U�IVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAME�TO DE ALIME�TOS E �UTRIÇÃO
FACULDADE DE �UTRIÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊ�CIAS
PADRÕES ALIME�TARES ASSOCIADOS A I�DICADORES
A�TROPOMÉTRICOS DE LOCALIZAÇÃO ABDOMI�AL DE GORDURA EM
ADULTOS
A�A AMÉLIA FREITAS VILELA
Cuiabá-MT Abril 2010
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U�IVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAME�TO DE ALIME�TOS E �UTRIÇÃO
FACULDADE DE �UTRIÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊ�CIAS
PADRÕES ALIME�TARES ASSOCIADOS A I�DICADORES
A�TROPOMÉTRICOS DE LOCALIZAÇÃO ABDOMI�AL DE GORDURA EM
ADULTOS
A�A AMÉLIA FREITAS VILELA
Cuiabá-MT Abril 2010
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biociências da Faculdade de �utrição – UFMT para obtenção do Título de Mestre em Biociências. Área de Concentração: �utrição Orientadora: Profª. Drª Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: Profª. Dra Regina Maria Veras Gonçalves da Silva
Dados Internacionais de Catalogação na Fonte
Catalogação na Fonte: Maurício S. de Oliveira – Bibliotecário CRB/1 1860
V695p Vilela, Ana Amélia Freitas.
Padrões alimentares associados a indicadores antropométricos de localização abdominal de gordura em adultos / Ana Amélia Freitas Vilela. – 2010. 98 f.; il. ; 30 cm. -- (inclui tabelas).
“Orientadora: Profa Dra Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos”. “Co-orientador: Profa Dra Regina Maria Veras Gonçalves da Silva”. Dissertação (mestrado). Universidade Federal de Mato Grosso. Departamento de Alimentos e Nutrição. Faculdade de Nutrição. Programa de Pós-Graduação em Biociências, Área de concentração: Nutrição, Linha de Pesquisa: Epidemiologia Nutricional, 2010.
1. Consumo de alimentos. 2. Análise fatorial. 3. Cintura-circunferência. 4. Relação cintura-quadril. 5. Adulto. I. Título.
CDU 613.25
PADRÕES ALIME�TARES ASSOCIADOS A I�DICADORES A�TROPOMÉTRICOS DE LOCALIZAÇÃO ABDOMI�AL DE GORDURA EM
ADULTOS
A�A AMÉLIA FREITAS VILELA
Aprovada em ____/____/2010
BA�CA EXAMI�ADORA
____________________________________________________
Profª Dra. Rosely Sichieri Instituto de Medicina Social - UERJ
Examinador externo
____________________________________________________ Profª Dra. Lenir Vaz Guimarães
Instituto de Saúde Coletiva – UFMT Examinador interno
____________________________________________________ Profª Dra. Gisela Soares Brunken
Instituto de Saúde Coletiva – UFMT Membro suplente
___________________________________________________ Profa Dra Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos
Faculdade de �utrição - UFMT Orientadora
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biociências da Faculdade de �utrição – UFMT para obtenção do Título de Mestre em Biociências. Área de Concentração: �utrição Orientadora: Profª. Drª Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: Profª. Dra Regina Maria Veras Gonçalves da Silva
Dedico esta Dissertação à
minha mãe Vilzenir, uma mulher
guerreira, que não mediu
esforços para que eu chegasse
até aqui.
AGRADECIME�TOS
Primeiramente agradeço a DEUS, pelo dom da vida e consequentemente ao
crescimento espiritual, pessoal e profissional.
Aos meus pais, Paulo “in memorian”, pelos primeiros ensinamentos da vida e
Vilzenir pelo amor incondicional, dedicação e a oportunidade de fazer de meus sonhos uma
realidade.
A minha irmã Ana Paula pela compreensão, incentivo, amor, carinho e que mesmo
distante sempre esteve presente me apoiando.
Ao meu padrasto Antônio Carlos pelo enorme carinho, amor e o incentivo de sempre
buscar mais o conhecimento.
Aos meus familiares como um todo, em especial meu primo Vinícius pela nossa
grande amizade, o qual acompanhou cada etapa dessa conquista.
À professora Márcia Gonçalves Ferreira, minha orientadora, pela confiança,
paciência, carinho, ensinamentos e oportunidades de aprendizagem, tornando assim uma
grande amiga e minha “mãe cuiabana”.
À professora Regina Maria Veras Gonçalves da Silva, minha “segunda mãe
cuiabana”, pelo enorme coração e pelas contribuições na realização desse trabalho.
Às professoras Rosângela Alves Pereira e Rosely Sichieri pela colaboração para
concretização desse trabalho, além da excelente recepção no Rio de Janeiro durante o
“mestrado sanduíche”.
Às professoras Gisela Soares Brunken e Lenir Vaz Guimarães pela revisão da
dissertação e contribuição para o aperfeiçoamento do trabalho.
À Diana, nossa tutora durante o “mestrado sanduíche”, pela grande contribuição para
realização deste trabalho, pelos ensinamentos, paciência e carinho.
Ao “Quarteto Epidemiológico” Ana Paula, *aiara e Paulo, pessoas extraordinárias
que me proporcionaram momentos únicos durante o mestrado, pela grande amizade, carinho,
amor, paciência e parceria.
Às amigas Pollyana, Rafaiane, Renata e Rosalia pelo incentivo e amizade durante
essa trajetória, serei sempre grata.
Aos colegas e amigos de mestrado Adriene, Leonardo, Letícia, Paula e Renata
Dotto pelos prazerosos momentos de convivência, sendo eles de estudo e diversão.
A todos que participaram desse estudo, desde a coleta de dados à digitação dos
mesmos e principalmente aos participantes do estudo, sem os quais seria impossível a
realização do trabalho.
Enfim, a todos que eu não mencionei, mas que participaram dessa conquista de
alguma forma.
“A mente que se abre a uma
nova idéia jamais voltará ao seu
tamanho original”.
(Albert Einstein)
SUMÁRIO 1. I�TRODUÇÃO 13
1.1 Padrão de consumo alimentar 14
1.1.1 Estudos nacionais que investigaram padrões de consumo alimentar 17
1.2 Avaliação do Consumo Alimentar 20
1.2.1 Métodos de Avaliação do Consumo alimentar 21
a) Registro ou Diário Alimentar 21
b) Recordatório de 24 horas 22
c) Pesquisas de Orçamento Familiar (POF) 24
d) Questionário de Freqüência Alimentar (QFA) 25
e) História Dietética 27
1.3 Sobrepeso e obesidade 28
1.4 Fatores associados ao excesso de peso e à localização abdominal de
gordura
30
1.4.1. Fatores sócio-demográficos 30
1.4.2 Fatores relacionados ao estilo de vida 33
1.4.3 Métodos de avaliação do sobrepeso, obesidade e do padrão de
distribuição da gordura corporal
34
1.5 Associação entre consumo alimentar e doenças 38
2. OBJETIVOS 41
2.1. Objetivo geral 42
2.2. Objetivos específicos 42
3. MA�USCRITO 43
Padrões alimentares associados a indicadores de localização abdominal
de gordura em adultos
44
4. CO�CLUSÕES 65
5. REFERÊ�CIAS BIBLIOGRÁFICAS 67
6. A�EXOS 82
A�EXO 1. Questionário 83
A�EXO 2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 97
A�EXO 3. Aprovação do Comitê de Ética 98
LISTA DE ILUSTRAÇÕES TABELA 1 - Distribuição dos indivíduos segundo as variáveis sócio-econômicas e demográficas, estilo de vida e estado nutricional, Cuiabá-MT, 2009........................................................................................................................
60
TABELA 2 – Agrupamentos dos alimentos derivados do questionário de frequência alimentar (QFA) utilizados em análise fatorial em indivíduos adultos, Cuiabá, MT, 2009 (n=208).......................................................................
61
TABELA 3 - Média e desvio-padrão (DP) e respectivos p-valores (p) das porções consumidas dos alimentos agrupados do Questionário de Frequência Alimentar (QFA), do consumo energético total e das variáveis antropométricas, segundo sexo em indivíduos adultos, Cuiabá, MT, 2009 (n=208).
62 TABELA 4 – Distribuição das cargas fatoriais e comunalidades (h2) dos três padrões de consumo alimentar identificados em indivíduos adultos, Cuiabá (MT), 2009 (n=208)...............................................................................................
63 TABELA 5 – Regressão linear múltipla da associação entre os padrões alimentares e circunferência da cintura e relação cintura/quadril (RCQ) em adultos de Cuiabá (MT), 2009 (n=208).................................................................
64
RESUMO O padrão do consumo alimentar consiste na agregação de itens alimentares consumidos
usualmente por determinada população, podendo estar associado a possíveis distúrbios
nutricionais, às doenças crônicas não transmissíveis, assim como ao padrão de distribuição
da gordura corporal. O objetivo deste estudo foi identificar padrões de consumo alimentar e
analisar a associação dos padrões identificados com indicadores antropométricos de
localização abdominal de gordura. Estudo transversal, de base populacional, realizado no
município de Cuiabá-MT, com 208 indivíduos adultos (20 a 50 anos), de ambos os sexos.
Os dados de consumo alimentar foram obtidos por um Questionário de Freqüência
Alimentar (QFA) e a Análise Fatorial Exploratória foi o método utilizado para identificar os
padrões alimentares. Para facilitar a interpretação dos resultados, utilizou-se a Análise de
Componente Principal para extração de fatores e rotação Varimax. A circunferência da
cintura e a relação cintura quadril (RCQ) foram os indicadores antropométricos usados para
avaliar a localização abdominal de gordura. Regressão linear múltipla foi utilizada para
analisar a associação dos padrões alimentares com a distribuição de gordura corporal. Foram
identificados três padrões de consumo alimentar: ‘ocidental’, caracterizado pelo consumo de
bolos e biscoitos, cereais refinados, raízes e tubérculos, laticínios, refrigerantes, fast food e
doces; ‘tradicional cuiabano’, representado pelo consumo de arroz, feijão, carnes e ovos,
café, banana frita e bebidas alcoólicas; e ‘prudente’ caracterizado pelo consumo de peixe,
frutas, verduras, legumes, sucos e chá e inversamente associado a pães e açúcar. Os três
padrões juntos explicaram 34,5% da variância total do consumo alimentar, sendo que o
padrão ‘ocidental’ explicou 16,2%, o ‘tradicional cuiabano’ 9,9% e o ‘prudente’ 8,4%. O
padrão ‘ocidental’ associou-se com a circunferência da cintura (β= 1,02, p= 0,03) e RCQ
(β= 0,01, p= 0,02) entre as mulheres e o ‘tradicional cuiabano’ associou-se com a
circunferência da cintura (β= 1,34, p= 0,01) e RCQ (β= 0,02, p= 0,02) entre as mulheres e
com a RCQ (β= 0,01 e p = 0,03) entre os homens. Os padrões alimentares ‘ocidental’ e
‘tradicional cuiabano’ associaram-se a maior localização abdominal de gordura entre os
adultos estudados.
ABSTRACT
The dietary pattern is the aggregation of food items commonly consumed by a given
population and can be linked to possible nutritional disorders, to chronic non-communicable
diseases, as well as the distribution pattern of body fat. This study aimed at identifying
dietary patterns and analyzing the association of patterns identified with anthropometric
indicators of abdominal fat. It is a cross-sectional population-based study, conducted in the
city of Cuiabá-MT, with 208 adults (20 to 50 years old) of both sexes. Food consumption
data were obtained by a Food Frequency Questionnaire (FFQ) and Exploratory Factor
Analysis was the method used to identify dietary patterns. To facilitate the interpretation of
results, we used the Principal Component Analysis for the extraction of factors and Varimax
rotation. Waist circumference and waist-hip ratio (WHR) were the anthropometric indicators
used to assess abdominal fat. Multiple linear regression was used to analyze the association
of dietary patterns and the distribution of body fat. Three dietary patterns were identified:
‘Western’, characterized by the consumption of cakes and biscuits, refined grains, roots and
tubers, dairy products, soft drinks, fast food and candies; ‘traditional of Cuiabá’, represented
by the consumption of rice, beans, meat and eggs, coffee, banana fried and beverages; and
‘prudent’, characterized by the consumption of fish, fruits, vegetables, juices and tea, and
inversely associated with bread and sugar. The three patterns together accounted for 34.5%
of the total variance in food consumption, and the standard ‘Western’ explained 16.2%; the
‘traditional of Cuiabá’, 9.9%; and ‘prudent’, 8.4%. The ‘Western’ pattern was associated
with waist circumference (b = 1.02, p = 0.03) and WHR (b = 0.01, p = 0.02) among women,
and the "traditional of Cuiabá" was associated with waist circumference (b = 1.34, p = 0.01)
and WHR (b = 0.02, p = 0.02) among women, and WHR (b = 0.01, p = 0.03) among men.
None of the identified patterns was associated with total adiposity. The eating patterns
‘Western’ and ‘traditional of Cuiabá’ were associated with greater abdominal fat among the
adults studied.
13
IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução
14
1. I�TRODUÇÃO
1.1 PADRÃO DE CO�SUMO ALIME�TAR
Com o surgimento da transição epidemiológica, caracterizada pela redução de óbitos
por doenças infecciosas e aumento da mortalidade pelas doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT) e a transição nutricional caracterizada pela redução da desnutrição e o aumento de
sobrepeso e obesidade na população (PINHEIRO et al., 2004; KAC, 2007; OLINTO, 2007),
novos estudos epidemiológicos, principalmente na área de epidemiologia nutricional,
passaram a ser realizados, com o objetivo de identificar relações entre alimentos e/ou
nutrientes da dieta com as DCNT (doenças cardiovasculares, diabetes mellitus não-insulino
dependente, câncer e obesidade). A transição nutricional também é responsável pelas
mudanças do padrão no consumo alimentar da população do decorrer dos anos (MONDINI e
MONTEIRO, 1994; BONOMO et al., 2003; FURLAN-VIEBIG e PASTOR-VALERO, 2004;
ALVES et al., 2006; OLINTO, 2007). A maioria dos estudos epidemiológicos com o objetivo
de avaliar o consumo alimentar populacional, associado à deficiência nutrientes ou às DCNT,
baseava-se no cômputo dos micro e macronutrientes da dieta e seu respectivo consumo
energético. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo
alimentar deve se basear em alimentos ao invés de nutrientes, que definirão os padrões
alimentares da população estudada (NEUMANN, et al., 2007; SICHIERI et al., 2007).
Padrão de consumo alimentar é definido, portanto, como o conjunto de alimentos e
nutrientes consumidos usualmente por determinada população (OLINTO, 2007; PEROZZO et
al., 2008). Alves et al. (2006) relatam que esse padrão expressa a situação real de
disponibilidade dos alimentos e apresenta diversificação nos grupos populacionais, devido a
fatores sociais, ambientais, demográficos, econômicos e culturais, representando a prática
alimentar da população em estudo.
O QFA e o registro alimentar são os métodos de avaliação dietética mais utilizados
para definir os padrões de consumo alimentar. Padrões alimentares a priori ou a posteriori
têm sido desenvolvidos para avaliar a interação e funções que agrupamentos de alimentos e
nutrientes podem ter na saúde humana, uma vez que os nutrientes isolados ou alimentos não
conseguem explicar o etiologia das doenças ligadas à nutrição (SERRA-MAJEM et al., 2009).
15
Padrões alimentares a priori são aqueles que avaliam a qualidade da dieta com base
em critérios conceituais de nutrição saudável e de diretrizes e recomendações nutricionais.
Essas dietas normalmente são ricas em cereais integrais, frutas, legumes, nozes, peixe, frango
e alguns produtos lácteos e pobres em carne vermelha, gordura do
leite, manteiga, margarina, bebidas energéticas, doce ou salgadinhos (OLINTO, 2007;
JACOBS Jr et al., 2009)
O método a posteriori tem se mostrado uma ferramenta útil para identificar os
diferentes hábitos alimentares de grupos populacionais. Os grupos alimentares estabelecidos
se agregam com base em uma análise estatística, com posterior identificação dos padrões
alimentares. O método a posteriori inclui a escolha do instrumento para avaliar o consumo
alimentar, sendo o QFA o mais comum; definição do tamanho da amostra; coleta das
informações; análise estatística dos dados, sendo a análise de componente principal o método
mais utilizado e interpretação dos resultados com a definição de nomes para os padrões
alimentares (OSLER et al., 2001; BAMIAL et al., 2005; OLINTO, 2007).
Os métodos estatísticos mais empregados nos estudos para identificar padrões
alimentares a posteri são a análise de agrupamento (cluster), análise de redundância máxima
(reduced rank regression- RRR) e análise fatorial (ALVES et al., 2006; SCHULZE e
HOFFMANN, 2006; OLINTO, 2007).
A análise de agrupamento ou cluster consiste na redução ou agrupamento dos dados
dietéticos em padrões alimentares. Neste método, cada indivíduo pode pertencer a apenas a
um cluster. O objetivo da análise fatorial exploratória é agregar itens ou grupos alimentares
que são correlacionados entre si (HOFFMANN et al. 2004; SCHULZE E HOFFMANN,
2006; OLINTO, 2007; HEARTY e GIBNEY, 2009).
A redução das variáveis através da análise fatorial ocorre através de dois métodos;
Análise de Componente Principal (ACP) e Análise de Fator Comum (AFC). Nas análises para
identificar padrões alimentares, a ACP é o método mais utilizado. Algumas etapas são
necessárias para realização do método: preparação da matriz de correlação; extração de um
conjunto de fatores de matriz de correlação; determinação do número de fatores e rotação dos
fatores para aumentar a sua interpretabilidade. A interpretação e a denominação dos fatores
dependem do significado de cada combinação dos itens alimentares observados no fator e
com maior carga fatorial (OLINTO, 2007).
