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RESUMO DOS PAINÉIS
Abertura Cerimonial
A abertura contou com a presença do Secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará,
José Nelson Martins de Souza. O Secretário deu as boas vindas aos participantes e discorreu sobre
a satisfação em ter um evento como este sediado no Estado, elogiando a iniciativa do CEMADEN,
bem como a presença e liderança da FUNCEME no tema em questão. O Secretário comentou os
esforços envidados para o enfrentamento da seca e o desenvolvimento agrário, elucidando as
características do Estado e citando experiências locais específicas. Além disso, o Secretário
informou sobre a convocação do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, para reunião
no dia seguinte à III RT, em Brasília, com 24 secretários de Estado, representantes do Conselho
Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri) para discutir as medidas
emergenciais que seriam tomadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para
amenizar os efeitos da estiagem nas regiões Sul e Nordeste do país.
A mesa de abertura também contou com a participação do Presidente da FUNCEME, Eduardo
Martins, que dedicou total apoio à realização do evento, bem como da Coordenadora de Relações
Institucionais do CEMADEN, Regina Alvalá, que em seguida, apresentou a trajetória de criação e
implementação do CEMADEN, bem como sua missão e desafios assumidos, ressaltando a seca
como um dos deflagradores de desastres naturais no Brasil.
PAINEL I: DEMANDAS SETORIAS NACIONAIS E/OU GLOBAIS Moderador: Carlos Frederico Angelis (Coordenação-Geral de Operações e Modelagem do CEMADEN)
O Diretor de Combate à Desertificação da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento
Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente – MMA, Francisco Campelo, discorreu sobre
o tema “Mudanças Climáticas e Combate à Desertificação”. O Diretor enfatizou os esforços do
MMA na estruturação do Departamento de Combate a Desertificação, com a perspectiva de
promover e consolidar ações alinhadas às diretrizes da Convenção de Combate à Desertificação
das Nações Unidas (UNCCD) e ao Programa de Ação Nacional de Combate à desertificação-
PAN-Brasil. Neste contexto, citou diversos acordos de cooperação técnica firmados com
organizações internacionais, tais como FAO; PNUD; GIZ; IICA; e, Agência Espacial Européia;
bem como sobre articulações interinstitucionais em curso e em negociação com o INSA; INPE;
CEMADEN; IBAMA; dentre outros. O Diretor mencionou que diversos projetos de conservação
ao meio ambiente e combate a desertificação foram aprovados com recursos de diversas fontes de
fomento, tais como o Fundo Clima; Fundo Nacional de Meio Ambiente e Caixa Econômica;
FUNBIO; e, Fundo Caatinga e Banco do Nordeste. Atualmente, está em pauta para votação a
Política Nacional de Combate a Desertificação, com possibilidade de ser apresentado na Rio+20.
Relatório da III Reunião Técnica do CEMADEN Tema: Extremos Climáticos e Colapso de Produção Agrícola 02 e 03 de abril – Fortaleza - CE
III REUNIÃO TÉCNICA DO CEMADEN
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Levando em consideração a estratégia do CEMADEN de iniciar suas operações de
monitoramento em áreas prioritárias de riscos de desastres naturais, o Diretor sugeriu que
neste tema, o CEMADEN levasse em consideração a possibilidade de iniciar o
monitoramento nos municípios dos núcleos de desertificação (total 25 municípios)
para depois expandir o monitoramento ao restante do semiárido.
O Coordenador-Geral de Zoneamento Agropecuário do Departamento de Gestão de Risco
Rural da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento -
MAPA, Gustavo Bracale, mencionou que o Zoneamento Agrícola de Risco Climático iniciou a
partir da década de 90 com o objetivo de orientar os produtores rurais quanto aos locais mais
susceptíveis a seca. O Coordenador-Geral destacou que não se trata de zoneamento de aptidão e
plantio, não elimina o risco de plantio, não trabalha com dados de previsão de tempo, não é
subjetivo, nem perfeito. Trata-se de uma atividade dinâmica. O foco é na produção agrícola e
qualquer impacto na produção agrícola sobre os produtores, a população e a economia. A
metodologia básica utilizada foi desenvolvida pela EMBRAPA, que define os parâmetros
específicos de cada cultura (fatores fenológicos). A operação e execução do zoneamento são feitas
por equipe multidisciplinar envolvendo cerca de 50 especialistas que integram os parâmetros das
culturas, aos dados das estações climatológicas (precipitação diária e análise da frequência) e a
classificação dos solos em um modelo agrometeorológico que gera os mapas de riscos municipais,
mesmo que os limites de riscos não coincidam com os limites municipais. Trata-se de um modelo
multi-risco (seca; temperatura elevada; excesso hídrico) e o Brasil é um dos poucos países que
aplicam este conceito. O diferencial do zoneamento agrícola de riscos climáticos consiste na
quantificação de riscos com base em balanço hídrico. Atualmente, são zoneadas 44 culturas
abrangendo 24 estados e a lista de municípios que atendem aos critérios de risco definidos pelo
MAPA é publicada no DOU.
A despeito da taxa de 80% de sucesso dos mapas de risco gerados, o Coordenador- Geral
considerou que ainda é preciso aperfeiçoar e expandir o monitoramento para melhor
qualificar o subsídio às formulações de políticas públicas.
A Coordenadora do Garantia Safra da Secretaria de Agricultura familiar do Ministério do
Desenvolvimento Agrário – MDA, Dione de Maria Freitas, discorreu sobre o Fundo Garantia-
Safra instituído pela Lei nº 10.420 visando garantir condições mínimas de sobrevivência aos
agricultores e às agricultoras familiares de municípios sistematicamente sujeitos a perda de safra
por razão do fenômeno da estiagem ou excesso hídrico, situados na área de atuação da
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, sendo que a cobertura de quebras
de safra por excesso hídrico foram recentemente incorporadas ao Fundo. O público alvo do
Garantia-Safra consiste em unidades familiares com renda de até 1,5 salário mínimo mensal, onde
se plantam entre 0,6 e 10 hectares de feijão, milho, arroz, mandioca, algodão ou são efetivadas
outras atividades agrícolas de convivência com o semiárido. Não há exigência de observação do
zoneamento agrícola de risco climático ou de qualquer tecnologia de produção. A Coordenadora
ressaltou a crescente a adesão dos municípios ao Garantia Safra que iniciou em 2002/2003 com
quase 180 mil agricultores de 333 municípios e em 2010/2011 alcançou 737 mil agricultores em
990 municípios. O Fundo reconhece as especificidades climáticas do semiárido e minimiza os
efeitos das adversidades climáticas para as famílias, em caso de perda, contribuindo com a
manutenção da dinâmica do comércio local em tempos de crise.
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A Coordenadora mencionou a preocupação com a sustentabilidade financeira do Fundo
em função das adesões crescentes e pagamentos superiores à dotação financeira
inicialmente planejada, reforçando a necessidade de aprimorar os processos de
verificação de perdas que atualmente é feita por amostragem, sendo que quando o
município declara a perda de mais de 50% da produção, todos os agricultores aderidos no
município são beneficiados. Além disso, mencionou a insuficiência de instrumentos
para determinar perda por excesso hídrico.
