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Metodologias de Desenvolvimento de Sistemas de Governo Eletrônico
1. Metodologias para o Desenvolvimento de Sistema de Informação.
As metodologias, especificamente as do ciclo de vida de desenvolvimento dos
sistemas, fornecem o framework e os conjuntos de procedimentos nos quais um grande
número das tarefas envolvidas no desenvolvimento do governo eletrônico pode ser
realizada. A maior parte das metodologias abrange o amplo desenvolvimento de
atividades, desde a iniciação do projeto até a revisão de pós-implementação. A
metodologia para o desenvolvimento do sistema é uma abordagem formal e estruturada
que define e descreve sequencialmente todas as fases, tarefas e considerações que
são necessárias para que um projeto seja bem sucedido. O framework e o conjunto de
procedimentos garantirão que cada fase de desenvolvimento seja cuidadosamente
planejada, controlada e aprovada; que cada uma esteja em conformidade com o
conjunto de padrões; que cada uma seja adequadamente documentada; e que cada
uma tenha a equipe apropriada.
A partir do ponto de vista de gestão e controle, as metodologias dos sistemas de
informação irão:
• Fazer uso da experiência de especialistas e de outros desenvolvedores de
sistema como referência, e assim fornecer aos gerentes que são novos no
processo, uma lista de verificação das etapas que devem ser tomadas e das
questões que devem ser respondidas, de modo a facilitar o desenvolvimento dos
sistemas de informação.
• Fornecer um registro histórico do processo de desenvolvimento, através da
utilização de uma metodologia formal e da solicitação de documentações que
podem ser utilizadas no planejamento e nas avaliações futuras dos sistemas de
informação.
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• Permitir que os usuários/gerentes tenham um melhor controle do progresso do
projeto, e assim aumentar a utilidade dos resultados finais.
• Permitir a transferência de modelo de uma aplicação para outra e a transferência
de pessoas de um projeto para outro.
Portanto, é essencial que o desenvolvimento dos sistemas de governo eletrônico
seja realizado de acordo com um conjunto de procedimentos ou de metodologias
formais.
Antes do sistema de governo eletrônico ser desenvolvido, é necessário realizar
uma avaliação profunda dos processos de negócios associados ao sistema, incluindo as
interações dentro ou entre as agências governamentais. Os sistemas de informação são
elaborados para informatizar e reformular os processos relacionados ao negócio, de
modo a melhorar a efetividade, a eficiência e a produtividade dos negócios
governamentais. Obviamente, que sem incentivar os processos comerciais, ou o fluxo
comercial, o fluxo da informação nunca seria incentivado dentro da agência ou entre as
agências governamentais. Este é o motivo pelo qual a Remodelagem do Processo de
Negócios (BPR) e a reformulação têm-se tornado bastante populares nos países
industriais desde a década de 80.
Existem três tipos diferentes de desenvolvimento de sistema de informação com
resultados diversos:
• Os sistemas de informação que possuem um software de elaboração
personalizado, ou seja, o software de aplicação do sistema é elaborado de forma
customizada para atender as necessidades especiais dos usuários dos sistemas
de informação a serem desenvolvidos.
• Os sistemas de informação que utilizam pacotes de software, ou seja, softwares
desenvolvidos por terceiros que podem ser vendedores ou consultores, que são
utilizados como um software de aplicação fundamental. Logicamente que algum
trabalho de customização pode ser inevitável.
• Reengenharia dos sistemas de informação já existentes, por exemplo, os
códigos e dados existentes são reformulados e migrados para um novo
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ambiente e uma nova plataforma de tecnologia avançada de software para
modernizar e aumentar a funcionalidade dos sistemas de informações
existentes. Ou a “herança” antiga dos sistemas é ajustada para se adequar ao
moderno sistema, através do uso de produtos de conectividade.
Com o desenvolvimento da tecnologia de software, os sistemas de informação
estão cada vez mais sendo desenvolvidos em pacotes de software. Independente de
que tipo de sistema de informação mencionado acima está sendo desenvolvido, uma
metodologia adequada de engenharia de sistema da informação precisa ser adotada
para garantir o sucesso do desenvolvimento do sistema.
Segue abaixo os quatro métodos diferentes de sistemas desenvolvidos:
1.1. O Método de Orientação de Dados - é utilizado quando os dados/informações
necessários para a realização dos trabalhos da instituição formam a base de mudança
do sistema. O método de orientação dos dados é adequado para o processamento de
grandes e não-homogêneas quantidades de informação e para procedimentos muito
dinâmicos.
1.2. O Método Funcional - é utilizado quando as unidades organizacionais (funções) e
suas comunicações mútuas formam a base. O método funcional é adequado para o
processamento de procedimentos complicados com diversas superfícies ou pontos de
contato e regras de processamento. Além disso, o método é adequado para as tarefas
bem definidas.
1.3. O Método Evolucionário - envolve um desenvolvimento sucessivo. As partes do
sistema de alta prioridade são introduzidas antes das partes de baixa prioridade, mas de
tal forma que todas as partes do sistema formem a parte da totalidade planejada. O
método evolucionário é adequado para a introdução dos sistemas em fases, ou quando
algumas partes do sistema são mais importantes do que outras. Além disso, este
método é bem adequado para sistemas complicados.
1.4. O Método de Protótipo - é utilizado quando se deseja um modelo funcional do
futuro sistema. O método de protótipo é adequado para altas tarefas não-estruturadas,
tais como ambientes dinâmicos, situações experimentais, sistemas de diálogo e para
preparar as organizações para a introdução dos sistemas de governo eletrônico. O
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Protótipo é um método em que o desenvolvimento das versões de testes (protótipos) de
um sistema é realizado em uma escala muito ampla. O método também é chamado de
desenvolvimento de sistema experimental, desenvolvimento de sistemas com protótipos
ou de desenvolvimento de sistemas interativos.
