Percepção interpessoal
Não vemos as pessoas como são, mas a partir do que significam
para nós
Objetivos
• Compreender os fatores que influenciam nossa percepção das outras pessoas
• Compreender a maneira pela qual as percepções das outras pessoas, particularmente as 1as impressões, influenciam as relações interpessoais
• Explorar métodos de dar e receber feedback através do compartilhamento de percepções que as pessoas possuem umas das outras
Percepção interpessoal
• Não captamos com exatidão o que está “lá fora”
• Vemos o que queremos ou precisamos ver para nos defender ou aproximar de nossos alvos
• Respondemos diferentemente, segundo os significados que atribuímos aos elementos dos eventos percebidos
• O mundo é, portanto, para cada um de nós, relativo e idiossincrático
Percepção interpessoal (categorias)
• A compreensão do mundo é possível através de uma organização de nossas experiências (em categorias e conceitos)
• Há dimensões a partir da quais categorizamos (ex: amor/ódio; quente/frio)
• Cada um tem seu próprio conjunto de categorias e conceitos que usa para interpretar e inferir sobre o comportamento do outro
Percepção interpessoal (categorias)
• Nossas preferências conceituais geralmente relacionam-se com nossa motivação– Ex: pessoas com grande motivação para
associação podem tender a ver o mundo em termos de amor e ódio, aceitação e rejeição. Podem ser relativamente insensíveis para assuntos de liderança ou excelência
– Um administrador com este perfil pode estar mais preocupado com as relações interpessoais que com o desempenho (resultado). Isto pode ser um problema em um momento de crise
Líder eficiente Líder ineficiente
Percebe várias dimensões
Percebe uma dimensão (capacidade global)
Ex: identifica quem dribla bem, passa bem, joga bem sobre pressão
Ex: identifica bons jogadores, mas de forma geral, sem perceber características específicas
Grande número de esquemas conceituais
Poucos esquemas conceituais
Fonte: Fiedler, F.E. 1958. Leader Attitudes and Group Effectiveness. University of Illinois Press
Percepção interpessoal (sistema conceitual)
• Esquemas conceituais não existem isoladamente, ligam-se uns aos outros por redes de relações
• Conceitos que usamos para compreender uma situação, mais as relações entres os conceitos formam um sistema conceitual (ou mapa cognitivo)
Percepção interpessoal (sistema conceitual)
• A localização de um evento em um conceito estabelece sua posição na rede de conceitos
• Assim, é quase impossível tomar informações sobre características de uma pessoa ou evento sem que haja um grande número de implicações sobre outras características
• Ex: ao pensar uma pessoa como cientista ou esposa, imediatamente é evocada uma rede de expectativas sobre diversas outras características da pessoa
“Pessoas afetuosas e amigáveis são usualmente confiantes e, portanto, são
frequentemente enganadas pelos outros”
• Exemplo de sistema conceitual ligando os conceitos de amizade, afeto, confiança nos outros e propensão para a decepção
Percepção interpessoal (sistema conceitual)
• Sistemas conceituais (mapas cognitivos) são muito relevantes, pois capacitam-nos a organizar as experiências que temos a cada dia (são parte importante de nossa personalidade)
• Sem eles, estaríamos no caos
Percepção interpessoal (sistema conceitual)
• Nossos sistemas conceituais nos servem continuamente e muitas vezes não os verificamos novamente (esterótipos)
• Somos cautelosos frente a informações que não se ajustem aos sistemas conceituais e, podemos chegar ao extremo de ignorá-las ou distorcê-las para que se adequem ao sistema
Percepção interpessoal (sistema conceitual)
• Sistemas, portanto, são filtros que bloqueiam o que não queremos perceber e facilitam a passagem do que queremos
• Quanto mais próximos estivermos dos sistemas conceituais ligados às nossas autopercepções e nossas relações com outras pessoas, é maior a probabilidade que apelemos para essas telas defensivas
Percepção interpessoal (meio como normatizador)
• Normas sociais operam no sentido de preservar os padrões de interação e percepções existentes
• Quando uma pessoa se comporta diferente do seu “padrão” as pressões sociais são mobilizadas para forçá-lo a voltar ao seu papel
• Em situações sociais tendemos a manter nossa auto-imagem e a auto-imagem dos outros que nos é apresentada (o oposto da identidade metamorfose de Ciampa)
Percepção interpessoal (meio como normatizador)
• Resistimos a avisar alguém com uma sujeira de comida no rosto porque supomos que isso não é parte da imagem que ele deseja apresentar e não queremos que fique envergonhado
• Essa norma de interação conservadora tende a diminuir a precisão de nossas percepções interpessoais ao abandonarmos oportunidades de testar a precisão de nossa percepção dos outros
Percepção interpessoal (meio como normatizador)
• Se alguém que apresenta como líder é difícil dizer-lhe que não nos sentimos seus seguidores. Assim, fazemos com que os outros nos neguem informação sobre seus verdadeiros pensamentos e sentimentos, devido à fachada que apresentamos
