Educadora
Participar nos registos de observação diários das Crianças -COR
Assegurar a limpeza e o bom estado da sala e da instituição em geral
Acompanhar o grupo durante as rotinas, inclusive de alimentação, higiene
e repouso, em transportes, recreios, passeios, visitas de estudo ou outras
atividades.
Cozinheira
Ser responsável por organizar, coordenar, preparar, confecionar e dirigir
os trabalhos de cozinha;
Ser responsável pela conservação de todos os alimentos entregues à
cozinha;
Garantir a qualidade na confeção e assegurar o cumprimento das normas
de higiene;
Elaborar as ementas, mensalmente, em conjunto com a Direção;
Requisitar à Direção semanalmente os géneros de que necessita para a
confeção da semana seguinte;
Manter atualizado o inventário de todo o material de cozinha;
Assegurar a limpeza da cozinha e refeitório.
50
Anexo C: Caracterização das famílias de jardim-de-infância
Tabela 3
Género, profissão dos pais e estrutura familiar, por criança em jardim-de-infância.1
Criança Género Profissão Estrutura
familiar
Âncora Feminino Técnico grafismo Nuclear2
Cadeira Feminino Consultora
Nuclear Masculino Consultor
Maçã Feminino Consultora
Nuclear Masculino Consultor
Caracol Feminino Empresária
Nuclear Masculino Empresário
Diamante Feminino Desempregada Monoparental3
Dente Feminino Professora Monoparental
Dinossauro Feminino Bancária
Nuclear Masculino Bancário
Flor Feminino Consultora
Monoparental Masculino Diretor Logística
Frasco Feminino Marketing
Nuclear Masculino Comercial
Guardanapo Feminino Professora
Nuclear Masculino Engenheiro Eletrotécnico
Jogo Feminino Médica
Nuclear Masculino Gestor
Maracujá Feminino Professora Ensino Superior
Nuclear Masculino Engenheiro Civil
Maracas Masculino Gerente
Nuclear Feminino Gestora Comercial
Folha Feminino Advogada Nuclear
1 Uma tabela semelhante não foi realizada para a creche uma vez que não me foi faculdade
informação, detalhada a cada criança, sobre a profissão dos pais e estrutura familiar. 2 Definição retirada de http://recursos.portoeditora.pt/recurso?&id=2834967 consultado a 12-04-
2014, 10:02. 3 Definição retirada de http://recursos.portoeditora.pt/recurso?&id=2834967 consultado a 12-04-
2014, 10:02.
51
Masculino Advogado
Martelo Feminino Auxiliar de ação educativa
Nuclear Masculino Chefe de Distribuição
Mar Feminino -
Nuclear Masculino -
Minhoca Feminino Arquiteta
Nuclear Masculino Designer
Vaso Feminino Socióloga
Nuclear Masculino Funcionário Publico
Pedra Feminino Comercial
Nuclear Masculino Designer
52
Anexo D: Idades das crianças em creche
Tabela 4
Idade das crianças, em meses, por sexo.
Sexo
Idade (meses) Masculino Feminino
25 1 0
26 1 0
27 1 2
28 0 1
29 3 3
30 2 3
35 0 1
Total: 18 crianças
53
Anexo E: Caracterização, ao nível das potencialidades e interesses, dos
grupos de crianças.
Tabela 5
Potencialidades e interesses dos grupos de crianças, por valência
Potencialidades e interesses do grupo de crianças
Creche
Este grupo manifesta já um domínio e vontade em desenvolver relações sociais, nomeadamente na
relação com os pares.
A M.M consegue cortar pedaços de papel, passa-os por cola tal como indicado pela I.M.
(Assistente Operacional) e cola os pedaços na sua coroa.
