Por que as empresas quebram (e como não ser mais um a falir)
Saber por que as empresas quebram é uma informação importante para o empreendedor experiente, iniciante e mesmo para aquele que ainda planeja iniciar um negócio. Afinal, se há um comportamento padrão que leva à falência, o ideal é conhecê-lo para evitá-lo. Neste artigo, você vai aprender a fugir dos erros que podem levar seu sonho ao fim.
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Sumário Falência: um mal precoce nas empresas brasileiras
Afinal, por que as empresas quebram?
Má gestão financeira
Falta de planejamento
Desconhecimento generalizado
Autossuficiência enganosa
Como não ser mais um a falir
Reflita e aprenda com os erros
Falência: um mal precoce nas empresas brasileiras
Se alguém lhe disse que a tempestade passaria após
iniciar seu negócio, cometeu um engano. Não faltam
pesquisas a produzir informações para atestar a
mortalidade precoce das empresas no Brasil.
Uma das mais recentes é a Demografia das
Empresas, divulgada em 2015 pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as
conclusões, 22,8% dos negócios não sobrevivem ao
primeiro ano de funcionamento no país, enquanto
52,5% quebraram antes de completar cinco anos.
Outro fator preocupante é a quebradeira crescente, como o aumento no número
de pedidos de falências (12,2%), de falências decretadas (14,7%) e de pedidos de
recuperação judicial (49,4%). O levantamento da SCPC Boa Vista compara o total
de registros em 2016 com 2015.
A empresa realiza a pesquisa desde 2006 e nunca havia registrado dois anos
seguidos em que as quebras cresceram na casa dos dois dígitos, como agora.
Em 2015, já havia sido verificado aumento de 16,4% com relação a 2014.
Todos esses índices mostram que as empresas quebram e muitas delas antes de
adquirir maturidade no mercado. Se quase um quarto delas sobrevive apenas
por alguns meses, imagine em quantos desses casos seus proprietários ainda
tiveram que responder por dívidas após fechar as portas.
E entre aqueles que conseguiram mantê-las abertas, fica a pergunta: a que custo?
Muitas vezes, o preço da sobrevivência é alto, e não raro remete ao
endividamento.
Foi o que ocorreu no ano passado, por exemplo. Em 2016, o número de
empresas brasileiras que encerraram o ano inadimplentes cresceu 5,01%, com
um aumento de 3,37% no número de dívidas em atraso.
Esse é um cenário ainda pior do que um balanço negativo, pois significa que os
empreendedores sequer conseguiram pagar os compromissos financeiros por
eles assumidos. O dado consta em pesquisa realizada pela Câmara Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL) e SPC Brasil.
Não por acaso, empreendedores entrevistados para a 4ª edição do Termômetro
ContaAzul elegeram a construção de uma reserva financeira como a principal
prioridade para 2017. Entre eles, predominou a opinião quanto à necessidade de
aumentar o capital de giro para financiar a própria operação sem precisar buscar
crédito e se endividar.
Mas será que manter o caixa no azul é suficiente para o negócio sobreviver? Ao
analisar por que as empresas quebram, percebemos que há muito mais a se
preocupar em um negócio do que com o sempre importante dinheiro.
Afinal, por que as empresas quebram?
Da mesma forma que institutos e entidades
produzem informações sobre a mortalidade precoce
de negócios no Brasil, também há variados estudos
que apontam por que as empresas quebram. A partir
de agora, vamos selecionar algumas das razões que
levam à falência e buscar entender como isso
acontece.
Antes, porém, vale citar o que o Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)
apurou há alguns anos junto a empreendedores, na
construção da pesquisa Fatores Condicionantes e
Taxa de Mortalidade de Empresas no Brasil. Veja o
top 10 das falências, segundo opiniões espontâneas
dos entrevistados
1. Falta de capital de giro: 24,1%
2. Alta carga tributária: 16%
3. Falta de clientes: 8%
4. Concorrência: 7,1%
5. Baixo lucro: 6,1%
6. Dificuldade financeira: 6,1%
7. Desinteresse na continuação do negócio: 6,1%
8. Maus pagadores/inadimplência: 6,1%
9. Problemas familiares: 3,8%
10. Má localização da empresa: 3,8%
Enquanto analisa esses resultados, vamos falar individualmente sobre
algumas das causas que levam ao fechamento precoce de empresas
no Brasil.
