O palcO da
cOpa
Os 64 anos que dividem as duas edições do Mundial na capital
O estádio e as modificações realizadas para ter curitiba como sede
passadO epresente
de vOlta para casa
Uma conversa com Alex sobre família, futebol e carreira
BOa praça
Depois de sete temporadas no Japão, Levir Culpi retorna ao futebol brasileiro
ANO 1 • EDIÇÃO 1 • JUNHO 2014 • R$10,00
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5• Revista Só Futebol •
Olik COmuniCaçãOR. Pamphylo D’Assumpção, 908
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revisãOFelipe Martynetz
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retirar produtos, comercializar espaços publicitários
ou editoriais, a não ser com autorização por escrito da
Olik Comunicação, situada na cidade de Curitiba.
futebol! Futebol com seus contos
e suas histórias.
Você nos encanta com sua ma-
gia, as tantas alegrias, por vezes
tristezas, mas amanhã tudo será
diferente, a minha alma se enche
de esperança.
Ó, futebol! Você está com as crianças, com os homens,
com as mulheres, une pessoas, propaga o amor e a paz.
Futebol, te encontro em todos os lugares, em todas as
formas, seus dribles, o gol. Ah, o gol! Que felicidade.
Ó, futebol! Aqui nasce só futebol!
É isso mesmo. A paixão por este esporte encantador
foi inspiração para o nascimento desta publicação.
É o amor que acompanha não apenas grandes cam-
peonatos, como a Copa do Mundo, o Brasileirão e o
Paranaense, mas também jogos da Copa Kaiser, da
Taça Paraná e da Suburbana. Que reconhece craques
como Alex e Luisinho Netto. Que acompanha o futebol
em suas diversas variantes, do futsal ao futebol ame-
ricano. Buscamos personalidades, batemos papos com
jogadores, treinadores, médicos e jornalistas. Ligamos
o passado e o presente para criar matérias com his-
tórias e sentimentos. Porque é disso que o futebol é
feito: de histórias, sentimentos e muita paixão.
Boa leitura!
ó,
editOrial
6 • Revista Só Futebol •
sumáriO
30
nOssa CapafOtO: Studio Gaea/Ale Carnieri
O palcO da
cOpa
Os 64 anos que dividem as duas edições do Mundial na capital
O Estádio e as modificações necessárias para ter curitiba como sede
passadO EprEsEntE
dE vOlta pra casa
Uma conversa com Alex sobre família, futebol e carreira
BOa praça
Depois de sete temporadas no Japão, Levir Culpi retorna ao futebol brasileiro
ANO 1 • EDIÇÃO 1 • JUNHO 2014
história64 anos e muitas
diferenças separam as
Copas de 1950 e 2014
08
14 Campeonato paranaense
Londrina se consagra campeão
paranaense depois de 22 anos
22 Copa KaiserCampeonato amador
reúne apaixonados pelo futebol
saúdeCom passagem pela
seleção brasileira, William
Youssef fala sobre joelhos
30matéria de CapaUm tour pelo estádio
que será palco dos jogos da
Copa de 2014™ em Curitiba
26
18 espeCialAlex e sua
história com o futebol
36 tabelaAcompanhe
os jogos da Copa
38 FutsalAs mulheres
fazem bonito nas quadras
40entrevistaJoel Malucelli fala
sobre futebol brasileiro e o
futuro do clube
44 Futebol ameriCano
Sucesso também em
campos brasileiros
7• Revista Só Futebol •
18 0850
Futebol amador
Luisinho Netto,
ex-Atlético-PR, coleciona
títulos no futebol amador
62
46 imprensaElas dominam
o campo na hora
de dar a notícia
50perFilDe volta ao Brasil,
Levir Culpi chega ao país
com um grande desafio
54 torCedoresCoca-Cola premia
torcedores com uma viagem
para ver a taça de perto
56 Futebol de baseAcompanhamento
psicológico é essencial
para transformar jovens
atletas em craques
60on-lineAcompanhe os
jogadores da seleção
brasileira nas redes sociais
8 • Revista Só Futebol •
CopaA volta
daSessenta e quatro anos se passaram e,
apesar das coincidências, a Copa de 2014 será muito diferente do Mundial de 1950
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9• Revista Só Futebol •
ma rua, pouco mais de dois
quilômetros e 64 anos.
Esses são os elementos que
separam as duas Copas do
Mundo em que Curitiba es-
teve envolvida. Enquanto
em 1950 a capital recebeu
dois jogos na Vila Capanema, a edição de 2014
terá quatro partidas em solo curitibano, todas
na Arena da Baixada, estádio que, curiosamente,
fica na mesma rua que o utilizado há seis dé-
cadas, separados por 2.200 metros de distância.
Mas as coincidências param por aí e dão lugar a
uma série de diferenças bem marcantes.
Ao longo dos 64 anos que separam os dois
eventos, a urbanização do bairro Rebouças, a
urbanização da cidade, a profissionalização e a
globalização do futebol e as exigências da FIFA™
transformaram completamente o panorama de
Curitiba como sede da Copa do Mundo. Segundo o
historiador Luiz Carlos Ribeiro, professor da UFPR
e especialista na história do futebol brasileiro, a
primeira mudança perceptível aconteceu nos en-
tornos dos dois estádios.
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20141950
10 • Revista Só Futebol •
HiStória
EnqUAnto Em 1950 A CApitAl rECEbEU dois
jogos nA VilA CApAnEmA, A Edição dE 2014
tErá qUAtro pArtidAs Em solo CUritibAno
“Pela proximidade com a
rede ferroviária, a região do
Rebouças sediava o complexo
industrial da cidade, como a
indústria de fósforos, de be-
neficiamento do mate, uma
fábrica de cervejas e dois
moinhos de trigo, entre outras
fábricas menores e oficinas.
Desde a privatização da Rede
Ferroviária Federal Paraná-
Santa Catarina na década
de 1970 e a desativação da
Estação Ferroviária, em 1990,
a região vem passando por um
processo de reurbanização”,
relembra Ribeiro.
O historiador conta ain-
da que a região da Arena da
Baixada manteve seu cará-
ter residencial, mas teve uma
evolução comercial desde a
primeira Copa do Mundo rea-
lizada no Brasil, já que a área
que divide o Rebouças e o
Água Verde ganhou um centro
gastronômico composto por
bares e restaurantes.
CURITIBA EXEMPLARDevido aos atrasos nas obras
de modernização e adequação
da Arena da Baixada aos padrões
exigidos pela FIFA™ para partidas
de Copa do Mundo, Curitiba foi
seriamente ameaçada, no começo
do ano, de ser excluída da relação
de cidades-sede. Por mais inusi-
tado que pareça, em 1950 a situ-
ação foi completamente oposta.
arena da Baixadana fase da reforma em maio de 2014
10 • Revista Só Futebol •
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11• Revista Só Futebol •
1950 (Vila Capanema)
•25 de junho
Espanha 3x1 Estados Unidos
Público: 9.311 pessoas
•29 de junho
Suécia 2x2 Paraguai
Público: 7.903 pessoas
UMa Sede, dUaS COPaS BeM diFerenteS
2014 (alguns exemplos)
•Visibilidade total do campo em todos os assentos
•Cada assento deve ter 47 cm de largura
•Distância de 85 cm entre um assento e o de trás
•Cadeiras retráteis
•Posição específica para a cabine de imprensa
•Realização obrigatória de Fan Fests em todas as cidades-sede
1950 (todas as exigências)
•Estádios com capacidade
de 20 mil lugares
•Alambrados
•Cabines de imprensa
•Tribunas
•Túneis ligando vestiários ao gramado
exiGÊnCiaS da FiFa:
JOGOS:
Confira as diferenças entre as Copas de 1950 e 2014 em Curitiba.
2014 (Arena da baixada)
•16 de junho
Irã x Nigéria
Expectativa: 40 mil pessoas
•20 de junho
Honduras x Equador
Expectativa: 40 mil pessoas
•23 de junho
Espanha x Austrália
Expectativa: 40 mil pessoas
•26 de junho
Argélia x Rússia
Expectativa: 40 mil pessoas
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12 • Revista Só Futebol •
Era domingo. Por isso, o jovem Levi Mulford,
de 21 anos, acordou um pouco mais tarde na-
quele 25 de junho de 1950. De última hora, ele
decidiu pegar um bonde até a Vila Capanema,
onde tentaria conseguir um ingresso para assis-
tir a Espanha x Estados Unidos, primeira partida
de Copa do Mundo da história de Curitiba. Sem
qualquer dificuldade, comprou seu bilhete na
frente do estádio e se acomodou na arquiban-
cada de madeira montada atrás de um dos gols.
Dentro de campo, ele admite que as emoções
foram poucas e que a vitória de 3x1 da Espanha,
mesmo de virada, nada teve de especial.
Hoje, aos 85 anos, Levi é uma das maiores re-
ferências no jornalismo esportivo paranaense,
principalmente quando o assunto é futebol ama-
dor. Suburbana é com ele mesmo. Prestes a vi-
venciar sua segunda Copa do Mundo no Brasil,
ele comparou os dois eventos.
“Em 1950, não teve esse estardalhaço todo.
As pessoas não estavam muito interessadas na
Copa do Mundo e o segundo jogo, que foi em
uma quinta-feira, não alterou em nada o funcio-
namento da cidade. Eu, por exemplo, fui traba-
lhar normalmente. No primeiro jogo, eu consegui
ir, mas era um domingo e eu não precisei comprar
o ingresso antecipadamente. Cheguei, comprei e
entrei”, relembra Levi, citando uma época em que
sorteios da FIFA™ para conseguir um ingresso
não passavam de ficção científica.
“nÃO HOUVe eStardaLHaÇO”
Naquela edição do Mundial, as
seis capitais que receberiam os
jogos só começaram a ser oficia-
lizadas um ano antes (Recife, por
exemplo, ficou sabendo que se-
ria cidade-sede apenas 60 dias
antes da Copa). Os pedidos da
FIFA™ eram modestos e, por isso,
a Vila Capanema não teve qual-
quer problema em se adaptar.
Construído em 1947 sem qualquer
relação com o evento, o estádio
já estava praticamente todo ade-
quado, era o mais adiantado de
todas as sedes e pôde receber as
partidas sem o menor risco ou cri-
se de última hora.
aLCideS GHiGGiaCampeão da Copa de 1950 pelo Uruguai, foi assis-tente do sorteio dos grupos da Copa de 2014™
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13• Revista Só Futebol •
POUCO BRILHOOs dois jogos que Curitiba recebeu na Copa de
1950 não deram muitos motivos para o torcedor
se animar. A partida em que a Espanha venceu
os Estados Unidos por 3x1 foi considerada morna
e sem graça pelo pequeno público que compare-
ceu à Vila Capanema. Quatro dias depois, o em-
pate em 2x2 entre Suécia e Paraguai seria mais
movimentado e equilibrado, mas teria um público
pagante ainda menor.