O Engenheiro Agrônomo da Coordenação do Seguro da Agricultura Familiar SEAF,
Ramon Fírveda Penas, complementou a apresentação do MDA, discorrendo sobre a abrangência
do Seguro da Agricultura Familiar - SEAF em todo o território Nacional, porém excluindo áreas
de riscos frequentes de eventos adversos e áreas protegidas. Os eventos sujeitos a cobertura
incluem chuva excessiva, geada, granizo, seca, variação excessiva de temperatura, ventos fortes e
praga/doença. O engenheiro explicou que no Custeio Agrícola do PRONAF a adesão era
automática e na parcela de Investimentos do PRONAF era opcional, sendo seguráveis as lavouras
zoneadas, irrigadas ou consorciadas. Mencionou que dentre todos os eventos que prejudicam a
produção agrícola, 90% dos seguros pagos são dos sinistros causados por secas.
Como recomendação ressaltou a necessidade de ampliação da rede de monitoramento
meteorológico (estações meteorológicas e radares) e da integração de dados de várias
instituições promovendo o intercâmbio em tempo real e reunindo todas as informações
em um local que facilitasse o acesso pela comunidade.
O Coordenador de Recursos Naturais, Gestão Ambiental e Adaptação às Mudanças
Climáticas do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura - IICA, Gertjan
Berkmam (Programa Transversal), discorreu sobre os Extremos Climáticos e Impactos na
Agricultura, relembrando que mais de 170 países endossaram a Agenda 21 aprovada na
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, mas no que tange ao
alcance das Metas de Desenvolvimento do Milênio e os objetivos associados, destacou os avanços
brasileiros na erradicação da fome e redução de pobreza em contraponto aos atrasos na
disponibilização de água potável e saneamento. O Coordenador arguiu que o crescimento
populacional e demandas decorrentes requerem maior planejamento e adequação aos princípios da
economia de baixo carbono, sendo que a agricultura, por ser uma atividade dependente de fatores
climáticos (temperatura, pluviosidade, umidade do solo e radiação solar), é altamente vulnerável
aos impactos das mudanças climáticas, o que nos remete à questão da segurança alimentar. E,
destacou que o IPCC prevê uma redução da área adequada à agricultura, da duração das
épocas de cultivo e do potencial de produção, principalmente, ao longo das margens das áreas
semi-áridas e áridas. Ilustrou a dinâmica das três Convenções das Nações Unidas (Mudanças
Climáticas, Biodiversidade e Desertificação), destacando a erosão do solo como elemento comum
às três Convenções e questão chave à sustentação da produção agrícola. O Coordenador
apresentou exemplos de eventos extremos ocorridos em diversas regiões do globo entre 2001 e
2010 e discorreu sobre a importância da gestão de riscos e atuação do IICA na disseminação de
ferramentas e conceitos de gestão de risco, destacando diversas parcerias e apoio a projetos no
Brasil e nos países do continente.
O Coordenador ressaltou que a agricultura é parte do problema, mas também é parte da
solução na obtenção de resiliência mediante o fortalecimento dos sistemas agrícolas por meio
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da diversificação e das estratégias de manejo dos riscos. E, por fim, recomendou enfoque nas
prioridades e Metas de Desenvolvimento do Milênio, destacando-se a necessidade de maior
governança para alcance dos objetivos.
Durante o debate do Painel I, dentre outras considerações, reafirmou-se a necessidade de
maior integração de informações para o monitoramento, incluindo-se citações de “data
mining” e “data warehouse”. Os participantes também contribuíram informando que a
probabilidade de acerto dos modelos desenvolvidos pelo INMET melhorou nos últimos anos,
diminuindo a necessidade de verificação em campo e agilizando o processo de pagamento do
Garantia-Safra, o qual era de 1 ano e hoje é de 3 meses. E, no que se refere às perdas de safra
por inundações, o MDA complementou que, embora estas perdas não sejam significativas, o
Garantia - Safra está se adequando a estes eventos, tentando realizar o mapeamento das áreas
de risco de excesso hídrico. Mas ainda falta o desenvolvimento de modelos de análise deste
fenômeno.
PAINEL II: PRINCIPAIS DEFLAGRADORES DE COLAPSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA Moderador: Javier Tomasella (Coordenação-Geral de Pesquisa e Desenvolvimento do CEMADEN)
O Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, Dr. Paulo Nobre,
versou sobre o Estado da Arte em Previsões Climáticas para o NE do Brasil com uma breve
revisão teórica da variabilidade climática no Atlântico Tropical e dos esforços nacionais e
internacionais na discussão da previsão/previsibilidade sazonal do Nordeste Brasileiro,
destacando que o modelo acoplado Oceano-Atmosfera é insuficiente para a acurada previsão de
chuva na região Nordeste, em função da baixa previsibilidade dos eventos que ocorrem no oceano
Atlântico Tropical. Complementarmente, citou estudos realizados na África que indicam a
improbabilidade de agricultores individuais utilizarem as previsões climáticas sazonais, devido à
falta de precisão nas informações geradas para influenciar as decisões locais sobre quando e onde
plantar. O Pesquisador traçou a evolução das previsões climáticas sazonais, destacando que os
modelos mais antigos de previsão utilizavam métodos subjetivos e que os atuais sistemas de
previsão tendem cada vez mais a utilizar técnicas objetivas para combinar uma variedade de
modelos estatísticos e dinâmicos. Ponderou ainda que a melhor previsão climática é dada pela
média dos resultados de todos os modelos climáticos. Neste sentido, arguiu que o estado da arte
de previsões climáticas sazonais utilizam série de produtos numéricos de previsão climática,
ambos de modelos da atmosfera e acoplados oceano-atmosfera global. Sendo que os atuais
desenvolvimentos presentes nos centros de referência internacional incorporam metodologias de
análises objetivas para previsões climáticas probabilísticas com base em produtos numéricos
de modelos acoplados oceano-atmosfera; com resultados surpreendentes de aumento da qualidade
das previsões geradas. Adicionalmente, apresentou o desenvolvimento cronológico da previsão
climática sazonal no INPE, informando que as previsões climáticas sazonais são geradas
mensalmente no Brasil, com a liderança científica do INPE/CPTEC e participação do INMET e de
Centros Estaduais de Meteorologia. Além disso, mencionou que o Brasil está investindo no
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aprimoramento da capacidade de modelagem climática global com a construção do Modelo
Brasileiro do Sistema Climático Global – MBSCG.
Por fim, o Pesquisador ressaltou que o modelo de circulação global atmosférico do
CPTEC/INPE requer investimentos sustentados para melhorias da física do modelo,
que hoje apresenta comparação desfavorável com demais modelos de centros de
meteorologia no exterior. Também indicou que a abordagem metodológica utilizada de
forma consensuada no Brasil na elaboração das previsões climáticas sazonais ainda pode
ser aprimorada de forma a otimizar a confiabilidade e uso pelos setores de interessados.
Concluindo, informou que há indícios de seca acentuada para o semiárido neste ano.
O Pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (CNPTIA), Dr. Eduardo Delgado
Assad, discorreu sobre Sistemas de Informação Agrometeorológica, Cenários Futuros e
Impactos na Agricultura do Semi-Árido. O Pesquisador informou que há uma diversidade de
sistemas de informação agrometeorológica disponibilizada por diversos grupos (Agritempo-
Embrapa/Unicamp; SIMEPAR-IAPAR; CIRAM-EPAGRI; INMET; FUNCEME; etc), mas todos
são baseados em balanço hídrico, temperatura máxima, entre outras variáveis. O diferencial do
Agritempo em relação aos sistemas dos demais grupos é que está disponível para todo o território
brasileiro, gerando informação meteorológica e agrometeorológica para todos os municípios e
Estados. As instituições parceiras do Agritempo se comprometem a disponibilizar os dados
publicamente. O usuário contribui com a melhoria do sistema mediante os seus feedbacks. Mais
recentemente foi desenvolvido o WebAgritec que consiste em um sistema de monitoramento
agrometeorológico e será lançado no dia 30 de abril de 2012 para ser utilizado em todo o território
nacional. Este sistema disponibilizará dados sobre o monitoramento, diagnósticos e zoneamento de
risco climático, bem como vídeos e imagens associadas a inteligência artificial. A partir do
cadastro da gleba e respectivo empreendimento, definição de data de plantio e escolha de cultivar,
o sistema permite calcular a quantidade de fertilizantes e a previsão de produtividade associada ao
balanço hídrico, previsão de tempo e tendências. Os dados do empreendimento também podem ser
vinculados aos dados cartográficos, podendo ser identificados em mapas do Google. O sistema
possibilitará a geração de cenários, identificação de doenças e boas práticas agrícolas. No que se
refere aos cenários climáticos futuros, demonstrou que o indício de aumento de temperatura no
Nordeste é alto e, se forem consideradas as cultivares anuais, há claras ameaças para a manutenção
do cultivo de milho, feijão, etc.
O Pesquisador comentou a necessidade de maior difusão dos sistemas disponibilizados
para o pleno uso de seu potencial e capacidade. Postulou que no semiárido, ano muito
bom é atípico, sendo o ano ruim é mais comum, portanto temos que nos preparar melhor
para lidar com esta realidade. Além disso, argumentou que é preciso melhorar o sistema
de produção na caatinga para melhorar o estoque de carbono no solo.
O Professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ/USP, Dr. Paulo
César Sentelhas, discorreu sobre Uso de Modelos de Simulação de Culturas como Ferramenta
para Identificação de Agentes Deflagradores de Coplapso na Produção Agrícola. Dentre os
fatores responsáveis por colapso na agricultura no mundo, as inundações, os ventos intensos e as
secas são os principais. Sendo que no Brasil, em todas as regiões produtoras de fibras, energia e
alimentos, as perdas na agricultura devido a fatores climáticos se dão principalmente pela
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ocorrência de SECAS, que em muitos casos estão relacionadas aos eventos meteorológicos
associados ao ENOS, ZCAS, Dipolo do Atlântico, etc. Distintamente da Seca Meteorológica ou da
Seca Hidrológica, a SECA AGRÍCOLA é um fenômeno que envolve todos os aspectos do Sistema
Solo- Planta-Atmosfera, sendo, portanto, uma consequência da Seca Meteorológica integrada aos
fatores associados às culturas, ao solo e ao manejo. Os índices de Seca Agrícola com base no
balanço hídrico, apesar de quantificarem os eventos de seca para a agricultura de forma mais
confiável, não se adequam plenamente para quantificar os impactos sobre a produtividade das
culturas. O Professor apresentou a classificação de modelos de simulação de culturas (modelos
empíricos; matemático-fisiológicos; e, de processos), destacando que o modelo da FAO
(matemático-fisiológico) tem sido largamente testado e aplicado em diferentes condições
apresentando resultados satisfatórios desde que adequadamente calibrados. E, ponderou que apesar
da maior complexidade dos modelos de processos, nem sempre a expectativa de maior acuracidade
desses modelos é alcançada, pois mesmo sendo modelos mecanísticos de alta performance, eles
exigem calibração já que tem em suas formulações diversas relações empíricas. Maior
complexidade implica em maior dificuldade para aplicação prática e nem sempre maior
complexidade resulta em menores erros.
O Professor recomendou o uso de Modelos de Simulação de Culturas, especialmente os
matemático-fisiológicos e os modelos de processos calibrados, porque permitem
quantificar o potencial de colapso na agricultura em função de eventos de seca agrícola,
sendo assim a melhor opção para o monitoramento de áreas críticas, onde a
segurança alimentar é normalmente frágil. Também ressaltou que disponibilidade de
dados meteorológicos (densidade de estações, número de variáveis e confiabilidade) é
fundamental para que o sistema seja abrangente e confiável. O Professor postulou que a
consolidação de um sistema de monitoramento de colapso da produção agrícola deve
ser um esforço multi-disciplinar envolvendo especialistas de áreas de meteorologia, de
fitotecnia/agronomia, de agrometeorologia, de solos e de áreas correlatas, de modo a
serem gerados produtos condizentes com a realidade da agricultura local. E por fim,
recomendou o estabelecimento de parcerias para obter êxito no monitoramento.
O Diretor do Instituto Nacional do Semiárido – INSA, Dr. Ignácio Salcedo, discorreu
sobre a Agricultura Sustentável no Semiárido. O Diretor iniciou apresentando dados da estrutura
do semiárido brasileiro (SAB), ressaltando que um milhão de estabelecimentos agropecuários na
região são minifúndios, sendo responsáveis por 31% do valor da produção. Apresentou dados de
produção de alimentos, com ênfase na produção milho, feijão e mandioca e os respectivos
consumos de nutrientes do solo (nitrogênio, fósforo e potássio), ressaltando que a atividade
agrícola sem reposição de nutrientes acarreta a degradação do solo. A pecuária (28,2 milhões de
cabeças em 21,4 milhões de há) também foi correlacionada à necessidade de água para produzir
alimentos (vegetal e animal). E, em relação ao consumo de lenha e carvão proveniente de área
manejada; plantio florestal e desmatamento, ele ressaltou que o desmatamento é a fonte principal,
originando 80% da lenha e carvão produzidos no NE (17.000 km2 no período 2002/08). O
Diretor comentou os processos de erosão hídrica e as consequentes perdas de produtividade,
redução na disponibilidade de alimentos e os impactos ambientais que se revelam nos processos de
desertificação. E, enfatizou que a agricultura sustentável visa maximizar os benefícios sócio-
econômicos da geração presente, preservando a qualidade ambiental e a capacidade de produção
para as gerações futuras. Postulou ainda que as condições de deficiência hídrica não são
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homogêneas em área maior que um município; o uso de médias de séries históricas das chuvas
ignora a intensidade das chuvas; e, esta variabilidade dificulta distinguir tendências de curto e
longo prazo na sustentabilidade e capacidade de produção. Tratar a região de maneira global leva
a generalizações demasiado vagas e de pouca utilidade. Assim, a dificuldade para avaliar a
sustentabilidade ambiental e a capacidade de produção das várias formas de uso da terra, se origina
das diferentes escalas temporais e espaciais necessárias para esta finalidade.