A M.M. oferece a sua ajuda a todos os amigos, depois de ter terminado a sua coroa. Alguns
amigos aceitam, deixando o M.M. satisfeita mas outros rejeitam a sua ajuda. Quando
rejeitada a M.M. vai ter com a I.M. e diz “a M. quer ajudar” (nota de campo 6 de janeiro)
O sentido de si próprio, um ser individual e separado dos outros, também se faz notar neste grupo. Em
diversas ocasiões as crianças utilizam o seu nome para se referir a eles próprios ou a expressão “eu”. A
satisfação na resolução de problemas que ocorrem na exploração do espaço é também evidenciada
neste grupo, tal como é possível constatar de seguida
(propus a algumas crianças que fizessem bolinhas e minhocas com a plasticina) A M.M.
agarrou na plasticina. Partiu em pedaços mais pequenos e disse “Já fiz bolinhas”. A I.M.
disse “Não M.. Para fazeres bolinhas tens de fazer assim (demonstrou como se faz
bolinhas)”. A M.M. reproduziu o que a I.M. fez, e conseguiu fazer bolinhas. “Já fiz
bolinhas” disse novamente. “Boa!” disse a I.M.
A M.G. agarra na plasticina. Parte em pedaços mais pequenos e faz duas bolas. Diz “fiz
bolinhas” a todos os amigos que estavam na mesa. Agarra noutro pedaço de plasticina e faz
“cobras”. “Olha cobrinhas” disse para mim. Respondi “Boa M.G.. Já sabes fazer
cobrinhas”. (A M.G. também se mostrou muito satisfeita com a sua autonomia na
construção das minhocas) (nota de campo de dia 8 de janeiro)´
A representação criativa, nomeadamente o “faz de conta”, estava presente em inúmeras situações da
rotina das crianças. Estas tinham a capacidade de recriar ações familiares como embalar e deitar os
bonecos, falar ao telefone e ler histórias.
A L. falou ao telefone durante bastante tempo. Desligava a “chamada” e ligava
novamente. (estava totalmente envolvida na atividade, pelo que não se distraiu uma única
vez)
Após isso foi deitar os bebés na cama. Aconchegou-os e pediu aos outros amigos que
estavam na casinha para fazerem silêncio (colocou o dedo indicador em frente da boca e
disse chiu muito baixinho).
54
Passado algum tempo foi acordar o bebé, sentou-o numa das cadeiras da casinha,
empurrou-a, como se de uma cadeirinha de bebé se tratasse, e deslocou-se pela sala.
Foi até à zona da biblioteca, agarrou num livro, sentou-se com o bebé ao colo e conto-lhe
uma história. (nota de campo de dia 7 de janeiro)
Brincadeira livre na sala de atividades (antes do reforço da manhã):
(casinha das bonecas) O D.C. está a brincar na casinha. Coloca os pratos na mesa e as
colheres na mesa. Retira-os e coloca-os no fogão. O L.P. juntou-se ao D.C. na colocação
dos pratos na mesa. O L.P. coloca algumas frutas e legumes nos pratos. A L.E. também se
encontra na casinha. Agarra no telemóvel e coloca-o junto da orelha, pronunciando
algumas palavras que não consigo descriminar uma vez que me encontro distante. Agarra
numa mochila e coloca-a às costas com alguma dificuldade. Agarra num nenuco e sai da
casinha. Retorna, coloca o bebé na cama, coloca novamente o telemóvel junto à orelha e
fala, gesticulando.
(Tapete junto à biblioteca) A M.G. está sentada, sobre uma almofada, a “ler” para a L.S.,
o G. e D.P.. Ficaram a ouvir a M.G. durante algum tempo, mas após isso a D.P. começou
a brincar com o seu boneco (que trouxe de casa), o G. e a L.S. foram buscar cada um livro
para sim. O D.H.♂ e a D.H.♀ brincam junto do tapete, mas com algumas peças de lego
juntamente com o D.K..(nota de campo de dia 13 de janeiro)
Por fim, a comunicação e linguagem, nomeadamente a comunicação verbal já estava desenvolvida na
maioria das crianças. Estas já se expressavam oralmente sem dificuldade. Algumas crianças já
conseguiam referenciar objetos e acontecimentos com precisão, não necessitando do contacto direto
com os mesmos
Jardim-de-infância
A iniciativa, o envolvimento, o planeamento e o jogo cooperativo são os indicadores mais observados
e mais significativos para a caracterização deste grupo. Estes demonstram-se sempre muito
participativos e interessados nas atividades propostas pelos adultos, dando sempre o seu contributo
para o desenvolvimento da atividade ou até mesmo contribuindo na proposta de novas atividades,
demonstrando assim interesse em participar em rotinas de grupo (Hohmann & Weikart, 2011, p.456).