16
A primeira etapa consiste em verificar o tamanho da amostra, para garantir a
realização dos passos da análise fatorial. Se o QFA possui até 15 itens alimentares são
necessários dez indivíduos para cada agrupamento de alimentos, e se for composto de mais de
15 itens, a amostra deve ser cinco vezes maior que o número de grupos alimentares. Os
alimentos devem ser agrupados de acordo com sua similaridade nutricional. Antes de
proceder à análise fatorial, deve estimar o coeficiente Kaiser-Mayer-Olkin (KMO) e aplicar o
teste de esfericidade de Bartlett. O KMO verifica a existência e o peso das correlações
parciais e esse valor deve ser acima de 0,6. O teste de esfericidade de Bartlett testa a hipótese
nula de que a matriz de correlação seja igual à matriz identidade, logo o valor de p deve ser
igual ou menor que 0,05 (NEUMANN et al, 2007; OLINTO, 2007).
O percentual de variância de cada agrupamento é dado por um indicador de
confiabilidade, denominado comunalidade, o qual deve apresentar valores acima de 0,3. O
método mais utilizado para a extração dos fatores é a ACP. Este método indica a variância
total dos fatores extraídos através dos autovalores, os quais estão ordenados por tamanho,
sendo a soma desses igual ao número de variáveis na análise. Quanto maior o autovalor,
maior é sua capacidade de resumir as variáveis e, portanto, mais provável é o fator de ser
importante (FLECK e BOURDEL, 1998; OLINTO, 2007).
A ACP é também o método utilizado para identificar o número de fatores a serem
extraídos. O Critério de Kaiser é o critério mais usado e considera apenas os autovalores
superiores a um, demonstrando que esses seriam os valores estatisticamente significativos. Os
agrupamentos que apresentam autovalores acima de um são retidos. Outro critério muito
utilizado é o gráfico de Cattel (scree plot), no qual se observa o diagrama de autovalores e os
pontos no maior declive indicam o número apropriado de fatores a serem retidos (FLECK e
BOURDEL, 1998; OLINTO, 2007).
A etapa seguinte consiste na rotação dos fatores para aumentar a sua
interpretabilidade. Há três procedimentos de rotação ortogonal: Varimax, Quartimax e
Equamax; e dois procedimentos de rotação oblíqua: Oblimin direto e Promax. A maioria dos
estudos para identificar padrões alimentares utiliza a rotação ortogonal, pois é o método mais
simples, sendo que os fatores resultantes dessa rotação não são relacionados e podem ser
incluídos juntos em uma análise de regressão múltipla sem alterar os resultados dos fatores. A
rotação ortogonal Varimax é a mais utilizada, pois maximiza as cargas fatoriais maiores e
minimiza as cargas menores, facilitando assim a interpretação da matriz (VAN DAM et al.,
2003, OLINTO, 2007).
17
A consistência interna dos fatores é verificada pelo Alpha de Cronbach, cujos
resultados variam de 0 a 1. Os valores menores que 0,6 não são aceitos em termos de
validação de escalas, porém na busca de um padrão ou conjunto de elementos que manifestem
um perfil de agregação os índices podem ser mais flexíveis (OLINTO, 2007).
A última etapa da análise fatorial consiste na atribuição de nomes aos fatores. Os
padrões alimentares são denominados de acordo com a maior carga de saturação ou com a
composição nutricional dos alimentos que compõem o fator, e ainda há fatores que recebem o
nome segundo cultura ou área geográfica (OLINTO, 2007).
Recentemente foi introduzido um novo método para identificar padrões alimentares, a
análise de redundância máxima (RRR), onde existirão as variáveis preditoras (por exemplo,
alimentos ou grupos de alimentos) e variáveis respostas (por exemplo, biomarcadores ou
nutrientes). As variáveis preditoras têm como objetivo explicar a variação das respostas, isto
é, os resultados das análises permitem observar os padrões que melhor explicam a variação na
concentração dos biomarcadores ou nutrientes. Em estudos de identificação do padrão
alimentar com objetivo de associar dieta e doença, esse é o método mais utilizado
(HOFFMANN et al. 2004; SCHULZE E HOFFMANN, 2006; JINLIN et al. 2007).
1.1.1 Estudos nacionais que investigaram padrões de consumo alimentar
No Brasil foram realizados poucos estudos para identificar os padrões alimentares da
população e todos eles utilizaram o método da análise da fatorial (SICHIERI 2002; SICHIERI
et al. 2003; MARCHIONI et al., 2005; ALVES et al., 2006; NEUMANN, et al., 2007;
PEROZZO et al., 2008; CUNHA et al., 2010).
No município do Rio de Janeiro, Sichieri (2002) avaliou a associação dos padrões
alimentares com a obesidade na população adulta. A autora identificou três padrões nessa
população: o ‘misto’, caracterizado pelo consumo de cereais, ovos, suco, vegetais, frutas,
carnes e doces; o ‘tradicional’, baseado no consumo de arroz, feijão e café; e o ‘ocidental’,
caracterizado pela dieta rica em gordura, açúcar adicionado e refrigerantes e inversamente
associado ao consumo de peixe/camarão e álcool. No modelo logístico, ajustado por idade,
atividade física, dieta e atividade ocupacional, o padrão ‘tradicional’ associou-se com menor
risco de sobrepeso/obesidade.
18
Sichieri e colaboradores (2003) exploraram os fatores que explicariam diferentes
padrões de consumo da população urbana do Nordeste e Sudeste, que participou da Pesquisa
sobre Padrões de Vida (PPV), em 1996 - 1997. Os autores identificaram dois padrões de
consumo alimentar, o ‘tradicional’, caracterizado pela similaridade da alimentação tradicional
do brasileiro, destacando o arroz, feijão, farinha e açúcar; e o ‘misto’, representando o
consumo de quase todos os alimentos. Como resultados, os autores verificaram que a Região
Nordeste associou-se negativamente com o padrão ‘misto’ e o IMC associou-se positivamente
com esse padrão. Associaram-se positivamente com o padrão ‘tradicional’ praticar atividade
física e ter cor de pele mais escura. Escolaridade e renda foram as variáveis que mais
explicaram o consumo alimentar. Ajustando-se por essas variáveis, a região de residência foi
o terceiro maior componente explicativo.
O estudo pioneiro sobre padrões alimentares na região Sul do Brasil foi realizado por
Alves et al. (2006). Os autores exploraram e descreveram os padrões alimentares de 1.026
mulheres de 20 a 60 anos, residentes na zona urbana de São Leopoldo - RS. Assim, foram
identificados cinco padrões alimentares. Os critérios considerados para nomenclatura dos
padrões foram: alimentos potencialmente protetores e de risco para doenças crônicas não
transmissíveis e avaliação de custos dos alimentos. Dessa forma os grupos alimentares foram
denominados em padrão alimentar saudável custo 1- ‘PASC1’, com um custo mais baixo
(constituído por frutas, verduras e biscoito salgado); padrão alimentar saudável custo 2 –
‘PASC2’, com custo médio (composto por frutas um pouco mais caras que o padrão anterior,
peixes, bife de fígado e sorvete); padrão alimentar saudável custo 3 – ‘PASC3’, com custo
elevado (formado de alimentos funcionais); padrão alimentar de risco custo 1 – ‘PARC1’,
composto de alimentos que requerem preparo para o consumo, com custo baixo; e padrão
alimentar de risco custo 3 – ‘PARC3’, contendo, basicamente, alimentos industrializados,
com custo elevado. Os padrões ‘PARC1’ e ‘PARC3’ eram constituídos de alimentos ricos em
colesterol, gordura saturada e carboidratos simples.
Os resultados encontrados por Alves et al. (2006) indicaram que as mulheres com alto
grau de escolaridade, com renda per capita no quarto quartil (2,60-41,67 salários mínimos) e
pertencentes às classes econômicas A e B tiveram maior consumo nos padrões saudáveis e no
padrão de risco de alto custo. Por outro lado, as mulheres das classes C, D e E tiveram maior
consumo dos alimentos pertencentes ao padrão alimentar de risco de baixo custo (PARC1).
As mulheres mais jovens, de 20 a 29 anos, e as solteiras tiveram maior consumo de alimentos
19
de risco de alto custo, e as mulheres casadas apresentaram maior consumo nos padrões
alimentares de baixo custo, tanto de risco como saudáveis.
Neumann, et al. (2007) realizaram um estudo com uma subamostra de 700 pessoas de
uma amostra probabilística de residentes da área urbana do município de São Paulo. O
objetivo do trabalho foi identificar os padrões de consumo alimentar e investigar possível
associação com fatores de risco biológicos, sociodemográficos e comportamentais para
doenças cardiovasculares (DCV). Os autores encontraram quatro padrões: Padrão 1-
‘cafeteria’ (leite integral, pães, massas, salgados, doces, gorduras, presunto, sucos artificiais,
refrigerante comum e, em menor proporção, feijoada, sucos naturais e frango); Padrão 2 –
‘tradicional’ (cereais, feijões, folhosos, não folhosos e sopas, maionese, infusão (café, chá) e,
em menor proporção, gorduras, frutas e frango); Padrão 3 – ‘moderno’ (leite desnatado,
frutas, sucos naturais, peixes, refrigerante diet, adoçantes artificiais e, em menor proporção,
pães, não folhosos e sopas); Padrão 4 – ‘aterogênico’ (feijoada, carne de boi e miúdos, porco,
frango, lingüiça, ovo, bebidas alcoólicas, sal).
No estudo de Neumann, et al. (2007), os autores verificaram que o padrão 1 associou-
se positivamente com a pressão sistólica e diastólica, o IMC e a RCQ; e negativamente com o
HDL e a glicemia. O padrão 2 associou-se positiva e significativamente com a glicemia e o
IMC, e negativa e significativamente com os triglicérides e a RCQ. O padrão 3 associou-se
negativa e significativamente com a pressão diastólica, o colesterol total, a glicemia e o LDL.
E o padrão 4 associou-se significativamente com o colesterol total, os triglicérides, a glicemia,
o IMC e a RCQ
Ainda no sul do Brasil, Perozzo, et al. (2008) investigaram a associação de padrões
alimentares de 1084 mulheres na idade adulta com obesidade geral e abdominal. Os padrões
alimentares encontrados foram os mesmos de Alves et al. (2006), porém foram renomeados
de acordo com as maiores cargas de saturação dos alimentos no fator, assim foram
denominados: ‘PA-vegetais’ (repolho, couve, couve-flor, couve de bruxelas, abóbora,
cenoura, laranja, brócolis, pepino, beterraba, tomate, vagem, banana, mamão, maçã,
bergamota, outros vegetais verdes e biscoito salgado), ‘PA-frutas’ (melão, melancia, manga,
pêra, pêssego, caqui, uva, limão, maracujá, abacaxi, sorvete, abacate, goiaba, kiwi, fígado,
suco natural e peixes), ‘PA-nozes/oleaginosas’ (amêndoa, avelã, nozes, castanha, ameixa
seca, uva passa, massa integral, aveia, farelo de trigo, açúcar mascavo, mel, pão de centeio,
pão integral, soja, vinho tinto e arroz integral), ‘PA-pão/aipim/batata doce’ (pão caseiro,
aipim, batata doce, milho, feijão, lentilha, açúcar, banha, leite integral, batata inglesa, nata,
20
massa e carne de porco) e ‘PA-chocolate/doces’ (chocolate, balas, sobremesas, doces, creme
de leite, presunto, mortadela, salame, copa, maionese industrializada, queijo, frituras, fast
food, biscoito doce, cuca e bolo).
Com esses padrões identificados, Perozzo, et al. (2008), verificaram que o baixo
consumo do ‘PA-frutas’ e ‘PA-chocolates/doces podem ser um fator de risco tanto para
obesidade geral como abdominal, enquanto o baixo consumo de ‘PA-vegetais’ teve efeito
protetor limítrofe. O consumo do ‘PA-nozes/oleaginosas’ mostrou efeito protetor para a
obesidade abdominal.
Cunha et al. (2010) analisou 1009 indivíduos adultos com objetivo de identificar os
padrões de consumo alimentar destes indivíduos, residentes em uma região de baixo nível
socioeconômico do município de Duque de Caxias – RJ. Os padrões alimentares foram
identificados pelo uso de análise fatorial. A autora associou os padrões identificados ao Índice
de Massa Corporal (IMC) e à circunferência da cintura. Foram encontrados três padrões: o
padrão ‘prudente’, composto por cereais, peixe e camarão, hortaliças, verduras, raízes e
feculentos, frutas, carnes e ovos; o padrão ‘ocidentalizado’, constituído por bolos e biscoitos,
refrigerantes, sucos, leite e derivados, doces, bebidas cafeinadas, salgados e fast food e o
padrão ‘tradicional’, do qual fizeram parte o arroz, feijão, pão, açúcar e molhos e gorduras.
Na análise de regressão linear, estratificada por sexo e ajustada por idade e consumo
energético total, constatou-se que o IMC e a circunferência da cintura elevados foram
inversamente associados ao padrão ‘tradicional’ nas mulheres.
1.2 AVALIAÇÃO DO CO�SUMO ALIME�TAR
A avaliação do consumo alimentar consiste na aplicação de métodos que mensuram a
ingestão dos alimentos, quantificando os macro e micronutrientes ingeridos. A mensuração do
consumo alimentar possibilita o estudo da associação desse consumo com as deficiências
nutricionais e com a ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) na população
(THOMPSON e BYERS, 1994; SICHIERI et al., 2003; RUTISHAUSER, 2005; PEREIRA e
SICHIERI, 2007).
As técnicas de avaliação do consumo alimentar são classificadas em dois grupos. O
primeiro grupo avalia o consumo atual do indivíduo ou de um grupo populacional, sendo
representado pelos registros e recordatórios alimentares; e o segundo grupo, por se tratar de
21
um método retrospectivo, avalia o consumo habitual dos alimentos e permite verificar a
associação entre dieta e doença, podendo-se citar aqui a história dietética e do questionário de
freqüência alimentar (SALVO e GIMENO, 2002).
1.2.1 Métodos de avaliação do consumo alimentar
a) Registro ou diário alimentar
Consiste no detalhamento das porções ingeridas de todos os alimentos e bebidas por
um indivíduo durante determinado período ou no decorrer de um dia, em um formulário
previamente estruturado, onde irá fazer as anotações, ou poderá ainda utilizar um método
mais completo e preciso que consiste na pesagem dos alimentos e/ou porcionamento em
medidas caseiras. No entanto, esse método requer treinamento do entrevistador e colaboração
e motivação do entrevistado, além de exigir certo grau de escolaridade, para que o indivíduo
possa registrar corretamente os alimentos consumidos (BUZZARD, 1998; CAVALCANTE et
al., 2004; PEREIRA e SICHIERI, 2007).
O número de dias do registro/diário alimentar dependerá da população em estudo, dos
nutrientes que serão avaliados e da precisão desejada (BUZZARD, 1998; PEREIRA e
SICHIERI, 2007). Segundo Thompson e Byers (1994) e Cavalcante et al. (2004) para não
tornar a pesquisa insatisfatória e provocar fadiga no entrevistado, esse método não deve ser
aplicado por mais do que sete dias consecutivos.
O registro/diário alimentar é o método mais acurado para avaliar o consumo alimentar,
sendo considerado o “padrão-ouro” quando comparado aos demais. Por não depender da
memória do indivíduo, o viés de memória é eliminado (THOMPSON e BYERS, 1994;
RUTISHAUSER, 2005; PEREIRA e SICHIERI, 2007).
Por tratar-se de um método prospectivo, pode ocorrer viés de informação, pois avalia a
ingestão alimentar atual e o indivíduo pode alterar e selecionar alimentos específicos durante
o período determinado para o estudo, não informando exatamente o consumo alimentar
habitual. A principal desvantagem é a omissão ou o sub-registro dos alimentos consumidos,
além de apresentar custo elevado e demora na coleta e análise dos dados (TRABULSI e
SCHOELLER, 2001; CAVALCANTE et al., 2004; RUTISHAUSER 2005; PEREIRA e
SICHIERI, 2007).
22
Cervato et al. (2005) avaliaram uma intervenção nutricional educativa com aulas sobre
hábitos alimentares para adultos e idosos freqüentadores de instituições de ensino superior do
município de São Paulo. As práticas alimentares foram obtidas a partir de registro de
alimentos de três dias. Os autores verificaram que os participantes modificaram os hábitos
alimentares e os conceitos sobre nutrição, em consequência da intervenção educativa.
b) Recordatório de 24 horas
É o método mais utilizado para obtenção de dados sobre consumo alimentar. As
informações são coletadas através de entrevista por um nutricionista ou um entrevistador
devidamente treinado. Consiste no relato detalhado dos alimentos e bebidas ingeridos nas
últimas 24 horas ou no dia anterior à entrevista (BUZZARD, 1998, PEREIRA e SICHIERI,
2007). O menor intervalo entre a aplicação do recordatório e o dia estabelecido para avaliar o
consumo alimentar do entrevistado, minimiza os erros e aumenta a eficácia do estudo, quanto
mais próximo do período estabelecido, maior será a capacidade do entrevistado recordar e
detalhar os alimentos e bebidas consumidos (THOMPSON e BYERS, 1994; BUZZARD,
1998; CAVALCANTE et al., 2004; RUTISHAUSER 2005; PEREIRA e SICHIERI, 2007).
A entrevista normalmente é feita de forma cronológica, de modo a facilitar que o
entrevistado se recorde de todos os alimentos consumidos no dia anterior (BUZZARD, 1998;
RUTISHAUSER, 2005; PEREIRA e SICHIERI, 2007). Recentemente vem sendo utilizada
uma nova técnica, mais eficaz, denominada “passagens múltiplas”. Essa técnica é dividida em
três fases: listagem rápida, descrição detalhada e revisão. Na primeira fase, da listagem rápida,
o entrevistado relata todos os alimentos que consumiu no dia anterior, não necessariamente
em ordem cronológica e sem interrupção pelo entrevistador. Na descrição detalhada o
entrevistador obtém mais detalhes, para adicionar na lista aqueles alimentos que não foram
mencionados anteriormente, dando ao entrevistado a oportunidade de lembrar aqueles que
foram omitidos anteriormente. Finalizando, o entrevistador revê com o entrevistado a lista
para adicionar e completar o relato do consumo alimentar (RUTISHAUSER, 2005; PEREIRA
e SICHIERI, 2007).