Janela Johari
Conhecido para a pessoa
Desconhecido para a pessoa
Conhecido pelos outros
Área aberta(eu e outros
partilhamos a mesma percepção)
Área cega (necessário feedback
para que eu enxergue)
Desconhecido pelos outros
Área oculta(falso eu; luto para
manter)
Área desconhecida(nem eu nem outros
conhecemos)
Janela Johari
• Área aberta eu e outros partilhamos a mesma percepção
• Área desconhecida nem eu nem outros conhecemos
• Área oculta falso eu; luto para manter para que os outros não vejo meu “eu real” (inseguro que “vende” a imagem de segurança)
• Área cega outros percebem em mim, mas eu não percebo (minha ansiedade reduz minha eficiência, mas eu não vejo ou não admito para mim mesmo; e as pessoas não me contam)
Janela Johari
• Oculta aberta: necessário segurança psicológica para compartilhar autopercepções com outros
• Cega aberta: necessário feedback dos outros sobre como me vêem; necessário segurança psicológica para não reagir defensivamente às informações
• Apenas quando nos movemos de áreas ocultas e cegas para abertas que um verdadeiro compartilhamento de percepções e compreensão pode desenvolver-se
Atividade
• Grupos de 4 ou 5
• Preencher modelo de matriz perceptual de acordo com as instruções (faça-o rapidamente; registre o primeiro pensamento; não interaja com os colegas)
Membro
Categoria
Como você vê
a si mesmo
Como você vê
A
Como você vê
B
Como você vê
C
Como você vê
D
5-6 palavras
Animal
Instrumento musical
Alimento
Matriz perceptual (percepções próprias)
Atividade
a) Auto-imagem: registre: a) As 1as cinco ou seis palavras que vierem à
cabeça
b) Um animal
c) Um instrumento musical
d) Um alimento
b) Percepção dos outros: registre os mesmos itens de a para cada um dos membros de seu grupo
Discussão da matriz perceptual
• Todos possuímos nosso sistema conceitual (mapa cognitivo) que valoriza as dimensões ou categorias que são importantes para nós
• Discutindo em grupo, tentem identificar as categorias mais frequentemente usadas na percepção dos outros
• Ex: se na lista aparecem palavras como grande, montanha, dureza, pode ser conceito-chave do mapa cognitivo dureza (rudeza, grandeza, força)
Discussão da matriz perceptual
1. Compartilhe sua lista de palavras (as 5 ou 6) com o grupo e em conjunto tentem descobrir os conceitos-chave. (Um membro por vez)
2. Como esses conceitos se relacionam consigo em termos de:
1. Estilo de aprendizagem2. Motivação (realização, poder associação)3. Estilo de relacionamento com outros
Discussão da matriz perceptual
3. Que mais você pode inferir das 5 ou 6 palavras que usou para cada pessoa de seu grupo?
1. Você anotou principalmente:1. adjetivos (avaliativos ou orientados para a diferença; ex: bom
X mau; grande X pequeno) 2. substantivos (neutros ou não orientados para a diferença; ex:
homem, estudante)3. verbos (orientados para comportamento em oposição à
orientação para características ou traços
2. Suas listas de palavras variam para cada pessoa ou usam os mesmo conceitos para todos? O que isso diz sobre a amplitude de seu sistema conceitual? Os principais conceitos no seu sistema são separados ou inter-relacionados?
Precisão perceptual
• Objetivos: – Compreender as discrepâncias (se existirem) ente a
auto-imagem e a visão dos outros– Entender por que as pessoas nos vêem como o
fazem
• É um teste para a habilidade interpessoal de dizer a uma pessoa por que você a vê da maneira como o faz, sem fazer com que ela se torne defensiva
Precisão perceptual
• Regras:– Aponte situações e comportamentos
específicos– Formule seus comentários em termos de
seus próprios sentimento– Ex:Quando você interrompe as pessoas
frequentemente (comportamento específico) me gera medo de entrar na discussão (sentimentos próprios)
Precisão perceptual
• Passos:– Compartilhar de maneira adequada, as percepções que
têm uma das outras, como registrado na matriz perceptual, bem como as razões dessa percepção
– Sua percepção das pessoas está mais próxima da maneira pela qual elas vêem a si mesmas do que da percepção que você tem delas? A que você atribui essas diferenças? Algumas pessoas projetam auto-imagens mais claras? Semelhanças com você?
– Quando duas ou mais pessoas vêem uma mesma pessoa de maneiras radicalmente diferentes, tentem compreender por que as percepções são diferentes
Janela Johari
• Se estiver interessado e o tempo permitir... • Preencha sua janela Johari com pessoas com
as quais se sente bem. Busque:– Eliminar coisas que geram imagens que são
inconsistentes com a maneira pela qual você gostaria de ser visto
– Sugerir coisas para reforçar certas imagens que você gostaria de criar nos outros
• Ou seja, trazer para área aberta, aspectos que estão nas áreas cega e oculta.
Por último...
• Sistemas conceituais são importantes
• Não reconhecê-los como nossa criação nos torna defensivos e limita a possibilidade de aprender com a experiência
• Muitos de nós não reconhecemos a existência de áreas cegas e, portanto, nos negamos possibilidades de crescimento