A resolução de problemas é também um dos pontos fortes deste grupo uma vez que, em reflexo do
modelo utilizado na instituição, estas crianças têm uma capacidade excecional em resolver os seus
conflitos através do diálogo bem como apoiar os colegas na resolução dos seus problemas.
As crianças fazem o planeamento da manhã. A Maçã escolhe ir brincar para o computador
com o Âncora. O Âncora ajuda-a a fazer as atividades do computador. (nota de campo de
dia 17 de fevereiro)
A Maracujá está a brincar com a Cadeira e com a Maçã no tapete.
Vá, vamos dormir. - disse a Maracujá
Deitam-se as três com a cabeça na almofada. A cadeira e a maçã têm dois bonecos que
também estão a dormir junto das mesmas.
A Cadeira bate na Maracujá. A Maracujá conversa com a mesma, de forma calma, dizendo
que não pode bater. A Cadeira pára, e volta a deitar-se. (nota de campo de dia 20 de
fevereiro)
55
Por fim, mas não menos relevante, algumas crianças deste grupo manifestam já conhecimentos em
relação à escrita sendo que algumas crianças iniciaram já a exploração da escrita, desassociada à cópia
A Maracujá tenta escrever a palavra computador.
-Olha Joana. Está aqui (a) escrito computador. Olha, aqui está um [t] e o [ ɒ]. Como se
escreve o som [r]?
(a) Palavra computador
(nota de campo de dia 3 de abril)
56
Anexo F: Idade das crianças em Jardim-de-infância
Tabela 6
Idade das crianças, em anos, por sexo.
Sexo
Idade (anos) Masculino Feminino
3 1 2
4 9 4
5 0 3
Total: 19 crianças
57
Anexo G: Caracterização, com base nas fragilidades, dos grupos de
crianças.
Tabela 7
Fragilidades do grupo de criança, por valências.
Fragilidades do grupo de crianças
Creche
Este grupo de crianças, em reflexo do seu nível de desenvolvimento, apresenta alguma resolução de
conflitos associada a agressões.
O D.K. está a brincar com uma mota pela sala. O D.T. observa-o. O D.T. dirige-se ao
D.K. e puxa-lhe o brinquedo da mão. O D.K. agarra o brinquedo com mais força, começa
a ficar vermelho e chora. O D.T. chora também, não consegue o brinquedo. O D.T. vê
outro brinquedo, deixa de chorar. (nota de campo de dia 23 de janeiro)
No decorrer da hora de almoço e no momento de contar histórias, este grupo demonstra também
alguma incapacidade em manter-se sentado, mesmo que num período curto de tempo. Este
comportamento é evidenciado, mais especificamente em algumas crianças, sendo que outras já
conseguem manter o nível de atenção durante um período curto de tempo.
Observo novamente que as crianças se levantam sistematicamente da mesa sem
autorização. Desta vez a assistente operacional I.M. repreende uma das crianças, de forma
calma, explicando-lhe que durante o almoço não pode estar em pé, mas que quando
acabar de comer pode levantar-se para colocar o prato para lavar. (nota de campo de dia
10 de dezembro)
O D.C. levantou-se durante a refeição. Entrevi explicando-lhe que durante a refeição
temos de estar sentados nas cadeiras e que só depois de comer a fruta nos podemos
levantar. Este sentou-se. Passado poucos minutos estava em pé novamente.