“Apesar da intensa campanha para que o curi-
tibano fosse aos dois jogos realizados no Estádio
Durival de Britto, o custo elevado do ingresso não
permitiu a ocupação total dos anunciados 12 mil lu-
gares. No primeiro jogo, o público foi de 9.311 pes-
soas, enquanto para a segunda partida o número
de torcedores foi ainda menor (7.903 pessoas). Não
FULeCOo mascote da Copa do mundo FiFA™ de 2014 entre marta e bebeto. somente a partir de 1966 as Copas passaram a ter mascotes
temos registros quanto à presença de torcedores es-
trangeiros”, comenta o historiador Luiz Carlos Ribeiro.
Em 2014, o professor vê um cenário bastante dife-
rente. Segundo ele, a venda de ingressos pela inter-
net, a redução do preço das passagens aéreas (muito
caras, na época) e a espetacularização do futebol se-
rão responsáveis por um resultado muito mais posi-
tivo em relação ao interesse do público nas partidas.
Uma vantagem que os curitibanos de 1950 ti-
veram foi a possibilidade de assistir a duas equi-
pes que tinham boas chances de título. Espanha
e Suécia eram duas das favoritas e chegaram ao
quadrangular final junto a Brasil e Uruguai. Em
2014, a capital receberá quatro jogos: Irã x Nigéria,
Honduras x Equador, Espanha x Austrália e Rússia
x Argélia. Das oito seleções, a Espanha é vista com
potencial para ir mais longe.
campeonato paranaense
14 • Revista Só Futebol •
Título centenário volta ao interior
Depois de enfrentar um jejum de 22 anos, o Londrina levantou a taça do campeonato paranaense e mostrou
que, mesmo após cem edições, o torneio ainda pode surpreender e desbancar a hegemonia dos times da capital
14 • Revista Só Futebol •
15• Revista Só Futebol •
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espera de mais de duas déca-
das pôde finalmente ser supe-
rada pela torcida do Londrina.
Sem conquistar o título para-
naense desde 1992, o Tubarão
provou seu amadurecimento
da melhor maneira possível:
um ótimo desempenho dentro de campo, a matu-
ridade da equipe fora do gramado e a força de sua
torcida no Estádio do Café.
“O título é a prova de que, quando se trabalha e
se acredita no projeto que desenvolvemos para o
clube, os resultados aparecem. Nestes últimos anos,
nós saímos da Série B do Paranaense, tivemos uma
campanha de destaque no ano passado e neste ano
Aconseguimos ter um desempenho bastante regu-
lar, que resultou nessa grande conquista. É a prova
de que estamos fazendo um bom trabalho ao lon-
go destas temporadas”, analisa o técnico Claudio
Tencati, que comanda a equipe há três anos.
No comando do Tubarão, Tencati alcançou em
pouco menos de 96 jogos o invejável aproveita-
mento de 61%, além do título da Série B do esta-
dual em 2011, sendo também campeão do interior
no ano passado, alcançando o mesmo número de
pontos do campeão Coritiba.
Buscando esquecer e superar as adversida-
des passadas, o Londrina começou 2014 com
força total, não veio com facilidade. Decidido
nos pênaltis em Maringá, os torcedores do LEC
TíTuloPrêmio foi para casa com o Tubarão
campeonato paranaense
16 • Revista Só Futebol •
londrina x maringáTorcida e time sofreram até a conquista do título
sofreram até o último ins-
tante. Mas isso não abalaria
a grande e exigente torcida
azul e branca. Desde a pri-
meira rodada, a 100ª edição
do torneio dava sinais de que
seria empolgante e poderia
surpreender os mais apáti-
cos. Resultados inesperados,
como a derrota do Londrina
em casa, o empate sem gols
entre Atlético e Prudentópolis
e a vitória do Maringá sobre o
Coritiba, anunciavam uma dis-
puta sem favoritos.
Na competição deste ano, o
centésimo estadual mudou seu
formato, sendo disputado em
uma primeira fase com 11 roda-
das e com jogos de mata-mata
entre os primeiros colocados nas
quartas-de-final, avançando en-
tão para as semifinais e a gran-
de decisão. Com vitórias fora de
casa e segurando empates im-
portantes, o Londrina terminou
a primeira fase em quarto lugar,
disputando a primeira fase dos
jogos eliminatórios contra o J.
Malucelli. Vencendo em Curitiba
por 2x1 e em Londrina por 2x0,
o Tubarão não deu chances para
a equipe da capital e se garantiu
na semifinal.
Enquanto o Maringá, que
seria o adversário da equipe
alviceleste na grande final, en-
carava o então tetracampeão
Coritiba na disputa pela vaga na
decisão, o LEC viveu momentos
de tensão ao enfrentar a equipe
sub-23 do Atlético. Na primeira
partida da semifinal, perdeu de
virada na capital por 3x1, pre-
cisando de uma vitória por dois © D
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17• Revista Só Futebol •
gols de diferença na partida de
volta em casa para levar a de-
cisão da vaga para os pênaltis.
Mas, com a qualidade e a regu-
laridade da equipe, o Tubarão
não decepcionou.
Diante de uma torcida de qua-
se 14 mil pessoas, que fizeram a
festa no Estádio do Café para
incentivar o Tubarão, o time da
casa atropelou o Atlético. Com
direito a três gols de Arthur, arti-
lheiro da equipe no campeontao,
ofuscando a estrela de Adriano
Imperador como titular na equi-
pe rubro-negra, o time da casa
venceu a partida de virada por 4
x 1 e se garantiu na final históri-
ca do estadual contra o Maringá,
que estreava na elite do torneio.
Contando com o maior públi-
co do campeonato em 2014, com
"O TíTulO é A PrOvA
de que, quAndO
se TrAbAlhA e
se AcrediTA nO
PrOjeTO que
desenvOlvemOs
PArA O clube,
Os resulTAdOs
APArecem"
quase 27 mil pagantes lotando
o Estádio do Café, Londrina e
Maringá fizeram uma final em
duas partidas dignas das me-
lhores decisões que o estado já
viu. Com o primeiro empate em
2x2, a decisão ficou para a última
partida para a última partida no
Willie Davis, que viu o novo em-
pate em 1x1, o centéssimo título
do Campeonato Paranaense foi
disputado nos pênaltis.
Nas cobranças, novamente a
igualdade entre os maiores clu-
bes do interior. Somente no útli-
mo chute, quando Cristiano do
Maringá bateu para fora, é que
os visitantes puderam soltar o
grito de campeão e comemorar
o quarto título paranaense do
Londrina após uma espera de
22 anos. “O Londrina é um time
que conquistou muitos títulos no
passado, por isso sofremos até
uma certa pressão e cobrança
pelos resultados. Com a nossa
dedicação, isso foi possível no-
vamente”, destaca Tencati.
Conquista ainda fresca nos
gramados de Londrina, a equipe
continua o calendário 2014 com
foco na Série D do Campeonato
Brasileiro, além da disputa da
Copa do Brasil, em que elimi-
nou o Criciúma, time que com-
pete na Série A do Brasileirão.
“Vamos nos dedicar e perma-
necer na competição o máximo
que conseguirmos, mas nossa
prioridade é o acesso à Série C
do Campeonato Brasileiro, assim
podemos ter um calendário re-
gular em 2015 e continuar nosso
trabalho", completa o treinador.
Cláudio Tencati
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18 • Revista só Futebol •
Um caraboa praçaAlex é um dos grandes nomes do futebol nacional. Curitibano, ele mostra seu talento e é referência
para o futebol – dentro e fora de campo
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18 • Revista Só Futebol •
AlexCamisa 10 do Coritiba, um dos craques do futebol atual
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19• Revista só Futebol •
lexsandro de Souza, 36 anos,
canhoto, meio-campista e
ídolo. Mais conhecido como
Alex, o atual camisa 10 do
Coritiba, clube que o revelou,
é um dos craques do futebol
atual. Com equipes brasilei-
ras em seu currículo e uma rápida passagem pelo
Parma, consagrou-se na Turquia, onde é ídolo até
hoje no Fenerbahçe.
Jogador de grande inteligência e técnica refina-
da, recentemente Alex anunciou sua aposentado-
ria e afirmou que este será seu último Campeonato
Brasileiro. “Espero me divertir neste ano. Passar o
tempo e os jogos de uma forma boa e, se possível,
ajudar o Coritiba a ganhar algo importante, que é o
grande objetivo”, comentou o meia.
A
"QUeremos QUe os ClUbes pAgUem em diA e QUe QUem trAbAlhA Com fUtebol e não o fAz dA melhor mAneirA sejA responsAbilizAdo"
Bastidores da BolaAlex é um dos líderes do movimento Bom Senso
Futebol Clube, que luta por melhorias no futebol na-
cional. “Nosso futebol evoluiu muito pouco, mas tam-
bém não fazemos críticas: são levantamentos de me-
lhorias no esporte. Nosso maior ponto de discussão
é por qual motivo elas ainda não foram feitas”, argu-
mentou o jogador.
Entre os vários pontos citados para a evolução
do futebol brasileiro, o jogador destaca, em espe-
cial, o fair play financeiro. “Queremos que os clubes
paguem em dia e que quem trabalha com futebol e
não o faz da melhor maneira seja responsabiliza-
do. Pegam o clube com dívida e o entregam duas
ou até três vezes pior. Isso pode mudar com alguns
pequenos ajustes”, explica o atleta. Outro ponto de
destaque para Alex é o caótico calendário do futebol
NúmeROs até 16/05/2014
20 • Revista só Futebol •
Clubes pelos quais passou
1995-1997 • Coritiba
1997-2000 • palmeiras
2000 • flamengo
2001 • palmeiras
2001 • Cruzeiro
2002 • palmeiras
2002 • parma
2002-2004 • Cruzeiro
2004-2012 • fenerbahçe
2012-2014 • Coritiba
espeCiAl
"2% oU 3% dos AtletAs têm boAs Condições de vidA. os oUtros 98% têm difiCUldAde de jogAr"
426Gols
1008joGos
nacional. “Isso é importante para
os atletas de equipes menores.
Quem falou que jogador de fute-
bol ganha bem é um mentiroso.
