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GESTãO DE CUSTOS HOSPITALARES

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1GEStãoDE CuStoS

HoSPItALArES

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ÍNDICE

1. Introdução

2. MEtodoLoGIA dE CuStEIo AdotAdA nA FHEMIG

3. o SIStEMA dE GErEnCIAMEnto doS CuStoS

HoSPItALArES nA rEdE FHEMIG – SIGH CuStoS

4. o SIGH CuStoS

5. CuSto E o MAPA EStrAtÉGICo

6. CuSto PArA dECISão – dAS PoSSIBILIdAdES

7. CuStoS – rESuLtAdoS

8. GLoSSÁrIo

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APrESEntAção do PrESIdEntE

APrESEntAção

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APRESENTAÇÃO DO PRESIDENTE

O complexo dia a dia da gestão hospitalar nos leva, em vários momentos, a um comportamento mecânico na execução de tarefas ou na tomada de decisões. Não se trata de uma decisão consciente de agir sem as melhores reflexões, mas sim da interferência do conjunto das funcionalidades de um hospital sobre a nossa capacidade de melhor agir e decidir.

Basta imaginar! Um hospital é um conjunto de organizações. Aqui, gerenciamos alimentação, lavanderia, segurança, conservação e limpeza, esterilização de materiais, farmácias, laboratórios, suprimentos, manutenção de equipamentos, recursos humanos multiprofissionais, enfim, uma enormidade de fatores que, se adequadamente integrados, permitem uma assistência de qualidade.

Transformar ciclos viciosos em ciclos virtuosos não é tarefa fácil, mas motivados pelos desafios propostos pelas diretrizes do Governo de um “Estado para Resultados” e confiando na capacidade das nossas equipes em aperfeiçoar o processo gerencial é que apostamos e pactuamos como meta da Agenda Setorial da Saúde o desenvolvimento de um Sistema de Custos no âmbito da Fhemig.

Melhor conhecer a dinâmica dos nossos custos hospitalares, na dimensão dos processos, das unidades e até mesmo de cada atendimento, era essencial para que pudéssemos “fazer mais com menos”, otimizando cada Real do nosso orçamento em prol do atendimento ao cidadão.

O SIGH-Custos é uma realidade. Desenvolvido e já implantado, nos permite reflexões e análises comparativas entre o desempenho de nossas unidades e outros hospitais públicos ou privados do País.

Com esta publicação, queremos reconhecer os esforços das equipes envolvidas nesta caminhada. Demonstrar de forma simples e amigável a base conceitual e metodológica do sistema de custos da Fhemig, tornando-o referência para outras instituições hospitalares e, por fim, estimular nossos gestores e trabalhadores a utilizarem o SIGH-Custos como ferramenta diária de trabalho, capaz de qualificar ainda mais nosso processo de gestão administrativa e assistencial.

Luís Márcio Araújo RamosPresidente da Fhemig

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APRESENTAÇÃO

“Plantar carvalhos? Como se já se decidiu que somente

eucaliptos sobreviverão?

Plantar tâmaras, para colher frutos daqui a cem anos?

Como, se já se decidiu que todos teremos de plantar

abóboras, a serem colhidas daqui a seis meses?”

Rubem Alves

As mudanças na administração pública são um processo e como tal, exigem um

período de maturação. Neste raciocínio, entende-se que o processo não se iniciou

a curto prazo e nem está findado. Este paradigma vem sendo alterado considerando

o novo foco de gestão publica para resultados. A busca pela eficiência e maior

responsabilização da utilização dos recursos públicos, com a maior transparência, com

visibilidade, norteiam o novo foco de gestão publica.

A análise de custos e suas implicações econômicas na área de saúde é hoje um

dos grandes focos de estudo. Este interesse tem sido alimentado pela preocupação

com a elevação crescente dos gastos em saúde. A medida que a responsabilidade e

a demanda pelo sistema de saúde público tem aumentado e a disponibilização de

recursos não tem ocorrido na mesma extensão, temos sido forçados a reexaminar os

benefícios e custos de nossas ações para assegurar que haja uma alocação eficiente

dos recursos.

Neste sentido, a FHEMIG, tem conduzido uma política de integração de várias ações,

nos campos assistencial e administrativo, culminando na gestão racional dos recursos

disponíveis direcionada à ampliação e à qualificação do acesso à assistência.

O Sistema de Gerenciamento dos Custos Hospitalares, alinhado à macro diretriz do

Governo de Minas de “Estado para Resultados”, constitui ferramenta de fundamental

importância nessa política, uma vez que subsidia tomadas de decisões gerenciais.

Esse Sistema permite, respeitando-se as peculiaridades e o perfil de cada Unidade

Assistencial, a análise e a comparação de custos de produtos e serviços entre os

hospitais da rede e destes com o de outras instituições, gerando assim informações

importantes para a melhoria de processos e da qualidade e eficiência dos serviços

prestados.

Os primeiros resultados do Sistema de Gerenciamento dos Custos Hospitalares

já podem ser observados. Porém, não devem servir como único determinante nas

decisões da FHEMIG no difícil processo de planejar serviços de saúde. Entretanto, esse

processo de análise permite identificar e mapear problemas e oportunidades para o

uso e aplicação de soluções, além de permitir que se investigue a efetividade, os custos

e os impactos do uso de tecnologias na rede FHEMIG. Essas análises podem auxiliar na

seleção das intervenções mais efetivas, a custos menores, e agregar elementos para

alterações e aprimoramento da assistência na instituição, aumentando a eficiência

dos serviços e a qualidade dos cuidados em saúde prestados nas nossas Unidades

Assistenciais.

A elaboração deste material busca contribuir para instrumentalizar os gestores da

FHEMIG com material básico e acessível sobre custos. Ele visa ainda facilitar a análise

e a compreensão das informações geradas pelo SIGH Custos de forma a torná-las

ferramenta de rotina no processo gerencial.

Com isto, não se pretende que este seja apenas um material didático e sim que

indique parâmetros e definições que auxiliem a todos na FHEMIG a entender o

porque a gestão de custos é de fundamental importância para a assistência, nas

dimensões da qualidade, efetividade e eficiência. Espera-se também que possa se

somar aos vários esforços que vem sendo empreendidos por todos na instituição para

o cumprimento da sua missão.