A M.M. levantou-se durante a refeição e a I.M. sentou-se perto da mesma de modo a
corrigir este comportamento que se demonstra sistemático (nota de campo de dia 13 de
dezembro)
Jardim de Infância
Este grupo de crianças revela algumas fragilidades, nomeadamente ao nível da atenção nos momentos
de roda. Em diversas ocasiões, os adultos, após conversarem com as crianças, questionam-nas sobre o
que acabaram de ouvir e a grande maioria não consegue responder, afirmando que não se recorda.
A par disso, e no momento de almoço, as crianças têm uma grande tendência para conversas o que
resulta num grande atraso no início do momento que se segue – higiene.
Nos momentos de arrumação, este grupo demonstra também algum desinteresse em realizar a tarefa
argumentando que “precisa de ir à casa de banho” ou deslocando-se para outra área, que esteja mais
arrumada.
Por fim, este grupo revela ainda algum “desrespeito” pelos livros, chegando algumas crianças a rasgá-
los ou pisá-los quando se encontram no chão.
58
Anexo H: Intenções pedagógicas das educadoras cooperantes
Tabela 8
Intenção pedagógicas das educadoras cooperantes
Intenções pedagógicas das educadoras cooperantes
Creche Jardim de Infância
Era objetivo da educadora, e uma vez que na sala
coabitavam inúmeras culturas, promover o
diálogo e partilha de experiências da criança
diariamente com os pais para que fosse possível
a identificação de raízes e
hábitos culturais, saberes,
valores e necessidades das
crianças e das populações (…) e
contribuição para a
consciencialização de direitos
sociais e humanos inerentes na
nossa sociedade (P.C.G.,p. 4)
.
Estas finalidades educativas, enunciadas pela
educadora responsável da sala, refletiam a sua
intenção em atingir as metas
promover o sucesso educativo
das crianças de forma a garantir
a descoberta e o
desenvolvimento dos seus
interesses e aptidões, a
capacidade de raciocínio,
memória e espírito crítico,
criatividade; promover e facilitar
a integração das crianças na vida
social e escolar; promover a
autoestima e confiança das
crianças; e sensibilizar os
encarregados de educação e a
comunidade para uma
participação mais ativa na vida
escolar” (P.C.G.,p. 5)
A educadora define algumas intenções educativas
para o desenvolvimento da criança, tendo como
premissas os objetivos em High/Scope para a
educação pré-escolar, destacando-se
que as crianças aprendam
através de um envolvimento
activo com pessoas, materiais,
eventos e ideias; que se tornem
independentes, responsáveis e
confiantes, prontas para a escola
e para a vida; (e) que aprendam
a planear muitas das suas
próprias atividades, levá-las a
cabo e falar com os outros
acerca do que fizeram e
aprenderam. (PCG, p.4)
Estratégias para a criação de um clima de apoio e
para a organização do espaço e materiais:
No que diz respeito à criação de um clima de
apoio a educadora refere, no PCG, que a
aprendizagem pela ação está dependente das
interações positivas entre o adulto e a criança.
Desse modo é seu propósito “criar um clima
apoiante, securizante” (p.5) promovendo
estratégias de interação positiva através da
partilha de controlo, da resolução de problemas e
na promoção de relações genuínas com as
crianças e entre as crianças.
Relativamente à organização do espaço e
materiais, a educadora pretendeu criar um espaço
“estruturado e organizado, mas ao mesmo tempo
(…) flexível, permitindo que as crianças
transportem objectos e os explorem livremente”.
(p.5)
59
Anexo I: Dia típico no contexto de creche e jardim-de-infância
Creche
8h- De manhã quando as crianças chegam uma das assistentes operacionais ou a
educadora está prontamente para os receber e conversar com os pais, sendo assim feito o
acolhimento. As crianças brincam livremente na sala de atividades.
9h- É hora do reforço da manhã. Este reforço e dado no refeitório da sala. Após o mesmo
retornam à sala e às brincadeiras que deixaram pendentes ou para atividades programadas
pela educadora.
