OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: TEXTOS DISSERTATIVOS ARGUMENTATIVOS; QUESTÕES DE GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL
Autor: Lúcia de Fátima Araújo Vaz
Disciplina/Área: Língua Portuguesa
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Vicente de Carli - Ensino
Fundamental e Médio
Município da escola: Francisco Beltrão
Núcleo Regional de Educação: Francisco Beltrão
Professor Orientador: Alexandre Sebastião Ferrari Soares
Instituição de Ensino Superior: Unioeste – Campus de Cascavel
Relação Interdisciplinar: História, Artes.
Resumo:
Este trabalho apresenta um encaminhamento para o ensino da produção de textos argumentativos. Será desenvolvido com alunos do terceiro ano que encontram dificuldades relativas às estratégias de interação. A análise de alguns problemas encontrados no percurso entre a pretensão de dizer e o dito levou-me a pensar numa prática que diminuísse tais problemas a partir de um enfoque das habilidades de raciocínio. Para o estabelecimento de premissas e habilidades discursivas, para o engajamento dos alunos por meio da proposta desse, nos propomos aqui oportunizar um espaço de cidadania e de respeito aos direitos humanos; o que tem levado o currículo a discutir o tema da inclusão de grupos minoritários. Entre estes grupos estão os grupos de gênero representados por feministas, gays, lésbicas e transexuais. Hoje, no Brasil, há muitos estudos sobre exclusão de mulheres e estudos educacionais acerca do tema diversidade sexuais. A ausência do tema na Educação tem como causa a predominância de preposições essencialistas e excludentes nos conceitos utilizados para pensar identidade sexual e de gênero. Algumas formas de resistências apontadas são: incluir os estudos do gênero nos cursos de formação docente; a análise crítica de representações sexuais e de gênero produzidas pela mídia e a experimentação de novas formas de linguagem que possam desconstruir estruturas
indenitárias binárias e excludentes, como homem-mulher e heterossexual-homossexual, produzida pelo discurso educacional. Como forma de dar visibilidade, na escola, aos sujeitos como portadores de direitos, abordarei a temática entre os alunos do terceiro ano do ensino médio, do Colégio Estadual Professor Vicente de Carli EFM, tento por suporte teórico a análise de discurso de orientação francesa, pretendo analisar o funcionamento discursivo desse tema no livro didático do terceiro ano "Ser Protagonista", Língua Portuguesa 3º ano Ensino Médio.
Palavras-chave: Leitura; gênero; diversidade sexual; textos
discursivos.
Formato do Material Didático: Unidade Didática.
Público: Alunos do 3º Ano do Ensino Médio.
OBJETIVOS:
Geral:
Propor uma forma de produção de textos argumentativos quebrando
paradigmas com a temática: gênero sexual capaz de trabalhar as diversidades
sociais e culturais.
Específicos:
Oferecer referencial teórico metodológico para trabalhar com as discussões de
gênero.
Proporcionar aos alunos do terceiro ano metodologia de trabalho que fomente
a equidade de gênero dentro a partir do livro didático.
Conhecer a legislação brasileira sobre o tema sexualidade. E a lei municipal
sobre homofobia.
Compreender as questões sexuais e suas implicações educacionais.
Conhecer as diretrizes curriculares para a educação sexual na escola.
Compreender as complexas abordagens e conflitos quanto às relações de
gênero e sexualidade no âmbito escolar.
Formar ações educativas para a educação e/ou orientação sexual, possibilitar
informações sobre saúde, sexualidade e reprodução.
METODOLOGIA
Trabalhar com o livro didático é um processo de ação-reflexão-ação. Tem de
haver uma nova postura, por parte do educador, que se torna além de uma autoridade
em sala de aula um mediador entre o objeto do conhecimento e o aluno, ou seja, o
professor procura não ensinar, mas trabalhar para que o a mesmo aprenda a
aprender, buscar informações necessárias e compartilhando essas informações,
trocando ideias, debatendo, concluindo,revendo suas conclusões. Não terá somente
o livro didático como fonte, mas outras fontes, fotos, filmes, entrevistas, textos
diversos, literários, jornalísticos, propagandas e sites sobre o tema diversidade sexual
e oficinas de teatro relacionado ao tema homofobia. Para que este processo ocorra
ensino aprendizagem através da leitura crítica e argumentativa, não deve-se basear
somente dentro dos muros da escola e não nos moldes tradicionais:Apropriação do
conhecimento tem que ser flexível; agrupar diferentes ideias que possa desenvolver
o emocional, cognitivo e social. A oficina de teatro será proporcionada pelo diretor de
teatro de Francisco Beltrão/PR., Vilmar Mazzetto nas férias de julho no período
noturno para os alunos do terceiro ano noturno.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Entende-se que as relações humanas se dão por meio da comunicação, é por
meio da linguagem que os indivíduos se constituem sujeitos no mundo. É a linguagem
que caracteriza a humanidade, possibilitando interagir, trocar experiências, compre-
ender a realidade em que estão inseridos e, também, perceber seu papel como sujeito
participante da sociedade.
