VII SEMINÁRIO CULTURA DE PAZ,
EDUCAÇÃO E ESPIRITUALIDADE
LIVRO DE RESUMOS
FORTALEZA-CEARÁ
07,08 E 09 DE DEZEMBRO DE 2016
VII SEMINÁRIO CULTURA DE PAZ,
EDUCAÇÃO E ESPIRITUALIDADE
ORGANIZADORAS
KELMA SOCORRO LOPES DE MATOS
LIVIA MARIA DUARTE DE CASTRO
CATARINA DA GRAÇA ALMEIDA MATOS
REALIZAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE
EDUCAÇÃO GRUPO DE PESQUISA CULTURA DE PAZ,
JUVENTUDES E DOCENTES (CNPQ-UFC)
COORDENAÇÃO GERAL KELMA SOCORRO ALVES
LOPES DE MATOS
FORTALEZA-CEARÁ
07,08 E 09 DE DEZEMBRO DE 2016
Cultura de Paz, Educação e Espiritualidade VII 2016 Kelma Socorro Lopes de Matos;
Livia Maria Duarte de Castro; Catarina da Graça Almeida Matos (Organizadoras)
Impresso no Brasil /Printed in Brazil Efetuado depósito legal na Biblioteca Nacional
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Endereço da Faculdade de Educação
Rua Waldery Uchôa, nº1. Benfica – CEP: 60020-110
Telefones: (85)3366.7665/3366.7667 – Fax: (85) 3366.7666
Coordenação Editorial
Kelma Socorro Lopes de Matos
Comitê Científico
Dário Gomes do Nascimento (UFC)
Kelma Socorro Lopes de Matos (UFC)
Livia Maria Duarte de Castro (UFC)
Projeto Gráfico
Grupo de Pesquisa Cultura de Paz, Juventudes e Docentes.
Catalogação na Fonte
Bibliotecária: Valnice Morais Sampaio CRB – 3/1187
Seminário Cultura de Paz, Educação e Espiritualidade (7.:2016: Fortaleza-CE)
Anais do VII Seminário Cultura de Paz, Educação e Espiritualidade: 07, 08 e 09 de
dezembro de 2016 / Kelma Socorro Lopes de Matos; Livia Maria Duarte de Castro;
Catarina da Graça Almeida Matos (organizadoras). – Fortaleza: IMPRECE, 2016.
45p.
ISBN: 978-85-8126-146-1
Vários autores.
Evento realizado pela Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Educação. Grupo
de Pesquisa Cultura de Paz, Juventudes e Docentes.
1.Paz. 2. Espiritualidade. 3. Matos, Kelma Socorro Alves Lopes de II. Título.
CDD 327.17207
CDD
PROGRAMAÇÃO
Quarta – Feira, 07-12-2016 – Manhã
08h00min às 9h00min – Credenciamento
08h30min às 9h00min – Apresentação Artítica – Orquestra da UFC
09h30min às 11h00min – Palestra: Vamos Ubuntar? Um convite para cultivar a paz –
Profª Lia Diskin
11h00min às 11h50min – Troca de ideias
11h50min às 12h00min – Encerramento
Tarde
14h00min às 14h30min – Harmonização – Rita Greene
14h30min às 16h00min – Mesa: Juventudes protagonistas em escolas ocupadas E.E.M
Adauto Bezerra – Roberto Cláudio e Mateus de Lima; CAIC – Mª Alves Carioca e
Andressa Bernardo; EE Presidente Humberto Castelo Branco – Mara Régia e
Roosevet Franhin
Mediação: Dani Souza
08h00min às 9h00min – Troca de ideias
08h00min às 9h00min – Encerramento
Quinta – Feira, 08-12-2016 – Manhã
08h00min às 8h50min – Apresentação Artística – Vitrola Nova
08h15min às 8h30min – Contação de história – Profª Elaine Beserra
08h30min às 11h00min – Palestra: Uso de mudras para uma Cultura de Paz – Profº.
Dr. Harbans Arora
11h00min às 11h30min – Troca de Ideias
11h30min às 11h40min – Lançamento do livro “Cultura de Paz: Narrativas Inéditas”.
Autora: Maria Joyce Maia
11h40min às 12h00min – Apresentação Artística: João Willame
Tarde
14h00min às 14h:30 min – Apresentação Artística – Francisco Nunes
14h30min às 16h:00 min – Mesa: Experiências exitosas em Cultura de Paz: Escola de
Pentecoste; Escola de Maranguape; Escola Pitaguary
Mediação: Socorro Sousa
16h:00min às 16h: 30min – Troca de Ideias
16h: 30min às 17h:30min – Lançamento do livro “Cultura de Paz, Educação e
Espiritualidade III” Kelma S. L. de Matos (Org.).
Sexta– Feira, 09-12-2016 – Manhã
08h00min às 8h30min – Harmonização para a Paz no Auditório Valnir Chagas
08h30min às 12h00min – Oficinas
Oficinas:
1 – Terapia Comunitária – Prof. Cezar Peres
2 – Círculo de Construção de Paz – Cida Medeiros
3 – Biodança – Fabíola Ximenes
Tarde
14h00min às 17h00min – Apresentação de Trabalhos
SUMÁRIO
EIXO 1
ESCOLA, JUVENTUDES, EDUCAÇÃO PARA A PAZ E VALORES
HUMANOS
A ARTE COMO INSTRUMENTO PARA A CONTRUÇÃO DE UMA CULTURA
DE PAZ POR MEIOS DO PROJETO RAÍZES CULTURAIS DO PIBID -
PEDAGOGIA/UFC
Alan Abreu Noronha
Isa Holanda Mota
Maycon Meneses da Costa
Yara Leticia Alves Camelo .............................................................................................12
A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA DE
EDUCAÇÃO EM VALORES HUMANOS E ESPIRITUALIDADE
Daniele Leal de Carvalho Sampaio
Manuela Lustosa Guerreiro ............................................................................................13
A MEDIAÇÃO CULTURAL NA BIBLIOTECA PÚBLICA PARA A CULTURA
DE PAZ E INTEGRAÇÃO SOCIAL
Alessandro Rasteli
Rosângela Formentini Caldas .........................................................................................14
CARTOGRAFANDO ACONTECIMENTOS NO NÚCLEO MUNICIPAL
INTERSETORIAL DE PREVENÇÃO A VIOLÊNCIA E PROMOÇÃO DA
CULTURA DE PAZ: O DIÁLOGO COM A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM
MOVIMENTO
Andrea Moreira de Alencar Bezerra Lima
Germana Elisa Santos Rocha
Iracema de Oliveira Machado
Maria das Dores Lima
Maria Vilma Neves de Lima
Silvana Fernandes Rodrigues Gondim ...........................................................................15
DIÁLOGO ENTRE EDUCAÇÃO E ESPIRITUALIDADE: UM CAMINHO PAR
A (AUTO)FORMAÇÃO HUMANA DE EDUCADORES EDUCANDOS
Cleane Marcelino de Souza
Maria Gorete Santos Jales de Melo ................................................................................16
EDUCAR EN MEDIACIÓN COMO ESTRATEGIA DE PACIFICACIÓNEN EL
ÁMBITO ESCOLAR
Ana Karine Pessoa Cavalcante Miranda
Helena Pérez Beltrán ......................................................................................................17
EDUCAÇÃO E PACIFISMO É POSSIVEL? REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE
QUESTÕES EDUCATIVAS
Ellen Lara Pereira Silva de Oliveira
Renata dos Santos de Oliveira ........................................................................................18
EDUCAÇÃO, DIVERSIDADE CULTURAL E VALORES HUMANOS: O
ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-INDÍGENA NA ESCOLA MARIA
JOSÉ MEDEIROS, EM FORTALEZA-CE
Kelma Socorro Lopes de Matos
Paulo Sergio Barros
Virginia Gonfiantini ......................................................................................................19
EDUCAÇÃO PARA PAZ: PROCESSOS COOPERATIVOS ENTRE
CONFLITOS E ACORDOS NO ENSINO DA ARTE NO COLÉGIO DA
POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ - CPMGEF -C
Roberta Bernardo da Silva ..............................................................................................20
HISTÓRIAS DE VIDA E FORMAÇÃO: TRAJETÓRIAS DE RESISTÊNCIA
Ana Maria Teixeira Andrade
LuizBotelho Albuquerque .............................................................................................21
MEDIAÇÃO ESCOLAR E CULTURA DE PAZ
Francisca Eugênia Nogueira de Souza
Maria Cristiane Lopes da Silva ......................................................................................22
NÓS SOMOS UM
Vera Lucia Rolim Salles ................................................................................................23
O PROTEJO COMO PROPOSTA DE POLÍTICA PÚBLICA PREVENTIVA DA
VULNERABILIDADE E VIOLÊNCIA JUVENIL EM FORTALEZA
Francisco Armando Vidal
Mayara Gondim Porto ....................................................................................................24
PROJETO MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO: UM CAMINHO PARA A PRÁXIS
DA CIDADANIA ATIVA, EMPODERAMENTO E PROMOÇÃO DA CULTURA
DE PAZ
Ana Karine Pessoa Cavalcante Miranda
Nicoly Isabelly Pereira Freire .........................................................................................25
PROJETO DE EDUCAÇÃO EM VALORES HUMANOS (EVH):
PROMOVENDO O DESPERTAR DO PROFISSIONAL DA SAÚDE
Rita Maria Greene ..........................................................................................................26
TROCANDO O BULLYNG PELA CULTURA DE PAZ
MariaSeltaPereira
Rosimeyre Rodrigues de Sousa ......................................................................................27
UMBANDA E CANDOMBLÉ NO CURRÍCULO ESCOLAR: UM DIÁLOGO
PARA A PAZ
Francisco Artemiro Araujo da Silva
Patrícia Pereira de Matos
Sergio Murilo Batista Barros ..........................................................................................28
VIOLÊNCIAS RELIGIOSAS E OS CULTOS AFRO-BRASILEIROS: UM
DESAFIO PARA EDUCAÇÃO
Adriano Ferreira de Paulo
Joselina da Silva .............................................................................................................29
EIXO 2
DIREITOS HUMANOS, COMUNICAÇÃO, MÍDIA E PAZ
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NAS REVISTAS EM
QUADRINHOS: PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO SOBRE DIREITOS
HUMANOS COM A TURMA DA MÔNICA NA ESCOLA PÚBLICA.