10h- A auxiliar começa a cantar “Vamos arrumar, começa devagar. Depois de começar
já não podes mais parar.” Nesse momento as crianças começam a arrumar a sala
10:30h- Dá-se o momento de higiene que antecede o almoço. As crianças lavam as mãos,
com o apoio de um adulto e colocam o babete.
11h- Deslocam-se para o refeitório e começam a almoçar. Aos pontos, e à medida que
terminam as crianças levantam-se, colocam o guardanapo no lixo e os talhetes, prato e
copo para lavar. Pedem ajuda ao adulto para retirar o babate, colocam-no no cesto para
lavar e retomam ao seu lugar até um dos adultos anunciar que se podem levar para irem
para o bacio.
11:45h- As crianças sentam-se no bacio. Após isso, colocam a fralda e realizam a higiene
das mãos e cara para irem para a cama.
12h- É hora de ir dormir. As crianças retiram os sapatos e colocam-nos no fundo da cama.
15:30h- Está na hora de acordar. Os adultos abrem as persianas lentamente e começam a
acorda as crianças.
15:45h- Começam-se a mudar a fraldas e ir ao bacio. Após isso colocam-se os babetes
para ir lanchar.
16h- Está na hora do lanche. Tal como na hora do almoço as crianças deslocam-se para o
refeitório. À medida que vão terminando o lanche levantam-se e limpam o seu lugar.
Sentam-se novamente e aguardam que um adulto as chame para retomarem à sala.
16:45h- É tempo de brincar pela sala. As crianças exploram o espaço e os brinquedos até
os familiares as virem buscar.
Jardim de Infância
60
9h – Inicia-se o momento do acolhimento e a leitura do quadro das mensagens. Neste
quadro surgem as mensagens que revelam alguns dos acontecimentos que irão marcar
esse dia, mensagens essas escritas de diversas formas (através de palavras, símbolos,
desenhos ou objetos) para que todas as crianças, independentemente do seu nível de
literacia, as consigam ler e decifrar. Neste momento o adulto coloca o nome e símbolo de
algumas crianças no quadro escondendo as mensagens por baixo. A leitura deste quadro
é feita pela ordem das mensagens, podendo existir seis mensagens por dia. As crianças
ao ver o seu nome no quadro dirigem-se ao mesmo, segundo a ordem apresentada,
descobrindo qual é a mensagem escondida e anunciando-a aos restantes colegas. 9:20h –
Após a leitura do quadro, prosseguimos para o momento de escolha livre (Planear – Fazer
– Rever). Neste momento, as crianças escolhem que área quer frequentar e que atividades
querem desenvolver, tendo total liberdade nessa escolha. O adulto pode aproveitar o
Fazer para propor às crianças novas atividades, de cariz individual, ou desenvolver um
acompanhamento mais específico de uma criança As crianças podem mudar de área
sempre que desejarem sem terem de informar o adulto, sendo que no tempo do Rever
fazem uma reflexão das ações e experiências vividas nesse período narrando essas
mesmas mudanças e motivos. Este último momento – o Rever – é realizado em pequenos
grupos, já predefinidos e fixos até ao final do ano.
11h – Segue-se o tempo de grande grupo, onde as crianças têm a oportunidade de interagir
com os restantes colegas em atividades planeadas pelos adultos, tendo em conta os
interesses das crianças.
11:10h – O tempo de pequeno grupo, também planeados pelos adultos, é o momento da
rotina que se segue. Neste as crianças têm a oportunidade de experimentar e explorar
materiais familiares ou novos, segundo a proposta do adulto, sendo que são sempre
acompanhados pelo mesmo no desenvolvimento das atividades. Este pequeno grupo, e
tal como já enunciado acima, mantem-se inalterado até ao final do ano sendo, o adulto
que acompanha o grupo, também o mesmo ao longo do ano. Sempre que possível, após
o pequeno grupo as crianças têm a oportunidade de explorarem o espaço exterior.
12h – Após as atividades da manhã segue-se o momento da higiene, onde as crianças
lavam as mãos e se dirigem para o refeitório onde irão almoçar.