Para Geraldi (2005, p.41), a linguagem é o "lugar de interação humana. Por
meio dela, o sujeito que fala pratica ações que não conseguiria levar a cabo, a não
ser falando; com ela o falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vín-
culos que não preexistiam na fala". Nesse sentido, a fala precede à escrita e a leitura,
quando o aluno chega à escola tem seus primeiros contatos com a leitura e a escrita.
Quanto as experiências de leitura realizadas em sala de aula, no decorrer das
aulas de língua portuguesa, são tomadas como elemento de análise. Inicialmente,
destacamos alguns pontos relacionados ás aulas de língua portuguesa, segundo as
diretrizes de educação do estado do Paraná (DCEs). De acordo com as DCEs, a dis-
ciplina de língua portuguesa deve se basear numa perspectiva discursiva. Assim, as
práticas da linguagem são entendidas como um fenômeno constituído por uma rela-
ção de interlocução, que perpassa todas as áreas do fazer humano, por isso, na es-
cola, o seu estudo deve potencializar uma relação interdisciplinar.
Essa perspectiva ainda considera a proposta de multiletramento nas práticas a
serem adotadas na disciplina de língua portuguesa e de literatura, tendo em vista o
papel de suporte para o conhecimento. Multiletramento, aqui, significa que:
Compreender e produzir textos não se restringe ao trato do verbal (oral ou escrito), mas na capacidade de colocar-se em relação ás diversas modalidades de linguagem – oral, escrita, gráfica, infográficos – para delas tirar sentido. Esta é uma das principais dificuldades dos alunos [...] apontada nos diversos exames de avaliações (ROJO, 2004, p. 31).
Como a leitura se configura como um grande desfio na aula de língua portu-
guesa, pretende por meio dessas práticas motivar a leitura, corroborando a expansão
do universo discursivo desses leitores do ensino médio. Entretanto, as aulas de leitura,
seguem sempre um modelo mecânico, que se organize a partir de leituras que devem
ser explicadas a partir de uma leitura crítica e não com questionários e respostas. O
aluno deve elaborar pequenos resumos dos textos lidos do livro didático, setes, revis-
tas, jornais, filmes, teatro e outros que informem sobre o tema diversidade sexual de
gênero no analise do discurso. Dando ênfase a oralidade que é raramente contem-
plada nas aulas de língua portuguesa.
Como a professora e pesquisadora, mas ao mesmo tempo colocando-me tam-
bém como sujeito professora, não me eximo das críticas e contradições que existem
nas aulas de leitura, pois me encontro determinada pelo discurso que me autoriza
como professora apropriar-se da voz do conhecimento sem me mostrar a heteroge-
neidade sem resgatar a sua historicidade: “o professor se confunde com o cientista
sem que explicite sua voz de mediador, tornando-se ele próprio possuidor daquele
conhecimento” (ORLANDI, 2003 p. 21).
Esse trabalho de pesquisa suscita, assumo, enquanto professora uma postura
no trabalho com a leitura em sala de aula, em que a oralidade ganhe papel de desta-
que, já que entendo que, pelo exercício da oralidade, o aluno pode se liberar da obri-
gação de responder ao professor com exatidão, sempre buscando uma “verdade’ por
trás das leituras feitas.