No que se refere às metodologias para definir e estudar a sustentabilidade ambiental, o
Diretor sugeriu a identificação de módulos que se repetem dentro da região, em
condições mais ou menos semelhantes, por exemplo, em área de sequeiro: vales;
encostas úmidas; chapadas; áreas planas a onduladas secas (sedimentares e de baixa
fertilidade); áreas planas a onduladas secas (cristalino, sedimentares, e de boa fertilidade).
O Diretor destacou que faltam dados integrados para avaliação da informação disponível,
ou seja, é preciso melhorar a gestão da informação. Além disso, salientou que, na
prática, os próprios produtores e comunidades é que definirão o avanço ou retrocesso da
desertificação, por isso é crucial que se trabalhe na educação ambiental da população.
E, por fim, a convivência com os problemas de sustentabilidade deve preponderar sobre
abordagens restritas à maximização de lucros.
O Coordenador-Geral de Promoção do Desenvolvimento Sustentável da Superintendência
do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, Carlos Almiro, discorreu sobre O Papel das
Instituições de Desenvolvimento Regional Frente às Mudanças Climáticas. O Coordenador-
Geral apresentou uma retrospectiva de atuação da SUDENE no enfrentamento das secas,
ressaltando que a mesma nasceu com uma “face” de Defesa Civil e, atualmente, possui em sua
estrutura regimental uma Coordenação Regional de Defesa Civil. Relatou que, em pouco mais de
40 anos, foram gastos 578 bilhões de reais em programas especiais (POLONORDESTE;
PROJETO SERTANEJO; PROHIDRO; PAPP). Ainda hoje o semiárido é uma região frágil, o que
caracteriza a indústria da seca. O Coordenador-geral relatou que mais recentemente, entre 2010 e
2011, em Alagoas e Pernambuco, foram três inundações que deixaram mais de 170 mil
desabrigados. Ao todo, foram estimados gastos de mais de R$2 bilhões no atendimento às vítimas
e na reconstrução das cidades atingidas. Neste contexto, arguiu que chegou o momento de uma
abordagem diferente: em vez de torcer por tempo bom, planejar e agir. E exemplificou
comparando os custos de construção de 5 barragens para proteger as cidades de inundações (R$
500 milhões) aos gastos emergenciais durante as crises. Comentou também o risco dos produtores
rurais perderem suas propriedades por não conseguir saldar as dívidas agrícolas, sendo que a
principal causa de inadimplência nos últimos anos tem sido a seca. Apresentou instrumentos de
fomento ao desenvolvimento regional (PNDR – Política Nacional de Desenvolvimento Regional;
PRDNE – Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste; FDNE – Fundo de Desenvolvimento
do Nordeste; FNE – Fundo Constitucional do Nordeste). Destacou a responsabilidade da SUDENE
no âmbito do “Programa de Gestão de Risco e Respostas a Desastres” para o gerenciamento de
riscos e desastres na sua área de influência (mapeamento de áreas de risco com foco em
municípios recorrentemente afetados por inundações, enxurradas e deslizamentos).
O Coordenador-Geral comentou que os instrumentos de fomento ao desenvolvimento
regional podem ser acessados contribuindo para minimizar a migração de pequenos
agricultores para os grandes centros urbanos. E, por fim, comentou a expectativa na
celebração de acordo de cooperação técnica com o CEMADEN com o objetivo de
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respaldar tecnicamente, programas, projetos, desenvolvimento de banco de dados e
eventos, na área de gestão de riscos naturais no que se refere a: monitoramento de
desastres naturais; elaboração de estudos; promoção de capacitação e treinamento.
Durante o debate do Painel II, dentre outras considerações, foi observado que houve
mudança na capacidade de resiliência no NE e redução de notícias catastróficas na mídia. Os
planos do governo melhoraram a condição de vida, mas a convivência no semiárido depende não
só de produção de alimentos, mas também de moradia e educação para adaptação ao ambiente em
que se vive. Alegou-se que a percepção equivocada da convivência da população com o semiárido
dificulta o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis na região e que a sustentabilidade se
equivale ao somatório da Educação + Tecnologia + Saúde. Perceberam-se algumas divergências
no que se refere à eficiência dos investimentos em cisternas ou açudes, bem como em outras
questões conceituais referentes à riqueza, renda e condições mínimas de vida. Quanto aos modelos
agrícolas complexos, ressaltou-se que necessitam de uma boa estrutura observacional.
Ressaltou-se que incompletude das séries históricas existentes comprometeu o desenvolvimento
científico na área de modelagem e que faltam dados para alimentar tanto os modelos complexos
como os simples.
PAINEL III: Sistemas de Apoio à Decisão Moderadora: Regina Alvalá (Coordenadora de Relações Institucionais do CEMADEN)
O Pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Dr. Reinaldo Lúcio Gomide, discorreu sobre a
determinação da variabilidade espaço-temporal de demanda hídrica e produtividade da água em
escala regional por meio de técnicas de sensoriamento remoto agrícola, associadas à
modelagem, geoprocessamento e dados agrometeorológicos. O Pesquisador apresentou um
estudo realizado baseando-se na hipótese de que assinaturas espectrais (imagens) e temperaturas
de superfície (do dossel de culturas e solos), adquiridas e processadas em porções do espectro
visível (RGB), NIR e Termal, podem detectar, caracterizar e mapear a variabilidade espaço-
temporal de demanda hídrica e produtividade, até mesmo EHC (função resolução). O estudo
pressupõe a integração de dados remotos com dados adquiridos em campo. A resolução espacial
mais refinada permite analisar parcelas e a resolução espectral permite detectar o estresse hídrico
com antecedência. O Pesquisador ilustrou a área experimental com os sistemas de aquisição
automática de imagens e temperatura das folhas das culturas e dos sensores do balanço de energia
e de clima para a calibração da pesquisa. O estudo está sendo realizado em dois polos de
desenvolvimento da Bacia do Rio São Francisco com o uso de imagens de satélites em conjunto
com dados de clima de duas redes de estações agrometeorológicas automáticas, sendo que a rede
de Petrolina/Juazeiro já está em funcionamento em Petrolina/Juazeiro e a rede do Norte de Minas
ainda será instalada. Além disso, explicou que a utilização do Software SEBAL (Surface Energy
Balance Algorithms for Land) permite estimar os balanços hídricos e de energia, que, por sua vez,
são úteis para avaliação da evapotranspiração e gestão de irrigação. Como resultado obtém–se
diferentes produtos, ou seja, mapas de evapotranspiração, mapas temáticos em escala regional de
demandas hídricas de culturas; suporte ao zoneamento climático; detecção de mudanças nas áreas
de produção agrícola, dentre outros.
O Pesquisador finalizou destacando a importância da espacialização de informações
hidrometeorológicas. Além disso, argumentou que os resultados - obtidos com as técnicas
de sensoriamento remoto (via aquisição e obtenção de imagens orbitais (satélites) e
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suborbitais (Plataformas de superfície), associadas à dados climáticos de superfície, ao
modelo SEBAL e ao geoprocessamento) - poderão ser difundidos, ressaltando-se que a
sua utilização demanda treinamento e capacitação, podendo ser utilizado por técnicos,
produtores, lideranças e estudantes de graduação e pós-graduação de regiões envolvidas.
