Entrevista consultor christian BarBosa aponta tendências para melhorar a produtividade das empresas
Giro pelo estado sindicatos ampliam
mobilização pela segurança
NeGócios crédito escasso deixa poucas opções para pmes
Estratégias dEsEnhadas sob mEdida para sua EmprEsa
empreeNdedorismo iniciativas unem resultados
sociais e econômicos
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Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul
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luiz carlos bohnPresidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac
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Olhar para dentrO
DeSDe o ano PaSSaDo, o contexto macroeconômico brasileiro tem pautado debates em todos os setores da sociedade, inclusive nas edições da revista Bens & Serviços essa temática tem sido amplamente explorada. Sabemos que, mesmo em face do desarranjo político-econômico, as resoluções ainda tardarão a vir. O que nos cabe, então, neste momento?
Somos impactados pelo desaquecimento econômico, pela alta do desemprego e pela elevação dos custos, todos esses são elementos resultantes do cenário atual e de decisões adotadas no passado que hoje cobram o seu preço. Debater esse contexto, voltando o olhar, sobretudo, para o ambiente de negócios que queremos construir para o futuro é imprescindível. Porém, não é a única ação à qual podemos recorrer.
Se o ambiente externo parece fugir de nossa alçada, ainda que não deixemos de
participar de decisões importantes sempre que possível, internamente, quando nos voltamos para as nossas próprias estruturas empresariais, há muito por fazer. Não é à toa que os japoneses têm um mesmo ideograma para definir tanto a palavra crise quanto a palavra oportunidade. A sabedoria asiática diz que toda crise gera a angústia do medo, mas também traz em si uma grande oportunidade.
É com esse espírito que devemos atentar para o aprimoramento de nossas operações. A gestão das empresas no Brasil tem evoluído muito nas últimas décadas, como deve ser. E talvez agora tenhamos nas mãos a oportunidade de avançar ainda mais, buscando trabalhar a visão de longo prazo, identificar melhores estratégias de negócios, estabelecer controles, minimizar riscos e perdas. Enfrentaremos as dificuldades com uma boa gestão e sairemos da turbulência ainda mais fortes.
especial / gestão
revista bens & serviços / 127 / novembro 2015
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Estratégia, planEjamEnto
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DossiêFóruns
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FEcomércio-rs amplia dEbatE
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Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente
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Simone barañano
coordenação editorial: Simone barañano
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edição: Fernanda reche (mtb 9474)
cheFe de rePortagem: marina Schmidt
rePortagem: Cláudia boff, diego Castro, marina Schmidt e micheli aguiar
colaboração: Edgar vasques, ludmila Cafarate, Karla d. beszkidnyak, nathália Cardoso e nathália lemes
edição de arte: Silvio ribeiro
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Dicas do Mês
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Soluções
“Eu sei que isso pode
parecer estranho, pois
as pessoas em geral
pensam que quando
alguém nos apresenta
uma dificuldade está
trazendo mais trabalho,
preocupação e estresse. Mas o que eu quero
que você entenda é que um problema é
uma grande oportunidade de crescer, tanto
pessoal quanto profissionalmente. Resolver
um problema que aparece é aproveitar
a chance de mostrar sua competência
no trabalho, seu valor como profissional e
também de ganhar mais dinheiro. Sucesso é
gostar de superar dificuldades, mas a maioria
das pessoas tem outra ideia do que isso seja.”
RobeRto ShinyaShiki, no livro Problemas? Oba!
Não existem problemas. Existem soluções.“ John Lennon Músico e pacifista
Todo empresário irá se deparar
com desafios e dificuldades na sua
TrajeTória de gesTão. a busca por
soluções deve ser práTica e ágil, e
precisa aTender às necessidades de
Todos os lados inTeressados para
ser efeTiva na sua missão
”“Encontrar soluções para problemas é uma das ha-bilidades mais essenciais da vida. Não importa o que você faça, você enfrentará obstáculos. Como você lida com tais desafios muitas ve-zes será um fator determi-
nante no sucesso da sua vida. Há muitas manei-ras de solucionarmos problemas, e dependerá da situação, da experiência, do conhecimento, da atitude e do problema para que você possa determinar a melhor abordagem. Atitude é o segredo de tudo. Quanto mais soluções você encontrar, melhor será sua experiência na resolução de problemas. Você pode aplicar uma solução de uma área em outra apenas ganhan-do experiência. Esteja aberto a novos proble-mas. Se você começar a se sentir sufocado ou frustrado, faça uma pausa. Entenda que cada problema tem uma solução, mas às vezes você está tão enrolado naquilo que não consegue ver nada além do problema.”thomaS CaSpaRy, consultor de gestão empresarial
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Refis aceita adesão até 30/11 Foi lançado, no dia
8/10, o Programa de Recuperação Fiscal de Porto
Alegre, o RefisPoA 2015, que visa à quitação de
débitos com o Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISSQN). O município oferece grandes des-
contos para pagamentos à vista e parcelamentos
para os débitos, incluindo redução de multas e juros
para todas as negociações. O prazo para adesão
ao programa vai até o dia 30/11. A Sefaz atenderá
todos os contribuintes interessados pelo agenda-
mento no site www.portoalegre.rs.gov.br/refispoa,
agilizando, assim, o atendimento e evitando filas.
PRePaRe-se PaRa a NRf A NRF 2016, uma das maiores feiras de varejo do mundo, já está com a data marcada. O evento
acontece de 17 a 20 de janeiro, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Serão quatro dias de conteúdo, com palestras
simultâneas e networking com outros varejistas do mundo todo, além da feira mundialmente conhecida, incentivando
a atualização de tendências, tecnologias e soluções. Em 2015, o evento reuniu mais de 30 mil visitantes, sendo o maior
público internacional do Brasil, cuja comitiva reuniu 1.800 pessoas.
Shopping CenterS perdem forçao segmento de shopping centers caiu este ano, se-gundo pesquisa da Asso-ciação Brasileira de Sho-pping Centers (Abrasce). Os investimentos do setor (que incluem remodela-
gens, novos empreendimentos e expansões) ficaram em R$ 13 bi-lhões em 2015, enquanto ano passado de R$ 14,5 bi. A quantidade de inaugurações estacionou em 18 novos ambientes. É a primeira retração do setor desde a expansão iniciada em 2011. O Centro-Oeste foi a única região que registrou crescimento, enquanto a região Sul teve a maior contração.
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espaço sindical
siNdiatacadistas-Rs queR fazeR mais Pelo
iNteRioR O Sindiatacadistas-RS está promovendo
ações para empresas do interior do estado. A
iniciativa propõe encontros com empresários para
debates nas áreas tributária, trabalhista e eco-
nômica a extensão do Programa Qualificar para
mais localidades, promoção de cursos e palestras
in company e convênios com redes de ensino,
saúde e lazer que sejam de interesse locais.
PlatafoRmati, do sePRoRgs, queR facilitaR
Negócios O Seprorgs desenvolveu a Plata-
formaTI, um aplicativo para criar novas opor-
tunidades para os associados. O app ajudará
o desenvolvimento do mercado tecnológico
gaúcho, facilitando as relações de negócios e
aproximando o mercado, o governo e insti-
tuições de ensino. Então, o encontro entre o
fornecedor e comprador fica mais fácil para
prospectar parceiros e iniciar negócios.
6º coNgResso gaúcho de RePReseNtaNtes
Reais discute ecoNomia em caxias do sul
Caxias do Sul rece-
beu, nos dias 2 e 3 de
outubro, o 6º Congresso
Gaúcho de Repre-
sentantes Comerciais,
realizado pelo Sirecom Nordeste RS. O evento teve
a participação de autoridades e sindicatos do Rio
Grande do Sul. Na pauta dos debates estavam
as finanças e o equilíbrio de contas pessoais e
empresariais, o aumento do ICMS sobre a gasolina
e o impacto dos pedágios no Estado.
iNteRauto Recebe 30 iNdústRias PaRa exPosi-
ção Aconteceu, nos dias 20 e 21 de outubro,
em Porto Alegre, a Interauto 2015, Centro de Re-
lacionamento com Fabricantes de Autopeças do
Brasil. O evento foi organizado pelo Sindicato do
Comércio Varejista de Veículos e Peças e Acessó-
rios para Veículos do Rio Grande do Sul (Sincope-
ças-RS) e pelo Sindicato da Indústria de Repara-
ção de Veículos e Acessórios do Rio Grande do Sul
(Sindirepa-RS). O evento recebeu exposições de
cerca de 30 indústrias para intensificar negócios
dentro da cadeia do comércio de autopeças.
fitch rebaixa o brasila agência de risco Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito soberana do Brasil de “BBB” para “BBB-”, a última instância dentro da classi-ficação Grau de Investimento médio-baixo. Se o país cair mais uma posição, ele perde a chancela de Grau de Investimento, um tipo de selo de bom pagador. O rebaixamento é efeito do alto endividamen-to do governo, do aumento dos desafios para consolidação fiscal e do agravamento do cenário econômico. Para o governo brasileiro, a queda sinalizou a importância da reorganização da base aliada no Congresso para a aprovação das medidas do pacote de ajuste fiscal.
coNsumidoRes Não queRem adquiRiR beNs duRáveis este aNo
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo (CNC) apresentou dados que apontam recuo de 1,8%
no indicador de Intenção de Consumo de Famílias (ICF) no mês
de outubro em relação a setembro, com 78,4 pontos. O valor foi
o menor da série histórica, iniciada em 2010, e a queda foi de
35,5% em comparação com o mesmo mês em 2014. Segundo
o levantamento, 70,7% das famílias consideram o momento atual
desfavorável para a aquisição de bens duráveis. O nível de con-
sumo atual ficou em 57,7 pontos, apresentando queda de 43,3%
em comparação ao mesmo período em 2014.
ansiosos pela black fridaytradição do comércio norte-americano, a Black Friday foi oficial-mente incorporada ao calendário varejista brasileiro em 2010. No ano passado, o dia de ofertas movimentou cerca de R$ 1,16 bilhão só no e-commerce brasileiro. E neste ano, a Black Friday, no dia 27/11, pode trazer um suspiro de confiança para o varejo: segun-do levantamento da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e), o faturamento da edição de 2015 deve aumentar 15% em relação ao ano passado. O Zoom, site que compara preços e produtos na internet, entrevistou 20 mil pessoas a respeito da ex-pectativa com a data: 71% afirmaram que pretendem fazer com-pras este ano se os descontos forem interes-santes, 28% dizem não ter dúvidas de que comprarão e apenas 1% não tem intenção de realizar nenhuma compra. Os produtos mais desejados são celulares (57%), televi-sores (43%), eletrodomésticos (33%), eletro-portáteis (29%) e notebooks (27%).
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três perguntas
Autor do livro Branding para Empre-
endedores, o professor de Gestão de
Marcas e Marketing Estratégico da
ESPM, Marcos Bedendo, participou
recentemente do seminário online
Branding para Empreendedores: crie
uma grande marca para o seu negócio, organizado
pela Sage, multinacional líder no mercado global de
softwares de gestão para PMEs.
PaRa uma maRca que está seNdo laNçada No
meRcado, qual é o PaPel do bRaNdiNg? Uma
empresa que está chegando ao mercado precisa
convencer o consumidor de que existem diferenças
entre seu produto ou serviço e aqueles que já existem
no mercado. A construção da marca é uma etapa
muito importante para que essa mensagem chegue
de forma clara aos clientes.
No caso das oRgaNizações de meNoR PoRte,
qual é a melhoR oPção PaRa gaNhaR PRoje-
ção? Seja ousado. Negócios de menor porte devem
aproveitar o fato de não terem uma base consolidada
de clientes para ousar em sua proposta de produto e
serviço. Esse ineditismo é uma ótima forma de se dife-
renciar dos concorrentes, chamar atenção dos consu-
midores e ganhar espaço no mercado. A marca deve
acompanhar e destacar esse aspecto do negócio.
qual é a PRiNciPal ação Na gestão de uma
maRca? Definir o propósito da sua empresa, pois o
propósito da marca é a sua razão de existir. Ela pode
vir dos valores do empreendedor, sua visão de mun-
do, ou da vontade de transformar ou facilitar algum
processo. O propósito da marca deve responder por
que a marca existe. Ter isso em mente de forma cla-
ra é importante para que todos os colaboradores da
empresa saibam qual o objetivo do trabalho que rea-
lizam diariamente. Além disso, o propósito da marca
funciona como uma ferramenta de gestão e auxilia
no direcionamento da evolução do negócio.
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inflação maior em cinco capitais brasileirascinco capitais brasileiras sentiram especialmente o au-mento do custo de vida nos últimos 12 meses, de acordo com a prévia da inflação oficial brasileira, divulgada em outubro. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística (IBGE), das 11 cidades pesquisadas, a inflação foi maior do que 10% em Curitiba (11,12%), Goiânia (10,84%), Porto Alegre (10,48%), São Paulo (10,18%) e Rio de Janeiro (10,12%). O reajuste de 50% de ICMS em abril foi a causa pela qual Curitiba teve a maior inflação na pesquisa. Ainda que abaixo dos dois dígitos, a inflação ainda é alta em capitais como Fortaleza (9,77%), Recife (9,01%), Brasília (8,65%), Belo Horizonte (8,38%) e Salvador (8,36%).
registro de cnpJs viveu década de ouro de 2004 a 2014
de acordo com pesquisa da Trans Union, multinacional de inteli-gência de dados, nos últimos dez anos, o setor empresarial do Bra-sil apresentou crescimento extra-ordinário. Segundo levantamento nos Cadastros Nacionais de Pes-
soa Jurídica (CNPJs), o total de novas empresas registradas por ano no Brasil aumentou em impressionantes 293% no período de 2004 a 2014, quase quadruplicando o tamanho do mercado. Este aumento foi liderado pelo setor de servi-ços, que cresceu 355% (de 204.236 novas empresas em 2004 para 928.533 em 2014). Na indústria, o índice aumentou em 340%, e no comércio o avanço foi de 237%. O ano de 2010 foi o de principal disparo: foram quase 700 mil novas em-presas só naquele ano. O avanço continuou em 2011 e teve como pico 2012, quando o número de novos CNPJs atin-giu 1.506.257. Ainda que em intensidades diferentes, esse pulo foi observado em todos os estados brasileiros e nos três segmentos da economia. Contudo, a expansão come-çou a cair entre 2012 e 2014: em 2013 houve diminuição de 15,2% na comparação anual. Houve um pequeno aumento em 2014, de 1,34%, mas números prévios já apontam uma queda considerável na geração de novos CNPJs.
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Tendo em vista as necessidades do crescente e-commerce, a Fecomércio-rs fechou uma parceria com a Traycommerce, do
grupo Locaweb, para auxiliar e prestar consultorias no setor. Tire suas dúvidas e consulte planos e preços no site
www.e-fecomercio.com.br.