Muitos entrevistados apresentam dificuldade para expressar a quantidade consumida,
assim é necessário apresentar fotografias com o tamanho das porções ou utensílios domésticos
mais utilizados (BUZZARD, 1998; CAVALCANTE et at., 2004, PEREIRA e SICHIERI,
2007). A acurácia dos dados depende da habilidade do entrevistador, do detalhamento sobre o
23
consumo dos alimentos, do modo de preparação das refeições, do tamanho e das marcas dos
produtos industrializados e, principalmente da inclusão daqueles alimentos usualmente
omitidos como balas, bebidas, doces, e adição de azeite, sal, açúcar, manteiga, margarina,
molhos para saladas e outros temperos usados nas refeições (BUZZARD, 1998; PEREIRA e
SICHIERI, 2007).
Segundo Willett (1998) e Morimoto et al. (2008), a aplicação de um único
recordatório de 24 horas pode estimar valores acurados de ingestão alimentar em um grupo de
indivíduos, desde que a amostra seja adequada para este propósito. No entanto, o recordatório
de 24 horas realizado em três dias diferentes na semana é o método mais utilizado como
referência para os demais inquéritos de consumo alimentar (CAVALCANTE et al., 2004;
MONTEIRO et al., 2008). No Brasil, Silva (2009) validou um questionário de frequência
alimentar (QFA) para população adulta de Cuiabá-MT, utilizando dois recordatórios de 24
horas como método de referência.
As entrevistas realizadas neste método são feitas pessoalmente, em locais apropriados
para coleta dos dados, porém tem sido cada vez mais comum a realização de entrevistas
telefônicas (BUZZARD, 1998). Monteiro et al. (2008) verificaram em seu estudo boa
reprodutibilidade nos indicadores sobre consumo de alimentos e bebidas no plano coletivo e
individual, utilizando a técnica da entrevista por telefone. Os entrevistadores leram as
questões para o entrevistado evitando interpretações ou indução de respostas. Segundo os
autores, houve boa compreensão por parte dos entrevistados que responderam as questões sem
dificuldade.
Esse método apresenta muitas vantagens. É rápido (o entrevistado gasta
aproximadamente 20 minutos para responder o inquérito); de baixo custo; de fácil aplicação,
podendo ser realizada pessoalmente ou via telefone. As informações coletadas são referentes
ao consumo atual do indivíduo, estimando assim, os valores absolutos ou relativos da ingestão
de energia e nutrientes (CAVALCANTE, et al., 2004; PEREIRA e SICHIERI, 2007).
O viés de memória e a necessidade de cooperação do entrevistado são os principais
fatores limitantes do recordatório de 24 horas (BUZZARD, 1998; CAVALCANTE, et al.,
2004; RUTISHAUSER, 2005; PEREIRA e SICHIERI, 2007). Cavalcante, et al. (2004) e
Rutishauser (2005) destacam também que esse método não informa o consumo alimentar
habitual de um indivíduo, dificultando assim a associação entre exposições a fatores dietéticos
e doenças.
24
Vários estudos utilizaram o recordatório de 24 horas para avaliar o consumo alimentar.
Morimoto, et al. (2008) avaliaram a qualidade da dieta de 1840 adultos residentes na Região
Metropolitana de São Paulo e seus fatores associados, aplicando esse método de inquérito
alimentar. Os autores coletaram informações sobre condições socioeconômicas, dados
demográficos e sobre o estilo de vida da população. Os resultados demonstraram que a
qualidade da dieta variou significativamente de acordo com as características demográficas de
sexo e faixa etária.
Viebig et al. (2006) descreveram o perfil de saúde cardiovascular, segundo critérios
da Sociedade Européia de Cardiologia (SEC), de 200 adultos de ambos os sexos da região
metropolitana de São Paulo. Foram coletados dados sobre nível socioeconômico, tabagismo,
consumo de álcool, medidas antropométricas, dieta, atividade física, lipídeos séricos, glicemia
e pressão arterial. O recordatório de 24 horas foi o método utilizado para avaliar a ingestão
média de colesterol dietético e de lipídeos totais. Os autores verificaram que a população do
estudo apresentou maior risco de doenças cardiovasculares, segundo os critérios da SEC,
principalmente devido à elevada prevalência de sobrepeso e hipercolesterolemia.
c) Pesquisas de Orçamento Familiar (POF)
O objetivo da POF é estimar a despesa familiar, isso ocorre através de coletas de
dados, utilizando amostragem probabilística, periodicamente e com detalhada mensuração de
características socioeconômicas. A estimação dos índices de preços dos produtos torna a POF
importante fonte para obtenção de informações sobre o consumo alimentar da família
(MONDINI e MONTEIRO, 1994; LEVY-COSTA et al., 2005; PEREIRA e SICHIERI,
2007).
Os dados da POF estimam o consumo alimentar da população, e quando realizadas
com determinada freqüência e regularidade, informam as mudanças que ocorreram no padrão
do consumo alimentar das famílias, além de informar estratos socioeconômicos e geográficos.
A falta de informação sobre o consumo individual de cada membro da família, o desperdício
de alimentos, o consumo alimentar fora do domicílio, são algumas das principais limitações
desse método de avaliação do consumo alimentar (MONDINI e MONTEIRO, 1994;
PEREIRA e SICHIERI, 2007). Observando essas limitações da pesquisa, foi proposto pelo
governo brasileiro que a POF 2008-2009 incluísse o consumo alimentar individual (YOKOO
et al., 2008).
25
As Pesquisas de Orçamento Familiar são realizadas em diversos países. Na Europa, os
dados são avaliados pela Data Food )etworking (DAFNE) e o período de coleta de dados em
alguns países pode variar de 7 a 14 dias (TRICHOPOULOU e NASKA, 2003).
No Brasil, já foram realizadas quatro Pesquisas de Orçamento Familiar (1961-63,
1987-88, 2002-03 e 2008-09) e um Estudo Nacional da Despesa Familiar – ENDEF. As duas
primeiras POFs e o ENDEF foram realizados nas regiões metropolitanas brasileiras e as duas
últimas POFs o desenho da amostra foi estruturado para obter resultados para o Brasil,
Grandes Regiões (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste) e também por situação
urbana e rural. Para as Unidades da Federação, os resultados contemplam o total e a situação
urbana. Nas nove regiões metropolitanas (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte,
Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre) e nas capitais das Unidades da Federação
os resultados correspondem à situação urbana (MONDINI e MONTEIRO, 1994; IBGE, 2004;
LEVY-COSTA et al., 2005).
Na POF de 2002-03 foram coletados dados de 48.470 domicílios urbanos e rurais. As
famílias participantes da pesquisa registravam diariamente, por sete dias consecutivos as
aquisições de alimentos e bebidas. No registro era preciso relatar a descrição detalhada do
produto adquirido, a quantidade, unidade de medida, o valor pago pelo produto, local de
compra e modo de aquisição, isto é, monetário ou não monetário (LEVY-COSTA et al., 2005;
PEREIRA E SICHIERI, 2007).
Levy-Costa et al. (2005) conduziram um estudo de comparação das POFs realizadas
no Brasil. O objetivo era descrever a disponibilidade domiciliar de alimentos em 2002-03 e
avaliar sua evolução nas áreas metropolitanas no período 1974-2003. Com essa pesquisa,
verificou-se em todas as regiões brasileiras o consumo adequado de proteína, principalmente
as de alto valor biológico, o consumo excessivo de açúcar e insuficiente de frutas e hortaliças.
d) Questionário de Freqüência Alimentar (QFA)
O Questionário de Freqüência Alimentar é o método de avaliação do consumo
alimentar mais utilizado em estudos epidemiológicos, pois possibilita o estudo da associação
da dieta com a enfermidade (WILLETT e LENART, 1998; SALVO e GIMENO, 2002;
TOMITA e CARDOSO, 2002; CAVALCANTE, et al., 2004; PEREIRA e SICHIERI, 2007).
O objetivo principal desse método, segundo Thompson e Byers (1994) e Pereira e Sichieri
26
(2007) é determinar a ingestão dietética durante determinado período de tempo no passado,
normalmente nos últimos três, seis ou doze meses, para estimar o consumo habitual.
O questionário pode ser desenvolvido de princípios básicos ou adaptado de outro já
existente (CADE, et al. 2002). Nesse questionário o entrevistado refere a freqüência de
consumo dos alimentos, em número de vezes por dia, semana ou mês (WILLET, 1998;
RUTISHAUSER, 2005; PEREIRA e SICHIERI, 2007). A lista de alimentos é específica de
cada estudo, contendo os alimentos mais consumidos pela população estudada ou alimentos
selecionados a partir de tabelas de composição de alimentos, de acordo com o interesse da
investigação (CAVALCANTE, et al., 2004; PEREIRA e SICHIERI, 2007).
Os questionários são classificados em qualitativo, quantitativo e semiquantitativo. No
qualitativo o entrevistado refere apenas a freqüência que consome de determinado alimento;
no quantitativo refere a porção consumida e a unidade de tempo; e no semiquantitativo, o
QFA especifica a quantidade média da porção e o entrevistado relata a freqüência consumida
usualmente (LIMA et al., 2003; PEREIRA e SICHIERI, 2007). As porções são padronizadas
em cada estudo, sendo assim, o entrevistador pode apresentar um álbum com as porções ou
até mesmo utensílios para melhorar a qualidade do relato do entrevistado (WILLETT, 1998;
RUTISHAUSER, 2005).
A acurácia dos dados se deve à validade e reprodutibilidade do QFA. A
reprodutibilidade consiste na capacidade do instrumento de produzir resultados semelhantes
quando aplicado em diferentes pontos no tempo ou por diferentes entrevistadores, enquanto
que a validação avalia a acurácia do QFA em medir o consumo alimentar, comparando-o com
um método de referência, por meio de validação relativa (WILLETT, 1998; SALVO e
GIMENO, 2002).
Dentre as principais vantagens do QFA destacam-se sua boa reprodutibilidade,
validade aceitável, baixo custo, fácil aplicação, simplicidade na análise dos dados, além de
permitir a avaliação da dieta habitual (THOMPSON E BYERS, 1994; SALVO e GIMENO,
2002; CAVALCANTE et al., 2004; PEREIRA e SICHIERI, 2007).
Mesmo sendo o método mais utilizado em estudos epidemiológicos, o QFA apresenta
desvantagens, sendo as mais importantes as extensas listas de alimentos, a menor acurácia
quando comparada ao recordatório de 24 horas, a perda de informação pela ausência de
determinados alimentos, a dificuldade na precisão de alimentos ingeridos e o fato de ser
27
dependente da memória do entrevistado (THOMPSON E BYERS, 1994; SALVO e
GIMENO, 2002; PEREIRA e SICHIERI, 2007).
No Brasil, vários estudos utilizaram o questionário de freqüência alimentar. Salvo e
Gimeno (2002), verificaram a reprodutibilidade e validade do Questionário de Freqüência de
Consumo de Alimentos (QFCA) em uma população adulta com excesso de peso de uma
instituição privada de ensino superior de São Paulo. Foram selecionados 146 indivíduos de
ambos os sexos com IMC superior a 25 kg/m2. No estudo de reprodutibilidade, o QFCA foi
aplicado com intervalo de 47 dias; e para validade do estudo comparada as médias dos
recordatórios de 24 horas aplicados com intervalo de 15 dias. As autoras verificaram maior
diversidade nos relatos de consumo habitual entre os obesos.
Em Cuiabá – MT, Silva (2009) validou um QFA para a população adulta. A autora
aplicou um recordatório de 24 horas que gerou uma lista com 289 alimentos, sendo que foram
selecionados aqueles com maior frequência de consumo para compor os itens alimentares do
QFA. Para validação do estudo, compuseram a amostra 208 indivíduos de ambos os sexos
entre 20 e 50 anos, os quais responderam o QFA e 30 dias após a primeira entrevista foi
aplicado o segundo QFA e o R24h como método de referência. A autora verificou que o QFA
superestimou todos os nutrientes avaliados em relação ao R24h, com diferenças
estatisticamente significantes para amostra total e entre os sexos; os melhores resultados para
a validação do QFA ocorreram para energia, proteína, colesterol, fibra, cálcio, vitamina C,
tiamina, ferro e folato; as mulheres apresentaram melhor desempenho do QFA em relação aos
homens.
e) História Dietética
A história dietética consiste na associação de métodos de avaliação do consumo
alimentar, com coleta de informações da freqüência de ingestão dos alimentos e modo de
preparo das refeições. Pode-se, por exemplo, associar o QFA a um recordatório de 24 horas
ou registro de pesagem. Tem sido utilizado para informar sobre o padrão de consumo
alimentar habitual e também para simples dados sobre frequência alimentar (THOMPSON e
BYERS, 1994; CAVALCANTE et al., 2004; RUTISHAUSER, 2005).
Vários autores referem os três métodos propostos por Burke na década de 40 sobre a
história alimentar, os quais são: entrevista detalhada para obter dados sobre o consumo
dietético habitual; uma lista de alimentos onde o entrevistado relata a quantidade e a
28
freqüência de consumo e registro alimentar de três dias, utilizando medidas caseiras para
quantificar as porções consumidas (THOMPSON e BYERS, 1994; CAVALCANTE et al.,
2004; RUTISHAUSER, 2005).
A maior vantagem da história dietética é estimar a ingestão habitual em um curto
período ou somente pela freqüência de consumo alimentar (THOMPSON e BYERS, 1994;
RUTISHAUSER, 2005). Esse método tem como limitação o longo período de execução e
exigência de habilidade do entrevistador e entrevistado, não sendo por isso recomendado para
estudos populacionais. Acrescenta-se também como desvantagem o seu elevado custo
(CAVALCANTE et al., 2004; RUTISHAUSER, 2005).
Garcia (2004) avaliou as práticas alimentares através de relatos sobre consumo
alimentar de pessoas submetidas a tratamento dietético e o impacto da preocupação com a
saúde por serem hipertensos. Para realizar o estudo, o autor entrevistou 30 adultos com
diagnóstico de hipertensão arterial, sendo distribuídos proporcionalmente em classe baixa e
alta, aplicando nesses indivíduos os métodos recordatório alimentar de 24 horas, associado à
história dietética e a um questionário de freqüência alimentar. Entre os resultados obtidos, o
que mais chama atenção é a menor precisão nas informações sobre consumo alimentar do que
o esperado, sugerindo que a abordagem da alimentação de sujeitos submetidos à prescrição
dietética por meio de inquéritos alimentares pode ser insuficiente para conhecer suas práticas
alimentares, uma vez que esses entrevistados apresentam uma restrição alimentar devido a sua
patologia, e provavelmente isso pode ter induzido a censurar informações sobre o seu
verdadeiro consumo alimentar.
1.3 SOBREPESO E OBESIDADE
A obesidade é considerada atualmente uma epidemia mundial, em decorrência da
transição nutricional que teve início na década de 70 (PINHEIRO et al., 2004; BATISTA
FILHO et al., 2008; PEROZZO et al., 2008; TARASTCHUK et al., 2008). Segundo Sichieri e
Souza (2007) o número de indivíduos no planeta com excesso de peso superou o de
desnutrido, e no Brasil, os adolescentes, adultos e idosos são os grupos que apresentaram
maiores prevalências com o excesso de peso, porém todas as faixas etárias e grupos sociais
estão propícios à obesidade. Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento do continente
americano, o padrão de obesidade vem aumentando para ambos os sexos e os países da África
29
e Ásia apresentam os menores índices dessa doença, em geral, a população urbana está mais
susceptível à obesidade do que a população rural (PINHEIRO et al., 2004).
A obesidade e o sobrepeso são definidos como o balanço energético positivo, isto é, a
ingestão calórica é maior que o gasto energético, resultando no excesso de peso corporal e
surgimento da síndrome metabólica que é caracterizada pela tolerância à glicose diminuída ou
diabetes mellitus, resistência à insulina, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, obesidade
visceral e albuminúria (BRAY e POPKIN, 1998; FRANCISCHI et al., 2000; RASKIN et al.,
2000; PINHEIRO et al., 2004; SOAR et al., 2004; OLIVEIRA et al., 2007; BATISTA FILHO
et al., 2008). Segundo Lima e Sampaio (2007) e Ness-Abramof e Apovian (2008), além da
síndrome plurimetabólica, a obesidade e o sobrepeso podem causar outras afecções tais como
apnéia do sono, cálculos biliares e doenças nas articulações. O sobrepeso e a obesidade são
diagnosticados pelo parâmetro estipulado pela Organização Mundial de Saúde, o qual
considera sobrepeso IMC superior ou igual a 25 kg/m² e obesidade, superior ou igual a 30
kg/m².
Os problemas da obesidade não se restringem apenas à síndrome metabólica e outras
afecções. Essa patologia causa problemas sociais e psicológicos que atingem todos os grupos
etários e socioeconômicos, seja dos países desenvolvidos ou em desenvolvimento, resultando
assim em isolamento, dificuldade de relacionamento interpessoal, depressão, ansiedade,
discriminação social, entre outros (SICHIERI, 1998; LIMA e SAMPAIO, 2007;
NISHIYAMA et al., 2007). De acordo com Pinheiro et al. (2004), o desenvolvimento da
obesidade está mais relacionado com os determinantes ambientais. Os fatores genéticos
também estão associados, porém em menores proporções.
Acrescenta-se ainda que o sobrepeso e a obesidade podem estar associados ao
envelhecimento do indivíduo, mudanças hormonais, principalmente do climatério e pós-
menopausa, fatores genéticos, ambientais e comportamentais como sedentarismo, dietas ricas
em gorduras saturadas, tabagismo e etilismo (RASKIN et al., 2000).
