Anais do V Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos, Foz do Iguaçu – PR, Brasil. 22-25/04/2014 ISSN 2177-6164
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Resumo--O objetivo deste artigo é apresentar um estudo
preliminar sobre o comportamento de uma rede de distribuição,
diante da penetração de sistemas fotovoltaicos conectados à rede
elétrica (SFCR). Para este estudo foram considerados os dados
provenientes de parte da rede de distribuição da CELTINS, na
cidade de Palmas-TO. Por meio de medições reais e simulações
no software PSAT foram analisados três casos: comportamento
do sistema durante um determinado horário do dia sem SFCR,
durante esse mesmo horário com SFCR e em um determinado
horário da noite. Em seguida, os resultados obtidos são então
avaliados.
Palavras-Chave — Geração Distribuída, penetração, PSAT,
sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica (SFCR).
I. NOMENCLATURA
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
CELTINS Companhia de Energia Elétrica do Estado do
Tocantins
FP Fator de Potência
GD Geração Distribuída
PSAT Power System Analysis Toolbox
PV Painel Fotovoltaico
SFCR Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede
Elétrica
UC Unidades Consumidoras
II. INTRODUÇÃO
ERAÇÃO distribuída (GD) é, em geral, uma expressão
usada para designar a geração de energia elétrica junto
ou próximo do consumidor, independente da potência,
tecnologia e fonte de energia [1]. A GD é vantajosa frente à
geração centralizada, no que diz respeito à possibilidade da
economia em investimentos na transmissão e distribuição de
energia e na redução das perdas elétricas, melhorando o
serviço de fornecimento de energia elétrica [2]. A GD
possibilita uma maior diversificação das tecnologias que
1Mestrando do programa de pós-graduação da FEELT/UFU, professor
efetivo do IFTO/Palmas, e-mail: [email protected]. 2Doutorando do programa de pós-graduação da FEELT/UFU, professor
efetivo do IFTO/Palmas, e-mail: [email protected]. 3Doutorando do programa de pós-graduação da FEELT/UFU, professor
efetivo do IFMG/Formiga, e-mail: [email protected]. 4Professor efetivo da graduação e do programa de pós-graduação da
FEELT/UFU, e-mail: [email protected]. 5Engenheiro de Planejamento do Sistema da CELTINS, e-
mail: [email protected].
compõem a matriz energética, o que leva a um uso mais
racional das fontes primárias disponíveis para a produção de
energia elétrica. As principais tecnologias de GD baseadas na
utilização de fontes renováveis são as pequenas centrais
hidrelétricas, termelétricas alimentadas por biomassa,
geradores eólicos e sistemas fotovoltaicos [2].
Atualmente, 78,4% de toda a energia elétrica produzida no
Brasil é de responsabilidade das grandes centrais hidrelétricas
[3], que estão muito distantes dos grandes centros
consumidores. Entretanto, na ultima década, segundo a
outorga e registro de geração [11], de forma similar aos países
desenvolvidos, surgiram tendências para o incremento da
geração de eletricidade de forma distribuída, decorrentes das
seguintes causas:
A forte propensão de aumento das tarifas de eletricidade.
Reestruturação do setor elétrico com as novas regras
estabelecidas pela ANEEL; a legalização da venda de
energia elétrica ao mercado por produtores independentes
e autoprodutores; a permissão legal de distribuição de
eletricidade conjuntamente com frio/calor distrital.
Disponibilidade crescente do gás natural para geração, em
virtude do aumento da oferta, tanto de origem nacional
como externa, da construção de gasodutos e do
desenvolvimento das redes de distribuição.
A conscientização dos problemas ambientais, promovendo
soluções que reduzam os impactos ambientais da geração,
dentre as quais, aquelas que permitem um melhor
aproveitamento da energia proveniente de combustíveis
fósseis ou renováveis.
