11.º Ano Português
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Texto narrativo
• São três os grandes modos literários – o lírico, o narrativo e o dramático –, nos quais, por
sua vez, se distinguem vários géneros literários.
• O texto narrativo, que pode ser escrito em verso ou em prosa, conta/narra uma história com
o recurso a descrições. Os acontecimentos narrados, que envolvem personagens,
localizam-se num determinado tempo e num dado espaço.
• "Almoçámos na sala térrea, onde se expuseram os cabazes trazidos da cidade. Pelas janelas
abertas entra a luz viva de Fevereiro, vêm os primeiros aromas da terra fecundada. Ao anúncio da
alegria, pássaros vibram já na radiação do sol, uma expectativa encantada abre-se pelo ar.”
Vergílio Fereira, Aparição
Categorias da narrativa
ACÇÃO: acção central e acção secundária
RELAÇÃO DAS ACÇOES NA NARRATIVA: as acções diversas que acontecem na obra
relacionam-se entre si por: encadeamento, encaixe, alternância:
MOMENTOS DETERMINANTES DA ACÇÃO: introdução (situação inicial, apresentação),
Desenvolvimento (peripécias e ponto culminante), conclusão (desenlace).
DELIMITAÇÃO DA ACÇÃO: Acção aberta, Acção fechada
ESPAÇO: espaço geográfico ou físico, espaço social e cultural, espaço psicológico
TEMPO: tempo da história, da diegese ou cronológico, tempo do discurso ou da narrativa (analepse, prolepse, resumo ou sumário, elipse), tempo psicológico
PERSONAGENS
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CARACTERIZAÇÃO: directa, indirecta, mista
COMPOSIÇÃO E FORMULAÇÃO: planas ou tipos, modeladas ou redondas
PAPEL QUE DESEMPENHAM NA ECONOMIA DA NARRATIVA: principais ou protagonistas, secundárias, figurantes
MODOS DE EXPRESSAO LITERARIA: descrição, narração, diálogo
Géneros do modo narrativo
• Romance – narrativa de grande complexidade e variedade de técnica narrativa,
frequentemente com estudo psicológico das personagens e introdução de episódios
autónomos, reflectindo a atmosfera psicossocial da época em que se insere.
• Novela – género narrativo que se distingue normalmente por uma extensão menor que a do
romance e maior que a do conto. Como assinalam Carlos Reis e Ana Cristina M. Lopes (cf.
Dicionário de Narratologia, Coimbra, 2.a edição, 1990, pp. 293-296), o factor extensão não é
por si só critério distintivo, sendo mais preciso o factor de "concentração temática, sem
divergências por áreas semânticas paralelas ou adjacentes" que se traduz num específico
tratamento das categorias fundamentais da narrativa: na novela, "a acção desenvolve-se
normalmente em ritmo rápido, de forma concentrada e tendendo para um desenlace único",
o tempo "representa-se quase sempre de forma linear" e o "espaço surge, se não
desqualificado, pelo menos desvanecido, em certa medida ofuscado por uma personagem
que se caracteriza pela excepcionalidade, pela turbulência, pelo inusitado".
• Conto – narrativa pouco extensa e concisa. Detentora de unidade dramática, a sua acção
concentra-se num único ponto de interesse.
De acordo com J. P. Coelho, na segunda metade do século XIX o conto começa a definir-se
como "um episódio vívido, relatando um caso singular onde o autor interveio ou de que teve
conhecimento e concebido literariamente como um romance curto ou prefiguração de um
romance eventual" e será, segundo este autor, "este critério de limitação de tamanho e
conformidade com o real" que vai fazer do conto um género literário mais fácil.
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• Epopeia – o género épico distingue-se pela presença de certas características temáticas e
formais: o heróico, o maravilhoso e o histórico combinados numa narrativa poética
declamatória composta com vista à celebração, através dos feitos audaciosos de um herói,
da gesta de uma nação ou de um povo.