Josiano Gomes Chaves

Diretor de Desenvolvimento Estratégico e Pesquisa

Márcia Mascarenhas Alemão

Chefe do Serviço de Custos

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1. INtroDução

A implantação do Sistema de Gerenciamento de Custos Hospitalares surgiu

da necessidade de resposta a perguntas comuns na FHEMIG:

• quanto custa a assistência praticada nas Unidades Assistenciais

da rede FHEMIG?

• Quanto custa o paciente internado?

• Quanto custa uma diária de UTI? E aquela cirurgia? E aquele

exame?

• Quanto custa a manutenção de um tomógrafo? De um aparelho

de raio-X? De um respirador? Do mobiliário? Da energia

elétrica? Devemos comprar ou fazer aqui dentro? Devemos

fazer nós mesmos ou terceirizar?

• Podemos fazer mais e melhor com os recursos que dispomos?

A procura por respostas a estas e muitas outras perguntas, levou a direção

da FHEMIG a implantar o Sistema de Gerenciamento dos Custos Hospitalares

– o SIGH Custos. Além disso, a importância dos custos pode ser percebida,

entre outras razões, considerando o que foi pactuado na Agenda Setorial do

Choque de Gestão da Secretaria de Estado da Saúde, ou seja, “aprimorar o

sistema de controle de custos dos hospitais da FHEMIG”. Isto tem sido feito.

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O aprimoramento da gestão de custos, incluindo aí o controle, eleva a

utilização das informações geradas pelo SIGH Custos para muito além do

objetivo tradicional – cortar custos. Assim, o sistema mostra também onde

podemos melhorar o nosso desempenho, ou o processo ou o produto e

possibilita negociações de valores pagos pelos serviços pelo ministério da

Saúde (MS), dentre outras aplicações. Vamos tentar mostrar isto ao longo do

texto.

Sabemos que geração de informações possibilita a tomadas de decisões

estratégicas e gerenciais na FHEMIG com ganhos de resultado locais e

gerais. A apuração dos custos dos produtos e serviços e a avaliação dos seus

resultados vão contribuir para a redução do grau de incerteza nos processos

decisórios. Isso sem perder de vista a otimização do uso dos recursos

disponíveis e a melhor funcionalidade e qualidade dos produtos oferecidos e

serviços prestados, objetivos permanentes da FHEMIG na busca da excelência.

No intuito de comunicar, facilitar a compreensão e alinhar as informações

relativas ao gerenciamento dos custos da FHEMIG elaboramos este material

“saúde não tem preço.. mas tem custos”. Sabemos que a consolidação e o

sucesso deste processo depende da conscientização de que o objetivo maior

da FHEMIG é a assistência mais segura e eficiente com uma utilização mais

eficiente dos recursos públicos.

O SIGH Custos, pode-se dizer, é uma parte de um trabalho mais abrangente.

Visando concretizar e enraizar o uso gerencial e estratégico das informações

e, conseqüentemente, uma busca de desempenho e resultados significativos,

a FHEMIG adotou um programa amplificado, capaz de promover a

sensibilização, o envolvimento e as mudanças pretendidas nos sistemas de

informação, nos processos de trabalho e, por que não dizer, nos próprios

servidores. Este programa envolve ainda o Observatório de Custos e Oficinas

que serão apresentados mais adiante.

A dificuldade de medir os custos é algo comum, notadamente na administração

pública. Esta dificuldade tem várias razões. Dentre elas destacam-se:

- certo desconhecimento dos mecanismos de levantamento dos

custos de produtos e de serviços.

- O julgamento antecipado de que é muito trabalhoso e, ao mesmo

tempo, difícil e complicado controlar, acompanhar e tomar decisões

que envolvam os custos dos produtos e serviços.

- Um pensamento de que o trabalho com custos não melhora a

assistência fortalecido pelo dito de que saúde não tem preço.

Ressaltamos que o domínio dos custos não está restrito apenas ao controle

dos números ou dos valores gastos, muito embora seja esta uma etapa

inicial e fundamental para a obtenção do domínio do conhecimento. E o

conhecimento dos custos permite utilizar de forma mais racional os recursos

disponíveis, ou seja, permite direcionar os esforços da instituição naquilo que

agrega valor e melhora a qualidade da assistência.

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Custo? Afinal de contas, o que é isto?

Para introduzir o conceito de Custo vamos considerar inicialmente três

perspectivas. Entendemos que isso ajuda a otimizar nossa comunicação.

Inicialmente, apesar de ser de domínio público, a palavra Custo é muito

utilizada de forma inapropriada. Um exemplo claro desta afirmação é a forma

que a utilizamos para saber o preço de alguma coisa. Nossa pergunta mais

convencional é: quanto custa? Ora, todos nós sabemos, preço e custo são

coisas diferentes. Salvo raras exceções, o preço tem que ser maior do que o

custo ou não há como continuar entregando o produto ou serviço. No setor

privado, grosso modo, o preço envolve o custo, assim como outros gastos,

mais as margens de lucros. Por outro lado, o termo custo também é usado

de forma qualitativa. Quando a usamos para indicar grau de dificuldade: por

exemplo, custa muito para chegar até lá.

Outra perspectiva relevante, que também é de domínio público e precisamos

saber lidar, trata do fato de que toda vez que mencionamos a palavra custo,

imediatamente esboçamos uma reação de enfado. Isso é comum. Os nossos

ouvidos já se preparam para ouvir algo do tipo: temos que fechar a torneira

após lavarmos as mãos, temos que apagar a luz após sairmos da sala, temos

que reutilizar o papel impresso, etc. Isso, claro, é muito importante, mas,

gerenciar custos e cortar custos são ações muito distantes e não excludentes.

Aqui, vamos buscar fortalecer a idéia de gerenciar custos.

Este ponto nos transporta imediatamente a uma terceira perspectiva

que merece ser destacada aqui: o SIGH Custos também engloba perdas,

depreciações e investimentos e não apenas custos. Veja que, se por um lado,

dizemos que custo não deve ser confundido com outros conceitos, por outro

lado, dizemos que o SIGH Custos não discrimina os outros conceitos em seu

nome. Uma boa razão para isso, talvez por que o enfoque prioritário, ao se

considerar o gestor, seja a gestão estratégica e gerencial dos gastos como

um todo.