A seleção do método de desenvolvimento dos sistemas baseia-se na avaliação
da totalidade das quatro principais áreas e leva-se em conta: a natureza das tarefas; a
organização envolvida; a tecnologia disponível; e o pessoal, que inclui os usuários e os
profissionais técnicos.
2. Engenharia de Sistema do Governo Eletrônico
O desenvolvimento efetivo e eficiente dos sistemas de governo eletrônico é
baseado em diversos fatores, incluindo a compreensão das exigências do usuário e a
capacidade de determinar os meios mais eficazes para atendê-los. O primeiro exige um
conhecimento detalhado e especialização no negócio do usuário. Isto é essencial e
requer a disponibilidade e o envolvimento de gestores e usuários com conhecimento
especializado de seus negócios. O segundo, a determinação dos meios para atender as
exigências do usuário, exige o envolvimento dos analistas de sistema do governo
eletrônico que são especialistas em tecnologia da informação atual. Portanto, o
desenvolvimento do sistema de governo eletrônico exige uma parceria para a
modelagem: os usuários fornecem o modelo comercial e os analistas de sistemas do
governo eletrônico fornecem o modelo técnico.
Isto é fácil de dizer, mas na prática, é difícil de fazer. O modelo de sistema do
governo eletrônico, assim como a análise dos processos comerciais é, na melhor das
hipóteses, uma ciência inexata, pois é altamente dependente de uma comunicação
exata, precisa e clara da informação e das ideias entre usuários, analistas e designers.
Caso se pretenda obter um desenvolvimento de sistema de governo eletrônico bem
sucedido, deve-se seguir as metodologias de engenharia de sistema de governo
eletrônico, as quais resumem e incorporam a experiência e as lições de
desenvolvimento dos sistemas anteriores, independentemente se estas foram bem
sucedidas ou não.
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Com o objetivo de realizar qualquer conjunto de tarefas de forma eficaz a equipe
precisa ter um plano de trabalho ou um procedimento. Sem isto, as tarefas serão
realizadas de forma aleatória e com pouca coordenação, caso esta esteja presente. Os
resultados são diversos produtos intermediários que raramente se adequam em um
conjunto coeso, e, pior do que isto, o produto final raramente atende as especificações
iniciais. Em alguns casos, devido à falta de plano de trabalho, não há especificações
iniciais. Os planos de trabalho detalhados para o desenvolvimento dos sistemas de
governo eletrônico são chamados de metodologias. De fato, a metodologia é um
sistema de princípios, práticas e procedimentos aplicados para, e informado através de
um ramo específico de conhecimento. Conforme havia sido mencionado no parágrafo
inicial, as metodologias fornecem o framework e os ajustes de procedimentos nos quais
a miríade das tarefas envolvidas no desenvolvimento do governo eletrônico pode ser
realizada. A maior parte das metodologias abrange o amplo desenvolvimento de
atividades, desde a iniciação do projeto até a revisão de pós-implementação.
A engenharia de sistema do governo eletrônico leva a ganhos em produtividade
e de qualidade de desenvolvimento dos sistemas. Algumas das questões importantes
relacionadas ao desenvolvimento do sistema de informação, que são direcionadas
através dos métodos de engenharia de sistema do governo eletrônico são as seguintes:
2.1. Administração de Dados e Gestão de Recurso da Informação
A engenharia de sistema do governo eletrônico dá uma grande importância à
administração de dados e à gestão de recurso da informação, e é um veículo poderoso
para o estabelecimento da administração de dados e das funções de gestão de recurso
da informação em uma organização. A administração de dados é uma função que define
os padrões, o acompanhamento e o controle da informação em uma organização. A
gestão do recurso da informação tem o mesmo propósito da administração de dados,
mas também inclui o planejamento, a organização, o controle de dados e os modelos de
processo definindo as configurações das instalações de hardware, software e de rede, e
o treinamento das pessoas que são necessárias para o suporte dos sistemas de
governo eletrônico da organização.
2.2. Produtividade e Qualidade do Sistema
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O aumento da produtividade com uma baixa qualidade não servirá para a
obtenção do resultado desejado do governo eletrônico; produtividade e qualidade
devem ser melhoradas em conjunto. A engenharia de sistema do governo eletrônico
assegura e garante a qualidade através da coleta das exigências comerciais antes da
criação de soluções. O rigor das técnicas e as fases desta metodologia garantem que a
qualidade inicial seja mantida ao longo da implementação. Apesar de que certamente a
organização gastará alguns recursos preciosos para estabelecer e manter as funções
de gestão de recursos da informação, o aumento no desenvolvimento de sistemas de
produtividade utilizando a engenharia de sistema do governo eletrônico compensará
este investimento.
2.3. Gestão da Mudança e Evolução
A engenharia de sistema do governo eletrônico fornece um mecanismo para
gerir a mudança em uma organização. A adição, eliminação ou revisão de uma regra
comercial requer uma avaliação do modelo de dados e do processo a partir de uma
ampla perspectiva. Isto pode levar a modificações em diversos sistemas. As mudanças
na tecnologia ou nas exigências de sistema exigem modificações em todos os modelos
de sistema, assim como em todos os sistemas implementados. Através da separação
dos aspectos que são tecnologicamente independentes da gestão da mudança das
implementações que são dependentes de tecnologia, a manutenção do sistema é um
processo evolucionário que permite que uma organização controle seu próprio destino.
2.4. Migração para uma Arquitetura Alternativa
Uma vez que os modelos dos dados e dos processos tecnologicamente
independentes tenham sido desenvolvidos para uma área funcional, eles fornecem as
bases para a formulação e a implementação do sistema. Em alguns casos, o ambiente
de destino para a implementação de uma área funcional particular já pode ter sido
especificado. Entretanto, em diversas situações, os dados e os modelos de negócios se
tornam a linha de base para avaliar as tecnologias alternativas. Isto permite que uma
organização selecione configurações ideais de hardware e de software, e que a rede
baseada no orçamento disponível atenda suas necessidades. Pode ser necessário mais
de um ambiente de destino para satisfazer as necessidades comerciais representadas
pelos modelos de dados e de processo. Entretanto, ao invés de meramente servir como
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interface entre os diferentes ambientes, eles podem ser completamente integrados e
podem aproveitar os principais fatores de cada ambiente.