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Refaz aceita cadastRameNto
até dezembRo O Programa Especial
de Quitação e Parcelamento – Refaz
2015 aceitará solicitações na Secretaria
da Fazenda do RS até o dia 18/12. A
medida visa ao pagamento integral
ou parcelado das dívidas com o Fisco
Estadual de contribuintes de ICMS. Se o
primeiro pagamento for de 15% ou mais
da dívida, a redução da multa pode
chegar a 85%. Se a primeira parcela for
igual ou superior a 15% da dívida, ou se
o pagamento for feito à vista, a redução
da multa será total, desde que não seja
por infração formal. Confira mais deta-
lhes em www.sefaz.rs.gov.br.
cai o número de contratações temporárias no final do anoo número de varejistas que pretendem contratar colaboradores temporários vai encolher em 2015. Segundo a Pesquisa Temporários 2015, realizada pela Fecomér-cio-RS, a contratação desses funcionários deve ser a opção de 22,7% do comércio gaúcho, uma queda de 17,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Combi-nando as contratações já realizadas com as pretendidas, as empresas que planejam empregar temporários devem aumentar em 20,8% a atual força de trabalho nos próximos meses. O levanta-mento mostra que 63,5% dos varejistas que pretendem contratar devem repetir o número de temporários do ano passado, 7,8% têm a intenção de aumentar as vagas e 28,6% devem contratar um contingente menor este ano. Em 90,3% dos estabelecimentos, ou seja, grande maioria, os temporários atuarão no setor de vendas/co-mercial, e em 69,5% dos casos, a seleção será feita na própria loja.
ipea lança livro sobre tendências mundiais
foi lançado, no dia 14/10, o livro Megatendências Mundiais 2030: o que as entidades e personalidades internacionais pensam sobre o futuro do mundo?, compilado por Elaine Coutinho Marcial, coordenadora-geral de Planeja-mento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O conteúdo da publicação traz 26 megatendências mundiais prospectadas por grandes entidades e personalidades de prestígio internacional, e que devem delinear os conceitos de população e sociedade, geopolítica, ciência e tecnologia e economia e meio ambiente. O livro será o ponto de partida para um projeto com duração de sete anos, que apresentará cenários para o Brasil juntamente a horizontes para 2035, 2050 e 2100, identificando, assim, as possibilidades de futuro existentes para o Bra-sil, e indicando escolhas estratégicas. Até o fim de 2015 está previsto o lançamento da Plataforma Brasil 2100, um espaço em que a sociedade civil e o estado podem dialogar para construírem, juntos, cenários futu-ros para o país. Esta estruturação envolverá quatro dimensões: social, econômica, territorial e político-institucional.
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e Serviços RS, realizado pela Fecomér-cio-RS em parceria com o Comitê Setorial Comércio e Serviços do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP), no dia 7 de outubro, no Teatro do Sesc, em Porto Alegre. Mais do que mostrar a importância da adaptação aos novos paradig-mas, o tema fomentou um novo olhar sobre os processos de gestão e sobre o papel dos líderes nesse contexto.
Na palestra Aprender é mudar, ministrada pelo diretor-regional do Senac-RS, José Paulo da Rosa, essas conclusões foram construídas ideia a ideia, tal qual ocorre nos processos de aprendizagem. E a cada conceito, pontualmente amarrado ao outro, consolida-se a mudança. Mas o palestrante frisa: “O processo de mudança começa pela liderança. Promover um ambiente favorável à inovação e à criatividade gera competi-
Aprender A mudAr foi A grAnde dicA deixAdA pelo 8º fórum de comércio
momento é de mudanças. tanto
o 8º fórum de comércio e
serviços rs como o 5º fórum
fecomércio de economia,
realizados no dia 7 de outubro,
deram margem à reflexão de
empresários do setor
o
transição e reflexão
João Alves/fecomércio-rS
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tividade”, orientou. Muitas vezes essa percepção está na sim-plicidade do nosso dia a dia. “Aprender e mudar faz com que a gente sobreviva”, alertou o palestrante. Ainda na manhã do dia 7 de outubro foi feita a entrega do Troféu Qualidade Comércio e Serviços a 30 empresas e entidades.
O evento também destacou a atuação da empresa Master Sistemas Automotivos, do grupo Randon, contemplada com o troféu diamante. Considerada a maior fabricante de freios para caminhões, ônibus, reboques e semirreboques da América do Sul, a organização foi reconhecida pelo modelo de excelência disseminado por meio de um sistema integrado.
Custo Brasil
Também no dia 7 de outubro, o Teatro do Sesc foi palco do 5º Fórum Fecomércio de Economia, que, neste ano, discutiu a eficiência do gasto público no país e o impacto da máquina pú-blica sobre o ambiente de negócios brasileiro. Durante uma tar-de inteira, palestrantes debateram temas que recorrentemen-te estão na pauta do empresariado gaúcho. Quem expressou a percepção empresarial foi o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, que criticou a adoção do modelo de expansão da carga tributária usado pelo governo brasileiro para sustentar o gasto público. “Fica cada vez mais evidente que se alcançou o limite do que é razoável”, criticou sobre o aumento da transfe-rência da renda dos contribuintes para o Estado.
O primeiro painel do evento foi mediado pela jornalista e comentarista política da RBS Rosane de Oliveira, que con-duziu o debate entre o mestre em Economia, auditor fiscal da Receita Federal e diretor do Banrisul, Júlio Brunet, e o mestre em Economia e especialista em finanças públicas, Mansueto Almeida. O cenário é tão complexo quanto as con-tas públicas brasileiras, apontaram. Equilibrar arrecadação e despesas tem sido um desafio crescente no país, que vê seus passivos, sobretudo previdenciários, subirem em uma escala muito maior do que a arrecadação.
“Se não fizermos os ajustes necessários, teremos aumen-to da pressão fiscal”, alertou Almeida. Ele demonstrou que o espaço para corte de gastos por parte do governo é pequeno, já que a maior parte das despesas públicas são obrigatórias e não discricionárias. “As demandas da sociedade, hoje, não ca-bem no nosso PIB. Então, teremos que ter um debate sério e transparente. Chegou o momento de pagar a conta do passado
e decidir o que será do futuro”, pontuou. Na mesma linha, Bru-net defendeu a reforma da previdência como uma das medidas mais urgentes, salientando, ainda, que é fundamental que a so-ciedade acompanhe, também, o trabalho do Legislativo. “É nas pequenas legislações que vamos criando esses monstros.”
O segundo painel do evento levantou o seguinte questiona-mento: o Estado ajuda ou atrapalha o empreendedor brasilei-ro? Quem respondeu prontamente a essa pergunta foi o presi-dente do Grupo Dimed-Panvel, Júlio Ricardo Mottin. “O Estado atrapalha e muito”, sacramentou ao ser indagado pelo media-dor, o jornalista Daniel Scola. Também participaram do debate o ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Adão Cassiano, e o professor do Insper e curador do proje-to Fronteiras do Pensamento, Fernando Schüler.
Complementando as afirmações de Mottin, Cassiano des-tacou a complexidade burocrática como principal entrave aos negócios, tanto pelo custo direto quanto pelo custo de confor-midade ao sistema. Já Schüler sustenta que o governo adote modelos de gestão mais eficientes como forma de minimizar o impacto sobre os contribuintes e de melhorar a eficiência na entrega de serviços à sociedade. Nesse sentido, ele exemplifi-cou que o modelo do programa ProUni é um exemplo de siste-ma eficiente, pois o governo investe o valor dedicado à educa-ção superior. Porém, as instituições de ensino é que gerenciam esse recurso para concretizar a graduação do aluno, exigindo do poder público apenas o aporte da verba e a fiscalização, re-duzindo custos públicos com o gerenciamento da iniciativa.
José Paulo da Rosa, diretor do Senac-RS:
a mudança começa pela liderança
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Atração de investidores
TIRANDO AS IDEIAS DO
PAPEL
P
COMPARTILHE OS SEUS PLANOS
Quando você for apresentar um projeto para um grupo de investidores, ele precisa
estar bem estruturado, e a melhor forma de amadurecê-lo é compartilhando-o
com outras pessoas. Ainda existe aquele pensamento de que o segredo é a alma
do negócio, mas na verdade a troca de experiências e informações é muito
importante para evoluir uma proposta.
ARA ALCANÇAR O TÃO SONHADO SUCESSO NÃO BASTA TER UMA BOA IDEIA.
É PRECISO TER CAPITAL PARA INICIAR A SUA EXECUÇÃO. NO ENTANTO, MUITAS
VEZES OS EMPREENDEDORES NÃO CONSEGUEM FINANCIAR O PROJETO
SOZINHOS E NECESSITAM ATRAIR INVESTIDORES PARA OS SEUS NEGÓCIOS.
CONFIRA ALGUMAS DICAS PARA CONQUISTAR NOVOS PARCEIROS
TENHA UMA IDEIA
Todos os negócios começam a partir de uma ideia. Para quem deseja empreender, mas
não sabe por onde começar, é fundamental observar a realidade em que vive. Toda a
ideia surge com a intenção de solucionar um problema, então, olhar ao redor e descobrir
as necessidades de um bairro, de uma região ou de um nicho específico pode ajudar.
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CONHEÇA OS CONCORRENTES
Dizer que o seu negócio não tem concorrentes normalmente demonstra falta de
conhecimento do mercado. Quase todos os empreendimentos enfrentam algum
tipo de concorrência. Ela pode não ser direta, ou seja, não ser exatamente igual
ao seu negócio, mas pode ser algum serviço que atende ao mesmo nicho com
que você pretende trabalhar. Expor essas dificuldades em uma apresentação
mostra a responsabilidade do empreendedor.
BUSQUE OS SEUS CONTATOS
No momento de tentar conseguir investidores pode ser bastante produtivo procurar
por pessoas com quem você já tenha trabalhado. A confiança é a principal
característica de uma relação com investidores. Logo, se eles já conhecem o seu
trabalho e a sua capacidade de execução, as negociações serão muito mais fáceis.
MANTENHA UMA RELAÇÃO COM OS POSSÍVEIS INVESTIDORES
É possível começar a se relacionar com futuros parceiros antes de marcar a
apresentação oficial do projeto. Para isso, conheça as pessoas que trabalham no seu
segmento e converse com elas. Os encontros de empreendedores e as competições
de planos de negócios são bons ambientes para aumentar a rede de contatos. Pegue
o cartão desses profissionais, comente o seu projeto, e se eles estiverem interessados,
você pode mandar atualizações mensais da sua evolução.
FAÇA UMA APRESENTAÇÃO OBJETIVA
A apresentação da ideia para os investidores deve ser rápida e objetiva. Se houver
slides, o recomendável é que não sejam mais do que seis telas. Este momento é
chamado de pitch e geralmente dura de 3 a 4 minutos. No relato, devem ser expostos
o público-alvo, a necessidade a ser atendida, como o negócio pretende atender a
esta necessidade, o diferencial e o potencial de lucros do empreendimento.
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10 passos
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Atração de investidores
CAPRICHE NO SUMÁRIO EXECUTIVO
Ele é um documento de uma a duas páginas que contém as informações
básicas do modelo do negócio, incluindo os sócios e a equipe. Pode ser enviado
aos investidores que não puderem comparecer ao pitch ou servir como material
complementar à apresentação.
TREINE A APRESENTAÇÃO
Como o tempo de explicação do projeto é curto, uma boa alternativa para evitar
dificuldades de compreensão dos investidores é treinar a apresentação com colegas
e amigos ou participar de competições, mesmo que não rendam prêmios. Assim, você
saberá as dúvidas dos ouvintes e poderá aprimorar a sua fala. Para obter resultados
expressivos com os treinos, evite a arrogância. Se você não tem resposta para algo,
assuma e pesquise. Assim, as informações ficarão cada vez mais completas.
MANTENHA UMA RELAÇÃO COM OS POSSÍVEIS INVESTIDORESNÃO ESCONDA OS ERROS DO PASSADO
Só erra quem está tentando executar a sua ideia. Então, apresentar os erros demonstra
que testes já estão sendo realizados e isso dá mais segurança para os investidores.
Nas planilhas imaginárias todos serão ricos, mas com os testes na vida real se adquire
conhecimento de mercado. Na visão dos investidores, quanto mais uma pessoa errou no
passado, mais experiência ela tem e menores serão as chances de repetir os equívocos.
ESCUTE AS SUGESTÕES
É muito importante ouvir as sugestões dos participantes de um pitch. Não
adianta o empreendedor acreditar que descobriu uma fórmula perfeita e
não aceitar as outras opiniões. Ouvir os conselhos dos profissionais ajuda a
melhorar o projeto. Mesmo que o investidor decida não trabalhar com você, os
apontamentos dele poderão auxiliar em uma próxima apresentação.
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O fatO de O UrUgUai ser Um dOs países mais confiáveis e fáceis de se fazer negócios da região tem feito nos últimos anos, junto a outros motivos que são mencionados a seguir, com que muitas empresas internacionais considerem o Uruguai como uma excelente opção para desenvolver as suas diferentes linhas de negócios (ABInBev, ArcelorMittal, Basf, Bimbo, Camil, Casio, Danone, Finning Caterpillar, Forever 21, Gerdau, IBM, Marfrig, Merck, Microsoft, Minerva, Pepsico, Ricoh, Roche, Sabre Holdings, Tata, Weyerhaeuser e Yazaki, entre outras).
O país oferece um clima de negócios favorável e estabilidade social e política (os projetos continuam independentemente dos governos); conta com grau de investimento, de acordo com as principais classificações de risco das entidades, e com um crescimento contínuo de seu PIB durante os últimos 12 anos. Os investidores usufruem de serviços de primeira categoria (por exemplo: velocidade de down-load mais rápida de LATAM), em um ambiente que garante uma excelente qualidade de vida para os executivos e suas famílias.
Um regime fiscal atrativo para as operações orientadas para o exterior, a disponibilidade de recursos humanos qualificados e multilín-gues (espanhol, inglês, português) e custos competitivos são alguns dos atributos desse
pequeno e ordenado país. Os investimentos estrangeiros no Uruguai recebem o mesmo tratamento que os investimentos nacionais, não havendo restrições sobre o capital ou a repatriação de lucros. É possível operar em moeda nacional ou estrangeira, o sistema tributário é único em todo o território e se baseia no princípio da fonte, pelo qual as rendas de fontes estrangeiras e os ativos loca-lizados no exterior não são gravados. Pessoas e corporações podem instalar empresas no Uruguai sem ter que cumprir com requisitos prévios nem obter permissões especiais do Estado, também não se exige ter parceiro local. O Governo promulgou a Lei nº 19.254, que facilita residência permanente a cidadãos dos Estados Partes do Mercosul, a partir de um processo muito ágil, num prazo legal de não mais de 30 dias.