Ellen Lara Pereira Silva de Oliveira
Renata dos Santos de Oliveira ........................................................................................31
GÊNERO E ESCOLA: OS MARCADORES DE GÊNERO ATRAVESSADOS
NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Ana Patrícia da Silva Mendes Paton Viegas
Thábata Saunders Uchôa Craveiro .................................................................................32
A CRIAÇÃO DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS
HUMANOS NO ESTADO DO CEARÁ: A EDUCAÇÃO EM DIREITOS
HUMANOS COMO PRESSUPOSTO PARA A CONSECUÇÃO DA PAZ
POSITIVA DE JOHAN GALTUNG
Paloma Costa Andrade ...................................................................................................33
A EDUCAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE PODER PARA A CONSTRUÇÃO
DE UMA CULTURA DE PAZ
Paloma Costa Andrade ...................................................................................................34
DESENVOLVENDO A CULTURA DA COOPERAÇÃO DA UNIDADE E DA
CONSCIÊNCIA GRUPAL
Maria de Fátima Mendonça da Silva ..............................................................................35
EIXO 3
CULTURA DE PAZ, SAÚDE, ESPIRITUALIDADE E EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
REFLEXÕES SOBRE ESPIRITUALIDADE E O CAMPO RELIGIOSO
BRASILEIRO
Luciana de Souza Silva ...................................................................................................37
EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E CULTURA DE PAZ COM
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: LEITURA E ESCRITA COMO
EMPODERAMENTO
Pedro Marinho ................................................................................................................38
A CULTURA DE PAZ NA ESCOLA E O PROJETO “JUSTIÇA SOCIAL,
CULTURA DE PAZ E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: CAMINHOS
PARA UMA NOVA SOCIEDADE”
Maria da Cruz Soares da Cunha Laurentino
Maria do Carmo Alves do Bomfim ................................................................................39
REAPROVEITAMENTO DA AREIA DE FORMIGUEIRO EM FERTILIZANTE
NA HORTA ESCOLAR COMO CONTRIBUIÇÃO A EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Alice Leite Martins
Cristiane e Castro Feitosa Melo
Nadielly Vitória Martins da Costa ..................................................................................40
A EXPERIÊNCIA DO INSETICIDA NATURAL NA HORTA ESCOLAR COMO
CONTRIBUIÇÃO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Ana Waleska Jucá Guimarães
Cristiane e Castro Feitosa Melo
Raniele Ferreira do Nascimento .....................................................................................41
EMOÇÕES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA - PERCEPÇÃO
EM TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA
Luciana Rodrigues Cordeiro
Maria Neiara Assef Ribeiro.............................................................................................42
REIKI – COMO AMPLIAR A EFETIVIDADE DA APLICAÇÃO
Ângela Maria Alves e Souza
Luciana Rodrigues Cordeiro
Maria Fátima Maciel Araujo
Nildene Saraiva Menezes Marques de Lima ..................................................................43
STRESS DOCENTE: COMPREENDER E TRANSCENDER
Maria de Fátima Mendonça da Silva ............................................................................. 44
EIXO 1
ESCOLA, JUVENTUDES, EDUCAÇÃO PARA A
PAZ E VALORES HUMANOS
A ARTE COMO INSTRUMENTO PARA A CONTRUÇÃO DE UMA CULTURA
DE PAZ POR MEIOS DO PROJETO RAÍZES CULTURAIS DO PIBID-
PEDAGOGIA/UFC
Alan Abreu Noronha 1
Isa Holanda Mota 2
Maycon Meneses da Costa 3
Yara Letícia Alves Camelo 4
Este trabalho aborda sobre as manifestações artísticas desenvolvidas durante o projeto
“Raízes Culturais: Heranças e valores afro-brasileiros” que serviram de instrumento
para trabalhar a cultura de paz com as crianças, realizado pelos bolsistas do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID), subprojeto Pedagogia, na
UFC, em parceria com a escola Municipal Alvorada, no bairro Sapiranga, Fortaleza/Ce.
Objetiva-se apresentar diversas intervenções pedagógicas por meio das artes no
contexto da diversidade etnicorracial, suscitando reflexões acerca da importância do
ensino de artes e do trabalho com a cultura de paz no aprendizado das crianças. Para
isso, nos apoiamos nas reflexões teóricas trazidas por Matos (2007) e Duarte Júnior
(1991). O projeto atendeu alunos da educação infantil e do1º e 2º anos do ensino
fundamental, promovendo ações lúdicas articuladas ao processo de inserção dos alunos
a cultura de paz. A metodologia englobou, além de estudos teóricos, atividades
envolvendo as artes plásticas, leitura e contação de histórias de origem africana, bem
como atividades relacionadas a valores humanos. O projeto contribuiu de maneira
significativa para a promoção de uma cultura de paz por meio da ação conjunta entre
PIBID e escola, tendo como sujeitos ativos os professores e as crianças. Vimos o quanto
a arte se torna significativa quando o professor e a escola a valorizam em sala de aula,
conscientes de que ela contribui para o desenvolvimento do olhar crítico e sensível da
criança. As atividades artísticas propostas trouxeram elementos que suscitaram nos
alunos o despertar para outra visão de mundo. O projeto Raízes Culturais, nesse sentido,
foi criado com o propósito de trazer para os alunos o conhecimento sobre as nossas
raízes a partir de experiências artísticas que lhes conduziram ao ato de sentir o mundo e
as pessoas pelas suas próprias percepções e sentimentos, caminhos pelos quais a arte
proporciona.
Palavras chave: Cultura de Paz; Arte; PIBID.
1 Bolsista PIBID, Graduando em Pedagogia na Universidade Federal do Ceará 2 Bolsista PIBID, Graduando em Pedagogia na Universidade Federal do Ceará 3 Bolsista PIBID, Graduando em Pedagogia na Universidade Federal do Ceará 4 Bolsista PIBID, Graduando em Pedagogia na Universidade Federal do Ceará
A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA DE
EDUCAÇÃO EM VALORES HUMANOS E ESPIRITUALIDADE
Daniele Leal de Carvalho Sampaio 5
Manuela Lustosa Guerreiro 6
Há séculos o homem utiliza a contação de histórias como ferramenta educacional e
transmissão da cultura através da oralidade. No ambiente escolar esta tradição foi
incorporada. Segundo a Pedagogia Waldorf, a importância das histórias está além do
entretenimento e ludicidade, seus personagens, suas imagens e sua moral aportam um
simbolismo que remete as profundezas dos arquétipos humanos. Por isso é primordial
que os educadores sejam preparados para aprender a usufruir de toda a potencialidade
dessa preciosa ferramenta. Os valores humanos deveriam ser intrínsecos à infância, no
entanto foi observado durante o trabalho realizado na Casa José de Alencar com as
crianças de 7 a 10 anos do Instituto Beatriz e Lauro Fiuza, que alguns aspectos e valores
precisam ser trabalhados com os estudantes. O primeiro e mais urgente foi a aceitação
e respeito à diversidade. Para tanto, a equipe pedagógica composta por Daniele Leal e
Manuela Guerreiro elaborou as atividades baseadas na demanda identificada, criando a
História: “ Além da lenda do arco-íris”, a qual foi inspirada nos valores humanos, na
espiritualidade e Yoga. A história trata da importância da existência das diferenças e o
respeito mútuo. Cada animal, planta, pessoa, cor, têm a sua função, sua importância e
valor. Através da “Além da Lenda do Arco-íris” foram trabalhados também alguns
exercícios do Yoga: Os Pranayamas (exercícios respiratórios); Harmonizações, Ásanas
(posturas psicofísicas) e também foram apresentados de forma imagética os chakras.
Concluímos que a história estimulou profundas reflexões nas crianças acerca do
respeito, diferenças culturais, religiosas, biofísicas etc. e que seus arquétipos
permanecem influenciando no seu processo de desenvolvimento-aprendizagem
fomentando os valores humanos e a espiritualidade.
Palavras-chave: Pedagogia Waldorf; Contação de histórias; Desenvolvimento -
aprendizagem;Yoga.
_______________________
5 Instrutora de Hatha Yoga -Formada pelo Núcleo Sol; Iniciada em Krya Yoga de Babaji-KYB;
Graduanda do curso de Licenciatura em Pedagogia –UFC; Estagiária de Pedagogia do IBLF. 6 Graduada em Pedagogia pela UVA, Professora Waldorf pela FEWB, Psicopedagoga, Educadora
Biocêntrica e coordenadora pedagógica do IBLF
A MEDIAÇÃO CULTURAL NA BIBLIOTECA PÚBLICA PARA A CULTURA
DE PAZ E INTEGRAÇÃO SOCIAL
Alessandro Rasteli 7
Rosângela Formentini Caldas 8
Na contemporaneidade, o papel das bibliotecas se amplia quando colocado sob a
perspectiva da cultura, pois um dos entendimentos convencionais de uso da cultura é
seu direcionamento como recurso para a melhoria das condições sociais, como na
criação de tolerâncias multiculturais e de integração social. O tema da mediação cultural
readquiriu nas três últimas décadas bastante relevância nos discursos políticos e
programáticos que apelam à formação e atração de públicos para as artes e a cultura.
Esse apelo, associado ainda aos princípios da “democratização cultural”, traduz
igualmente as preocupações de sustentabilidade sentidas por agentes e instituições
culturais. A mediação cultural surge como proposta diante dos fenômenos sociais, na
qual se espera que o repertório cultural da coletividade seja transformado através da
apropriação cultural em contato com os bens simbólicos. Acredita-se que para uma
sociedade evoluir torna-se imprescindível o desenvolvimento de ações mediadoras pelas
instituições culturais com propostas para a inovação cultural, ampliando nossa
compreensão de multiculturalismo, de integração social, solidariedades, identidades,
patrimônios, abarcando também o fenômeno das imigrações. A pesquisa possui caráter
bibliográfico, refletindo acerca de autores que se fizeram pertinentes aos temas
abordados, para que se possa avançar na compreensão das bibliotecas enquanto
viabilidades na apropriação cultural através das ações mediadoras. Atualmente, a
atuação das bibliotecas escolares deve levar em conta aspectos como a difusão cultural,
o resgate e fortalecimento das identidades culturais, com ações de fomento à leitura, à
cultura e às artes, visando a cultura de paz, as tolerâncias, o desenvolvimento social,
cultural e educacional das comunidades.
Palavras-chave: Mediação Cultural; Biblioteca Pública; Biblioteca Pública; Cultura de
Paz; Integração Social.
____________________________
7 Doutorando no Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação – UNESP/Marília. 8 Professora doutora do Departamento de Ciência da Informação e do Programa de Pós-graduação em
Ciência da Informação – UNESP/Marília.