Má gestão financeira
Se unirmos os itens 1, 5 e 6 da pesquisa do Sebrae, chegaremos a 36,3%. Esse
seria o índice de falências diretamente relacionado a erros na gestão financeira.
Muito provavelmente, estamos falando da principal razão para as empresas
quebrarem no Brasil. Afinal, quem sobrevive sem dinheiro?
Desde condutas primárias, como misturar as finanças da empresa, até erros na
definição do preço de venda, passando ainda por captação de empréstimos sem
planejamento, descontrole de contas a pagar e a receber, ausência de registro e
de análise de receitas e despesas, tudo isso é responsabilidade do gestor.
Gerenciar bem financeiramente uma empresa é quase uma ciência, exige
estudar, monitorar e produzir informações que sirvam de embasamento para as
próprias decisões sobre os rumos do negócio.
Quem acha que fatura bem, mas em vez de lucro colhe prejuízo, comete o
pecado de não se atentar aos gastos. E pelo que as pesquisas revelam, não
estamos falando de um grupo pequeno.
Falta de planejamento
Voltando ao ranking do Sebrae, podemos juntar agora os itens 2, 3, 4, 7 e 10, o
que resulta em um índice de 41%, superior, portanto, ao relativo à gestão
financeira. E por que todos eles estão relacionados à falta de planejamento? Para
entender, basta inserir a pergunta “como não previu?” antes de cada uma das
alternativas.
● Como não previu os impostos a pagar?
● Como não previu se o negócio seria viável, atraindo interesse do
público?
● Como não previu o enfrentamento com a concorrência?
● Como não previu que o negócio não era bem o que gostaria de
fazer?
● Como não previu que a localização escolhida não era adequada para
a empresa?
Perceba que são equívocos tão amadores que seria difícil acreditar em tais
resultados não fossem eles parte da realidade do empreendedorismo no Brasil.
Pequenos empresários que espontaneamente justificaram sua falência ao Sebrae
sequer perceberam que quebraram simplesmente por não terem pensado na
empresa antes de seu lançamento.
Poderíamos, ainda, incluir a inadimplência do cliente como produto da falta de
planejamento. Afinal, oferecer um meio de recebimento no qual a empresa
assume o risco do não pagamento só costuma dar certo se houver muito…
planejamento!
Desconhecimento generalizado
A questão da inadimplência, sobre a qual acabamos de falar, resume bem como
o desconhecimento do empresário pode ser nocivo ao negócio. Imagine
oferecer pagamentos no boleto, cheque, carnê ou crediário próprio sem
conhecer o perfil do seu cliente, sem saber se ele tem interesse nessas opções e
se possui um histórico de bom pagador.
Todos meios citados têm em comum o fato de a empresa assumir o risco da
inadimplência. Se o cliente não pagar, o prejuízo é dela, assim como a
necessidade de cobrar o devedor para recuperar ao menos parte das perdas.
Mas essa não é a única consequências de não conhecer seu cliente. Esse é um
equívoco que pode ser catastrófico, pois leva a erros no que você oferece ao seu
público e na forma como oferece. Ou seja, falha nos produtos ou serviços, no
atendimento e nas ações de marketing. Assim, desperdiça muita energia e muito
dinheiro. Não surpreende que a falência seja uma consequência natural.
E tem ainda o desconhecimento do mercado, dos pontos fracos e fortes do seu
produto/serviço, das ameaças da concorrência, dos fatores econômicos, sociais e
até da infraestrutura para viabilizar suas operações. Há muito a se pensar e
conhecer antes de abrir uma empresa, mas as pesquisas dão a entender que
grande parte não presta atenção nisso.
Autossuficiência enganosa
O empreendedor que se descuida do caixa, que não planeja e nem pesquisa o
mercado antes de se lançar nele, pode agir assim por julgar que nada disso é
necessário, pois ele dispõe de tudo o que precisa para ter um negócio de
sucesso. Afinal, a ideia foi sua, e ela é ótima.
Mais do que a falta de humildade, essa postura revela uma falsa autossuficiência.
Como consequência, o empresário não precisa de sócio, de contador, de
tecnologia e nem mesmo de profissionais de qualidade para compor sua equipe.
O problema é que, quando cair do cavalo - e certamente cairá -, o tombo será
igualmente solitário, sem ter a quem recorrer para pedir ajuda.