Além disso o Uruguai dispõe de talento, e seus recursos humanos são altamente compe-titivos graças à conjunção de vários fatores. Entre eles, destacam-se a alta qualidade da formação básica, técnica e universitária e a flexibilidade e facilidade dos trabalhadores uruguaios de se adaptarem a novos processos de produção ou tecnologias. Por outro lado, os salários no Uruguai são competitivos na região e há programas específicos de apoio a empresas para implementar projetos de capacitação personalizada.
Karla D. BeszKiDnyaK Consulesa-geral do Uruguai em Porto alegre*Com colaboração de Paola Leites de moares, assistente de Promoção de investimentos da agência Uruguay XXi
Por que uruguai?
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Como voCê analisa, atualmente, a questão da produ-
tividade no ambiente empresarial brasileiro? ela está
atrasada, Como se queixam alguns empresários? O que mais precisa avançar no Brasil, em todas as áreas, é a produtividade. Os brasileiros, infelizmente, ainda não prestam muita atenção nessa etapa do processo. Então, nós produzimos muito menos do que outros países, como Alemanha, Japão e até mesmo vizinhos como Colômbia e Venezuela. Nós estamos patinando na produtividade, e os empresários sentem isso. Para reverter este quadro, os ad-
ministradores devem investir e treinar as equipes no setor produtivo. O líder tem que transformar a sua empresa em uma organização mais produtiva, para que ela faça mais com menos esforço, porque, caso contrário, ela terá muito mais trabalho e produzirá menos do que poderia, se hou-vesse os investimentos e treinamentos corretos.
qual é o prinCipal problema que leva a essa defiCi-
ênCia na produtividade? Com certeza, a dificuldade é cultural, já que os empresários brasileiros não valori-
onsagrado como o senhor do Tempo, chrisTian BarBosa é especialisTa
em gerenciamenTo do Tempo e produTividade pessoal. fundador da Triad
producTiviTy soluTions, consulToria que auxilia empresas a melhorarem
seus rendimenTos, ele Traça um panorama da produTividade no Brasil,
comenTa as dificuldades para elevar a eficiência empresarial e indica o
caminho para que cada gesTor se Torne o senhor do seu próprio Tempo
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CO SENHORDO TEMPO
entrevista
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zam essa área. Além disso, existem questões relacionadas aos hábitos dos próprios empreendedores, que muitas ve-zes não são produtivos. Consequentemente, essa postura vai se arrastar para vários setores da empresa, criando uma equipe ‘doente’. Normalmente, nós desenvolvemos um grupo conosco, que incorpora os nossos valores. Outro fator é que, no Brasil, nós fazemos reunião por qualquer motivo. Nós podemos otimizar isso, para que não haja reu-niões demais e produtividade de menos. As paradas podem roubar duas horas por dia dos colaboradores, às vezes eles só trabalham metade do dia e na outra metade não estão produzindo nada. Logo, a empresa não terá resultados ex-pressivos. Se o empresário não tem a visão produtiva do negócio, ele está perdendo todo o potencial da sua equipe. Esse pessoal ficará desmotivado e não hesitará em buscar outra empresa para trabalhar.
voCê esCreveu o livro A tríAde do tempo, em que é mos-
trado Como é possível se programar e Cumprir Com os
Compromissos, estabeleCendo prioridades. essa Cultura
tem avançado nas empresas? o que voCê sugere para os
empresários que estão Com difiCuldade de se organizar
nesse sentido? As empresas que têm consciência de que po-dem evoluir nessa área têm mais êxito, pois estão dispostas
a mudar. Nós temos clientes em que identificamos um nú-mero médio de 1h a 1h30 por dia de cada colaborador em que ele diminui a sua eficiência. Uma política inovadora é implementar estratégias para fazer a gestão desse time de forma produtiva e compartilhada. Já existem ferramentas que podem ser utilizadas nas rotinas que ajudam a verificar se as mudanças estão trazendo resultados na prática. Agora, se um líder não se compromete com as reformas, tudo cai por terra. Se eu não sou um líder produtivo, eu criarei uma equipe improdutiva e isso vai se refletir nos resultados da minha empresa. No final, vou trabalhar muito para gerar poucos resultados.
no atual momento de desaqueCimento da eConomia,
voCê tem sido mais proCurado pelas empresas? A minha agenda de novembro nunca esteve tão apertada nos últimos sete anos, porque tudo o que os empresários tinham para cortar já foi cortado. Agora, o movimento é para tornar a equipe ‘quente’, fazendo ela ser mais eficiente e produtiva. Para isso, é necessário priorizar a produtividade e a criativi-dade. E nós é que precisamos fazer isso funcionar da forma adequada, então estamos tendo muito trabalho para ajudar
Christian Barbosa
“Tudo o que os empresários tinham para cortar já foi
cortado. Agora, o movimento é para tornar a equipe
‘quente’, fazendo ela ser mais eficiente e produtiva.
Para isso, é necessário priorizar a produtividade e a
criatividade.”
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os empresários a fazerem suas equipes renderem melhor. Isso sempre gera algum tipo de ganho, seja para a equipe executiva ou para o próprio empreendedor.
as empresas têm difiCuldade de mensurar quanto tempo
perdem no dia a dia? e voCê tem uma ideia de quanto
tempo, em média, é desperdiçado? A média de tempo des-perdiçado é de três horas a cada oito trabalhadas. Dessas três horas que são desperdiçadas não é possível recuperar tudo, mas nós podemos resgatar em torno de uma hora, uma hora e meia, fazendo com que a rotina funcione um pouco melhor. As empresas ainda não têm mecanismos para medir isso, logo, sem assessoria elas não têm noção do que está acontecendo.
voCê aCha que a quantidade de informação e de estí-
mulos que nós reCebemos diariamente através das redes
soCiais e dos diversos meios de ComuniCação está ti-
rando o foCo dos gestores e Colaboradores do que é
prioridade? Sem dúvida, o número de informações que nós temos é absurdo. Para fazer um comparativo: a quantidade de informações que uma pessoa do século 19 absorvia na sua vida inteira é a mesma que nós recebemos em uma edição de domingo da Folha de S.Paulo. Atualmente, nós temos uma vida em um dia, ou melhor dizendo, uma vida em um jornal. Esse volume de informações suga a energia das pessoas, ele cansa o cérebro. Logo, os indivíduos produzem menos e ge-ram menos resultados, ficando mais improdutivos.
está havendo um amadureCimento dos empresários, que
busCam Cada vez mais profissionalização da sua gestão.
o que há de tendênCias para o futuro a médio e longo
prazos na gestão de empresas no brasil? Uma grande tendência é o uso da tecnologia para a gestão de equipes e a ajuda externa para monitorar a execução. Assim como há auditorias para monitorar a contabilidade, estão sur-gindo organizações específicas para cuidar da produtivi-dade. O papel das consultorias é estudar as características de um time e fazer com que a produtividade aconteça de fato. Elas são uma camada de apoio ao líder. No Brasil, esta demanda está começando a aumentar, inclusive já estamos com vários projetos, porque é uma forma de fazer a dife-rença dentro das empresas.
“Atualmente, nós temos uma vida em um dia, ou melhor
dizendo, uma vida em um jornal. Esse volume de informações suga a energia das pessoas, ele cansa o cérebro. Logo, os indivíduos
produzem menos e geram menos resultados, ficando mais
improdutivos.”
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elo e
stado Segurança
requentes assaltos, roubos
e furtos em diversas partes
do estado preocupam
comerciantes, que se mobilizam
para reduzir a sensação de
insegurança e melhorar o
policiamento nas ruas
Fpara o aparelhamento das for-
ças de segurança e o atraso no pagamento de salários do funcionalismo, instaurou um clima de insegurança no Rio Grande do Sul. Pesquisa realizada pelo Sindilojas Porto Alegre, em abril, indica que 33% dos lojistas entrevistados tiveram sua loja assaltada na capital em 2015, durante o horário comercial, com abordagem aos clientes. Metade desses locais, segundo o levantamento, já foi roubada duas vezes neste ano, sendo a maior parte com arma de fogo. Além disso, 50% dos comerciantes dizem ter funcio-nários que já foram assaltados no deslocamento da ida ou volta ao trabalho. Sindicatos da base da Fecomércio-RS
A redução de policiAis nAs ruAs, em meio à FAltA de recursos
Ações em prol dA coletividAde
©istock.com/Johnny scriv
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têm aumentado o debate sobre o tema, buscando soluções junto ao poder público e sociedade.
Em Cachoeira do Sul, o assunto já suscitou duas reu-niões do empresariado com autoridades do município. A primeira delas ocorreu no dia 5 de março, na sede do Sindilojas local, com representantes da Brigada Militar e da Polícia Civil, abordando o grande número de registros criminais em lojas da cidade. “Fizemos um levantamento dos estabelecimentos que possuem câmeras de vigilância para repassar à polícia, já que a cidade não possui central pública de monitoramento”, contou o vice-presidente da entidade, Ronaldo Rudolfo Milbradt Trojahn. Um novo encontro, realizado em 27 de outubro, no Sindilojas de Cachoeira, teve o apoio da promotoria criminal do muni-cípio, além das polícias, Prefeitura e lojistas. “Infelizmen-te, a situação piorou, principalmente nas paralisações, devido ao parcelamento de salários. As pessoas estão sen-do assaltadas em plena luz do dia”, aponta o dirigente, ci-tando que a população não pode ficar de braços cruzados. “As polícias prendem muitas vezes os mesmos crimino-sos, que logo estarão de volta às ruas.”
Uma crescente onda de assaltos também preocupa os comerciantes de Cruz Alta. O diretor do Sindilojas local, Jomar Badin Silveira, diz que o período mais crítico foi em agosto e setembro. “Muitos lojistas optaram em tra-balhar com as portas encostadas. Alguns investiram em câmeras, segurança privada e monitoramento por alar-me, com procedimentos preventivos.” No dia 24 de se-tembro, a entidade discutiu a situação com comerciantes, representantes das secretarias de Segurança e Transpor-tes e da Prefeitura. “Tivemos estabelecimentos assaltados três vezes, em menos de um mês”, relata a executiva do sindicato, Mariana Lopes Chiesa. No encontro, segundo ela, ficaram definidas algumas ações, como a avaliação do efetivo para o reforço do policiamento nas ruas e a cria-ção de um conselho de segurança.
SoluçõeS conjuntaS
Para combater pequenos furtos na região Central de Pelotas, o Sindilojas da cidade convidou lojistas e entida-des de classe para compartilhar questões que afligem o comércio local e buscar soluções conjuntas para o bene-
fício da comunidade. A 4ª edição do Encontro com o lojista se deu em 15 de setembro, na sede do sindicato, com a presença da Brigada Militar. “Como a polícia comunitária foi instalada nos bairros, a criminalidade migrou para o centro”, disse o presidente do Sindilojas Pelotas, Gilmar Tadeu Bazanella. Ele conta que o policiamento no muni-cípio ganhará o reforço de bicicletas. “Forneceremos o uniforme e itens de segurança para que a novidade entre em funcionamento até 15 de novembro.” Está sendo pre-parada ainda a instalação de um novo sistema de comuni-cação dos lojistas com a BM, que poderá se cadastrar para passar informações diretamente à Central de Comando. “O projeto está sendo desenvolvimento pela Faculdade de Tecnologia Senac Pelotas e deve ser implantado até o final do ano.”
Outras nove entidades, entre elas a Fecomércio-RS e o Sindilojas Porto Alegre, também se uniram para cons-cientizar a população de que é preciso lutar por mais se-gurança e reverter a impunidade no país. “A Campanha Reage RS, lançada em setembro, busca que as pessoas não se intimidem e voltem a circular nas lojas, hotéis, bares e restaurantes”, explica o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Roberto Diehl. Ele conta que a BM da ca-pital fez o remanejamento de policiais para áreas mais vulneráveis. “Contamos com câmeras da Procempa e da secretaria de Segurança Pública. O maior problema é a educação e a impunidade”, reforça ele, instigando a co-munidade a pedir a alteração das leis.
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Encontro com o lojista buscou
alternativas contra furtos em Pelotas
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de estagnação, depois de alguns anos em ritmo expansivo. Segundo dados do Banco Central, entre ju-nho de 2014 e junho de 2015, a expansão anual do estoque de crédito para essas empresas nos bancos estatais passou de 13,4% para 0,03%. Nesse período, a parcela de dívidas atra-sadas subiu de 3,6% para 5,1%. A inadimplência e a baixa tolerância aos riscos são os principais obstáculos à oferta. Nos bancos privados, o cenário não tem a mesma magnitu-de, mas segue a tendência. Para as micro, pequenas e mé-dias empresas necessitadas, resta como opção procurar as cooperativas, no entender dos economistas.
O economista Marcelo Portugal ressalta que o aperto não é sofrimento particular das PMEs. O custo subiu para todos os emprendimentos. “As grandes empresas, contudo, têm mais
O créditO para empresas nOs bancOs públicOs vive um mOmentO
rise econômica e
crescimento da inadimplência
fazem bancos reduzirem
operações, numa tendência
que deve prosseguir no
próximo ano
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Crédito estagnado para empresas
©istock.com/exipreess
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alternativas, e sempre tiveram. Quando o crédito escasseia, uma companhia como a Gerdau pode lançar títulos no ex-terior, novas ações, debêntures, ou seja, uma porção de alternativas vedadas às organizações de menor porte.” Os bancos, diante de um cenário recessivo, preferem dar cré-dito para quem representa menor risco.
Para o Banco Central, o comportamento reflete a alta inadimplência entre as pequenas e médias empresas. Até mesmo nos bancos privados os atrasos subiram de 3,9% para 4,1% no período de um ano e a taxa de queda no estoque pas-sou de 1,1% para 3%, mas o avanço foi menor porque o setor decidiu reduzir essas operações para evitar a expansão dos calotes. “O cenário vai continuar recessivo ainda durante boa parte do ano que vem, com certeza”, avisa Portugal. “Para melhorar, só com ajuste fiscal um pouco mais forte e mais rápido do Planalto, porque parte do setor de crédito quem toma é o governo. Quanto mais ele tem déficit, mais ele precisa tomar dinheiro no mercado.” Assim, o princi-pal competidor das empresas nessa seara não são as con-correntes. Cada vez que um banco compra um título públi-co, é recurso que o banco empresta ao governo em vez de emprestar a uma empresa.
