Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) uma nova ameaça
às águas brasileiras • Marcela David de Carvalho
• Gerência Estudos e Manejo da Ictiofauna e Programas Especiais
“Boas Práticas em Conservação e Manejo da Ictiofauna em Minas Gerais”
,
Espécie com elevada taxa de reprodução e
que é capaz de colonizar áreas afastadas da
zona inicial de introdução ;
Escargots
Tucunaré
O que são espécies invasoras?
• grande capacidade de reprodução;
• dispersão e colonização eficiente;
• não possui inimigo natural;
• tolerância a diferentes condições ambientais,
• custos elevados para remoção e controle.
Características de uma espécie invasora
Características do mexilhão dourado • originário do Sudeste Asiático : rios e região de estuário Hong
Kong, Japão, Taiwan e América do Sul (rio Uruguai,Paraguai e
Paraná);
• apresenta bisso;
• tamanho adulto (30 a 40 mm) em 3 anos de idade;
• reproduzem todo o ano, tendo como fator limitante, a temperatura
da água;
• são dióicos, comportamento gregário facilita a fertilização,
• larvas planctônicas facilita a dispersão.
bisso
Outras características
• alimentação : filtrador (100 - 150mL/hora)
• epifaunal;
• tendência a fototropismo negativo;
• não seletividade a substratos (exceção: superfícies
galvanizadas e cobre);
• alteração do ambiente /competição;
• ocupação de ambientes humanos,
• adaptação a diversas condições ambientais.
Ciclo de vida
Fecundação
larvas planctônicas
1cm
adultos epibentônicos
óvulo espermatozóide
fixação
fertilização
24 h
Estágios larvais Não Valvados
Caracteres diferenciais
Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4
Larva trocófora
Comprimento (m) 80 – 100
110
125 (aumento visível do tamanho)
125 (a larva desenvolve sem aumentar de tamanho)
Estágios larvais Valvados
Caracteres diferenciais
Larva D Veliger de charneira reta Veliger umbonado Pedivéliger
Comprimento (m) 100 - 130 140 - 180 190 - 230 240 - 270
Estágios de desenvolvimento Limnoperna fortunei (Dunker) (Mollusca,
Bivalvia, Mytilidae) - comprimento em m. Fonte e Fotos: Santos, Wurdig & Mansur (2005)
Distribuição e dispersão
Histórico da distribuição do L. fortunei na América do Sul
1991 – Buenos Aires primeiro registro na América do Sul
1994 - presença na planta de abastecimento de água de La
Plata/Argentina
1995 – presença anotada em Costa Colonia/Uruguai
1998 – UHE de Yacyreta – Argentina/Paraguai
2001 – Itaipu Binacional e Pantanal Matogrossense
2002 – UHE Porto Primavera – SP/MS
2004 – UHE Jupiá e UHE Ilha Solteira – SP/MS
2007 – Jusante da UHE São Simão
2011 – UHE Volta Grande
Onde o mexilhão dourado está?
UHE Volta Grande
Vias de disseminação
• barcos de transporte e pesca
• aqüicultura
• plantas aquáticas
• fluxo normal da água
• aves aquáticas
• crustáceos
• Socioambientais
• Econômicos
Prejuízos
Grades proteção de turbina
Lagosta infestada pelo mexilhão
Filtros - sistema de
resfriamento
Entupimento de
tubulação
• na pesca comercial e esportiva;
• abastecimento industrial e
doméstico;
• geração de energia elétrica;
• dragagem de areia,
• irrigação.
Econômicos
Socioambientais
• competição com espécies de moluscos
nativas;
• biodiversidade (outras spp de moluscos,
macrófitas, fito e zooplâncton);
• qualidade da água (pH, turbidez);
• comprometimento do pescado;
• turismo (praia, rochas, etc.).
Mexilhões aderidos em outro bivalve
Fo
to: E
mik
o K
. R
es
en
de
Iheringichthys labrosus (mandi) • mexilhões no estômago
dos peixes
Mexilhões no sedimento
arenoso e nas rochas na
margem do rio
Ocorrência em Volta Grande
No dia 21 de setembro de 2011, durante os
trabalhos de manutenção da Máquina 1 da
UHE Volta Grande, foi identificada a presença
do molusco invasor mexilhão dourado aderido
às palhetas do caracol, parede do conduto
forçado e na tomada d’água da estação de
piscicultura.
Medidas adotadas pela Cemig • Desde 2002, monitora, pesquisa e realiza campanhas de
educação socioambiental com o objetivo de barrar a expansão
do mexilhão dourado;
• com base na rota de dispersão, a empresa focava suas ações
na bacia do rio Paranaíba mais especificamente, na Usina
Hidrelétrica de São Simão;
• também em 2002, a Cemig realizou seu primeiro projeto de
pesquisa - P&D, que resultou na publicação de diversos artigos
e teve como objetivo conhecer a biologia da espécie;
• participou, da Força Tarefa Nacional para Controle do
Mexilhão, do Ministério do Meio Ambiente, em 2004,
• Ao longo destes anos a empresa investiu nesses estudos
aproximadamente 10 milhões de reais.
• desde 2004, a Cemig realiza campanha de prevenção “Sai prá lá,
mexilhão dourado!”, objetivando conscientizar empregados e contratados
da empresa, as comunidades ribeirinhas, pescadores e alunos dos
ensinos fundamental e médio sobre os problemas causados por esta
espécie invasora;
• produzimos milhares de cartazes, cartilhas, folders, adesivos para
barcos, livros infantil e infanto-juvenil, além de placas de estradas.
A Cemig ressalta que todos os
investimentos em educação
socioambiental e em estudos
possibilitaram retardar a chegada do
mexilhão dourado e operar nossas usinas
durante aproximadamente dez anos sem
infestação, isto nos proporcionou tempo
para preparo e conhecimento sobre a
espécie para o seu controle dentro das
instalações da empresa.
A Cemig espera contar com a colaboração da sociedade no
controle da disseminação desta espécie invasora, de modo
que ela não seja transportada para outras bacias
hidrográficas.
Para isso, orientamos que sejam vistoriados: barcos, balsas,
tralhas de pesca, roupas de mergulho, dentre outros
equipamentos.
Conclusão
Qual a postura da Cemig?
• monitoramento;
• pesquisa;
• procedimento e controle nas usinas;
• instrução de serviço – manual para
padronização de coleta,
• limpeza dos filtros;
• coleta nas usinas da Cemig;
• educação socioambiental.