Entrevista o jornalista e escritor alexandre teixeira fala sobre como a felicidade impacta na produtividade
planejamento como o empresário pode preparar
a sua aposentadoria
equipes ações simples que ajudam no engajamento
dos funcionários
as empresas que acharam rotas próprias para escapar da crise
dez passos a importância da gestão de marcas e dicas para
a sua implementação
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oRevista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul
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Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac
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luiz carlos bohn
SaídaS para a criSe
DentRe inSeguRançaS PolíticaS, jurídicas e econômicas que o novo governo enfrenta, a crise fiscal desponta como um dos maiores desafios da atualidade. Urge que a equipe econômica busque soluções para resolver o rombo fiscal do país, cujo déficit é de R$ 170,5 bilhões para este ano. As primeiras ações do novo governo já foram positivas, podem melhorar a trajetória das contas públicas.
O crescimento da dívida pública é uma das principais preocupações no âmbito econômico. E a palavra-chave para superar este problema é austeridade, traduzida por medidas enérgicas de contenção em gastos públicos. A reforma no sistema previdenciário, há muito tempo ultrapassado, ajudaria neste quadro.
Restabelecer uma trajetória sustentável para a dívida é um desafio, mas o aumento de tributos é uma saída inconsequente para a atual crise e desconectada da realidade, pois o Brasil já possui uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo. Demasiados impostos e juros elevados estrangulam a economia e são incompatíveis com a acentuada queda do PIB. Precisamos
justamente do oposto – uma reforma tributária com redução e simplificação dos impostos, facilitando as atividades empresariais e refletindo positivamente para a sociedade. Em vez de onerar ainda mais as empresas e os consumidores, o que deve ser levado a cabo é uma mudança estrutural na administração pública.
Enquanto a Fecomércio-RS vigia e cobra os três poderes em nome das mudanças de que o país genuinamente necessita, as empresas do setor do comércio de bens e de serviços têm que elaborar e colocar em prática novas estratégias para enfrentar o tão adverso cenário econômico. Se adaptar, apertar o cinto, reavaliar o contexto econômico e o mercado consumidor, focar em um nicho ou diversificar, o que é mais importante neste momento? Quais são as práticas que estão dando certo? Com exemplos de empreendimentos de diferentes setores, a reportagem especial desta edição mostra como o comércio gaúcho está nadando contra a maré e criando soluções para driblar a crise. É uma inspiração sobre estratégias para reverter perdas ou até mesmo preveni-las. Boa leitura!
especial / gestão
revista bens & serviços / 135 / julho 2016
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Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente
responsável da matéria-prima florestal.
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Sobre / Silêncio
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Silêncio
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O silêncio, o que é o silêncio?– perguntei ao mestre. – Uma floresta cheia de ruído.“
Casimiro Brito Poeta português
Em um mundo ondE o indivíduo é prEssionado
para sE mantEr conEctado E rEcEbE cada vEz
mais Estímulos por todos os lados, como ouvir
a sua própria voz Em mEio a tantos ruídos?
sEparar momEntos para o ócio é, ao contrário
do quE sE imagina, muito Eficaz na solução dE
problEmas E no incEntivo da criatividadE
”“Lembro-me ainda de que eu e esse velho ficamos em silêncio durante um tempo. Naqueles lugares o silêncio não suscita qualquer embaraço nem é um sinal de solidão. O silêncio é, tanto quanto a palavra, um momento vital de partilha de entendimentos. Estávamos numa
dessas pausas quando ele me perguntou:— O senhor não sabe falar nada de xi-djaua?— Nem uma palavra, Saide.— Está a ver a diferença entre nós?— Estou, sim. Nós falamos diferente.— Não, o senhor não está a ver. A diferença entre nós não está no que falamos. A diferença está em que eu sei ficar calado em português e o senhor não sabe ficar calado em nenhuma língua.”
mia Couto, em E se Obama fosse africano?
“Devemos adotar o silêncio proati-
vo. Quando recebemos rejeições ou
críticas, calamos por fora e abrimos
o leque da mente por dentro. Per-
gunte-se quem o ofendeu, por que o
atacou. Devo ser escravo da opinião
dessa pessoa? Quando fazemos esse tipo de silên-
cio, temos a chave para nos tornarmos protagonis-
tas de nossa história. Não é um silêncio subserviente
ou tímido, mas útil para dar respostas inteligentes
em situações importantes. É preciso encontrar den-
tro de si uma quietude para trabalhar as enormes
perdas, para não desistir da vida e escrever os
capítulos mais importantes de sua vida.”
augusto Cury, psiquiatra e autor de livros sobre
desenvolvimento emocional
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TST anula punição por não preen-
chimenTo da coTa de deficiência
O Tribunal Superior do Trabalho rever-
teu decisão que punia uma empresa
por não preencher cota de pessoas
com deficiência. Para o relator da
Seção de Dissídios Individuais (SDI-1),
ministro João Batista Brito Pereira, ficou
claro que a empresa se esforçou para
preencher o percentual, mas não ob-
teve sucesso. De acordo com o artigo
93 da Lei 8.213/91, empresas com
100 ou mais empregados são obriga-
das a preencher de 2% a
5% dos seus cargos com reabilitados
e pessoas portadoras de deficiência.
O percentual varia de acordo com o
número de funcionários.
o setor brasileiro de entretenimento e mídia crescerá mais do que a mé-dia global até o fim da década, segundo aponta pesquisa da consultoria PwC. De acordo com o levantamento, o segmento vai atingir o cresci-mento de 6,4% ao ano até 2020, alcançando um faturamento anual de US$ 48,7 bilhões até o fim do período. Os três maiores catalisadores de crescimento percentual serão voltados para o ciberespaço: a publicida-de na internet crescerá em 14,6%, seguida pelo setor de games, figuran-do em 11,3% de aumento, e o acesso à internet (que inclui assinaturas
de pacotes de internet e compras de dados) terá um acréscimo percentu-al de 9,2%. A maior parte dos acessos à rede será por smartphones – se hoje eles são 49% dos celula-res brasileiros, até o final da década serão 77% dos aparelhos móveis.
EntrEtEnimEnto crEscE mais no Brasil do quE no mundo até 2020
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Espaço sindical
roTa TuríSTica pede apoio ao SindilojaS de
BenTo GonçalveS Os representantes das rotas
turísticas da Serra gaúcha se reuniram com
o Sindilojas Regional Bento para contestar a
obrigatoriedade do fechamento do comércio
em alguns feriados, uma vez que algumas das
datas são altamente rentáveis para os lojistas.
roTeiro de paleSTraS reúne lojiSTaS de
SanTa roSa e reGião O Sindilojas de Santa
Rosa realizou, de 18 a 20 de maio, um ciclo de
palestras para levar conhecimento, formação e
informação aos seus associados. Entre as cida-
des abrangidas estavam Alecrim, Porto Lucena
e Tucunduva.
repaGinação da Sede do SindilojaS
uruGuaiana é apreSenTada Em maio, foi
apresentada a conclusão das obras de
reforma da sede do Sindilojas Uruguaiana.
O espaço recebeu sala de reuniões para
apresentações, sala de trabalho com wi-fi e
sala de treinamentos, além de um ambiente
externo para confraternizações.
Sincomércio paSSo fundo realiza enTre-
Ga de módulo da Bm O Sincomércio Passo
Fundo entregou em maio a revitalização do
Módulo I da Brigada Militar. De acordo com a
associação, este módulo é muito importante,
pois abriga o efetivo da Brigada Militar e da Bike
Patrulha, dando um ponto de referência para a
comunidade de Passo Fundo e região.
SindiGêneroS-rS comparece à reunião da
cBcGal A Câmara Brasileira do Comércio de
Gêneros Alimentícios realizou, em 9 de junho,
na sede da CNC, em Brasília, a primeira reunião
do ano com os varejistas do comércio de gê-
neros alimentícios.
Brasil ainda tEm os maiorEs juros rEais do mundo ao optar em manter o índice da taxa Selic, que atualmente está em 14,25%, o Brasil con-tinua na liderança mundial na taxa de juros reais, segun-do ranking formulado pela Infinity Asset Management. O primeiro lugar é folgado: o Brasil registra 4,55% no cálculo que desconta dos juros nominais a inflação do último ano, quase um ponto percentual na frente do segundo colocado. Após o Brasil vem a Rússia, com 3,45%, a Indo-nésia (3,31%), a Polônia (2,53%) e a China (2%). A projeção também é desanimadora: para o próximo ano, espera-se que a taxa suba 7,54%, mantendo o campeonato de juros.
SimpleS nacional com novaS delimiTaçõeS Em 1º de julho, o
Certificado Digital passou a ser obrigatório para as empresas com
mais de cinco empregados que aderiram ao Simples Nacional,
segundo a nova Resolução CGSN nº125. Também conhecido como
Identidade Digital, o documento será exigido para o envio de infor-
mações trabalhistas, fiscais e previdenciárias por meio da GFIP e do
eSocial. A resolução alcançará as empresas com mais de três em-
pregados em 2017, e os contadores e empresas devem se certificar
e estarem atentos ao cronograma e à validade do certificado de
maneira que ele ainda esteja vigente para o envio das informações.
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dig
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ros-
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classEs sociais são atingidas dE difErEntEs manEiras pElo paísSegundo um estudo da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep), a crise econômica e política brasileira tem sido responsável por uma grande movimentação nas classes sociais em todo o país. A fatia social que mais perdeu domicílios, cerca de 533 mil no último ano, foi a B2 (que possui renda média de R$ 4,9 mil), enquanto a categoria C1 (com rendimento de R$ 2,7 mil) encolheu em mais de 450 mil famílias. Em consonância, as classes mais baixas parecem ter um incremento no momento. Na faixa de renda C2 (renda média de R$ 1,6 mil), houve um aumento de 653 mil domicílios, enquanto as famílias das classes D e E (com renda de R$ 768) aumentaram em 260 mil famílias.
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três pErguntas
Rômulo Tevah é bacharel em
contabilidade (Ufrgs) e especialista em
Engenharia da Produção e em Inovação
(UPF). Com 15 anos de experiência
no varejo, há 4 anos é consultor de
empresas. Tevah é sócio fundador da Bonsai
Consultoria, que atua com soluções de gestão de
inovação para micro e pequenas empresas.
como a conecTividade aTual pode Trazer o
conSumidor para maiS perTo da empreSa? Anti-
gamente, o acesso do cliente às empresas se dava
apenas por meios de comunicação, como televisão
e rádio, que têm investimentos inacessíveis para a
maioria das empresas. Com a popularização da inter-
net e das redes sociais, a distância entre as empresas
e os seus públicos ficou menor. É preciso planejamen-
to e pessoas preparadas para aproveitar e conectar-
se aos clientes e ser efetivo nos resultados.
de que maneira podemoS TranSformar oS eSTaBe-
lecimenToS em um aGenTe Social, ulTrapaSSando
aS BarreiraS de um SimpleS ponTo comercial?
Todo empresário precisa lembrar que seu negócio
está inserido em um meio social e se serve dele para
atingir seus resultados. Nesse contexto, é imprescin-
dível ter em mente que toda empresa é também
um agente social. Para irmos além do nosso ponto
de venda e entregarmos à sociedade mais do que
produtos ou serviços, precisamos entender as necessi-
dades do meio em que estamos inseridos.
como fidelizar oS clienTeS em TempoS de criSe?
O maior inimigo do próprio negócio é acreditar que
não precisamos conhecer nosso cliente e que nosso
produto ou serviço se vende sozinho. Para fidelizar
nosso cliente, é necessário, primeiro, saber quem ele
é, ter informações sobre ele e seus gostos. O segundo
passo é respeitar a privacidade desses dados e usar
isso como forma de proporcionar a ele facilidades e
comodidades no relacionamento com a empresa.
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mEis aumEntam Em 21% Em um anomesmo em meio à crise econômica, o brasileiro não abria tantas empresas como no primeiro trimestre de 2015 desde o ano de 2010, segundo apontam dados do Serasa Experian. E os Microempreendedores Individuais (MEI) são os responsáveis por este boom, pois correspondem a mais de 80% dos empre-endimentos registrados. Segundo levantamento do Portal do Empreendedor, houve um acréscimo de 21% de formalizações no período do último ano. Os principais fatores para o au-mento são relacionados à facilidade e a benefícios do progra-ma, pois para se tornar um MEI não é necessário contador e os inscritos recebem um CNPJ, contribuem com a Previdên-cia Social, emitem notas fiscais eletrônicas e o imposto pago não é sobre o faturamento.
EnErgias rEnovávEis Em voga de acordo com o relatório Re-newables 2016 Global Status Report, as fontes de energia re-novável cresceram considera-velmente no ano passado. Se-gundo o levantamento, a causa deste movimento é que, pela primeira vez na História, os países emergentes superaram os mais ricos em investimentos na área. Os investimentos em energia eólica, solar e hidroelétrica foram avaliados em mais do que o dobro do valor empregado em novas usinas de carvão e gás, de acordo com o REN21. E este movimento em benefício do meio ambiente também só foi possível devido à redução dos custos de fontes de energia renováveis. O Bra-sil, apesar de não estar entre os países mais engajados com a causa, obteve o destaque por ser o segundo maior investidor em energia hidroelétrica, de biodiesel e etanol, e o quarto em energia eólica. Também somos o terceiro país com a maior capacidade de geração de energia renovável, se considerar-mos a fonte hidrelétrica, atrás apenas da China e dos EUA.
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SorriSoS que paGam a compra
Para inserir um novo enxaguante bucal para branqueamento dos dentes com força no mercado italiano, a Listerine instalou um conversor de sorrisos em 100 pontos de venda do produto, distribuídos pelo país. A máquina utilizou um dispositivo de reconhecimento facial, medindo assim o sorriso dos participan-tes. Contudo, quanto maior a porcentagem de brancura dos dentes, menor o desconto – ou seja, utilizando o slogan da própria campanha, quanto mais você precisa, menos você paga pelo produto. Após calcular o sorriso da pessoa, o conversor emitia um cupom de descontos para levar o Listerine mais barato. Em um mês de vigência da ação, foram mais de 115 mil pessoas sorrindo nas máquinas em toda a Itália. Assinada pela JWT italiana, a campanha transformou 78% das interações com o conversor em compras, fechando quase 90 mil vendas em um mês.
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dEsEmprEgo mostra lEvE quEda, mas ainda prEocupafoi registrada uma queda de demissões entre os pequenos negócios, segundo da-dos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência Social. A ge-ração de vagas neste segmento fechou em um saldo negativo de 10,5 mil vagas, aumentando quase quatro vezes, se comparado com o mês anterior. Se observarmos o índice de geração de empregos pelas empresas de médio e grande portes, as menores ainda oferecem 5 vezes mais vagas. Con-tudo, segundo pesquisa trimestral do ManpowerGroup, a expectativa de emprego para o fechamento do terceiro trimestre aponta para uma porcentagem de -15%, o índice mais fraco da história da pesquisa.