Do ponto de vista da demanda, o principal problema é o aumento da taxa de juros. O último dado do BC mostra que a taxa nas operações de capital de giro até 360 dias passou de 31% para 43% entre agosto de 2014 e 2015. Nesse sentido, Por-tugal aconselha quem está enfrentando dificuldades a procu-rar cooperativas de crédito: “Elas cresceram muito no Estado, sendo a maneira pela qual uma empresa empresta verba para outra sem passar pelo sistema bancário. O juro acaba sendo um pouco menor, porque as cooperativas têm uma porção de vantagens fiscais, elas não pagam Cofins nem precisam ter depósitos compulsórios, que permitem que o custo seja um pouco mais baixo”. Outra dica para organizar as finanças, na visão do professor Alexandre Cabral, é fazer melhores nego-ciações com os fornecedores. “Ainda assim, para as PMEs, a falta de poder de barganha dificulta o objetivo”, reflete.
Cenário desafiador
No Sicredi, o momento de retração tem sido explorado como oportunidade de crescimento. Em 2014, a cooperati-va concedeu R$ 20,6 bilhões em empréstimos, num tíquete
médio de R$ 18 mil por operação. Em 2015, foram liberados mais de R$ 5 bilhões só para pessoas jurídicas, essencialmen-te de micro e pequeno porte, para investimentos ou capital de giro. A cifra corresponde a 25% de todo o crédito forneci-do. No Rio Grande do Sul, são 160 mil empresas associadas. “Mais empresários têm nos procurado. Não temos encargos tributários, como os bancos têm, o que se configura uma vantagem”, diz o diretor-executivo da Central Sicredi Sul, Gerson Ricardo Seefeld.
Quanto à inadimplência, o sistema tem conseguido man-tê-la a 1,73%. “É uma linha com uma pequena inclinação para cima ao longo do tempo, mais ainda está em bons níveis. É um retrato do mercado, não somos uma ilha isolada”, conta o executivo. O Sicredi tem reforçado seus mecanismos de con-cessão de crédito e assessoramento, com análises da capacida-de de pagamento e do fluxo de caixa. “Ajudamos o associado a fazer contas para que o dinheiro tomado lhe agregue valor e não apenas dores de cabeça”, diz. O varejo busca crédito para capital de giro, para antecipação de suas vendas e dos seus re-cebíveis, bem como soluções para adquirência de cartões de crédito e débito. “É um desafio para as PMEs fazer a venda no cartão, pois ela toma de 2% a 4% do preço final. Transferido isso para a margem líquida, é um percentual considerável.”
Diante de um cenário desafiador, com más perspectivas para 2016, com aumento de tarifas e da inadimplência, será preciso muito trabalho para ficar com as contas no azul até o ciclo ruim ser superado. Nem todos os ramos estão nadando contra a corrente, contudo. O turismo interno cresce e fatu-ra, assim como muitas agroindústrias. Nos demais casos, conforme Seefeld, o momento é de repensar o negócio e buscar a estabilidade para recorrer cada vez menos às ins-tituições financeiras.
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ão há vento favorável para quem não sabe aonde
vai.” o conhecimento secular do pensador romano
sêneca resumiu em uma frase a essência da estratégia:
estabelecer o caminho a percorrer“NEstabelecimentos
com uma estrutura enorme, muitas vezes com mais de dois andares, e lá se encontrava de tudo. Decoradas, atrativas, repletas de funcionários, produtos e clientes. Assim eram as grandes redes do setor até o início da década de 1990.
O padrão de lojas de departamentos como Mappin, Lojas Americanas e Mesbla era esse. Mas, hoje, das três apenas uma resiste, e com características bem distintas das daquele pe-ríodo. Mappin e Mesbla, duas gigantes tanto em número de lojas como no tamanho de seus estabelecimentos, viveram a estagnação de um modelo de negócios sem conseguir prever a tempo a mudança em curso para agir antes da derrocada. Já as Lojas Americanas se moldaram aos novos tempos.
Fica o convite à reflexão: quais foram os fatores que de-terminaram o fim daquele modelo de negócios, impactando diretamente sobre duas grandes redes do varejo? Certamen-
Até pouco tempo, fAzer As comprAs de NAtAl erA recorrer A umA grANde lojA de vArejo.
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texto marina schmidt
imagem de abertura ©istock.com/lisa-Blue
gestão
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te você recordará que, naquele período, enquanto essas duas gigantes sucumbiam, grandes estruturas de compras esta-beleciam um novo paradigma nos hábitos de consumo dos brasileiros: os shoppings centers. O problema, obviamente, não estava no poder de compra dos consumidores.
Com os elevados custos para manter lojas de departamen-to tão grandes, como essas redes conseguiriam competir com centros de compras repletos de lojas e opções de lazer? As Lojas Americanas já vinham, desde a década de 1980, implan-tando uma política de reduzir custos, buscando mais eficiên-cia das operações e melhores negociações com fornecedores.
A década de 1990 começou conturbada para o varejo bra-sileiro. Além da inflação galopante e do fracasso de sucessivos planos econômicos, a abertura econômica, no governo Collor, trouxe novos concorrentes para o mercado varejista, acirrando a competição no segmento e reduzindo as margens de ganho.
No ano de 1990, as Lojas Americanas sentiram esse impacto, com a redução de quase 20% nas vendas. No relatório emitido aos acionistas da empresa naquele ano, a empresa justificou que a redução ocorreu pela “incapacidade da administração da companhia de prever, e, mesmo após os acontecimentos, de ra-pidamente reagir adaptando-se à nova realidade”.
Para fazer frente ao cenário, a rede reviu investimentos e recrudesceu ainda mais a política de corte das despesas. Porém, no ano seguinte, já obtendo resultados positivos, es-tava adaptada à nova realidade. Hoje, a companhia possui 978 lojas; destas, 27 foram inauguradas durante o primei-ro semestre deste ano. Mais 90 estão previstas no plano de expansão do grupo. Sincronizada com os novos padrões de consumo, as Lojas Americanas atuam com uma estrutura de atendimento multicanal. Além das lojas físicas, a empresa investiu na plataforma da B2W Digital para alcançar os seus
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clientes via internet, TV, televendas, catálogos e quiosques, que complementam a oferta de produtos nas lojas físicas.
Agora, fica a questão: quais devem ser as próximas mu-danças no contexto das redes de varejo? Mais do que geren-ciar operações, o gestor empresarial deve ser um grande questionador, sobretudo, do próprio negócio. Já parou para pensar em qual será a configuração do mercado no seu ramo de atuação na próxima década? Convido você a fazer essa análise antes de prosseguir no texto.
Três décadas de sucesso
Peter Druker (1909-2005), um dos principais pensadores da administração moderna, concluiu que o período médio de sucesso para a maioria das empresas bem-sucedidas é de três décadas. A conclusão vem da experiência e da obser-
diferenciação ou preço? Coerência é
fundamental mesmo em tempos de crise
©istock.com/susan chiang
vação de que nem mesmo as organizações mais sólidas irão crescer continuamente para sempre. “O período médio de su-cesso para a maioria das empresas bem-sucedidas é de 30 anos. Pouquíssimas companhias continuam bem-sucedidas por um período contínuo mais longo do que isso. O que geralmente acontece é que, depois, elas não fecham as portas, mas, mesmo que administradas excepcionalmente bem, passam os próxi-mos 20 ou 30 anos apenas equilibrando-se”, estabeleceu.
A prática sacramenta o conhecimento de Druker. Basta observar as famosas listas das companhias mais valiosas do mundo. Compare no período de uma década o quanto uma relação difere da outra. Imagine, então, em 30 anos! A certe-za que se pode ter é a de que o cenário irá mudar, sobrevive-rão os que souberem se adaptar às mudanças.
Não foi o que ocorreu, por exemplo, com a Kodak. A mar-ca, fundada em 1888, viveu o século 20 e se tornou líder no mercado de câmeras e filmes fotográficos. A empresa surgiu da inovação de seu fundador, George Eastman, inventor do primeiro rolo de filme fotográfico, em 1883. Pouco tempo depois, com a Kodak no mercado, iniciaram-se as vendas. A empresa acompanhou o vertiginoso desenvolvimento tec-nológico do ano passado e consagrou uma série de inova-ções próprias, que a colocaram como uma das companhias mais bem-sucedidas em seu ramo.
A Kodak lançou câmeras de mão, filme colorido e mo-delos inovadores, mas não viu futuro em uma de suas cria-
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Hoje, a plataforma e os requisitos desse consumidor são um. Amanhã serão outros. Desta forma, a pesquisa e a dedicação em inovar têm de ser constantes
e estar em sintonia com as mudanças de comportamento
do público.”
“
angelina sTockler
sócia-fundadora da Bastockler
gestão
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ções: a câmera digital. Foi justamente por não apostar nessa nova tendência que o grupo perdeu espaço e começou a sentir dificuldade para acompanhar o desenvolvimento de outras marcas do mercado. Um negócio secular começava a ruir. As apostas não foram as melhores. A empresa chegou a investir em impressoras, mas sem sucesso. O plano de recuperação do grupo veio em 2012, quando a Kodak recorreu à lei de falências norte-americana. A empresa ainda busca a reestruturação dos negócios, mas carrega o estigma de ter perdido uma grande oportunidade.
diferenciação ou preço?
O mestre em Administração e doutor em Ciências So-ciais, Carlos Vital Giordano, quando fala em gestão de em-presas recorre ao que chama de “provocações”, instigando seus interlocutores – sejam eles alunos de graduação e pós-graduação ou empresários que buscam sua consultoria – a refletir, mesmo que intuitivamente, sobre tendências e ris-cos de mercado.
Diretor da SysTecIn – Sistemas, Tecnologia e Inteligência do Negócio, Giordano assegura que, em geral, o aprimoramen-to da gestão nem sempre depende de grandes investimentos. Mesmo para as pequenas e médias empresas é possível de-senvolver mecanismos para identificar cenários e aproveitar melhor as oportunidades disponíveis, ou, pelo menos, não ser atropelado pela concorrência.
Observador atento, ele pontua inicialmente que todo em-preendimento precisa manter a coerência com o seu modelo de negócios. Por exemplo, um estabelecimento que tem a dife-renciação como marca não pode, mesmo em tempos de crise, deixar de lado essa característica. Giordano estabelece o parâ-metro com o de um restaurante a quilo que frequenta. “É um local com preço mais elevado do que os da concorrência, mas oferece ampla diversidade e os alimentos são mais seleciona-dos”, exemplifica.
Com a crise, o estabelecimento passou a contabilizar queda na procura dos clientes. Qual seria a saída para re-duzir o custo da refeição sem diminuir a qualidade dos alimentos? O estabelecimento optou por oferecer uma di-versidade menor de pratos, porém as opções do cardápio continuam com a mesma qualidade de sempre. Essa coe-rência precisa ser o primeiro norte dos empreendedores.
forças e fraquezas
Há uma série de ferramentas, das mais simples às mais so-fisticadas, que possibilitam às empresas identificarem vulne-rabilidades e também oportunidades. Analisar o cenário fica mais fácil com esses recursos, que, muitas vezes, não requerem nada mais do que o conhecimento sobre as operações e sobre o mercado de atuação.
O consultor Carlos Giordano orienta que a primeira ferra-menta que deveria ser praticada é a matriz de análise SWOT. Essa ferramenta leva o empreendedor a refletir sobre suas for-ças (Strenghts), fraquezas (Weaknesses), oportunidades (Op-portunities) e ameaças (Threats). “É muito simples”, reforça Giordano. Basta listar quais são as forças que a empresa possui, como, por exemplo, bom atendimento. Na mesma linha, o ges-tor deve listar quais são suas fraquezas, além das oportunida-des de negócios e das ameaças. Como é provável que a empresa possua mais de um item em cada quadrante, o consultor indica que seja estabelecido um peso a cada uma das forças, fraque-zas, oportunidades e ameaças. Dessa forma, é possível observar quais são as mais evidentes.
Essa observação pode revelar cenários a serem aproveitados pela organização ou a necessidade de fortalecimento em de-
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george eastman (Kodak) fundou uma empresa
inovadora que sucumbiu à própria inovação
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terminadas áreas, assim como demonstrar investimentos que estão sendo feitos em áreas apontadas como fraquezas. “Não adianta ter oportunidades, se não tenho forças para aproveitá-las. Imagina que está investindo o pouco dinheiro que tem para investimento em uma oportunidade, que até é uma condição favorável à empresa, mas essa oportunidade está muito apoia-da nas fraquezas que ela tem e não nas forças. Nesse caso, ela teria que enxergar uma outra oportunidade compatível com as suas forças”, orienta.
gerenciamenTo é fundamenTal
Avaliar cenários com apoio das ferramentas disponíveis é um passo importante, mas não concretiza os objetivos. Saber executá-los e, principalmente, mensurá-los é determinante. Por isso, as estratégias precisam vir acompanhadas de um pla-no de execução e de acompanhamento dos resultados. Muitas vezes, é em algumas dessas etapas que muitos projetos come-çam a perder importância.
De acordo com o presidente da Project Management Insti-tute (PMI-RS), Thiago Regal, uma média mundial aponta que 36% dos projetos executados não alcançam os objetivos tra-çados. “Um terço de todos os projetos não cumpre com o que se propõem”, exclama, reforçando a importância de buscar gestores e práticas de gerenciamento dos projetos em empre-
sas de todos os ramos. “Uma empresa que usa ferramentas de gerenciamento de projetos corre 14 menos risco do que as de-mais”, aponta Regal.
inovação, necessidade conTínua
Para a sócia-diretora da BaStockler Inteligência de Merca-do, consultoria especializada em crescimento empresarial, e mentora da Endeavor, Angelina Stockler, as empresas preci-sam saber se adaptar tal qual um camaleão, acompanhando a necessidade e a evolução de seus clientes. Ou seja, a inovação precisa ser um foco de atenção recorrente. E inovar pressupõe analisar o mercado, estabelecer planos, executá-los e mensurá-los. Consolidar esses passos, no entanto, é mais difícil do que parece. Ela argumenta que o número de empresas que não consegue levar esse conceito para a prática é baixo. “Infeliz-mente, o brasileiro ainda não tem a cultura do planejamento, e de medir os resultados. Não adianta só planejar. Na hora da implantação, se não há mensuração, os erros cometidos podem ser grandes”, aponta. “Uma grandiosa campanha de marketing não tem efeito se não houver um objetivo claro definido para ela e a mensuração para avaliar quais foram os acertos ou quais são as medidas corretivas a serem adotadas.” Ela cita que a es-sência do pensamento estratégico reside nessa coesão entre planejamento e prática.
