Julierme Santos MendesLetícia de Paula Santos
Naiara Viana SilvaTândar Bretas Lage MuzziVeran Zeferino de Oliveira
Vinicius Paulino Camilo da Silva
ESTUDO SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ NA BACIA DO RIBEIRÃO CANDIDÓPOLIS EM ITABIRA: Impactos, condições de saneamento ambiental, gerenciamento dos resíduos sólidos gerados, gerenciamento da Bacia Hidrográfica e influência nos recursos hídricos.
Itabira-MGFaculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Itabira
2012
Julierme Santos MendesLetícia de Paula Santos
Naiara Viana SilvaTândar Bretas Lage MuzziVeran Zeferino de Oliveira
Vinicius Paulino Camilo da Silva
ESTUDO SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ NA BACIA DO RIBEIRÃO CANDIDÓPOLIS EM ITABIRA: Impactos, condições de saneamento ambiental, gerenciamento dos resíduos sólidos gerados, gerenciamento da Bacia Hidrográfica e influência nos recursos hídricos.
Trabalho interdisciplinar apresentado às disciplinas de Avaliação de Impactos Ambientais; Gerenciamento de Resíduos Sólidos; Gestão de Bacias Hidrográficas; Saneamento Ambiental; e Sistemas de Tratamento de Água. Do curso de Engenharia Ambiental, da Faculdade Itabirana de Desenvolvimento das Ciências e Tecnologias.
Professores (orientadores): Bruna Fernanda de
Faria, Charles Ianne Ferreira dos Santos, Sidney
Portilho, e Uende Aparecida Figueiredo Gomes.
Itabira-MGFaculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Itabira
2012
1
RESUMO
O objetivo principal desse trabalho consiste em elaborar um estudo em relação à implantação
do campus da Universidade Federal de Itajubá na bacia do Ribeirão Candidópolis em Itabira
(UNIFEI – Itabira), e os seus impactos quanto ao Sistema de Tratamento de Água na Estação
de Tratamento de Água - Pureza, produção de resíduos sólidos no campus, condições de
Saneamento Ambiental, e a elaboração de um Plano de Recursos Hídricos simplificado,
seguindo as diretrizes e a legislação atinente. Com o intuito de propor medidas para controlar,
minimizar ou mitigar os impactos negativos, e medidas de incremento quanto aos impactos
positivos, referentes à implantação do projeto na bacia. A execução desse trabalho baseou-se
em documentos cartográficos, visitas in loco, pesquisas bibliográficas e análises de
documentos virtuais.
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 5
1. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 7
1.1. Macrolocalização e caracterização do município 7
1.2. Aspectos físicos do município de Itabira segundo Carvalho 7
1.3. Aspectos físicos da microbacia do Candidópolis 8
1.4. Principais atividades econômicas existentes na microbacia do Candidópolis 9
1.5. Principais problemas hídricos-ambientais da bacia 9
1.6. Microlocalização 10
1.7. Descrição do empreendimento 11
1.8. Impactos 12
2. GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS 14
2.1. Diagnóstico da situação atual da Microbacia e a influência da UNIFEI 14
2.2. Análise das alternativas de crescimento populacional; evolução do crescimento
econômico e modificação dos padrões de uso e ocupação do solo 16
2.3. Balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídrico, em
quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais 17
2.4. Metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos
recursos hídricos disponíveis 18
2.5. Medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem
implantados, para o atendimento das metas previstas 19
2.6. Prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos 21
2.7. Diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos 22
2.8. Propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos
recursos hídricos 23
3. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 24
3.1. Identificação e classificação dos Resíduos Sólidos 24
3.2. Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. 25
3
4. SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA 28
4.1. Condições do manancial de água bruta da Estação de Tratamento de Água Pureza .
28
4.2. Tecnologia de tratamento de água utilizada para potabilização da água 35
4.3. Impactos e medidas mitigatórias, quanto à implantação da UNIFEI e as condições
atuais da micro-bacia e a ETA Pureza 39
5. SANEAMENTO AMBIENTAL 41
5.1. Identificação,descrição e analise das condições de saneamento ambiental do campus
41
5.2. Sistema de abastecimento de água para a população local contemplando as partes
constituintes do sistema, layout do sistema e sua finalidade. 42
5.3. Calculo do sistema de abastecimento e reservatório 43
5.4. Sistema de Fossa Séptica 45
CONCLUSÃO 47
REFERÊNCIAS 48
ANEXOS 51
4
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 01: Mapa da localização de Itabira 7
FIGURA 02: Foto da localização da UNIFEI Campus Itabira 10
FIGURA 03: Mapa da localização da Sub-bacia do Ribeirão Candidópolis. 14
FIGURA 04: Mapa de localização da área de estudo 20
FIGURA 05- Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. 22
FIGURA 06: Ciclo de gerenciamento básico de resíduos sólidos 25
FIGURA 07: Código de cores da coleta seletiva. 26
FIGURA 08: Córrego que deságua no córrego Candidópolis. 29
FIGURA 09: Encontro dos dois córregos 30
FIGURA 10: Margem erodida pela falta da Mata ciliar. 30
FIGURA 11: Trabalho de contenção da margem 30
FIGURA 12- Margem erodida e presença de gado próximo à margem. 31
FIGURA 13: Falta da mata ciliar e margem inconsolidada 31
FIGURA 14: Tubulação de coleta de esgoto. 31
FIGURA 15: Manilha de esgoto do SAAE. 32
FIGURA 16: Contenção da margem e tubulação de esgoto 32
FIGURA 17: Curso hídrico aparentemente degradado, próximo ao CDI. 32
FIGURA 18: Margem direita erodida 33
FIGURA 19- Mata ciliar Preservada. 33
FIGURA 20: Margem erodida 33
FIGURA 21: Área de alagamento da barragem e rede de esgoto.. 34
FIGURA 22: Vista da barragem da ETA Pureza 34
FIGURA 23- Contenção da barragem da ETA Pureza. 34
FIGURA 24: Sistema de tratamento de água similar a ETA Pureza 36
FIGURA 25: Adução da água Bruta (micro-barragem).. 37
FIGURA 26: Cestos para coleta seletiva. 42
FIGURA 27: Sistema de abastecimento de água 42
FIGURA 28: Layout do sistema de abastecimento.. 43
GRÁFICO 01: Formas de lançamento de esgoto doméstico nas microbacias 155
GRÁFICO 02: Gráfico relacionado à massa (Kg), gerados na UNIFEI 24
TABELA 01: Vegetação e Uso do Solo na sub-bacia do córrego Candidópolis 17
INTRODUÇÃO
A Universidade Federal de Itajubá- UNIFEI, foi fundada no ano de 1913, com o nome de
Instituto Eletrotécnico e Mecânico de Itajubá- IEMI, por iniciativa do advogado Theodomiro
Carneiro Santiago, sendo a décima Escola de Engenharia a se instalar no Brasil.
A UNIFEI iniciou-se suas atividades em Itabira-MG em 2008, sendo necessário a
implantação de uma infraestrutura capaz de acolher estudantes e funcionários, no qual foi
implantado um prédio com 4.244 m², divididos em quatro pavimentos e, abriga 60 salas de
aula, sala de reunião, praça de alimentação, auditório, laboratórios e sanitários que estão
sendo utilizados desde Abril de 2011, no Distrito Industrial II.
Na implantação do prédio da UNIFEI, o primeiro passo foi elaborar um projeto
arquitetônico que esgotasse, ao máximo, a utilização dos recursos naturais disponíveis,
constituindo-se, assim, a sua sustentabilidade, pela ênfase na eficiência energética e
arquitetura de baixo impacto.
Toda e qualquer atividade humana produz impactos sobre o meio ambiente e os recursos
naturais disponíveis, os impactos decorrentes da implantação do campus podem ser
caracterizados como positivos ou negativos, segundo Sánchez (1998) impacto ambiental é a
alteração da qualidade ambiental que resulta da modificação de processos naturais ou sociais
provocada por ação humana.
O presente trabalho visa avaliar os possíveis impactos positivos e negativos causados pela
instalação da Universidade Federal de Itajubá- Campus Itabira. A partir da análise dos
impactos é possível diagnosticar a situação atual da bacia quanto à evolução do crescimento
econômico e as modificações dos padrões de uso e ocupação do solo. Avaliar as
disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade. E
sugerir medidas de controle e programas a serem desenvolvidos com o objetivo de aumentar a
quantidade e qualidade dos recursos hídricos disponíveis.