O objetivo deste material é resgatar, da forma mais amigável possível, a

importância da informação de custos no dia-a-dia como ferramenta de suporte

à tomada de decisão gerencial e estratégica e não meramente como forma

de controle e de corte. No caso da FHEMIG significa, em última instância,

como utilizar as informações de custos de tal forma que consigamos prestar

a melhor assistência, utilizando da forma mais racional possível, os recursos

que estão a nossa disposição.

Informações de custos têm duas características fundamentais: 1) simplicidade

e, 2) importância. Logo, pretende-se mostrar também que o entendimento dos

custos é muito mais simples do que se imagina. Vamos tentar mostrar que o

gerenciamento e uso das informações de custos são importantes e envolvem

sua aplicação como indicador de performance, indicador de desempenho, de

produto, de processo, etc. Portanto, é simples e importante.

Por fim, antagonicamente, muitas vezes para se cortar custos é preciso

gastar antes. Veja o exemplo do carro velho. Se o carro gasta muito com

manutenção, a primeira coisa que pensamos é comprar um novo, mesmo que

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isso custe um pouco mais a princípio. Com isto, visamos não apenas economia

na manutenção a médio e longo prazos, mas, também, a confiabilidade, o

conforto e a segurança na utilização do carro novo. É claro que o mesmo

estudo se aplica a decisões gerenciais e estratégicas.

Como??

Em última instância, o que temos que buscar com a gestão dos custos é o

maior valor pelo dinheiro. Isto é essencial, principalmente na área de saúde,

onde os recursos são escassos e a competição por estes mesmos recursos é

acirrada. O Sistema Único de Saúde (SUS) não dispõe de recursos ilimitados.

Portanto, o dinheiro deve ser utilizado para gerar o máximo de valor possível

e com qualidade, de serviços e produtos para o paciente. Utilizar recursos em

ações direcionadas à assistência, seja por meio da busca de maior eficiência

no processo de compra, no processo de estocagem ou em treinamentos na

área assistência, agregam valor à nossa prestação de serviço. Reduzir as

ações com perda de material, de energia, vazamento de água, entre outros,

são ações primárias, mas que não agregam valor a nossa assistência e,

portanto, devem ser reduzidas. Devemos ir além, isto é, conseguir o maior

valor pelo dinheiro, ou seja, utilizar bem os nossos recursos para agregar valor

ao serviço junto ao paciente.

Veja que o que buscamos até aqui foi organizar o conhecimento acerca

de um assunto que todos já possuem. O caso do termo Custo-Benefício

também ilustra o que queremos dizer, ou seja, todos o conhecem, mesmo

que intuitivamente. Este conceito é traduzido popularmente por “compensa

ou não compensa?”.

Vamos agora dizer o que é Custo e também outros conceitos relevantes para

auxiliar o entendimento aqui, tais como gasto, desembolso, investimento e

perda.

Gasto é a palavra usada para representar genericamente os

investimentos, as despesas e as perdas, além dos custos. O desembolso e o

recebimento são palavras reservadas para, como o próprio nome diz, saída e

entrada de dinheiro na organização.

Investimento – o investimento é toda aquisição de equipamentos,

materiais (insumos) utilizados na prestação de serviços ou na produção de

um bem (produto), aquisição e/ou adequação de infra-estrutura (predial,

tecnológica), dentre outros, buscando um ganho maior de resultados.

Como exemplo de investimento podemos citar, também, a aquisição de um

tomógrafo ou de instrumental cirúrgico resultando em benefício maior para

a Assistência. Ainda, a adequação de uma UTI às normas técnico-sanitárias

é um investimento em direção ao bem-estar do paciente, a qualidade da

assistência e ao atendimento das exigências legais. Mas, lembre-se, não deixa

de ser gasto.

Depreciação – é uma forma de recuperação do valor do

investimento pelo uso. Por exemplo, o dinheiro gasto na aquisição de um

tomógrafo não pode ser definido como custo quando da sua aquisição ou

desembolso. De uma forma rápida aqui, na depreciação precisamos definir

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quanto tempo vai durar o aparelho, ou seja, sua vida útil. Então, dividimos

o valor pago pelo aparelho (mais sua instalação) pelo seu tempo de vida

útil para obtermos um valor anual de depreciação. O Fisco estabelece taxas

de depreciação e tempo de vida útil. Na FHEMIG, por estarmos trabalhando

com informações gerenciais, estamos incluindo o cálculo de depreciação nos

custos e baseando-nos na tabela de vida útil definida pelo Fisco. Isto, apesar

de não haver legislação específica sobre depreciação na administração

pública. No nosso caso, esta abordagem é valiosa na medida em que nos

possibilitaria recolocar o aparelho ao cabo de sua vida útil.

Desembolso – pagamento propriamente dito. O gasto

desembolsável faz com que o dinheiro saia da organização e vá para outra

organização ou funcionário, etc.

Perda – como o próprio nome diz, é o recurso financeiro dispendido

no consumo de um bem ou serviço consumido de forma anormal. Podem

ocorrer de forma não intencional ou como resultado da atividade produtiva

da organização. Estes gastos podem, às vezes, ser eliminados sem prejuízo da

qualidade ou quantidade dos produtos ou serviços gerados. Um tipo, até certo

ponto comum, de perda é o desperdício e tem que ser evitado. O material que

perde a validade no estoque pode ser considerado um desperdício. Ainda,

quando há necessidade de retrabalho, por exemplo, na repetição de um

exame de Raio-X feito de forma inadequada: leva à perda de todo o material

utilizado no primeiro exame, além do tempo dos profissionais envolvidos. Da

mesma forma, quando deixamos um ar condicionado ligado com todas as

janelas abertas, o valor a mais de energia elétrica gasto é considerado perda.

Resumindo, o desperdício deve sempre ser eliminado, quando isto não for

possível, que ele seja pelo ao menos minimizado.