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SWot: forças, fraquezas,
oportunidades e ameaças
Lembra da frase do Sêneca? “Não há vento favorá-vel para quem não sabe aonde quer chegar.” Mesmo para empresas que não fundamentam estratégias em cima de ferramentas tradicionais, é importante traçar um plano, determinando claramente onde a organiza-ção está e aonde pretende chegar. O professor Carlos Giordano destaca quatro passos a seguir para alcançar os objetivos traçados:
1º – Análise
2º – formulação
3º – execução
4º – controle
intuitivo
gestão
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No cenário competitivo atualmente imposto às organiza-ções, não se pode mais errar nessa esfera. “Não há mais espaço para empresas que não corram atrás disso. É uma questão de gestão”, adverte. Especialista em marketing estratégico, Ange-lina reforça que a inovação não se resume apenas ao uso de novas tecnologias, mas sim em presciência – termo que define a capacidade de previsão do empreendedor, o que o professor Carlos Vital Giordano considera como uma característica vital do empresário. Nesse sentido, o marketing estratégico é capaz de auxiliar o gestor a acompanhar as mudanças, entender as transformações e avaliar processos internos tendo como foco o cliente. “Inovação e tecnologia eficientes só são boas quando o cliente consegue notar e utilizar.”
Angelina reforça que o diferencial nem sempre está no produto ou serviço, mas sim na forma como ele é ofertado. É o caso das lojas virtuais. O e-commerce e o m-commerce chega-ram para ficar, mas não podem ser uma estratégia dissocia-da da realidade. “O varejista precisa estabelecer pontos de contato entre loja física e digital, até porque, com a tecnolo-gia estando cada vez mais presente na vida das pessoas, não dá mais para ter pontos isolados: um ponto de venda de um lado e um site estático de outro”, sublinha. Para a consul-tora, um exemplo de sucesso é o da Netshoes, que utiliza a tecnologia CRM (Customer Relationship Management) alia-da ao e-commerce, criando uma experiência de venda em que é possível apresentar ao cliente produtos similares baseados em sua busca recente e ofertas adequadas ao seu perfil.
Uma certeza é possível ter: os ventos vão mudar, e po-dem determinar novas direções a qualquer momento. Mas com elas vêm também oportunidades. “A crise obriga a sair da zona de conforto, então, quem está preparado faz a mu-dança mais rapidamente”, assegura. “Hoje, a plataforma e os requisitos desse consumidor são um. Amanhã serão outros. Desta forma, a pesquisa e a dedicação em inovar têm de ser constantes e estar em sintonia com as mudanças de compor-tamento do público.”
Para quem quer dar o primeiro passo rumo à gestão estra-tégica, Angelina orienta que o pontapé inicial é definir, ou re-ver, o propósito da sua empresa. “Por que a empresa existe e qual é o seu diferencial são duas coisas importantes. É em cima desse diferencial que o gestor deve trabalhar.” Mudar sem ob-servar essa linha dorsal do negócio, “mudar por mudar”, pode descontruir a marca, mais confundir do que agregar.
Há muitas ferramentas para mensurar desempe-nho, analisar cenários e estabelecer estratégias. Veja qual se aplica melhor ao seu perfil de empresa:
missão, Visão e Valores
Indicada para organizações que queiram definir a direção
estratégica da empresa: da integração das operações à
estratégia da companhia e da motivação da equipe
É útil porque permite que o empreendedor reflita sobre o papel do seu negócio na sociedade e sobre o futuro da empresa
análise 360º de oportunidades de negócio
Indicada para empreendedores que queiram avaliar,
dentre um pacote de ideias, qual delas representa a melhor
oportunidade de negócio
É útil porque guia o empreendedor em suas reflexões pessoais e análises dos aspectos internos e externos de um negócio
as 5 Forças de Porter
Indicada para organizações de todos os tamanhos, que
queiram analisar o ambiente competitivo em que a
organização está inserida, e para determinar o melhor
posicionamento do negócio diante dos concorrentes
É útil porque o empreendedor passa a ter uma visão mais abrangente da concorrência e de como pode tirar proveito disso
análise SWot
Indicada para organizações de todos os portes
É útil porque proporciona uma análise dos pontos fortes (strenghts) e fracos (weaknesses), e as oportunidades (opportunities) e ameaças (threats) de um negócio. Em seguida, o empreendedor pode organizar um plano de ação para reduzir os riscos e aumentar as chances de sucesso da empresa
matriz bCg
Indicada para empresas estabelecidas que já tenham uma
carteira de produtos ou serviços oferecidos
É útil porque é um método eficaz de se analisar o ciclo de vida de um produto, desempenhar a gestão de marcas, montar planos estratégicos ou até mesmo uma estratégia de vendas
uma ferramenta para caDa objetivo
fonte: endeavor
saiba
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mais
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CAMPANHA De acordo com o levantamento do
Sebrae-RS, 3 milhões de gaúchos
compraram de micro e pequenas
empresas no dia do movimento
Compre do Pequeno Negócio, que foi
em 5/10. Segundo a entidade, mais
de 9,5 mil empresas se cadastraram
na iniciativa, e em todo o Brasil, 56,2
milhões de pessoas participaram, 9%
acima do registrado em 2014.
CONCENTRAÇÃO DE RENDAPesquisadores da Universidade de Brasília
(UnB) apontam que entre 2006 e 2012 a
renda apropriada pelos 10% mais ricos
do Brasil subiu de 51,1% para 53,8%.
A apropriação dos 1% mais ricos
também subiu de 22,8% para 24,4% da
renda nacional.
BALANÇA COMERCIALA zona do euro teve superávit comercial
de 11,2 bilhões de euros em
agosto. O saldo registrado é maior que
o superávit de 7,4 bilhões de euros,
registrado no mesmo período do ano
passado, segundo a agência de
estatísticas da União Europeia, a Eurostat.
EXPORTAÇÕESA Fiergs divulgou que as exportações
gaúchas somaram US$ 5,52 bilhões entre
julho e setembro, representando uma
queda de 5,6% em comparação
com o mesmo período de 2014. O
resultado foi determinado pela indústria
de transformação, que recuou 7,3%.
TECNOLOGIASegundo um estudo da consultoria
Goode Intelligence, o uso da tecnologia
biométria nas transações comerciais será
responsável por tornar seguros mais de
226 bilhões de pagamentos, em 2020.
Neste ano, a tecnologia já beneficiou
mais de 50 milhões de clientes.
EDUCAÇÃO / os PeRiGos Do Uso PReCoCe De CeLULaRes
O instituto iStart, que tra-balha com diversas escolas brasileiras para promover a educação digital, apontou que 37% das crianças entre 9 e 10 anos levam celulares para a escola e esse percentual sobe para 44% entre os maiores de 12 anos. No entanto, segundo os pesquisadores, o que pode parecer algo positivo, por faci-
litar os estudos dos alunos, traz muitos perigos para as crianças e adolescentes que não possuem uma orientação adequada. Os maiores problemas relaciona-dos ao uso precoce do celular, segundo escolas ouvidas pelo instituto, são o cyberbullying (75%), distração e interferência no andamento da aula por conta do manuseio do celular (56,25%) e a exposição da intimidade com o comparti-lhamento de fotos íntimas de menores de idade (31,25%).
MEMÓRIA / DisPosiTiVos DiGiTais PoDem PReJUDiCaR a memÓRia HUmanaUm estudo realizado pela empresa britânica de segu-rança cibernética, Kasper-sky Lab, constatou que o ex-cesso do uso de tecnologias digitais pode enfraquecer a memória humana. Segundo os pesquisadores, isso ocor-re porque as pessoas dei-xam de guardar informa-ções nos seus cérebros e passam a registrá-las em celulares e computadores. O levantamento examinou 6 mil pessoas do Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Os ingleses apresentaram a pior memória: cerca de metade dos entrevistados (51%) lembrava do número do seu parceiro, enquanto entre os italianos esse índice chegou a 80%. Além disso, as memórias mais antigas, que não eram armazenadas em plataformas eletrônicas, são lembradas mais facilmente do que as informações atuais. No Reino Unido, 45% conseguiam lembrar do número de casa quando tinham 10 anos, enquanto 29% lembram do número dos filhos.
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DESAFIOS / PESQUISA REVELA PRINCIPAIS
DIFICULDADES DOS CEOS De acordo
com um estudo da empresa de consul-
toria Brazilian Management Institute (BMI),
o maior desafio dos empresários brasilei-
ros é engajar e motivar as suas equipes
– 46% dos entrevistados enfrentam este
problema. Em segundo lugar, aparece
a dificuldade de se adaptar a um mo-
mento de constantes mudanças (21%
dos executivos têm resistência de mudar
os seus comportamentos). Outros desa-
fios citados pelos entrevistados foram:
a formação de novos líderes (17%), sair
do papel operacional para se envolver
na gestão de pessoas (15%), melhorar a
comunicação e dar feedbacks com fre-
quência (14%), encontrar e mobilizar no-
vos talentos (12%) e aumentar o foco na
meritocracia e desenvolvimento (3%). A
pesquisa ouviu cem executivos – sendo
41 presidentes, 30 vice-presidentes e 29
diretores – de grandes e médias empre-
sas da indústria, varejo e serviços.
SEGURANÇA / aTaQUes CiBeRnÉTiCos PReoCUPam GesToResSegundo uma pesquisa da consultoria Grant Thornton, uma em cada seis empresas são vítimas de ataques virtuais em todo o mundo. Os dados revelam que nos últimos 12 meses o prejuízo causado por esses crimes chegou a US$ 315 bi-lhões. Os setores mais atingidos são os de finanças e tecno-logia, representando 26% das companhias vitimadas, cada uma. Globalmente, 52% dos gestores afirmam ter um plano preventivo contra os ataques cibernéticos, e entre os brasi-leiros, o índice é de 44%. Os segmentos que mais implantam políticas de segurança são: turismo (69%), saúde (66%), tec-nologia (65%) e finanças (64%). O levantamento ouviu 2.500 empresários de 35 países.
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COMPRAS / DiFeRenÇas GeRaCionais no ConsUmoA geração Z (pessoas com 20 anos ou menos) está entrando no mercado consumidor, difundindo os valores de quem já nasceu em uma era digital. Para entender os diferentes comportamentos dos consumidores, a empresa de consultoria de varejo Dexi Marketing realizou um estudo sobre o perfil, os ideais e as preferências de cada geração de compradores.
Baby Boomers (mais de 55 anos de idade) – Foi a primeira geração a
ver TV e ainda conviviam com o acesso limitado a informações. Por terem
tido uma educação rígida, são mais ligados às tradições e às hierarquias,
além de resistirem a novidades.
Geração X (entre 35 e 55 anos) – São mais individualistas e acostumados
com relações monoparentais (pais separados), por isso já não são tão tra-
dicionais. A geração viveu o surgimento das tecnologias digitais e tentou
se adaptar a elas, logo gostam de estar bem informados.
Geração Y (entre 20 e 35 anos) – Uma geração de grandes expectativas
individuais de realização. Nasceram em um período de grandes avanços
tecnológicos, alta prosperidade econômica e facilidade de acesso mate-
rial. Os ideais que os motivam são os sonhos e o sucesso.
Geração Z (20 anos ou menos) – Já nasceram na era digital e para eles
não existem fronteiras. São consumidores propensos a comprarem pela in-
ternet. Essa geração também se preocupa muito com as questões ambien-
tais e a inclusão social. As empresas consideradas boas para essas pessoas
são as que impactam na sociedade e não se limitam a vender um produto.
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emporada de férias de verão
do sesc-rs disponibiliza
pacotes de hospedagem,
com diversas possibilidades
de destinos dentro do
território brasileiro
Testá chegando, e o Sesc-
RS oferece diversas opções de viagens para as férias. Com condições de pagamento facilitadas, a comunidade em ge-ral pode escolher destinos no Brasil inteiro, aliando os mo-mentos de lazer ao conhecimento histórico, cultural e social proporcionado pelo turismo. No ano passado, a instituição ofertou 284 pacotes turísticos e atendeu 21.415 pessoas no programa Temporada de Férias Verão.
Colocar à disposição pacotes de hospedagens em deze-nas de hotéis do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, dentre os quais os Hotéis Sesc Gramado, Torres e Campestre (em Porto Alegre), é o propósito do Temporada de Férias Verão. As inscrições estão abertas. A temporada abrange o período de 29 de novembro de 2015 a 1º de abril de 2016. A gerente de hotelaria e turismo do Sesc-RS, Giana Borges, acredita
O mOmenTO de reLaxar e recarregar aS baTeriaS para um nOvO anO de TrabaLhO
Hora de pensar no descanso
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Final estadual dos Jogos ComerCiários a final
estadual dos 35º Jogos comerciários Sesc será realiza-
da nos dias 14 e 15 de novembro, em porto alegre. Os
atletas classificados têm as despesas com transporte,
hospedagem e alimentação subsidiadas pelo Sesc-
rS. O evento esportivo conta com as modalidades de
atletismo (masculino e feminino), bocha (masculino de
trio), canastra (misto), Futebol 7 masculino (adulto e
máster), Futebol de campo, Futsal masculino (adulto e
máster) e Futsal Feminino (adulto), natação (feminino
e masculino), vôlei de duplas (feminino e masculino),
voleibol (masculino e feminino) e xadrez.
Convenção estadual da maturidade ativa Torres re-
ceberá cerca de 1,5 mil idosos para a 12ª convenção
estadual do maturidade ativa Sesc, entre os dias 23 e
26 de novembro. O encontro reunirá representantes
dos 47 grupos de todo o estado, promovendo a troca
de experiências por meio de ações que ampliem o
repertório cultural, artístico e recreativo dos participan-
tes, proporcionando novas aprendizagens. no projeto,
os participantes reúnem-se para conviver, divertir,
confraternizar, aprender e desenvolver seus potenciais,
além de realizar trabalhos comunitários e solidários.
Trata-se de um movimento social organizado que tem
por missão construir um novo significado social para
o envelhecimento, valorizando o papel do idoso na
sociedade contemporânea.
agenda de eventos
8/novCircuito de Corridas
nesta data ocorre a etapa santa cruz do sul do
circuito sesc de corridas 2015. Há cinco opções
de percurso: 1km e 2km (infantil), 3km, 5km e
10km (adulto). as inscrições estão abertas.
22/novetapa gaúcha de triathlon
o circuito nacional do sesc triathlon chega a
tramandaí com suas exigentes provas de corri-
da, natação e ciclismo para amadores e atletas
profissionais. É a última das oito etapas.
em incremento na procura pelas hospedagens gaúchas em função da crise. “Já percebemos o incremento na comercia-lização dos pacotes turísticos e estamos otimistas”, afirma.