2.5. Reengenharia e Engenharia Reversa
A reengenharia enfatiza a racionalização dos processos de negócios de uma
organização para se obter o máximo de vantagens de uma moderna tecnologia da
informação e para se obter uma abordagem total dos dados de construção e dos
modelos comerciais. Ela rende resultados de alta qualidade em um curto período de
tempo enquanto que também garante a compreensão por parte do usuário. Para as
organizações com sistemas atuais que não se encontram bem documentados, pode ser
necessária uma abordagem completa e uma engenharia reversa. A engenharia de
sistema do governo eletrônico utiliza os princípios de normalização dos negócios e os
princípios de engenharia reversa para extrair os modelos de base de dados das
estruturas de dados e do código de programas e desenvolve dados tecnologicamente
independentes e modelos de processo que são capazes de adaptar diferentes
plataformas dependentes de tecnologia. Este processo de engenharia reversa é
possível para aquelas organizações que não estão sujeitas à mudança por causa de
sua regulamentação ou devido a outras restrições.
3. Desenvolvimento de Sistemas Estruturados do Governo Eletrônico
A engenharia de sistema do governo permite que uma organização maximize as
vantagens obtidas das tecnologias emergentes. Os benefícios variam desde as novas
ideias dentro da visão comercial estratégica de uma organização até o planejamento
detalhado e a utilização otimizada das novas tecnologias. Pode-se obter benefícios a
curto e a longo prazo. Uma vez estabelecido, o retorno da implementação da
engenharia do sistema de governo eletrônico garante não apenas a produtividade e a
qualidade, mas também o sucesso em longo prazo da organização.
Por este motivo, este módulo fornece uma breve introdução da metodologia de
desenvolvimento de um sistema estruturado de governo eletrônico, que é uma das
técnicas mais importantes de engenharia de sistema do governo eletrônico e que é
muito útil, em particular, para o amplo e complexo desenvolvimento do sistema de
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governo eletrônico. A medida em que o tamanho do projeto diminui, algumas fases de
desenvolvimento podem ser combinadas.
Considerando que um projeto de governo eletrônico é realizado de acordo com
um padrão normal e ordenado, pode-se esperar que ele siga as seguintes fases gerais:
• Inicialização do projeto
• Análise de exigências, incluindo a análise do negócio, a avaliação dos
componentes existentes do sistema, a identificação de problemas e a análise de
viabilidade de abordagens alternativas; a formulação lógica, incluindo a
reformulação de fluxo dos negócios, o incentivo do fluxo da informação e a
formulação da arquitetura do sistema.
• Formulação física, incluindo as especificações de hardware, software e
instalações de comunicação, formulação de rede e cabo e segurança do
sistema.
• Implementação, incluindo o estabelecimento de base de dados, entrada de
dados e desenvolvimento de software de aplicação.
• Operação, incluindo a fusão do sistema no ambiente normal de negócio,
atualização dos dados e manutenção do sistema.
• Avaliação de pós-implementação.
Existem diferentes formas de se dividir em fases o ciclo de vida de
desenvolvimento do sistema da informação. Entretanto, elas podem ser divididas em
três estágios principais: análise, modelo e implementação. Estes três estágios são
agrupados (precedido e realizado) através da inicialização do projeto e da revisão do
mesmo. Além disso, todas estas atividades incluem as tarefas administrativas de
planejamento, agendamento e controle.
3.1. Análise Preliminar
A inicialização do projeto é realizada através da análise preliminar. A análise
preliminar constitui a primeira e talvez a fase mais crucial do desenvolvimento de um
projeto. Em muitos casos ela se torna o próprio projeto inteiro, uma vez que o
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desenvolvimento da informação nesta fase pode indicar que não é necessário, possível
ou desejável um trabalho adicional. Em todos os casos, os resultados da fase de análise
determinam se há algum problema a ser resolvido; se existe alguma solução possível
para o problema e se o desenvolvimento da solução para o problema é benéfico
financeiramente para o usuário e para a agência governamental como um todo.
O principal objetivo da análise primária é decidir se um projeto deve ser iniciado
ou não para desenvolver um sistema de governo eletrônico solicitado pelos usuários.
Mesmo nesta fase inicial, os resultados do estudo preliminar determinarão se existem
benefícios suficientes antecipados para justificar a continuidade do projeto para a
próxima fase de desenvolvimento.
Uma análise preliminar detalhada deve ser direcionada para os seguintes itens:
• Os problemas atuais a serem eliminados a partir do ambiente do usuário e a
exploração das oportunidades comerciais atuais e futuras.
• A definição da missão do sistema e a tradução das necessidades comerciais do
usuário em um conjunto claro de objetivos de projetos comerciais.
• O ajuste de delimitadores para a área de estudo do projeto.
• A identificação de possíveis restrições e riscos do projeto.
• A busca inicial para potenciais soluções de implementação do sistema.
• Análise de custo-benefício.
Enquanto se identifica os problemas atuais, geralmente é dada muita atenção à
forma como a tecnologia da informação poderia ser utilizada para melhorar a
efetividade, eficiência, produtividade e qualidade das agências governamentais.
Entretanto, isto está longe de ser o suficiente. Deve-se dar uma forte ênfase à análise
dos processos comerciais atuais da organização para ver se eles se adéquam ao seu
propósito. O novo sistema de governo eletrônico deve ser integrado ao ambiente
comercial existente apenas se for justificável, através da demonstração de eficiência dos
processos comerciais atuais. Caso contrário, deve-se considerar a hipótese de
reformulação dos processos comerciais.