O Pesquisador da Embrapa Solos, Dr. Alexandre Barros, Informações de Solo como
Suporte aos Sistemas de Apoio à Decisão (SAD), ressaltando a importância para o monitoramento
de águas e solutos; serviços ambientais; mudanças climáticas; dinâmica hídrica; indicadores
bioquímicos; inputs para modelos atmosféricos, dentre outros. Discorreu sobre os diversos níveis
de informação de solo (Nacional, Regional, Estadual, Municipal, Local) em diferentes escalas (de
1:100.000 a 1:1.000.000), ressaltando que a escala e qualidade do levantamento do solo dependem
da qualidade do material cartográfico, variação ambiental, condições de acesso à área, intensidade
de prospecção e amostragem, etc. A identificação e mapeamento dos diferentes tipos de solo
(textura, fertilidade, pedregosidade, profundidade, retenção de água, etc) e ambiente (relevo,
rochosidade, vegetação (clima), drenagem, etc.) permitem indicar as potencialidades e limitações
dos ambientes. O Pesquisador apresentou diversos mapas de solos de Estados e municípios
nordestinos, ressaltando que Alagoas foi o primeiro Estado da região com mapeamento
informatizado. Apresentou diversos portais digitais nacionais e internacionais que disponibilizam
informações sobre solos e acrescentou que muitas informações ainda estão em papel; no entanto a
Embrapa Solos tem uma meta de disponibilizar todos os perfis de solo obtidos mais recentemente
na web. Em seguida, comentou o uso da informação em SAD, ressaltando o desafio de transformar
dados em informações e o aumento da demanda de dados “pari passu” ao aumento da
complexidade dos modelos. Destacou a utilização de funções de pedotransferência para obtenção
de informações de perfis de solo e que as informações não permitem a aplicação direta em
modelos matemáticos, como os de fluxo de água no solo, ressaltando que os modelos atmosféricos
usam parametrizações simplificadas (umidade de solo inicial “climatológica”) e que os dados de
sistema de simulação (tipo DSSAT) utilizam dados de solos de climas temperados.
Por fim, citou o relatório especial do IPCC-2012, registrando que a lacuna de dados
observacionais e a inabilidade dos modelos incluírem todos os fatores que influenciam as
secas impedem maior confiabilidade, além das médias produzidas pelas projeções de
secas pautadas nas reduções de precipitação e aumento da evapotranspiração. Assim, o
desafio consiste em transformar a grande quantidade de informações disponíveis na forma
que todos possam utilizá-las e recomendou utilizar as informações de solos em modelos
de simulação.
O Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Dr. Bernardo Rudorff,
discorreu sobre a Análise com Dados do TRMM e Índice Vegetativo do MODIS para o Semi-
Árido. O Pesquisador iniciou comentando as características das imagens de sensores óticos a
bordo de satélites de sensoriamento remoto (resoluções: temporal, espectral e espacial).
Mencionou o monitoramento de lavouras por imagens de satélites, destacando a grande dificuldade
na aquisição de informações devido à cobertura de nuvens em diversas regiões. Informou que
existem sensores com boa resolução temporal, o que permite a aquisição de imagens sem cobertura
de nuvens; no entanto, há perda de resolução espacial, mas a associação de componente espectral a
modelo agrometeorológico melhora o detalhamento espacial. Desta forma, o INPE, através do
LAF (Laboratório de Análise Florestal), disponibiliza imagens do sensor MODIS processadas, o
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que permite acompanhar a sazonalidade, mudanças de uso e cobertura da terra, produtividade,
entre outras. Complementarmente, o satélite TRMM (Tropical Rainfall Measuring Mission)
propicia a geração de estimativas de precipitação juntamente com informações de superfície em
resolução espacial de 20 m. O cruzamento de dados de precipitação com informações de NDVI
permite inferir se uma determinada área cultivada, da ordem de 6,25 hectares, foi ou não afetada
por uma estiagem. Com base nestas premissas, o pesquisador apresentou o mapeamento dos
municípios beneficiados pelo Garantia-Safra que declararam perda de pelo menos 50% da
produção por fenômenos de estiagem ou excesso hídrico para as safras de 2002/2003 até
2009/2010. Apresentou exemplos de aplicação dos dados TRMM no mapeamento da precipitação
pluviométrica na área de abrangência da SUDENE para o ano de 2005, bem como mapeamento do
calendário de plantio e da variação temporal do índice vegetativo.
Por fim, apresentou a visualização das séries temporais de dados de vegetação e de
precipitação (EVI/MODIS e TRMM 3B43) associadas ao Google para análise de
mudanças de uso e cobertura da terra, recomendando a sua utilização como ferramenta de
apoio à verificação de perdas de safra. E, disponibilizou a apresentação dinâmica com os
ensaios realizados para o Garantia Safra no link:
http://www.slideboom.com/presentations/521337/An%C3%A1lise-com-dados-do-
TRMM-e-%C3%8Dndice-Vegetativo-do-MODIS.
O Coordenador-Geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de
Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais – CEMADEN, Javier Tomasella, apresentou o
Sistema de Alertas Precoce de Secas e Desertificação – SAP: estágio de desenvolvimento atual.
O Coordenador-Geral arguiu que apesar dos avanços na área de monitoramento e previsão de
secas, a área de desertificação apresenta resultados muito incipientes. Os procedimentos de
avaliação do processo de desertificação são empíricos, de aplicação muito restrita, e focados
muitas vezes nos sintomas e não nos drivers (promotores) do processo. A análise temporal é ainda
muito limitada, e a regional praticamente inexistente. Neste sentido, o Projeto SAP foi idealizado
inicialmente no âmbito de um acordo entre o MMA e o INPE com o propósito de identificar os
precursores (drivers) do processo de desertificação no semiárido e, consequentemente, prover as
bases técnicas necessárias para formulação de estratégias de redução de desastres e de ações em
todos os níveis de governo e nas organizações sociais, bem como servir de fonte de informações
para a sociedade. Para isso, um sistema de alerta precoce à secas e desertificação deve permitir a
integração e assimilação de dados espaciais e temporais, tanto de caráter bio-geofísicos quanto
socioeconômicos, e nas mais variadas escalas temporais e espaciais. Com esta finalidade, estão
sendo ajustados mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e uso/cobertura da terra na
resolução de 90 m. No presente momento, tais mapas já foram ajustados para os Estados do
Maranhão, Ceará, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e, está em fase final o
Estado do Piauí. Após a finalização do ajuste dos mapas, haverá um trabalho árduo para ajustar as
classes dos diferentes temas e atribuir pesos referentes às vulnerabilidades, isto é, para posterior
análise multifatorial do conjunto de fatores socioeconômicos e biogeofísicos, cuja combinação
resultará em Indicadores Regionais de Desertificação de caráter objetivo e numérico.