Realmente, 2% ou 3% dos atletas
têm boas condições de vida. Os
outros 98% têm dificuldade de
jogar e atuam, em média, apenas
três ou quatro meses no ano.
Isso tem que mudar”, afirma.
Alex também opina sobre a
Copa do Mundo™. “De legado, só
estádios. Em Curitiba, o Atlético
Paranaense terá um estádio ex-
cepcional e um bom legado após
a Copa, assim como o Maracanã, o
Mineirão e o Itaquerão. De legado
social, planejamento urbano, só
ficaram as promessas. Não tere-
mos absolutamente nada”, critica.
ÍdoloSe o camisa 10 é respeitado
por suas opiniões fora de campo,
ele mostra seu verdadeiro valor
dentro das quatro linhas. Craque
com a bola nos pés, ele é ad-
mirado, não só no Brasil, mas
mundo afora. É na Turquia que
se mede seu reinado. “A minha
passagem pelo Fenerbahçe foi
sucesso absoluto. Tudo funcio-
nou de uma maneira espetacular.
Consegui marcas individualmen-
te importantes e coletivamente
também, conquistando títulos
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21• Revista só Futebol •
Bate-pronto
Ídolo:
Zico
passatempo:
Leitura
Melhor jogador de todos os tempos:
Pelé
Clube da infância:
Coritiba
Com quem gostaria de ter jogado:
Ter jogado mais com o Romário
Melhor treinador com quem trabalhou:
Vanderlei Luxemburgo
Gol mais bonito:
Palmeiras x São Paulo, em 2002
Melhor lembrança que o futebol deu:
São muitas. Não dá para escolher
Comida preferida:
Feijoada
Filme preferido:
O Poderoso Chefão
lugar preferido:
Curitiba
Alex:
(risos) Gostaria de ser meu amigo. Acho que
sou um cara boa-praça. Não tenho uma
definição, mas acredito ser gente boa.
Alexna primeira vez em que passou pelo Coritiba
com o clube. Foi realmente um período ótimo na minha
carreira”, avaliou o jogador.
A paixão foi tanta que o Coritiba, quando o contra-
tou, foi praticamente obrigado a traduzir a sua página
oficial para turco, devido à quantidade de fãs que que-
riam continuar a acompanhar a carreira do ídolo. “A pai-
xão do povo lá pelo futebol é maior que a do brasileiro.
Eles participam mais também”, comentou.
Seu sucesso chegou à seleção brasileira, na qual foi
campeão da Copa América 2004 como capitão da equi-
pe. Para muitos torcedores, o craque tem apenas uma
mancha em seu currículo, ou melhor, uma injustiça:
nunca ter disputado uma Copa do Mundo™. Seu nome
chegou a ser muito cotado para a Copa de 2002, con-
quistada pelo Brasil, mas ficou somente na expectativa.
“Sou muito bem resolvido quanto a isso. Não me sin-
to injustiçado por não ter ido à Copa, é uma coisa que
não me diminui e nem me sinto desrespeitado. Sempre
procurei entender o pensamento dos treinadores que
estavam no posto e suas decisões”, explica.
FamÍliaQuando o papo é família, Alex também é ídolo dentro
de casa – e, neste ponto, o craque mostra novamente
sua diferença. Reservado para falar de seus familiares,
Alex se considera um bom pai e uma pessoa comum.
“Eu sou e vivo como qualquer outra pessoa. Saio cedo
para trabalhar, volto para casa, busco as crianças na
escola. Quando estamos em casa, procuro brincar com
meus filhos e ficar um tempo com eles, ir ao cinema...
Uma rotina normal de família”, conclui o craque.
22 • Revista Só Futebol •
Copa kaiser
Amadoresdo futebol
Campeonato regional de futebol amador já é tradição e envolve mais de três mil pessoas em Curitiba, entre jogadores,
organização e a fiel torcida dos bairros
22 • Revista Só Futebol •
CoNsaGraDoEm 2013, mais de 2.800 atletas partici-param do campeonato
23• Revista Só Futebol •
capital paranaense se prepa-
ra para realizar mais um grande
evento esportivo – e olha que
não estamos falando da Copa do
Mundo™. No segundo semestre
deste ano, acontece em Curitiba
a 6ª edição da Copa Kaiser de
Futebol Amador, organizada pela marca de bebidas
com o apoio e a assessoria técnica da Federação
Paranaense de Futebol (FPF) e da Prefeitura Municipal
de Curitiba. O torneio também é realizado em São
Paulo, Belo Horizonte, São José Rio Preto, Porto Alegre
e Blumenau, já se consagrando como o maior campe-
onato de várzea organizado no Brasil.
“A ideia da FPF e da Kaiser é fomentar a prá-
tica esportiva por times das comunidades. Hoje,
a competição está em mais de 50 bairros da
A©
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o
capital”, explica Leônidas Nery Dias, integran-
te da comissão organizadora da Copa Kaiser de
Curitiba. Apenas atletas não federados nos últi-
mos dois anos podem se inscrever no torneio, e a
procura só tem aumentado. Na primeira edição, 64
equipes participaram do campeonato, mas, com
o crescente interesse dos jogadores amadores,
gradualmente a Copa ganhou força e visibilidade,
fazendo com que a organização decidisse aumen-
tar o número de participantes.
No ano passado, mais de 130 equipes foram
inscritas e 96 foram selecionadas para integrar
a tabela de jogos, com a participação de mais
de 2.800 atletas. Com tanta gente, a rivalidade
entre os bairros e as equipes, que muitas vezes
preocupa a organização e os torcedores, não in-
terfere no andamento da competição. “A questão
disciplinar é muito rígida e valorizada por todos,
nunca tivemos episódios graves de conflito, o
que coloca a Copa também como destaque po-
sitivo em organização”, reforça Dias.Mengão LindóiaTime campeão da Copa Kaiser de Curitiba de 2013
24 • Revista Só Futebol •
Um dos pontos mais peculiares
da competição está nos nomes
dos times. Espalhadas por toda a
cidade, muitas vezes com mais de
um time por bairro, as equipes são
batizadas com nomes muito diver-
tidos. No Xaxim, por exemplo, Barça
e Benfica fazem tributo a times eu-
ropeus, Manchester, do Uberaba,
Lyon, do Parolin, e Ajax, do Campo
do Santana, seguem a mesma li-
nha, em contraponto aos brasilei-
ríssimos Butantan, do Barreirinha,
e Tupiniquim, do Xaxim.Com nomes
inusitados que beiram a piada
estão Balão Apagado, do Novo
Mundo (primeiro campeão do
torneio), Boca Seca, do Santa
Quitéria, e o Fidumaégua, do
Campo Comprido, para citar ape-
nas alguns.
Disputada em campos ama-
dores de Curitiba, a Copa Kaiser
tem, além do grande troféu de
campeão, premiação em di-
nheiro e jantar para a dele-
gação vencedora. Em 2013, a
grande final foi realizada na Vila
Campeões da Copa kaiser de Futebol amador em Curitiba
1 – Edição 2009: Balão Apagado do Novo Mundo
2 – Edição 2010: Vila Torres
3 – Edição 2011: Assoc. de Moradores Santíssima Trindade
4 – Edição 2012: São Braz
5 – Edição 2013: Mengão Lindóia
Olímpica do Boqueirão entre as
equipes do Campo Comprido e
do Mengão Lindóia, que ficou
com o título, vencendo o jogo
por 5x0. Na partida que ante-
cedeu a decisão, o Bragantino
ganhou de 1x0 do São Braz e
ficou com o terceiro lugar.
Com a expectativa de reunir
ainda mais participantes neste
ano, a Copa Kaiser ainda não di-
vulgou a tabela de jogos, mas a
certeza é de que grandes jogos
vão continuar movimentando
os domingos em todos os bair-
ros da cidade, e a bola não vai
deixar de rolar em Curitiba após
a Copa do Mundo™. Pelo con-
trário, será aí que aquele bom e
velho futebol, que envolve pai-
xão, famílias e muita raça, pode-
rá ser visto na ponta das chu-
teiras dos amadores da bola. © D
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ão
DesTaQUe posiTiVoApesar do grande número de torcedores, nunca houve episódios graves de conflito.
Copa kaiser
AD
saúde
26 • Revista Só Futebol •
Não seria o joelho,
Aquiles?Que calcanhar, que nada. No futebol, quando o assunto é ponto fraco, a gente está falando de joelho
esão no joelho”. Para
quem é leitor assíduo
da seção de esportes,
a frase já é bem cor-
riqueira – principal-
mente quando o as-
sunto é futebol. São
tipos diferentes, tratamentos específicos e
tempo de recuperação variável. Resolvemos
buscar respostas para algumas perguntas re-
lacionadas a este tipo de lesão.
Para isso, nada melhor do que um especia-
lista. Batemos um papo com William Yousef,
médico com especialização em cirurgia do jo-
elho e medicina esportiva. Sua história com o
esporte é longa. O profissional já foi médico do
Coritiba e da seleção brasileira de canoagem
(que acompanhou, em 2003, durante os Jogos
"LAquiles, obra de Ernst Herter, Corfu, Grécia, 1884
27• Revista Só Futebol •
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"O jOeLhO é A ArticuLAçãO mAis
vuLNeráveL dO cOrpO humANO"
Pan-Americanos de Santo Domingo, República
Dominicana). De 2004 a 2008, trabalhou com as
seleções brasileiras de futebol sub-17 e sub-20,
quando foi o primeiro médico paranaense a tra-
balhar na CBF. Em 2007, Yousef trabalhou ainda
como médico da seleção brasileira de futebol nos
Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.
Revista só Futebol: existem vários tipos de
lesão no joelho. Qual é a mais comum?
William Yousef: O joelho é a articulação mais
vulnerável do corpo humano. É uma articulação
que tem pouca proteção muscular e, por isso,
uma das mais predispostas a ter uma lesão. As
lesões mais comuns, principalmente quando
falamos de futebol, são a de ligamento cruzado
anterior e a de menisco.
Revista só Futebol: e quais são as diferenças
entre elas?
William Yousef: A lesão de menisco é mais tranqui-
la que a de ligamento cruzado anterior. São feitos
exames para determinar seu grau – neste caso,
variável entre 1, 2 e 3. Graus 1 e 2 normalmente são
tratamentos não cirúrgicos, a fisioterapia já resolve.