6
1. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
1.1. Macrolocalização e caracterização do município
Situado no quadro urbano do município de Itabira, localizada a 111 km da capital Belo
Horizonte – Minas Gerais (Figura 01).
FIGURA 01: Mapa da localização de Itabira. Fonte: Wikipedia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Itabira>
Itabira possui uma área de 1256 Km2 e uma população de 100 mil habitantes (IBGE
2000), está localizada entre os paralelos 19° e 20° sul e meridianos 43° e 44° oeste dados
obtidos pelo Datum SAD69, a 100 km de Belo Horizonte. Nos últimos anos Itabira tem
ocupado uma posição econômica- financeira privilegiada em termos de arrecadação. Está
entre as seis cidades mineiras que mais possuem arrecadação do governo estadual. O
Município de Itabira localiza-sena Bacia do Rio Doce, cerca de 30% de sua extensão
territorial na sub-bacias do Rio Piracicaba e 70% da Sub-bacia do Rio Santo Antônio.
1.2. Aspectos físicos do município de Itabira segundo Carvalho
O município possui em geral um relevo fortemente mamelomizado, com manto de
alteração espesso, atitude máxima de 1.662 metros no Alto da Mutuca, Serra do Espinhaço, na
divisa municipal com Jaboticatubas e Nova União e altitude mínima 540 metros no lago
formado pela construção da hidrelétrica de Dona Rita, no Rio Tanque, na tríplice divisa
municipal entre Itabira, Itambé do Mato Dentro e Santa Maria de Itabira.
7
Devido as suas características geológicas, geomorfológicas, e de pedologia, Itabira é
privilegiada pela quantidade de corpos hídricos em seu território, com seus leitos bem
encaixados, quase todos nascendo dentro do próprio município. Os principais rios que
compõem sua rede de drenagem são o Rio Tanque, Rio Jirau e Rio do Peixe. Alguns cursos
d’água fazem parte da bacia do Rio Santa Bárbara, que faz divisa do município de Itabira com
São Gonçalo do Rio Abaixo, João Monlevade e Bela Vista de Minas. O município está
inserido na Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio e na Bacia Hidrográfica do Rio
Piracicaba, ambas tributárias da Bacia Hidrográfica do Rio Doce.
O clima da cidade é considerado tropical de altitude, com temperatura media de 20,3°C, e
segundo medições pluviométricas realizadas no período de 1967 até 2008, chove em média
1.407,1 mm anual tendo maior concentração entre os meses de outubro a fevereiro.
No território de Itabira encontra-se uma zona de transição entre o bioma de Mata Atlântica
e do Cerrado, sendo a maior parte deste território coberto pelo bioma de Mata Atlântica. No
aspecto geológico boa parte do município possui rochas do complexo granito-gnaissico do
mesoarqueano e rochas proterozóicas do supergrupo Minas, onde predominam quartzitos,
itabiritos, conglomerados e filitos ocorrem em menor expressão no município.
Pedológicamente falando, há predominância de latossolo vermelho-amarelo onda há
ocorrência de granitos e xistos e em menor quantidade argissolos vermelho-amarelo. Os
latossolos vermelhos são muito comuns onde ocorrem as formações ferríferas. E os
cambissolos aparecem nas encostas de maior inclinação e há ocorrência de neossolos na
vertente leste do Espinhaço, na região noroeste do município.
1.3. Aspectos físicos da microbacia do Candidópolis
Segundo Guerra (2008) a geologia local é destacada pela presença de rochas graníticas,
existindo nas cabeceiras da sub-bacia do Candidópolis uma mineradora que explora a
extração e comercialização de britas de gnaisse. Na região predomina Latossolos e
Cambissolos sendo que nas microbacias do Contendas e Córrego do Meio o solo é formado
por Latossolo Vermelho Amarelo. Para Guerra (2008) as características do solo reforçam a
necessidade de recuperação e conservação do solo na região.
Na área da microbacia a vegetação é de Mata Atlântica, porém muito devastada por ações
antrópicas, tendo ainda existente algumas espécies citadas por Guerra como de madeira
8
branca as quais são macaúbas, ingás, angicos, fruta de lobo, pindaíba, samambaiaçu, alecrim,
jacarandá branco, entre outras.
1.4. Principais atividades econômicas existentes na microbacia do Candidópolis
Agro- pecuário
Criação de gado, com forte presença de pastagens e capineiras. O solo apresenta sinais do
esgotamento da sua capacidade de suporte, sendo visíveis os processos de erosão em estado
inicial.
Núcleos urbanos
O principal bairro é o Barreiro. Possui toda infraestrutura de rede coletora de esgoto,
interligada ao emissário do Distrito Industrial. O bairro Candidópolis é mais antigo e de
menor concentração populacional. Mas com um grave problema, os esgotos são lançados
direto no córrego Candidópolis.
Setor Imobiliário
A instalação da UNIFEI acelerou o processo de especulação imobiliária. Pelo fato da maior
parte da bacia ser de topografia mais para aplainada, uma paisagem natural, localização
relativamente próxima á cidade, facilidade de transporte coletivo, luz elétrica e água tratada
pelo SAAE.
Distritos Industriais (I e II)
Abriga indústrias de diversos ramos como a Ferro Gusa, Textil, Caldeiraria, Serralherias,
Concretos, Abatedouro de Frangos, Indústria de Asfalto, Bioquímica e Alimentos.
As indústrias dos distritos possuem água tratada pelo SAAE, esgotos coletado pelos
emissários que são transportados até a ETE, fornecimento de energia elétrica pela CEMIG,
resíduos sólidos coletados pela ITAURB.
1.5. Principais problemas hídricos-ambientais da bacia
Desmatamento
Os proprietários de chácaras e loteamento têm eliminado grandes áreas de mata nativa para a
implantação de moradias, condomínios, e plantio.
Ausência quase total da Mata Ciliar
9
Pelo levantamento feito em campo constata-se que resta muito pouca mata ciliar (mata ao
longo dos cursos d`´agua). Estas são de importância fundamental para a preservação da
qualidade da água nos mananciais.
Erosão e assoreamento dos corpos d’água
Há um intenso processo erosivo e por consequência de assoreamento de cursos d’água. Os
principais focos ocorrem nos Distritos Industriais.
Resíduos das indústrias
Os resíduos gerados pelas indústrias podem atingir o manancial da pureza por3 modos:
-Efluentes atmosféricos, que permanecem no ar ou acumulados na vegetação e no solo,
propensos a serem carreados pela chuva.
-Resíduos sólidos industriais (carvão, escoria e outros), que são lixiviados pela chuva.
-Efluentes líquidos. Foi construído um interceptor de esgotos, com lançamento abaixo da
captação da Pureza. Fato este que já ocorreu uma situação de perigo. Em 1997 o lançamento
de despejos da tinturaria na rede, provocou a corrosão dos tubos, quase chegando a uma
situação de comprometimento da água do manancial.
1.6. Microlocalização
O empreendimento situa-se no Distrito Industrial do Município de Itabira – Minas Gerais.
A Universidade Federal de Itajubá - Campus Itabira está localizado nas coordenadas
geográficas 19°40’25.50”S e 43°12’45.26”O. Sua localização pode ser visualizada na Figura
02.
FIGURA 02: Foto da localização da UNIFEI Campus Itabira Fonte: Google Earth
10
No entorno do Campus UNIFEI/Itabira estão localizados os empreendimentos do Distrito
Industrial (Agroaves, Superpremo, Usina de Asfalto Vale Verde), o Loteamento Jardim
Universitário, duas lagoas, uma pequena área de pastagens. Aproximadamente á 1,70 km
encontra- se a ETA Pureza (Estação de Tratamento de Água). A bacia hidrográfica do
Ribeirão Candidópolis é a principal fonte de abastecimento de água bruta para o Sistema
Pureza, que fornece água tratada a 55% da população urbana de Itabira. Trata-se de uma
captação de água superficial, portanto, mais vulnerável ás ações degradadoras acontecidas na
área desta bacia hidrográfica.