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Os problemas e/ou as oportunidades identificadas ou descritas pelos usuários
devem ser priorizadas por ordem de importância. Esta classificação é necessária para
diferenciar as questões que são muito importantes e aquelas que, apesar de serem
úteis para o direcionamento, não são essenciais para o projeto de imediato. Um modo
possível de classificá-las poderia ser como segue adiante:
3.1.1. Essencial. Requisitos sem os quais o usuário não poderia operar
adequadamente no ambiente comercial.
3.1.2. Adaptável. Requisitos que, se necessário, podem ser parcialmente modificados
para permitir modos alternativos de operação.
3.1.3. Bom ter. Requisitos que o usuário está disposto a documentar, mas que podem
ser excluídos da lista de exigências do sistema caso estas se demonstrem muito
custosas de serem atendidas.
Os objetivos do projeto devem direcionar os problemas e/ou as oportunidades
que foram identificadas durante a análise da situação atual. Os objetivos do projeto
devem ser definidos em um formato conciso, mensurável e atingível.
Na realidade um estudo formal das possibilidades deve ser conduzido durante
esta fase. Através deste estudo, deve-se obter um acordo do âmbito do projeto entre a
gestão da organização do usuário e a equipe do projeto. Juntamente com o relatório
estão as justificativas para o projeto, os limites claramente definidas para o
desenvolvimento, e um modelo de plano de trabalho indicando como o desenvolvimento
deve ser realizado.
3.2. Análise de Requisitos
A análise de requisitos tenta descobrir o que é desejável e verdadeiramente
necessário aos usuários; tenta esclarecer os produtos que irão satisfazer um conjunto
completo de desejos; e descobrir quem desempenhará a maior parte no processo de
requisitos. Obviamente que a análise de requisitos é essencial para o desenvolvimento
bem sucedido de um sistema de governo eletrônico porque se os desenvolvedores do
sistema não sabem o que o usuário (por exemplo, as empresas ou os cidadãos) precisa,
ou se não se comunicam adequadamente com os usuários, as funções e o desempenho
do sistema não poderão ser definidos corretamente. Qualquer sistema de governo
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eletrônico que falhe em atender as necessidades reais dos usuários finais não irá durar
muito tempo.
A determinação das exigências começa com uma análise minuciosa dos fluxos
dos negócios atuais e das estruturas organizacionais que sejam relevantes para o
sistema proposto. Através da coleta de dados e através de entrevistas com os usuários
do sistema que será desenvolvido, a análise pretende responder as questões que são
especificadas nos parágrafos seguintes.
3.3. Atividades da Fase de Análise
A forma mais importante de conduzir uma análise de requisitos é entrevistando
os usuários, em particular as pessoas que são fundamentais para o processo comercial
e os usuários finais do sistema. A partir de diferentes níveis de sistemas de governo
eletrônico, diferentes níveis de usuários precisam ser selecionados para entrevistas. Ao
entrevistar os usuários, as principais questões são em relação a aprendizagem sobre o
negócio do usuário, compreender a terminologia do usuário e fazer as perguntas certas.
A sequência lógica da entrevista é:
• Em primeiro lugar, averiguar sobre o fluxo do negócio e de informação na
organização. Inicie com as saídas: Que informação é necessária para realizar o
negócio? Como os dados devem fluir entre as agências e os indivíduos?
Determine a freqüência, o prazo e a precisão.
• Em segundo lugar, identificar as entradas impulsionadas pelas saídas: Que
informação é necessária para produzir cada uma das saídas? Quais informações
estão disponíveis? Quando? Onde? Quais informações novas precisam ser
armazenadas?
O objetivo da análise de requisitos é documentar as funções, processos,
atividades e dados de usuários existentes. As atividades na fase de análise são as
seguintes: análise de função atual; desenvolvimento do modelo funcional atual;
processo atual e análise de atividade; desenvolvimento do modelo de processo atual;
fonte de dados atuais e análise de uso; análise de dados atuais; e desenvolvimento do
modelo de dados atual. Após esta análise, pode ser recomendado realizar uma
abordagem adequada para atender as exigências do usuário, a qual geralmente é
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selecionada a partir do: desenvolvimento de um sistema personalizado; implementação
de um pacote de vendedor/fornecedor com ou sem modificação; e reengenharia do
sistema computacional atual. O modelo de qualquer novo sistema precisa ser atributo a
partir da compreensão do sistema antigo. Mesmo para um sistema completamente
novo, é necessário considerar cuidadosamente a utilização total de todos os recursos
existentes.
A validação da análise de requisitos é importante o suficiente para justificar um
tratamento separado. Toda a documentação analítica precisa ser validada para garantir
que todas as partes concordam de que as condições apresentadas na documentação
representam precisamente o ambiente, e que os documentos gerados contêm as
definições que são completas, precisas, inequívocas e testáveis.
As análises requeridas devem resultar em um Documento de Requisitos (DR),
que define os problemas e as demandas do usuário e as soluções gerais necessárias. A
linguagem deve ser orientada para o negócio do usuário e jargões computacionais
devem ser evitados. O DR algumas vezes é utilizado como uma Solicitação de Proposta
(SDP) quando o usuário propõe o projeto para contratantes externos. Entretanto um DR
escrito pelo usuário geralmente é inadequado para estimar o desenvolvimento porque o
mesmo pode não estar ciente do que o sistema baseado em computador pode fazer, e,
portanto o (DR) geralmente pode ser vago. Um usuário pode não perceber corretamente
suas próprias necessidades se ele não estiver atualizado com as tecnologias de
computação e de comunicação. Outros problemas surgem devido a dificuldades de
comunicação. Não se pode esperar que uma pessoa não-técnica aprenda linguagem
computacional e os jargões para explicar seus requisitos a um analista de sistemas. A
equipe de projeto é quem deve notar e resolver qualquer problema relacionado a isto.
As experiências de diversos analistas de sistemas têm demonstrado que vale a pena
que a equipe do projeto gaste algum tempo trabalhando para ajudar o usuário a
escrever um bom documento de requisitos.