30
1.4 FATORES ASSOCIADOS AO EXCESSO DE PESO E À LOCALIZAÇÃO
ABDOMI�AL DE GORDURA
1.4.1. Fatores sócio-demográficos
O excesso de peso e a localização central da gordura corporal podem ser muito
diferentes entre as populações e são influenciados por diversos fatores, entre eles os fatores
genéticos, sexo e idade (DALTON et al., 2003; FERREIRA et al., 2008, NESS-ABRAMOF e
APOVIAN, 2008).
Os dados mais recentes de sobrepeso e obesidade no Brasil foram obtidos da POF
2002-03, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram
classificados como sobrepeso aqueles indivíduos que apresentaram IMC igual ou maior que
25 Kg/m2. Segundo essa pesquisa, a prevalência do excesso de peso aumenta com a idade,
sendo mais rápido para os homens – 20,3% entre 20 e 24 anos, 48,3% entre 35 e 44 anos e
51,5% de 45 a 54 anos – e mais lento para as mulheres, porém mais prolongado, – 18,7%
entre 20 e 24 anos, 41,4 % entre 35 e 44 anos e 57,4 % entre 55 e 64 anos. A prevalência de
sobrepeso nos homens é mais comum nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e entre as
mulheres, a diferença entre regiões é menor. A obesidade foi caracterizada pelo IMC igual ou
superior a 30 kg/m2 e segundo os resultados da POF 2002-03, atinge 8,9% dos homens
adultos e 13,1% das mulheres adultas no Brasil. Aproximadamente 20% dos homens com
excesso de peso são obesos e entre as mulheres, esse número é maior, equivalendo a 33,3% do
total de mulheres (IBGE, 2004).
Na capital do estado de Mato Grosso as prevalências de excesso de peso e obesidade
também são elevadas. Em Cuiabá, 54,8% dos homens apresentavam excesso de peso e, 13,4%
eram obesos. As mulheres apresentaram menor prevalência de excesso de peso (42,8%),
porém 16,1% eram obesas (IBGE, 2004). Dados mais recentes sobre estado nutricional da
população de Cuiabá foram obtidos pelo Sistema VIGITEL - Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas, um inquérito telefônico realizado em 2008. O excesso de
peso foi detectado em 48,4% da população, sendo 51,8% entre os homens e 44,8% entre as
mulheres (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
Assim como no Brasil, estudos realizados em outros países têm mostrado um aumento
no sobrepeso e obesidade com o aumento da idade, e quanto mais recente os dados maiores
31
são esses índices. Em um estudo realizado com japoneses com a média de idade de 45 anos no
ano de 1996, a prevalência para homens com sobrepeso foi de 26,4% e para obesidade 1,6%,
enquanto para as mulheres o sobrepeso foi de 19,7% e obesidade de 2,8%, respectivamente
(SAKURAI et al., 2006). Na população americana, os dados mais recentes de sobrepeso e
obesidade foram obtidos pelo NHANES (National Center for Health Statistics) 2003-2004 e a
prevalência encontrada na população de 20 a 59 anos foi 32,2%. Nos adultos da Grã-Bretanha
a prevalência de obesidade quase triplicou no período de 1980 a 2002 (OGDEN et al., 2006).
Na população chinesa e sul asiática foi verificado um aumento na prevalência de
sobrepeso e obesidade. Na China, a prevalência de excesso de peso aumentou quase 50% em
um período de dez anos. Na Índia a taxa de obesidade para homens é estimada entre 7% e
13,3% e nas mulheres 15,6% e 23,7% (LEAR, et al., 2007). Kamadjeu et al. (2006) estudaram
indivíduos com idade superior a 15 anos, residentes em quatro distritos urbanos de Camarões
(Yaoundé, Douala, Garoua e Bamenda) e verificaram valores de IMC e circunferência da
cintura, mas não relação cintura quadril (RCQ), maiores entre as mulheres do que homens em
todas as faixas etárias (15-34 anos, 35-44 anos, 45-54 anos e mais de 55 anos).
Vários autores concordam que renda e prevalência de peso apresentam valores
diferentes para os homens e as mulheres. Entre os homens, a renda e a prevalência de peso
aumentam proporcionalmente, sendo observado esse aumento em todas as regiões brasileiras,
enquanto nas mulheres essa prevalência é maior nas classes de menores rendas e na região
nordeste (IBGE, 2004; PINHEIRO, et al., 2004; GIGANTE, et al., 2006).
A elevada prevalência de obesidade também está relacionada às práticas alimentares
dos indivíduos, os quais deixaram de consumir fibras e aumentaram a ingestão de gorduras e
açúcares, aumentando assim a ingestão energética total. A escolha dos alimentos que
compõem a dieta é influenciada pela renda e hábitos alimentares da família (PINHEIRO et al.,
2004; VIEIRA e SICHIERI, 2008). De acordo com os dados do IBGE (2004), o consumo de
carnes, leite e derivados, frutas, verduras e legumes, bebidas alcoólicas, refrigerantes,
condimentos e refeições prontas estão mais presentes nos grupos com maiores rendimentos
familiares, enquanto nos grupos de menores rendas, o consumo de arroz, feijões, raízes,
tubérculos e açúcar são mais elevados.
A escolaridade é um fator importante no momento de avaliar o sobrepeso e obesidade.
Em pesquisas realizadas no passado no Brasil, o sobrepeso/obesidade nos adultos e o grau de
escolaridade aumentavam proporcionalmente, porém, os estudos atuais, vêm mostrando que
quanto menor a escolaridade, maior a prevalência de sobrepeso e obesidade, principalmente
32
entre o sexo feminino (SICHIERI, 1998; GIGANTE et al., 2006; LIMA e SAMPAIO, 2007;
VIEIRA e SICHIERI, 2008). Vieira e Sichieri (2008) relataram que as menores prevalências
de sobrepeso em indivíduos com maior escolaridade se devem ao fato destes conhecerem
mais sobre os fatores que levam a obesidade e como preveni-la, e ainda são mais preocupados
com a aparência corporal.
São vários os fatores determinantes da distribuição da gordura corporal, dentre eles, o
sexo (CASTANHEIRA et al. 2003; SAKURAI et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2007). Nos
homens normalmente há o acúmulo de gordura visceral, enquanto as mulheres acumulam
mais gordura subcutânea. O acúmulo de gordura visceral com distribuição central ou
abdominal é denominado andróide, enquanto o acúmulo nas regiões periféricas ou glúteo-
femural é denominado ginecóide (RASKIN et al., 2000). O padrão de distribuição da gordura
também pode ser influenciado pela renda familiar em ambos os sexos, sendo comum verificar
efeito inverso nas mulheres, isto é, maior risco para homens com alta renda e mulheres com
baixa renda (CASTANHEIRA et al. 2003).
Kac et al. (2001) observaram em seu grupo de estudo, constituído de mulheres em
idade reprodutiva no município do Rio de Janeiro, que a paridade e a idade estão diretamente
associadas à circunferência da cintura elevada e a menor escolaridade está associada tanto
com a circunferência da cintura como com a RCQ elevadas.
Outro possível fator associado à obesidade abdominal é a raça/cor da pele. No estudo
de Castanheira e colaboradores (2003), os autores relatam que os homens brancos apresentam
maior perímetro abdominal comparados a homens de outra cor de pele, enquanto que nas
mulheres a raça não foi um fator determinante para diferenciar o acúmulo de gordura
abdominal. Ferreira et al. (2007) relatam que a circunferência da cintura e a RCQ elevadas
estão associadas aos homens brasileiros de cor branca, os indivíduos negros apresentaram os
menores perímetros de cintura.
No estudo de Castanheira et al. (2003) os homens e as mulheres que viviam com
companheiro (a) apresentaram médias de perímetro abdominal significativamente maiores do
que os demais indivíduos, após ajuste para idade. Tal fenômeno foi observado com maior
significância entre os homens.
33
1.4.2 Fatores relacionados ao estilo de vida
Nos últimos anos, o aumento na prevalência de excesso de peso e obesidade passou a
ser visto como um problema de saúde pública para a Organização Mundial de Saúde (OMS),
isso porque o excesso de peso, obesidade e localização de gordura corporal estão relacionados
com o aumento do risco de desenvolver doenças (BIGAARD et al., 2004; RECH et al., 2004;
FERREIRA et al., 2008).
Raskin et al. (2000) em seu estudo, verificaram que o tabagismo e IMC inferior a 30
kg/m² estão positivamente relacionados, porém Oliveira et al. (2007) que avaliaram mulheres
adultas residentes na região Sudeste, verificaram ausência de associação da obesidade
abdominal com o fumo e o consumo de álcool. Na região sul do país, verificou-se que ex-
fumantes apresentaram maiores médias de perímetro abdominal comparados aos fumantes ou
não-fumantes e ainda aqueles ex-fumantes que consumiram maior quantidade de cigarro por
maior tempo, tiveram associação positiva com a concentração de gordura abdominal
(CASTANHEIRA et al. 2003).
Martins e Marinho (2003), verificaram que o tabagismo, etilismo e a interação
tabagismo/etilismo não se associaram significativamente com a RCQ. No entanto, o
tabagismo e a interação tabagismo/etilismo, analisados separadamente, apresentaram efeito
protetor para circunferência da cintura, isso pode ter ocorrido provavelmente pelo fato do uso
do tabaco provocar perda de apetite e o etilismo, avaliado isoladamente não se associou
significativamente com a circunferência da cintura.
No município de Cuiabá-MT, Ferreira e colaboradores (2008) avaliaram a associação
entre o consumo de bebidas alcoólicas e adiposidade total. Os autores verificam, após ajuste
pelos potenciais fatores de confusão, que a circunferência da cintura e RCQ mantiveram-se
associadas positivamente ao consumo de cerveja e ao total de álcool consumido. Além disso,
o consumo de aguardente mostrou associação com a circunferência da cintura.
Schröder e colaboradores (2007) realizaram um estudo de base populacional entre
1999 e 2000 com indivíduos adultos de Girona, Nordeste da Espanha, e constataram que o
consumo de álcool estava diretamente associado com a circunferência da cintura e com um
maior risco de obesidade abdominal nos homens, mas não em mulheres.
Nos últimos anos, tem-se observado no Brasil uma maior ingestão energética e
menores esforços físicos e redução da prática de alguma atividade física, até mesmo aquelas
34
associadas ao lazer, com consequente aumento da obesidade na população. A prática da
atividade física está relacionada com o consumo de alimentos saudáveis (PINHEIRO et al.,
2004; VIERA e SICHIERI, 2008).
Petersen et al. (2004) realizaram um estudo de coorte com 6279 adultos com faixa
etária de 20 a 78 anos residentes em Copenhague-Dinamarca, com o objetivo de examinar o
efeito a longo prazo do tempo de atividade física de lazer sobre o desenvolvimento posterior
de obesidade e o efeito do peso do corpo sobre a inatividade física. O estudo ocorreu em três
etapas: iniciou em 1976, cinco anos depois realizaram a segunda etapa, e a terceira ocorreu 10
anos após a segunda. Segundo os autores, como esperado em estudo de coorte, o tempo de
atividade física associou-se inversamente com obesidade, isto é, quanto mais atividade física
menor a chance de apresentar obesidade.
No estudo de intervenção de Costa e colaboradores (2009) com duração de 12 meses,
realizado no Município de Mutuípe, BA, as autoras verificaram que o menor nível de
atividade física e o elevado consumo diário de alimentos de risco para doenças crônicas não
transmissíveis podem explicar o aumento da circunferência da cintura das mulheres e também
o menor nível de atividade física. Mesmo que o consumo de alimentos protetores seja
elevado, isoladamente não assegura a redução dos valores do IMC.
1.4.3 Métodos de avaliação do Sobrepeso, obesidade e do padrão de distribuição
da gordura corporal
O padrão da gordura corporal não indica apenas o grau da obesidade, mas também
risco de saúde dos indivíduos (SOAR et al., 2004). A adiposidade central consiste no acúmulo
de tecido adiposo no nível do tronco, com deposição aumentada na região intra-abdominal
(SOAR et al., 2004). Os riscos metabólicos associados com a obesidade estão altamente
correlacionados com a gordura central (abdominal), ao invés da gordura glúteo-femoral
(PASARICA et al., 2007).
Existem vários métodos para avaliar a composição da gordura corporal, sendo a
técnica da pesagem hidrostática considerada o padrão ouro. A absorciometria de raios X de
dupla energia (DEXA), também é considerada um método acurado para essa avaliação, porém
apresenta elevado custo operacional e dificuldade de aplicação dessas técnicas em grande
número de indivíduos (RECH et al., 2006; ANJOS e WAHRLICH, 2007).
35
Desintometria refere-se à estimativa da composição corporal por densidade corporal,
assim desintometria tem se tornado praticamente sinônimo de pesagem hidrostática (SALEM
et al., 2003). Esse método leva em consideração que o corpo é composto por dois
componentes distintos, a massa gorda e a massa livre de gordura (SALEM et al., 2003;
ANJOS e WAHRLICH, 2007). A pesagem hidrostática utiliza o princípio de Arquimedes
para determinar o volume total do corpo através da relação do peso no ar e na água. Esta
técnica requer que o indivíduo esteja totalmente submersos na água (BIAGGI et al., 1999;
SALEM et al., 2003; ANJOS e WAHRLICH, 2007). As limitações associadas a este método
incluem o tempo, a intensidade do trabalho, o desconforto do indivíduo, e inacessibilidade de
muitas populações especiais, como idosos, deficientes e doentes crônicos (BIAGGI et al.,
1999).
A DEXA é um método que vem substituindo a pesagem hidrostática e apresenta um
grande potencial de transformar-se em padrão-ouro (ANJOS e WAHRLICH, 2007). Trata-se
de um procedimento de imagem de alta tecnologia que permite a quantificação da gordura, do
músculo e do conteúdo mineral ósseo, produzindo assim um modelo de três compartimentos
da composição corporal. Este método pode ser utilizado em indivíduos de qualquer idade,
exceto gestantes, devido à exposição à radiação, ainda que seja baixa (SVENDSEN, 1993;
KOHRT, 1998).
A distribuição da gordura corporal pode ser avaliada pela tomografia computadorizada
e ressonância magnética, sendo considerados os métodos mais acurados para esse fim
(PEIXOTO, 2006; ANJOS e WAHRLICH, 2007).
A tomografia computadorizada (TC) foi uma das técnicas que contribuiu
significativamente para o conhecimento da complexa interação entre a composição corporal e
várias doenças (FERMINO et al., 2007). A TC é um dos poucos métodos que mede
detalhadamente os tecidos ósseos e músculo-esquelético e consiste na construção de uma
imagem bidimensional em corte transversal da anatomia subjacente do corpo (MONTEIRO e
FERNANDES FILHO, 2002; FERMINO et al., 2007).
O método de Ressonância Magnética (RM) consiste em um campo magnético
(radiação eletromagnética) irradiado por pulsos de freqüência de radio, exercita os núcleos de
hidrogênio da água corporal e das moléculas lipídicas e gera imagens das variáveis intrínsecas
do tecido (MONTEIRO e FERNANDES FILHO, 2002). A RM é uma técnica utilizada para
quantificar o tecido adiposo total e subcutâneo em indivíduos com diferentes níveis de
gordura, porém é um método de elevado custo, sendo mais utilizado em hospitais para
36
diagnósticos clínicos (MONTEIRO e FERNANDES FILHO, 2002). A TC e a ressonância
magnética são métodos para avaliar a distribuição de corporal e sua utilização vem crescendo
muito, pois são técnicas mais precisas para quantificar a gordura total ou regional e o tecido
músculo-esquelético in vivo (FERMINO et al., 2007).
Embora precisas, essas técnicas sofisticadas para medir a distribuição da gordura
corporal e composição corporal são difíceis de aplicar e apresentam um elevado custo. Sendo
assim a OMS recomenda o uso das medidas antropométricas, como IMC, circunferência da
cintura, RCQ e as dobras cutâneas, sendo as medidas de circunferência da cintura e RCQ as
mais utilizadas para avaliar a distribuição de gordura (DALTON et al., 2003; PEIXOTO,
2006; ANJOS e WAHRLICH, 2007).
O método mais utilizado em estudos epidemiológicos para identificar excesso de peso
e obesidade é o IMC, por ser um método de fácil identificação do estado nutricional
(WILLETT, 1998; ZHU et al., 2002; LEMOS-SANTOS et al., 2004; SAMPAIO e
FIGUEIREDO, 2005; ANJOS, 2006, RECH et al., 2006; LIMA e SAMPAIO, 2007), no
entanto, esse índice não determina a deposição de gordura corporal (ZHU et al., 2002;
SAMPAIO e FIGUEIREDO, 2005; TARASTCHUK et al., 2008). É obtido pela razão do
peso (kg) pelo quadrado da estatura (m) do indivíduo (WILLETT, 1998; RASKIN et al.,
2000; JANSSEN et al., 2002; SOAR et al., 2004; PITANGA e LESSA, 2005; SAMPAIO e
FIGUEIREDO, 2005; LIMA e SAMPAIO, 2007; ORSATTI, et al., 2008).
O IMC é um método antropométrico muito utilizado devido à facilidade de se aplicar,
ao menor custo e a pouca variação intra ou intermedidor (SAMPAIO e FIGUEIREDO, 2005).
Porém, não é considerado o melhor método para avaliar a gordura corporal, pois não
discrimina os compartimentos de gordura e massa magra, além de não detectar o aumento
percentual de gordura que ocorre com o aumento da idade (LEMOS-SANTOS et al., 2004;
ANJOS, 2006; FERREIRA e SICHIERI, 2007).