Identificação da Obra
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA
Distrito Industrial do Município de Itabira – Minas Gerais
CNPJ: 21040001/0001-30
Numero de Inscrição: isento
1.7. Descrição do empreendimento
O objetivo da Universidade Federal de Itajubá – Campus Itabira, é fornecer ensino e
pesquisas voltados às demandas atuais e futuras de mercado, incentivo ao empreendedorismo
(incluindo a incubação de empresas) e comprometimento com o desenvolvimento local e
regional. Através da parceria pioneira entre governo local (PMI), setor privado (VALE),
Ministério da Educação (MEC) e Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), encontra-se em
fase de implantação o Campus Itabira, cujas atividades tiveram início em julho de 2008 com a
realização de seu primeiro vestibular. Os convênios firmados garantem a infraestrutura e
equipamentos necessários para o funcionamento da Universidade.
O Complexo Universitário da UNIFEI em Itabira deverá criar cerca de 500 empregos
diretos e 800 indiretos no município. O corpo docente do Campus Itabira, nesta fase inicial,
será composto por aproximadamente 190 professores, além de 96 servidores técnico-
administrativos. Os servidores docentes e técnico-administrativos que atuarão nas atividades
“fins” serão contratados de acordo com vagas disponibilizadas pelo MEC, por meio de
concurso público.
11
1.8. Impactos
Impactos Positivos
A chegada da UNIFEI no município acarretou vários impactos positivos tais como:
- Geração de emprego e renda: com a implantação da universidade houve a necessidade de
contratação de profissionais especializados para compor o corpo docente da instituição, além
de funcionários para atuarem na secretaria, biblioteca, lanchonete e limpeza do local.
- Qualificação de mão de obra: o objetivo da UNIFEI é formar especialistas capazes de
atuarem em diversas áreas, proporcionando uma maior qualidade de mão de obra
especializada para todo o país.
- Diversificação econômica: a UNIFEI proporcionará ao município diversificar sua fonte de
renda. Atraindo para a região estudantes de vários estados do país, aumentando a demanda
por imóveis, diversão, alimentação entre outros benefícios.
- Mudança cultural e comportamental: com a chegada de estudantes e professores de diversas
regiões do país, ocorrerá uma mistura de cultura e comportamentos, possibilitando uma
renovação e uma adaptação a novos hábitos comportamentais.
- Influência na ocupação urbana: acarretará uma necessidade de melhoria na infra-estrutura
local e regional para melhor atendimento aos estudantes, funcionários e moradores próximos
ao empreendimento.
Impactos Negativos
No local do empreendimento foram constados impactos negativos tais como:
- Especulação imobiliária: a necessidade por moradia por parte dos estudantes e professores
ocasionou um aumento no valor dos imóveis e de seus alugueis, sendo necessário um controle
para evitar um adensamento indesejável.
- Aumento do trafego de veículos: à locomoção cada vez maior de estudantes e funcionários
para o empreendimento, ocasionará uma necessidade de reorganização do trânsito no local,
evitando congestionamentos que diminuiu a fluidez do trânsito.
12
- Aumento da geração de resíduos sólidos: o empreendimento gerará resíduos sólidos de
diversos tipos. Está sendo implantado um Gerenciamento de Resíduos Sólidos na UNIFEI,
realizados por professores, alunos e técnicos capacitados, que farão a separação correta dos
resíduos, o acondicionamento adequado, e destinação correta de todos os resíduos gerados no
local.
- Impermeabilização do solo: o uso de alguns materiais impermeabilizantes como cimento e
asfalto, impede que as águas, principalmente pluviais possam infiltrar, ocasionando um maior
valor de escoamento superficial e diminuição da recarga hídrica local. Para que não ocorra
uma deficiência na drenagem pluvial, toda a pavimentação realizada será feita de material
drenante, proporcionando uma melhor infiltração.
- Proximidade com uma área de recarga hídrica: o empreendimento foi construído próximo a
uma área de recarga hídrica da cidade, para que não ocorra nenhum impacto no local, a
utilização de pavimentação drenante será indispensável. O empreendimento possui um
sistema de coleta de esgoto e de resíduos sólidos dentro dos padrões permitidos pelas normas
atuais.
13
2. GESTÃO DE BACIAS HIFROGRÁFICAS
O estudo da Bacia Hidrográfica foi realizado com base em dados secundários como
informações cedidas pela Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal de Itabira, Atualização
do Plano Diretor de Abastecimento de Água da Cidade de Itabira realizado por empresas
consorciadas financiada pela Companhia Vale do Rio Doce, monografias presentes no site da
Funcesi relacionadas a área de estudo e entrevista realizada por integrantes do grupo à
Secretaria de Meio Ambiente de Itabira.
FIGURA 03: Mapa da localização da Sub-bacia do Ribeirão Candidópolis Fonte: SAAE (2010)
2.1. Diagnóstico da situação atual da Microbacia e a influência da UNIFEI
A área da Microbacia Hidrográfica do Ribeirão Candidópolis é uma região que possui
área de 33,86 Km², 11,17 Km de comprimento e 1,98% de superfície equivalente, sendo
localizada a leste da malha urbana de Itabira, onde também se encontra presente o foco deste
estudo que é a Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI. Esta área possui um forte potencial
14
de crescimento urbano, pois a atividade mineradora ocupa o entorno da cidade de Itabira
fazendo com que haja uma expansão para o sentido leste da cidade onde está situada a bacia
em questão. Esta tendência de crescimento urbano ocupando a área da bacia causa efeitos
negativos diretos e indiretos no balanço hídrico local, afetando o volume e a qualidade da
água do Ribeirão Candidópolis, uma vez que este ribeirão é o principal manancial responsável
por abastecer a cidade de Itabira, onde também se localiza a ETA Pureza, que capta esta água
tratando-a para distribuí-la a população.
Nesta microbacia o solo predominante é o Latossolo Vermelho Amarelo, pouco resistente
a erosão e o local apresenta um relevo acidentado, uma desvantagem para a preservação do
manancial, pois a cerca de 20 anos a bacia sofre com a ocupação urbana que utiliza grande
parte desta área para a pecuária extensiva, suprimindo a vegetação de encostas e também a
mata ciliar nesta região. Hoje aproximadamente 60% da mata ciliar se encontra degradada, o
que deixa o manancial desprotegido, sujeito ao assoreamento devido agricultura, pastagens e
pelas características do solo. Tais alterações na cobertura vegetal da microbacia contribuem
para alterações no ciclo hidrológico local podendo produzir impactos sobre a disponibilidade
de água.
Além da pastagem e da agricultura, a área também sofre impactos negativos pela
construção de condomínios residenciais, de empreendimentos próximos ao local e também
pela construção da UNIFEI (Universidade Federal de Itajubá), que de forma direta causa o
aumento no consumo de água que é uma problemática na cidade de Itabira e de forma indireta
induz o crescimento populacional pela facilidade de acesso a Universidade, mesmo que ainda
futuro para seu entorno.
O crescimento populacional na região provoca alterações no ambiente como a maior
geração de efluentes e que parte dele é lançado diretamente no manancial à montante da ETA
Pureza, como demonstra o Gráfico 01, o uso de parte da água do manancial para outros fins, o
desmatamento para a construção de novas residências e outras ações, influenciando
diretamente no potencial hídrico da bacia em questão.
15
GRÁFICO 01: Formas de lançamento de esgoto doméstico nas microbacias do Contendas e Córrego do Meio em 2007
Fonte: Américo, 2010.
No caso da UNIFEI, o efluente gerado é direcionado para ETE (Estação de Tratamento de
Esgoto), sendo atendido pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, os efluentes
gerados serão provenientes da geração de esgoto sanitário, resultante do uso da água em
função de hábitos higiênicos e necessidades fisiológicas, e eventuais resíduos químicos
gerados no laboratório. Já os efluentes gerados pelo laboratório passam por um processo de
neutralização, filtração e separação da parte sólida, sendo depositada na rede de esgoto,
reutilizados, encaminhados para descarte especial ou armazenados adequadamente para
recolhimento.