O aperfeiçoamento de tecnologias que tornaram a
utilização de novas fontes e novos processos de geração de
energia competitivos frente a geração clássica
A última ação da ANEEL, destinada a facilitar a geração de
energia nas unidades consumidoras, foi a aprovação em abril
de 2012, com regras destinadas a reduzir barreiras para a
instalação de GD de pequeno porte, incluindo a microgeração,
com até 100 kW de potência e a minigeração, de 100 kW a 1
MW. A nova norma cria o Sistema de Compensação de
Energia, que permite ao consumidor instalar pequenos
geradores em sua unidade consumidora e trocar energia com a
distribuidora local, sendo válida para geradores que utilizem
fontes incentivadas de energia como hídrica, solar, biomassa,
eólica e cogeração qualificada. Por esse sistema, a unidade
geradora instalada em uma residência, por exemplo, produzirá
energia e o que não for consumido será injetado no sistema da
distribuidora, que utilizará o crédito para abater o consumo
dos meses subsequentes [3].
Avaliação do Comportamento de uma Rede
de Distribuição de Média/Baixa Tensão com a
Penetração de Sistemas Fotovoltaicos A. R. Piccini1, M. A. Tamashiro2, A. R. Rodrigues3, G. C. Guimarães4 e C. S. Barbosa5
G
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Assim, para que os consumidores possam se tornar
produtores de energia, uma das alternativas viáveis atualmente
é a instalação de SFCR. Ainda não se tem a noção exata do
impacto desse tipo de instalação na rede elétrica. Com base
nisso, este trabalho realiza uma avaliação do comportamento
de uma parte da rede de distribuição da CELTINS, quando da
penetração desse tipo de geração de energia elétrica. São
utilizadas medições reais do sistema de distribuição e
simulações computacionais desenvolvidas no software PSAT.
III. CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ELÉTRICO
Para este trabalho foi considerada a Quadra 1106 Sul
localizada na cidade de Palmas-TO. Essa possui
aproximadamente 700 consumidores ligados ao sistema, em
sua maioria residenciais (Fig. 1). Nessa quadra encontra-se
parte da rede de distribuição da CELTINS suprida pelo
alimentador 2 provenientes da subestação denominada de
Palmas III (Fig. 2).
Fig. 1. Mapa da Quadra 1106 Sul [4].
Fig. 2. Foto aérea [4], adaptada pela CELTINS, com o traçado da rede de
alimentação da Quadra 1106 Sul suprida pelo alimentador 2.
Ainda, para este estudo foram consideradas as seguintes
informações extraídas dos softwares Eletricalc e UE Viewer
da Elucid Solutions S/A que são de propriedade da CELTINS:
dados dos transformadores, das cargas, das linhas de
interligação, potências e tensões da entrada e saída do
sistema, conforme Tabelas I, II, III, IV e V.
TABELA I
Dados dos Transformadores (CELTINS)
Barra Barra Potência
(kVA)
Relação
tensão
Prim./
Secun. (kV)
Resistência
(pu)
Reatância
(pu)
4 5 75 13,8/0,38 0,0160 0,0311
6 7 30 13,8/0,38 0,0190 0,0294
9 10 112,5 13,8/0,38 0,0147 0,0318
11 12 112,5 13,8/0,38 0,0147 0,0318
13 14 112,5 13,8/0,38 0,0147 0,0318
15 16 112,5 13,8/0,38 0,0147 0,0318
19 20 112,5 13,8/0,38 0,0147 0,0318
21 22 112,5 13,8/0,38 0,0147 0,0318
24 25 30 13,8/0,38 0,0190 0,0294
28 29 150 13,8/0,38 0,0137 0,0322
31 32 75 13,8/0,38 0,0160 0,0311
33 34 75 13,8/0,38 0,0160 0,0311
38 39 112,5 13,8/0,38 0,0147 0,0318
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TABELA II
Cargas Ligadas aos Transformadores às 14h45min do dia 03/10/12
Barra
conectado
Tensão
(kV)
Número de
consumidores
ligados ao
sistema
Max.
Potência
(kVA)
Potência dos
Painéis
Fotovoltaicos
(kW)
5 0,38 13 8,52 16,9
7 0,38 0 0 0
10 0,38 280 15,75 36,4
12 0,38 1 50,23 30
14 0,38 251 15,25 32,5
16 0,38 122 18,55 15,8
20 0,38 171 11,28 22,2
22 0,38 309 15,43 39
25 0,38 0 0 0
29 0,38 265 19,61 34,5
32 0,38 4 15,17 8
34 0,38 11 24,98 22
39 0,38 1 8,34 0
Obs.: Os valores da coluna de “Max. Potência (kVA)” é a
máxima potência das unidades consumidoras ligadas ao
transformador no instante do estudo, e da coluna “Potência
dos Painéis Fotovoltaicos (kW)” foram definidos pelos
autores para a realização da análise do Caso 2, na Seção V –
Estudos de Casos.