CARTOGRAFANDO ACONTECIMENTOS NO NÚCLEO MUNICIPAL
INTERSETORIAL DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA E PROMOÇÃO DA
CULTURA DE PAZ: O DIÁLOGO COM A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM
MOVIMENTO
Maria das Dores Lima 9
Maria Vilma Neves de Lima 10
Andrea Moreira de Alencar Bezerra Lima 11
Iracema de Oliveira Machado 12
Silvana Fernandes Rodrigues Gondim 13
Germana Elisa Santos Rochaz 14
Introdução: A violência interpessoal e autoprovocada constitui problema de saúde
pública relevante, requerendo articulação intersetorial. A análise da proporção de óbitos
segundo causa básica, no ano de 2015, mostra que as causas externas de morbidade e
mortalidade representam a segunda causa de morte em Fortaleza. Os dados de
morbidade registrados no VIVA -SINAN-NET confirmam a vulnerabilidade à violência
intrafamiliar por ciclo de vida. Portanto, reconhecendo que o enfrentamento da
violência demanda um modelo de atenção pautado na perspectiva de rede intra e
intersetorial, destaca-se a relevância da educação permanente com foco na atenção,
prevenção e promoção da cultura de paz, contemplando inicialmente as equipes de
profissionais que integram o Núcleo Municipal de Prevenção a Violência. Metodologia:
A formação está ancorada nas metodologias ativas focadas na problematização dos
cenários de práticas. O referencial teórico metodológico dialoga com a cartografia da
micropolítica do trabalho vivo aprofundado por Merhy e Franco com ênfase na
produção do cuidado e subjetividade em Saúde, bem como com os círculos de paz
preconizados por Kary Pranis. Resultados: Realizados seminários com as 06 Regionais,
focados na implantação da Rede Intersetorial de Atenção Integral e Cuidado às Pessoas
em situação de violência, com ênfase na cultura de paz; Sensibilização do Grupo de
Facilitadores do Núcleo Municipal focada na formação em rede; Círculos de Diálogo
com a equipe de profissionais multidisciplinares das Secretarias e Coordenadorias
Temáticas acerca da prática de notificação, redefinição de protocolos e fluxos e
compartilhamento de projetos afins; Construção da Plataforma para a formação dos
Núcleos Regionais. Conclusões: A formação potencializa o trabalho em rede nas 06
Regionais de Fortaleza, com foco em ações intersetoriais, pactuações de co-
responsabilidades e interlocução de saberes e afetos que fomente a cultura de paz e
reduza o índice de violência nos territórios.
Palavras-chave: Rede Intersetorial de atenção e cuidado; Educação permanente;
Núcleos Regionais; Círculos de Paz; Micropolítica do trabalho vivo.
_______________________
9 Psicóloga, Assistente Social, Especialista em Gestão da Clínica. Mestranda em Gestão em Saúde. 10 Enfermeira. Epidemiologista, Mestra em Saúde Pública, Articuladora do Núcleo Municipal de Prevenção a
Violência e promoção da cultura de paz. 11 Assistente Social. Especialista em Saúde Mental. Especialista na Estratégia de Saúde da Família e Comunidade.
Coordenadora do Núcleo de Integração, Articulação e Monitoramento da Coordenadoria Especial de Políticas sobre
Drogas. 12 Assistente Social. Especialista em Educação e Prevenção da Dependência Química e MBA em Políticas Públicas
Inovadoras. 13 Psicóloga. Especialista em Psicologia Social e Comunitária. Especialista em Psicologia Educacional e Escolar.
Técnica de Mediação de Conflito da Secretaria Municipal de Educação. 14 Graduada em Letras. Especialista em estudos literários e culturais. Especialista em Políticas e Gestão de Segurança
Pública. Mestranda em Planejamento e Políticas Públicas.
DIÁLOGO ENTRE EDUCAÇÃO E ESPIRITUALIDADE: UM CAMINHO PAR
A (AUTO) FORMAÇÃO HUMANA DE EDUCADORES EDUCANDOS
Maria Gorete Santos Jales de Melo 15
Cleane Marcelino de Souza 16
O presente texto tem a finalidade de colaborar com reflexões sobre a importância do
diálogo entre educação e espiritualidade como um dos caminhos para o processo de
desenvolvimento e formação humana, que vai além da cidadania; voltada de maneira
mais abrangente para a Educação do Ser integral, como um processo contínuo de
superação dos limites das potencialidades inerentes ao ser humano. Nessa perspectiva,
precisamos pensar e discutir sobre a Educação enquanto facilitadora da Formação e
Autoformação humana. Este estudo envolve a pesquisa documental e a bibliográfica,
visto que é permeado fundamentalmente por leituras de diversas fontes, tendo como
principais referências Paulo Freire e Ferdinand Rohr. Buscamos esboçar nossa
compreensão apoiando-nos nesses e em outros pensadores, a fim de desenvolver
algumas reflexões em torno da educação como veículo de transformação e formação
humana. Este esboço se justifica, tendo como objetivo destacar a importância de ampliar
a discussão e o diálogo entre Educação e Espiritualidade nos espaços educacionais, em
que se busca uma concepção de formação integral. Uma nova maneira de perceber o
homem e suas diversas potencialidades, buscando identificar a importância e a
contribuição dessa perspectiva de educação. Para tanto, há a necessidade de que as
escolas estejam atentas a “um olhar” interdisciplinar, fundamental para a educação de
nosso tempo, na busca de reunir esforços para a articulação no enfrentamento prático do
desenvolvimento das diversas dimensões e da dimensão espiritual, intrínseca a todo ser
humano.
Palavraschave: Educação; Espiritualidade; Formação humana.
_______________________
15 Mestranda em Ciências das Religiões pelo programa de PósGraduação em Ciências das Religiões da
Universidade Federal da Paraíba. Linha de pesquisa: Educação e Religião. Graduação em Pedagogia pela
mesma universidade. 16 Mestranda em Ciências das Religiões pelo programa de PósGraduação em Ciências das Religiões da
Universidade Federal da Paraíba. Linha de pesquisa: Educação e Religião. Graduação em Pedagogia pela
mesma universidade.
EDUCAR EN MEDIACIÓN COMO ESTRATEGIA DE PACIFICACIÓNEN EL
ÁMBITO ESCOLAR
Helena Pérez Beltrán 17
Ana Karine Pessoa Cavalcante Miranda 18
Los seres humanos, desde su nacimiento, son portadores de dignidad y derechos.No obstante,
con independencia del lugar del mundo en el que nos encontremos, los conflictos que dañan las
relaciones interpersonalesa menudo se gestionan a través de actos que atentan contra la dignidad
y los derechos de los demás.En pleno siglo XXI se hace necesario potenciar aquellas
metodologías que nos permitan transitar de una cultura de la discordia y la contienda a una
cultura del diálogo, de la colaboración, del respeto y, en definitiva, de la paz.La mediación está
demostrando ser una vía eficaz para gestionar de manera constructiva los conflictos sociales,
también los conflictos surgidos en contextos escolares.Los datos nos muestran que 03 de cada
10 estudiantes de las escuelas públicas brasileñas sufren violencia, ya sea verbal, física o
psicológica, y de estos casos, una gran parte podría haberse resuelto de manera sencilla, sin
burocracia ni procesos punitivos. En las escuelasconviven personas de distinto color, raza,
ideología, orientación sexual, clase social y posición política. Por ello, es necesario que haya
personas que puedan actuar como agentes facilitadores de la comunicación con el fin de ayudar
a gestionar conflictos potenciales surgidos en estos contextos.Este estudio tiene como objetivo
presentar y argumentar sobre la educaciónenmediación como estrategia para estimular la
convivencia pacifica en el ámbito escolar.Para ello realizamos un extenso estudio bibliográfico
y documental, en torno a la situación actual de España y de Brasil, que nos permite concluir
queeducar en mediación es educar en valores que posibilitan la cooperación, la convivencia
pacífica y el respeto a los derechos fundamentales de las personas.Por consiguiente, fomentar en
las escuelas un adecuado clima de interacción que favorezca el diálogo yel aprendizaje, facilita
que el alumnado consiga los objetivos académicos establecidos.
Palavraschave: Conflictos; Derechos; Educación; Mediación; Paz.
__________________________
17 Licenciada en Derecho por la Universitat Jaime I de Castellón (UJI). Máster en Mediación y gestión
eficiente de conflictos por la Universidad Cardenal Herrera (CEU) y el Ilustre Colegio de Abogados de
Valencia (ICAV). Técnica Superior de Investigación de la Cátedra de Mediación Policial "Ciutat de Vila-
real" de la Universitat Jaume I. Profesora-tutora en el Centro Asociado de la Universidad Nacional a
Distancia (UNED) en Vila-real. Docente en Mediación Policial en cursos de la Cátedra de Mediación
Policial "Ciutat de Vila-real". Coautora del libro “Mediación Policial: un oxímoron”.
Email: [email protected] 18 Abogada. Administradora de empresas con Especialización en Administración Pública. Mediadora.
Máster en Políticas Públicas y Sociedad en la Universidad Estadual do Ceará (MAPPS / UECE).
Estudiante de doctorado en Derecho y Ciencias Sociales de la Universidade Federal Fluminense (PPGSD
/ UFF) y en Derecho en la Universidad Jaume I (UJI). Especialista en Mediación Policial (UMEPOL /
España). Instructor del Consejo Nacional de Justicia (CNJ) en el área de la mediación judicial. Profesor
del Diploma de Posgrado en Mediación y Gestión de Conflictos en la Universidade de Fortaleza
(UNIFOR). Fundadora de ObservatórioMediação Brasil. Email: [email protected]
EDUCAÇÃO E PACIFISMO É POSSIVEL? REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE
QUESTÕES EDUCATIVAS.
Renata dos Santos de Oliveira 19
Ellen Lara Pereira Silva de Oliveira 20
O anseio do ser humano pela paz aumenta paulatinamente na nossa sociedade. Diante de
tal situação nos perguntamos qual o papel do educador em auxiliar os alunos a
viverem um mundo sem violência, estimulando-os a construir a democracia e direitos
humanos? Primeiramente deve-se mostrar através da vivência pessoal como é possível
desenvolver uma cultura de paz, verdade e ética, estendendo estes cuidados ao meio
ambiente. Isso deve partir de uma escolaridade pautada numa educação para os valores
humanos, ou seja, isso deve ser incentivado desde a tenra infância para que
continuamente possa através dos seus atos promoverem mudanças significativas no
meio em que convive. A metodologia desta pesquisa é bibliográfica, que é considerada
por Martins (2007) como uma “estratégia necessária para a condução de qualquer
pesquisa científica”. O referencial teórico encontra-se em Jares (2007) que defende o
educador como sendo o principal incentivador de uma cultura de paz. Tivemos como
resultado a reflexão de que o educador deve mediar momentos de discussões sobre a
minimização da violência entre os homens, para que os alunos se oponham ao uso da
força para combater o terrorismo e as guerras. Desta forma, os alunos desenvolverão
como meta semear mais respeito entre os diferentes e serem sensatos em solucionar
conflitos de forma mais branda. Concluiu-se que, a paz é dever de todos e, portanto, é
fundamental que a educação esteja em consonância com os pacifistas para que se
encontrem caminhos de construir um mundo sem guerra e sem fronteiras. No que se
refere especificamente ao educador, este deve considerar os alunos como sendo agentes
do conhecimento, propondo atividades pedagógicas que contribuam para formar um ser
humano consciente de sua existência e exigências do mundo, o que inclui não somente
compreender, mas também cumprir com os princípios humanísticos da Constituição
Federal.
Palavras-Chave: Pacifismo; Direitos Humanos; Educação.
_______________________
19 Graduação em Pedagogia (UFC) e pós-graduada em Gestão escolar e Coordenação Pedagógica (Fa7).
Atua como professora na Prefeitura de Maracanaú. 20 Professora da Rede Municipal de Fortaleza. Atualmente na função de Apoio à Novas Tecnologias.
Graduada em Pedagogia – UFC. Especialização em. Psicopedagogia Institucional e Clinica – FALC.