As mais graves, que são grau 3, têm indicação cirúr-
gica, mas o procedimento é simples. Jogadores de
futebol normalmente sofrem a lesão grau 3. O tem-
po de recuperação é curto, em geral, em um mês ele
está voltando para o campo. No caso de não atletas,
William YouseFLonga história com o esporte
saúde
28 • Revista Só Futebol •
a tendência é que isso demore
de dois a três meses, já que a
maioria das pessoas não conse-
gue fazer as oito horas diárias
de fisioterapia que um jogador
faz. Quando o assunto é lesão
de ligamento cruzado anterior,
o problema é mais grave. O li-
gamento cruzado anterior é o
ligamento mais importante para
a estabilização do joelho. Em
pacientes sedentários, a gente
tenta musculação e fisioterapia,
mas em atletas profissionais a
indicação é cirúrgica. É difícil
William Yousef: Quando o caso
é lesão no ligamento cruzado
anterior, geralmente o atleta
torceu o joelho. Talvez ele te-
nha aterrissado errado depois
de um salto para cabecear, por
exemplo. Ele acaba aterrissando
de uma forma diferente e torce
o joelho em extensão. Quando o
jogador faz um movimento ro-
tacional brusco, ou uma torção
brusca, o joelho não consegue se
estabilizar e o ligamento cruza-
do anterior acaba sofrendo a le-
são. Diferentemente da lesão de
CaRReiRaem 2007, com a
seleção brasileira de futebol sub-20
um atleta conseguir manter um
alto nível de desempenho sem
a cirurgia.
Revista só Futebol: e como
são os resultados?
William Yousef: Muito positivos!
O índice de retorno é bom: em
cerca de oito meses, é possível
voltar a jogar. Alguns atletas se
recuperam em seis meses.
Revista só Futebol: o que
acontece nesses ligamentos
quando há uma lesão? © D
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29• Revista Só Futebol •
menisco: nela, a pessoa dobra um pouco mais o jo-
elho. É um movimento mais de rotação com flexão.
Revista só Futebol: No caso das pessoas
que não são atletas, como essas lesões
acontecem?
William Yousef: A lesão mais comum para quem
não é atleta é a de menisco. Tem paciente que
ao descer do carro faz uma rotação e machu-
ca o menisco. Outros, subindo escada durante
anos, causam degeneração do menisco, que é
chamada de degenerativa. Lesão de ligamento
cruzado anterior é um movimento mais espe-
cífico, que acontece normalmente em atletas
ou em jogadores esporádicos, que são os atle-
tas de fim de semana. Essas pessoas às vezes
não têm uma musculatura pronta ou não fazem
alongamento corretamente e acabam sofrendo
a lesão. É importante lembrar que a preparação
física e o alongamento são fundamentais para
tentar prevenir a lesão, mas não são capazes
de evitá-la.
Revista só Futebol: além da lesão do joelho,
que outro tipo de lesão você acompanhou em
jogadores de futebol?
William Yousef: A maioria dos casos é de lesão
do joelho. Acompanhei algumas que prejudica-
ram o tornozelo. As lesões musculares também
são comuns no futebol.
Revista só Futebol: a quais sintomas deve-
mos ficar atentos?
William Yousef: Quando você começa a ter dor,
inchaço, bloqueio do joelho e falseio, é hora de
procurar um especialista. Se a dor persistir mais
do que três dias, alguma coisa está errada.
Revista só Futebol: Você falou do jogador de
fim de semana. Que cuidados ele deve ter?
William Yousef: O melhor meio de prevenir as
lesões do futebol é ter um bom alongamento
da musculatura e um bom fortalecimento. São
as duas chaves. Por isso, a indicação é que ele
frequente uma academia, sempre depois de
uma avaliação médica.
"QuANdO vOcê cOmeçA A ter
dOr, iNchAçO, bLOQueiO dO
jOeLhO e fALseiO, é hOrA de
prOcurAr um especiAListA"
Fêmur
ligamento Posterior
ligamento
Cartilagem
menisco
Tíbia
Os principais pontos mais lesionados na região do joelho:
30 • Revista Só Futebol •
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Estádiopadrão FIFA™
A Arena da Baixada, do Atlético Paranaense, receberá quatro jogos da Copa 2014
m 2009, a Arena da
Baixada foi escolhida
como um dos estádios
que receberiam jogos
da Copa do Mundo de
2014™. Em uma par-
ceria entre Atlético
Paranaense, Prefeitura de Curitiba e
Governo do Estado, a cidade iniciou obras
de melhoria na questão de mobilidade ur-
bana e, principalmente, para a conclusão
da Arena, que já era um dos estádios mais
modernos da América do Sul.
Se já era bonita, a Arena ficou ainda
mais, e tudo dentro de todos os padrões
estabelecidos pela FIFA™, que não são
poucos. Exigem-se áreas de fácil aces-
so e dispersão de torcida, vestiários com
Etotal conforto, estacionamento, área VIP,
melhorias no entorno do estádio, cadei-
ras em todo o estádio, enfim. Todas as
mudanças foram realizadas e seguiram
o caderno “Recomendações e Requisitos
Técnicos para Estádios de Futebol”, 5ª
Edição de 2011, da instituição.
Para adequar-se a todos os pedidos
da entidade máxima do futebol, o Atlético
Paranaense contratou o arquiteto Carlos
Arcos, responsável por todo o projeto ar-
quitetônico do estádio. Além dos jogos da
Copa do Mundo 2014™ e de jogos de outros
campeonatos, especialmente do Atlético
Paranaense, a Arena foi projetada para rea-
lizar eventos esportivos de qualquer moda-
lidade, além de culturais, religiosos, shows e
e quaisquer outros.
30 • Revista Só Futebol •
31• Revista Só Futebol •
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31• Revista Só Futebol •
32 • Revista Só Futebol •
CAPA
Informações técnicas da nova Arena
A obra teve duração de aproximadamente cinco
anos, contando desde a sua indicação, em março
de 2009. Confira, agora, as novidades da Arena.
Área totalA área construída total é de 122.479 m2. A am-
pliação teve uma área total de 64.502 m2, sendo
41.307 m2 correspondentes à ampliação do está-
dio, 19.234 m2 ao novo estacionamento e 3.961 m2
ao centro de imprensa.
CapaCidadeCapacidade total de 41.482 cadeiras no modo
FIFA™ (Copa 2014) e 42.372 cadeiras no modo Legado.
No modo FIFA™, como será utilizada na Copa do
Mundo 2014™. A Nova Arena poderá receber 37.696
espectadores de público geral, 2.589 de público VIP, e
1.197 de imprensa. O estacionamento do estádio con-
tará com uma capacidade de mais 928 vagas.
aCessibilidadeForam instalados 150 lugares para pessoas com
necessidades especiais e mais 150 cadeiras para
seus acompanhantes.
loCalizaçãoBairro Água Verde, próximo ao Centro expandi-
do de Curitiba. Facilidade de acesso às vias rodo-
viárias, ao aeroporto Internacional Afonso Pena (18
km) e a Rodoferroviária (3 km).
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33• Revista Só Futebol •
As melhorias e adequações colocaram nova-
mente a Arena no patamar de um dos estádios
mais modernos da América do Sul. Algumas me-
lhorias foram feitas em relação ao antigo estádio:
•conclusão da arquibancada do setor Madre
Maria dos Anjos (paralela à Brasílio Itiberê),
área da logística principal das exigências
FIFA™ com setores VIP, tribuna de honra, hos-
pitalidade, imprensa, jogadores, juízes e dele-
gados FIFA™;
•reforma e ampliação dos setores Buenos Aires,
Getúlio Vargas e Coronel Dulcídio para adequá-los
aos serviços e circulações exigidos pela FIFA™,
ampliando a sua capacidade atual e atendendo
as exigências da instituição no que diz respeito a
segurança, conforto e funcionalidade;
•reforma de toda a frente do novo estádio com
o objetivo de integração urbana total com a
Praça Afonso Botelho, proporcionando o nível
de acessibilidade exigido pela FIFA™ em ter-
mos de fluxo de multidões;
•criação de uma nova cobertura metálica apoiada
nas quatro torres (duas paralelas à Rua Buenos
Aires e duas paralelas à Rua Coronel Dulcídio).
Obras realizadas para adequação da nova Arena
SE já ErA
bonItA, A
ArEnA FIcou
AIndA mAIS, E
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EStAbElEcIdoS
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34 • Revista Só Futebol •
CAPA
ArenA dA BAixAdAno começo de sua re-forma, em julho de 2013
PAdrão fifA™
Imagem da Arena tira-da em maio de 2014
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35• Revista Só Futebol •
A história da Arena
O verdadeiro nome da ova Arena é Estádio
Joaquim Américo Guimarães, uma home-
nagem ao ex-presidente do clube. Mas sua
história se inicia antes mesmo de o Clube
Atlético Paranaense nascer.
A história do estádio começa no início
do século XX, em 1914, quando o senhor
Joaquim Américo Guimarães, então presi-
dente do Internacional, uma das equipes que
originariam o Atlético Paranaense em 1924,
comandou a construção do Estádio Baixada
da Água Verde. Dez anos depois, após a fu-
são do Internacional com o América, surgiu o
Atlético, que herdou o patrimônio e batizou o
estádio com o nome do principal responsável
por sua construção.
arena da baixadaEm 1997, o Estádio Joaquim Américo ganhou
uma nova cara. O estádio construído em 1914
foi posto abaixo e, em seu lugar, foi construí-
da uma Arena, muito mais moderna. A primeira
fase de construção deste novo estádio foi de
18 meses e 20 dias. A obra teve início no dia 1º
de dezembro de 1997 e foi entregue em 20 de
junho de 1999.
Porém, o estádio não foi entregue em sua
totalidade. Sua conclusão ocorreu entre os
anos de 2012 e 2014, com a construção do se-
tor Brasílio Itiberê.
Desde sua reinauguração, em 1999, a Arena
ficou conhecida como o estádio mais moderno
da América Latina, título que ostentou com or-
gulho até 2007, quando o Engenhão foi inau-
gurado no Rio de Janeiro
Além disso, a Arena esteve na vanguarda no
assunto Naming Rights. Seguindo os padrões
europeus, o Atlético Paranaense negociou os
direitos de uso de imagem na Arena, que em
março de 2005 foi batizada de Kyocera Arena.
O acordo durou até 1º de abril de 2008, quan-
do foi desfeito.
A Arena tem uma história que começa no
século XX. De lá para cá, aconteceram algu-
mas reformas e uma grande obra de reformu-
lação, colocando um estádio abaixo e cons-
truindo um novo no lugar. Vale a pena viajar
na história do Estádio Joaquim Américo.