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SuperSimpleS é alTerado pelo
Senado O texto-base do projeto
de lei que altera os valores de
enquadramento do Simples Na-
cional, o Supersimples, recebeu
aprovação pelo Senado.
O projeto foi estipulado com
base em pedidos de mudanças
feitos por governadores estaduais,
frente ao rombo com a queda
de arrecadação de receitas. Pelo
texto aprovado, o teto para o
enquadramento do Supersimples
das empresas de pequeno porte
passa de R$ 3,6 milhões para
R$ 4,8 milhões. Outra alteração
foi o pagamento do ICMS e do
ISS por fora da guia do Simples
Nacional, na parte da receita
bruta anual que exceder
R$ 3,6 milhões. Para completar,
o projeto prevê mudanças no
enquadramento como microem-
preendedor individual, aumentan-
do o limite de receita bruta anual
para R$ 72 mil.
govErno fEdEral lança pEc para diminuir gastos púBlicos visando à redução de renda pública desperdiçada, o governo federal apresentou em junho uma PEC que limita o aumento do gasto público à variação da inflação. A proposta é que a fixação do teto para os gastos tenha validade para os próximos 20 anos, a partir de 2017. Pela medida, haverá um reajuste dos gastos públicos to-tais, baseando-se na inflação oficial do ano anterior. A proposta agora passa para o Congresso Nacional, que poderá realizar alterações em 60 a 90 dias. De acordo com o projeto do governo, no primeiro ano de vigência, o limite de gastos totais equivalerá à despesa paga no ano anterior corrigida pela inflação daquele ano.
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tendências
à identidade de gênero e à questão da sexuali-dade e dos papéis sociais no Brasil. A inclusão destes assuntos na agenda política e social leva massa crítica ao debate público, e as redes sociais ajudam a tornar visíveis diferentes discur-sos e reivindicações. Com o ativismo, surge um novo momento para o feminismo e para a discussão de direitos da comunidade LGBT. Após hashtags colocarem o machismo e o assédio sexual em pauta, como #meuprimeiroassedio e #meuamigosecreto, o es-tarrecedor caso de estupro coletivo no Rio de Janeiro multipli-cou discussões sobre violência sexual e cultura do estupro.
Como consequência, novos comportamentos e códigos mo-rais passam a afetar a sociedade. Na pesquisa O Novo Mundo Pós-Gênero – Os Códigos Emergentes na Comunicação das Marcas, Juliana Tigre, Maíra Berutti e Raquel de Oliveira Siqueira, consultoras
O cenáriO é de ebuliçãO na discussãO dOs temas ligadOs
ovos comportamentos
passam a afetar a sociedade,
incluindo marcas e relação
com o consumidor. as
empresas devem definir o seu
posicionamento e trabalhá-
-lo interna e externamente
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texto laura schenkel
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da MC15, estudaram questões ligadas à sexualidade e a gênero em relação ao consumo e às marcas. “Há um descortinamen-to de várias questões, que são multiplicadas com a internet. E um debate acaba reforçando o outro. Ideias que eram encara-das como naturais são consideradas inaceitáveis. Não é retó-rica. Começou a ferir as pessoas”, analisa Raquel, professora da USP. “Saímos de uma visão binária para um contexto mais complexo, com uma série de possibilidades de combinação em relação a gênero e sexualidade”, acrescenta Maíra, publicitária pós-graduada em Pesquisa de Mercado em Comunicações.
Três passos para se posicionar
Dados a complexidade e o potencial revolucionário do mo-mento, as marcas já não podem mais desconsiderar gênero. O posicionamento é necessário e não pode se limitar à comuni-cação: precisa ser trabalhado internamente, nas diversas esfe-ras da companhia. As marcas devem, primeiro, reconhecer as mudanças quanto a papeis de gênero, aponta Juliana, graduada em Marketing. “O momento atual é de muita reivindicação, e as pessoas querem ser bem tratadas e reconhecidas”, reitera. O segundo passo é entender em profundidade o que isso im-plica para, num terceiro momento, ter um posicionamento em relação ao tema e colocá-lo em prática na própria empresa.
A busca de informação deve nortear esse trabalho. Há muito material disponível na internet e coletivos organiza-dos que estudam esses assuntos. Um deles é a Freeda, que nasceu em evento de desenvolvimento de software em 2014. A equipe resolveu criar um aplicativo para que as pessoas pudessem avaliar estabelecimentos públicos e privados de acordo com o respeito à diversidade sexual e de gênero e, então, converter as contribuições das pessoas em dados pú-blicos. Em um segundo momento, durante a Campus Party Brasil, o time percebeu a importância de um projeto de qua-lificações dos estabelecimentos e certificação por meio de um selo, até então avaliado como secundário.
O Selo Espaços de Diversidade é exibido hoje por 26 esta-belecimentos privados e órgãos públicos em diversas cidades, incluindo Gravataí, Porto Alegre, Recife e Uruguaiana. Todos passaram por um curso de formação da Freeda, que leva em média oito horas e aborda conceitos básicos de gênero e se-xualidade, história dos movimentos feministas, situação das pessoas transexuais e travestis no Brasil, questões jurídicas e
trabalhistas, marketing e redes sociais. Interessados podem se cadastrar para as próximas edições pelo site www.freeda.me. Paralelamente, o grupo busca voluntários para dar prossegui-mento ao app. Atualmente, a Freeda é formada por Bárbara Arena, webdesigner, Gabriel Galli, jornalista, Guilherme Ferrei-ra, assistente social, e Patrícia Becker, advogada.
Parte da equipe do café Delícias Doce, de Uruguaiana, atra-vessou o Estado para fazer o curso. Tornaram-se uma referên-cia no respeito à diversidade sexual na cidade. “Aprendemos muito e melhoramos o atendimento. Várias pessoas nos procu-raram e viram que não ficamos só no discurso. Aplicamos esse aprendizado. Assim, ganhamos muitos clientes”, diz Annelise Borges Jardim, filha do proprietário.
Dentro das empresas, agregar os colaboradores no debate pode ajudar a determinar como a companhia vai definir ques-tões de contratação ou promoção. “As mulheres ainda tem pos-sibilidades muito limitadas no mercado de trabalho. Devemos olhar para dentro de casa e pensar em políticas para tentar reverter esse quadro, que pode estar segregando um grupo ou outro”, explica Maíra. No que concerne à comunicação e à in-teração das marcas, as pessoas querem ser respeitadas e reco-nhecidas como um igual, mas não querem que sejam negadas ou anuladas as suas diferenças, conclui o estudo da MC15. A ta-refa, com certeza, é complexa, mas as empresas que vencerem este desafio terão considerável vantagem competitiva.
para respeitar a diversidade
Confira algumas dicas da Freeda:
Orientar os atendentes a não tratar as clientes por “meu
amor”, “meu anjo” ou outras formas inadequadas para a
relação entre estabelecimento e frequentadoras. isso vale
também para empregadores e funcionários.
chamar as pessoas transexuais e travestis pelo nome em
que elas se reconhecem e pelos pronomes de acordo com
a identidade de gênero da pessoa.
não negar o acesso ao banheiro que a pessoa desejar acessar.
não permitir situações de abusos de poder entre os funcio-
nários em relação às funcionárias, piadas machistas, sexis-
tas ou lgbtfóbicas
não discriminar funcionárias e funcionários em relação ao
gênero, como pagar salários distintos para cargos iguais
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Gestão de marca
Relacionamento de valoR
A o fundamentar uma empresa no mercado, os fundadores precisam
antever que posição querem ocupar no mundo. conforme as novas
tendências de marketing, as grandes companhias perceberam a
necessidade de avaliar não apenas a quem e por que querem vender,
mas também quais valores querem transmitir para os seus consumidores.
como aproximar esta nova cultura para a realidade do dia a dia?
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Deixe seus objetivos bem claros
Uma boa gestão de marca começa por um posicionamento claro e definido, afirma
o professor de marketing da ESPM-Sul, Genaro Galli. Ou seja, a empresa precisa definir
claramente quais as principais associações que deseja que o seu nome provoque. Se
você levanta alguma bandeira social, por exemplo, paute a visão, a missão e os valores
voltados a boas práticas na área.
trabalhe para que toDos saibam Disso
O professor aconselha que a empresa faça questão de gerir todos os pontos de contato
que a marca tenha, trabalhando a partir do posicionamento definido. Pontos de vendas,
mídias, comunicação, produtos, funcionamento administrativo. Todos os âmbitos devem
ser voltados aos pontos que foram traçados previamente. Por exemplo, se a sua empresa
é pró-equidade de gênero, colaboradores de ambos os sexos de uma mesma função
devem receber os mesmos salários.
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agraDe De toDas as maneiras
Abandone a ideia de vender a qualquer custo. O modelo de marketing dos 4Ps
(Produto, Preço, Promoção e Praça) está em declínio, por isso invista em um modelo de
relacionamento de valor com o seu público. Dessa maneira, você agrada a quem precisa,
além de ter um ótimo feedback de mercado. A boa estratégia é a que o consumidor vê;
portanto, acredite que cada expressão da empresa constrói a ideia que se tem dela.
aproxime-se Do consumiDor
As marcas bem-sucedidas comprovadamente desenvolvem bons vínculos emocionais com
os seus consumidores, o que Galli chama de fidelização de público. “Precisamos deixar em
segundo plano o market share (porção de mercado) e nos voltarmos ao heart share (porção
do coração) dos nossos clientes”, revela. Essas marcas atraem a atenção dos consumidores
em geral e conquistam o seu espaço pela preferência popular.
alie economia ao posicionamento
A estratégia de marca nunca esteve tão próxima à estratégia de negócios. Para sobreviver
ao mercado competitivo, é preciso repensar toda uma postura em relação à evolução da
própria empresa: quem somos, o que fizemos e qual o nosso futuro. As marcas vencedoras
são as que conseguem entender as necessidades atuais do consumidor e entregam o
produto que atenda aos desejos do público atual.
FunDamente pela comunicação
É imprescindível estar constantemente em busca de novas ações para manter a gestão
funcionando e em visibilidade. O professor Galli afirma que o primeiro passo é alinhar todos
os fornecedores de comunicação da empresa para que realizem ações de forma sinérgica,
visando à fundamentação da empresa. Releases, notas em mídias sociais e peças
publicitárias, entre outros, devem comunicar o posicionamento de marca proposto.
Gestão de marca10 passos
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gere conteúDo
As mídias sociais da empresa também podem servir para veicular conteúdo – mesmo que
não seja o seu principal objetivo. Falar sobre assuntos relacionados aos seus produtos ajuda a
reforçar o posicionamento de marca. Caso você venda artigos de esporte, publique dicas de
práticas de qualidade de vida. A empresa que trabalha com artigos de beleza pode divulgar
mensagens de incentivo e autoestima. Fale com o seu consumidor, não apenas venda.
aposte nos colaboraDores
Inclua e acredite no potencial do seu colaborador de contribuir com a gestão de marca.
Segundo Galli, o engajamento dos colaboradores é fundamental para que se difunda
o posicionamento da empresa para o grande público. O professor indica que seja feita
comunicação interna constante, além da aceitação de ideias vindas dos funcionários para
que se construa uma empresa melhor e mais fortalecida.
seja transparente
E em casos de conflitos em gestão de marca? Galli afirma que o primeiro passo é se
posicionar e agir com transparência. Se os seus clientes estão tendo problemas com a sua
empresa, escute as suas reivindicações e dê os devidos retornos. O professor afirma que o
monitoramento das redes sociais geralmente sinaliza quando há um comentário negativo, e
este é o momento de ser incisivo e esclarecer todas as dúvidas.
utilize míDias sociais para alavancar
Confie nas mídias sociais como um canal de comunicação. Não tenha medo de se inserir.
Caso não se sinta seguro, contrate alguém especializado para fazer este trabalho. Galli
aponta que pela primeira vez na História é possível ter uma via de duas mãos ao se realizar
publicidade. Agora não fica apenas para a empresa a responsabilidade de veicular seus
produtos – é necessário ouvir o que o consumidor tem a dizer sobre eles.
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O mundO está em mudança. Não há nada muito novo nesta afirmação, porém o que passa, muitas vezes, despercebido é que há necessidade de mudarmos junto. Fica ainda mais em segundo plano a velocidade de realização desta mudança. Se eu mudar mais devagar do que o ritmo das mudanças do mundo, estou atrasado. Se mudar na mesma velocidade, é como se eu estivesse parado. A chave é mudar mais rápido, antecipar. O atual contexto macroeconômico nacional exige muito dos nossos executivos, fazendo aflorar as necessidades de curto prazo. Melhoria do resultado, minimização de perdas, sustentabilidade de gestão, perenidade e sobrevivência. Essas são palavras de ordem.
Quando falamos em coaching, embutimos sempre o conceito de desenvolvimento humano, de autodesenvolvimento. O momento é difícil para falar nisso, pois a tendência é de recolhimento. Há muita gente em busca de oportunidade. Porém, não é o momento de congelar nem de encolher. Quem busca lugar no mercado precisa se especializar no que se mostra importante como negócio. A sustentabilidade ganhou lugar de destaque, por exemplo.
O que era tradicional talvez não funcione mais. Há necessidade de se reinventar, o que implica sair da zona de conforto.
Quem está empregado precisa continuar produzindo bem, pois quem se fecha pode virar alvo. O indivíduo que fica apático com receio da demissão apenas reforça as razões da empresa para excluí-lo do seu quadro de funcionários. Vamos lá: garra e empolgação. A reflexão é desejada, pois as perguntas do tipo: quais as competências são necessárias para o curto prazo? Como criar novo resultado em vez de minimizar perdas? O que preciso desenvolver para chegar a estes objetivos? Estas perguntas levam ao desenvolvimento.
Tanto o executivo preocupado com o seu desenvolvimento ou o profissional de desenvolvimento humano quanto o profissional de recursos humanos preocupado em desenvolver as pessoas de sua organização devem ter uma visão ampla do coaching. A ideia é que esse olhar possibilite algumas alternativas, que vão desde aplicar as técnicas diretamente, ter conhecimento para saber como e quando montar um projeto de coaching que traga reais benefícios para a organização e mesmo para encontrar um profissional que atenda às suas necessidades. Os profissionais mais valorizados certamente serão os que demonstram criatividade e proatividade. É razoável entender que quem tiver o perfil de intraempreendedor, que trabalha na companhia assumindo o olhar de dono, será valorizado.