Quando fazer a leitura do material relacionado ao tema Diversidade: Gênero
Sexual diante das atividades, os alunos apresentem nem um desconforto e não con-
segue tecer comentários aprofundados a respeito da leitura feita. Tem que acabar
aquele enunciado, “Fazer o que depois de ler professora?”, evidencia uma dependên-
cia do aluno ao professor, que determinado pelo discurso está acostumado a respon-
der as questões já formuladas, que é produzir qualquer tipo de reflexão sem um dire-
cionamento era inconcebível para o grupo, e sim tornar o aluno um sujeito a partir da
reflexão-ação-reflexão, fazer com que eles falem sobre sua leitura se posicionando a
partir do tema, e assumir uma posição de autoria através da oralidade.
Segundo Orlandi (1999, p. 77), autoria é uma função de todo sujeito. E sendo
a dimensão discursiva do sujeito está mais determinada pela relação com a exteriori-
dade (contexto sócio histórico), ela está mais submetida ás regras das instituições.
Entretanto para a mesma autora, não basta falar para ser autor, o sujeito precisa
“aprender” a assumir o papel de autor e aquilo que ele implica. É o que a autora chama
de assunção de autoria:
A assunção de autoria implica uma inserção do sujeito na cultura, uma posição no contexto-histórico-social. A apreender a se representar como autor é assumir, diante das instâncias institucionais, esse papel social na relação com a linguagem: é mostrar-se como autor. (OR-LANDI, 1999, p.76).
Assim, assunção de autoria do sujeito se dá pela sua inserção em um discurso
legitimado, institucionalizado. Sendo a oralidade um discurso não legitimado nas prá-
ticas discursivas o não pode se assumir como autor. Decorre daí seu silenciamento,
a sua incapacidade de formular sentidos sobre os temas lidos.
Embora direcionada por uma abordagem discursiva, o trabalho com a leitura
em sala de aula responde também a requerimentos disciplinares, tais como as exi-
gências avaliativas que passam por produções textuais. Os materiais exigidos, são
compostos pelo livro didático, exercícios do próprio livro, textos sobre diversidade se-
xual, setes, artigos de jornais, revistas, setes, filmes, temas teatrais e HQ relacionados
ao tema diversidade sexual de gênero que venha a refletir sobre a orientação sexual
e a identidade de gênero na sala de aula. Embora os materiais exigidos pela disciplina
são compostos de exercícios do próprio livro didático, o que é condizente com a pro-
posta adotada Nas diretrizes educacionais do Paraná e que, mesmo propondo um
trabalho discursivo para o ensino da escrita da leitura, reforça, certa medida, o modelo
de leitura em que as atividades de interpretação não propunha outros caminhos que
fossem a mera decodificação e constituição dos elementos linguísticos ancorados no
texto. O trabalho de leitura funciona, dessa perspectiva funciona como subsídio para
o ensino da gramática.
Desse modo o trabalho proposto é afastar o direcionamento prescrito, a qual a
escrita nas aulas de leitura aconteça de forma livre, em que sem nenhuma orientação
resultante de perguntas do professor, os alunos possam tecer comentários escritos
dos materiais lidos. A análise do discurso parte do pressuposto de que a língua não
pode ser estudada desvinculadamente de suas condições de produção, uma vez que
os processos que constituem são histórico-sociais. Nos encontros das aulas de língua
portuguesa os alunos terão além do livro didático, as pesquisas feitas além da sala de
aula, para contar os textos lidos sem preocupação ora com a avaliação ora com as
normatizações do discurso da escrita.
Assim compreende o processo, ou seja, que não serão avaliados e que pode-
rão participar da leitura proposta pelo simples prazer de ler e de compartilhar com os
colegas a sua leitura, e os colegas atribuírem sentidos para a leitura, de acordo com
a relevância que cada um tem sobre o tema. Cada um associa e atribui diferentes
significações conforme o pré-construídos de suas formas discursivas:
O sentido não existe em si, mas é determinado pelas posições ideológicas co-
locadas em jogo no processo sócio histórico em que as palavras são produzidas. As
palavras mudam de sentido segundo as posições daqueles que as empregam. Elas
“tiram” seu sentido dessas posições, isto é, em relação ás formações ideológicas nas
quais essas posições se inscrevem. (ORLANDI, 1999, p. 42-43).
O gosto pela leitura tem de ser transmitido como um maneira de entender a
própria vida, e o tema relacionado a Diversidade Gênero Sexual é uma leitura refle-
xiva, que vem para formar leitores assíduos na perspectiva desse tema diversidade.