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Data de inauguração
20 de junho de 1999
Primeiro jogo
Atlético Paranaense 2x1 Cerro Porteño (1999)
Primeiro gol
Lucas (Atlético Paranaense)
Data de inauguração
6 de setembro de 1914
Primeiro jogo
Internacional-PR 1x7 Flamengo (1914)
Primeiro gol
Arnaldo (Flamengo)
36 • Revista Só Futebol •
Tabela da Copa
Grupo AClaSSiFiCação P J V E D GP GC SG %
BRaSil
CRoáCia
MéxiCo
CaMaRõES
Grupo BClaSSiFiCação P J V E D GP GC SG %
ESPanha
holanDa
ChilE
auStRália
Grupo CClaSSiFiCação P J V E D GP GC SG %
ColôMBia
GRéCia
CoSta Do MaRFiM
JaPão
Grupo DClaSSiFiCação P J V E D GP GC SG %
uRuGuai
CoSta RiCa
inGlatERRa
itália
roDADA 1
BrA x Cro
Qui 12/06/2014 - 17:00 aREna CoRinthianS
MEX x CAM
SEx 13/06/2014 - 13:00 aREna DaS DunaS
roDADA 1
ESp x HoL
SEx 13/06/2014 - 16:00 FontE noVa
CHI x AuS
SEx 13/06/2014 - 19:00 aREna Pantanal
roDADA 1
CoL x GrE
SáB 14/06/2014 - 13:00 MinEiRão
CDM x JAp
SáB 14/06/2014 - 22:00 aREna PERnaMBuCo
roDADA 1
uru x CoS
SáB 14/06/2014 - 16:00 aREna CaStElão
ING x ITA
SáB 14/06/2014 - 19:00 aREna aMazônia
p - Pontos | J - Jogos | V - Vitórias | E - Empates | D - Derrotas | Gp - Gols Pró | GC - Gols Contra | SG - Saldo de Gols | % - aproveitamento
37• Revista Só Futebol •
Tabela da Copa
Grupo EClaSSiFiCação P J V E D GP GC SG %
Suíça
EQuaDoR
FRança
honDuRaS
Grupo FClaSSiFiCação P J V E D GP GC SG %
aRGEntina
BóSnia h.
iRã
niGéRia
Grupo GClaSSiFiCação P J V E D GP GC SG %
alEManha
PoRtuGal
Gana
EStaDoS uniDoS
Grupo HClaSSiFiCação P J V E D GP GC SG %
BélGiCa
aRGélia
RúSSia
CoREia Do Sul
roDADA 1
SuI x EQu
DoM 15/06/2014 - 13:00 Mané GaRRinCha
FrA x HoN
DoM 15/06/2014 - 16:00 BEiRa-Rio
roDADA 1
ArG x BoS
DoM 15/06/2014 - 19:00 MaRaCanã
IrA x NGA
SEG 16/06/2014 - 16:00 aREna Da BaixaDa
roDADA 1
ALE x por
SEG 16/06/2014 - 13:00 aREna FontE noVa
GAN x EuA
SEG 16/06/2014 - 19:00 aREna DaS DunaS
roDADA 1
BEL x AGL
tER 17/06/2014 - 13:00 MinEiRão
ruS x Cor
tER 17/06/2014 - 19:00 aREna Pantanal
p - Pontos | J - Jogos | V - Vitórias | E - Empates | D - Derrotas | Gp - Gols Pró | GC - Gols Contra | SG - Saldo de Gols | % - aproveitamento
38 • Revista Só Futebol •
futsal
Meninas
quadras de futsalCopa Paraná de futsal feminino teve
duas categorias: adulto e sub-17
o mês de maio, teve fim
a Copa Paraná de Futsal
Feminino. Realizado pela
Federação Paranaense
de Futebol de Salão, a fi-
nal do evento aconteceu
no dia 18. Quem levantou N
dominando as
a taça de campeão foi a Associação
Cianorte de Futsal, que bateu a forte
equipe CERA/Prefeitura de Telêmaco
Borba por 6x3. O terceiro lugar ficou
com o Londrina Futsal Feminino, que
derrotou por 5x1 o Real Colombo
Futebol Clube.
38 • Revista Só Futebol •
39• Revista Só Futebol •
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MM "acreditaMos Na
força do futsal
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Jesuel Laureano Souza
Cianorte
telêmaco Borba
modalidade feminina. “O fu-
tebol feminino, seja ele de
campo ou de quadra – o nos-
so futsal -, vem caminhando
a passos lentos. Isso tanto no
estado paranaense quanto no
resto do país”, comentou.
Para Jesuel, o trabalho feito
pela FPFS é positivo. “Nossa
federação está tentando aju-
dar os clubes, pois acredi-
tamos na força do futsal fe-
minino”. Um dos resultados
positivos já se reflete na edi-
ção de 2014 da Liga Feminina
Nacional. "Ficamos muito feli-
zes, pois duas cidades do nos-
so estado, Maringá e Telêmaco
Borba, estão pleiteando ser
sede para realizar a edição de
2014, entre 15 e 24 de agosto”,
concluiu o presidente.
Telêmaco Borba teve 100% de
aproveitamento, com cinco vitó-
rias em cinco jogos. Na final, ven-
ceu o Coritiba Cancun por 7x2, no
Ginásio de Esportes Furtadão.
ANÁLISE
O presidente da Federação
Paranaense de Futebol de
Salão, Jesuel Laureano Souza,
avaliou o atual momento da
Sub-17Na categoria sub-17, a pri-
meira edição da Copa Paraná de
Futsal Feminino reuniu mais de
120 atletas. A competição foi re-
alizada entre os dias 30 de abril
e 5 de maio, em Telêmaco Borba.
As donas da casa fizeram bonito
e conquistaram o título de for-
ma invicta. O Clube Recreativo
Aquárius Futsal/Prefeitura de
40 • Revista Só Futebol •
Jotinha! Avante,
Apaixonado por futebol, o empresário fala da situação atual
de seu clube e do futebol brasileiro
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EntrEvistA
JoEl MAlucElliEmpresário e apai-xonado por futebol
40 • Revista Só Futebol •
41• Revista Só Futebol •
oel Malucelli é um dos grandes
nomes do estado do Paraná.
Aos 58 anos, é empresário
de renome e ligado à políti-
ca. Apaixonado por futebol, foi
presidente do Coritiba na dé-
cada de 1990 e em 1994 criou o
Malutrom, que, após algumas parcerias que não
deram certo, tornou-se o atual JMalucelli.
Em entrevista exclusiva à revista só Futebol,
o empresário e empreendedor do futebol abor-
dou diversos temas, como Copa do Mundo, atu-
al momento do futebol brasileiro, crescimento do
“Jotinha” e calendário para equipes menores.
revista só Futebol: Qual é a sua visão do atual
momento vivido pelo futebol paranaense?
Joel Malucelli: Hoje é o quinto futebol do Brasil. Já
tivemos três times na Série A, mas faltam repre-
sentantes nas demais séries. Está difícil crescer-
mos. Se os clubes não conversarem para mudar a
situação e o calendário, vamos perder espaço para
Santa Catarina.
revista só Futebol: sua primeira experiência no
comando do futebol foi com o coritiba. como foi?
Joel Malucelli: Foi sofrida. Não tinha experiência e
tive sorte em ter o Sérgio Prosdóscimo e o Edson
Maud ao meu lado. O projeto era entrar no clube
dos 13 e na época precisava de unanimidade. Mas
no meu mandato voltamos a série A do futebol
brasileiro e ingressamos no Clube dos 13. Além de
construirmos o CT. Até hoje sou reconhecido como
presidente do Coritiba.
J
consciÊnciA EcolÓGicAEcoestádio Janguito Malucelli foi construído para causar o menor impacto ambiental possível
41• Revista Só Futebol •
42 • Revista Só Futebol •
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EntrEvistA
revista só Futebol: você tocou em um ponto
importante: como lidar com a falta de torce-
dores que o JMalucelli tem?
Joel Malucelli: O principal é a falta de motiva-
ção e entusiasmo do jogador. É melhor jogar
com casa cheia. A dificuldade tem sido grande
e não sabemos como superá-la. Não conse-
guimos mobilizar ninguém. Temos o apoio da
imprensa, mas não motivamos a torcida. Não
podemos desistir, pois ainda vale pelo projeto
social.
revista só Futebol: Este ano, o JMalucelli
eliminou o vitória da copa do Brasil. o que
representou isso para você?
Joel Malucelli: Hoje é o detalhe que resolve o
jogo. A parte física é muito igual. Um time menor
não passa mais vergonha quando joga com os
de elite. Não tem mais goleadas. Então ninguém
se surpreende se o JMalucelli ou outro time me-
nor chega numa semifinal.
revista só Futebol: o JMalucelli é um time
pequeno. como lida com a falta de calendário
e jogos?
Joel Malucelli: O Brasil não pode ter somente
até a Série D. A Alemanha, bem menor, tem nove
divisões. Com mais divisões, teríamos um calen-
dário mais longo. O JMalucelli mesmo, quando
acabar a Copa do Brasil para nós, vai manter
somente cerca de oito jogadores principais, o
resto tem que se virar. No Brasil, só existe a
Série A e há uma desproporcionalidade de sa-
lários de jogadores e técnicos. Os presidentes
revista só Futebol: Em 1994 ao criar o
Malutrom, atual JMalucelli. Qual o balanço que
você faz nesses 20 anos de clube?
Joel Malucelli: Ainda procuramos o nosso rumo,
mas precisamos de um parceiro, um jogador que
participe do projeto. Como o Juninho, no Ituano.
Hoje o Jota está em dificuldades. Não temos tor-
cedores, mas temos uma maneira correta de tocar
o futebol, seja com os impostos ou com os salá-
rios. Ainda temos uma sobrevida com o dinheiro da
venda do Jucilei. Mas precisamos de um parceiro.
revista só Futebol: Qual foi sua intenção,
em 1994, em criar o Malutrom?
Joel Malucelli: Primeiro, minha paixão pelo fute-
bol. Depois, porque considero o futebol um projeto
social. O Jucilei era auxiliar de pedreiro e hoje tem
uma vida boa. E são inúmeros casos assim. Mas
eu não quero ter prejuízo, quero que se mantenha.
Temos um orçamento reduzido, mas, à medida que
o futebol evolui e você sobe de divisão, pode-se
tornar um clube mais poderoso.
revista só Futebol: recentemente, houve a
parceria com o corinthians. Por que não deu
certo e encerraram?
Joel Malucelli: Não deu certo porque não con-
segui atrair os torcedores do time paulista para
o paranaense. Até o fato de eu não poder usar
a bandeira do Paraná no símbolo denegriu um
pouco o projeto. A ideia era angariar torcedores.