Gianfranco MuncinelliCoach e professor do Isae e do FGV management
CoaChing no Contexto de
desenvolvimento humano
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Gerenciando a felicidade
O que nOs faz felizes Ou infelizes nO trabalhO? a fe-
licidade nO trabalhO depende de que fatOres? Não há uma fórmula pronta para a felicidade no trabalho. Dinheiro é um ingrediente indispensável. Há uma in-genuidade de dizer que dinheiro não é importante. En-tretanto, durante muito tempo, o dinheiro foi talvez o único ou o motivador supremo do trabalho. Hoje, este é um dos ingredientes desta receita que é cada vez mais individual. Para algumas pessoas, o ingrediente-chave é o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Para ou-tras, qualidade de vida. Para muita gente, o fundamen-tal para ter felicidade no trabalho é o propósito, ter uma causa, alguma coisa que faça levantar da cama todo dia motivado e disposto a trabalhar porque você acredita que aquilo que você faz tem relevância não só para você, mas eventualmente para a organização onde trabalha e para a sociedade em geral.
nO livrO felicidade s. a., vOcê abOrda pessOas e empre-
sas que estãO criandO ambientes de trabalhO Onde se
persegue a felicidade. que tipO de sOluções essas em-
presas estãO desenvOlvendO? Não tem uma empresa com um ambiente feliz para todo mundo. O grande desafio dessa discussão é você conseguir bons casamentos entre um perfil de pessoas e um de empresas. O Google hoje é uma referên-cia de felicidade no trabalho, em vários países do mundo, e, inclusive aqui no Brasil, está sempre no topo das pesquisas de melhores empresas para trabalhar. Isso quer dizer que o Google é uma empresa muito legal para um determinado perfil profissional, que, em geral, é mais jovem, muito liga-do a tendências de tecnologia. Por outro lado, se você pegar alguém mais conservador, que goste de um trabalho mais estruturado, com horários fixos e mais regras, que prefere ter a sua sala para trabalhar, esse profissional pode traba-lhar no Google e não ser feliz, não se adaptar. É um grande desafio casar pessoas físicas com pessoas jurídicas.
jornalista alexandre teixeira já realizou pesquisas com executivos de diversas
empresas sobre gestão de pessoas. nesta entrevista, o autor de Felicidade S.a.
e de dentro para Fora – como uma geração de ativiStaS eStá injetando
propóSito noS negócioS e reinventando o capitaliSmo fala sobre felicidade
no trabalho e como equipes mais satisfeitas geram melhores resultados
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as empresas precisam abrir mãO da hierarquia? O que
acOntece em uma empresa sem chefes? Não, as empresas não precisam abrir mão da hierarquia para terem ambientes mais felizes, porque tudo depende do perfil de profissional. Para um tipo de profissional, é legal trabalhar em uma empre-sa mais horizontal. Tem outro perfil que precisa de hierarquia, em uma estrutura com chefes e subordinados, com uma linha de comando clara e responsabilidades e grau de autonomia bem definidos. O que talvez todas as empresas precisam fazer é moderar a maneira como essa hierarquia funciona. Hierar-quia que serve para organizar o trabalho, tornar mais claros os processos, o que cada um faz, qual é o grau de autonomia de cada um, se justifica. Já a hierarquia baseada na autoridade que pode descambar para o autoritarismo, no sentido de “eu mando porque sou seu chefe”, já não se justifica.
Os funciOnáriOs, de um mOdO geral, estãO preparadOs
para trabalhar cOm autOnOmia? Não somos preparados em nenhuma esfera da nossa vida para lidar com um ambiente sem nenhum tipo de hierarquia. Desde pequeno, antes de en-trar na escola, você já tem uma hierarquia dentro de casa, seus pais mandam e você obedece, quando entra na escola, tem o professor mandando, e o aluno obedecendo, e assim por dian-te. Todo o nosso modelo mental é formado ao longo da vida para lidar com ambientes hierárquicos. Quando você vai para uma organização que não tem ambiente hierárquico, tem que ter duas coisas para funcionar. A organização precisa ter uma fórmula de gestão de pessoas que prescinda da hierarquia, e o profissional deve ter cabeça aberta e capacidade de gestão grande para se dar bem em um lugar onde não tem alguém
mandando fazer as coisas o tempo todo. Eu passei por uma ex-periência interessante de trabalhar dois dias por semana na 99jobs, empresa abordada no meu livro De Dentro pra Fora, que é super-horizontal, com gestão compartilhada. Foi uma expe-riência bem diferente para quem desenvolveu a carreira em empresas tradicionais com hierarquias claras.
para que serve e cOmO funciOna O índice de felicidade
criadO pelO serasa, citadO em Felicidade S.a.? Foi criado para uso interno da Serasa a fim de medir felicidade no tra-balho. Tem uma máxima da administração de empresa que diz “quem não mede, não gere”. Isso vale para ideia de feli-cidade. Se uma companhia está preocupada em ser um am-biente onde os funcionários podem ser felizes e trabalhar mais satisfeitos, ela precisa medir o índice de felicidade de-les. A Serasa criou um questionário próprio. É muito simples e qualquer organização, independentemente de seu tama-nho, pode fazê-lo. Ele tem três dimensões, uma para avaliar o quanto você está feliz por trabalhar naquela companhia, que mede a sua relação com a mesma, outra sobre o quanto você está feliz por trabalhar no departamento ao qual per-tence, que mede o desempenho da liderança da empresa e o relacionamento com chefe direto. A terceira dimensão é o quanto você está feliz por pertencer àquela companhia, levando em conta a relação dela com a sociedade, que tem a ver com os valores dessa instituição, possivelmente passan-do por sustentabilidade e responsabilidade com a comuni-dade onde está inserida.
Alexandre Teixeira
“Se uma companhia está preocupada em ser um ambiente
onde os funcionários podem ser felizes e trabalhar mais
satisfeitos, ela precisa medir o índice de felicidade deles.”
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O fib é um índice internaciOnal para medir a felicidade,
adOtadO pela Onu. as cidades brasileiras também têm nO-
tas nO fib? O FIB é uma metodologia que nasceu com uma frase de Singye Wangchuck, ex-rei do Butão, nos anos 1970. Um repórter do Financial Times questionou por que o país, embora fosse maravilhoso e atraísse muitos turistas, era tão pobre. E Wangchuck respondeu: “Os ocidentais se preocu-pam muito com Produto Interno Bruto. Aqui, nos preocupa-mos com a Felicidade Interna Bruta”. Com o tempo, a ideia foi transformada em um questionário com nove dimensões, medindo saúde, educação, economia e sustentabilidade, en-tre outros. A ONU adotou a metodologia do FIB, bem como alguns países. No Brasil, a ideia não se disseminou, não tem municípios grandes, estados ou o país usando essa metodo-logia, mas está disponível para quem quiser usar.
a felicidade impacta na prOdutividade? Sim. Há uma série de pesquisas que mostram que tem ganhos de produtividade e resultados financeiros para empresas quando há equipes mais felizes e engajadas. As pessoas mais felizes faltam menos ao trabalho, e quando você derruba o absenteísmo, cresce a produtividade. Equipes com alto nível de engajamento, que trabalham motivadas e felizes, conseguem reduzir acidentes de trabalho em até 50%, pois ganham foco, cometem menos erros e, eventualmente, sofrem menos acidentes.
O que sãO Os negóciOs sOciais? São empresas ou organi-zações que nascem exclusivamente com a missão de resol-ver um problema de ordem socioambiental. Quem criou este conceito foi Mohamed Yunus, conhecido como o banqueiro dos pobres, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz por conta do programa de microcrédito que ele criou em Bangladesh nos anos 1970. A partir deste conceito de negócios sociais, há uma
“As pessoas mais felizes faltam menos ao trabalho, e quando você derruba o absenteísmo,
cresce a produtividade.”
disseminação de modelos diferentes de organizações que tem tal missão. Em geral, elas não visam lucro, embora vocês te-nha diferentes modelos de negócios sociais. Em alguns deles, o empreendedor pode ficar com os ganhos. Em outros, todo o lucro é reinvestido na própria empresa.
cOmO Os pequenOs empreendedOres pOdem tOrnar a
sua empresa uma ferramenta de transfOrmaçãO sOcial? Você pode ter uma empresa que visa ao lucro e já atua em algum mercado e fazer dessa empresa uma ferramenta de transformação social se você dedicar parte da energia do tempo e do trabalho das pessoas para ajudar a resolver um problema de natureza socioambiental.
qual é a impOrtância da igualdade de gênerO nO am-
biente de trabalhO? A importância é enorme. As mulhe-res são aproximadamente metade da população mundial. Quando a empresa não cria as condições para que elas trabalhem e façam parte da força de trabalho, olhando do ponto de vista do interesse das empresas pelos seus re-sultados, é um tiro no pé. Quando ela remunera as mulhe-res de forma inferior à remuneração dos colegas, quando não cria condições para as funcionárias que vão ser mães permanecerem na empresa ou não cria ambientes que atendam às necessidades delas, a empresa está abrindo mão de uma parcela fundamental de sua potencial força de trabalho. É burrice por parte das empresas não criar soluções para absorver uma parcela importante da mão de obra. É uma questão que deveria levar as empresas a repensar as suas políticas para a diversidade de gênero no ambiente de trabalho.
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sindicato
Sindicato do Comércio Varejista de Erechim, atualmente denominado Sindicato do Comércio Varejista do Alto Uruguai Gaúcho – Sindilojas Alto Uruguai Gaúcho. A entidade surgiu a partir da Associação Profissio-nal do Comércio de Erechim e tem como principal função representar e auxiliar os varejistas.
Jayme Luiz Lago foi o primeiro presidente da instituição, que desde então coleciona muitas conquistas para o setor. Hoje representa mais de 4,8 mil varejistas de toda a sua base territorial, integrada por 25 municípios da região. São eles: Aratiba, Áurea, Barão de Cotegipe, Barra do Rio Azul, Benja-min Constant do Sul, Campinas do Sul, Cruzaltense, Ereban-go, Erechim, Erval Grande, Estação, Gaurama, Getúlio Vargas, Ipiranga do Sul, Itatiba do Sul, Jacutinga, Marcelino Ramos, Mariano Moro, Paulo Bento, Ponte Preta, Quatro Irmãos, São Valentim, Severiano de Almeida, Três Arroios e Viadutos.
A compra da primeira sede própria, em 1978, a inaugura-ção da nova sede, em 1987, e a expansão para 24 municípios além de Erechim, em 2002, são capítulos importantes des-
Em 14 dE outubro dE 1960, um grupo dE comErciantEs fundou o
undado em 1960, o
SindilojaS alto uruguai
gaúcho creSceu, Se
eSpalhou pela região e
repreSenta hoje 4,8 mil
varejiStaS de 25 municípioS
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TrajeTória de muiTo Trabalho
Atual gestão promove atividades
em prol do desenvolvimento
econômico e social sustentável
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ta trajetória de 55 anos de atuação. “As nossas conquistas são resultado do trabalho árduo de empresários que, mais do que buscar a prosperidade de seus negócios, batalharam pelo desenvolvimento do setor varejista. Cada presidente foi essencial na sedimentação da trajetória cumprida até aqui. Esse caminho fez do Sindilojas Alto Uruguai Gaúcho uma referência natural em sindicância patronal”, reconhe-ce o atual dirigente, Francisco Franceschi.
O sindicato trabalha com o foco em ações para apoiar os em-presários e fomentar o empreendedorismo regional, sem deixar de lado o desenvolvimento das cidades da região. Desde a sua fundação, atua junto aos poderes públicos nos âmbitos munici-pal, estadual e federal, participando ativamente de comissões públicas de geração de empregos e rendas, de revitalização de áreas comerciais e de desenvolvimento socioeconômico seto-riais. Dentre os serviços oferecidos aos representados estão planos empresariais de telefonia móvel, central telefônica, parceria com engenheiro para elaboração de Plano de Pre-venção Contra Incêndio (PPCI), plano de saúde Unimed para hospitalização, consultas médicas, exames laboratoriais e complementares, cursos e palestras e convênios em odonto-logia e em assessoria e consultoria na área de Segurança do Trabalho. Outros benefícios são monitoramento por câme-ras de segurança, e-commerce, assessoria e consultoria em gestão e a possibilidade de locação de auditório.
falta de participação é obstáculo
A representação direta de seus filiados em questões fiscais, tributárias, negociações coletivas, segurança pública e econo-mia informal é uma das frentes de trabalho. “Entre as nossas principais prerrogativas estão a representação individual ou coletiva dos seus associados perante autoridades judiciárias ou administrativas e promoção de negociações coletivas de tra-balho e solução de dissídios, através da conciliação. Somos o órgão oficial que mantém a harmonia nas relações de trabalho entre patrões e trabalhadores”, acrescenta Franceschi. A dire-toria esbarra em um obstáculo no caminho para seguir qualifi-cando a sua atuação, aponta o presidente: “Percebemos a falta de participação dos associados e representados nas decisões relevantes, bem como o entendimento dos empresários para a necessidade de capacitação, tanto na área gerencial como, e principalmente, no setor de atendimento ao público”.
O Sindilojas Alto Uruguai Gaúcho apoia várias entidades por meio da disponibilização de sua estrutura física, como a Agência de Desenvolvimento do Alto Uruguai, a Escola de Pais, o Observatório Social do Brasil, a Associação dos Contadores, a Delegacia do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Gran-de do Sul e o Sindicatos dos Contadores. “Os mesmos foram selecionados por atenderem toda a região, com foco no desen-volvimento regional, na formação humana e na coordenação e capacitação dos profissionais da região”, explica Franceschi. O desenvolvimento econômico e social sustentável é a principal meta da atual gestão (confira todas no quadro abaixo).
meTas da aTual gesTão
fomentar o desenvolvimento econômico e social sustentável
defender os interesses do setor com ética e independência
desenvolver competências empresariais com visão global
garantir estrutura econômica sólida, a fim de assegurar
sustentabilidade interna e benefícios para o setor
atuar em prol das causas do empresário, do sistema
e da sociedade
Harmonizar a relação entre capital e trabalho
participar na construção do desenvolvimento e
crescimento regional
fomentar unidade nas ações comuns com outros sindicatos
patronais e entidades patronais
disponibilizar informações e fomentar ações de desenvolvimento
das empresas
desenvolver práticas de gestão para busca da excelência
inovar em produtos e serviços
identificar e desenvolver lideranças sindicais e empresariais
garantir recursos tecnológicos necessários e adequados
aos processos
assegurar infraestrutura e competências para atividade sindical
PrinciPais bandeirasgestão pública eficaz
racionalização dos impostos
fortalecimento da representatividade
combate à informalidade
Luta pela longevidade das empresas
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planejamento
na aposentadoria quando já está com uma idade avançada, mesmo no meio empresarial. Aposentar-se não é sair de cena, mas sim mudar de cena, e isso requer preparação financeira e psicológica. De um lado, é necessário adaptar-se a novas rotinas. Ser dono do seu tempo não é tarefa fácil, e transformar tempo livre em ostracismo não deve ser opção para ninguém. Do ponto de vista financeiro, a saída do mercado de trabalho, na maioria das vezes, se associa à queda na renda; por isso, acumular reservas ao longo do tempo é fundamental para manter o mesmo padrão de vida.