EDUCAÇÃO, DIVERSIDADE CULTURAL E VALORES HUMANOS: O
ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-INDÍGENA NA ESCOLA MARIA
JOSÉ MEDEIROS, EM FORTALEZA-CE
Paulo Sergio Barros 21
Virginia Gonfiantini 22
Kelma S. L. de Matos 23
Dois aspectos são bastante pertinentes no campo dos discursos e práticas escolares na
atualidade. Primeiro, a valorização da cultura de grupos sociais minoritários,
notadamente dos afrodescendentes e indígenas. Em segundo lugar, a temática da
inversão de valores humanos na sociedade, com reflexos na educação. Valores como o
respeito, a tolerância, a paz, etc. são pouco visíveis ou distorcidos, exigindo da escola
uma prática educacional inclinada para uma formação humana.O texto apresenta uma
pesquisa de doutorado em curso na Universidad Nacional de Rosario, e propõe um
diálogo entre os conceitos de valores humanos e educação para a diversidade,
enfatizando o ensino de história e cultura afro-indígena brasileira em uma escola pública
de ensino secundário.A metodologia adotada é qualitativa (etnográfica), porque há uma
relação subjetiva e intersubjetiva entre os atores sociais nela envolvidos e está
relacionada ao papel professional e afetivo do investigador com o tema. Assim, será
valorizada a interpretação das sociabilidades, das produções, dos sentimentos e das
vivências dos estudantes. Também usaremos a metodologia quantitativa, ao elegermos o
uso de questionários, objetivando dar conta dos aspectos estruturais e/ou atributos gerais
do conjunto dos estudantes, ou as razões/opiniões que eles têm acerca do tema
investigado. Por tanto, as técnicas usadas serão a observação participante (pelo
envolvimento e a identificação do investigador com a realidade investigada e a interação
entre o pesquisador e os membros representativos da mesma) e o uso de questionários
com estudantes, professores e gestores da escola. Nessa linha de raciocínio, cremos
compreender a problemática da pesquisa, ou seja, como a prática de valores humanos,
através do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena, promovem mudanças
nas sociabilidades estudantis, fortalecendo ou despertando valores que trazem ou
despertem na escola, e as transformações na realidade pessoal, escolar e de formação
cidadã global dos estudantes.
Palavras Chaves: Educação; Valores Humanos; História; Diversidade Cultural.
________________________
21 Graduado em História–UFC, Mestre em História – UFPE, Doutorando em Educação–Universidad
Nacional de Rosario/Argentina e professor da Secretaria de Educação do Estado do Ceará. 22 Professora Doutora da Universidad Nacional de Rosario/Argentina (Orientadora). 23 Professora Doutora da Universidade Federal do Ceará (Co-orientadora).
EDUCAÇÃO PARA PAZ: PROCESSOS COOPERATIVOS ENTRE
CONFLITOS E ACORDOS NO ENSINO DA ARTE NO COLÉGIO DA
POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ - CPMGEF –CE
Roberta Bernardo da Silva 24
Sentido. Meia volta. Esquerda-direita. Apresentar arma. Qual o lema do Colégio?
Disciplina e Educação! 1, 2, 3, 4, estudar é um barato, 4, 3, 2, 1, mas não é para
qualquer um. Este é um dos contextos da abertura das aulas no fundamental I do
CPMGEF-CE, orientadas por monitores militares. No entanto, o que é percebido em
sala de aula são crianças agitadas, violentas, desrespeitosas, gritando e com outros
conflitos entre si. Diante disto, enquanto professora de artes, desafiei-me a pensar uma
educação para a paz a partir do cooperativismo por quarenta e cinco minutos por
semana. Como uma criança ou adolescente pode cooperar tanto com a sua
aprendizagem quanto com a do/da seu/sua colega? Para isso, foi preciso estimular as
crianças e adolescentes a olhar para si, para o lugar que cada uma ocupa e para o colega.
Deste modo, os conflitos existentes tornaram-se um dos conteúdos das aulas de artes. E
para tentar construir outros modos de convivência no âmbito escolar, foi escolhido,
metodologicamente, praticar a percepção corporal, entender seus limites e
possibilidades, ativar a respiração e a escuta ativa. Assim, construindo tentativas de
diálogo, de troca, de uma comunicação não violenta. Vale ressaltar que esta prática é
uma tentativa, pois não é sempre que a proposta teve êxito, contudo, o ato de manter-se
sentado (a), parar, fechar os olhos, deixar os dois pés apoiados no chão e as mãos
pousadas sobre as pernas desperta estados corporais, que facilitam a escuta de cada
um/uma e quando os estudantes vão se comunicar a tonalidade da voz já não se
apresenta com tanta agressividade. Diante disto, esta prática é tida como uma ação
educativa para a paz e tem a pretensão de ser amadurecida juntamente com a
coordenação pedagógica escolar.
Palavras-chave: Cooperativismo; Educação para paz; Escuta ativa.
___________________________
24 Licenciada em Teatro pela UFC. Técnica em Dança. Professora de Teatro no CUCA Che Guevara –
Barra do Ceará, onde investiga juventudes, intervenção urbana e uma educação sensível a partir dos
saberes do corpo, com experiências poéticas de paz. Professora de artes no Colégio da Polícia Militar do
Ceará General Edgar Façó com foco no cooperativimo educacional. E-mail: [email protected]
HISTÓRIAS DE VIDA E FORMAÇÃO: TRAJETÓRIAS DE RESISTÊNCIA
Ana Maria Teixeira Andrade 25
Luiz Botelho Albuquerque 26
Este trabalho analisa Histórias de Vida que constroem a identidade Precista. O PRECE 27 surgiu
em Cipó, Pentecoste, em 1994, local invisível ao poder público. As políticas de agricultura e
educação eram ineficazes e obstáculos ao avanço dos sete primeiros estudantes. Percebi nesse
contexto uma violência simbólica através da desigualdade social, empecilho para os jovens
vislumbrarem um propósito maior em suas vidas. Para Bourdieu, essa violência significa
“formas de coerção que se baseiam em acordos não conscientes entre as estruturas objetivas e
mentais”. E que “o Estado é a posse do monopólio da violência física e simbólica”. (SANTOS,
2015, p.184). A partir de minha autoanálise, da análise de duas entrevistas e um memorial,
guiando-me pela metodologia das Histórias de Vida e orientação teórica de JOSSO (2004),
LANI-BAYLE (2008), BOURDIEU (2005,1986), vi práticas que mudaram essa realidade
excludente e que os estudos em grupo, a solidariedade e os afetos entre líderes e liderados,
foram solução aos problemas que impediam o crescimento igualitário de todos.
Palavras Chaves: Prece, História de Vida; Formação.
_________________________
25 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Ceará. 26 Co-autor: Orientador, professor doutor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará. 27 Em 1994 o grupo era uma iniciativa que não tinha nome – apenas seus participantes o chamavam “o
projeto”. Em 1998, o projeto foi registrado na Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará
como Escola Alternativa e feita a constituição estatutária da organização social nomeada de Projeto
Educacional Coração de Estudante. Em 2004, cria-se o Programa de Educação em Células Cooperativas e
passa a ter novo significado. Hoje, há uma ramificação da ideia original nomeada de Programa de
Estímulo à Cooperação na Escola, uma parceria entre a Universidade Federal do Ceará (UFC); a
Secretaria da Educação do Ceará (SEDUC/CE) e o Instituto Coração de Estudante (ICORES). É
conhecido, nacionalmente, como PRECE – um movimento de estudantes, de suas famílias com a
colaboração dos professores em geral – do ensino secundário e universitário.
MEDIAÇÃO ESCOLAR E CULTURA DE PAZ
Maria Cristiane Lopes da Silva 28
Francisca Eugênia Nogueira de Souza 29
Os conflitos fazem parte das relações sociais e estão presentes em todas as esferas e
instituições, dessa forma a escola é um espaço propício à vivência destes, por ser
permeada pela diversidade e complexidade de indivíduos sendo necessário intervenções
que viabilizem um ambiente harmônico. Pensando nesse sentido, dentre as várias
estratégias utilizadas para esse caminho, a mediação é o foco da criação da Célula de
Mediação Social e Cultura de Paz da Secretaria da Educação do Estado do Ceará –
SEDUC, que tem como objetivo implementar o projeto de mediação escolar como
resolução pacífica de conflitos e potencializar as ações voltadas para a construção da
Cultura de Paz no contexto escolar. As bases teóricas utilizadas abordam o pensamento
de Marshall Rosenberg com a referência da comunicação não-violenta e Belinda
Hopkins que trata dos princípios restaurativos nas escolas. A metodologia a ser
desenvolvida parte da técnica da mediação e os processos circulares, como meio de
construção de fortalecimento das relações sociais e educação para a paz. A presente
célula nasce com o intuito de obter resultados que potencializem projetos escolares de
promoção da Cultura de Paz e mediação de conflitos. Portanto, compreende-se ser
possível gestar os conflitos de forma diferenciada por meio da Cultura de Paz como um
pilar imprescindível à formação integral dos educandos.
Palavras-chave: Mediação; Escola; Cultura de Paz.
__________________________________________
28 Professora da rede pública estadual do Ceará. Bacharel em Serviço Social e licenciada em Filosofia
pela Universidade Estadual do Ceará -UECE. Especialista em Administração Escolar pela Universidade
Estadual Vale do Acaraú (UVA). 29 Professora da rede pública estadual do Ceará. Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale
do Acaraú - UVA. Especialista em Psicopedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA.
Especialista em Gestão Escolar pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR, acadêmica do Serviço Social
pela Universidade Estadual do Ceará –UECE.
NÓS SOMOS UM
Vera Lucia Rolim Salles 30
A participação de jovens e adolescentes de escolas públicas oriundos dos municípios de
Raposa (zona rural) e São Luís, capital do estado do Maranhão, como parte do projeto
Viva com paz resultou a produção de um vídeo intitulado Nós somos um. Uma das
etapas desse projeto foi provocar uma conversa sobre o racismo e o resultado foi o
empoderamento desses jovens que propuseram uma campanha arte-educativa nas
escolas. O objetivo do projeto é disseminar esse vídeo nas escolas públicas e
particulares realizando ampla mobilização de alunos destas escolas com a proposta de
uma campanha utilizando a arte como forma de sensibilizar os jovens sobre a questão
do racismo obedecendo um dos princípios da cultura de paz, que é a aceitação da
diversidade. O projeto Viva com Paz é uma parceria com o Comunicapaz, realizado com
jovens da Vila Embratel com apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do estado do
Maranhão e Universidade Federal do Maranhão e Instituto Maranhão Sustentável,
localizado no município da Raposa e colaboração de voluntários.
Palavras chave: empoderamento, jovens, racismo, cultura de paz.