3.4. Participação dos Usuários
É obrigatório que durante esta fase seja obtida uma participação ativa dos
usuários, incluindo empresas, cidadãos e funcionários do governo, e qualquer outro que
possa ser necessário porque eles são importantes no sistema. Isto é, sem sombra de
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dúvidas, um fator extremamente fundamental para o sucesso. Por exemplo, as
necessidades e os objetivos do negócio de um projeto não podem ser desenvolvidos
adequadamente sem o comprometimento estável do usuário para auxiliar na fase inicial
do processo a definir os mesmos. Este é o único modo de garantir que o sistema
solicitado esteja precisamente alinhado com as metas do negócio de seus
departamentos e com as metas de toda a organização. Portanto, os usuários precisam
participar ativamente e articular suas próprias necessidades. De fato esta declaração
permanece válida para todos os produtos distribuídos que são produzidos durante as
fases de análise preliminar e de requisitos. Isto enfatiza que o envolvimento do usuário
deve ser visto como propício para o sucesso do projeto. O sistema que será
desenvolvido será tão eficiente em apoiar as áreas funcionais do usuário de acordo com
a participação dos usuários no desenvolvimento das exigências do sistema,
especialmente durante os estágios essenciais do processo de análise. Através das
técnicas de desenvolvimento direcionadas ao usuário, tais como os protótipos, mais e
mais sistemas de governo eletrônico serão desenvolvidos com sucesso pela equipe de
usuários e analistas de sistema que trabalham em estreita colaboração durante todo o
projeto.
Os projetos mais bem sucedidos geralmente são realizados sob uma
responsabilidade formal dos usuários. Apesar do sistema poder ser desenvolvido por
profissionais de computação e de comunicação, a responsabilidade final do projeto recai
nas mãos dos usuários conhecedores e capazes, que são oficialmente responsáveis
pelo novo sistema.
3.5. Treinamento dos Usuários
É importante familiarizar os usuários que irão participar diretamente do projeto
com as técnicas de definição de requisitos que serão utilizadas. Isto ajudará a unir a
lacuna de comunicação que possa existir entre os usuários e os desenvolvedores de
sistema. Devem ser desenvolvidos cursos especificamente para auxiliar a remover a
nuvem de mistério ao redor do desenvolvimento de um sistema de governo eletrônico.
No geral, estes cursos descrevem o processo de desenvolvimento do sistema em
termos simples que sejam fáceis de serem compreendidos a partir do ponto de vista do
usuário. Durante estes seminários, os conceitos especializados (e algumas vezes
esotéricos) do sistema de governo eletrônico e o vocabulário utilizado pelos
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desenvolvedores de sistema de informação também são explicados, juntamente com
uma breve descrição de diversas ferramentas gráficas e técnicas que são aplicadas
durante o processo comercial e as tarefas de modelagem de dados. Devido ao
investimento que será utilizado no desenvolvimento de um grande sistema de governo
eletrônico, sem mencionar o fato de que tal sistema durará pelo menos entre 10 a 15
anos, um curso de um a cinco dias de duração é um preço pequeno a ser pago para se
tentar entregar um sistema de alta qualidade que pretende atender verdadeiramente as
necessidades do usuário.
3.6. Modelo do Sistema
A proposta de modelo do sistema é definir a arquitetura interna do sistema de
governo eletrônico. Para uma ampla e complexa aplicação, as questões do modelo
associadas com as características de desempenho, usabilidade e manutenção do
sistema são de grande importância. Consequentemente, os modelos de dados físicos e
do processo devem ser elaborados de tal forma que ofereça o máximo de flexibilidade
possível enquanto leva em conta as restrições físicas que possam ser impostas pela
tecnologia que está sendo selecionada para ser implementada no sistema. Qualquer
desvio dos requisitos originais no processo funcional e nos modelos de dados que
possam ser necessários para atender o critério especifico do sistema operacional
devem ser adequadamente documentados e discutidos minuciosamente com os
usuários. As estratégias para testar o sistema, a conversão de dados, o treinamento do
usuário final e a instalação do sistema também devem ser cuidadosamente elaboradas.
Com base na análise de requisitos do usuário pode-se definir as funções do
sistema a serem desenvolvidas. Durante o desenvolvimento das funções, os
desenvolvedores do sistema precisam capturar todas as funções relevantes e
compreender as evidentes, ocultas e acessórias. As funções evidentes são aquelas que
devem ser realizadas de modo que seja visível ou evidente para os usuários, se
possível. As funções ocultas devem ser as mais imperceptíveis possível para o usuário.
As funções acessórias são aquelas que o usuário gostaria que estivessem presentes,
mas não se elas não tiverem algum custo diretamente ou se elas comprometerem
outras funções. Classificar a lista de funções em ocultas e evidentes ajuda a identificar
as possibilidades que podem ser negligenciadas. Isto ocorre porque ao se classificar
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deste modo, se enfatizam as funções do sistema, que de outra forma poderiam ser
subestimadas.
A definição das funções deve ser produzida colaborativamente com os usuários
através do desenvolvimento de uma lista inicial das funções potenciais e da
classificação de cada função como evidente, oculta ou acessória. As novas ideias
podem ajudar a descobrir funções ocultas não mencionadas que irão ampliar a lista de
funções. Durante o processo de classificação destas funções, deve-se buscar por
funções com formulação que implique alguma restrição da solução e deve-se
transformar tal texto em declarações de problemas, ao invés de priorizar a busca de
declarações de soluções; finalmente deve-se criar uma lista de funções acessórias.
Existem diversas questões que também são importantes, as quais precisam ser
elaboradas dentro de um modelo de sistema lógico. Elas estão identificando as
restrições e os riscos, definindo as preferências e limitando as expectativas do sistema a
ser desenvolvido.