De acordo com o Plano Diretor (Lei Complementar nº 4.034), a UNIFEI está localizada
na Zona ZID (Zona Industrial), sendo sua ADA (área diretamente afetada) será todo o Distrito
Industrial, área totalmente alterada por atividades antrópicas com quase nenhum resquício de
condições naturais. Sendo que ao sul desta unidade possui uma área verde de propriedade da e
VALE e ao entorno da universidade é caracterizada por áreas de vegetação rasteira, pastos,
pequenos arbustos e mata pequenas em formação. Segundo Secretaria Municipal de Meio
Ambiente a construção do campus da UNIFEI não impacta negativamente o local, uma vez
que, a área já era um local totalmente alterado, não havendo supressão da mata original, deste
modo não exigindo para o início do funcionamento o licenciamento, mas deixando para o
futuro esta questão, quando houver expansão do campus. Esta é uma parceria da prefeitura
com o empreendimento.
2.2. Análise das alternativas de crescimento populacional; evolução do crescimento
econômico e modificação dos padrões de uso e ocupação do solo
16
A UNIFEI é o maior foco de estudo deste trabalho e tal empreendimento é um dos
principais fatores de influência no futuro crescimento populacional e na modificação dos
padrões de uso e ocupação do solo nas proximidades da microbacia do Ribeirão Candidópolis.
Segundo Santos (2008) e Américo (2010) o município de Itabira vem sofrendo impactos
ambientais provenientes da expansão das atividades agropecuárias, do uso e ocupação do solo
sem planejamento, do crescimento industrial e urbano comprometendo e degradando os
recursos hídricos do município, principalmente no manancial da microbacia do Candidópolis.
Uma tendência atual na região da microbacia do Candidópolis é o aumento populacional
devido a instalação da universidade que tendo sua atividade iniciada em 2008 com
aproximadamente 900 alunos na fase inicial de funcionamento, tem a previsão de que em um
prazo de 5 anos o campus em Itabira alcance os 2250 alunos. Isto é um atrativo para que se
desenvolva a região de entorno da universidade, tanto com a construção de moradias como
também o desenvolvimento do comércio local para atender a demanda futura, pois o local
ainda predomina de um lado área de pecuária extensiva e pastagens e, do outro lado, área
indústria, como mostra a tabela a seguir. Considerando que a microbacia bacia do
Candidópolis ocupa uma área de 3240,81 ha e que agora sobre a forte influência da
universidade num futuro próximo esta realidade pode mudar.
Vegetação e uso do solo do córrego Candidópolis Hectares %
Vegetação e formações naturais* 873,48 26,95Área agrícola/ campo/ pastagem 2178,62 67,22Área industrial/ barragem de rejeitos/ mineração 10,37 0,32Area urbanizada 60,35 1,86Capoeira/ vegetação de várzea 27,90 0,86Hidrografia/ reservatório de água 2,49 0,08Reflorestamento 79,46 2,45Vila/distrito 8,13 0,25
Soma 3240,81100,0
0*Corresponde à união de Afloramento Rochoso/ Campo Rupestre/ Cerrado/ Floresta (secundarizada)TABELA 01: Vegetação e Uso do Solo na sub-bacia do córrego CandidópolisFonte: Plano Diretor de Abastecimento de Água da cidade de Itabira.
Segundo a Secretaria Municipal de Obras, a construção do campus da UNIFEI nesta
localização limita o crescimento industrial pela grande área reservada para uso da
universidade o que modifica os padrões de uso e ocupação do solo na localidade, uma vez
que, tal área poderia ser utilizada para expansão do distrito industrial, sendo a área cedida para
17
o campus da UNIFEI um total de 617.191,21 m2, utilizando ainda apenas uma área de 4.000
m² contando o prédio mais a área externa.
2.3. Balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídrico, em
quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais
A Política Estadual de Recursos Hídricos Art. 2º,“visa assegurar o controle pelos usuários
atuais e futuros, o uso da água e sua utilização em quantidade, qualidade e em regime
satisfatórios.” Tal política é um grande desafio para a cidade de Itabira em um futuro muito
próximo, pois a questão da água para consumo da população é uma problemática para a
cidade, a crescente demanda de água devido ao crescimento populacional e industrial do
município e o não acompanhamento da oferta de água na mesma velocidade, comprometem o
abastecimento público. De acordo com pesquisa realizada por Santos (2008) no município de
Itabira aproximadamente 55% do abastecimento de água para o consumo humano é oriundo
da microbacia do Candidópolis, onde os usuários finais se beneficiam deste recurso hídrico
para bebida, higiene pessoal, preparo de alimentos e disposição sanitária. Segundo o SAAE a
qualidade é garantida visando cumprir a Portaria nº. 2914/2011 que define os padrões de
potabilidade da água para devidos fins. Até os dias atuais tais padrões assim como a
quantidade de água tem atendido a demanda, mas não folgadamente como poderia ser se o
crescimento populacional não fosse tão acelerado. Outro problema que a parte da cidade
atendida pelas águas da microbacia enfrenta nos dias atuais é a grande redução na vazão do
córrego Candidópolis.
Pelo que consta no Plano Diretor de Abastecimento da Cidade de Itabira, o agravamento
do problema de não suprir a demanda futura tem previsão para o ano de 2037, analisando
neste problema já existe um pensamento de se expandir o sistema de abastecimento de água
e/ou a implantação de novos sistemas, sendo analisadas seções fluviais mais próximas da
cidade para serem utilizadas nesta expansão. Assim foram selecionadas duas modalidades de
regularização das vazões, tendo que se considerar o fato de que a legislação estadual vigente
não impõe limite máximo para a captação em barragens, porém exige que uma parcela de
70% da vazão de referência, seja destinado ao fluxo para a jusante.
Deste modo, pensando nos dias atuais e futuros encontram-se entraves à distribuição e
consumo da água pela cidade de Itabira, de um lado o crescimento populacional poderá
agravar o problema da disponibilidade de água para abastecimento público e por outro lado a
18
atividade mineradora na cidade consome uma quantidade considerável de água, ainda que não
seja tratada pelo SAAE e também utilize o processo de recirculação da água, mas poderia ser
uma quantidade voltada ao abastecimento público adequando á quantidade e qualidade
exigida pela legislação.
2.4. Metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade
dos recursos hídricos disponíveis;
Segundo o funcionário do SAAE a racionalização já é realizada em períodos de seca,
regulando as vazões que sai da ETA e também em períodos de baixo consumo, no qual o
volume de água é reduzido a medida que os picos de consumo diminuem. Também disse que
estudos estão sendo realizados visando atender a demanda futura de consumo de água, como a
busca por novas fontes de captação.
Iniciada a operação em 2008, as alternativas para ampliar o abastecimento público de
água foram elaboradas com um horizonte de 30 anos. Assim, segundo o Plano Diretor de
Abastecimento de Água de Itabira a elaboração de concepções, alternativas de abastecimento
foram consideradas como existentes a integrar o futuro cenário de atendimento apenas os
subsistemas Gatos e Pureza, juntos com capacidade nominal instalada de 310 L/s (instalações
físicas) e vazões outorgadas de 40 L/s e 80 L/s, respectivamente.
Em 1999 a O&M Engenharia fez estudos visando o aumento da quantidade de água em
Itabira, para horizonte de longo prazo estudou alternativas baseadas em mananciais
superficiais, comtemplando inclusive o aproveitamento de mananciais mais distantes, como o
Rio Tanque. Contemplou também um estudo econômico comparativo entre as alternativas
analisadas, que mostrou como alternativa mais vantajosa sob o aspecto econômico é o
aproveitamento, a recuperação/ melhoria e ampliação dos sistemas existentes constitui.
Segundo o engenheiro civil do SAAE, a Barragem Santana também é um recurso cotado para
o aumento da quantidade de água para captação por ser um investimento de menor custo,
porém seria mais uma necessidade de outorga.
2.5. Medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem
implantados, para o atendimento das metas previstas
Como medida para melhorar as condições ambientais e a capacidade de recarga do
manancial em questão foi iniciado em abril de 2006 o Projeto Mãe D’água que conforme o 19
relatório técnico do projeto Mãe D’água por Fonseca (2008), os objetivos específicos do
projeto são:
Aumentar a rugosidade das superfícies da bacia, através da construção de caixas de
construção de caixas de captação de enxurrada, colocação de paliçadas nas margens de
estradas, terraceamento em curvas de nível e reflorestamento;
Implantar um viveiro de plantas nativas para suprir as demandas do projeto e de
agricultores da região;
Instalar fossas sépticas nas habitações existentes na bacia;
Instalar estações de monitoramento hidrológico, constituído de pluviógrafo, vertedor e
linígrafo, para acompanhamento e avaliação das técnicas de manejo adotadas e;
Desenvolver junto a comunidade local a ideia de “Bacia Escolar” para trabalhar a
conscientização ambiental dos produtores rurais, estudantes de todos os níveis e
técnicos ligados a área.