TABELA III
Cargas Ligadas aos Transformadores às 21h45min do dia 03/10/12
Barra
conectado
Tensão
(kV)
Número de consumidores
ligados ao sistema
Max.
Potência
(kVA)
5 0,38 13 55,53
7 0,38 0 0,00
10 0,38 280 72,00
12 0,38 1 61,55
14 0,38 251 81,29
16 0,38 122 71,86
20 0,38 171 55,48
22 0,38 309 85,90
25 0,38 0 0,00
29 0,38 265 85,67
32 0,38 4 9,17
34 0,38 11 14,99
39 0,38 1 4,34
A tabela IV apresenta modelos dos cabos e comprimentos,
fornecidos pela CELTINS, sendo as resistências e reatâncias
calculadas com o auxílio de dados disponíveis em [5].
TABELA IV
Dados de Linhas de Interligação (CELTINS)
Modelo
do
Cabo
AWG/
MCM
Barra
Saída
Barra
Chegada
Comprimento
(km)
Resistência
(pu)
Reatância
(pu)
2 2 3 0,201 0,010166 0,003610
2/0 2 4 0,237 0,005962 0,003926
2/0 6 23 0,319 0,008025 0,005285
2 23 24 0,075 0,003793 0,001347
2 3 8 0,046 0,002327 0,000826
2 8 9 0,063 0,003186 0,001131
2 17 8 0,237 0,011987 0,004256
2 3 11 0,078 0,003945 0,001401
2 11 13 0,064 0,003237 0,001149
2 13 15 0,16 0,008092 0,002873
2/0 30 31 0,158 0,003975 0,002618
2/0 31 33 0,285 0,007170 0,004722
2/0 37 30 0,05 0,001258 0,000828
2 37 38 0,044 0,002225 0,000790
2/0 30 26 0,175 0,004403 0,002899
2 26 27 0,246 0,012442 0,004418
2 27 28 0,134 0,006777 0,002406
2 27 17 0,096 0,004855 0,001724
2 17 18 0,085 0,004299 0,001526
2 18 19 0,122 0,006170 0,002191
2 18 21 0,055 0,002782 0,000988
2/0 26 1 0,175 0,004403 0,002899
2/0 23 1 0,05 0,001258 0,000828
TABELA V
Dados de Potências Ativas, Reativa e Tensões (CELTINS)
Entrada do sistema Barra 37
14h45min 21h45min
P (kW) 2683,95 2311,71
Q (kVAr) 1598,16 1412,61
V (kV) 13,62 14,08
Saída para outras quadras do sistema Barra 1 P (kW) 2292,26 1701,48 Q (kVAr) 1374,58 966,26 V (kV) 13,58 14,03
IV. MODELAGEM DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
Com base nos dados da rede, apresentados nas Tabelas I,
II, III, IV e V, foi realizada a modelagem completa da rede
elétrica de distribuição de média/baixa tensão do sistema no
software PSAT (Fig. 3).
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Fig. 3. Modelo da rede gerado no PSAT.
Os parâmetros para a realização das simulações foram
configurados segundo as Tabelas I, II, IV e V para o horário
de 14h45min do dia 03/10/12 sem e com Geração Distribuída,
e com os dados das cargas na Tabela III para o horário das
21h45min sem a presença de Geração Distribuída.
V. ESTUDOS DE CASOS
Os estudos de casos foram feitos após os modelos
implementados e alimentados com as informações fornecidas
pela concessionária para o dia 03/10/12, às 14h45min. e
21h45min.
A. Caso 1
Segundo a concessionária, a data escolhida foi a de maior
consumo de energia registrado durante o dia ocorrido naquele
ano, sem o sistema de Geração Distribuída. Na primeira
simulação verificou-se que o fluxo de carga, tensões e
potências estavam de acordo com as informações da
CELTINS e semelhantes ao sistema real no horário de
14h45min. Um arquivo com esses dados foi gerado pelo
programa utilizando a função Power Flow. As potências das
unidades consumidoras naquele instante estão descritas na
coluna de máxima potência da Tabela II.