As dobras/pregas cutâneas são medidas antropométricas que estimam a gordura
corporal e caracterizam a distribuição da gordura subcutânea de maneira relativamente
simples e não-invasiva. As principais dobras cutâneas são: tricipital, bicipital, subescapular e
suprailíaca. Essas medidas antropométricas apresentam limitações, dentre as quais citam-se:
necessidade de tomar mais de um sítio na avaliação devido à distribuição irregular do tecido
subcutâneo, dificuldade de acesso pelo adipômetro nos depósitos de gordura corporal e menor
reprodutibilidade quando comparada a outras medidas antropométricas (ÃCUNA e CRUZ,
2004; FERREIRA e SICHIERI, 2007).
37
A circunferência da cintura tem se mostrado a melhor medida antropométrica para
avaliar a gordura intra-abdominal e gordura total em algumas populações (DALTON et al.,
2003; NESS-ABRAMOF e APOVIAN, 2008). Vários autores concordam que esta é a medida
antropométrica mais acurada para identificar riscos à saúde, principalmente risco
cardiovascular (DALTON et al., 2003; KAMADJEU et al., 2006; KLEIN et al., 2007). Porém
no estudo brasileiro realizado em Cuiabá-MT por Ferreira e colaboradores (2006), os autores
verificaram que a RCQ (Relação cintura quadril) mostrou-se um melhor marcador de
localização de gordura em comparação à circunferência da cintura na predição da relação
colesterol/HDL elevada, considerada uma medida mais eficiente do que a hipertrigliceridemia
na avaliação do risco cardiovascular. Para alguns autores, a circunferência da cintura está
mais associada à adiposidade abdominal visceral do que a RCQ. Por outro lado, alguns
estudos brasileiros mostram que a RCQ é melhor preditor de alguns desfechos como
hipertensão arterial, dislipidemias e risco coronariano aumentado (PEREIRA et al., 1999;
LEMOS-SANTOS et al., 2004; PITANGA e LESSA, 2005).
A RCQ é um parâmetro antropométrico simples, obtido pela razão da circunferência
da cintura pela do quadril. Esta medida está muito associada à gordura visceral e a distúrbios
metabólicos (SAKURAI, et al., 2006, KAC, 2001). É considerado um índice aceitável de
gordura intra-abdominal, sendo o mais utilizado para diferenciar a obesidade ginecóide da
andróide (ÃCUNA e CRUZ, 2004). Esse marcador antropométrico é mais utilizado em
adultos e tem boa sensibilidade para detectar a distribuição da gordura corporal, no entanto,
pode apresentar problemas na variação conjunta das circunferências de quadril e cintura,
durante o processo de redução do peso corporal (SOAR et al., 2004; PITANGA e LESSA,
2007).
Circunferência da cintura maior que 102 centímetros (cm) para homens e 88 cm para
mulheres e RCQ maior que 1,0 para homens e 0,85 para mulheres, são indicadores de risco
elevado para o surgimento de doenças cardiovasculares, tais valores são estabelecidos pela
OMS (WHO, 1998).
A circunferência da cintura e RCQ elevadas estão associadas ao desenvolvimento de
doenças cardiovasculares, morte precoce, Diabetes Mellitus tipo 2, alguns cânceres e
hipertensão arterial (NEWBY et al., 2003; SAKURAI et al., 2006).
Em Porto Alegre, Picon et al. (2007) observaram que a circunferência da cintura
elevada está mais associada à algumas situações clínicas de risco cardiovascular em pacientes
com Diabetes Mellitus tipo 2 do que a RCQ. Os autores verificaram ainda que a
38
circunferência da cintura é uma medida antropométrica eficaz para identificação de
hipertensão arterial, dislipidemias e obesidade em homens e mulheres.
No estudo de base populacional realizado por Barbosa et al. (2009) em Cuiabá-MT,
com indivíduos adultos de 20 a 59 anos nos anos de 2003 e 2004, foi observado que homens e
mulheres com circunferência da cintura elevada apresentaram uma prevalência de hipertensão
arterial (HA) maior do que quando comparado com valores de circunferência da cintura
normal, entretanto após ajuste pelo IMC e pelos potenciais fatores de confusão (sexo, idade,
escolaridade, tabagismo, consumo de bebida alcoólica e atividade física no lazer), a
circunferência da cintura perdeu sua associação com HA.
Chen e colaboradores (2009) compararam IMC, circunferência da cintura e RCQ
como preditores de distúrbios metabólicos em 3404 indivíduos com idade entre 35 e 64 anos
que participaram em 2001 do )ational Health Interview Survey e 2002 do Taiwan Three High
Prevalence Survey. Os autores verificaram que a circunferência da cintura era um preditor
para hipertrigliceridemia e hiperuricemia para homens e hipertensão arterial para as mulheres.
A RCQ tende a ser um melhor preditor para distúrbios metabólicos para as mulheres, exceto
para hiperuricemia, porém nos homens a RCQ e IMC apresentam aproximadamente a mesma
predição.
1.5 ASSOCIAÇÃO E�TRE CO�SUMO ALIME�TAR E DOE�ÇAS
A Epidemiologia Nutricional surgiu há mais de dois séculos e foi caracterizada pela
associação da deficiência de nutrientes na dieta e o surgimento de doenças carenciais. A partir
dos anos 50, a Epidemiologia Nutricional passou a investigar o efeito da dieta sobre a
ocorrência das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (KAC et al., 2007).
Os hábitos alimentares estão associados à saúde dos seres humanos. Em longo prazo, o
consumo inadequado de nutrientes pode resultar em desnutrição, e o excesso de consumo
energético, em obesidade (MONTEIRO et al., 2000; ROSSI et al., 2008).
Alterações na alimentação podem ser decorrentes dos efeitos da globalização,
principalmente das mudanças sociais e econômicas, gerando assim, alterações nos padrões de
morbi-mortalidade, nutrição e alimentação em diversos grupos populacionais em todo o
mundo (BERMUDEZ e TUCKER, 2003; YOKOO et al., 2008).
39
Segundo Batista Filho et al., (2008) as deficiências nutricionais poderiam resultar em
desnutrição energético-proteíca, carências de sais minerais e hipovitaminoses, atingindo
principalmente as crianças. O consumo excessivo de nutrientes e o estilo de vida marcado
pelo sedentarismo crescente, tabagismo, uso excessivo de bebidas alcoólicas e outras práticas
de vida não saudáveis implicariam na ocorrência de doenças crônico-degenerativas, tais como
doenças cardiovasculares, diabetes mellitus não-insulino dependente, câncer e obesidade.
Estas patologias são mais comuns em adultos e idosos e constituem um problema de saúde
pública e de segurança alimentar (MONTEIRO et al., 2000; BONOMO et al., 2003;
BATISTA FILHO et al., 2008).
A Transição Nutricional resultou em mudanças significativas nos padrões alimentares,
isto é, houve um aumento da densidade energética, com o consumo elevado de gorduras e
produtos industrializados e redução da ingestão de frutas, cereais, verduras, legumes e da
prática de atividade física, resultando assim, no crescente número de indivíduos obesos
(ALBALA et al., 2002; MARIATH et al., 2007).
As doenças crônicas não transmissíveis estão positivamente associadas ao consumo
alimentar e à prática de atividade física. Uma dieta rica em colesterol, ácidos graxos
saturados, ácidos graxos trans e sódio, aumenta o risco de desenvolver as doenças
cardiovasculares. No entanto, há elementos dietéticos essenciais ao organismo que estão
associados à redução do risco das DCNT, estes são os ácidos graxos poliinsaturados e os
monoinsaturados, os cereais, as leguminosas, as frutas em geral, as verduras e os legumes,
pois estes são compostos de ômega-3, ômega-6, fibras alimentares, potássio e componentes
antioxidantes e fotoquímicos (NEUMANN et al., 2007).
Estudos demonstram que hábitos alimentares errôneos estão associados ao tempo
gasto assistindo televisão, uma vez que há programas que influenciam o consumo de
alimentos industrializados, que geralmente são mais calóricos. Consequentemente, esses
estudos verificaram que o ganho de massa gorda é maior do que o de massa magra nos
indivíduos que passam mais tempo em frente à televisão (ALBALA et al., 2002; ROSSI et
al., 2008).
O acúmulo de gordura abdominal pode estar associado ao consumo de determinados
alimentos. O elevado consumo de carnes vermelhas e processadas, cereais refinados, doces,
sobremesas e tubérculos pode contribuir em longo prazo para o ganho de peso e aumento da
circunferência da cintura (NEWBY et al., 2003; SICHIERI et al., 2003; SCHULZE et al.,
2006).
40
Estudos revelam que a aderência à dieta Mediterrânea (caracterizada pelo elevado
consumo de vegetais, legumes, frutas, nozes, cereais, peixes e outros frutos do mar, azeite de
oliva, consumo moderado de vinho e baixo consumo de gordura saturada, carne, embutidos e
produtos lácteos) está associada a uma menor circunferência da cintura em indivíduos adultos
de ambos os sexos e redução da incidência de obesidade. Essa associação também pode ser
explicada pelo elevado consumo de fibras dessa dieta (MENDEZ et al., 2006; ROMAGUERA
et al., 2009, RUMAWAS et al., 2009).
Assim, há evidências científicas de que hábitos alimentares saudáveis, juntamente com
estilo de vida adequado, têm um importante papel na prevenção de doenças e promoção da
saúde.
41
ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos
42
2. OBJETIVOS
Objetivo Geral
� Analisar a associação entre padrões alimentares e localização
abdominal de gordura em adultos.
Objetivos Específicos
� Caracterizar a população do estudo segundo variáveis sócio-
econômicas, demográficas e de estilo de vida;
� Agrupar os alimentos de um questionário de freqüência alimentar para
posterior identificação dos padrões de consumo alimentar de adultos;
� Identificar padrões de consumo alimentar em indivíduos adultos;
� Analisar a associação dos padrões de consumo alimentar identificados
com indicadores de localização abdominal de gordura.
43
ManuscritoManuscritoManuscritoManuscrito
44
3. MA�USCRITO
Padrões alimentares associados a
indicadores antropométricos de localização
abdominal de gordura em adultos
Submetido à Revista de Saúde Pública em março de 2010
45
RESUMO
Objetivo: Identificar padrões alimentares e analisar a associação dos padrões
identificados com a localização abdominal de gordura.
Métodos: Estudo transversal, de base populacional, realizado no município de Cuiabá-
MT, com 208 indivíduos adultos (20 a 50 anos), de ambos os sexos. Os dados de consumo
alimentar foram obtidos por Questionário de Freqüência Alimentar (QFA) e a análise fatorial
foi aplicada para identificar os padrões alimentares. A circunferência da cintura e a relação
cintura quadril (RCQ) foram os indicadores antropométricos usados para avaliar a localização
abdominal de gordura. A associação dos padrões alimentares com a localização abdominal de
gordura foi analisada em modelos de regressão linear múltipla.
Resultados: Foram identificados três padrões alimentares: ‘ocidental’, caracterizado
pelo consumo de bolos e biscoitos, cereais refinados, raízes e tubérculos, laticínios,
refrigerantes, fast food e doces; ‘tradicional cuiabano’, representado pelo consumo de arroz,
feijão, carnes e ovos, café, banana da terra frita e bebidas alcoólicas; e ‘prudente’
caracterizado pelo consumo de peixe, frutas, verduras, legumes, sucos e chá e inversamente
associado a pães e açúcar. O padrão ‘ocidental’ associou-se com a circunferência da cintura
(β= 1,02, p= 0,03) e RCQ (β= 0,01, p= 0,02) entre as mulheres e o ‘tradicional cuiabano’
associou-se com a circunferência da cintura (β= 1,34, p= 0,01) e RCQ (β= 0,02, p= 0,02)
entre as mulheres e com a RCQ (β= 0,01 e p = 0,03) entre os homens. Nenhum dos padrões
identificados associou-se a adiposidade total.
Conclusão: Os padrões alimentares ‘ocidental’ e ‘tradicional cuiabano’ associaram-se
a maior localização de gordura abdominal.
Palavras chaves: Consumo de alimentos, análise fatorial, circunferência da cintura, relação
cintura-quadril, adultos
46
ABSTRACT
Objective: To identify dietary patterns and to analyze the association of patterns with
abdominal fat.
Methods: Cross-sectional study of a sub-sample of population-based study, conducted
in the city of Cuiabá-MT, Brazil, with 208 adults (20 to 50 years old) of both sexes. Food
consumption data were obtained by Food Frequency Questionnaire (FFQ), and factor analysis
was applied to identify dietary patterns. Waist circumference and waist-hip ratio (WHR) were
the anthropometric indicators used to assess abdominal fat. The association of dietary patterns
and location of abdominal fat was examined in models of multiple linear regression.
Results: Three dietary patterns were identified: ‘Western’, characterized by the
consumption of cakes and biscuits, refined grains, roots and tubers, dairy products, soft
drinks, fast food and candies; ‘traditional of Cuiabá’, represented by the consumption of rice,
beans, meat and eggs, coffee, banana fried and beverages; and ‘prudent’, characterized by the
consumption of fish, fruits, vegetables, juices and tea, and inversely associated with bread and
sugar. The ‘Western’ pattern was associated with waist circumference (β = 1.02, p = 0.03)
and WHR (β = 0.01, p = 0.02) among women and the ‘traditional of Cuiabá’ was associated
with waist circumference (β = 1.34, p = 0.01) and WHR (β = 0.02, p = 0.02) among women,
and with WHR (β = 0.01, p = 0.03) among men. None of the identified patterns was
associated with total adiposity.
Conclusion: The eating patterns ‘Western’ and ‘traditional of Cuiabá’ were associated
with greater abdominal fat.
Key words: Food consumption; factor analysis; waist circumference, waist-hip ration, adults.
47
I�TRODUÇÃO
A adiposidade central consiste no acúmulo de tecido adiposo no tronco, com
deposição aumentada na região intra-abdominal e tem sido considerada um fator de risco mais
importante do que a adiposidade total para doenças como diabetes tipo 2 e doenças
cardiovasculares.1-3 Os riscos metabólicos associados com a obesidade estão mais fortemente
correlacionados com a gordura central (abdominal).4 Ressalta-se portanto, que estudos que se
propõem a analisar a associação de fatores diversos com a localização de gordura devem
considerar como um passo fundamental para a análise o ajuste pela adiposidade total.5
Os métodos mais acurados para avaliação da adiposidade central são de difícil
aplicação e custo elevado.6 A Organização Mundial da Saúde recomenda o uso da
antropometria como uma metodologia adequada e de boa precisão para esse fim. Assim, a
circunferência da cintura e a relação cintura quadril têm sido apontadas como bons
marcadores de localização abdominal de gordura.7
Estudos sobre fatores da dieta e sua associação com a localização de gordura têm sido
realizados, principalmente em relação aos nutrientes e energia.8 No entanto, essa abordagem é
considerada limitada para a investigação da associação entre a alimentação e desfechos tais
como a localização da gordura corporal e o aparecimento de enfermidades.9 Estudos com base
em padrões alimentares vêm sendo apontados como modelos promissores de análise,
particularmente porque estes se relacionam de forma mais direta às recomendações e guias
alimentares.10
Padrão alimentar pode ser definido como o conjunto de alimentos consumidos
usualmente por determinada população, o qual é, geralmente, identificado com a aplicação de
inquéritos alimentares ou métodos que forneçam a disponibilidade de alimentos.11 Essa
abordagem reflete de forma mais realista a prática alimentar do grupo estudado, pois revela a
configuração global da dieta total em lugar de apresentá-la de maneira fragmentada em
estimativas do consumo de energia e nutrientes ou mesmo alimentos isolados.12-13
A análise fatorial é um dos métodos estatísticos mais utilizados na identificação de
padrões alimentares e o objetivo desse método é agregar as informações originais sobre o
consumo dos diversos itens alimentares, a partir da estrutura de dependência existente nesse
conjunto (representada pelas correlações e covariações entre os alimentos), de modo a
identificar padrões de dieta (ou fatores) não observáveis diretamente.11, 14
48
Poucos estudos encontraram associação entre gordura central e consumo alimentar,
com exceção para o consumo de álcool.1,15 Uma possível explicação para a ausência de
achados seria que o padrão alimentar, mais do que nutrientes específicos1,15 poderia associar-
se à localização de gordura e essa possibilidade será explorada no presente estudo, que teve
como objetivo identificar padrões de consumo alimentar na população adulta de Cuiabá/MT e
investigar sua associação com indicadores antropométricos de distribuição da gordura
corporal.
MÉTODOS
Este estudo foi desenvolvido a partir dos dados de consumo alimentar obtidos do
estudo intitulado “Validação de um questionário de freqüência de consumo alimentar para
estudo da dieta da população urbana de Cuiabá, Mato Grosso”, realizado em 2007.a Trata-se
de estudo transversal, cuja amostra foi obtida a partir do estudo de base populacional que
levantou a prevalência de hipertensão arterial no município.b
Os domicílios foram selecionados a partir de amostragem aleatória simples, com
estratificação proporcional à densidade de cada região da cidade. O desenho do estudo
consistiu em seleção aleatória por conglomerados em três estágios. Inicialmente foram
identificados e posteriormente localizados os setores censitários da zona urbana do município
de Cuiabá. Em seguida procedeu-se ao sorteio aleatório da face da quadra, quantificando-se os
domicílios, para proceder-se ao sorteio daqueles que seriam visitados, selecionado-se apenas
um morador por domicílio.
Foram excluídos do estudo os setores ocupados por escolas, quartéis, hospitais, hotéis
e condomínios. Não participaram da pesquisa indivíduos acamados ou inválidos, empregados
domésticos, gestantes e lactantes. Exclusões adicionais foram feitas, obedecendo-se aos
critérios do estudo de validação do QFA.a Considerando-se que a amostra utilizada no estudo
de validação do QFA é suficiente para a realização da análise fatorial para identificação de
padrões alimentares,9 o presente estudo foi conduzido com 208 indivíduos com idade entre 20
e 50 anos, residentes na zona urbana de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil.
aSilva NF. Validação de um questionário de freqüência de consumo alimentar para estudo da dieta da população urbana de Cuiabá, Mato
Grosso. 2009. 169 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) – Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato Grosso,
Cuiabá.
bCassanelli T. Prevalência de hipertensão arterial sistêmica e fatores associados na região urbana de Cuiabá: estudo de base populacional.