Foram consideradas as especificidades ambientais e os problemas do manancial
“Candidópolis” no planejamento de ações que pudessem, ao mesmo tempo, melhorar as
condições ambientais e hídricas do manancial sem diminuir a produtividade econômica das
propriedades nele inseridas. A área de abrangência do projeto compreende córregos, nascentes
à montante da ETA Pureza, como demonstra o mapa a seguir.
20
FIGURA 04: Mapa de localização da área de estudo Fonte: SAAE (2010) Este projeto também visa melhorar os percentuais de infiltração das águas pluviais no solo
e enriquecer a biodiversidade local através da recuperação de áreas degradadas. De forma
geral, o projeto Mãe D’água representa uma forma de “integração das infraestruturas e
serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos”; princípio fundamental para a prestação
dos serviços públicos de saneamento básico colocado no inciso XII do artigo 2º da Lei
11445/2007.
Além do Projeto Mãe D’água, também foram implantadas ações de recuperação ambiental
como saneamento básico, reposição vegetal, proteção, conservação e revitalização dos cursos
d’água, prevenção de erosões e recuperação de áreas degradadas. Também ações de
21
monitoramento e controle, zoneamento ambiental com a delimitação de zona de proteção
máxima (ZPM), zona de uso especial (ZUE), zona de uso disciplinado (ZUD), implementação
da APA Pureza e Programa de Educação Ambiental, estas são recomendações para garantir a
sustentabilidade do sistema de tratamento de água, ETA Pureza durante os próximos anos.
2.6. Prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos
A Política Nacional de Recursos Hídricos, conforme estabelecido na Lei nº 9.433/97 tem
como fundamentos a ratificação da dominialidade pública das águas expressa na CF/88; o
reconhecimento de que a água é um recurso finito e que possui valor econômico; a prioridade
para o consumo humano e para a dessedentação de animais, em situações de escassez; os usos
múltiplos das águas; a utilização da bacia hidrográfica como unidade territorial para
implementação da Política; a descentralização e a participação social no processo de gestão,
assim descrito no Plano Diretor de Abastecimento de Água da Cidade de Itabira.
O abastecimento humano é considerado como prioritário pela Lei das Águas nº 9.433, de
8 de Janeiro de 1997 que institui a Política Nacional dos Recursos Hídricos. Segundo Santos
(2008) a água para abastecimento humano tem prioridade sobre qualquer tipo de uso. No
Plano Diretor de Abastecimento de Água da Cidade de Itabira consta que a VALE é a maior
consumidora de água no município e o SAAE é o segundo maior consumidor de água em
Itabira que abastece a malha urbana, dois distritos e alguns povoados rurais, e tem outorgados
21,4% do volume total das águas superficiais outorgadas, sendo dados de 2006, data da
atualização deste plano. Baseado nesta data tal plano descreve a dificuldade de mensuração do
uso da água para agropecuária, agricultura, lazer e manutenção dos ecossistemas pela falta de
outorga junto ao IGAM, uma vez que, a maioria das propriedades existentes apresenta o
caráter de subsistência, indicando uma pouca utilização dos recursos hídricos. Sendo um
cenário diferente para as indústrias de grande porte onde as exigências são maiores.
2.7. Diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos
Um dos instrumentos políticos é a cobrança pelo uso de recursos hídricos, como
instrumento indicativo do valor econômico da água, que incentiva o seu uso eficiente, bem
como propicia a obtenção de recursos financeiros para o financiamento dos programas e
intervenções contemplados nos Planos de Recursos Hídricos. Assim, o Plano Diretor de
Abastecimento da Cidade de Itabira faz-se presente a utilização do Sistema Nacional de
22
Gerenciamento de Recursos Hídricos tanto para outorga quanto para a cobrança visando o
controle sobre ouso dos recursos hídricos e sobre a priorização de ações e investimentos
necessários que procede da seguinte forma, demostrado no organograma abaixo:
FIGURA 05- Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Fonte: Ministério do Meio Ambiente
2.8. Propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção
dos recursos hídricos
Segundo entrevista ao secretário de meio ambiente do e o Plano Diretor há a proposta de
se criar uma unidade de conservação, área particular no Morro do Chapéu que abrange parte
do Rio do Peixe e do Rio Santa Bárbara, porém o entrave é a necessidade de desapropriar os
donos das terras, fazendeiros.
Conforme determina o art. 217 do Plano Diretor de Itabira, as unidades de conservação
deverão ser criadas através do Plano Municipal de Unidades de Conservação da Natureza e
são as seguintes:
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I – Mata do Intelecto e Pico do Amor;
II – Mata do Bispo;
III – Ribeirão São José;
IV – Alto do Rio do Tanque;
V – Mata do Limoeiro;
VI – Mata do Tropeiro;
VII – Mata do Morro do Chapéu
Algumas destas unidades já se tornaram realidade, porém como esta última ainda depende
de uma solução harmoniosa para se tornar Unidade de Conservação da Natureza.
3. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
3.1. Identificação e classificação dos Resíduos Sólidos
O campus da UNIFEI tem a estrutura formada da seguinte maneira de salas, laboratórios
avançado, secretaria, salas dos professores, almoxarifado e espaço de conivência.
Segundo Procópio (2011) levantou os dados relacionados aos resíduos gerados na
Universidade durante um período de duas semanas, relatando também que pode se observar
nos estudos feitos que grande parte dos resíduos seja devido à destinação incorreta, ocorrendo
dificuldade na separação dos materiais em reciclável e não reciclável.
24
Segundo dados coletados por Procópio (2011) durante uma semana realizamos a projeção
do lixo gerado por um período de 6 meses.
Plastico Papel Papelão Vidro Rejeito Metal0
50
100
150
200
250
186
141
6446
232.7
62
Massa do Lixo UNIFEI
KG
GRÁFICO 02: Gráfico relacionado à massa (Kg), gerados na UNIFEI no período de 6 meses. Fonte: Vinicius
A classificação dos resíduos gerados na Universidade pode ser classificada da seguinte
forma:
a sua composição química são classificados como orgânicos ( resto de alimentos,
podas de arvores, entre outros) e inorgânicos (vidro, plástico, papel, metal, entulho,
entre outros). Lembrando que grande parte do papel gerado foi considerado como
rejeito por causa do seu estado sujo.
a sua origem são classificados como domiciliar, comercial, serviços de saúde e
hospitalares devido ao material utilizado no laboratório e entulho para o materiais que
são gerados durante obras de ampliação e manutenção do campus.
3.2. Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
O gerenciamento de resíduos sólidos consiste em um conjunto de ações que visam
melhorar o gerenciamento e destinação dos resíduos, o seu abrange as atividades
desenvolvidas da geração à disposição final. O processo inicia-se com a coleta, considerando
os diferentes tipos de fontes (domésticas, industriais, hospitalares, etc). A coleta pode ser
25
seletiva, onde os materiais são destinados à reciclagem, ou pode ser realizada simplesmente
pelo transporte dos resíduos até os locais de disposição final ou de tratamentos (incineração,
compostagem, separação, etc). Do processo de tratamento são recuperados alguns materiais
destinados à reciclagem ou ao reuso em determinadas atividades, e produzidos novos
resíduos, que são conduzidos à disposição em aterros sanitários. Os materiais da reciclagem
fecham o ciclo, alimentando as diferentes fontes de resíduos.
FIGURA 06: Ciclo de gerenciamento básico de resíduos sólidos.Fonte: Cunha & Consoni, 1995.
No Campus da UNIFEI o primeiro passo para conseguir ter um gerenciamento eficaz do lixo, seria uma mobilização com os alunos para a destinação correta dos resíduos, podendo assim ter a implementação de coletores de coleta seletiva e junto com a Prefeitura de Itabira realizar um trabalho para recolher este material. Importante esclarecer e demonstrar para os alunos as cores corretas nos coletores de cada material.