Encerro afirmando a importância de pesquisa a partir deste tema, pois as mes-
mas podem permitir transformar o rumo da transfobia, homofobia, e o preconceito,
assegura o entendimento da leitura como um processo que tem historicidade. Assim,
concorda-se com Orlandi (1988, p. 46).
Portanto na análise do discurso, o texto não é tido como único, acabado, mas
sim flexível, e se faz interagir com o texto. E a reflexão e entendimento de que a sala
de aula é um espaço de conhecimento e que somente através da fundamentação
teórica metodológica do professor que irá obter condições necessárias para realizar a
abordagem atual Diversidade Sexual de Gênero. Oferecer aos educandos(as) uma
forma constante de aperfeiçoamento por intermédio das discussões, reflexões, e en-
tendimentos para o enfrentamento das dificuldades acerca de questões de gênero e
diversidade sexual, contribuir assim com a preparação dos mesmos para discussões
baseadas em conhecimento científico e não de crenças e valores pessoais.
Indica também a importância da parceria a SEED, escola, direção, professores
ao discutir assuntos atuais e relevantes para contribuir para a construção de uma so-
ciedade reflexiva e autônoma e livre de preconceitos e discriminação.
Diretrizes para leitura, análise e interação de textos
Para leitores amadores, ler não é uma tarefa fácil e a falta de entendimento do
texto pode levar ao desânimo, pois pensam que não vale a pena ler sem saber para
que serve o texto ou que informação se pode obter dele. A esse respeito, Severino
(2002) diz que:
Os maiores obstáculos do estudo e da aprendizagem estão direta-mente relacionados com a correspondente dificuldade que o estudante encontra na exata compreensão dos textos teóricos. [...] logo julgadas insuperáveis e que reforçam uma atitude de desânimo e de desen-canto, geralmente acompanhada de um juízo de valor depreciativo em relação ao pensamento teórico. (SEVERINO, 2002, p.47).
Para ler e interagir com clareza, o leitor deve desenvolver a disciplina intelectual
para que a mensagem do texto possa ser compreendida. Esse desenvolvimento inte-
lectual vem sendo discutido pelos professores, mas até o momento poucos consegui-
ram avançar e fazer os alunos adquirirem o gosto e o prazer pela leitura. O professor
que é dinâmico, criativo e motivador, que dialoga, tem conseguido algum sucesso,
mesmo porque a interpretação tem a ver com a comunicação entre um emissor e um
receptor.
A teoria da comunicação defendida adotada por Severino (2002) consiste em
fornecer mais elementos para a compreensão da origem e da finalidade do texto. No
entanto, a transmissão da mensagem deve ser mediada, já que a comunicação entre
as consciências não pode ser feita diretamente e que o texto linguagem é o código
que cifra a mensagem.
Brait (2000) enfatiza que o enunciado e discurso pressupondo a dinâmica dia-
lógica da interação entre sujeitos discursivos no processo da comunicação. E o autor
cita ainda que os textos (discursos) são variados e todos tem uma finalidade.
Para Brait (2000, p.20) citado nas Diretrizes Curriculares Estaduais, "não se
pode falar de gênero sem pensar na esfera da atividade em que eles se constituem e
atuam, aí implicadas as condições de produção, de circulação e recepção".
E as DCE's continuam o texto enfatizando que:
Há diferentes esferas de comunicação e cada uma delas produz os gêneros necessários a suas atividades, tendo-se, por exemplo: os gê-neros da esfera jornalística (notícia, reportagem, editorial, classifica-dos...); da esfera televisiva (novela, telejornal, entrevistas...); da esfera cotidiana (listas de supermercado, receitas, recados...); da esfera digi-tal (e-mail, bate-papo virtual, lista de discussão...), e assim por diante. (PARANÁ, 2008, p.52).
E os gêneros são modificados, adaptados renovados conforme as necessida-
des humanas evoluem e adotam outros meios de comunicação como é o caso da era
tecnológica e o advento da Internet. Nesse sentido a escola está em descompasso
com os alunos inseridos nesse mundo tecnológico e exigindo um aproveitamento des-
ses recursos tão bem utilizados por eles.