Como não deu certo, perdeu o sentido. Além disso,
o Grupo JMalucelli é muito grande. Aproveitamos,
também, como estratégia de marketing.
43• Revista Só Futebol •
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não têm coragem de enfrentar
seus orçamentos e pagam o
que não podem, endividando o
time e deixando dívidas para o
próximo presidente.
revista só Futebol: como
você vê a relação da política
brasileira com o futebol?
Joel Malucelli: O Brasil é um só
e hoje ele está esculhambado
de uma maneira só. Infelizmente
minha geração não verá um
Brasil melhor na educação, sem
crime, com estradas e aeropor-
tos. E, assim como o Brasil, o
futebol poderia ser bem melhor,
mais organizado e sério. A CBF
possui presidentes que perpe-
tuam no cargo e não fiscalizam.
Assim como os escândalos que
estouram na política e ninguém
faz nada. Temos que lutar para
mudar isso.
revista só Futebol: Qual a
sua opinião sobre a copa no
Brasil?
Joel Malucelli: O momento era
bom quando conseguimos a
Copa. Hoje, o cenário é bem opos-
to. O único legado serão os está-
dios. Não tem como prosperar.
JMAlucElliNa edição de 2014 da Copa do Brasil, contra o Vitória
Futebol americano
44 • Revista Só Futebol •
A força daFederação
Federação Paranaense de Futebol americano, criada em 2009, é principal responsável pela disseminação do esporte no estado
uper Bowl. Com certeza
você já ouviu essas duas
palavras mágicas. A final
do futebol americano nos
Estados Unidos é o maior
evento esportivo do pla-
neta, acompanhado ao vivo
nos quatro cantos do mundo. Seus adeptos
espalharam-se pelo globo e também chega-
ram ao Brasil.
Os fãs do esporte norte-americano começaram
a praticá-lo por aqui e com o tempo os adeptos
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45• Revista Só Futebol •
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aumentaram Brasil afora. No caso de Curitiba, fo-
ram criadas equipes e amistosos eram marcados de
forma frequente. Chegou um momento em que era
necessário dar um passo a mais. Em 2009, foi cria-
da a Federação Paranaense de Futebol Americano,
a FPFA, com o intuito de centralizar a organização e
divulgar a modalidade no estado.
Apesar de recente, a federação é a grande res-
ponsável pelo crescimento gradativo do esporte
no Paraná, além de incluir um dos principais times
do Brasil e pentacampeão estadual, o Coritiba
Crocodiles, parceiro do clube de futebol Coritiba.
O atual presidente da FPFA é o economista
Carlos Alberto Copi Junior, que divide a presi-
dência com o horário de trabalho em uma cor-
retora de valores. “Não estou só. É um trabalho
coletivo com os dirigentes. Acredito que é esse
conjunto que faz a federação ter força dentro
do esporte, já que temos representantes de to-
das as equipes do estado. Sem contar que te-
mos um belo legado deixado pelo ex-presiden-
te Adan Rodrigues", comenta o atual presidente
e também atleta
O próximo objetivo é evoluir a estrutura in-
terna da entidade, profissionalizando áreas de
trabalho e ter uma participação maior dos dire-
tores da gestão. A visão do atual presidente, de
apenas 26 anos, é estar consolidado em breve
e ser forte em até dez anos.
“Conforme as pessoas começam a conhecer
o esporte e perdem o preconceito, cresce o nú-
mero de fãs. Imagino que em dez anos, se ain-
da não for profissional, estaremos muito perto
disso. Atualmente, temos o problema financeiro,
mas com o tempo acredito que isso também vai
melhorar”, conclui Carlos Copi.
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Filiações Federação
Galeria dos campeões Paraná bowl
2009 Barigui Crocodiles
2010 Barigui Crocodiles
2011 Barigui Crocodiles
2012 Coritiba Crocodiles
2013 Coritiba Crocodiles
imprensa
46 • Revista Só Futebol •
Donasda bola
mulheres ganham espaço na imprensa esportiva e superam o preconceito com esforço e bom trabalho
esse exato momento,
Nadja Mauad está pen-
sando em futebol. Ela pode
estar escovando os den-
tes, preparando o jantar ou
passando as compras no
caixa do supermercado. O
fato é que o ofício de jornalista esportiva não per-
mite que ela afaste os pensamentos do esporte
por muito tempo. Bem-informada e responsável
por várias informações em primeira mão no no-
ticiário esportivo paranaense, Nadja é figurinha
muito conhecida de quem acompanha os times
Nda capital e pode ser considerada uma das provas
vivas de que há (muito) espaço para mulheres na im-
prensa especializada em esportes.
Apaixonada por esportes desde pequena, a jor-
nalista já praticou tênis, natação, vôlei, hipismo,
handebol e remo. No vestibular, embora a opção
óbvia parecesse ser Educação Física, Nadja esco-
lheu Jornalismo e, até hoje, não tem motivos para
se arrepender. Um estágio no terceiro ano da facul-
dade se transformou em emprego após a formatura.
Durante quatro anos, a jornalista atuou como pro-
dutora do CBN Esporte, trabalho que abriu várias
portas. Com o tempo, ela passou a se dividir entre o
47• Revista Só Futebol •
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"AcreDito que As
mulheres têm um
olhAr DifereNte,
que cAmiNhA juNto
com As muDANçAs
No jeito De coNtAr
As históriAs No
jorNAlismo".
rádio e a TV, cobrindo jogos para
o SporTV e para o Premiere FC.
Ao mesmo tempo, Nadja parti-
cipou do programa de talentos
da RPC e, em 2011, foi convidada
para trabalhar no Globo Esporte.
A trajetória já rendeu ótimas re-
cordações, mas está só no co-
meço, ela promete.
“Tive muitos momentos baca-
nas até hoje. Cobri as três finais
da Copa do Brasil - com Coritiba
e Atlético - acompanhando as
campanhas desde o começo.
Neste ano, fiz Libertadores,
além de ter entrevistado ídolos
como Giba, Emanuel, Ronaldo,
Gustavo Kuerten. Agora vem o
desafio e sonho maior: Copa do
Mundo™”, comenta Nadja.
Janaína Castilho
“o meNor precoNceito foi Do
público, que sempre me Apoiou com
cAriNho e críticAs coNstrutivAs".
Nadja Mauad
imprensa
48 • Revista Só Futebol •
ChiCamaria francisca Klosienski, 40 anos de imprensa futebolística.
Assunto inevitável, o preconceito também é
algo com que a jornalista tem que conviver no seu
dia a dia. Perguntada sobre o tema, Nadja afirma
que seus ouvintes e telespectadores não causam
tanto problema. A origem do preconceito, segundo
ela, costuma vir de pessoas mais próximas.
“No começo, o preconceito foi grande. Eu era uma
mulher entrando em um meio muito masculino, es-
pecialmente no rádio. Ele vem de todos os lados: co-
legas, dirigentes, jogadores. O mais engraçado é que
o menor preconceito foi do público, que sempre me
apoiou com carinho e críticas construtivas. De qual-
quer forma, o preconceito existe e até hoje tem gente
que fala - até no ar, em seu meio de comunicação
- que tenho facilidade porque sou mulher, e não por-
que sou jornalista 24 horas por dia”, avalia Nadja, que
ainda comanda um blog que comenta os bastidores
do futebol sob a ótica das mulheres.
Outro rosto feminino que o apaixonado por espor-
tes paranaense está acostumado a ver nas telinhas
é o de Janaína Castilho. Repórter e apresentadora do
Globo Esporte, ela está envolvida com o jornalismo
esportivo desde 2006 e garante que, nesses oito
anos, foram raros os momentos em que teve de lidar
com o preconceito.
“Hoje, eu já nem percebo mais qualquer precon-
ceito ou desrespeito. Sempre tem comentários que
vêm das arquibancadas, mas se for repórter homem
há xingamentos da mesma forma. Só mudam as pa-
lavras. Nos últimos seis ou sete anos, as mulheres
ganharam muito espaço no jornalismo esportivo e
aí a gente fala de futebol, porque as coberturas são
intensas. Mas sempre fui muito respeitada entre os
colegas de profissão. Acredito que as mulheres têm
um olhar diferente, que caminha junto com as mu-
danças no jeito de contar as histórias no jornalismo”,
comenta Janaína.
TODO MUNDO CONHECE A CHICA
Maria Francisca Klosienski não é jornalista, mas
seria impossível falar da presença feminina na co-
bertura esportiva paranaense sem falar sobre ela.
Chica, como é conhecida, é responsável pelo cre-
denciamento dos repórteres em dias de jogo e já
tem uma história de quase 40 anos com a imprensa
futebolística do estado.
“Comecei a trabalhar na Associação dos
Cronistas Esportivos do Paraná em 1975 e, em
2004, na Federação Paranaense de Futebol. Nesse
tempo, construí muitas amizades e posso dizer que
todo mundo no meio esportivo me conhece. No co-
meço, o preconceito era muito grande e naquela
época mulher não era bem-vista em estádio de fu-
tebol. Só tinha a Sonia Nassar na Tribuna do Paraná
e a Cida Teixeira na Rádio Paraná”, relembra Chica,
deixando claro que as mulheres nunca tiveram tan-
to espaço no meio de campo esportivo.
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50 • Revista Só Futebol •
recomeçarHora de
Depois de sete temporadas no Japão, Levir Culpi retorna ao futebol brasileiro com
a difícil missão de se readaptar ao país
50 • Revista Só Futebol •
PerfiL
A voLtA Culpi acredita que readapta-ção ao Brasil será mais difícil do que a chegada ao Japão
51• Revista Só Futebol •
oram sete temporadas no
Japão. À frente do Cerezo
Osaka, Levir Culpi desbravou o
futebol nipônico, descobriu as
diferenças (na técnica e na apli-
cação tática) entre jogadores
brasileiros e japoneses e apren-
deu a viver em uma sociedade completamente
diferente daquela a que estava acostumado. Em
abril, sete meses depois de se despedir da ter-
ra do sol nascente, o treinador assinou contrato
com o Atlético Mineiro para tentar se readaptar
ao futebol nacional e à vida em solo brasileiro.
Em entrevista exclusiva à revista Só
futebol, Levir falou do contraste entre Japão
e Brasil, relembrou seus melhores momentos
em clubes paranaenses e fez um prognóstico
sobre a nova etapa da carreira.
revista Só futebol: Quais são as principais
diferenças entre os jogadores brasileiros
e os japoneses?