26
FIGURA 07: Código de cores da coleta seletiva.Fonte: Yamaplastico, 2012
A geração de resíduos proveniente das atividades realizadas no Campus se caracteriza em
materiais inertes, não inertes e perigosos. De acordo com o material gerado pela UNIFEI
podemos tomar os seguintes tipos de tratamento.
Triagem ou segregação de materiais que consiste na separação manual de materiais
provenientes de resíduos, para definir a possibilidade de utilização dos mesmos para
outros fins, como por exemplo, para reciclagem. Os resíduos classificados como
rejeitos são coletados pela ITAURB e encaminhados para o Aterro Sanitário de
Itabira.
Compostagem que consiste no processo biológico pelo qual a matéria orgânica
existente nos resíduos é convertida em outra, mais estável, pela ação de
microrganismos já presentes nos próprios resíduos ou adicionados por meio de
inoculantes."
Reciclagem que consiste processo de recuperação e transformação em novos produtos,
de materiais de difícil decomposição como metais, vidros e plásticos" (Philippi Jr.,
1999). Podemos também acrescentar os materiais de fácil reaproveitamento, como por
exemplo o papel. Os resíduos não inertes – recicláveis são coletados pela coleta
seletiva realizada pela ITAURB, e encaminhados para o Centro de Triagem.
27
Incineração que consiste no processo de combustão, sob condições controladas, com
enriquecimento de 50 a 150% de O2 em relação ao ar, produzindo a completa
oxidação/destruição das moléculas do resíduo pelo oxigênio".
Os resíduos perigosos são armazenados corretamente e encaminhados para a sua
destinação correta.
LOCAL RESÍDUOS GERADOS DESTINAÇÃO
Laboratório de Mecânica
Plástico, papel, papelão, limalha de ferro, limalha de
alumínio, limalha latão e madeira.
Itaurb
Laboratório de Elétrica
Papelão, folhas de papel, cobre e alumínio.
Itaurb
Baterias e pilhas.
Envio a biblioteca/destinação em coletores dos bancos e agencias de correio.
Laboratório de Química
Papelão, jornal, folhas de papel, vidros, porcelana e
argila.Itaurb
Enxofre e resíduos químicos.
Neutralização, filtração e separação da parte sólida. Destinadas posteriormente a empresas credenciadas.
Laboratório de FísicaPlástico, papel, papelão e lixo
comum.Itaurb
Administração/secretaria Papel, plástico e papelão. Itaurb
Ambiente externos de convivência.
Plástico, papel, papelão, orgânico, vidro, lixo comum
(rejeito) e metal.Itaurb
Cozinha/CantinaOrgânico, plástico, papel/papelão, lixo comum (rejeito), metal.
Itaurb
4. SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA
28
4.1. Condições do manancial de água bruta da Estação de Tratamento de Água Pureza
(ETA-Pureza).
A principal atividade econômica do município de Itabira-MG, em termos de produção de
divisas é a mineração de ferro, enquanto a atividade que ocupa a maior parte do espaço
municipal é a pecuária extensiva.
As minas formam um arco em torno da cidade e deixam apenas uma direção para a
expansão da área urbana: leste, onde está localizada a Bacia Hidrográfica do Ribeirão
Candidópolis, principal manancial da cidade que sofre com a ocupação urbana e a utilização
rural predatória.
Tal situação coloca em risco a segurança do abastecimento público de água na cidade e
neste aspecto, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Itabira (SAAE-IRA) precisa ir além
da preocupação com as fases da captação à disposição dos efluentes e contribuir para a
conservação dos mananciais, para a garantia deste recurso natural fundamental à prestação
dos seus serviços.
Em Itabira-MG, cerca de 55% da água que abastece a cidade é proveniente da
Estação de Tratamento de Água (ETA) “Pureza”, que trata a água captada no Ribeirão
Candidópolis (afluente do Rio de Peixe, que deságua no Rio Piracicaba-MG, que por sua vez
deságua no Rio Doce).
Na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Candidópolis o processo de ocupação humana se
intensificou nos últimos vinte anos. Esta ocupação se deu de forma predatória, baseada
principalmente na pecuária extensiva, com uma superpopulação de reses em pastagens
plantadas sobre solos pouco resistentes à erosão e em relevo acidentado.
Segundo levantamento realizado pelo projeto Mãe d`água em 2010, os moradores mais
antigos da região alegam que há cerca de trinta anos haviam poucas áreas degradadas no
manancial, as matas ciliares estavam quase intactas e as demais formas de vegetação natural
estavam em boas condições de preservação, segundo este mesmo levantamento, mais de 60%
das matas ciliares desta sub-bacia encontravam-se degradadas, ou simplesmente não existiam.
A mesma situação pode ser percebida em relação às demais áreas de matas, quase sempre
terciárias que ocupam menos de 30% do manancial e em relação às pastagens, quase sempre
degradadas, que ocupam cerca de 60% da área.
29
Dentre os resultados negativos destes processos de degradação, podemos citar a redução
da biodiversidade local, o assoreamento dos cursos d’água e a redução da recarga do aqüífero,
que resulta no exagerado acréscimo das vazões nos períodos chuvosos e sua significativa
redução nos meses secos do ano, segundo levantamento do projeto Mãe d`água, realizado em
2010.
Foi realizado levantamento de campo pelo grupo, para identificar o estado dos córregos e
do ribeirão que deságua no ribeirão Candidópolis, que tem grande relevância, por se tratar do
mais importante manancial da cidade de Itabira, e observamos que a mata ciliar esta bem
reduzida, como já havia sido constatado pelo projeto Mãe d água, as margens dos cursos d
água bem inconsolidada, e bastante erodida e com ocupação humana desordenada, muitas das
vezes não respeitando a lei que estabelece a distância que se deve manter em relação às
margens dos cursos dos rios, presença de animais como gado e cavalos, nestas imagens
poderemos exemplificar as observações.
FIGURA 08: Córrego que deságua no córrego Candidópolis, (ausência de mata ciliar a direita da margem).
Autor: Julierme
30
FIGURA 09: Encontro dos dois córregos. Autor: Julierme
FIGURA 10: Margem erodida pela falta da Mata ciliar. Autor: Julierme
FIGURA 11: Trabalho de contenção da margem. Autor: Julierme
31
FIGURA 12: Margem erodida e presença de gado próximo à margem. Autor: Julierme
FIGURA 13: Falta da mata ciliar e margem inconsolidada. Autor: Julierme
FIGURA 14: Tubulação de coleta de esgoto. Autor: Julierme
32
FIGURA 15: Manilha de esgoto do SAAE. Autor: Julierme
FIGURA 16: Contenção da margem e tubulação de esgoto. Autor: Julierme
FIGURA 17: Curso hídrico aparentemente degradado, próximo ao CDI. Autor: Julierme
33
FIGURA 18: Margem direita erodida. Autor: Julierme
FIGURA 19: Mata ciliar Preservada. Autor: Julierme
FIGURA 20: Margem erodida. Autor: Julierme
34
FIGURA 21: Área de alagamento da barragem e rede de esgoto. Autor: Julierme
FIGURA 22: Vista da barragem da ETA Pureza. Autor: Julierme
FIGURA 23: Contenção da barragem da ETA Pureza. Autor: Julierme.
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Um fato que deve ser salientado é a presença da captação de esgoto do CDI (distrito
Industrial), junto com o efluente da UNIFEI, que se junta com o efluente do condomínio
fechado, próximo a ETA pureza, que é encaminhado por gravidade para ser tratado na ETE
Laboreaux, dessa forma mantém o manancial livre e efluente que passa contaminá-lo, mas o
ponto negativo está na proximidade da tubulação de esgoto em relação à barragem da ETA
Pureza, dessa forma, há um risco eminente de vazamento do efluente, podendo vir à
contaminar o manancial mais importante de Itabira.
Outro ponto importante a salientar é que, grande parte da população rural apresenta em
suas residências fossas sépticas, para coletar os seus efluentes, dessa forma o mesmo não será
despejado no manancial.
4.2. Tecnologia de tratamento de água utilizada para potabilização da água.
A estação de tratamento de água Pureza iniciou sua construção em 1972 e entrou em
operação em 1974. No início da operação a ETA atendia perfeitamente as necessidades
populacionais na distribuição de água, mas após 10 anos devido à implantação do Distrito
Industrial houve um forte impacto em relação ao fornecimento de água da ETA, impacto
causado devido à falta de legislação atinente na época. Por isso a ETA esta passando nos dias
de hoje por um processo de licenciamento corretivo, devendo cumprir uma serie de
condicionantes para adequar-se à legislação.