Diversas instituições, como a Unicamp, já implemen-taram ou estão implementando programas de preparação
Pesquisas indicam que a maioria dos brasileiros só começa a Pensar
empresário brasileiro
planeja tarde a hora de
pendurar as chuteiras
e deixa de economizar
recursos que podem fazer
a diferença no futuro
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Planejamento de aPosentadoria
©istock.com/tomandsteve
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para a aposentadoria. Eles normalmente têm como foco o trabalhador assalariado, mas o empresário também pode utilizá-los. Ocorre que, no Brasil, as pessoas só pensam no assunto já em fase avançada, quando faltam menos de dez anos para o encerramento das atividades. Segundo a econo-mista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, isso acon-tece por questões culturais e falta de educação financeira. A sociedade valoriza o consumismo, dando mais valor ao hoje do que ao amanhã, e poupar para consumir no futuro se associa a deixar de consumir no presente. Além disso, es-tudos mostram que as pessoas tendem a magnificar perdas a ganhos. Por fim, a aposentadoria se liga a fatores como o envelhecimento, algo que muitos evitam pensar.
Até recentemente, a expectativa de vida era menor e as famílias eram maiores, o que contribuía para manter financeiramente os idosos, que ainda eram um número pe-queno na população. O cenário vem mudando. “Todos de-vemos entender que nosso consumo ao longo da vida fica limitado à renda e à riqueza que recebemos nela. Assim, se pretendemos continuar consumindo num período em que não mais temos um fluxo regular de remunerações prove-nientes do mercado de trabalho, precisamos nos precaver de forma a garantir recursos para financiar essa parte da vida”, defende Patrícia.
Mix de opções
A economista aconselha o empresário a se valer de um mix de opções. Pagar o INSS, nas regras atuais, ainda é van-tagem, embora o sistema previdenciário tenha déficit atua-rial significativo, o que vai fazer com que haja cada vez mais necessidade de complementação dos benefícios recebidos. Adquirir uma previdência privada com PGBL (Plano Gera-dor de Benefícios Livres) é vantajoso para pessoas que fa-zem a declaração completa do imposto de renda, já um pla-no VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) é a alternativa mais recomendada para os demais. “Entretanto, é muito im-portante checar as taxas de administração e de carregamen-to entre as diferentes instituições financeiras que oferecem essa modalidade, bem como a performance dos fundos e a reputação das instituições”, avalia.
Outra boa forma de poupar recursos para a inatividade é vincular-se a fundos de pensão em que a empresa faz uma
contribuição paritária, dado que a contribuição da empre-sa age como um acelerador de poupança. “Não são apenas essas as opções, todavia. Comprar títulos do Tesouro com vencimentos de longo prazo e aplicar em fundos com a fi-nalidade de resgate no futuro e na compra de imóveis, para venda ou aluguel, também são alternativas”, lembra ela. “É importante lembrar que esses recursos deverão financiar uma fase da vida em que, normalmente, não há um fluxo constante de dinheiro, por isso é fundamental adequar o pa-drão de vida a essa nova realidade.”
preparação para o descanso
O empresário Ivo Zani, fundador da Zani Contabilidade, em Porto Alegre, aposentou-se pelo INSS aos 58 anos, pla-nejando-se para isso somente uma década antes. “Eu reco-lhia sobre o mínimo exigido, no início. Depois, investi em alguns ativos para me manter com o mesmo padrão de vida quando decidisse parar de trabalhar”, diz. “Tenho lucros em aplicações financeiras e recebo mensalmente aluguéis de oito imóveis dos quais sou proprietário nas cercanias da empresa.” Atualmente, a aposentadoria representa apenas 5% dos seus ganhos.
Prestador de serviços B2B, Zani se valeu da experiência para analisar os melhores investimentos e tomar decisões. “Não fiz previdência privada porque achei que, na época, as opções não apresentavam credibilidade”, conta. Aos 68 anos, ainda está na ativa porque a saúde ajuda. “Penso em parar, viajar mais e baixar o ritmo, mas fui ensinado a pro-duzir enquanto posso. Estou emocionalmente ligado à em-presa, embora eu saiba que ela andaria sozinha sem minha presença. Tenho de fazer uma reciclagem para me desligar, sem cair em depressão”, relata.
Pesquisa internacional
de acordo com um estudo do grupo financeiro massmutual:
59% dos empresários pensam raramente ou nunca em
como uma morte repentina pode afetar a sua empresa
quase 40% dos empresários entrevistados não possuem
previdência privada que possa ser usada na aposentadoria.
eles pensam em viver do dinheiro advindo de uma possível
venda da empresa
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onfira as lições de quem está conseguindo ver uma luz no
fim do túnel, em meio ao clima de instabilidade e turbulência
instaurado no país pelas crises econômica e política,
transformando as dificuldades em resultados positivosCdesaquecer o comércio e os ser-
viços em diversos segmentos –, há quem aposte em medidas criativas driblar as dificuldades instauradas no Brasil, devi-do às crises econômica e política. Exemplos gaúchos revelam histórias de coragem, empreendedorismo e sucesso de quem decidiu ingressar em algo novo, investiu na retomada ou na própria ampliação do negócio. Especialistas na área mostram também algumas dicas e estratégias de quem está crescendo, reflexo das oportunidades e soluções inovadoras.
Quando Juliana Nators resolveu abrir o próprio negócio, em dezembro de 2015, o cenário já era de incertezas. Con-forme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) fechava o ano em 10,67% - a maior desde 2002 (12,53%). Já o Produto Interno Bruto (PIB) era de R$ 5,9 trilhões, atingindo uma taxa de -3,8 no ano passado,
Diante Da apatia que tomou Conta De granDe parte Das empresas – Capaz De
ges
tão
ProsPerando na crise
texto Cláudia Boff
imagem de abertura ©istock.com/Creativeye99
gestão
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sendo a menor desde 1990, segundo o IBGE. “Nossa estratégia coincidiu com o atual momento econômico. Fizemos um es-tudo de mercado, pensando em um produto que se adequasse à necessidade das pessoas, tendo preço justo”, conta Juliana, uma das proprietárias da Love Pasta. O fast-food, localizado no Centro de Porto Alegre, oferece um cardápio variado de massas na caixinha, com valor acessível e receitas caseiras, inspiradas no charme europeu. A ideia surgiu em uma visita de Juliana e seu marido, Daniel Nators, ao casal de familiares Andrea Nators e Rodrigo Lucas, que morava fora do país e já tinha experiência na área. “Os visitamos durante uma viagem que fiz com o Daniel para o exterior, em 2012. Eles voltaram para o Brasil no ano passado e resolvemos colocar o negócio em prática”, relata. Foram alguns meses de planejamento até a execução do projeto, entre a compra dos equipamentos e a identificação dos concorrentes. “Buscamos um fornecedor
de baixo custo para a matéria-prima, ficando com a margem apertada”, descreve.
A divulgação do novo comércio foi feita ativamente na internet. “Viralizou bastante em mídias sociais, de forma gratuita. Também investimos em um site”, conta. Em pou-cos meses, os sócios quase dobraram sua projeção de ven-das. “Em abril, superamos em 80% a carteira de clientes que tínhamos em janeiro”, comemora. Os dois casais de sócios atuam na operação do empreendimento, reduzindo custos. “Começamos fazendo 80 refeições por dia e a meta é atender em breve 200 clientes diários. Colocamos dois funcionários freelancers para ajudar nas entregas”, completa. Entre os planos, estão a inclusão de telentrega também à noite e a abertura da franquia da marca em até um ano. “As pessoas conhecem os ingredientes, pagam preço baixo e falam do bom atendimento”, ressalta.
especial
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Volta às origens
Após 16 anos de atuação no mercado de utilidades do-mésticas, a família Zanella sentiu a crise bater à sua porta. “No final de 2014, notamos que a Casa do Inox estava ten-do um movimento ruim. A decisão de agregar ao mix, que antes era essencialmente de panelas e acessórios, também itens de bazar, como potes plásticos, não aumentou nosso faturamento e esses produtos tinham pouco giro”, conta o gerente administrativo José da Fonseca Júnior. Na metade do ano passado, foi implantado um projeto para o resgate da antiga loja de Caxias do Sul. “Estávamos fadados a que-brar, já que o espaço da rua Pinheiro Machado era muito popular e de baixo preço. Em um momento como esse, as pessoas priorizam outras coisas”, explica.
O investimento de R$ 80 mil resultou na reforma e na ampliação de 25 m2 para 45 m2 de loja. Houve ainda mudan-ças no layout e na logomarca, além da alteração de nome para Mundo da Cozinha. Nessa nova fase, os sócios passa-ram a ser Roberto Luiz Zanella, Fatima Zanella e Maria Zelia de Melo. O mix de produtos também foi reformulado e itens básicos de cozinha, como frigideiras e panelas de pressão, voltaram a ser o carro-chefe. Reinaugurado em fevereiro, o negócio busca agora o retorno do investimento. “O dinhei-
ro que entra reinvestimos em outras marcas, passando de seis para até 15 fornecedores”, descreve Júnior. Para atrair e fidelizar novos clientes, ele conta que são realizadas ações focadas no preço. “A promoção das frigideiras, que está terminando, durou seis meses. Na próxima, buscare-mos parceria com outro fabricante.”
Neste primeiro semestre, o gestor contabiliza um au-mento de mais de 30% nas vendas, em relação ao mes-mo período de 2015. “Considerando que no ano passado o mercado estava melhor, estamos contentes com o re-sultado. Tivemos também sorte de as pessoas, nesta cri-se, estarem comendo mais em casa e cozinhando para os amigos.” A expectativa dele é de fechar 2016 com cresci-mento de 50% em relação a todo o ano anterior.
Mercados eM expansão
Também na contramão da recessão, o setor vitivinícola cresceu em média 20% nos últimos cinco anos, principalmen-te puxado pela venda de sucos de uva e espumantes. Com 85 anos de tradição no mercado, a Vinícola Garibaldi aproveita a boa fase para investir em sua expansão. Desde 2015, já foram injetados mais de R$ 6 milhões em ampliação, principalmen-
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Love Pasta, de Porto alegre, oferece
refeições de baixo custo
mesmo com safra menor, Vinícola garibaldi
prevê crescimento de 15%
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te da estocagem. Para este ano, estão previstos ainda mais de R$ 3 milhões, destinados ao aumento da produção de espu-mantes, com tanques e autoclaves. A cooperativa conta atual-mente com mais de 20 mil m2 de área construída e capacidade de armazenamento que ultrapassa 20 milhões de litros. “Inves-timos para continuar crescendo não somente em volume, mas migrando para produtos de maior valor agregado, principal-mente os espumantes”, afirma o presidente Oscar Ló.
Apesar de a safra de 2015 ter sido menor, devido a fato-res climáticos, o viticultor espera fechar o ano com cresci-mento de 15% em relação ao ano passado. “Foram 250 mil toneladas de uvas, recebidas das 350 famílias associadas, de 14 municípios da Serra gaúcha, transformadas em vinhos, sucos e espumantes. Como entre 10 e 20% das vendas de-pendem de estoque, o faturamento deve crescer cerca de 20%, podendo chegar a 130 milhões”, projeta. Por questões ligadas à saudabilidade, ele acredita que muitas pessoas es-tão abrindo mão de outras coisas para que tenham na mesa, mesmo em épocas mais difíceis, o suco de uva natural inte-gral e o vinho tinto.
Outro segmento que parece ir de vento em popa é o pet. Conforme o IBGE, o Brasil é o quarto país em população de animais de estimação, abrigando 132,4 milhões do 1,56 bi-lhão existente no mundo. Só em 2015, segundo a Associa-ção Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), esse mercado faturou R$ 18 bilhões, contabilizando um crescimento de 2,6%, em relação a 2014. A ascensão de negócios desse tipo tem atraído muitos em-preendedores, como a veterinária Cláudia Bauer. No ramo há mais de 20 anos, ela abriu a Pet Dreams em uma casa na Rua Anita Garibaldi, bairro Mont’Serrat, na capital gaúcha, em 2005. “Eu já trabalhava com produtos da área, fiz quali-ficações em marketing e negociação e fui morar fora do país. Quando voltei, os amigos disseram que eu tinha espírito empreendedor. Busquei em São Paulo algumas inovações, como o ofurô, a acupuntura e o espaço para recreações de animais”, descreve a empresária.
Além do amplo espaço para loja, clínica e creche, em julho de 2015 ela abriu o Pet Center na rua Barão de Ubá, bairro Bela Vista. No mês seguinte, inaugurou um spa e resort na estrada da Varzinha, em Itapuã, Viamão, com 224 quartos individuais com ar-condicionado para cães e gatos, um dos maiores em-preendimentos do ramo no país. “ Em outubro do ano passado,
na época das enchentes, tive 20% de aumento no faturamento, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Por causa das fé-rias e do décimo terceiro salário, houve um recorde de procura por vagas de hospedagem também em dezembro”, afirma ela, citando que a crise está na cabeça das pessoas. Investimentos em divulgação, como a colocação de anúncios em outdoors e
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Toda a crise é uma oportunidade. As empresas
precisam se reinventar para ter sucesso.
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luiz Malta
especialista em gestão da Fundação nacional da qualidade (Fnq)
Pet dreams Spa e resort, em Viamão, oferece
diversas atividades para cães e gatos
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cata-cacas nos parques, principais ruas e praças, segundo ela, são fundamentais, inclusive em época de crise. “Muitos clien-tes estão reduzindo a frequência de serviços, buscando uma tosa mais curta, por exemplo. Passamos a dar orientações para quem dá banho no seu animal em casa.” Outras ações para dri-blar o momento econômico, segundo ela, foram a introdução de produtos mais em conta e a ampliação do parcelamento de duas para até quatro vezes na forma de pagamento. “Se o meu cliente não está bem eu também não fico. Deve-se buscar também uma negociação com os fornecedores, comprando até mesmo um pouco mais para conseguir um desconto maior.” Segundo ela, é preciso tirar o “s” da palavra crise (crie): “Incen-tivar a medicina preventiva, por exemplo, fazendo a aplicação de vacinas, sai mais barato para o cliente do que o tratamen-to completo. Deve-se buscar a conscientização, no sentido de ajudá-lo. Isso irá fidelizá-lo, assim como tratá-lo bem, ter um local sempre cheiroso e agradável”.
longe da crise
Contrariando a trajetória decrescente do varejo, as lojas Renner se preparam para inaugurar sua primeira loja no Uruguai em 2017. Ao todo, a marca detém 388 unidades da grife e das marcas Camicado e Youcom no Brasil. Em 2021, a rede pretende atingir 880 pontos de venda. De acordo com
o CEO da rede, José Galló, a empresa hoje está avaliada em US$ 4 bilhões. A companhia é citada pelo especialista em va-rejo da Falconi Consultores de Resultados, Alexandre Ribas, como um grande exemplo de foco em produtividade, simpli-cidade e redução de gastos excessivos no Rio Grande do Sul.