Levir Culpi: Os brasileiros têm mais técnica, já
nascem com qualidade. Os japoneses se supe-
ram treinando e cumprem com mais frequência o
que for determinado taticamente.
revista Só futebol: você vê muita diferença
entre o Campeonato Japonês e o resto
do mundo?
Levir Culpi: Por ter apenas 20 anos, o futebol ja-
ponês deve servir de exemplo. Tudo é muito bem
organizado e os jogos têm grandes públicos. Aos
poucos, estão surgindo muitos jogadores que
já estão atuando em grandes clubes da Europa.
Tive o prazer de revelar vários deles, como o
Shinji Kagawa, o Kiyotaque e o Kakitani.
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DeDiCAÇÃo "O japoneses se superam treinando"
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“Por ter aPenas 20 anos, o futebol jaPonês deve servir de exemPlo. tudo é muito bem organizado e os jogos têm grandes Públicos”
grandes feitos no Cerezo Osaka, levando o time
duas vezes para a Liga da Ásia. Precisava de mu-
dança de ares.
revista Só futebol: você já havia deixado o
Cerezo osaka no fim de 2012, mas acabou vol-
tando ao Japão no ano seguinte. o que acon-
teceu naquela ocasião?
Levir Culpi: Tinha decidido voltar ao Brasil, mas no
meio do ano o Cerezo Osaka se encontrava em uma
situação muito difícil, na zona de rebaixamento. Não
pude recusar o convite para ajudar o time que eu
mesmo tinha tirado da J2 (Segunda Divisão).
revista Só futebol: você acabou saindo do
Atlético Paranaense no final de 2004 um tanto
contestado pela torcida. ficou alguma mágoa
ou ressentimento?
Levir Culpi: Pela torcida, não. O Atlético foi
vice-campeão brasileiro com um elenco rechea-
do de garotos que revelamos naquele ano, como
Jádson, Fernandinho e Dagoberto. Fui contes-
tado pela diretoria, que faltou com respeito co-
migo depois que saí do time. Enquanto estive lá,
nunca me falaram nada.
revista Só futebol: Qual é sua melhor lem-
brança como técnico dos clubes de Curitiba?
Levir Culpi: Como técnico, ganhei o primeiro títu-
lo do penta do Paraná Clube na década de 1990.
revista Só futebol: Como foi a adaptação
aos costumes japoneses?
Levir Culpi: Minha esposa e minhas filhas me vi-
sitavam com frequência. É mais fácil se adaptar
no Japão do que se readaptar ao Brasil depois de
sete temporadas fora. Lá é tudo muito organizado
e o respeito está acima de tudo.
revista Só futebol: Qual foi o motivo de voltar
ao Brasil depois de seis anos no Japão?
Levir Culpi: Queria algo novo. Já tinha conquistado
53• Revista Só Futebol •
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No Coritiba, tive um momento
de grande decepção com o fu-
tebol quando fomos roubados
em um jogo contra o Guarani no
Brinco de Ouro da Princesa, na
semifinal da Série B de 1991. No
Atlético, ganhei um torneio no
início em 1987 e fui vice-cam-
peão brasileiro em 2004 com
uma campanha muito bonita,
recheada de goleadas.
revista Só futebol: o que
significa, no atual momento
da sua carreira, esse recome-
ço no Atlético Mineiro?
Levir Culpi: Tenho uma rela-
ção muito boa com o Atlético
Mineiro. Acho que não tinha
clube melhor para voltar a tra-
balhar no Brasil. Cheguei em um
MunDiAL Fora da Libertadores, o treina-dor prevê um Atlético-MG forte depois da Copa do Mundo™
momento de reestruturação do
time e vou trabalhar para isso.
revista Só futebol: Qual é sua
expectativa para o Atlético
Mineiro no Campeonato
Brasileiro e no restante da
temporada?
Levir Culpi: Precisamos de um
tempo para organizar as coisas.
Acho que, depois da Copa do
Mundo™, o time vai embalar.
revista Só futebol: no
período em que esteve longe
do futebol, entre a volta do
Japão e a assinatura de
contrato com o Galo, o que
você aproveitou para fazer?
Levir Culpi: Revi amigos, pesquei
e me dediquei bastante ao livro
que lancei no dia 2 de junho em
Curitiba [Somos todos burros com
sorte? é uma espécie de autobio-
grafia, em que Levir conta as his-
tórias que colecionou ao longo de
40 anos no futebol profissional].
revista Só futebol: A ideia
de reverter a renda da
venda do livro para o Hospital
Pequeno Príncipe ainda
existe?
Levir Culpi: Claro. Sempre pen-
sei que a arrecadação do livro
devia servir a uma causa so-
cial. Quando conheci o Pequeno
Príncipe e as pessoas que o co-
mandam, tive a certeza de que
a parceria seria com eles. São
pessoas honestas, que desen-
volvem um grande trabalho.
54 • Revista Só Futebol •
torcedores
A taça é nossa! Já teve brasileiro que viu o prêmio bem de perto
aio foi um mês especial
para três jovens torce-
dores. Hélio, João Pedro
e Letícia viajaram com
a marca Coca-Cola até
Cuiabá para voltar no
mesmo avião que trazia a
taça da Copa do Mundo™ para Curitiba – que tem
visitado todas as capitais brasileiras desde abril.
Fãs de futebol, os três ainda puderam conhecer a
Arena Pantanal, estádio que está na lista dos que
recebem jogos da Copa. Cada um deles nos contou
um pouquinho sobre a experiência e a sensação
de estar perto da tão sonhada taça!
M
55• Revista Só Futebol •
17 anosTorcedor do Atlético
desde quando você gosta de futebol?
Desde pequenininho, devia ter uns
dez anos quando comecei a ir aos jo-
gos com meus tios e primos. Vamos
juntos até hoje.
Por que você queria ir ver a taça?
É uma experiência muito única poder
conhecer a taça! Quando ouvi a pro-
moção, já corri para participar.
o que você sentiu durante a visita?
Me senti muito honrado, nunca imaginei
que ia viver isso! Visitar a cidade e conhe-
cer o estádio também foi muito legal.
o que você está esperando da copa?
Espero que dê tudo certo e que a gente
não tenha nenhum problema. Espero que
o Brasil ganhe, vou acompanhar os jogos.
desde quando você gosta de futebol?
Praticamente desde que nasci! Meu
pai sempre me levou ao estádio. Ele
e meu avô são torcedores do Paraná.
Por que você queria ir ver a taça?
Eu gosto muito de futebol, então chegar tão
perto da taça é incrível. Único mesmo.
o que você sentiu durante a visita?
O estádio é maravilhoso, foi um clima ótimo.
Letícia Martins
HéLio Vida cassi Júnior
João Pedro andres18 anosTorcedora do Coritiba
16 anosTorcedor do Paraná Clube
desde quando você gosta de futebol?
Desde bem pequena! Havia bastante tempo que meu pai
já me levava aos jogos. Hoje continuamos indo juntos.
Por que você queria ir ver a taça?
Foi uma oportunidade bem única, né? Muitos jogadores
não conseguem chegar tão perto da taça, para nós, “pes-
soas normais”, é mais difícil ainda.
o que você sentiu durante a visita?
Foi uma experiência maravilhosa! Quando cheguei perto
da taça, me lembrei de vários jogos, de muitos jogadores
levantando o prêmio. A gente costuma só ver isso na TV.
o que você está esperando da copa?
Espero que seja bem boa, não só para as seleções,
mas também para as pessoas,
que traga benefícios. E, claro,
que o Brasil seja campeão!
Visitamos o estádio, entramos no gramado e conhece-
mos o engenheiro que o projetou! Ele comentou deta-
lhes do espaço, foi muito legal!
o que você está esperando da copa?
Estou torcendo muito para o Brasil, que a gente consi-
ga esse hexa de uma vez! © F
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futebol de base
56 • Revista Só Futebol •
Craquescabeça
trabalho psicológico realizado durante a formação de jogadores é
fundamental para preparar os atletas e ensiná-los a administrar tanto as
frustrações quanto as alegrias
ateNÇÃo RedobRadaParaná Clube realiza traba-lho físico e psicológico com os craques desde cedo ©
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57• Revista Só Futebol •
reparação física, apri-
moramento das habili-
dades, trabalhos táticos
e constante evolução da
técnica. Não é pequena
a lista de aptidões que
jovens aspirantes a cra-
ques de futebol precisam desenvolver na
longa e árdua caminhada rumo aos pri-
meiros passos como jogadores profissio-
nais. E, no meio de tantas preocupações,
um detalhe que não pode passar batido
é a preparação psicológica, fundamen-
tal tanto para a carreira de atleta quanto
para o desenvolvimento pessoal.
No Paraná Clube, os responsáveis pe-
las categorias de base da equipe tricolor
fazem questão de elaborar um trabalho
psicológico passo a passo com todas
as futuras promessas que passam pelo
Ninho da Gralha com o objetivo de chegar
ao elenco profissional. Segundo Marcos
Matias, coordenador técnico das cate-
gorias de base do Paraná, um importan-
te pilar do trabalho realizado no clube é
administrar a carga de responsabilidade
em cima dos atletas e tentar prepará-los
para frustrações e sucessos.
“É um sonho de todo menino, mas a
gente sabe que é um funil: começam mui-
tos e são poucos os que acabam chegan-
do às categorias maiores da base e prin-
cipalmente ao profissional. Aqui, damos
P
futebol de base
58 • Revista Só Futebol •
todo o suporte, a preparação
técnica, física, tática e inclu-
sive psicológica. O Paraná visa
a formação de jogadores e,
quando falamos dessa forma-
ção, tratamos não só da parte
do atleta, mas também de indi-
víduo”, explica Matias.
Perguntado sobre o trata-
mento dado aos jovens quan-
do o assunto é frustração, o
coordenador paranista afirma
que a intenção do clube é en-
sinar esses atletas também a
conviver e enfrentar essas di-
ficuldades: “Mesmo longe do
futebol, eles vão passar por
esse tipo de situação, então
o mais importante é lidar com
isso”. O clube tem ainda uma
equipe psicopedagógica que
acompanha os jogadores. É
cobrado frequência, disciplina
e desempenho de todos eles
quando o assunto é escola.
“Procuramos dar todo o apoio
“É imPortante entender que o atleta que tem
uma tranquilidade emoCional e sabe lidar
Com diversas situações extraCamPo, terá um
aumento de Produtividade dentro de CamPo”
Heloísa de Moura Vieira, psicóloga das categorias de base do Paraná Clube
para que esses atletas te-
nham boas condições”, conta o
profissional.