Na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Candidópolis, principal manancial da cidade, os
impactos estão provocando a erosão do solo em certos pontos e sua compactação em extensas
áreas, o que interfere nas fases sub-superficial e subterrânea do ciclo hidrológico local,
reduzindo os percentuais de infiltração das águas pluviais e aumentando o escoamento
superficial. Atualmente a ETA passa por um processo de revitalização chamado projeto Mãe
d'Água, que visa a melhor eficiência na infiltração das águas pluviais e proteção de nascentes,
através da recuperação do solo, que passa por erosões, assoreamentos, cobertura vegetal
desnuda, etc. Atualmente a ETA Pureza trabalha com produção de 180 litros de água por
segundo, sendo que sua construção foi elaborada visando 100 litros de água por segundo.
36
O sistema de tratamento de água na estação da Pureza segue basicamente os mesmos
princípios de um modelo esquemático de uma estação de tratamento com ciclo completo
(FIGURA 27). As etapas da estação de tratamento de água Pureza são:
FIGURA 24: Sistema de tratamento de água similar a ETA Pureza. Fonte: SAAE, 2011.
Captação da água bruta:
A captação é realizada através de águas superficiais, de uma barragem que se alimenta da
bacia do Ribeirão Candidópolis. Barragem com altos níveis de turbidez, assoreamento, e fora
dos parâmetros de legislação. Devido à localização do Distrito Industrial oferecer riscos à
contaminação da barragem é realizado monitoramento periódico neste manancial através do
laboratório do SAAE.
A ETA Pureza é responsável por abastecer aproximadamente 55% a 60 % da população
de Itabira, onde a sua paralisação por mais de duas ou 3 horas influencia diretamente no
abastecimento da cidade.
37
FIGURA 25: Adução da água Bruta (micro-barragem). Autor: Julierme
Pré-alcalinização:
Na ETA esta sendo substituído o cal pelo hidróxido de sódio (NaOH), atualmente a
aplicação de cal está suspensa, pois á água bruta chega na ETA com o pH em torno de 6,6, e a
Portaria Portaria MS Nº 2914 determina o ph entre 6 e 9.
Logo após se dá o processo de coagulação, onde é adicionado o coagulante, Sulfato de
Alumínio, na calha parshall, onde ocorre agitação violenta da água para provocar a
desestabilização elétrica das partículas da sujeira, facilitando sua agregação.
O afluente segue por gravidade para o tanque de floculação, inicialmente com uma carga
hidráulica grande, onde se da inicio do processo de floculação, logo após a coagulação, as
impurezas ainda encontram-se dispersas na água, sendo necessária agitação mais intensa para
permitir o contato entre elas, visando agregá-las em flocos. À medida que os flocos vão se
formando, o gradiente de velocidade médio deve ser reduzido, para atenuar a quebra daqueles
já existentes, isso se dá fazendo com que a água percorra um caminho cheio de mudanças de
direção, através de Floculadores Hidráulicos, na ETA Pureza, são usados floculadores de
Chicanas Vertical. Ao final do tanque são observados os flocos agregados, que segue para o
tanque de decantação, nesta ETA, possui duas telas com micro-aberturas que sevem como
barreira para auxiliar no processo de decantação, sendo uma no inicio e outra no final do
tanque, assim é finalizada o processo de clarificação.
O sistema de tratamento possui dois decantadores, os mesmos são lavados
semestralmente. Atualmente a ETA não possui tratamento para os lodos formados nos
decantadores que são lançados depois do rio, mas um projeto já esta em licitação para a
implantação da UTR (Unidade de Tratamento de Resíduos). Nos tanques de decantação foram
38
adaptadas telas de sombrite, tornando um decantador laminar, para aumentar a detenção de
flocos e reduzir a sobrecarga nos filtros. Logo após o afluente segue por gravidade para o
processo de filtragem, nesta ETA são utilizados filtros.
Filtração:
O processo de filtração na ETA é baseado em tecnologia Holandesa, através de filtros
ascendentes, onde a água filtrada verte por cima após passar pelas camadas do filtro. A
montagem das camadas deve ser rigorosamente analisada para evitar zonas preferenciais de
passagem da água.
A filtração possui quatro filtros, sendo que atualmente um está em manutenção para troca
do material filtrante, anteriormente lavavam-se os filtros até duas vezes por dia, e atualmente
depois da troca do material filtrante dos outros três filtros lava-se um filtro por dia. Fato
ocorrido que gerou economia no gasto de água, pois gasta-se em média duzentos mil litros de
água para lavar cada filtro. Com a implantação da UTR essa água de lavagem dos filtros será
recirculada no sistema, gerando uma economia de seis milhões de litros de água por mês.
Devido á operação de a filtração proceder com apenas três dos quatro filtros, o sistema
esta trabalhando em sobrecarga, mas o acompanhamento da qualidade da água na filtração é
eficaz, sendo realizada análises de turbidez a cada duas horas.
Desinfecção:
A eficiência do cloro na desinfecção é mais eficiente com o pH em torno de 7 do que em
valores acima. Atualmente a ETA tem um projeto de substituir os cilindros de cloro através da
implantação do NaCl, que ira sofrer eletrólise produzindo assim cloro, reduzindo os riscos de
transporte e custo.
A ETA faz a dosagem de 1,5 mg de cloro gasoso a cada litro de água, chegando nas casas
uma concentração de aproximadamente 0,6 a 0,8 mg de cloro a cada litro de água, atendendo
a Portaria Portaria MS Nº 2914. O consumo de cloro gasoso é de aproximadamente de 60 Kg
em três dias.
Fluoretação:
A ETA suspenderá a utilização de ácido fluossilícico, em função da Portaria Portaria MS
Nº 2914 que não exige a inserção de flúor no tratamento de água, acreditando haver outras
39
medidas mais eficientes para o combate às cáries. Reduzindo os custos e facilitando o setor
operacional.
Bombeamento:
A casa de bombas dispõe de quatro motobombas, sendo que uma é para abastecimento do
Distrito Industrial, duas para a cidade e uma reserva (stand-by). Em dias de operação normal
exige-se apenas o funcionamento de uma das bombas para abastecer a cidade e outra para o
Distrito Industrial. Após o bombeamento da ETA á água vai para os reservatórios na cidade e
então está disponível para o consumo humano.
Operação e Controle:
O SAAE adquiriu um sistema de controle e automação para a ETA Pureza que funcionou
perfeitamente nos primeiros oito meses, vindo a passar por problemas técnicos e devido à
burocracia para os processos de licitação, estão aguardando manutenção. Nos reservatórios do
SAAE a automação funciona perfeitamente possibilitando o controle através de programas.
O laboratório possui um jar-teste visando otimizar a dosagem de floculante (sulfato de
alumínio). Na ETA Pureza o ensaio de Jar Teste é realizado de acordo com a alteração da
água bruta, em média sendo feito duas vezes por dia. Também possui turbidímetro, pH-metro,
reagentes e vidrarias para realizar testes de alcalinidade.
4.3. Impactos e medidas mitigatórias, quanto à implantação da UNIFEI e as condições
atuais da micro-bacia e a ETA Pureza.
A implantação da UNIFEI gerou impactos para ETA Pureza, aumentando o montante de
efluentes gerados, que passarão próximo a barragem da ETA, e reduziu a área de recarga, por
ter impermeabilizando o solo.
As Intervenções propostas na região da Micro-bacia Candidópolis, que podem ser
realizadas para melhorar os parâmetros da água bruta ao qual abastece a ETA pureza são elas:
Recuperação das áreas próximas as nascentes que sofreram erosão e voçoroca.
Realocação da tubulação de efluentes a uma distância de segurança em relação à
barragem de captação da ETA pureza.
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Realizar levantamento para averiguar se todas as famílias da zona rural possuem
fossas sépticas, na falta incentivar a implantação dos mesmos.
Cercamento de Áreas de Preservação Permanente (APPs), especialmente em topo de
morro, encostas degradadas, matas ciliares e nascentes, onde tal ação fosse adequada.