B. Caso 2
No mesmo horário do anterior, foi feita a inserção dos
SFCR conforme as potências descritas na Tabela II, na coluna
Potência dos Painéis Fotovoltaicos. Para analisar a operação
dos SFCR, foi usado um modelo baseado nas hipóteses e
características do trabalho apresentado por Albuquerque,
2012 [6].
Foi adotado o seguinte critério para unidades consumidoras
(UC) residenciais: 10% de todas as UC ligadas ao
transformador com instalação de painéis fotovoltaicos (PV)
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com potência equivalentes a 1,3kWh, ocupando cerca de
12m² de telhado de cada uma dessas residências. Esses dados
foram coletados de uma ferramenta chamada Simulador Solar,
desenvolvido através de parceria entre o Instituto Ideal e a
Cooperação Alemã, por meio da Deutsche Gesellschaft für
Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e Kreditanstalt
für Wiederaufbau (KfW) [7] [8]. Para as UC comerciais um
valor mais próximo e compatível com suas necessidades foi
adotado. Foi executado o Power Flow e um novo arquivo de
dados foi gerado com as informações de fluxo de carga,
tensões e potências.
C. Caso 3
O maior consumo do horário noturno foi identificado pela
concessionária às 21h45min. Neste período, nova simulação
foi executada agora utilizando os dados da tabela III para a
máxima potência das cargas e sem atuação dos SFCR e um
novo arquivo de foi gerado com as mesmas informações
anteriores para análises.
VI. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Um dos primeiros resultados que são possíveis de se
observar é o comportamento do alimentador, ou seja, a
energia fornecida pela concessionária observada na tabela VI.
Com a presença dos SFCR todas as potências sofrem redução
e o fator de potencia (FP) melhorou consideravelmente para
todo o sistema com um acréscimo de 5% para o instante do
estudo apresentado neste trabalho.
TABELA VI
Potência fornecida pelo alimentador 2 de Palmas III
Alimentador 2
Palmas III Dia sem SFCR
Dia com
SFCR Noite
P [MW] 2,4896 2,2334 2,2688
Q [MVar] 1,4536 0,9688 1,2014
S [MVA] 2,8829 2,4345 2,5673
FP 0,8636 0,9174 0,8837
Pode-se verificar também que o fluxo de potências Ativa e
Reativa nas linhas de interligação (Fig. 4 e 5) diminuem e em
alguns deles chegam a inverter com a conexão dos sistemas
fotovoltaicos. Tal fato esta destacado na linha de interligação
entre as barras 30 e 26. Sendo a barra 26 a entrada da quadra
tem-se uma diminuição de mais de 2,2MW de potência ativa e
0,4MVar de potência reativa.
A energia que vem do alimentador 2 de Palmas III, na barra
37 em direção a barra 30, tem-se uma redução de potência
ativa superior a 0,2MW e de potência reativa também superior
0,4MVar. Com essas informações pode-se confirmar o
aumento no FP do sistema, reduzindo perdas e aproveitando
melhor a energia que esta sendo produzida.
Na Fig. 6 é possível verificar que em todos os secundários
dos transformadores, onde os SFCR estão ligados, as tensões
se estabilizaram em 380V garantindo o fornecimento de
energia elétrica para as cargas com uma tensão estável e sem
variação evidenciando melhoria da qualidade da energia
elétrica, mantendo assim um melhor aproveitamento do que
esta sendo produzido e fornecido a todo o sistema.
Devido a essas condições os valores das tensões dos
primários também resultam num pequeno aumento,
evidenciando a melhoria na regulação de tensão dos
transformadores do sistema elétrico estudado.