Psicóloga responsável por
todo o trabalho com os elen-
cos da categoria de base do
Paraná, Heloísa de Moura
Vieira lembra que a pressão é
uma realidade diária na vida
dos atletas. Esse é um dos
motivos pelos quais o trabalho
psicológico tem tanta impor-
tância no começo de carreira
dos esportistas.
“O atleta, por iniciar sua
carreira profissional tão cedo,
é exigido em maturidade e
responsabilidade. Muitas ve-
zes, esses adolescentes não
foram preparados para esse
tipo de situação. A pressão
é constante e eles precisam
criar habilidade de utilizá-la de
forma positiva no desempe-
nho, transformando o estres-
se em motivação. O trabalho
psicológico é fundamental para
inserir essas estratégias no re-
pertório comportamental dos
atletas”, comenta Heloísa.
Membro do Paraná Clube
desde o fim de 2013, a psi-
cóloga revela que, mesmo
durante o pouco tempo de
casa, já teve a oportunida-
de de acompanhar a história
de atletas em que o trabalho
psicológico foi importante em
casos de controle de ansieda-
de, melhora de situações de
relacionamento com familiares
de amigos, coesão de grupo e
melhora de comunicação. E
tudo isso acaba repercutindo
também nos treinamentos.
“É importante entender que
o atleta que tem uma tranqui-
lidade emocional e sabe lidar
com diversas situações ex-
tracampo terá um aumento de
produtividade dentro de cam-
po”, finaliza a psicóloga.
59• Revista Só Futebol •
alÉM do futebolo trabalho auxilia no desempenho dentro e fora de campo© R
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on-line
60 • Revista Só Futebol •
Segue aíJogadores também fazem sucesso nas redes sociais
CBF e a comissão
técnica da seleção
brasileira liberaram:
os jogadores vão
poder postar tudo o
que estão fazendo
durante o Mundial. A
única exigência é que os atletas não
postem sobre o que se passa nos bas-
tidores e segredos da seleção. Então
vamos esperar muitos selfies e caretas
nas suas páginas pessoais, principal-
mente no Instagram, aplicativo mais
popular entre eles.
Se você ainda não segue os seus fa-
voritos, pegue seu smartphone e adi-
cione já!
A No Instagram, Neymar
posta de tudo um pou-
co. Fotos com os amigos,
com a família e, claro,
com os colegas de cam-
po. Já são quase cinco
milhões de seguidores
na página e cada foto é
sucesso instantâneo.
O Twitter do meio-campista Oscar (@oscar11) é prati-
camente uma réplica do Instagram. Em inglês e por-
tuguês, ele mostra um pouco do seu dia a dia fora de
campo com os jogadores do Chelsea, na Inglaterra, a
família e os colegas de seleção brasileira.
Neymar
Oscar
61• Revista Só Futebol •
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Na defesa da seleção brasileira, Thiago
Silva tem quase um milhão de segui-
dores no Instagram. O filho e a esposa
não escapam das fotos do jogador, mas
a maioria das fotos é dele em campo e
com os companheiros de time.
Craque do Real Madrid, Marcelo posta em espanhol, inglês
e português. Não ficam de fora das imagens os colegas
espanhóis e os companheiros de seleção brasileira, além
de fotos da intimidade. Tem até vídeo com os cachorros!
Ele virou polêmica em todo o mundo depois de comer
uma banana que um torcedor racista jogou em campo. No
Instagram, Daniel Alves gosta de postar frases e pensamen-
tos junto com suas fotos, quase sempre também acompa-
nhadas pela #somostodosiguais #somostodoshumanos.
marcelO Vieira
ThiagO silVa
DaNiel alVes
Um dos jogadores mais
divertidos no Instagram, o
zagueiro da seleção bra-
sileira posta pelo menos
uma vez ao dia. Sua cabe-
leira divide espaço nas fo-
tos com a mãe, os amigos
e os colegas de profissão.
DaViD luiz
FUTEBOL AMADOR
62 • Revista Só Futebol •
sangueFutebol no Herói atleticano,
Luisinho Netto coleciona títulos, amizades e emoções nos campeonatos amadores
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Luizinho netoComemorando o gol marcado ante a seu ex-clube Iguaçu
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esde que encerrou
a carreira de joga-
dor de futebol pro-
fissional, Luisinho
Netto conquistou
todos os títulos
que disputou. A
frase que abre a matéria pode parecer
contraditória, mas, no caso do lateral-
-direito que fez história no Atlético-PR,
a afirmação faz todo sentido. Explica-
se: depois de pendurar as chuteiras
oficialmente, o atleta queria relaxar,
curtir a família e tocar os negócios na
área da agropecuária. No entanto, o
plano durou pouco. No mês seguinte
à aposentadoria, Luisinho recebeu o
convite para defender o Internacional
de Campo Largo na Taça Paraná de
2011. O amor pela bola falou mais alto e
a convocação para entrar no mundo do
futebol amador foi aceita na hora.
De lá para cá, o jogador foi cam-
peão da competição três vezes, sem-
pre pelo time que o colocou nos gra-
mados da várzea paranaense. Além
da Taça Paraná, Luisinho Netto levan-
tou três vezes consecutivas o troféu
da Suburbana, por Bairro Alto (2011),
Iguaçu (2012) e Trieste (2013). O apro-
veitamento de 100% nas competições
amadoras é reflexo dos cuidados do
eterno atleta com a preparação física.
“Mesmo depois que deixei de jo-
gar, nunca descuidei da alimentação
e até hoje vou diariamente à academia
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FUTEBOL AMADOR
64 • Revista Só Futebol •
DEcisãO sUBURBANA 2012Jogo entre Iguaçu e Bairro Alto, no estádio Francisco Muraro (Trieste Stadium)
64 • Revista Só Futebol •
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esporte que o consagrou em
diversos times do Brasil e o
transformou em ídolo atletica-
no. Luisinho, aliás, é o maior ar-
tilheiro da história do Furacão
na Libertadores da América.
e corro em parques. Fora isso,
também treino com o time do
Inter de Campo Largo, às ter-
ças e quintas. Na medida do
possível, tento manter uma ro-
tina parecida com a que tinha
quando era atleta”, conta,
prestes a completar 40 anos.
O dia a dia recheado de ati-
vidades físicas, além de servir
para manter a forma, não dei-
xa de ser um contato com o
65• Revista Só Futebol •
Depois de tantas alegrias, fica
difícil deixar o passado para trás.
“A verdade é que o futebol
está no meu sangue e é o que
eu mais gosto de fazer. Até hoje,
sinto a mesma alegria em jogar,
seja em partidas de fim de se-
mana ou em decisões de cam-
peonatos amadores. A vontade
continua sendo a mesma a cada
vez em que eu entro em um
campo, mas tenho que admitir
que os jogos da Taça Paraná e
da Suburbana minimizam um
pouco a saudade que sinto do
profissional”, garante Luisinho.
A declaração serviu de deixa
e aproveitamos para perguntar
do que o ex-jogador mais sente
falta no ambiente dos jogos de
futebol profissional. Segundo o
lateral-direito, não são os gra-
mados bem-aparados ou a es-
trutura mais organizada, mas as
amizades conquistadas ao lon-
go de 15 anos e as viagens ao
lado de companheiros que, hoje
em dia, só podem ser encontra-
dos por telefone.
“A verDADe é que o FuTeBol eSTá no Meu SAngue e é o que eu
MAIS goSTo De FAzer. ATé hoJe, SInTo A MeSMA AlegrIA eM JogAr”
Luisinho Netto
DENTRO DE CAMPO, TODOS IGUAIS
Perguntado sobre como é o tra-
tamento que recebe dos colegas
de time no amador, Luisinho não
esconde que acaba sendo uma
inspiração para os atletas que
se acostumaram a torcer (a favor
ou contra) e a vê-lo somente nos
estádios ou pela televisão. O tra-
tamento especial, no entretanto,
o ex-jogador dispensa. “Eu sinto
que há um respeito muito grande
e uma certa idolatria, por eu ter
sido jogador profissional. No en-
tanto, eu faço questão de ser tra-
tado da mesma forma que todos
os outros. Afinal de contas, dentro
das quatro linhas todo mundo é
igual e é um orgulho muito grande
para mim poder dar alguma contri-
buição ao pessoal do time”, revela
Luisinho, que ainda não decidiu
totalmente, mas pensa em aban-
donar os campeonatos amadores
no fim de 2014 para se dedicar a
seus gados. A bola, porém, certa-
mente não deixará de ser a maior
companheira.
66 • Revista Só Futebol •
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
Solução
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BANCO 1
ABEORACULOS
INDULGENTEDOEUFIXASASBOACAPESIDEDCIC
VEDARBONSAIEIDOETECABULOSASHILLERREX
COMENTARIOQEOOATI
LUNARDISCLETRADAEA
OCASIONAIS
Bagunça;confusão(bras.)
Mármorecom cama-das poli-crômicas
Peça demadeira
que demar-ca limites
Respostasdas divin-dades, na Antiguidade
Rã-touro,minipor-
co e mico-estrela
Parcelas(?), facili-dade em
pagamentos
"O Lago dos (?)",
balé clás-sico russo
Opção emfotos do
Facebook(web)
As "rivais"das
sogras(pop.)
Mês (?): ébaseado
no satélitenatural
Embarca-ção de
Noé (Bíb.)
Prejuízocoberto
por segu-radoras
"Eu (?)",sucesso
da LegiãoUrbana
Compact(?): o CD
(ing.)
EdwinAldrin,
astronautados EUA
601,em alga-rismos
romanos
Cabo, eminglêsAntigo
videogameGuia para pagamento
Árvoreanã
Rei, emlatim
Meia do Te-tra, em 94
Sufixo de"falsete"
Nestaocasião
PassadoSubstânciaque nutre oorganismo
Colina,em inglês
Aspessoas
quetrazem
azar(bras.)
GenerosaLance de
habilidade,no futebol
Impedir a passa-gem de
Lado, eminglês
Pedra cinzenta usadapara revestir pisos
Vibrações que dissol-vem cálculos renais
(?) da Luluzinha: reu-nião feminina (pop.)
Ludibriado(no jogo de cartas)
Culta; instruídaAs impressões
intuitivas, por suafrequência
Diz-se doindivíduodisposto aperdoar
Causousofri-
mento a
3/rex. 4/cape — disc — hill — ônix — side. 5/atari. 6/boleto. 9/cabulosas.
Cruzadinha
Você faz parte desta história,comemore conosco!
Graciosa Country Club • 16 Agosto • Sábado
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