______________________________
30 Professora doutora Vera Lucia Rolim Salles, mestrado Cultura e Sociedade (PGCULT), Universidade
Federal do Maranhão,coordenadora projeto Viva com Paz
O PROTEJO COMO PROPOSTA DE POLÍTICA PÚBLICA PREVENTIVA DA
VULNERABILIDADE E VIOLÊNCIA JUVENIL EM FORTALEZA
Francisco Armando Vidal 31
Mayara Gondim Porto 32
No Brasil, a discussão sobre violência é ampla e multissetorial. Os desafios são
constantes e as tentativas de mitigação parecem estar longe de alcançarem seus
objetivos. Desse ponto de vista, temos os jovens, que são bombardeados pela mídia dia
e noite, ora incentivados a consumirem, como se o bem-estar dependesse dessa prática,
ora desesperançados por não alcançarem de forma imediata as suas aspirações
influenciadas pela pressão capitalista. O jovem violento é censurado, pelo senso
comum, entre discursos de redução da maioridade penal e responsabilização, como se a
violência fosse inerente à juventude, esquecendo, dessa feita, do combate real às
múltiplas violências, que tem esse jovem como protagonista do resultado final em si –
autor e vítima. Pretende-se aqui investigar quem é esse jovem que sofre influência/ação
direta dessa violência, descobrir seu perfil e traçar um possível caminho para lidar com
a realidade desse quadro de violência juvenil que se agrava a cada década no nosso país.
Serão apresentados alguns dados indicadores revelados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), bem como dados constantes no Mapa da Violência
2014, com o objetivo de mapear e identificar quais os jovens que se encontram na zona
de vulnerabilidade em relação aos elevados índices de violência no país. Para promover
um processo de transformação social, faz-se necessário identificar, pontuar, trabalhar e
incluir os que estão expostos à violência. Nesse sentido, as políticas públicas que
operam medidas preventivas são de extrema importância. Para exemplificar esse tipo de
ação, apresenta-se o Projeto Proteção de Jovens em Território Vulnerável (Protejo),
programa do Governo Federal, e suas principais características como proposta para
minimizar à violência.
Palavras-chave: Violência; Educação; Projeto Social.
________________________
31 Formado em Geografia, especializado em Segurança Pública, mestrando em Planejamento de Políticas
Públicas(UECE).
32 Assistente Social.
PROJETO MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO: UM CAMINHO PARA A PRÁXIS
DA CIDADANIA ATIVA, EMPODERAMENTO E PROMOÇÃO DA CULTURA
DE PAZ
Nicoly Isabelly Pereira Freire 33
Ana Karine Pessoa Cavalcante Miranda 34
A Universidade de Fortaleza (UNIFOR), com base nos seus princípios institucionais e
sociais, desenvolve e mantém diversos programas e projetos voltados à prática da
responsabilidade social em prol das comunidades periféricas da cidade de Fortaleza-CE.
Entre esses projetos, destacamos o Projeto Mediação e Conciliação vinculado ao
Programa Cidadania Ativa, o qual busca, por meio de alunos-tutores e da professora-
orientadora, trabalhar com os discentes e a comunidade, de forma humanizada, a
temática da administração pacifica de conflitos, a partir dos institutos da mediação e
conciliação. O presente trabalho tem como objetivo apresentar e discorrer sobre a
evolução do Projeto Mediação e Conciliação na perspectiva organizacional, comunitária
e política desde a sua criação no ano de 2013 até os dias atuais. Para tanto, realizou-se
um vasto levantamento bibliográfico e documental, além de pesquisa de campo a partir
da observação dos sujeitos (professor-orientador, alunos e comunidades), das atividades
desenvolvidas durante as ações sociais e da difusão do Projeto em eventos acadêmicos e
institucionais, no período de 2013 a 2016. Nesse estudo, podemos verificar o
desenvolvimento das potencialidades do Projeto, que expandiu e ultrapassou as suas
fronteiras ao firmar parcerias com organizações e pessoas em nível nacional e
internacional por meio da produção científica e das ações sociais desenvolvidas. Nesse
sentido, podemos concluir que o Projeto Mediação e Conciliação tem desenvolvido
atividades e ações voltadas para favorecer o processo de empoderamento pessoal e
coletivo do corpo discente participante e dos indivíduos das comunidades assistidas,
instigando-os a refletirem sobre as possibilidades de recorrer ao diálogo como um
caminho para gerir os conflitos e para ampliar a promoção da cultura de paz em seu
meio social.
Palavras-chave: Universidade; Comunidade; Cidadania; Mediação
______________________
33 Graduanda do Curso de Direito da Universidade de Fortaleza-UNIFOR. Monitora da disciplina de
Soluções Extrajudiciais de Disputas do Curso de Direito da Universidade de Fortaleza-UNIFOR.
Estagiária do Tribunal de Justiça do Ceará. Artigos publicados na área de mediação. E-mail:
[email protected] 34 Mestre em Políticas Públicas e Sociedade (MAPPS/UECE). Doutoranda em Direito e Sociologia
(PPGSD/UFF). Professora da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Professora-orientadora do Projeto
Mediação e Conciliação no Programa Cidadania Ativa na Universidade de Fortaleza - UNIFOR. E-mail:
PROJETO DE EDUCAÇÃO EM VALORES HUMANOS (EVH): PROMOVENDO O
DESPERTAR DO PROFISSIONAL DA SAÚDE
Rita Maria Greene 35
O presente projeto foi realizado utilizando o Programa de Educação em Valores Humanos de
Satya Sai Baba. Este trabalho teve como objetivo, demonstrar como a prática dos Valores
Humanos no trabalho pode transformar o comportamento, a comunicação e a saúde dos
profissionais da área de Saúde. O projeto foi realizado no Hospital Pediátrico CAC (Centro de
Atendimento a Criança Lucia de Fátima R.G. Sá), da Rede Pública Municipal da cidade de
Fortaleza, Ceará durante os anos de 2008 e 2009. O Hospital tem 300 funcionários, 40 leitos
para internação, serviço ambulatorial e emergência 24 horas. Foram realizadas visitas
diagnósticas, a partir das quais foram traçados os objetivos do Projeto de aplicação do
Programa de EVH (Educação em Valores Humanos). O projeto teve como objetivo principal
promover ações visando melhorar o nível de integração Corpo-Mente-Espírito, a consciência
dos cinco Valores Humanos e uma nova maneira de ver o mundo. Este objetivo se subdividiu
em objetivos específicos: analisar os fatores que geram doenças e agravos na saúde do
trabalhador; propor ações educativas em saúde, usando terapias de conscientização em EVH; e
oportunizar o processo reflexivo para o trabalhador. A partir destes, propôs-se um trabalho de
reeducação em saúde com a aplicação do Programa de EVH, visando uma maior integração
entre funcionários e profissionais, buscando melhor qualidade de vida de forma integral e
consciente, promovendo mudanças relativas à reconstrução de estilos de vida. Foram realizadas
oficinas utilizando os Valores Humanos: Amor, Verdade, Retidão, Paz Interior e Não Violência,
a fim de alcançar uma mudança natural de consciência com os funcionários. Ao fim das
atividades do Programa, concluiu-se que muitas mudanças aconteceram, as relações
interpessoais ficaram mais amorosas, os funcionários mais felizes, sorridentes e saudáveis.
Todos os setores passaram a trabalhar de" mãos dadas"(sistema cooperativo), a autoestima
melhorou e hoje pode-se dizer que o CAC é um hospital transdisciplinar, porque passou por um
trabalho de auto compreensão, reeducação e edificação do caráter, desabrochando em cada um
seu lado Divino, porque esse é o único elemento capaz da verdadeira transformação. Os
resultados obtidos por este projeto superaram as expectativas da diretoria do hospital, dos
funcionários, e profissionais da área de saúde que participaram.
PALAVRAS-CHAVE: Educação e Valores Humanos; Profissionais de Saúde; Cultura de Paz;
Medicina Integrativa à Saúde.
_________________________
35 Especialista em Naturologia Aplicada pela UNISUL. Diplomada em Educação em Valores Humanos.
E-mail: [email protected]
TROCANDO O BULLYING PELA CULTURA DE PAZ
Maria Selta Pereira 36
Rosimeyre Rodrigues de Sousa 37
Introdução: o projeto “Trocando o Bullying pela Cultura de Paz” surgiu a partir dos
conflitos na hora do recreio, com a presença de atos que promoviam o bullying nos
grupos pertencentes. Foi a partir das observações dessa realidade que sentimos a
motivação para promoção da cultura de paz na perspectiva da Construção de um diálogo
de paz e solidariedade. Ampliando a reflexão para ações atitudinais na abordagem dos
valores humanos, éticos e pacifismo comunitário. Tendo como objetivo conhecer e
ressignificar os valores culturais do pacifismo, como também os valores humanos,
respeitando os direitos de todos como pessoas dignas de seus atos e ações coletivas anti-
bullying para resgate de uma coletividade saudável e harmônica. Metodologia: Pesquisa
de campo, sendo complementada com a bibliográfica. Os participantes são alunos do 2º
ao 5º ano da EM Francisca de Abreu Lima, que utilizaram a área de observação e os
próprios registros, como também o envolvimento com as atividades pedagógicas
propostas. Resultado: um novo olhar, uma nova reflexão e compreensão no ambiente
escolar, demonstrando essa reflexão através das atitudes e ações concretas.
Conscientização da significação do Bullying, a intolerância com outro olhar.
Reconstituindo os conceitos e o valor de paz coletiva, adquirindo assim novos
conhecimentos e desenvolvendo novas percepções no seu dia a dia. A comunidade
escolar foi bastante solidária na colaboração para o desenvolvimento das atividades e
envolvendo-os no processo de socialização-reflexão diária, partiam dos participantes
sugestões de soluções para as situações problemas, que vieram a contribuir bastante. As
apresentações e participações nos depoimentos de vivência na hora do debate foram
satisfatórias nos resultados esperados.
Palavras-chaves: Bullying; Cultura de Paz; Alteridade.
_______________________
36 Professora da Rede Municipal de Fortaleza. Graduada em Pedagogia (UVA) - Especialização em
Ciências da Religião (ICRE). Esp. Em Gestão Educacional (UFSM). / Esp. Psicopedagogia Institucional e
Clinica (FALC), Esp. Psicomotricidade Numa Abordagem Clinica e Educacional – UECE. Esp.
Educação, Pobreza e Desigualdades Socais_UFC/UNB. (andamento) 37 Professora da Rede Municipal de Fortaleza. Graduada em Pedagogia (UVA) - Especialização
em Gestão Escolar.
UMBANDA E CANDOMBLÉ NO CURRÍCULO ESCOLAR: UM DIÁLOGO
PARA A PAZ
Patrícia Pereira de Matos 38
Francisco Artemiro Araújo da Silva 39
Sergio Murilo Batista Barros 40
Este artigo relata a experiência exitosa de estudos, pesquisas e debates sobre um
currículo escolar que respeita e valoriza a diversidade religiosa no cotidiano. Um
projeto de trabalho que ousou refletir sobre posturas pedagógicas que são proselitistas e
negam a religiosidade e suas culturas e tradições históricas, fomentando com essas
posturas exclusão e violência. Sabemos que a escola é laica, mas também sabemos que é
fato que essa laicidade não se efetiva ocasionando assim um desconforto nas relações
escolares. O que pretendemos com esse artigo é revelar que conversar sobre respeito à
diversidade religiosa não está atrelado à conversão religiosa e sim a um processo de
convivência amorosa e pacífica.