Custo, de forma bem simples, é tudo que é gasto,

direta ou indiretamente, na produção de um bem (produto) ou na prestação

de um serviço.

Podemos dizer então que o gasto (por exemplo, o pagamento de medicamentos

ou o pagamento da folha de pessoal) só se transforma em custo quando é

utilizado para produzirmos um bem (produto) ou prestar um serviço. No caso

do medicamento, os gastos relativos à sua aquisição só se transformarão

em custo quando ele for efetivamente utilizado pelo paciente. Os gastos se

transformam na medida em que “caminham” na organização.

Podemos exemplificar um caso na FHEMIG acompanhando o “caminho” dos

medicamentos na rede.

Quando o medicamento entra para o estoque no almoxarifado o gasto com

ele é um INVEStIMENto.

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Quando ocorre o pagamento da Nota Fiscal deste medicamento acontece a

ação de DESEMBoLSo.

A utilização do medicamento pelo paciente internado transforma o gasto em

CuSto.

Por fim, caso ocorra um descarte de medicamento que excedeu o prazo de

validade, o gasto é uma PErDA.

Daí a necessidade de estabelecermos períodos de recolhimento de

informações e fechamento de relatórios. O levantamento de custos é gerado

mensalmente, considerando que identificamos um período de um mês para

levantamento das informações, definindo o que foi custo no período, isto é, o

que realmente foi utilizado pelo paciente no período.

Em alguns casos, ajustamentos são necessários para beneficiar as informações

geradas pelo sistema. Por exemplo, o custo de manutenção de equipamentos

feito por uma empresa contratada pela FHEMIG é um custo mensal, mesmo

que ocorram pagamentos de duas ou mais faturas, de forma acumulada,

em um único mês. Mesmo que não ocorra, também, pagamento em um ou

outro mês. O custo será lançado mensalmente, como se serviço tivesse sido

prestado e pago naquele mês especifico.

E o Hospital?

Um hospital é uma entidade muito complexa. Um hospital é um conjunto

de diversas organizações: restaurante, hotel, lavanderia, farmácia, clínicas,

estacionamento, laboratório, etc. Isto se observarmos o hospital apenas

quanto à sua infra-estrutura de funcionamento.

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B – Porque é difícil!Não, não é difícil. Lidar com as informações de custo é simples e importante.

O planejamento e controle dá trabalho, mas apenas no começo, pois será uma

novidade para quem nunca fez. Entretanto, a prática e o aprendizado será útil

em nossas vidas para sempre. O inicio da aprendizagem é mais desafiador.

É como andar de bicicleta. No inicio, temos dificuldades para equilibrar, não

raro algumas quedas, mas depois, o equilíbrio torna-se fácil e automático.

C – Porque não melhora a assistência.Esta afirmação é falsa. O planejamento e controle dos gastos permite o uso

otimizado dos recursos, promovendo a entrega do melhor produto a um

maior número de pessoas. É preciso saber usar o planejamento e controle de

forma a conhecermos o que vem acontecendo e, com isso, resolver problemas

ou melhorar ainda mais os processos assistenciais. Por exemplo, quando

sabemos como fazer um procedimento médico e temos indicadores de

custo associados a ele, podemos analisar se os resultados obtidos podem

ser otimizados e seus custos referenciados como um modelo para outros

procedimentos, com uma melhor forma de assistência. Indicadores de custos

devem ser estudados: um procedimento com custos excessivamente baixos

pode ser um indício de uma excelente atuação da equipe ou, ao mesmo

tempo, não estar sendo executado com a qualidade mínima necessária.

Por outro lado, custos elevados podem indicar desperdícios. Apenas a título

de ilustração, certa UA obteve a informação de que o sua refeição custava

cerca de dois reais. Esta informação mereceu atenção do gestor quanto ao

ótimo, ou seja, o SND estava com os custos otimizados e também quanto ao

péssimo, ou seja, a refeição estava abaixo da expectativa nutricional.

Um hospital também é, essencialmente, visível pelo fornecimento de serviço

assistencial. Para executar esse trabalho, os profissionais do hospital utilizam

materiais, produtos, serviços, componentes, etc. Muitas pequenas ações

internas precisam ocorrer para que o hospital possa atender à possibilidade

de assistir aos pacientes com maior qualidade. No caso da FHEMIG significa

atender uma maior quantidade de pessoas com um mesmo volume de

recursos, ou atender com uma qualidade melhor, ou, ainda, atender mais

pessoas com melhor qualidade. Desta forma, podemos prestar conta da

melhor utilização do dinheiro público.

Destas ações resultam, ou orientam, o planejamento e o controle. Neste

arranjo complexo, o hospital, então, destaca-se a necessidade do uso de

informações de custos nos processos de tomada de decisão para o nível

gerencial e estratégico.

Mas, se as informações de custo são importantes para a tomada de decisão e

solução de problemas, por que não temos o hábito ou costume de utilizá-las

no dia-a-dia? Algumas respostas são comuns a este questionamento:

A – Porque dá trabalho!É verdade, gerenciar dá trabalho. Planejar também dá trabalho. O que temos

que fazer é buscar ferramentas para facilitar o planejamento. O SIGH se propõe

a ser uma destas ferramentas facilitadoras. Ele disponibiliza as informações

para o planejamento e controle tão logo os dados sejam lançados.

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Classificação dos custos

Como já foi dito, a forma é bastante simples e de fácil compreensão. Os

custos podem ser classificados de diversas formas:

1. Em relação à quantidade de produtos ou serviços

prestados eles podem ser: Fixos ou Variáveis

Custos Fixos são aqueles cujo valor não se altera quando se

aumenta ou diminui a quantidade de produtos ou o volume dos

serviços produzidos em determinado período de tempo. Os custos

fixos existem mesmo que não haja produção. Por exemplo, não

importa se você atender 10, 20 ou 30 pacientes, o custo com a

segurança e com a iluminação, não irá alterar, eles são fixos no

período, no mês no nosso caso.

