A morte liberta o escravo,
A morte submete o rei e papa
E paga a cada um seu salário,
E devolve ao pobre o que ele perde
E toma ao rico o que ele abocanha.
Hélinand de Froidmont,
em ‘Os Versos da Morte’
Políticos de um partido qualquer,
comemoram uma vitória qualquer,
numa eleição qualquer...
Que diferença faz...?
Cada vez mais imersa em
escândalos, falcatruas e no seu
eterno teatro de vaidades, a
política partidária se distancia
cada vez mais daqueles a quem
deveria servir: o povo...
As bolsas de valores
comemoram os crescentes
lucros obtidos com
rentáveis ações.
É a festa dos ricos,
cada vez mais ricos...
Enquanto isso, no outro extremo, a vã espera por qualquer resto, migalha
ou sobra que possa atenuar a fome...
Separados pelo abismo,
dois mundos diferentes:
- de um lado, o nosso mundo, o dos
abençoados pelo destino;
- do outro, o triste mundo da grande
maioria de excluídos, esquecidos, ignorados
pelo destino...
Enquanto a maioria prefere ignorar o que se
passa do outro lado do abismo, existem, -
ainda bem -, aqueles que enxergam além,
se preocupam, e tentam construir pontes.
E uma destas pessoas
se chama Angelina,
‘pequeno anjo’ em italiano.
O que leva uma jovem atriz a abdicar de todo conforto, e viajar meio mundo para aliviar com seu abraço um
coração entristecido...?
O garoto africano, de sete anos de idade, traumatizado pelos tantos conflitos tribais que já presenciou, vive excessivamente agitado, motivo pelo qual sua família o mantém amarrado o tempo todo.
Durante a visita, diante do carinho e do abraço, aquietou-se...
Há sete anos envolvida em trabalhos humanitários, Angelina Jolie conta que durante os primeiros dois anos chorava continuamente durante as viagens.
Hoje, diz que aprendeu a controlar melhor o sentimento de desespero diante de tamanha miséria, e que busca meios que viabilizem uma solução para
os tantos problemas encontrados.
Como embaixadora da boa vontade das Nações Unidas, ela tem percorrido
dezenas de países:
Chade, Costa Rica, Índia, Paquistão, Líbano, Sudão, Tailândia, Sri Lanka,
Tanzânia, Equador, Namíbia, Camboja, Serra Leoa, entre outros.
A primeira pessoa a ser agraciada com o título de “Cidadã do Mundo”,
conferido pelas Nações Unidas.
Na foto ao lado, em Nova Delhi, Índia, durante uma visita a crianças refugiadas afegãs.
Ajudando a construir cabanas para refugiados,
na Tanzânia.
“Eu não me sinto apenas
americana, mas também
cidadã do mundo.”
Angelina Jolie foi escolhida pela revista Time como a segunda mulher
mais influente do globo.
Além de emprestar sua imagem, e doar seu tempo e dinheiro a refugiados e órfãos, ela procura levar a realidade que vivencia nas suas viagens até os líderes mundiais e governantes dos países ricos, propondo soluções e
cobrando ações.
Segundo a reportagem da revista Time, doa um terço de seus rendimentos em
prol das causas humanitárias.
Chamar a atenção do mundo às causas humanitárias, envolvendo-se intensamente em cada projeto, também tem seus riscos.
Enquanto visitava Angola juntamente com a Unicef, após a guerra em 2002, foi contaminada gravemente pela malária, chegando a quase perder a audição.
Na época, ao comentar o episódio numa entrevista, afirmou:
“Existem alguns riscos que são dignos
de se correr, porém o medo de riscos
é indesculpável.
Você tem que defender aquilo
em que você acredita.”
Numa outra entrevista, ela afirma que durante a adolescência era um tanto rebelde, e que não conseguia se imaginar constituindo família algum dia. Acrescenta que a oportunidade de colaborar para uma causa mais nobre mudou toda a sua maneira de enxergar a vida.
“O que eu tenho feito tem
me dado uma nova
perspectiva e me levado a
descobrir um outro mundo,
de dor e medo.
Alcançar o próximo me
conduziu a uma vida de
significado”.
Certa vez, interrogada por um jornalista sobre as suas motivações humanitárias, respondeu:
Com Maddox, um
de seus três
filhos adotivos.
"Gostaria que Maddox se recordasse de mim não apenas como uma atriz que atuou bem e que por isso ganhou prêmios, mas também como alguém que se preocupou
com os outros e que fez, ou que pelo menos tentou, com que o mundo fosse melhor para os outros".
Angelina representa este momento de ressaca e digestão dos tempos de excesso, em que questões antes tidas como públicas viram responsabilidade pessoal.
Camila Piza, psicóloga
Sexy sem ser vulgar, Angelina concentra a versatilidade do papel feminino contemporâneo. Suas mil faces não deixam espaço para a imagem certinha. É o novo tipo de celebridade. Enfim, uma heroína de carne e osso.
Dario Caldas, sociólogo
Guerreira e frágil, a diva ambígua constrói, com um velho coração maternal, uma nova família multiracial.
Revista Veja
Uma heroína com os olhos voltados para o mundo real, que ela tenta melhorar com compaixão e bravura.
As premiações, o Oscar e o Globo de Ouro que ela acumula, os filmes e os festivais... Tudo isso passará...
Porém, o amor, a solidariedade, a generosidade e a compaixão... São estes os bens eternos, que para sempre acompanharão aqueles que os manifestam...
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