Outro nicho no ramo de vestuário que tem tido um bom desempenho, principalmente nos últimos meses, é o de roupas seminovas. A proprietária do brechó Garagem Da Vasco, Gra-ciele Soltau Pedroso, possui loja no centro de Alegrete desde 2011. “Em um único dia, cheguei a vender R$ 900 em roupas, o que corresponde a umas 20 peças”, comemora. A maior procu-ra, segundo ela, é por roupas de adulto da estação. “O pessoal chega a levar casaco de pele para trocar por mais peças em conta”, observa ela, contando que todos os dias entram e saem peças diversas. A microempresária possui uma página no Face-book, onde divulga fotos das novidades à venda. “Às vezes, faço promoções de duas peças a R$ 10 ou três por R$ 15. Fala-se mui-to em crise, mas no meu negócio não chegou. As pessoas estão com menos poder aquisitivo e isso tem feito com que busquem mais roupas de segunda mão”, analisa.
O mestre em economia aplicada enxerga um cenário muito complicado para o segmento, que demorou um pouco mais para sentir os impactos do desemprego e a redução da massa salarial. “Há menos dinheiro para comprar e isso traz reflexos também em serviços, que é muito amplo”, afirma Ribas. Só no ano passado, ele afirma que foram 130 mil lo-jas fechadas no Brasil. Para driblar a crise, ele diz que as empresas devem buscar reduzir as perdas, quebras e furtos, que podem tirar quase a metade da operação. Outro ponto é começar a pensar um pouco nas estruturas, focando na produtividade e na operação de loja. “Reduzir ineficiências, tornando as operações mais enxutas e adequadas ao negó-cio, pode ser o oxigênio para a manutenção no mercado”, ensina. Para vender mais, ele aconselha aos empresários buscarem entender mais os seus clientes, sabendo quais as categorias que maximizam os seus resultados, com estoques menores e fluxos de caixas mais saudáveis.
Boas perspectiVas
O coordenador de projetos e capacitação da Fundação Na-cional da Qualidade (FNQ), Luiz Malta, conta que o setor ali-mentício, com esteios na agricultura, ainda é um carro-chefe
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mundo da Cozinha, em Caxias do Sul, aposta
em ações de preço para ganhar clientes
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que puxa a economia no Rio Grande do Sul. “A opção por pro-dutos mais baratos traz reflexos na inflação. Devido a questões climáticas, planta-se menos, mas se come sempre”, pontua. Por influência da alimentação, movimentam-se outros setores, como o de embalagens, papel (celulose), plásticos (petróleo) e estruturas metálicas (siderurgia). “Isso mexe com a indústria, gerando empregos, inclusive para o comércio, que é o gran-de empregador do país. Os serviços entram de forma indireta, porque tendo dinheiro nas mãos, investe-se em manutenção e beleza, entre outros.” Ele lembra que a economia é toda inter-ligada. “Puxando o fio certo, desfaz-se o nó. Fazer com que o Brasil volte a produzir gera um efeito cascata positivo.”
Para Malta, toda crise é uma oportunidade. “As empre-sas precisam se reinventar para ter sucesso.” Segundo ele, há uma expectativa de mudanças e aquecimento da econo-mia, mas isso não se muda de uma hora para a outra. “O Rio Grande do Sul também vive uma crise econômica. Tem que sentar, planejar, estudar os seus custos e começar a traba-lhar com aquilo que faz sangrar a sua empresa”, ensina. Ele aconselha fazer uma lista dos custos fixos (aluguel e conta-dor, por exemplo) e variáveis (contratos com fornecedores, entre outros). “O pulo do gato é a união, podendo-se aceitar receber um pouco menos, mas continuar como cliente. De-ve-se abrir o jogo, honestidade é tudo.” A demissão, segun-do ele, deve ser o último recurso, pois o bom funcionário é
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Reduzir ineficiências, tornando as operações mais
enxutas e adequadas ao negócio, pode ser o oxigênio para a manutenção no mercado.”“
alexandre riBas
especialista em varejo da Falconi Consultores de resultados
a sua alma, história e quem conhece. “Pode-se fazer banco de horas, uma redução temporária de trabalho e salário, en-volvendo o sindicato nas negociações”, sugere. A palavra da vez, segundo ele, é negociar. “Conversando com o fornece-dor, pode-se trocar um produto parado por outro item que vai girar e vender mais. Dentro da dificuldade, deve-se fazer do limão uma limonada.”
Ele diz ainda que é preciso ouvir a clientela para fazer uma readequação do modelo de consumo. “O cliente pode trocar de produto, mas continuará comprando. Quem tem a loja física, além da eletrônica, está muito bem, porque tem estoque para atender quem não quer sair de casa. “As mí-dias sociais ajudam muito na divulgação do microempresá-rio, mas devem ser feitas com qualidade.”
As perspectivas para 2017, conforme Ribas, são de rea-quecimento. “A economia deve melhorar a partir do Natal, que é uma data muito importante para o comércio. Gerando mais empregos, espera-se um maior movimento da econo-mia, mas depende muito do governo, do empresário e do fabricante, entre outros. Enfim, pessoas físicas e jurídicas, cada um fazendo a sua parte.”
Para driblar a recessão O especialista em gestão da Fundação Nacional da Quali-dade (FNQ), Luiz Malta, dá dicas para driblar a crise: Faça uma lista de despesas, apontando situações que gerem
economia (como desligar o LeD dos equipamentos e evitar que
as luzes fiquem acesas de forma desnecessária, entre outras).
renegocie com os fornecedores, se necessário.
abra o jogo com a equipe, mostrando que é preciso vender
mais e gastar menos.
aposte em uma publicidade mais focada na internet, com
o uso de mídias sociais de qualidade.
seja criativo. Com funcionários que conhecem a empresa e
estejam motivados, as soluções aparecem.
em vez de deixar os colaboradores parados, ponha-os para
estudar. Crie um grupo de trabalho de inovação.
saiba
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maismais & menos
INTERNETEstudo divulgado em junho pelo
Visual Network Index (VNI) aponta
que o tráfego da internet no Brasil
deve aumentar 2,5 vezes entre 2015
e 2020. Em todo o país serão 3,5
exabytes por mês, contra atuais 1,5
exabyte/mês.
DIGITALPequenos conectados: segundo
a pesquisa A Voz das Crianças, realizada pela Officina Sophia no país,
62% das crianças com idades
entre 7 e 12 anos já tem seu próprio
celular. Destes, 50% têm acesso à
internet pelo dispositivo e um quarto
afirma nunca desligar o aparelho.
DIREITOS HUMANOSEstudo da ONG holandesa Kids Rights
com 163 países rebaixou o Brasil em 64
posições em ranking de proteção aos
direitos da criança e do adolescente.
Essa foi a maior queda entre todas
as nações analisadas no período. Em
2015, o Brasil era o 43º na lista, hoje
está em 107ª posição.
RENDIMENTOSSegundo levantamento da Geofusion,
das 10 grandes cidades do interior
brasileiro com maior renda média por
família, apenas duas estão na região
Sul. Camboriú (SC) tem uma renda
familiar de R$ 6.184 e está em 5º lugar,
já Caxias do Sul (RS) tem renda familiar
de R$ 5.774 e está na 8ª posição.
CRISE POLÍTICAÍndice Global da Paz (IGP) aponta
que o Brasil caiu duas posições no
ranking em 2016 dos países mais
pacíficos, ficando em 105º entre 163
nações, atrás de Haiti (89º), Jordânia
(96º) e EUA (103º). Segundo relatório,
a queda advém de um aumento de
15% na instabilidade política no
país em 2016.
INOVAÇÃO / ferramenta para revolucionar o fluxo de ideias
Queridinho entre as empre-sas, o brainstorming pode es-tar com seus dias contados: há uma nova técnica para solucionar problemas com criatividade, o brainswarming. Descrito como uma ferra-menta que utiliza “o cérebro para criar uma tempestade
sobre um problema criativo”, o brainstorming propõe que quanto mais ideias um grupo gerar em um determinado período de tempo, maiores as chances de sucesso. No entanto, pesquisas demonstraram que ele não é tão eficaz quanto se propagava, além de que colaboradores mais tímidos acabam sen-do prejudicados na hora da exposição de suas contribuições pelos colegas extrovertidos. O brainswarming elimina estes impedimentos, mudando a proposta. Em vez de apenas apresentar ideias, coloca-se, em um gráfico, os objetivos no topo da página e os recursos disponíveis na parte inferior. A cada solução encontrada entre cada ponto, uma linha é desenhada e nome-ada. À medida que aumentam as possibilidades, ele acaba assemelhando-se a um enxame de abelhas (swarm, em inglês). Desta forma, somente as ideias que podem ser implementadas com os meios já disponíveis entram no grá-fico, tornando-o mais eficaz na busca da solução ideal.
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GOVERNANÇA / cinco práticas de sucesso das empresas familiares Para tentar entender como algumas marcas permanecem relevantes sendo geridas pela mesma família por décadas, a rede internacional Family Business Network, em parceria com a EgonZehnder, foi em busca dos melhores hábi-tos adotados por empresas familiares ao redor do mundo. O levantamento ouviu presidentes e CEOs de 53 organizações. Foram consideradas empresas nas quais ao menos 50% do capital votante estivesse em posse de membros familiares, o que lhes confere condições de influir sobre decisões importantes. O resultado deste estudo apontou as cinco melhores práticas adotadas:
Entender os valores e a cultura familiar dentro do negócio
Estabelecer um processo de sucessão de liderança estruturado
Definir o que é necessário no líder
Assegurar um processo de governança corporativa claramente definido
Gerir cuidadosamente o processo de integração
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CARREIRA / pessoas altas ganham mais do que a média
Ser alto pode trazer mais benefícios do que se imagina no mercado de trabalho. Estudos recentes apontam que pessoas altas têm o salário mais elevado do que a média, recebendo US$ 789 adicionais por ano em salários por polegada extra (2,5 centímetros). Outra pesquisa, reali-zada pelo autor Malcom Gladwell com os CEOs homens da Fortune 500 – que
lista as 500 empresas que mais ganharam dinheiro anualmente –, indica que metade deles têm três polegadas a mais que os membros de menos sucesso de seu gênero. Além disso, um novo levantamento realizado em maio pelo Departamento Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA durante sete anos com homens indonésios mostra que as pessoas altas são mais produtivas apenas por sua estatura. O motivo para esses resultados? Pes-soas altas têm sucesso tanto por razões cognitivas quanto não cognitivas, revelam os estudos. Elas têm mais confiança e habi-lidades sociais adquiridas com anos de tratamento preferencial obtido graças a seu porte físico e também conseguem pontua-ções maiores em testes de conhecimento, o que provavelmente reflita uma nutrição melhor no começo da infância.
CONSUMO / BRASILEIRO Lê RóTULO DE
PRODUTO ANTES DE COMPRAR Pesquisa reali-
zada pelo Instituto Qualibest aponta que boa
parte dos brasileiros está preocupado com o
que compra. O levantamento, realizado com
mais de 2 mil participantes de todas as classes
do país via internet, aponta que a maior preo-
cupação é com os cuidados com o coração.
Dos entrevistados que responderam ler sem-
pre o rótulo e a tabela nutricional (74%), 66%
checam o sódio e a gordura trans, seguidos de
açúcar (64%) e calorias (63%). O tipo de gordu-
ra que vai ser consumida também impacta na
hora da compra: 72% dos internautas declaram
procurar as informações sobre gordura nas
informações nutricionais dos alimentos. Gordura
total e gordura trans são as que apresentam a
mais alta probabilidade de checagem, já as
gorduras hidrogenadas e parcialmente hidroge-
nadas têm baixa probabilidade de serem verifi-
cadas nos rótulos. Em contrapartida, a presença
de glúten e os índices de proteína e lactose são
os menos checados, com 38%, 36% e 20%,
respectivamente.
SUSTENTABILIDADE / comportamento verde de empresas impacta decisão de compra de consumidoresAs preocupações com o meio ambiente e a sustentabilidade empresarial ganham cada mais importância na ligação entre sentimento e decisões de compra de consumidores em todo o mundo. Para tentar mensurar de que maneiras as empresas repercutem seus valores para este público preocupado com o social e o ambiental, a companhia de gestão de informação global Nielsen realizou um levantamento com 30 mil consumidores em 60 países no final de 2015. Aos participantes foi pedido que indicassem quais os fatores que mais influenciam sobre seus hábitos de compra. Entre os participantes que se dizem influenciados pela slogan sustentável, a confiança é o mais importante para o cliente: 62% responderam que compram produtos porque confiam na marca, 59% pelos benefícios à saúde e ao bem-estar e 45% pelo reconhecimento da empresa como ecologicamente correta. Os resultados também mostram que os consumidores na América Latina estão 23% a 29% mais dispostos a pagar por produtos premium sustentáveis do que os países desenvolvidos, e 75% dos entrevistados da Geração Y estão dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis, aproximadamente metade do que no ano anterior.
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Brasil, caMPanha arrecada
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consuMo que são doados
a entidades que PrestaM
serviço de assistência social
Dque promovem assistência social por meio
da doação de alimentos é o objetivo da Campanha Prato Cheio do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac. A iniciativa, cuja primeira etapa ocorre durante todo o mês de julho, foi criada para ser mais um canal de participação da sociedade no programa Mesa Brasil, que busca doações de alimentos di-retamente nos parceiros ao longo do ano. Alimentos próprios para o consumo (que não estejam vencidos nem com a emba-lagem aberta) podem ser entregues em qualquer unidade do Sesc, do Senac ou de sindicato filiado à Fecomércio-RS.
“São beneficiadas cerca de 750 entidades sociais no nos-so cadastro de atendimentos, nas diversas regiões do Estado. Os alimentos arrecadados na campanha são sempre entre-gues na região de abrangência da unidade que os recebeu, de forma a otimizar a logística e garantir que os alimentos
Turbinar a SoliDarieDaDe em prol De enTiDaDeS SociaiS
Prato Cheio de solidariedade
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Novas iNstalações do sesc caraziNho em 29 de
junho, a unidade do Sesc em carazinho mudou-se
para a avenida Flores da cunha, 1.224. o Sistema
Fecomércio-rS recebeu convidados para a inaugu-
ração das novas instalações, que tem cerca de 3 mil
metros quadrados. entre as novidades está a amplia-
ção do atendimento diário na unidade, que será de
segunda a sexta-feira, das 7h às 22h, aos sábados,
das 8h às 18h, e aos domingos, das 15h às 19h. a
nova estrutura contempla academia de ginástica
e musculação, teatro com mais de 300 lugares,
cafeteria, consultório odontológico e o espaço Sesc
Saber e lazer.
coNscieNtização de violêNcia coNtra a Pessoa
idosa o Sesc maturidade ativa realizou, de 13 a 17
de junho, diversas ações alusivas ao Dia mundial
da conscientização de Violência contra a pessoa
idosa, celebrado em 15/06. a campanha deste
ano foi sobre a violência no trânsito, que inspirou as
atividades educativas promovidas pelo programa.
o objetivo do programa Sesc maturidade ativa
é disseminar às comunidades a estratégia nº 5
do manual de Violência contra a pessoa idosa,
documento lançado pela Secretaria de Direitos
Humanos da presidência da república, que é “criar
espaços mais seguros e amigáveis fora de casa”.
agenda de eventos
21/Jul3º Fórum sesc de educação
o evento ocorre em gravataí, sob o tema
Tecnologia e Relações Sociais: Conexões
Possíveis, com palestras dos educadores tião
rocha (Mg) e José Moran (sP).