Custos Variáveis são aqueles cujo valor se altera quando se

aumenta ou se diminui a quantidade dos produtos produzidos

ou o volume dos serviços prestados. O melhor exemplo de custos

variáveis é aquele relacionado ao consumo de matéria-prima. Se se

produz 10, 20 ou 30 produtos, serão consumidos, respectivamente,

10, 20 ou 30 quantidades de matéria-prima necessárias para fazer

estes produtos. O aumento ou diminuição do número de raios-X

causa um aumento ou diminuição proporcional do consumo de

Afinal, porque estamos insistindo tanto na importância de se

conhecer os custos das Unidades Assistenciais?

A utilização de informações de custos como indicadores de resultados

alcançados, como indicadores de domínio de processos, como indicadores de

eficiência produtiva é muito mais importante do que simplesmente registrar e

mostrar os valores gastos. Entender essas informações obtidas e usá-las para

planejamento e controle gerencial é tudo o que é necessário para otimizar a

tomada de decisões estratégicas e gerenciais nas UA’s.

Já sabemos o que é custo e o que é gasto. Também ressaltamos sua

importância. Podemos agora buscar compreender o comportamento dos

custos.

É importante que se diga que os custos têm um comportamento que precisa

ser compreendido. Não vamos aqui abranger todas as formas que os custos

apresentam. Vamos apresentar apenas as duas que consideramos mais

importantes e, coincidentemente, as duas mais fáceis, ou seja, classificação

dos custos quanto o volume produzido e quanto à aplicação.

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chapas e reveladores, por exemplo.

2. Em relação à forma de aplicação: Diretos e Indiretos

Custos Diretos são os custos que são identificáveis diretamente

no produto ou no serviço. Muito simples, consegue-se identificar a

quantidade consumida ao se observar o produto sendo construído

ou o serviço sendo prestado. Exemplos típicos de custo direto são:

medicamento consumido e tempo dos profissionais envolvidos na

prestação do serviço.

Custos Indiretos, por sua vez, como o próprio nome diz, são os

custos que não tem possibilidade de identificação direta com o

produto ou com o serviço prestado. Um exemplo típico seria o custo

da iluminação do ambulatório ou da UTI. Ora, é impossível medir

o quanto cada produto ou serviço consumiu da iluminação geral.

O que se sabe é que todos os produtos ou serviços consumiram

um montante da iluminação geral. Neste caso, em que se sabe

que todos os produtos ou serviços consumiram uma quantidade

de iluminação para serem produzidos ou executados mas não se

sabe precisamente quanto, temos que idealizar um critério de

distribuição destes custos para estes produtos ou serviços. A este

critério de distribuição de custos damos o nome de rateio. Rateio

é uma palavra bastante conhecida. A principal característica do

rateio é que ele pode ser sempre melhorado, pois não existe um

rateio perfeito. Temos sempre que otimizar o rateio.

Uma vez que já entendemos suficientemente de custos podemos

apresentar o Sistema de Gerenciamento de Custos da FHEMIG –

SIGH CUSTOS.

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2. MEtoDoLoGIA DE CuStEIo ADotADA NA FHEMIG

A metodologia adotada para aprimorar o sistema de custos dos hospitais

da FHEMIG foi uma variação do Custeio por Absorção. Esta metodologia

assentou-se numa estrutura de unidades com responsáveis que chamamos

de Centros de Custos (CC).

Podemos definir um CC como sendo um setor ou uma área ou algo mais

que mereça a atenção e cuidado do decisor por ser relevante para a Unidade

Assistencial (UA). Quando usamos a palavra “algo”, queremos dizer que o CC

não precisa ser necessariamente um setor ou uma área da UA. Geralmente

é, mas não precisa. Pretendemos dizer que um decisor/gerente/diretor

pode definir um equipamento como um CC desde que se considere que o

equipamento em questão mereça uma atenção especial em virtude de sua

importância estratégica ou valor ou, ainda, consumo de recursos da unidade.

Assim, o CC então pode ser tudo que mereça a atenção e cuidado do gestor.

Pode estar associado a um espaço físico, uma atividade ou a um setor do

organograma. Em um hospital, podemos definir o Ambulatório ou a UTI

como CC ou poderíamos definir uma Caldeira como CC, considerando que

ela consuma muitos recursos e mereça a nossa atenção.

Como exemplo, visando simplificar ainda mais, podemos fazer uma analogia

com o funcionamento de nossa casa. A Cozinha seria um CC. É um cômodo

claramente visível e definido. É altamente consumidora de recursos e muito

importante para que a casa funcione. Este CC tem um espaço físico definido.

Um fato engraçado, mas que não deixa de ser ilustrativo, é que poderíamos

definir, também, um filho de 18 anos, se preparando para o vestibular,

como sendo um CC. Veja que é merecedor de nossa vigilância e dedicação

permanentes, o que é muito mais importante que os recursos que consome.

Diga-se de passagem, consome muitos recursos financeiros...

No hospital, identificamos os CC que existem para atender diretamente ao

paciente (finais ou finalísticos). Eles são considerados responsáveis pela

entrega do serviço ou o produto final ao paciente.

Os CC que dão sustentação ao trabalho dos CC finais são os CC meios. Eles

trabalham de modo a possibilitar que os CC finais possam desenvolver seu

trabalho. Desta forma, estes CC devem ter seus custos repassados aos CC

finais.

Considerando a metodologia adotada, as especificidades e atividades

desenvolvidas nos CC, estes foram separados em quatro grupos assim

especificados. Vamos apresentá-los de forma resumida aqui.

CENtro DE CuStoS ProDutIVoSSão os CC que atendem diretamente ao paciente e que desenvolvem

atividades principais da instituição. São os CC finalísticos da UA. Na FHEMIG,

temos como produtivos, por exemplo, CC UTI, Unidade de Internação e Bloco

Cirúrgico. Os CC Produtivos, por serem finalísticos, não tem seus custos

rateados, ou seja, repassados para outros CC. Pelo contrario eles recebem ou

arcam com os custos dos CC Administrativos e Auxiliares.

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CENtroS DE CuStoS Não oPErACIoNAISSão os CC que não estão diretamente relacionados às atividades principais

da unidade. Os custos destes CC são levantados, porém, assim como os CC

Produtivos, não são rateados a outros CC. Na rede FHEMIG, alguns exemplos

de CC Não Operacionais são as Colônias nas Unidades de Reabilitação e

Cuidados do Idoso. Estes C.C. foram classificados como não operacionais

por não estarem diretamente ligados aos objetivos finalísticos da Unidade.