Palavras-chaves: Umbanda; Candomblé; Currículo; Musicalidade; Formação
_______________________
38 Patrícia Pereira de Matos, pedagoga, assessora pedagógica da coordenadoria de igualdade racial de
Fortaleza, escritora de literatura infantil. [email protected] 39 Francisco Artemiro Araújo da Silva, étnicomusicológo, assessor técnico da coordenadoria de igualdade
racial de Fortaleza 40 Sergio Murilo Batista Barros, professor formador da Secretaria de Educação de Maracanaú,
Coordenador do Festival Afro-Arte [email protected]
VIOLÊNCIAS RELIGIOSAS E OS CULTOS AFRO-BRASILEIROS: UM
DESAFIO PARA A EDUCAÇÃO
Adriano Ferreira de Paulo 41
Joselina da Silva 42
O objetivo deste trabalho está focado em expor os dados de uma pesquisa de Mestrado
em Educação da UFC (Faced) sobre violências religiosas encontradas em algumas
escolas públicas da periferia de Fortaleza, no Ceará, ao abordar a temática das religiões
de matriz africana no ensino de História. Esta pesquisa tem sua relevância por trazer à
discussão a problemática da não convivência pacífica entre alguns alunos adeptos de
crenças religiosas diferentes, o que se torna um entrave para a aprendizagem, como
também, vemos importância por ser um trabalho que atende ao que é estabelecido na lei
10.639/03. Nosso embasamento teórico discorre em Bourdieu e Passeron (1975),
Candau (2008), Caputo (2012), Certeau (1996), Freire (1992), Gomes (2005), Mc Laren
(2000), Munanga (2005), Petit (2015), Prandi (1998) e Sodré (2012). Esta pesquisa é do
tipo qualitativa, nossa metodologia foi norteada pela Pesquisa Etnográfica, em Ludke
(1986) e André (1986) e pela História Oral, a partir dos conceitos de Le Goff (1994).
Utilizamos como procedimentos metodológicos: análises bibliográficas, documentais,
entrevistas e questionários nas escolas pesquisadas. A demarcação espaçotemporal são
05 escolas públicas localizadas no bairro Grande Bom Jardim (Siqueira, Bom Jardim,
Granja Lisboa, Granja Portugal e Canindezinho), analisando os dias atuais, e nossos
sujeitos, que foram alunos e professores.Os resultados mostraram que ações de
violência religiosa entre alunos e professores são comuns quando a temática religiosa
entra em sala de aula, e ficou evidenciado como alarmante alguns posicionamentos da
Renovação Carismática Católica com outras crenças, como as religiões de matriz
africana. Acreditamos que o debate, a desmistificação do tema, tendo como auxílio na
educação o ensino de História, relacionando aspectos religiosos e sociais, seus ganhos e
perdas para a formação do Brasil, trará contribuições para a educação com maiores
significações multicultuais.
Palavras chave: Ensino de História; Religiões de matriz africana; Educação;
___________________________________________
41 Doutorando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Educação,
da Universidade Federal do Ceará (UFC).Graduado em História (UECE). E-mail: [email protected] 42 Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ); Professora do
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade
Federal do Ceará (UFC). E-mail: [email protected]
EIXO 2
DIREITOS HUMANOS, COMUNICAÇÃO, MÍDIA E
PAZ
A CRIAÇÃO DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS
HUMANOS NO ESTADO DO CEARÁ: A EDUCAÇÃO EM DIREITOS
HUMANOS COMO PRESSUPOSTO PARA A CONSECUÇÃO DA PAZ
POSITIVA DE JOHAN GALTUNG.
Paloma Costa Andrade 43
O estudo que defende a educação em Direitos Humanos apresenta-se como uma ferramenta na
construção da paz em sua acepção positiva. Por meio do método dedutivo e da investigação
indireta, utilizando como fontes de pesquisa doutrinas internacionais e nacionais, tem por
escopo, por meio da pesquisa qualitativa, evidenciar a relevância da educação em Direitos
Humanos para a construção da paz. Para tanto, parte-se da teoria de Johan Galtung para se
conceituar a paz. Para o autor, a paz negativa pressupõe a paz apenas como a ausência de
guerras, não levando em consideração aspectos como violações de direitos humanos e
expressões da desigualdade social 44. A paz positiva, por sua vez, vincula-se a elementos como:
justiça, direitos humanos, democracia e não-violência, almejando a consecução de uma justiça
social 45. Por fim, pauta-se na necessidade de criação de um Plano Estadual de Direitos
Humanos para o Estado do Ceará, partindo-se da concepção de que a consecução da paz está
intrinsecamente relacionada com a educação em Direitos Humanos.
Palavras-chave: Teoria da paz de Johan Galtung; educação em Direitos Humanos; paz positiva.
____________________________
43 Mestranda em Direito Constitucional pela Universidade Federal do Ceará, graduada pela referida
Universidade com período de mobilidade acadêmica na Universidade de Coimbra, na Universidade de
Valladolid e na Academia de Direito Internacional de Haia; [email protected]. 44 GALTUNG, Johan. Twenty-Five Years of Peace Research: Ten Challenges and Some
Reponses, Journal of Peace Research, Oslo, v.22, n. 22, 1985. p.155. 45 GUIMARÃES, Marcelo. Educação para a paz na crise da metafísica: sentidos, tensões,
dilemas (Tese de Doutorado). Porto Alegre, RS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2003. p 25
A EDUCAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE PODER PARA A CONSTRUÇÃO
DE UMA CULTURA DE PAZ
Paloma Costa Andrade 46
Analisa-se a educação como expressão de poder para a construção de uma cultura de paz. Para
tanto, por meio do método dedutivo, e da investigação indireta, utilizando como fontes de
pesquisa doutrinas internacionais, objetiva-se, por meio de uma pesquisa qualitativa, evidenciar
a relevância da educação como poder para a construção da paz. Para tanto, perfaz-se uma
delimitação conceitual das teorias do poder, elucidando o poder condicionante como aquele
instrumental para a construção da paz. Analisa-se a Cultura de Paz, por meio de sua delimitação
conceitual e panorama histórico. Por fim, evidencia-se a relevância da educação para a paz na
construção da sociedade. Utiliza-se como referencial teórico as três as acepções de poder de
Galbraith: o poder condigno, o compensatório e o condicionado 47. O recorte epistemológico
circunscreve-se ao poder condicionado, que seria aquele exercido mediante a transformação de
uma crença ou convicção. Para este, a persuasão ou a educação seriam os fatores que levariam o
outro à submissão à vontade alheia. Para se conceituar Cultura de Paz, parte-se de referenciais
internacionais como Gerhardt e documentos internacionais. Por fim, defende-se a educação
como melhor expressão de poder no combate ao fenômeno da violência exposto por Hannah
Arendt ao elencar o quanto a violência e a arbitrariedade foram consideradas corriqueiras,
terminando, por fim, por serem banalizadas e desconsideradas.
Palavras-chave: Teorias do poder; educação; cultura de paz.
_______________________
46 Mestranda em Direito Constitucional pela Universidade Federal do Ceará, graduada pela referida
Universidade com período de mobilidade acadêmica na Universidade de Coimbra, na Universidade de
Valladolid e na Academia de Direito Internacional de Haia; [email protected].
47 GALBRAITH, J.K. A anatomia do poder. São Paulo: Rioneira, 1999, p. 4-6.
DESENVOLVENDO A CULTURA DA COOPERAÇÃO DA UNIDADE E
DA CONSCIÊNCIA GRUPAL
Maria de Fátima Mendonça da Silva 48
Os jogos cooperativos na educação e em diversas áreas da atividade humana podem
contribuir para o desenvolvimento da Cultura da Cooperação, da Unidade e da
Consciência Grupal. Contou com as contribuições de Freire (1989), Zabala (1998),
Orlick (1989), Alarcão (2001), Broto (2002). Este trabalho abrangerá alguns subsídios
teóricos para trabalhar com os jogos cooperativos, atividades e dinâmicas em grupo.
Enfocando oferecer apoio e ajuda aos demais; trocar recursos e materiais dados para as
atividades; ajudar a vencer dificuldades e limitações; compartilhar questionamentos;
reflexões e entendimento par a tomada de decisões; desenvolver a confiança mútua;
aumentar a comunicação; despertar a alegria e a felicidade; liberar a angústia e o
estresse. Objetivou despertar e desenvolver o prazer de trabalhar em grupo. Construir
criar e modificar o contexto, bem como ser a mola propulsora que incita uma
aprendizagem interessante norteada pelo engendramento de sua autonomia, identidade e
vínculos afetivos duradouros. A metodologia utilizada foi uma abordagem qualitativa
descritiva, onde foram realizadas várias oficinas e formação continuada com os sujeitos
participantes de Congressos nacionais e internacionais cursos em escolas públicas e
particulares workshop e simpósios. O projeto encontra-se em constante execução com
resultados satisfatórios e espera-se que promova uma melhoria na convivência,
contribuindo para uma cultura de paz, educação e transformação tentando vencer os
desafios que a vida nos impõe na atualidade. Para finalizar, é necessário colocar o papel
da Escola na formação do cidadão. A formação desse novo sujeito implica uma escala
de valores éticos, de inclusão, de solidariedade, de justiça, de aceitação do diferente e de
transformação social e pessoal. E para que isto ocorra depende de cada um de nós ou
melhor, de todos nós.
Palavras Chave: Cooperação; Consciência Grupal; Cultura de paz.
_________________________
48 Graduada em Educação Física pela Universidade Católica do Salvador; Pós-graduada em
Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade de Artes do Paraná; Especialista em Pilates pela
Faculdade Gama Filho e Mestre em Supervisão Pedagógica e Formação de Professores pela Universidade
de Coimbra – Portugal. E-mail: [email protected]
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NAS REVISTAS EM
QUADRINHOS: PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO SOBRE DIREITOS
HUMANOS COM A TURMA DA MÔNICA NA ESCOLA PÚBLICA.
Ellen Lara Pereira Silva de Oliveira 49
Renata dos Santos de Oliveira 50
A escola Municipal Papa João XXIII, de Fortaleza- CE tem como filosofia básica os
princípios humanísticos contidos na constituição Federal, levando em consideração a
realidade da comunidade a qual atende. Os professores buscam desenvolver as
atividades pedagógicas à luz do Construtivismo de Piaget, que tem a pretensão de
formar um homem consciente de sua existência e das exigências do mundo, preparando-
o para a vida, através de propostas de formação cidadã e educação em Valores humanos.