26 a 28/JulMaturidade ativa
ocorre o lançamento de três grupos de
convivência do programa Maturidade ativa,
voltado para idosos, nas cidades de gravataí
(Morada do vale), Pareci novo e glorinha.
cheguem ao seu destino com rapidez e agilidade”, conta o coordenador técnico de Ação Comunitária do Sesc, Alexan-dre Ben Rodrigues, que também coordena a campanha.
Este é o segundo ano em que estão incorporadas ofi-cialmente na Campanha Prato Cheio as unidades do Se-nac e os sindicatos da Fecomércio-RS. Antes de 2015, a arrecadação de alimentos ocorria apenas nas unidades do Sesc-RS. Para poder receber as doações, as entidades sociais devem estar cadastradas no Mesa Brasil e possuir cozinha para preparar e servir os alimentos recebidos nas suas dependências. “As doações repassadas respei-tam critérios sobre a capacidade que a entidade social tem de preparo e consumo dos alimentos, com base no número de pessoas atendidas e no número de refeições preparadas diariamente”, explica Rodrigues.
No ano passado, todas as unidades do Sesc e Senac e sindi-catos filiados ao Sistema Fecomércio-RS reverteram a Campa-nha Prato Cheio em prol das vítimas das enchentes de julho. Milhares de pessoas tiveram que deixar as suas casas e muitas perderam todos os seus bens. Diversas cidades, inclusive, de-clararam situação de emergência. Por isso, excepcionalmen-te, a iniciativa arrecadou também material não alimentício. No total, foram doados 23,3 toneladas de alimentos não pere-cíveis, 7.172 peças de roupa, 1.030 itens de higiene e limpeza, 304 pares de sapato e 21 colchões. Também foram doados tra-vesseiros, toalhas de banho, cobertores, livros e brinquedos.
O Mesa Brasil Sesc atua desde novembro de 2003 no RS, com o objetivo de evitar o desperdício de alimentos e dimi-nuir as carências nutricionais da população. Para alcançar essas metas, o programa conta com o apoio de empresas, entidades sociais e voluntários. Mais informações pelo site www.sesc-rs.com.br/mesabrasil.
CaMPanha Prato Cheioocorre em duas etapas: de 1º a 31 de julho e de
1º a 31 de outubro
podem ser doados alimentos não perecíveis que estejam
dentro do prazo de validade e com embalagens fechadas.
as doações podem ser entregues em qualquer unidade do
Sesc, do Senac ou de sindicato filiado à Fecomércio-rS
os alimentos serão repassadas às entidades sociais, seguindo
orientações das nutricionistas do programa mesa brasil.
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equipes
comprometida com metas e objetivos é fundamental. Em meio às incertezas econômicas, muitos empreendedores estão investindo em estratégias que gerem vínculos entre colaboradores, gestores e a própria di-reção, buscando potencializar os próprios resultados. Espe-cialistas indicam que a prática de ações simples, como o in-centivo a refeições e estudos coletivos e até mesmo atividades conjuntas de lazer pode agregar no desempenho do grupo.
O sócio-diretor executivo da Inóiss Endomarketing, de Porto Alegre, Gabriel Fontanari, diz que a necessidade de integrar funcionários, de diferentes áreas, mostra-se uma constante nas empresas. “Na fase de pesquisa e diagnóstico, verifica-se que esse é um dos principais pontos. Muitos tra-balham como se fossem feudos, pensando só nos mais pró-ximos”, descreve. Em muitos casos, segundo ele, há um foco excessivo em processos. “Todos devem entender o que cada um faz e atuar em conjunto.”
Para ele, a chave de uma maior colaboração nas organiza-ções está na forma como o empresário vê e administra o seu
Diante Dos Desafios impostos pelo mercaDo, ter uma equipe engajaDa,
stímulo a ações simples,
como refeições e estudos
coletivos e até mesmo
atividades conjuntas de
lazer, contribui para o
engajamento das equipes
e
Fortalecendo vínculos
©istock.com/ Yuri arcurs
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negócio. “É preciso ter um olhar mais humano para que todos possam se relacionar bem. Proporcionar momentos de inte-ração, assim como um espaço que gere bem-estar, trará mais proximidade”, ensina. Uma das apostas dos empresários, se-gundo o especialista em endomarketing, tem sido em qualida-de de vida, por meio de ações que vão desde a formação de grupos para a prática esportiva, eventos internos em datas comemorativas e até de lazer, como jogos de paintball e arvo-rismo. “Pode-se estimular que as próprias pessoas pensem e organizem as atividades, gerando envolvimento.”
A escola de idiomas Wizard de Canoas tem realizado uma série de ações conjuntas, em prol do engajamento de suas equipes. Há 17 anos, a escola proporciona aulas de cultura e convivência, que envolve professores, coordenação pe-dagógica e alunos. “Notamos que atividades lúdicas, como aulas de culinária, festas de halloween e do pijama, noite do cachorro-quente e eventos para conversão, entre outros, focados para cada faixa etária, unem e geram fidelização”, conta a diretora, Cristiane Geschwandtner Germano.
Com base nessas experiências positivas, ela conta que fo-ram implantadas ações de incentivo para cada setor. No Pro-grama de Experiência de Franquia, os colaboradores das áreas administrativa, financeira e pedagógica são divididos em nove pastas e ficam responsáveis por cerca de 120 itens. “As metas vão desde o resgate de inadimplentes a questões relacionadas à infraestrutura e ao bem-estar de todos”, descreve. A iniciativa está em funcionamento tanto na unidade do Centro, localizada na avenida Guilherme Schell, como na filial da rua Dona Rafae-la, no Jardim do Lago. “Ninguém faz nada sozinho, tudo depen-de de várias mãos. Eles se sentem parte disso”, comemora a di-retora, contando que as unidades de Canoas foram premiadas com o melhor desempenho da franquia no Estado em 2014.
CresCimento Contínuo
Nos dois anos em que o programa está em funcionamen-to, Cristiane acredita que a escola cresceu muito. “Todos estão engajados. Houve uma maior integração entre os se-tores, além de um maior envolvimento com os alunos.” A conquista de uma meta ou de um bom resultado alcançado, segundo ela, é motivo de comemoração, com uma torta, sal-gadinhos ou lanche especial. “Seja dentro da escola ou em uma churrascaria, por exemplo, o importante é comemorar
e agradecer, fazendo algo que os deixe felizes por atende-rem às expectativas para demonstrar a nossa gratidão.”
Ações de capacitação, segundo ela, dentro da Universidade Corporativa, também têm propiciado momentos de integração. “Existem cursos para cada função. Muitas vezes, almoçamos juntos, aí já se aproveita para trabalhar temas como liderança e comportamento, por meio de vídeos e questionários. Esses momentos geram discussões e são muito positivos, pois todos aprendem juntos”, relata. Há ainda um projeto de estudo, en-volvendo todos os setores, onde semanalmente há 30 minutos de formação sobre o livro O jeito Disney de encantar os clientes.
A definição das ações, conforme o consultor, dependerá da cultura de cada organização. “As que não estão acostumadas a fazer este tipo de prática podem propor uma pesquisa ou fazer uma sondagem com os formadores de opinião. É importante que isso não seja visto como uma obrigação ou imposição”, pon-dera. Uma pesquisa pós-evento, segundo ele, poderá indicar se a aceitação foi boa e sobre a necessidade de possíveis ajustes na estratégia. Ele reforça ainda que as empresas devem inserir elementos mais leves em suas rotinas. “Não é preciso criar um momento que dependerá da agenda de todos, mas propor uma reunião ao ar livre, fazer a celebração de aniversário, ter um cartão que todos assinem e mostre que são lembradas”, sugere. Em locais que possuam espaço para refeições, ele sugere que se crie um ambiente de convivência, com poltronas, pufes e uma TV, entre outros elementos para diversão e relaxamento. “Com a redução de quadro, as pessoas precisam fazer mais com menos. Dessa forma, elas devem estar ainda mais integradas, para que alinhados todos possam trabalhar melhor.”
Confraternizações fazem parte das ações
voltadas às equipes da Wizard CanoasD
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o Senac-RS e a revis-ta Prazeres da Mesa, de São Paulo, promovem a segunda edi-ção do Mesa Ao Vivo Rio Grande do Sul, dias 20 e 21 de julho, na Faculdade Senac Porto Alegre. O evento terá a presença de importantes chefs de cozinha do Brasil e do exterior, com aulas, degustações, jantares e palestras, juntando o que de mais moderno existe no setor com ingredientes tradicionais da culinária regional.
Entre os chefs já confirmados estão: Neka Mena Barreto, Carole Crema, André Saburó, Checho Gonzales, Wander-son Medeiros, Felipe Schaedler e Thomaz Troisgros. O Rio Grande do Sul será representado por cozinheiros e pesqui-sadores da gastronomia local, além de docentes e alunos da Faculdade Senac Porto Alegre e da Escola de Educação Profissional Senac Pelotas, como o renomado chef senega-lês Mamadou Sène, com formação na Ècole Supérieure de Gastronomie de Dakar.
A primeira edição no Estado, que aconteceu em julho de 2015, contou com a participação de mais de duas mil pessoas. Segundo Mariella Lazaretti, uma das diretoras da
Com o tema “tradição, pesquisa e ousadia projetam no país a nova Cozinha gaúCha”,
AulAs que dão gosto
esa ao ViVo Rio GRande
do sul Reúne GRandes
chefs de cozinha com
a missão de aliaR a
modeRnidade com a
tRadição ReGional
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Vestibular Complementar de inVerno quem perdeu
o prazo ou ainda está definindo sua opção profissional
tem a opção do vestibular Complementar de inverno
da Faculdade senac porto alegre. o processo seletivo
será realizado até 2 de agosto de 2016, com apli-
cação da prova de redação todas as terças-feiras.
a prova será realizada na sede da Faculdade e terá
duração de duas horas. as inscrições, com as possíveis
datas, está disponível para consultas no site da entida-
de: www.senacrs.com.br/vestibular. a lista de aprovados
também será divulgada online.
pós-Graduação Com insCrições abertas
o senac-rs abriu inscrições para cursos de pós-gra-
duação em diversas unidades. as vagas são ofere-
cidas na modalidade presencial e ead, nas áreas
de Comunicação, gestão, informática e moda. a
estrutura curricular é modular e flexível. Com duração
de um ano e meio, os encontros são expositivos, com
seminários integradores, visitas técnicas e ciclo de pa-
lestras. quem tem disponibilidade de horários e quer
completar o curso em menos tempo pode optar pela
especialização intensiva, concluindo os estudos em
oito meses, com aulas cinco vezes por semana. os
cursos começam em agosto e as inscrições devem
ser feitas nas unidades.
AgendA de eventos
revista Prazeres da Mesa, o evento anterior causou uma co-moção. “Os gaúchos estavam um tanto tímidos em relação ao resto do país, mas têm uma gastronomia muito rica, com ingredientes únicos, e conseguimos mostrar isso a todos”, conta. “Nossa intenção é fazer com que os valores regionais se acentuem e contribuam para o evento nacional Semana Mesa SP, em outubro. Tratamos de gastronomia com cunho educacional, de intercâmbio.” Desde então, vários chefs que eram conhecidos apenas em âmbito local passaram a fazer parte da agenda da gastronomia brasileira.
Tradição é alicerce
Sobre o tema do evento, Mariella relata que houve um fórum para descobrir como os próprios gaúchos definiam sua tradição à mesa, e vários produtos foram citados. “Existe uma conscientização da cozinha local, e estamos acentuando a ousadia, pois percebemos o interesse na busca de novos ingredientes. Vimos um marreco defuma-do no ano passado que foi algo inédito, por isso estamos cravando um ponto de partida a partir da união dessas características”, acrescenta.
O chef Mamadou Sène, professor do Senac-RS, reforça que o Mesa Ao Vivo Rio Grande do Sul tem papel importan-te em colocar a culinária gaúcha como destaque no Brasil, reunindo a nata dos profissionais do setor. “No ano passado o evento foi um sucesso total, muito bem comentado pelos chefs participantes e número de pessoas que circularam”, observa. O especialista ressalta que a gastronomia gaúcha vai muito além do churrasco e do carreteiro. “A tradição é um alicerce para o desenvolvimento em qualquer parte do mundo, assim é na França e na Itália. A gastronomia regio-nal usa essas referências e esses produtos, como o pinhão e o butiá, criando outras receitas e novas formas de traba-lhar as qualidades”, diz.
28/JulFree talking day
o senac são leopoldo promove o evento gratuito
que é uma oportunidade para o treino e o desen-
volvimento de conversas em inglês, uma vez por
mês. As atividades são 100% comunicativas. será
às 19h30 na rua lindolfo Collor, 835. telefone
para contato: (51) 3590-3060.
11 a 15/Juleducação profissional – 2º simulado
o senac-Rs promove nessas datas o 2º simulado
para a opção Cabeleireiro na Competição senac de
educação Profissional. local: senac Caxias do sul
(avenida Júlio de Castilhos, 3.638).
MAis infoRMAçõesevento: mesa ao vivo rio grande do sul
o que é: aulas-show e palestras com grandes chefs de cozinha
data: 20 e 21 de julho
onde: Faculdade senac porto alegre
inscrições: www.mesaaovivoriograndedosul.com.br
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dossiê / Geladeira
letrodoméstico inventado
na metade do século
passado, a geladeira é
hoje peça indispensável na
conservação dos hábitos
alimentares da sociedade
do século 21
Edas casas dos brasileiros possuem
geladeiras. O eletrodoméstico cresceu na preferência tam-bém nas pesquisas de itens indispensáveis para a casa, fi-cando atrás apenas da televisão como item mais vendido nos últimos dez anos no setor. Apesar da aparente onipresença do aparelho, foi considerado por muitos anos como artigo de luxo pelo seu elevado preço e também pelo consumo de eletricidade. Com as novas tecnologias, que permitiram a maior eficiência, a geladeira ficou mais acessível, tornando-se destaque no design de interiores e mudando até mesmo a forma como pensamos e comemos.
Apesar de o homem usar depósitos de gelo naturais para preparação e preservação de comida há milhares de anos, o primeiro refrigerador doméstico comum surgiu
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no final do século 19, na forma de caixas de gelo. Duran-te muitos anos, as cidades com inverno mais rigoroso se beneficiavam de seu uso, mas não conseguiam manter seu estoque de gelo nos meses de verão por muito tempo. Empreendedores como Frederic Tudor, mercador de Mas-sachussets, nos Estados Unidos, queriam vender gelo para as cidades litorâneas, mas tinham dificuldade em con-seguir transportar em quantidade suficiente. Muito da matéria-prima se perdia ao logo do caminho. O que conse-guia chegar ao destino era conservado em silos isolados com serragem, mas a entrega era irregular e a quantidade não era o suficiente para o consumo humano.