Estes custos serão apurados, porém serão separados dos demais CC, mas são

consumidores de recursos e merecedores de nossa atenção.

CENtroS DE CuStoS AuXILIArESSão os C.C. de apoio que produzem bens ou serviços que auxiliam na

assistência ao paciente. Eles fornecem suporte aos centros produtivos e terão

seus custos passados (rateados) aos demais CC. São exemplos de Centros de

Custos Auxiliares: Lavanderia, CME, Rouparia, Comissão Infecção Hospitalar.

CENtroS DE CuStoS ADMINIStrAtIVoSSão os CC relacionados com as atividades de natureza administrativa,

trabalhando para todos os demais CC e trocando também serviços entre si.

Seus custos são rateados aos demais CC. São exemplos de Centro de Custos

Administrativos: Apoio à Farmácia, Diretoria Hospitalar e Telefonia.

Podemos visualizar melhor o que foi dito fazendo uma analogia entres a

estrutura de centros de custos de uma UA com a estrutura de uma árvore

frutífera. A árvore é uma forma simples de representar a estrutura de custos.

O objetivo da árvore é dar frutos (produtos) em seus galhos e prover sombra

(serviços). Numa árvore, as raízes são responsáveis pela obtenção dos

nutrientes e sustentação da estrutura. As raízes não interferem diretamente

na produção dos frutos mas são essenciais para a consolidação do tronco e

fixação da árvore. Os CC administrativos são as raízes da árvore. Não são

percebidos, à primeira vista, mas precisamos deles.

O tronco é essencial para a sustentação dos galhos e, em conjunto com as

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30 31

raízes, conduzem a seiva até eles. Por fim, os galhos são responsáveis pela

frutificação e sombreamento. Os centros de custos Auxiliares formam o tronco

que sustenta e alimenta a produção dos frutos. Os trabalhos desenvolvidos

por eles aparecem como auxiliares para a produção dos frutos, portanto

os custos destes CC são rateados para outros CC auxiliares e para os CC

produtivos.

Frutos e sombra são de responsabilidade dos CC Produtivos, na forma de

geração de produtos e prestação de serviços que constituem os objetivos finais

da nossa árvore. Eles só terão condições de produzir se receberem o apoio

dos demais CC. Desta forma, arcam com os custos dos CC administrativos e

auxiliares. Eles recebem os custos de toda a Unidade Assistencial.

Os CC Não Operacionais, por não estarem diretamente ligados ao objetivo

final da Unidade, podem ser representados como um gramado em volta da

árvore. Protege as raízes mas não faz parte diretamente da mesma. Um bom

exemplo de CC não operacional seria a Creche.

3. o SIStEMA DE GErENCIAMENto DoS CuStoS HoSPItALArES NA rEDE FHEMIG – SIGH CuStoS

O início dos trabalhos de implantação do SIGH Custos deu-se em 2007.

Inicialmente, definiu-se a metodologia de custeio de forma padronizada para

toda a Rede. Esta definição foi resultado de palestras e seminários sobre a

importância estratégica do sistema de custos e a participação de cada UA no

processo.

Podemos dizer que a implantação do Sistema de Gerenciamento dos Custos

Hospitalares se deu nas seguintes macros etapas:

- Definição dos CC: Classificação dos CC em Auxiliares, Administrativos

e Produtivos. Nos CC Produtivos foram definidas Unidades de

Produção. Por exemplo, para o CC UTI foi definido como Unidade

de Produção Paciente-Dia. Para os CC Auxiliares e Administrativos

foram definidos os critérios de rateio, isto é, como eles serão rateados

a outros C.C.. Por exemplo. para o CC Auxiliar Rouparia foi definido

como critério de rateio (forma como seus custos serão repassados a

outro CC) o quilo de roupa e para o CC Administrativo Patrimônio foi

definido como critério de rateio a quantidade de itens patrimoniados

por CC.

- Identificação dos custos diretos e indiretos que são atribuídos aos

CC. Na FHEMIG, temos como custos diretos: os custos de pessoal,

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32 33

de material, de serviços de terceiros e depreciação. Este custos

correspondem aos recursos consumidos diretamente aos CC. Os

custos indiretos são que aqueles que deverão ser repartidos, rateados

entre os CC. A definição das Unidades de Produção e dos Critérios de

Rateios dos CC, além da definição dos itens de custos, como eles se

alocam aos CC são etapas do processo de parametrização que é feito

quando se inicia o processo de implantação do sistema de custos.

De forma simplificada, a operacionalização do Módulo de Custos no SIGH se

dá também em etapas:

- Coleta de Dados – mensalmente são levantados os custos através

de planilha de coleta de dados enviados pelos diversos CC.

- Cálculo e Apropriação das Informações Informações – consiste

atualmente destes dados dos CC no SIGH Custos onde serão feitos os

cálculos necessários. Isto é feito atendendo as critérios já definidos,

parametrizados, no sistema, de forma a transferir os custos dos CC

Auxiliares e CC Administrativos para os CC Produtivos.

- Por fim, a emissão dos Relatórios de Custos. Os relatórios fornecem

informações de custo mensal por produtos (custo do exame, por

exemplo) e custo por serviços ( custo do paciente-dia, custo da hora-

cirúrgica).

Com a implantação completa do SIGH2 a maioria dos dados serão

compartilhados em tempo real o que fará com que algumas das etapas acima

descritas sejam automatizadas, simplificando significativamente o processo.

Resumindo, podemos ilustar como a metodologia de custeio foi definida na

FHEMIG.

CoLEtA DE DADoS

(GErADorES DE

INForMAçÕES)

CÁLCuLo E AProPrIAção DAS

INForMAçÕES

rELAtÓrIoSGErENCIAIS

(uSuÁrIoS)

MEtoDoLoGIA

IVo

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34 35

4. o SIGH CuStoS

O SIGH Custos é o módulo do SIGH desenvolvido para dar suporte

informatizado ao Sistema de Gerenciamento dos Custos Hospitalares.