Por fim, o Coordenador-Geral reiterou que o foco da abordagem proposta para este sistema de
alerta precoce é na identificação dos precursores do processo de desertificação, mais do que na
detecção do processo quando ele já está instalado (uso de sensores remotos). E que o Sistema
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demandará criação de uma interface amigável, de forma que o usuário possa atribuir pesos de
forma interativa.
O Presidente da FUNCEME, Eduardo Sávio Martins, discorreu sobre o Monitoramento
de Secas fazendo inicialmente uma clara distinção entre a seca meteorológica, hidrológica e
agrícola. Ilustrou o sistema de monitoramento da precipitação e suas forçantes, apresentando o
mapeamento dos dados do Estado do Ceará de 1990 a 2009. Apresentou o portal hidrológico do
Ceará resultante de parceria entre a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos – COGERH e a
FUNCEME para monitoramento da seca hidrológica, bem como a estrutura de um sistema de
alerta para seca hidrológica e agrícola. O Presidente destacou que um Sistema de alerta demanda
não apenas o repasse de informações para a defesa civil, mas também, o trabalho de integração das
várias instituições que atuam nessa área de desastres (Defesa Civil, FUNCEME, entre outras).
Arguiu que o modelos estatísticos são tão importantes quanto os modelos dinâmicos, ressaltando o
desafio da integração das bases de informação e da sua aplicação, evitando-se confundir o
prognóstico de chuva com prognóstico de produção agrícola, eventos que necessitarão da ação da
defesa civil, recargas de açudes, epidemias, e outros, uma vez que as chuvas não são os únicos
fatores determinantes. Apresentou o sistema de previsão para o Nordeste (Climate Dynamical
Downscaling Forecast System), expandido no intuito de incluir outros modelos globais e regionais
(superconjunto) e o downscaling para a América do Sul, e demonstrou os resultados do sistema de
previsão de afluências para o Reservatório de Orós. No que se refere à seca agrícola apresentou
dados da produção de culturas de sequeiro e a chuva anual média no Estado do Ceará no período
de 1947 a 2011, apresentando o índice de penalidade hídrica diagnosticado em tempo real da
produção de uma cultura, baseado na modelagem da umidade do solo a partir de dados de chuva
diária e relações estatísticas com o rendimento e, a partir disto, elaboração de uma classificação
crescente de perdas de rendimento. Como exemplo do uso da previsão de clima na estimativa de
safra, apresentou a aptidão (anos secos, anos normais e anos chuvosos) das culturas de milho e
feijão comum na região do Araripe, Cariri e entorno do Estado do Ceará.
Por fim, o Presidente, recomendou determinismo na análise de modelo para facilitar a
transmissão de informações para o usuário final; apontou a necessidade de avaliar a
melhor maneira de combinar todos os resultados de modelos, utilizando-se análises
históricas e não apenas informações de um ano; bem como a necessidade de criação de
centros que articulem diversos órgãos, inclusive a defesa civil; necessidade de uma base
de dados integrada para o Nordeste; e necessidade de calibração de dados de solos, uma
vez que estes são originados por diferentes fontes.
Durante o debate do Painel III, reiterou-se a necessidade de envidar mais esforços no
sentido de identificar os diferentes tipos de solo e incorporar as informações aos modelos, bem
como a necessidade de tornar pública tais informações (base de dados públicos). Sugeriu-se incluir
a quantificação de períodos secos no Sistema de Alerta Precoces à Secas e Desertificação - SAP,
pois outras instituições já quantificam a seca como, por exemplo, o número de dias com déficit
hídrico. Reafirmou-se a importância de incorporar indicadores de desertificação para o semiárido,
ressaltando-se que não é possível fazer manejo de culturas irrigadas somente com imagens de
satélite do Landsat e que há necessidade de estudos de caso para avaliar a eficiência de modelos
agrometeorológicos. Informou-se que será realizado levantamento de campo para todas as
componentes avaliadas no SAP, principalmente sobre solos.
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PAINEL IV: Colapso de Produção Agrícola e Fontes de Informação Moderadora: Meiry Sakamoto (FUNCEME)
O Coordenador do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE, Carlos Simões Florido, apresentou Um Novo Olhar sobre os Números, discorrendo sobre
a experiência do IBGE na coleta de dados com equipamentos que possibilitam “especializar” as
informações. Como exemplo, citou a compatibilização da malha de setores com os biomas, bacias
hidrográficas, etc. Informou que o IBGE é responsável pelas estatísticas agropecuárias oficiais,
realizadas mediante nove pesquisas contínuas e o Censo Agropecuário, ressaltando que na região
Nordeste não houve variação significativa na produção e áreas plantadas no período de 1990-2010
das culturas de arroz, milho, feijão e mandioca. Com as informações atuais é possível observar
aumento de áreas cultivadas e outros biomas que não somente a caatinga. Apresentou também a
abordagem sobre os “SEM SEM”, isto é, agricultores familiares, sem escolaridade fundamental,
que não recebem assistência técnica nem são beneficiários do PRONAF, não tem receitas de
programas governamentais, e o valor total do autoconsumo é maior que a metade do valor total de
produção, ressaltando que grande parte dos chamados “SEM SEM” estão no Nordeste do Brasil,
com alguns muito próximos as áreas com melhores condições financeiras. No entanto, houve
aumento da área cultivada com soja. Descreveu as inovações adotadas no último censo, por
exemplo, a utilização de PDA e GPS para georreferenciar a unidade de investigação e suas
informações associadas que podem ser agregadas em unidades político-administrativas, mas
também em outras unidades espaciais (setor censitário; área de ponderação; grade estatística; face
de logradouro). As informações e malhas geradas podem ser mescladas com o Google Maps ou
disponibilizadas em ferramentas de SIG permitindo que usuários especialistas façam consultas
espaciais. Destacou que a independência de limites político-administrativos permite: a comparação
espacial direta; a comparação temporal direta por não se alterar com o tempo; eficiência
computacional pela distribuição regular; e, análises multi-escala com relacionamento hierárquico e
multi-resolução. Também apresentou o SIG Brasil – portal brasileiro de dados geoespaciais – na
Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais – INDE e indicou que o próximo passo consiste em
cruzar as informações do censo agropecuário com o censo demográfico.
O Coordenador salientou o movimento de conscientização para facilitar a obtenção de
informações e, assim, a geração de estatísticas. Comentou a dificuldade de separar áreas
de pastagens da vegetação natural. Por outro lado, ressaltou a dificuldade das informações
chegarem ao produtor recomendando que se recupere o papel de extensão no Brasil.
Recomendou o uso e armazenamento de informações no INDE (Infraestrutura Nacional
de Dados Espaciais) e sugeriu às instituições participantes que encaminhem suas
demandas ao IBGE que está aberto para pensar como melhor atender às demandas
nacionais, podendo desenvolver produtos inovadores que facilitem as análises dos
usuários.