O primeiro protótipo viável da geladeira veio em 1842 pelas mãos do médico John Gorrie, dos Estados Unidos. Pre-ocupado com a saúde de seus pacientes – em sua maioria marinheiros sofrendo de febre amarela – no clima úmido do estado da Flórida, ele teve a ideia de pendurar sacos de gelo nas salas do hospital, para tornar mais ameno o ar que seus pacientes respiravam. Mas para garantir o suprimen-to de gelo durante todas as épocas do ano, ele colocou seus conhecimentos de termodinâmica em prática e construiu uma máquina a vapor baseado nas ideias de Oliver Evans, que utilizava recipientes com água salgada e água pura para fazer a troca de calor necessária junto a um pistão dentro de um cilindro. Esta ideia simples também deu origem ao projeto inicial do ar-condicionado.
A apresentação pública da invenção de Gorrie foi realiza-da em 14 de julho de 1850, na comemoração do aniversário da queda da Bastilha do consulado da França na cidade de Apalachicola, Flórida. Naquele ano, a festa não havia recebi-do a tempo o seu estoque anual de gelo enviado de navios do Norte para resfriar o champanhe para o brinde. Já resignado em servir a bebida morna, o cônsul foi salvo por Gorrie, que enviou quatro blocos de gelo do tamanho de um tijolo. Sau-dado como gênio por sua invenção pelo cônsul e pelos pre-sentes no encontro, ele não obteve tanto sucesso ao procurar investidores que apostassem financeiramente em sua ideia. O inventor afirmava que “uma tonelada de gelo poderá ser feita em qualquer lugar da Terra por apenas US$ 2”, e que o refrigerador – como assim o chamava – seria utilizado nos navios e residências em todo o mundo. Gorrie morreu pobre e desacreditado apenas cinco anos depois, mas obteve a paten-te da máquina que até hoje obedece ao mesmo mecanismo de
funcionamento, alterando apenas, com o advento da eletrici-dade, sua forma de alimentação energética.
Revolução alimentar
A previsão de Gorrie só começou a se concretizar a partir de 1880. Na época, a Inglaterra, que passava por uma grave crise de abastecimento, pediu à Austrália (uma de suas co-lônias) que substituísse por carne o carregamento normal de sebo e lã de carneiro destinado a capital do império bri-tânico. Mas atravessar a distância entre os dois países com produtos perecíveis para consumo era algo inédito. Já na primeira viagem o carregamento chegou deteriorado para a Inglaterra. Somente um ano depois, quando o processo de Gorrie foi utilizado, o S.S. Strathleven pôde aportar em Londres com a carga em boas condições, matando o jejum de carne do povo e até da rainha Vitória, que foi presente-ada com uma perna de carneiro congelada. A partir deste momento, o sistema de “gelo artificial” ficou conhecido em toda a Europa e foi utilizado nos principais navios de carga de bens e de transporte na primeira classe.
Em 1891, o engenheiro alemão Carl von Linde alterou o protótipo de Gorrie, substituindo o vapor de água por amônia e chegando a vender 12 mil aparelhos para cida-dãos particulares na época. Mas somente a partir de 1913 foram fabricados os primeiros refrigeradores domésticos. Batizados de Domelre (acrônimo de refrigerador elétrico doméstico) por Fred W. Wolf Junior, em Chicago, nos Esta-dos Unidos, eles não foram um sucesso de vendas. O uten-sílio doméstico só ficou conhecido para o público em 1925, quando foram fabricados os primeiros refrigeradores que continham numa mesma unidade a caixa de resfriamento e o motor, compressor e condensador (trio que antes exis-tia separado, ao lado ou embaixo da geladeira) pela marca Kelvinator, também nos EUA. O primeiro refrigerador a ter sucesso mundial foi um modelo da General Eletric (Moni-tor-Top) de 1927. Ao contrário dos predecessores, a grande diferença deste modelo estava no compressor, que produ-zia bastante calor, e ficava colocado no topo do aparelho, protegido por um anel decorativo. O modelo, que utilizava dióxido de enxofre como refrigerante, vendeu mais de um milhão de aparelhos no mundo, muitos dos quais ainda es-tão em funcionamento até hoje.
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dossiê / Geladeira
cUrioSiDaDES
HoRa do soRvete“Sorvetes todos os dias às 15 horas,
na rua Direita nº 14” foi o anúncio
colocado no jornal a província de
São paulo em 4 de janeiro de 1878
por uma das primeiras sorveterias
da capital paulista. com estoque
de gelo comprado da Europa e
estocado com serragem, e como
ainda não existia uma maneira de
conservar o sorvete gelado por
muito tempo, a sobremesa deveria
ser consumida logo após o preparo.
Pinguim de geladeiRana década de 1950 as geladeiras
eram bem diferentes do que co-
nhecemos atualmente. Quando os
primeiros modelos chegaram às lojas
de departamento, eram confundidas
com armários de louça. para chamar
a atenção dos consumidores e dife-
renciar os refrigeradores, a Kelvinator
começou a mandar pinguins de
cerâmica para colocar em cima dos
eletrodomésticos, que eram levados
para casa junto com a compra.
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Bonitas e funcionais, até o início dos anos 1950 a maio-ria das geladeiras eram brancas, mas, a partir da metade da década, designers começaram a combinar a paleta de deco-ração da época com as cores da moda. Do final dos anos 1950 até o início de 1960, cores pastel como turquesa e rosa se tornaram muito populares. No final dos anos 1960, a cor do momento era o prata, especialmente com a corrida espacial que acontecia entre Estados Unidos e União Soviética na-quele momento. Já nos anos 1970, os tons preferidos eram os terrosos, incluindo marrom, verde-escuro e dourado; em 1980, o preto era o escolhido, e, no final dos anos 1990, o acabamento favorito era o cromado. Hoje, a geladeira con-tinua sendo uma importante peça de design, com a volta de modelos que imitam as configurações clássicas, os chama-dos vintage, mas com todas as funcionalidades técnicas ne-cessárias para o século 21.
solidaRiedade nas Ruasa ideia de um grupo de habitantes de
Galdakao, na Espanha, que começou
a abastecer (com alimentos não utiliza-
dos por supermercados e restaurantes)
geladeiras deixadas nas ruas inspirou
projetos como a Geladeira Solidária,
em que qualquer pessoa pode doar
alimentos, informando o que há dentro
da embalagem e data de vencimen-
to. Em porto alegre, a Smile Flame
lançou o rango Generoso, em funcio-
namento na rua irmão José otão.
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Ainda que o sistema tenha se mantido o mesmo, muitas mudanças foram realizadas nas configurações das geladeiras. Até 1929, os aparelhos utilizavam gases tóxicos como refrige-rantes, que depois foram substituídos pelo clorofluorcarbono (CFCs), invenção do engenheiro americano Thomas Midgley. No entanto, em 1973, foi descoberto que os CFCs acarretavam um grande efeito danoso à camada de ozônio. Em 1989, os grandes países se uniram, no chamado Protocolo de Montreal, e, desde 2000, o Brasil não utiliza esse componente em nenhum de seus refrigeradores. A preocupação com a eficiência dos aparelhos tem sido cada vez maior. O mercado já disponibiliza modelos construídos a partir da preferência do cliente, conectadas à internet (internet das coisas) e que até avisa quando a comi-da está prestes a estragar. Segundo especialistas, as geladeiras do futuro utilizarão a tecnologia dos supercondutores, usando menos energia e com mais durabilidade.
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Em rEcEntE E histórica votação, o Tribunal Pleno do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região, apreciando Incidente de Uniformização de Jurispru-dência, decidiu editar a súmula n° 86 esta-belecendo que a contribuição assistencial prevista em acordo, convenção coletiva ou sentença normativa é devida por todos os integrantes da categoria, sejam eles asso-ciados ou não do sindicato respectivo.
Na condição de presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas de Empresas do Estado no Rio Grande do Sul (Satergs) tive a honra de defender oralmente nossas razões da tribuna. Em momento ímpar, a associa-ção dos advogados patronais e as entidades de advogados de empregados defenderam em uníssono a compulsoriedade e a univer-salidade da contribuição assistencial. Com efeito, todos aqueles que militam junto ao movimento sindical, seja do lado patronal, seja do lado dos empregados, sabem que o recolhimento compulsório da contribuição assistencial é vital para a sobrevivência das entidades sindicais.
Infelizmente, a sociedade pós-moderna é marcada pelo individualismo. São raros os trabalhadores ou empresas que volunta-riamente contribuem com o seu respectivo sindicato, na esperança de obter melhores condições de trabalho e de produtividade.
Especialmente em nosso país prevalece a visão egoísta, que busca obter benefícios sem arcar com os custos inerentes, típica noção de curto prazo e não sustentável.
Neste cenário, dentre as contribuições sindicais, a contribuição assistencial é aquela que se revela mais justa, pois traz consigo, de forma ínsita, a concepção con-sequencialista retributiva. Ora, na medida em que foi beneficiado pelas cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho negocia-da, o indivíduo igualmente deve observar e cumprir a cláusula que prevê sua contri-buição ao sindicato.
Esperamos que a histórica edição da súmula n° 86 por nosso tribunal regional introduza novas luzes sobre o tema no TST, que, de forma absolutamente reacionária, insiste no Precedente Normativo n° 119, que limita o dever de contribuir apenas pelos associados ao sindicato.
Repisa-se, por fim, que numa sociedade marcada pelo individualismo, que tem nas famigeradas “selfies” sua expressão mais ridícula, não reconhecer a compulsorieda-de da contribuição assistencial é asfixiar o sistema sindical, praticando um homicídio hediondo contra entidades fundamentais para a efetiva consolidação do Estado De-mocrático de Direito.
Eduardo Caringi rauppconsultor jurídico da Fecomércio-rs
Contribuição assistenCial obriga
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editoras e gráficas estão intrinsicamente ligados à inauguração das primeiras papelarias no território nacional. A pressão da invasão francesa provocou a viagem da família real portuguesa ao Rio de Janeiro. Na transferência, também cruzaram o oceano aproximadamente 60 mil volumes da Bi-blioteca Real. Em 1810, foi criada a atual Biblioteca Nacional. Assim afloraram as primeiras livrarias no Rio de Janeiro.
Nesse período, surgiram empreendimentos que ofereciam, ao mesmo tempo, serviços de livraria e papelaria. Atualmente, segundo uma pesquisa da Francal Feiras, que promove a Esco-lar Office Brasil, o universo de papelaria conta com 74.354 pon-tos de venda no país, sendo 52.704 como comércio principal e 21.650 no comércio secundário, ou seja, empresas que declara-ram ter atividade de papelaria, além da atividade principal.
Em junho, a Papelita, de Passo Fundo, comemorou 33 anos. A empresa familiar conta com uma filial desde 2002 e tem dois sócios: o casal Mara Carvalho de Rezende e Mil-ton Endres de Rezende. Em seu princípio, o empreendimen-to comercializava vários tipos de produtos além dos tradi-
A históriA do livro no brAsil e o surgimento dAs primeirAs
uitas empresas compõem um
mix de serviços e produtos
conjugando a venda
de material escolar e de
escritório com artigos de
bazar, oferecendo serviços
de impressão e fotocópia ou
ainda se especializando em
um nicho em expansão
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cionais artigos escolares e de escritório, como brinquedos, bijuterias e bazar. Com o passar dos anos, surgiu a necessi-dade de focar neste nicho de mercado e se especializar no ramo que inspirou o nome do negócio. “O mix de produtos é focado em papelaria. Temos também uma linha de informá-tica, embalagens e caixas para presente, cartões para datas comemorativas e um departamento de cópias e impressão de documentos”, conta Milton.
De acordo com o gestor, as papelarias passaram por várias mudanças significativas nas últimas três décadas. “Percebe-mos a importância de dispor nossos produtos de uma forma que facilitasse o autoatendimento, de modo organizado e com preços visíveis, para aqueles que já tinham por hábito comprar conosco e dispensavam a ajuda de um vendedor”, observa. Outra grande mudança foi no setor de embalagens, que teve um aumento significativo nas vendas. O papel em metro foi deixado de lado e deu lugar às embalagens e sacolas decoradas, pela praticidade e valorização destes itens.
Atenção Ao mix de produtos
Atualmente, as duas lojas contabilizam 15 funcionários. A crise econômica se reflete nos resultados da Papelita: se-gundo Milton, o crescimento, que foi de 8% no ano passado, deve ficar em 5% neste ano.
“Há muitas adversidades, como a atual situação econô-mica e a falta de mão de obra qualificada, mas sempre tenta-mos ser criativos”, ressalta o empreendedor. Outra questão muito importante, aponta o empresário, é que existe muita variedade no mix de produtos. “Por isso, um dos grandes de-safios é saber comprar, cuidando as tendências de mercado, mas mantendo-se fiel ao seu nicho”, aconselha.
O público da papelaria passo-fundense é bem variado. “Atendemos o corporativismo em grande demanda, assim como o varejo. Também temos clientes de todas as idades, que vêm sempre em busca de novidades, bem como nossos clientes e amigos antigos, que vêm nos visitar e levar uma lembran-ça.” A Papelita busca se diferenciar por variedade de produtos, atendimento e horário. “Procuramos nos manter sempre em dia com os melhores produtos do ramo, treinamos a equipe sobre a importância de um bom atendimento e temos um ho-rário muito flexível. Como estar aberto ao meio-dia de segunda a sábado, para atender também essas pessoas que trabalham
no comércio e muitas vezes só têm este horário para vir às compras”, explica Milton. Os planos para o futuro são, basica-mente, manter-se com força no mercado, seguindo o princípio de prestar sempre um bom atendimento e propiciar um bom ambiente de trabalho. “Nossa equipe faz parte do ciclo vital da empresa. Se nos mantivermos sempre firme em nossos ideais, acreditamos que sempre haverá um crescimento significativo para todos na empresa”, salienta.
Atualmente, as papelarias buscam a diversificação para en-frentar as adversidades do setor, como a sazonalidade ligada às vendas de artigos escolares, mais fortes no período de volta às aulas. Muitas empresas do setor compõem um mix de serviços e produtos estratégico, seja conjugando a venda de material escolar e de escritório com artigos de bazar, seja oferecendo
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Papelita está estabelecida há
33 anos em Passo Fundo
Números do setoro universo de papelaria conta com 74.354 pontos de
venda no país
destes, 52.704 têm a atividade como comércio
principal e 21.650 como comércio secundário, ou seja,
empresas que declararam ter atividade de papelaria além da
atividade principal
A região sudeste é a que mais concentra empreendimentos no
setor: são 36.547 pontos de venda
em segundo lugar na ranking nacional está a região sul, com
14.177 pontos de venda
na sequência, vem nordeste, Centro-oeste e norte, com 13.476,
5.654 e 4.500 pontos de venda, respectivamente
Fonte: escolar office brasil/Francal Feiras
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serviços de impressão e fotocópias, como a Papelita, ou ainda se especializando em um nicho.