Possibilita, atualmente, a apuração dos custos da Administração Central e

das Unidades Assistenciais, além de permitir a colocação dos custos entre as

Unidades também.

O SIGH Custos recebe informações dos demaiss módulos do SIGH, tais como

Farmácia, Prontuário, Bloco Cirúrgico, dentre outros. Esta interface se dará

de forma automática após a centralização do SIGH. As informações dos

módulos serão compartilhadas em tempo real.

Alem disto, o SIGH Custos receberá informações advindas dos Sistemas

Corporativos (SIAFI, SIAD, SISAP) e de outros sistema internos da FHEMIG

(SAPT).

O desenho a seguir busca representar as interligações do SIGH Custos com:

E oS rELAtÓrIoS?

Os resultados primários do SIGH Custos consistem nas afirmações obtidas

por meio dos relatórios e do suporte efetivo das perspectivas contidas no

Mapa Estratégico.

Os relatórios traduzem as informações de custos sobre todo o o processo

de trabalho no cuidado da assistência. Eles são ferramenta gerencial que

possibilitará o balizamento para o planejamento, controle, tomada de

decisões e solução de problemas.

SIStEMASCorPorAtIVoS

HotELArIA

SAPt

- SIAD: Custo material consumo por CC

- Alocação de pessoal por CC

- Dispensação roupa por CC

- Manutenção por CC- Nº refeição por CC

- Medicamentos

- Dispensação por CC- Custo total farmácia

- Permanência por paciente

- Nº horas cirúrgicas por paciente

- Caracterização CID por paciente- Histórico do paciente

- Nº exames por paciente

- Exames por CC

- SISAP: Custo de pessoal

- SIAFI: Custo serviços terceiros por CC

- Depreciação por CC

rELAtÓrIoS DECoMPoSIção DE

CuStoS - oS NÚMEroS

ProNtuÁrIo

FArMÁCIA EXAMES

BLoCoCIrÚrGICo

SIStEMADE

CuStoS

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36 37

Os relatórios mensais gerados pelo SIGH – Custos apresentam informações

de caráter macro e micro obtidas, respectivamente, de forma top-down (por

refinamentos sucessivos) e bottom-up (por agregações sucessivas). Aquelas

informações estratégicas macro, são de interesse da Presidência da FHEMIG e

de seus diretores. Transmitem um conteúdo agregado e da rede como um todo.

Por usa vez, relatórios que trazem informações de caráter micro, obtidas por

meio de refinamentos sucessivos, subsidiam decisão estratégica da direção

da UA. Também subsidiam as decisões de nível gerencial e operacional dos

setores.

Os relatórios gerenciais permitem a geração das informações adequadas

às diferentes necessidades de usuários – relatórios de custos por níveis de

responsabilidade, relatórios de custos dos serviços por centros de custos,

relatórios de custos por especialidades médicas, relatórios analíticos e

consolidados dos centros de custos que permitem o acompanhamento e

gerenciamento dos custos da FHEMIG, subsidiando as ações estratégicas

definidas no Mapa Estratégico da FHEMIG.

Assim os relatórios buscam atender as diferentes necessidades dos usuários,

permitindo o acompanhamento e gerenciamento dos custos da FHEMIG.

Os relatórios traduzem as informações de custos sobre todo o processo de

trabalho no cuidado da assistência. Eles são a ferramenta gerencial que

balizará o planejamento e a tomada de decisão.

A figura a seguir busca mostrar uma concepção geral dos relatórios gerados

pelo SIGH Custos.

rELAtÓrIoS

Macro - Custos das UA FHEMIG - Custos por Complexos ... - Comparativos

- por grupos- por Centro de Custos- por Unidade de Produção- por Critérios de Rateio

Micro - do/por paciente - por CID (em desenvolvimento - ABC)

AgregaçõesSucessivas

PessoalInsumosoutros Itens de Custo

unidade de

Produção

CC uA

uACC

Centro deCusto

unidadeAssistencial

redeFHEMIG

rateio

ConsultasPaciente-diaCirurgiasoutros

refeiçõesItens CompradosKg roupas Lavadasoutros

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38 39

relatório de Custo por Paciente

Esta funcionalidade está disponível para as UA que estão com o SIGH

centralizado. Assim será possível fazer a “apresentação da conta”, ou seja,

do custo, ao paciente no momento de sua alta.

O objetivo não é a FHEMIG cobrar pelo serviço prestado, mas informar à

população quanto custa a assistência médica nos hospitais da rede. Assim,

a FHEMIG atende ao principio constitucional de transparência quanto ao

atendimento público de saúde.

É precisar informar ao cidadão que a assistência não é de “graça”. É

preciso assinalar ao cidadão que Saúde não tem Preço! Mas

tem Custo. Além disto, pretende-se avaliar o custo dos procedimentos

prestados com os valores faturados pela Tabela do SUS, proporcionando a

comparação dos valores.

relatório de Custo por Centros de Custo

Este relatório possibilita uma visão geral dos itens de custos por CC. Nele, os

custos são agrupados por tipo de item (podem ser custos diretos: pessoal,

material de consumo, serviços de terceiros, depreciação e custos indiretos) e

os custos dos rateios recebidos dos outros CC (administrativos e auxiliares).

MedicamentosExamesProcedimentos

Atendimento FisioterapiaConsulta Médica em Ambulatório

diárias de InternaçãoHoras Cirúrgicas

r$ 20,00r$ 20,00

r$ 35,00r$ 45,00

r$ 150,00r$ 280,00

r$ 550,00

Exemplo - Custo Paciente José

(+) Custos Diretos do Paciente r$ 120,00

(+) Custos Indiretos do Paciente

r$ 430,00

(=) Custos total do Paciente

(+) Custos diretos - r$ 60,00(+) Custos Indiretos - r$ 40,00(+) rateios de outros C.C. - r$ 20,00

número Exames total - 12

José - 2 exames - r$ 20,00Maria - 4 exames - r$ 40,00Pedro - 5 exames - r$ 50,00

Custo por Centro de Custos Produtivos

Exemplo: C.C. Exames

CuSto totAL - r$ 120,00

Custo unitário - r$ 10,00

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40 41

5. CuSto E o MAPA EStrAtÉGICo

O sistema de Gerenciamento dos Custos Hospitalares é uma ferramenta

de gestão alinhada ao Mapa Estratégico da FHEMIG com o objetivo maior

de possibilitar “Vida Saudável” . Desta forma, é possível verificar como o

Sistema de Gerenciamento dos Custos Hospitalares sustenta as perspectivas

e linhas de ação delineadas no Mapa Estratégico da Rede.