Identificar as restrições e os riscos que existem no desenvolvimento do sistema
é uma questão importante. As restrições técnicas e comerciais e os riscos, pertencem
às mesmas condições que foram consideradas fora da influencia direta ou do controle
dos membros da equipe do projeto. Entretanto, ao mesmo tempo, eles podem ter um
impacto direto no âmbito do projeto, em seu cronograma e nas propostas de soluções
alternativas de implementação. As restrições ou os riscos que podem afetar o projeto
incluem os seguintes itens: estabilidade organizacional em termos de políticas, funções
e estruturas; regulamentações governamentais; limitações de orçamento; considerações
políticas; considerações de cronograma; considerações legais; considerações
ambientais; limitações operacionais; disponibilidade de dados; considerações com
relação a hardware/software/rede; considerações pessoais; limitações técnicas; e riscos
associados com a utilização de novas tecnologias não testadas. Para que a solução do
projeto final seja aceitável, todas as restrições ou riscos devem ser atendidos. Portanto,
uma restrição ou um risco deve ser definido em termos que permitam que os
participantes determinem objetivamente se estes foram atendidos ou não no produto
final.
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Definir as preferências é outra tarefa durante a fase de análise do sistema. A
preferência é desejável, porém é uma condição opcional ou um atributo. Qualquer
solução de modelo final que atenda todas as restrições é considerada como uma
solução aceitável, porém algumas soluções aceitáveis podem ser preferíveis a outras.
As preferências permitem que o designer do sistema possa comparar as soluções
aceitáveis e escolher as melhores. É melhor elaborar preferências mensuráveis já que
estas são utilizadas pelos designers para orientá-los a satisfazer seus clientes. Portanto,
as preferências não serão de muita valia, a não ser que cada uma seja definida em
termos que possibilitem os designers determinarem em que grau a preferência será
atendida.
Limitar as expectativas do sistema a ser desenvolvido também é importante. Se
o(a) desenvolvedor(a) considera o processo de elaboração como uma forma de atender
todas as expectativas e de evitar todos os desapontamentos, ele/ela nunca será bem
sucedido(a). É importante compreender, definir, comunicar e controlar as expectativas
de todas as pessoas envolvidas. Com o objetivo de levantar e documentar as
expectativas e as limitações deve-se gerar primeiramente uma lista das expectativas
específicas dos usuários representativos. Os desenvolvedores do sistema precisam
trabalhar com a lista para compreender e generalizar cada expectativa. Eles precisam
então negociar para limitar as expectativas a um nível razoável, deixando aberta todas
as possibilidades para as futuras modificações do sistema, porém excluindo
definitivamente tudo que não possa ser razoavelmente esperado. Ao se definir um
limite, a fonte da limitação deve ser documentada, porque as limitações de hoje podem
se tornar as oportunidades de amanhã.
Um modelo de sistema lógico identifica as relações lógicas dos elementos
internos e externos que são essenciais para o sistema, por exemplo, os fluxos de
processos comerciais que o sistema irá apoiar e os fluxos de informação que serão
processados pelo sistema. Os fluxos de processos comerciais representam o modelo de
negócio da informação e os fluxos de informação descrevem o modelo de
dados/informações da organização. Os modelos de negócios e os modelos de
dados/informações são independentes tecnologicamente e direcionam a arquitetura do
sistema a um nível lógico. O modelo de sistema lógico também identifica as funções
realizadas pelo novo sistema ou pelo sistema melhorado e especifica o que o novo
sistema ou o sistema melhorado fará para apoiar o fluxo de negócios da organização.
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O modelo lógico deve ser um documento não-técnico acessível aos profissionais
do sistema e também aos usuários. Uma vez que o usuário-gerente tenha confiança de
que o novo sistema irá atender as necessidades da organização e aprove o modelo
lógico, o modelo físico do sistema poderá ser iniciado.
O modelo físico determina a arquitetura do sistema em um nível físico, o qual é
tecnologicamente dependente, e desenvolve o modelo do sistema. O modelo físico de
um sistema de governo eletrônico inclui as especificações de como o modelo lógico será
implementado. Isto envolve coisas como as especificações de todos os procedimentos
manuais e computadorizados; arquitetura do sistema e topologia de rede; seleção de
hardware e software computacionais; modelo dos arquivos de dados físicos solicitados;
especificações de todos os programas e/ou procedimentos necessários; e segurança
física do sistema. Este processo é razoavelmente técnico e requer a participação do
usuário, especialmente ao detalhar os procedimentos de processamento de dados do
manual.
O modelo finalizado do sistema físico deve ser documentado em dois níveis.
Deve-se redigir uma visão geral do modelo que inclua as descrições do sistema e dos
subsistemas de aplicação; as inter-relações dos subsistemas; a arquitetura do sistema;
os procedimentos de operação ou de captura de dados; e o procedimento de auditoria.
Também se deve incluir uma descrição de suas bases de dados, uma amostra dos
documentos ou dos formatos de entrada/saída, e as medidas de segurança do sistema.
Também deve detalhar a relação e a interface do sistema atual para outros sistemas de
governo eletrônico dentro do ambiente organizacional. Esta visão geral do modelo deve
ser aprovada pela gerência da agência governamental antes que as descrições técnicas
detalhadas sejam especificadas.
Além da visão geral do modelo e do segundo nível de documentação, devem-se
detalhar as especificações para um dicionário de dados, arquivos, banco de dados,
documentos de entrada/saída, telas, programas e procedimentos, um sistema de
cabeamento e programas de treinamento de usuários.
3.7. Implementação do Sistema
O principal propósito da fase de implementação é entregar um sistema
operacional completo aos usuários. Com base nas especificações de modelo do sistema
Governo Eletrônico – O que um líder governamental deve saber Página 18 de 23
que foram produzidas durante as fases anteriores, os programas de software são
codificados, testados e gradualmente integrados em um sistema completo. Os
procedimentos manuais e administrativos do sistema são finalizados e testados em
conjunto com a porção automática do sistema. Os manuais de documentação do
usuário e do sistema são finalizados e a equipe é adequadamente treinada. Os dados
dos arquivos antigos são acondicionados nas novas estruturas de arquivos/banco de
dados do sistema. O equipamento e as instalações adequadas de
hardware/software/rede são instalados nos locais do usuário e o sistema e seus
materiais de apoio são transferidos para o ambiente de produção. Se necessário, o
sistema é ajustado durante o primeiro mês após sua instalação na produção.