2005. 82 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) – Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá.
49
A coleta de dados ocorreu de julho a setembro de 2007 e consistiu em visita
domiciliar, entrevista e avaliação antropométrica. Os dados sócio-demográficos, as
características referentes ao estilo de vida, informações sobre hábitos alimentares e sobre
saúde e alimentação foram obtidos por meio de um questionário individual e de um QFA, que
contava com 63 itens alimentares com oito opções de freqüência de consumo e três opções de
porções padronizadas para o relato das quantidades consumidas. Esse questionário foi
baseado no QFA validado por Sichieri e Everhart16 para a população adulta do Rio de Janeiro.
A análise das freqüências de consumo relatadas no QFA foi realizada pela sua transformação
em freqüência diária. Para tanto, o valor 1,0 foi atribuído ao consumo de uma vez por dia,
sendo aplicados valores proporcionais para as demais opções de freqüência. A freqüência
diária multiplicada pela porção consumida proporcionou informação sobre o consumo diário
médio de cada item alimentar.
Peso, estatura e circunferências da cintura e do quadril foram aferidos utilizando-se
métodos padronizados. A estatura foi aferida por meio de um estadiômetro portátil, da marca
Seca, com escala milimétrica de 220 cm. O entrevistado foi medido de acordo com o plano de
Frankfurt, sendo colocado em posição ortostática, descalço, pés unidos e braços esticados ao
longo do corpo, encostado no plano vertical da haste e olhando para frente. A leitura da
estatura foi realizada no centímetro mais próximo e no momento da inspiração. O peso foi
aferido em balança eletrônica da marca Tanita, modelo UM 080, com capacidade para 150 Kg
e variação de 0,1 kg. Na pesagem o indivíduo manteve-se em posição ortostática, braços
esticados ao longo do corpo, sem calçado e com roupas leves. Ambos os procedimentos foram
baseados nas técnicas de Gordon et al.17
A mensuração das circunferências da cintura e do quadril foi realizada com uma fita
antropométrica, da marca Mabbis, modelo Gulick, com escala milimétrica de 150 cm,
seguindo-se as recomendações de Callaway et al.18 Para aferir a circunferência da cintura o
entrevistado posicionava-se em pé, com os pés afastados numa distância de 25 a 30 cm, os
braços esticados e levemente afastados do corpo e o abdômen relaxado. Foi aferida a menor
curvatura abdominal e, nos casos onde havia dificuldade para localizar a menor curvatura, o
ponto médio entre o último arco costal e a crista ilíaca foi o ponto de referência para a
medição. Obteve-se a medida da circunferência do quadril com o indivíduo em pé, os braços
levemente afastados do corpo, pés juntos e os glúteos relaxados. A aferição foi realizada ao
redor do quadril, na área de maior diâmetro.
50
As medidas de estatura, circunferência da cintura e do quadril foram aferidas em
duplicata. Foi admitida uma variação máxima de 0,5 cm entre a primeira e a segunda medição
da estatura e 1,0 cm para as circunferências. Caso esses valores fossem extrapolados, as
medidas eram repetidas.18 Para a análise dos dados foi utilizada a média dos valores
encontrados.
Utilizou-se o software Statistical Package for the Social Sience (SPSS - versão 15.0)
para a análise dos dados. As tabelas de composição do NutWin, foram as principais fontes
para estimativa do consumo energético diário, de macronutrientes e micronutrientes do QFA,
realizada com base na composição centesimal desses fatores da dieta.
Para identificar os padrões alimentares utilizou-se a análise fatorial por componentes
principais, a partir dos alimentos que compunham o QFA e que apresentavam frequência e
porção. Essa técnica tem como objetivo reduzir o número de variáveis (itens alimentares),
agrupando-as em fatores, os quais são mais fortemente correlacionados entre si do que com as
variáveis pertencentes aos outros fatores.11
Inicialmente foi construída a matriz de correlação dos dados, com o propósito de
verificar a correlação entre as variáveis, sendo empregados os procedimentos estatísticos
Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e o teste de Esferecidade de Bartlett para verificar se as
premissas para utilização da análise fatorial estavam sendo atendidas. O modelo fatorial é
considerado adequado quando os valores de KMO são maiores que 0,6 e o teste de
esferecidade de Bartlett apresenta valor de p igual ou menor que 0,05.11,19
Primeiramente, procedeu-se à análise de componentes principais e em seguida
empregou-se o método de rotação ortogonal (Varimax). O número de fatores extraídos foi
definido com base no scree plot, considerando-se autovalores > 1,5,14. Os grupos de alimentos
que apresentaram cargas fatoriais acima de 0,30 foram mantidos nos fatores (ou padrões) e
foram aceitas comunalidades mínimas de 0,20.
Ao finalizar a análise foi examinada a consistência interna dos fatores extraídos,
através do Alpha de Cronbach, cujos valores podem variar de 0 a 1. A denominação dos
padrões considerou a configuração e a interpretação da sua composição.11
A associação entre os indicadores de localização abdominal de gordura e os padrões
alimentares foi estimada com a aplicação de modelos de regressão linear multivariada,
desenvolvidos separadamente para homens e mulheres: um modelo considerou como variável
dependente a circunferência da cintura e o outro a RCQ, para ambos os sexos. Os escores
51
fatoriais dos padrões alimentares foram incluídos como variáveis independentes. Os modelos
foram ajustados por idade (em anos – variável contínua), tabagismo (classificado em fumante,
ex-fumante e não fumante), nível de atividade física (classificado em leve, moderado e
intenso, considerando-se as atividades domésticas, de locomoção e de lazer), nível
socioeconômico (as classes A1 e A2 foram consideradas como uma classe “A”, e as classes
B1 e B2 como classe “B”) categorizado segundo os critérios da Associação Brasileira de
Empresas de Pesquisa (ABEP).a Cada um dos modelos também foi ajustado pelo consumo
energético total e pelo Índice de Massa Corporal (IMC).
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Júlio Müller
da Universidade Federal de Mato Grosso (Processo n° 234/CEP/HUJM/05). Após
esclarecimentos sobre a pesquisa, os indivíduos que aceitaram participar do estudo assinaram
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS
Foram avaliados 108 mulheres e 100 homens, com idade média de 33,7 anos (desvio
padrão = 9,7 anos). Quanto ao nível sócio-econômico, 45,2% pertenciam à classe B da
classificação econômica. A maioria dos entrevistados era não fumante (71,6%), consumia
bebida alcoólica (66,8%) e tinha atividade física leve (60.6%). O sobrepeso (IMC ≥ 25 kg/m2)
foi diagnosticado em 34,6% (n=72) e a obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2), em 19,2% (n=40) dos
indivíduos analisados, totalizando 53,8% de excesso de peso (Tabela 1).
Os 63 itens alimentares componentes do QFA foram reunidos em 18 grupos
alimentares (Tabela 2). O agrupamento dos itens foi realizado segundo a similaridade na
composição química e na frequência de consumo. Alguns alimentos ficaram isolados por
serem de consumo frequente na dieta regional, por exemplo: peixe, café e banana da terra
frita. O coeficiente KMO (0,613) e o teste de esfericidade de Bartlett (p< 0,001) indicaram
que as correlações entre os itens eram suficientes e adequadas para realizar a análise fatorial.
A tabela 3 mostra a média e desvio padrão das porções consumidas dos alimentos
agrupados do QFA, do consumo energético total e das variáveis antropométricas, segundo
sexo. Houve diferença estatisticamente significante nas comparações por sexo para as
variáveis arroz, feijão, bebidas alcoólicas, consumo energético total, circunferência da cintura
aAssociação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério de Classificação Econômica Brasil. São Paulo; 2003. [acesso em 26 jul
2009]. Disponível em: http://www.anep.org.br/codigosguia/cceb.
52
e RCQ, sendo as médias maiores para os homens.
Na análise fatorial, fixaram-se três fatores, os quais apresentaram autovalores maiores
que 1,5. Esses fatores retidos explicaram 34,5% da variância. O primeiro padrão explicou
16,2% da variância e foi denominado ‘ocidental’ e incluiu os grupos de bolos e biscoitos,
cereais refinados, raízes e tubérculos, laticínios, refrigerantes, fast food e doces. O segundo
padrão explicou 9,8% da variância e por apresentar consumo de alimentos como arroz, feijão,
carnes e ovos, café, banana da terra frita e bebidas alcoólicas foi denominado de ‘tradicional
cuiabano’. O terceiro padrão, denominado de ‘prudente’ explicou 8,4% da variância e foi
caracterizado pelo consumo positivo de peixe, frutas, verduras, legumes, sucos e chá e
inversamente associado ao consumo de pães e açúcar.
As comunalidades dos itens/grupos alimentares apresentaram-se acima do valor
considerado aceitável (h2=0,20), exceto para os itens café e bebidas alcoólicas. Optou-se por
manter esses itens na análise, pois o café e as bebidas alcoólicas são itens muito consumidos
localmente. Os valores do Alpha de Cronbach do padrão ‘ocidental’ foi 0,41, do padrão
‘tradicional cuiabano’ 0,44 e do padrão ‘prudente’ 0,14 (Tabela 4). Mesmo apresentando um
baixo valor do Alpha de Cronbach, o padrão ‘prudente’ foi mantido, pois era composto de
alimentos considerados saudáveis e que permitiriam comparar o efeito dessa dieta com os
outros padrões alimentares.
A associação entre os padrões identificados e os indicadores antropométricos de
adiposidade total e abdominal é apresentada na Tabela 5. O padrão ‘ocidental’ associou-se
positivamente com a circunferência da cintura (β= 1,02, p= 0,03) e RCQ (β= 0,01, p= 0,02)
entre as mulheres e o ‘tradicional cuiabano’ associou-se com a circunferência da cintura (β=
1,34, p= 0,01) e RCQ (β= 0,02, p= 0,02) entre as mulheres e RCQ (β= 0,01 e p = 0,03) entre
os homens. Não foi observada associação entre os padrões alimentares e o IMC
DISCUSSÃO
Com a aplicação de análise fatorial por componentes principais foram identificados
três padrões alimentares entre adultos de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil: ‘ocidental’,
‘tradicional cuiabano’ e ‘prudente’, cada um deles com seis componentes ou grupos
alimentares.
53
Entre as mulheres, os padrões ‘ocidental’ e ‘tradicional cuiabano’ se mostraram
associados à circunferência da cintura e à RCQ. Entre os homens, o ‘padrão tradicional
cuiabano’ associou-se somente ao aumento da RCQ. O padrão ‘prudente’ não apresentou
associação significativa com os indicadores antropométricos de adiposidade abdominal.
Alimentos típicos da alimentação cuiabana, como banana da terra frita, carnes e café,a
juntamente com arroz, feijão e bebidas alcoólicas compuseram o padrão ‘tradicional
cuiabano’. O padrão ‘ocidental’ se caracterizou pelo elevado teor de gordura e índice
glicêmico, quando comparado ao padrão “prudente”, que incluiu alimentos considerados
saudáveis como peixes, frutas e vegetais.
Outros estudos identificaram padrões de dieta similares aos observados nesta análise.
Schulze e colaboradores20 observaram dois padrões alimentares entre as enfermeiras
participantes do The )urses’s Health Study II, em investigações desenvolvidas em 1991, 1995
e 1999: ‘prudente’ (frutas, legumes, cereais integrais, peixes, aves e salada) e ‘ocidental’
(carnes vermelhas e processadas, cereais refinados, doces e sobremesas, e as batatas). Em
outro estudo conduzido por Nkondjock et al.21 no Canadá, com indivíduos portadores de
câncer, três padrões alimentares foram identificados: ‘ocidental’, com elevado consumo de
carnes processadas, doces e sobremesas, cereais refinados e batata; ‘frutas e legumes’,
caracterizado pela ingestão principalmente de frutas frescas e vegetais crus e com menor
freqüência os folhosos escuros legumes amarelos e grãos refinados e o padrão denominado
‘bebidas’, com elevada ingestão de licor, vinho e cerveja.
No Brasil, Marchioni e colaboradores9 realizaram um estudo de caso-controle em 517
indivíduos de sete hospitais do município de São Paulo, sendo 260 pacientes com câncer na
cavidade oral, considerados os casos e 257 controles. Os dados do estudo foram coletados
entre o período de novembro de 1998 e março de 2001. Os autores identificaram padrões
semelhantes aos evidenciados no presente estudo: ‘prudente’, com grande ingestão de frutas,
verduras e carnes; ‘tradicional’ com elevado consumo de cereais; e ‘petiscos’ caracterizados
pelo consumo de doces, produtos lácteos e carnes processadas.
A dieta parece influenciar o acúmulo de adiposidade na região do abdômen22. Além
disso, dietas ricas em gordura saturada e monoinsaturada estão associadas ao percentual
elevado de gordura corporal.23 Estudos sugerem que o padrão “prudente”, caracterizado pelo
consumo de alimentos considerados “saudáveis”, ricos em fibras, com baixo índice glicêmico
aCuiabá. Prefeitura de Cuiabá – MT. Culinária Cuiabana. [acesso em 17 nov 2009]. Disponível em:
http://www.cuiaba.mt.gov.br/cuiaba/culinaria.jsp.
54
e baixo teor de gordura é inversamente associado à adiposidade central e às doenças crônicas
não transmissíveis.19,24
Dietas hiperlipídicas e hiperglicídicas são frequentemente associadas com o aumento
da prevalência da obesidade e de circunferência da cintura elevada.22,25 Roberts e
colaboradores8 em seu estudo de revisão demonstraram que, o padrão ‘ocidental’,
caracterizado pelo elevado consumo de gordura, difere do padrão ‘tradicional’ pelo teor de
fibra alimentar, teor de açúcar e índice glicêmico, contribuindo assim para o aumento do peso
corporal. Mendez e colaboradores26 e Romaguera e colaboradores27 verificaram em seus
estudos que a inclusão de frutas, vegetais, legumes, produtos lácteos com baixo teor de
gordura, cereais integrais e peixes na dieta, juntamente com o baixo consumo de carnes
vermelhas e processadas, associam-se a menores valores de IMC, circunferência da cintura e à
redução da incidência de obesidade.
Neumann et al.,28 identificam os padrões alimentares, através de a análise fatorial por
componentes principais, de uma amostra probabilística de base populacional da área urbana
do município de São Paulo/Brasil. A amostra foi constituída de 700 indivíduos de ambos os
sexos com faixa etária entre 15 e 59 anos, nos quais foi aplicado um inquérito socio-
demográfico, comportamental, clínico e alimentar. Um dos padrões dietéticos identificados
foi denominado ‘cafeteria’, e caracterizava-se pelo consumo de leite integral, pães, massas,
salgados, doces, gorduras, presunto, sucos artificiais, refrigerante comum e, em menor
proporção, feijoada, sucos naturais e frango. Esse padrão mostrou-se associado com o
aumento da RCQ após ajuste pelas possíveis variáveis de confusão.
No estudo de Panagiotakos e colaboradores,29 os autores identificaram padrões
alimentares de indivíduos de ambos os sexos com faixa etária entre 18 e 89 anos de
Attica/Grécia. Os autores verificaram que o aumento da circunferência da cintura foi
inversamente associado ao ‘componente 1’, caracterizado pelo consumo de peixes, frutas,
vegetais, legumes e cereais. De acordo com Lindström et al.30 o aumento do consumo de
fibras está inversamente associado com mudanças na circunferência da cintura.
O padrão tradicional identificado no presente estudo, denominado ‘tradicional
cuiabano’, associou-se positivamente aos dois indicadores de localização abdominal de
gordura: circunferência da cintura e RCQ. Esse achado pode ser explicado, pelo menos em
parte, pelo fato das bebidas alcoólicas fazerem parte desse fator. Estudos bem controlados têm
mostrado associação positiva entre o consumo de bebidas alcoólicas e aumento da
circunferência da cintura ou da RCQ, em ambos os sexos.1,31 Embora alimentos saudáveis
55
como o arroz e feijão tenham feito parte do padrão ‘tradicional cuiabano’, a presença do
álcool, de certa forma, pode ter anulado o efeito protetor desses alimentos.
Sichieri32 e Cunha33 identificaram padrões alimentares da população adulta do
município do Rio de Janeiro e Duque de Caxias, respectivamente. O padrão ‘tradicional’ foi
um dos fatores identificados nos dois estudos, caracterizado pelo consumo de arroz e feijão.
Em ambos os estudos, este padrão associou-se com redução do IMC. Cunha33 constatou
também associação inversa entre o padrão ‘tradicional’ e a circunferência da cintura.
Cabe ressaltar as limitações do presente estudo, como seu delineamento transversal,
que pode resultar em interpretações equivocadas, pela possível presença de causalidade
reversa. O efeito protetor do padrão prudente sobre a adiposidade pode não ter sido
evidenciado, uma vez que indivíduos com excesso de peso e/ou com depósito aumentado de
gordura abdominal podem ter optado por uma dieta mais saudável caracterizada pelo padrão
prudente. Outro fator é a possível presença de viés de memória, uma vez que o QFA aplicado
aos participantes era referente ao consumo alimentar nos últimos seis meses. Contudo, apesar
dos problemas comuns a esse tipo de estudo, foi possível detectar associação direta
estatisticamente significante entre os padrões de consumo alimentar ‘ocidental’ e ‘tradicional’
e os indicadores antropométricos de distribuição da gordura corporal.