Destinos preferiDos
O Sesc-RS também oferece aos trabalhadores e seus fa-miliares de todo o Estado diversos pacotes turísticos nacio-nais, aliando cultura e lazer por meio da visita a diversos cartões-postais do Brasil. Com valores vantajosos e condi-ções de pagamento mais fáceis, além de hotéis próprios e conveniados em todo o país, a entidade proporciona aos gaúchos a oportunidade de conhecer destinos como o Rio de Janeiro, o Pantanal Matogrossense, as praias do Ceará e de Alagoas, entre outros locais. No ranking de roteiros tu-rísticos mais procurados, em primeiro lugar está a Serra gaúcha, seguida pela capital carioca, a praia de Torres, Maceió (AL), Caldas Novas e Florianópolis (SC).
Conforme Giana, a qualidade dos serviços do Turismo é avaliada mediante a pesquisa de satisfação com os clientes. Atualmente, o índice de satisfação é de 94,26%. Um total de 49% das pessoas que viajam por intermédio dos programas da instituição têm de 25 a 54 anos, e 29,3% são maiores de 55 anos. As mulheres são maioria. “Os homens utilizam seu tempo livre para o descanso físico, preferem ficar em casa ou quando optam por atividades externas viajar nem sem-pre é uma opção. Já as mulheres têm um comportamento distinto, preferem atrelar o descanso ao lazer e às ativida-des externas, preferindo as viagens em grupo”, diz.
Hotel sesc em torres: opção para
comerciários na mais bela praia gaúcha
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empreendedorismo
Para muitos, mesmo em tempos de crise, é tido como o local das oportunidades. Prova dessas afirmações são os números referentes a pessoas donas do próprio negócio. Em uma década, a taxa de empreendedorismo no país saltou de 23% para 34,5%, o que significa que a cada 10 brasileiros adultos, 3,5 são empreendedores, segundo uma pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Mas quando o assun-to é empreendedorismo de alto impacto há um mercado em plena ascensão. Diferente na atuação, mas igual na essência, este tipo de negócio não busca unicamente o lucro, mas é mo-vido pelo desejo de transformação social. Ou seja, o produto ou serviço oferecido, ao mesmo tempo que gera lucro para a empresa, também muda realidades. “O negócio de alto impacto é diferente também das ONGs tradicionais, pois é sustentável financeiramente e tem alto potencial de escala. Difere ainda de empresas com ações de responsabilidade social por ter um
O Brasil é um país de empreendedOres.
endo o desejo de transformação
social como foco do negócio,
além do próprio lucro,
o empreendedorismo de
alto impacto é exemplo de
ganha-ganha
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alto impacto para questões sociais
texto micheli aguiar
©istock.com/sylver arts
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modelo integrado, no qual o impacto social está no centro da operação do negócio, não marginal a ela”, explica Maure Pes-sanha, diretora-executiva da Artemisia, organização sem fins lucrativos, pioneira na disseminação e no fomento de negócios de impacto social no Brasil.
Fundada em 2004 pela Potencia Ventures, a Artemisia, só nos últimos quatro anos, articulou R$ 40 milhões para 69 ne-gócios. Desse total, 52% receberam investimento e 91% seguem ativos. As ações tiveram impacto em mais de 22,5 mil pessoas. “A missão é inspirar, capacitar e potencializar talentos e em-preendedores para criar uma nova geração de negócios que rompam com os padrões precedentes e (re)signifiquem o ver-dadeiro papel que os negócios podem ter na construção de um país com iguais oportunidades para todos”, afirma. Entre os negócios incentivados pela Artemisia estão a startup Tô Garan-tido, que oferece uma plataforma de venda de microsseguros. Conectado às principais seguradoras do mercado, o empreen-dimento é focado nas necessidades específicas da população de baixa renda (acidentes pessoais, assistência funerária, diá-ria hospitalar, entre outros). A OLHAconta é outro exemplo de sucesso. O negócio é a primeira empresa de tecnologia mobile banking do Brasil focada em usuários que não têm conta bancá-ria. “Acreditamos que negócios de impacto social precisam ter potencial de escala, ou seja, modelo de negócios lucrativos com perspectiva de atingirem milhares de pessoas das classes C, D e E. Nesse papel, a internet serve como ferramenta-chave para o crescimento e a escala dos negócios, tendo em vista a dissemi-nação e replicação das soluções”, enfatiza Maure.
OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO
Os empreendedores de alto impacto no Brasil correspon-dem a menos de 1% do total de empresas ativas no país, se-gundo estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE). A capacidade de público para esses negócios chega a 112,4 milhões de pessoas das classes C, D e E. Ou seja, um mercado que representa quase 50% da economia brasileira. Setores como inclusão financeira, serviços de saúde, energia renovável e educação apresentam as melhores oportunidades para os empreendedores de impacto social.
Foi tomando como base o nicho educação que os sócios Eduardo Bontempo e Claudio Sassaki resolveram abandonar os estáveis empregos no mercado financeiro para criar um ser-
viço capaz de mudar realidades. Filhos de professores, desde 2011 eles são os donos da Geekie e oferecem, via internet, um plano de estudos personalizado com base no objetivo e no co-nhecimento de cada pessoa e que ainda oferece em sua própria plataforma todo o conteúdo a ser estudado. Em quatro anos, 3 milhões de alunos já usaram os aplicativos e softwares da em-presa. Mais de 650 escolas usam o recurso e 320 educadores ajudam na construção dos serviços.
“O investimento em educação está no core das oportunida-des de impacto, pois se desdobra em outros benefícios sociais – governo, clientes privados e investidores reconhecem isso. Também vivemos um momento histórico em que a revolução tecnológica passa a permitir que soluções de qualidade sejam escaláveis – e a baixo custo”, afirma Eduardo Bontempo.
FOCO NA SAÚDE
A saúde no Brasil é tema de constante debate, deficiência e reclamações por parte dos usuários, sejam eles do Sistema Único de Saúde, de planos coletivos e individuais ou ain-da particulares. Atuando nesse nicho e tentando resolver o problema da demora e do alto custo de consultas e exames, a Central de Consultas tem conseguido mudar a realidade de 10 mil pessoas que passam pelas seis unidades da empresa na região metropolitana de Porto Alegre.
“Oferecendo consultas a baixos preços, nós conseguimos proporcionar saúde de qualidade a pessoas que muitas vezes chegam aqui desgastadas e sofridas pelo tempo de espera no SUS. Tendo acesso à área clínica e resolvendo o problema no início, essas pessoas ficam fora dos hospitais, que enfrentam problemas tão sérios quanto à saúde básica”, afirma Diego Fi-gueiró, diretor-administrativo da Central de Consultas.
O negócio, que deve virar franquia nos próximos meses, foi um dos pioneiros no Estado. Atualmente, a Central de Consul-tas oferece 25 especialidades médicas, exames laboratoriais e atendimento com dentistas. Com o agendamento da consul-ta, o paciente aguarda no máximo dez dias para ser atendido. “Não é porque é popular que é ruim. Pelo contrário, é um ser-viço popular porque atende um grande número de usuários e com o devido respeito e acolhimento que cada paciente mere-ce. Nossa preocupação é resolver o problema de saúde daquela pessoa e fazer com que ela seja produtiva e feliz. Os dois lados ganham”, enfatiza Figueiró.
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a outros estudantes fizeram com que sete projetos de alunos e professores das unidades do Senac de Bagé, Caxias do Sul, Gravataí, IJuí e Rio Grande se destacassem e conquistassem premiações na 9ª edição da Feira Estadual de Ciência e Tecnologia (Fecitep). A entrega das premiações (foto) ocorreu em 21 de outubro, no CTG Aldeia dos Anjos, em Gra-vataí. “Nossa presença na feira já é tradicional, mostrando a qualidade dos projetos produzidos nas escolas da instituição”, afirma o gerente do Núcleo de Educação Profissional (NEP) do Senac-RS, Roberto Sarguis Berte.
No eixo Meio Ambiente e Saúde, a unidade Bagé conquistou o 1º lugar com o trabalho Balança ecológica feita de garrafa PET, dos alunos Elienay Souza, Matheus Romero e Samuel Resen-de. Para o professor Gidião Araújo Monteiro, coordenador do projeto, essa premiação é o grande reconhecimento do esfor-ço e dedicação dos alunos. “Foi um grande desafio em que nos esforçamos, acreditamos e deu certo. Espero que essa vitória estimule os alunos a investirem no desenvolvimento de ou-tros projetos”. Na mesma área, o projeto C.A.T.A.R, de autoria
Criatividade, inovação e a vontade de levar ConheCimento
Alunos se destAcAm em feirAs científicAs
studantes e docentes
de cinco unidades do
senac conquistaram sete
prêmios na 9ª edição da
Feira estadual de ciência e
tecnologia (Fecitep).
projeto da escola de rio
grande participou ainda
da 30ª mostratec
e
divulgação/Senac-rS
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Senac-RS no Sul Beleza lançamentos, tendências e
cursos são algumas atrações do Sul Beleza 2015, que
ocorre na Fenac, em novo hamburgo (av. nações
Unidas – Pátria nova), de 8 a 10 de novembro, das 9h
às 19h. as unidades de torres, Centro histórico, novo
hamburgo, Pelotas, Camaquã, taquara, lajeado, Caxias
do Sul e São leopoldo estarão presentes, oferecendo
oficinas e palestras aos visitantes. a entrada é gratuita,
mediante credenciamento. os ingressos para as ativida-
des devem ser adquiridos no site www.sulbeleza.com.br.
mais informações pelo telefone (51) 3225-9604.
DeStaque no top SeR Humano Com o case Pesquisa de
Clima: a importância da devolutiva do Senac-RS como
fator de engajamento, o Senac-rS conquistou pela quinta
vez o top Ser humano. a distinção foi entregue em 7 de
outubro, no Grêmio náutico União, em Porto alegre. “re-
ceber o prêmio mais uma vez é a demonstração de que
estamos no caminho certo”, afirmou o diretor José Paulo
da rosa. Para ele, incluir os colaboradores na elaboração
e execução dos planos de ação promoveu engajamento
e motivação. ”Sentimos muito orgulho em contribuir no
atingimento do objetivo estratégico de satisfação dos cola-
boradores na devolutiva da Pesquisa de Clima anual.”
AgendA de eventos
de Douglas Leal, Gabriel de Fraga e Jéferson Romano, do Senac Gravataí, ficou na segunda colocação, sob orientação da pro-fessora Camilla Helena Guimarães, além de ter conquistado o 1º lugar no Prêmio Pronatec Empreendedor, em Brasília.
Ainda foi vencedor, no eixo Turismo, Hospitalidade e Lazer, o projeto QR Code Bagé City Tour, das alunas Marcele Berta de Moura e Rennata Oliveira Rodrigues, da unidade Bagé. “Esse projeto será implantado na cidade de Bagé e isso é uma gran-de felicidade para nós”, comemora o professor Rafael da Silva Conceição, que coordenou o trabalho. A 2ª posição, também em Turismo, foi conquistada com projeto Padronização do layout da sinalização do comércio, dos alunos de Bagé Reni Spindola, Eli-sandra Teixeira Moreira Leal e Tibiriça Jacinto Gonçalves, e orientação de Edilamar Antunes.
O Senac Caxias do Sul tirou o 1º lugar em Formação e Comuni-cação, com o projeto Frases do bem – Inspiration dos alunos Bru-na Lira, Elizabeth Masotti e Lorenzo Boni, coordenados pelo docente Jônatas Luis Maria. “Essa premiação foi inesperada e estamos extremamente felizes com esse destaque que conquis-tamos”, disse Bruna, emocionada. Além disso, a unidade de Ijuí conquistou o 3º lugar com o projeto Sistema operacional de apoio a pessoas com necessidades especiais dos alunos Laura Mattioni e Natanael Gohl, orientados pelo professor Diogo A. Mendes.
ParticiPação na Mostratec
O projeto Simulador de aula prática, criado pelos estudantes Mateus Caetano dos Santos e Lucas da Silva Corrêa, do curso Técnico em Segurança do Trabalho do Senac Rio Grande, con-quistou o 3º lugar no eixo Segurança e foi o representante da instituição na 30ª Mostra Brasileira de Ciência e Tecnologia e Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia – Mostratec 2015. O evento, promovido pela Fundação Liberato, ocorreu de 27 a 30 de outubro, na Fenac, em Novo Hamburgo. “Somos a 1ª turma da escola de Rio Grande a participar da feira. Que-remos abrir portas para que outros alunos fiquem estimulados em investir em seus projetos”, citou o professor Eduardo Malta Pinto, orientador do trabalho.
A coordenadora do NEP, Nara dos Anjos, ressalta que a ini-ciativa dos jovens de Rio Grande também tirou 1º lugar na 6ª Feira de Projetos do Senac-RS. “A feira estadual os credenciou à Mostratec. Participar de um evento de âmbito internacional é uma grande conquista”, comemora a gestora.
até 28/novInscrições para o vestibular 2016/1
estão abertas até 28 de novembro as inscrições para
o vestibular senac 2016/1 em www.senacrs.com.br/
vestibular. A prova de redação será no dia 29 de no-
vembro, das 10h às 13h, nas faculdades senac Porto
Alegre (r. coronel genuíno, 130 – centro Histórico)
e senac Pelotas (r. gonçalves dias, 602 – centro).
9 a 13/novFSpoa open debate mercado profissional
A faculdade senac Porto Alegre realiza de 9 a 13 de
novembro, às 19h30, a fsPoA open – Hotelaria e
gestão: mercado de trabalho e tendências das pro-
fissões. o evento ocorre no Auditório fsPoA
(r. coronel genuíno, 130 – centro Histórico). inscri-
ções gratuitas pelo site www.senacrs.com.br/fspoa.
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ão há pessoa que prescinda
do trabalho da imprensa,
apesar de o setor viver crise
nos veículos impressosNe revoluções tecnológicas, a imprensa
sobrevive e se diversifica nas formas de levar sua mensa-gem ao público. O direito à informação, aliás, é um princípio básico do controle social do povo sobre os administrado-res públicos. Jornais, revistas, portais, blogs, redes sociais, rádios, sites, aplicativos e e-mails: as maneiras de consumir notícias e entretenimento agora são variadas e não se limi-tam mais a um emissor (fonte) e um receptor (sem voz). A interatividade tornou o consumidor também um provedor, qualificando os diversos serviços da área ao apontar seus erros e complementar sua visão sobre os fatos.
A origem do termo vem da “prensa móvel”, um pro-cesso gráfico que foi pesquisado e inaugurado por Johan-
ApesAr de todAs As crises ecoNômicAs, trocAs de goverNo
©istock.com/micro gen
Notícias multimeios
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nes Gutenberg em 1.440 e que tempos depois, no início do século 18, foi adaptado para fabricar jornais. Os jornais foram o primeiro recurso, para uma função social que evoluiu ainda mais posteriormente com o surgimento do rádio, da televisão e da internet. O jornalismo impresso surgiu no início do século 17 com o lançamento de dois se-manários na Alemanha, no ano de 1609. Nos anos seguintes a novidade se espalhou pela Europa: em 1620, em Londres, na Inglaterra, em 1636, na Itália, e em 1661, na Espanha. No Brasil, a Imprensa Nacional nasceu por decreto do prínci-pe regente D. João, em 13 de maio de 1808, com o nome de Impressão Régia. O primeiro jornal do país foi a Gazeta do Rio de Janeiro, fundado em setembro do mesmo ano, publi-cado duas vezes por semana.