Os usuários precisam participar dos testes do software, programas,
procedimentos e bases de dados da aplicação para que possam entender melhor o
sistema. Diversas técnicas podem ser utilizadas para garantir a qualidade. Deve-se dar
uma atenção especial à documentação. Programas de treinamento devem ser
desenvolvidos para os usuários que estão em diferentes níveis e materiais relacionados
ao novo sistema como parte do processo de implementação. Estes devem incluir a
preparação de informativos e de seminários para a transmissão da informação geral
relacionada ao sistema; aulas específicas e materiais para fornecer um treinamento
detalhado dos conceitos e procedimentos do sistema; um programa de treinamento em
serviço ou prático para aqueles que serão indicados para trabalhar diariamente com o
novo sistema.
É necessário realizar um teste de aceitação antes de colocar o novo sistema em
operação. Todas as funções prometidas e produtos a serem distribuídos devem ser
demonstrados no teste de aceitação. O sistema é finalizado como um projeto global
quando:
• O novo sistema é ajustado e funciona sem problemas.
• A conversão ou a exclusão de quaisquer sistemas antigos é finalizada. A
exclusão deve ser feita, se possível, em etapas.
• Os usuários finais são treinados e se sentem à vontade com o sistema.
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• É realizada uma revisão do projeto posteriormente e todos os itens que podem
beneficiar os projetos futuros estão documentados.
• Define-se a responsabilidade e o método de manutenção em andamento.
Sempre haverá a necessidade de modificar um sistema para melhorá-lo,
adicionar novas características ou arrumar quaisquer problemas que ainda permanecem
após a aceitação ou a garantia do sistema terminar. Na maior parte das vezes, o
negócio do usuário irá mudar com o tempo e do mesmo modo seus requisitos também
mudarão. Estas mudanças ou melhorias tornam a manutenção do sistema
indispensável.
A conversão deve ser um processo bem planejado, no qual os usuários devem
participar. Arquivos e documentos devem ser criados, os formulários devem ser
impressos e os novos procedimentos devem ser instituídos.
Deve ser desenvolvida uma versão preliminar dos diferentes tipos de manuais do
sistema que são necessários para utilizar, operar e manter o sistema em produção.
Neste estágio inicial da fase de implementação, estes manuais podem ser
desenvolvidos como um esboço. Entretanto, eles devem conter informação suficiente
para apoiar os usuários e eventualmente a equipe de operações do sistema durante o
ciclo de aceitação do usuário e dos testes de aceitação da produção.
O guia do usuário do sistema deve ser sempre escrito em uma linguagem que
seja de fácil compreensão a partir do ponto de vista do usuário. Os jargões técnicos
devem ser evitados. Os usuários não precisam saber como o sistema funciona
internamente, mas deve saber como lidar com os componentes automatizados de um
modo adequado e eficaz.
O guia de manutenção do sistema descreve as funções de alto nível e facilita
que elas sejam realizadas pela aplicação do software, focando-se primeiramente na
perspectiva técnica. Ele contém narrativas gerais do programa e descreve as
características técnicas importantes do sistema (ou seja, sua arquitetura interna e
externa). Seu objetivo primário apoiar os esforços da equipe de manutenção. Entretanto,
ele não descreve necessariamente as especificações do programa em detalhes. A
informação detalhada associada com o programa pode estar em um guia separado.
Governo Eletrônico – O que um líder governamental deve saber Página 20 de 23
O guia de operações do sistema fornece uma descrição do documento detalhado
que é exigido pelo pessoal do centro de informação/dados para operar o sistema
durante a produção. Comumente, o tipo de informação que deve ser descrita para cada
trabalho de produção dentro de um ciclo de processamento específico (diário, semanal,
mensal ou anual) inclui a preparação do trabalho, a execução do trabalho e a
distribuição do resultado do trabalho.
Um pacote de treinamento do sistema deve ser preparado durante a fase de
implementação. Os materiais do treinamento devem ser desenvolvidos em um esboço
desde o estágio inicial desta fase. O esboço deve conter informações suficientes para
apoiar o treinamento inicial dos participantes da equipe de usuários que irão conduzir os
testes de aceitação do usuário. A estratégia detalhada de treinamento do sistema deve
ser revisada para se verificar se toda a informação referente ao novo sistema foi
produzida. Além disso, o esboço do pacote de treinamento do sistema deve ser
analisado para verificar se o mesmo é preciso e se atende os objetivos de treinamento
definidos.
O esboço final dos materiais de treinamento formal deve preparar e treinar de
modo adequado os usuários e o pessoal de operações do sistema e de manutenção em
como utilizar, operar e apoiar o sistema de forma mais efetiva antes de sua
implementação no ambiente de produção. Os materiais de treinamento podem incluir
folhetos, slides, transparências e outros. Estes materiais devem ser designados de cima
para baixo, descrevendo o sistema desde uma forma bem generalizada até uma forma
bem específica. Em algumas instâncias, será necessário modelar alguns componentes
específicos do pacote de treinamento para que se adéquem às necessidades
específicas do público-alvo.
Uma vez que o sistema esteja em operação, deve-se realizar uma avaliação
pós-implementação. O propósito de se realizar isto é para determinar quão bem o
sistema atende os objetivos planejados. O desempenho geral e o nível de operabilidade
de todo o sistema devem ser julgados a partir do ponto de vista do tempo de resposta
dos programas online; do tempo de execução dos programas de lote; do tempo de
execução dos utilitários do sistema para que estes sejam efetuados; das instalações de
segurança; do equipamento do computador instalado; da operação do computador e
das instruções de controle do trabalho; da documentação geral do usuário/sistema; e da
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efetividade da rede de comunicação do sistema, assim como a partir de qualquer
indicador adicional relacionado com os objetivos originais. A avaliação pode ser
realizada pela equipe do projeto ou pelos auditores dos sistemas internos.