A análise fatorial também apresenta limitações que devem ser consideradas, isso
porque nesse tipo de análise o pesquisador deve tomar várias decisões arbitrárias sobre a
seleção de variáveis a serem incluídas, sobre o número de fatores a serem retidos e sobre o
nome atribuído a cada fator retido. Porém, esse procedimento tem sido amplamente utilizado
em estudos nacionais e internacionais para identificar padrões alimentares.15,20,22,24,34
Os resultados analisados sugerem que os padrões alimentares ‘ocidental’ e ‘tradicional
cuiabano’ associam-se ao incremento da gordura abdominal. Embora não tenha confirmado o
papel protetor dos alimentos saudáveis, que caracterizaram o padrão ‘prudente’ identificado
neste estudo, o consumo desses alimentos deve ser encorajado tendo em vista a redução dos
efeitos deletérios do consumo excessivo de energia, gorduras e alimentos com elevado índice
glicêmico.
56
AGRADECIME�TOS
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq (processo no
473390/2008-6).
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES – bolsa de
mestrado da CAPES
COLABORADORES
AAF Vilela: Contribuição substancialmente para a concepção e planejamento, ou
análise e interpretação dos dados.
R Sichieri: Contribuição substancialmente para a concepção e planejamento, ou
análise e interpretação dos dados.
DB Cunha: Contribuição substancialmente para a concepção e planejamento, ou
análise e interpretação dos dados.
RA Pereira: Contribuição significativamente na elaboração do rascunho ou na revisão
crítica do conteúdo.
PRM Rodrigues: Contribuição significativamente na elaboração do rascunho ou na
revisão crítica do conteúdo.
RMV Gonçalves-Silva: análise estatística e interpretação dos dados.
MG Ferreira: Contribuição substancialmente para a concepção e planejamento, ou
análise e interpretação dos dados.
57
REFERÊ�CIAS BIBLIOGRÁFICAS
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60
TABELA 1: Distribuição dos indivíduos segundo as variáveis sócio-econômicas e demográficas, estilo de vida e estado nutricional, Cuiabá-MT, 2009
Variáveis n % Sexo Masculino 100 48,1 Feminino 108 51,9
Idade 20-29 anos 87 41,8 30-39 anos 56 26,9 40-50 anos 65 31,3
Nível Sócio-econômico Classe A 22 10,6 Classe B 94 45,2 Classe C 78 37,5 Classe D 14 6,7
Tabagismo Fumante 30 14,4 Ex-fumante 29 13,9 Não fumante 149 71,6
Etilismo (último ano) Sim 139 66,8 Não 69 33,2
Atividade Física Leve 126 60,6 Moderado 2 1,0 Intenso 80 38,5
Estado Nutricional Baixo peso 6 2,9 Eutrofia 90 43,3 Sobrepeso 72 34,6 Obesidade 40 19,2
61
TABELA 2 – Agrupamentos dos alimentos derivados do Questionário de Frequência Alimentar (QFA) utilizados em análise fatorial em indivíduos adultos, Cuiabá, MT, 2009 (n=208).
Grupo de alimentos Alimentos do questionário de freqüência alimentar Arroz Arroz
Feijão Feijão
Bolo e biscoito Bolo recheado, com cobertura ou com fruta em calda; biscoito ou
bolacha doce, recheado e salgado
Pães Pão francês ou pão de forma
Cereais refinados, raízes e tubérculos
Macarrão; batata cozida ou purê; mandioca; farinha de mandioca e batata doce ou inhame ou cará
Laticínios Queijo; leite; iogurte ou coalhada
Carnes e ovos Carne de porco; frango; carne bovina; linguiça e ovos
Peixe Peixe
Frutas Laranja ou tangerina; banana; mamão; maçã; melancia; abacaxi e manga
Verduras e legumes Alface; repolho ou couve ou acelga; rúcula ou almeirão ou agrião; couve-flor ou brócolis; tomate; pepino; chuchu; maxixe ou jiló; abóbora ou abobrinha; cenoura; beterraba e quiabo ou vagem
Refrigerantes Refrigerantes à base de cola e outros refrigerantes ou guaraná
Sucos e chá Suco da fruta ou polpa e chá ou mate
Café Café
Fast food Pizza; cachorro quente; hambúrguer (sanduíche); batata frita ou chips ou palha; maionese; salgados tipo Cheetos® ou Fofura® ou Torcida®; salgados tipo risoli ou coxinha ou empada e pão de queijo
Banana da terra frita Banana da terra frita
Doces Sorvete ou picolé; chocolate em pó; chocolate em barra ou bombom; doce ou geléia ou rapadura à base de fruta; doce ou rapadura à base de leite
Açúcar Açúcar
Bebidas alcoólicas Cerveja ou chopp e pinga ou caipirinha ou vodka ou whisky ou conhaque
62
TABELA 3. Média e desvio-padrão (DP) e respectivo p-valor (p) das porções consumidas dos alimentos agrupados do Questionário de Frequência Alimentar (QFA), do consumo energético total e das variáveis antropométricas, segundo sexo em indivíduos adultos, Cuiabá, MT, 2009 (n=208).
*Associado ao teste t de Student
Masculino Feminino Média ± DP Média ± DP p-valor
Grupos de alimentos (g ou ml)
Arroz 216,11 ± 93,28 174,88 ± 99,31 0,002*
Feijão 212,38 ± 182,70 106,11 ± 125,90 <0,001*
Bolo e biscoito 44,48 ± 45,93 51,33 ± 47,39 0,292
Pães 61,31 ± 83,60 48,30 ± 48,68 0,168
Cereais refinados, raízes e tubérculos 106,58 ± 79,25 94,44 ± 77,40 0,265
Laticínios 281,44 ± 358,00 253,79 ± 244,58 0,513
Carnes e ovos 187,24 ± 109,87 160,99 ± 84,74 0,540
Peixe 52,70 ± 68,52 38,99 ± 49,29 0,097
Frutas 308,66 ± 259,73 397,36 ± 423,73 0,073
Verduras e legumes 123,25 ± 87,16 146,94 ± 112,71 0,093
Refrigerantes 326,32 ± 305,67 253,62 ± 317,64 0,095
Sucos e chá 248,08 ± 234,18 296,34 ± 420,74 0,313
Café 108,54 ± 124,50 108,78 ± 137,86 0,989
Fast food 78,36 ± 78,36 70,76 ± 65,02 0,449
Banana da terra frita 13,51 ± 18,28 14,46 ± 17,32 0,701
Doces 43,24 ± 49,87 42,07 ± 48,12 0,863
Açúcar 35,63 ± 32,78 39,82 ± 32,65 0,357
Bebidas alcoólicas 165,90 ± 241,92 50,73 ± 124,15 <0,001*
Consumo Energético Total (Kcal/dia) 2179,77 ± 1473,62 1714,26 ± 1318,43 <0,001*
Circunferência da Cintura (cm) 90,57 ± 12,49 80,12 ± 10,71 <0,001*
RCQ 0,88 ± 0,07 0,79 ± 0,06 0,017*
63
TABELA 4. Distribuição das cargas fatoriais e comunalidades (h2) dos três padrões de
consumo alimentar identificados em indivíduos adultos, Cuiabá (MT), 2009 (n=208).
Grupo Alimentares
Cargas fatoriais Solução a 3 padrões
“ocidental” “tradicional cuiabano”
“prudente” h2*
Arroz 0,59 0,37 Feijão 0,74 0,56 Bolo e biscoito 0,53 0,27 0,35 Pães 0,39 -0,41 0,32 Cereais refinados, raízes e tubérculos
0,46 0,24 0,28
Laticínios 0,45 -0,26 0,27 Carnes e ovos 0,34 0,56 0,14 0,45 Peixe 0,45 0,21 Frutas 0,31 0,34 0,22 Verduras e legumes 0,12 0,65 0,44 Refrigerantes 0,66 0,18 -0,18 0,49 Sucos e chá 0,53 0,29 Café 0,30 -0,17 0,12 Fast food 0,64 0,20 -0,19 0,49 Banana da terra frita 0,22 0,40 0,38 0,36 Doces 0,69 0,49 Açúcar 0,14 0,33 -0,42 0,31 Bebidas alcoólicas -0,12 0,41 0,19 �úmero de itens 6 6 6
Autovalores 2,91 1.78 1,52
% da variância explicada 16,19 9,85 8,43
% da variância
acumulada explicada
16,19
26,04
34,47
Alpha de Chonbach 0,41 0,44 0,14
64
TABELA 5. Regressão linear múltipla da associação entre os padrões alimentares e Circunferência da Cintura, Relação cintura/quadril (RCQ) e Índice de Massa Corporal (IMC) em adultos de Cuiabá (MT), 2009 (n=208). Homens Mulheres β p-valor R2 β p-valor R2 Padrão “ocidental” Circunferência da cintura (cm)1 -0,02 0,96 0,86 1,02 0,03 0,85 RCQ1 0,01 0,47 0,57 0,01 0,02 0,36 IMC (kg/m2)2 0,29 0,57 0,16 0,68 0,19 0,17 Padrão “tradicional cuiabano” Circunferência da cintura (cm)1 0,67 0,18 0,86 1,34 0,01 0,85 RCQ1 0,01 0,03 0,60 0,02 0,02 0,36 IMC (kg/m2)2 -0,59 0,21 0,17 0,17 0,77 0,15 Padrão “prudente” Circunferência da cintura (cm)1 0,27 0,62 0,86 0,13 0,77 0,84 RCQ1 0,01 0,24 0,57 0,00 0,93 0,33 IMC (kg/m2)2 -0,35 0,54 0,16 0,59 0,22 0,16 1 Modelo ajustado por idade, tabagismo, nível de atividade física, nível socioeconômico, IMC e consumo energético total. 2 Modelo ajustado por idade, tabagismo, nível de atividade física, nível socioeconômico.
65
ConclusõesConclusõesConclusõesConclusões
66
4. CO�CLUSÕES
� Os 63 itens alimentares do QFA foram agrupados em 18 grupos de alimentos;
� A análise fatorial possibilitou a identificação de três padrões de consumo alimentar,
que explicaram 34,5% da variação total do consumo alimentar;
� Os padrões alimentares identificados foram denominados ‘ocidental’, ‘tradicional
cuiabano’ e ‘prudente’;
� O padrão ‘ocidental’ associou-se positivamente à circunferência da cintura e à RCQ
entre as mulheres;
� O padrão ‘tradicional cuiabano’ associou-se com a circunferência da cintura e RCQ
entre as mulheres e com a RCQ entre os homens.
67
Referências BibliográficasReferências BibliográficasReferências BibliográficasReferências Bibliográficas
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82
AnexosAnexosAnexosAnexos
83
A�EXO 1: QUESTIO�ÁRIO PESQUISA: Validação de um questionário de freqüência de consumo alimentar para o estudo da dieta da população urbana de Cuiabá, Mato Grosso.
Financiamento: MCT-CNPQ/MS-SCTIE-DECIT
1. CO�TROLE DE E�TREVISTA
1.1. Região: |__| 1.2. Setor: |__|__|__|
1.3. Entrevistador Nº: |__|__| 1.4. Entrevistador (nome): __________________________
1.5. Data da entrevista: ___/___/______ 1.6: Início: _____: ____ horas 1.7: término: _____: ____
1.8. Endereço
1.8.1 Rua: _________________________________________________ 1.8.2 Nº: ____________________
1.8.3 Complemento: ________________________________________________________________________
1.8.4 Bairro: ___________________________________ 1.8.5 CEP: |__|__|__|__|__|-|__|__|__|
1.8.6 Telefone: 1.8.7 Casa: |__|__|__|__|-|__|__|__|__|
1.8.8 Trabalho: |__|__|__|__|-|__|__|__|__|
1.8.9 Recados: |__|__|__|__|-|__|__|__|__|
1.9. Entrevista
1 Realizada totalmente
2 Realizada parcialmente Data de retorno: ___/___/___ Hora: _____:_____
3 Não realizada
1.10. Se a entrevista não foi realizada, assinalar o motivo:
1 Recusa em participar da pesquisa
2 Entrevistado não mora mais no local
3 Domicílio ocupado, mas fechado
4 Domicílio desocupado
5 Domicílio não encontrado
6 Outro motivo. Qual? _____________________________
84
2. IDE�TIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS
2.1. Nome: ____________________________________________________________
2.2. Data de nascimento: ____/____/_______ 2.3. Sexo: 1 Masculino
2 Feminino
2.4. Situação conjugal: 1 Solteiro 2 Casado/união consensual
3 Viúvo 4 Separado
2.5. Cor da pele/raça:
2.5.1. Segundo a opinião do entrevistador:
1 Branca 2 Parda (morena) 3 Preta (negra)
4 Amarela (oriental) 5. Indígena
2.6. Qual foi a última série que você concluiu com aprovação?
Série: Grau:
1° Grau: Ensino fundamental 2° Grau: Ensino médio
Informações adicionais: sem escolaridade Superior incompleto
Superior completo Pós-graduação
2.6.1. Código da escolaridade do entrevistado: |__| (NÃO PREENCHER)
2.7. Qual foi a última série que o chefe da família concluiu com aprovação?
Série: Grau:
∗ 1° grau: Ensino fundamental 2° grau: Ensino médio
Informações adicionais: sem escolaridade Universitário incompleto
Universitário completo Pós-graduação
2.7.1. Código da escolaridade do chefe da família: |__| (NÃO PREENCHER)
2.7.2. Classificação sócio-econômica ABEP: |__| (NÃO PREENCHER)
2.8. Na sua opinião, qual a sua cor ou raça?
1 Branca 2 Parda (morena) 3 Preta (negra)
4 Amarela (oriental) 5. Indígena
85
2.9. Nessa residência tem....
a) Quantos dormitórios? ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+
b) Quantos banheiros? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+
c) Quantas TVs em cores? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+
d) Quantos automóveis? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+
e) Quantos rádios? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+
f) Quantas geladeiras? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+
g) Quantos freezers (ou geladeira duplex)? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+
h) Quantos videocassetes ou DVD? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+
i) Aspirador de pó? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+
j) Máquina de lavar? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+
k) Forno de Microondas: ( ) sim; ( ) não
l) Linha telefônica: ( ) sim; ( ) não
m) Microcomputador: ( ) sim; ( ) não
n) Condicionador de ar: ( ) sim; ( ) não
o) empregados mensalistas: ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+
2.10. Qual é a sua ocupação atualmente? (atividade, remunerada ou não, que desenvolveu nos últimos três meses)
__________________________________________________________ Codificação posterior |__|__|
2.10.1. Classifique a ocupação do informante tendo em vista que na maior parte do tempo a suas atividades são:
1. Exercidas sentadas, com movimento leves de braços e tronco ou em pé, com trabalho leve em máquina ou bancada movimentando braços e pernas. Ex: médico, advogado, bancário, operador de caixa, motorista, auxiliar de escritório, balconista, professor, vendedor.
2. Exercidas sentadas, em máquina ou bancada com movimentação vigorosa de braços e pernas, ocupações exercidas de pé, como trabalho moderado em máquina ou bancada e as ocupações exercidas em movimento. Ex: carteiro, contínuo, vendedor domiciliar, pintor de parede, eletricista, marceneiro, mecânico de automóveis, faxineiro e caseiro.
3. Pesadas, com atividades de levantar ou arrastar. Ex: servente de pedreiro, lixeiro e estivador.
86
2.11. Qual foi a renda total da sua família no último mês? Conte os salários, aposentadorias, pensões, bolsas de auxílio e outros rendimentos como aluguéis).
R$________________________________________________________________________________
2.11.1. Renda Familiar mensal (R$): |__|__|__|. |__|__|__| , |__|__|
2.11.2. Quantas pessoas moram neste domicílio? |__|__|
2.11.3. Renda per capita: ________ (NÃO PREENCHER)
3. CARACTERIZAÇÃO QUA�TO AO ESTILO DE VIDA
3.1. Nas últimas duas semanas, com que freqüência você teve dificuldade para dormir ou pegar
no sono? 1. Sempre 2. Quase sempre 3. Ás vezes 4. Raramente 5.
Nunca
3.1.1. Em geral, quantas horas você costuma dormir por noite? |__|__| : |__|__| horas
3.2. Nos últimos três meses, você fez semanalmente algum tipo de atividade física de lazer?
1. Sim (PREENCHER TODO O QUADRO A SEGUIR)
2. Não (PREENCHER SOMENTE A PARTE SOBRE ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA)
Atividades de lazer 1. Sim Quantas vezes por semana?
Quantos minutos gasta por vez?
2. Não
1 Caminhadas? |__|__| |__|__|__|
2 Vôlei? |__|__| |__|__|__|
3 Musculação? |__|__| |__|__|__|
4 Ginástica? |__|__| |__|__|__|
5 Hidroginástica? |__|__| |__|__|__|
6 Bicicleta? |__|__| |__|__|__|
7 Corrida? |__|__| |__|__|__|
8 Futebol? |__|__| |__|__|__|
9 Lutas? |__|__| |__|__|__|
10 Natação? |__|__| |__|__|__|
87
Atividades de lazer 1. Sim Quantas vezes por semana?
Quantos minutos gasta por vez?
2. Não
11 Basquete? |__|__| |__|__|__|
12 Outra atividade? Qual?_________________
|__|__| |__|__|__|
Atividades da vida diária
13 Tomou conta de criança menor de 3 anos?
|__|__| |__|__|__|
14 Passou roupa? |__|__| |__|__|__|
15 Lavou roupa no tanque? |__|__| |__|__|__|
16 Fez faxina na sua casa? |__|__| |__|__|__|
17 Fez limpeza no quintal? |__|__| |__|__|__|
18 Foi a pé para o trabalho, colégio, etc?
|__|__| |__|__|__|
19 Foi de bicicleta para o trabalho, colégio, etc?
|__|__| |__|__|__|
20 Outra atividade? Qual? ________________
|__|__| |__|__|__|
3.3. Atualmente, você fuma cigarros?
1. Sim (PULAR PARA 3.5)
2. Não
3.4. Você já fumou cigarros?
1. Sim
2. Não (PULAR PARA 3.6)
3.5. Somando todos os cigarros que você fumou a vida inteira, mesmo que já tenha parado, o
total chega a 5 maços ou 100 cigarros?