O Especialista em Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas – ANA, Dr. Marcos
Airton de Souza Freitas, discorreu sobre o Monitoramento de Secas Meteorológicas no Semi-
Árido. O Especialista introduziu o assunto explicando que a previsão de secas e a gestão de
recursos hídricos no semiárido envolvem: gerenciamento de recursos hídricos superficiais e
subterrâneos; monitoramento de poços e açudes; monitoramento de secas e cheias; análise de
impactos sociais, econômicos e ambientais; e, ações mitigadoras visando reduzir os impactos
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extremos. Para a previsão de seca, a informação sobre a distribuição do período chuvoso é tão
importante quanto conhecer a ocorrência de secas. O Especialista falou sobre a importância de
sistemas de gestão da informação para os setores operacionais ao lidarem rotineiramente com o
dilema sobre usar ou economizar água no processo de tomada de decisão e avaliação das
consequências. Apresentou o Sistema de Gestão de Secas (SIGES) que inclui as etapas de
definição e classificação de seca, prevenção, monitoramento, análise dos efeitos e planos de
mitigação. Detalhou a concepção esquemática de alguns subcomponentes do SIGES, arguindo que
a escolha das variáveis a serem monitoradas depende do tipo de seca em questão e pode-se pensar
em compor índices em cada bacia que indique a seca que mais preocupa determinada região. No
caso do componente da análise de secas meteorológicas falou sobre a modelagem de redes neurais
artificiais para previsão de secas, bem como do uso do Rainfall Anomaly Index (RAI) para
monitoramento de secas e do Bhalme e Mooley Drought Index (BMDI) para subsidiar o
monitoramento e plano de mitigação dos efeitos da seca, dentre outros modelos. No componente
de análise de secas hidrológicas descreveu o Modelo CN-3S desenvolvido inicialmente para
aplicação no semiárido do Nordeste, o qual é um modelo conceitual simples para a geração de
deflúvios e fácil de calibrar. Apresentou algumas aplicações dos modelos na Agência Nacional de
Águas e no Brasil, concluindo com a descrição conceitual do Sistema Nacional de Informações
sobre Recursos Hídricos (SNIRH/ANA) que inclui os seguintes subsistemas: inteligência
geográfica; inteligência hídrica; inteligência documental; dados quali-quantitativos; planejamento
e gestão; e, regulação de usos.
Por fim, o Especialista ressaltou a necessidade de séries históricas para modelar melhor a
vazão de rios intermitentes.
O Gerente de Geotecnologias da Diretoria de Política Agrícola e Informações da
Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, discorreu sobre o Sistema de Monitoramento
Agrometeorológico e Espectral de Safras. O Gerente apresentou a atuação da CONAB no
desenvolvimento de atividades cobrindo todo o sistema de produção e consumo dos principais
produtos agrícolas para a sociedade brasileira, com o objetivo de contribuir para a regularidade do
abastecimento e garantia de renda ao produtor rural, participando da formulação e execução das
políticas agrícola e de abastecimento. Dentre as ações da CONAB, destacou a implementação e
reforço da política de instrumentos do Programa de Garantia de Preços Mínimos (PGPM),
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Agricultura Familiar e Relatórios de
Gerenciamento da Armazenagem. Apresentou o projeto GEOSAFRAS que tem por objetivo a
melhoria do monitoramento de culturas e métodos de previsão; redução da subjetividade em
estimativas (área e produção); formação de especialistas em modelagem e monitoramento de
culturas; e, tornar as novas metodologias operacionais dentro da Companhia. O Geosafras possui
um componente de estimativas de áreas usando modelos estatísticos e mapeamento por
sensoriamento remoto e outro de estimativas de produção por modelos agrometeorológicos,
spectrais e modelos mistos. Quanto ao monitoramento spectral discorreu sobre o uso de imagens
de satélites (SPOT-Vegetation, LANDSAT, CBERS, MODIS (Terra & Aqua), ResourceSat1,
MSG2, etc) na elaboração de calendário agrícola; séries temporais de dados meteorológicos e
índices de vegetação. Apresentou diversos exemplos de mapas elaborados a partir da base de
dados georreferenciados, dentre os quais mapas das áreas de cana-de-açúcar, café e grãos em todo
o Brasil; mapas estaduais mostrando a ocupação do solo ou com máscaras de produções
específicas como a de arroz no Rio de Grande do Sul. Apresentou também modelos de estimativas
baseados em dados de temperatura, precipitação, topografia, e informações de dados de satélite, os
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quais apresentaram bons resultados para café e resultados promissores para a cana-de-açúcar.
Informou que pretendem expandir as avaliações para todo o Brasil.
Por fim, recomendou o uso do sistema de informação da CONAB (GEOWEB) –
disponível no site http://geoweb.conab.gov.br/conab/ - e informou que a CONAB tem
sido parceira de diversas instituições e provedora de dados para diversos estudos
relacionados ao tema.
O Superintendente do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste – ETENE
do Banco do Nordeste – BNB, José Narciso Sobrinho discorreu sobre Estudos e Informações
Sócioeconômicas do Nordeste. O Superintendente iniciou apresentando a área básica de atuação
do BNB que consiste nos nove Estados da região Nordeste, o norte e os Vales do Mucuri e do
Jequitinhonha do Estado de Minas Gerais e o norte do Estado do Espírito Santo, compreendendo
1.775,4 mil km2, 1990 municípios atendidos em 11 Estados, com 187 agências e 6076
funcionários. Apresentou os dados censitários da região, ressaltando que, ao se comparar a
evolução do PIB, o Nordeste vem crescendo mais que todo o Brasil em termos percentuais, no
entanto, esse crescimento ainda não é significativo para que a região recupere o atraso. O
Superintendente apresentou dados das operações de crédito e globais do BNB, ressaltando o
crescimento de 40,9% do microcrédito (Urbano/Crediamigo e Rural/Agroamigo), entre 2010 e
2011. Destacou o apoio à pesquisa que alcançou o valor de 39 milhões em 2011 com recursos do
Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNDECI), Fundo de Desenvolvimento
Regional (FDR) e Fundo de Apoio às Atividade Sócio-econômicas do Nordeste (FASE). Ressaltou
editais recentes do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FUNDECI para
pesquisa, difusão tecnológica e convivência com o semiárido e apresentou alguns resultados no
semiárido que inclui projetos de incentivo à agricultura familiar, pesquisas para a prevenção de
desertificação, iniciativas para cultivos de espécies críticas da caatinga (palma adensada irrigada,
cultivo de Sabiá, cultivo de Xique-Xique), captação de água por barragem subterrânea e “in situ”,
do solo e construção de cisternas.
Por fim, o Superintendente reiterou que a convivência com o semiárido tem sido um dos focos de
atenção da ETENE e da FUNDECI, sendo que o monitoramento e alerta de secas é de extrema
relevância para o desenvolvimento da região.
Durante o debate do IV Painel, acrescentou-se que a atualização da classificação dos
municípios que pertencem ao semiárido deve ocorrer em breve, uma vez que a classificação é
dinâmica, e que o mapeamento de culturas no semiárido tem apoio de técnicos que vão a campo
para a coleta de informações in situ. Além disso, destacou-se a necessidade de um pacto federativo
com atribuição de responsabilidades a cada UF para trabalhar a lacuna de informações necessárias
e promover a sua distribuição gratuita.