Como não ser mais um a falir
Agora que entendemos melhor porque as empresas
quebram, vamos falar de soluções. Você não precisa
ser mais um a fechar as portas do negócio. E se isso
acontecer, que seja por questões alheias aos seus
esforços e práticas na gestão. Veja quais são os
comportamentos que o seu negócio espera de você
para sobreviver, crescer e prosperar.
1. Estude
Um empreendedor precisa estar constantemente atento às oportunidades de
aprendizado. Deve estudar o mercado, se manter atualizado, acompanhar a
movimentação da economia e buscar levar da teoria à prática as melhores ações
de gestão de empresas.
2. Olhe para o mercado
Você não deve lançar um produto ou serviço sem antes observar o que a
concorrência tem feito. Não pode promover uma ação de marketing sem saber
por qual canal seu cliente deseja ser acessado. Também não deve fechar uma
compra sem cotar com outros fornecedores.
3. Dedique-se ao controle financeiro
Registrar tudo o que entra e sai do caixa é o mínimo que se espera. Usar essa
informação para construir um futuro melhor revela inteligência e maturidade.
Siga por esse caminho e não perca dinheiro à toa.
4. Assuma a sua responsabilidade
Se a empresa é sua, não terceirize a sua responsabilidade com ela. Obviamente,
ser líder é também saber delegar funções, mas algumas delas são exclusivas do
gestor.
5. Passe a tesoura
Você pode ter o melhor plano de redução de despesas, mas ainda assim sempre
haverá como cortar mais. É fundamental identificar onde estão os ralos
financeiros da empresa, por onde o dinheiro escorre, assim como as
oportunidades de economia, que por vezes moram nos detalhes.
6. Planeje, ajuste e volte a planejar
Quando o assunto é empreender, para qualquer passo a ser dado, é preciso
haver uma estratégia. Isso vale para abrir ou fechar a empresa, para expandir sua
atuação, para sair do vermelho, para sobreviver e para crescer. E se algo der
errado, ajuste, mas não abandone a necessidade de planejar.
7. Questione sua veia empreendedora
Com tantos desempregados no país, o que não falta são empreendedores por
necessidade, que veem no negócio próprio a única chance de obter renda. Mas
se você não reúne as principais características que compõem um perfil de
empresário, as chances de sucesso ficam reduzidas. Coragem, perseverança,
liderança, proatividade, autoconfiança e resiliência são algumas delas.
8. Conte com toda a ajuda possível
O contador é, definitivamente, o melhor amigo do empreendedor. Sozinho, sem
tempo e sem conhecimento, o dono de empresa não raro mete os pés pelas
mãos na gestão financeira, fiscal e tributária. E se ele alia esse suporte
profissional à tecnologia, tudo fica mais fácil. Um sistema de gestão online
integrando processos internos é o melhor investimento a fazer.
Reflita e aprenda com os erros
Ao longo deste artigo, abordamos a mortalidade
precoce de negócios no Brasil, apresentamos
razões para justificar por que as empresas quebram
e também falamos de soluções para que você não
se junte às estatísticas.
Esperamos que o conteúdo com o qual teve contato
hoje seja válido para planejar melhor o seu negócio,
fazer os ajustes necessários e encaminhá-lo a um
caminho seguro, de crescimento sustentável.
Como mensagem final, vale citar um trecho do ótimo livro Seu Próximo Erro Será
Fatal?: Os equívocos que podem destruir uma organização (Ed. Bookman), de
Robert E. Mittelstaedt Jr. Acompanhe o que diz o autor:
“Há lições a serem aprendidas observando os padrões de erros e eventos
comuns em outras organizações, principalmente porque a maioria delas não faz
uma boa avaliação de seus próprios erros, apesar de contar com a maior parte
das informações.
Perdemos oportunidades de aprender por não sermos curiosos o suficiente para
examinar a fundo nossas próprias falhas, mas também perdemos um conjunto
valioso de oportunidades quando não observamos os erros que os outros
cometeram, em particular quando foram bem documentados.”
A oportunidade está aí. Você não quer ser mais um a falir, certo?
O ContaAzul é um sistema de gestão integrado 100% online
para pequenas empresas que pensam grande. Com ele você
controla seu financeiro, suas vendas, seu estoque e emite
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primeira está disponível para te ajudar gratuitamente por
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