Conforme apontado Orlandi (2001), é preciso considerar as posições do sujeito,
regionalização, dos sentidos, a projeção histórica, política, sobre a linearidade (textu-
alidade), sendo assim é pertinente inferir a ideia de que o sujeito leitor / escritor se
constitui nas relações entre: texto/ intertexto/leitor/escritor. Observando o sujeito em
sua totalidade, nos seus anseios, enquanto parte integrante do processo en-
sino/aprendizagem, valorizando o aluno e sua gama de conhecimento, trabalhando
atividades discursivas voltadas à realidade local para consequentemente atividades
discursivas num contexto mais amplo esse aluno se tornará produtor de suas próprias
ideias.
Nas DCE's consta que:
No processo de ensino-aprendizagem, é importante ter claro que quanto maior o contato com a linguagem, nas diferentes esferas soci-ais, mais possibilidades se tem de entender o texto, seus sentidos, suas intenções e visões de mundo. A ação pedagógica referente à linguagem, portanto, precisa pautar-se na interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno a leitura e a produção oral e es-crita, bem como a reflexão e o uso da linguagem em diferentes situa-ções. Desse modo, sugere-se um trabalho pedagógico que priorize as práticas sociais (PARANÁ, 2008, p.55).
A sequência didática permite trabalhar em sala de aula com “um conjunto de
atividades escolares organizadas de maneira sistemática, em torno de um gênero tex-
tual oral ou escrito” (DOLZ, NOVERRAZ e SCHNEUWLY, 2004, p.97). Portanto, é
possível trabalhar com gêneros não dominados ou dominados parcialmente pelo
aluno.
Na sequência didática:
Inicia-se, normalmente, pela apresentação da situação, detalhando a situação de interlocução que será realizada por meio do gênero sele-cionado. Em seguida, parte-se para a que produção de um texto inicial, o qual servirá de referência para o professor identificar os encaminha-mentos que deverá seguir. Tendo em vista o levantamento das princi-pais dificuldades a partir dos textos dos alunos, elaboram-se módulos de atividades diversificadas, os quais contemplarão os diversos ele-mentos constituintes do gênero abordado e que ainda não foram sis-tematizados pelos alunos. A SD é finalizada com outra produção, quando o aluno poderá incorporar os conhecimentos adquiridos nos
módulos. (BROCARDO; COSTA-HÜBES 2008, p.12).
A sequência didática (SD) é a que mais se aproxima do que se pretende neste
projeto de intervenção, utilizando textos dissertativos e argumentativos diversificados
e que enfatizem as questões de gênero e a diversidade sexual.
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
A intenção deste projeto de intervenção é proporcionar a leitura, interpretação
e produção textual por meio de estratégias a partir da análise do discurso proporcio-
nando para os alunos do terceiro ano noturno a leitura dos textos do livro didático.
Após esse momento, será abordado o tema previsto, e já elaborados na unidade di-
dática para que os alunos façam a leitura, a interação, a análise e a produção de
outros textos contribuindo para o exercício da produção utilizado em concursos, ves-
tibulares e exames.
O aprofundamento do conhecimento do aluno vai ser feito através de pesquisa
em sites, revistas, textos teatrais e jornais, principalmente os veiculados nos meios
informatizados (internet) que são mais apreciados pelos alunos, sendo que um dos
instrumentos mais utilizados por eles são os computadores, tablets, notebooks, celu-
lares e outros, que os mantém conectados ao mundo virtual.
Sendo que seguindo a análise do discurso, não será cobrado inicialmente como
avaliativo a participação e discussão relacionado ao tema diversidade sexual de gê-
nero, assim obtendo a participação total dos alunos.
No final, será feito uma auto avaliação dos textos produzidos, que deve ser
produzido pelos alunos, e confeccionado um jornal da classe com os textos impressos
e distribuídos na escola. Bem como uma peça teatral que deve ser apresentada pelos
alunos do terceiro noturno a escola e comunidade, que deve se estender a sociedade
e as demais escolas que se predispuserem a receber os alunos com a peça teatral.
ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO E MATERIAIS QUANTO ÀS
DESIGUALDADES DE GÊNERO:
1. Título da obra:
2. Assunto tratado ou disciplina:
3. Editora e ano da publicação:
4. Nome de autores/as:
5. Sexo de autores/as: Feminino ( ) Masculino ( )
6. Quantas as atividades/ocupacionais nas quais são mencionadas:
( ) meninas ( ) meninos ( )mulheres ( )homens ( )
7. Quais são os adjetivos usados para descrever: Meni-
nos_____________________ Meninos____________________Mulhe-
res_____________________Homens_______________________
8. Qual o número de ilustrações apresentadas em relação a cada sexo: Me-
nina_____________________Meninos_____________Mulhe-
res____________ Homens___________________
9. Quantas vezes o texto menciona: Meninas______Meninos_____Mulhe-
res__________Homens____________
10. Descreva a linguagem utilizada no texto para se referir aos homens e aos
meninos e às mulheres e às meninas.
11. As mulheres e os homens que aparecem nos textos apresentam contribui-
ções significativas? Quais?
12. Quais são os modelos apresentados para meninas, meninos, mulheres, e
homens?
13. O texto está escrito em estilo contemporâneo e realista?
14. Existem seções especiais que tratem unicamente das mulheres ou de etnias
e raças particulares? Caso sim, como são abordadas as minorias sociais?
15. Como esse texto pode influenciar as aspirações de meninos no que diz res-
peito à instrução e à profissão?
16. Em uma página, faça um breve resumo do livro e material analisado. Diga
se ele deve ou não ser adotado e por quê.
Nessa atividade deixar claro que não é uma atividade avaliativa para que o
aluno se sinta a vontade ao realizá-la. Conforme é a análise do discurso, deixar o
aluno ser o sujeito da atividade desenvolvida.
Essa atividade atribuo + ou – 12 horas, pois o trabalho com o análise do dis-
curso não é uma atividade realizada a partir do texto ou material, mas sim do texto
com o texto.
A partir do questionário acima ler a CARTILHA DIREITOS HUMANOS e o
Texto-Base da Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Tran-
sexuais
Dividir os dois documentos e distribuir para grupos de quatro alunos, após a
leitura cada grupo faz suas colocações em um plenário de maneira a confrontar com
as respostas obtidas a partir do livro didático.
Atribua 8 h/as , quatro para a leitura e discussão com o grupo menor, e as
outras quatro para o grande grupo.
Pesquisar no laboratório de informática sobre o: RELATÓRIO GLTB & CUL-
TURA, BRASIL SEM HOMOFOBIA Presidência da República Federativa do Brasil Se-
cretária Especial de Direitos Humanos e Programa de Combate à Violência e â Dis-
criminação contra GLTB e de Promoção da Cidadania Homossexual.
Pesquisa no laboratório quatro aulas, apresentação das pesquisas em sala de
aula + ou – quatro aulas dependendo da fala de cada aluno.
Pesquisar sobre leis paranaenses sobre a não homofobia, quais municípios que
existe essa lei, se ela é comprida, respeitada e quantas pessoas conhecem essa lei,
e se as pessoas no Brasil estão informadas sobre O BRASIL SEM HOMOFOBIA?
Através desta pesquisa elaborar uma cartilha e entregar a todos os professores
informando sobre o tema pesquisado, deste modo colocando ao conhecimento de to-
dos os professores do estabelecimento de ensino e à todos os alunos.
Essa atividade será desenvolvida + ou – com 12 h/as, pois terá de fazer uma
correção da cartilha e imprimir a mesma para estarem distribuindo.
E a oficina de teatro que será realizada pelo diretor de teatro Vilmar Mazzetto
com minha colaboração e participação de 8 h/as, mais a apresentação que entre mon-
tagem do cenário e apresentação da peça que levará em torno de quarenta minutos.
Ao todo será realizada uma carga horária de 40h/as e 40 minutos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BROCARDO, Rosangela Oro; COSTA-HÜBES, Terezinha da Conceição. A elabora-ção do modelo didático de gênero e da sequência didática: uma perspectiva de trabalho com o gênero textual reportagem impressa em sala de aula. Unioeste, Cas-cavel, PDE: 2008.
FREITAS, Matilde. Redação: concursos e vestibulares. Case Editorial, nº 05, 2014.
GERALDI, João W. (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2005.
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______ Discurso e leitura. São Paulo: Cortez; Campinas: Edunicampi, 1988.
______ Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 1999.
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PARANÁ. DCEs – Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Portu-guesa, Curitiba: SEED, 2008.
RAMOS, Rogério de Araújo. Ser protagonista. Língua Portuguesa. Ensino Médio 3º Ano. 2.ed. São Paulo: SM, 2013.