BAzAr mAntém vendAs AquecidAs
A Livrin abriu as portas há 15 anos, no bairro Farroupilha, em Porto Alegre. Há 9 anos, o casal Ana Luzia Ziemann e Bernardo Gabriel Roesler comprou o ponto e o negócio. “Antes, a Livrin era 90% livraria e 10% papelaria”, estipula Ana, que co-manda o empreendimento hoje. Atualmente, a ven-da de livros significa apenas 10% das vendas, a pa-pelaria, cerca de 40%, e o bazar, 50%. “Muitos itens da papelaria são bem baratos. Por isso, investimos em bazar, fazendo uma verdadeira transformação da loja em datas festivas”, explica. A abertura de uma filial de uma grande rede de papelaria no bair-ro também impactou nas vendas. Por conta disso, o período que precede o início do ano letivo não pro-voca um aumento significativo no caixa da Livrin.
“A saída de itens de material e de escritório é regular, tem movimento durante todo o ano.”
O estabelecimento de 80m² na avenida Venâncio Aires tem três funcionárias e cresceu em torno de 10% no ano pas-sado. Em 2016, no entanto, amarga uma queda nas vendas, fenômeno que Ana associa à maior concorrência no bairro e ao cenário de crise econômica nacional. Para enfrentar as ad-versidades, a proprietária busca, cada vez mais, se diferenciar com ofertas na área de bazar, o foco nas datas festivas e qua-
lidade dos materiais oferecidos. “O cliente que deseja presen-tear alguém sabe que pode sair com uma solução completa, embalagem pronta e cartão para presentes”, afirma.
nicho dentro do nicho
A especialização dentro do setor foi um caminho encon-trado pela Conviteria Santa Cruz, fundada em 1º de dezembro de 2011 em Santa Cruz do Sul. O setor de convites ganhou força a partir do ano 2000, quando o mercado passou a profis-sionalizar o segmento de eventos, relata Adriana Estigarribia, que comanda o negócio. Fabiano Machado, marido e sócio, contribui nas tarefas da conviteria, especialmente na admi-nistração do site e das redes sociais. “Escolhemos um nome capaz de identificar, por si só, a principal atividade da em-presa. Nosso trabalho sempre teve foco no processo criativo e na personalização de convites e papelaria fina para eventos, especialmente casamentos. Por isso, não temos um catálogo fixo de produtos. Para cada novo cliente, desenvolvemos um material inédito e personalizado.”
A ideia de negócio surgiu quando os dois perceberam a dificuldade de amigos e conhecidos para encontrar convites personalizados de casamento e pouco oferta deste serviço por parte das gráficas. “Essa circunstância nos permitiu iden-tificar um nicho de atuação ainda pouco explorado. Depois de estudar o mercado, desenvolvemos o plano de negócio e começamos a dar vida à Conviteria Santa Cruz”, acrescenta a empresária, que não tinha experiência prévia na área, mas sempre teve afinidade e habilidade para atividades artísticas manuais, como cartonaria e pintura.
Os convites são os principais produtos da Conviteria Santa Cruz, seguidos dos demais itens de papelaria fina para even-tos. A empresa desenvolve convites, cardápios, marcadores, tags e todos os demais itens de papelaria envolvidos em um evento, incluindo caixas personalizadas para presentear pais e padrinhos, bastante utilizadas em casamentos. Outro segmento de atuação são os serviços de design corporativo. “Nosso principal público-alvo são noivos, aniversariantes e formandos. Na maior parte das vezes, somos procurados por mulheres, na faixa dos 25 aos 35 anos, das classes A e B”, acrescenta Adriana, que recebeu, em 2015, o troféu bronze no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, na etapa estadual, na categoria de Empreendedora Individual.
Conviteria tem como público-alvo
noivos, aniversariantes e formandos
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Fachadas que puriFicam o ar das cidades em estudo para implantação no Brasil Já empregado em vários lugares no mundo todo, arquitetos alemães desenvolveram uma fachada que filtra poluição do ar – e eles querem implementar no Brasil! O material de construção foi desenvolvido a partir de nanotecnologia. Ele purifica o ar, ajudando a reduzir os níveis de gases do efeito estufa. O sistema Prosolve possui um revestimento feito de nanoestrutura de dióxido de titânio. Ao ser ativado pela luz solar, o revestimento trabalha como se fosse um filtro, neutralizando óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis que entram em contato com a superfície. Desta maneira, ao serem instaladas em bairros de grandes cidades brasileiras, as fachadas poderiam melhorar a qualidade do ar, principalmente se localizadas próximo a grandes avenidas ou cruzamentos movimentados.
aeroportos dos eua agora possuirão Banheiro para pets
Para receber melhor um público crescente, foi criada uma área voltada para os pets
fazerem as suas necessidades, nomeada de pet relief area. O espaço fica no aeroporto John F.
Kennedy, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, possui cerca de 6,5 metros quadrados,
conta com grama sintética e um hidrante vermelho. Localizado na área de embarque do aeroporto, os passageiros que desejarem usar as instalações, após passarem pelo controle
de segurança, recebem sacos plásticos e uma mangueira para deixarem a área limpa para os próximos visitantes. O Departamento de
Transportes dos EUA estipulou que, até agosto de 2016, todos os aeroportos do país que
receberem mais de 100 mil passageiros por ano devem disponibilizar uma
área específica para as necessidades dos bichinhos de estimação.
reFugiados estão aBrigados em presídios desativados da holanda A Holanda vai em
direção contrária à situação de muitos países quando o quesito é a cultura carcerária: o país desativou
recentemente 19 presídios, pois não havia quórum de presos para ocupá-los. Então, para dar um destino útil às instalações de habitação vazias, o governo decidiu abrir
os espaços para abrigar as centenas de refugiados que chegam diariamente ao país. São em sua maioria homens,
mulheres e crianças oriundas da África e do Oriente Médio, que cruzaram o oceano para fugir de conflitos armados em seus países de origem. Dos 19 presídios desativados,
12 já estão abrigando os refugiados, mesmo que ainda estejam com a aparência de celas. Contudo, os hóspedes
temporários não reclamam: dormir com as grades abertas ainda é melhor do que a realidade onde viviam.
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EmprEsários participaram de um encontro com o Ministro da Fazenda, no qual, entre outras medidas, solicitaram a reabertura do Refis, consequência da grave retração da atividade econômica brasileira. Embora o Ministro tenha ficado de estudar a medida, essa reabertura é consequência do próprio caminho já percorrido pela União em relação à dívida dos Estados.
A razão é simples: das dificuldades financeiras das empresas decorrem as dificuldades financeiras dos estados. Se a fragilidade do momento atinge toda a cadeia econômica, as medidas utilizadas para diminuir os sintomas recessivos devem ter a mesma extensão.
Diversos programas de parcelamento especial foram lançados nos últimos 14 anos, desde o pioneiro Refis, editado em 2000; Paes, em 2003; Paex, em 2006; Refis da Crise, em 2009 e Refis da Copa, em 2014. As vozes contrárias a esses parcelamentos sustentam que, além de incomuns nos demais países, eles estimulam o próprio inadimplemento dos contribuintes. Tenho cá minhas dúvidas. Penso que o fato de o excepcional tornar-se ordinário (5 parcelamentos especiais
em 14 anos) revela, na realidade, que há algo muito errado em nosso sistema tributário. E isso, sem dúvida, está ligado à carga tributária.
O raciocínio simplista de que o aumento das alíquotas leva ao incremento da arrecadação parece ser desmascarado pela necessidade constante de parcelamentos especiais destinados a regularizar passivos fiscais que correspondem justamente à parcela da carga fiscal que não foi absorvida pela economia. Ou seja, o uso do remédio revela a doença, e a sua utilização periódica leva a crer que o paciente não está devidamente tratado.
É preciso buscar outro tratamento e, de uma vez por todas, entender que o crescimento da arrecadação não será obtido a fórceps, como a alteração aritmética dos burocratas. Virá do crescimento da economia, da estabilidade jurídica, da simplificação tributária e da previsibilidade clara das regras do jogo, em todas as áreas da economia. Até isso acontecer, além da morte e dos tributos, no Brasil também continuarão assegurados o Carnaval e o Refis, nossa jabuticaba tributária.
Rafael Pandolfoconsultor tributário da Fecomércio-rs
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ReabeRtuRa do Refis: a jabuticaba
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monitor de juros mensal
O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de
crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras.
O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira
semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis
modalidades de crédito à pessoa jurídica.
Capital de Giro Com prazo até 365 dias
Cheque espeCial
anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito
no
tas
Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias
Conta Garantida
desConto de Cheques
Na modalidade de capital de
giro com prazo até 365 dias,
com o retorno na disponibilidade de
suas informações, o Citibank
reassumiu o primeiro posto em
junho. Entre os bancos com
maior participação no mercado
de crédito brasileiro, o Santander
registrou a menor taxa média de juros
da modalidade no mês.
Na modalidade de cheque
especial, de modo geral, as
taxas médias de juros mantiveram a
estabilidade tradicional em junho.
O Banrisul segue, com folga,
com a menor taxa média de
juros. Caixa, HSBC e
Santander, por outro lado,
registram as maiores taxas
médias no mês.
Na modalidade de antecipação de
faturas de cartão, o Banco Safra,
apesar de alguma elevação em sua
taxa média, seguiu no primeiro lugar
em junho. Entre os bancos com maior
participação no mercado de
crédito, o Santander, apesar
de elevação no mês, manteve
a menor taxa média de juros.
Na modalidade de capital de
giro com prazo acima de 365
dias, o Citibank também
retornou para a liderança do
ranking em junho, seguido por
HSBC e Santander. O Banco
do Brasil, por sua vez,
registrou a maior taxa média
de concessão da modalidade.
Na modalidade de conta
garantida, o Citibank, apesar
de muita oscilação no
comportamento semanal, manteve
a primeira colocação na entrada
de junho, seguido de HSBC e Banco
do Brasil. Entre os bancos com maior
participação no mercado de crédito,
o Bradesco registra a maior taxa
média de juros da modalidade.
Na modalidade de desconto
de cheques, o Banco Safra
permaneceu no primeiro posto
em junho, seguido pelo
Banrisul. O Banco do Brasil,
por sua vez, segue
registrando a maior taxa
média de concessão para
a modalidade.
1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito e financeiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, elas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal.2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre elas.3) Período de coleta das taxas de juros: 1º/06/2016 a 7/06/2016.
Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
MAI
–
2,30
1,90
2,07
2,43
2,89
2,91
3,15
MAI
9,23
12,08
12,43
12,86
12,83
13,45
13,51
13,62
MAI
1,90
2,58
3,19
3,11
3,54
3,64
MAI
–
2,13
2,35
2,45
2,62
2,49
2,50
1,75
2,88
MAI
2,62
2,78
2,84
3,00
3,26
3,59
5,12
10,71
Citibank
Santander
Itaú
HSBC
Banco Safra
Bradesco
Banrisul
Caixa
Banrisul
Banco Safra
Itaú
Bradesco
Banco do Brasil
Caixa
HSBC
Santander
Banco Safra
Santander
Bradesco
Banco do Brasil
HSBC
Itaú
Citibank
HSBC
Santander
Bradesco
Banrisul
Itaú
Caixa
Banco Safra
Banco do Brasil
Citibank
HSBC
Banco do Brasil
Banrisul
Santander
Itaú
Bradesco
Banco Safra
Banco Safra
Banrisul
Santander
Itaú
Caixa
HSBC
Bradesco
Banco do Brasil
JUN
1,76
1,93
2,29
2,46
2,58
2,83
2,92
3,32
JUN
9,27
11,68
12,58
12,79
13,12
13,45
13,50
13,58
JUN
2,11
2,80
3,10
3,20
3,52
3,63
JUN
1,55
2,00
2,10
2,42
2,42
2,44
2,44
2,59
2,70
JUN
2,62
2,86
2,87
3,10
3,27
3,64
5,06
10,84
JUN
2,40
2,57
2,93
3,17
3,21
3,23
3,28
3,53
MAI
2,48
2,57
2,92
3,21
3,19
3,16
3,26
3,42
É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomados com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.
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DICAS DO MÊS
Manter a eMoção ao buscar resultados
Unindo os conceitos de alegria e versatilidade para trilhar um
caminho de sucesso, a especialista em gestão Lisete Frohlich lança o livro @Pra Ser Feliz, pela Editora
Ser Mais. Nele, a gaúcha revela os segredos de como conciliar sucesso na vida corporativa e pessoal tendo
em mente que o processo é uma trilha composta por momentos de auge, obstáculos e também alguns retrocessos. @Pra Ser Feliz é uma
obra voltada a todos os segmentos profissionais, para indivíduos que busquem evolução permanente e anseiam por desafios constantes.
Cases de sucesso são apresentados, assim como experiências,
resultados, emoções e impressões. Ela conceitua o seu trabalho como
um manual para quem visa à alegria e à realização nos negócios
e nas relações pessoais.
livro
Ficha técnicaTíTulo: @Pra Ser Feliz
auTora: Lisete Frohlich
ediTora: Editora Ser Mais
ano: 2016
neM tudo é o que parece Divorciada duas vezes e com três filhos para criar, Erin Brockovich se vê em um beco sem saída após sofrer um acidente de trânsito e perder a
indenização devido à sua postura no tribu-nal. Em um ato de generosidade, o advogado
responsável pela ação resolve empregá-la na sua empresa na posição de arquivista. Ao
analisar um caso de troca de imóveis, Erin (interpretada por Julia Roberts) acaba desco-brindo um grande desastre ecológico no mu-
nicípio de Hinkley, no qual uma corporação de distribuição de gás é a responsável pelo
vazamento de cromo hexavalente, substân-cia altamente cancerígena. Então, mesmo
sem a qualificação de advogada, Erin se en-gaja na mobilização dos moradores da cidade
e lidera o processo contra a empresa de gás. Erin Brockovich – Uma Mulher de Sucesso fala
sobre superação, a importância de sustenta-bilidade e o mais importante de tudo: que as
aparências muitas vezes enganam.
Rep
rod
uçã
ofilM
e
Ficha técnicaTíTulo: Erin Brockovich – Uma Mulher de Sucesso
gênero: Drama biográfico
direção: Steven Soderbergh
duração: 130 min
ano: 2000
Rep
rod
uçã
o
APP
para salvar vidas Em 14 de junho, comemorou-se o Dia Nacional do Doador de Sangue, e para celebrar a data e incentivar a adesão da população à doação, a ONG Insituto Colabore se uniu à Samsung e à Fiesp e lançou o aplicativo Heroes, que gerencia, incentiva e facilita a doação de san-
gue no país. A nova ferramenta é um web app, que pode ser acessado via navegadores de computadores e dispositivos móveis de qualquer sistema operacional, e conecta hospi-
tais e pontos de coleta de sangue a doadores
cadastrados. Para se tornar um doador de
qualquer lugar do Bra-sil, basta acessar www.
heroesbrasil.com.br.
Rep
rod
uçã
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