Conceito: “Grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória.”
( Decreto 7.053, de 2009)
O contexto complexo da População em Situação de Rua
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Política Nacional para a População em Situação
de Rua
Decreto 7.053 de 2009
Art. 5o São princípios da Política Nacional para a População em
Situação de Rua, além da igualdade e equidade:
I - respeito à dignidade da pessoa humana;
II - direito à convivência familiar e comunitária;
III - valorização e respeito à vida e à cidadania;
IV - atendimento humanizado e universalizado; e
V - respeito às condições sociais e diferenças de
origem, raça, idade, nacionalidade, gênero,
orientação sexual e religiosa, com atenção especial
às pessoas com deficiência. [...]
CNDDH – Decreto 7.053 de 2009.
Art. 7º São objetivos da Política Nacional para a População em Situação de Rua.
VII – implantar centros de defesa dos direitos humanos para a população em situação de rua; [...]
Art. 15. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República instituirá o Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos para a População em Situação de Rua, destinado a promover e defender seus direitos, com as seguintes atribuições:
I - divulgar e incentivar a criação de serviços, programas e canais de comunicação para denúncias de maus tratos e para o recebimento de sugestões para políticas voltadas à população em situação de rua, garantido o anonimato dos denunciantes;
II - apoiar a criação de centros de defesa dos direitos humanos para população em situação de rua, em âmbito local;
III - produzir e divulgar conhecimentos sobre o tema da população em situação de rua, contemplando a diversidade humana em toda a sua amplitude étnico-racial, sexual, de gênero e geracional nas diversas áreas;
IV - divulgar indicadores sociais, econômicos e culturais sobre a população em situação de rua para subsidiar as políticas públicas; e
V - pesquisar e acompanhar os processos instaurados, as decisões e as punições aplicadas aos acusados de crimes contra a população em situação de rua.
Missão do CNDDH
Ser referência na defesa dos direitos humanos da população em situação de rua e catadores de materiais recicláveis, a fim de efetivar seus direitos fundamentais como cidadãos que constroem e participam do poder popular.
Parceiros GestoresSecretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República.Ministério Público de Minas Gerais /
Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Social– CIMOS.
Pastoral Nacional do Povo da Rua – CNBB;Movimento Nacional dos Catadores de
Material Reciclável – MNCR.Movimento Nacional da População de Rua
– MNPR.
Equipe de TrabalhoEquipe multidisciplinar composta por
32 pessoas:CNDDH/PSR/CMR : 11 PESSOAS;Núcleos descentralizados
(técnico,representante MNPR e MNCR)
Três agentes sociais PR, SP, RJ, DF, BA, CE E RS.
Contexto Nacional Ineficácia ou ausência de políticas públicas;Dificuldade de acesso à justiça;Poder público como principal violador;Operações ilegais de caráter higienista: Operação no Distrito Federal; Programa “Aliança
Pela Vida”/MG; Operação “Ordem na Casa”,/BA; “Operação Salus”/GO; “Operação Ordem de Choque” /SC; Rio +20/RJ; “Operação Espantalho” e “Operação Sufoco”/SP; Prisões por vadiagem SP/SC e etc.;
Parcerias Nacionais Comitê Nacional de Monitoramento e Avaliação da Política
de PSR; Disque 100; Defensoria Pública da União – Direitos Humanos; Defensoria Públicas Estaduais; Ministério Público Federal; Conselho Nacional do Ministério Público/ Comissão de
Direitos Fundamentais; Ministérios Públicos Estaduais; Movimentos Sociais ( MNPSR E MNCMR); Fórum Nacional da PSR; Organizações Não Governamentais; Secretarias de Justiça Estaduais;
Pesquisa realizada em outubro de 2007 pelo Governo Federal em 71 municípios do país*, incluindo as capitais e cidades com mais de 300 mil habitantes, evidenciou a presença de 31.922 pessoas adultas em situação de rua. Os dados levantados apontam que:
82% da população é masculina.
53% das pessoas entrevistadas possuem entre 25 e 44 anos, apresentam um nível de renda baixo.
72% afirmam que exercem alguma atividade remunerada.
* Não foram contabilizadas as capitais de São Paulo, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre por possuírem pesquisas próprias recentes.
Perfil da População em Situação de Rua I
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Trabalhadores excluídos do mercado de trabalho; Trabalhadores sazonais: Migrantes e trecheiros; Famílias que perderam a moradia; Vítimas da violência urbana; Grande vulnerabilidade social; Pessoas com sofrimento mental; Drogadicção e uso abusivo de álcool; Egressos institucionais.
Mesmo sendo um grupo populacional caracterizado pela heterogeneidade, as pessoas em situação de rua têm como característica em comum, além da pobreza, o despertencimento à sociedade formal.
Perfil da População em Situação de Rua II
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Números de casos que chegaram ao CNDDH de 7 de Abril/2011 a 16 de Agosto de 2013.
Número de casos: 1493
Sendo 1144 denúncias*, 311
atendimentos individuais e 38 atendimentos coletivos (aproximadamente 1.500 pessoas).
* Recebidas por meio do Disque 100, órgãos de segurança pública, busca ativa, ou aquelas que chegam ao Centro por e-mail e telefone.
Número de casos do 1º Semestre de 2013
Número de Casos: 458
Sendo 344 denúncias, 107
atendimentos individuais e 7 atendimentos coletivos
Violações por Macrocategoria (1º Semestre de 2013)Nas 344 denúncias foram classificadas as seguintes macrocategorias de violações:
Classificação das macroviolaçõesNúmero de
macroviolaçõesPorcentagem
Violência física 248 58,1%
Negligência 64 15,0%
Violência institucional 53 12,4%Abuso financeiro e econômico/violência
patrimonial32 7,5%
Violência psicológica 22 5,2%
Discriminação 4 0,9%
Violência sexual 2 0,5%
Trabalho escravo 1 0,2%
Tortura 1 0,2%
Total 427 100,0%