13h – Após o almoço algumas crianças vão dormir mas outras dirigem-se para a sala do
JI3 (sala dos cinco anos) onde realizam diversas atividades, sendo um tempo semelhante
ao tempo do Fazer. Após este período de repouso a rotina repete-se, ou seja, há
novamente um tempo de grande grupo e pequeno grupo.
61
16h – O lanche é o momento que se segue, também ele realizado no refeitório. Após o
mesmo as crianças dirigem-se novamente para a sala onde se inicia o momento de Fazer
até à vinda de um familiar.
62
Anexo J: Organização do espaço sala por áreas, em creche
Tabela 9
Objetivos, funções e regras de acesso subjacentes às áreas de interesse nas valências de creche
Áreas de
interesse
Objetivos Funções prévias Regras de
acesso
Outras funções
Área da
biblioteca
Potenciar:
- o gosto pelos
livros;
- a expansão do
capital lexical
Exploração de livros:
- álbuns puros
- álbuns narrativos
- Acesso não
condicionado
- Partilhar os
objetos com os
restantes
colegas
presentes na
área.
- Arrumar a
área após
brincar.
- Local de ações
coletivas
nomeadamente
o acolhimento e
pequenas
reuniões.
Área dos jogos
de encaixe
Potenciar o
desenvolvimento:
- motricidade
fina
- coordenação
oculo-manual
Exploração de jogos de
encaixe.
- Acesso não
condicionado
- Partilhar os
objetos com os
restantes
colegas
presentes na
área.
- Arrumar a
área após
brincar.
Área da
casinha
Potenciar o
desenvolvimento
do jogo
simbólico.
Exploração do faz de
conta, nomeadamente:
- Papéis familiares
- Tarefas domésticas
- Acesso não
condicionado
- Partilhar os
objetos com os
restantes
colegas
presentes na
área.
- Arrumar a
área após
brincar.
Área da
garagem
Potenciar o
desenvolvimento
do jogo
simbólico.
Exploração de diversos
meios de transporte:
carros, aviões, motas,
entre outros.
- Acesso não
condicionado
- Partilhar os
objetos com os
restantes
colegas
presentes na
área.
- Arrumar a
área após
brincar.
63
Área das
construções
Potenciar o
desenvolvimento:
- de noções de
lateralidade,
quantidade e
movimento.
- Motricidade
fina e grossa
Exploração de peças de
lego e outras peças de
construção e encaixe
- Acesso não
condicionado
- Partilhar os
objetos com os
restantes
colegas
presentes na
área.
- Arrumar a
área após
brincar.
Nota: Adaptado de Ferreira (2004), autoria própria
64
Anexo K: Organização do espaço sala por áreas, em jardim-de-
infância
Tabela 10
Objetivos, funções e regras de acesso subjacentes às áreas de interesse nas valências de creche
Áreas de
interesse
Objetivos Funções prévias Regras de
acesso
Outras funções
Área dos
blocos
Potenciar o
desenvolvimento:
- de noções de
lateralidade,
quantidade,
tamanho,
comprimento,
distância e
movimento.
- do jogo simbólico.
- Exploração de
- blocos e outros
materiais de construção
- figuras humanas de
pequenas dimensões
- figuras animais de
pequenas dimensões.
- carros
- Acesso não
condicionado
- Partilhar os
objetos com os
restantes
colegas
presentes na
área.
- Arrumar a
área após
brincar.
Área da casa Potenciar o
desenvolvimento do
jogo simbólico.
- Exploração do faz de
conta, nomeadamente:
- Papéis familiares
- Tarefas domésticas
- Papéis do imaginário
(piratas, princesas … )
- Acesso não
condicionado.
- Partilhar os
objetos com os
restantes
colegas
presentes na
área.
- Arrumar a
área após
brincar.
Área das
artes
Potenciar o
desenvolvimento da
imaginação,
criatividade e
sentido estético.
- Exploração de
diferentes materiais e
técnicas de expressão
plástica como:
- pintar, colar, recortar,
desenhar, modelar,
moldar/amassar, criar
dimensional e
tridimensionalmente.