1. Sim 2. Não (PULAR PARA 3.6)
3.5.1. Com que idade você começou a fumar? |__|__| anos (SE FUMANTE PULAR PARA 3.5.3)
88
3.5.2. Com que idade parou de fumar? |__|__| anos (PULAR PARA 3.6)
3.5.3. Em média, quantos cigarros você fuma por dia? |__|__| cigarros
3.5.4. Em geral, quanto você paga pelo maço de cigarros da marca mais freqüente que usa?
R$ _________________
3.5.5. Classificação do tabagismo: fumante ex-fumante não fumante (NÃO PREENCHER)
3.5.6. Intensidade do fumo: ______ maços/ano (NÃO PREENCHER)
3.6. No último ano, você tomou alguma bebida alcoólica?
1. Sim 2. Não (PULAR PARA ITEM 4)
3.6.1. Nas últimas duas semanas, você tomou alguma bebida alcoólica?
1. Sim (PREENCHER O QUADRO A SEGUIR) 2. Não (PULAR PARA ITEM 4)
Tipo de bebida Freqüência de consumo na última semana*
Quantidade consumida (copos, latas, garrafas, doses)
Cerveja ou chopp
Pinga
Vinho
Whisky
Outra bebida? Qual? _____________
* Se o entrevistado afirmar que não consumiu bebidas alcoólicas na semana anterior à data da entrevista, solicite a informação do consumo da semana imediatamente anterior.
89
4. I�FORMAÇÕES SOBRE HÁBITOS ALIME�TARES
Nome:
_____________________________________________________________________________
Data da avaliação: ____/____/______ Avaliação Nº 1 2
Entrevistador Nº: |__|__| Entrevistador (nome):
___________________________________________
4.1. COM QUE FREQÜÊ*CIA VOCÊ COMEU ESTES ALIME*TOS *OS ÚLTIMOS SEIS MESES?
Antes de iniciar o preenchimento do QFCA, apresente-o ao entrevistado, da
seguinte forma:
“Este questionário foi desenhado para conhecer o consumo habitual de alguns alimentos. Essas
informações são muito importantes para nós! Agradecemos a sua colaboração!
Para cada alimento listado abaixo, marque a opção que melhor descreve o seu
consumo médio nos últimos seis meses. Por favor, tome a porção indicada como uma
referência para relatar o seu consumo.
Veja o exemplo dado nas duas primeiras linhas. Se você, usualmente, come
arroz duas vezes por dia, sendo uma colher de servir em cada refeição, faça um círculo em
torno da opção de QUA*TIDADE que melhor descreve a quantidade média que v. consome a
cada vez e assinale a FREQÜÊ*CIA mais próxima do seu hábito, no caso, de 2 a 3 vezes ao dia.
Ainda no exemplo: se você, geralmente, tem por hábito comer meia concha de
feijão três vezes por semana, proceda da mesma forma, circule a opção de QUA*TIDADE que
melhor descreve a quantidade média que v. consome a cada vez (no caso, meia concha) e
assinale a FREQÜÊ*CIA mais próxima do seu hábito, no caso, de 2 a 4 vezes por semana”.
)o caso de não comer o alimento em questão, assinale “)unca ou quase nunca”.
�as duas linhas abaixo, mostra-se o preenchimento correto do QFCA para os exemplos citados acima:
PRODUTO QUA�TIDADE
Freqüência Mais de 3 vezes por dia
2 a 3 vezes por dia
1 vez por dia
5 a 6 vezes por
semana
2 a 4 vezes por
semana
1 vez por
semana
1 a 3 vezes por mês
�unca ou
quase nunca
Arroz 1 colher sopa
1 colher de servir
2 colheres de servir ou mais
X
Feijão ½
concha 1
concha 2 conchas ou mais X
90
PRODUTO QUA�TIDADE
Freqüência Mais de 3 vezes por dia
2 a 3 vezes por dia
1 vez por dia
5 a 6 vezes por
semana
2 a 4 vezes por
semana
1 vez por
semana
1 a 3 vezes por mês
�unca ou
quase nunca
Arroz 1-2
colheres de sopa
1 colher de servir
2 colheres de servir ou mais
Macarrão 1 pegador
2 pegadores
3 pegadores ou mais
Farinha de mandioca, farofa ou pirão
1 colher de sopa
2 colheres de sopa
3 colheres de sopa ou mais
Batata cozida ou purê
1 unidade ou 1
colher de sopa
2 unidades ou 2
colheres de sopa
3 unidades/3colheres
ou mais
Mandioca 1 pedaço 2 pedaços 3 pedaços ou mais
Bata doce, inhame, cará
1 pedaço 2 pedaços 3 pedaços ou mais
Panqueca,nhoque, lasanha, ravioli Marque só a freqüência
Arroz de forno, carne com arroz, galinha com arroz, carne de porco com arroz
Marque só a freqüência
Feijão ½ concha média
1 concha média
2 conchas médias ou mais
Bolo simples 1 fatia média
2 fatias médias
3 fatias médias ou mais
Bolo recheado, com cobertura ou com fruta em calda
1 fatia média
2 fatias médias
3 fatias médias ou mais
Biscoito ou bolacha doce
1-2 unidades
3-5 unidades
6 unidades ou mais
Biscoito ou bolacha recheada
1-2 unidades
3-5 unidades
6 unidades ou mais
Biscoito ou bolacha salgada
1-2 unidades
3-5 unidades
6 unidades ou mais
Pão francês ou pão de forma
1unidade /fatia
2-4 unidades /fatias
5 unidades /fatias ou mais
Manteiga ou margarina
Marque só a freqüência
Queijo 1 fatia média
2 fatias médias
3 fatias médias ou mais
Requeijão Marque só a freqüência
Leite 1 copo grande nivelado
2 copos grandes nivelados
Iogurte, coalhada 1 copo ou unidade 2 copos ou unidades ou
mais
91
PRODUTO QUA�TIDADE
Freqüência Mais de 3 vezes por dia
2 a 3 vezes por dia
1 vez por dia
5 a 6 vezes por
semana
2 a 4 vezes por
semana
1 vez por
semana
1 a 3 vezes por mês
�unca ou
quase nunca
Alface 1-2 folhas
3-4 folhas 5 folhas ou mais
Repolho, couve ou acelga
1 colher de sopa
2 colheres de sopa
3 colheres de sopa ou mais
Rúcula, almeirão ou agrião
1 folha ou 1 ramo
2 folhas ou 2 ramos
3 folhas ou 3 ramos
Couve-flor ou brócolis
1 ramo 2 ramos 3 ramos ou mais
Tomate ½
unidade média
1-2 unidades médias
3 unidades médias ou mais
Pepino 1-2
rodelas 3-4
rodelas 5 rodelas ou mais
Chuchu 1 colher de sopa
2 colheres de sopa
3 colheres de sopa ou mais
Maxixe refogado ou jiló
1 colher de sopa
2 colheres de sopa
3 colheres de sopa ou mais
Abóbora ou abobrinha
1 colher de sopa
2 colheres de sopa
3 colheres de sopa ou mais
Cenoura 1 colher de sopa
2 colheres de sopa
3 colheres de sopa ou mais
Beterraba 1-2
rodelas 3-4
rodelas 5 rodelas ou mais
Quiabo ou vagem 1 colher de sopa
2 colheres de sopa
3 colheres de sopa ou mais
Pequi Marque só a freqüência
Pimentão Marque só a freqüência
Alho Marque só a freqüência
Cebola Marque só a freqüência
Laranja ou tangerina
1 média 2 médias 3 médias ou mais
Banana 1 média 2 médias 3 médias ou mais
Mamão 1 fatia ou ½ papaia
2 fatias ou 1 papaia ou mais
Maçã 1 média 2 médias ou mais
Melancia 1 fatia média 2 fatias médias ou mais
Abacaxi 1 fatia média
2 fatias médias
3 fatias médias ou mais
92
PRODUTO QUA�TIDADE
Freqüência Mais de 3 vezes por dia
2 a 3 vezes por dia
1 vez por dia
5 a 6 vezes por
semana
2 a 4 vezes por
semana
1 vez por
semana
1 a 3 vezes por mês
�unca ou
quase nunca
Manga 1 média 2 médias ou mais
Ovos 1 ovo 2 ovos 3 ovos ou mais
Peixe fresco 1 filé ou posta 2 filés ou 2 postas ou
mais
Carne de porco 1 pedaço médio 2 pedaços médios ou
mais
Frango 1 pedaço médio 2 pedaços médios ou
mais
Carne de boi
1 bife ou 1 pedaço médio, 3 colheres de sopa de carne ensopada ou de carne moída
2 bifes ou 2 pedaços médios, 6 colheres de sopa de carne ensopada ou de carne moída
Hambúrguer (sanduíche)
1 unidade 2 unidades ou mais
Cachorro quente 1 unidade 2 unidades ou mais
Strogonoff de carne ou frango, bobó de galinha
Marque só a freqüência
Miúdos como moela, coração, fígado, bucho ou dobradinha, rins
Marque só a freqüência
Lingüiça 1 pedaço médio
2 pedaços médios
3 pedaços médios ou mais
Frios como mortadela, presunto, apresuntado, salame, salsicha
Marque só a freqüência
Toucinho ou bacon, lombo defumado, charque
Marque só a freqüência
Conservas de carne em lata Marque só a freqüência
Churrasco Marque só a freqüência
Vegetais enlatados como ervilha, milho, palmito, azeitona
Marque só a freqüência
Pizza 1 pedaço médio 2 pedaços médios ou
mais
Batata frita, chips ou palha
1 pacote pequeno de chips ou o equivalente a 1 porção pequena de batata frita
do McDonald’s
2 pacotes pequenos de chips ou o equivalente a 2 porções pequenas de batata frita
do McDonald’s
3 ou mais pacotes
pequenos de chips ou o
equivalente a 3 ou mais porções
pequenas de batata frita do McDonald’s
93
PRODUTO QUA�TIDADE
Freqüência Mais de 3 vezes por dia
2 a 3 vezes por dia
1 vez por dia
5 a 6 vezes por
semana
2 a 4 vezes por
semana
1 vez por
semana
1 a 3 vezes por mês
�unca ou
quase nunca
Banana da terra frita
1 fatia média
2 fatias médias
3 fatias médias ou mais
Salgadinhos tipo Cheetos, Fofura, Torcida
1 pacote 2 pacotes 3 pacotes ou
mais
Pipoca (saco) Marque só a freqüência
Salgados tipo risoli, coxinha, pastel, kibe, empada
1 unidade média 2 unidades médias ou
mais
Pão, bolo ou biscoito de queijo
1 unidade média 2 unidades médias ou mais
Maionese 1 colher de chá 2 colheres de chá ou
mais
Sorvete/picolé 1 bola ou 1 picolé 2 bolas/2 picolés ou
mais
Balas, caramelos, chicletes, drops
Marque só a freqüência
Chocolate em pó como Nescau, toddy, etc.
1 colher de sopa rasa
2 colheres de sopa rasas
3 colheres de sopa rasas ou mais
Chocolate barra (30g) ou bombom
1 unidade
2 unidades 3 unidades ou mais
Doce ou rapadura à base de leite
1 pedaço médio
2 pedaços médios
3 pedaços médios ou mais
Doce, geléia ou rapadura à base de fruta
1 pedaço médio
2 pedaços médios
3 pedaços médios ou mais
Açúcar 1 colher de sopa
rasa 2 colheres de sopa rasas
ou mais
Café 1 xícara 2 xícaras 3 xícaras ou mais
Chá ou Mate 1 copo grande nivelado
2 copos grandes nivelados
3 copos grandes nivelados ou mais
Guaraná em pó Marque só a freqüência
Refrigerantes à base de cola
1 copo grande nivelado
2 copos grandes nivelados
3 copos grandes nivelados ou mais
Outros refrigerantes e guaranás
1 copo grande nivelado
2 copos grandes nivelados
3 copos grandes nivelados ou mais
Suco da fruta ou da polpa
1 copo grande nivelado
2 copos grandes nivelados
3 copos grandes nivelados ou mais
Cerveja ou chopp
1-2 copos grandes nivelados
3-4 copos grandes nivelados
5 copos grandes nivelados ou mais
Pinga, caipirinha, vodka, whisky, conhaque
1 dose (média)
2 doses (médias)
3 doses ou mais (médias)
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4.2. RECORDATÓRIO DE 24 HORAS
Nome: ____________________________________________________________ Avaliação Nº 1 2 Data da avaliação: ___/___/_____ Dia da semana: Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Entrevistador Nº: |__|__| Entrevistador (nome): ________________________________________________ ATENÇÃO: PERGUNTAR DETALHADAMENTE SOBRE TODOS OS ALIMENTOS E BEBIDAS CONSUMIDOS NO DIA ANTERIOR À ENTREVISTA, IDENTIFICANDO AS MEDIDAS CASEIRAS ADEQUADAMENTE.
1) HORÁRIO 2) LOCAL
3) ALIMENTO/PREPARAÇÃO 4) QUANTIDADE
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Obs.: anotar a quantidade de sal, óleo e açúcar utilizada em cada preparação e principais ingredientes das preparações.
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CO�TI�UAÇÃO RECORDATÓRIO DE 24 HORAS
1) HORÁRIO 2) LOCAL
3) ALIMENTO/PREPARAÇÃO 4) QUANTIDADE
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Obs.: anotar a quantidade de sal, óleo e açúcar utilizada em cada preparação e principais ingredientes das preparações.
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5. AVALIAÇÃO A�TROPOMÉTRICA E PELA BIOIMPEDÂ�CIA ELÉTRICA
|___|___||___| Nome : _______________________________________________________
1. Antropometria:
1 Realizada (PREE�CHA O QUADRO ABAIXO)
2 Recusada
2. Data: ___/___/______
3. Peso |__|__|__| , |__| kg
4. Estatura 1ª|__|__|__| , |__| cm 2a|__|__|__| , |__| cm Média |__|__|__| , |__| cm
5.Circunferência da cintura 1ª|__|__|__| , |__| cm 2a|__|__|__| , |__| cm Média |__|__|__| , |__| cm
6.Circunferência do quadril: 1ª|__|__|__| , |__| cm 2a|__|__|__| , |__| cm Média |__|__|__| , |__| cm
7. Percentual de gordura |__|__| , |__| %
8. Percentual de água |__|__| , |__| %
Realizado por: _______________________________________
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A�EXO 2. TERMO DE CO�SE�TIME�TO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CO*SE*TIME*TO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do estudo: Validação de um questionário de freqüência de consumo alimentar para o estudo da dieta da população urbana de Cuiabá, Mato Grosso. Coordenação: Professora Dra Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos – Faculdade de Nutrição – UFMT, Avenida Fernando Correa da Costa, S/N, Cuiabá – MT.
Introdução: Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa com o objetivo de avaliar a alimentação e o estado nutricional de adultos em Cuiabá. Sua casa será visitada por entrevistadores, identificados com uso de crachá. Eles realizarão um questionário com adultos com idade entre 20 e 50 anos que morarem na sua casa, fazendo perguntas sobre idade, ocupação, escolaridade, renda, etc. e também sobre alguns hábitos de vida como práticas de exercício físico, alimentação, hábito de fumar, etc. Neste dia, o peso, a altura e as medidas da cintura e do quadril dos moradores sorteados para a pesquisa serão avaliados, através de balanças e fitas próprias para as medidas. Para melhor identificarmos os alimentos que fazem parte da sua alimentação, poderá ser necessário fotografá-los.
Benefícios Potenciais: Você terá conhecimento se você apresenta peso adequado, desnutrição ou excesso de peso, e poderá ser orientado quanto a dietas saudáveis. Casos graves de desnutrição ou obesidade serão encaminhados para os serviços de saúde disponíveis no município para acompanhamento e assistência.
Riscos: Todos os procedimentos que serão realizados, ou seja, medidas de peso, altura, da cintura e do quadril, não oferecerão riscos para a sua saúde.
Compensação: Você não será pago para participar deste estudo.
Participação voluntária/Desistência do Estudo: Sua participação neste estudo é completamente voluntária. Você pode decidir não participar desse estudo ou desistir de participar a qualquer momento e não sofrerá nenhum prejuízo por essa decisão.
Confidencialidade: Sua identidade será mantida sob sigilo e, na medida do permitido pela legislação e/ou regulamentos cabíveis, não serão disponíveis publicamente. Se os resultados do estudo forem publicados, sua identidade permanecerá em sigilo.
Com Quem Você Deve Entrar em Contato em Caso de Dúvida: Se você tem alguma questão ou dúvidas sobre a pesquisa você pode entrar em contato com a Dra. Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos na Faculdade de Nutrição, Avenida Fernando Correa da Costa, S/N, no Departamento de Alimentos e Nutrição, telefone: 3615-8821, ou por e-mail: [email protected]. Suas dúvidas podem também ser enviadas para o Comitê de Ética do Hospital Universitário Júlio Muller (Dra. Maria Aparecida Munhoz Gaíva, no Hospital Universitário Júlio Muller, na Rua Luis Felipe Pereira Leite, S/N, Bairro Alvorada, CEP 78.048-902, Cuiabá – MT, telefone 3615-7254). Declaração de Consentimento: Declaro que li e entendi o documento de consentimento e o objetivo do estudo, bem como seus possíveis benefícios e riscos. Tive oportunidade de perguntar sobre o estudo e todas as minhas dúvidas foram esclarecidas. Entendo que estou livre para decidir não participar desta pesquisa. Recebi uma cópia assinada e datada deste documento.
______________________________________________ Nome do Participante _______________________________________________ __________________ Assinatura do Participante (ou seu responsável legal) Data
_______________________________________________ __________________ Assinatura da pessoa que explicou o consentimento informado Data
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A�EXO 3. APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )
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