O escritor Bira Câmara ressalta a importância do surgi-mento da imprensa para a sociedade, como principal veícu-lo para a difusão das ideias durante os últimos 500 anos. “A mídia interpenetra todas as esferas de atividade humana. Nenhum evento político, constitucional, eclesiástico e eco-nômico, nem os movimentos sociais, filosóficos e literários, podem ser compreendidos sem levar em conta a influência da imprensa sobre eles. O comércio de obras impressas teve importante participação no desenvolvimento econômico de todos os ramos da indústria e do comércio”, relatou.
De fato, a influência massiva da imprensa já a valeu a al-cunha de “o quarto poder”. A expressão é utilizada com co-notação positiva de que os meios de comunicação de massa exercem tanto poder e influência em relação à sociedade quanto os Três Poderes nomeados no Estado Democrático (Legislativo, Executivo e Judiciário). A imprensa brasilei-ra ou estrangeira acaba analisando, denunciando, investi-gando e levando a conhecimento do público atos ilegais e ilícitos, corruptos e incorretos, em diversos setores, prin-cipalmente político. Nos Estados Unidos, por exemplo, foi o trabalho de dois jornalistas do diário Washington Post (Bob Woodward e Carl Bernstein) sobre espionagem gover-namental que levou à renúncia do presidente republicano Richard Nixon, em 1974. No Brasil, a queda do presidente Fernando Collor, por impeachment, em dezembro de 1992, também começou por denúncias de seu irmão Pedro Collor para revistas e jornais. Antes disso, o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, também foi influenciado pelos artigos e editoriais de Carlos Lacerda na Tribuna da Imprensa.
Os mais populares
O rádio, surgido no final do século 19, e a televisão, produto de meados do século 20, são os veículos de comu-nicação mais populares no Brasil, segundo a Pesquisa Bra-sileira de Mídia, levada a cabo pela Secretaria de Comuni-cação Social da Presidência com 18,2 mil pessoas em todo o território nacional. 95% dos entrevistados afirmaram ver TV, sendo que 73% têm o hábito de assistir diariamente. Em média, os brasileiros passam 4h31 por dia expostos ao televisor, de 2ª a 6ª-feira, e 4h14 nos finais de semana. O rádio continua o segundo meio de comunicação mais uti-lizado pelos brasileiros, mas seu uso caiu na comparação nos últimos 12 meses (de 61% para 55%). Em compensação, aumentou a quantidade de entrevistados que dizem ouvir rádio todos os dias, de 21% em 2014 para 30% em 2015.
Praticamente a metade dos brasileiros, 48%, usa in-ternet, que deve ultrapassar o rádio em uso nos próximos anos, em razão de sua praticidade de acesso (até mesmo por celulares) e da possibilidade de se ir direto ao que in-teressa. O percentual de pessoas que a utilizam todos os dias cresceu de 26% na PBM 2014 para 37% na PBM 2015. O hábito de uso da rede também é mais intenso do que o
Primeiro jornal do Brasil: fundado em
setembro de 1808, após vinda de D. João
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cUriosidAdes
liberdadepesquisa da oNg repórteres sem
Fronteiras aponta que o Brasil ocupa a
99ª posição no ranking da liberdade
de imprensa. o índice leva em conta
pluralidade de meios de comunica-
ção, independência da mídia, trans-
parência governamental, legislação e
abusos contra jornalistas.
mídias sOciaisA última pesquisa Brasileira de
mídia destaca grande crescimento
no uso de mídias sociais como
fontes de informação. 92% dos
internautas mantêm perfis em redes
sociais, sendo as mais utilizadas o
Facebook (83%), o WhatsApp (58%)
e o Youtube (17%).
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obtido anteriormente. Os usuários das novas mídias ficam conectados, em média, 4h59 por dia durante a semana e 4h24 nos finais de semana. Permaneceu estável o percen-tual de brasileiros que leem jornais ao menos uma vez por semana entre as duas rodadas da PBM: 21%. Apenas 7% leem diariamente, sendo a segunda-feira o dia da semana mais mencionado pelos leitores.
crise nos impressos
A migração dos leitores para os meios digitais é uma tendência mundial. Nos Estados Unidos, mais de 200 jornais e revistas já encerraram suas edições impressas ou fecha-ram suas portas. No Brasil, não circulam mais o Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, Gazeta Mercantil, Estado do Paraná e O Sul, entre tantos outros. Há estudos da Future Explo-ration Network dizendo que em 2027 os jornais impressos desaparecerão no Brasil. A crise, que se reflete na migra-ção das verbas publicitárias e dos classificados para plata-formas digitais (mais efetivas, interativas, menos onerosas ou até mesmo gratuitas), tem resultado no enxugamento
de redações e na busca desenfreada por notícias que gerem ‘cliques’, muitas vezes apelativas ou vazias de informação, como atos corriqueiros de celebridades.
Como se financia um serviço altamente necessário, mas pelo qual as pessoas não querem pagar por ele? A crise já enfrentada pelo setor de música é o momento atual vivido pelo jornalismo. Se os músicos passaram a cobrar mais caro por shows, os veículos de imprensa ainda tentam descobrir como fazer os leitores perceberem o quanto vale uma no-tícia. Como reflete o diretor de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais, Pedro Sigaud-Sellos, os veículos precisam inventar laboratórios de inovação, esta-belecendo o contexto propício para o encontro de soluções num ambiente adverso. Segundo ele, ganhará a batalha pelas audiências o veículo não apenas com o melhor con-teúdo (notícias, análises, opinião), mas aquele que melhor conseguir entender nosso Zeitgeist (o espírito da época). Isso inclui, além de conteúdos originais e de alta qualidade, com-preender o funcionamento das redes (tanto em termos so-ciológicos como tecnológicos), os comportamentos de con-sumo e aspirações dos públicos mais jovens.
leitOresdinamarca, Finlândia, Noruega
e suécia são os países onde há
o maior percentual de leitores
de jornais no mundo. As nações
europeias têm em comum longa
tradição em aspectos como
abertura de governo, ativismo civil e
confiança social.
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A democrAciA brAsileirA é jovem. A história da República registra revoluções, golpes e atos de força que retiraram da Nação a posse de si mesma, subtraindo-lhe o direito de deliberar como melhor entendesse.
A Revolução de 30 levou Vargas ao poder. Com ele assistimos ao período de maior intervenção do Estado nas relações de tra-balho. Foi criado o Ministério da Revolução (Ministério do Trabalho), foram editadas leis de proteção, estabelecidas regras de atre-lamento dos sindicatos ao Estado e criadas estruturas de conciliação administrativa dos conflitos do trabalho. Sem discutir a forma, a hipossuficiência do trabalhador dos anos 30 justificava a proteção.
A máxima era a de que o Estado criava direitos trabalhistas e tinha como exigir o seu cumprimento, o que foi aperfeiçoado, posteriormente, com a adoção da CLT (marco legal detalhado e rígido) e a criação da Justiça do Trabalho. Neste cenário, o trabalhador deveria se aproximar do Governo na mesma medida em que se afastava dos sindicatos. Este modelo incentivou o conflito a ponto de termos atualmente 3 milhões de ações trabalhistas em tramitação no Brasil. Neste “esporte” somos campeões mundiais.
A redemocratização do país, de outra parte, foi acompanhada do fortalecimento
das entidades sindicais de trabalhadores e empregadores. Com a Constituição de 1988, a sociedade conquistou a proibição da intervenção e da interferência do Estado nos sindicatos, autonomia coletiva e o poder normativo negocial. Sem negar o conflito, natural entre capital e trabalho, a Carta Magna sinalizou no sentido da superação dos dissensos através de construção coletiva com vantagens mútuas. A aposta é na nego-ciação, e não no conflito.
Assim, nada mais reacionário do que posi-ções manifestadas por setores da Justiça do Trabalho na discussão recente da prevalên-cia do negociado sobre o legislado, como a de que o Estado sempre supera a negociação coletiva, e de que capital e trabalho não negociam, mas travam embates. A máxima getulista de intervenção segue viva nestes setores que reagem a modelos mais adequa-dos aos nossos tempos.
A reação da Justiça do Trabalho não se limita ao discurso. Cada vez mais o TST intervém na negociação coletiva, excluindo condições ajustadas em acordos e convenções coletivas, desequilibrando o que foi construído pelas partes. Quase 20 anos após ter sido eleva-da a princípio constitucional, a negociação coletiva está sob ameaça, para sustentar um modelo intervencionista que não mais se justifica no Brasil do século 21.
Flávio obino FilhoAdvogado trabalhista-sindical da Fecomércio-rs
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A NEGOCIAÇÃO COLETIVA SOB AMEAÇA
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apenas como junk food (comida sem valor). Hoje, fazem parte da alta gastronomia, têm ingredientes requintados e alto valor agregado. Um hambúrguer gour-met chega a ser vendido por até 300% do seu custo de pro-dução. Mesmo falando da margem de valor do produto e não do negócio em si, é inegável que o nicho “hambur-gueria” se tornou uma excelente oportunidade de negó-cio. Quem gosta de hambúrguer sabe que é fácil encon-trar um local especializado no prato vendendo a refeição por cerca de R$ 30.
Em Porto Alegre, desde 2012, a Le Grand Burguer é uma referência para quem busca hambúrgueres com sabores diferenciados e com inspiração na gastronomia francesa. Não apenas os nomes dos sanduíches – steak au poivre e dé-
Foi-se o tempo em que os hambúrgueres eram classiFicados
ntes tido como comida barata,
hambúrgueres ganharam
releituras e viraram pratos
gourmet, alimentando um novo
negócio de sucesso, que virou
febre em todo o país
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lices d’abricots, por exemplo – levam o toque de uma das culinárias mais requintadas do mundo, os ingredientes e o modus operandi também. Com isso, por três vezes o negó-cio idealizado pelo designer e chef Alexandre Lise ganhou o prêmio de melhor hambúrguer de Porto Alegre. A ham-burgueria também é a única gaúcha a figurar entre as dez melhores do país – a sexta no ranking do Tripadvisor.
“O reconhecimento é do nosso cliente. Se ele gosta e está feliz com o que oferecemos, significa que acertamos a mão”, comemora Lise. Formado pela Escola de Alta Gas-tronomia de Aires Scavone, é do próprio Lise a elabora-ção de todo o cardápio da Le Grand Burger. No total, são 14 sanduíches fixos no cardápio e um “móvel”. “Todos os meses temos um hambúrguer de receita inédita, que nasce e acaba naquele mês em questão.”
Entre os hambúrgueres fixos estão os elaborados com carne, que têm o entrecot como base, além de queijos finos. O steak au poivre é coberto de pimenta preta, rúcula, tomate-cereja, cebola roxa e camembert. Já o délices d’abricots é acom-panhado de mesclun de alfaces, tomate-cereja, cebola roxa, camembert e molho picante de chutney de damasco. Tem ain-da o coq au vin, que leva frango marinado no vinho tinto e um molho especial com legumes, bacon e cogumelos. Todos os hambúrgueres são servidos em caixinhas de madeira e acompanhados de batatas rústicas e um molho especial da casa. “Tentei colocar no Le Grand Burguer toda a paixão que eu tenho pela gastronomia.”
NEGÓCIO DE FAMíLIA
Mas antes de virar moda, o hambúrguer já era o carro-chefe da família Moreira em Caxias do Sul. Lá na distante década de 1970, João Moreira abriu a segunda lancheria da cidade serrana, que, atualmente, conta com mais de cem empreendimentos na área de lanches rápidos. Como de pra-xe naquela época, a cozinha era em um trailer e os clientes comiam em mesas colocadas logo à frente do veículo. Os tempos passaram, seu João faleceu, mas o negócio da família seguiu firme e forte, tornando se referência para quem bus-ca hambúrgueres de qualidade e um espaço aconchegante. Hoje, a lancheria deu lugar ao gourmetizado nome de Ham-burgueria Moreira. À frente do negócio desde o falecimento do pai, em 2009, Leandro Moreira, 38 anos, viveu momentos
distintos no gerenciamento da hamburgueria. “Quando as-sumi, tínhamos três funcionários e estávamos vivendo um momento financeiro difícil. Hoje, somos 25 colaboradores e acabamos de inaugurar um espaço novo, atraente, com lu-gar para mais de 130 pessoas e com uma temática nostálgi-ca, os anos 50”, conta orgulhoso o filho do seu João.
Há menos de dois meses, a Hamburgueria Moreira tro-cou de endereço, permanece na mesma rua Bento Gonçal-ves, mas agora no número 2437. Com forte inspiração nos diner americanos – restaurantes com sofás e decoração marcante –, a Hamburgueria Moreira trouxe algo novo para Caxias do Sul. Além da decoração retrô, das coleções de Coca-Cola e da valorização do antigo, o negócio ofere-ce uma cartela com mais de cem hambúrgueres. Dois em especial chamam a atenção pelo nome: Elvis Burguer e Marilyn Burguer. “Quando assumi o negócio percebi que precisava melhorar o cardápio, que já era bom. Fomos atrás de referências, sabores, e minha mãe deu aquela ajuda com a maionese, um dos trunfos da nossa hambur-gueria”, conta Leandro.
Em pouco mais de seis anos como dono do negócio, Le-andro, que assumiu em 2009, vê com otimismo o futuro da Hamburgueria Moreira. “O público de Caxias adora ham-búrguer, xis e lanches. Por isso só já é um bom negócio, e com essas mudanças e modernização viramos referência para a Serra, que vê nosso espaço como atração e não mais
Le Grand Burguer é opção de hambúrguer
gourmet na capital gaúcha
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apenas como opção para uma boa refeição. As ex-pectativas são as melhores possíveis”, conclui.
NEGÓCIO CERTEIRO
Depois de morar 8 anos em Mato Grosso, o casal gaúcho Carolina Teixeira, 37, e Tainer Lo-pes, 34, queria voltar para Caçapava do Sul, mas como donos do próprio negócio. Mesmo sem ex-periência como empreendedores, o casal tinha a vivência de gestão e cursos de formação na área de Recursos Humanos, e Carolina tem graduação em Administração de Empresas, o que deu a se-gurança de investir em uma hamburgueria. “Na verdade, a gente sabia do bom momento para o ramo e surgiu a oportunidade de a gente comprar um negócio já pronto. Não precisamos comprar do zero”, conta Carol.