- Uma criança
em cada
cadeira.
- No máximo
oito crianças em
simultâneo,
- Partilhar dos
materiais
disponíveis.
-Arrumar a área
após brincar.
- Local de ações
coletivas
nomeadamente
a realização dos
pequenos
grupos e
revisão.
Área dos
jogos
Potenciar o
desenvolvimento:
- raciocínio lógico
- motricidade fina
- conceitos de
classificação,
seriação, agrupação
e contagem.
- Exploração de jogos
- matemáticos
- conhecimento do
mundo.
- Acesso não
condicionado
- Partilhar os
objetos com os
restantes
colegas
presentes na
área.
- Arrumar a
área após
brincar.
65
Área dos
livros e
escrita
Potenciar o desejo
de iniciação á escrita
e à leitura. Promover
o contacto com a
escrita.
- Exploração de livros,
revistas e imagens - ler,
ver, contar, recontar.
- Exploração de jogos
de iniciação à escrita.
- Acesso não
condicionado
- Partilhar os
objetos com os
restantes
colegas
presentes na
área.
- Arrumar a
área após
brincar.
- Local de
acolhimento,
leitura do
quadro das
mensagens e
revisão.
Área do
computador
Potenciar o
desenvolvimento da
motricidade fina.
Promover o contacto
com a escrita através
de jogos interativos.
- Exploração de jogos
interativos
- Apenas duas
crianças.
- Arrumar a
área após
brincar.
Área da
Música e
Movimento
Potenciar o
desenvolvimento
- da motricidade fina
e grossa
- da exploração
musical.
- Exploração de músicas
e canções - ouvir,
cantar, dançar e criar.
- Acesso não
condicionado
- Local de ações
coletivas como
o grande grupo.
Nota: Adaptado de Ferreira (2004), autoria própria
66
Anexo L: Notas de campo
Nota de campo de jardim-de-infância de dia 21 de Maio
Enquanto colocava as mensagens no quadro das mensagens a Maracujá vem junto
a mim e diz baixinho: - Joana, acho que te enganaste. O grupo do carro não tem
Inglês no dia de Dança. Quem tem é o grupo do balão
67
Anexo M: A manta das histórias
A manta das histórias tinha como objetivos iniciais i) apelar à responsabilização,
por parte das crianças, em relação aos livros; ii) despertar o gosto e curiosidade pela
leitura e proporcionar atividades diversificadas e iii) estimulantes que potenciassem o
desenvolvimento de competências nas crianças. Inicialmente a manta existia apenas como
um material, uma forma de introduzir de forma criativa e estruturada as atividades. Mas,
ao longo da PPS, as crianças demostraram interesse em construir a sua própria manta –
manta da sala – para que eles pudessem também partilhar objetos ou histórias com os seus
pares. Dessa forma, no mês final da PPS iniciamos a construção da manta da sala.
Figura 1: Planeamento da construção da manta
Esta atividade possibilitou que as crianças planeassem em conjunto, fomentando
a cooperação e trabalho em equipa, mas também necessitou da negociação entre todos
uma vez que foi necessário gerir que tecidos eram escolhidos para a manta e em que local
se iria colocar.
Em paralelo, a concretização desta manta permitiu também uma valorização da
individualidade de cada criança, uma vez que tinham a oportunidade de partilhar com os
pares algo que fosse significativo para eles. Dessa forma, após o quadro das mensagens,
as crianças iam buscar a manta e cada uma partilhava com os amigos um objeto ou uma
história que quisesse mostrar/contar.
68
Anexo N: Dias da semana
Com recurso a rolos de papel higiénico forrados com papel colorido, procedi à
criação dos dias da semana. Cada dia está identificado pelo respetivo nome segunda-feira;
terça-feira … - bem como uma cor associada - ou seja, segunda-feira é verde, terça-feira
é laranja … - para que as crianças conseguissem mais facilmente compreender a
sequência dos dias bem como o respetivo nome da mesma. Em cada rolo existe um pedaço
de velcro onde é possível colocar uma seta, indicando o respetivo dia da semana.