As ilustrações em anexo visam dar a dimensão de sua importância para o

objetivo maior “Vida Saudável”.

6. CuSto PArA DECISão – DAS PoSSIBILIDADES

As análises gerenciais podem ser conduzidas tomando-se como base as

informações de custos, sintetizadas nos relatórios emitidos mensalmente

pelas UA.

Ao analisarmos os relatórios de custos, precisamos buscar respostas à nossa

curiosidade científica e gerencial, até mesmo por meio de perguntas básicas:

PessoalSalários e Encargos

MateriaisMedicamentosMaterial Médico CirúrgicoOutros

15.800,00

3.400,008.900,001.880,00

15.800,00

+ 76,47

19,24%

+ 21,35%

6.000,0010.800,001.880,00

Gerais e IndiretosDiversos5 .176,00 5.176,00

Rateios Interdepartamentais

Total

Produção

Custo Unitário

Departamento PessoalManutençãoLavanderiaCentral Esterilização (CME)Limpeza

1.698,00790,00

7.670,005.688,003.180,00

1.698,00790,00

7.670,005.688,003.180,00

85,46 114,61

54.1822,00 58.682,00

634 512

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42 43Esta curiosidade é que possibilita a busca pelo aprimoramento das informações

fornecidas pelos relatórios. É um trabalho recursivo, ou seja, desenvolvemos

o sistema que trás afirmações que provocam novos desenvolvimentos para

gerar novas informações e assim sucessivamente.

O objetivo final é o aperfeiçoamento da assistência, dos p rodutos fornecidos

e dos serviços prestados, o SIGH Custos, em última instância, visa gerar

informações que beneficiem o atendimento e o paciente. Quando buscamos

respostas aos questionamentos temos condições de avaliar como podemos

melhorar o atendimento ao paciente, o que é nosso objetivo final.

Assim, as informações de custos pretendem aguçar, e isso já tem acontecido,

a curiosidade científica de profissionais da Rede.

Alguns ensaios promissores já foram identificados, como o caso da proposta

de investigação científica que já surgiu no Hospital Cristiano Machado

baseando-se nas informações geradas. O profissional do SND demonstrou

interesse em investigar a relação custo/benefício entre dois tipos distintos

de dieta e seus impactos no tratamento das úlceras de pressão (escaras)

do paciente, considerando a evolução do quadro, redução do sofrimento e

tempo de internação.

Outra iniciativa de investigação identificada com as informações de custos

é a relação de custo-benefício entre a utilização de álcool gel e a redução

de infecção hospitalar em UTIs das UAs. Estamos em fase inicial mas, assim,

é possível iniciar um processo no sentido de trabalharmos a relação custo-

benefício e melhores praticas dentro de algumas unidades da rede FHEMIG.

Porquê?

Por que o custo variou de um mês para o outro?

Por que a produção alterou no mês?

Por que este ou aquele item de custo não estão aparecendo

relatório?

Por que o custo unitário variou de um mês para outro?

Para cima? Para baixo?

Por que um CC está transferindo seu custo para outro CC?

Por que não está?

Será que houve alteração de custo por que uma máquina não

está funcionando este mês?

O custo pode ser reduzido se comprarmos novo

esquipamento?

Se o custo está se comportando, devemos porduzir?

Devemos Terceirizar? Devemos aprofundar a análise?

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44 45

7. CuStoS – rESuLtADoS

Além dos resultados primários apresentados, que envolvem as informações

contidas nos relatórios e a sustentação às perspectivas do Mapa Estratégico,

como já foi apresentado, temos resultados secundários quase tão importantes

quanto os primários. Alguns resultados secundários podem ser destacados

como contribuições do Sistema de Gerenciamento dos Custos Hospitalares.

• Incorporação da cultura de custos na rotina de trabalho das equipes

da instituição;

• integração do trabalho desenvolvido nos diversos setores pelo

fortalecimento do processo de comunicação e troca de informação

entre eles,

• identificação e análise dos processos ou atividades tanto

assistenciais quanto administrativos cujo custo deveria ser analisado

de forma mais eficaz;

• envolvimento da direção de forma a melhorar o gerenciamento das

informações e das ações gerenciais possibilitando maior ganho na

qualidade da assistência.

observatório de Custos

Um outro produto, por assim dizer, do desenvolvimento e implementação do

SIGH Custos é o Observatório de Custos.

O Observatório de Custos incentiva a utilização gerencial das informações e

indicadores gerados pelo SIGH Custos de forma desprendida dos tradicionais

cortar e controlar.

O Observatório tem se materializado na realização de análises, discussões

e avaliações periódicas junto à direção e ao corpo gerencial das Unidades

Assistenciais. Desta forma, é possível a discussão das inconsistências,

avaliação dos processos e levantamento de possíveis melhores práticas que

subsidiarão o atendimento de qualidade na Rede.

As informações geradas possibilitam a adequação das metas e objetivos

estratégicos da Rede, tanto do ponto de vista de proporcionar custos

competitivos quanto como contribuição nas melhorias de eficiência tanto na

parte assistencial quanto administrativa.

É possível, desta forma, alinhar as ações de outros projetos da FHEMIG de

forma a integrar as diversas iniciativas isoladas e o trabalho conjunto na

busca do objetivo maior da Instituição, que é prestar serviços com qualidade

e segurança aos seus usuários.

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46 47

8. GLoSSÁrIo

SIAD – Sistema Integrado De Administração De Materiais E Serviços

SIAFI – Sistema Integrado de Administração Financeira

SISAP – Sistema De Administração De Pessoal Do Estado De Minas Gerais

SAPT – Sistema de Apuração de ponto do trabalhador

SIGH – Sistema Integrado de Gestão Hospitalar

ANotAçÕES

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