Mesa Redonda e Encerramento Moderador: Eduardo Martins (Presidente da FUNCEME)
A mesa redonda foi composta pelos moderadores dos painéis Carlos F. Angelis
(Coordenação-Geral de Operações e Modelagem do CEMADEN); Regina Alvalá (Coordenadora
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de Relações Institucionais do CEMADEN); Javier Tomasella (Coordenação-Geral de Pesquisa e
Desenvolvimento do CEMADEN); Meiry Sakamoto (FUNCEME). Os moderadores apresentaram
suas impressões e pontos mais relevantes de cada painel e abriram o debate ao público que
destacou a necessidade de gerar informações prognósticas, com meses de antecedência, sobre
quando, onde e quanto vai chover; a necessidade de campanhas educacionais, que podem ser feitas
por agências bancárias e extensionistas; a oportunidade de gerar crédito/prêmio para o produtor
que utiliza boas práticas de manejo das lavouras; a oportunidade de promover o cultivo de espécies
nativas, adaptadas ao semiárido; a necessidade de criar uma base de dados nacional, com
metadados associados, que também estejam disponíveis para outros usuários além do CEMADEN;
e, por fim, enfatizou-se o grande desafio que está em trabalhar de forma articulada com as diversas
instituições envolvidas no tema, visando promover o desenvolvimento socioeconômico do
semiárido.
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Lista de Participantes Nome Instituição Telefone e-mail Cargo
Alexandre H. Cezar Barros EMBRAPA (Recife) (81) 3325-5988 [email protected]
Pesquisador do Centro Nacional de
Pesquisa de Solos, Uep Recife.
Aline R. Fernandes CEMADEN/MCT (61) 8111-9327 [email protected] Equipe MCT
André Souza MAPA/CONAB (61) 3312-6280 andrelfsouza@gmail
Consultor em agrometeorologia e
sensoriamento remoto
Antônio Carlos Simões Florido IBGE (21) 2142-4594 antonio.florido@ibge
Coordenador do Censo Agropecuário -
IBGE
Antonio Marozzi Righetto UFRN (84) 9418-3760 [email protected] Professor titular
Arnóbio Cavalcante INSA (83) 2101-6411 [email protected]
Bernardo Ruddorf INPE (12) 3208-6490 [email protected] Pesquisador
Carlos Almiro SUDENE (81) 2102-2420 [email protected] Coordenador
Carlos Frederico Angelis CEMADEN (12) 3208-7049 [email protected] Coordenador de Pesq. E Modelagem
Dione maria de Freitas MDA (61) 20200965 [email protected] Coordenadora do Garantia Safra
Eduardo Assad Embrapa (CNPTIA) (19) 3211-5810 [email protected] Pesquisador
Eduardo Martins FUNCEME (85) 3101-1119 Presidente
Fernando César Moura de Andrade FUNCEME (85) 3101-1120 Pesquisador
Flavio Rodrigues do Nascimento UFF e UFCE (21) 8287-7166 [email protected] Professor
Francinete Francis Lacerda IPA-PE (81) 9183-7733 [email protected] Pesquisadora
Francisco Campello MMA (61) 2028-1717 [email protected]
Diretor de Combate a Desertificação /
SEDRS
Francisco José Moreira Lopes IBGE
Chefe da Unidade Estadual do IBGE
no Ceará
Francisco Otávio Cunha Pires IBGE (85) 3464-5375 [email protected]
Supervisor das Estatísticas
Agropecuárias
Gertjan B. Beekman IICA (61) 2106-5411 [email protected]
Coordenador da Área de Gestão
Sustentável de Rec. Naturais e
Adaptação às Mudanças Climáticas
Gustavo Bracale MAPA [email protected] Coordenador-Geral
Ignácio Salcedo INSA (83) 2101-6411 [email protected] Diretor
Javier Tomasella CEMADEN (12) 3186-9306 [email protected]
Coordeandor de Pesquisa e
Desenvolvimento
João Bosco de Oliveira EMATERCE Técnico
José Hélcio Costalima de Queiroz Defesa Civil Estadual (85) 8899-1129 [email protected] Coordenador Estadual
José Leonaldo de Souza UFAL (82) 3214-1360 [email protected] Professor Associado
José Maria Pimenta EMATERCE (85) 3101 2416 [email protected] Presidente
José Narciso Sobrinho ETENE-BNB (85) 3299-3268 [email protected] Superintendente
José Nelson Martins de Souza Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Estado(85) 8879 7553 [email protected] Secretário
José Vanglésio de Aguiar IBGE [email protected]
Eng. Agrônomo Tecnologista em
Informações Geográficas e Estatísticas
Josualdo Justino Alves EMATERCE Técnico
Lauro Tadeu Guimarães Fortes INMET (61) 2102-4771 [email protected] Coordenador-Geral
Luciana Miura CEMADEN (12) 3186-9379 [email protected] Pesquisadora
Marcelo Cavás Asfora APAC (81)3183-1004 [email protected] Presidente
Marcelo Sestini INPE (12) 3208-7331 [email protected] Pesquisador
Marcelo Viana SUDENE [email protected] Técnico
Marcos Airton de Sousa Freitas ANA e UNIFOR (61) 2109-5207 [email protected] Pesquisador e Gestor
Marcos de Oliveira Santana MMA (61) 2028-1716/1717 [email protected]
Gestor do SAP/Analista de
Infraestrutura do MMA
Marcos Vinícius Assunção EMATERCE (85) 3101 8063 Técnico
Margareth Silvia Benício de Carvalho FUNCEME (85) 3101-1109 [email protected] Técnica
Maria Conceição Pontes Moreira EMATERCE (85) 3101 8063 Técnica
Meyre Sayuri Sakamoto FUNCEME (85) 3101-1090 [email protected] Pesquisadora
Minella Martins INPE (12) 8131-7487 [email protected] Mestranda
Paulo Cesar Sentelhas USP / ESALQ (19) 8112-2701 [email protected] Pesquisador
Paulo Nobre INPE (12) 3186-8553 [email protected] Pesquisador
Ramon Fírveda Penas SAF/MDA (61) 2020-0945 [email protected] Técnico
Raquel Cristina B. V. Pontes DNOCS (85) 3391-5548 [email protected] Técnica
Regina Célia dos Santos Alvalá CEMADEN (12) 3208-6644 [email protected]
Coordenadora de Articulação
Institucional
Regina Lúcia Feitosa Dias IBGE
Enga. Agrônoma - Técnica em
Informações Geográficas e Estatística
Reinaldo Lúcio Gomide Embrapa Minlho e Sorgo (31) 3027-1328 [email protected] Pesqusiador
Ricardo Sarmento Tenório UFAL (82) 8802-8758 tenó[email protected] Professor Associado III
Rita Márcia da Silva Pinho Vieira INPE (12) 3208-6171 [email protected] Doutoranda
Sonia Perdigão FUNCEME (85) 3101-1109 [email protected] Pesquisadora
Tânia Barreto Simões Correa SAP/Mapa (21) 2210.2001 Tâ[email protected] Técnica
Társis Piffer DIPAI/CONAB (61) 3312-6280 [email protected] Técnico