A otimização pós-implementação do sistema pode ser realizada com base nos
resultados da avaliação. As áreas específicas em que os requisitos originais do sistema
não tenham sido completamente atendidos devem ser identificadas. A equipe do projeto
também deve determinar as causas dos problemas e deve aplicar as medidas
adequadas. Um conjunto completo de documentos do sistema e de otimização do
sistema de produção deve também ser incluído na tarefa de otimização.
A metodologia de desenvolvimento do sistema de governo eletrônico introduzida
neste módulo baseia-se nos princípios e nas práticas do ciclo de vida de
desenvolvimento do sistema. Existem diferentes tipos de sistemas de governo
eletrônico. Entretanto, os três estágios principais permanecem sendo os mesmos, ou
seja, a análise, a formulação e a implementação. Algumas destas fases e atividades
dentro dos estágios serão diferentes, dependendo de que tipo de desenvolvimento de
sistema de governo eletrônico esteja sendo realizado.
4. Gestão do Projeto
O planejamento, a organização, o recrutamento e o controle são as quatro
principais atividades que fazem que os programas/projetos sejam bem sucedidos.
Os projetos bem sucedidos precisam ter uma inicialização bem definida – um
plano escrito que defina o que será entregue e como isto será obtido. Um critério de
aceitação mensurável deve ser documentado de modo que este possa ser utilizado
como referência para se verificar que as promessas foram atendidas.
Durante o desenvolvimento deve-se realizar um monitoramento minucioso para
garantir que o projeto procede de acordo com o planejado. A equipe do time do projeto
deve ter uma experiência adequada para produzir o produto. Os documentos devem ser
produzidos corretamente para as pessoas certas, mesmo em uma situação de curto
prazo, pois a gestão deve dar conta de que a documentação é um dos aspectos mais
importantes do projeto. São necessárias frequentes revisões do projeto para medir o
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progresso em relação ao cronograma. Quando ocorre um problema, este deve ser
noticiado pelo menos uma vez e, se possível, resolvido; caso contrário, as estimativas e
os cronogramas devem ser reelaborados e as expectativas devem ser reajustadas de
acordo com a necessidade.
No final, a satisfação do usuário deve ser a primeira preocupação da equipe do
projeto. O produto que a equipe entrega deve ser de acordo com o que foi prometido. O
custo do projeto precisa ser controlado para que esteja “razoavelmente perto” da
estimativa calculada. Não deve haver desacordos com relação à aceitação. O método
preciso e detalhado que será utilizado para demonstrar as funções exigidas do produto
deve ser aprovado pelos usuários antes do tempo.
Uma equipe organizacional eficiente, para um projeto de sistema de governo
eletrônico de pequeno ou médio porte deve ser composta pelo gerente do projeto, o
líder do projeto, os analistas de sistema e os programadores de software.
Cada pessoa da equipe possui uma descrição de trabalho específica. Os
analistas de sistema são responsáveis pela análise do sistema e pela formulação lógica
do sistema. A formulação física e a implementação do sistema são acompanhadas de
perto pelos analistas de sistema e programadores. Os programadores criam os
softwares de aplicação e conduzem a formulação da base de dados. O líder do projeto
realiza uma supervisão minuciosa através da liderança de atividades técnicas
resolvendo quaisquer problemas do sistema. A principal responsabilidade do líder do
projeto é garantir a qualidade do produto. O gerente do projeto, a quem o líder do
projeto se reporta, está presente para fornecer liderança de gerenciamento e para lidar
com todas as comunicações entre a equipe do projeto e a parte externa. As
responsabilidades do gerente do projeto incluem a gestão geral dos recursos do projeto
e a implementação bem sucedida dos objetivos, saídas e atividades do projeto.
Em um projeto amplo, os analistas de sistema podem ser divididos em diversas
equipes. Através desta abordagem, as equipes individuais podem lidar com sua porção
do projeto como um subsistema, ou como um projeto isolado. Os termos de referência
dos líderes das equipes precisam ser claramente definidos e todos os líderes de equipe
precisam se reportar e serem supervisionados pelo líder do projeto.
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Os gerentes do projeto são a chave para garantir o sucesso de qualquer projeto
de sistema de governo eletrônico. Eles são responsáveis pelo sucesso da formulação,
implementação, integração, operação e manutenção dos sistemas. A parte mais difícil
do desenvolvimento do sistema de governo eletrônico é se certificar de que o gerente do
projeto, como integrador do sistema, entende exatamente o que os usuários querem e
garante que eles não falam uma linguagem diferente dos usuários. No geral, os usuários
buscam mais do que conhecimento técnico de seus integradores de sistemas. Os
gerentes do projeto devem ter uma boa compreensão do negócio central dos usuários
do sistema de governo eletrônico. Uma solução meramente técnica apenas pode
beneficiar minimamente os usuários. Um gerente de projeto deve ter os seguintes
atributos:
4.1. Deve ter um vasto conhecimento da organização vertical do negócio e
preferencialmente deve ter um cargo executivo nesta linha.
4.2. Deve ser capaz de trabalhar com os gerentes de linha no negócio para definir as
exigências e realizar a implementação atual dos sistemas de governo eletrônico.
4.3. Deve ter uma compreensão profunda dos conceitos técnicos relevantes e
capacidade para traduzi-los em requisitos comerciais e em requisitos para o
desenvolvimento técnico dos sistemas.
4.4. Deve ser um bom comunicador, trabalhar bem com as equipes e ter boas aptidões
de negociação.
4.5. Precisa ser uma pessoa que saiba direcionar os detalhes, que possa traçar as
linhas atuais de tempo para a finalização de um determinado projeto, traçar os pontos
de partida e ser o ponto único de referência, como integrador do sistema, para os
usuários.