Reflorestamento com espécies nativas em áreas de encostas degradadas, topos de
morros e matas ciliares.
-
41
5. SANEAMENTO AMBIENTAL
Saneamento ambiental é o conjunto das ações socioeconômicas tendo como finalidade
melhorar e proteger a condições da vida rural e urbana e também objetiva alcançar a
salubridade Ambiental, por meio da disposição e coleta sanitária dos resíduos gasosos,
líquidos e sólidos, drenagem urbana, controle das doenças transmissíveis, abastecimento de
água potável, promovendo a disciplina sanitária de uso do solo, obras especializadas e demais
serviços.
5.1. Identificação, descrição e analise das condições de saneamento ambiental do
campus.
Conforme dados coletados no Campus da UNIFEI – Itabira, verificou que possui
abastecimento de água potável, coleta de esgoto sanitário e dos laboratórios, coleta seletiva
dos resíduos recicláveis e orgânicos.
Os resíduos gerados no campus são caracterizados como perigosos, inertes e não inertes e
cada rejeito armazenado em local apropriado e no período correto. Existe um projeto de
resíduos que é realizado por alunos e professores do campus que separam os resíduos gerados,
identificando e indicando onde foram gerados e dando as destinações corretas. (Figura 29). Os
resíduos que são direcionados ao aterro sanitário são coletados pela prefeitura e os recicláveis
pela Itaurb.
O abastecimento de água e coleta de esgotamento sanitário é realizado pelo Serviço
Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).
O campus possui no subsolo um reservatório para captação de toda a água pluvial,
utilizando essa água armazenada para lavagem da área externa e irrigação por meio de
bombeamento.
42
FIGURA 26: Cestos para coleta seletiva Fonte: Tândar Bretas Lage Muzzi
5.2. Sistema de abastecimento de água para a população local contemplando as partes
constituintes do sistema, layout do sistema e sua finalidade.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) realiza o abastecimento com água
potável para o campus, proveniente da Estação de Tratamento de Água Pureza. Caso não
houvesse esse abastecimento teria que realizar uma construção de uma ETA para o Campus
UNIFEI – Itabira. Onde teria a captação em uma estação elevatória para aumentar o nível da
água do manancial, encaminhado para a ETA onde será feito o tratamento adequado e
bombeado para um reservatório que em seguida seguiria distribuído ao campus (figuras 30 e
figura 31). Com a finalidade de abastecer o campus com agua tratada o ano inteiro sem que
ocorra falta da mesma.
FIGURA 27: Sistema de abastecimento de água Fonte: Google Earth
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Capitação
UNIFEI
Reservatório
ETA
FIGURA 28: Layout do sistema de abastecimentoFonte: Tândar Bretas Lage Muzzi
5.3. Calculo do sistema de abastecimento e reservatório
Consumo per capita (qm)= 150L/hab.dia ou 0,150m³/hab.dia
População (P)= 1556 hab.
Q= P x qm x K1 x K2
86400
Ponto (a) e (b)
Q= P x qm x K1
86400
Q= 1556 x 150 x 1,25
86400
Q= 3,38L/s
Pondo (c)
Q= P x qm x K1 x K2
86400
Q= 1556 x 150 x 1,25 x 1,5
86400
Q= 5,07L/s
44
Calculo do reservatório.
C1= 1/3 x (P x qm x K1)
C1= 1/3 x (1556 x 0,150 x 1,25)
C1= 97,25m³
Neste caso foi ampliado em 100%, para evitar que falte água tratada, caso ocorra
interrupção do abastecimento ou aconteça incêndio.
Ct= C1+C2+C3 97,25 +100%= 194,5m³ = 200m³
+100%
O reservatório utilizado foi elevado e cilíndrico na proporção da altura e diâmetro 1:2
d= 2h d=2 x 4 d=8m
Área do circulo= πd²/4
V= Ct
V= A x h
V= (πd²/4) x h
V= (π(2h)²/4) x h
V= (π.4h²/4) x h
V= πh³
200= πh³
h³= 200/π
h= 4m
O reservatório possui uma altura de 4m, diâmetro de 8m e um volume de 200m³de água.
45
5.4. Sistema de Fossa Séptica
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) realiza coleta do efluente do esgoto
sanitário e os do laboratório (depois de passar por processo de neutralização, filtração e
separação da parte solida), e são enviados para a Estação de tratamento de Esgoto no
Laboreaux.
Caso a rede coletora não atende-se a Universidade, poderia utilizar fossas sépticas. Por
estar localizada em uma região com predominância de latossolo, podendo fazer o uso de vala
infiltração.
Dados:
Funcionários: 256
Alunos: 1300
Temperatura: 15ºC
Escola Lanchonete (bar)
C: 50 C: 6
Lf: 0,2 Lf: 0,1
K: 65 K: 65
T: 0,50 T: 1
Escola
T= N x C = 1556 x 50 = 77.800L/dia
V= 1000 + N(C x T + K x Lf)
V= 1000 + 1556( 50 x 0,5 + 65 x 0,2)
V= 60.128L V= 60,128m³
Lanchonete (bar)
T= N x C = 250 x 6 = 1500L/dia
V= 1000 + N(C x T + K x Lf)
V= 1000 + 250( 6 x 1 + 65 x 0,1)
V= 4.125L V= 4,125m³
46
Volume total (Vt).
Vt= 60,128 + 4,125 = 64,253m³ = 65m³
Profundidade mínima (comprimento duas vezes maior do que a largura).
P= 1,80m
L= 2W L= 2 x 4,25 L= 8,50m
V= P x L x W
V= P x 2W x W
65= 1,80 x 2W x W
3,6W²= 65
W = 4,25m
Caso seja adotado a profundidade de 1,80m, a vala de infiltração terá uma largura de 4,25m e
um comprimento de 8,5m.
Profundidade máxima (comprimento quatro vezes maior do que a largura).
P= 2,80m
L= 4W L= 4 x 2,40 L= 9,60m
V= P x L x W
V= P x 4W x W
65= 2,80 x 4W x W
11,20W²= 65
W= 2,40m
Caso seja adotado a profundidade de 2,80m, a vala de infiltração terá uma largura de 2,40m e
um comprimento de 9,6m.
47
CONCLUSÃO
Através do estudo realizado foi possível identificar que o local onde está construído o
empreendimento comporta a sua existência, embora se possam identificar impactos do
empreendimento na região.
Os impactos negativos são locais e de fácil resolução e pouco significativos e os impactos
positivos oferecerão grandes benefícios na região como a geração de emprego e renda,
qualificação de mão de obra, diversificação econômica, influência na ocupação urbana e
mudança cultural e comportamental. Tornando assim os impactos negativos de menor
relevância quanto aos impactos positivos.
Quanto às alterações na microbacia do Candidópolis, a supressão vegetal, ao
desmatamento da mata ciliar, a utilização do solo para agricultura e pastagem, tende a
culminar a escassez da água para abastecimento à cidade de Itabira. Temos que conscientizar
da importância da preservação do manancial, das nascentes, das áreas de recarga naturais, de
forma que envolva o poder público, privado a sociedade civil, a investir nessa ideia, dessa
forma, preservando o manancial, se gasta menos para potabilizar a água, e mantém o ciclo
hidrológico. Pode-se observar também a importância da elaboração de um Plano de Recurso
Hídrico que aborda as especificidades da bacia, enquadrando-a no que exige a legislação, seja
ela municipal, estadual ou federal. Tendo em vista que a legislação sobre o uso das águas
existe no sentido de garantir em quantidade e qualidade este bem finito para o consumo
humano
Quanto às dependências do campus concluiu-se que o lixo gerado pode ser melhor
gerenciado e destinado em locais corretos, dependo somente da colaboração de servidores e
alunos para a destinação correta dos resíduos, e quanto ao saneamento o campus possui uma
condição bem estruturada, no qual possui abastecimento de água potável, coleta de esgoto
sanitário, coleta seletiva, alem de usar as águas pluviais para lavar a área externa e irrigação.
A elaboração deste estudo com ênfase na microbacia de Candidópolis e o campus da
UNIFEI é de grande valia para se planejar e avaliar as ações e discussões sobre os futuros
projetos do campus universitário.
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REFERÊNCIAS
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49
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ANEXOS
- Mapa Cartográfico de Itabira
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