Nesta perspectiva, compreende-se que o aluno é um ser pleno e agente do
conhecimento, portanto foram avaliados em todas as atividades e momentos que
participaram, observando-se os diversos aspectos do desenvolvimento de suas
competências e habilidades. A metodologia utilizada considerou uma abordagem
qualitativa descritiva, onde foram realizadas oficinas de produção de histórias em
quadrinhos e vídeos educativos realizados na sala de Recursos Visuais da escola. O
referencial teórico está pautado no Estatuto da Criança e Adolescente-ECA (2011) e nos
Parâmetros Curriculares Nacionais-PCNs (1997). Na produção das histórias em
quadrinhos, buscou-se a promoção da imaginação e criatividade, assim
como a compreensão dos Valores humanos. O projeto contou com a participação
coletiva dos educandos, que através da produção de novas histórias protagonizadas
pelos personagens da turma da Mônica puderam ter maior compreensão de valores
como paz, justiça, liberdade e outros. O Projeto teve como objetivo ampliar o
conhecimento do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) para todas as séries do
Ensino Fundamental dessa escola, refletindo o conteúdo que direciona ao
reconhecimento dos direitos e deveres de um cidadão para a cultura de paz no ambiente
escolar.
Palavras-chaves: Formação cidadã; ECA; Paz; Valores Humanos
__________________________
49 Professora da Rede Municipal de Fortaleza. Atualmente na função de Apoio à Novas Tecnologias.
Graduada em Pedagogia – UFC. Especialização em. Psicopedagogia Institucional e Clinica – FALC. 50 Renata dos Santos de Oliveira- Graduação em Pedagogia (UFC) e pós-graduada em Gestão escolar e
Coordenação Pedagógica (Fa7). Atua como professora na Prefeitura de Maracanaú.
GÊNERO E ESCOLA: OS MARCADORES DE GÊNERO ATRAVESSADOS
NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Thábata Saunders Uchôa Craveiro 51
Ana Patrícia da Silva Mendes Paton Viegas 52
A violência de gênero no ambiente escolar – a qual inclui assédio verbal ou sexual,
punição física e bullying - tem afetado a educação de cerca de 246 milhões de meninas e
meninos anualmente, segundo dados da Unesco 53. Considerando esta realidade e
alinhado com a proposta de cultura de paz (JARES, 1999) – sobretudo no que diz
respeito às lutas pela promoção de igualdade de gênero, solidariedade e tolerância –,
este artigo se desafia a identificar e compreender dispositivos organizacionais que nas
práticas escolares estão marcados pelas distinções de gênero. Precisamos de teorias que
nos permitam articular outros modos de pensar gênero em que mais do que reverter ou
confirmar hierarquias do sexo, busquemos promover encontros entre homens e
mulheres que se reconhecem como diferentes em gênero, mas iguais em direitos
humanos, pois são sujeitos de uma história que precisa ser reescrita, não de forma ímpar
e em separado, pois não existem dois mundos: um dos homens e outro das mulheres.
Existe o mundo, onde homens e mulheres coabitam e enfrentam desafios, obstáculos
desiguais pela diferenciação de sexo. Além do conceito de cultura de paz, trabalhamos o
conceito de gênero segundo o caráter fundamentalmente social das distinções baseadas
no sexo, de Joan Scott (1990), ademais utilizam-se os estudos de Guacira Louro (1997)
para teorizar as relações de gênero atravessadas na escola que, a partir do seu currículo,
constitui uma rede de distinções entre meninos e meninas. Após a realização de
observação em locus escolar, verificou-se que o fazer pedagógico está impregnado de
práticas de diferenciação de gênero baseadas em preconceitos, sexismo e homofobia.
Espera-se que este trabalho possa oferecer subsídios para pensar os sutis mecanismos
implicados na construção da identidade de gênero, o papel da escola nesse processo e a
necessidade de construir práticas pedagógicas que promovam a discussão sobre a
igualdade de gênero e consequentemente a vivência da cultura de paz.
Palavras-chave: Gênero; Identidade; Cultura de paz
___________________________________________
51 ThábataSaunders Uchôa Craveiro – Pós-graduanda em Educação Infantil e Letramento (UCAM).
Graduada em Pedagogia (Universidade Federal do Ceará). Professora da rede Municipal de Fortaleza.
[email protected] 52 Ana Patricia da Silva Mendes Paton Viegas. Coordenadora da prefeitura municipal de Fortaleza.
Pesquisadora do grupo cultura de paz, juventudes e docentes, mestranda em educação pela
[email protected] 53 UNESCO. Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos. 2015. Disponível em:
<http://en.unesco.org/gem-report/>. Acesso em 22 de nov. 2016.
EIXO 3
CULTURA DE PAZ, SAÚDE, ESPIRITUALIDADE E
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A CULTURA DE PAZ NA ESCOLA E O PROJETO “JUSTIÇA
SOCIAL, CULTURA DE PAZ E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
CAMINHOS PARA UMA NOVA SOCIEDADE”
Maria da Cruz Soares da Cunha Laurentino 54
Maria do Carmo Alves do Bomfim 55
A construção de uma Cultura de Paz na Escola exige de seus atores e suas atrizes uma prática
com uma visão holística e uma perspectiva sócio-histórico-cultural. Neste sentido, apresentamos
neste estudo experiências de construção de práticas educativas para a paz em uma escola de
Ensino Médio de Tempo Integral, em Teresina (PI), desenvolvidas no segundo semestre de
2015, materializadas no projeto intitulado “Justiça Social, Cultura de Paz e desenvolvimento
sustentável: caminhos que levam à direção de uma nova sociedade”, executado na escola, cujas
ações foram realizadas por estudantes do segundo ano do Ensino Médio, utilizando estudos
temáticos, com debates em sala de aula, palestras dirigidas à comunidade escolar e exposição
aberta ao público. Ao final dessa experiência, os estudantes e uma parte considerável da
comunidade escolar decidiram e enfatizaram a necessidade de assumirem permanentemente
uma postura de cuidar e valorizar a si mesmos, cuidar dos outros e do próprio planeta, como um
todo. As/os jovens compreenderam que elas e eles, como portadoras/es de potenciais suficientes
e com certa competência para agir individual e coletivamente, sentem-se responsáveis pela
participação da luta em defesa de uma vida justa e saudável das atuais e das próximas gerações,
tendo como norte principal a efetivação de bases concretas para o cumprimento de ações de
justiça social, de desenvolvimento sustentável e respeito aos Direitos Humanos.
Palavras-chave: Cultura de Paz; Justiça Social; Desenvolvimento Sustentável; Direitos
Humanos.
_______________________
54 Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Mestra em Educação (UFPI).
Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Professora Assistente, Dedicação
Exclusiva, na (UESPI). Integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Cidadania
(NEPEGECI) e do Observatório das Juventudes (OBJUVE)/UFPI. Membro do Núcleo de Estudos,
Extensão e Pesquisas Educacionais (NEEPE/UESPI). E-mail: [email protected] 55 Doutora em História e Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Filosofia
(PUC/SP). Especialista em Planejamento Educacional pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Licenciada em História pela Faculdade Católica de Filosofia do Piauí (FAFI) e em Pedagogia, pela UFPI.
Professora da área de Fundamentos Históricos e Culturais no Departamento de Fundamentos da Educação
(DEFE). Atua nas linhas de pesquisa Formação de Professores e Práticas Educativas, Educação e
Diversidades (DEFE/PPGEd/UFPI). Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas “Educação, Gênero
e Cidadania (NEPEGECI)”. E-mail: [email protected]
A EXPERIÊNCIA DO INSETICIDA NATURAL NA HORTA ESCOLAR COMO
CONTRIBUIÇÃO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Cristiane e Castro Feitosa Melo 56
Ana Waleska Jucá Guimarães 57
Raniele Ferreira do Nascimento 58
O combate as formigas cortadeiras (Saúvas) na horta da Escola, com o uso de inseticida
natural, tem como principal objetivo analisar a contribuição da experiência para a
educação ambiental, tendo como protagonistas os alunos da Escola Nilson Holanda no
processo de conscientização, espiritualidade, comparativo social e na formação humana.
Toda a experiência desenvolveu-se no espaço da Escola, no qual o trabalho de geografia
foi essencial ao combinar, sequencialmente, a sociedade das formigas cortadeiras
comparando-a com a sociedade humana e, em seguida, desenvolver um inseticida
natural à base de um produto da natureza, Angico (Anadenanthera macrocarpa). Os
alunos foram os protagonistas desde a sua produção até a aplicação do mesmo, que com
a iniciativa de cada um, no processo de cultivar a horta, bem como desenvolver a
cultura de paz entre os estudantes da escola e área circunvizinha, considerada zona de
periferia da cidade de Fortaleza, no momento em que eles levam a questão “de educação
para a paz”, “de ser solidário”, “da doação”, “da natureza” trabalham em equipe, assim
como as formigas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso
etnográfico e sob o ponto de vista metodológico, adotou-se a observação in loco do
protagonismo e das condições originais da área para aplicação e fotografia. Realizou-se
a produção de um inseticida natural, que controla as formigas e não causa danos
ambientais. Os resultados evidenciaram que a geografia em conjunto com a educação
ambiental fortalece a inovação e, a produção brotada nesse princípio é o componente
social responsável pelo aumento da formação e das ações humanas, o que vem a
facilitar a tomada de consciência em relação à responsabilidade tendo como base a horta
da escola e a sociedade local, mostrando o esforço pessoal e coletivo nessa
conscientização.
Palavras-chave: Inseticida Natural; Protagonismo Juvenil; Educação Ambiental;
Cultura de Paz; Formigas Cortadeiras.
__________________________
56 Doutora em Geografia – PROPGEO/UECE. Professora de Geografia Prefeitura de Fortaleza.
57 Aluna do Ensino Fundamental II (8º ano) da Escola Municipal Nilson Holanda
58 Aluna do Ensino Fundamental II (8º ano) da Escola Municipal Nilson Holanda
EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E CULTURA DE PAZ COM
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: LEITURA E ESCRITA COMO
EMPODERAMENTO.
Pedro Marinho 59
Trata-se de um relato de experiência no programa Residência Integrada em Saúde pela
Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS/ESP-CE) em ação Intersetorial com a Secretaria
de Cultura do Estado do Ceará (SECULT) no desenvolvimento de estratégias em
promoção da saúde, educação e cultura com a população em situação de rua na Praça do
Ferreira em Fortaleza. Fruto do desemprego, pobreza e outras diversas situações de
violação dos direitos sociais, essa condição é cada vez mais presente. Entre setembro e
outubro de 2016, diversas ações foram realizadas. Uma das crianças presentes nas
vivências solicita aprender a ler e escrever, desde então a presença livros, revistas,
textos, literatura de cordel, canetas e cadernos, permeada pelos afetos catalizadores,
possibilitaram a expressão do saber individual e grupal. A leitura de imagens, o contato
com os objetos de leitura e os espaços de escuta e conversa sobre o que se sabe, foi uma
experiência fora da rotina de sofrimento psicossocial experimentado no cotidiano das
ruas. A temática da paz enquanto palavra geradora começou a ser trabalhada nas rodas
de conversa e nas atividades expressivas. Promover justiça social como elemento
importante para a construção de uma cultura de paz atua em paralelo com a promoção
da leitura e escrita do mundo que nos rodeia e a possibilidade de práticas educacionais
libertadoras. Leitura, escrita e cuidados como ferramentas para esperançar desejos,
objetivos e empoderamento.