Este material foi imediatamente compreendido pelas crianças e estas,
autonomamente, iniciaram a mudança de dia. Este material foi ainda associado às
diferentes rotinas das crianças, também autonomamente pelas mesmas. “Hoje é segunda-
feira, é verde. E já sei que o amarelo é dia de natação. Vaso, 4 anos”
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Anexo O: Carta de apresentação
Creche
Caros Encarregados de Educação,
O meu nome é Joana Moura, e sou estagiária da
Escola Superior de Educação de Lisboa (ESELx).
Estou a tirar o mestrado em Educação Pré-escolar e,
no período de 9 de dezembro a 13 de dezembro e de
6 de janeiro a 31 de janeiro, estarei nesta sala de creche a realizar a minha prática profissional
supervisionada.
Espero corresponder às vossas espectativas, e sempre que necessitarem de algum esclarecimento
em relação à minha prática podem vir sempre conversar comigo.
10 de dezembro de 2013
Joana Filipa Magalhães Moura
Jardim-de-Infância
Caros Pais,
O meu nome é Joana Moura, e sou estagiária da
Escola Superior de Educação de Lisboa (ESELx).
Estou a tirar o mestrado em Educação Pré-escolar e,
no período de 10 de Fevereiro a 23 de Maio, estarei na sala . . . a realizar a minha prática
profissional supervisionada.
Irei realizar alguns projetos com o grupo, bem como atividades na rotina diária.
Espero poder contar com a vossa ajuda durante este período, e sempre que necessitarem de algum
esclarecimento em relação à minha prática podem vir sempre conversar comigo.
Obrigada,
12 de Fevereiro de 2014
Joana Filipa Magalhães Moura
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Anexo P: Carta enviada aos pais sobre o baú das máscaras
Pais,
Decidimos construir um baú das máscaras para nos podermos mascarar na sala.
Gostávamos de pedir a vossa ajuda para rechear a nossa caixa por isso, se puderem
trazer alguns materiais para colocar no nosso baú, precisamos:
Roupa, que já não usem;
Máscaras
Acessórios, como óculos, sapatos e chapéus.
Se puderem participar na construção do nosso baú pedimos que tragam os materiais até
dia 28 de janeiro.
Obrigada pela atenção disponibilizada
17 de janeiro de 2014
Joana Moura (estagiária)
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Anexo Q: Descrição dos momentos em High/Scope
Breve caracterização dos tempos existentes no modelo curricular High/Scope, com base
no manual “Educar a Criança”.
Planear/Rever/Fazer – As crianças escolhem que área quer frequentar e que atividades
querem desenvolver, tendo total liberdade nessa escolha. O adulto pode aproveitar o Fazer
para propor às crianças novas atividades, de cariz individual, ou desenvolver um
acompanhamento mais específico de uma criança. As crianças podem mudar de área
sempre que desejarem sem terem de informar o adulto, sendo que no tempo do Rever
fazem uma reflexão das ações e experiências vividas nesse período narrando essas
mesmas mudanças e motivos. Este último momento – o Rever – é realizado em pequenos
grupos, já predefinidos e fixos até ao final do ano. No rever as crianças refletem sobre o
que fizeram no tempo do fazer - de decisões tomaram, que atividades realizaram e em
que áreas estiverem – partilhando as suas reflexões com o grupo.
Tempos de pequeno grupo – As crianças têm a oportunidade de experimentar e explorar
materiais familiares ou novos, segundo a proposta do adulto, baseada nos interesses do
grupo, tendo um acompanhamento constante do mesmo no desenvolvimento das
atividades. Neste tempo todas as crianças devem ter acesso aos mesmos materiais.
Tempos de grande grupo – as crianças têm a oportunidade de interagir com os restantes
colegas em atividades planeadas pelos adultos, tendo em conta os interesses das crianças.
Este tempo tem como objetivo primordial que as crianças experimentem o
companheirismo, partilha de informações e a vida em comunidade.