-0,10000
0,10000
0,30000
0,50000
0,70000
0,90000
1,10000
1,30000
1,50000
1,70000
1,90000
2,10000
2,30000
2,50000
Barr
a 3
7 →
Barr
a 3
0
Barr
a 3
0 →
Barr
a 3
1
Barr
a 3
0 →
Barr
a 2
6
Barr
a 2
6 →
Barr
a 1
Barr
a 2
6 →
Barr
a 2
7
Barr
a 2
7 →
Barr
a 1
7
Barr
a 1
7 →
Barr
a 1
8
Barr
a 1
7 →
Barr
a 8
Barr
a 8
→ B
arr
a 3
Barr
a 3
→ B
arr
a 1
1
Barr
a 3
→ B
arr
a 2
Fluxo P [MW] Dia sem SFCR
Fluxo P [MW] Dia com SFCR
Fluxo P [MW] Noite
Fig. 4. Gráfico das Potências Ativas de algumas barras de interligação do
sistema.
-0,40000
-0,20000
0,00000
0,20000
0,40000
0,60000
0,80000
1,00000
1,20000
1,40000
1,60000
Bar
ra 3
7 →
Bar
ra 3
0
Bar
ra 3
0 →
Bar
ra 3
1
Bar
ra 3
0 →
Bar
ra 2
6
Bar
ra 2
6 →
Bar
ra 1
Bar
ra 2
6 →
Bar
ra 2
7
Bar
ra 2
7 →
Bar
ra 1
7
Bar
ra 1
7 →
Bar
ra 1
8
Bar
ra 1
7 →
Bar
ra 8
Bar
ra 8
→ B
arra
3
Bar
ra 3
→ B
arra
11
Bar
ra 3
→ B
arra
2
Fluxo Q [MVar] Dia sem SFCR
Fluxo Q [MVar] Dia com SFCR
Fluxo Q [MVar] Noite
Fig. 5. Gráfico das Potências Reativas de algumas barras de interligação do
sistema.
0,3600
0,3650
0,3700
0,3750
0,3800
0,3850
0,3900
Barr
a 1
0
Barr
a 1
2
Barr
a 1
4
Barr
a 1
6
Barr
a 2
0
Barr
a 2
2
Barr
a 2
5
Barr
a 2
9
Barr
a 3
2
Barr
a 3
4
Barr
a 3
9
Barr
a 5
Barr
a 7
Dia sem SFCR V [kV]
Dia com SFCR V [kV]
Noite V [kV]
Fig. 6. Gráfico das Tensões das barras dos secundários dos transformadores.
VII. CONCLUSÕES
Este trabalho analisou os resultados de simulações de um
sistema elétrico real, instalado na cidade de Palmas-TO na
quadra 1106 Sul, na qual foi simulada a inserção do SFCR em
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10% do número de unidades consumidoras ligadas a alguns
transformadores.
Com relação à aplicação dos SFCR em uma quadra da
cidade de Palmas verificou-se uma redução na energia
entregue pela concessionária e um aumento no fator de
potencia do sistema. Registra-se que a quadra possui um
consumo de energia 24 horas ao dia, porém, a análise feita
considerou somente dois momentos específicos, os de maior
consumo.
Ressalta-se que, a partir do momento em que os SFCR se
tornarem mais populares, poderá existir um número bem
maior de residências, comércios e instalações públicas com
esse tipo de sistema de GD, permitindo o aproveitamento
desta fonte de energia limpa e renovável que é abundante
nessa cidade e em boa parte do Brasil.
Dessa forma, os SFCR permitem que os usuários consigam
uma redução significativa no consumo de energia elétrica da
concessionária e possam compensar em suas contas o
equivalente produzido, respeitando a resolução normativa n°
482 da ANEEL [3]. Isto resulta num efeito benéfico para a
rede de distribuição de energia proveniente do decréscimo no
carregamento dos transformadores e cabos, com a
consequente redução das perdas elétricas e aumento do fator
de potência do sistema [9]. E também poderá ser uma nova
fonte de renda e emprego para a população [10].
VIII. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem o suporte dos órgãos brasileiros de
fomento a pesquisa (CAPES, CNPq e FAPEMIG), a
CELTINS e também o apoio fornecido pelas instituições de
ensino envolvidas neste trabalho (IFTO, IFMG e UFU).
IX. REFERÊNCIAS
[1] INEE. Sobre GD e Cogeração. Instituto Nacional de Eficiência
Energética - INEE. Disponível em: <http://www.inee.org.br/>. Acesso
em: 17 maio 2013.
[2] LORA, E. E. S.; ADDAD, J. “Geração Distribuída Aspectos
Tecnológicos, Ambientais e Institucionais”. Rio de Janeiro: Editora
Interciência, 2006.