Palavras-chave: Educação Popular em Saúde; Cultura de Paz; Leitura e Escrita.
____________________________
59 Terapeuta Ocupacional, especialista em Saúde Mental Coletiva pela Escola de Saúde Pública do Ceará.
EMOÇÕES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA - PERCEPÇÃO
EM TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA
Luciana Rodrigues Cordeiro 60
Maria Neiara Assef Ribeiro 61
Introdução: a terapia comunitária integrativa (TCI) tem como objetivo proporcionar um
espaço para falar as inquietações das pessoas, com a finalidade de evitar doenças e
estimular o participante a resolver suas questões através do empoderamento promovido
pelo raciocínio crítico e vivências dos outros participantes. Metodologia: este é um
relato de experiência, a coleta de dados ocorreu nas escolas de Ensino Fundamental
Jacinto Botelho e Zélia Correia, entre os meses de agosto a novembro de 2017. Foram
realizadas 12 rodas de Terapia Comunitária, participaram em média 12 alunos, nas
faixas etárias de 10 a 16 anos. Resultados: durante a atividade da TCI, os alunos
apresentaram suas inquietações. A maioria sofre de abandono, sente raiva de parentes,
amigos e familiares, sofrem com a violência, referindo medo de sair de casa, têm medo
de familiares, por ameaça de agressões físicas. A ansiedade leva a automutilação e
desejo de morte. Conclusões: percebemos a necessidade de realização de ações capazes
de promover a Cultura de Paz nas escolas, a TCI é uma destas ações, por abrir espaço
para o diálogo e troca de vivências entre a comunidade escolar.
Palavras chaves: Terapia Comunitária Integrativa; escola; emoções; adolescentes;
crianças.
_________________________
60 Enfermeira de ESF de Fortaleza, Terapeuta Holística.
REFLEXÕES SOBRE ESPIRITUALIDADES E O CAMPO RELIGIOSO
BRASILEIRO
Luciana de Souza Silva 62
O empenho teórico deste texto é refletir sobre o perfil das representações religiosas no campo
religioso brasileiro, se apropriando dos conceitos bourdieunianos como: habitus e campo. A
exploração dessa temática pretende contribuir para uma interpretação sociológica conforme as
categorias de Pierre Bourdieu. Em última análise, o texto busca compreender a configuração do
campo religioso brasileiro, sistematizando os embates que ocorrem no campo do sagrado, as
estruturas e relações, como também a significativa produção e reprodução de bens simbólicos,
característica de uma sociedade secularizada que retorna ao sagrado, porém de maneira
autônoma com relação às instituições religiosas tradicionais. Neste sentido, esse texto se propõe
a contribuir para uma discussão sobre os caminhos da espiritualidade brasileira e refletir como
sua tessitura foi sendo desenvolvida. Para isso, adotamos alguns passos que foram necessários
para esta reflexão. Primeiramente, a apropriação das concepções sociológicas de alguns autores,
em particular, Bourdieu e Mircea Eliade, através da qual o texto busca traçar uma trajetória para
se compreender como a espiritualidade ou as experiências religiosas têm sido encaradas na
contemporaneidade e como o sagrado tem se revelado presente nesta sociedade, caracterizada
por um modelo social construído a partir de vivências históricas, políticas e culturais do povo
brasileiro. E nesta esteira de pensamento, Bourdieu tem uma importante abordagem quando se
refere à propriedade do campo a qual denomina: Habitus. Para mais se compreender a noção de
habitus, dentro do campo religioso brasileiro, será necessário articular a disputa, a história do
jogo, as concepções e seus interesses. A tentativa é buscar, a partir das reflexões de Bourdieu
um entendimento sobre as contradições dos especialistas que estudam o campo religioso, da
própria composição do contexto brasileiro. A proposta desse texto, portanto, é oferecer uma
leitura reflexiva sobre a peculiaridade do campo religioso brasileiro e como ele se configura nos
tempos atuais.
PALAVRAS-CHAVE: Espiritualidade; Sagrado; Campo Religioso Brasileiro; Habitus.
_________________________
62 Especialista em Ciências da Religião pelo Instituto de Ciências da Religião (ICRE), Pedagoga pela
Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Coordenadora Pedagógica da Rede Municipal de Fortaleza.
REIKI – COMO AMPLIAR A EFETIVIDADE DA APLICAÇÃO
Luciana Rodrigues Cordeiro 63
Ângela Maria Alves e Souza 64
Nildene Saraiva Menezes Marques de Lima 65
Maria Fátima Maciel Araújo 66
Introdução: o Reiki é uma técnica terapêutica de imposição de mãos oriunda do Japão e
utiliza símbolos para captar a energia universal. Muitos estudos demonstram que o Reiki
apresenta melhor efeito quando é aplicado no mínimo três vezes no receptor. Durante
uma pesquisa de mestrado, foi possível concluir que uma aplicação pode provocar
efeitos no corpo, mente e espírito ao inserir a técnica da respiração focada no Tanden
junto com a terapia. Metodologia: Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), a partir
da observação da respiração do paciente, percebeu-se alteração do ritmo respiratório e
foi realizada a orientação da respiração centrada no Tanden. Resultados: A intervenção
com Reiki, como cuidado de enfermagem, junto com o ensino da técnica de respiração,
promoveu melhora de funções fisiológicas dos sistemas cardiovascular e nervoso.
Verificou-se satisfação, bem-estar, relaxamento e redução dos níveis de estresse; houve
influência na saúde funcional e nos estados neurocognitivos, estímulo a espiritualidade,
além de melhora no autocontrole e nas relações sociais. Conclusão: Reiki é uma terapia
simples, porém completa para o aumento da qualidade de vida e promoção da Cultura
de Paz.
Palavras chaves: Reiki; Respiração; cuidado de enfermagem; bem-estar; Cultura de Paz
_______________________________
63 Enfermeira de ESF de Fortaleza, Terapeuta Holística.
64 Docente Departamento Enfermagem – UFC.
65 Agente Saúde Prefeitura Municipal de Fortaleza.
66 Docente Departamento Enfermagem – UFC
REAPROVEITAMENTO DA AREIA DE FORMIGUEIRO EM FERTILIZANTE
NA HORTA ESCOLAR COMO CONTRIBUIÇÃO A EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Cristiane e Castro Feitosa Melo 67
Alice Leite Martins 68
Nadielly Vitória Martins da Costa 69
O reaproveitamento da areia de formigueiro, rico em nutrientes, e essenciais para a
fertilização do solo na horta da Escola tem como principal objetivo analisar a
contribuição da experiência para a educação ambiental, tendo como protagonistas os
alunos da Escola Nilson Holanda no processo de conscientização, espiritualidade e na
formação crítica e sócio-ambiental. Toda a experiência desenvolveu-se no espaço da
Escola, no qual o trabalho de geografia foi essencial ao desenvolver um fertilizante
natural à base de areia de formigueiro, areia comum e esterco de gado. Os alunos foram
os protagonistas desde a sua produção até a aplicação do mesmo, que com a iniciativa
de cada um, no processo de cultivar a horta, bem como desenvolver a cultura de paz
entre os estudantes da escola e área circunvizinha, considerada zona de periferia da
cidade de Fortaleza, no momento em que eles levam a questão “de saúde”, “de
espiritualidade”, “da doação”, “da natureza” trabalham em equipe, para a produção de
hortaliças-folha (alface, cebolinha, coentro, salsa), hortaliças-fruto (tomate, pimentão) e
ervas medicinal (capim-santo, erva-cidreira, alfavaca). Trata-se de uma pesquisa
qualitativa do tipo estudo de caso etnográfico e sob o ponto de vista metodológico,
adotou-se a observação in loco do protagonismo e das condições originais da área para
aplicação e fotografia. Realizou-se a produção de um fertilizante natural, que fortalece o
solo e não causa danos ambientais. Os resultados evidenciaram que a geografia em
conjunto com a educação ambiental fortalece a inovação e, a produção brotada nesse
princípio é o componente social responsável pelo aumento da formação e das ações
humanas, o que vem a facilitar a tomada de consciência em relação à responsabilidade
tendo como base a horta da escola e o reaproveitamento dos recursos naturais,
mostrando o esforço pessoal e coletivo nessa conscientização.
Palavras-chave: Fertilizante Natural; Protagonismo Juvenil; Educação Ambiental;
Cultura de Paz; Formigas Cortadeiras.
___________________________
67 Doutora em Geografia – PROPGEO/UECE. Professora de Geografia Prefeitura de Fortaleza.
68 Aluna do Ensino Fundamental II (8º ano) da Escola Municipal Nilson Holanda
69 Aluna do Ensino Fundamental II (8º ano) da Escola Municipal Nilson Holanda
STRESS DOCENTE: COMPREENDER E TRANSCENDER
Maria de Fátima Mendonça da Silva 70
Este estudo tem a intenção de compreender e fornecer algumas estratégias para a transcendência
do stress docente. A partir do conceito de stress como processo resultante do desequilíbrio
dinâmico entre sujeito e meio profissional, investiga o imaginário social dos docentes sobre sua
profissão e seu percurso de vida, trazendo como referência autores que discursam sobre o
assunto em pauta. A pesquisa adota a metodologia da investigação qualitativa. A técnica
utilizada é o estudo de caso, buscando compreender os fenômenos na perspectiva dos sujeitos
investigados e os fatores desencadeadores do stress no docente. A coleta de dados foi feita
através de entrevista realizada com vinte e um docentes, sendo sete do ensino primário, sete do
ensino secundário e sete do ensino superior de Instituições públicas localizadas em Salvador-
Bahia-Brasil. Procurou-se investigar se o stress atinge os docentes nos diversos níveis de ensino,
analisar sintomas físicos e psicológicos nos docentes que ocasionam consequências emocionais
e afetivas, registrar as repercussões psicológicas das tensões provocadas pelo stress que deixam
marcas profundas no ser humano, reduzindo sua motivação, criatividade e a autoestima. Diante
de tal situação, o que pode ser administrado? Controlar sintomas, colocar-se alerta aos sinais
fisiológicos que acompanham uma reação de stress. Além disso, o trabalho de
autoconhecimento, través de técnicas psicoterápicas, e de terapias alternativas, exercícios
físicos, diversas modalidades esportivas. Urge, pois, um novo modelo de formação docente e
políticas públicas que encorajem o docente a atender todas essas demandas, preservando a sua
saúde física, mental e emocional como também de seu desenvolvimento e crescimento pessoal,
como sujeito desejante que pensa, sente, reflete e convida seus pares a percorrer caminhos,
tecendo novas tramas na rede de sustentação de possíveis construções e reconstruções de uma
sociedade mais saudável, humana e igualitária.
Palavras Chaves: Stress; Educação; Docente
__________________________
70 Graduada em Educação Física pela Universidade Católica do Salvador; Pós-graduada em
Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade de Artes do Paraná; Especialista em Pilates pela
Faculdade Gama Filho e Mestre em Supervisão Pedagógica e Formação de Professores pela Universidade
de Coimbra – Portugal. E-mail: [email protected]