Desde março deste ano o casal é visto diaria-mente na rua 15 de Novembro, 487, no centro de Caçapava do Sul. Eles agora são donos da Hambur-gueria. “Todos os dias é uma descoberta nova. Seja
de sabores, de receitas ou de desafios”, destaca. A qualidade dos hambúrgueres é uma das principais preocupações da nova empreendedora. “Só usamos carne fresca, produtos novos e de qualidade.” Para harmonizar com hambúrgue-res, outro queridinho do momento: as cervejas artesanais.
“Temos uma variedade interessante de cervejas. Vimos que era mais um ponto a ser explorado junto com o hambúr-guer”, afirma Carol.
Mesmo levando o nome de Hamburgueria, o negócio gerenciado pela casal também engloba uma cafeteria e um restaurante. “Oferecemos tortas, cafés, lanches variados e almoço executivo. A cidade é pequena (Caçapava do Sul tem pouco mais de 33 mil habitantes, segundo o IBGE) e quere-mos ser referência. A variedade é uma forma de sustentabi-lidade também”, pontua.
HAMBúRGUER TRICOLOR
Em 2014, o universo dos hambúrgueres ganhou um investidor inesperado, o Grêmio. O tricolor gaúcho resol-veu investir no segmento e em 27 de setembro do ano passado inaugurou a primeira rede de fast food de clubes no mundo. Localizada na Rua dos Andradas, no centro de Porto Alegre, a Hamburgueria 1903 é ponto certo de en-contro para tricolores e amantes da história de um dos principais times brasileiros. Recentemente, a Arena tam-bém ganhou uma loja, assim como uma cafeteria.
O cardápio, assim como a decoração, que faz diversas referências ao passado e presente do Grêmio, com camisas oficiais e réplicas de troféus nas paredes, é totalmente te-mático. Entre os sanduíches há nomes como Banguzinho, Copero, Libertador, Hambúrguer 1903, Mundial, Monu-mental, América e Inacreditável. Fazem também parte do cardápio da hamburgueria um lanche infantil e três tipos de saladas. Os valores dos sanduíches variam entre R$ 5,90 a R$ 24,90, os sócios do clube têm descontos de 5% a 10%.
De acordo com a direção do Grêmio, em dezembro, a pri-meira franquia longe do Rio Grande do Sul da Hamburgue-ria 1903 será inaugurada em São Paulo. A loja funcionará no Faria Lima Food Plaza, o primeiro container mall de alimen-tação do Brasil, e também será a primeira da rede no forma-to express. Serão 90m² de área total, sendo 20m² somente de container, e 70m² de deck que irá compor a área de convivên-cia e alimentação da nova loja. “São Paulo, além do aspecto relacional, pelo grande contingente de gaúchos e gremistas, torna a Hamburgueria um importante elemento estratégico para a exposição e a consolidação da marca do clube no ce-nário nacional”, afirma a diretoria.
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Com visual retrô, a hamburgueria Moreira,
de Caxias do Sul, é referência na Serra
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pelo mundo
IATES SE TRANSFORMAM EM ILHAS MÓVEIS
A empresa austríaca Migaloo Private Submarines lançou um novo conceito de iates: é a ilha motorizada Kokomo Ailand. A estrutura tem 117 metros de
largura, 80 metros de altura e oito motores, que permitem
que ela se desloque a uma velocidade de 14,5 km por hora.
A decoração inclui coqueiros, jardins verticais e cachoeiras. A ilha ainda possui diversas
piscinas, área para churrasco, bares, clubes e academias de
praia, spas, salões de beleza, salão de jantar subaquático, estação
para alimentar tubarões, cinema e heliporto. Os compradores
podem customizar a decoração, o tamanho e o formato de cada
área. A suíte principal fica localizada na torre mais alta da embarcação e conta com uma banheira de hidromassagem e uma vista privilegiada do horizonte. O acesso à sala
pode ser feito por meio de dois elevadores. A empresa que
produz a ilha não revela o preço, que pode variar de acordo com as
escolhas do cliente.
CUIDANDO DA SAÚDE EM QUALQUER LUGAR O tradicional diagnóstico médico feito somente nos consultórios pode estar ficando para trás. Isso porque a iniciativa Semeoticons, formada por uma equipe de cientistas europeus de onze grupos de pesquisa diferentes, está desenvolvendo um espelho capaz de diagnosticar diversos problemas de saúde. O “espelho-doutor”, batizado de Wize Mirror, possui uma série de câmeras multiespectrais, sensores e scanners 3D posicionados atrás do vidro. Assim, é possível analisar a pessoa com informações adquiridas através de diferentes cumprimentos de ondas eletromagnéticas. Enquanto a luz verde serve para checar o fluxo sanguíneo e a oxigenação do rosto, a luz
ultravioleta mede os níveis de glicose – fator importante no diagnóstico de diabetes e cataratas. Os estudos estão no seu segundo ano e devem ser concluídos em 2016. No entanto, não há previsão para a comercialização do produto.
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es SELFIES COMO SENHAS PARA CARTÕES Nos Estados Unidos, a Mas-
terCard está testando novas formas de aprovar as compras online. A ideia é substituir as senhas numéricas por selfies. Quando os consumidores estive-
rem comprando pela internet e chegarem no ato do pagamento, eles só terão que posicionar o celular diante do rosto, olhar para a câmera e piscar os
olhos uma vez. Esse movimento impedirá que qualquer pessoa utilize uma foto do usuário. O novo programa funcionará somente através do aplicati-
vo da MasterCard e também permitirá o reconhecimento por impressões digitais. Inicialmente, apenas
500 clientes terão acesso à tecnologia. Caso o usuário seja
um dos selecionados, o app perguntará se ele prefere usar a digital ou o reconhecimento
facial e recolherá a imagem da opção escolhida. Além disso,
a empresa está investindo em testes para utilizar o tom de voz
e os batimentos cardíacos dos usuários como senha.
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Dentre as alterações Do pacote aprovado no Rio Grande do Sul está o aumento do Imposto devido nos casos de sucessão e doação em vida, o chamado ITCMD. A alíquota anterior, para o caso de doação, era de 3%. Já na hipótese de transmissão via sucessão (causa mortis), a alíquota aplicada era de 4%.
Como se sabe, a aprovação da Lei 14.741, de 24 de setembro de 2015, alterou esse cenário. Restabelecendo a sistemática da progressividade, fixou alíquotas que variam de 0% a 6% – nos casos de transmissão causa mortis – e de 3% ou 4%, nas hipóteses de doação. Para se ter uma ideia, a alíquota de 6% (causa mortis) atingirá quinhões avaliados acima de R$ 774.000 (conforme o valor da UPF de 2015). Já a alíquota de 4%, aplicável nas doações, abrangerá todas as operações que ultrapassassem R$ 150.000.
Além de observações de ordem prática – antecipar a transferência do patrimônio em vida ficou ainda mais em conta do que aguardar o derradeiro desembarque dessa
para melhor –, a alteração promovida aumenta em até 50% a carga tributária anteriormente estabelecida. Não fosse suficiente, está sendo discutida modificação do texto constitucional para criação do IGHD: Imposto (federal) sobre Grande Heranças e Doações, com alíquotas de até 20%.
É fato que a tributação das heranças do Brasil é uma das mais baixas do mundo. Mas isso decorre do modelo tributário criado, que sobrecarrega o consumo (IPI/ICMS/Pis/Cofins/ISS). Noutros países, a carga tributária sobre o consumo é menor e compensada com a oneração fiscal do patrimônio. Enquanto o PIB brasileiro crescia, não se questionava o avanço fiscal sobre o patrimônio.
Ocorre que a recessão no Brasil arrasta a arrecadação, pois diminui o consumo e a alta carga tributária sobre ele incidente. Isso faz com que o Governo comece a dispensar atenção especial ao patrimônio – sem, contudo, desonerar o consumo. O Estado brasileiro, além de sócio, corre o risco de ser nosso principal herdeiro.
Rafael PandolfoConsultor tributário da Fecomércio-rs
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Fisco: sócio e herdeiro
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monitor de juros mensal
O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de
crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras.
O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira
semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis
modalidades de crédito à pessoa jurídica.
Capital de Giro Com prazo até 365 dias
Cheque espeCial
anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito
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Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias
Conta Garantida
desConto de Cheques
Na modalidade de capital de
giro com prazo até 365 dias, após
oscilar no mês passado, a taxa média
de concessão do Citibank retomou o
primeiro posto em outubro. Entre os
bancos de maior abrangência,
Banco do Brasil e Santander apresentam
as taxas de juros médias mais baixas
da modalidade, enquanto o Bradesco
registra a maior média de concessão.
Na modalidade de cheque
especial, a taxa média de
concessão do Banrisul seguiu
em elevação em outubro,
porém mantém o primeiro posto
com boa distância dos outros
bancos. Nesse mês, também é
possível destacar as elevações
mais consistentes nas taxas de
juros médias da Caixa e do
Banco do Brasil.
Na modalidade de
antecipação de faturas de
cartão, a taxa média de
concessão do Banco Safra
permanece como a mais
baixa em outubro, seguida
pela do Santander. O Itaú, por
sua vez, se mantém no último
posto da modalidade.
O Citibank permanece com
alguma folga na primeira
colocação da modalidade
de capital de giro com
prazo acima de 365 dias em
outubro. Entre os bancos de
maior abrangência, a Caixa
registra a menor taxa média de
concessão em outubro, estável
em relação ao mês passado.
Na modalidade de conta
garantida, a taxa média de
concessão do Citibank registrou
elevação em outubro, no entanto
se manteve como a mais baixa.
Entre os bancos de maior
abrangência, o mês foi marcado
pela estabilidade tradicional de
taxas, à exceção do Santander,
com alguma redução.
Na modalidade de desconto
de cheques, o Banco Safra se
mantém com a média de
concessão mais baixa em outubro,
seguido por Banrisul, cuja média
permaneceu estável em relação
a setembro. Com tendência tênue
de elevação em sua taxa média,
o Santander passou para a quarta
posição do ranking no mês.
1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito efinanceiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, elas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre elas3) Período de coleta das taxas de juros: 1o/10/2015 a 7/10/2015.
Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
seT
2,17
1,84
–
2,30
2,33
2,68
2,73
2,66
2,10
seT
7,71
9,86
9,79
10,46
11,00
10,66
12,66
13,03
seT
1,99
2,81
2,91
3,21
3,27
3,77
seT
1,48
1,73
2,17
2,25
2,30
2,49
2,39
2,37
1,96
seT
2,08
2,64
2,66
2,74
3,41
3,14
4,88
9,42
Citibank
HSBC
Banco do Brasil
Santander
Itaú
Banrisul
Caixa
Bradesco
Banco Safra
Banrisul
Banco Safra
Caixa
Itaú
Bradesco
Banco do Brasil
HSBC
Santander
Banco Safra
Santander
Banco do Brasil
HSBC
Bradesco
Itaú
Citibank
HSBC
Caixa
Santander
Banrisul
Bradesco
Itaú
Banco do Brasil
Banco Safra
Citibank
Banrisul
HSBC
Banco do Brasil
Santander
Itaú
Bradesco
Banco Safra
Banco Safra
Banrisul
Caixa
Santander
HSBC
Banco do Brasil
Itaú
Bradesco
ouT
1,55
1,86
2,18
2,25
2,37
2,56
2,64
2,71
3,40
ouT
8,05
9,91
10,83
10,90
11,63
11,95
12,67
13,04
ouT
1,77
2,44
2,72
3,13
3,30
3,74
ouT
1,60
1,97
2,16
2,41
2,49
2,50
2,57
2,65
2,86
ouT
2,54
2,62
2,62
2,63
2,97
3,32
4,84
6,90
ouT
2,07
2,34
2,77
2,80
2,84
3,02
3,21
3,28
seT
2,13
2,34
2,72
2,62
2,87
3,18
3,30
3,18
É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomados com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.
/ outubrO 2015
50
Nov
embr
o 20
15
127
DICAS DO MÊSlivro
SenSível e chocante Indicado a melhor filme e vencedor de melhor roteiro original no Oscar de 2014, Ela
conta a história de Theodore, um escritor solitário que se apaixona por um Sistema Operacional (SO) chamado
Samantha, em uma Los Angeles futurista. Theodore é interpretado por Joaquim Phoenix, e Scarlett Johansson dá a sua voz a Samantha. Theodore está se divorciando
quando adquire Samantha, e, conforme ele aprende a lidar com a perda de sua esposa e o afastamento de sua filha, se
aproxima do SO, tornando-se cada vez mais íntimo daquela voz sedutora e cheia de razão. Ela é um filme que mistura
ficção científica e romance, e acaba por fazer o espectador acreditar que se apaixonar por
uma máquina é possível.
aplicativo
film
e
Ficha técnicaTíTulo: Alexandre Herchcovitch 1:1
AuTor: Fernanda Young e Charles Cosac
EdiTorA: Cosac Naify
Ano: 2015
Ficha técnicaTíTulo: Ela
gênEro: Romance
dirEção: Spike Jonze
durAção: 126 minutos
BonS inveStimentoS em um clique Quer ter maior acesso a melhores investimentos na ponta dos dedos? O app Renda Fixa traz ao
usuário uma maneira mais simples de consulta e pesquisa de inves-timentos em renda fixa em diversas corretoras cadastradas. Assim,
o cliente pode comparar oportunidades diferentes de investimentos reais e encontrar a opção que melhor se encaixa com o seu perfil, agilizando o
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usuários, na qual é possível interagir e tirar dúvidas
com outras pessoas. O Renda Fixa é gratuito e está disponível para os sistemas
Android, iOS, Windows Phone e Facebook App.
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traBalho a 22 mãoS Brincan-do com o conceito de entrevista One
on One (mano a mano, em tradução li-vre), o livro Alexandre Herchcovitch
1:1 traz uma entrevista nua e crua sobre a vida e carreira do estilista brasileiro. Apesar de intimista, as perguntas foram um trabalho em
equipe: ao todo 11 pessoas diferentes questionaram Herchcovitch. Por 320 páginas, o leitor encontra não apenas
a efeméride de Herchcovitch, mas também parte da história da moda
no Brasil, a sua evolução e como aconteciam as coberturas de desfiles, quem eram as modelos e até mesmo como a imprensa tentava entender e retratar o trabalho de Alexandre. Além da entrevista com mais de 50
perguntas, o livro também conta com um material fotográfico riquíssimo
de 150 fotos, curado durante um ano e meio pelo assistente de Alexandre Herchcovitch, Daniel Raad. O acervo traz, além de fotografias de desfiles e eventos nos quais o estilista expôs as suas coleções, desenhos e croquis
inéditos dele, peças únicas de clientes e reportagens nas quais
Alexandre foi pauta.