[3] ANEEL. Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema
Elétrico Nacional – PRODIST Modulo 3., 2012.
[4] Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação – Prefeitura
Municipal de Palmas-To. Disponível em: <http://srvsefin.palmas.to.
gov.br/portalprefeitura/servicos/seduh/>. Acesso em: 01 outubro 2013.
[5] Tabela de Cabos e Fios. Disponivel em: <http://www.dicelrs.
com.br/index.php?pagina=produto&id=42&chamada=TABELAS>.
Acesso em: 06 de setembro 2013.
[6] ALBUQUERQUE, F. L. et al. “Análise da Curva de Carga em Prédios
Públicos com Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede Dotados de
Compensação de Potência Reativa”. IV Simpósio Brasileiro de
Sistemas Elétricos (SBSE 2012). Goiânia, Goiás: [s.n.]. 2012.
[7] Instituto Ideal lança Simulador Solar. Disponível em: < http://www.
jornaldaenergia.com.br/ler_noticia.php?id_noticia=12973&id_tipo=3&
id_secao=8&id_pai=2&titulo_info=Instituto%20Ideal%20lan%26ccedi
l%3Ba%20Simulador%20Solar>. Acesso em: 16 abril 2013.
[8] Simulador Solar. Disponível em:<http://www.americadosol.org/
simulador/>. Acesso em: 16 abril 2013.
[9] VILLALVA, M. G.; GAZOLI, J. R. “Energia Solar Fotovoltaica”. 1.
ed. São Paulo: Editora Érica Ltda, 2012.
[10] Microgeração solar chega a mil residências na Bahia. Disponível em: <
http://www.jornaldaenergia.com.br/ler_noticia.php?id_noticia=12977&
id_tipo=3&id_secao=8 >. Acesso em: 16 abril 2013.
[11] ANEEL. Informações Gerais 1° Trimestre de 2013. Agencia Nacional
de Energia Elétrica - ANEEL. Disponivel em: <http://www.aneel.gov.
br/arquivos/PDF/Z_IG_Mar_2013.pdf>. Acesso em: 17 maio 2013.
X. BIOGRAFIAS
Anderson Rodrigo Piccini é graduado em Tecnologia em Mecatrônica Industrial pela Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR), Curitiba, Paraná, Brasil, em 2004. Atualmente é professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO). Suas pesquisas se concentram na área de dinâmica de sistemas elétricos e geração distribuída. Márcio Augusto Tamashiro é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em 1998. Obteve o título de mestre em Engenharia Elétrica pela UFU em 2004. Atualmente é professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO). Suas pesquisas se concentram na área de dinâmica de sistemas elétricos e geração distribuída.
André Roger Rodrigues é graduado em Engenharia
Elétrica pela Universidade Federal de Uberlândia
(UFU) em 2004. Obteve o título de mestre em
Engenharia Elétrica pela UFU em 2007. Desde 2008
é professor do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG).
Atualmente é aluno do Programa de Pós-graduação
em Engenharia Elétrica da UFU atuando no núcleo
de Dinâmica de Sistemas Elétricos. Suas áreas de
interesse são: Transitórios Eletromagnéticos, Conversão de Energia Elétrica,
Dinâmica de Sistemas Elétricos e Geração Distribuída.
Geraldo Caixeta Guimarães é graduado em
Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de
Uberlândia (UFU) em 1977. Obteve o título de
mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC) em 1984 e de
Doutor (PhD), em Engenharia Elétrica pela
Electrical Engineering pela University of Aberdeen,
Aberdeen, Reino Unido, em 1990. Atualmente é
professor da Faculdade de Engenharia Elétrica da
UFU. Suas pesquisas se concentram na área de energia eólica, geração
distribuída, dinâmica e controle de sistemas elétricos, fluxo de carga,
estabilidades transitória e de tensão.
Cristiano Saraiva Barbosa é graduado em
Engenharia Elétrica, ênfase em Sistemas de Energia
pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em
2011. Atualmente é Engenheiro de Planejamento da
Coordenação de Planejamento de Sistema na
Companhia de Energia Elétrica do Estado do
Tocantins (CELTINS).